O Governo COLLOR e ITAMAR FRANCO
As eleições de 1989
Após quase trinta anos sem eleições diretas para Presidente da República, os brasileiros puderam votar e escolher um, entre os 22 candidatos que faziam oposição ao atual presidente José Sarney. Era novembro de 1989.
Conforme estabelecido na Constituição de 1988, o sistema político se organizaria de forma pluripartidária. Cercado por tantas opções , os eleitores se viam perdidos entre diferentes promessas que solucionariam os problemas do país.
Os partidos da esquerda lançaram duas influentes figuras políticas: Luís Inácio Lula da Silva – representando o Partido dos Trabalhadores(PT) e Leonel Brizola – filiado ao Partido Democrático Trabalhista.
Os partidos da direita tentaram emplacar a candidatura de Sílvio Santos, logo impugnada pelo Superior Tribunal Eleitoral. Passam então a apoiar um jovem político alagoano chamado Fernando Collor de Mello.
A manipulação da mídia
A mídia cumpriu o papel de unificadora das elites, até então divididas entre vários postulantes. Ela fabricou a candidatura de Fernando Collor. A revista Veja e os jornais deram várias capas ao candidato e os meios de comunicação de massas trataram de difundir a sua imagem. Como dono da afiliada da TV Globo em Alagoas, Collor teve tratamento privilegiado na emissora.
A mídia inclusive divulgou grosseiras provocações, como a do seqüestro do empresário Abílio Dinis na véspera do segundo turno. O golpe fatal, porém, foi dado pelo Jornal Nacional da TV Globo, que fraudou a edição do último debate da televisão e reverteu a tendência de vitória de Lula.
Com boa aparência, um discurso carismático e o apoio do empresariado brasileiro, Collor se transformou na grande aposta da direita.Fernando Collor de Mello vence as eleições e assim começa um período marcado por promessas e acusações.
O “ caçador de marajás “
O nome veio, quando num comício, Collor falava dos super salários pagos aos funcionários públicos, que equivaliam na época a 20 mil dólares por mês e, que ele iria investigar a situação, nessa mesma hora uma pessoa gritou: “ é tudo marajá” . A palavra caiu perfeitamente e o caçador ficou conhecido nacionalmente.
Plano Collor I – Plano Brasil Novo 1990
Inflação chegou a 4853%
Findar à crise
Ajustar a economiaO cruzado novo é substituído pelo
cruzeiro
Cadernetas de poupança, saldos de contas correntes e depósitos overnight são bloqueados por
18 meses
Aumento dos impostos e tarifas
Congelamento de preços e salários e os
ajustes eram baseados na inflação
esperada
Demissão de funcionários públicos
e privatização de empresas estatais
Abertura do mercado interno
Plano Collor II 1991
Inflação chega a 19,39% mensal
Controle da ciranda financeira
Novos congelamentos de
preços e substituição nas
taxas de overnight
Queda na inflação durante 4 meses
Abertura econômica e o Neoliberalismo
A idéia básica do neoliberalismo é a de que, se os homens tiverem total liberdade para investir e lucrar, chegarão a um desenvolvimento do mercado capitalista que beneficiará a toda sociedade.
Collor foi o primeiro e é o principal responsável por ter “rolado a bola” do neoliberalismo em nosso país. Foi ele quem combateu leis nacionalistas que controlavam os negócios das empresas estrangeiras no Brasil e quem iniciou um programa consistente de venda das empresas estatais. Ao se recusar a pagar aposentadorias melhores, Collor também mostrava seu empenho em adotar a idéia neoliberal de cortar brutalmente os gastos do governo com programas sociais. Tudo isso, dizia ele, faria o Brasil entrar no Primeiro Mundo.
Corrupção
O governo Collor de Mello começou a ser alvo de denúncias de corrupção. Vários dos ministros e assessores do presidente, além de sua própria esposa, a primeira-dama Rosane Collor, foram acusados de desvio de verbas públicas.
Em maio de 1992, porém, um desentendimento familiar levou o irmão do presidente, Pedro Collor, a denunciar um extenso esquema de corrupção existente no governo, comandado pelo então tesoureiro da campanha presidencial, e empresário Paulo César Farias.
O Congresso Nacional foi pressionado a instalar uma CPI a fim de investigar as denúncias
Os “caras pintadas”
14 de agosto O presidente Collor fez um pronunciamento em
rede nacional de televisão, pedindo apoio à nação. O presidente convocou a população a vestir as cores nacionais (verde e amarelo) e sair pelas ruas em resposta aos que o acusavam.
16 de agosto Milhares de jovens tomaram as ruas das
capitais vestindo roupas negras e com o rosto pintado de verde e amarelo. Logo a imprensa noticiou o movimento dos “caras-pintadas”.
Jingle da marcha
“Ai, ai, ai, ai, se empurrar o Collor cai”
O Impeachment
29 de setembro de 1992:A CPI conclui que o presidente sabia
da corrupção e do esquema de lavagem de dinheiro de PC. A
Câmara aprovou o impeachment por 441 votos a 38. Collor, condenado por crime de
responsabilidade é afastado da presidência no dia 2 de outubro.
O fim
29 de dezembro de 1992:
Pouco antes de ser condenado pelo Senado, Collor
renuncia ao cargo de presidente.
Assume seu lugar o vice Itamar
Franco.
O governo Itamar Franco
Itamar é formalmente aclamado presidente em 29 de dezembro de 1992;
• Grave crise econômica
Brasil
• Chega a 1100%
Inflação • Várias trocas de ministros da economia
• Fernando Henrique Cardoso assume o Ministério da FazendaMinistro
s
Plebiscito de 1993
Em abril de 1993, cumprindo com o previsto na Constituição, o governo realiza um plebiscito para a escolha da forma e do sistema de governo no Brasil.
O povo decidiu manter tudo como estava: a República e o Presidencialismo
Plano Real – 1994
Controle inflacionário
Estabilização econômica
Criação da URV (Unidade Real
de Valor)
Implementação da nova moeda,
o Real
Privatização de empresas estatais
Conter os gastos públicos
Redução do consumo com o
aumento das taxas de juros
Baixar os preços dos produtos por
meio da abertura
econômica
Estabilização da economia
Em curto prazo, o Plano Real ocasionou a queda da inflação e o aumento do poder aquisitivo da população.
Indicadores sociais
Ao fim de seu breve mandato, Itamar Franco experimentou o auge de sua popularidade. Nas eleições de 1994, o ministro Fernando Henrique Cardoso aproveitou do bom momento para lançar a sua candidatura à presidência do país, pelo PSDB. Valendo-se como autor e mantenedor do Plano Real, ele conseguiu vencer as eleições sem maiores dificuldades.
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