O Período Collor

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COLÉGIO PEDRO II - UESCIII Adriano dos Santos Morais Arthur Guimarães Julio Cesar Pena Gonçalves Victor Hugo Novais Rodrigues O PERÍODO COLLOR 1

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Projeto anual de História de 2010 do Colégio Pedro II - unidade Escolar São Cristóvão III-Adriano-Arthur-Júlio-VictorTurma: 2304Orientados pela Profª. Drª. Cláudia Affonso

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COLÉGIO PEDRO II - UESCIII

Adriano dos Santos MoraisArthur Guimarães

Julio Cesar Pena GonçalvesVictor Hugo Novais Rodrigues

O PERÍODO COLLOR

Rio de Janeiro - RJ2010

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Adriano dos Santos MoraisArthur Guimarães

Julio Cesar Pena GonçalvesVictor Hugo Novais Rodrigues

O PERÍODO COLLOR

Artigo apresentado à História, ministrada pela professora Cláudia Affonso, para

obtenção parcial de nota na matéria de História, do Ensino Médio, do

Colégio Pedro II - UESCIII

Rio de Janeiro – RJ

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2010 SUMÁRIO

1. Introdução...........................................................................................42. Capítulo 1: Resumo da Obra...............................................................53. Capítulo 2: Vida política Atual...........................................................74. Capítulo 3: Eleições Presidenciais......................................................8

3.1 – 1º Turno...........................................................................83.2 – 2º Turno...........................................................................9

5. Capítulo 4: Collor na Presidência.......................................................104.1 – Plano Collor.....................................................................114.2 – A História do Impeachment.............................................14

6. Capítulo 5: Conclusão.........................................................................177. Bibliografia.........................................................................................18

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INTRODUÇÃO

Temos a grata satisfação de apresentar à professora Cláudia Affonso nossa pesquisa sobre o “Período Collor”.

Objetivamos com esta pesquisa histórica fazer um trabalho de fácil compreensão, ao ponto retratarmos o “Período Collor” de maneira sucinta e auto-suficiente. Não temos a pretensão de fazer desta publicação um guia completo sobre a vida do nosso ex-presidente, mas de fornecer elementos que nortearão, de maneira clara, sua vida social e política, tarefa às vezes difícil devido a quantidade e variedade tanto das informações quanto das fontes onde estas se encontram.

Tentamos, sempre que possível, trazer informações e exemplos específicos, levando sempre em conta o contexto histórico, facilitando assim a sua compreensão.

Adriano dos Santos MoraisArtur

Julio Cesar Pena GonçalvesVictor Hugo Novais Rodrigues

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CAPÍTULO 1 – RESUMO DA OBRA

Fernando Affonso Collor de Mello (nascido no Rio de Janeiro, 12 de

agosto de 1949) é um empresário e político brasileiro, atualmente filiado ao Partido

Trabalhista Brasileiro.

Collor foi o trigésimo segundo presidente da República Federativa do Brasil,

cargo que exerceu de 15 de março de 1990 a 29 de dezembro de 1992.  Foi também o

primeiro presidente eleito por voto direto após o Regime Militar, em 1989.

O governo foi marcado pela implementação do Plano Collor, pela abertura do

mercado nacional às importações e pelo início do Programa Nacional de Desestatização.

Renunciou ao cargo na tentativa de evitar um processo

de impeachment fundamentado em acusações de corrupção. Embora tenha renunciado,

o processo de impeachment prosseguiu e Fernando Collor teve seus direitos cassados

por oito anos por determinação do Senador Federal, e só foi eleito novamente para

cargo público em 2006, tomando posse como senador por Alagoas em 2007.

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CRONOLOGIA

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CAPÍTULO 2 – VIDA POLÍTICA ATUAL

Fernando Collor recebe Comenda Senador Arnon de Mello na Câmara Municipal

A Câmara de Vereadores de Maceió preparou uma homenagem ao candidato ao governo de Alagoas pelo PTB, Fernando Collor. O senador recebeu nesta terça-feira (24 de Agosto de 2010), a Comenda Senador Arnon de Mello, que destaca o candidato como o político que mais trabalhou pela comunicação no Estado.

Segundo o vereador Galba Novaes, autor do requerimento da comenda, disse que a Casa já realizou muitas homenagens, desde pessoas ilustres na política, empresários, e também cidadãos humildes. “Essa comenda (Senador Arnon de Mello) foi criada a mais de uma década para homenagear as pessoas que contribuíram na comunicação do Estado, no avanço digital. As pessoas que são homenageadas se sentem honradas, mas esta Casa se sente ainda mais honrada por prestar essa homenagem”, disse Galba. 

O vereador contou ainda que conheceu o senador Fernando Collor há 32 anos. “Ele era um jovem prefeito quando começamos nossa amizade, e ao longo dessas décadas foram anos de alegria, mas também de preocupações e de dor”, lembrou o vereador. 

Galba também falou um pouco sobre a história política de Collor, destacou muitas de suas ações durante seus mandatos como prefeito de Maceió, governador de Alagoas, presidente do Brasil e hoje senador. Dentre alguns destaques, Galba falou sobre a criação do Código de Defesa do Consumidor, a lei federal de incentivo à cultura. Galba lembrou também da saída de Collor da presidência em 1992. “Aquilo tudo aconteceu por conta de políticos gananciosos. O senador vem até hoje cicatrizando as feridas daquele tempo e reconquistando o seu lugar na política”, disse o vereador. 

Em seu discurso retrata sua vida no jornalismo e política, veja a seguir:“O meu contato com o jornalismo foi, sem dúvida, a força que fez com que eu

despertasse dentro de mim o interesse na política. Comecei como estagiário no Jornal do Brasil. Antes desse momento, eu pensava em seguir uma carreira religiosa. Aos dezesseis (16) anos pedi ao meu pai para ingressar no seminário, pois queria ser padre. Mas meu pai disse que só aos dezoito (18) anos eu poderia tomar essa decisão. Mas foi dos dezesseis aos dezoito anos que aconteceram essas mudanças na minha vida, quando eu fui para Brasília, como eu disse, e mudei totalmente o modo de ver a vida”, contou Collor.

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Fernando Collor disse ainda que deve ao jornalismo todos os cargos alcançados na política alagoana e brasileira. “O jornalismo me permitiu conhecer melhor o mundo, os problemas que nos afligem, de ver esse conformismo, de ver as coisas não tão bem feitas, devo ao jornalismo esse despertar”, afirmou. 

No fim de seu discurso, Collor agradeceu a todos presentes, vereadores, outros políticos, alguns que vieram do interior, a imprensa e demais pessoas que participaram da homenagem. “Muito obrigado do fundo do meu coração, por terem me proporcionado uma manhã tão feliz, manhã essa que já começou alegra com as manchetes dos jornais no início do dia (se referindo á sua liderança nas pesquisas). A comenda não está sendo por mim recebida com peso na consciência, peso deve ter quem nada fez pelo jornalismo, pela comunicação. Tenho dado minha colaboração para fazer justa essa homenagem”, encerrou Fernando Collor.

CAPÍTULO 3 - ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS

3.1 - 1° TURNO

Logo após a transição política vivida durante o governo José Sarney, o Brasil viveu um período de movimentação política que consolidou a retomada do regime democrático no país. Em 1989, após vinte e nove anos, a população brasileira escolheria o novo presidente da República através do voto direto.  Conforme estabelecido na Constituição de 1988, o sistema político do país se organizaria de forma pluripartidária. Com a vigência do sistema pluripartidário, as mais variadas correntes de orientação política se estabeleceram no cenário político da época. Cercado por tantas opções, os eleitores se viam perdidos entre diferentes promessas que solucionariam os problemas do país.  Os setores de direita não conseguiram emplacar um candidato capaz de garantir uma vitória tranqüila no pleito presidencial. Tal enfraquecimento político se deu por conta das frustradas tentativas de sanear a economia. Dominado por políticos de direita, o governo José Sarney (1985 – 1990) foi palco de constantes arrochos salariais e, principalmente, de grandes surtos inflacionários.  Já os partidos de esquerda viriam a lançar duas influentes figuras políticas que poderiam polarizar a disputa daquela eleição. De um lado, Luís Inácio Lula da Silva, representando o Partido dos Trabalhadores e com base política assentada entre os trabalhadores e as principais lideranças sindicais do país. De outro, Leonel Brizola, filiado ao Partido Democrático Trabalhista, e apoiado em sua extensa vida política influenciada pela política trabalhista da Era Vargas (1930 – 1954).  Buscando reverter o quadro desfavorável, a direita tentou emplacar a candidatura do empresário das telecomunicações Sílvio Santos, logo impugnada pelo Superior Tribunal Eleitoral. Temendo uma vitória dos setores de esquerda e sem nenhum concorrente de peso, os partidos de direita passaram a apoiar um jovem político alagoano chamado Fernando Collor de Melo. Com boa aparência, um discurso carismático e o apoio financeiro do empresariado brasileiro, Collor se transformou na grande aposta da direita.  Atraindo apoio de diferentes setores da sociedade, Collor prometia modernizar a economia promovendo políticas de cunho neo-liberal e a abertura da participação estrangeira na economia nacional. Ao mesmo tempo, fazia discursos de orientação religiosa, se auto-proclamava um “caçador de marajás” e alertava sobre os perigos de

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um possível governo de esquerda.  No primeiro turno, a apuração das urnas deixou a decisão para um segundo pleito a ser disputado ente Collor e Lula.

3.2 – 2° TURNO

A sociedade civil também se manifestou: o candidato do PT recebeu o apoio

majoritário da classe artística e intelectual, dos sindicatos, dos movimentos sociais

organizados e do MST em contraposição ao suporte maciço dado ao candidato do PRN

pelos empresários, meios de comunicação e pelos grandes latifundiários, enquanto que

a Igreja Católica se dividiu. Com o decorrer da campanha as pesquisas de opinião

mostravam uma diferença cada vez menor entre os concorrentes e com isso a postura de

Collor recrudesceu e atingiu seu ponto crítico quando o programa eleitoral do PRN

exibiu um depoimento de Míriam Cordeiro, ex-namorada de Lula, que acusava o petista

de ter planejado o aborto de Lurian, filha do casal.

Paralelo a isso associou o adversário ao comunismo ao tempo em que a Cortina

de Ferro ruía no leste europeu e a União Soviética dava os primeiros sinais de exaustão.

A retórica de Collor ganhou consistência quando houve a queda do Muro de

Berlim em 9 de novembro de 1989 e ainda antes da eleição o sequestro do

empresário Abílio Diniz acabou associado a grupos de esquerda interessados na vitória

de Lula. Em meio a essa efervescência o candidato do PRN repetia à exaustão seu plano

de governar para os "descamisados" e os "pés descalços" (numa alusão ao eleitorado

mais humilde) de modo a fugir do estigma de "candidato da elite".

Abertas as urnas o candidato do PT chegou a liderar parte da apuração, devido

ao fato da apuração das capitais ser mais rápida que a das urnas do interior, mas ao fim

a vitória coube a Fernando Collor – que obteve 35.089.998 votos contra 31.076.364

votos dados a Lula.

De um modo geral, o país votou em Fernando Collor. Este venceu em todos os

estados com exceção de Pernambuco, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. O Rio

Grande do Sul e o Rio de Janeiro conseguiram transferir os votos de Brizola para Lula,

mas em São Paulo o fenômeno foi a transferência de votos de Covas para Collor – ainda

que o próprio Covas tenha apoiado Lula.

Politicamente o fiel da balança foi São Paulo. Ainda que a vitória dada pelos

paulistas não tenha sido tão expressiva quanto o que aconteceu em outros estados,

como Goiás, por exemplo. Goiás era reduto de outro candidato conservador, Ronaldo

Caiado, (então no PSD, hoje deputado federal pelo DEM, ex-PFL), ligado aos ruralistas.

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Neste Estado, quase 70% dos eleitores votaram em Collor. Se a diferença de votos a

favor de Collor em São Paulo (2.534.125) fosse convertida para Lula, o PT venceria a

eleição.

O Governo Collor teria uma duração de dois anos e meio sendo que seu titular

assumiu a presidência aos quarenta anos e sete meses de idade, o mais jovem político a

assumir esse cargo na história brasileira e em todas as Américas. Antes de sua posse

viajou aos Estados Unidos e à Europa buscando o apoio dos organismos financeiros

internacionais à sua proposta de renegociação da dívida externa brasileira, aproveitando

também para expor seus planos para a economia. Visando a integração do Brasil aos

seus vizinhos sul-americanos, viajou também para a Argentina e o Uruguai.

CAPÍTULO 4 – COLLOR NA PRESIDÊNCIA

No primeiro dia de governo o presidente anunciou o plano econômico de

combate a inflação que confiscou provisoriamente contas de poupança, contas correntes

e outras aplicações financeiras, a partir de determinado valor. O programa estabeleceu

também a extinção de órgãos púbicos, a demissão e a disponibilidade de funcionários

públicos federais, além de promover a privatização de inúmeras empresas públicas. O

enxugamento do meio circulante reduziu drasticamente a inflação, e o déficit fiscal foi

igualmente diminuído. A eliminação das tarifas aduaneiras, uma das medidas

implementadas pela equipe econômica chefiada por Zélia Cardoso de Melo, ministra da

Economia, teve grande impacto nas importações brasileiras, que, além de aumentarem,

passaram a incluir uma pauta de produtos supérfluos. O caráter pouco competitivo da

indústria brasileira e a valorização do cruzeiro, cotado acima da moeda americana,

levaria à redução das exportações e à diminuição das vendas no mercado interno.

Anunciou-se, assim, uma recessão econômica, com a queda da produção industrial do

país, a expansão do desemprego e a redução do PIB de 453 bilhões de dólares, em 1989,

para 433 bilhões em 1990. 

Implementada com base em inúmeras medidas provisórias, a política econômica

deu sinais de esgotamento com a volta da inflação no final de 1990, o que obrigou o

governo a instituir o chamado Plano Collor II, em janeiro de 1991. Intensificou-se,

então, a política de juros altos, a desindexação da economia, a abertura para o mercado

externo e o incentivo às importações. Essas medidas provocaram um “choque” na

indústria nacional, levando a uma crescente automação dos setores industriais e

bancários, e à conseqüente liberação de mão-de-obra e ao desemprego tecnológico. De

modo geral, o projeto de “modernização” implementado pelo governo, visando à

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diminuição de gastos públicos e o incentivo à economia de mercado, ajustava-se à idéia

de “Estado mínimo” e à nova ordem mundial que impôs com término da Guerra Fria,

conceituada como neoliberal. 

            No plano externo, destacou-se, no governo Collor, a assinatura de pacto de não-

proliferação nuclear com a Argentina.

            Em 1992 foi denunciada na imprensa a existência de um esquema de corrupção

no governo, comandado por Paulo César Farias, ex-tesoureiro da campanha presidencial

de Collor. A CPI  instalada para investigar as denúncias encerraria seus trabalhos

recomendando o afastamento de Collor da presidência. Respaldada por maciço apoio

popular, a abertura do processo de impeachment  foi proposta, então, pelos presidentes

da Associação Brasileira da Imprensa (ABI) e da Ordem dos Advogados do Brasil

(OAB), e aprovada pela Câmara dos Deputados em 29 de Setembro de 1992. Afastado

do cargo após a votação na Câmara, Collor foi substituído interinamente pelo vice-

presidente Itamar Franco. Em 29 de dezembro renunciou à presidência da República,

horas antes de ser condenado pelo Senado por crime de responsabilidade, perdendo seus

direitos políticos por oito anos. Itamar Franco assumiu, assim, definitivamente a

presidência da República.

4.1 – PLANO COLLOR

Introdução

O Plano Collor é o nome dado ao conjunto de reformas econômicas e planos

para estabilização da inflação criados durante a presidência deFernando Collor de

Mello (1990-1992), sendo o plano estendido até 31 de julho de 1993. O plano era

oficialmente chamado Plano Brasil Novo, mas ele se tornou associado fortemente a

figura de Collor, e "Plano Collor" se tornou nome de facto.

O plano Collor combinava liberação fiscal e financeira com medidas radicais

para estabilização da inflação.[1] As principais medidas de estabilização da inflação

foram acompanhadas de programas de reforma de comércio externo, a Política

Industrial e de Comércio Exterior, mais conhecida como PICE, e um programa de

privatização intitulado Programa Nacional de Desestatização, mais conhecido

como PND.

A teoria do plano econômico foi desenvolvida pelo economista Antônio Kandir.

O plano efetivamente implementado foi desenvolvido pelos economistas Zélia Cardoso

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de Mello, Antônio Kandir, Ibrahim Eris, Venilton Tadini, Luís Otávio da Motta Veiga,

Eduardo Teixeira e João Maia.

Plano Collor I

O Brasil sofreu por vários anos com a hiperinflação: em 1989, o ano antes da

posse de Collor, a média mensal da inflação foi de 28,94%. O Plano Collor procurava

estabilizar a inflação pelo "congelamento" do passivo público (tal como o débito

interno) e restringindo o fluxo de dinheiro para parar a inflação inercial.

A rápida e descontrolada remonetização da economia é tida como a causa das

falhas dos planos de estabilização da inflação adotados anteriormente. O governo

Collor teria de garantir uma remonetização "ordenada" e "lenta", a fim de manter a

inflação para baixo. Para o controle da velocidade da remonetização, poder-se-ia utilizar

uma combinação de ferramentas econômicas, tais como impostos, taxas de câmbio,

crédito e taxas de juros.

Nos poucos meses que sucederam o a implantação do plano, a inflação

continuou a crescer. Em janeiro de 1991, nove meses após o início do plano, a inflação

reduziu, atingindo a taxa de 20% por mês.

O congelamento causou uma forte redução no comércio e da produção industrial. Com a

redução da geração de dinheiro de 30% para 9% doPIB, a taxa de inflação caiu de 81%

em março para 9% em junho. O governo enfrentou duas escolhas: eles poderiam segurar

o congelamento e arriscar uma recessão devido a redução dos ativos, ou remonetizar a

economia através do descongelamento e correr o risco do retorno da inflação.

O fracasso do Plano Collor I no controle da inflação é creditado pelos

economistas keynesianos e monetaristas a falha do governo Collor de controlar a

remonetização da economia.] O governo abriu várias "brechas" que contribuíram para o

aumento do fluxo de dinheiro: os impostos e as contas do governo emitidos antes do

congelamento podem ser pago com o velho Cruzado, criando uma forma de "brecha de

liquidez", que foi plenamente explorada pelo setor privado. Várias exceções aos setores

individuais da economia foram abertas pelo governo, como nas poupanças de

aposentados, e o "financiamento especial" na a folha de pagamento do governo.

Por último, o governo foi incapaz de reduzir despesas, reduzindo sua capacidade

de usar muitas das ferramentas acima mencionadas. Os motivos vão desde o aumento do

compartilhamento da receita de impostos federais com os estados até a cláusula de

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"estabilidade de emprego" para os funcionários públicos da Constituição brasileira de

1988, que preveniu o tamanho da redução tal como anunciada no começo do

plano. Estes economistas vindicados como Bresser Pereira e Mário Henrique Simonsen,

ambos os ex-ministros das Finanças, que tinha previsto no início do plano que a

situação fiscal do governo, tornaria impossível para o plano de trabalho.

Medidas do plano Collor I

O plano foi anunciado em 16 de março de 1990, um dia após a posse de Collor.[2] Suas

políticas planejadas incluíam: 

80% de todos os depósitos do overnight, das contas correntes ou das cadernetas

de poupança que excedessem a NCz$50mil (Cruzado novo) foram congelados por

18 meses, recebendo durante esse período uma rentabilidade equivalente a taxa de

inflação mais 6% ao ano.

Substituição da moeda corrente, o Cruzado Novo, pelo Cruzeiro à razão de

NCz$ 1,00 = Cr$ 1,00

Criação do IOF, um imposto extraordinário e único sobre as operações

financeiras, sobre todos os ativos financeiros, transações com ouro e ações e sobre

todas as retiradas das contas de poupança.

Foram congelados preços e salários, sendo determinado pelo governo,

posteriormente, ajustes que eram baseados na inflação esperada.

Eliminação de vários tipos de incentivos fiscais: para importações, exportações,

agricultura, os incentivos fiscais das regiões Norte e Nordeste, da indústria de

computadores e a criação de um imposto sobre as grandes fortunas.

Indexação imediata dos impostos aplicados no dia posterior a transação,

seguindo a inflação do período.

Aumento de preços dos serviços públicos. Gás, Eletricidade, serviços postais,

etc.

Liberação do câmbio e várias medidas para promover uma gradual abertura na

economia brasileira em relação à concorrência externa.

Extinção de vários institutos governamentais e anúncio de intenção do governo

de demitir cerca de 360 mil funcionários públicos, com plano para redução de mais

de 300 milhões em gasto administrativos.

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Plano Collor II

O segundo plano Collor iniciou-se em janeiro de 1991. Ele incluiu novos

congelamentos de preços e a substituição do taxas de overnight com novas ferramentas

fiscais que incluíam no seu cálculo as taxas de produção antecipada de papéis privados e

federais.

O plano conseguiu produzir apenas um curto prazo de queda na inflação, que

retornou a subir novamente em maio de 1991.

4.2 - A HISTÓRIA DO IMPEACHMENT.

O Brasil passou por uma tremenda reviravolta na entrada da década de 90. Após quase três décadas, finalmente um presidente civil seria escolhido pelo povo. Mas, em apenas três anos, o que parecia inacreditável aconteceu: o país que se mobilizou pela eleição de um candidato retirou-o do comando, sem qualquer alteração nas regras do jogo democrático.

Eis aqui, o “passo-a-passo” dos acontecimentos do que, com certeza, se tornou uma das maiores manifestações populares políticas realizada no Brasil.

17/12/1989

A vitória

Candidato do Partido da Renovação Nacional (PRN), Fernando Collor de Mello é eleito no segundo turno. A campanha destacava a juventude do “caçador de marajás”.

15/3/1990

Mau começo

O presidente tinha como meta eliminar a inflação de 80% ao mês. Reduziu ministérios, demitiu servidores públicos e anunciou o Plano Collor: o bloqueio, por 18 meses, das contas correntes e poupanças que excedessem 50 mil cruzeiros (o equivalente a quase 7 mil reais).

1990

Em baixa

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No início, o plano foi bem-sucedido. Em dezembro, a inflação atingiu índice próximo dos 20%, mas a queda das vendas no comércio gerou desemprego. A aceitação do governo despencou 50% em relação à do período eleitoral. As medidas também não agradaram os parlamentares.

1991

Denúncias

A inflação acumulada passava de 400%. Enquanto isso, denúncias de compras superfaturadas na Liga Brasileira de Assistência (LBA), entidade presidida pela primeira dama Rosane Collor, estampavam os jornais.

27/5/1992

Barraco de irmãos

Em entrevista à revista Veja, Pedro Collor, irmão mais novo do presidente, acusa o tesoureiro da campanha, PC Farias, de usar a amizade com Collor para enriquecer. Ele entregou um dossiê e apontou operações ilegais que envolviam o irmão e o tesoureiro.

1/6/1992

O congresso ataca

A Câmara dos Deputados instala uma CPI para apurar as denúncias de Pedro Collor. A Comissão apurou a existência de ligações das atividades ilegais do empresário com o governo federal. Organizações da sociedade civil e partidos da oposição lançaram o Manifesto Democrático contra a Impunidade.

16/8/1992

Nas ruas

Milhares de estudantes usam preto e fazem passeatas em dez capitais. Eles são chamados de caras-pintadas e a sociedade passa a exigir o impeachment de Collor.

29/9/1992

Na câmara

A CPI conclui que o presidente sabia da corrupção e do esquema de lavagem de dinheiro de PC. A Câmara aprovou o impeachment por 441 votos a 38. Collor, condenado por crime de responsabilidade, é afastado e, em 2 de outubro, o vice Itamar Franco assume interinamente a Presidência.

29/12/1992

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No senado

Collor renuncia minutos antes de ser condenado pelo Senado. Mesmo assim, seus direitos políticos são suspensos por oito anos. Horas depois, ele reúne a imprensa para justificar que a renúncia foi em defesa das instituições democráticas, que estariam sendo ameaçadas pelas elites contrárias à modernização do país.

12/12/1994

Absolvição

Por falta de provas, Fernando Collor de Mello e PC Farias são inocentados da acusação de corrupção passiva. Collor continuou inelegível e respondeu a outras 35 ações judiciais. Em agosto de 1995, mudou-se para Miami e, em 2006, voltou ao cenário político nacional ao ser eleito senador por Alagoas.

Ficam destacados neste pequeno cronograma, alguns itens chave para o entendimento do Impeachment. Como por exemplo, a entrevista de Pedro Collor concedida à Veja, que teve ampla difusão; o completo fracasso das medidas econômicas tomadas para tentar domar o “dragão da inflação”; os diversos escândalos da corrupção. Enfim, a soma de todos os eventos ocorridos durante o governo fez com que Collor fosse condenado pelo senado com grande maioria de votos. Espertamente, Fernando renunciou à presidência minutos antes de sua condenação, porem teve seus direitos políticos caçados.

Mesmo assim, não podemos dizer que o impeachment foi realmente um ponto no final na vida política de Collor ( pois, normalmente, deveria ser). Collor, 2 anos após sair da presidência, foi absolvido e anos depois, retornou a exercer cargos políticos em 2006. Atualmente, Fernando Collor é candidato ao governo de Alagoas pelo PTB (Partido Trabalhista Brasileiro)

Obs.: Resumidamente, o esquema PC consistia em manipular contratos, indicando funcionários para criar documentos falsos e criar contas fantasmas para onde iriam as verbas públicas que deveriam ser utilizadas nos setores da educação, saúde, segurança e previdência social. Devidamente desviadas, estas iam para as contas no exterior de PC e Collor. A investigação do Esquema PC Farias mostrou que o artifício ilegal usado pelos envolvidos arrecadou cerca de 15 milhões de reais durante o governo de Fernando Collor, sendo que mais de um bilhão de reais chegou a ser movimentado nos cofres públicos. É importante destacar que naquele momento o real ainda não era a moeda oficial do Brasil, assim tais dados são conversões para os dias atuais.

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CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO

O primeiro presidente eleito pelo povo após o tenebroso inverno da ditadura não correspondeu às massivas expectativas. Eleito com uma base de campanha muito bem elaborada, Collor, supostamente, iria combater a corrupção e ser o São Jorge do nosso dragão ( a inflação ). De maneira diametralmente oposta, ele sai da presidência, como um marajá ( corrupto ), ainda com índices recordes de inflação e sem o imenso apoio popular que o elegeu.

Collor, como disse recentemente em uma entrevista concedida a uma emissora de televisão, escreveu a história do nosso país, direta e indiretamente. Seja pelos escândalos na presidência, seja pelos planos econômicos, ou mesmo pela comoção popular que causou, tanto assumindo quanto deixando a presidência, o seu período e vivo ainda na geração atual, e por incrível que parece, pessoas ainda defendem seu período no governo.

Não cabe a este trabalho julgar o que já foi julgado, mas sim, retratar com nosso maior empenho, o período em que Collor esteve no poder, ou relacionado com a política em geral. Ao final deste trabalho, percebemos que, o maior organismo agente na nossa história, apesar de tudo, é o povo. A história se dá através dele, e no nosso tema de trabalho, este organismo foi imprescindível ( e porque não dizer, incrível ).

Levado e derrubado pelas mãos do povo, Collor causou uma das maiores, quisá a maior, manifestação popular envolvida com a política. Porem este marcou um dos últimos episódios de tal evento. Atualmente, o povo não participa mais tão frequentemente na política quanto antigamente. Mas é melhor não mexer com ele, pois ninguém sabe o que pode acontecer e quais serão as conseqüências. Mal comparando, o povo atualmente é um vulcão perigosíssimo, porem adormecido.

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BIBLIOGRAFIA

1 - http://historia.abril.com.br/politica/impeachment-collor-435681.shtml

2 - http://www.infoescola.com/historia-do-brasil/esquema-pc-farias/

3 - http://pt.wikipedia.org/wiki/Fernando_Collor_de_Mello#Impeachment

4 - http://www.brasilescola.com/historiab/eleicoes-1989.htm

5 - DIVALTE - Série novo ensino medio – HISTÓRIA - Editora: Atica - 1° edição 

6 - DE CAMPOS, Flávio;GARCIA MIRANDA, Rena - A escrita da história – Editora: Escala educacional  

7 - ANTÔNIO SIMAS, Luiz - Apostila PH – História

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