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Sim, quem vai pagar estes custos, Malaca Casteleiro? João Roque Dias, CT Na página da Wikipedia sobre Malaca Casteleiro pode ler-se: «O Dicionário da Língua Portuguesa Contemporânea, apesar da polémica que se gerou aquando da sua publicação, não chegou a merecer uma segunda edição revista, por força de escândalos e contendas

judiciais, com trocas de acusações entre Malaca Casteleiro e José Pina Martins, então presidente da Academia das Ciências de Lisboa. Em 2006, Fernando Guedes, responsável da Editorial Verbo, editora que publicou o dicionário, declarou: “Apesar de ser uma obra carismática e de referência, o Dicionário tem FALHAS, tem LACUNAS e precisa de ser urgentemente revisto e aumentado, de preferência já em 2007”. Malaca Casteleiro, alegando falta de verbas, declarou ser impossível manter o trabalho da equipa que coordenava, afastando-se do projecto. Malaca Casteleiro foi afastado da presidência do Instituto de Lexicologia e Lexicografia da Academia em 2006, na sequência de diferendo com a Academia resultante do seu envolvimento na elaboração de dicionários conformes ao Acordo Ortográfico, publicados pela Texto Editores em 2008 — o Novo Grande Dicionário da Língua Portuguesa e o Novo Dicionário da Língua Portuguesa.» A 2 de Novembro de 2007, sobre os custos que comportam estas mudanças [do acordo ortográfico], Malaca Casteleiro comentou «que NÃO SERÃO EXAGERADOS, porque durante o período de adaptação esgota-se a vida útil dos manuais, e as novas edições já podem trazer as alterações». Sobre o custo real do acordo ortográfico (que ultrapassa em muito o custo dos manuais escolares), Malaca Casteleiro nada disse: Sobre quem iria pagar tais custos, também nada disse... Voltemos à página da Wikipedia sobre Malaca Casteleiro: «Malaca Casteleiro tem tido diversas intervenções públicas em prol do Acordo Ortográfico. Não obstante, subscreveu, em 2008, o manifesto de Evanildo Bechara, académico da Academia Brasileira de Letras e promotor do Acordo Ortográfico no Brasil, — "Considerações em torno do Manifesto-Petição [2008-2009] dirigido ao senhor Presidente da República e aos Membros da Assembleia da República contra o Novo Acordo Ortográfico de 1990" —, divulgado no âmbito do 3.º Encontro Açoriano da Lusofonia, no qual se pode ler: “Só num ponto concordamos, em parte, com os termos do Manifesto-Petição quando declara que o Acordo não tem condições para servir de base a uma proposta normativa, contendo IMPRECISÕES, ERROS e AMBIGUIDADES”».

A 16 de Dezembro de 2009, em declarações ao Jornal do Fundão, Malaca Casteleiro afirmou sobre o acordo ortográfico: «Reconhecemos que há certas INCONGRUÊNCIAS, certas FALHAS que poderiam ter sido resolvidas.» Mas não foram... Ora, se Malaca Casteleiro tem consciência das IMPRECISÕES, ERROS, AMBIGUIDADES, INCONGRUÊNCIAS e FALHAS do AO, porque não se referiu a eles no parecer que assinou a 28 de Dezembro de 2005, em nome da Academia das Ciências de Lisboa, antes defendendo que o aleijado e deficiente acordo «continua perfeitamente válido.» A 4 de Fevereiro de 2012, sobre a decisão de o Conselho de Administração do Centro Cultural de Belém não adoptar o acordo ortográfico, Malaca Casteleiro, agora preocupado com custos, afirmou: «É um autêntico disparate e uma atitude mesquinha, revelando espírito de vingança. Quem vai pagar estes CUSTOS?» Diga lá então, Prof. Malaca Casteleiro, quem irá pagar os CUSTOS das suas IMPRECISÕES, ERROS, AMBIGUIDADES, INCONGRUÊNCIAS e FALHAS? Publicado na Biblioteca do Desacordo Ortográfico em 22 de Fevereiro de 2012 Assine a Iniciativa Legislativa de Cidadãos contra o Acordo Ortográfico