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Fig 12 e 13 – Acima, igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo demolida em 1943, em Uberlândia.
Abaixo a Estação Rodoviária, construída em seu lugar. Fonte: CAPRI, Roberto. Paraguassú Minas. 1918
Em 1944, foi inaugurado o edifício do Mercado Municipal. Somado a isso, a
presença de profissionais com formação específica em arquitetura e engenharia, como
João Jorge Coury, constituiu um marco na história da arquitetura local, a partir da
introdução de idéias modernistas, intensificadas na década de 1950, com a atuação de
outros arquitetos, a maioria discípulos do próprio Coury.
A década seguinte, 1950, constiuiu-se também de intenso desenvolvimento
econômico e social em Uberlândia. Após quatro décadas da elaboração do primeiro
plano urbanístico municipal, foi encomendado um novo projeto a uma equipe
belorizontina, cujo coordenador era o Sr. Otávio Roscoe, tendo como objetivo a
remodelação do espaço urbano. As propostas abrangiam questões de tráfego,
urbanização, zoneamento e arborização, entretanto, não foram previstas iniciativas
relativas ao parcelamento do solo e à produção de novas moradias. A ausência dessa
preocupação trouxe problemas para Uberlândia que sofreu um grande aumento
populacional nos anos subseqüentes.
A construção de Brasília marcou a cidade de Uberlândia nas décadas de 1950 e
60. Ao transferir a capital para o Planalto Central, Juscelino Kubistchek direcionou o
crescimento e a expansão do país para o oeste. Se os focos de desenvolvimento do país
estavam concentrados nas cidades do Rio de Janeiro, Belo Horizonte e São Paulo, o
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caminho mais acessível de qualquer desses lugares para Brasília teria que,
necessariamente, passar por Uberlândia. Assim a vocação comerciante da antiga
Uberabinha observada por Bosi é ainda mais intensificada e a cidade torna-se realmente
um entreposto entre o velho pólo produtor e o novo mercado consumidor. Além disso, a
produção agropecuária do município também cresce para atender a população crescente
do Planalto e com esse aumento, chega a industrialização para somar-se mais ao
processo desenvolvimentista.
As décadas de 1970 e 1980 foram um reflexo desse desenvolvimento dos anos
60. A cidade cresceu em oportunidades e, em conseqüência, sua população triplicou.
Nos anos 1980, evidenciou-se o caráter comercial da cidade, principalmente nos setores
atacadista e varejista, ambos bastante diversificados. A população aumentou,
principalmente, pela chegada de migrantes de outras regiões do país, atraída pelo
desenvolvimento e pelas oportunidades de emprego e estudo. Este crescimento pode ser
observado através do gráfico abaixo onde o número de habitantes praticamente dobrou
de 1970 a 1980 aumentando da mesma forma de 1980 a 1990. Após este período, esse
crescimento perdeu seu caráter acentuado, mas continuou apresentando taxas de
elevação.
Fig. 14 - Gráfico com o crescimento populacional de Uberlândia
Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Uberl%C3%A2ndia#cite_note-0
Atualmente, sua população é de aproximadamente 622.441 habitantes, de acordo
com dados do censo realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), em 2008, com densidade demográfica na área urbana de 151,3 hab/km² e
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,830, segundo o Atlas de
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Desenvolvimento Humano divulgado anualmente pelo Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento.
A elaboração do IDH tem como objetivo oferecer um contraponto a outro
indicador, o Produto Interno Bruto (PIB), e parte do pressuposto que para dimensionar o
avanço não se deve considerar apenas a dimensão econômica, mas também outras
características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana,
tomando como referência três sub-índices direcionados às análises educacionais, renda e
de longevidade de uma população.
O município foi administrado pelos seguintes prefeitos:
AGENTES EXECUTIVOS PERÍODO Antônio Alves dos Santos 1891 - 1892 Augusto César Ferreira e Souza 1892 - 1895 João Moreira Ribeiro 1895 - 1897 Severiano Rodrigues da Cunha 1898 - 1900 José Teixeira de Santana 1901 - 1903 Severiano Rodrigues da Cunha 1904 - 1907 Alexandre Márquez 1908 - 1911 José Severiano Rodrigues da Cunha 1912 - 1922 Eduardo Márquez 1923 - 1927 Otávio Rodrigues da Cunha 1928 - 1930 PREFEITOS NOMEADOS Lúcio Libânio 1931 - 1932 Claudemiro Alves Ferreira 1933 Vasco Giffoni 1934 – 1935 Vasco Giffoni/ Luiz Lisboa 1936 Vasco Giffoni 1937 – 1942 José A. de Vasconcelos Costa 1943 – 1945 João Paulo Vasconcelos 1946 Euclides G. de Freitas 1946 – 1947 Benjamim M. de Oliveira 1947 Luiz Rocha e Silva 1947 Cleanto Vieira Gonçalves 1947 PREFEITOS ELEITOS José Fonseca e Silva 1948 – 1950 Tubal Vilela da Silva 1951 – 1954 Afrânio Rodrigues da Cunha 1955 – 1958 Geraldo Mota Batista 1959 – 1962 Raul Pereira de Rezende 1963 – 1966 Renato de Freitas 1967 – 1970 Virgílio Galassi 1971 - 1972 Renato de Freitas 1973 – 1976
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Virgilio Galassi 1977 – 1982 Zaire Rezende 1983 – 1988 Virgilio Galassi 1989 – 1992 Paulo Ferolla da Silva 1993 – 1996 Virgilio Galassi 1997 – 2000 Zaire Rezende 2001 - 2004 Odelmo Leão Carneiro Sobrinho 2005 - 2008
CLIMA
O clima predominante é o tropical com primaveras e verões chuvosos e outonos
e invernos secos. Entre os meses de dezembro e fevereiro apresenta um índice
pluviométrico médio entre 1500 e 1600 mm. A temperatura média anual fica em torno
de 23ºC. Nos meses de outubro a março apresenta temperatura média em torno de 26,4º
C e nos meses de junho e julho, temperatura média de 14,2º C.
RELEVO E VEGETAÇÃO
O relevo resulta de uma estrutura geológica de planaltos e chapadas, estando
inserida na sub-unidade do Planalto Setentrional da Bacia do Paraná. Seu relevo é
caracterizado por uma estrutura tabular, levemente ondulado com altitudes inferiores a
900m. Na porção sul, as altitudes variam de 700 a 900m e apresentam um relevo
levemente ondulado sobre formações sedimentares, características típica de chapada.
Nesta área a vegetação predominante é o cerrado, entrecortado por veredas com solos
pouco férteis devido à acidez apresentada pelo mesmo.
A oeste do município, a altitude varia de 700 a 800m com solos rasos do tipo
Podzólico vermelho-amarelo e pouco férteis. Nesta região a vegetação predominante é a
mata subcaducifólia. Na área urbana o relevo se apresenta de forma mais ondulada com
altitudes que variam de 800 a 900m. Apresentam várias cachoeiras e corredeiras devido
a presença de rios e córregos e solos férteis. A área norte, próxima ao Rio Araguari,
apresenta relevo fortemente ondulado com altitudes de 500 a 700m e solos muito
férteis. Em todas as suas porções a vegetação predominante é o cerrado composta pelos
seguintes tipos fisionômicos: Vereda, Campo Limpo, Campo Sujo ou Cerradinho,
Cerradão, Mata da Várzea, Mata Galeria ou Ciliar e Mesofítica, distribuídos de acordo
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com o tipo de solo e a proximidade do lençol freático. Quanto aos aspectos
hidrográficos, pertence à bacia do rio Paranaíba e tem como principais rios o
Uberabinha e o Dourado, além de estar às margens da represa de Itumbiara.
ECONOMIA
A economia é baseada na agroindústria que formaram na região um importante
centro industrial, além de desenvolvido setor de serviços. Estão sediados na cidade,
grandes atacadistas de atuação nacional e internacional, e indústrias em diversos setores
de atuação, devido principalmente à sua localização geográfica na região central do
Brasil. A arrecadação municipal se dá em primeiro lugar com o setor de serviços,
seguidos pela indústria e pelo setor agropecuário.
Os principais gêneros cultivados no município são soja, milho e laranja.
Também há plantação de algodão, arroz, banana, cana-de-açúcar, café, feijão,
mandioca, tomate e coco da Bahia. Quanto à pecuária, os maiores números giram em
torno da criação de galináceos, suínos, bovinos e eqüinos. A partir de 2006, com lei n°
9.181 de 12/04/2006, a prefeitura criou um projeto de apoio à agricultura familiar,
oferecendo maquinários para as pequenas propriedades. Associado a isso, ela
estabeleceu um plano de produção sustentável que apóia as pesquisas na área para um
melhor aproveitamento do solo, minimizando os desgastes da natureza.
SERVIÇOS
O município é atendido pela concessionária de telefonia CTBC, possui 13
emissoras de rádio e 4 jornais. A energia elétrica é fornecida pela CEMIG, e os serviços
relativos à água e esgoto são de responsabilidade da Prefeitura Municipal. Uberlândia
possui um Distrito Industrial operante, administrado pela Companhia de
Desenvolvimento de Minas Gerais (CODEMIG). A rede hoteleira conta com 61
estabelecimentos. Há 11 hospitais. Entre os atrativos naturais estão as Cachoeiras da
Sucupira, o Reservatório da Usina de Miranda e os Parques, do Sabiá e Siquerolli. Há
um estádio de futebol - João Havelange, um Museu Municipal, uma Casa de Cultura e
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várias Igrejas, entre elas, a do Espírito Santo do Cerrado, projetada pela arquiteta Lina
Bo Bardi.
Na área da saúde, a prefeitura dividiu o município em cinco setores, com um
total de 82 unidades municipais de atendimento a saúde sendo 6 na zona rural e 76 na
zona urbana. Conta ainda com as Unidades de Atendimento Integrado (UAI) são
unidades mistas, com atendimento ambulatorial na atenção básica e pronto atendimento
funcionando 24 horas por dia todos os dias da semana. O atendimento ambulatorial
acontece das 7h às 22h, com a instalação do Horário do Trabalhador. O atendimento de
emergência de Odontologia, também funciona das 7h às 22h de segunda a sexta São
sete unidades em Uberlândia.
Mês do Nascimento Masc Fem Total Janeiro 344 323 667 Fevereiro 303 284 587 Março 365 375 740 Abril 353 352 705 Maio 374 334 708 Junho 330 320 650 Julho 298 323 621 Agosto 339 308 648 Setembro 339 343 682 Out 330 339 669 Nov 293 294 587 Dez 319 322 641
Total 3.987 3.917 7.905 Índice de nascidos vivos por mês em Uberlândia. Fonte: SINASC - GIDS
O município conta com a Equipe de Saúde da Família (ESF) tem como principal
objetivo oferecer às famílias serviços de saúde preventiva e curativa em suas próprias
comunidades o que resulta melhora da qualidade de vida dos Uberlandenses. São 38
equipes, distribuídas em 36 Unidades de Saúde, sendo uma equipe de Zona Rural, onde
são oferecidos atendimentos básicos de saúde, por equipe composta por Médico
Generalista, Enfermeiro, Auxiliar de Enfermagem e Agente Comunitário de Saúde,
totalizando 418 profissionais.
Essas Unidades estão instaladas nos seguintes bairros: Aclimação, Alvorada,
Aurora, Canaã, Dom Almir, Granada, Ipanema, Jardim das Palmeiras, Joana D’arc,
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Lagoinha, Laranjeiras, Mansour, Morada Nova, Morumbi, Santa Luzia, São Gabriel,
São Jorge, São Lucas, Seringueiras, Shopping Park, Taiaman e nos Distritos Tapuirama,
Cruzeiro dos Peixotos, Martinésia e Miraporanga. Atende 42.707 famílias, totalizando
153.151 pessoas. No ano de 2006 foram realizadas, 131.069 consultas médicas e
412.055 visitas domiciliares. Já existe o atendimento de fisioterapia em 5 unidades de
ESF (Plano de Governo – Fisioterapia no ESF).
Unidades de Saúde Número UAI Luizote 112.670 UAI Morumbi 8.241 UAI Pampulha 80.657 UAI Planalto 83.266 UAI Roosevelt 84.093 UAI Tibery 103.930 UBS Brasil 43.226 UBS Custódio Pereira 31.244 UBS Dona Zulmira 24.584 UBS Guarani 30.418 UBS Martins 90.091 UBS Nossa Senhora das Graças 32.289 UBS Patrimônio 28.464 UBS Santa Rosa 32.842 UBS Tocantins 37.021
Total 823.036 Número de pacientes atendidos nos Ambulatórios das Unidades de Saúde da SMS no ano de 2006 .
FONTE:Sistema de Saúde/Sistema de Informações Ambulatoriais – SIA, Org. CANDELORO,
A Secretaria de Saúde disponibiliza os seguintes programas:
Saúde da Criança e Adolescente, Humanização ao Pré-natal e Nascimento, Programa
Saúde da Criança e Adolescentes , Programa Saúde da Mulher , Programa de Saúde
Bucal , Programa de Hipertensão e Diabetes , Programa de Assistência Farmacêutica ,
Programa de Fonoaudiologia , Programa Saúde do Idoso , Programa Ações de
Enfermagem , Programa Oftalmologia Social , Programa Saúde Escolar , Programa de
Ação Social, Programa de Hanseníase , Programa de Tuberculose , Programa de
Nutrição , Programa de Saúde Mental , Programa de Atendimento aos Portadores de
Lesões Lábios Palatais , Ambulatório Municipal MI Herbert de Souza – DST/AIDS ,
Centro de Reabilitação Municipal , Centro de Controle de Zoonoses , Laboratório de
Endemias e Entomologia , Programa de Controle de Roedores , Laboratório de Animais
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Peçonhentos e Quirópteros , Vigilância Sanitária , Centro de Referência em Saúde do
Trabalhador – CEREST e o Programa de Oxigenoterapia.
Unidades de Saúde � Número �
UAI Luizote � 144.093 �UAI Martins � 54.735 �UAI Morumbi � 115.492 �UAI Pampulha � 161.603 �UAI Planalto � 175.247 �UAI Roosevelt � 170.788 �UAI Tibery � 133.264 �
Total � 955.222 �Número de pacientes atendidos nos Pronto Atendimento das Unidades de Saúde da SMS no ano de 2006 FONTE:Sistema de Saúde/Sistema de Informações Ambulatoriais – SIA, Org. CANDELORO,
Marcelo
EDUCAÇÃO
Segundo Costa, a educação em Uberlândia tem início na casa de Felisberto
Alves Carrejo. Ele era professor e abriu uma pequena escola em sua fazenda, onde
ministrava aulas de alfabetização. No século XIX, tem-se registros da presença de
professores como Antônio Maximiano Ferreira Pinto e sua mulher, D. Honorata
Cândida de Paiva Pinto, professores em uma escola criada em 1860, porém, apenas
1863 é que se tem o registro oficial da instalação da 1ª escola pública distrital de São
Pedro de Uberabinha.
Em nove de abril de 1892, a Câmara aprovou o "imposto da taxa escolar". No
dia doze, apresentou o projeto de lei da instrução pública de Uberabinha, que foi
acrescido de muitas emendas e aprovado em 22 do mesmo mês. Em junho, a Câmara
estabeleceu o regulamento escolar e dispôs sobre as aulas noturnas.
"Dessa forma, as lideranças da cidade montam, em pouco mais de dois meses, uma proposta de educação popular, que contemplava a gratuidade e a obrigatoriedade do ensino, estabelecia fonte para os recursos despendidos, mecanismos de inspeção, controle censório do material utilizado no ensino, atuação de professores e alunos, indicava as disciplinas curriculares, as condições para a construção e funcionamento das escolas, a difusão dos princípios e símbolos republicanos, etc. A legislação básica da educação, organizando a instrução pública, que o governo federal não conseguiu ou não quis fazer, e que o governo mineiro só completaria no ano seguinte, a edilidade uberabinhense produziu em pouco mais de dois meses. No
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entanto, assim como no plano federal, o município não obteve os resultados que esperava na educação, promovendo diversas reformulação durante a primeira república, que deverão ser objeto de novos estudos." GONÇALVES NETO ( )
Assim, nas primeiras décadas do século XX, a educação fez parte do processo de
desenvolvimento e progresso da cidade. Fundada em bases positivistas, a criação de
escolas representava a possibilidade de levar a cidade ao crescimento. E em 1897 é
inaugurada a 1ª escola secundária de Uberabinha - “O Colégio Uberabinhense”.
Segundo CAPRI (1918), em Uberabinha funcionava a “Instrucção Pública”, ou
seja, existia na cidade uma “rede” de ensino regular formada por um grupo escolar e
quatro escolas municipais, duas estaduais - o Colégio Estadual de Uberlândia fundado
em 1910, e o Colégio Uberabinhense (1897) além do Gymnasio Uberabinha (1917).
O grupo escolar Julio Bueno Brandão foi o mais importante do período sendo
referência em educação. Foi construído pelo Estado em 1915 e possuía oito disciplinas.
Funcionava nos turnos das 7 às 11h e das 12 às 16h, sendo o turno da manhã reservado
aos alunos do sexo masculino e a tarde aos do sexo feminino. A escola contava na época
com 787 crianças matriculadas nos dois turnos.
Fig.15 – Grupo Escolar Julio Bueno Brandão, 1916.
Fonte: CAPRI, Roberto. Paraguassú Minas. 1918 O grupo escolar ainda mantinha a “Caixa Escolar” (CAPRI, 1918) que prestava
assistência aos estudantes pobres fornecendo a eles livros, materiais escolares, vestuário
e calçados para freqüentarem as aulas. A “Caixa Escolar” era administrada por um
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grupo de professores e uma comissão auxiliadora composta por senhoras que tinha
como missão angariar fundos com a comunidade para os serviços de assistência da
caixa.
A medida em que crescia a demanda, cresciam também os investimentos em
educação. Em 1925 o município tinha nove escolas: Escolas Municipais Paraíso, Burity,
Marimbondo, Tenda, Pereiras, Sucupira, Machados, Quilombos e Noturno. Em 1926, o
Jornal A Tribuna afirmou que Uberabinha era a cidade do Triângulo Mineiro que mais
matriculava crianças em escolas.
A partir da iniciativa de professores, foram criadas escolas particulares como os
Colégios Amor às Letras, Nossa Senhora da Conceição, São José, Bandeira e Santa Rita
de Cássia, a Escola Ruy Barbosa, o Externato Spenser e o Ginásio de Uberabinha, além
da Escola Normal e do Instituto Comercial. Nas décadas subseqüentes, o município
aumentou o número de escolas da área rural e tentou erradicar o analfabetismo na
cidade. Assim como em outras cidades do país, a educação entrou em declínio, apesar
do aumento do número de escolas e alunos matriculados.
Diante dos problemas com a educação, da evasão escolar e do olhar voltado ao
vestibular, a prefeitura de Uberlândia criou muitos projetos para integrar melhor o
aluno, a comunidade, a escola e o aprendizado. Assim, a rede de ensino estabelecida no
município com o ensino infantil, fundamental e médio, escolas profissionalizantes e o
ensino superior com a inauguração da Universidade Federal de Uberlândia e das
Faculdades Integradas do Triângulo foi e é auxiliada pelos programas e projetos criados
e aplicados pela prefeitura.
Eles são programas disponibilizados pela Prefeitura Municipal de Uberlândia,
por meio da Secretaria de Educação: Anjos da Escola, iniciado em 2007 para diminuir a
criminalidade nas escolas, Digitando o Futuro, visando à inclusão social a partir da
inclusão digital, Educação de Jovens e Adultos, cujo início foi em 2006 e objetiva a
aprendizagem e a aceleração dos estudos de adultos que abandonaram a escola, e, por
fim, a Escola Bem Arrumada, que oferece recursos para a manutenção e reformas das
escolas.
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Os projetos realizados pela prefeitura na educação da cidade são: Jornal Digital,
iniciado em 2007, incentiva os alunos a escreverem matérias sobre a escola na internet,
criando uma nova visão da notícia que é escrita pelos cidadãos, Atenção Integral à
Criança e ao Adolescente, que desde 2005 propõe oficinas para apoiar os alunos da rede
municipal que têm dificuldades de aprendizado ou socialização e, por fim, Crônicas
Animadas, implantado em 2006, ajuda alunos de 5ª a 8ª a escreverem suas próprias
crônicas e animá-las com o uso de mídias e da internet.
Atualmente, Uberlândia possui 03 escolas federais, 67 escolas estaduais, 88
escolas particulares e 58 escolas municipais de educação infantil, 10 escolas municipais
de alfabetização, 37 escolas municipais de ensino fundamental na área urbana e 13
escolas municipais de ensino fundamental na zona rural. Conta com um Campus de
educação especial e um Centro de Estudos e projetos educacionais.
TURISMO E LAZER
Uberlândia mantém um rico calendário de eventos permanentes durante o ano
inteiro e cultiva tradições como a Folia de Reis, o Congado e as tradicionais festas
católicos em honras ao santos. O carnaval da cidade é também incentivado pela
prefeitura que auxilia as escolas e blocos. A Secretaria de Cultura de Uberlândia
desenvolve muitos programas de incentivo à manifestação cultural do uberlandense tais
como a Cultura na Comunidade, composto pelos projetos: Projeto Manutenção de
Galerias de Arte, Projeto Arte Móvel, Projeto Paredes & Arte Concurso Calendário,
Projeto CineClube Cultura, Projeto Cinema Para Todos, Projeto Boca de Cena, Projeto
Dia Internacional de Teatro e Nacional do Circo, XIX Festival de Dança do Triângulo -
Mostra não competitiva, Projeto Dança e Movimento, Projeto Dia Internacional da
Dança, Projeto Dança na Oficina, Projeto Palco Móvel, Projeto Visitas Orientadas,
Projeto Auto de Natal, Projeto Encontro das Folias de Reis de Uberlândia,
Tombamentos, Cartilha "Patrimônio Cultural - Que bicho é esse?, Cd rom "Cultura,
Patrimônio e Memória", Curso de Capacitação de Multiplicadores, Palestras sobre o
Patrimônio Cultural Cartilha - Educação Ambiental e as Práticas Religiosas de Matriz
Africana, Projeto "Olhares sobre o Patrimônio", Projeto Fábrica Lúdica, Projeto De
Mala e Cuia, Projeto Madeira, Projeto Ciclo de Palestras, Exposição "Patrimônio
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Arquitetônico - Marcos Referenciais de Nossa História", Projeto Exposição Itinerante -
"Uberlândia, Cidade & Cultura".
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A história do prédio que abriga a biblioteca Juscelino Kubitschek está
diretamente ligada ao surgimento e desenvolvimento do Povoado de São Pedro de
Uberabinha, atual Uberlândia. A primeira construção erigida no local foi a primeira
capela do povoado em louvor a Nossa Senhora do Carmo, marco da localização do
Arraial de Nossa Senhora e São Sebastião da Barra.
Fig.16 – Desenho ilustrativo da primeira igreja de Nossa Senhora do Carmo
Fonte: CAPRI, Roberto. Paraguassú Minas. 1918 A capela foi inaugurada em 1853 com a celebração da 1ª missa e teve seu
entorno reservado para abrigar o primeiro cemitério da cidade. Cinco anos mais tarde,
foi elevada à matriz. E, com a construção da nova igreja a antiga da capela tornou-se
sacristia.
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Fig. 17 - Praça da Matriz com Igreja Matriz de Nossa Senhora do Carmo Fonte: Arquivo Público Municipal de Uberlândia
Em suas proximidades, surgiram as primeiras casas do arraial de Nossa Senhora
do Carmo e São Sebastião da Barra de São Pedro do Uberabinha, mais conhecida por
São Pedro do Uberabinha que, em 1929, recebeu a denominação de Uberlândia,
sugerida por João de Deus Faria.
Em 1943, diante do ímpeto de progresso e desenvolvimento do município, a
prefeitura de Uberlândia, na gestão do Prefeito Vasconcelos Costa, demoliu a antiga
igreja de Nossa Senhora do Carmo, com a permissão da Cúria, para dar lugar à
rodoviária municipal. Imediatamente, no local teve início a construção da Rodoviária,
autorizada pelo decreto lei 106 de 01 de setembro de 1944 e, foi inaugurada em 1946.
Em 15 de julho de 1948, a lei 22 autoriza a locação de cômodos no prédio da
estação rodoviária. A partir de então, salas do prédio abrigaram o Clube de Radio
Amadores de Uberlândia (1972 - 1977), Centro de Saúde, Ministério da Agricultura,
Serviço de obras da Prefeitura e à Biblioteca nos anos 60.
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Fig. 18 - Estação Rodoviária construída na década de 1940.
Fonte: Arquivo Público Municipal de Uberlândia
A Estação Rodoviária, funcionou neste prédio até o ano de 1976, quando foi
transferida para a edificação construída para abriga-la no bairro Martins sob a
denominação de Estação Rodoviária Presidente Castelo Branco. O antigo prédio
localizado na Praça Cícero Macêdo foi destinado à Biblioteca Pública Municipal.
Criada em 24 de outubro de 1940, a biblioteca municipal funcionou em outros
prédios antes de se instalar definitivamente na Praça Cícero Macedo. Em 1943, a
biblioteca passou a funcionar temporariamente no prédio da Prefeitura Municipal. Neste
mesmo ano a biblioteca que estava sob a responsabilidade do Serviço de Educação e
Saúde, ficou fechada durante alguns meses devido à reconstrução do prédio da
prefeitura. Não se sabe precisar a data nem o ano mas, a biblioteca mudou novamente o
lugar de seu funcionamento tendo sido o seu acervo emprestado pelo prefeito
Vasconcelos da Costa (1943-1946) ao Clube Uberlândia, situado na Rua Afonso Pena
esquina com a Rua Olegário Maciel.
Durante a administração de Tubal Vilela, o acervo que se encontrava emprestado
ao Clube Uberlândia voltou a ser de responsabilidade do Poder Público. A Biblioteca
foi reestruturada. Móveis e novas aquisições de livros foram realizadas através de
compras e doações e, provisoriamente a biblioteca foi instalada no segundo andar do
Edifício Faria, localizado na Praça Antônio Carlos, atual Clarimundo Carneiro. Nesta
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época, a biblioteca era administrada por Zélia P. Cabral e, anexa à Biblioteca Municipal
foi criada a Biblioteca Pública Infantil.
Em 1965, a biblioteca muda novamente de lugar, passando a ocupar uma sala no
primeiro pavimento da Estação Rodoviária e, devido ao pouco espaço destinado a
abriga-la, o mobiliário pertencente à Biblioteca Infantil foi doado a uma escola da Rede
Estadual. No ano seguinte a Biblioteca foi transferida novamente. Desta vez para o
pavimento térreo da Câmara Municipal. Na mudança, vários livros sofreram avarias,
tendo passado por intervenções de restauro para devolver a integridade física dos
mesmos.
No ano de 1969, novamente a Biblioteca passa por uma reorganização e, graças
a esta reorganização, em 1972 a Biblioteca ganhou as funcionárias Maria Zulina e Jacy
de Oliveira são enviadas ao Rio de Janeiro onde participaram de um curso de Auxiliar
de Biblioteca e Administração de Bibliotecas. Com o retorno de Maria Zulina e Jacy, a
Biblioteca foi reestruturada técnica e administrativamente. No mesmo ano foi realizada
uma campanha de doação de livros que contou com a participação de vários estudantes
e do Exército. Tamanho foi o sucesso da campanha que parte do acervo foi doado as
escolas da cidade.
Com a transferência da Rodoviária para o bairro Martins, o prédio foi reformado
para abrigar definitivamente a Biblioteca. Em 28 de agosto de 1976, o acervo e
mobiliário foram transferidos para o novo prédio e, no dia 31 do mesmo mês, dia do
aniversário de Uberlândia a Biblioteca foi entregue à comunidade com o nome
Biblioteca Pública Municipal Juscelino Kubitschek de Oliveira em homenagem ao ex-
presidente morto no dia 22 de agosto do mesmo ano. Porém a área destinada à
Biblioteca era apenas o andar térreo. O pavimento superior era ocupado pelo Ministério
da Agricultura, o Serviço de Rádio-Telegrafia do Estado de Minas e o Serviço de
Assistência ao Servidor Municipal de Uberlândia (SASMU).
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Fig. 19 – Prédio da Biblioteca Pública municipal 2004.
Fonte: Glaucio H. Chaves
Na década de 1980, com a criação da Secretaria de Cultura, a Biblioteca passa s
ser subordinada à Divisão de cultura desta Secretaria. Sob a coordenação da
bibliotecária Terezinha Elizabeth da Silva, foi elaborado um projeto de reorganização da
Biblioteca desde as condições físicas do prédio, organização administrativa e do acervo
até os recursos humanos e estruturais.
Em 1984, o prédio da biblioteca ficou temporariamente fechado ao público, para
a realização de uma reforma para troca de pisos, teto, sanitários e ampliação da área
reservada ao departamento infanto-juvenil. Durante a realização desta reforma o acervo
da Biblioteca ficou alojado na Casa de Cultura.
Finalizada a reforma, o prédio da biblioteca reabre instituindo uma nova política
de atendimento aos usuários e a implantação de serviços como Departamento Infantil,
Hemeroteca, Extensão Cultural, Carro-Biblioteca, Caixa-Estante e a Sala Uberlândia,
com a finalidade de melhor atender às necessidades da comunidade.
O Departamento Infanto-Juvenil foi inaugurado em 21 de outubro de 1984, com
várias atividades coordenadas por Maria José de Oliveira Torres, que incluía uma visita
ao prédio da Biblioteca, apresentação de espetáculos teatrais, projeção de desenho
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animado, narração de livros entre outras atividades. Este departamento apresentava uma
intensa programação e vários projetos com a finalidade de proporcionar um atendimento
diversificado ao leitor. Também nesta época foi criada a Gibiteca como mais um
instrumento para incentivar o hábito da leitura neste público.
Em 1986, com a saída das SASMU e posteriormente do Ministério da
Agricultura a Biblioteca passa a ocupar 2/3 do pavimento superior, o que proporcionou
a abertura de 6 salas destinadas ao estudo de grupo e individual.
No ano seguinte é colocado em funcionamento o projeto Carro-Biblioteca com a
finalidade de descentralizar os serviços que a biblioteca oferecia ao público, e ao mesmo
tempo fazer com que a biblioteca estivesse mais próxima da comunidade,
principalmente daqueles que habitam em bairros periféricos, proporcionando a estes o
acesso aos serviços bibliotecários e a atividades de extensão cultural. Outro projeto que
tinha os mesmo propósitos e que foi instalado na seqüência foi a Caixa-Estante
A década de 1990 foi marcada por acontecimentos de grande importância para a
história da biblioteca. A biblioteca que estava completando os 50 anos de sua criação
promoveu uma série de atividades como exposições, concursos, gincana cultural entre
outros, além de cursos destinados aos funcionários com o objetivo de proporcionar um
melhor atendimento aos usuários.
No ano de 1994, o prédio da biblioteca passou por nova reforma. Como a
previsão das obras era de seis meses, seu acervo foi transferido para o prédio onde
funcionava a Secretaria Municipal de Obras, na Praça Clarimundo Carneiro. E lá, a 14
de março do mesmo ano reabriu para atendimento ao público, porém, enfrentando uma
série de problemas devido à falta de estrutura que o prédio oferecia.
O local não era ideal para o funcionamento de uma biblioteca, visto que trouxe algumas dificuldades: barulho e fuligem dos ônibus e carros; espaço menor; falta de iluminação; ventilação insuficiente e redução da quantidade de mesas e cadeiras para instalar os usuários. PEREIRA (2000)
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Com a reforma, o prédio da antiga estação Rodoviária recebeu um novo telhado,
novas redes elétricas e hidráulicas, novo piso e redistribuição das seções internas e a
criação de novos espaços.
Finalizadas as obras, em 11 de maio de 1995, a biblioteca retorna a ocupar o
antigo prédio da Rodoviária que apresentava uma nova estrutura que alterou inclusive a
entrada da Biblioteca da Rua XV de Novembro para a Rua Felisberto Alves Carrejo.
Também foram retomados os serviços de Brinquedoteca e Carro-Biblioteca, tendo sido
este último ampliado com o ônibus-biblioteca.
Em outubro do mesmo ano, foi criada a Sala Braille, um espaço destinado a
atender a jovens e adultos com baixa visão ou ausência total da visão. Neste mesmo ano
foi trabalhar na Biblioteca Virgínia Machado Sanchez, que é responsável por este setor
até os dias atuais. A Biblioteca Braille foi idealizada por Berenice Creuza Resende,
inspirada em uma biblioteca com esta finalidade que existia em Curitiba, sua terra natal.
A biblioteca Braille, que em 1996, passou a ser denominada “Sala Braile
Inhazinha Vilela” em homenagem a uma senhora deficiente visual que morava na
cidade e trabalhava com crianças, atende sistematicamente 35 a 40 pessoas e conta com
uma equipe de voluntários de aproximadamente 130 pessoas da comunidade,
oferecendo além dos empréstimos de publicações em braile, gravações e leituras cursos
e atividades diversas com o objetivo de re-inserir os seus usuários na sociedade de
forma atuante e participativa. Seu acervo é composto por mais de 1000 publicações
adquiridas pela biblioteca ou doados por instituições parceiras.
Em 11 de maio de 1999, Denise Carvalho, que já trabalhava como bibliotecária
na Instituição assumiu a coordenação da biblioteca, permanecendo no cargo por pouco
tempo devido à gravidez, e retornando ao mesmo em 2005 onde permanece até os dias
atuais. Durante este tempo em que está à frente da coordenação da biblioteca, algumas
atividades que estavam desativadas foram novamente re-implantadas e houve a criação
de novos espaços e serviços como o Tele-centro, um espaço com 21 computadores
destinado ao estudo à distância, que conta atualmente com aproximadamente 40 cursos
on line gratuitos, acessos à internet gratuitamente para toda a comunidade.
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Também foram realizadas reformas ampliando os passeios do prédio com a
construção de rampas de acesso a cadeirantes e baias para estacionar o ônibus-biblioteca
e parada de ônibus especialmente para atender ao público com necessidades especiais
que freqüenta a biblioteca.
Dentro dos projetos desenvolvidos por Denise Carvalho está o projeto mini-
bibliotecas. Neste as doações recebidas pela biblioteca passam por uma triagem e são
separadas de acordo com o interesse da Instituição que irá receber os livros. Quando o
acervo atinge um valor mínimo de 500 livros eles são doados a uma instituição para que
seja montada uma biblioteca. Com este projeto já foram criadas 13 bibliotecas em
presídios, igrejas e ONG´s.
O prédio da biblioteca atualmente se configura como um importante centro de
referência para a comunidade local, dos distritos e municípios vizinhos, atendendo a um
grande número de usuários que busca não só o acesso aos livros, mas, também às
atividades e cursos promovidos neste espaço.
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