Pesquisa de Emprego
Bancário em Goiás
Goiânia, agosto de 2012.
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Geração de empregos no setor bancário diminuiu 6,0%
em relação ao mesmo período do ano anterior
A redução na geração de empregos formais no início de 2012 constatada pelos dados
do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do
Trabalho e Emprego manifestou-se também no setor bancário. O primeiro semestre
deste ano teve fraco desempenho na geração de empregos do setor bancário, quando
comparado com o mesmo período de 2011, cujo total de postos de trabalho gerados
no setor diminuiu 6,0%. Apenas 345 postos foram abertos no período, contra 367 de
janeiro a junho do ano passado.
Média mensal ficou em 58 postos
Com a geração de 345 postos entre
janeiro e junho de 2012, o desempenho
do emprego bancário em Goiás
mostrou forte alteração na trajetória
que o caracterizou desde o início de
2010. Se entre janeiro de 2010 e
dezembro de 2011 foram abertas, em
média, por mês, 62 vagas no setor, nos
seis primeiros meses deste ano, esta
média reduziu-se para 58 postos. O
Gráfico 1 permite ver a evolução do
comportamento do emprego bancário
entre janeiro de 2009 e junho deste
ano.
Os postos criados este ano foram
resultado da contratação de novos
bancários pela Caixa Econômica
Federal, que abriu 391 novos postos.
Sem essa participação, o saldo do
emprego bancário no período teria sido
negativo.
Um dos aspectos que vinha marcando
a movimentação do emprego bancário
era o desligamento a pedido, que
chegou a representar 48,8% das
demissões no primeiro semestre de
2011. No mesmo período deste ano, a
participação desta forma de
desligamento foi de 33,0%. Por outro
lado, a demissão sem justa causa
representou 58,0% dos desligamentos
do período.
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GRÁFICO 1 Saldo mensal do emprego bancário
Goiás – janeiro de 2009 a junho de 2012
-50
0
50
100
150
200
jan
/09
fev/0
9
ma
r/0
9
ab
r/0
9
ma
i/0
9
jun
/09
jul/0
9
ag
o/0
9
se
t/0
9
ou
t/0
9
no
v/0
9
de
z/0
9
jan
/10
fev/1
0
ma
r/1
0
ab
r/1
0
ma
i/1
0
jun
/10
jul/1
0
ag
o/1
0
se
t/1
0
ou
t/1
0
no
v/1
0
de
z/1
0
jan
/11
fev/1
1
ma
r/1
1
ab
r/1
1
ma
i/1
1
jun
/11
jul/1
1
ag
o/1
1
se
t/1
1
ou
t/1
1
no
v/1
1
de
z/1
1
jan
/12
fev/1
2
ma
r/1
2
ab
r/1
2
ma
i/1
2
jun
/12
Fonte: MTE/CAGED Elaboração: DIEESE – GO
Perfil dos admitidos e desligados
Os dados do CAGED (Tabela 1)
mostram que os homens são maioria,
tanto entre os admitidos, quanto entre
os desligados. Porém, o saldo no total
de trabalhadores empregados no
período é superior para o sexo
masculino, que corresponde a 54,8%
dos 345 postos, ou seja, 189 vagas. As
mulheres somam 156, ou 45,2%.
TABELA 1 Admitidos, desligados e remuneração média por sexo
Goiás - janeiro a junho de 2012
N° de
trabalhadores
Part.
(%)
Rem. Média
(em R$)
N° de
trabalhadores
Part.
(%)
Rem. Média
(em R$)Saldo
Part.
(%)
Dif. de Rem.
Média (em R$)
Masculino 430 54,8 2.006,10 241 54,8 3.351,87 189 54,8 -40,1%
Feminino 355 45,2 1.939,56 199 45,2 2.872,19 156 45,2 -32,5%
Total 785 100,0 1.976,01 440 100,0 3.134,92 345 100,0 -37,0%
Admitidos Desligados
Sexo
Fonte: MTE/CAGED Elaboração: DIEESE – GO
As faixas etárias com saldo positivo de
emprego são as que reúnem
trabalhadores com até 39 anos, com
destaque para as faixas com idade
entre 18 e 24 anos, para a qual o
resultado foi positivo em 215 postos.
Para trabalhadores a partir de 40 anos,
o saldo de empregos torna-se negativo
em -55 vagas. (Gráfico 2a).
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GRÁFICO 2a Admitidos, desligados e saldos por faixa etária
Goiás – janeiro a junho de 2012
3
303
237
177
44
21
0
88
113119
63 57
3
215
124
58
-19-36
Até 17 anos 18 a 24 anos 25 a 29 anos 30 a 39 anos 40 a 49 anos 50 a 64 anos
Admitidos Desligados Saldo
Fonte: MTE/CAGED Elaboração: DIEESE – GO
Quando o corte leva em consideração
a escolaridade, os maiores saldos de
emprego referem-se aos trabalhadores
com Ensino Médio Completo. Os
trabalhadores com Ensino Superior
Completo foram os que fecharam o
primeiro semestre do ano com o saldo
mais negativo (-76 postos), conforme o
gráfico 2b.
O elevado saldo positivo observado
para escolaridade Ensino Médio
Completo é, provavelmente, reflexo da
concentração da geração de empregos
na Caixa Econômica Federal.
GRÁFICO 2b Admitidos, desligados e saldo por grau de escolaridade
Goiás - Janeiro a Junho de 2012
1 2 11
481
120
170
2 3 11
57
121
246
-1 -1
0
424
-1 -766ª a 9ª Fundamental
Fundamental Completo
Médio Incompleto Médio Completo Superior Incompleto
Superior Completo
Admitidos Desligados Saldo
Fonte: MTE/CAGED Elaboração: DIEESE – GO
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Características de admitidos e desligados
Do ponto de vista do tempo de emprego
entre os bancários desligados no
primeiro semestre deste ano, a maior
parte deles – 24,3% - estava no
emprego há menos de dois anos (23,9
meses). O grupo com o segundo maior
número de trabalhadores desligados no
semestre, é o de bancários com 10
anos ou mais (120,0 meses ou mais) de
tempo no emprego. Eles totalizaram 89
demissões (20,2%) – (Gráfico 3)
Com relação aos salários, segue alta a
disparidade entre rendimentos de
admitidos e desligados. O bancário
contratado no primeiro semestre deste
ano recebeu, em média, salário 58,6%
inferior que o dos trabalhadores
desligados.
A contratação de novos empregados foi
mais expressiva que a demissão entre
bancários que ganham entre 2,01
e 3,0 salários mínimos. Nessa faixa,
foram contratados 679 trabalhadores e
desligados 78. Para as faixas que
recebem mais de 3 salários mínimos, as
demissões superaram as contratações
(Gráfico 4).
GRÁFICO 3 Desligados por faixa de tempo no
emprego - Goiás – janeiro a junho de 2012
Fonte: MTE/CAGED Elaboração: DIEESE – GO
Até 11,9 meses
17,5%
De 12,0 a 59,9 meses
50,9%
De 6,0 a 119,0 meses
11,1%
120,0 meses ou mais
20,2%
Não classificado
0,2%
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GRÁFICO 4
Movimentação por faixa de remuneração Goiás – janeiro a junho de 2012
22 1
679
29 20 3 9 16 4 217 2
78114
72 8146
17 11 25
-1
601
-85 -52 -78 -37-1 -7
0
0.51 a 1.0 SM
1.01 a 1.5 SM
2.01 a 3.0 SM
3.01 a 4.0 SM
4.01 a 5.0 SM
5.01 a 7.0 SM
7.01 a 10.0 SM
10.01 a 15.0 SM
15.01 a 20.0 SM
Mais de 20.0 SM
Admitidos Desligados Saldo
Fonte: MTE/CAGED Elaboração: DIEESE – GO
A jornada de trabalho exercida
predominantemente pelos novos
bancários é de até 30 horas semanais.
Na faixa de 21 a 30 horas, foram
contratados 687 trabalhadores e
desligados outros 178 (Gráfico 5).
GRÁFICO 5
Movimentação por faixa de horas trabalhadas - Goiás - Janeiro a Junho de 2012
3
687
83
120
178
239
233
509
-156
-1116 a 20 h 21 a 30 h 31 a 40 h 41 a 44 h
Admitidos Desligados Saldo
Fonte: MTE/CAGED Elaboração: DIEESE – GO
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GRÁFICO 6 Estoque de empregos no setor bancário
Goiás – 2006 a 2011
2006 2007 2008 2009 2010 2011*
8.552 8.5698.882 9.090
9.82810.526
Vínculos em 31/12
Fonte: MTE/RAIS Elaboração: DIEESE – GO (*) Previsão do DIEESE
Evolução do emprego bancário
O setor bancário goiano, assim como o
brasileiro, vem apresentando contínuo
crescimento no estoque de
empregados (Gráfico 6). Na última
década, o fluxo do emprego formal da
categoria vem se recuperando dos
efeitos negativos do processo de
reestruturação produtiva enfrentado
pela economia brasileira, nos anos de
1990.
O emprego bancário em Goiás
apresentou:
• Em 2007 - saldos negativos no 1º
semestre e, recuperação no 2º
semestre;
• Em 2008 - forte expansão, com
saldos positivos durante todo o ano e
200,0% de variação do saldo anual;
• Em 2009 - Queda de 58,0% do saldo,
em relação ao ano anterior;
• Em 2010 e 2011 – Novamente, o
setor passa por expansão do emprego
formal (253,9%). Em 2011, a taxa
torna-se negativa, em 11,5%.
O cenário que se desenha para 2012,
no entanto, é mais crítico do ponto de
vista do crescimento do emprego.
É sabido que o crescimento do
emprego ocorreu de maneira mais
lenta em todos os setores da
economia, devido às incertezas
geradas pelo cenário externo e pela
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expectativa de pequena expansão do
Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro
em 2012. Esses fatores, entretanto,
não explicam o funcionamento do setor
bancário, que - conforme mostram os
Relatórios de Administração dos
Bancos referentes ao primeiro trimestre
de 2012 - apresenta trajetória positiva
em todos os seus indicadores,
excetuando-se os de emprego. Além
disso, mesmo ao se observar a
redução da geração de empregos em
todos os setores da economia -
incluindo setores mais sensíveis à
baixa expansão do PIB como serviços
e construção civil - nota-se que a
redução do crescimento foi de apenas
27,5% e, portanto, menos acentuada
do que no setor bancário.
9
Rua Ministro Godói, 310 CEP 05001-900 São Paulo, SP Telefone (11) 3874-5366 / fax (11) 3874-5394 E-mail: [email protected] www.dieese.org.br Presidente: Zenaide Honório Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo - SP Vice-presidente: Josinaldo José de Barros Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Materiais Elétricos de Guarulhos Arujá Mairiporã e Santa Isabel - SP Secretário: Pedro Celso Rosa
Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas de Máquinas Mecânicas de Material Elétrico de Veículos e Peças Automotivas da Grande Curitiba - PR Diretor Executivo: Alberto Soares da Silva
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Sindicato dos Eletricitários da Bahia - BA Diretor Executivo: Roberto Alves da Silva Federação dos Trabalhadores em Serviços de Asseio e Conservação Ambiental
Urbana e Áreas Verdes do Estado de São Paulo - SP Diretor Executivo: Tadeu Morais de Sousa Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Metalúrgicas Mecânicas e de Material Elétrico de São Paulo Mogi das Cruzes e Região - SP Direção técnica
Clemente Ganz Lúcio – diretor técnico Ademir Figueiredo – coordenador de estudos e desenvolvimento José Silvestre Prado de Oliveira – coordenador de relações sindicais Nelson Karam – coordenador de educação Francisco J.C. de Oliveira – coordenador de pesquisas Rosana de Freitas – coordenadora administrativa e financeira Equipe Técnica
Leila Brito - Supervisora Técnica do Escritório Regional do DIEESE em Goiás Roberta Rayane Reis - Auxiliar Técnica Apoio Técnico Rede Bancários do DIEESE
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