Felipe Tonato Embrapa Amazônia Ocidental
Princípios do planejamento forrageiro
Animal Change Regional Training Course - Livestock and Climate Change
Planejar
– decidir antecipadamente o que deve ser feito, qual estratégia ou tecnologia deverá ser utilizada, levando em consideração as particularidades da propriedade e do proprietário;
– definir uma série de ações e sua seqüência para atingir um estado desejado no futuro;
Planejamento
• Análise = levantar os recurso e entender o problema e as opções de solução;
• Avaliação de opções = estimar os efeitos da implementação das diferentes opções;
• Decisão = adotar uma das opções, com base nas avaliações prévias;
• Estabelecimento de metas = definir critérios objetivos para aferir o sucesso das intervenções sobre o sistema.
Processo no qual se realiza:
Planejamento
• Minimizar riscos;
• Otimizar recursos;
• Estabelecer diretrizes;
• Balizar as expectativas;
• Evitar o caos.
Tem o intuito de:
• Reduzir impactos;
Planejamento
• Quando se identifica um erro realizando o planejamento,
• Quando se identifica um erro por falta de planejamento…
Grande vantagem:
Planejamento forrageiro
Planejamento alimentarOrçamentação alimentar
Planejamento forrageiroOrçamentação forrageira
O Planejamento forrageiro é apenas uma das etapas de um planejamento maior para o estabelecimento de um plano alimentar em um sistema produtivo.
Orçamento forrageiro
• Orçamentação: – Operação contábil na qual se projeta variações em
um determinado estoque, com base nos fluxos de entrada e saída.
Massa de ForragemAcúmulo Desaparecimento
Acúmulo = Crescimento – Senescência
Desaparecimento = Consumo + Perdas
Planejamento forrageiro
• Fase do planejamento que possibilita identificar quais as opções de plantas forrageiras são mais interessantes para o sistema de produção, e quais as opções técnicas de manejo mais adequadas ao seu emprego;
Planejamento (definições de intervenções
sobre o sistema)
Saídas (produção)
Monitoramento (Dados para avaliação do
comportamento do sistema)
Controle (intervenções para ajuste do sistema às metas planejadas)
Implementação (Intervenção sobre variáveis
controláveis do sistema)
Sistema
Dados Externos Clima; Solo; Etc.;
PROCESSO PRODUTIVO
Fonte: Barioni et al., 2003
Planejamento forrageiro
Possibilitando identificar possíveis épocas de desbalanço, excesso ou escassez, e alternativas para sua "correção".
Distribuição estacional do acúmulo de forragem
0
23
45
68
90
Meses
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
TMA
(kg
de M
S/ha
/dia
)
Dem
anda
(kg
de M
S/ha
/dia
)
Déficit de alimento
Demanda de alimento
Excedente de alimento
Respeitar sequencia lógica
Adaptado de Sheath e Clark, 1996
Manejo
Hierarquia de fatores em um sistema de produção
Levantar dados da propriedade
– Características edáficas: • tipo de solo predominante; • material de origem; • processo de formação; • classes de uso do solo; • analise de fertilidade do solo;
Levantar dados da propriedade
– Características ligadas ao clima: • temperatura, • pluviosidade, • Distribuição estacional das chuvas, • Balanço hídrico, etc...
Arm
azen
amen
to (m
m)
-30.0
0.0
30.0
60.0
90.0
120.0
março maio julho setembro novembro janeiro
Levantar dados da propriedade
Servem de subsídio para:• Quais espécies forrageiras são mais adaptadas à região; !
• Quais períodos podem ser críticos; !
• Quais fatores podem ser limitantes e terão que ser manejados; !
• Quais alternativas técnicas poderão ser empregadas; !
• Se o custo inicial será alto ou baixo;
Levantar dados da propriedade
Servem de subsídio para:• As áreas já existentes para a produção; !
• Limitações existentes em cada área (encharcamento, declividade, etc...); !
• Espécies forrageiras existentes e suas condições; !
• Áreas mais propícias para a aplicação de uma determinada tecnologia ou não (pastejo rotativo, irrigação, integração lavoura-pecuária, etc...);
Estimar produtividade e estacionalidadeTM
A (k
g de
MS/
ha/d
ia)
0
23
45
68
90
MesesOut Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
“Verão” “Inverno”
Produtividade e variação estacional da oferta de forragem
Estimar produtividade e estacionalidade
– Experimentos medindo produtividade das plantas forrageiras ao longo do ano;
!– Modelos matemáticos de crescimento da pastagem
em função da oferta ambiental local de fatores de crescimento;
!– Dados locais de monitoramento da massa de
forragem;
Várias alternativas:
Estimar demanda de forragem
• Existe a necessidade de um fluxo contínuo de alimento em quantidade e qualidade suficientes!!!
Dinâmica de deposição de tecidos em bovinos
Fonte: Adaptado de Boggs e Merkel, 1993
Estimar demanda de forragem
• Determinar as categorias animais existentes (vacas secas, vacas paridas, novilhas, garotes, etc...) !
• Determinar número de animais em cada categoria; !
• Estabelecer a dinâmica do rebanho (épocas de compra, venda, parição, desmame, etc...) !
• Determinar os índices zootécnicos médios do rebanho (fertilidade, natalidade, mortalidade, etc...)
Estimar demanda de forragem
• Estimar o peso médio inicial de cada categoria; !
• Projetar o ganho de peso médio de cada categoria em cada época;
Estimar demanda de forragem
• Estimar consumo de MS a partir do peso e, desempenho dos animais e ou qualidade da forragem; !
• Vários sistemas: • NRC (National Research Council) americano; • CNCPS (Cornell Net Carbohydrate and Protein System)
americano; • AFRC (Agricultural and Food Research Council) ingles; • CSIRO (Commonwealth Scientific and Industrial Research
Organization) australiano; • INRA (Institut National de la Recherche Agronomique) francês; • BR – Corte, (Universidade Federal de Viçosa)brasileiro
Dificilmente existe sinergia
Oferta e demanda raramente variam de maneira sinérgica em boa parte do ano;
Distribuição estacional do acúmulo de forragem
0
23
45
68
90
Meses
Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set
TMA
(kg
de M
S/ha
/dia
)
Dem
anda
(kg
de M
S/ha
/dia
)
Déficit de comida
Excedente de comida
Alerta sobre planejamento
No planejamento, o intuito é facilitar a tomada de decisões, gerando informações de forma mais confiável possível!
Dado
Informação
Decisão
Conhecimento
No entanto, o planejamento gera estimativas!!!
Alerta sobre planejamento
Estimativas nunca estão 100% corretas!!!
Estimar é gerar valores prováveis, com base em uma série de premissas (condições estabelecidas previamente);
Caso essas condições mudem, as estimativas também mudam;
Alerta sobre planejamento
Estimativa ≠ Previsão
IMPOSSÍVEL EM AGROPECUÁRIA !!!
Prever é antever, visualizar o futuro antes que ele aconteça.
•O alimento não é apenas produzido, mas grande parte é armazenado vivo, a céu aberto, dependendo do ambiente!
Alerta sobre planejamento
Impossível antever eventos extremos
Não garante sucesso!!!
Apenas minimiza o risco!!!Nunca é possível ou viável ter garantia de sucesso
Planejar,
Alerta sobre planejamento
Brasil apresenta grande diversidade de condições e sistemas de produção!!!
Solução para uma propriedade, não é a mesma para outra
Alerta sobre planejamento
Planejamento forrageiro
O planejamento forrageiro é feito de uma seqüência de orçamentações, avaliando as diferentes alternativas de cultivares e formas de utilização de forrageiras, até se chegar a uma combinação tida como a ideal.
Ferramentas para o planejamento
• Ferramentas como: – Cálculos manuais com auxilio de uma calculadora; – Planilhas eletrônicas (MS Excel, Calc, Numbers, etc...); – Softwares específicos para essa finalidade;
• Assim sendo, qualquer “ferramenta” que possibilite que as operações aritméticas sejam resolvidas pode ser empregada na orçamentação e planejamento forrageiros;
Ferramentas para o planejamentoCálculos manuais: !– a necessidade de considerar o grande número de
variáveis que interagem na produção e utilização das pastagens torna a execução manual trabalhosa; !
– a natureza dinâmica do planejamento de um sistema pecuário onde diversas alternativas tecnológicas devem ser testadas torna essa alternativa ainda mais difícil;
Ferramentas para o planejamento
Planilhas eletrônicas: – O dinamismo, complexidade e escala
temporal necessários a um bom planejamento são atendidos pelas planilhas eletrônicas; !
– Podem ser desenvolvidas pelo usuário (exigem conhecimento técnico e computacional); !
– Podem ser obtidas com terceiros (exigem pouco conhecimento); • Gerenpec (EMBRAPA); • Software de Planejamento Forrageiro e
Impactos Econômicos em Propriedade de Gado de Corte (Ricci et al., 2005);
Ferramentas para o planejamento
Softwares específicos: !– Ferramentas de uso mais fácil; – Normalmente mais completas; – Desenvolvimento mais difícil, demorado e trabalhoso;
São iniciativas novas, ainda em desenvolvimento!!!
Necessitam que modelos sejam gerados!!!
Realidade do Brasil
aproximadamente 50 milhões de ha degradados, precisando ser reformados
aproximadamente 70 milhões de ha em condições de uso
aproximadamente 60 milhões de ha em degradação, podendo ser recuperados
aproximadamente 110 milhões de ha em algum estado degradação
Fonte: Adaptado de Barcelos, 1996; Dias-Filho & Andrade, 2006; Paulino e Teixeira, 2009)
Realidade no Brasil
As principais causas de degradação das pastagens no Brasil são:
Manejo incorreto do pastejo (superlotação);
Escolha inadequada da espécie ou cultivar forrageira;
Necessidade da pecuária
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Intensificação!!!
Uso mais intenso e racional dos recursos envolvidos no processo produtivo, maximizando a relação entre insumo utilizado e produto produzido.
Obrigado!!!
Felipe Tonato Pesquisador em Forragicultura e Pastagens
Intensificação dos sistemas produtivos
Evolução da ocupação das áreas de pastagens no Brasil
Taxa
de
ocup
ação
(cab
eças
/ha)
Fonte: Histórico dos Censos Agropecuários - IBGE/ Pesquisa Pecuária Municipal 2006
+ 176,9%+ 25,6%
Intensificação dos sistemas produtivos
Evolução da ocupação das áreas de pastagens no Brasil
Taxa
de
ocup
ação
(cab
eças
/ha)
Fonte: Histórico dos Censos Agropecuários - IBGE/ Pesquisa Pecuária Municipal 2006
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