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Olá, prezado aluno do Ponto dos Concursos!
Cá estamos nós para mais uma aula do nosso curso para o TCU.
Desta vez será sobre ortografia, seleção vocabular, significação das
palavras e acentuação gráfica. É possível que, a essa altura, alguém
tenha se perguntado: “E o novo Acordo Ortográfico?”. Sim, ele já deu o que
falar! Aliás, em outra ocasião o Cespe/UnB também se manifestou sobre o
assunto. Em matéria publicada dia 28 de dezembro de 2008, o jornal Correio
Braziliense noticiou que, nas provas do Cespe/UnB, “A nova ortografia vai
aparecer a partir de janeiro de 2009 nos enunciados e provas objetivas
[grifo nosso]. Nas discursivas, o candidato terá até 2012 para se adaptar”.
Diante disso, quero alertá-lo sobre a possibilidade de o Cespe/UnB inserir na
sua prova alguns itens sobre as novas regras ortográficas da Língua
Portuguesa (ressalte-se que até a presente data isso não ocorreu).
Como muito material sobre o tema já foi veiculado em jornais,
revistas, internet, livros escolares etc., creio que as novas regras não sejam
mais novidades para muitos concurseiros. Mesmo assim, é importante
ressaltar alguns pontos do novo acordo. É o caso, por exemplo, do emprego
do trema, do acento diferencial nas formas verbais TÊM e VÊM, do acento
dos ditongos ÉU, ÉI e ÓI, do acento dos hiatos ÊE e ÔO entre outros.
Apresentarei primeiro a teoria sobre o assunto e, em seguida,
alguns exercícios de provas anteriores para fixação do conteúdo e
familiarização com a abordagem da banca examinadora. Preciso confessar
que as provas trazem poucas questões sobre esses tópicos. Aquelas que
aparecem versam, quase sempre, sobre significação das palavras e
acentuação das formas verbais TÊM e VÊM. Por isso tentarei ser o mais
objetivo possível em minhas explicações. Aqui, a intenção é direcioná-lo ao
que aparece em prova, sem negligenciar o conteúdo programático. Vamos,
então, ao primeiro tópico desta aula.
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ORTOGRAFIA
No Brasil, quem dita as normas para a correta escrita das
palavras é a Academia Brasileira de Letras (ABL). Em seu Vocabulário
ortográfico da língua portuguesa (VOLP), a instituição mantém registrada a
forma oficial de escrever as palavras. E, apesar da vigência do novo Acordo
Ortográfico, as regras antiga e atual conviverão até 31 de dezembro 2012.
Isso porque o presidente Lula, por meio do Decreto nº 6.583, de 26 de
setembro de 2008, além de ter promulgado o Acordo Ortográfico da Língua
Portuguesa – que foi assinado em Lisboa, em 16 de dezembro de 1990 –
também estabeleceu um período de transição: “de 1º de janeiro de 2009 a
31 de dezembro de 2012, durante o qual coexistirão a norma ortográfica
atualmente em vigor e a nova norma estabelecida”.
É verdade ainda que é humanamente impossível saber a grafia
de todas as palavras da nossa Língua. Só para você ter uma ideia da
dificuldade que é isso, saiba que a nova edição do VOLP, lançada
oficialmente pela ABL em 19 de março de 2009, tem 976 páginas, 340 mil
verbetes e outras coisas mais. Você se atreve a decorar tudo isso?!
Entretanto, podemos sistematizar a grafia de certas palavras, em
decorrência, por exemplo, da sua origem, do seu radical. É isso que veremos
aqui. A experiência nos permite dizer que esse processo é muito útil no
momento de resolver uma ou outra questão de concurso. Não estou dizendo
que tudo se resumirá ao que será demonstrado nestas poucas linhas. O que
você precisa entender é que a prática de leitura de livros, jornais, revistas e
dicionários deverá ser somada à minha explicação.
Comecemos pelo EMPREGO DE ALGUMAS LETRAS. Sempre
que for preciso, trarei para nossa aula as mudanças das novas regras
ortográficas
• Usa-se, normalmente, a letra X:
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1 – depois de ditongos: ameixa, frouxo, peixe;
EXCEÇÃO: recauchutar.
2 – depois da sílaba EN: enxame, enxergar;
EXCEÇÕES: encher, encharcar, enchova, enchumaçar e derivados dessas
palavras.
3 – depois da sílaba ME, quando “fechada”: mexa (verbo), mexerico.
CUIDADO: mecha (substantivo) = pronúncia “aberta”.
• Usa-se, normalmente, a letra G:
1 – nos sufixos AGEM, IGEM e UGEM: viagem (substantivo), vertigem,
ferrugem;
EXCEÇÕES: pajem, lajem, lambujem.
2 – nos sufixos AGIO, EGIO, IGIO, OGIO e UGIO: pedágio, colégio,
prestígio, relógio, refúgio;
3 – nas palavras derivadas daquelas que possuem G no radical (vocês
perceberão que esse princípio vale também para o emprego de outras
letras): margem – margear, homenagem – homenagear.
CUIDADO: monge – monja, eu dirijo (flexão do verbo dirigir). Imaginem se
mantivéssemos a letra “g” nas palavras derivadas...
• Usa-se, normalmente, a letra J:
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1 – nas palavras de origem indígena, africana e árabe: pajé, jibóia, jeca,
jenipapo, jirau, jiló, cafajeste, jerico, jequitibá;
2 – nas flexões dos verbos que possuem J no radical: viajar – que eles
viajem; bocejar – eu bocejei;
3 – nas palavras derivadas daquelas que possuem J no radical: gorja –
gorjeta; lisonja – lisonjeado;
4 – nas palavras de origem latina: jeito, hoje, majestade, injetar, objeto,
ultraje.
• Usa-se, normalmente, a letra Ç:
1 – nas palavras derivadas daquelas que possuem T no radical: exceto –
exceção, setor – seção, cantar – canção;
2 – nas palavras de origem indígena, árabe e africana: miçanga, paçoca,
muriçoca, muçulmano, açougue, açoite;
3 – nos sufixos AÇU e AÇO: babaçu, Paraguaçu, Nova Iguaçu, golaço,
poetaço, atrevidaço;
4 – depois de ditongo: compleição, feição, beiço.
• Usa-se, normalmente, a letra S:
1 – nos substantivos que designam origem, título honorífico e feminino:
chinês, japonês, baronesa, duquesa, sacerdotisa, poetisa;
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2 – nos sufixos ASE, ESE, ISI e OSE: fase, ascese, eletrólise, apoteose;
3 – nos sufixos OSO e OSA: formoso, formosa, gostoso, gostosa;
4 – nas palavras derivadas daquelas que possuem D, RT ou RG no seu
radical: iludir – ilusão, defender – defesa; divertir – diversão, inverter –
inversão; imergir – imersão, submergir – submersão;
5 – no prefixo TRANS e nos seus derivados: transatlântico, trasladar (ou
transladar);
6 – após os ditongos: maisena, Sousa, coisa;
7 – nas formas verbais derivadas dos verbos QUERER e PÔR: quis, quisera,
pusera, compusera.
• Usa-se, normalmente, SS:
1 – nas palavras derivadas daquelas que possuem as expressões CED,
GRED, PRIM, MIT, MET e CUT no radical: suceder – sucessão, regredir –
regressão, comprimir – compressão, demitir – demissão, intrometer –
intromissão, discutir – discussão;
2 – prefixo terminado em vogal + palavra começada por S: pré + sentir =
pressentir.
• Usa-se, normalmente, a letra Z:
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1 – nas terminações EZ e EZA, formando substantivos abstratos
derivados de adjetivos: insensato – insensatez, nu – nudez; claro – clareza,
belo – beleza;
2 – nas terminações IZAR, formando infinitivos verbais: sintonia –
sintonizar, real – realizar, visual – visualizar;
CUIDADO: 1 – se a palavra possuir S em sua parte final, o infinitivo verbal
também levará S: análise – analisar, paralisia – paralisar;
2 – Hipnose – hipnotizar; Síntese – sintetizar; Batismo –
batizar; Catequese – catequizar; Ênfase – enfatizar. (Lembre-se da sigla de
um famoso banco, só que com E no final: HSBCE).
3 – como consoante de ligação: pé + udo = pezudo; guri + ada = gurizada.
• Usa-se, normalmente, a letra H:
1 – nas palavras ligadas por hífen em que o segundo elemento começa com
H: anti-higiênico, pré-histórico, super-homem;
CUIDADO: desarmonia, lobisomem.
2 – na palavra Bahia.
CUIDADO: as palavras derivadas não possuem H: baiano.
• Verbos terminados em EAR e IAR:
1 – são irregulares os verbos terminados em EAR; recebem a letra I nas
formas rizotônicas (eu, tu, ele, eles: a sílaba tônica integra o radical):
passeio, passeias, passeia, passeamos, passeais, passeiam;
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2 – são regulares os verbos terminados em IAR: premio, premias, premia,
premiamos, premiais, premiam.
CUIDADO: Mediar, Ansiar, Remediar, Incendiar, Odiar (MARIO): apesar de
terminarem em IAR, são irregulares e recebem a letra E nas formas
rizotônicas (eu, tu, ele, eles): odeio, odeias, odeia, odiamos, odiais, odeiam.
• As letras K, W e Y (conforme o novo Acordo Ortográfico)
O alfabeto passa a ter 26 letras. As letras k, w e y foram
reintroduzidas nele. O alfabeto completo passa a ser: A B C D E F G H I J K L
M N O P Q R S T U V W X Y Z. As letras K, W e Y, que na verdade não
tinham desaparecido da maioria dos dicionários da nossa língua, são usadas
em várias situações. Por exemplo:
1 – na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg
(quilograma), W (watt);
2 – na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show,
playboy, playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka,
kafkiano.
Passemos agora ao EMPREGO DE ALGUMAS EXPRESSÕES
que, certamente, já deixaram muita gente com dúvida na hora de optar por
uma ou outra forma. Selecionei para esta aula apenas alguns vocábulos que,
volta e meia, surgem em diversos textos. Vejamos quais são.
• MAL x MAU
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a) Ela se houve mal na prova. (advérbio de modo, contrário de bem,
refere-se a um verbo)
b) Mal entrou, os portões foram fechados. (conjunção subordinativa
adverbial, equivale-se a quando, indica circunstância de tempo)
c) Apesar do mau tempo, foi à praia. (adjetivo, refere-se a um
substantivo, contrário de bom)
ATENÇÃO! Quero que você perceba que o vocábulo MAL não possui a
mesma classificação gramatical nas alternativas “a)” e “b)”. Isso é
importante porque a banca examinadora pode sugerir o contrário. O
Cespe/UnB, por exemplo, pode selecionar duas frases de um texto em que
esses vocábulos aparecem, destacá-los e formular a seguinte assertiva:
“Nas linhas X e Y, os vocábulos em destaque possuem a mesma classificação
gramatical”. Muito cuidado antes de responder. Como vimos anteriormente,
isso nem sempre será verdade. Quero que note ainda as diferentes
classificações dos vocábulos que surgirão nos próximos exemplos.
• POR QUE x POR QUÊ
a) Por que você não veio? (preposição + pronome interrogativo, usado
no início da oração, equivale-se a por qual motivo, o “que” é átono)
b) Quero saber por que você não veio. (a única diferença é que a frase
interrogativa é indireta)
c) Você não veio por quê? (agora a expressão aparece no final da frase,
e o “que” é tônico)
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d) Quero saber o motivo por que você não veio. (preposição + pronome
relativo, usado no início da oração, equivale-se a pelo qual)
• PORQUE x PORQUÊ
a) Não vim porque estava cansado. (conjunção subordinativa adverbial,
indica circunstância de causa)
b) Fique quieto porque você está incomodando. (conjunção coordenativa
explicativa)
c) Quero saber o porquê da sua falta. (vem precedido de artigo, é
substantivo, equivale-se a motivo, razão, causa)
Atenção! Sempre que estiver diante de uma pergunta (direta ou indireta),
use a expressão separada.
• SENÃO x SE NÃO
a) Estudem, senão ficarão reprovados. (pode ser substituído por ou,
indica alternância de ideias que se excluem mutuamente)
b) Não fazia coisa alguma, senão criticar. (equivale-se a mas sim,
porém,)
c) Essa pessoa só tem um senão. (significa defeito, mácula, mancha;
é substantivo)
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d) Se não houver dedicação, ficarão reprovados. (“Se” = conjunção
subordinativa adverbial condicional; “não” = advérbio de negação)
ATENÇÃO! É muito útil perceber que a expressão será separada apenas
quando introduzir uma oração subordinada adverbial condicional.
• ACERCA DE x A CERCA DE x HÁ CERCA DE
a) Hoje falaremos acerca dos pronomes. (locução prepositiva – “dos” =
de + os –, equivale-se a sobre)
b) Os primeiros colonizadores surgiram há cerca de quinhentos anos.
(refere-se a acontecimento passado)
c) Estamos a cerca de quatro meses da prova. (refere-se a
acontecimento futuro)
• AFIM x A FIM DE
a) Temos idéias afins. (adjetivo, refere-se a um substantivo, varia em
número para com ele concordar)
b) Estudou muito, a fim de tirar o primeiro lugar. (locução prepositiva,
denota finalidade, objetivo, intenção)
• DEMAIS x DE MAIS
a) Estudei demais. (advérbio de intensidade, liga-se a um verbo,
equivale-se a muito, demasiadamente, em excesso)
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b) Eu estudo muito; os demais, pouco. (pronome indefinido substantivo,
equivale-se a outros, vem precedido de artigo)
c) Surgiram candidatos de mais. (locução que se contrapõe a de
menos)
• ONDE x DONDE x AONDE
a) Onde você está? (usa-se onde com verbo estático que pede a
preposição em, na língua portuguesa não existe a contração nonde,
indicada por em + onde)
b) Donde você vem? (usa-se com verbo de movimento que peça, em
razão sua regência, a preposição de, caso do verbo “vem”: “Donde” = de +
onde)
c) Aonde você vai? (usa-se com verbo de movimento que exige,
também por causa de sua regência, a preposição a, caso da forma verbal
“vai”: “Aonde” = a + onde)
• MAS x MAIS
a) Ela estudou muito, mas não foi aprovada. (conjunção coordenativa
adversativa, conecta orações que guardam entre si ideias opostas)
b) Ela era a aluna mais simpática da turma. (advérbio de intensidade,
refere-se a adjetivo, outro advérbio ou verbo)
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c) Menos ódio e mais amor. (pronome indefinido adjetivo, refere-se a
substantivo)
• HÁ x A
a) Ele chegou da Europa há dois anos. (refere-se a acontecimento
passado)
b) Ela voltará daqui a um ano. (refere-se a acontecimento futuro)
• DE ENCONTRO A x AO ENCONTRO DE
a) O ônibus foi de encontro ao carro, causando a morte de duas
pessoas. (indica posição contrária, colisão, confronto)
A proposta da diretoria foi de encontro aos anseios dos funcionários.
b) O filho foi ao encontro do pai, abraçando-o. (sugere posição
favorável, concordância)
• À-TOA x À TOA (o novo Acordo retirou o hífen)
a) Ele era uma pessoa à-toa. (locução adjetiva invariável; refere-se a um
substantivo; significa desprezível, sem valor, insignificante)
b) Ele andava à toa na rua. (locução adverbial; indica maneira, modo,
sem rumo certo, a esmo, sem fazer nada)
• DIA-A-DIA x DIA A DIA (o novo Acordo aboliu o hífen)
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a) O dia-a-dia do operário brasileiro é desgastante. (substantivo,
precedido por artigo, equivale-se a cotidiano)
b) Os preços das mercadorias aumentam dia a dia. (locução adverbial de
tempo, equivale-se a diariamente)
• TAMPOUCO x TÃO POUCO
a) Não realizou a tarefa, tampouco apresentou qualquer justificativa.
(advérbio de negação, equivale-se a também não)
b) Tenho tão pouco entusiasmo pelo trabalho. (tão = advérbio de
intensidade; pouco = pronome indefinido adjetivo, alude a um substantivo)
c) Estudamos tão pouco. (tão = advérbio de intensidade, refere-se a
outro advérbio: pouco = advérbio de intensidade, refere-se ao verbo)
A respeito do EMPREGO DO HÍFEN, várias mudanças foram
introduzidas pelo novo Acordo Ortográfico. Apresentarei as regras antigas e
as novas, que conviverão até 31 de dezembro de 2012. Resumirei aqui os
principais casos, isto é, o emprego do hífen na prefixação, tendo em vista o
objetivo deste curso.
• Regras Antigas
1 – Com os prefixos AUTO, CONTRA, EXTRA, INFRA, INTRA, ULTRA, NEO,
PROTO, PSEUDO, SEMI, SUPRA: antes de VOGAL, H, R e S.
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Exemplos: auto-educação, contra-almirante, semi-selvagem, ultra-rápido,
supra-sumo.
EXCEÇÃO: extraordinário.
2 – Com os prefixos ANTE, ANTI, ARQUI e SOBRE: antes de H, R ou S.
Exemplos: anti-higiênico, arqui-rabino, ante-sala, sobre-saia.
EXCEÇÔES: sobressair, sobressalente, sobressaltar, sobressalto.
3 – Com o prefixo SUPER: antes de H ou R.
Exemplos: super-homem, super-rápido.
4 – Com os prefixos AD, AB, OB, SOB, SUB: antes de R.
Exemplos: ab-rogar, sob-roda, sub-reino.
CUIDADO: SUB antes de B: sub-bibliotecário.
5 – Com os prefixos MAL e PAN: antes de VOGAL e H.
Exemplos: pan-americano, mal-humorado.
6 – Com os prefixos PÓS, PRÉ e PRÓ: quando tônicos, serão separados por
hífen.
Exemplos: pós-graduação, pré-vestibular, pró-paz.
• Regras Novas
Prefixos Usa hífen Não usa hífen
Agro, ante, anti, arqui, auto,
contra, extra, infra, intra,
macro, mega, micro, maxi,
mini, semi, sobre, supra,
Quando a palavra
seguinte começa com h
ou com vogal igual à
última do prefixo: auto-
Em todos os demais
casos: autorretrato,
autossustentável,
autoanálise,
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tele, ultra... hipnose, auto-
observação, anti-herói,
anti-imperalista, micro-
ondas, mini-hotel
autocontrole,
antirracista, antissocial,
antivírus, minidicionário,
minissaia, minirreforma,
ultrassom... (percebam
que as letras R e S são
duplicadas)
Hiper, inter, super Quando a palavra
seguinte começa com h
ou com r: super-homem,
inter-regional
Em todos os demais
casos: hiperinflação,
supersônico
Sub Quando a palavra
seguinte começa com b,
h ou r: sub-base, sub-
reino, sub-humano
Em todos os demais
casos: subsecretário,
subeditor
Vice Sempre: vice-rei, vice-
presidente
Pan, circum Quando a palavra
seguinte começa com h,
m, n ou vogais: pan-
americano, circum-
hospitalar
Em todos os demais
casos: pansexual,
circuncisão
Quero ressaltar as seguintes mudanças:
1 – Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h.
Exemplos: anti-higiênico, anti-histórico, co-herdeiro, macro-história,
mini-hotel, proto-história, sobre-humano, super-homem, ultra-humano.
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2 – Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal
com que se inicia o segundo elemento.
Exemplos: aeroespacial, agroindustrial, anteontem, antiaéreo, antieducativo,
autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, coautor,
coedição, extraescolar, infraestrutura, plurianual, semiaberto,
semianalfabeto, semiesférico, semiopaco.
3 – Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo
elemento começar pela mesma consoante.
Exemplos: hiper-requintado, inter-racial, inter-regional, sub-bibliotecário,
super-racista, super-reacionário, super-resistente, super-romântico.
4 – Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o
segundo elemento começar por vogal.
Exemplos: hiperacidez, hiperativo, interescolar, interestadual, interestelar,
interestudantil, superamigo, superaquecimento, supereconômico,
superexigente, superinteressante, superotimismo.
ATENÇÃO! Torno a dizer que, em virtude do período de transição, todos nós
podemos usar as duas regras ortográficas até 31 de dezembro de 2012.
Sendo assim, fique atento porque as bancas examinadoras tentarão
confundi-lo. Possivelmente, elaborarão questões em que se substitui uma
forma pela outra. Em seguida, perguntarão se “quanto à correção gramatical
e à coerência textual, a alteração feita traz prejuízo ao texto”. Quando se
tratar de mera adequação às novas regras, a alteração é facultativa por
enquanto.
SIGNIFICAÇÃO DAS PALAVRAS
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Para melhor compreendermos a mensagem transmitida por meio
de um texto, às vezes não é suficiente conhecermos o significado isolado das
palavras nele utilizadas. Há momentos em que a interpretação só é possível
se levarmos considerarmos o contexto em que as palavras estão inseridas.
Tenho percebido que as bancas examinadoras também exploram esse fato
em provas de concursos públicos. Portanto é importante estudarmos um
pouco de semântica nesta preparação par o TCU.
Semântica é a parte da linguística que estuda a significação das
palavras, que pode variar de acordo com o contexto. A palavra GATO, por
exemplo, apresenta diversos significados em um dicionário (considerada
isoladamente): animal mamífero da família dos felídeos; indivíduo esperto;
erro, engano; etc.
Ex.: O cão correu atrás do gato.
O ladrão foi muito ligeiro, e a polícia não conseguiu pegar o gatuno.
A fiscalização flagrou um gato na instalação telefônica do prédio.
Trarei à sua memória alguns conceitos sobre semântica que,
acredite, serão muito úteis na hora de resolvermos questões de prova,
principalmente quando elas tratarem de interpretação de texto.
• Antônimos
São palavras de sentido contrário. Assim como é difícil encontrar
um par perfeito de sinônimos, o mesmo ocorre com os antônimos. Em
alguns casos, é mais adequado falar em graus de antonímia.
Ex.: velho – novo / bom – mau
Um objeto velho, em princípio pode ser o oposto de um objeto
novo. Porém, dizer que um objeto é menos velho, em certos casos, pode ser
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equivalente a dizer que ele é mais novo. O que torna relativa a antonímia
entre novo e velho. O mesmo ocorre com o par bom/mau.
O par emigrante – imigrante, aparentemente são antônimos
perfeitos, já que a primeira palavra se refere àqueles que saem de
determinado lugar (cidade, estado, país); e a segunda, àqueles que entram.
Contudo, o emigrante, no momento em que chega a outro lugar, não passa
a ser também, obrigatoriamente, um imigrante?
• Sinônimos
São palavras de sentidos idênticos ou aproximados, que podem
ser substituídas uma pela outra em diferentes contextos. Embora se fale em
palavras sinônimas, também existem frases sinônimas.
Ex.: Você já vacinou seu cão? / Você já vacinou seu cachorro.
Joana é a mulher de Marcelo. / Marcelo é o marido de Joana.
“O uso de palavras sinonímias pode ser de grande utilidade nos
processos de retomada de elementos que inter-relacionam as partes dos
textos.” (Cipro & Neto, 1999:565)
Ex.: Alguns segundos depois, apareceu um menino. Era um garoto magro,
de pernas compridas e finas. Um típico moleque.
• Polissemia
É a propriedade de uma palavra apresentar vários sentidos.
Compare este par de enunciados:
a) Não consigo prender o fio de lã na agulha de tricô.
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b) Enrosquei minha pipa no fio daquele poste.
Observe que, nas duas ocorrências da palavra “fio”, ela
apresenta sentidos diferentes: “fibra”, no primeiro enunciado, e “cabo de
metal” no segundo. Apesar disso, há um sentido comum entre elas:
sequência, fiada, eixo, alinhamento, encadeamento.
• Campo semântico, hiponímia e hiperonímia
Leia o enunciado abaixo:
Comprou um computador, um monitor, um teclado e uma
impressora para o escritório, pois, sem esse equipamento, não conseguiria
dar conta do trabalho.
Palavras como “computador”, “monitor”, “impressora” e
“teclado” apresentam certa familiaridade de sentido pelo fato de
pertencerem ao mesmo campo semântico, ou seja, ao universo da
informática. Já a palavra “equipamento” possui um sentido mais amplo, que
engloba todas as outras. Nesse caso, dizemos que “computador”, “monitor”,
“impressora” e “teclado” são hipônimos de “equipamento”. Por sua vez,
“equipamento” é um hiperônimo das outras palavras.
• Homônimos
São palavras diferentes no sentido, tendo a mesma escrita ou a
mesma pronúncia.
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Ex.: são (verbo ser – eles são) / são (saudável) / são (santo); como
(advérbio interrogativo) / como (verbo) homônimos perfeitos;
caçar (apanhar) / cassar (anular); concerto (harmonia) / conserto
(remendo) homônimos homófonos
ele (pronome pessoal) / ele (substantivo, nome da letra L); almoço
(verbo) / almoço (substantivo); sede (vontade de beber) / sede (residência)
homônimos homógrafos
• Parônimos
São palavras diferentes no sentido que se assemelham tanto na
escrita quanto na pronúncia, ou em apenas uma delas.
Ex.: flagrante (evidente) / fragrante (perfumado)
arrear (por arreios) / arriar (abaixar)
mandado (ordem judicial) / mandato (procuração)
inflação (alta dos preços) / infração (violação)
eminente (elevado) / iminente (prestes a ocorrer)
comprimento (extensão) / cumprimento (saudação)
• Denotação
Em semântica, a denotação de um termo é o objeto ao qual o
mesmo se refere. A palavra tem valor referencial ou denotativo quando é
tomada no seu sentido usual ou literal, isto é, naquele que lhe atribuem os
dicionários; seu sentido é objetivo, explícito, constante. Ela designa ou
denota determinado objeto, referindo-se à realidade palpável.
Ex.: O papel foi rabiscado por todos. (papel: sentido próprio, literal)
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A linguagem denotativa é basicamente informativa, ou seja, não
produz emoção ao leitor. É informação bruta com o único objetivo de
informar. É a forma de linguagem que lemos em jornais, bulas de remédios,
em um manual de instruções etc.
• Conotação
Além do sentido referencial, literal, cada palavra remete a
inúmeros outros sentidos, virtuais, conotativos, que são apenas sugeridos,
evocando outras idéias associadas, de ordem abstrata, subjetiva.
Conotação é, pois, o emprego de uma palavra tomada em um
sentido incomum, figurado, circunstancial, que depende sempre de contexto.
A linguagem conotativa não é exclusiva da literatura, ela é empregada em
letras de música, anúncios publicitários, conversas do dia-a-dia, etc.
Ex.: “Declarou-lhes, pois, Jesus: Eu sou o pão da vida; o que vem a mim
jamais terá fome; e o que crê em mim jamais terá sede”. (João 6:35)
ACENTUAÇÃO GRÁFICA
A partir de agora, vamos mudar o foco da aula para falarmos
sobre acentuação gráfica, que também é mais um tópico do programa.
Novamente, apresentarei as regras antigas e as novas. Tudo da forma mais
clara e objetiva possível. Comecemos assim:
• Regras Gerais de Acentuação Gráfica
O propósito delas é sistematizar a leitura das palavras de nossa
língua; assim sendo, baseiam-se na posição da sílaba tônica, no timbre da
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vogal, nos padrões prosódicos menos comuns da língua. Em relação aos
vocábulos:
1 – MONOSSÍLABOS TÔNICOS o acento é empregado naqueles
terminados por A(S), E(S) ou O(S)
Ex.: Elas são más. / Pisaram o meu pé. / Ninguém ficará só.
CUIDADO! Quando os prefixos PRÉ e PRÓ vierem separados por hífen, eles
serão acentuados: pré-técnico, pró-labore.
Quando não estiverem, não serão acentuados: pressentir,
prosseguir.
Nas formas verbais terminadas em R, S ou Z e seguidas por
pronomes oblíquos átonos A(s) ou O(S), essas consoantes são suprimidas,
as vogais A, E ou O da terminação verbal recebem acento gráfico e os
pronomes oblíquos átonos A(S) ou O(S) recebem a letra “L”: dar + o = dá-
lo; pôs + os = pô-los; fez + a = fê-la.
2 – OXÍTONOS (a sílaba tônica da palavra é a última) usa-se o acento
quando terminarem em A(S), E(S), O(S), EM, ENS:
Ex.: cajá, cafés, cipó, armazém, armazéns
CUIDADO! Os vocábulos oxítonos terminados por I ou U não serão
acentuados, salvo se estiverem em hiato.
Ex.: Bangu – Grajaú // dividi-lo – construí-lo
3 – PAROXÍTONOS (a sílaba tônica é a penúltima) são acentuados
aqueles que terminam em I(S), U(S), Ã(S), ÃO(S), UM, UNS, L, N, R, X, PS,
DITONGO ORAL.
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Ex.: júri, íris, vírus, ímã, órfãs, órgão, sótãos, médium, álbuns, amável,
abdômen, mártir, látex, bíceps, íon, ions, vôlei, jóquei, história, gênio.
CUIDADO! Não serão acentuados os vocábulos paroxítonos terminados por
EM ou ENS: item, itens, hifens (mas: hífen ou hífenes), polens (mas: pólen
ou pólenes)
Os prefixos paroxítonos terminados por I ou R não serão
acentuados: semi-histórico, super-homem.
4 – PROPAROXÍTONOS (a sílaba tônica é a antepenúltima) todos são
acentuados.
Ex.: histórico, cântico, lâmpada, hífenes, pólenes.
• Regras Especiais de Acentuação Gráfica (note as mudanças
introduzidas pelas novas regras)
1 – HIATOS
a) Acentua-se a primeira vogal dos hiatos ÔO, ÊE.
Ex.: vôo, enjôos, crêem, dêem, lêem, vêem. (3ª pessoa do plural dos verbos
crer, dar, ler e ver)
ATENÇÃO! De acordo com as novas regras, esses acentos deixam de
existir: voo, enjoo, creem, deem, leem, veem. Mas até 31/12/2012 é
possível usá-los ou não.
b) As vogais I(S) e U(S), quando formarem a sílaba tônica e ocuparem a
segunda posição do hiato, sozinhas ou acompanhadas de S.
Ex.: saída, saúde, país, baús, incluí-lo.
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Compare com mia, via, lua, nua. Nessas palavras, as vogais I e U não
ocupam a segunda posição do hiato, ainda que constituam a sílaba tônica.
CUIDADO! Se as vogais I ou U formarem sílabas com L, M, N, R, Z ou
vierem seguidas de NH, não haverá acento gráfico: pa-ul, ru-im, a-in-da, sa-
ir, ju-iz, ra-i-nha.
Se as vogais I ou U formarem hiato com uma vogal idêntica,
não se usará acento gráfico: xi-i-ta, va-di-i-ce, su-cu-u-ba (nome de uma
planta). O acento só surgirá se a palavra for uma proparoxítona: fri-ís-si-
mo.
ATENÇÃO! Conforme as novas regras, se essas vogais surgirem após
ditongos e a palavra for paroxítona, não levarão acento: baiuca, feiura.
Ressalto que até 31/12/2012 você decidirá se quer ou não usar o acento:
baiúca, feiúra.
Interessante é o que acontece, por exemplo, com o vocábulo
Piauí. Observe que, agora, a vogal tônica I ocupa a última posição, ou seja,
a palavra é oxítona. Casos como esse não foram atingidos pelas mudanças
ortográficas.
2 – DITONGOS
a) ÉU, ÉI, ÓI: quando tônicos e abertos.
Ex.: chapéu, assembléia, jibóia, céu, papéis.
CUIDADO! Os ditongos abertos EU, EI e OI, quando não constituírem a
sílaba tônica (formarem a sílaba subtônica), não serão acentuados:
ceuzinho, pasteizinhos, anzoizinhos.
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ATENÇÃO! O novo Acordo Ortográfico estabeleceu que esses ditongos não
serão mais acentuados quando ocuparem a penúltima posição da sílaba, ou
seja, quando o vocábulo for paroxítono: assembleia, jiboia, ideia, europeia,
heroico. Ressalto que até 31/12/2012 é facultativo recorrer ao novo Acordo
Ortográfico.
3 – GUE e QUI
a) Diante de E ou I, a letra U que compõe os grupos GUE e QUI receberá
trema quando for pronunciada fracamente; sendo, pois, semivogal.
Ex.: eloqüente, agüentar, pingüim, lingüiça.
b) Diante de E ou I, a letra U que compõe os grupos GUE e QUI receberá
acento agudo quando for pronunciada fortemente; sendo, pois, vogal.
Ex.: averigúe, obliqúes, apazigúe.
CUIDADO! Quando a letra U não for pronunciada, não receberá nenhum
acento: quilo, quente. O que temos aqui é simplesmente um dígrafo
representado pelas letras “qu”.
Ainda que seja pronunciada, não receberá nenhum acento
gráfico se estiver diante de A ou de O: água, quota (ou cota).
ATENÇÃO! O trema foi abolido pelas novas regras. Também o foi o acento
agudo no U tônico dos grupos GUE, GUI, QUE, QUI de verbos como
averiguar, apaziguar, arguir, redarguir, enxaguar. Repito: até 31/12/2012
estaremos no período de transição, sendo aceitas as duas formas.
4 – ACENTO DIFERENCIAL (com a vigência das novas regras, foi
abolido, salvo algumas exceções, que estão destacadas abaixo;
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todavia o período de transição – que vai até 31/12/2012 – dá-nos a
faculdade quanto ao uso)
O acento diferencial (agudo ou circunflexo) é utilizado para
distinguir uma palavra de outra que se grafa de igual maneira. A seguir,
apresento uma pequena relação.
Ele tem – eles têm (verbo TER na 3ª pessoa do plural do presente do
indicativo)
Ele vem – eles vêm (verbo VIR na 3ª pessoa do plural do presente do
indicativo)
ATENÇÃO! Repare que as formas TEM e VEM constituem monossílabos
tônico terminado por EM. Lembre-se de que apenas as terminações A(S),
E(S) e O(S) recebem acento. É muito comum as bancas examinadoras
explorarem questões envolvendo esses verbos. Elas relacionam, por
exemplo, um sujeito no singular à forma verbal TÊM (com acento circunflexo
mesmo) e perguntam se a concordância está correta. Obviamente, se a
forma verbal empregada é TÊM, o sujeito deve ser representado por um
nome plural. Fiquem atentos para esse detalhe.
Atente ainda para o fato de o acento circunflexo (diferencial)
não ter sido abolido desses verbos nem de seus derivados. Portanto,
continue a usá-lo.
Ele detém – eles detêm (verbo DETER na 3ª pessoa do plural do presente do
indicativo)
Ele provém – eles provêm (verbo PROVIR na 3ª pessoa do plural do
presente do indicativo)
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ATENÇÃO! Agora, a “pegadinha” é outra. As bancas gostam de explorar o
motivo do acento nos pares detém/detêm, mantém/mantêm,
provém/provêm, todos derivados dos verbos TER e VIR. Repare que a forma
correspondente à terceira pessoa do singular recebe acento AGUDO em
virtude de ser uma oxítona terminada por EM. Já a forma correspondente à
terceira pessoa do plural recebe acento CIRCUNFLEXO para diferenciar-se do
singular.
Côa – côas (forma do verbo COAR)
Coa – coas (contração entre a preposição com e o artigo a(s))
Pára (flexão do verbo PARAR)
Para (preposição)
Péla (flexão do verbo PELAR)
Pela (contração da preposição e artigo)
Pêra (substantivo = fruta – no plural não leva acento: peras)
Péra (substantivo = pedra)
Pera (preposição arcaica)
Pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo)
Pode (3ª pessoa do singular do presente do indicativo)
ATENÇÃO! O novo acordo não aboliu o acento diferencial de PÔDE. Vocês
devem usá-lo.
Póla (substantivo = pancadaria)
Pôla (substantivo = broto de árvore)
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Polo(a) (contração arcaica de preposição e artigo)
Pólo (substantivo = cada uma das extremidades do eixo da Terra)
Pôlo (substantivo = filhote de gavião)
Pôr (verbo)
Por (preposição)
ATENÇÃO! O novo acordo também não aboliu o acento diferencial de PÔR.
Vocês devem usá-lo.
Fôrma (substantivo = molde)
Forma (substantivo = disposição exterior de algo)
ATENÇÃO! É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as
palavras forma/fôrma. Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais
clara: Qual é a forma da fôrma do bolo?
Pois bem, prezado aluno, que tal praticarmos um pouco tudo isso
resolvendo algumas questões de provas anteriores? Antes de irmos a elas,
quero enfatizar a importância deste tópico do programa. Não se esqueça de
que o novo Acordo Ortográfico está em vigor e que a Academia Brasileira de
Letras já lançou oficialmente o novo VOLP. Portanto nada impede de as
bancas examinadoras exigirem de você conhecimentos a respeito dele.
Breve histórico
A idéia de criação de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira
vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de Felisberto
Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de José Inácio Borges, que
apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império. As
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5 discussões em torno da criação de um Tribunal de Contas durariam
quase um século, polarizadas entre aqueles que defendiam a sua
necessidade — para quem as contas públicas deviam ser examinadas
por órgão independente — e aqueles que a combatiam, por
entenderem que as contas públicas podiam continuar sendo
10 controladas por aqueles mesmos que as realizavam.
Originariamente o Tribunal teve competência para exame,
revisão e julgamento de todas as operações relacionadas com a receita
e a despesa da União. A fiscalização fazia-se pelo sistema de registro
prévio. A Constituição de 1891 institucionalizou o Tribunal e conferiu-
15 lhe competências para liquidar as contas da receita e da despesa e
verificar a sua legalidade, antes de serem prestadas ao Congresso
Nacional.
Pela Constituição de 1934, o Tribunal recebeu, entre outras, as
seguintes atribuições: proceder ao acompanhamento da execução
20 orçamentária, registrar previamente as despesas e os contratos, julgar
as contas dos responsáveis por bens e dinheiro públicos, assim como
apresentar parecer prévio sobre as contas do Presidente da República,
para posterior encaminhamento à Câmara dos Deputados. Com
exceção do parecer prévio sobre as contas presidenciais, todas as
25 demais atribuições do Tribunal foram mantidas pela Carta de 1937. A
Constituição de 1946 acresceu um novo encargo às competências da
Corte de Contas: julgar a legalidade das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões.
A Constituição de 1967, ratificada pela Emenda Constitucional
30 nº 1, de 1969, retirou do Tribunal o exame e o julgamento prévio dos
atos e dos contratos geradores de despesas, sem prejuízo da
competência para apontar falhas e irregularidades que, se não
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sanadas, seriam, então, objeto de representação ao Congresso
Nacional.
35 Eliminou-se, também, o julgamento da legalidade de concessões
de aposentadorias, reformas e pensões, ficando a cargo do Tribunal,
tão-somente, a apreciação da legalidade para fins de registro. O
processo de fiscalização financeira e orçamentária passou por
completa reforma nessa etapa. Como inovação, deu-se incumbência à
40 Corte de Contas para o exercício de auditoria financeira e orçamentária
sobre as contas das unidades dos três poderes da União, instituindo-
se, desde então, os sistemas de controle externo, a cargo do
Congresso Nacional, com auxilio da Corte de Contas, e de controle
interno, este exercido pelo Poder Executivo e destinado a criar
45 condições para um controle externo eficaz.
Finalmente, com a Constituição de 1988, o Tribunal de Contas da
União (TCU) teve a sua jurisdição e a sua competência
substancialmente ampliadas. Recebeu poderes para, no auxílio ao
Congresso Nacional, exercer a fiscalização contábil, financeira,
50 orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade, à legitimidade e à
economicidade, e a fiscalização da aplicação das subvenções e da
renúncia de receitas. Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou
55 privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre
dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou
que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária tem o
dever de prestar contas ao TCU.
Conheça o TCU. Internet:<http://www.tcu.gov.br>.
Acesso em 10/4/2005 (com adaptações).
1. (Cespe/TCU/ACE/2005) É correta a forma variante de grafia do
vocábulo “projeto de lei” (l. 4) com hífen.
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Comentário – Ligam-se por hífen os elementos das palavras compostas em
que se mantém a noção da composição, isto é, os elementos das palavras
compostas que mantêm a sua independência fonética, conservando cada um
a sua própria acentuação, porém formando o conjunto perfeita unidade de
sentido. Não é o que se verifica no vocábulo analisado. A expressão “de lei”
é locução adjetiva que caracteriza o substantivo “projeto”.
Resposta – Item errado.
2. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocábulo de que se derivaram formas como
polar, polarizar, “polarizadas” (l. 6) tem acento diferencial.
Comentário – Dá origem a essas palavras o vocábulo pólo (extremidade de
algo), escrito com acento agudo diferencial de intensidade, que estabelece
distinção entre o substantivo que nomeia e a preposição polo (contração
entre a preposição por e o artigo o).
Resposta – Item certo.
3. (Cespe/TCU/ACE/2005) Em “ratificada pela Emenda” (l. 29), o verbo
significa validada.
Comentário – A forma verbal “ratificada” (particípio) tem por sinônimo as
palavras confirmada, validada. É importante que vocês não confundam
essa palavra com seu parônimo retificada, que significa corrigida,
consertada.
Resposta – Item certo.
4. (Cespe/TCU/ACE/2005) Os vocábulos “prejuízo” (l. 31) e atraí
acentuam-se atendendo à mesma regra.
Comentário – Apesar de a primeira ser uma paroxítona e a segunda uma
oxítona, ambas recebem acento pela mesma razão. A vogal I, que forma
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hiato com as vogais U e A, constitui a sílaba tônica das palavras em
destaque. Notem que ela está sozinha na sílaba. Caso viesse acompanhada
de qualquer letra diferente de S (ju-iz), ou seguida de NH (ra-i-nha), não
receberia acento.
Resposta – Item certo.
5. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocábulo “eficaz” (l. 45) tem nuanças
significativas que o diferenciam do vocábulo efetivo.
Comentário – Ressalte-se que essas palavrinhas não são sinônimas. A
primeira significa o atributo de algo “que tem a virtude ou o poder de
produzir, em condições normais e sem carecer de outro auxílio, determinado
efeito”. A segunda, também adjetivo, diz-se daquilo que é “capaz de
produzir um efeito real”, permanente.
Resposta – Item certo.
Quem são esses senhores
(...)
Antes de Pitágoras, era necessário que duas vacas e dois
bois se apresentassem diante do comerciante para que ele pudesse
7 concluir que duas vacas mais dois bois perfaziam um total de
quatro animais. Se vacas e bois, cansados de ser contados,
resolvessem pastar no campo, as aritméticas dos comerciantes
10 desmaiariam.
(...)
Nós queremos a Paz, não a Guerra! Queremos Paz, sim,
mas nunca a Passividade! Queremos conter a metástase da
40 globalização.
Augusto Boal. Revista Caros Amigos, nº 47, fev./2001, p.10 (com adaptacões).
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6. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, são exemplos de expressões de
sentido conotativo, as quais seriam inadequadas para compor um texto
técnico: “as aritméticas dos comerciantes desmaiariam” (l. 9-10);
“Queremos conter a metástase da globalização” (l. 39-40).
Comentário – A linguagem conotativa tem significado subjetivo, figurado,
abstrato e depende do contexto. Pode muito bem ser utilizada em letras de
música, anúncios publicitários, conversa do dia a dia e até em textos cujo
autor tem a intenção de se aproximar da linguagem informal etc. Mas nunca
deve ser empregada na elaboração de uma redação técnica. Nesses casos, a
linguagem deverá ser a denotativa.
Resposta – Item certo.
A montanha mágica
1 No início de 2005, muito ouvimos falar de Davos –
um lugar na Suíça onde se reuniram os luminares de todo o
mundo para discutir as ansiedades que nos paralisam e as
4 perplexidades que nos mobilizam.
Por coincidência, Davos é também o cenário onde se
monta a ação de um famoso romance escrito por Thomas
7 Mann, A Montanha Mágica. O romance é de 1924 e
descreve a vida de um grupo de personagens doentes que, no
princípio do século, se instalaram no Sanatório Berghof,
10 procurando recuperar a saúde.
Um mundo enfermo foi de novo a Davos procurando
diagnosticar seus males e ali, em sucessivos e variados
13 seminários, se indagou onde estaria a cura dos males de nossa
civilização. Lá estavam Tony Blair, Lula e os presidentes de
dezenas de países desimportantes. Lá estavam Bill Gates e os
16 gerentes de agências financiadoras de todo o mundo. Lá
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estava até Sharon Stone recolhendo US$1 milhão para as
desgraças na Tanzânia. Enfim, lá estava uma amostra da
19 sociedade atual, ou melhor, lá estavam os pajés das diversas
tribos de nossa sociedade eletrônica tentando exorcizar as
doenças da comunidade.
22 A Montanha Mágica é um romance muito antigo.
Mas, sendo antigo, de repente, é atual, por causa da metáfora
viva que contém e que os sábios do Fórum Econômico
25 Mundial ressuscitaram. Que mágica se pode fazer na
montanha de dinheiro acumulado pelo hipercapitalismo para
sanar os males que corroem as vísceras de nossa comunidade?
28 Penso se o mundo não foi sempre um sanatório em Davos.
Affonso Romano de Sant’anna, Correio Braziliense, 6/2/2005 (com adaptações).
7. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, o vocábulo “pajés” (l. 19), empregado
em sentido denotativo, significa presidentes de países.
Comentário – Preliminarmente, precisamos conhecer o significado da
palavra “pajé”: indivíduo que faz as vezes de benzedeiro ou curandeiro nas
sociedades indígenas. Observe que tal palavra surge no mesmo período em
que se emprega o vocábulo “exorcizar” (ação realizada por meio de oração
ou cerimônia religiosa para esconjurar espíritos malignos). Note ainda que a
linha argumentativa do parágrafo em que surgem esses vocábulos fala de
um “mundo enfermo” tentando “diagnosticar” seus “males” e obter a “cura”
deles. Atribuir a “pajé” o significado de presidentes de países é extrapolar
o seu campo semântico. Caso fosse essa a intenção do autor do texto, a
palavra apropriada seria cacique (chefe, líder de comunidade indígena).
Resposta – Item errado.
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8. (Cespe/TCU/ACE/2005) De acordo com a linha argumentativa do texto
III, o vocábulo “sanatório” (l. 28) poderia corretamente ser substituído
pelo sinônimo hospício.
Comentário – O vocábulo “sanatório” significa estabelecimento destinado
ao internamento de doentes submetidos a regime curativo de repouso e está
em perfeita relação semântica com o segundo parágrafo do texto. O
emprego da palavra hospício denotaria asilo de loucos; hospital de
alienados; manicômio.
Resposta – Item errado.
Desenvolvimento, ambiente e saúde
1 No documento Nosso Futuro Comum, preparado,
em 1987, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento das Nações Unidas, ficou estabelecido,
4 pela primeira vez, novo enfoque global da problemática
ecológica, isto é, o das inter-relações entre as dimensões
físicas, econômicas, políticas e socioculturais. Desde então,
7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão
sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e
a necessidade de uma mudança nos comportamentos
10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de
permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender
às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura
13 sobre a Terra.
(...)
Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).
9. (Cespe/TCU/ACE/2007) A retirada do acento circunflexo na forma
verbal “vêm” (l. 7) provoca incorreção gramatical no texto porque o
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sujeito a que essa forma verbal se refere tem dois núcleos:
“compreensão” (l. 7) e “necessidade” (l. 9).
Comentário – Rigidamente, a forma verbal “vêm” (terceira pessoa do plural
do presente do indicativo) deve receber acento circunflexo diferencial de
número. Seu sujeito é composto (“a compreensão sistêmica do ecossistema
hipercomplexo em que vivemos” e “a necessidade de uma mudança nos
comportamentos predatórios e irresponsáveis”). Os núcleos desse tipo de
sujeito estão corretamente indicados no item em análise. Acontece, porém,
que o verbo pode concordar atrativamente com o núcleo mais próximo
(“compreensão”: terceira pessoa do singular) quando vier anteposto ao
sujeito. Assim sendo, a forma verbal vem não prejudicaria a correção
gramatical do texto, por se tratar de um caso de concordância atrativa.
Resposta – Item errado.
1 Num país territorialmente gigante, em que a censura
restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a Internet
tende a se tornar a ferramenta de maior integração nacional ao
4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos
variados, mas que têm apenas um tipo de escrita. A China ganha
100 novos internautas por minuto. É o segundo país com mais
7 usuários on-line no mundo — cerca de 162 milhões —, atrás
apenas dos Estados Unidos da América (EUA), onde há quase
200 milhões.
Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptações).
10. (Cespe/TCU/TCE/2007) A palavra “têm” (l. 5) é acentuada porque está
no plural para concordar com “moradores” (l. 4).
Comentário – Você irá perceber o quanto é frequente questões envolvendo
a acentuação das formas verbais TÊM e VÊM. Neste item, o verbo em foco é
escrito com acento circunflexo diferencial de número para concordar com o
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substantivo plural “moradores”, que foi substituído pelo pronome relativo
“que”, seu representante semântico. Lembre-se de que o mesmo verbo
deveria ser escrito sem acento diferencial caso o substantivo “moradores”
estivesse no singular: morador.
Resposta – Item certo.
O avanço da publicidade na Internet
1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase
triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de
3 usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por
mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na rede.
5 Apesar do crescimento, a Internet só detém 2% do mercado
publicitário do país.
Veja, 4/7/2007 (com adaptações).
11. (Cespe/TCU/TCE/2007) Preservam-se a coerência textual e a correção
gramatical da oração ao se substituir “elevação” (l. 2) por aumento.
Comentário – Coerência textual diz respeito ao significado do texto, que é
obtido por meio da relação existente entre as palavras, as frases, os
períodos e os parágrafos do texto. Em relação a esse aspecto, a substituição
proposta não gera prejuízo, pois os vocábulos “elevação” e aumento são
sinônimos. O problema surge em relação à correção gramatical, isto é, em
relação à articulação sintática entre os elementos que compõem o texto.
Façamos a substituição proposta pela banca examinadora: A expansão se
deve à aumento do número... O emprego do substantivo aumento deve vir
acompanhado do artigo definido o, que deve se combinar com a preposição
a exigida pela regência do verbo que a antecede, fazendo surgir ao.
Resposta – Item errado.
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12. (Cespe/TCU/TCE/2007) Respeita as regras gramaticais e a coerência
das informações entre o gráfico I1 e o texto verbal a seguinte
afirmação: Os 43% dos usuários de banda larga detém os maiores
gastos publicitários no período de 2003 à 2007.
Comentário – Observe a grafia da forma verbal “detém”, oxítona terminada
por EM. O emprego do acento agudo indica que o sujeito desse verbo deve
ser representado pela terceira pessoa do singular (ele ou ela). Mas será que
é isso mesmo que acontece? Não!!! Analise atentamente o período e note
que o sujeito é a expressão “Os 43% dos usuários de banda larga”, que
corresponde à terceira pessoa do plural (eles).
Ainda há outro problema gramatical no período. Agora,
envolvendo o acento indicativo de crase na expressão “no período de 2003 à
2007”. Para não fugirmos do foco desta aula, não comentarei esse fato aqui.
Mas sim na aula específica sobre o assunto.
Resposta – Item errado.
1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao
mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo
4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de
novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,
7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem
eliminar. Vários processos foram experimentados, todos
deixados ao cabo de alguns anos. É curioso que alguns deles
10 coincidissem com os nossos de um e de outro mundo. Os
males não eram gerais, mas eram grandes. Havia eleições
boas e pacíficas, mas a violência, a corrupção e a fraude
1 Desconsidere o gráfico I, pois ele não é necessário para a resolução deste item.
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13 inutilizavam em algumas partes as leis e os esforços leais dos
governos. Votos vendidos, votos inventados, votos destruídos,
era difícil alcançar que todas as eleições fossem puras e
16 seguras. Para a violência havia aqui uma classe de homens,
felizmente extinta, a que chamam pela língua do país,
kapangas ou kapengas. Eram esbirros particulares,
19 assalariados para amedrontar os eleitores e, quando fosse
preciso, quebrar as urnas e as cabeças. Às vezes quebravam
só as cabeças e metiam nas urnas maços de cédulas. Estas
22 cédulas eram depois apuradas com as outras, pela razão
especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum
pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram
25 dados pela vontade soberana do país. A corrupção era menor
que a fraude; mas a fraude tinha todas as formas. Enfim,
muitos eleitores, tomados de susto ou de descrença, não
28 acudiam às urnas.
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.
13. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) De acordo com o
texto, os vocábulos “corrupção” e “fraude” (l. 12, 25 e 26) estão sendo
empregados como sinônimos.
Comentário – Observe que o autor estabelece um comparação entre os
dois vocábulos na seguinte passagem: “A corrupção era menor que a
fraude; mas a fraude tinha todas as formas”. Esse fato já é suficiente para
que entendamos que as palavras estão sendo usadas com valores
semânticos diferentes. Se não fosse assim, a comparação seria incoerente.
Resposta – Item errado.
(...)
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A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me
lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um
19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que
estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e
os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei
22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto
o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos
eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os
25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam
uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;
em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação
28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de
moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia
universal.
Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.
14. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra
“panacéia” (l. 29) significa estratégia, método.
Comentário – O substantivo “panacéia” (ou panaceia, conforme o novo
Acordo Ortográfico) significa “remédio para todos os males”.
Resposta – Item errado.
1 Uma antiga preocupação dos legisladores do
passado era a de assegurar o direito dos povos de manter
“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os
4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em
troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão
de seu poder. Era de tal forma o respeito a essa autonomia
7 relativa que, em certo momento do regime cruel de
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Tibério, as eleições chegaram a ser suspensas em Roma,
mas se mantiveram nas províncias.
10 Muitos defendem o federalismo, quando se
encontram na oposição, mas dele se esquecem quando
chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta
13 de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos
dos estados e da União, quando deveriam articular-se em
busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia
16 política.
Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 24/11/2006.
15. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra
“manietados” (l. 12) está sendo empregada com o sentido de
mobilizados.
Comentário – O adjetivo “manietados” significa: de mãos amarradas,
tolhido de fazer algo, imobilizado. Possui, pois, significado contrário
(antônimo) ao do adjetivo mobilizados: pôr-se em ação para uma tarefa,
movimentar-se.
Resposta – Item errado.
1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21
países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência
Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,
4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a
fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações
como fórum de diálogo, cooperação e concertamento
7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais
que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as
características próprias de cada uma das nossas múltiplas
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10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma
unidade na diversidade.
(...)
Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.
Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).
16. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) De acordo com as regras de
acentuação gráfica da língua portuguesa, a palavra “ibero-americanos”
(l. 2) também poderia ser corretamente escrita da seguinte forma:
íbero-americanos.
Comentário – A palavra “ibero” é paroxítona terminada em “o”; por isso
não recebe acento. Ela não possui dupla prosódia, ou seja, não há variação
da sílaba tônica – como em “acrobata” (paroxítona) ou “acróbata”
(proparoxítona) – para justificar sua pronúncia como uma proparoxítona.
Resposta – Item errado.
1 O poder político é produto de uma convenção, não
da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,
na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de
7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao
contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade
conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da
10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à
preservação da propriedade.
(...)
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,
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ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).
17. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A organização do texto permite a
substituição da expressão “ao contato” (l.7-8) por à convivência, sem
prejuízo para a coerência entre os argumentos e para a correção
gramatical.
Comentário – A palavra “contato” foi empregada figuradamente para
indicar relação de proximidade, relacionamento contínuo, coexistência,
mesmo significado que “convivência”.
Resposta – Item certo.
18. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 3, a argumentação do
texto mostra que “a sociedade” e “os homens” podem ser considerados,
em significação conotativa, como sinônimos textuais; por isso, a troca
de posição entre esses dois termos preservaria a coerência e a correção
gramatical do texto.
Comentário – Não se deixe levar pelo “canto da sereia”. Esse jogo de
palavras tem a finalidade de distraí-lo. Vá ao texto e troque os dois termos
de posição: “...e nasce juntamente com os homens, quando a sociedade
decidem...”. Apesar de os dois termos serem sinônimos textuais e de
estarem empregado em sentido conotativo (a “sociedade” não nasce
literalmente e “homens” não representa apenas seres do sexo masculino), a
troca causa prejuízo à correção gramatical do texto, pois desfaz-se a
concordância entre o verbo “decidem” e o sujeito correspondente.
Resposta – Item errado.
1 Com um alto grau de urbanização, o Brasil já
apresenta cerca de 80% da população nas cidades, mas,
como advertem estudiosos do assunto, o país ainda tem
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4 muito a aprender sobre crescimento e planejamento urbanos.
(...)
o alerta: onde morar em metrópoles? É melhor optar por uma
28 casa ou um apartamento o mais distante possível — a dois
quarteirões, no mínimo — das ruas e avenidas mais
movimentadas. (...)
Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).
19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A substituição de “cerca de” (l.2) por
acerca de manteria a correção gramatical do período.
Comentário – Cerca de e acerca de são locuções prepositivas, mas elas
não devem ser confundidas. A primeira é usada para indicar quantidade
aproximada; a segunda equivale-se à preposição sobre.
Resposta – Item errado.
20. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Manteria a correção gramatical e o
sentido do texto a inserção de há dois quarteirões no lugar de “a dois
quarteirões” (l.28-29).
Comentário – A forma verbal “há”, nesse contexto, causaria incoerência,
visto que indicaria a existência de dois quarteirões. Não é isso o que se
pretende dizer no texto. O autor pretende indicar a distância mínima da
localização do imóvel. Nesse sentido, o vocábulo adequado é “a”.
Resposta – Item errado.
(...) Tendo como principal propósito a
13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à
constituição de uma nação-Estado verdadeiramente
unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no
16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o
crescimento era enormemente inibido pela ausência de um
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sistema nacional de comunicações e de que o
19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial
para o alargamento da base econômica do país. (...)
Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).
21. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A palavra “crucial” (l.19) está sendo
empregada com o sentido de árduo, difícil.
Comentário – Cuidado com as aparências. Em se tratando de significação
contextual de palavras e expressões, a melhor coisa que você deve fazer é ir
ao texto. O adjetivo crucial pode realmente ser utilizado para caracterizar
algo árduo, difícil, espinhoso: Deixar a casa paterna foi uma decisão crucial.
Mas, no texto em que surge, ele expressa a importância para que algo
aconteça, ocorra, ou exista; é o mesmo que capita,; essência,; fundamental.
Resposta – Item errado.
1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente
difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os
primeiros homens em contato com a natureza. (...)
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).
22. (Cespe/Antaq/Especialista – Economia/2009) No desenvolvimento da
textualidade, a substituição do trecho “em que vivemos” (l.1) por no
qual vivemos ou por onde vivemos não acarreta prejuízo para a
coerência nem para a correção gramatical do texto.
Comentário – A ênfase aqui será dada ao emprego de onde, que é usado
com verbo estático (“vivem”) que pede a preposição em; na língua
portuguesa não existe a contração nonde, supostamente indicada por em
+ onde.
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O pronome relativo que pode ser substituído por o/a qual.
Logo, a forma em que pode ser trocado pela forma no/na qual, conforme
o caso.
Resposta – Item certo.
1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro
do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é
obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.
4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às
vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,
concepções de desenvolvimento e interesses distintos e
7 conflitantes.
(...)
Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).
23. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 2, mantendo-se a correção
gramatical do texto, pode-se empregar em que ou onde em lugar de
“no qual”.
Comentário – Esta foi só para confirmar o que eu disse anteriormente e
como o Cespe, volta e meia, explora o emprego dessas expressões. Quando
tratarmos de pronomes, falaremos mais sobre o uso dos relativos.
Resposta – Item certo.
24. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) As palavras “líderes”,
“empréstimo”, “Econômico” e “públicas” recebem acento gráfico com
base na mesma justificativa gramatical.
Comentário – Sim, todas são proparoxítonas.
Resposta – Item certo.
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O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,
ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.
7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria
Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.
Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o
10 acordo. (...)
Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008.
25. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) A palavra “chancelaram” (l.9)
está sendo empregada com o sentido de sancionaram.
Comentário – Sim, ela significa dar aprovação ou aceitação a; confirmar,
ratificar; aprovar; sancionar: O presidente chancelou a proposta do ministro.
Resposta – Item certo.
Canção do Ver (fragmento)
1 Por viver muitos anos
dentro do mato
Moda ave
4 O menino pegou
um olhar de pássaro –
Contraiu visão fontana.
7 Por forma que ele enxergava
as coisas
Por igual
10 como os pássaros enxergam.
As coisas todas inominadas.
Água não era ainda a palavra água.
13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.
As palavras eram livres de gramáticas e
Podiam ficar em qualquer posição.
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16 Por forma que o menino podia inaugurar.
Podia dar às pedras costumes de flor.
Podia dar ao canto formato de sol.
19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a
[palavra abelha e entrar dentro dela.
Como se fosse infância da língua.
Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.
26. (Cespe/MRE-IRBr/Diplomata/2009) A respeito do vocabulário do texto
acima, assinale a opção incorreta.
a) “Moda” (v.3) significa conjunto de opiniões, gostos e apreciações
críticas, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos, aceitos por
determinado grupo humano em um dado momento histórico.
b) O sentido do vocábulo “Contraiu” (v.6) restringe as possibilidades
semânticas de “pegou” (v.4).
c) Na expressão “visão fontana” (v.6), o vocábulo sublinhado, adjetivo
derivado de fonte, foi metaforicamente empregado com sentido de
originário, gerador, causal, seminal.
d) Em “As palavras eram livres de gramáticas” (v.14), o vocábulo
sublinhado alude a regras gramaticais.
e) O vocábulo “posição” (v.15) refere-se à sintaxe, entendida como
disposição harmoniosa de partes ou elementos da frase.
Comentário – Mais uma vez quero frisar que o contexto não deve ser
desprezado durante a resolução de questões sobre o significado de palavras.
No texto, a expressão “Moda ave” significa maneira ou modo distinto e
peculiar como o menino vivia: de acordo com os hábitos de uma ave.
Resposta – A
A diferença na linguagem
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“Para os 1 gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na
arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos
acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam
4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.”
Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, é preciso
prestar ouvidos à voz original, adivinhar as diferenças de
7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptíveis no
espaço homogêneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do
Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido
10 atento à melodia que dá vida aos signos: estar surdo à
modulação da voz significa estar cego às modalidades do
sentido. Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a
13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da
desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas
também a indicação do estatuto que Rousseau confere à
16 linguagem. O que é importante notar aqui é que a oposição
entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre
presença e ausência: não é a ausência do sujeito falante que
19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos
signos visuais. Se a essência da linguagem escapa à
Gramática, é porque esta desdobra a linguagem num elemento
22 essencialmente homogêneo.
Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.
27. (Cespe/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias do texto 3,
julgue (C ou E) o item a seguir.
A palavra “acentos” (l.3) refere-se a sinais gráficos, ao passo que
“acento” (l.7) designa qualidades como inflexão ou modulação.
Comentário – Esta questão é para você constata como o Cespe
recentemente cobrou noções de polissemia em uma de suas provas. Creio
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que não é difícil perceber os sentidos das palavras destacadas, mas é bom
ficar atento e não se deixar levar pelas “aparências”. Na dúvida, volte ao
texto.
Resposta – Item certo.
28. (CESPE/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias e aos
aspectos gramaticais do texto, assinale a opção correta.
a) O uso recorrente de vocábulos pertencentes aos campos semânticos da
visão e da audição prejudica a coerência e a coesão do texto.
b) É a mesma a justificativa para o uso de inicial maiúscula em
“Gramático” (l.9) e em Gramática (l.21).
Comentário – Alternativa A: é o contrário! Pela afinidade de sentidos
existente entre elas, as palavras do mesmo campo semântico contribuem
com a coerência e a coesão do texto.
Alternativa B: os motivos são diferentes. Na linha 9, o
termo designa o profissional; na linha 21; designa o nome de uma disciplina,
uma área do conhecimento.
Lemos em Cegalla (Novíssima gramática da Língua
Portuguesa, 2008, página 66) que o emprego de iniciais maiúsculas é
facultativo nos dois casos (repare como a mesma palavra surgiu na linha 1).
O autor nos dá os seguintes exemplos: Doutor Paulo ou doutor Paulo;
Professor Renato ou professor Renato; Matemática ou matemática.
Resposta – Itens errados.
Receita – 96:924$985
1 No orçamento do ano passado houve supressão de
várias taxas que existiam em 1928. A receita, entretanto,
calculada em 68:850$000, atingiu 96:924$985.
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4 E não empreguei rigores excessivos. Fiz apenas
isto: extingui favores largamente concedidos a pessoas que
não precisavam deles e pus termo às extorsões que afligiam
7 os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados,
escorchados, esbrugados pelos exatores.
(...)
Graciliano Ramos. 2.º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do
município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.
Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.
29. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Considerando os
sentidos e aspectos gramaticais do texto, julgue a opção abaixo.
A expressão explorados pelos cobradores de impostos, embora
menos enfática, é coerente com o sentido geral do trecho “ raspados,
escorchados, esbrugados pelos exatores” (l.7-8).
Comentário – Para acertar esta questão, você precisa saber (ou pelo
menos “perceber”) o significado das seguintes palavras:
a) “raspados” – deixados sem nada, furtados, roubados;
b) “escorchados” – diz-se de quem foi explorado (O fiscal
corrupto tinha até uma lista dos comerciantes
escorchados.);
c) “esbrugados” – que está sem carnes, descarnado (Osso
esbrugado.); figuradamente, diz-se de quem ficou sem
nada, sem nenhum recurso, foi exposto totalmente;
d) “exatores” – cobrador de impostos.
Resposta – Item certo.
Por hoje é só. Não se esqueça de revisar todo o conteúdo
durante a semana. Além disso, intensifique o hábito de leitura e, sempre que
tiver dúvidas quanto à grafia e ao significado de uma palavra, consulte um
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bom dicionário, e não despreze o contexto em que ela está inserida. Isso o
ajudará a escrever corretamente e entender o significado das palavras em
um texto.
Na próxima aula, estudaremos o emprego das classes de
palavras.
Fique com Deus e até lá!
Professor Albert Iglésia
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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
Breve histórico
A idéia de criação de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira
vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de Felisberto
Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de José Inácio Borges, que
apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império. As
5 discussões em torno da criação de um Tribunal de Contas durariam
quase um século, polarizadas entre aqueles que defendiam a sua
necessidade — para quem as contas públicas deviam ser examinadas
por órgão independente — e aqueles que a combatiam, por
entenderem que as contas públicas podiam continuar sendo
10 controladas por aqueles mesmos que as realizavam.
Originariamente o Tribunal teve competência para exame,
revisão e julgamento de todas as operações relacionadas com a receita
e a despesa da União. A fiscalização fazia-se pelo sistema de registro
prévio. A Constituição de 1891 institucionalizou o Tribunal e conferiu-
15 lhe competências para liquidar as contas da receita e da despesa e
verificar a sua legalidade, antes de serem prestadas ao Congresso
Nacional.
Pela Constituição de 1934, o Tribunal recebeu, entre outras, as
seguintes atribuições: proceder ao acompanhamento da execução
20 orçamentária, registrar previamente as despesas e os contratos, julgar
as contas dos responsáveis por bens e dinheiro públicos, assim como
apresentar parecer prévio sobre as contas do Presidente da República,
para posterior encaminhamento à Câmara dos Deputados. Com
exceção do parecer prévio sobre as contas presidenciais, todas as
25 demais atribuições do Tribunal foram mantidas pela Carta de 1937. A
Constituição de 1946 acresceu um novo encargo às competências da
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Corte de Contas: julgar a legalidade das concessões de
aposentadorias, reformas e pensões.
A Constituição de 1967, ratificada pela Emenda Constitucional
30 nº 1, de 1969, retirou do Tribunal o exame e o julgamento prévio dos
atos e dos contratos geradores de despesas, sem prejuízo da
competência para apontar falhas e irregularidades que, se não
sanadas, seriam, então, objeto de representação ao Congresso
Nacional.
35 Eliminou-se, também, o julgamento da legalidade de concessões
de aposentadorias, reformas e pensões, ficando a cargo do Tribunal,
tão-somente, a apreciação da legalidade para fins de registro. O
processo de fiscalização financeira e orçamentária passou por
completa reforma nessa etapa. Como inovação, deu-se incumbência à
40 Corte de Contas para o exercício de auditoria financeira e orçamentária
sobre as contas das unidades dos três poderes da União, instituindo-
se, desde então, os sistemas de controle externo, a cargo do
Congresso Nacional, com auxilio da Corte de Contas, e de controle
interno, este exercido pelo Poder Executivo e destinado a criar
45 condições para um controle externo eficaz.
Finalmente, com a Constituição de 1988, o Tribunal de Contas da
União (TCU) teve a sua jurisdição e a sua competência
substancialmente ampliadas. Recebeu poderes para, no auxílio ao
Congresso Nacional, exercer a fiscalização contábil, financeira,
50 orçamentária, operacional e patrimonial da União e das entidades da
administração direta e indireta, quanto à legalidade, à legitimidade e à
economicidade, e a fiscalização da aplicação das subvenções e da
renúncia de receitas. Qualquer pessoa física ou jurídica, pública ou
55 privada, que utilize, arrecade, guarde, gerencie ou administre
dinheiros, bens e valores públicos ou pelos quais a União responda, ou
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que, em nome desta, assuma obrigações de natureza pecuniária tem o
dever de prestar contas ao TCU.
Conheça o TCU. Internet:<http://www.tcu.gov.br>.
Acesso em 10/4/2005 (com adaptações).
1. (Cespe/TCU/ACE/2005) É correta a forma variante de grafia do
vocábulo “projeto de lei” (l. 4) com hífen.
2. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocábulo de que se derivaram formas como
polar, polarizar, “polarizadas” (l. 6) tem acento diferencial.
3. (Cespe/TCU/ACE/2005) Em “ratificada pela Emenda” (l. 29), o verbo
significa validada.
4. (Cespe/TCU/ACE/2005) Os vocábulos “prejuízo” (l. 31) e atraí
acentuam-se atendendo à mesma regra.
5. (Cespe/TCU/ACE/2005) O vocábulo “eficaz” (l. 45) tem nuanças
significativas que o diferenciam do vocábulo efetivo.
Quem são esses senhores
(...)
Antes de Pitágoras, era necessário que duas vacas e dois
bois se apresentassem diante do comerciante para que ele pudesse
7 concluir que duas vacas mais dois bois perfaziam um total de
quatro animais. Se vacas e bois, cansados de ser contados,
resolvessem pastar no campo, as aritméticas dos comerciantes
10 desmaiariam.
(...)
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Nós queremos a Paz, não a Guerra! Queremos Paz, sim,
mas nunca a Passividade! Queremos conter a metástase da
40 globalização.
Augusto Boal. Revista Caros Amigos, nº 47, fev./2001, p.10 (com adaptacões).
6. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, são exemplos de expressões de
sentido conotativo, as quais seriam inadequadas para compor um texto
técnico: “as aritméticas dos comerciantes desmaiariam” (l. 9-10);
“Queremos conter a metástase da globalização” (l. 39-40).
A montanha mágica
1 No início de 2005, muito ouvimos falar de Davos –
um lugar na Suíça onde se reuniram os luminares de todo o
mundo para discutir as ansiedades que nos paralisam e as
4 perplexidades que nos mobilizam.
Por coincidência, Davos é também o cenário onde se
monta a ação de um famoso romance escrito por Thomas
7 Mann, A Montanha Mágica. O romance é de 1924 e
descreve a vida de um grupo de personagens doentes que, no
princípio do século, se instalaram no Sanatório Berghof,
10 procurando recuperar a saúde.
Um mundo enfermo foi de novo a Davos procurando
diagnosticar seus males e ali, em sucessivos e variados
13 seminários, se indagou onde estaria a cura dos males de nossa
civilização. Lá estavam Tony Blair, Lula e os presidentes de
dezenas de países desimportantes. Lá estavam Bill Gates e os
16 gerentes de agências financiadoras de todo o mundo. Lá
estava até Sharon Stone recolhendo US$1 milhão para as
desgraças na Tanzânia. Enfim, lá estava uma amostra da
19 sociedade atual, ou melhor, lá estavam os pajés das diversas
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tribos de nossa sociedade eletrônica tentando exorcizar as
doenças da comunidade.
22 A Montanha Mágica é um romance muito antigo.
Mas, sendo antigo, de repente, é atual, por causa da metáfora
viva que contém e que os sábios do Fórum Econômico
25 Mundial ressuscitaram. Que mágica se pode fazer na
montanha de dinheiro acumulado pelo hipercapitalismo para
sanar os males que corroem as vísceras de nossa comunidade?
28 Penso se o mundo não foi sempre um sanatório em Davos.
Affonso Romano de Sant’anna, Correio Braziliense, 6/2/2005 (com adaptações).
7. (Cespe/TCU/ACE/2005) No texto, o vocábulo “pajés” (l. 19), empregado
em sentido denotativo, significa presidentes de países.
8. (Cespe/TCU/ACE/2005) De acordo com a linha argumentativa do texto
III, o vocábulo “sanatório” (l. 28) poderia corretamente ser substituído
pelo sinônimo hospício.
Desenvolvimento, ambiente e saúde
1 No documento Nosso Futuro Comum, preparado,
em 1987, pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e
Desenvolvimento das Nações Unidas, ficou estabelecido,
4 pela primeira vez, novo enfoque global da problemática
ecológica, isto é, o das inter-relações entre as dimensões
físicas, econômicas, políticas e socioculturais. Desde então,
7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão
sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e
a necessidade de uma mudança nos comportamentos
10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de
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permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender
às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura
13 sobre a Terra.
(...)
Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente. In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).
9. (Cespe/TCU/ACE/2007) A retirada do acento circunflexo na forma
verbal “vêm” (l. 7) provoca incorreção gramatical no texto porque o
sujeito a que essa forma verbal se refere tem dois núcleos:
“compreensão” (l. 7) e “necessidade” (l. 9).
1 Num país territorialmente gigante, em que a censura
restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a Internet
tende a se tornar a ferramenta de maior integração nacional ao
4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos
variados, mas que têm apenas um tipo de escrita. A China ganha
100 novos internautas por minuto. É o segundo país com mais
7 usuários on-line no mundo — cerca de 162 milhões —, atrás
apenas dos Estados Unidos da América (EUA), onde há quase
200 milhões.
Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptações).
10. (Cespe/TCU/TCE/2007) A palavra “têm” (l. 5) é acentuada porque está
no plural para concordar com “moradores” (l. 4).
O avanço da publicidade na Internet
1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase
triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de
3 usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por
mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na rede.
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5 Apesar do crescimento, a Internet só detém 2% do mercado
publicitário do país.
Veja, 4/7/2007 (com adaptações).
11. (Cespe/TCU/TCE/2007) Preservam-se a coerência textual e a correção
gramatical da oração ao se substituir “elevação” (l. 2) por aumento.
12. (Cespe/TCU/TCE/2007) Respeita as regras gramaticais e a coerência
das informações entre o gráfico I2 e o texto verbal a seguinte
afirmação: Os 43% dos usuários de banda larga detém os maiores
gastos publicitários no período de 2003 à 2007.
1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao
mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo
4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de
novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,
7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem
eliminar. Vários processos foram experimentados, todos
deixados ao cabo de alguns anos. É curioso que alguns deles
10 coincidissem com os nossos de um e de outro mundo. Os
males não eram gerais, mas eram grandes. Havia eleições
boas e pacíficas, mas a violência, a corrupção e a fraude
13 inutilizavam em algumas partes as leis e os esforços leais dos
governos. Votos vendidos, votos inventados, votos destruídos,
era difícil alcançar que todas as eleições fossem puras e
16 seguras. Para a violência havia aqui uma classe de homens,
2 Desconsidere o gráfico I, pois ele não é necessário para a resolução deste item.
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felizmente extinta, a que chamam pela língua do país,
kapangas ou kapengas. Eram esbirros particulares,
19 assalariados para amedrontar os eleitores e, quando fosse
preciso, quebrar as urnas e as cabeças. Às vezes quebravam
só as cabeças e metiam nas urnas maços de cédulas. Estas
22 cédulas eram depois apuradas com as outras, pela razão
especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum
pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram
25 dados pela vontade soberana do país. A corrupção era menor
que a fraude; mas a fraude tinha todas as formas. Enfim,
muitos eleitores, tomados de susto ou de descrença, não
28 acudiam às urnas.
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.
13. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) De acordo com o
texto, os vocábulos “corrupção” e “fraude” (l. 12, 25 e 26) estão sendo
empregados como sinônimos.
(...)
A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me
lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um
19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que
estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e
os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei
22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto
o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos
eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os
25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam
uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;
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em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação
28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de
moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia
universal.
Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.
14. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra
“panacéia” (l. 29) significa estratégia, método.
1 Uma antiga preocupação dos legisladores do
passado era a de assegurar o direito dos povos de manter
“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os
4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em
troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão
de seu poder. Era de tal forma o respeito a essa autonomia
7 relativa que, em certo momento do regime cruel de
Tibério, as eleições chegaram a ser suspensas em Roma,
mas se mantiveram nas províncias.
10 Muitos defendem o federalismo, quando se
encontram na oposição, mas dele se esquecem quando
chegam ao governo. Os municípios, manietados pela falta
13 de recursos próprios, reclamam pela ajuda dos governos
dos estados e da União, quando deveriam articular-se em
busca de seus direitos de tributação direta e de autonomia
16 política.
Mauro Santayana, Jornal do Brasil, 24/11/2006.
15. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/Administrador/2007) A palavra
“manietados” (l. 12) está sendo empregada com o sentido de
mobilizados.
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1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21
países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência
Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,
4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a
fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações
como fórum de diálogo, cooperação e concertamento
7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais
que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as
características próprias de cada uma das nossas múltiplas
10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma
unidade na diversidade.
(...)
Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.
Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).
16. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) De acordo com as regras de
acentuação gráfica da língua portuguesa, a palavra “ibero-americanos”
(l. 2) também poderia ser corretamente escrita da seguinte forma:
íbero-americanos.
1 O poder político é produto de uma convenção, não
da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,
na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de
7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao
contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade
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conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da
10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à
preservação da propriedade.
(...)
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,
ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).
17. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A organização do texto permite a
substituição da expressão “ao contato” (l.7-8) por à convivência, sem
prejuízo para a coerência entre os argumentos e para a correção
gramatical.
18. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 3, a argumentação do
texto mostra que “a sociedade” e “os homens” podem ser considerados,
em significação conotativa, como sinônimos textuais; por isso, a troca
de posição entre esses dois termos preservaria a coerência e a correção
gramatical do texto.
1 Com um alto grau de urbanização, o Brasil já
apresenta cerca de 80% da população nas cidades, mas,
como advertem estudiosos do assunto, o país ainda tem
4 muito a aprender sobre crescimento e planejamento urbanos.
(...)
o alerta: onde morar em metrópoles? É melhor optar por uma
28 casa ou um apartamento o mais distante possível — a dois
quarteirões, no mínimo — das ruas e avenidas mais
movimentadas. (...)
Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).
19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A substituição de “cerca de” (l.2) por
acerca de manteria a correção gramatical do período.
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20. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Manteria a correção gramatical e o
sentido do texto a inserção de há dois quarteirões no lugar de “a dois
quarteirões” (l.28-29).
(...) Tendo como principal propósito a
13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à
constituição de uma nação-Estado verdadeiramente
unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no
16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o
crescimento era enormemente inibido pela ausência de um
sistema nacional de comunicações e de que o
19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial
para o alargamento da base econômica do país. (...)
Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).
21. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A palavra “crucial” (l.19) está sendo
empregada com o sentido de árduo, difícil.
1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente
difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os
primeiros homens em contato com a natureza. (...)
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).
22. (Cespe/Antaq/Especialista – Economia/2009) No desenvolvimento da
textualidade, a substituição do trecho “em que vivemos” (l.1) por no
qual vivemos ou por onde vivemos não acarreta prejuízo para a
coerência nem para a correção gramatical do texto.
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1 Nossos projetos de vida dependem muito do futuro
do país no qual vivemos. E o futuro de um país não é
obra do acaso ou da fatalidade. Uma nação se constrói.
4 E constrói-se no meio de embates muito intensos — e, às
vezes, até violentos — entre grupos com visões de futuro,
concepções de desenvolvimento e interesses distintos e
7 conflitantes.
(...)
Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).
23. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 2, mantendo-se a correção
gramatical do texto, pode-se empregar em que ou onde em lugar de
“no qual”.
24. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) As palavras “líderes”,
“empréstimo”, “Econômico” e “públicas” recebem acento gráfico com
base na mesma justificativa gramatical.
O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,
ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.
7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria
Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.
Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o
10 acordo. (...)
Maria Clara Cabral. Folha de S.Paulo,18/12/2008.
25. (Cespe/MRE–IRBr/Bolsas-Prêmio/2009) A palavra “chancelaram” (l.9)
está sendo empregada com o sentido de sancionaram.
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Canção do Ver (fragmento)
1 Por viver muitos anos
dentro do mato
Moda ave
4 O menino pegou
um olhar de pássaro –
Contraiu visão fontana.
7 Por forma que ele enxergava
as coisas
Por igual
10 como os pássaros enxergam.
As coisas todas inominadas.
Água não era ainda a palavra água.
13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.
As palavras eram livres de gramáticas e
Podiam ficar em qualquer posição.
16 Por forma que o menino podia inaugurar.
Podia dar às pedras costumes de flor.
Podia dar ao canto formato de sol.
19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a
[palavra abelha e entrar dentro dela.
Como se fosse infância da língua.
Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.
26. (Cespe/MRE-IRBr/Diplomata/2009) A respeito do vocabulário do texto
acima, assinale a opção incorreta.
a) “Moda” (v.3) significa conjunto de opiniões, gostos e apreciações
críticas, assim como modos de agir, viver e sentir coletivos, aceitos por
determinado grupo humano em um dado momento histórico.
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b) O sentido do vocábulo “Contraiu” (v.6) restringe as possibilidades
semânticas de “pegou” (v.4).
c) Na expressão “visão fontana” (v.6), o vocábulo sublinhado, adjetivo
derivado de fonte, foi metaforicamente empregado com sentido de
originário, gerador, causal, seminal.
d) Em “As palavras eram livres de gramáticas” (v.14), o vocábulo
sublinhado alude a regras gramaticais.
e) O vocábulo “posição” (v.15) refere-se à sintaxe, entendida como
disposição harmoniosa de partes ou elementos da frase.
A diferença na linguagem
“Para os 1 gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na
arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos
acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam
4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.”
Neste texto Rousseau nos sugere que, para ler bem, é preciso
prestar ouvidos à voz original, adivinhar as diferenças de
7 acento que a articulam e que se tornaram imperceptíveis no
espaço homogêneo da escrita. Na leitura, o olho treinado do
Gramático ou do Lógico deve subordinar-se a um ouvido
10 atento à melodia que dá vida aos signos: estar surdo à
modulação da voz significa estar cego às modalidades do
sentido. Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a
13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da
desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas
também a indicação do estatuto que Rousseau confere à
16 linguagem. O que é importante notar aqui é que a oposição
entre falar e escrever não se funda mais na oposição entre
presença e ausência: não é a ausência do sujeito falante que
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19 desqualifica a escrita, mas a atonia ou a homogeneidade dos
signos visuais. Se a essência da linguagem escapa à
Gramática, é porque esta desdobra a linguagem num elemento
22 essencialmente homogêneo.
Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.
27. (Cespe/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias do texto 3,
julgue (C ou E) o item a seguir.
A palavra “acentos” (l.3) refere-se a sinais gráficos, ao passo que
“acento” (l.7) designa qualidades como inflexão ou modulação.
28. (CESPE/MRE/IRBr/Diplomata/2009) Com relação às ideias e aos
aspectos gramaticais do texto, assinale a opção correta.
c) O uso recorrente de vocábulos pertencentes aos campos semânticos da
visão e da audição prejudica a coerência e a coesão do texto.
d) É a mesma a justificativa para o uso de inicial maiúscula em
“Gramático” (l.9) e em Gramática (l.21).
Receita – 96:924$985
1 No orçamento do ano passado houve supressão de
várias taxas que existiam em 1928. A receita, entretanto,
calculada em 68:850$000, atingiu 96:924$985.
4 E não empreguei rigores excessivos. Fiz apenas
isto: extingui favores largamente concedidos a pessoas que
não precisavam deles e pus termo às extorsões que afligiam
7 os matutos de pequeno valor, ordinariamente raspados,
escorchados, esbrugados pelos exatores.
(...)
Graciliano Ramos. 2.º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do
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município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.
Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.
29. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Considerando os
sentidos e aspectos gramaticais do texto, julgue a opção abaixo.
A expressão explorados pelos cobradores de impostos, embora
menos enfática, é coerente com o sentido geral do trecho “ raspados,
escorchados, esbrugados pelos exatores” (l.7-8).
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Olá!
Hoje damos início à aula 2, em que falaremos sobre o emprego
de classes gramaticais ou classes morfológicas. Ao todo, são dez.
Umas variáveis e outras invariáveis. É importante fazermos uma síntese
delas e de suas definições nesse primeiro momento. Eis abaixo um quadro-
-resumo:
Classe gramatical Definição
Substantivo
É a palavra que nomeia os seres (pessoas, lugares,
instituições, animais, entes de natureza espiritual
ou mitológica, etc.)
Substantivo comum de
dois números
Tem a mesma forma para o singular e o plural:
lápis, vírus, ônibus, mil-folhas. A diferença será
estabelecida por meio de outro elemento
linguístico: o lápis, os lápis, o vírus, os vírus
etc.
Substantivo comum de
dois gêneros
Apresenta uma só forma para ambos os gêneros.
Efetua-se a distinção por meio do artigo ou de
qualquer outro determinante. Exemplos: o/a
colega, o/a agente, o/a lojista.
Substantivo
sobrecomum
Possui uma só forma e um só gênero a fim de
designar pessoas de ambos os sexos. Exemplos: a
pessoa, a vítima, a criança, o cônjuge, o
monstro.
Substantivo epiceno
Apresenta uma só forma e um só gênero a fim de
designar animais de ambos os sexos. Usam-se as
expressões “macho” e “fêmea” para fazer-se a
distinção. Exemplos: a águia macho ou fêmea, a
cobra macho ou fêmea, o crocodilo macho ou
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O conteúdo deste curso é de uso exclusivo de CAMILA CANDEIRA MAGALHAES, CPF:61394165315, vedada, por quaisquermeios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação e distribuição, sujeitando-se os infratores àresponsabilização civil e criminal.
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fêmea, o jacaré macho ou fêmea, etc.
Artigo
(definidos: o, a, os,
as; indefinidos: um,
uma, uns, umas)
É a palavra que se antepõe ao substantivo,
servindo basicamente para generalizar ou
particularizar o sentido desse substantivo. Em
alguns casos, o artigo é essencial na identificação
do gênero e do número do substantivo. Exemplos:
Um aluno faltou à aula. / O aluno faltou à
aula. – O gerente foi demitido. / A gerente foi
demitida. – O pires quebrou. / Os pires
quebraram.
Adjetivo
Palavra que se relaciona com o substantivo para lhe
atribuir uma característica. Com ele concorda em
número e gênero. Exemplos: mulher alta, livros
bons, árvore alta, tapete novo etc.
Adjetivo uniforme
Mantém a mesma forma tanto quando se refere a
substantivos masculinos quanto a femininos.
Exemplos: Decisão favorável, parecer favorável,
obra incrível, livro incrível, rapaz adorável, moça
adorável.
Numeral
É a palavra que indica a quantidade ou a posição
dos seres. Exemplos: dois, quinze, cem
(cardinais); segundo, décimo quinto, centésimo
(ordinais); meio, um terço, um inteiro e treze
avos (fracionários); dobro, triplo, quádruplo
(multiplicativos).
Advérbio
É a palavra invariável que se refere a um verbo, um
advérbio ou a um adjetivo, indicando uma
circunstância (causa, tempo, modo etc.). Exemplos:
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Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal
“chegou”, modificando-lhe o sentido). Você agiu
bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”,
intensificando-lhe o sentido). Essa é a atitude
menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”,
intensificando-lhe o sentido).
Interjeição
É a palavra invariável que exprime emoções ou que
procura agir sobre o interlocutor, levando-o a
adotar certo comportamento sem que se faça uso
de estruturas linguísticas mais elaboradas.
Exemplos: Ah! – Psiu! – Opa! – Eia!
Preposição
É a palavra invariável que conecta (liga) palavras
ou orações. Exemplos: flor da boca da pele do
céu. – Vou à Roma de César. – O aluno pediu
para sair mais cedo.
Conjunção
É a palavra invariável que une orações ou termos
de uma oração. No desempenho desse papel, a
conjunção pode relacionar termos e orações
sintaticamente equivalentes (as chamadas orações
coordenadas) ou relacionar uma oração principal a
uma oração que lhe é subordinada. Exemplos:
Pedro e Paulo saíram. Pedro foi ao cinema, e
Paulo foi ao teatro. É preciso que estudemos.
Verbo
É a palavra que designa um processo (ação, desejo,
estado, mudança de estado, fenômeno). É a classe
gramatical mais rica em variação de formas. Pode
mudar para exprimir modo, tempo, pessoa, número
e voz. No dicionário, são encontrados no modo
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infinitivo (entrar, comer, chover, comprar, ser,
amanhecer), que é, por assim dizer, o nome do
verbo. Exemplos: Ele estuda. (ação) /
Desejamos a classificação. (desejo) / Ele está
doente. (estado) / A lagarta virou borboleta.
(mudança de estado) / Choveu forte.
(fenômeno)
Pronome
Palavra que substitui o nome (pronome
substantivo) ou que o acompanha (pronome
adjetivo) para tornar claro o seu significado.
Existem seis classes de pronomes:
Pessoal
Indica diretamente as pessoas do discurso (no
singular ou no plural): 1ª pessoa: quem fala ; 2ª
pessoa: com quem se fala; 3ª pessoa: de quem se
fala. Eu, tu, ele, ela, nós, vós, eles, elas. Me, te,
se, lhe, o, a, nos, vos, se, lhes, os, as. Mim,
comigo, ti, contigo, si, consigo, conosco,
convosco. Também são pessoais os pronomes de
tratamento: você, o senhor, a senhora, vossa
senhoria, vossa excelência, etc.
possessivo
Refere-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a
posse de algo.: Meu, minha, meus, minhas,
nosso, nossa, nossos, nossas, teu, tua, teus,
tuas, vosso, vossa, vossos, vossas, seu, sua,
seus, suas.
demonstrativo
Indica a posição dos seres em relação às pessoas
do discurso, situando-os no tempo e no espaço.
1ª. Pessoa: Este, esta, estes, estas, isto.
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2ª. Pessoa: Esse, essa, esses, essas, isso.
3ª. Pessoa: Aquele, aquela, aqueles, aquelas,
aquilo.
relativo
É aquele que, em uma oração, se refere a um
termo constante em oração anterior, chamado
antecedente. Exemplo: O avião que chegou estava
danificado. São pronomes relativos: que, quem,
quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), o qual,
a qual, os quais, as quais.
indefinido
Refere-se à terceira pessoa do discurso num
sentido vago ou exprimido quantidade
indeterminada. Exemplos: Quem espera sempre
alcança. Alguns podem flexionar-se em gênero e
número. São pronomes indefinidos: algum,
alguns, nenhum, nenhuns, qualquer,
quaisquer, ninguém, tudo, nada, algo etc.
interrogativo É aquele usado para formular uma pergunta direta
ou indireta: que, quem, qual, quanto.
Tenho observado que bancas examinadoras como Cespe/UnB
Esaf e FCC não se detêm, geralmente, nos questionamentos sobre a
definição dessas classes. Antes, privilegiam o emprego delas no contexto em
que estão inseridas e, consequentemente, o nexo semântico que
estabelecem com o restante do período.
Todavia, é a partir do conhecimento das definições que
reuniremos subsídios para compreender o funcionamento de cada classe
gramatical. Além disso, volto a dizer, um bom candidato não menospreza
nenhuma banca examinadora, achando que ela é incapaz de exigir certo tipo
de conhecimento durante a prova. Também não deve pensar que o nível do
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concurso no qual se inscreveu é tão alto que jamais cairá determinado tipo
de questão.
Nunca se esqueça de que as últimas provas elaboradas por uma
mesma banca examinadora refletem apenas uma tendência a certo tipo de
cobrança. Mas isso não quer dizer que ela está impedida de abordar de outra
forma aquilo que prevê o edital. Aliás, o edital nem sempre expressa em
detalhes o que se requer do candidato em termos de Língua Portuguesa.
Portanto, intensifique seus estudos e amplie suas fontes de
consulta. E no mais, mãos à obra!
• Emprego de substantivos
Com frequência, as formas sintéticas de aumentativo e
diminutivo indicam valor semântico pejorativo: mulherzinha; livreco,
sabichão etc.
Vezes há em que essas mesmas formas são empregadas para
traduzir valor semântico afetivo, carinhoso: amorzinho, mulherão, mãezona,
paizinho etc.
Em alguns casos, o emprego dessas formas já não indica mais a
ideia de grau aumentativo ou diminutivo. Passam elas a sugerir significado
diferente daquele expresso pelo substantivo normal: caixão, cartilha,
folhinha (calendário), película, portão, flautim, calção etc.
• Emprego de artigos
01) Ambos
Usa-se o artigo entre o numeral ambos e o elemento posterior,
caso este admita o seu uso.
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Ex.: Ambos os atletas foram declarados vencedores. (Atletas é
substantivo que admite artigo.)
Ambas as leis estão obsoletas. (Leis é substantivo que admite
artigo.)
Ambos vocês estão suspensos. (Vocês é pronome de tratamento
que não admite artigo.)
02) Todos
Usa-se o artigo entre o pronome indefinido todos e o elemento
posterior, caso este admita o seu uso.
Ex.: Todos os atletas foram declarados vencedores.
Todas as leis devem ser cumpridas.
Todos vocês estão suspensos.
03) Todo
Diante do pronome indefinido todo, usa-se o artigo para indicar
integralidade do que é considerado, totalidade da parte; não se usa
para indicar generalização.
Ex.: Todo o país participou da greve. (O país todo, inteiro.)
Todo país sofre por algum motivo. (Qualquer país, todos os
países.)
ATENÇÃO! É muito comum surgirem em provas questões que abordam a
diferença entre os sentidos desses tipos de enunciados. Normalmente, é
perguntado se o emprego ou a retirada do artigo preserva ou altera a
informação original. Perceba que há alteração de sentido. Tomando o
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segundo exemplo como ponto de partida, a construção Todos os países
(no plural mesmo) sofrem por algum motivo conserva o significado inicial.
04) Cujo
Não se usa artigo após o pronome relativo cujo.
Ex.: As mulheres, cujas bolsas desapareceram, ficaram revoltadas. (e
não: cujas as bolsas.)
05) Pronomes Possessivos
Diante de pronomes possessivos, o uso do artigo é facultativo.
Ex.: Encontrei seus amigos no Shopping.
Encontrei os seus amigos no Shopping.
06) Nomes de pessoas
Diante de nome de pessoas, só se usa artigo para indicar
afetividade ou familiaridade.
Ex.: O Pedrinho mandou uma carta a Fernando Henrique Cardoso.
07) Casa
Só se usa artigo diante da palavra casa (lar, moradia) se a
palavra estiver especificada.
Ex.: Saí de casa há pouco.
Saí da casa do Gilberto há pouco.
08) Terra
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Se a palavra terra significar "chão firme", só haverá artigo
quando estiver especificada. Se significar planeta, usa-se com artigo.
Ex.: Os marinheiros voltaram de terra, pois irão à terra do
comandante.
Os astronautas voltaram da Terra.
09) Nomes de lugar
Só se usa artigo diante da maioria dos nomes de lugar quando
estiver qualificado.
Ex.: Estive em São Paulo, ou melhor, estive na São Paulo de Mário de
Andrade.
10) Nomes de jornais, revistas, obras literárias
Deve-se evitar contrair com preposição o artigo que faz parte do
nome de jornais, revistas, obras literárias.
Ex.: Li a notícia nO Estado de São Paulo. (ou Li a notícia no Estado de
São Paulo) – não recomendado
Li a notícia em O Estado de São Paulo. – recomendado
• Emprego de adjetivos
Destacarei dois fatos importantes quanto ao emprego deles. O
primeiro é que também atingimos o grau superlativo (eleva ou reduz a
qualidade de um ser no mais alto grau em comparação ou não com a de
outro ser) com a repetição do adjetivo:
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Ex.: O filme foi muito lindo.
O final do filme foi lindo, lindo.
O segundo fato é que, quando comparamos a mesma
qualidade atribuída a dois seres, não empregamos as formas mais bom,
mais mau, mais grande e mais pequeno.
Ex.: Conquistar é melhor do que ganhar.
A reprovação é pior do que alguns meses de dedicação.
Mas quando comparadas duas qualidades do mesmo ser,
usamos a forma analítica desses adjetivos.
Ex.: João é mais pequeno do que inteligente.
Seu comportamento é mais bom do que mau.
• Emprego de numerais
a) Na designação de reis, imperadores, papas, séculos e capítulos de uma
obra, devemos usar o ordinal até dez e o cardinal de onze em diante.
Ex.: D. Pedro I (primeiro) – João Paulo II (segundo) – século VIII
(oitavo) – Canto X (décimo) – Luís XV (quinze) – João XXIII
(vinte e três) – século XX (vinte) – Capítulo XI (onze)
b) Na enumeração de artigos, decretos e portarias, devemos usar o
ordinal até nove e o cardinal de dez em diante.
Ex.: artigo 1º (primeiro) – artigo 9º (nono) – artigo 10 (dez) – artigo
21 (vinte e um)
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c) Quando nos referimos a dias do mês, número de casas, páginas,
cabines poltronas, folhas e quartos de hotel, devemos usar o cardinal.
Ex.: 13 de maio de 2003 (treze de maio de dois mil e três) – casa 15
(quinze) – página 1 (um)
ATENÇÃO! Empregamos o ordinal quando o dia do mês for o primeiro. E
quando o numeral vier antes do substantivo, usaremos o ordinal: vigésima
casa, décima página.
• Emprego de pronomes
01) Diferença quanto ao emprego dos pronomes pessoais
a) Ele virou ela.
b) Quero falar com ele. Sou útil a ele. Vi-o na rua.
c) Eu contei a ti o que acontecera.
Você terá de viajar com nós dois. Você terá de viajar conosco.
CUIDADO! Não vá sem eu saber.
Todos saíram, exceto eu.
Serão empregados os do caso oblíquo nas demais funções sintáticas (complemento verbal, complemento nominal etc.)
Mesmo diante de preposição, o pronome pessoal do caso reto será empregado quando for sujeito de verbo, ainda que este esteja elíptico.
Os pronomes oblíquos tônicos são precedidos de preposição. Usa-se com nós ou com vós quando tais expressões vierem acompanhadas de elementos de realce, numeral, pronome ou oração adjetiva.
Na função de sujeito e de predicativo, o pronome pessoal utilizado será, via de regra, do caso reto.
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O conteúdo deste curso é de uso exclusivo de CAMILA CANDEIRA MAGALHAES, CPF:61394165315, vedada, por quaisquermeios e a qualquer título, a sua reprodução, cópia, divulgação e distribuição, sujeitando-se os infratores àresponsabilização civil e criminal.
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d) Maria fez aniversário. Pedro deu-lhe um presente. Maria fez aniversário. Pedro a presenteou.
e) Mandei-o sair da sala. Fiz-lhes ver que estavam errados.
02) Pronomes de tratamento
PRONOME DE TRATAMENTO
ABREVIATURA USADO PARA SE DIRIGIR
A Senhor, Senhora Sr., Srª tratamento formal Você V. tratamento informal Vossa Alteza V. A. príncipes e duques Vossa Eminência V. Emª cardeais
Vossa Excelência V. Exª altas autoridades e oficiais-generais
Vossa Magnificência V. Magª reitores de universidades Vossa Majestade V. M. reis e imperadores Vossa Reverendíssima V. Rev.ma sacerdotes em geral Vossa Santidade V. S. papa
Vossa Senhoria V. Sª tratamento formal para pessoas graduadas.
As formas de tratamento designam indiretamente a 2ª pessoa do
discurso (aquela com quem se fala), mas conduzem toda as concordâncias
nominal e verbal da frase para a terceira pessoa do singular ou do plural,
conforme o caso.
• Particularidades
Como complementos verbais, o(s), a(s) desempenham função de objeto direto; lhe(s), de objeto indireto.
LHE(S) só poderá ser sujeito de verbo infinitivo transitivo direto. Mandei-lhe sair da sala seria uma construção errada, já que “sair” tem regência intransitiva.
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a) Vossa Excelência fez um belo discurso. (para dirigir-se à pessoa,
ainda que por meio de correspondências)
Sua Excelência fez um belo discurso. (fala-se da pessoa)
b) Vossa Excelência apresentará seus projetos? (note que o verbo e o
pronome correspondem à terceira pessoa; o adjetivo tende a
concordar com o gênero da pessoa – concordância ideológica)
c) Se você chegar cedo, eu vou te ajudar. (errado)
Se você chegar cedo, eu vou ajudá-lo (você). (certo)
(muito cuidado: mesmo os pronomes de tratamento informal levam os
outros pronomes para a terceira pessoa)
03) Pronomes possessivos
Referem-se às pessoas gramaticais, atribuindo-lhes a posse de
algo. Concordam em gênero e número com “a coisa” possuída.
Primeira pessoa
Meu(s), minha(s), nosso(s), nassa(s)
Segunda pessoa
Teu(s), tua(s), vosso(s), vossa(s)
Terceira pessoa
Seu(s), sua(s)
04) Pronomes demonstrativos
Indicam a posição dos seres em relação às pessoas do discurso,
situando-os no tempo e no espaço.
PRONOMES TEMPO ESPAÇO Este (s), esta (s), isto Presente; momento atual Perto de quem fala
Esse (s), essa (s), isso Passado próximo Perto da pessoa com
quem se fala Aquele (s), aquela (s), aquilo
Passado longínquo Longe de quem fala e da pessoa com quem se fala
Ex.: Nestas últimas horas tenho aprendido muito.
Ex.: Eu trouxe meu caderno.
Tu trouxeste tuas canetas.
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Este rapaz ao meu lado é meu amigo.
Essas horas que passamos na praia foram muito agradáveis.
O que é isso aí do teu lado?
Naquela época, a vida era melhor.
O que é aquilo atrás do carro?
• Casos Especiais
a) Meu argumento é este: não há democracia sem justiça. (Este:
empregado quando ainda vai ser feita a referência; promove a coesão
textual conhecida como catafórica.).
Não há democracia sem justiça. Esse é meu argumento. (Esse:
empregado quando já foi feita a referência; promove a coesão textual
conhecida como anafórica)
b) Comprei um carro e uma bicicleta. Esta eu dei para meu irmão;
aquele, para mim mesmo. (Este e aquele servem para retomar
elementos já citados. Este diz respeito ao último termo; aquele, ao
primeiro.)
c) O que ele disse era verdade.
Passará a que for mais capacitada. (O e a diante de que – pronome
relativo – e de – preposição – serão pronomes demonstrativos)
05) Pronomes indefinidos
São os que têm sentido vago, impreciso, indeterminado. Alguns
podem flexionar-se em gênero e número.
• Casos Particulares
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a) Certo livro: antes do substantivo, equivale-se a pronome indefinido.
Livro certo: depois, equivale-se a adjetivo.
b) Algum livro deve ser igual a este. Antes do substantivo, tem valor
positivo, exprime possibilidade.
Livro algum deve ser igual a este. Depois, tem valor negativo,
expressa impossibilidade.
06) Advérbios
Referem-se a um verbo, um advérbio ou a um adjetivo,
acrescentando-lhes informações circunstanciais, acessórias.
Ex.: Ele chegou cedo. (refere-se à forma verbal “chegou” e indica
quando a ação verbal se realizou)
Você agiu bastante mal. (refere-se ao advérbio “mal”,
intensificando o modo indicado pelo advérbio)
Essa é a atitude menos correta. (refere-se ao adjetivo “correta”,
adicionando-lhe valor semântico intensificador)
Em alguns casos, os advérbios podem se referir a uma oração
inteira. Nesse caso, normalmente transmitem a avaliação de quem fala
ou escreve sobre o conteúdo da oração.
Ex.: Infelizmente, os deputados aprovaram as emendas.
As providências foram infrutíferas, lamentavelmente.
Observamos que os advérbios bem e mal, quando juntos a
adjetivos (ou a particípios), são empregados na forma analítica para indicar
o grau comparativo de superioridade.
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Ex.: O quarto está mais bem pintado (do) que a sala.
Joaquim é mais mal educado (do) que Pedro.
Alguns advérbios podem assumir formas diminutivas (e passam
a ter valor superlativo) para indicar linguagem afetiva.
Ex.: Chegaram agorinha.
Terminei a prova rapidinho.
Ocorrendo o emprego sequencial de advérbios terminados em
mente, a terminação pode ser usada apenas no último advérbio ou em
todos eles.
Ex.: Calma e silenciosamente, a aluna repassava os ensinamentos.
Calmamente e silenciosamente, a aluna repassava os
ensinamentos.
ATENÇÃO! É possível que alguns adjetivos sejam empregados com
advérbios. Nesse caso, ficam invariáveis.
Ex.: Não falem alto!
As aulas de português não custam caro.
07) Preposições
Conecta (liga) palavras e orações, estabelecendo uma relação de
subordinação do consequente ao antecedente.
Ex.: O caderno de português ficou na escola. (a preposição
estabeleceu vínculo entre as palavras “caderno” e “português”,
pertencentes à mesma oração)
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O medo de fracassar atormentava-o dia e noite. (agora, a
preposição promoveu o vínculo entre o substantivo “medo” e a
oração completiva nominal “fracassar”.
Usualmente, as preposições são desprovidas de valor semântico.
Porém, às vezes indicam noções fundamentais à compreensão da frase.
Ex.: Estou com você. (associação, a favor)
Estou contra você. (posição contrária)
Pus sob a mesa. (posição inferior)
Pus sobre a mesa (posição superior)
Às noites, jogava dominó. (tempo habitual, periodicidade)
Dei pirulitos para as crianças, uma a uma. (distribuição)
Veio de casa. (origem)
08) Conjunções
Unem orações ou termos de uma oração. No desempenho desse
papel, a conjunção pode relacionar termos e orações sintaticamente
equivalentes (as chamadas orações coordenadas) ou relacionar uma oração
principal a uma oração que lhe é subordinada.
Note que as preposições, ao conectarem termos de uma mesma
oração, estabelecem entre eles um vínculo de subordinação. Já as
conjunções, um vínculo de coordenação.
Ex.: Pedro e Paulo saíram. (os vocábulos “Pedro” e “Paulo” mantêm
entre si uma relação de equivalência sintática)
Pedro foi ao cinema, e Paulo foi ao teatro. (as orações “Pedro foi
ao cinema” e “e Paulo foi ao teatro” também estão em um
vínculo de coordenação)
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É preciso que estudemos. (agora, a conjunção “que” estabelece
uma relação de subordinação entre as orações “É preciso” e “que
estudemos”)
Há palavras que podem pertencer a diferentes grupos de
conjunções (e, que, porque, pois, porquanto, por exemplo). Mais
importante do que memorizar as conjunções será observá-las em seus
contextos e, a partir dessa observação, encaixá-la em um grupo
(coordenativas aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas ou
explicativas; subordinativas integrantes ou adverbiais – causal, comparativa,
concessiva, condicional, conformativa, consecutiva, final, proporcional ou
temporal).
09) Verbos
a) Emprego dos modos verbais
– Indicativo: é associado a ações presentes, pretéritas (ou
passadas) ou futuras que consideramos de ocorrência certa.
– Subjuntivo: também é associado a acontecimentos presentes,
pretéritos ou futuros; mas com ocorrência provável, hipotética, duvidosa.
– Imperativo: associado a ordens, pedidos, súplicas que
desejamos.
Atenção! Quanto às formas nominais do verbo, o infinitivo indica a ação
verbal em si mesma; o gerúndio indica a ação em processo; o particípio
indica uma ação em curso ou um adjunto de um substantivo.
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b) Emprego dos tempos verbais
O presente do indicativo pode indicar valores semânticos tais
como:
1. fato que se realiza no momento do discurso.
Ex.: A turma toda estuda agora.
2. fato permanente
Ex.: O sol aquece a Terra.
3. fato habitual.
Ex.: Aquele atleta levanta cedo, alimenta-se bem e treina
intensamente.
4. presente histórico, ou seja, substitui o pretérito para
enfatizar a descrição do fato, conferir mais vivacidade a ele.
Ex.: Antes de subir aos céus, Jesus diz a seus discípulos: “Eu
sou o caminho, a verdade, e a vida. Ninguém vem ao Pai senão por mim”
(João 14:6).
5. certeza do fato a que nos referimos, substituindo o presente
do futuro ou do subjuntivo
Ex.: O artilheiro disse que joga amanhã.
ATENÇÃO! Esses dois últmos casos têm surgido com frequência em provas.
Mais à frente, resolveremos uma qustão semelhante. Recomendo bastante
atenção a eles.
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O pretérito perfeito do indicativo indica que o fato foi
perfeitamente concluído.
Ex.: O réu recorreu da decisão do juiz.
Também é recorrente em provas a discussão sobre os aspectos
indicados pelo pretérito imperfeito do indicativo. Fique atento aos
valores semânticos desse tempo verbal:
1. indica fato que ocorria habitualmente.
Ex.: Joãozinho era o primeiro a terminar as provas.
2. seu uso em substituição ao presente traduz cortesia e atenua
uma afirmação ou um pedido.
Ex.: Eu queria saber se o diretor já chegou.
3. indica simultaneidade entre dois fatos passados.
Ex.: Os alunos estudavam para o concurso quando o edital foi
publicado.
4. denota uma consequência de um fato hipotético; substitui,
nesses casos, o futuro do pretérito.
Ex.: Houvesse estudado mais, passava em primeiro lugar.
O pretérito mais-que-perfeito do indicativo indica um fato
passado e anterior a outro também passado.
Ex.: Quando o candidato chegou ao local do concurso, o portão
já se fechara.
Pode também surgir em frases optativas:
Ex.: Quem me dera casar com ela...
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O futuro do presente do indicativo pode, além de indicar um
fato que ainda vai acontecer, sugerir valor semântico de imperativo:
Ex.: Nas férias, viajaremos para Caldas Novas.
“Não adulterarás” (Êxodo 20:13)
Entre os valores semânticos do futuro do pretérito do
indicativo, destaco:
1. o que indica ação futura expressa no passado.
Ex.: Em virtude dos acontecimentos, decidiram que ficariam em
casa.
2. aquele que indica um fato cuja realização depende de uma
condição que não se concretizou no passado e que,
provavelmente, não se realizará.
Ex.: Se estudássemos mais, obteríamos a classificação.
CUIDADO! Empregando-se a forma verbal da primeira oração no presente
ou no futuro do subjuntivo (estudemos ou estudarmos), com as devidas
modificações, a condição expressa por ela será tomada como uma hipótese
que poderá ocorrer, ou não.
Caso estudemos mais, obteremos a classificação.
Se estudarmos mais, obteremos a classificação.
Em relação ao subjuntivo, note que ele pode indicar hipótese,
condição, vontade do indivíduo que fala enunciadas no presente, no pretérito
ou no futuro.
Ex.: Meu desejo é que todos sejam aprovados. (presente do
subjuntivo)
,
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Paula talvez lhe telefonasse à noite. (pretérito
imperfeito do subjuntivo)
Se estudares, terás bom resultado. (futuro do
subjuntivo)
Também é digno de nota o emprego do pretérito imperfeito
do subjuntivo como condição para a ocorrência de outra ação verbal.
Ex.: Se estudássemos mais, obteríamos a classificação.
Iniciaremos agora a análise de algumas questões de provas
anteriores. À medida que outras situações envolvendo o emprego de classes
gramaticais forem surgindo, apresentarei o fundamento teórico sobre o
assunto. Por isso é importante que você preste bastante atenção nesta parte
da aula.
(...) Às vezes quebravam só as cabeças e metiam nas urnas maços de
cédulas. Estas cédulas eram depois apuradas com as outras, pela
razão especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum
pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram dados
pela vontade soberana do país. Machado de Assis. “A semana”. In: Obra Completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.
1. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) A expressão “lhe foram
dados” pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período, ser
substituída por foram dados a ele.
Comentário – É importante notar que “lhe” é pronome oblíquo átono
indicativo de terceira pessoa do discurso, refere-se anaforicamente ao
substantivo “candidato” e completa o sentido da locução verbal “foram
dados”. Em função de complemento verbal, lhe(s) desempenha função
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sintática de objeto indireto, diferentemente dos pronomes oblíquos átonos
o(s) e a(s), que desempenham função sintática de objeto direto quando
também completam sentido de verbo. Ele(s) e ela(s) são pronomes oblíquos
tônicos que também indicam a terceira pessoa do discurso e, quando
completam sentido de verbo, desempenham função de objeto indireto. O
emprego da preposição “a” diante dele deve-se justamente pelo fato de ser
tônico. Assim sendo, a substituição proposta pela banca examinadora não
traz nenhum prejuízo gramatical ao período.
Resposta – Item certo.
1 A cidade estivera agitada por motivos de ordem
técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de
um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo.
4 Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com
alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete,
cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha
7 era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva,
destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas
passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não
10 esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por
esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta
era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária.
13 Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando
ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método;
mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava
16 a lei.
A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me
lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um
19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que
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estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e
os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei
22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto
o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos
eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os
25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam
uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;
em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação
28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de
moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia
universal.
Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.
2. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Em relação ao texto assinale
a opção correta.
a) A substituição de “estivera” (l. 1) por tinha estado prejudica a
correção gramatical do período.
b) Na expressão “contei-lhe” (l. 22), “lhe” exerce a função de objeto
direto.
Comentário – A forma verbal “tinha estado” indica tempo composto:
pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo. O tempos compostos
são formados pelos verbos auxiliares TER e HAVER seguidos de verbo
principal no particípio. A tabela abaixo resume o processo de formação dos
tempos compostos:
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MODOS TEMPOS COMPOSTOS
indicativo
pretérito perfeito (tenho/hei cantado) mais-que-perfeito (tinha/havia cantado)
futuro do presente (terei/haverei cantado) do pretérito (teria/haveria cantado)
subjuntivo pretérito
perfeito (tenha/haja cantado) mais-que-perfeito (tivesse/houvesse cantado)
futuro (tiver/houver cantado)
ATENÇÃO! Note que não há tempos compostos relativos ao presente e ao pretérito imperfeito, bem
como ao modo imperativo.
Portanto, a alteração de uma para outra forma não causará
prejuízo à correção gramatical do período.
A alternativa C traz um grave erro por afirmar que o pronome
oblíquo átono “lhe” desempenha função sintática de objeto direto. Como já
sabemos, esse pronome, ao completar sentido de verbo, só poderá fazê-lo
como objeto indireto.
Resposta – Itens errados. A alternativa correta não é nenhuma das duas
que aqui foram analisadas; simplesmente por fugir ao objetivo desta aula,
deixemo-la oculta.
Caro eleitor,
1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou
vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram
alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de
4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,
em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a
apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o
7 Brasil como modelo nessa área.
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Amanhã serão definidos os nomes do presidente da
República e dos governadores de alguns estados. O país,
10 mais do que nunca, conta com você.
(...)
Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial.
Internet: <www.tse.gov.br>
3. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) A substituição da expressão
“serão definidos” (l. 7) por definir-se-ão garante a correção
gramatical do período.
Comentário – Este item trata de um assunto mais conhecido como
colocação pronominal (ou topologia pronominal). Em outras palavras, ele
considera a posição ocupada pelos pronomes oblíquos átonos (ênclise;
próclise; mesóclise), que variará em função de certas circunstâncias.
Ênclise: o pronome oblíquo surge após o verbo e liga-se a
ele por meio de hífen (Levante-se e lute.). É a tendência da Língua
Portuguesa e só não ocorrerá se surgir um dos casos mencionados a seguir.
Mesóclise: o pronome oblíquo átono é colocado no meio do
verbo. Surge apenas com as formas verbais do futuro do presente e futuro
do pretérito, desde que não haja nenhuma palavra atrativa que obrigue a
ocorrência de próclise (Amar-te-ei a vida inteira.). Em nosso país, mesmo
com verbos conjugados no futuro do presente ou no futuro do pretérito,
poderemos usar tanto a próclise quanto a mesóclise se o verbo não estiver
no início da frase (Eu me lembrarei deste dia para sempre. ou Eu queixar-
me-ei de você.).
Próclise: é a colocação do pronome oblíquo átono antes do
verbo. Ocorrerá obrigatoriamente nos seguintes casos:
a) Palavras de sentido negativo (Nunca se queixou de minhas manias.)
b) Advérbios sem pausa (Aqui se estuda bastante.)
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c) Pronomes indefinidos (Alguém me ligou?)
d) Pronomes interrogativos (Quem nos ajudará agora?)
e) Pronomes relativos (A pessoa que te ligou não se identificou.)
f) Conjunções subordinativas (Ele disse que o chamou de patriarca.)
De acordo com essa explicação, a presença do advérbio
“Amanhã” atrai o pronome oblíquo átono “se” e impede o surgimento de
mesóclise em “definir-se-ão”.
Resposta – Item errado. Pelos motivos expostos acima, esta alternativa
não foi o gabarito da questão.
O terreno da ética é o próprio chão onde estão fincadas
as bases de uma sociedade. Essa construção é feita todos
os dias. Há algo de imaterial em todos os edifícios políticos.
Eles não estão aí por obra divina. Precisam ser reforçados
permanentemente, por meio de atos significativos em que as
pessoas reconheçam o interesse público. É isso que mantém a
ordem pública, e não somente, nem, sobretudo, a força policial.
Se as pessoas deixam de acreditar em uma ética subjacente
ao dia-a-dia em um código de conduta que rege a ação dos
políticos, pode-se prever que todo o edifício da sociedade estará
ameaçado. O Globo, 30/11/2006, p. 6 (com adaptações).
4. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Acerca das relações lógico-
sintáticas textuais, as opções seguintes apresentam propostas de
associação, mediante o emprego de conjunção, entre períodos
sintáticos do texto acima. Assinale a opção que apresenta proposta de
associação incorreta.
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período conjunção período
A primeiro e segundo
B terceiro entretanto quarto
C quarto conquanto quinto
D quinto já que sexto
Comentário – A alternativa A traz conjunção coordenativa aditiva cujo
valor semântico, como o próprio nome já indica, é de adição. O vínculo
estabelecido por essa conjunção entre os dois primeiros períodos mantém o
enunciado correto, coeso e coerente, como podemos constatar: “O terreno
da ética é o próprio chão onde estão fincadas as bases de uma sociedade e
essa construção é feita todos os dias”.
A conjunção “entretanto”, em B, confere ao enunciado que
introduz valor semântico de oposição, adversidade. Notem a presença do
vocábulo “imaterial” no terceiro período, contribuindo para o nexo
adversativo em relação ao quarto período.
Na alternativa C surge o problema: “conquanto” é conjunção
subordinativa concessiva. A informação introduzida por ela deve servir de
obstáculo para a realização de algo, muito embora não seja suficiente para
que esse algo se concretize. Entre o quarto e o quinto período não é
observada tal relação semântica: “Eles não estão aí por obra divina.
Precisam ser reforçados permanentemente, por meio de atos significativos
em que as pessoas reconheçam o interesse público”. Estaria sem prejuízo
gramatical a associação dos dois períodos por meio de uma conjunção
conclusiva (portanto, por isso, logo).
Não há problema algum em se proceder à articulação
sugerida em D usando o conector “já que”, geralmente com valor semântico
de causa.
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Resposta – C
1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos.
Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido
vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se
4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita
minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de
minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que
7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem
era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante.
Continuou praticamente o sistema da lavra única.
10 (...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando
houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora,
os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de
13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e
o partido que não folheia a gramática política acha
naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a
16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e
corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous
exemplares da mesma gramática.
Machado de Assis. A Semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.
5. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Em relação ao texto, assinale a
opção correta.
a) A substituição de “Tentam-se” (l. 3) por São tentados prejudica a
correção gramatical do período.
b) O emprego do subjuntivo em “quando houvesse” (l. 10-11) justifica-se
por compor uma afirmativa sobre uma ação já decorrida.
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Comentário – Certamente, a substituição de “Tentam-se” por São
tentados não causa nenhum prejuízo ao período. Em “Tentam-se”, temos
voz passiva sintética (também conhecida como voz passiva pronominal).
Sua estrutura é caracterizada pela presença de verbo transitivo direto
seguido do pronome apassivador “se”. Em São tentados, ocorre também
voz passiva. Mas agora a estrutura é outra: uma locução verbal formada
pelo verbo auxiliar São e pelo verbo principal tentados. Chama-se voz
passiva verbal ou analítica.
Recordemos que são três as vozes verbais: ativa, passiva e
reflexiva. Na ativa, o sujeito é o agente da ação verbal que recai sobre outro
ser (João beijou a esposa.) Na voz passiva, o sujeito sofre a ação verbal
praticada por outro ser, que é conhecido como agente da passiva (João foi
beijado pela esposa.). Na voz reflexiva, o sujeito pratica ação verbal que
recai sobre ele mesmo (João beijou-se.).
Na alternativa B, o emprego do subjuntivo em “quando
houvesse” deve-se ao caráter condicional, hipotético de uma ação em vias
de se concretizar. Portanto, “Sócrates” se refere a algo possível de acontecer
em um futuro próximo, e não faz “uma afirmativa sobre uma ação já
decorrida”.
Resposta – Itens errados. Pelos motivos explicados, nem a alternativa A,
nem a alternativa B foram o gabarito da questão.
1 A função da oposição em uma sociedade democrática
consiste em denunciar a corrupção, acompanhar as
investigações e avaliar os projetos e iniciativas
4 governamentais, propondo alternativas. A crítica, e não a
adesão, é sua tarefa primordial. Se uma sociedade cessa de ter
uma verdadeira oposição, ela caminha para uma solução
7 autoritária. A governabilidade só existe verdadeiramente com
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uma oposição atuante, que sinalize os problemas existentes e
discuta os seus encaminhamentos.
Denis Lerrer Rosenfield. O Globo, 27/11/2006, p. 7 (com adaptações).
6. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Em relação ao texto acima,
assinale a opção correta.
a) Entre os dois últimos períodos do texto, subentende-se uma relação
sintática que pode ser expressa por Entretanto.
b) O emprego do subjuntivo em “sinalize” (l. 8) e “discuta” (l. 9)
justifica-se por compor um período de natureza explicativa.
Comentário – A conjunção Entretanto integra o rol das conjunções
coordenativas adversativas (porém, no entanto, todavia, mas etc.). Seu
valor semântico estabelece uma relação de contrariedade, oposição entre as
orações interligadas por ela. Não é esse o sentido notado entre os dois
últimos períodos do texto.
Os estudos sobre aspectos verbais não revelam a necessidade
de orações explicativas trazerem seus verbos no modo subjuntivo. Verbos
no modo subjuntivo comunicam fatos considerados hipotéticos, de realização
incerta ainda. Esse é ocaso do emprego de “sinalize” e de “discuta”. Ambos
denotam ações possíveis de acontecerem.
Resposta – Itens incorretos; é outro o gabarito da questão.
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7. (Cespe/TCU/ACE/2007) O emprego do futuro do presente do indicativo
em "teremos" (L.6) indica que a preposição "em" (L.5), que precede
"dez anos" (L.5), tem o sentido de daqui a.
Comentário – O futuro de presente (“teremos”) é utilizado, entre outros
motivos, para indicar fatos certos ou prováveis posteriores ao momento em
que se fala. A afirmação de AlGore está condicionada a “se nada for feito,
em dez anos”. Percebe-se que a noção de futuro afeta a preposição “em”,
que textualmente equivale à expressão daqui a (dez anos).
Resposta – Item certo.
1 Distraídos com a discussão sobre os índices de
crescimento, deixamos de perceber que desenvolvimento é o
processo contínuo pelo qual uma sociedade aprende a
4 administrar realidades cada vez mais complexas.
(...)
Rubens Ricupero. Folha de S.Paulo, 26/11/2006, p. B2 (com adaptações).
8. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) A substituição de “pelo qual” (l. 3)
por cuja mantém a correção gramatical do período.
Comentário – Antes de tudo, sugiro reescrever o período já com a
alteração indicada no item: “Distraídos com a discussão sobre os índices de
crescimento, deixamos de perceber que desenvolvimento é o processo
contínuo cuja uma sociedade aprende a administrar realidades cada vez
mais complexas”. É flagrante a inexistência de coesão textual na passagem
da oração de verbo “ser” para a oração seguinte, causada pelo emprego do
pronome relativo “cuja” desacompanhado de outras alterações necessárias.
Não é possível substituir um pronome substantivo relativo (que, quem, o
qual, quanto) por um pronome adjetivo relativo (cujo) Há ainda problemas
quanto à correção gramatical, pois não se usa artigo diante desse pronome
relativo. Tudo isso contribui para que o período se torne incoerente.
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Resposta – Item errado.
(...)
Quando se trata de crescimento sustentado, a teoria
7 econômica indica que o resultado positivo é fruto de dois
tipos de ação: aumento da produtividade ou acumulação de
capital (físico e humano).
10 A elevação significativa da produtividade dos fatores
de produção só será obtida com reformas institucionais
profundas. Já o acúmulo de capital humano requer
13 investimento em educação, cuja maturação é longa.
Luiz Guilherme Schymura. Folha de S.Paulo, 1.º/12/2006 (com adaptações).
9. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Assinale a opção incorreta acerca
do texto acima.
a) A substituição de “Já” (l. 12) pela expressão Por outro lado, seguida
de vírgula, mantém a informação original do período.
b) A substituição de “cuja” (l. 13) por a qual mantém a correção
gramatical do período.
Comentário – O vocábulo “Já”, no contexto a que pertence, denota
simplesmente uma ressalva, uma observação. Esse também é o valor
semântico da expressão Por outro lado. Portanto, a informação original do
período é mantida com a substituição indicada na alternativa A.
Em B, tem-se incorreção gramatical pelos motivos explicados
no comentário à questão 7.
Resposta – B
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10. (Cespe/ANTAQ/Técnico em Regulação/2009) A ideia de continuidade no
uso do transporte hidroviário é marcada, no texto, tanto pelo emprego
da preposição "desde" (L.1) quanto pelo emprego da expressão verbal
"tem sido usado" (L.1).
Comentário – Celso Cunha e Lindley Cintra nos ensinam que a preposição
desde serve para indicar afastamento de um limite (quer em relação ao
espaço, quer em relação ao tempo) em direção a outro, com insistência
naquele. No texto, o limite inicial ou de origem é indicado pelo vocábulo
“antiguidade”. A expressão “tem sido usado” exprime a voz passiva do verbo
usar, que, auxiliado pelo pretérito imperfeito composto do verbo ser, indica
ação durativa, não limitada no tempo.
Resposta – Item certo.
C A
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11. (Cespe/ANTAQ/Técnico em Regulação/2009) A conjunção "e" (L.4) liga
dois complementos para a expressão "É obvio" (L.3).
Comentário – A conjunção “e” é aditiva e serve para ligar dois termos ou
duas orações de idêntica função: Leonor e ele voltaram-se e desfaleceram.
No texto, a conjunção em destaque conecta os verbos “otimizar e
modernizar”, ambos complementos do substantivo transitivo “necessário”.
Resposta – Item errado.
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12. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento do texto, a conquista dos
"direitos invioláveis" (L.17) está associada a um processo gradativo e
contínuo, como evidencia o emprego das preposições "desde" (L.17) e
"até" (L.19).
Comentário – Perceba como, no mesmo ano, o Cespe “brincou” com os
valores semânticos da preposição essencial desde. As duas preposições
mencionadas exprimem movimento em relação a dois limites. Enquanto a
preposição desde enfatiza o afastamento (limite inicial, de origem), a
preposição até sublinha a aproximação (limite final, de chegada).
Importa perceber a diferença existente entre a preposição
até, que indica movimento, da palavra de forma idêntica, denotadora de
inclusão: Tudo na vida engana, até a glória.
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Frise-se ainda que, com a preposição até, usam-se as
formas oblíquas mim, ti etc.: Um grito chegou até mim. Se, porém, até
denota inclusão – e equivale a mesmo, também, inclusive – constrói-se com
a forma reta do pronome: ...E até eu já tive quem me oferecesse
champanhe.
Resposta – Item certo.
13. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A preposição "mediante" (L.1) estabelece
relação de movimento entre "exercício do poder" (L.1) e "múltiplas
dinâmicas" (L.1-2).
Comentário – O vocábulo “mediante” é uma preposição acidental.
Esclareça-se ainda que a relação que se estabelece entre palavras por
intermédio de preposição pode implicar movimento ou não movimento,
melhor dizendo, pode exprimir um movimento ou uma situação daí
resultante. No texto, essa preposição (que significa “por meio de”) afasta
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totalmente a noção de “movimento” e traduz a troco de que o “exercício do
poder ocorre”.
Resposta – Item errado
14. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento da argumentação permite
que se insira o conectivo Logo, seguido de vírgula, imediatamente
antes de "A política" (L.9), escrevendo-se o artigo com letra minúscula,
sem prejuízo para a coerência e a correção gramatical do texto.
Comentário – A conjunção logo é conclusiva, como também o são pois,
portanto, por conseguinte, por isso, assim. Ela serve para introduzir
segmento de valor semântico conclusivo, consecutivo. Se foi dito
anteriormente que “o exercício da política é coletivo”, é natural concluir-se
que “A política é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto”.
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É importante dizer que a inserção sugerida pelo Cespe
realmente exige mudança na grafia inicial do artigo. Sempre que a banca
propuser a você mudanças na estrutura de uma frase, observe se todas as
adaptações estão sendo sugeridas. Caso contrário, o item estará errado.
Resposta – Item certo
15. (Cespe/Banco do Brasil/Escriturário/2008) O emprego das preposições
em "da responsabilidade" (L.9) e "para a comunidade" (L.10) é exigido,
respectivamente, por "preço" (L.8) e "dirigir" (L.9).
Comentário – Uma questão semelhante caiu na prova da Antaq, em 2009,
e foi resolvida anteriormente, lembra? Aqui, o termo “da responsabilidade”
completa o sentido do nome “preço”, e o termo “para a comunidade”
vincula-se ao verbo “dirigir”. Ambas as relações são articuladas por meio das
preposições “da” e “para”, respectivamente.
Resposta – Item certo
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16. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/2008) A organização das idéias do texto
permite subentender um conectivo como No entanto ligando o período
iniciado por "Os prazeres" (L.12) ao seu anterior.
Comentário – Esse conectivo integra o rol das conjunções adversativas,
aquelas que principiam segmento de valor semântico adversativo, de
contraste, de oposição. Repare que, já no início do texto, o autor menciona a
força “paradoxal” da economia. Se, por um lado, as pessoas assumem uma
postura cautelosa se “preocupam com a estabilidade dos mercados
financeiros e da economia globalizada”, por outro, elas se tornam
complacentes e se equivocam, por causa dos prazeres da prosperidade.
Resposta – Item certo.
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17. (Cespe/Prefeitura de Ipojuca – PE/2009) A partir da conjunção "mas"
(l.11), subentende-se da organização das ideias no texto que um
"processo de longo prazo" (l.10-11) pode não dispor de "sólidas
fundações" (l.11) antes de ser definitivo.
Comentário – Já caminhando para a conclusão do texto, o autor afirma que
a globalização é um processo lento. Apesar disso, ele (o processo) “já dispõe
de sólidas fundações”. Pela ideia de contraste causada pelo uso da
conjunção adversativa “mas”, percebe-se que a regra ou a consequência
normal é esse processo não dispor dessas fundações. Em outras palavras, a
globalização, que ainda não assumiu seu formato definitivo) pode não dispor
de sólidas fundações (regra geral), mas essa dispõe (exceção à regra).
Resposta – Item certo.
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18. (Cespe/STF/Analista Judiciário/2008) O conectivo "Então" (L.6)
estabelece uma relação de tempo entre as idéias expressas em duas
orações.
Comentário – Textualmente, esse conectivo introduz segmento de caráter
conclusivo.
Resposta – Item errado
19. (Cespe/STF/Analista Judiciário/2008) O emprego de "Em virtude disso"
(L.9) mostra que, imediatamente antes do termo "o social" (L.10) está
subtendida a preposição de, que, se fosse explicitada, teria de ser
empregada sob a forma do.
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Comentário – A questão é fácil, mas é preciso ler atentamente a passagem.
Nela, o termo “o social” complementa o sentido do nome “discussão”:
“discussão sobre a filosofia e [discussão sobre] o socila”. Nota-se, assim, o
equívoco da alegação do Cespe.
Resposta – Item errado
20. (Cespe/ANTAQ/Analista Administrativo/2009) Na linha 12, caso se
deslocasse a conjunção "pois" para o início da oração, a coerência da
argumentação seria preservada, desde que fossem retiradas as duas
vírgulas que isolam essa palavra e que se fizessem os necessários
ajustes nas letras maiúsculas e minúsculas.
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Comentário – Primeiramente, faça as transformações propostas pela
banca: Pois tempo, espaço e matéria são ideias... O que acha? Quase tudo
certo, quase tudo! O problema está na perda da ideia original. A conjunção
pois utilizada entre vírgulas e após o verbo da oração que integra denota
ideia conclusiva, tal como no texto original. O emprego dela no início da
oração, como sugerido pela banca, reveste-a de valor semântico explicativo.
Resposta – Item errado
Muito bem, por hoje é só. Ficarei aguardando as dúvidas,
sugestões e os comentários. Não deixe de interagir. O êxito deste curso
também depende da sua participação.
Na próxima aula, estudaremos regência e crase. Até lá!
Professor Albert Iglésia
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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
(...) Às vezes quebravam só as cabeças e metiam nas urnas maços de
cédulas. Estas cédulas eram depois apuradas com as outras, pela
razão especiosa de que mais valia atribuir a um candidato algum
pequeno saldo de votos que tirar-lhe os que deveras lhe foram dados
pela vontade soberana do país. Machado de Assis. “A semana”. In: Obra Completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.
1. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) A expressão “lhe foram
dados” pode, sem prejuízo para a correção gramatical do período, ser
substituída por foram dados a ele.
1 A cidade estivera agitada por motivos de ordem
técnica e politécnica. Outrossim, era a véspera da eleição de
um senador para preencher a vaga do finado Aristides Lobo.
4 Dous candidatos e dous partidos disputavam a palma com
alma. Vá de rima; sempre é melhor que disputá-la a cacete,
cabeça ou navalha, como se usava antigamente. A garrucha
7 era empregada no interior. Um dia, apareceu a Lei Saraiva,
destinada a fazer eleições sinceras e sossegadas. Estas
passaram a ser de um só grau. Oh! ainda agora me não
10 esqueceram os discursos que ouvi, nem os artigos que li por
esses tempos atrás pedindo a eleição direta! A eleição direta
era a salvação pública. Muitos explicavam: direta e censitária.
13 Eu, pobre rapaz sem experiência, ficava embasbacado quando
ouvia dizer que todo o mal das eleições estava no método;
mas, não tendo outra escola, acreditava que sim, e esperava
16 a lei.
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A lei chegou. Assisti às suas estréias, e ainda me
lembro que na minha seção ouviam-se voar as moscas. Um
19 dos eleitores veio a mim e por sinais me fez compreender que
estava entusiasmado com a diferença entre aquele sossego e
os tumultos do outro método. Eu, também por sinais, achei
22 que tinha razão, e contei-lhe algumas eleições antigas. Nisto
o secretário começou a suspirar flebilmente os nomes dos
eleitores. Presentes, posto que censitários, poucos. Os
25 chamados iam na ponta dos pés até à urna, onde depositavam
uma cédula, depois de examinada pelo presidente da mesa;
em seguida assinavam silenciosamente os nomes na relação
28 dos eleitores, saíam com as cautelas usadas em quarto de
moribundo. A convicção é que se tinha achado a panacéia
universal.
Machado de Assis. Op. Cit., p. 706.
2. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Em relação ao texto assinale
a opção correta.
a) A substituição de “estivera” (l. 1) por tinha estado prejudica a
correção gramatical do período.
b) Na expressão “contei-lhe” (l. 22), “lhe” exerce a função de objeto
direto.
Caro eleitor,
1 Nos últimos meses, a campanha política mobilizou
vivamente os brasileiros. No primeiro turno, foram
alcançadas marcas extraordinárias: além do alto índice de
4 comparecimento às urnas e de uma irrepreensível votação,
em que tudo aconteceu de forma tranqüila e organizada, a
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apuração dos resultados foi rápida e segura, o que coloca o
7 Brasil como modelo nessa área.
Amanhã serão definidos os nomes do presidente da
República e dos governadores de alguns estados. O país,
10 mais do que nunca, conta com você.
(...)
Ministro Marco Aurélio de Mello. Pronunciamento oficial.
Internet: <www.tse.gov.br>
3. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) A substituição da expressão
“serão definidos” (l. 7) por definir-se-ão garante a correção gramatical
do período.
O terreno da ética é o próprio chão onde estão fincadas
as bases de uma sociedade. Essa construção é feita todos
os dias. Há algo de imaterial em todos os edifícios políticos.
Eles não estão aí por obra divina. Precisam ser reforçados
permanentemente, por meio de atos significativos em que as
pessoas reconheçam o interesse público. É isso que mantém a
ordem pública, e não somente, nem, sobretudo, a força policial.
Se as pessoas deixam de acreditar em uma ética subjacente
ao dia-a-dia em um código de conduta que rege a ação dos
políticos, pode-se prever que todo o edifício da sociedade estará
ameaçado. O Globo, 30/11/2006, p. 6 (com adaptações).
4. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Acerca das relações lógico-
sintáticas textuais, as opções seguintes apresentam propostas de
associação, mediante o emprego de conjunção, entre períodos
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sintáticos do texto acima. Assinale a opção que apresenta proposta de
associação incorreta.
período conjunção período
A primeiro e segundo
B terceiro entretanto quarto
C quarto conquanto quinto
D quinto já que sexto
1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos.
Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido
vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se
4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita
minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de
minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que
7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem
era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante.
Continuou praticamente o sistema da lavra única.
10 (...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando
houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora,
os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de
13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e
o partido que não folheia a gramática política acha
naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a
16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e
corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous
exemplares da mesma gramática.
Machado de Assis. A Semana. Obra completa, v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.
5. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Em relação ao texto, assinale a
opção correta.
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a) A substituição de “Tentam-se” (l. 3) por São tentados prejudica a
correção gramatical do período.
b) O emprego do subjuntivo em “quando houvesse” (l. 10-11) justifica-se
por compor uma afirmativa sobre uma ação já decorrida.
1 A função da oposição em uma sociedade democrática
consiste em denunciar a corrupção, acompanhar as
investigações e avaliar os projetos e iniciativas
4 governamentais, propondo alternativas. A crítica, e não a
adesão, é sua tarefa primordial. Se uma sociedade cessa de ter
uma verdadeira oposição, ela caminha para uma solução
7 autoritária. A governabilidade só existe verdadeiramente com
uma oposição atuante, que sinalize os problemas existentes e
discuta os seus encaminhamentos.
Denis Lerrer Rosenfield. O Globo, 27/11/2006, p. 7 (com adaptações).
6. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Em relação ao texto acima,
assinale a opção correta.
a) Entre os dois últimos períodos do texto, subentende-se uma relação
sintática que pode ser expressa por Entretanto.
b) O emprego do subjuntivo em “sinalize” (l. 8) e “discuta” (l. 9)
justifica-se por compor um período de natureza explicativa.
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7. (Cespe/TCU/ACE/2007) O emprego do futuro do presente do indicativo
em "teremos" (L.6) indica que a preposição "em" (L.5), que precede
"dez anos" (L.5), tem o sentido de daqui a.
1 Distraídos com a discussão sobre os índices de
crescimento, deixamos de perceber que desenvolvimento é o
processo contínuo pelo qual uma sociedade aprende a
4 administrar realidades cada vez mais complexas.
(...)
Rubens Ricupero. Folha de S.Paulo, 26/11/2006, p. B2 (com adaptações).
8. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) A substituição de “pelo qual” (l. 3)
por cuja mantém a correção gramatical do período.
(...)
Quando se trata de crescimento sustentado, a teoria
7 econômica indica que o resultado positivo é fruto de dois
tipos de ação: aumento da produtividade ou acumulação de
capital (físico e humano).
10 A elevação significativa da produtividade dos fatores
de produção só será obtida com reformas institucionais
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profundas. Já o acúmulo de capital humano requer
13 investimento em educação, cuja maturação é longa.
Luiz Guilherme Schymura. Folha de S.Paulo, 1.º/12/2006 (com adaptações).
9. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Assinale a opção incorreta acerca
do texto acima.
a) A substituição de “Já” (l. 12) pela expressão Por outro lado, seguida
de vírgula, mantém a informação original do período.
b) A substituição de “cuja” (l. 13) por a qual mantém a correção
gramatical do período.
10. (Cespe/ANTAQ/Técnico em Regulação/2009) A ideia de continuidade no
uso do transporte hidroviário é marcada, no texto, tanto pelo emprego
da preposição "desde" (L.1) quanto pelo emprego da expressão verbal
"tem sido usado" (L.1).
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11. (Cespe/ANTAQ/Técnico em Regulação/2009) A conjunção "e" (L.4) liga
dois complementos para a expressão "É obvio" (L.3).
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12. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento do texto, a conquista dos
"direitos invioláveis" (L.17) está associada a um processo gradativo e
contínuo, como evidencia o emprego das preposições "desde" (L.17) e
"até" (L.19).
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13. (Cespe/TCU/AFCE/2009) A preposição "mediante" (L.1) estabelece
relação de movimento entre "exercício do poder" (L.1) e "múltiplas
dinâmicas" (L.1-2).
,
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14. (Cespe/TCU/AFCE/2009) O desenvolvimento da argumentação permite
que se insira o conectivo Logo, seguido de vírgula, imediatamente
antes de "A política" (L.9), escrevendo-se o artigo com letra minúscula,
sem prejuízo para a coerência e a correção gramatical do texto.
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15. (Cespe/Banco do Brasil/Escriturário/2008) O emprego das preposições
em "da responsabilidade" (L.9) e "para a comunidade" (L.10) é exigido,
respectivamente, por "preço" (L.8) e "dirigir" (L.9).
16. (Cespe/STJ/Técnico Judiciário/2008) A organização das idéias do texto
permite subentender um conectivo como No entanto ligando o período
iniciado por "Os prazeres" (L.12) ao seu anterior.
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17. (Cespe/Prefeitura de Ipojuca – PE/2009) A partir da conjunção "mas"
(l.11), subentende-se da organização das ideias no texto que um
"processo de longo prazo" (l.10-11) pode não dispor de "sólidas
fundações" (l.11) antes de ser definitivo.
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18. (Cespe/STF/Analista Judiciário/2008) O conectivo "Então" (L.6)
estabelece uma relação de tempo entre as idéias expressas em duas
orações.
19. (Cespe/STF/Analista Judiciário/2008) O emprego de "Em virtude disso"
(L.9) mostra que, imediatamente antes do termo "o social" (L.10) está
subtendida a preposição de, que, se fosse explicitada, teria de ser
empregada sob a forma do.
20. (Cespe/ANTAQ/Analista Administrativo/2009) Na linha 12, caso se
deslocasse a conjunção "pois" para o início da oração, a coerência da
argumentação seria preservada, desde que fossem retiradas as duas
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vírgulas que isolam essa palavra e que se fizessem os necessários
ajustes nas letras maiúsculas e minúsculas.
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GABARITO DAS QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
1. Item certo
2. Item errado
3. Item errado
4. C
5. Itens errados
6. Itens incorretos
7. Item certo
8. Item errado
9. B
10. Item certo
11. Item errado
12. Item certo
13. Item errado
14. Item certo
15. Item certo
16. Item certo
17. Item certo
18. Item errado
19. Item errado
20. Item errado
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Aula 3
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Saudações, prezado aluno!
Em nossa terceira aula, estudaremos a regência de alguns
nomes e verbos, além de casos de ocorrência (ou não) da crase. Em relação
à regência, digo “de alguns nomes e verbos” porque a grande quantidade
deles no léxico da nossa Língua não nos permite estudar o assunto em sua
inteireza. Ficaremos, então, no estudo da regência de um grupo de nomes e
verbos cujo conhecimento não pode faltar a você.
REGÊNCIA NOMINAL
Regência nominal é a relação entre um substantivo, adjetivo
ou advérbio transitivo e seu respectivo complemento nominal. Essa relação
é intermediada por uma preposição. Vejamos três exemplos do que acabei
de falar:
(1) Os cursos do Ponto têm sido úteis a muitos candidatos.
(2) Por causa dos cursos do Ponto, muitos candidatos estão
mais perto da aprovação.
(3) Todos vocês têm capacidade para passar no concurso!
É importante você notar que muitos nomes seguem o mesmo
regime dos verbos correspondentes. Conhecer o regime de um verbo
significa, nesses casos, conhecer o regime dos nomes cognatos. Vamos ver
como isso funciona em concurso. Eis abaixo um exemplo extraído de uma
questão de prova:
ADJ. COMP. NOMINAL
PREP.
ADV. COMP. NOMINAL
PREP. (de + a)
SUBST. COMP. NOMINAL
PREP.
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(...) À noite, o céu se abre limpo e estrelado.
8 É um convite à contemplação da natureza. (...)
Época, 9/5/2005 (com adaptações).
1. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2005) Na linha 8, o emprego do sinal
indicativo de crase em “à contemplação” indica que esse termo é regido
pelo substantivo “convite”; mas se a opção fosse por uma oração com o
verbo convidar o uso do sinal de crase seria opcional.
Comentário – A primeira parte da declaração está correta. Realmente, o
substantivo “convite” tem seu significado semântico completado pelo termo
“à contemplação”. Note a fusão que ocorreu entre a preposição a exigida
pela regência transitiva do substantivo “convite” e o artigo feminino a que
acompanha o substantivo “contemplação”. Esse fenômeno justifica o
emprego do acento grave indicativo de crase (“à”).
E o que dizer da parte final da declaração? Antes de
responder à pergunta, experimente reescrever a passagem empregando o
verbo convidar. Tenha em mente que o verbo convidar também é
transitivo (direto e indireto) e pede complemento. Na questão da prova,
esse verbo estaria também complementado explicitamente por termo regido
pela preposição a, justificando a presença obrigatória do acento grave
indicativo de crase.
Resposta – Item errado.
Abaixo está uma relação de nomes e suas regências que
merecem sua atenção, já que o emprego deles é frequente em concursos
das mais diversas bancas examinadoras:
Acessível a
Acostumado a ou
com
Alheio a
Alusão a
Ansioso por
Atenção a ou para
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Atento a ou em
Benéfico a
Compatível com
Cuidadoso com
Desacostumado a ou
com
Desatento a
Desfavorável a
Desrespeito a
Estranho a
Favorável a
Fiel a
Grato a
Hábil em
Habituado a
Inacessível a
Indeciso em
Invasão de
Junto a ou de
Leal a
Maior de
Morador em
Natural de
Necessário a
Necessidade de
Nocivo a
Ódio a ou contra
Odioso a ou para
Posterior a
Preferência a ou por
Preferível a
Prejudicial a
Próprio de ou para
Próximo a ou de
Querido de ou por
Residente em
Respeito a ou por
Sensível a
Simpatia por
Simpático a
Útil a ou para
Versado em
Atenção especial deve ser dada aos nomes que regem
preposição A, por possibilitarem a ocorrência de crase. Foi explorando esse
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4
conhecimento que uma questão apareceu na prova elabora pelo Cespe, para
o cargo de técnico judiciário do Supremo Tribunal Federal, em 2008.
1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste
ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo
crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A
4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das
principais mudanças nas perspectivas para a economia
brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da
7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro
do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado
em 6,2%.
(...)
O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).
2. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Na linha 7, o emprego do sinal
indicativo de crase em “às previsões” justifica-se pela presença de
preposição, exigida pela locução “em relação”, e pelo emprego de artigo
definido feminino plural antes de “previsões”.
Comentário – Note que a locução “em relação a” possui em sua parte final
a preposição a. Essa expressão exige sim um complemento, que no caso em
estudo está pluralizada e acompanhada de artigo definido: “as previsões
apresentadas em dezembro do ano passado”. O encontro de a (preposição)
com as (artigo) desencadeia a fusão desses dois vocábulos, que na escrita é
evidenciada pelo emprego do acento grave indicativo de crase.
Resposta – Item certo.
A seleção de uma ou outra preposição para acompanhar o nome
regente parece não ter critérios bem definidos. Em consulta feita ao
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Dicionário de regimes substantivos e adjetivos1, de Francisco Fernandes,
observam-se, por exemplo, variadas construções possíveis para satisfazer a
regência do substantivo dificuldade(s), entre elas estão:
(4) "Com pouco mais estaria o Dr. Luís em dificuldades com
fornecedores."
(5) "O ar carbonifica-se duma espessura ácida, que pelas
dificuldades de o respirar propende à sonolência."
(6) "Eu não tive dificuldade em mostrar que Felisbelo
procurava apenas uma achega."
(7) "Nunca encontrou dificuldade na realização de seus
projetos."
Observa-se aqui apenas a obrigatoriedade de se contrair a
preposição em com o artigo correspondente ao substantivo com o qual
forma um constituinte. Isso é o que ocorre em (7).
Há bons dicionários que nos orientam a utilizar as preposições
adequadamente. Um deles é o Dicionário prático de regência nominal, do
professor Celso Pedro Luft. E é importante lê-los. A omissão ou o uso
inadequado da preposição trazem prejuízo à frase.
Verifique a partir de agora outras questões de provas anteriores.
1 Uma antiga preocupação dos legisladores do
passado era a de assegurar o direito dos povos de manter
“os costumes da terra”. (...)
Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.
1 FERNANDES, Francisco, 1980, Dicionário de regimes substantivos e adjetivos, Porto Alegre, Editora Globo.
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3. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) No que diz respeito aos
sentidos e a aspectos gramaticais do texto acima, assinale a opção
incorreta.
Na expressão “era a de assegurar” (l. 2), a presença da preposição “de”
decorre da regência de “preocupação” (l. 1).
Comentário – Possivelmente, a dificuldade de alguns candidatos em julgar
este item ocorreu por causa da ausência do vocábulo “preocupação” na
expressão em destaque. Analise novamente o enunciado e perceba que
ocorre a elipse do substantivo “preocupação”. Note: “Uma antiga
preocupação dos legisladores do passado era a [preocupação] de assegurar
o direito dos povos de manter ‘os costumes da terra’”. Ficou melhor agora?
Tanto diante de “os legisladores”, quanto de “assegurar”, a preposição de se
faz presente em virtude da regência do substantivo “preocupação”.
Resposta – Item certo. A resposta da questão, portanto, foi outra
alternativa.
1 Folha — O sr. concorda que muitas das restrições
impostas pelo Estado são impostas por pensamentos
“puritanos” de parte da sociedade?
(...)
Folha de S. Paulo, 23/10/2005. Trecho da entrevista concedida
pelo economista Eduardo Giannetti (com adaptações).
4. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Atenderia às regras
prescritas pela gramática a seguinte formulação da pergunta feita ao
entrevistado: O senhor concorda com a idéia de que, entre as restrições
estabelecidas pelo Estado, muitas são impostas por pensamentos
“puritanos” de parte da sociedade?
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Comentário – Deve chamar a sua atenção o surgimento da oração
subordinada substantiva completiva nominal regida corretamente pela
preposição “de”, que surgiu agora por imposição do substantivo “idéia”.
Resposta. Item certo.
(...) Mas foi a partir do século
XIX que a expansão mundial do capitalismo deu origem
13 à consciência de que uma cultura mundial estava
verdadeiramente em via de surgir.
Sérgio Paulo Rouanet. Do fim da cultura ao fim do livro. In:
Eduardo Portella (Org.). Reflexões sobre os caminhos do livro.
SãoPaulo: UNESCO/Moderna, 2003, p. 63 (com adaptações).
5. (Cespe/Minist. da Integ. Nacion./Bibliotecário/2006) Em “consciência de
que” (l. 13), o emprego da preposição “de” é decorrente da regência de
“consciência”.
Comentário – O substantivo “consciência” pertence à oração “Mas a partir
do século XIX a expansão mundial do capitalismo deu origem à
consciência”. Você deve estar curioso, querendo saber onde foram parar
as palavras “foi” e “que”, não é mesmo? Repare que elas são meras palavras
de realce. Podem ser retiradas da oração sem qualquer prejuízo para o
enunciado. Tanto é verdade que eu as retirei sem que qualquer problema
acontecesse, percebeu? Pois bem, semanticamente o vocábulo “consciência”
não se esgota. Ele precisa de um termo que lhe complete o sentido. É com
essa finalidade que surge a oração “de que uma cultura mundial estava
verdadeiramente em via de surgir”. Junte os dois segmentos e observe
que a articulação entre eles é possibilitada pela presença da preposição de,
que decorre da regência do próprio substantivo “consciência”.
Resposta – Item certo.
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1 A Câmara dos Deputados brasileira aprovou, por
265 votos favoráveis e 61 contrários, a adesão da Venezuela
ao MERCOSUL, bloco regional formado por Brasil,
4 Argentina, Paraguai e Uruguai.
O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,
ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.
7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria
Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.
Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o
10 acordo. Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa
Nacional mostram que a entrada do país resultará em um
bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de
13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão
(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e
comércio global superior a US$ 300 bilhões.
(...)
Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo, 18/12/2008.
6. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) O emprego de preposição em “ao
MERCOSUL” (l.3) justifica-se pela regência de “contrários” (l.2), que
exige preposição a.
Comentário – Na verdade, a preposição a é exigida pela regência do nome
“adesão” (adesão de quem a quê?): “a adesão da Venezuela ao
MERCOSUL”.
Resposta – Item errado.
7. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Nas duas ocorrências de “superior a”
(l.13 e 15), “a” funciona como artigo definido.
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Comentário – O vocábulo “a” é preposição exigida pelo nome “superior”
(superior a quê?), que é seguido por complemento: “superior a U$ 1 trilhão”
e “superior a US$ 300 bilhões”.
Resposta – Item errado.
Como você está indo até agora? Caso não tenha entendido
alguma explicação, sugiro que volte a ela imediatamente. Não prossiga sem
que as dúvidas tenham sido esclarecidas. Ao entrarmos no tópico sobre
regência verbal (faremos isso nas próximas linhas), é recomendável que
você esteja seguro em relação ao que acabamos de estudar. Outras
informações serão acrescentadas. Não deixe que as dúvidas se acumulem.
REGÊNCIA VERBAL
Comecemos este tópico trazendo à memória conceitos de
transitividade verbal. Você se lembra disso? Não é nenhum “bicho de sete
cabeças”! Quer ver? Enfatizarei uma explicação já apresentada aqui no
Ponto por mim mesmo. Eu a desenvolvi a partir da análise de uma questão
que apareceu na prova do último concurso público de admissão à carreira de
diplomata do Instituto Rio Branco (IRBr), em 8/3/2009.
O que é o que é?
1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa
de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma
pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da
4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar
ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma
desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se
7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar:
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VTD
como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria
pergunta. Qual é o nome? e é este o nome.
Clarice Lispector. A descoberta do mundo.
Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.
8. ( ) No título do texto, as duas ocorrências da forma verbal “é” são
sintaticamente equivalentes.
Comentário – Não é possível responder à questão sem antes perceber que
a distinção entre as duas ocorrências da forma verbal ”é” leva em conta esse
tópico da nossa Língua: transitividade verbal. Na verdade, a questão requer
noções semântico-sintáticas, e não apenas sintáticas.
Verbos cujos complementos (objetos diretos ou objetos
indiretos) lhes integram os sentidos são classificados como transitivos.
Estão divididos em:
a) transitivos diretos: seus complementos (objetos diretos)
não são introduzidos obrigatoriamente por preposição;
(8) Quero água.
(9) A médico, confessor e letrado nunca enganes.
Em (9), a preposição “A” é empregada simplesmente por motivo
de ênfase, e não pela exigência da transitividade do verbo. Nesse caso, o
complemento vem preposicionado; contudo permanece como objeto direto.
b) transitivos indiretos: seus complementos (objetos
indiretos) são necessariamente introduzidos por uma preposição, exceto
quando empregado um pronome oblíquo átono (me, te, se, nos, vos, lhe);
(10) Gosto de água.
VTD OD
ODP
VTI OI
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(11) Custou-me entender o assunto.
c) transitivos diretos e indiretos: reúnem, ao mesmo tempo,
objetos diretos e indiretos;
(12) Deram-lhe um presente.
Há também verbos considerados de sentidos completos, por não
exigirem complementos que lhes integrem os significados. São conhecidos
como intransitivos.
(13) Infelizmente, a vítima do acidente morreu.
Todos esses verbos são considerados nocionais (possuem valor
semântico, denotam acontecimento, fenômeno natural, desejo, atividade
mental).
Existe ainda uma categoria de verbos que precisa ser
mencionada aqui. É a dos verbos de ligação, também considerados não
nocionais ou copulativos. Esses verbos, de significados indefinidos (ou
predicações incompletas), unem (ligam, servem de “ponte”) o sujeito da
oração a seu predicativo (função esta desempenhada por adjetivos,
substantivos ou pronomes).
(14) Maria é feliz.
Verbos de ligação denotam situação permanente, situação
transitória, mudança de situação.
(15) João é estudioso. (situação permanente)
(16) João está cansado. (situação transitória)
VTI OI
VTDI OI OD
VI
Suj. VL Pred.
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(17) João ficou alegre. (mudança de situação)
Estaria tudo muito bom se as coisas fossem tão certinhas assim,
não é mesmo? O fato é que a classificação de um verbo em transitivo
direto, transitivo indireto, transitivo direto e indireto, intransitivo ou
de ligação dependerá das relações semântico-
-sintáticas entre os termos da oração.
(18) João anda cansado.
(19) João anda depressa.
Em (18), o verbo (“anda”) denota o estado de “João” no
momento da fala e liga o sujeito da oração (“João”) ao seu predicativo
(“cansado”). É, pois, verbo de ligação (copulativo, não nocional).
Em (19), o mesmo verbo agora indica a ação exercida pelo
sujeito. É, pois, verbo nocional. Notem que o vocábulo “depressa” não
integra o significado do verbo, mas indica a circunstância (de modo) em que
a ação é desenvolvida.
Creio que agora podemos responder à questão da prova do IRBr.
Perceba, preliminarmente, que o título do texto é composto por duas
orações:
(20) O que é o...
(21) ...que é?
Notoriamente, trata-se de um período composto por
subordinação. A primeira oração é a principal; a segunda, subordinada. Esta
– repare bem – é introduzida pelo pronome relativo “que”. Portanto, é uma
oração subordinada adjetiva.
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O verbo da primeira oração (“é”) liga o predicativo “o” (pronome
demonstrativo substantivo) ao sujeito “que”. Em uma análise semântico-
-sintática, portanto, ele ocorre como verbo de ligação, copulativo, não
nocional. O mesmo verbo, na segunda oração, não faz esse tipo de “ponte”.
Ressalte-se que nela nem existe adjetivo, substantivo ou pronome
substantivo desempenhando a função de predicativo do sujeito. Em (21), o
verbo é tomado como intransitivo, nocional.
Resposta – item errado.
Uma vez entendido o porquê da classificação de um verbo em
transitivo (direto; indireto; direto e indireto), intransitivo ou de ligação,
já estamos aptos a tratar especificamente da regência de alguns verbos.
Diga-se ainda que “a regência verbal pretende estabelecer os diversos
regimes com que um verbo pode ser empregado”, como nos ensina o
eminente professor Décio Sena.
1 Na atualidade, em qualquer parte do mundo, podem
desenvolver-se atividades de apoio logístico ou de
recrutamento ao terrorismo. Isso se deve à sua própria lógica
4 de disseminação transnacional, que busca continuamente
novas áreas de atuação e, também, às vantagens específicas
que cada país pode oferecer a membros de organizações
7 extremistas, como facilidades de obtenção de documentos
falsos ou de acesso a seu território, além de movimentação,
refúgio e acesso a bens de natureza material e tecnológica.
(...)
Paulo de Tarso Resende Paniago. O desafio do terrorismo internacional. In: Revista
Brasileira de Inteligência. Brasília: ABIN, v. 3, n.º 4, set./2007, p. 36.
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9. (Cespe/Abin/Agente de Inteligência/2008) Em “às vantagens” (l.5), o
sinal indicativo de crase justifica-se pela regência de “deve” (l.3) e pela
presença de artigo definido feminino plural.
Comentário – Repare que o verbo analisado indica, no contexto analisado,
a causa do que é declarado no período anterior. Nesse sentido, é transitivo
indireto e exige preposição A, que, ao lado do artigo definido feminino plural
AS que inicia seu complemento, faz surgir o fenômeno linguístico conhecido
como crase.
Resposta – Item certo.
Observação. Já foi dito aqui que alguns verbos podem ter sua
transitividade mudada conforme o contexto. Tal é o caso também do verbo
que estamos analisando. Na frase O marido devia satisfações à esposa, o
verbo (no sentido de “ter de pagar; ter dívidas ou obrigações”) é agora
transitivo direto e indireto. Note que o vocábulo “satisfações” completa o
sentido do verbo sem a necessidade de preposição, enquanto o termo “à
esposa” – outro complemento do mesmo verbo – surge regido pela
preposição “a”, que se fundiu com o artigo feminino singular “a” (repare o
acento indicativo de crase).
1 Assistimos à dissolução dos discursos
homogeneizantes e totalizantes da ciência e da cultura. Não
existe narração ou gênero do discurso capaz de dar um
4 traçado único, um horizonte de sentido unitário da
experiência da vida, da cultura, da ciência ou da
subjetividade. Há histórias, no plural; o mundo tornou-se
7 intensamente complexo e as respostas não são diretas nem
estáveis. (...)
Dora Fried Schnitman. Introdução: ciência, cultura e subjetividade. In: Dora Fried
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Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade, p. 17 (com adaptações).
10. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego do sinal indicativo
de crase em “à dissolução” (l. 1) deve-se à dupla possibilidade de
relações sintático-semânticas para o verbo assistir.
Comentário – Vamos aproveitar esta questão de prova para conhecer as
acepções do verbo ASSISTIR.
a) Transitivo indireto com sentido de VER, OBSERVAR;
seu complemento é regido pela preposição A: Assistimos ao final do
campeonato.
b) Transitivo indireto com sentido de COMPETIR, CABER,
TER DIREITO; seu complemento também é regido pela preposição A: Não
assiste ao professor reclamar tanto.
c) Transitivo direto ou transitivo indireto (neste caso,
exige preposição A) com sentido de SOCORRER, PRESTAR ASSISTÊNCIA: O
médico assistiu a vítima. Igualmente correta estaria a construção: O médico
assistiu à vítima. Repare o acento grave indicativo de crase (fusão da
preposição A com o artigo feminino A(S) que antecede substantivo de
mesmo gênero gramatical).
d) Intransitivo com sentido de MORAR, RESIDIR: Há cinco
anos resido em Brasília. Observe a presença da preposição “em” exigida
pelo verbo e que introduz o adjunto adverbial de lugar (não confunda esse
termo com objeto indireto).
Agora já podemos dar início ao comentário da questão
propriamente dito. O gabarito oficial considerou este item anulado. Por quê?
A parte final da declaração traz um conceito discutível. A ocorrência da
crase, muito embora dependa realmente da regência do verbo ASSISTIR,
deve-se ainda pela presença do artigo feminino A que acompanha o
substantivo “dissolução”.
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Não obstante, a admissão do verbo ASSISTIR como
transitivo direto ou indireto só faz sentido se o tomarmos com os valores
semânticos indicados em c). No contexto em que surge, essa concepção
alteraria o sentido do que se pretende comunicar. Portanto, melhor seria a
interpretação do verbo ASSISTIR como transitivo indireto, indicando a
observação do fato exposto no período em que surge.
Resposta – Item realmente mal formulado, melhor foi ter sido anulado
mesmo.
1 Um homem do século XVI ou XVII ficaria espantado
com as exigências de identidade civil a que nós nos submetemos
com naturalidade. Assim que nossas crianças começam a falar,
4 ensinamos-lhes seu nome, o nome de seus pais e sua idade. (...)
Philippe Ariès. História social da criança e da família.
Dora Flaksman (Trad.), p. 1-2 (com adaptações).
11. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego da preposição
antes do pronome, em “a que” (l. 2), atende à regra gramatical que
exige a preposição a regendo um dos complementos do verbo
submeter.
Comentário – A resolução deste item precisa considerar dois ensinamentos
importantes. O primeiro é a própria razão de ser desta aula e tratada nesta
seção: regência verbal. Realmente, o significado da forma verbal
“submetermos” – tomado como transitivo direto e indireto – exige um
complemento sem preposição (“nos”, pronome pessoal oblíquo átono) e
outro complemento regido pela preposição A (o objeto indireto). Mas qual é
mesmo esse complemento que deve ser preposicionado? É o pronome
relativo “que”, substituto semântico da expressão nominal “as exigências de
identidade civil”. O segundo ensinamento diz respeito à colocação da
preposição exigida pelo verbo que integra orações subordinadas adjetivas
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(“a que nós nos submetemos com naturalidade”). Sim, a preposição exigida
pelo verbo deve, em casos semelhantes, anteceder o pronome relativo
introdutório dessas orações.
Resposta – Item certo.
12. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que
apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto.
a) “Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema que
preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor”, destacou. O presidente
lembrou de que a expectativa inicial era de chegar ao patamar de 90%
dos votos totalizados em todo o país às 22 horas, mas o índice foi
alcançado às 19 h 30 min.
b) Ao responder uma questão sobre os resultados apontados na apuração
do segundo turno presidencial, o ministro Marco Aurélio considerou que,
“sem dúvida alguma, a diferença maior de votos resulta por
legitimidade para o candidato eleito”. O ministro Marco Aurélio
congratulou aos eleitores brasileiros que, mais uma vez, compareceram
às urnas para exercer “esse direito inerente à cidadania, que é o direito
de escolher os representantes”.
Comentário – Alternativa A: apresenta dois problemas de regência verbal.
O primeiro deles é o emprego da preposição “de” para reger o complemento
da forma verbal “lembrou”. É comum que algumas pessoas se atrapalhem
com o uso dos verbos LEMBRAR/ESQUECER. Isso ocorre porque esses
verbos apresentas variados regimes. Vamos a eles!
a) Transitivos diretos quando conjugados sem auxílio do
pronome (parte integrante do verbo): Esqueci o livro. Lembrou cada
detalhe. Temos aqui: I) sujeito oculto: eu e ele; II) objeto direto: “o livro” e
“cada detalhe”.
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b) Transitivos indiretos quando conjugados
pronominalmente (parte integrante do verbo): Esqueci-me do livro.
Lembrou-se de cada detalhe. O que temos agora? I) parte integrante do
verbo: “me” e “se”; II) objeto indireto: “do livro”; “de cada detalhe”.
c) Transitivos indiretos quando em construções nas quais a
coisa esquecida assume a função de sujeito e a pessoa (normalmente
representada pelo pronome oblíquo) representa o objeto indireto:
Esqueceu-me o livro. Lembrou-me cada detalhe. Perceba: I) sujeito: “o
livro” e “cada detalhe”; II) objeto indireto: “me”.
De acordo com a explicação em A, você pode entender que o
verbo “lembrou” é transitivo direto e a preposição “de” que o segue está
“sobrando” no enunciado. Também está “sobrando” a preposição “de” que
rege a oração subordinada substantiva predicativa “chegar ao patamar de
90% dos votos totalizados em todo o país”. A redação correta deve ser a
seguinte: “Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema
que preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor”, destacou. O presidente
lembrou que a expectativa inicial era chegar ao patamar de 90% dos votos
totalizados em todo o país às 22h, mas o índice foi alcançado às 19h30min.
Voltemos agora nossas atenções para a alternativa B, em que
há três problemas de regência verbal. A primeira diz respeito ao regime do
verbo RESPONDER, que pode ser empregado como:
a) Transitivo direto e indireto (exige preposição A) com
objeto direto representado por coisa e objeto indireto representado por
pessoa: Respondi o telegrama ao amigo.
b) Transitivo indireto (exige preposição A) com relação à
pergunta feita: Ele respondeu ao interrogatório.
c) Transitivo direto com relação ao que foi respondido ou à
resposta dada: Ele respondeu que não iria à praia.
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Notem a ausência da preposição A antes do complemento do
verbo “responder” na passagem em surge, indicando erroneamente seu
emprego como transitivo direto.
E não é só isso: o verbo RESULTAR, transitivo indireto, rege
preposição EM e não “por” como está no texto. Por último, o verbo
CONGRATULAR é transitivo direto, isto é, seu complemento não necessita de
preposição. Mas ele foi utilizado como verbo transitivo indireto. Caso seu
emprego se desse com aspecto pronominal (congratular-se), seria também
transitivo indireto, porém regendo preposição COM. O emprego da
preposição “a” é completamente descabido.
Resposta – Itens errados.
(...) Desde então,
7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão
sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e
a necessidade de uma mudança nos comportamentos
10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de
permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender
às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura
13 sobre a Terra.
Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente.
In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).
13. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo) O emprego do sinal indicativo
de crase em “às necessidades” (l. 12) é obrigatório; a omissão desse
sinal provocaria erro gramatical por desrespeitar as regras de regência
estabelecidas pelo padrão culto da linguagem.
Comentário – A regência aludida é a do verbo “atender” (l. 11). Então,
você precisa conhecer o regime dele para responder corretamente à
questão. ATENDER é trnasitivo direto ou indireto (neste caso, exige
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20
preposição A), indiferentemente. Por exemplo: Atendi o chamado
imediatamente. ou Atendi ao chamado imediatamene. Portanto, ao se
empregar a crase na expressão “às necessidades”, esse verbo foi tomado
como transitivo indireto. Igualmente correta estaria a construção “as
necessidades” (sem sinal indicativo de crase), se o mesmo verbo fosse
empregado com regência transitiva direta.
Resposta – Item errado.
Atenção! Seguem o mesmo regime de ATENDER os verbos SATISFAZER e
PRESIDIR. O diretor presidiu a(à) reunião. Satisfarei (a)o teu desejo.
1 O real não é constituído por coisas. Nossa
experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar
que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),
4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à
nossa percepção e às nossas vivências. (...)
Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).
14. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se as relações de coerência e
a correção gramatical do texto ao se inserir a preposição de logo depois
da forma verbal “imaginar” (l.2), escrevendo-se: (...) imaginar de que o
real (...).
Comentário – Não é difícil perceber que o verbo “imaginar” é transitivo
direto e que, por isso mesmo, seu complemento não vem regido por
preposição (quem imagina, imagina algo). Logo, a preposição “de” não tem
vez no segmento.
Resposta – Item errado.
1 O poder político é produto de uma convenção, não
da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de
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4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,
na liberdade e em outros bens. (...)
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,
ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).
15. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se a correção gramatical do
texto e a coerência entre os argumentos ao se substituir
“consubstanciados” (l.5) por que consubstanciam.
Comentário – A melhor maneira de perceber o equívoco é reescrever a
passagme como a banca indica: “que consubstanciam na propriedade, na
vida, na liberdade e em outros bens”. Antes, o adjetivo-particípio exigia a
preposição “em” (consubstanciados em quê?). Agora, a forma verbal
consubstanciam (consubstanciam o quê?) possui regência transitiva direta
e dispensa a preposição.
Resposta – Item errado.
Precisamos ainda conhecer a regência de mais alguns verbos.
ASPIRAR
a) VTD = sorver, respirar: Gosto de aspirar o ar puro do campo.
b) VTI (prep. A) = desejar, almejar: O escriturário aspira ao cargo de
gerente.
CHAMAR
a) VTD = convocar, solicitar a presença: Chamei o professor.
b) VTI (prep. POR) = invocar, pedir ajuda: Chamei por Deus.
c) VTD ou VTI = qualificar, nomear, apelidar: Chamei-o patriota (de
patriota) // Chamei-lhe patriota (de patriota).
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CUSTAR
a) VTI (conjugado na 3ª pessoa) = ser difícil, ser penoso: Custou-me
entender este assunto.
b) VTDI = acarretar: A imprudência custou-lhe lágrimas amargas.
c) VI = estabelecer preço: Este rádio custou vinte reais.
IMPLICAR
a) VTD = acarretar, trazer conseqüência: Teu nervosismo implicou a tua
reprovação.
b) VTI (prep. COM) = contender: Ela implica muito com o seu irmão.
c) VTI (prep. EM) = pronominal: Implicou-se em situações delicadas.
INFORMAR/AVISAR/CIENTIFICAR/NOTIFICAR
a) VTDI: Informei a prova ao aluno. Informei o aluno da (de + a) prova.
1 A Organização dos Estados Americanos (OEA)
naufraga em um mar de alternativas regionais, cujo acento
maior é a exclusão dos EUA. É o caso da proposta de uma
4 nova organização de países da América Latina e Caribe, que
se junta a outras iniciativas do mesmo teor, como o Grupo do
Rio e a UNASUL. O poder de Washington já fora avisado
7 por instituições acadêmicas norte-americanas de que a OEA
corre o risco de perder vigência. (...)
Newton Carlos. Folha de S.Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).
16. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Em “de que a OEA” (l.7), o emprego
de preposição “de” se deve à regência de “avisado” (l.6).
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Comentário – Usou-se o particípio do verbo avisar em construção de voz
passiva. Perceba que “O poder de Washington” fora avisado de algo, ou
seja, “de que a OEA corre o risco de perder vigência”.
Resposta – Item certo.
PREFERIR
a) VTDI (seu complemento indireto é regido pela preposição A): Prefiro
cinema a televisão. Prefiro o cinema à (a + a) televisão. (CERTO).
Prefiro mais cinema do (de + o) que televisão. (ERRADO).
Obs.: O significado de PREFERIR não admite gradações (mais... que;
menos... que; tanto... quanto). Além disso, a preposição que rege seu
complemento indireto é, obrigatoriamente, A.
VISAR
a) VTD = mirar, ver: O caçador visou o tigre.
b) VTD = rubricar, dar visto: O gerente visou o cheque.
c) VTI (prep. A)= almejar, ter como objetivo: Visamos ao bom ensino da
linguagem.
MORAR/RESIDIR/SITUAR
a) VI (prep. EM): Ela reside na (em + a) rua Dr. Nilo Peçanha. (CERTO) /
Ela reside à (a + a) rua Dr. Nilo Peçanha. (ERRADO)
OBEDECER/DESOBEDECER
a) VTI (prep. A): Obedeço a meu pai. Não desobedeça a seus pais.
CRASE
Vamos agora estudar os casos de ocorrência (ou não) de
crase, um fenômeno linguístico que consiste na pronúncia de vogais
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idênticas e sequenciais em uma mesma sílaba. Observe como isso se dá nos
versos do poeta Casemiro de Abreu:
“Teu pensamento é como o Sol que morre
Há de cismando mergulhar-se em mágoas
Durante a noite quando o orvalho desce.”
Entretanto, o que nos interessa nesta aula são apenas os casos
de crase envolvendo a preposição A e a vogal A, que recebem notação
gráfica específica (acento grave): À.
(22) Fomos à (a + a) festa de aniversário do nosso vizinho.
Como regra geral, toda vez que um termo regente (seja nome,
seja verbo) exigir preposição A e o termo regido vier determinado pelo
artigo feminino A(S), a crase surgirá e deverá ser indicada pelo acento
grave (`), como no exemplo acima. Analise estas questões de prova:
17. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) Hoje, o que funciona em
Educação é indicar à professora o que realizar, dando-lhe a
oportunidade de escolher os próprios métodos.
Comentário – Note que o verbo “indicar” requer dois complementos: um
regido sem preposição (“o que realizar”) e outro regido pela preposição “a”
(“a professora”), a qual se une ao artigo definido feminino “a” integrante do
complemento indireto. Em outras palavras, vale o velho e bom
ensinamento: “indicar algo a (preposição) alguém”.
Resposta – Item certo.
1 O real não é constituído por coisas. Nossa
experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar
que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),
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4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à
nossa percepção e às nossas vivências. (...)
Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).
18. (Cespe/Anatel/Analista/2009) O sinal de crase em “oferecidos à nossa
percepção e às nossas vivências” (l.4-5) indica que “oferecidos” tem
complemento regido pela preposição a.
Comentário – Sim, é verdade o que foi declarado. O adjetivo-particípio
“oferecidos” reclama preposição a para reger seu complemento (oferecido a
quem?). Como os termos regidos admitem a presença do artigo feminino
(singular no primeiro caso e plural no segundo), a crase surge
naturalmente: a + a = à; a + as = às.
Resposta – Item certo.
1 O Brasil e o Paraguai vão discutir a revisão do
Tratado de Itaipu e uma possível renegociação da dívida de
US$ 19,6 bilhões da hidrelétrica com o Tesouro Nacional.
4 A decisão foi tomada durante um encontro entre os
presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o paraguaio Fernando
Lugo, paralelamente à Cúpula da América Latina e Caribe.
(...)
Denise Chrispim Marin e Tânia Monteiro. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).
19. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à
Cúpula” (l.6) justifica-se pela regência de “paralelamente”, que exige
preposição a, e pela presença de artigo definido feminino singular.
Comentário – É isso mesmo. O advérbio “paralelamente” requer a
preposição a (paralelamente a que?), que se aglutina com o artigo singular
a que determina a expressão “Cúpula da América Latina e Caribe”.
Resposta – Item certo.
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1 A Alemanha vai enfrentar a pior recessão desde a
2.ª Guerra Mundial e já planeja, para 2009, um novo pacote
de estímulo à economia. (...)
Jamil Chade. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).
20. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à
economia” (l.3) justifica-se pela regência de “planeja” (l.2) e pela
presença de artigo definido feminino.
Comentário – Aqui o motivo é outro. A regência não é do verbo “planeja”
(que sequer pede preposição, pois é transitivo direto); mas, sim, do
substantivo “estímulo” (linha 3).
Resposta – Item errado.
Também merecem destaque os casos de crase que surgem do
encontro da preposição A com a letra A que inicia os pronomes
demonstrativos AQUELA(S), AQUELE(S) e AQUILO, bem como com o A (=
aquela) pronome demonstrativo.
(23) O aluno referia-se àquela questão anulada da prova.
(24) O prêmio foi dado à que chegou primeiro.
Em (23), a forma verbal “referia-se” (“se” é parte integrante do
verbo) é transitivo indireto. Seu complemento é regido pela preposição A,
que se une ao A inicial do pronome demonstrativo “aquela”.
Em (24), o complemento indireto de “dado” é regido também
pela preposição A, que se funde com o pronome demonstrativo A (=
aquela).
Vejamos outra questão de prova:
21. (Cespe/CEF/Técnico Bancário/2006) Julgue os seguintes itens quanto à
concordância e à regência.
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12% de desconto no IR, incidente sobre os rendimentos alcançados
com a aplicação dos recursos, são permitidos aqueles contribuintes que
tem aplicação no PREVINVEST da CAIXA.
Comentário – Comentarei apenas o que se refere à ocorrência da crase
neste exercício. A expressão “são permitidos” deve fazer surgir um
complemento indireto regido pela preposição A: algo é permitido a alguém.
O termo que lhe serve de complemento indireto (“aqueles... da CAIXA”) é
iniciado pelo pronome demonstrativo “aqueles”. Pois bem, o encontro da
preposição A com a letra A inicial do pronome demonstrativo implica a
ocorrência da crase: àquelas, que não foi indicada no texto.
Resposta – Item errado.
Passarei à explicação de outros casos obrigatórios de emprego
do acento grave indicativo de crase.
1. Nas locuções adverbiais femininas
(25) Sairás às pressas.
(26) Todos, à uma, aplaudiram a decisão do professor.
2. Nas locuções prepositivas femininas
(27) Vivia às expensas do (de + o) tio.
(28) A polícia saiu à procura da (de + a)quadrilha.
Observação: a crase será de rigor quando uma locução
prepositiva terminada por a estiver diante de artigo feminino que
acompanha substantivo. Veja um exemplo abaixo.
1 Creio que há evidência contundente em favor do
argumento de que os investimentos públicos em pesquisa
científica têm tido um retorno bastante compensador em
4 termos da utilização para o bem-estar social dos progressos
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científicos obtidos. Por outro lado, creio também que se
pode questionar, não somente quanto à aplicação de
7 conhecimentos científicos com finalidades destrutivas ou
nocivas à humanidade e à natureza, mas também quanto à
distribuição desses benefícios entre diferentes setores da sociedade.
(...)
Samuel Macdowell. Responsabilidade social
dos cientistas. In: Estudos Avançados, vol. 2, n.º 3,
São Paulo, set.-dez./1988 (com adaptações).
22. (Cespe/Inpe/Tecnologista/2009) As ocorrências de crase em “à
aplicação” (l.6) e “à humanidade e à natureza” (l.8) justificam-se pelo
uso obrigatório da preposição a nos complementos de “questionar”
(l.6).
Comentário – As ocorrências da crase justificam-se por outro motivo. Na
linha 6, o a final da locução prepositiva “quanto a” contraiu-se com o artigo
definido feminino da expressões “a aplicação” (repare que caso semelhante
corre em “quanto à distribuição”, nas linhas 7 e 8). Na linha 8, a crase suge
em razão da regência do adjetivo “nocivas” (nocivas a quê?) e da presença
do artigo definido feminino das expressões “a humanidade” e “a natureza”.
Resposta – Item errado.
3. Nas locuções conjuntivas femininas
(29) À medida que estudo, mais aprendo.
(30) À proporção que vocês estudam, mais se aproximam da
aprovação.
4. Antes de pronome possessivo feminino substantivo (retornem à
aula 2, página 4, se vocês tiverem dúvidas quanto ao que seja pronome
substantivo)
(31) Sou favorável à proposta dele e não à sua.
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(32) Refiro-me a sua proposta e à minha.
5. Antes de nomes masculinos quando possamos subentender as
palavras MODA, MANEIRA
(33) Cortou cabelo à (maneira de) príncipe Danilo.
(34) Usava sapatos à (moda) Luís XV.
23. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que
apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto.
O presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, atribuiu ao
“aprimoramento” do processo eleitoral eletrônico avelocidade da
totalização dos votos. Nesta última eleição, oTSE bateu o recorde
histórico, alcançando a totalização de 90% dos votos às 19 h. Às 21 h
15 min, já haviam sido apuradas 99% das urnas.
Comentário – Não existe erro de natureza gramatical no fragmento em
análise. Ainda que haja outros aspectos gramaticais dignos de nota,
ressaltarei somente o emprego correto e obrigatório dos dois acentos graves
indicativos de crase nas locuções adverbiais “às 19 h” e “Às 21 h 15 min”.
Resposta – Item certo.
Obs.: As demais alternatias foram omitidas propositalmente, por não
atenderem ao propósito desta aula. Peço que se acostumem com esta
metodologia de estudo.
Há construções em que o fenômeno da crase pode ou não
ocorrer. São casos facultativos de emprego do acento grave.
1. Antes de nome próprio feminino (se for personagem histórica, o uso
é proibido)
(35) Refiro-me a (à) Joana.
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(36) Refiro-me a Joana d’Arc.
2. Antes de pronome possessivo feminino adjetivo.
(37) Dedico a (à) minha irmã todo o meu trabalho.
Convém ressaltar que o emprego facultativo do acento deriva da
possibilidade de se omitir o artigo feminino A que antecede pronomes
possessivos femininos que acompanham substantivos.
3. Quando o A (artigo) vem precedido pela preposição ATÉ.
(38) Correu até a (à) árvore.
Se pensarmos na frase Correu até o poste, por exemplo,
perceberemos que a preposição A (“...até ao poste”) não foi empregada
comcomitantemente à preposição “até”. Daí vem a alegação de que o
emprego da preposição A é facultativo em casos semelhantes.
Trabalho escravo:
longe de casa há muito mais de uma semana
(...) “Não conseguia dormir
direito por não conseguir juntar dinheiro sequer para retornar
19 à minha cidade e rever a família”, relatou. Quando uma
fazenda no município paraense de Piçarras foi fiscalizada em
junho deste ano, Copaíba foi localizado pelo Grupo Móvel,
22 resgatado e recebeu de indenização trabalhista mais de
R$ 5 mil.
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptações).
24. (Cespe/MTE/Administrador/2008) O sinal indicativo de crase em
‘retornar à minha cidade’ (l. 18-19) é facultativo e a sua omissão
preservaria os sentidos do texto e a correção das estruturas lingüísticas.
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Comentário – O verbo “retornar” – assim como outros verbos que indicam
movimento, deslocamento – rege as preposições a, de e para, conforme o
significado da mensagem que se quer transmitir. Na passagem analisada,
empregou-se a preposição A. Ao seu lado, consta um pronome possessivo
feminino adjetivo (“minha”), que faculta a presença do artigo feminino A
sem que haja prejuízo algum para os sentidos do texto.
Resposta – Item certo.
E há ainda os casos de crase proibida.
1. Antes de nomes masculinos
(39) Comprou a prazo.
(40) Dei aquela calça a este homem.
2. Antes de verbo.
(41) Começou a chover.
3. Antes de pronome de tratamento (exceções: SENHORA,
SENHORITA, MADAME)
(42) Referiu-se a Vossa Excelência.
4. Antes de pronomes oblíquos
(43) Dedico o meu trabalho a ela.
5. Antes de pronomes indefinidos
(44) Ofereci um presente a alguém desta sala.
6. Antes de artigo indefinido
(45) Concedeu a bolsa de estudos a uma menina pobre.
Você deve comparar este exemplo com o (26), que traz uma
locução adverbial feminina e constitui-se em caso obrigatório de crase.
7. Quando o A precede palavras femininas no plural
(46) Respondeu a cartas pouco elogiosas.
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Aqui, existe apenas a preposição A, em decorrência da regência
da forma verbal “Respondeu”. A ausência do artigo feminino plural (as)
precedendo o substantivo “cartas” amplia, generaliza, indetermina o alcance
semântico dele. Em resumo, é o seguinte: nunca use crase na seguinte
estrutura: singular (a) + plural (cartas).
8. Quando a preposição A se encontra entre palavras idênticas
(47) Perdeu o gol cara a cara com o goleiro.
9. Com o pronome relativo CUJO(S), CUJA(S)
(48) A pessoa a cuja filha me refiro estuda neste colégio.
O “a” que surge antes do pronome relativo é simplesmente a
preposição exigida pela regência do verbo pronominal REFERIR-SE. Como o
pronome relativo CUJO (e suas variações) não admite o uso de artigo que o
acompanhe, não há o encontro de dois sons iguais.
10. Com pronome relativo QUEM
(49) A pessoa a quem me refiro estuda neste colégio.
Vale também para este caso a explicação dada anteriormente.
ATENÇÃO! É necessário ter cuidado com os pronomes relativos
QUE e A QUAL. Em relação ao primeiro, a crase ocorrerá se o termo
anterior a ele (seja verbo, seja nome) reger preposição A e o termo
seguinte for um dos pronomes demonstrativos A(S), AQUELA(S),
AQUELE(S), AQUILO
(50) Dirigi-me às que estavam de serviço na recepção.
Perceba que existe a contração da preposição A, exigida pelo
verbo DIRIGIR-SE, com o pronome demonstrativo AS (= aquelas).
(51) Sou favorável à que chegou primeiro.
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Em relação ao pronome relativo A QUAL, a crase surgirá se o
termo posterior a ele reger preposição A, que deverá ocupar posição
imediatamente anterior ao pronome, contraindo-se com o A inicial que o
integra.
(52) A festa à qual nos dirigimos começará agora.
11. Diante de qualquer preposição diferente de ATÉ
(53) Ele o esperava desde as oito horas.
(54) O trabalho ficará pronto após as seis horas.
12. Diante de nome próprio feminino que designe personagens
históricas, ilustres, celebridades ou entidades religiosas
(55) Refiro-me a Joana d’Arc.
(56) Rogou a Nossa Senhora que o ajudasse.
13. Antes dos pronomes demonstrativos ESTA, ESSA
(57) Chegamos a esta cidade há cinco anos.
14. Quando se atribui ao substantivo valor semântico indefinido
(58) Cristo não fazia jus a morte tão humilhante.
15. Antes da palavra DISTÂNCIA usada sem qualquer especificação
(59) A vítima reconheceu o ladrão a distância.
25. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) Julgue os fragmentos de texto
apresentados nos próximos itens com relação à regência e ao emprego
do sinal indicativo de crase.
a) Parece que a Educação anda bem atrasada em relação à outras áreas
do conhecimento.
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b) Antigamente, dizia-se à uma mestra exatamente o que ela deveria fazer
e como deveria de proceder; existia um currículo bem específico e
fechado.
Comentário – O fenômeno da crase não deve ocorrer em construções
sintáticas do tipo: preposição A seguida de palavra no plural, como em “à
outras”. Na dúvida, volte ao ponto 7, exemplo (46). Também é indevido o
ancento grave indicativo de crase diante de artigo indefinido (“à uma).
Revise, se precisar, o ponto 6.
Resposta – Itens errados.
(...)
10 O aumento do emprego e os programas
de transferência de renda continuam a beneficiar mais as
famílias que ganham menos, cujo consumo tende a aumentar
13 proporcionalmente mais do que o das famílias de renda mais
alta. A oferta de crédito, igualmente, atinge mais diretamente
essa faixa.
O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).
26. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Em “tende a aumentar” (l. 12),
não há sinal indicativo de crase porque antes de forma verbal não se
emprega artigo definido feminino.
Comentário – Sim, é isso mesmo. Esse “a” que surge entre os verbos é
simplesmente uma preposição, que articula a locução verbal.
Convém esclarecer que não se deve empregar artigo diante
de verbo, exceto quando o propósito for substantivá-lo.
Resposta – Item certo.
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(...) Pelo acordo, denominado Registro
7 Mundial de Gases que Causam o Efeito Estufa, as
multinacionais passam a informar o seu grau de poluição do meio
ambiente, atendendo a expectativas de acionistas, que
10 cobram mais transparência sobre o tema. Juntas, essas
empresas são responsáveis pela emissão de 800 milhões de
toneladas de dióxido de carbono por ano, o que representa
13 cerca de 5% das emissões mundiais.
O Globo, 23/1/2004, p. 30 (com adaptações)
27. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2004) Caso se optasse por às
expectativas em lugar de “a expectativas” (l. 9), o período em que se
encontra essa expressão continuaria atendendo às exigências da norma
culta escrita.
Comentário – Quando tratei de regência verbal, expliquei que o verbo
ATENDER admite complemento sem ou com preposição (neste caso, a
preposição exigida é A). Na passagem “atendendo a expectativas de
acionistas”, optou-se pela regência transitiva indireta desse verbo. Não é
difícil perceber que o “a” empregado é uma preposição; caso fosse artigo
definido feminino, deveria flexinar-se em número para concordar com o
substantivo “expectativas”. Tal é o que ocorre na alteração proposta:
atendendo às expectativas de acionistas. Como o verbo ATENDER continua
com regência transitiva indireta, o encontro da preposição A com o artigo
definido AS dá origem ao fenômeno da crase.
Resposta – Item certo.
Obs.: Apesar de preservada a correção gramatical do período, a alterção
proposta acarreta a ele leve desvio semântico. Estando o artigo definido
ausente, o substantivo “expectativas” é tomado com valor indefinido:
quaisquer expectativas. O emprego do artigo AS determina, define,
restringe o alcance do significado do substantivo “expdctativas”.
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28. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2004) Serão respeitadas as
regras gramaticais se for utilizado o sinal indicativo de crase no “a” que
precede “informar” (l. 8).
Comentário – Quer saber de uma coisa? O Cespe adora elaborar questão
de crase envolvendo a ocorrência dela diante de verbo. Já disse e repito:
diante de verbo não deve existir crase. Trata-se de mais um caso proibido!
Resposta. Item errado.
1 É opinião unânime entre os analistas políticos que, até agora,
o melhor desempenho do governo Luiz Inácio Lula da
Silva está se dando no campo diplomático. O primeiro
4 grande êxito foi a intermediação do conflito entre o
presidente venezuelano Hugo Cháves e seus opositores. O
segundo grande êxito dessa política refere-se às negociações
7 para a criação da Área de Livre Comércio das Américas
(ALCA). Na última conferência da Organização Mundial do
Comércio (OMC), realizada no balneário mexicano de Cancun,
10 o Itamaraty, manobrando habilmente nos meandros da
diplomacia internacional, impediu que os Estados Unidos da
América (EUA) escondessem seu protecionismo ferrenho atrás
13 da propaganda do livre comércio, que constitui a justificativa
para a formação da ALCA. O mais recente êxito de Lula na
ordem internacional foi o discurso proferido na Assembléia
16 Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova
Iorque, quando propôs a criação de um comitê de chefes de
Estado para dinamizar as ações de combate à fome e à miséria
19 em todo o mundo.
Plínio de Arruda Sampaio. Política externa independente. In:
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Família Cristã, ano 69, n.º 815, nov./2003, p. 28-9 (com adaptações).
29. (Cespe/MJ/DPRF/Policial Rodoviário Federal/2004) Na linha 6, o sinal
indicativo de crase deve ser mantido, caso se prefira a redação
refere-se à negociações.
Comentário – Você já sabe que não pode haver crase em construções
sintáticas do tipo: singular (a) + plural (negociações). Nesses casos, o “a”
que surge é preposição exigida pelo termo regente. Para haver crase, é
necessário que o substantivo surja acompanhado pelo artigo feminino as,
semelhantemente ao que ocorre no texto original.
Resposta – Item errado.
30. (Cespe/MJ/DPRF/Policial Rodoviário Federal/2004) Os sinais indicativos
de crase em “combate à fome e à miséria” (l. 18) podem ser eliminados
sem prejuízo para a correção do período.
Comentário – Antes de tudo, observe que agora o termo regente não é
mais um verbo, e sim um nome: “combate” (substantivo derivado do verbo
combater). No texto original, o significado semântico dos seus
complementos (a fome e a miséria) estão determinados pelo artigo feminino
“a” que antecede cada um deles. A contração desse artigo com a preposição
“a” exigida pela regência do nome “combate” faz surgir a crase, indicada
pelo acento grave em “à fome e à miséria”. Ao se prefrir indeterminar o
valor semântico dos substantivos “fome” e “miséria”, deve-se retirar deles o
artigo “a” que os acompanha, elimando assim a ocorrência de crase. Dessa
forma, o período continuaria gramaticalmente correto; porém com leve
desvio semântico.
Resposta – Item certo.
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Considerando que os fragmentos apresentados nos próximos dois itens
constituem partes sucessivas de um texto de Jamil Chade (O Estado
de S. Paulo, 18/12/2008), julgue-os quanto à correção gramatical.
31. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A notícia obrigou a chanceler Angela
Merkel anunciar um novo pacote de incentivo a economia que será
implementado à partir de janeiro. O pacote incluiria bilhões de euros
para obras de infraestrutura, comunicações e renovações de escolas.
Comentário – No trecho “incentivo a cultura” houve omissão do acento
grave indicativo de crase, que se justifica pela contração da preposição a
regida pela nome “incentivo” (incentivo a quê?) e pelo artigo definido
feminino a que acompanha o substantivo “economia”.
Na expressão “à partir”, a crase é desautorizada, pois o
vocábulo “paritr” é verbo. Diante de verbo não há crase.
O verbo obrigar foi usado como bitransitivo (obrigou
alguém a algo..). Seu objeto direto é o termo “a chanceler Angela Merkel”;
seu objeto indireto (regido pela preposição a) é a oração iniciada pelo verbo
“anunciar”. Note a ausência da preposição.
Resposta – Item errado.
32. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Ataques à Merkel estão fazendo que
ela perca popularidade, mesmo diante do pacote de mais de US$ 60
bilhões e incentivos fiscais anunciados em novembro. Ela ainda é vista
como tendo hesitando em apoiar um estrategismo europeu de combate
a crise.
Comentário – A crase não deveria ocorrer diante do nome “Merkel”. Apesar
de ser nome feminino, ele se refere a uma personagem ilustre. Mas a crase
tem lugar na expressão “combate a crise”. O termo regente pede preposição
a e o substantivo admite o artigo a.
Resposta – Item errado.
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Considerando que o fragmento constitui parte de um texto adaptado de
O Globo (18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical.
33. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Em nota, a OPEP justificou o corte,
afirmando que “o volume de petróleo que entra no mercado continua
bem acima da demanda atual”. Além disso, “o impacto da grave
retração da economia global levou a destruição da demanda, resultando
em uma pressão de queda com os preços sem precedentes”.
Comentário – O verbo levar é transitivo indireto no sentido de acarretar ou
conduzir e requer preposição a para reger seu complemento: “a destruição
da demanda”. Como esse complemento admitiu o artigo definido a, a crase
deveria ter sido indicada por meio do acento grave.
Resposta – Item errado.
Por hoje é só. Na próxima aula, a quarta – já estamos quase na
metade do curso! –, estudaremos sintaxe da oração e do período. Antes
disso, porém, espero as suas dúvidas e sugestões.
Fique com Deus e bons estudos!
Professor Albert Iglésia
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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
(...) À noite, o céu se abre limpo e estrelado.
8 É um convite à contemplação da natureza. (...)
Época, 9/5/2005 (com adaptações).
1. (Cespe/Ibama/Analista Ambiental/2005) Na linha 8, o emprego do sinal
indicativo de crase em “à contemplação” indica que esse termo é regido
pelo substantivo “convite”; mas se a opção fosse por uma oração com o
verbo convidar o uso do sinal de crase seria opcional.
1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste
ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo
crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A
4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das
principais mudanças nas perspectivas para a economia
brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da
7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro
do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado
em 6,2%.
(...)
O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).
2. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Na linha 7, o emprego do sinal
indicativo de crase em “às previsões” justifica-se pela presença de
preposição, exigida pela locução “em relação”, e pelo emprego de artigo
definido feminino plural antes de “previsões”.
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1 Uma antiga preocupação dos legisladores do
passado era a de assegurar o direito dos povos de manter
“os costumes da terra”. (...)
Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.
3. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) No que diz respeito aos
sentidos e a aspectos gramaticais do texto acima, assinale a opção
incorreta.
Na expressão “era a de assegurar” (l. 2), a presença da preposição “de”
decorre da regência de “preocupação” (l. 1).
1 Folha — O sr. concorda que muitas das restrições
impostas pelo Estado são impostas por pensamentos
“puritanos” de parte da sociedade?
(...)
Folha de S. Paulo, 23/10/2005. Trecho da entrevista concedida
pelo economista Eduardo Giannetti (com adaptações).
4. (Cespe/Anatel/Analista Administrativo/2006) Atenderia às regras
prescritas pela gramática a seguinte formulação da pergunta feita ao
entrevistado: O senhor concorda com a idéia de que, entre as restrições
estabelecidas pelo Estado, muitas são impostas por pensamentos
“puritanos” de parte da sociedade?
(...) Mas foi a partir do século
XIX que a expansão mundial do capitalismo deu origem
13 à consciência de que uma cultura mundial estava
verdadeiramente em via de surgir.
Sérgio Paulo Rouanet. Do fim da cultura ao fim do livro. In:
Eduardo Portella (Org.). Reflexões sobre os caminhos do livro.
SãoPaulo: UNESCO/Moderna, 2003, p. 63 (com adaptações).
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5. (Cespe/Minist. da Integ. Nacion./Bibliotecário/2006) Em “consciência de
que” (l. 13), o emprego da preposição “de” é decorrente da regência de
“consciência”.
1 A Câmara dos Deputados brasileira aprovou, por
265 votos favoráveis e 61 contrários, a adesão da Venezuela
ao MERCOSUL, bloco regional formado por Brasil,
4 Argentina, Paraguai e Uruguai.
O protocolo de adesão, assinado em julho de 2006,
ainda precisa ser aprovado pelo Senado para entrar em vigor.
7 Os congressos do Uruguai, da Argentina e da própria
Venezuela já votaram pela entrada do país no MERCOSUL.
Apenas o Paraguai e o Brasil ainda não chancelaram o
10 acordo. Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa
Nacional mostram que a entrada do país resultará em um
bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de
13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão
(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e
comércio global superior a US$ 300 bilhões.
(...)
Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo, 18/12/2008.
6. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) O emprego de preposição em “ao
MERCOSUL” (l.3) justifica-se pela regência de “contrários” (l.2), que
exige preposição a.
7. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Nas duas ocorrências de “superior a”
(l.13 e 15), “a” funciona como artigo definido.
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O que é o que é?
1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa
de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma
pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da
4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar
ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma
desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se
7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar:
como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria
pergunta. Qual é o nome? e é este o nome.
Clarice Lispector. A descoberta do mundo.
Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.
8. ( ) No título do texto, as duas ocorrências da forma verbal “é” são
sintaticamente equivalentes.
1 Na atualidade, em qualquer parte do mundo, podem
desenvolver-se atividades de apoio logístico ou de
recrutamento ao terrorismo. Isso se deve à sua própria lógica
4 de disseminação transnacional, que busca continuamente
novas áreas de atuação e, também, às vantagens específicas
que cada país pode oferecer a membros de organizações
7 extremistas, como facilidades de obtenção de documentos
falsos ou de acesso a seu território, além de movimentação,
refúgio e acesso a bens de natureza material e tecnológica.
(...)
Paulo de Tarso Resende Paniago. O desafio do terrorismo internacional. In: Revista
Brasileira de Inteligência. Brasília: ABIN, v. 3, n.º 4, set./2007, p. 36.
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9. (Cespe/Abin/Agente de Inteligência/2008) Em “às vantagens” (l.5), o
sinal indicativo de crase justifica-se pela regência de “deve” (l.3) e pela
presença de artigo definido feminino plural.
1 Assistimos à dissolução dos discursos
homogeneizantes e totalizantes da ciência e da cultura. Não
existe narração ou gênero do discurso capaz de dar um
4 traçado único, um horizonte de sentido unitário da
experiência da vida, da cultura, da ciência ou da
subjetividade. Há histórias, no plural; o mundo tornou-se
7 intensamente complexo e as respostas não são diretas nem
estáveis. (...)
Dora Fried Schnitman. Introdução: ciência, cultura e subjetividade. In: Dora Fried
Schnitman (Org.). Novos paradigmas, cultura e subjetividade, p. 17 (com adaptações).
10. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego do sinal indicativo
de crase em “à dissolução” (l. 1) deve-se à dupla possibilidade de
relações sintático-semânticas para o verbo assistir.
1 Um homem do século XVI ou XVII ficaria espantado
com as exigências de identidade civil a que nós nos submetemos
com naturalidade. Assim que nossas crianças começam a falar,
4 ensinamos-lhes seu nome, o nome de seus pais e sua idade. (...)
Philippe Ariès. História social da criança e da família.
Dora Flaksman (Trad.), p. 1-2 (com adaptações).
11. (Cespe/Abin/Oficial de Inteligência/2008) O emprego da preposição
antes do pronome, em “a que” (l. 2), atende à regra gramatical que
exige a preposição a regendo um dos complementos do verbo
submeter.
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12. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que
apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto.
a) “Estamos num caminho certo, no caminho que consagra o sistema que
preserva, acima de tudo, a vontade do eleitor”, destacou. O presidente
lembrou de que a expectativa inicial era de chegar ao patamar de 90%
dos votos totalizados em todo o país às 22 horas, mas o índice foi
alcançado às 19 h 30 min.
b) Ao responder uma questão sobre os resultados apontados na apuração
do segundo turno presidencial, o ministro Marco Aurélio considerou que,
“sem dúvida alguma, a diferença maior de votos resulta por
legitimidade para o candidato eleito”. O ministro Marco Aurélio
congratulou aos eleitores brasileiros que, mais uma vez, compareceram
às urnas para exercer “esse direito inerente à cidadania, que é o direito
de escolher os representantes”.
(...) Desde então,
7 vêm se impondo, entre especialistas ou não, a compreensão
sistêmica do ecossistema hipercomplexo em que vivemos e
a necessidade de uma mudança nos comportamentos
10 predatórios e irresponsáveis, individuais e coletivos, a fim de
permitir um desenvolvimento sustentável, capaz de atender
às necessidades do presente, sem comprometer a vida futura
13 sobre a Terra.
Paulo Marchiori Buss. Ética e ambiente.
In: Desafios éticos, p. 70-1 (com adaptações).
13. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo) O emprego do sinal indicativo
de crase em “às necessidades” (l. 12) é obrigatório; a omissão desse
sinal provocaria erro gramatical por desrespeitar as regras de regência
estabelecidas pelo padrão culto da linguagem.
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1 O real não é constituído por coisas. Nossa
experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar
que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),
4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à
nossa percepção e às nossas vivências. (...)
Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).
14. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se as relações de coerência e
a correção gramatical do texto ao se inserir a preposição de logo depois
da forma verbal “imaginar” (l.2), escrevendo-se: (...) imaginar de que o
real (...).
1 O poder político é produto de uma convenção, não
da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,
na liberdade e em outros bens. (...)
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,
ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).
15. (Cespe/Anatel/Analista/2009) Preservam-se a correção gramatical do
texto e a coerência entre os argumentos ao se substituir
“consubstanciados” (l.5) por que consubstanciam.
1 A Organização dos Estados Americanos (OEA)
naufraga em um mar de alternativas regionais, cujo acento
maior é a exclusão dos EUA. É o caso da proposta de uma
4 nova organização de países da América Latina e Caribe, que
se junta a outras iniciativas do mesmo teor, como o Grupo do
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Rio e a UNASUL. O poder de Washington já fora avisado
7 por instituições acadêmicas norte-americanas de que a OEA
corre o risco de perder vigência. (...)
Newton Carlos. Folha de S.Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).
16. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Em “de que a OEA” (l.7), o emprego
de preposição “de” se deve à regência de “avisado” (l.6).
17. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) Hoje, o que funciona em
Educação é indicar à professora o que realizar, dando-lhe a
oportunidade de escolher os próprios métodos.
1 O real não é constituído por coisas. Nossa
experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar
que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),
4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à
nossa percepção e às nossas vivências. (...)
Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).
18. (Cespe/Anatel/Analista/2009) O sinal de crase em “oferecidos à nossa
percepção e às nossas vivências” (l.4-5) indica que “oferecidos” tem
complemento regido pela preposição a.
1 O Brasil e o Paraguai vão discutir a revisão do
Tratado de Itaipu e uma possível renegociação da dívida de
US$ 19,6 bilhões da hidrelétrica com o Tesouro Nacional.
4 A decisão foi tomada durante um encontro entre os
presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e o paraguaio Fernando
Lugo, paralelamente à Cúpula da América Latina e Caribe.
(...)
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Denise Chrispim Marin e Tânia Monteiro. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).
19. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à
Cúpula” (l.6) justifica-se pela regência de “paralelamente”, que exige
preposição a, e pela presença de artigo definido feminino singular.
1 A Alemanha vai enfrentar a pior recessão desde a
2.ª Guerra Mundial e já planeja, para 2009, um novo pacote
de estímulo à economia. (...)
Jamil Chade. O Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).
20. (Cespe/IRBr/Bolsa-prêmio/2009) O sinal indicativo de crase em “à
economia” (l.3) justifica-se pela regência de “planeja” (l.2) e pela
presença de artigo definido feminino.
21. (Cespe/CEF/Técnico Bancário/2006) Julgue os seguintes itens quanto à
concordância e à regência.
12% de desconto no IR, incidente sobre os rendimentos alcançados
com a aplicação dos recursos, são permitidos aqueles contribuintes que
tem aplicação no PREVINVEST da CAIXA.
1 Creio que há evidência contundente em favor do
argumento de que os investimentos públicos em pesquisa
científica têm tido um retorno bastante compensador em
4 termos da utilização para o bem-estar social dos progressos
científicos obtidos. Por outro lado, creio também que se
pode questionar, não somente quanto à aplicação de
7 conhecimentos científicos com finalidades destrutivas ou
nocivas à humanidade e à natureza, mas também quanto à
distribuição desses benefícios entre diferentes setores da sociedade.
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(...)
Samuel Macdowell. Responsabilidade social
dos cientistas. In: Estudos Avançados, vol. 2, n.º 3,
São Paulo, set.-dez./1988 (com adaptações).
22. (Cespe/Inpe/Tecnologista/2009) As ocorrências de crase em “à
aplicação” (l.6) e “à humanidade e à natureza” (l.8) justificam-se pelo
uso obrigatório da preposição a nos complementos de “questionar”
(l.6).
23. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que
apresenta fragmento de texto gramaticalmente correto.
O presidente do TSE, Marco Aurélio de Mello, atribuiu ao
“aprimoramento” do processo eleitoral eletrônico avelocidade da
totalização dos votos. Nesta última eleição, oTSE bateu o recorde
histórico, alcançando a totalização de 90% dos votos às 19 h. Às 21 h
15 min, já haviam sido apuradas 99% das urnas.
Trabalho escravo:
longe de casa há muito mais de uma semana
(...) “Não conseguia dormir
direito por não conseguir juntar dinheiro sequer para retornar
19 à minha cidade e rever a família”, relatou. Quando uma
fazenda no município paraense de Piçarras foi fiscalizada em
junho deste ano, Copaíba foi localizado pelo Grupo Móvel,
22 resgatado e recebeu de indenização trabalhista mais de
R$ 5 mil.
Revista Trabalho. Brasília: MTE, ago./set./out./2008, p. 40-2 (com adaptações).
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24. (Cespe/MTE/Administrador/2008) O sinal indicativo de crase em
‘retornar à minha cidade’ (l. 18-19) é facultativo e a sua omissão
preservaria os sentidos do texto e a correção das estruturas lingüísticas.
25. (Cespe/ME/Agente Administrativo/2008) Julgue os fragmentos de texto
apresentados nos próximos itens com relação à regência e ao emprego
do sinal indicativo de crase.
a) Parece que a Educação anda bem atrasada em relação à outras áreas
do conhecimento.
b) Antigamente, dizia-se à uma mestra exatamente o que ela deveria fazer
e como deveria de proceder; existia um currículo bem específico e
fechado.
(...)
10 O aumento do emprego e os programas
de transferência de renda continuam a beneficiar mais as
famílias que ganham menos, cujo consumo tende a aumentar
13 proporcionalmente mais do que o das famílias de renda mais
alta. A oferta de crédito, igualmente, atinge mais diretamente
essa faixa.
O Estado de S. Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).
26. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Em “tende a aumentar” (l. 12),
não há sinal indicativo de crase porque antes de forma verbal não se
emprega artigo definido feminino.
(...) Pelo acordo, denominado Registro
7 Mundial de Gases que Causam o Efeito Estufa, as
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multinacionais passam a informar o seu grau de poluição do meio
ambiente, atendendo a expectativas de acionistas, que
10 cobram mais transparência sobre o tema. Juntas, essas
empresas são responsáveis pela emissão de 800 milhões de
toneladas de dióxido de carbono por ano, o que representa
13 cerca de 5% das emissões mundiais.
O Globo, 23/1/2004, p. 30 (com adaptações)
27. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2004) Caso se optasse por às
expectativas em lugar de “a expectativas” (l. 9), o período em que se
encontra essa expressão continuaria atendendo às exigências da norma
culta escrita.
28. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2004) Serão respeitadas as
regras gramaticais se for utilizado o sinal indicativo de crase no “a” que
precede “informar” (l. 8).
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Silva está se dando no campo diplomático. O primeiro
4 grande êxito foi a intermediação do conflito entre o
presidente venezuelano Hugo Cháves e seus opositores. O
segundo grande êxito dessa política refere-se às negociações
7 para a criação da Área de Livre Comércio das Américas
(ALCA). Na última conferência da Organização Mundial do
Comércio (OMC), realizada no balneário mexicano de Cancun,
10 o Itamaraty, manobrando habilmente nos meandros da
diplomacia internacional, impediu que os Estados Unidos da
América (EUA) escondessem seu protecionismo ferrenho atrás
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13 da propaganda do livre comércio, que constitui a justificativa
para a formação da ALCA. O mais recente êxito de Lula na
ordem internacional foi o discurso proferido na Assembléia
16 Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova
Iorque, quando propôs a criação de um comitê de chefes de
Estado para dinamizar as ações de combate à fome e à miséria
19 em todo o mundo.
Plínio de Arruda Sampaio. Política externa independente. In:
Família Cristã, ano 69, n.º 815, nov./2003, p. 28-9 (com adaptações).
29. (Cespe/MJ/DPRF/Policial Rodoviário Federal/2004) Na linha 6, o sinal
indicativo de crase deve ser mantido, caso se prefira a redação
refere-se à negociações.
30. (Cespe/MJ/DPRF/Policial Rodoviário Federal/2004) Os sinais indicativos
de crase em “combate à fome e à miséria” (l. 18) podem ser eliminados
sem prejuízo para a correção do período.
Considerando que os fragmentos apresentados nos próximos dois itens
constituem partes sucessivas de um texto de Jamil Chade (O Estado
de S. Paulo, 18/12/2008), julgue-os quanto à correção gramatical.
31. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A notícia obrigou a chanceler Angela
Merkel anunciar um novo pacote de incentivo a economia que será
implementado à partir de janeiro. O pacote incluiria bilhões de euros
para obras de infraestrutura, comunicações e renovações de escolas.
32. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Ataques à Merkel estão fazendo que
ela perca popularidade, mesmo diante do pacote de mais de US$ 60
bilhões e incentivos fiscais anunciados em novembro. Ela ainda é vista
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como tendo hesitando em apoiar um estrategismo europeu de combate
a crise.
Considerando que o fragmento constitui parte de um texto adaptado de
O Globo (18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical.
33. (Cespe/IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Em nota, a OPEP justificou o corte,
afirmando que “o volume de petróleo que entra no mercado continua
bem acima da demanda atual”. Além disso, “o impacto da grave
retração da economia global levou a destruição da demanda, resultando
em uma pressão de queda com os preços sem precedentes”.
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GABARITO
1. Item errado
2. Item certo
3. Item certo
4. Item certo
5. Item certo
6. Item errado
7. Item errado
8. Item errado
9. Item certo
10. Item anulado
11. Item certo
12. Itens errados
13. Item errado
14. Item errado
15. Item errado
16. Item certo
17. Item certo
18. Item certo
19. Item certo
20. Item errado
21. Item errado
22. Item errado
23. Item certo
24. Item certo
25. Itens errados
26. Item certo
27. Item certo
28. Item errado
29. Item errado
30. Item certo
31. Item errado
32. Item errado
33. Item errado
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Seja bem-vindo à nossa quarta aula! Hoje trataremos da sintaxe
da oração e do período. Faremos isso dividindo o conteúdo em duas aulas.
Nesta, estudaremos os termos da oração; na próxima, as orações em si
mesmas. Os exercícios de provas anteriores serão apresentados ao final da
parte teórica.
E por falar em “período” e “oração”, você sabe identificar um(a)?
Sabe também diferenciar oração de frase? Veja os exemplos seguintes e
responda ao que se pede.
a) – Bom dia, senhor Miguel! Tudo bem?
b) – Sim, está tudo bem comigo, obrigado.
Então, quantas frases, orações e períodos existem no diálogo
acima? Se você respondeu: “três frases, uma oração e um período” acertou.
Se respondeu algo diferente disso, precisa entender que: frase é todo
enunciado que possui sentido completo, capaz de transmitir uma
informação satisfatória para a situação em que é utilizado.
Assim sendo, na fala do primeiro personagem existem duas
frases: a primeira é encerrada pelo ponto de exclamação; a segunda, pelo
ponto de interrogação. Na fala do segundo personagem existe apenas um
enunciado, isto é, uma frase, que é delimitada pelo ponto.
O conceito de frase é, portanto, bastante abrangente, incluindo
desde estruturas linguísticas muito simples até estruturas complexas:
– Ai!
– Durante algum tempo, vivi no Rio de Janeiro.
As frases de maior complexidade normalmente se organizam a
partir de um ou mais verbos (locuções verbais). À frase que se organiza
ao redor de um verbo ou locução verbal damos o nome de oração.
Portanto, o primeiro enunciado não caracteriza uma oração, já que nele não
há verbo. A segunda fala, observe, se organiza em torno da forma verbal
“está” e constitui a única oração do diálogo.
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A frase organizada em orações constitui o período, que
pode ser simples (formado apenas por uma oração) ou composto (formado
por mais de uma oração). Atente para o fato de que o final do período é
marcado por ponto, ponto de exclamação, ponto de interrogação, e não por
vírgula ou ponto-e-vírgula. Veja os exemplos:
Vive-se um momento social delicado. (período simples, uma só
oração).
Ele estuda, trabalha e pratica esporte. (período composto, três
orações).
Guarde esses conceitos, principalmente o de período, pois na
aula 5, ao estudarmos detalhadamente as orações, estabeleceremos
distinção entre período composto por coordenação, por subordinação e
período misto. Por enquanto, limitemo-nos aos termos da oração. E só faz
sentido falar deles quando estivermos diante de uma oração.
O organograma abaixo é uma apresentação sistemática e
resumida do que entendemos por termos da oração.
Eis os termos da oração! Sentiu a falta do vocativo? É que ele,
na verdade, não faz parte desse grupo, isto é, não faz parte da oração, é um
termo independente dela. Não fique espantado. Os livros somente o
TERMOS DA ORAÇÃO
Essenciais
1 - Sujeito
2 - Predicado
Integrantes
1 – Complemento verbal
2 – Complemento nominal
3 – Agente da passiva
Acessórios
1 – Adjunto adverbial
2 – Adjunto adnominal
3 – Aposto
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apresentam na mesma seção em que tratam dos termos da oração por uma
questão meramente didática. É isso que também farei aqui, principalmente
porque, em prova, é comum as bancas examinadoras induzirem os
candidatos a confundi-lo com o sujeito da oração.
TERMOS ESSENCIAIS DA ORAÇÃO
1. Sujeito é o termo do qual se declara alguma coisa; concorda
em número e pessoa com o verbo da oração (concordância verbal).
Frise-se que só faz sentido falar em sujeito quando estamos lidando com
orações, ou seja, quando é possível perceber uma relação entre um
determinado termo de uma oração e o verbo dessa mesma oração.
Nós estudamos muito.
José e Maria estudam muito.
Sujeito é uma função substantiva da oração, ou seja, são os
substantivos e as palavras de valor substantivo que atuam como
núcleos dessa função nas orações da Língua Portuguesa. Observe:
Os cidadãos
Todos
Ambos
Os covardes
Na sequência, temos: substantivo, pronome substantivo,
numeral substantivo e adjetivo substantivado exercendo a função de núcleo
do sujeito. Também é possível que o sujeito seja representado por uma
oração inteira.
Era forçoso que fosse assim.
manifestaram sua insatisfação.
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• TIPOS DE SUJEITO
1.1 Simples possui apenas um núcleo.
Todos aqueles estudantes participaram da manifestação.
1.2 Oculto, elíptico, implícito, desinencial é aquele que não está
materialmente expresso na oração, mas pode ser identificado pela
desinência verbal ou pelo contexto.
Ficamos algum tempo sem falar. (o sujeito da oração é “nós”,
indicado pela desinência de primeira pessoa do plural “mos”).
“Soropita ali viera; na véspera, lá dormira”. (o contexto nos
permite afirmar que o sujeito da forma verbal “dormira” tem sua referência
em “Soropita”).
Hoje estudei muito. (o sujeito agora é representado pelo
pronome de primeira pessoa do singular “eu”).
“Guilhermina bocejou. Iria adormecer?” (outra vez, o contexto
nos auxilia na identificação do sujeito, que tem como referência o termo
“Guilhermina”)
1.3 Composto possui mais de um núcleo.
O professor, a diretora e eu saímos cedo.
O lazer e o esporte conduzem à saúde mental e física.
1.4 Indeterminado é aquele que não se pode ou não se quer
determinar, podendo ocorrer de duas maneiras basicamente:
a) colocando-se o verbo na terceira pessoa do plural, sem que
haja referência a outro termo anteriormente identificado.
Telefonaram para você.
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Gritaram muito.
b) colocando o pronome oblíquo se junto a verbos de ligação,
intransitivos, transitivos indiretos ou transitivos diretos cujos objetos
diretos estejam preposicionados; os verbos ficam sempre na terceira
pessoa do singular:
Ficou-se feliz.
Vive-se bem.
Gosta-se de você.
Bebeu-se do vinho. (caso a preposição fosse retirada
– bebeu-se o vinho –, teríamos uma voz passiva sintética com
sujeito representado pelo termo “o vinho”).
1.5 Inexistente ou oração sem sujeito ocorre quando o fato
expresso na oração não pode ser atribuído a nenhum ser, surgindo um dos
chamados verbos impessoais, os quais ficam sempre na terceira pessoa
do singular (com raríssimas exceções). Observe os seguintes casos:
a) verbos que exprimem fenômenos da natureza: chover, nevar,
gear, amanhecer, entardecer etc.
Está amanhecendo.
Trovejou violentamente.
ATENÇÃO! Choveram flores sobre os noivos. o verbo foi empregado com
sentido figurado (conotativo), por isso possui sujeito simples.
b) utilizando-se o verbo haver no sentido de existir,
acontecer, ou indicando tempo decorrido.
Aqui há alunos estudiosos.
Houve muitas brigas depois do jogo.
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Há meses não o via.
ATENÇÃO! O verbo ter, de acordo com a norma culta, só pode ser
empregado na oração quando indicar posse e possuir sujeito. Caso contrário,
será substituído pelo verbo haver no sentido de existir.
O aluno não teve aula. – correto
Não tem aula. – errado / Não há aula. – correto
c) utilizando-se o verbo fazer exprimindo fenômeno da
natureza ou tempo decorrido.
Faz muito calor aqui.
Faz anos que não o vejo.
ATENÇÃO! Fazem dois dias de vida os bebês. nesse exemplo, o fato
expresso na oração foi atribuído ao termo “os bebês”; sendo, pois, sujeito.
d) utilizando-se o verbo ir exprimindo tempo decorrido.
Vai para uns quinze anos escrevi uma crônica do Curvelo.
e) utilizando-se o verbo ser indicando distância ou tempo
decorrido.
Da minha casa à tua são dez quilômetros.
É uma hora e trinta minutos. // São duas horas.
Hoje são oito de maio. // Hoje é dia oito de maio.
Observe que a verbo SER concorda com a expressão que indica
a distância ou o tempo decorrido.
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predicado
sujeito
2. Predicado é tudo aquilo que se declara a respeito do sujeito;
em termos práticos, equivale a tudo que é diferente do sujeito e do vocativo,
quando este ocorrer.
À noite, a temperatura diminuiu.
Observação: Em todo predicado necessariamente existe um verbo, que é o
que de fato caracteriza uma oração, já que pode haver oração sem sujeito,
como você já perceberá.
• TIPOS DE PREDICADO
2.1 Verbal possui como núcleo um verbo nocional (ou uma
locução verbal), isto é, um verbo que exprime ação, acontecimento,
fenômeno natural, desejo, atividade mental (são mais conhecidos como
verbos transitivos e verbos intransitivos)
Ele está correndo.
Eu amo minha esposa.
Precisa-se de professores.
Dei um presente a ela.
2.2 Nominal possui como núcleo um nome (adjetivo, substantivo
ou outra palavra com valor substantivo), que desempenha a função de
predicativo do sujeito (termo que caracteriza o sujeito, tendo como
intermediário um verbo); seu verbo é não-nocional (mais conhecido como
verbo de ligação).
Ele está cansado.
Você parece um monstro.
A vida é um constante retomar. (notem que aqui o verbo
“retomar” foi substantivado pela presença do artigo indefinido “um”).
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ATENÇÃO! Verbos podem variar de regime de acordo com o sentido que
possuem na oração. Esse é o caso, por exemplo, do verbo ESTAR. Em “Ele
está correndo”, o verbo “está” é auxiliar e integra uma locução verbal
indicativa de um processo, uma ação. Diferente é o seu emprego em “Ele
está cansado”, frase em que o mesmo verbo agora é tomado como não
nocional, ou de ligação. Na primeira frase, tem-se predicado verbal; na
segunda, nominal.
Variação semelhante pode ser observada também nos seguintes
exemplos: “A correnteza virou a canoa” e “A lagarta virou borboleta”. No
primeiro caso, o verbo “virou” indica uma ação; é, pois, nocional e núcleo do
predicado verbal. Já no segundo, se valor semântico indica uma mudança de
estado; sendo, portanto, não nocional e integrante de predicado nominal
cujo núcleo é o termo “lagarta”.
2.3 Verbo-Nominal apresenta dois núcleos: um verbo (que será
sempre nocional) e um nome (que funcionará como predicativo do sujeito ou
do objeto).
Os excursionistas voltaram exaustos da caminhada.
O ato foi acusado de ilegal.
Consideramos inaceitável a proposta apresentada.
TERMOS INTEGRANTES DA ORAÇÃO
1. Complemento Verbal termo que completa o sentido dos
verbos transitivos.
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1.1 Objeto Direto (OD) completa o sentido de um verbo
transitivo direto e, normalmente, aparece sem preposição (a preposição
não é obrigatória).
Quero glória e fama.
Os jornais nada publicaram.
Observações: Em alguns casos, o OD vem representado por uma oração (a
qual chamamos de oração subordinada substantiva objetiva direta).
Não quero que fiques triste.
Os pronomes oblíquos também representam complementos
verbais, porém os pronomes o, a, os, as só funcionam como OD.
Comprei-o hoje.
Puseram-na de joelhos.
Irei levar-te de carro.
Às vezes, pode o objeto direto vir regido por preposição (objeto
direto preposicionado). São casos especiais de ocorrência. Seja como for,
esteja certo de que é a regência do verbo (e não a preposição) que
determinará se o complemento é ou não objeto direto. Tome nota dos casos
mais frequentes:
a) Com verbos que exprimem sentimentos:
Amamos a Deus.
Não amo a ninguém.
b) Para evitar ambiguidade:
Ama-se aos pais.
Notadamente aos mais desfavorecidos atingem essas medidas.
c) Por motivo de ênfase:
A médico, confessor e letrado nunca enganes.
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Cumpri com a minha palavra.
d) Diante de pronome oblíquo tônico:
“Rubião esqueceu a sala, a mulher e a si”.
O novo horário incomoda a mim.
Também pode o OD vir representado, repetidamente, por um
pronome oblíquo átono ou tônico. É o que chamamos de objeto direto
pleonástico (ODP)
Árvore, filho e livro, queria-os perfeitos.
Encontrou-nos a nós.
1.2 Objeto Indireto (OI) completa o sentido de um verbo
transitivo indireto e, normalmente, aparece preposicionado.
Preciso de ajuda.
Duvidava da riqueza da terra.
Observações: Em alguns casos, o OI vem representado por uma oração (a
qual chamamos de oração subordinada substantiva objetiva indireta).
Preciso de que me ajude.
Já vimos que os pronomes oblíquos podem representar
complementos verbais, porém os pronomes lhe e lhes só funcionam como
OI:
Dei-lhe o livro.
As noites não lhes trouxeram repouso.
Não me pertencem os seus óculos.
Semelhantemente ao que acontece com o objeto direto, o objeto
indireto pode também ser representado, repetidamente, por um pronome
OD ODP
OD ODP
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oblíquo átono ou tônico ou por pronome de tratamento (objeto indireto
pleonástico):
A mim, ensinou-me tudo.
Aos meus escritores, não lhes dava importância.
Quem lhe disse a você que estavam no palheiro?
2. Complemento Nominal (CN) termo que integra ou limita o
sentido de um advérbio, adjetivo ou substantivo abstrato; aparece
sempre preposicionado e indica o alvo ou o paciente do processo.
Agiu favoravelmente a ambos. (o termo em destaque
complementa o sentido do advérbio “favoravelmente”).
O fumo é prejudicial à saúde. (o termo em destaque
complementa o significado semântico do adjetivo “prejudicial”).
Tenho confiança em ti. (agora, é o substantivo abstrato
“confiança” que tem seu significado semântico complementado pelo termo
em negrito).
A função de CN é representada por um substantivo ou por
qualquer palavra substantivada, conforme se depreende dos exemplos
anteriores. Isso quer dizer que essa função sintática também pode ser
exercida por uma oração (subordinada substantiva completiva
nominal):
Estou com vontade de suprimir este capítulo.
A fim de que você se sinta seguro na hora de identificar o CN e
não o confundir com o adjunto adnominal (ADJ. ADN.), eis algumas dicas
importantes:
I. Todo termo preposicionado que depende de advérbio ou
adjetivo é CN.
Ela mora perto do curso. (CN)
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II. Substantivo concreto não admite CN.
Comprei o livro de Machado de Assis. (ADJ. ADN.)
III. Todo termo que depende de substantivo abstrato será CN
se a preposição não for de.
A alegria na paz é infinita. (CN)
IV. Caso a preposição seja de, o termo preposicionado será CN
quando sofrer a ação (termo paciente, ou o alvo do processo); e será ADJ.
ADN. quando praticar a ação (termo que indica o agente ou a origem do
processo).
A descoberta da vacina foi benéfica. (CN – notem que a
expressão “da vacina” indica o que foi descoberto).
A descoberta do cientista foi benéfica. (ADJ. ADN. – agora, o
termo “do cientista” expressa o agente da ação de descobrir).
3. Agente da Passiva termo que, na voz passiva, pratica a
ação expressa pelo verbo, a qual é sofrida pelo sujeito.
As ruas foram lavadas pelas chuvas.
Mariana era apreciada por todos quantos iam a nossa casa.
Obs.: A voz passiva é uma flexão privativa dos verbos TD.
O termo “agente da passiva” vem sempre introduzido por
preposição (por, per, de).
A voz passiva sempre apresenta sujeito, o qual é o paciente
da ação expressa pelo verbo;
A voz passiva analítica ou verbal pode apresentar agente da
passiva, mas a voz passiva sintética ou pronominal nunca apresentará
agente da passiva.
Cabral descobriu o Brasil. (voz ativa com sujeito simples:
“Cabral”).
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O Brasil foi descoberto por Cabral. (voz passiva analítica; o
termo destacado é o agente).
Vendem flores. (voz ativa com sujeito indeterminado).
Flores são vendidas. (voz passiva analítica sem agente da
passiva).
Vendem-se flores. (voz passiva sintética sem agente da passiva).
Bem, estamos chegando ao fim dessa parte teórica. É
compreensível que você esteja meio cansado. Tenho consciência de que é
muita informação ao mesmo tempo. Mas, sinceramente, julgo importante
essa noção sobre os termos da oração. Se você não conseguir compreender
a relação estabelecida entre eles, terá dificuldades de responder
corretamente às questões de prova. Logo, avance mais um pouquinho. Mais
à frente, estão as questões de concursos anteriores para você se exercitar.
Vamos lá!
TERMOS ACESSÓRIOS DA ORAÇÃO
1. Adjunto Adnominal é termo de valor adjetivo que serve
para especificar ou delimitar o significado do substantivo, podendo ser
expresso por:
a) adjetivo: Compareceram pessoas interessadas.
b) locução adjetiva: Era um homem de consciência.
c) artigo: O mar era um lago sereno e azul.
d) pronome adjetivo: Minha camisa é igual à sua.
e) numeral adjetivo: Casara-se havia duas semanas.
f) oração adjetiva: Os cabelos, que eram fartos e lisos,
caíram-lhe pelo rosto.
Observação: o mesmo substantivo pode vir acompanhado por
mais de um adjunto adnominal:
As nossas primeiras experiências científicas fracassaram.
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Núc. do ODNúc. do Suj.
Núc. do ODNúc. do Suj.
Cuidado para você não confundir adjunto adnominal com
predicativo do objeto, e vice-versa. Abaixo, separei algumas dicas para
facilitá-lo a distinguir um e outro.
Assim como o complemento nominal, o adjunto adnominal
também é parte efetiva do mesmo termo que tem o substantivo
como núcleo. Basta substituir esse termo por um pronome substantivo e
perceber que o adjunto adnominal também desaparece:
O novo método facilitou os alunos despreparados.
Ele facilitou-os.
A mesma substituição não pode ser feita para o predicativo do
objeto:
Sua atitude deixou seus amigos perplexos.
Ela deixou-os perplexos.
2. Adjunto Adverbial é termo de valor adverbial que denota as
circunstâncias em que se desenvolve o processo verbal, ou intensifica o
sentido deste, de um adjetivo ou de um advérbio, podendo ser expresso
por:
a) advérbio: Aqui não fica ninguém reprovado.
b) locução ou expressão adverbial: Lá embaixo, nós
começamos a dançar sob o sol do meio-dia.
AA AA AA AA
Suj. OD
AA AA POD
Suj. OD POD
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c) oração subordinada adverbial: Quando acordou, não
havia mais ninguém por perto.
Os adjuntos adverbiais recebem diversas classificações, todas de
acordo com a circunstância que indicam. A seguir, há apenas uma pequena
relação:
a) causa: Por que lhes daria tanta dor?
b) companhia: Vivia com Daniela.
c) condição: Sem estudar, não passará.
d) concessão: Apesar de tudo, estudamos muito.
e) dúvida: Acaso fizeste mesmo isso?
f) fim: Há homens para tudo.
g) instrumento: Bati-lhe com o chicote.
h) intensidade: Gosto muito de ti.
i) lugar: Veja aonde vai.
j) matéria: Esta é feita de barro.
k) meio: Voltamos de bote.
l) modo: Vagarosamente ela recolheu o fio.
m) negação: Não desanimem.
n) preço: O curso custa cem reais.
o) tempo: Estudaremos até as duas horas.
Observação: Às vezes não é possível precisar a circunstância
expressa pelo adjunto adverbial. Neste exemplo, é difícil distinguir se o
adjunto adverbial é de modo ou de intensidade:
Entreguei-me calorosamente àquela causa.
3. Aposto é termo de caráter nominal que se junta a um
substantivo, ou a qualquer palavra substantivada, para explicá-lo,
especificá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-lo ou resumi-lo, classificando-se em:
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a) explicativo: O professor, um homem muito estudioso,
escreveu vários livros.
b) especificativo: A cidade de Paracambi é linda.
c) enumerativo: Ele reivindicava várias coisas: melhor
salário, assistência médica e redução da carga horária.
d) distributivo: Havia várias pessoas: umas tristes, outras
alegres.
e) resumitivo ou recapitulativo: Amor, alegria, saudade, tudo
era paixão.
O aposto também pode vir representado por uma oração
(oração subordinada substantiva apositiva).
Só quero uma coisa: que vocês estudem.
Sintaticamente, o aposto equivale ao termo a que se refere
(sujeito, predicativo, complemento verbal, complemento nominal, agente da
passiva, etc.).
Ela, Dora, foi muitíssimo discreta.
As escrituras eram duas: a da hipoteca e a da venda das
propriedades.
O aposto especificativo não vem marcado por sinais de
pontuação (dois-pontos, vírgulas, travessão). Esse tipo de aposto é,
normalmente, um substantivo próprio que individualiza um substantivo
comum, prendendo-se a ele diretamente ou por meio de preposição.
A cidade de Lisboa é linda.
O cantor Caetano Veloso foi premiado novamente.
O mês de maio é o mês das noivas.
Suj
Pred. do Suj.
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Por fim, quero apresentar-lhe o vocativo. Ele é um termo
isolado, não faz parte dos termos essenciais, dos termos integrantes nem
dos termos acessórios. A função do vocativo é chamar ou interpelar a
pessoa a quem nos dirigimos. Vem sempre marcado por pontuação,
admite a anteposição de interjeição e não deve ser confundido com o sujeito
da oração.
Meu amigo, que horas são? (sujeito inexistente)
A ordem, meus amigos, é a base do governo. (sujeito: “A
ordem”)
Ó minha amada, que olhos os teus! (frase nominal).
Está na hora de nos exercitarmos um pouco. Vamos às questões
de provas anteriores!
Texto 1
O que é o que é?
1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa
de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma
pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da
4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar
ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma
desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se
7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar:
como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria
pergunta. Qual é o nome? e é este o nome.
Clarice Lispector. A descoberta do mundo.
Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.
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1. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Nos segmentos “— como se chama o que
sinto?” (l. 2) e “e que não gosta mais da gente” (l. 3-4), os pronomes
relativos exercem a mesma função sintática.
Comentário – O primeiro passo é isolarmos as orações que os pronomes
relativos integram:
(1) [que sinto]
(2) [e que não gosta mais da gente].
O segundo passo é identificarmos os termos aos quais os
pronomes relativos fazem referência. Esses termos encontram-se, via de
regra, anteriores aos próprios pronomes relativos e são conhecidos como
termos antecedentes. O pronome relativo de (1) se refere ao termo “o” (=
aquilo), pronome demonstrativo, presente na oração
(3) [como se chama o].
O pronome relativo de (2) se refere ao termo “uma pessoa”
presente na oração
(4) [Uma pessoa de quem não se gosta mais].
O terceiro passo é substituirmos os pronomes relativos pelos
termos a que fazem referência, reescrevendo a oração subordinada adjetiva
preferencialmente na ordem direta:
(1.1) [sinto aquilo]
(1.2) [e uma pessoa não gosta mais da gente]
Ao analisarmos as funções sintáticas dos termos “aquilo” e
“uma pessoa”, verificamos que exercem, respectivamente, as funções de
objeto direto da forma verbal “sinto” e de sujeito da forma verbal “gosta”.
Dessa forma, descobrimos também as funções sintáticas que a banca
examinadora nos propõe, visto que os pronomes relativos são seus
correspondentes semânticos nas orações em que surgem.
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Resposta – Item errado.
2. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “de repente parar por ter sido
tomado por uma desocupação” (l. 5-6), a preposição “por” introduz
termo com valor causal, na primeira ocorrência, e o agente da passiva,
na segunda.
Comentário – Na primeira ocorrência, a preposição “por” integra o adjunto
adverbial (“por ter sido tomado por uma desocupação”) que denota a causa
ou o motivo do processo verbal indicado por “parar”.
Acontece que, no mesmo segmento, surge o que se denomina
de voz verbal passiva analítica: “ter sido tomado” (note que a locução verbal
é composta pelos auxiliares “ter sido” que acompanham o principal
“tomado”, que assume a forma nominal característica de particípio). Nesse
tipo de voz, o elemento que indica o agente desencadeador do processo
verbal é classificado de agente da passiva. Conforme explicação dada
nesta aula, esse termo da oração surge sempre preposicionado. E no caso
em análise, a preposição que o introduz é justamente a preposição “por”.
Resposta – Item certo.
Texto 2
Canção do Ver (fragmento)
1 Por viver muitos anos
dentro do mato
Moda ave
4 O menino pegou
um olhar de pássaro –
Contraiu visão fontana.
7 Por forma que ele enxergava
as coisas
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Por igual
10 como os pássaros enxergam.
As coisas todas inominadas.
Água não era ainda a palavra água.
13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.
As palavras eram livres de gramáticas e
Podiam ficar em qualquer posição.
16 Por forma que o menino podia inaugurar.
Podia dar às pedras costumes de flor.
Podia dar ao canto formato de sol.
19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a
[palavra abelha e entrar dentro dela.
Como se fosse infância da língua.
Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.
3. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “Por viver muitos anos/dentro do
mato” (v. 1-2) e “ele enxergava/as coisas/Por igual” (v. 7-9), a
preposição “Por”, nas duas ocorrências, introduz uma circunstância de
modo nos períodos em que se insere.
Comentário – Novamente estamos às voltas com a preposição “por”. No
primeiro caso, ela introduz oração de valor semântico adverbial que
comunica a causa de “o menino” ter adquirido “um olhar de cobra”. A
compreensão dessa circunstância seria facilitada se colocássemos o período
na forma direta:
O menino pegou um olhar de cobra por viver muitos anos
dentro do mato.
Em sua segunda ocorrência, a preposição “por” realmente
indica o modo como o personagem “menino” via as coisas. A expressão “por
igual” constitui uma locução adverbial formada por preposição e adjetivo
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(ver explicação nas páginas 15 e 16). Pode, sem problema algum, ser
substituída por igualmente.
Resposta – Item errado.
Texto 3
A diferença na linguagem
1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na
arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos
acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam
4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.” (...)
Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.
4. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em suas duas ocorrências, a forma
verbal “fazem” (l. 2 e l. 3) concorda com sujeitos distintos.
Comentário – A essa altura, você já deve saber que o verbo da oração
concorda em número e pessoa com o sujeito dela. Isso quer dizer, por
exemplo, que o verbo deverá ficar na terceira pessoa do plural se o sujeito
também o estiver. É o que acontece com a forma verbal “fazem”. Resta,
então, identificar os sujeitos das duas ocorrências dela.
Em seu primeiro emprego, a forma verbal “fazem” tem por
sujeito o termo “os gramáticos”, que inicia o período. Note que ele não
aparece materialmente expressa na mesma oração da qual o verbo “fazem”
é parte integrante, mas é subentendido pelo contexto. São “os gramáticos”
quem fazem uso dos acentos referidos no texto.
A segunda ocorrência da forma verbal “fazem” tem como
sujeito a expressão partitiva “muitos dos quais”. Note que, nela, há a
presença do pronome relativo “os quais”, representante semântico do
substantivo “acentos”. Escrita de outra maneira, a passagem poderia ficar
assim: muitos dos acentos fazem alguma distinção...
Resposta – Item certo.
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1 Toda a questão do conhecimento, como desejo
de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica,
organização e seu funcionamento, pode ser pensada a
4 partir do que se deve denominar uma filosofia de
superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e
analiticamente o mundo das superfícies. (...)
Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície. In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).
5. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2009) Nas linhas de 1 a
3, o trecho “como desejo (...) funcionamento” tem a função de explicar
ou definir como o “conhecimento” deve ser entendido no
desenvolvimento do texto.
Comentário – Observe que o trecho em destaque é termo de caráter
nominal relacionado a substantivo, para explicá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-
-lo. Isso o faz lembrar algo? Volte um pouquinho e confira as características
de um aposto, pois essa é a função sintática do trecho analisado.
Resposta – Item certo.
(...)
19 Rigorosamente, todas estas notícias são desnecessárias
para a compreensão da minha aventura; mas é um modo de ir
dizendo alguma coisa, antes de entrar em matéria, para a qual
22 não acho porta grande nem pequena; o melhor é afrouxar a
rédea à pena, e ela que vá andando, até achar entrada. Há de
haver alguma; tudo depende das circunstâncias, regra que
25 tanto serve para o estilo como para a vida; palavra puxa
palavra, uma idéia traz outra, e assim se faz um livro, um
governo, ou uma revolução; alguns dizem mesmo que assim
28 é que a natureza compôs as suas espécies. (...)
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Machado de Assis. Primas de Sapucaia. In: 50 contos de Machado
de Assis. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 250-1
6. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2008) Em relação às
estruturas lingüísticas do texto, assinale a opção correta.
A. Na expressão “Há de haver” (l. 23-24), verifica-se o emprego
impessoal do verbo haver na forma “Há”.
B. No trecho “assim se faz um livro” (l. 26), a expressão “um livro”
exerce a função de sujeito.
Comentário – A alternativa A traz uma locução verbal: “Há de haver”. Em
construções semelhantes, o último verbo (“haver”) é o principal, e o
primeiro é o seu auxiliar (“Há”). O verbo principal sendo pessoal, isto é,
possuindo um sujeito, obriga o verbo auxiliar a flexionar-se para concordar
com o sujeito. Em outras palavras, a pessoalidade do verbo principal é
refletida no seu verbo auxiliar.
Existirão oportunidades melhores.
Hão de existir oportunidades melhores.
Quando o verbo principal for impessoal, ou seja, empregado
sem referência a um sujeito (e esse é o caso do verbo HAVER
empregado com sentido de EXISTIR), o seu verbo auxiliar também
assumirá essa impessoalidade. Significa dizer que a locução permanecerá
invariável, impessoal, em oração sem sujeito ou de sujeito inexistente.
Haverá oportunidades melhores.
Há de haver oportunidades melhores.
Sujeito
Sujeito Simples
Objeto Direto
Objeto Direto
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A respeito da alternativa B, melhor seria atribuir a toda a
expressão “um livro, um governo, ou uma revolução” como sujeito do verbo
“faz”, o qual se encontra na voz passiva sintética ou pronominal. Por via das
dúvidas, faça a transformação para a passiva analítica ou verbal:
“...e assim é feito um livro, um governo, ou uma revolução...”
Perceba que temos um caso de sujeito composto com três
núcleos: “livro”, “governo” e “revolução”.
Resposta – O gabarito da prova apresentou a alternativa B como correta.
Pelo exposto, entendo que a melhor resposta encontra-se na alternativa A.
1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no
mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava
quatrocentas e noventa. (...)
Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas).
In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos.
Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.
7. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha 1,
está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se no
singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas”
(l. 1).
Comentário – O verbo TER, na linguagem normativa, não pode ser
empregado no lugar de HAVER e de EXISTIR. Além disso, o sujeito da
oração não é a expressão “vinte aranhas”, conforme afirma a banca
examinadora. É, sim, representado pelo pronome pessoal do caso reto EU,
primeira pessoa do singular e oculto no período.
Resposta – Item errado.
Sujeito Composto
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1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21
países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência
Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,
4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a
fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações
como fórum de diálogo, cooperação e concertamento
7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais
que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as
características próprias de cada uma das nossas múltiplas
10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma
unidade na diversidade.
(...)
Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.
Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).
8. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O trecho “o nosso propósito
de continuar a fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações
como fórum de diálogo, cooperação e concertamento político” (l. 4-7)
complementa o sentido do verbo “reiteramos” (l. 4).
Comentário – O que venha a ser um complemento verbal? Sintaticamente,
essa nomenclatura é atribuída aos objetos direto e indireto. Aquele
complementa o verbo sem a obrigatoriedade de preposição, diferentemente
deste, que é por ela regido. Logo, é necessário existir verbo transitivo para
que o complemento apareça. Analise a regência do verbo REITERAR e você
concluirá que seu significado semântico requer um complemento (reiteramos
o que?). Na passagem analisada, a função de complemento da forma verbal
“reiteramos” é desempenhada pelo trecho em destaque.
Resposta – Item certo.
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1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste
ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo
crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A
4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das
principais mudanças nas perspectivas para a economia
brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da
7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro
do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado
em 6,2%.
O Estado de S.Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).
9. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A partícula “se”, em “tornando-se”
(l. 2), indica que o sujeito da oração correspondente é indeterminado.
Comentário – Há duas formas básicas de se indeterminar o sujeito da
oração, lembra? A primeira delas é empregar um verbo na terceira pessoa
do plural sem a indicação ou referência material no contexto do agente do
processo verbal: Falaram que os novos diretores implementarão mudanças.
É fácil perceber que o sujeito do verbo “implementarão” é o termo “os novos
diretores”. Mas quem é o sujeito de “Falaram”? Não há, nessa frase,
referência a quem praticou a ação verbal. Optou-se pela sua
indeterminação.
A outra forma de se conseguir o mesmo efeito é associar o
pronome SE – que recebe a classificação de índice de indeterminação do
sujeito – a verbos intransitivos (Morre-se de fome em muitos países
africanos), transitivos indiretos (Obedece-se às leis neste país), de ligação
(Fica-se feliz em ambientes harmoniosos).
Na linha 2, estamos diante do verbo pronominal TORNAR-SE,
isto é, conjugado com o apoio do pronome SE, que é parte integrante do
verbo. Deve ficar bem claro que, embora estejamos diante de um verbo de
ligação, o pronome SE não é índice de indeterminação do sujeito. Aliás, o
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sujeito (determinado, simples) da forma verbal em destaque é a expressão
“O consumo das famílias”.
Resposta – Item errado.
O avanço da publicidade na Internet
1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase
triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de
usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por
4 mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na
rede. Apesar do crescimento, a Internet só 13 detém 2% do mercado
publicitário do país.
Veja, 4/7/2007 (com adaptações).
10. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) O fato de os termos “do
número” (l. 2), “das conexões” (l. 3) e “do tempo” (l. 3) iniciarem-se
com a mesma preposição indica que esses termos são complementos de
“elevação” (l. 2).
Comentário – Lembre-se de que “elevação” é substantivo abstrato e que,
conforme explicação nas páginas 11-13, o termo preposicionado que
complementa seu valor semântico classifica-se como complemento
nominal. Tal é o caso da expressão “do número” (“elevação do número”).
Entretanto, os termos “das conexões” e “do tempo” vinculam-se ao
substantivo “número” e lhe servem de adjetivo, especificando ou
delimitando o seu significado. Em outras palavras, são verdadeiros
adjuntos adnominais em forma de locução adjetiva (preposição e
substantivo).
Resposta – Item errado.
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(...) A democratização no século XX
não se limitou à extensão de direitos políticos e civis. O tema
16 da igualdade atravessou, com maior ou menor força, as
chamadas sociedades ocidentais.
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista
Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações).
11. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Em textos de normatização mais rígida
do que o texto jornalístico, como os textos de documentos oficiais, a
contração de preposição com artigo, com em “da igualdade” (l.16),
deve ser desfeita, devendo-se escrever de a igualdade, para que o
sujeito da oração seja claramente identificado.
Comentário – De fato, recomenda-se que o artigo que integra o sujeito do
verbo (normalmente, este surge no infinitivo) não seja aglutinado à
preposição que o antecede:
“Está na hora de a onça beber água.” (certo)
“Está na hora da onça beber água.” (errado)
Mas no trecho indicado pelo Cespe, o sujeito do verbo
“atravessou” está claramente identificado: “O tema da igualdade”. A locução
adjetiva “da igualdade” pode ser analisada, isoladamente, como adjunto
adnominal de “tema”, assim como o artigo “O”. Nesse caso, não há
necessidade de desfazer a contração existente em “da” (de + a).
Resposta – Item errado.
(...)
À luz desses entendimentos é que os direitos humanos
13 devem ser vistos. Não mais direitos que apenas se cristalizam em
leis ou códigos, mas que se constituem a partir de conflitos,
que traduzem as transformações e os avanços históricos da
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16 humanidade. Não se pode mais entendê-los como fruto de uma
sociedade abstrata, mas como a expressão coativa de tensões e
contradições engendradas pelos embates de interesses e projetos
19 de grupos sociais.
Roberto A. R. de Aguiar. Ética e direitos humanos. In: Desafios Éticos.
Conselho Federal de Medicina, p. 60-1, 1993 (com adaptações).
12. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) A forma verbal “traduzem” (l.15) está
flexionada no plural porque o sujeito da oração, o pronome “que” (l.14)
retoma a expressão no plural “leis ou códigos” (l.14).
Comentário – O sujeito (termo sintático) do verbo “traduzem” é mesmo o
pronome relativo “que”. Este retoma o termo “direitos” (poderíamos falar
aqui em sujeito semântico), expresso na linha 13 e oculto nas linhas 14 –
“mas [direitos] que se constituem” – e 15 – “[direitos] que traduzem.
Resposta – Item errado.
1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez
mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre
seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade
4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável
mudança de comportamento das autoridades municipais, que
passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão.
(...)
É preciso, portanto, que o espírito da blitz na
19 avenida Paulista seja estendido para toda a cidade. O DNA
Paulistano, série de pesquisas realizadas, no ano passado,
pelo Datafolha, revelou fatias surpreendentemente elevadas
22 de pessoas que, nas diversas regiões da cidade, costumam
caminhar até o trabalho.
(...)
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Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações).
13. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego do pronome “se” (l.1)
indica que a oração em que o verbo está inserido tem sujeito
indeterminado.
Comentário – Creio que você ainda se lembra de como indeterminar o
sujeito da oração, não é mesmo? Não?!?! Bem, então me deixe ajudá-lo:
a) colocando-se o verbo na terceira pessoa do plural, sem que haja
referência a outro termo anteriormente identificado.
Telefonaram para você.
Gritaram muito.
b) colocando o pronome oblíquo se junto a verbos de ligação,
intransitivos, transitivos indiretos ou transitivos diretos cujos
objetos diretos estejam preposicionados; os verbos ficam sempre na
terceira pessoa do singular:
Ficou-se feliz.
Vive-se bem.
Gosta-se de você.
Bebeu-se do vinho. (caso a preposição fosse retirada
– bebeu-se o vinho –, teríamos uma voz passiva sintética com
sujeito representado pelo termo “o vinho”).
Na linha 1, o pronome é parte integrante do verbo de
ligação tornar-se, também conhecido como verbo pronominal; e não se
confunde com o primeiro exemplo da letra “b”. Lá, o verbo ficar é de
ligação, mas não é pronominal; o se é índice de indeterminação do sujeito,
e não parte integrante do verbo.
Conclui-se que o sujeito da forma verbal “torna-se” (l. 1) é
o termo “A qualidade do ambiente”, que está bem determinado, expresso no
texto.
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Resposta – Item errado.
14. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 22, as vírgulas após as
palavras “que” e “cidade” foram empregadas para se isolar adjunto
adverbial de lugar deslocado.
Comentário – Esta questão envolve também o conhecimento sobre a
utilização de vírgula, assunto que ainda não foi tratado neste curso.
Entretanto o exercício é útil para ratificar nosso conhecimento a respeito de
adjuntos adverbiais.
Lembre-se de que adjunto adverbial denota as
circunstâncias em que se desenvolve o processo verbal, ou intensifica o
sentido deste, de um adjetivo ou de um advérbio. No texto, ele assumiu a
forma locução e indica onde a ação de caminhar até o trabalho é
habitualmente desenvolvida pelas pessoas.
Resposta – Item certo.
(...)
A exposição das gestantes à poluição, em especial
16 nos três primeiros meses de gestação, leva à diminuição do
peso dos bebês ao nascer, um dos principais determinantes
da saúde infantil. As consequências mais imediatas — e
19 moderadas — de encher os pulmões todos os dias com o ar
das metrópoles são logo sentidas: entupimento das vias
aéreas, mal-estar, crises de asma, irritação dos olhos. (...)
35 O poluente associado à maior
probabilidade de morte dos fetos é o monóxido de carbono
37 (CO), um gás sem cor nem cheiro que resulta da queima
incompleta dos combustíveis. Como se vê, a qualidade do ar
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é questão que merece atenção urgente dos administradores
40 públicos.
Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).
15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 21, as vírgulas utilizadas no
interior do período que termina na palavra “olhos” têm a função de
separar elementos de mesma função gramatical componentes de uma
enumeração.
Comentário – Você já identificou a função sintática dos termos separados
pela vírgula? Lembra-se do aposto, termo de caráter nominal que se refere
a um substantivo – ou a qualquer palavra substantivada – para explicá-lo,
especificá-lo, esclarecê-lo, desenvolvê-lo ou resumi-lo? Pois os termos –
enumerados e coordenados entre si – esclarecem o significado do termo
“consequências”
Resposta – Item certo.
16. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O trecho “um gás sem cor nem cheiro
que resulta da queima incompleta dos combustíveis” (l.37-38) exerce a
função de aposto.
Comentário – Depois da revisão feita anteriormente, ficou fácil atestar a
veracidade da informação. O termo apontado é aposto explicativo de
“monóxido de carbono”.
Resposta – Item certo.
1 Nos quase 500 anos que durou o processo de plena
ocupação e integração do espaço nacional, foi apresentada
sempre a construção de uma rede unificada de transportes
4 como a única forma de assegurar a integridade do território.
Todavia, foi somente após a Independência que começou a
se manifestar explicitamente, no Brasil, a preocupação com
7 o isolamento das regiões do país como um obstáculo ao
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desenvolvimento econômico. Durante os governos do
Império (1822-1889), e de igual forma após a proclamação
10 da República, significativo número de brilhantes engenheiros
brasileiros elaborou planos detalhados e ambiciosos de
transportes para o Brasil. Tendo como principal propósito a
13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à
constituição de uma nação-Estado verdadeiramente
unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no
16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o
crescimento era enormemente inibido pela ausência de um
sistema nacional de comunicações e de que o
19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial
para o alargamento da base econômica do país. (...)
Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).
17. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em “se manifestar” (l.6), o “se”
indica sujeito indeterminado.
Comentário – Você já aprendeu a indeterminar o sujeito e pode verificar
que ele não ocorre no trecho indicado. O sujeito está muito bem
determinado, porém aparece depois do verbo. Vamos colocar ordem na
casa: “a preocupação com o isolamento das regiões do país como um
obstáculo ao desenvolvimento econômico começou a se manifestar”. O
termo sublinhado é o sujeito da locução verbal.
Resposta – Item errado.
18. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma verbal “elaborou” (R.11) está
no singular porque concorda com o núcleo do sujeito da oração:
“número” (l.10).
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Comentário – O sujeito é representado por toda a expressão “significativo
número de brilhantes engenheiros brasileiros”. Nela, o termo central,
nuclear, mais importante é o termo “número” (no singular). Em torno dele
estão seus adjuntos adnominais.
Resposta – Item certo.
19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A preposição em “de que o
desenvolvimento” (l.18-19) é exigida pela regência da palavra “crença”
(l.16).
Comentário – Agora estamos diante de um complemento nominal, termo
que integra ou limita o sentido de um advérbio, adjetivo ou substantivo
abstrato; aparece sempre preposicionado e indica o alvo ou o paciente
do processo. A preposição conecta o substantivo abstrato “crença” ao seu
complemento.
Resposta – Item certo.
Por enquanto é só. Abaixo estão as questões sem os respectivos
comentários, para que você possa se exercitar durante a semana. Adiante
está o gabarito.
Fique com Deus e até a próxima aula.
Prof. Albert Iglésia
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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
Texto 1
O que é o que é?
1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa
de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma
pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da
4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? Estar
ocupado, e de repente parar por ter sido tomado por uma
desocupação beata, milagrosa, sorridente e idiota — como se
7 chama o que se sentiu? O único modo de chamar é perguntar:
como se chama? Até hoje só consegui nomear com a própria
pergunta. Qual é o nome? e é este o nome.
Clarice Lispector. A descoberta do mundo.
Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.
1. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Nos segmentos “— como se chama o que
sinto?” (l. 2) e “e que não gosta mais da gente” (l. 3-4), os pronomes
relativos exercem a mesma função sintática.
2. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “de repente parar por ter sido
tomado por uma desocupação” (l. 5-6), a preposição “por” introduz
termo com valor causal, na primeira ocorrência, e o agente da passiva,
na segunda.
Texto 2
Canção do Ver (fragmento)
1 Por viver muitos anos
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dentro do mato
Moda ave
4 O menino pegou
um olhar de pássaro –
Contraiu visão fontana.
7 Por forma que ele enxergava
as coisas
Por igual
10 como os pássaros enxergam.
As coisas todas inominadas.
Água não era ainda a palavra água.
13 Pedra não era ainda a palavra pedra. E tal.
As palavras eram livres de gramáticas e
Podiam ficar em qualquer posição.
16 Por forma que o menino podia inaugurar.
Podia dar às pedras costumes de flor.
Podia dar ao canto formato de sol.
19 E, se quisesse caber em uma abelha, era só abrir a
[palavra abelha e entrar dentro dela.
Como se fosse infância da língua.
Manoel de Barros. Poemas rupestres. Rio de Janeiro: Record, 2004.
3. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em “Por viver muitos anos/dentro do
mato” (v. 1-2) e “ele enxergava/as coisas/Por igual” (v. 7-9), a
preposição “Por”, nas duas ocorrências, introduz uma circunstância de
modo nos períodos em que se insere.
Texto 3
A diferença na linguagem
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1 “Para os gramáticos, a arte da palavra quase se esgota na
arte da escrita, o que se vê ainda pelo uso que fazem dos
acentos, muitos dos quais fazem alguma distinção ou evitam
4 algum equívoco para os olhos mas não para os ouvidos.” (...)
Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.
4. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Em suas duas ocorrências, a forma
verbal “fazem” (l. 2 e l. 3) concorda com sujeitos distintos.
1 Toda a questão do conhecimento, como desejo
de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica,
organização e seu funcionamento, pode ser pensada a
4 partir do que se deve denominar uma filosofia de
superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e
analiticamente o mundo das superfícies. (...)
Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície. In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).
5. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2009) Nas linhas de 1 a
3, o trecho “como desejo (...) funcionamento” tem a função de explicar
ou definir como o “conhecimento” deve ser entendido no
desenvolvimento do texto.
(...)
19 Rigorosamente, todas estas notícias são desnecessárias
para a compreensão da minha aventura; mas é um modo de ir
dizendo alguma coisa, antes de entrar em matéria, para a qual
22 não acho porta grande nem pequena; o melhor é afrouxar a
rédea à pena, e ela que vá andando, até achar entrada. Há de
haver alguma; tudo depende das circunstâncias, regra que
25 tanto serve para o estilo como para a vida; palavra puxa
palavra, uma idéia traz outra, e assim se faz um livro, um
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governo, ou uma revolução; alguns dizem mesmo que assim
28 é que a natureza compôs as suas espécies. (...)
Machado de Assis. Primas de Sapucaia. In: 50 contos de Machado
de Assis. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, p. 250-1
6. (Cespe/TCE-Acre/Analista de Controle Externo/2008) Em relação às
estruturas lingüísticas do texto, assinale a opção correta.
A. Na expressão “Há de haver” (l. 23-24), verifica-se o emprego
impessoal do verbo haver na forma “Há”.
B. No trecho “assim se faz um livro” (l. 26), a expressão “um livro”
exerce a função de sujeito.
1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no
mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava
quatrocentas e noventa. (...)
Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas).
In: Obra completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos.
Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.
7. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha 1,
está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se no
singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas”
(l. 1).
1 Nós, chefes de Estado e de Governo dos 21
países ibero-americanos, reunidos na XIII Conferência
Ibero-Americana, na cidade de Santa Cruz de la Sierra,
4 Bolívia, reiteramos o nosso propósito de continuar a
fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações
como fórum de diálogo, cooperação e concertamento
7 político, aprofundando os vínculos históricos e culturais
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que nos unem, e admitindo, ao mesmo tempo, as
características próprias de cada uma das nossas múltiplas
10 identidades, que permitem reconhecer-nos como uma
unidade na diversidade.
(...)
Na trilha de Salvador: a inclusão social pela via do trabalho decente.
Brasília: MTE, Assessoria Internacional, 2004, p. 27, 30 e 35 (com adaptações).
8. (Cespe/MTE/Agente Administrativo/2008) O trecho “o nosso propósito
de continuar a fortalecer a Comunidade Ibero-Americana de Nações
como fórum de diálogo, cooperação e concertamento político” (l. 4-7)
complementa o sentido do verbo “reiteramos” (l. 4).
1 O consumo das famílias deverá crescer 7,5% neste
ano, tornando-se um dos principais responsáveis pelo
crescimento do produto interno bruto, previsto em 5%. A
4 nova estimativa do consumo das famílias é uma das
principais mudanças nas perspectivas para a economia
brasileira em 2008 traçadas pela Confederação Nacional da
7 Indústria em relação às previsões apresentadas em dezembro
do ano passado, quando o aumento do consumo foi estimado
em 6,2%.
O Estado de S.Paulo, 7/4/2008 (com adaptações).
9. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A partícula “se”, em “tornando-se”
(l. 2), indica que o sujeito da oração correspondente é indeterminado.
O avanço da publicidade na Internet
1 Desde 2003, os gastos em publicidade na Internet quase
triplicaram no Brasil. A expansão se deve à elevação do número de
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usuários, das conexões em banda larga e do tempo de conexão. Por
4 mês, os brasileiros passam, em média, 22 horas e 43 minutos na
rede. Apesar do crescimento, a Internet só 13 detém 2% do mercado
publicitário do país.
Veja, 4/7/2007 (com adaptações).
10. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) O fato de os termos “do
número” (l. 2), “das conexões” (l. 3) e “do tempo” (l. 3) iniciarem-se
com a mesma preposição indica que esses termos são complementos de
“elevação” (l. 2).
(...) A democratização no século XX
não se limitou à extensão de direitos políticos e civis. O tema
16 da igualdade atravessou, com maior ou menor força, as
chamadas sociedades ocidentais.
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista
Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações).
11. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Em textos de normatização mais rígida
do que o texto jornalístico, como os textos de documentos oficiais, a
contração de preposição com artigo, com em “da igualdade” (l.16),
deve ser desfeita, devendo-se escrever de a igualdade, para que o
sujeito da oração seja claramente identificado.
(...)
À luz desses entendimentos é que os direitos humanos
13 devem ser vistos. Não mais direitos que apenas se cristalizam em
leis ou códigos, mas que se constituem a partir de conflitos,
que traduzem as transformações e os avanços históricos da
16 humanidade. Não se pode mais entendê-los como fruto de uma
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sociedade abstrata, mas como a expressão coativa de tensões e
contradições engendradas pelos embates de interesses e projetos
19 de grupos sociais.
Roberto A. R. de Aguiar. Ética e direitos humanos. In: Desafios Éticos.
Conselho Federal de Medicina, p. 60-1, 1993 (com adaptações).
12. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) A forma verbal “traduzem” (l.15) está
flexionada no plural porque o sujeito da oração, o pronome “que” (l.14)
retoma a expressão no plural “leis ou códigos” (l.14).
1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez
mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre
seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade
4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável
mudança de comportamento das autoridades municipais, que
passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão.
(...)
É preciso, portanto, que o espírito da blitz na
19 avenida Paulista seja estendido para toda a cidade. O DNA
Paulistano, série de pesquisas realizadas, no ano passado,
pelo Datafolha, revelou fatias surpreendentemente elevadas
22 de pessoas que, nas diversas regiões da cidade, costumam
caminhar até o trabalho.
(...)
Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações).
13. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego do pronome “se” (l.1)
indica que a oração em que o verbo está inserido tem sujeito
indeterminado.
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14. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 22, as vírgulas após as
palavras “que” e “cidade” foram empregadas para se isolar adjunto
adverbial de lugar deslocado.
(...)
A exposição das gestantes à poluição, em especial
16 nos três primeiros meses de gestação, leva à diminuição do
peso dos bebês ao nascer, um dos principais determinantes
da saúde infantil. As consequências mais imediatas — e
19 moderadas — de encher os pulmões todos os dias com o ar
das metrópoles são logo sentidas: entupimento das vias
aéreas, mal-estar, crises de asma, irritação dos olhos. (...)
35 O poluente associado à maior
probabilidade de morte dos fetos é o monóxido de carbono
37 (CO), um gás sem cor nem cheiro que resulta da queima
incompleta dos combustíveis. Como se vê, a qualidade do ar
é questão que merece atenção urgente dos administradores
40 públicos.
Gazeta do Povo (PR), 8/1/2009 (com adaptações).
15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na linha 21, as vírgulas utilizadas no
interior do período que termina na palavra “olhos” têm a função de
separar elementos de mesma função gramatical componentes de uma
enumeração.
16. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O trecho “um gás sem cor nem cheiro
que resulta da queima incompleta dos combustíveis” (l.37-38) exerce a
função de aposto.
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1 Nos quase 500 anos que durou o processo de plena
ocupação e integração do espaço nacional, foi apresentada
sempre a construção de uma rede unificada de transportes
4 como a única forma de assegurar a integridade do território.
Todavia, foi somente após a Independência que começou a
se manifestar explicitamente, no Brasil, a preocupação com
7 o isolamento das regiões do país como um obstáculo ao
desenvolvimento econômico. Durante os governos do
Império (1822-1889), e de igual forma após a proclamação
10 da República, significativo número de brilhantes engenheiros
brasileiros elaborou planos detalhados e ambiciosos de
transportes para o Brasil. Tendo como principal propósito a
13 interligação das distantes e isoladas províncias com vistas à
constituição de uma nação-Estado verdadeiramente
unificada, esses pioneiros da promoção dos transportes no
16 país explicitavam firmemente a sua crença de que o
crescimento era enormemente inibido pela ausência de um
sistema nacional de comunicações e de que o
19 desenvolvimento dos transportes constituía um fator crucial
para o alargamento da base econômica do país. (...)
Olímpio J. de Arroxelas Galvão. In: Internet: <www.ipea.gov.br> (com adaptações).
17. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em “se manifestar” (l.6), o “se”
indica sujeito indeterminado.
18. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma verbal “elaborou” (R.11) está
no singular porque concorda com o núcleo do sujeito da oração:
“número” (l.10).
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19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A preposição em “de que o
desenvolvimento” (l.18-19) é exigida pela regência da palavra “crença”
(l.16).
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GABARITO
1. Item errado
2. Item certo
3. Item errado
4. Item certo
5. Item certo
6. B
7. Item errado
8. Item certo
9. Item errado
10. Item errado
11. Item errado
12. Item errado
13. Item errado
14. Item certo
15. Item certo
16. Item certo
17. Item errado
18. Item certo
19. Item certo
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Antes de falar sobre o assunto da nossa aula de hoje, quero
manifestar minha gratidão pelas mensagens de incentivo que tenho recebido
de vários alunos. Em que pese a retribuição financeira pelo fruto do nosso
trabalho, a sensação de poder ajudar alguém a realizar um sonho é
incomparável. Lembro-me da turma do ano passado, do último concurso e
das comemorações (as fotos estão no sítio do Ponto para quem quiser ver).
Foi muito gratificante olhar para os alunos e contemplar a felicidade deles
por causa da aprovação. Espero que este ano possamos repetir a façanha!
Confesso que não tem sido fácil responder a todos os correios
eletrônicos. Às vezes, surgem perguntas “cabeludas”, e tenho que “suar a
camisa” para responder. Também não é simples preparar cada aula. Gasto
horas escrevendo e reescrevendo os textos, tudo com o propósito de
oferecer a melhor explicação possível. A escolha dos exemplos e das
questões de provas anteriores também é sinônimo de trabalho árduo.
Peço que perdoe pequenas falhas e a demora na emissão de
alguma resposta. Os diferentes cursos ministrados, a quantidade de aulas e
a complexidade das perguntas (os alunos estão estudando cada vez mais e,
consequentemente, nos dando mais “trabalho”) não são tão simples de
serem superados. Peço também que continuem dando sugestões, fazendo
críticas construtivas para que todos possamos evoluir um pouco mais. Fique
à vontade!
Na aula de hoje, darei continuidade ao estudo sobre a sintaxe da
oração e do período, agora com o foco voltado para a relação existente entre
as orações. Será preciso lançar mão de conceitos sobre o que é uma oração
e o que é um período. Lembra-se de que na aula anterior iniciei minhas
explicações esclarecendo o que é uma oração e o que é um período? Se você
ainda tem dúvidas de reconhecê-los, deve reler a aula 4. Se precisar, utilize
também outros recursos didáticos (livros, apostilas, resumos etc.).
Os exercícios de provas anteriores e os devidos comentários
serão apresentados ao final da aula, após a exposição da parte teórica. Você
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perceberá que o Cespe não está dando ênfase às nomenclaturas das
orações, mas sim ao valor semântico delas em relação ao período.
Acontece que tenho notado que muitos alunos sentem
dificuldades de responder às questões de provas sobre orações porque
desconhecem suas conjunções características e classificações. Sou contra
aquele tipo de “decoreba” a que normalmente nos sujeitamos durante os
tempos escolares. Você se deparará – só para dar um exemplo – com casos
em que uma conjunção tipicamente adversativa introduz uma oração de
valor semântico aditivo, e vice-versa.
Admito, porém, que há significativa importância nos estudos
“cartezianos” das orações. Alguns professores tornam esse assunto mais
difícil de ser compreendido porque partem do princípio de que seus alunos já
vão para a sala de aula sabendo classificar cada oração, reconhecendo suas
características e valores semânticos. Não pretendo incorrer em equívoco
semelhante, por isso iniciarei explicando cada uma delas separada e
detalhadamente.
De início, você deve observar que as orações surgem
organizadas em períodos. Um período pode ser classificado em simples ou
composto. Será simples quando contiver apenas uma oração (um verbo ou
uma locução verbal), caso em que a oração será dita oração absoluta.
Vive-se um momento social delicado.
Os alunos continuam estudando.
Será composto quando nele houver mais de uma oração, caso
em que as orações estarão articuladas em uma relação de igualdade
(coordenação) ou dependência (subordinação) sintáticas.
Eu vou à escola; você, à praia.
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A primeira observação a ser feita sobre o exemplo acima é que o
verbo da segunda oração – “você, à praia” – foi substituído pela vírgula, já
que esta é uma das funções desse sinal de pontuação. A segunda, perceba,
é que as orações se equivalem sintaticamente, o que caracteriza a
coordenação entre elas. Note que na palavra “coordenação” existe o
elemento “co”, que traduz a ideia de igualdade, nivelamento. Em outras
palavras, não há o exercício de uma função sintática (sujeito, objeto,
adjunto adnominal etc.) por qualquer das orações do período.
É necessário que vocês estudem.
A respeito da frase anterior, podemos dividi-la em duas orações:
“É necessário” e “que vocês estudem”. Alguém já deve ter percebido que o a
primeira oração é constituída por um verbo de ligação (SER) e por um termo
(“necessário”) que confere um atributo ao sujeito desse verbo. Mas onde
está o sujeito dele? Se você percebeu que o sujeito é a segunda oração
(“que vocês estudem”) está de parabéns! Caso contrário, sugiro que coloque
a frase na ordem direta:
Que vocês estudem é necessário.
Ficou melhor? Não?! Tente usar um velho e bom artifício:
substitua a oração “Que vocês estudem” pelo pronome ISSO, assim:
Isso é necessário.
Notou agora a função sintática de sujeito sendo exercida pela
oração “Que vocês estudem”? Pois é, quando uma oração desempenha
alguma função sintática na outra, dizemos que a relação entre elas é de
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subordinação. Note que no vocábulo “subordinação” existe o prefixo “sub”,
tradutor da noção de posição abaixo, dependência.
Vezes há em que, em um mesmo período, as orações que o
compõem articulam-se de forma coordenada e, também, subordinada.
Eu disse que trabalho e estudo.
As duas últimas orações (“que trabalho e estudo”)
subordinam-se sintaticamente à primeira (“Eu disse”), complementando o
significado do verbo “disse” (o que?), exercendo a função sintática de objeto
direto (isso). Não obstante, entre si mesmas, as duas últimas orações
estabelecem uma relação sintática coordenada. A terceira oração soma-se
à segunda para, juntas, indicarem o que foi dito. Logo, o período é misto,
ou seja, composto por subordinação e coordenação ao mesmo tempo.
Bem, já que falamos na relação coordenada entre orações,
precisamos agora estudar as classificações e os valores semânticos de cada
uma delas. Além disso, devemos notar se essa articulação coordenada se dá
por meio de um conectivo ou não. Sendo a resposta afirmativa, teremos
uma coordenação sindética (o vocábulo síndeto significa conjunção) entre
orações. Caso a resposta seja negativa, estaremos de uma coordenação
assindética (sem conjunção). Averiguemos!
ORAÇÕES COORDENADAS ASSINDÉTICAS E SINDÉTICAS
As orações coordenadas que se ligam uma às outras sem
conjunção são chamadas assindéticas. Diferentemente, as orações
coordenadas sindéticas são conectadas por uma conjunção que recebe
nome semelhante ao da oração.
Lá estava, lá fiquei. (coordenada assindética, sem conjunção)
Sentou e olhou ao redor. (coordenada sindética, com conjunção)
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Estudou, mas não passou. (coordenada sindética, com
conjunção)
ATENÇÃO! 1 – Costuma-se chamar coordenada inicial a primeira oração
de um período composto por coordenação.
2 – O mesmo período pode ser composto por orações
coordenadas assindéticas e sindéticas.
“Vi, vim e venci.” (a segunda oração – “vim” – coordena-se à
primeira sem conjunção; a terceira – “e venci” – articula-se por meio da
conjunção “e”).
• CLASSIFICAÇÃO DAS ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS
a) Aditivas – indicam fatos sequenciais, dando a idéia de soma.
Ela falava, e eu ouvia.
Nossas crianças não fumam nem bebem.
Ele não só passou no concurso, mas também tirou o primeiro
lugar. (esta é uma estrutura aditiva enfática)
b) Adversativas – exprimem fatos opostos ao que se declara na
oração coordenada anterior; ideia de contraste.
Apressou-se, contudo não chegou a tempo.
Principais conjunções e locuções: mas, porém, todavia, entretanto, no
entanto, não obstante.
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c) Alternativas – exprimem fatos que se alternam ou se excluem
mutuamente.
Ora respondia, ora ficava mudo.
Estarei lá, quer você permita, quer você não permita.
ATENÇÃO! Embora a conjunção apareça na oração coordenada inicial, ela
não é classificada como sindética alternativa.
Principais conjunções: ou... ou...; ora... ora...; já... já...; quer... quer...;
seja... seja...
d) Conclusivas – expressam uma conclusão lógica que é obtida a
partir dos fatos expressos na oração anterior.
Ele estuda; passará, pois.
ATENÇÃO! A conjunção pois tem valor semântico conclusivo quando
aparecer após o verbo da oração em que surge. Antes dele, porém, ela
integrará oração de cunho explicativo.
Principais conjunções e locuções: logo, pois, portanto, por conseguinte, por
isso, de modo que, em vista disso.
e) Explicativa – expressam a justificativa de uma ordem,
suposição ou sugestão.
Fique calmo, pois ele já vem.
Choveu durante a noite, porque as ruas estão molhadas.
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ATENÇÃO! Não devemos confundir explicação com causa, isto é, orações
coordenadas sindéticas explicativas com orações subordinadas adverbiais
causais. Uma explicação é sempre posterior ao fato que a gerou; uma causa
é sempre anterior à conseqüência gerada. Além disso, as orações
explicativas normalmente aparecem após frases imperativas ou optativas.
Principais conjunções: que, porque, porquanto, pois (antes do verbo da
oração explicativa)
OBSERVAÇÕES: 1 – “Não se deve classificar uma oração considerando
apenas a conjunção que a introduz.
Pediu-lhe a filha em casamento, e logo se arrependeu.
Apesar da conjunção ‘e’ ser normalmente aditiva, percebe-se que a segunda
oração é coordenada sindética adversativa; pois, nesse contexto, a
conjunção ‘e’ apresenta valor de contraste, de oposição.” (João Domingues
Maia)
2 – “Para a Nomenclatura Gramatical Brasileira, no
entanto, vale a forma. A conjunção ‘e’ é aditiva e fim. (...) felizmente, essa
visão limitada já está fora de moda. A classificação leva em conta o sentido
efetivo.” (Ulisses Infante e Pasquale Cipro Neto)
3 – “Há orações coordenadas assindéticas que possuem
claramente valor de sindéticas, porque apresentam um conectivo
subentendido.
Fiz o possível para previnir-lhes o perigo; ninguém me ouviu.
Fale baixo: não sou surdo.
A terceira oração do primeiro período (‘ninguém me ouviu’) e a segunda do
segundo período (‘não sou surdo’), apesar de formalmente assindéticas, já
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que não apresentam conjunção, têm sentidos bem marcados: a primeira
tem valor semântico adversativo (equivale a ‘mas ninguém me ouviu’); a
segunda, explicativo (equivale a ‘pois não sou surdo’).
Por isso convém insistir em que você se preocupe mais
com o uso efetivo das estruturas linguísticas do que com discussões às
vezes intermináveis sobre questões de mera nomenclatura.” (Ulisses Infante
e Pasquale Cipro Neto, com adaptçaões)
Antes de passar adiante e tratar das orações subordinadas,
quero exemplificar o que foi dito anteriormente com uma questão de
concurso público.
Marque a alternativa em que se observa a mesma relação de sentido de
adição que se verifica entre as orações coordenadas em “Não nos deixeis
cair em tentação, mas livrai-nos do mal”.
a) Tem olhos, e não vê.
Tem boca, e não fala.
b) — Você pode viajar sozinha, mas apenas por uma semana.
c) Qualquer passo em falso, e você colocará tudo a perder!
d) A nova secretária era competente, mas principalmente responsável.
Comentário – Na alternativa A, as orações coordenadas introduzidas pela
conjunção “e” possuem claro valor semântico adversativo. Em B, a oração
“mas apenas por uma semana” expressa a condição para que o fato
mencionado anteriormente seja levado a efeito. A terceira alternativa
apresenta oração coordenada que traduz a consequência imediata da
realização do fato mencionado antes. Finalmente, é na última alternativa em
que encontramos oração coordenada (“mas principalmente responsável”)
com a mesma relação de sentido aditivo existente também na oração “mas
livrai-nos do mal”, no comando da questão.
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Resposta – D
Como você pode perceber, não devemos nos limitar à análise
fria e tradicional das conjunções durante o processo de classificação das
orações. É fundamental, antes, perceber a relação semântica existente entre
elas.
A partir de agora, trataremos das orações subordinadas, que
podem exercer funções típicas de substantivos, advérbios e adjetivos.
Antes de estudarmos suas características e valores semânticos, apresentarei
um quadro-resumo delas.
ORAÇÕES SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS
São aquelas que desempenham funções típicas de substantivos
no período simples. Elas podem surgir em duas formas:
1. desenvolvidas ligam-se à oração principal por meio das
conjunções subordinativas integrantes que e se, ou ainda por meio de
um pronome ou advérbio interrogativo.
Orações Subordinadas
Substantivas
1 – Subjetiva 2 – Predicativa 3 – Objetiva Direta 4 – Objetiva Indireta 5 – Completiva Nominal 6 - Apositiva
Adverbiais
1 – Causal 2 – Consecutiva 3 – Condicional 4 – Concessiva 5 – Comparativa 6 – Conformativa 7 – Temporal 8 – Proporcional 9 – Final
Adjetivas
1 – Explicativa 2 – Restritiva
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É importante que estudemos com afinco. (conjunção integrante)
Perguntamos se voltará hoje. (conjunção integrante)
Ele quer saber que horas são. (pronome interrogativo)
Ele indagou quando será a prova. (advérbio interrogativo)
2. reduzidas apresentam verbo no infinitivo e podem ser introduzidas
por preposição.
É importante estudar com afinco.
Pensou em omitir o fato, mas se arrependeu.
• Subjetiva (equivale-se ao sujeito da oração principal)
É fundamental a sua opinião sobre o assunto.
É fundamental que você opine sobre o assunto.
É fundamental você opinar sobre o assunto.
O primeiro exemplo constitui-se de período simples. Nele há
apenas uma oração (um só verbo), cujo sujeito é a expressão a sua
opinião sobre o assunto. Colocando-se a frase na ordem direta, é mais
fácil perceber isso: A sua opinião sobre o assunto é fundamental.
Nos dois últimos exemplos, há períodos compostos, pois a
expressão inicial foi transformada em duas orações: uma na forma
desenvolvida (com a conjunção integrante que); outra na forma reduzida
(verbo opinar no infinitivo).
ATENÇÃO! Quando ocorre oração subordinada substantiva subjetiva, o
verbo da oração principal sempre fica na terceira pessoa do singular.
Estruturas típicas da oração principal nesse caso são:
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1. verbo de ligação + predicativo é bom...; é conveniente...; é
claro...; está comprovado...; parece certo ...; fica evidente... etc.
É preciso que se adotem providências eficazes..
Parece estar provado que soluções mágicas não funcionam..
2. verbo na voz passiva sintética ou analítica sabe-se...; soube-se...;
comenta-se...; dir-se-ia...; foi anunciando...; foi dito... etc.
Sabe-se que a prova está próxima.
Foi dito que a prova será adiada.
3. verbos como cumprir, convir, acontecer, importar, ocorrer, suceder,
parecer, constar, urgir etc. conjugados na terceira pessoa do singular.
Convém estarmos aqui.
Urge que tomemos uma decisão.
• Objetiva Direta
Complementa o valor semântico do verbo transitivo direto da
oração principal, articulando-se com ela sem o intermédio de preposição
obrigatória.
Ressalte-se que, nas frases interrogativas indiretas, as orações
subordinadas substantivas objetivas diretas podem ser introduzidas pelas
conjunções subordinativas integrantes se ou que e, ainda, por
pronomes ou advérbios interrogativos.
Tome cuidado porque as bancas examinadoras podem
perguntar, por exemplo, se “as palavras em destaque nos trechos abaixo
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possuem a mesma classificação gramatical” e sublinhar, maliciosamente,
dois vocábulos introdutores de orações subordinadas substantivas objetivas
diretas. Partindo da ideia comum de que elas são iniciadas por conjunções
integrantes, é possível que algum candidato mais afoito diga “sim”, sem se
dar conta de que pode estar diante de uma conjunção integrante e um
pronome interrogativo.
Todos sabemos que ele aceitará o convite.
como as coisas funcionam aqui.
onde fica a farmácia.
quanto custa o remédio.
quando acabam as aulas.
qual é a matéria da prova.
ATENÇÃO! Com os verbos deixar, mandar fazer (causativos), ver, sentir e
ouvir (sensitivos), ocorre um tipo especial de oração subordinada
substantiva objetiva direta:
Ouvi-os bater.
Deixe-me entrar.
As orações em destaque são reduzidas de infinitivo. E o mais interessante
é que os pronomes oblíquos átonos os e me são os sujeitos dos verbos no
infinitivo. Na Língua Portuguesa, esse é o único caso em que tais pronomes
desempenham tal função sintática.
• Objetiva Indireta
Completa o sentido de um verbo transitivo indireto da oração
principal. Normalmente vem introduzida por preposição, mas esta pode ser
omitida.
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adjetivo
advérbio
substantivo
Lembro-me de que fizemos muitas visitas. (Mário Donato)
Meu Deus, só agora me lembrei que a gente morre. (Clarice
Lispector)
• Completiva Nominal
Liga-se a um nome (substantivo, adjetivo ou advérbio) da
oração principal completando seu significado. É introduzida por preposição
(como todo complemento nominal). Aqui, o emprego da preposição não é
facultativo. A omissão dela implica erro de regência e revela falta de coesão.
Tenho a impressão de estar sempre no mesmo lugar.
A nova metodologia é útil para diminuir a margem de erro.
Está perto de fazermos a prova.
• Predicativa
Funciona como um predicativo do sujeito da oração principal;
seu valor semântico caracteriza, especifica, determina o sujeito dela. É de se
notar também a presença de um verbo de ligação na oração principal.
Nosso desejo era encontrares o teu caminho.
O triste é que não era uma planta qualquer.
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• Apositiva
Atua como aposto de um termo da oração principal e é marcada
pela pontuação (vírgula, dois pontos). Seu significado amplia, explica,
desenvolve, resume o conteúdo da oração principal.
O boato, de que o presidente renunciaria, espalhou-se
rapidamente.
Só resta uma alternativa: encontrar o culpado.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS
Características
I. Têm valor semântico de advérbio (causa, tempo, condição,
finalidadde etc.) e exercem função de adjunto adverbial em relação à oração
principal;
II. Desenvolvidas: possuem verbo no modo indicativo ou subjuntivo
e são introduzidas por conjunção;
III. Reduzidas: possuem verbo na forma nominal (infinitivo, gerúndio,
particípio).
Classificações
I. Causal: expressa a causa do que se diz na oração principal.
Como não haviam combinado, uns cantavam em inglês e outros em
português. (Clarice Lispector)
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II. Consecutiva: apresenta a consequência do que se diz na oração
principal.
Fiquei tão alegre com esta idéia que ainda agora me treme a pena
na mão. (Machado de Assis)
III. Condicional: estabelece uma condição para que o fato expresso na
oração principal se realize.
Eu cantarei, se as Musas me ajudarem, a verdadeira história de
Elpenor. (Augusto Meyer)
IV. Concessiva: expressa um fato que deveria impedir o
acontecimento do que se declara na oração principal.
(...) descobri-me, embora estivessem muitas pessoas na sala.
(Graciliano Ramos)
V. Comparativa: indica o segundo elemento de uma comparação.
Ele saiu da vida como quem sai de uma festa. (Cassiano Ricardo)
Atenção! Muitas vezes, o verbo da oração subordinada adverbial
comparativa está oculto.
As idéias marinhavam-lhe no cérebro, como em hora de temporal
(...). (Machado de Assis)
Além disso, a oração à qual se subordina a oração comparativa
pode apresentar expressões como: mais, menos, pior, tal, tanto.
VI. Conformativa: a ideia expressa nela está de acordo com a que é
dita na oração principal.
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Conforme nos mandara o sargento, ficamos passando um pelo
outro. (Mário Donato)
VII. Proporcional: expressa um fato que se realiza proporcionalmente
ao que se diz na oração principal.
Quanto mais uma civilização é artista, mais ela se afasta da
natureza. (Graça Aranha)
VIII. Final: indica a finalidade do que se diz na oração principal.
O fuzil foi passado de mão em mão, para que todos aprendessem
os quatro movimentos.
IX. Temporal: expressa o tempo em que ocorre o que se diz na oração
principal.
Quando o semáforo abriu, ele tentou arrancar na bicicleta (...).
(Lourenço Diaféria)
Observe que as três orações subordinadas abaixo apresentam
estruturas diferentes das anteriores. Nelas não há verbos desenvolvidos
(conjugados no modo indicativo ou subjuntivo) nem conjunções. Agora, os
verbos assumem uma das formas nominais (gerúndio, infinitivo e particípio).
Ao abrir o semáforo, ele tentou arrancar na bicicleta. (infinitivo)
Aberto o semáforo, ele tentou arrancar na bicicleta. (particípio)
Abrindo o semáforo, ele tentou arrancar na bicicleta. (gerúndio)
Uma vez estudadas as características e os valores semânticos
das orações subordinadas adverbiais, convém agora apontar as principais
conjunções que fazem a articulação entre elas e sua principal.
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Causais Porque; como; que; pois; porquanto; visto que; uma
vez que; na medida em que; etc.
Consecutivas Que
Comparativas Que; (do) que; quanto; como; assim como; bem como;
etc.
Concessivas
Ainda que; embora; mesmo que; posto que; por mais
que; se bem que; por pouco que; nem que; conquanto
etc.
Condicionais Se; caso; sem que; contanto que; salvo se; desde que;
a menos que; a não ser que; que; etc.
Conformativas Conforme; como; segundo; consoante; etc.
Finais Para que; a fim de que; que; etc.
Proporcionais
À medida que; à proporção que; ao passo que; quanto
mais... mais; quanto menos... menos; quanto maior...
maior; etc.
Tempo
Quando; enquanto; antes que; depois que; desde que;
logo que; assim que; até que; que; apenas; mal;
sempre que; tanto que; etc.
Dizem que se conselho fosse bom ninguém daria, mesmo assim
eu arrisco um: não confunda as locuções conjuntivas à medida que e na
medida em que. A primeira introduz oração subordinada tradutora de valor
semântico de proporcionalidade; a segunda inicia oração subordinada que
expressa a causa de um fato. Já vi muito candidato bom “derrapar” por falta
de atenção a esse detalhe.
Quer outro conselho? Não confunda oração subordinada
adverbial causal com oração coordenada sindética explicativa! Em alguns
momentos, elas podem apresentar semelhanças que dificultam a análise
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correta. Por exemplo, ambas admitem as conjunções pois, que, porque,
porquanto. Porém, um pouco de atenção para os aspectos que vou
assinalar pode ser de grande utilidade:
[Ele pegou a doença] [porque
andava descalço.]
[Não ande descalço,] [porque
você vai pegar uma doença.]
1. Há uma relação de causa
e consequência entre as duas orações.
1. Não há relação de causa e
conseqüência: apenas é dado o
motivo para que não se ande
descalço.
2. A conjunção que introduz
a oração causal não pode ser
eliminada.
2. Pode-se eliminar a conjunção
coordenativa explicativa: Não ande
descalço, você vai pegar uma
doença.
3. A oração adverbial pode
ser transformada em oração reduzida
de infinitivo: Ele pegou a doença
por andar descalço.
3. Não se pode transformar a
oração coordenada em oração
reduzida.
4. O verbo da oração
principal não expressa dúvida ou
hipótese.
4. A oração anterior à explicativa
geralmente possui verbo no
imperativo ou tem caráter hipotético.
De outro modo, poderíamos dizer: Ele
dever ter andado descalço, pois
pegou uma doença.
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS
As orações subordinadas adjetivas podem equivaler-se,
semanticamente, a adjetivos, ou seja, caracterizar um substantivo,
atribuindo-lhe qualidade, estado ou modo de ser. Sintaticamente, podem
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Oraç. Subord. Adj. Restritivas
Oraç. Subord. Adj. Explicativas
exercer a função de adjunto adnominal de um termo da oração principal.
Observem:
Deve-se investir em soluções definitivas.
Deve-se investir em soluções que resolvam definitivamente os
problemas.
Comparando os dois exemplos acima, é fácil perceber que, no
segundo, a oração “que resolvam definitivamente os problemas”
discrimina o substantivo “soluções” e restringe o seu alcance semântico.
Além disso, exerce função idêntica à do adjetivo “definitivas” no primeiro
exemplo: ambas as expressões são adjuntos adnominais do substantivo
“soluções”, que é núcleo do objeto indireto.
• ORAÇÕES ADJETIVAS RESTRITIVAS E EXPLICATIVAS
Na relação que estabelecem com o termo a que se referem, as
orações subordinadas adjetivas podem atuar de duas maneiras distintas:
restringindo e individualizando esse termo ou simplesmente explicando,
realçando, amplificando uma informação sobre ele.
O jovem que estuda passa.
O homem que luta vence.
O homem, que é mortal, almeja a vida eterna.
Cristo, que é filho de Deus, morreu por nós.
No primeiro caso, as orações adjetivas equiparam-se a
verdadeiros adjetivos restritivos (aqueles cujos valores semânticos não
constituem um atributo inerente a todo e qualquer ser de mesma natureza):
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sujeito
sujeito
nem todo jovem passa (apenas o que estuda); nem todo homem vence
(somente o que luta). Elas funcionam como adjuntos adnominais e não
podem ser separadas do substantivo por vírgulas.
No segundo caso, as orações adjetivas têm valor semântico
explicativo, pois expressam uma característica intrínseca, essencial ao termo
a que se referem: todo homem é mortal; Cristo é filho de Deus. Por não
influenciarem o significado do termo a que se referem, podem ser retiradas
da frase ou ficarem separadas do substantivo pela pontuação sem implicar
alteração semântica. Sendo assim, elas funcionam com aposto explicativo.
Note que as conexões entre as orações subordinadas adjetivas
apresentadas até aqui e suas orações principais são feitas pelo pronome
relativo que. Esse pronome, além de conectar (ou relacionar – daí o nome
relativo) os dois tipos de orações, também desempenha uma função
sintática na oração subordinada que introduz. No desempenho dessa função,
o pronome relativo ocupa o papel que seria exercido pelo termo que ele
substitui (o antecedente).
Deve-se investir em soluções. Essas soluções devem resolver
definitivamente os problemas.
Deve-se investir em soluções [que resolvam definitivamente os
problemas.]
Quando as orações subordinadas adjetivas são introduzidas por
um pronome relativo e apresentam verbo no modo indicativo ou subjuntivo
(forma finita), elas são chamadas de desenvolvidas. E quando não são
introduzidas por um pronome relativo (podem ser introduzidas por
preposição) e apresentam verbo numa das formas nominais (infinitivo,
gerúndio e particípio), elas são chamadas de reduzidas.
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Essas são as idéias tão valorizadas por ele.
Via-se um cartaz comunicando a falência.
Nosso argumento foi o primeiro a cair.
Uma vez arregimentado, você pode resolvr as questões de
provas anteriores. Nesta etapa, você notará que é frequente, como disse
antes, as bancas explorarem a relação semântica estabelecida entre as
orações que compõem um período. Portanto não se deixe influenciar
simplesmente pela conjunção empregada (ou não). Além dessa análise
inicial, observe ainda o sentido da frase.
1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os
funcionários são orientados por metas, têm o desempenho
avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela
4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo —
menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas
das práticas implantadas com sucesso em um grupo de
7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A
experiência chama a atenção pelo impressionante progresso
dos estudantes depois que ingressaram ali.
(...)
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).
1. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O termo “Pois” (l. 5) estabelece
uma relação de causa entre as informações anteriores e as do período
em que esse termo se apresenta.
Comentário – Não tenho informações de quantos candidatos erraram este
item, mas creio que foram poucos. Por quê? Porque a conjunção pois é
frequentemente apresentada aos estudantes apenas como explicativa ou
conclusiva. Na maioria das vezes, dizemos que ela será explicativa quando
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surgir antes do verbo da oração a que pertence e conclusiva quando surgir
depois dele e separa por vírgula. Não está errado; mas não é tudo, já que –
como anunciei aqui mesmo nesta aula – não devemos analisar uma oração
simplesmente pela conjunção que a introduz. Antes, devemos perceber a
relação semântica estabelecida entre ela e outra.
Perceba que o conectivo “Pois” traz período que expressa noção
de adversidade, ressalva em relação ao enunciado anterior. É como se
dissesse que, apesar da aparente impossibilidade – dadas as circunstâncias
que envolvem a maioria das escolas publicas –, um grupo de escolas
estaduais de ensino médio de Pernambuco logrou êxito em suas práticas
educacionais.
Configura-se, assim, um caso em que a conjunção pois é
claramente detentora de valor semântico adversativo, equivalendo-se às
conjunções mas, porém, entretanto, no entanto, todavia.
Resposta – Item errado.
1 Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bem
distante das estatísticas que apontam para uma taxa de
desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu
4 mercado de trabalho nas mãos de empreendedores locais,
formais e informais. (...)
O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações).
2. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A oração que se inicia com “que”
(l. 2) é adjetiva explicativa.
Comentário – A oração iniciada pelo pronome relativo “que” serve de
adjetivo restritivo ao substantivo “estatísitcas”, restringindo seu alcance
semântico. Além disso, note que ela não está separada do segmento em que
se inclui pela pontuação – característica das orações adjetivas explicativas.
Resposta – Item errado.
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1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao
mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo
4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de
novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,
7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem
eliminar. (...)
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.
3. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego da vírgula após
“paixões” (l. 7) justifica-se porque a oração subseqüente é explicativa.
Comentário – A oração “que as leis não podem eliminar” expressa uma
característica intrínseca do substantivo “paixões”, funcionando como um
adjetivo explicativo. Sua retirada da frase em nada prejudica o conteúdo do
texto. Ao se optar pela sua manutenção no período em que surge, deve-se
separá-la do termo a que se refere pela pontuação.
Resposta – Item certo.
O diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Athayde
Fontoura Filho, reafirmou que a urna eletrônica apresenta risco zero de
fraude e que a segurança pode ser aferida por meio da votação
paralela, realizada no dia da eleição, concomitantemente ao pleito
oficial.
Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>.
4. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que não
representa continuação coesa e coerente para o trecho acima.
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Porquanto, no período entre o primeiro e o segundo turno das eleições,
o TSE tradicionalmente aproveita para verificar e corrigir as urnas de
locais em que foram verificados problemas.
Comentário – Notou que estamos diante de período introduzido pela
conjunção “Porquanto”? Pois é, esse conectivo inicia oração coordenada com
valor semântico de explicação ou oração subordinada adverbial que denota a
causa do que aconteceu. Leia atentamente os dois trechos e perceba a
incoerência entre eles.
Resposta – Item certo.
1 Uma antiga preocupação dos legisladores do
passado era a de assegurar o direito dos povos de manter
“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os
4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em
troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão
de seu poder. (...)
Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.
5. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego de vírgula após
“províncias” (l. 4) justifica-se por isolar oração de natureza explicativa.
Comentário – Mais uma vez estamos diante de uma questão que envolve a
natureza semântica da oração adjetiva (o segmento “que se
autogovernavam em troca dos tributos em dinheiro ou soldados para
expansão de seu poder” é iniciado pelo pronome relativo “que”,
representante semântico dos substantivos “municípios” e “províncias”). Aqui,
a oração adjetiva tem valor explicativo, por revelar um atributo essencial
dos termos a que se refere, e deve ficar separada da oração principal pelo
sinal de pontuação.
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Note a recorrência de questões que conjugam o emprego de
vírgulas com orações subordinadas adjetivas.
Resposta – Item certo.
(...) “Nós tivemos uma ampla participação de todos os setores
16 usuários na construção do plano, mas é importante eles
incorporarem os princípios, as diretrizes e os programas já na fase
de planejamento da sua ação de forma que essas ações sejam
19 sustentáveis”. (...)
Internet: <www.envolverde.com.br> (com adaptações).
6. (Cespe/ANA/Analista Administrativo/2006) A passagem “de forma que
essas ações sejam sustentáveis” (l. 18-19) expressa uma idéia de
conseqüência sob a forma de uma oração subordinada consecutiva.
Comentário – A passagem destacada constitui o desdobramento ou
resultado do fato expresso anteriormente. É digna de nota a elipse do
elemento “tal” (comum nos períodos que ensejam orações subordinadas
consecutivas), sendo o “que” a conjunção subordinativa consecutiva. Poder-
se-ia escrever o período dessa forma: ...mas é importante eles incorporarem
os princípios, as diretrizes e os programas já na fase de planejamento da
sua ação de tal forma que essas ações sejam sustentáveis.
Resposta – Item certo.
1 Como construção dos cidadãos, a sociedade civil tem
suas raízes no privado. Porém, do mesmo modo que o público
não é sinônimo de estatal, privado tampouco é sinônimo de
4 mercado. Ao investir energias, competências e recursos privados
em atividades de interesse público, o protagonismo da sociedade
civil quebra a polaridade entre público e privado.
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(...)
Miguel Darcy de Oliveira. Sociedade civil e democracia: crise e reinvenção
da política. In: Política Democrática, ano V, n.º 14. Brasília: Fundação
Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 39 (com adaptações).
7. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantêm-se a correção gramatical e a
coerência do período substituindo-se o termo “Porém” (l. 2) por
qualquer um dos seguintes: Contudo, No entanto, Entretanto,
Porquanto, Conquanto.
Comentário – A intenção da banca examinadora foi confundir os candidatos
misturando conjunções coordenativas com conjunções subordinativas. Os
três primeiros termos sugeridos – a exemplo de “Porém” – integram orações
coordenadas que expressam contraste, oposição, ressalva, ideias opostas.
Não existe problema em tais substituições. Todavia (e esta é mais uma
conjunção de valor semântico adversativo), o conectivo “Porquanto” altera
significativamente a carga semântica do período. “Porquanto” pode traduzir
noção de causa ou explicação, mas nunca de contraste. “Conquanto” indica
concessão, oposição, ressalva, mas leva o verbo para o subjuntivo. Este
modo é mesmo requerido por certas conjunções e locuções concessivas:
conquanto, ainda que, embora.
Resposta – Item errado.
Estamos diante de uma nova articulação entre
vida pessoal e debate público, responsabilidade
individual e coletiva, liberdade e solidariedade.
4 A construção do indivíduo é inseparável da
transformação social. A emergência da opinião pública
coincide com a abertura de novos espaços para a
7 formação e comunicação de opiniões. (...)
Idem, ibidem.
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8. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Há prejuízo para a correção gramatical
do texto com a inserção de porquanto a no lugar de “A” (l. 4) e a
substituição do ponto final após “solidariedade” (l. 3) por vírgula.
Comentário – Conforme foi explicado no item anterior, “porquanto” é
conjunção que exprime valor semântico causal ou explicativo. Leia
atentamente os dois períodos iniciais do texto. Percebeu que o segundo
explica a razão do que se declara no primeiro? Logo, procedendo às
alterações indicadas, temos: Estamos diante de uma nova articulação entre
vida pessoal e debate público, responsabilidade individual e coletiva,
liberdade e solidariedade, porquanto a construção do indivíduo é inseparável
da transformação social.
Perdoe-me a insistência, mas não posso deixar de falar que o
Cespe (e outra bancas também, como a Esaf) tende a explorar os
significados das conjunções porquanto e conquanto no intuito de
confundir os candidatos. Note a semelhança entre as pronúncias de ambas.
Apesar disso, seus valores são diferentes: a primeira, com já foi dito aqui,
denota causa ou explicação; a segunda indica valor concessivo (equivale-se
a “embora”).
Resposta – Item errado.
(...) A partir da
7 reconstituição do ambiente literário, da vida intelectual e
profissional de Guimarães Rosa, tendo em vista, sobretudo, o
constante exercício de conjugar, em sua escrita, diferentes
10 formas de conhecimento e formações discursivas de prestígio
diferenciado (oral e escrito, popular e erudito, saber mitopoético
e saber epistemológico, intuição e razão), sua literatura
13 representa uma cabal contribuição para ampliar os conceitos de
literatura e de cultura.
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Marli Fantini. Nos 50 anos de Grande Sertão: Veredas. O mapa
da aventura. In: Política Democrática, ano V, n.º 14, Brasília:
Fundação Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 147 (com adaptações).
9. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantém-se a correção gramatical do
período e a informação original com a substituição de “para ampliar” (l.
13) por que amplia.
Comentário – A oração original “para ampliar os conceitos de literatura e
de cultura”, percebam, encontra-se reduzida: sem conjunção que a
introduza e com verbo no infinitivo (forma nominal). A substituição da
preposição “para” pelo pronome relativo “que” e da forma verbal “ampliar”
por “amplia” faz surgir oração desenvolvida: “...sua literatura representa
uma cabal contribuição que amplia os conceitos de literatura e de cultura”.
As duas formas estão gramaticalmente corretas, e a segunda preserva a
natureza adjetiva restritiva da primeira.
Resposta – Item certo.
1 O dinheiro, mercadoria universal por excelência,
produz uma nova metafísica da vida humana: alguns
salários são irrecusáveis. Portanto certas ofertas, partindo de
4 multinacionais capazes de concentrar capital suficiente para
efetuá-las, selam o destino da vítima, assim como os
desígnios de Deus determinaram o sacrifício do filho de
7 Abraão.
Maria Rita Kehl. O fetichismo. In: Emir Sader (Org.). Sete pecados
do capital. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record, 1999.
10. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) Dado o seu sentido
explicativo, a conjunção “Portanto” (l. 3) poderia ser substituída pelo
conector Porquanto, sem prejuízo da coerência do texto.
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Comentário – Você deve estar cansado de resolver questões sobre os
aspectos semânticos do conectivo porquanto. Mas é justamente o que o
Cespe gosta de explorar em suas provas, em virtude dos possíveis
significados trazidos por essa conjunção.
O conectivo “Portanto” inicia período que mantém relação
conclusiva com o período anterior. A conjunção porquanto não se presta a
estabelecer o mesmo sentido. Diferentemente, ela pode trazer oração de
natureza causal ou explicativa. Sendo assim, a substituição de um termo
pelo outro acarreta prejuízo à coerência argumentativa original.
Resposta – Item errado.
1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de
cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar
como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão,
4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.
Os manuais de gestão definem groupthinking como um
processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são
7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o
desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas
diferentes das usuais. (...)
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta
Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).
11. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento da argumentação, o valor
semântico das orações iniciadas por “tomando” e “causando”, ambas na
linha 4, permite interpretá-las como causa para a conceituação de
Whyte; por isso correspondem a porque tomavam decisões
temerárias e causavam grandes fracassos.
Comentário – As relações estabelecidas entre as orações indicam que o
segmento “tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos”
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exprime o motivo pelo qual “grupos se tornavam reféns de sua própria
coesão”. Repare que as orações que servem de causa ou motivo estão
reduzidas (sem conjunção que as introduz, verbo na forma nominal
conhecida como gerúndio). O que a banca examinadora propôs foi
simplesmente o desenvolvimento delas por meio da introdução da conjunção
causal “porque” e da conjugação dos verbos em uma forma finita (pretérito
imperfeito do indicativo).
Resposta – Item certo.
12. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na linha 6, preservam-se a correção
gramatical e a coerência textual ao se inserir uma vírgula
imediatamente após o vocábulo “coletivo”, mesmo que, com isso, as
informações possam ser tomadas como uma explicação — e não como
uma caracterização — da expressão “processo mental coletivo”.
Comentário – A introdução da vírgula muda o valor semântico da oração
adjetiva “que ocorre”: de restritivo para explicativo; mas respeita a
correção gramatical. Há, em nossa gramática, previsão para a mudança
proposta.
Cuidado em dobro você deve ter ao analisar a segunda
parte da proposição. Um texto incoerente não é, necessariamente, aquele
que sofreu leve desvio semântico. Repare, por exemplo, as seguintes frases:
Paulo e João serão homenageados durante a solenidade. Paulo ou João será
homenageado na solenidade. Embora a troca de uma conjunção aditiva por
uma alternativa tenha causado alteração de sentido, isso não quer dizer que
necessariamente a frase se tornou incoerente.
A incoerência se caracteriza pela relação ilógica entre ideias,
ações ou fatos; pela incongruência entre eles; pela falta de harmonia com
elementos antecedentes ou referentes; pela desconexão. Veja um simples
exemplo de incoerência textual: João chegou muito cansado do trabalho.
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Afinal, trabalhou dez horas no comércio e ainda teve que suportar uma
viagem estressante de ônibus ao voltar para casa. Lá chegando, trocou de
roupa rapidamente e foi correndo à academia. Ora, não faz muito sentido
uma pessoa estar tão cansada e ir correndo à academia, não é mesmo? Isso
não é incoerência? Se ninguém me der uma explicação satisfatória, vou
começar a achar que "João" não estava tão cansado como o texto diz.
Resposta – Item certo.
(...) Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,
7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência
prematura de seus produtos. Segundo especialistas, esse
comportamento é o fenômeno da posse transitória, termo que define
10 o pouco tempo que permanecemos com os produtos que compramos.
Por sinal, o mesmo raciocínio estende-se às relações, tanto pessoais
quanto profissionais. Priorizamos resultados de curto prazo e
13 queremos tudo ao mesmo tempo agora. E, assim, aos poucos, sem
perceber, vamos construindo uma sociedade descartável.
Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida
Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).
13. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) Preservam-se a coerência e a correção do
texto ao se ligar o período iniciado por “Priorizamos” (l.12) ao anterior
por meio da conjunção conquanto, escrevendo-se do seguinte modo:
(...) profissionais, conquanto priorizamos (...).
Comentário – Estamos novamente às voltas com a conjunção concessiva
conquanto, que exprime ressalva, objeção em relação a um fato, sem
impedir a realização dele: Conquanto estivesse capacitado para exercer o
cargo, não foi admitido. Ocorre que não se verifica entre os períodos
iniciados por “Por sinal” e “Priorizamos” a ideia de objeção ou ressalva.
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Antes, a informação contida no período iniciado por “Priorizamos” justifica o
que se declara no período anterior.
Resposta – Item errado.
(...)
Não se trata de supor que há, de um lado, a coisa
física ou material e, de outro, a coisa como ideia e
13 significação. Não há, de um lado, a coisa-em-si e de outro, a
coisa-para-nós, mas o entrelaçamento do físico-material e da
significação. A unidade de um ser é de seu sentido, o que faz
16 com que aquilo que chamamos coisa seja sempre um campo
significativo.
Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).
14. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) De acordo com o desenvolvimento
das ideias do texto, seria correto iniciar o último período sintático com o
conectivo no entanto, fazendo-se o devido ajuste de inicial maiúscula.
Comentário – A conjunção no entanto exprime adversidade, oposição,
sentido que não se verifica no último período sintático do texto. Este, salvo
melhor interpretação, é a conclusão do que foi dito.
Resposta – Item errado.
1 O poder político é produto de uma convenção, não
da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,
na liberdade e em outros bens. (...)
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Destarte, a razão da organização da sociedade, da
16 formação do poder político e da construção do Estado é a
conquista da segurança e da paz para todos os indivíduos, de
modo que eles possam gozar os seus direitos naturais.
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,
ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).
15. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A partir da conjunção “como” (l.2),
a argumentação do texto estabelece comparação entre o poder político
e outras formas de poder.
Comentário – A comparação é feita entre “produto de uma convenção” e
“da natureza”. Além disso, o vocábulo “como” exprime conformidade (=
conforme postulava Aristóteles).
Resposta – Item errado.
16. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A substituição da conjunção
“Destarte” (l.15) pela oração Assim sendo manteria o sentido
conclusivo do parágrafo e a correção gramatical do texto.
Comentário – Aqui foi exigido simplesmente conhecimento da classificação
da conjunção “Destarte” (= desta forma, deste modo, assim sendo, diante
disso), que é pouco utilizada. Frise-se que, no texto, ela exprime ideia
conclusiva, tal como Assim sendo.
Resposta – Item certo.
1 Na verdade, o que hoje definimos como democracia
só foi possível em sociedades de tipo capitalista, mas não
necessariamente de mercado. De modo geral, a
4 democratização das sociedades impõe limites ao mercado,
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assim como desigualdades sociais em geral não contribuem
para a fixação de uma tradição democrática. (...)
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista
Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações).
17. (Cespe/DPF/Agente/2009) Seria mantida a coerência entre as ideias do
texto caso o segundo período sintático fosse introduzido com a
expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral” (l.3).
Comentário – A expressão em negrito, conforme o que foi dito acima, tem
valor semântico conclusivo, exprime a consequência, o desfecho de uma
ideia anterior. Esse sentido é diferente do significado da expressão “De
modo geral”, que denota imprecisão, generalização a respeito do que está
sendo considerado.
Resposta – Item errado.
(...) Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a
13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da
desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas
também a indicação do estatuto que Rousseau confere à
16 linguagem. (...)
Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.
18. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Os operadores “não apenas” (l.13) e
“mas também” (l.14- 15) possibilitam ao autor a apresentação de dois
argumentos mutuamente excludentes.
Comentário – Esses operadores são utilizados na aproximação de
argumentos coordenados entre si e que se adicionam: “as razões da
desqualificação da concepção gramatical da linguagem” e “a indicação do
estatuto que Rousseau confere à linguagem”.
Resposta – Item errado.
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19. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Haveria prejuízo para o sentido original
do texto se, no trecho “O menino Emílio não existe, não existiu e não foi
pensado para existir” (l.3-4), os termos grifados fossem substituídos
pela conjunção coordenativa nem.
Comentário – A conjunção “nem” é coordenativa sindética aditiva e
significa “e não”. Portanto não há prejuízo na substituição indicada.
Resposta – Item errado.
1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez
mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre
seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade
4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável
mudança de comportamento das autoridades municipais, que
passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão.
(...)
Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações).
20. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego de vírgula após
“autoridades municipais” (l.5) justifica-se porque antecede oração
subordinada adjetiva explicativa.
Comentário – Está correto o que se declara. A oração depois da vírgula
constitui uma informação de caráter explicativo em relação ao substantivo
“autoridades municipais”. Frise-se que oração adjetiva de caráter restritivo
não é separada pela vírgula.
Resposta – Item certo.
Por hoje é só, prezado aluno. Sugiro que intensifique os estudos.
Não esmoreça por causa dessa ou daquela disciplina. Sempre haverá
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dificuldades a serem superadas em qualquer área de nossas vidas,
principalmente quando estivermos diante de grandes conquistas. Meu
conselho é que você esteja realmente decidido a se tornar servidor do TCU
e, por isso mesmo, faça por onde. O que muda a nossa história é o que
decidimos e fazemos, e não o que pensamos e falamos. Se você quer
mesmo trabalhar no Tribunal, vá em frente!
Bons estudos e que Deus o abençoe!
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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
1 Um lugar sob o comando de gestores, onde os
funcionários são orientados por metas, têm o desempenho
avaliado dia a dia e recebem prêmios em dinheiro pela
4 eficiência na execução de suas tarefas, pode parecer tudo —
menos uma escola pública brasileira. Pois essas são algumas
das práticas implantadas com sucesso em um grupo de
7 escolas estaduais de ensino médio de Pernambuco. A
experiência chama a atenção pelo impressionante progresso
dos estudantes depois que ingressaram ali.
(...)
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).
1. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O termo “Pois” (l. 5) estabelece
uma relação de causa entre as informações anteriores e as do período
em que esse termo se apresenta.
1 Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bem
distante das estatísticas que apontam para uma taxa de
desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu
4 mercado de trabalho nas mãos de empreendedores locais,
formais e informais. (...)
O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações).
2. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A oração que se inicia com “que”
(l. 2) é adjetiva explicativa.
1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao
mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande
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observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo
4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de
novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,
7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem
eliminar. (...)
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.
3. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego da vírgula após
“paixões” (l. 7) justifica-se porque a oração subseqüente é explicativa.
O diretor-geral do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Athayde
Fontoura Filho, reafirmou que a urna eletrônica apresenta risco zero de
fraude e que a segurança pode ser aferida por meio da votação
paralela, realizada no dia da eleição, concomitantemente ao pleito
oficial.
Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>.
4. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) Assinale a opção que não
representa continuação coesa e coerente para o trecho acima.
Porquanto, no período entre o primeiro e o segundo turno das eleições,
o TSE tradicionalmente aproveita para verificar e corrigir as urnas de
locais em que foram verificados problemas.
1 Uma antiga preocupação dos legisladores do
passado era a de assegurar o direito dos povos de manter
“os costumes da terra”. Assim fizeram os romanos com os
4 municípios e as províncias, que se autogovernavam em
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troca dos tributos em dinheiro ou soldados para expansão
de seu poder. (...)
Mauro Santayana. Jornal do Brasil, 24/11/2006.
5. (Cespe/TSE/Analista Administrativo/2007) O emprego de vírgula após
“províncias” (l. 4) justifica-se por isolar oração de natureza explicativa.
(...) “Nós tivemos uma ampla participação de todos os setores
16 usuários na construção do plano, mas é importante eles
incorporarem os princípios, as diretrizes e os programas já na fase
de planejamento da sua ação de forma que essas ações sejam
19 sustentáveis”. (...)
Internet: <www.envolverde.com.br> (com adaptações).
6. (Cespe/ANA/Analista Administrativo/2006) A passagem “de forma que
essas ações sejam sustentáveis” (l. 18-19) expressa uma idéia de
conseqüência sob a forma de uma oração subordinada consecutiva.
1 Como construção dos cidadãos, a sociedade civil tem
suas raízes no privado. Porém, do mesmo modo que o público
não é sinônimo de estatal, privado tampouco é sinônimo de
4 mercado. Ao investir energias, competências e recursos privados
em atividades de interesse público, o protagonismo da sociedade
civil quebra a polaridade entre público e privado.
(...)
Miguel Darcy de Oliveira. Sociedade civil e democracia: crise e reinvenção
da política. In: Política Democrática, ano V, n.º 14. Brasília: Fundação
Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 39 (com adaptações).
7. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantêm-se a correção gramatical e a
coerência do período substituindo-se o termo “Porém” (l. 2) por
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qualquer um dos seguintes: Contudo, No entanto, Entretanto,
Porquanto, Conquanto.
Estamos diante de uma nova articulação entre
vida pessoal e debate público, responsabilidade
individual e coletiva, liberdade e solidariedade.
4 A construção do indivíduo é inseparável da
transformação social. A emergência da opinião pública
coincide com a abertura de novos espaços para a
7 formação e comunicação de opiniões. (...)
Idem, ibidem.
8. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Há prejuízo para a correção gramatical
do texto com a inserção de porquanto a no lugar de “A” (l. 4) e a
substituição do ponto final após “solidariedade” (l. 3) por vírgula.
(...) A partir da
7 reconstituição do ambiente literário, da vida intelectual e
profissional de Guimarães Rosa, tendo em vista, sobretudo, o
constante exercício de conjugar, em sua escrita, diferentes
10 formas de conhecimento e formações discursivas de prestígio
diferenciado (oral e escrito, popular e erudito, saber mitopoético
e saber epistemológico, intuição e razão), sua literatura
13 representa uma cabal contribuição para ampliar os conceitos de
literatura e de cultura.
Marli Fantini. Nos 50 anos de Grande Sertão: Veredas. O mapa
da aventura. In: Política Democrática, ano V, n.º 14, Brasília:
Fundação Astrogildo Pereira, mar./2006, p. 147 (com adaptações).
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9. (Cespe/Serpro/Analista/2006) Mantém-se a correção gramatical do
período e a informação original com a substituição de “para ampliar” (l.
13) por que amplia.
1 O dinheiro, mercadoria universal por excelência,
produz uma nova metafísica da vida humana: alguns
salários são irrecusáveis. Portanto certas ofertas, partindo de
4 multinacionais capazes de concentrar capital suficiente para
efetuá-las, selam o destino da vítima, assim como os
desígnios de Deus determinaram o sacrifício do filho de
7 Abraão.
Maria Rita Kehl. O fetichismo. In: Emir Sader (Org.). Sete pecados
do capital. Rio de Janeiro/ São Paulo: Record, 1999.
10. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) Dado o seu sentido
explicativo, a conjunção “Portanto” (l. 3) poderia ser substituída pelo
conector Porquanto, sem prejuízo da coerência do texto.
1 O termo groupthinking foi cunhado, na década de
cinquenta, pelo sociólogo William H. Whyte, para explicar
como grupos se tornavam reféns de sua própria coesão,
4 tomando decisões temerárias e causando grandes fracassos.
Os manuais de gestão definem groupthinking como um
processo mental coletivo que ocorre quando os grupos são
7 uniformes, seus indivíduos pensam da mesma forma e o
desejo de coesão supera a motivação para avaliar alternativas
diferentes das usuais. (...)
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta
Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).
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11. (Cespe/TCU/AFCE/2009) No desenvolvimento da argumentação, o valor
semântico das orações iniciadas por “tomando” e “causando”, ambas na
linha 4, permite interpretá-las como causa para a conceituação de
Whyte; por isso correspondem a porque tomavam decisões
temerárias e causavam grandes fracassos.
12. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na linha 6, preservam-se a correção
gramatical e a coerência textual ao se inserir uma vírgula
imediatamente após o vocábulo “coletivo”, mesmo que, com isso, as
informações possam ser tomadas como uma explicação — e não como
uma caracterização — da expressão “processo mental coletivo”.
(...) Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,
7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência
prematura de seus produtos. Segundo especialistas, esse
comportamento é o fenômeno da posse transitória, termo que define
10 o pouco tempo que permanecemos com os produtos que compramos.
Por sinal, o mesmo raciocínio estende-se às relações, tanto pessoais
quanto profissionais. Priorizamos resultados de curto prazo e
13 queremos tudo ao mesmo tempo agora. E, assim, aos poucos, sem
perceber, vamos construindo uma sociedade descartável.
Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida
Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).
13. (Cespe/TCE-Acre/ACE/2009) Preservam-se a coerência e a correção do
texto ao se ligar o período iniciado por “Priorizamos” (l.12) ao anterior
por meio da conjunção conquanto, escrevendo-se do seguinte modo:
(...) profissionais, conquanto priorizamos (...).
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(...)
Não se trata de supor que há, de um lado, a coisa
física ou material e, de outro, a coisa como ideia e
13 significação. Não há, de um lado, a coisa-em-si e de outro, a
coisa-para-nós, mas o entrelaçamento do físico-material e da
significação. A unidade de um ser é de seu sentido, o que faz
16 com que aquilo que chamamos coisa seja sempre um campo
significativo.
Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).
14. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) De acordo com o desenvolvimento
das ideias do texto, seria correto iniciar o último período sintático com o
conectivo no entanto, fazendo-se o devido ajuste de inicial maiúscula.
1 O poder político é produto de uma convenção, não
da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,
na liberdade e em outros bens. (...)
Destarte, a razão da organização da sociedade, da
16 formação do poder político e da construção do Estado é a
conquista da segurança e da paz para todos os indivíduos, de
modo que eles possam gozar os seus direitos naturais.
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,
ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).
15. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A partir da conjunção “como” (l.2),
a argumentação do texto estabelece comparação entre o poder político
e outras formas de poder.
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16. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) A substituição da conjunção
“Destarte” (l.15) pela oração Assim sendo manteria o sentido
conclusivo do parágrafo e a correção gramatical do texto.
1 Na verdade, o que hoje definimos como democracia
só foi possível em sociedades de tipo capitalista, mas não
necessariamente de mercado. De modo geral, a
4 democratização das sociedades impõe limites ao mercado,
assim como desigualdades sociais em geral não contribuem
para a fixação de uma tradição democrática. (...)
Renato Lessa. Democracia em debate. In: Revista
Cult, n.º 137, ano 12, jul./2009, p. 57 (com adaptações).
17. (Cespe/DPF/Agente/2009) Seria mantida a coerência entre as ideias do
texto caso o segundo período sintático fosse introduzido com a
expressão Desse modo, em lugar de “De modo geral” (l.3).
(...) Na oposição que o texto faz entre a arte de falar e a
13 arte de escrever, podemos encontrar não apenas as razões da
desqualificação da concepção gramatical da linguagem, mas
também a indicação do estatuto que Rousseau confere à
16 linguagem. (...)
Bento Prado Jr. A retórica de Rousseau. São Paulo: Cosac Naify, 2008, p. 129-130.
18. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Os operadores “não apenas” (l.13) e
“mas também” (l.14- 15) possibilitam ao autor a apresentação de dois
argumentos mutuamente excludentes.
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19. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) Haveria prejuízo para o sentido original
do texto se, no trecho “O menino Emílio não existe, não existiu e não foi
pensado para existir” (l.3-4), os termos grifados fossem substituídos
pela conjunção coordenativa nem.
1 A qualidade do ambiente urbano torna-se, cada vez
mais, uma destacada fonte de cobrança da população sobre
seus governantes. Repleta de problemas nessa área, a cidade
4 de São Paulo experimenta, nos últimos anos, uma notável
mudança de comportamento das autoridades municipais, que
passam a incorporar o tema em suas prioridades de gestão.
(...)
Folha de S.Paulo. Editorial, 8/1/2009 (com adaptações).
20. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O emprego de vírgula após
“autoridades municipais” (l.5) justifica-se porque antecede oração
subordinada adjetiva explicativa.
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GABARITO
1. Item errado
2. Item errado
3. Item certo
4. Item certo
5. Item certo
6. Item certo
7. Item errado
8. Item errado
9. Item certo
10. Item errado
11. Item certo
12. Item certo
13. Item errado
14. Item errado
15. Item errado
16. Item certo
17. Item errado
18. Item errado
19. Item errado
20. Item certo
,
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Hoje vamos tratar do emprego dos sinais de pontuação. O uso
adequado deles é extremamente relevante para o significado de uma frase.
Quem acompanha as provas elaboradas pelo Cespe já deve ter percebido o
quanto essa banca examinadora explora esse assunto, principalmente o que
diz respeito ao uso da vírgula. É compreensível que seja assim, pois o uso
da vírgula requer atenção especial, em virtude de sua variabilidade de
aplicações e efeitos. Para você ter apenas uma ideia do que isso significa,
leia alguns exemplos extraídos da campanha dos 100 anos da Associação
Brasileira de Imprensa (ABI):
1 – Vírgula pode ser uma pausa... ou não.
– Não, espere.
– Não espere.
2 – Ela pode sumir com seu dinheiro.
– R$ 23,4.
– R$ 2,34.
3 – Pode ser autoritária.
– Aceito, obrigado.
– Aceito obrigado.
4 – Pode criar heróis.
– Isso só, ele resolve.
– Isso só ele resolve.
5 – E vilões.
– Esse, juiz, é corrupto.
– Esse juiz é corrupto.
6 – Ela pode ser a solução.
– Vamos perder, nada foi resolvido.
– Vamos perder nada, foi resolvido.
7 – A vírgula muda uma opinião.
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– Não queremos saber.
– Não, queremos saber.
Uma vírgula muda tudo.
ABI: 100 anos lutando para que ninguém mude uma vírgula da
sua informação.
Detalhes Adicionais:
SE O HOMEM SOUBESSE O VALOR QUE TEM A MULHER ANDARIA
DE QUATRO À SUA PROCURA.
Se você é mulher, certamente colocou a vírgula depois de
MULHER.
Se você é homem, colocou a vírgula depois de TEM.
Entendeu a importância de sabermos pontuar adequadamente
uma frase? Um pequeno deslize no emprego da vírgula, por exemplo, pode
ser fatal! Leia o trecho de uma reportagem sobre a morte da menina
Isabella Nardoni:
O inquérito com mais de mil páginas sobre a morte da menina
Isabella Nardoni, 5 anos, será entregue pela polícia nesta quarta
(30/04) ao promotor Francisco Cembranelli. A conclusão é que a
menina foi espancada e morta pelo pai, Alexandre e pela
madrasta, Anna Carolina Trotta Jatobá. O principal motivo,
segundo a polícia, foi ciúmes. Para determinar a motivação do
crime, a polícia se baseou em cerca de 65 depoimentos.
Familiares, vizinhos e importantes testemunhas revelaram a
conturbada vida conjugal de Alexandre e Anna Carolina. (Correio
Brasiliense, 30/04/2008 – internet).
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núcleo núcleo núcleo núcleo
A julgar pelo que foi noticiado no jornal, houve mais um acusado
pela morte da Isabella: Alexandre. Sem a vírgula para separá-lo da
conjunção “e”, têm-se a impressão de que existem três suspeitas: o pai,
Alexandre e a madrasta (Anna Carolina). Na verdade, por ser apenas uma
explicação de quem é o pai da menina morta, o termo “Alexandre” deveria
vir ente vírgulas.
Ainda que a vírgula seja o sinal de pontuação com a maior
frequência nas provas de concurso, convém estudarmos todos aqueles que
são alcançados pelo edital do seu concurso.
VÍRGULA (assinala uma pequena pausa)
I. Entre os termos da oração, serve para:
a) separar elementos coordenados que possuem a mesma
função sintática:
Ex.: Os livros, os cadernos, os lápis e as borrachas estão sobre a
mesa.
Obs.: havendo repetição da conjunção E para separar os
elementos de mesma função sintática, a vírgula pode se repetir.
Ex.: Comprou sapato, e bolsa, e meias.
b) assinalar a omissão do verbo (vírgula vicária):
Ex.: No mar há os peixes; no céu, as estrelas...
c) separar adjuntos adverbiais deslocados:
Ex.: Neste momento, o pelotão se pôs em fuga.
sujeito composto
objeto direto
A vírgula substitui a forma verbal “há”
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objeto direto objeto direto pleonástico
Obs.: aqui, o aluno deve admitir certa flexibilidade, pois há
muitos gramáticos e escritores que não a empregam.
d) separar o aposto explicativo:
Ex.: Jorge Amado, autor de “Jubiabá”, é um excelente
romancista.
e) separar o vocativo:
Ex.: Não toque nesses doces, menino!
f) separar datas de localidades:
Ex.: Brasília, 1º de março de 1985.
g) separar expressões de caráter explicativo (por exemplo;
isto é; ou seja; a saber etc.):
Ex.: Ele consegue, por exemplo, dirigir sozinho.
h) separar conjunções intercaladas:
Ex.: Ela virá; não se sabe, contudo, quando.
i) separar objetos pleonásticos:
Ex.: O relógio, guarda-o no bolso do paletó.
j) separar o predicativo do sujeito invertido ou intercalado:
Ex.: Decepcionado, o torcedor afastou-se lentamente.
O torcedor, decepcionado, afastou-se lentamente.
II. Entre orações, serve para:
a) separar orações coordenadas assindéticas
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sujeito sujeito
Ex.: Pare, olhe, siga.
b) separar as orações coordenadas sindéticas, exceto as
aditivas.
Ex.: Vá, mas volte sempre.
Obs.: usa-se a vírgula para separar orações coordenadas
sindéticas aditivas de sujeitos diferentes ou com repetição da conjunção.
Ex.: Ele foi ao Japão, e ela foi à Itália.
E estuda, e trabalha, e dorme...
Atenção! Casos há em que as típicas conjunções aditivas
introduzem orações adversativas; assim sendo, o emprego da vírgula é
obrigatório.
Ex.: Estudou, e não passou. (semanticamente, a conjunção “e”
tem valor adversativo)
c) separar orações adverbiais antecipadas ou intercaladas
(quando vierem na ordem direta, o emprego será facultativo)
Ex.: Ao anoitecer, saíram.
Saíram ao anoitecer.
Saíram, ao anoitecer.
d) separar orações subordinadas adjetivas explicativas.
Ex.: Jesus Cristo, que também é Deus, ressuscitou.
e) separar as orações intercaladas:
Ex.: Creio, disse ele, que esse é um caso perdido.
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predicado sujeito
sujeito predicado
verbo OD OI
nome
adjunto adnominal
nome complemento nominal
f) separar as orações subordinadas substantivas apositivas:
Ex.: É imprescindível que o país adote duas diretrizes, distribuir
renda e reconstruir o ensino público.
III. Não se usa vírgula
a) entre sujeito e predicado (mesmo quando o sujeito é muito
longo ou vem depois do predicado):
Ex.: Os pequenos filhotes de vira-lata destruíram meu jardim.
Obs.: a intercalação de termos entre o sujeito e o predicado
deve ser marcada por vírgulas, uma antes e outra depois.
Ex.: Os deputados, ontem à tarde, decidiram aceitar o projeto do
presidente da República.
b) entre o verbo e seu complemento (OD ou OI):
Ex.: Entreguei o presente ao aniversariante.
c) entre o nome e seu adjunto ou complemento:
Ex.: A todos os presentes informamos os novos valores dos
produtos que vendemos.
Não há necessidade de tanta estupidez.
d) para isolar o agente da passiva
Ex.: As medidas econômicas foram aprovadas pelo presidente.
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oração subordinada substantiva objetiva indireta
e) para separar as orações subordinadas substantivas (exceto
a apositiva) da sua principal.
Ex.: Duvido de que esse prefeito dê prioridade às questões
sociais.
Veja como essa matéria já foi cobrada em prova.
(...) Os
professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas
dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo
22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é
concedido bônus no salário.
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).
1. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O emprego de vírgula logo após
“alunos” (l. 21) justifica-se por isolar elementos de mesma função
gramatical.
Comentário – Muitos candidatos (e até alguns professores) erraram essa
questão porque confundiram função gramatical com classe gramatical.
Realmente, a classe gramatical das palavras diz respeito ao campo de
estudo da morfologia (substantivo, adjetivo, verbo etc.), e não à área de
atuação da sintaxe (sujeito, adjunto adnominal, adjunto adverbial etc.), e a
vírgula não se presta, rigorosamente, a separar elementos de mesma classe
gramatical. Mas acontece que dizer “função gramatical” é o mesmo que dizer
função sintática.
No item sob análise, as vírgulas separam elementos (“dos
alunos”, “dos pais”) que funcionam como objetos indiretos da forma verbal
“recebem”.
Resposta – Item certo.
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1 Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bem
distante das estatísticas que apontam para uma taxa de
desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu
4 mercado de trabalho nas mãos de empreendedores locais,
formais e informais. Cerca de 30 cidades devem integrar esse
Brasil fora das estatísticas. São exceções e prova viva da
7 força empreendedora do interior e de seu papel empregador.
E representam, ainda, a força do agronegócio, o avanço ao
consumo da classe C e os efeitos na economia dos programas
10 de transferência de renda, afirmou Luiz Carlos Barboza,
diretor do SEBRAE Nacional.
O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações).
2. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A oração que se inicia com “que”
(l. 2) é adjetiva explicativa.
Comentário – O que temos na passagem sob análise (“que apontam para
uma taxa de desocupação em torno de 9%”) é, na verdade, uma oração
subordinada adjetiva restritiva. Isso pode ser percebido não só pelo seu
valor semântico – que restringe o substantivo “estatísticas” –, mas também
pela ausência de vírgulas antecedendo o pronome relativo. Caso a oração
destacada fosse de natureza explicativa, deveria ser delimitada pela vírgula.
Resposta – Item errado.
3. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O emprego de vírgula após
“Barboza” (l. 10) justifica-se por isolar o aposto subseqüente.
Comentário – O termo “diretor do SEBRAE Nacional” nos explica quem é
“Luiz Carlos Barbosa”, servindo como aposto explicativo. Esse tipo de termo
deve surgir obrigatoriamente isolado do restante do texto.
Resposta – Item certo.
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4. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007 – adaptada) Julgue o item abaixo
quanto à correção gramatical.
Elas não entregam mais seus ouvidos e, com eles, os seus votos, aos
chefetes locais. Isso anuncia surpresas importantes nas eleições
municipais de 2008.
Comentário – Observe que, quanto à regência, o verbo “entregaram” é
transitivo direto e indireto. O objeto direto é representado pelas expressões
“seus ouvidos” e “os seus votos”. As vírgulas que surgem entre ele foram
convenientemente empregadas para isolar termo intercalado. O objeto
indireto é representado pela expressão “aos chefetes locais”. A vírgula que
surge antes dele está empregada incorretamente. Não se deve separar o
verbo do seu complemento por meio da pontuação.
Resposta – Item errado.
(...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando
houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora,
os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de
13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e
o partido que não folheia a gramática política acha
naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a
16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e
corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous
exemplares da mesma gramática.
5. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Na linha 13, o emprego de
vírgulas após “propor”, “votar”, “discutir” e “atacar” justifica-se por
isolar expressões de natureza apositiva.
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Comentário – Não há aposto no segmento de texto indicado pela banca
examinadora. As vírgulas foram empregadas para separar elementos de
mesma natureza sintática dispostos coordenadamente.
Resposta – Item errado.
(...) Ela se alimenta,
também, dos consensos que consegue estabelecer sobre
7 algumas grandes questões nacionais, as que possibilitam
precisamente que o país adote uma rota de crescimento
econômico, desenvolvimento social e pleno respeito à
10 liberdade.
Denis Lerrer Rosenfield. O Globo, 27/11/2006, p. 7 (com adaptações).
6. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego de vírgula após
“econômico” (l. 9) justifica-se por separar elementos de mesma função
gramatical componentes de uma enumeração.
Comentário – Os termos “crescimento econômico”, “desenvolvimento
social” e “pleno respeito à liberdade” funcionam como adjunto adnominal do
substantivo “rota” e estão coordenados entre si.
Resposta. Item certo.
(...)
Em seu clássico A Metodologia da Ciência
Econômica (1953), tornou clara a diferença entre ciência
10 econômica e economia política. A primeira seria formada por
hipóteses empiricamente refutáveis, enquanto a segunda, por
prescrições baseadas em juízos de valor.
Paulo Guedes. O Globo, 27/11/2009, p. 7 (com adaptações)
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7. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego da vírgula após
“segunda” (l. 11) justifica-se pela elipse da repetição da expressão
“seria formada” (l. 10).
Comentário – Entre as finalidades da vírgula, está a que indica a omissão
do verbo. Foi isso que aconteceu na passagem em análise. Observe como
ficaria a mesma passagem se optássemos por escrever a locução verbal: A
primeira seria formada por hipóteses empiricamente refutáveis, enquanto a
segunda seria formada por prescrições baseadas em juízos de valor.
Resposta – Item certo
(...)
Quando se trata de crescimento sustentado, a teoria
7 econômica indica que o resultado positivo é fruto de dois
tipos de ação: aumento da produtividade ou acumulação de
capital (físico e humano).
(...)
Folha de S.Paulo, 1º/12/2006 (com adaptações).
8. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego da vírgula após
“sustentado” (l. 6) justifica-se por isolar oração subordinada anteposta
à principal.
Comentário – De fato, a oração “Quando se trata de crescimento
sustentado” é subordinada à oração principal “a teoria econômica indica” e
classifica-se como adverbial temporal. Sua antecipação torna obrigatório o
emprego da vírgula.
Resposta – Item certo.
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Breve histórico
1 A idéia de criação de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira
vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de Felisberto
Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de José Inácio Borges, que
4 apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império. (...)
Conheça o TCU. Internet:<http://www.tcu.gov.br>. Acesso em 10/4/2005 (com adaptações).
9. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) O emprego da vírgula
antes de “que” (l.3) justifica-se pelo valor restritivo da oração adjetiva
que esse pronome introduz.
Comentário – Lembre-se de que orações subordinadas adjetivas restritivas
não são isoladas de suas orações principais por vírgula ou por qualquer
outro sinal de pontuação. Na verdade, a oração destacada tem claro valor
semântico explicativo, o qual justifica o emprego da vírgula antes do
pronome relativo “que”.
Resposta – Item errado.
A montanha mágica
(...)
A Montanha Mágica é um romance muito antigo.
Mas, sendo antigo, de repente, é atual, por causa da metáfora
viva que contém e que os sábios do Fórum Econômico
25 Mundial ressuscitaram. Que mágica se pode fazer na
montanha de dinheiro acumulado pelo hipercapitalismo para
sanar os males que corroem as vísceras de nossa comunidade?
28 Penso se o mundo não foi sempre um sanatório em Davos.
Affonso Romano de Sant’anna, Correio Braziliense, 6/2/2005 (com adaptações).
10. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) É facultativo o emprego
da vírgula imediatamente após “Mas” (l.23).
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Comentário – A oração iniciada pela conjunção adversativa “Mas” (“Mas é
atual”) encontra-se intercalada por uma oração reduzida de gerúndio
(“sendo antigo) e também por um adjunto adverbial (“de repente”). Uma
das funções da vírgula é justamente delimitar, obrigatoriamente,
intercalação de orações.
Resposta – Item errado.
(...)
Não me resolveria, é claro, a pôr em prática no
10 segundo ano de administração a equidade que torna o
imposto suportável. Adotei-a logo no começo. A receita em
1928 cresceu bastante. E, se não chegou à soma agora
13 alcançada, é que me foram indispensáveis alguns meses para
corrigir irregularidades muito sérias, prejudiciais à
arrecadação.
Graciliano Ramos. 2º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do
município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.
Record/Fundação de Cultura de Recife, 1994, p. 51.
11. (Cespe/SEFAZ-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) A colocação de
vírgula logo após “equidade” (l.10) não prejudicaria a correção
gramatical nem alteraria o sentido original do texto.
Comentário – A vírgula depois de “equidade” transformaria a oração
adjetiva restritiva em explicativa. Isso não causaria incorreção gramatical;
mas alteraria o sentido original do texto. Com a vírgula, a oração “que torna
o imposto suportável” deixa de particularizar o significado de “equidade” e o
generaliza. Com a vírgula, a informação é a de que toda e qualquer
equidade torna o imposto suportável.
Resposta – Item errado.
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1 A questão mais importante para entender a reforma
tributária é saber por que a estamos propondo. Não é um
projeto que sai do nada, mas que herda muito das discussões
4 realizadas sobre o tema desde o início da década passada no
Brasil. Naturalmente este tem algumas diferenças em relação
aos projetos anteriores. A principal é que prevê um prazo
7 longo de transição, um modelo importante para viabilizar
política e tecnicamente sua implantação.
Bernard Appy. Mudanças favorecem o crescimento. In: Cadernos
de Problemas Brasileiros, nº 391, jan./fev./2009 (com adaptações).
12. (Cespe/SEFAZ-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Assinale a opção em
que a colocação de vírgula(s) em trecho do texto atende à prescrição
gramatical e preserva o sentido original.
A) A questão, mais importante para entender a reforma tributária é, saber
por que a estamos propondo. (l.1-2)
B) Não é um projeto, que sai do nada, mas que herda muito, das
discussões realizadas sobre o tema, desde o início da década passada
no Brasil. (l.2-5)
C) Naturalmente, este tem algumas diferenças em relação aos projetos
anteriores. (l.5-6)
D) A principal é que prevê um prazo longo de transição, um modelo,
importante para viabilizar política e tecnicamente, sua implantação.
(l.6-8)
Comentário – Alternativa A: o sujeito da locução “é saber” é toda a
expressão “A questão mais importante para entender a reforma tributária”.
Ambos (sujeito e locução verbal) foram indevidamente fragmentados pelas
vírgulas.
Alternativa B: a primeira vírgula serviu para isolar a oração
“que sai do nada” e imprimir a ela um caráter explicativo, diferente do
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sentido restritivo original. Além disso, a terceira vírgula separou
indevidamente o verbo “herda” do seu complemento “das discussões
realizadas sobre o tema”. A última não gera problemas ao texto, pois isola
segmento de caráter adverbial (mesmo estando no final do período, é
possível que venha depois de vírgula).
Alternativa C: O vocábulo “Naturalmente” funciona como
adjunto adverbial. Sua antecipação recomenda o emprego da vírgula, que
pode até ser dispensado quando o adjunto adverbial é pequeno e não
constitui uma oração. É por isso que no original ele não surgiu isolado.
Alternativa D: a primeira vírgula separou o nome “modelo”
do seu adjunto “importante”, o que não deve ocorrer. A segunda separou
indevidamente o verbo “viabilizar” do seu objeto: “sua implantação”. Que
fique bem claro que a vírgula não deve separar o nome do adjunto nem do
complemento, e nem o verbo do seu objeto.
Resposta – C
1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos
modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta
como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a
4 própria ideia de democracia.
(...)
Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade.
Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações).
13. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na linha 3, seriam preservadas as relações
semânticas do texto, a coerência da argumentação e a correção
gramatical, caso fossem retiradas a expressão “a saber” e a vírgula que
a precede.
Comentário – Para confirmar a veracidade do que a banca alega, sugiro
reescrever a passagem já com as alterações.
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Um governo, ou uma sociedade, nos tempos modernos, está
vinculado a um pressuposto que se apresenta como novo
em face da Idade Antiga e Média: a própria ideia de
democracia.
Verifica-se, assim, que a retirada da expressão “a saber” e
da vírgula não prejudica o texto em nada. Lembre-se de que a vírgula é
empregada para separar expressões de caráter explicativo (por exemplo;
isto é; ou seja; a saber etc.). Uma vez que a expressão “a saber” foi
eliminada do trecho, perdeu a vírgula sua finalidade.
Resposta – Item certo.
PONTO
I. Em relação ao mesmo parágrafo, é empregado no final de
cada período, indicando uma pausa mais longa entre as frases.
Ex.: A menina abriu os olhos pasmada. Suavemente avisado, o
cachorro estacou diante Del. Sua língua vibrava. Ambos se olhavam. (Clarice
Lispector)
II. Em relação a parágrafos distintos, assinala a passagem de
um conjunto de idéias a outro de natureza diversa.
Ex.: A monarquia se enterrava. Revogou-se, portanto, o exílio
dos Braganças, trouxeram-me para cá os ossos do velho monarca e de sua
esposa. E recebeu-se a visita do Rei Alberto, a quem ofereceram festas
magníficas.
As finanças do Brasil não iam mal, permitiam despesas de
vulto. Iniciaram-se então as obras contra a seca do Nordeste, que logo
foram interrompidas. (Graciliano Ramos)
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Veja como a matéria foi cobrada em prova.
1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não
adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.
É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes
4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras
jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas
dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco
7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que
até agora sequer foi pleiteado. (...)
Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).
14. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Na linha 1, a substituição do sinal
de dois-pontos por ponto final, com a modificação de inicial minúscula
para maiúscula na palavra “não”, prejudica a correção gramatical do
texto.
Comentário – O segmento “não adianta debater uma agenda mirabolante,
com 40 ou 50 temas” tem caráter esclarecedor e conclui o que foi dito
anteriormente. O emprego do ponto final, com o devido ajuste, indica uma
pausa mais longa entre as frases. Eis a reescritura sugerida pela banca
examinadora: Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco. Não adianta
debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.
Resposta – Item errado.
1 O poder político é produto de uma convenção, não
da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,
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na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de
7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao
contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade
conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da
10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à
preservação da propriedade.
(...)
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,
ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).
15. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 10, preserva-se a correção
gramatical do texto ao se substituir o ponto logo depois da palavra
“espécie” pelo sinal de dois-pontos, fazendo-se o necessário ajuste da
letra inicial maiúscula da preposição “De”.
Comentário – Vamos fazer o que o examinador disse: “De um lado, a
sociedade conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da espécie:
de outro lado, a sociedade política visa à preservação da propriedade”. O
que você achou? Ficou esquisito, não é mesmo?
O segmento anunciado pelos dois-pontos não constitui uma
citação – Disse Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida; ninguém vem
ao Pai senão por mim”. (João 14:6) –, não se caracteriza por ser o discurso
direto de um personagem:
Sempre que o professor entra em sala ele diz:
– Essa moleza vai acabar.
–, não é uma enumeração – A dupla articulação da linguagem
caracteriza-se: a) pela combinação e b) pela comutação. – e não esclarece
ou explica foi dito anteriormente – Todos já sabiam: ele não seria eleito. –,
não é uma oração subordinada substantiva apositiva – Só espero uma
coisa: que você estude.
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No mesmo parágrafo, o ponto no final de cada período é
mesmo indicado para exprimir uma pausa mais longa entre as frases.
Resposta – Item errado.
PONTO DE INTERROGAÇÃO
I. Usado nas interrogações diretas.
Ex.: Fazer o quê? O vazamento se dava entre o soalho e o forro,
não havia acesso possível. Onde descobrir um bombeiro em Londres, num
sábado à noite? (Fernando Sabino)
PONTO DE EXCLAMAÇÃO
I. Usa-se nos enunciados de entonação exclamativa, depois
de interjeições, vocativos, verbos no imperativo.
Ex.: Que linda manhã!
Ai! Essa doeu.
Filho! Vem aqui.
Avançar!
PONTO E VÍRGULA (pausa intermediária entre o ponto e a vírgula)
I. O emprego deste sinal de pontuação depende muito do
contexto. Em geral, podemos seguir as orientações abaixo quanto ao seu
uso:
a) para separar, numa série, elementos que já estão
anteriormente separados por vírgula, a fim de ressaltar a hierarquia das
informações:
Ex.: Encontramos na reunião: José, o presidente; Pedro, o vice;
Carlos, o primeiro-secretário; Francisco, o tesoureiro; e outros convidados.
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b) para separar enumeração após dois pontos:
Ex.: Os alunos devem respeitar a seguintes regras:
– não fumar dentro do colégio;
– não fazer algazarras durante o intervalo;
– respeitar os funcionários e os colegas;
– trazer sempre o material escolar.
c) para separar as orações coordenadas sindéticas com
conjunção intercalada:
Ex.: Apressou-se; não chegou, porém, a tempo.
Veja como esta matéria foi cobrada em prova.
1 Quando o ritmo de vida se acelerou? Alguns juram que foi
a partir de 1995, com a chegada da Internet ao Brasil e sua avalancha
de informação. A verdade é que a culpa acabará genericamente
4 atribuída à tecnologia. Foi ela que nos viciou na vida de tempo real,
nos supermercados 24 horas, no acesso à informação farta, exata e
imediata. Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,
7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência
prematura de seus produtos. (...)
Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida
Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).
16. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) Preservam-se a
coerência da argumentação bem como a correção gramatical do texto
ao se substituir a vírgula logo depois de “modismos” (l. 6) por ponto-e-
vírgula.
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Comentário – A vírgula empregada imediatamente após o vocábulo
“modismo” serve para destacar a oração reduzida de particípio “Obcecados
por conveniência, velocidade e modismos”, que surgiu antecipada. O
emprego do ponto e vírgula faria surgir leve desvio gramatical, por separar
incorretamente a oração subordinada de sua principal. Releia as orientações
sobre os casos recomendados de emprego do ponto e vírgula.
Resposta – Item errado.
1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não
adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.
É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes
4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras
jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas
dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco
7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que
até agora sequer foi pleiteado. (...)
Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).
17. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) O emprego de sinal de ponto e
vírgula (l. 4-5) justifica-se por isolar elementos de uma enumeração.
Comentário – As orações “concluir a união aduaneira”, “eliminar barreiras
jurídicas e monetárias” e “facilitar os negócios entre as empresas dos
países-membros” constituem enumeração das “prioridades”.
Resposta – Item certo.
(...)
Modernidade seria assegurar a todos os habitantes
do país um padrão de vida compatível com o pleno exercício
13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um
modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população
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alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo,
16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que
pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação
rápida e democrática da justiça; são instituições públicas
19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões
econômicas.
Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).
18. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego do sinal de ponto-e-vírgula,
no último período sintático do texto, apresenta a dupla função de deixar
claras as relações sintático-semânticas marcadas por vírgulas dentro do
período e deixar subentender “Modernidade” (l.16) como o sujeito de “é
sistema” (l.17), “são instituições” (l.18) e “é o controle” (l.19).
Comentário – Eis o último período sintático do texto: “Modernidade, para
os que pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação rápida e
democrática da justiça; são instituições públicas sólidas e eficazes; é o
controle nacional das decisões econômicas”.
A clareza a que a banca examinadora se refere tem a ver
com os termos que já estão separados pelas vírgulas. Como elas já foram
utilizadas para marcar o isolamento de termos internos pertencentes a um
mesmo segmento (“Modernidade, para os que pensam assim, é sistema
judiciário eficiente, com aplicação rápida e democrática da justiça”), o sinal
de ponto e vírgula serviu então para acentuar a relação existente entre as
orações coordenadas constituídas por “é sistema”, “são instituições”, “é o
controle” e o sujeito delas: “Modernidade”.
Repare que a clareza das relações sintático-semânticas não
seria acentuada se, em todo o período, fossem utilizadas apenas vírgulas:
“Modernidade, para os que pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com
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aplicação rápida e democrática da justiça, são instituições públicas sólidas e
eficazes, é o controle nacional das decisões econômicas”.
Resposta – Item certo.
(...) Os sintomas são conhecidos: uma
10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar
a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões
contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na
13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão
distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos,
fracos ou simplesmente estúpidos.
(...)
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta
Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).
19. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Nas linhas 11, 12 e 13, o uso do sinal de
ponto e vírgula, para separar termos de enumeração, preserva a
hierarquia de informações, já que há necessidade de emprego de
vírgula na estruturação sintática de alguns desses termos.
Comentário – Você deve notar que o Cespe explora frequentemente a
utilização de ponto e vírgula e de travessões para acentuar a hierarquia de
informações constantes num período, principalmente quando há elementos
intercalados e já separados por vírgulas. Realmente, em casos semelhantes,
a utilização de travessão e de ponto e vírgula torna as relações sintáticas
mas claras.
Resposta – Item certo.
DOIS-PONTOS
I. Antes de uma citação.
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Ex.: Disse Jesus: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida;
ninguém vem ao Pai senão por mim”. (João 14:6)
II. Para introduzir a fala de uma personagem, no discurso
direto.
Ex.: Sempre que o professor entra em sala ele diz:
– Essa moleza vai acabar.
III. Antes de uma enumeração.
Ex.: A dupla articulação da linguagem caracteriza-se: a) pela
combinação e b) pela comutação.
IV. Para esclarecer, explicar ou concluir o que foi dito.
Ex.: Todos já sabiam: ele não seria eleito.
V. Para separar uma oração subordinada substantiva
apositiva.
Ex.: Só espero uma coisa: que você estude.
Veja como esta matéria foi cobrada em prova.
1 Quando o ritmo de vida se acelerou? Alguns juram que foi
a partir de 1995, com a chegada da Internet ao Brasil e sua avalancha
de informação. A verdade é que a culpa acabará genericamente
4 atribuída à tecnologia. Foi ela que nos viciou na vida de tempo real,
nos supermercados 24 horas, no acesso à informação farta, exata e
imediata. Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,
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7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência
prematura de seus produtos. (...)
Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida
Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).
20. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) Preservam-se a
coerência da argumentação bem como a correção gramatical do texto
ao se substituir o ponto empregado logo depois de “tecnologia” (l. 4)
pelo sinal de dois-pontos, escrevendo-se a palavra seguinte com letra
minúscula.
Comentário – A informação contida no fragmento textual “Foi ela que nos
viciou na vida de tempo real, nos supermercados 24 horas, no acesso à
informação farta, exata e imediata” fornece-nos o esclarecimento, a
explicação ou conclusão do que foi dito no período anterior. Não há,
portanto, prejuízo para a coerência da argumentação nem para a correção
gramatical ao empregar os dois pontos em substituição ao ponto, o qual faz
surgir uma pausa maior entre os dois períodos.
Resposta – Item certo.
(...) Os
professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas
dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo
22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é
concedido bônus no salário.
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).
21. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Na linha 20, o sinal de dois-pontos
é empregado para indicar que, subseqüentemente, há uma explicação.
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Comentário – O segmento “recebem notas dos alunos, dos pais e do diretor
e ainda outra pelo cumprimento das metas acadêmicas” esclarece quais são
as quatro frentes de avaliação dos professores.
Resposta – Item certo.
(...)
7 A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre
o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe
é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações
10 com as instituições e nas relações que estabelecemos com os
outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma
unidade fechada em si mesma, como Homo clausus.
(...)
Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia.
In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações).
22. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego do sinal de dois-pontos, na
linha 9, anuncia que uma consequência do que foi dito é explicitar a
pergunta proposta pela sociologia.
Comentário – Volte ao item IV e confirme que os dois pontos servem para
esclarecer, explicar ou concluir o que foi dito. No texto, eles introduzem a
indagação da sociologia a respeito da concepção com que ela trabalha.
Resposta – Item certo.
RETICÊNCIAS
I. Para indicar certa indecisão, dúvida, surpresa na fala da
personagem.
Ex.: Jaó! Diga-me... você... me traiu?
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II. Para indicar que, em um diálogo, a fala de uma
personagem foi interrompida pela fala de outra.
Ex.: – Já que todos deram sua opinião...
– Um momento, seu presidente, ainda falta eu.
III. Para sugerir ao leitor que complete a frase dita.
Ex.: Quem não se comunica...
IV. Para indicar, em uma citação, que alguns trechos foram
suprimidos.
Ex.: “Vou contar aos senhores (...), principiou Alexandre
amarrando o cigarro de palha.” (Graciliano Ramos)
TRAVESSÃO
I. Nos diálogos, marca a mudança de interlocutor.
Ex.: – Quais são os símbolos da pátria?
– Que pátria?
– Da nossa pátria, ora bolas! (Paulo Mendes Campos)
II. Serve para isolar palavras, expressões explicativas, frases
intercaladas.
Ex.: Mesmo com o tempo revoltoso – chovia, parava, chovia,
parava outra vez... – a claridade devia ser suficiente p’ra mulher ter
avistado mais alguma coisa. (Mário Palmério)
Atenção! Uso de travessões em vez de vírgulas
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Muitas vezes, as vírgulas são substituídas por travessões. Isso
confere modernidade ao texto, além de deixá-lo mais claro. Veja:
1) E aquelas que ainda não tiveram a sua oportunidade – a sua
hora e sua vez, como diria mestre Rosa – ficam num desespero de
"aparecer", de "vencer", de "ser alguém". (Ser alguém, Rachel de Queiroz)
2) Hoje é dia de falar das sogras, essas santas senhoras tão mal
compreendidas neste mundo de Deus. Acredite em tudo o que você sempre
ouviu falar de mal delas, que são perigosas; a melhor política, já que não se
pode matá-la – ainda –, é a distância. (Danuza Leão. Sogra X Sogra)
3) Como temos pouco poder e voz na arena internacional – e
temos cada vez menos –, os maus resultados por fazer a coisa certa de
maneira errada (para não dizer, errática, como no Mercosul, por exemplo)
permanecem restritos ao nosso território e pesam apenas sobre os nossos
próprios ombros. (...) E seu governo, em vez de fazer certa a coisa -
destravando os investimentos, para fazer a coisa certa, aumentar o
crescimento -, optou por um choque de demanda: (...). (Marco Antonio
Rocha. O crescimento do Peru no pires. In: Estadão, 5/2/2007)
4) Ironia das ironias, o CMN (Conselho Monetário Nacional)
decidiu, alguns dias antes da semana do consumidor – comemora-se neste
15 de março o Dia Internacional do Consumidor –, reduzir o rendimento das
cadernetas de poupança e, por tabela, do FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço). (Maria Inês Dolci. Balas perdidas contra o consumido.
In: Folha, 13/32007)
5) Primeiro, partindo do fato de que os êxitos da medicina estão
eliminando infecções que são das causas mais freqüentes de mortes – e com
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isso alongam a vida média das pessoas –, coloca-se esta questão: a
contrapartida da vida mais longa costuma ser a convivência com doenças
crônicas, degenerativas e/ou desabilitantes; O que é mesmo a morte? E a
vida? (Washington Novaes. In: Estadão, 1/2/2008)
Você deve ter observado que, nos exemplos 3, 4 e 5, após o
travessão, há vírgula. Por quê? Experimente tirar o que está entre os
travessões. Você verá que a vírgula é obrigatória.
Veja como essa matéria foi cobrada em prova.
1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos.
Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido
vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se
4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita
minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de
minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que
7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem
era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante.
Continuou praticamente o sistema da lavra única.
(...)
Machado de Assis. A Semana. Obra completa,
v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.
23. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Se os travessões das linhas 7 e 8
forem substituídos por vírgulas, o período fica incorreto.
Comentário – Que tal reescrevermos a passagem de acordo com o que a
prova propõe?
Não pegou bem, ou porque a porcentagem era pequena, ou
porque a planta não tinha força bastante.
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Tanto os travessões como as vírgulas podem ser
empregados para isolar palavras, expressões explicativas, frases
intercaladas.
Resposta – Item errado.
1 Num país territorialmente gigante, em que a censura
restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a Internet
tende a se tornar a ferramenta de maior integração nacional ao
4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos
variados, mas que têm apenas um tipo de escrita. A China ganha
100 novos internautas por minuto. É o segundo país com mais
7 usuários online no mundo — cerca de 162 milhões —, atrás
apenas dos Estados Unidos da América (EUA), onde há quase
200 milhões.
Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptações).
24. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) Na linha 7, preservam-
–se a correção gramatical e a coerência textual ao se retirarem os sinais
de travessão, inserindo-se uma vírgula logo após “mundo”.
Comentário – Diante de questões que tratam de reescritura de fragmentos
de textos com substituições indicadas pela banca examinadora, minha
opinião é que você seja cauteloso, “arregace as mangas” e faça o que é
proposto, se não tiver certeza imediata da resposta.
“É o segundo país com mais 7 usuários online no mundo,
cerca de 162 milhões, atrás apenas dos Estados Unidos da
América (EUA), onde há quase 200 milhões.”
Percebeu que a expressão “cerca de 162 milhões”,
inicialmente entre travessões e agora entre vírgulas, possui caráter
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explicativo? A vírgula e os travessões podem ser empregados com a
finalidade de isolar expressões dessa natureza.
Resposta – Item certo.
1 O uso do espaço público nas grandes cidades é um
desafio. Sobretudo porque algumas regras básicas de boa
convivência não são respeitadas. Por exemplo, tentar sair de
4 um vagão do metrô com a multidão do lado de fora querendo
entrar a qualquer preço, sem esperar e dar passagem aos
demais usuários. Ou andar por ruas sujas de lixo, com fezes
7 de cachorro e cheiro de urina. São situações que transformam
o convívio urbano em uma experiência ruim. A saída é a
educação. Convencidos disso, empresas e governos estão
10 bombardeando a população com campanhas de
conscientização — e multas, quando só as advertências não
funcionarem. Independentemente da estratégia, o senso de
13 urgência para uma mudança de comportamento na sociedade
brasileira veio para ficar.
(...)
Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão.
In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações).
25. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 11, a presença da conjunção “e”
torna desnecessário o uso do travessão, que tem apenas a função de
enfatizar a aplicação de “multas”; por isso, a retirada desse sinal de
pontuação não prejudicaria a correção nem a coerência do texto.
Comentário – A retirada do travessão prejudicaria a coerência do texto.
Note: “Convencidos disso, empresas e governos estão bombardeando a
população com campanhas de conscientização e multas, quando só as
advertências não funcionarem”. Sem a devida pontuação, informa-se que o
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bombardeio é com campanhas de conscientização e multas – noção de
concomitância –, o que não é verdade. O texto afirma que “A saída é a
educação”; as multas ocorrem somente se “as advertências não
funcionarem” – elas são uma consequência, uma atitude extrema.
Resposta – Item errado.
(...)
7 No estado de repouso e de movimento dos objetos — esta
casa parada, aquela pedra atirada que cai, o movimento do
sol, da lua, no céu — estão intimamente associados
10 os conceitos de lugar que ocupam sucessivamente os
corpos, de espaço e de tempo.
(...)
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).
26. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) O uso dos travessões,
nas linhas 7 e 9, marca a inserção de uma informação que também
poderia ser assinalada por duas vírgulas; mas, nesse caso, o texto não
deixaria clara a hierarquia de informações em relação aos termos da
enumeração já separados por vírgulas.
Comentário – A afirmação está correta. Para isolar palavras, expressões
explicativas, frases intercaladas, você pode utilizar tanto travessões quanto
vírgulas, e até parêntese.
Quero que você perceba que os travessões podem
conferir mais clareza à frase, principalmente quando o segmento isolado
já contém termos separados por vírgulas. Compare o texto original com a
reescritura abaixo, em que foram utilizadas vírgulas no lugar dos travessões.
“No estado de repouso e de movimento dos objetos, esta
casa parada, aquela pedra atirada que cai, o movimento do
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sol, da lua, no céu, estão intimamente associados os
conceitos de lugar que ocupam sucessivamente os corpos,
de espaço e de tempo.”
Dessa forma, a hierarquia de informações não é ressaltada.
O Cespe gosta de explorar essa relação. Fique atento.
Resposta – Item certo.
PARÊNTESES
I. Nas indicações bibliográficas.
Ex.: “Sede assim qualquer coisa serena, isenta, fiel.”
(MEIRELLES, Cecília. Flor de poemas. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1972,
p. 109.)
II. Nas indicações cênicas dos textos teatrais.
Ex.: – Mãos ao alto! (João automaticamente levanta as mãos,
com os olhos fora das órbitas. Amália se volta.) (G. Figueiredo)
III. Para isolar termos e orações intercaladas de natureza
semântica explicativa.
Ex.: “... e a jovem (ela tem dezenove anos) poderia mordê-lo,
morrendo de fome.” (Clarice Lispector)
Veja como a matéria foi cobrada em prova.
27. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Assinale a opção que apresenta
erro de pontuação.
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A) Pela primeira vez, a população de Belo Horizonte vai poder escolher,
por meio da Internet, as obras que serão executadas na cidade.
Disponível no período de 1.º a 30 de novembro, a nova modalidade,
conhecida por Orçamento Participativo Digital, tem parceria entre a
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) e o Tribunal Regional
Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).
B) O novo sistema baseia-se em dados fornecidos pelo TRE-MG à PBH
(quantitativo de eleitores, número do título de eleitor etc.), e foi
solicitado pelo prefeito de BH, Fernando Pimentel, há cerca de seis
meses, ao então presidente da instituição, Armando Pinheiro Lago.
C) O voto via Internet será permitido apenas para aqueles com domicílio
eleitoral na capital (aproximadamente 1,7 milhão de pessoas), que
poderão decidir pelo conjunto de nove obras (quatro em cada regional)
que serão feitas no município em um prazo máximo de dois anos.
D) Para votar, o cidadão deve entrar no sítio da PBH. Quem não tiver
acesso à Internet em casa pode ir até um dos 175 postos públicos
montados, pela PBH onde haverá monitores para ajudar aqueles que
não estão acostumados a lidar com computador.
Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>.
Comentário – Na alternativa A, a primeira vírgula foi empregada para isolar
adjunto adverbial antecipado – “Pela primeira vez”. A segunda e a terceira
foram usadas para isolar adjunto adverbial (“por meio da Internet”) que se
intercala entre o verbo e o seu complemento. No segundo período, as
vírgulas também foram utilizadas corretamente: para isolar o segmento
“Disponível no período de 1º a 30 de novembro”, de valor semântico
explicativo e deslocado, e para isolar oração subordinada adjetiva explicativa
(“conhecida por Orçamento Participativo Digital”).
Na alternativa B, os parênteses foram convenientemente
usados para isolar termo que funcionam como aposto. Dentro deles, as
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vírgulas foram empregadas para separar termos que desempenham a
mesma função sintática ou gramatical. A vírgula que se segue ao último
parêntese não é obrigatória, por separar oração coordenada sindética aditiva
cujo sujeito é igual ao da oração anterior. Ressalte-se que, embora
dispensável, o emprego dela não constitui erro de pontuação e ocorreu por
motivo de ênfase. O termo “Fernando Pimentel” é aposto explicativo e deve,
por isso mesmo, ser obrigatoriamente delimitado por meio da pontuação.
Em seguida, houve o isolamento do adjunto adverbial “há cerca de seis
meses”. Por último, há a separação de outro aposto: “Armando Pinheiro
Lago”.
Na alternativa C, os parênteses destacam segmento de valor
semântico explicativo; a vírgula, oração subordinada adjetiva explicativa. O
surgimento de expressão de caráter explicativo dentro da oração adjetiva
torna obrigatório o isolamento daquela.
Na alternativa D, o emprego da primeira vírgula ocorre para
isolar oração subordinada adverbial reduzida de infinitivo (“Para votar”). Já a
segunda vírgula não deveria ser usada, pois separa o agente da passiva
(“pela BH”), o que é proibido. Ela deveria ser deslocada para antes do
pronome relativo “onde”, que inicia oração subordinada adjetiva explicativa.
Resposta – D
O real não é constituído 1 por coisas. Nossa
experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar
que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),
4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à
nossa percepção e às nossas vivências. Assim, por exemplo,
costumamos dizer que uma montanha é real porque é uma
7 coisa. No entanto, o simples fato de que uma coisa possua um
nome e de que a chamemos montanha indica que ela é, pelo
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menos, uma coisa-para-nós, isto é, que possui um sentido em
10 nossa experiência.
(...)
Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).
28. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Como, no primeiro parágrafo, os
parênteses demarcam a inserção de uma informação, a sua substituição
por duplo travessão preservaria a coerência e a correção do texto.
Comentário – A informação referida, “sejam elas naturais ou humanas”,
possui no contexto valor semântico explicativo, por isso surgiu isolada pelos
parênteses. Que não reste dúvidas de que os parênteses, os travessões e as
vírgulas podem isolar termos e orações intercaladas de natureza semântica
explicativa.
Resposta – Item certo.
ASPAS
I. Para indicar citações.
Ex.: “Viver é lutar”, disse Gonçalves Dias.
II. Para assinalar neologismos, estrangeirismos, gírias etc.
Ex.: Havia um “play-ground” excelente.
Ele era o que mais “colava” na prova.
III. Citar títulos de obras artísticas ou científicas.
Ex.: “Vidas Secas” ganhou vários prêmios.
IV. Para indicar ironia.
Ex.: Com um “amigo” desses...
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Veja como esta matéria já foi cobrada em prova.
1 Mário de Andrade assim justificou a necessidade de
aprofundar o estudo etnológico: “Nós não precisamos de
teóricos (...) Precisamos de moços pesquisadores que vão à
4 casa recolher com seriedade e de maneira completa o que esse
povo guarda, e rapidamente esquece, desnorteado pelo
progresso invasor (...).” (...)
Mariana Albanese. Op. cit., p. 19 e 23.
29. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) O emprego de aspas justifica-se
por isolar uma citação.
Comentário – O fragmento textual entre aspas indica as palavras de Mário
de Andrade transcritas pela autora do texto.
Resposta – Item certo.
(...)
7 A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre
o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe
é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações
10 com as instituições e nas relações que estabelecemos com os
outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma
unidade fechada em si mesma, como Homo clausus.
13 Estaríamos envolvidos, constantemente, em tramas
complexas de internalização do “exterior” e, também, de
rejeição ou negociação próprias e singulares do “exterior”.
(...)
Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia.
In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações).
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30. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego das aspas nos termos das
linhas 8, 14 e 15 ressalta, no contexto, o valor significativo não usual
desses termos.
Comentário – Leia o trecho e verifique que nele as palavras destacadas não
possuem sentido irônico, não constituem citações, neologismos,
estrangeirismos nem dão títulos a obras artísticas ou científicas. Na verdade,
a questão revela outra funcionalidade das aspas: realçar o valor significativo
de palavras no contexto em que se inserem.
Resposta – Item certo.
Por hoje é só. Na próxima aula, conversaremos sobre
concordância. Até lá!
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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
(...) Os
professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas
dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo
22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é
concedido bônus no salário.
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).
1. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O emprego de vírgula logo após
“alunos” (l. 21) justifica-se por isolar elementos de mesma função
gramatical.
1 Um Brasil com desemprego zero. Um Brasil bem
distante das estatísticas que apontam para uma taxa de
desocupação em torno de 9%. E um Brasil que coloca o seu
4 mercado de trabalho nas mãos de empreendedores locais,
formais e informais. Cerca de 30 cidades devem integrar esse
Brasil fora das estatísticas. São exceções e prova viva da
7 força empreendedora do interior e de seu papel empregador.
E representam, ainda, a força do agronegócio, o avanço ao
consumo da classe C e os efeitos na economia dos programas
10 de transferência de renda, afirmou Luiz Carlos Barboza,
diretor do SEBRAE Nacional.
O Globo, 6/4/2008, p. 33 (com adaptações).
2. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) A oração que se inicia com “que”
(l. 2) é adjetiva explicativa.
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3. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) O emprego de vírgula após
“Barboza” (l. 10) justifica-se por isolar o aposto subseqüente.
4. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007 – adaptada) Julgue o item abaixo
quanto à correção gramatical.
Elas não entregam mais seus ouvidos e, com eles, os seus votos, aos
chefetes locais. Isso anuncia surpresas importantes nas eleições
municipais de 2008.
(...) Sócrates aconselhava ao legislador que quando
houvesse de legislar tivesse em vista a terra e os homens. Ora,
os homens aqui amam o governo e a tribuna, gostam de
13 propor, votar, discutir, atacar, defender e os demais verbos, e
o partido que não folheia a gramática política acha
naturalmente que já não há sintaxe; ao contrário, o que tem a
16 gramática na mão julga a linguagem alheia obsoleta e
corrupta. O que estamos vendo é a impressão em dous
exemplares da mesma gramática.
5. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Na linha 13, o emprego de
vírgulas após “propor”, “votar”, “discutir” e “atacar” justifica-se por
isolar expressões de natureza apositiva.
(...) Ela se alimenta,
também, dos consensos que consegue estabelecer sobre
7 algumas grandes questões nacionais, as que possibilitam
precisamente que o país adote uma rota de crescimento
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econômico, desenvolvimento social e pleno respeito à
10 liberdade.
Denis Lerrer Rosenfield. O Globo, 27/11/2006, p. 7 (com adaptações).
6. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego de vírgula após
“econômico” (l. 9) justifica-se por separar elementos de mesma função
gramatical componentes de uma enumeração.
(...)
Em seu clássico A Metodologia da Ciência
Econômica (1953), tornou clara a diferença entre ciência
10 econômica e economia política. A primeira seria formada por
hipóteses empiricamente refutáveis, enquanto a segunda, por
prescrições baseadas em juízos de valor.
Paulo Guedes. O Globo, 27/11/2009, p. 7 (com adaptações)
7. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego da vírgula após
“segunda” (l. 11) justifica-se pela elipse da repetição da expressão
“seria formada” (l. 10).
(...)
Quando se trata de crescimento sustentado, a teoria
7 econômica indica que o resultado positivo é fruto de dois
tipos de ação: aumento da produtividade ou acumulação de
capital (físico e humano).
(...)
Folha de S.Paulo, 1º/12/2006 (com adaptações).
8. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) O emprego da vírgula após
“sustentado” (l. 6) justifica-se por isolar oração subordinada anteposta
à principal.
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Breve histórico
1 A idéia de criação de um Tribunal de Contas surgiu, pela primeira
vez no Brasil, em 23 de junho de 1826, com a iniciativa de Felisberto
Caldeira Brandt, Visconde de Barbacena, e de José Inácio Borges, que
4 apresentaram projeto de lei nesse sentido ao Senado do Império. (...)
Conheça o TCU. Internet:<http://www.tcu.gov.br>. Acesso em 10/4/2005 (com adaptações).
9. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) O emprego da vírgula
antes de “que” (l.3) justifica-se pelo valor restritivo da oração adjetiva
que esse pronome introduz.
A montanha mágica
(...)
A Montanha Mágica é um romance muito antigo.
Mas, sendo antigo, de repente, é atual, por causa da metáfora
viva que contém e que os sábios do Fórum Econômico
25 Mundial ressuscitaram. Que mágica se pode fazer na
montanha de dinheiro acumulado pelo hipercapitalismo para
sanar os males que corroem as vísceras de nossa comunidade?
28 Penso se o mundo não foi sempre um sanatório em Davos.
Affonso Romano de Sant’anna, Correio Braziliense, 6/2/2005 (com adaptações).
10. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2005) É facultativo o emprego
da vírgula imediatamente após “Mas” (l.23).
(...)
Não me resolveria, é claro, a pôr em prática no
10 segundo ano de administração a equidade que torna o
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imposto suportável. Adotei-a logo no começo. A receita em
1928 cresceu bastante. E, se não chegou à soma agora
13 alcançada, é que me foram indispensáveis alguns meses para
corrigir irregularidades muito sérias, prejudiciais à
arrecadação.
Graciliano Ramos. 2º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do
município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.
Record/Fundação de Cultura de Recife, 1994, p. 51.
11. (Cespe/SEFAZ-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) A colocação de
vírgula logo após “equidade” (l.10) não prejudicaria a correção
gramatical nem alteraria o sentido original do texto.
1 A questão mais importante para entender a reforma
tributária é saber por que a estamos propondo. Não é um
projeto que sai do nada, mas que herda muito das discussões
4 realizadas sobre o tema desde o início da década passada no
Brasil. Naturalmente este tem algumas diferenças em relação
aos projetos anteriores. A principal é que prevê um prazo
7 longo de transição, um modelo importante para viabilizar
política e tecnicamente sua implantação.
Bernard Appy. Mudanças favorecem o crescimento. In: Cadernos
de Problemas Brasileiros, nº 391, jan./fev./2009 (com adaptações).
12. (Cespe/SEFAZ-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Assinale a opção em
que a colocação de vírgula(s) em trecho do texto atende à prescrição
gramatical e preserva o sentido original.
A) A questão, mais importante para entender a reforma tributária é, saber
por que a estamos propondo. (l.1-2)
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B) Não é um projeto, que sai do nada, mas que herda muito, das
discussões realizadas sobre o tema, desde o início da década passada
no Brasil. (l.2-5)
C) Naturalmente, este tem algumas diferenças em relação aos projetos
anteriores. (l.5-6)
D) A principal é que prevê um prazo longo de transição, um modelo,
importante para viabilizar política e tecnicamente, sua implantação.
(l.6-8)
1 Um governo, ou uma sociedade, nos tempos
modernos, está vinculado a um pressuposto que se apresenta
como novo em face da Idade Antiga e Média, a saber: a
4 própria ideia de democracia.
(...)
Rogério Gesta Leal. Poder político, estado e sociedade.
Internet: <www.mundojuridico.adv.br> (com adaptações).
13. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na linha 3, seriam preservadas as relações
semânticas do texto, a coerência da argumentação e a correção
gramatical, caso fossem retiradas a expressão “a saber” e a vírgula que
a precede.
1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não
adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.
É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes
4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras
jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas
dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco
7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que
até agora sequer foi pleiteado. (...)
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Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).
14. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Na linha 1, a substituição do sinal
de dois-pontos por ponto final, com a modificação de inicial minúscula
para maiúscula na palavra “não”, prejudica a correção gramatical do
texto.
1 O poder político é produto de uma convenção, não
da natureza, como postulava Aristóteles, e nasce juntamente
com a sociedade, quando os homens decidem abrir mão de
4 toda a sua liberdade natural, a fim de protegerem os seus
direitos naturais, consubstanciados na propriedade, na vida,
na liberdade e em outros bens. Mesmo antes do estado de
7 sociedade, o homem não é um ente isolado, avesso ao
contato com outras pessoas. De um lado, a sociedade
conjugal tem o escopo de possibilitar a perpetuação da
10 espécie. De outro lado, a sociedade política visa à
preservação da propriedade.
(...)
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia,
ciência&vida. Ano III, n.º 27, p. 40-1 (com adaptações).
15. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Na linha 10, preserva-se a correção
gramatical do texto ao se substituir o ponto logo depois da palavra
“espécie” pelo sinal de dois-pontos, fazendo-se o necessário ajuste da
letra inicial maiúscula da preposição “De”.
1 Quando o ritmo de vida se acelerou? Alguns juram que foi
a partir de 1995, com a chegada da Internet ao Brasil e sua avalancha
de informação. A verdade é que a culpa acabará genericamente
4 atribuída à tecnologia. Foi ela que nos viciou na vida de tempo real,
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nos supermercados 24 horas, no acesso à informação farta, exata e
imediata. Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,
7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência
prematura de seus produtos. (...)
Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida
Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).
16. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) Preservam-se a
coerência da argumentação bem como a correção gramatical do texto
ao se substituir a vírgula logo depois de “modismos” (l. 6) por ponto-e-
vírgula.
1 Um fator a ser revisto no MERCOSUL é o foco: não
adianta debater uma agenda mirabolante, com 40 ou 50 temas.
É preciso focar as ações de modo pragmático, com as seguintes
4 prioridades: concluir a união aduaneira; eliminar barreiras
jurídicas e monetárias; facilitar os negócios entre as empresas
dos países-membros e obter financiamentos em nome do bloco
7 no Banco Mundial, para ampliar a infra-estrutura regional, o que
até agora sequer foi pleiteado. (...)
Abram Szajman. O Globo, 26/11/2006 (com adaptações).
17. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) O emprego de sinal de ponto e
vírgula (l. 4-5) justifica-se por isolar elementos de uma enumeração.
(...)
Modernidade seria assegurar a todos os habitantes
do país um padrão de vida compatível com o pleno exercício
13 dos direitos democráticos. Por isso, dão mais valor a um
modelo de desenvolvimento que assegure a toda a população
alimentação, moradia, escola, hospital, transporte coletivo,
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16 bibliotecas, parques públicos. Modernidade, para os que
pensam assim, é sistema judiciário eficiente, com aplicação
rápida e democrática da justiça; são instituições públicas
19 sólidas e eficazes; é o controle nacional das decisões
econômicas.
Plínio Arruda Sampaio. O Brasil em construção. In: Márcia Kupstas (Org.). Identidade
nacional em debate. São Paulo: Moderna, 1997, p. 27-9 (com adaptações).
18. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego do sinal de ponto-e-vírgula,
no último período sintático do texto, apresenta a dupla função de deixar
claras as relações sintático-semânticas marcadas por vírgulas dentro do
período e deixar subentender “Modernidade” (l.16) como o sujeito de “é
sistema” (l.17), “são instituições” (l.18) e “é o controle” (l.19).
(...) Os sintomas são conhecidos: uma
10 ilusão de invulnerabilidade, que gera otimismo e pode levar
a riscos; um esforço coletivo para neutralizar visões
contrárias às teses dominantes; uma crença absoluta na
13 moralidade das ações dos membros do grupo; e uma visão
distorcida dos inimigos, comumente vistos como iludidos,
fracos ou simplesmente estúpidos.
(...)
Thomaz Wood Jr. O perigo do groupthinking. In: Carta
Capital, 13/5/2009, p. 51 (com adaptações).
19. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Nas linhas 11, 12 e 13, o uso do sinal de
ponto e vírgula, para separar termos de enumeração, preserva a
hierarquia de informações, já que há necessidade de emprego de
vírgula na estruturação sintática de alguns desses termos.
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1 Quando o ritmo de vida se acelerou? Alguns juram que foi
a partir de 1995, com a chegada da Internet ao Brasil e sua avalancha
de informação. A verdade é que a culpa acabará genericamente
4 atribuída à tecnologia. Foi ela que nos viciou na vida de tempo real,
nos supermercados 24 horas, no acesso à informação farta, exata e
imediata. Obcecados por conveniência, velocidade e modismos,
7 somos presas fáceis para marcas que promovem a obsolescência
prematura de seus produtos. (...)
Luiz Alberto Marinho. Sociedade descartável. In: Vida
Simples, dez./2008, p. 80 (com adaptações).
20. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) Preservam-se a
coerência da argumentação bem como a correção gramatical do texto
ao se substituir o ponto empregado logo depois de “tecnologia” (l. 4)
pelo sinal de dois-pontos, escrevendo-se a palavra seguinte com letra
minúscula.
(...) Os
professores são avaliados em quatro frentes: recebem notas
dos alunos, dos pais e do diretor e ainda outra pelo
22 cumprimento das metas acadêmicas. Aos melhores, é
concedido bônus no salário.
Veja, 12/3/2008, p. 78 (com adaptações).
21. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Na linha 20, o sinal de dois-pontos
é empregado para indicar que, subseqüentemente, há uma explicação.
(...)
7 A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre
o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe
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é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações
10 com as instituições e nas relações que estabelecemos com os
outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma
unidade fechada em si mesma, como Homo clausus.
(...)
Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia.
In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações).
22. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego do sinal de dois-pontos, na
linha 9, anuncia que uma consequência do que foi dito é explicitar a
pergunta proposta pela sociologia.
1 Geralmente, as oposições não gostam dos governos.
Partido vencido contesta a eleição do vencedor, e partido
vencedor é simultaneamente vencido, e vice-versa. Tentam-se
4 acordos, dividindo os deputados; mas ninguém aceita
minorias. No antigo regímen iniciou-se uma representação de
minorias, para dar nas câmaras um recanto ao partido que
7 estava de baixo. Não pegou bem — ou porque a porcentagem
era pequena — ou porque a planta não tinha força bastante.
Continuou praticamente o sistema da lavra única.
(...)
Machado de Assis. A Semana. Obra completa,
v. III. Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 652-3.
23. (Cespe/TSE/Técnico Judiciário/2007) Se os travessões das linhas 7 e 8
forem substituídos por vírgulas, o período fica incorreto.
1 Num país territorialmente gigante, em que a censura
restringe o acesso à rede para milhões de usuários, a Internet
tende a se tornar a ferramenta de maior integração nacional ao
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4 aproximar moradores urbanos e rurais, que falam dialetos
variados, mas que têm apenas um tipo de escrita. A China ganha
100 novos internautas por minuto. É o segundo país com mais
7 usuários online no mundo — cerca de 162 milhões —, atrás
apenas dos Estados Unidos da América (EUA), onde há quase
200 milhões.
Jornal do Brasil, 22/7/2007, p. A25 (com adaptações).
24. (Cespe/TCU/Técnico de Controle Externo/2007) Na linha 7, preservam-
–se a correção gramatical e a coerência textual ao se retirarem os sinais
de travessão, inserindo-se uma vírgula logo após “mundo”.
1 O uso do espaço público nas grandes cidades é um
desafio. Sobretudo porque algumas regras básicas de boa
convivência não são respeitadas. Por exemplo, tentar sair de
4 um vagão do metrô com a multidão do lado de fora querendo
entrar a qualquer preço, sem esperar e dar passagem aos
demais usuários. Ou andar por ruas sujas de lixo, com fezes
7 de cachorro e cheiro de urina. São situações que transformam
o convívio urbano em uma experiência ruim. A saída é a
educação. Convencidos disso, empresas e governos estão
10 bombardeando a população com campanhas de
conscientização — e multas, quando só as advertências não
funcionarem. Independentemente da estratégia, o senso de
13 urgência para uma mudança de comportamento na sociedade
brasileira veio para ficar.
(...)
Suzane G. Frutuoso. Vai doer no bolsão.
In: Istoé, 22/7/2009, p. 74-5 (com adaptações).
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25. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Na linha 11, a presença da conjunção “e”
torna desnecessário o uso do travessão, que tem apenas a função de
enfatizar a aplicação de “multas”; por isso, a retirada desse sinal de
pontuação não prejudicaria a correção nem a coerência do texto.
(...)
7 No estado de repouso e de movimento dos objetos — esta
casa parada, aquela pedra atirada que cai, o movimento do
sol, da lua, no céu — estão intimamente associados
10 os conceitos de lugar que ocupam sucessivamente os
corpos, de espaço e de tempo.
(...)
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).
26. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) O uso dos travessões,
nas linhas 7 e 9, marca a inserção de uma informação que também
poderia ser assinalada por duas vírgulas; mas, nesse caso, o texto não
deixaria clara a hierarquia de informações em relação aos termos da
enumeração já separados por vírgulas.
27. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Assinale a opção que apresenta
erro de pontuação.
A) Pela primeira vez, a população de Belo Horizonte vai poder escolher,
por meio da Internet, as obras que serão executadas na cidade.
Disponível no período de 1.º a 30 de novembro, a nova modalidade,
conhecida por Orçamento Participativo Digital, tem parceria entre a
Prefeitura Municipal de Belo Horizonte (PBH) e o Tribunal Regional
Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG).
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B) O novo sistema baseia-se em dados fornecidos pelo TRE-MG à PBH
(quantitativo de eleitores, número do título de eleitor etc.), e foi
solicitado pelo prefeito de BH, Fernando Pimentel, há cerca de seis
meses, ao então presidente da instituição, Armando Pinheiro Lago.
C) O voto via Internet será permitido apenas para aqueles com domicílio
eleitoral na capital (aproximadamente 1,7 milhão de pessoas), que
poderão decidir pelo conjunto de nove obras (quatro em cada regional)
que serão feitas no município em um prazo máximo de dois anos.
D) Para votar, o cidadão deve entrar no sítio da PBH. Quem não tiver
acesso à Internet em casa pode ir até um dos 175 postos públicos
montados, pela PBH onde haverá monitores para ajudar aqueles que
não estão acostumados a lidar com computador.
Opções adaptadas. Internet: <www.tse.gov.br>.
O real não é constituído 1 por coisas. Nossa
experiência direta e imediata da realidade leva-nos a imaginar
que o real é feito de coisas (sejam elas naturais ou humanas),
4 isto é, de objetos físicos, psíquicos, culturais oferecidos à
nossa percepção e às nossas vivências. Assim, por exemplo,
costumamos dizer que uma montanha é real porque é uma
7 coisa. No entanto, o simples fato de que uma coisa possua um
nome e de que a chamemos montanha indica que ela é, pelo
menos, uma coisa-para-nós, isto é, que possui um sentido em
10 nossa experiência.
(...)
Marilena Chaui. O que é ideologia, p. 16-8 (com adaptações).
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28. (Cespe/Anatel/Nível Superior/2009) Como, no primeiro parágrafo, os
parênteses demarcam a inserção de uma informação, a sua substituição
por duplo travessão preservaria a coerência e a correção do texto.
1 Mário de Andrade assim justificou a necessidade de
aprofundar o estudo etnológico: “Nós não precisamos de
teóricos (...) Precisamos de moços pesquisadores que vão à
4 casa recolher com seriedade e de maneira completa o que esse
povo guarda, e rapidamente esquece, desnorteado pelo
progresso invasor (...).” (...)
Mariana Albanese. Op. cit., p. 19 e 23.
29. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) O emprego de aspas justifica-se
por isolar uma citação.
(...)
7 A sociologia trabalha com a concepção dessa relação entre
o que é “meu” e o que é “nosso”. A pergunta que propõe
é: como nos fazemos e nos refazemos em nossas relações
10 com as instituições e nas relações que estabelecemos com os
outros? Não há, assim, uma visão de homem como uma
unidade fechada em si mesma, como Homo clausus.
13 Estaríamos envolvidos, constantemente, em tramas
complexas de internalização do “exterior” e, também, de
rejeição ou negociação próprias e singulares do “exterior”.
(...)
Flávia Schilling. Perspectivas sociológicas. Educação & psicologia.
In: Revista Educação, vol. 1, p. 47 (com adaptações).
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30. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) O emprego das aspas nos termos das
linhas 8, 14 e 15 ressalta, no contexto, o valor significativo não usual
desses termos.
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GABARITO
1. Item certo
2. Item errado
3. Item certo
4. Item errado
5. Item errado
6. Item certo
7. Item certo
8. Item certo
9. Item errado
10. Item errado
11. Item errado
12. C
13. Item certo
14. Item errado
15. Item errado
16. Item errado
17. Item certo
18. Item certo
19. Item certo
20. Item certo
21. Item certo
22. Item certo
23. Item errado
24. Item certo
25. Item errado
26. Item certo
27. D
28. Item certo
29. Item certo
30. Item certo
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Hoje, nossa aula é sobre sintaxe de concordância. Essa
expressão pomposa nada mais significa do que a relação estabelecida, como
regra geral, entre o verbo da oração e o sujeito dela; entre o artigo, o
adjetivo, o numeral adjetivo, o pronome adjetivo e o substantivo a que se
referem. O primeiro tipo de relação é mais conhecido nos manuais de
gramática e nas salas de aula como concordância verbal; o segundo,
como concordância nominal.
Existem muitas regras específicas, detalhes, exceções
envolvendo esse assunto. Aqui, tentarei abordar um número suficiente de
casos. Começarei pelos casos de concordância verbal. Vamos a eles!
Casos Gerais de Concordância Verbal
O verbo e o sujeito de uma oração concordam em número e
pessoa.
"O outono é mais estação da alma..." (C. D. A.)
"Todas estavam ainda verdes." (C. D. A.)
1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente
difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os
primeiros homens em contato com a natureza. A imensa
4 variedade de corpos e acontecimentos que nos envolvem
gerou as noções de matéria, de espaço e de tempo,
fundamentalmente entrelaçadas no conhecimento das coisas. (...)
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).
1. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Preservam-se a
coerência da argumentação e a correção gramatical do texto ao se
substituir “A imensa variedade de” (L.3-4) por Os inúmeros.
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Comentário – Proceda à substituição: Os inúmeros corpos e
acontecimentos que nos envolvem gerou... Notou a incorreção gramatical? É
isso mesmo! Agora, o termo que funciona como sujeito do verbo “gerou”
tem como núcleo o substantivo plural “inúmeros”. Antes, o núcleo do sujeito
era o substantivo singular “variedade”. Tal transformação deve levar o verbo
a flexionar-se em terceira pessoa do plural: geraram, o que não ocorreu.
Resposta – Item errado.
2. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Considerando que o fragmento
apresentado constitui parte de um texto de Jamil Chade (O Estado de
S. Paulo, 18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical.
O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung divulgou as novas
previsões do Ministério da Economia da Alemanha que indicam que o
maior mercado da Europa sofrerão uma queda de pelo menos 3% em
2009. O encolhimento da economia poderá ser ainda maior se a
recessão atingir outros países.
Comentário – O trecho apresenta erro de concordância verbal. Não há
concordância entre o sujeito simples “o maior mercado da Europa” e a
forma verbal “sofrerão”, flexionada na terceira pessoa do plural. Eis a forma
correta: “o maior mercado da Europa sofrerá”.
Resposta – Item errado.
(...) Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa
Nacional mostram que a entrada do país resultará em um
bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de
13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão
(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e
comércio global superior a US$ 300 bilhões.
(...)
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Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo,18/12/2008.
3. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “mostram” (l.11)
está no plural porque concorda com “Relações Exteriores” (l.10).
Comentário – O verdadeiro núcleo do sujeito simples “Dados da Comissão
de Relações Exteriores e Defesa Nacional” é o termo “Dados”, que pode ser
representado pelo pronome “eles”, terceira pessoa do plural. Por isso a
forma verbal “mostram” está no plural.
Resposta – Item errado.
Quando o sujeito é composto, isto é, possuir mais de um núcleo,
verifica-se o seguinte:
1. Representado por pessoas gramaticais diferentes a primeira pessoa
(NÓS) prevalecerá sobre as demais, e a segunda (VÓS) terá preferência
sobre a terceira (ELES).
Eu, tu e os cidadãos (Nós) saímos.
Tu e os cidadãos (Vós) saístes. (norma culta)
Tu e os cidadãos (Vocês) saíram. (norma popular – ocorre que
os pronomes TU e VÓS, no falar do português do Brasil, são
frequentemente substituídos por VOCÊ e VOCÊS, o que leva o
verbo para a terceira pessoa)
2. Anteposto ao verbo o verbo ficará sempre no plural (concordância
rígida ou gramatical).
Pai e filho conversaram longamente.
As imagens e o som não estavam adequados.
(...)
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7 A participação popular e o controle popular do poder
guardam a ideia de que o exercício da política é coletivo e
racional, com vistas à conquista de algum bem. A política
10 é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto.
A política é uma ação plural. O voto, nas eleições, é modo de
expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder
13 seja exercido em seu nome, para que as leis sejam elaboradas
e executadas de modo legítimo. (...)
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência
& Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 42-3 (com adaptações).
4. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na argumentação do texto, a opção pela
estrutura verbal “guardam a ideia” (R.8) cria o pressuposto de ser falsa
a afirmação de que “o exercício da política é coletivo e racional” (l.8-9).
Comentário – A estrutura verbal foi empregada na terceira pessoa do plural
(“guardam”) porque concorda com o sujeito composto “A participação
popular e o controle popular do poder”, que a antecede. É descabido o que
afirma o examinador. Pelo pequeno fragmento, já dá para você entender
que é verdadeiro o pressuposto de que “o exercício da política é coletivo e
racional”.
Resposta – Item errado.
3. Posposto ao verbo o verbo poderá ficar no plural (concordância rígida
ou gramatical) ou concordará com o núcleo mais próximo
(concordância atrativa).
Caíram uma flor e duas folhas. (ou “Caiu”, para concordar
apenas com “uma flor”)
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Saiu o ancião e seus amigos. (ou “Saíram”, para concordar com
todos os núcleos)
Saíste tu e Pedro. (ou “Saístes”, para concordar com todos os
núcleos; ou “Saíram”, de acordo com a norma popular)
ATENÇÃO! Quando há reciprocidade, no entanto, a concordância deve ser
feita no plural.
Agrediram-se o deputado e o senador.
Ofenderam-se o jogador e o árbitro.
Casos Particulares de Concordância Verbal
1. Verbos impessoais não possuem sujeito, ficando na terceira pessoa
do singular.
Choveu muito.
Deve nevar muito naquelas regiões.
Aqui faz verões terríveis.
Deve fazer dez anos que eles chegaram.
Há anos não o vejo.
Ia para dez anos que não o via.
Já passava de dez horas.
Poderá haver alunos reprovados.
Verbos que indicam fenômenos naturais
Verbos que indicam tempo decorrido
Verbo “haver” com sentido de “existir”, “acontecer”, “ocorrer”.
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sujeito
1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no
mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava
quatrocentas e noventa. (...)
Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra
completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.
5. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha
1, está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se
no singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas”
(L.1).
Comentário – Tentou-se induzir os candidatos a admitirem também o verbo
ter como impessoal, a exemplo do verbo haver quando empregado no
sentido de existir. Vamos esclarecer o comportamento de cada um desses
verbos no que diz respeito à concordância verbal.
Em primeiro lugar, o verbo existir é naturalmente pessoal, o
que significa dizer que possui sujeito e com ele concordara em número e
pessoa.
Existem bons alunos neste curso.
Em segundo lugar, o verbo haver – conforme já foi dito
anteriormente – não possui sujeito quando é impessoal, ou seja, quando é
empregado com o sentido de existir.
Há bons alunos neste curso.
Finalmente, o verbo ter, de acordo com a norma culta, só
pode ser empregado na oração quando possuir sujeito. Se, no entanto, não
possuir, deverá ser substituído pelo verbo haver no sentido de existir.
O aluno não teve aula. – conforme a norma culta
Não tem aula. – desvio da norma culta
obj. direto
sujeito
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sujeito
sujeito
sujeito
sujeito
Não há aula. – conforme a norma culta.
Tornando a analisar a questão, percebe-se que o verbo ter foi
empregado corretamente com o sentido de possuir e como verbo pessoal,
cujo sujeito é o pronome pessoal eu, oculto no período. Além disso, o termo
“vinte aranhas” funciona como complemento direto desse verbo.
Resposta – Item errado.
2. Verbos unipessoais são os que possuem sujeito, ficando na terceira
pessoa do singular ou do plural; os principais são acontecer, bastar,
caber, constar, convir, faltar, importar, interessar, ocorrer,
parecer, restar, urgir, etc.
Basta uma reflexão.
Faltam apenas quatro linhas.
3. Sujeito oracional se o sujeito for oracional, o verbo da oração principal
ficará no singular.
Falta fazer quatro linhas.
Urge que tomemos uma atitude radical.
4. Pronome apassivador e índice de indeterminação do sujeito
Dá-se aula. (com verbos transitivos diretos ou transitivos diretos
e indiretos, o SE é pronome apassivador e o verbo da oração –
“dá” – deve concordar com o sujeito – “aula”)
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Dão-se aulas. (pluralizando-se o sujeito – “aulas” –, o verbo
deve flexionar-se também no plural – “Dão”; e o “se” continua
como pronome apassivador)
Precisa-se de professores. (agora, o vocábulo “SE” acompanha
verbo transitivo indireto – “Precisa” – e, por isso, denomina-se
índice de indeterminação do sujeito, o que força o verbo a ficar
na terceira pessoa do singular, situação que se repete com
verbos intransitivos, de ligação e verbo transitivo direto + SE +
preposição)
1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao
mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo
4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de
novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,
7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem
eliminar. (...)
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.
6. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Caso a expressão “aqui se fez”
(L.4) seja substituída por aqui foi feita, prejudica-se a correção
gramatical do período.
Comentário – Não gera prejuízo a troca sugerida pela banca examinadora.
Originalmente, tem-se voz passiva sintética; posteriormente, voz passiva
analítica. Mas o que deve chamar nossa atenção aqui é a concordância
estabelecida entre o verbo e o seu sujeito. Nas duas estruturas, o verbo
fazer mantém-se em terceira pessoa do singular para concordar com
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“eleição”, antecedente do pronome relativo “que” e pelo qual se faz
representar na função de sujeito. Caso o termo estivesse pluralizado
(eleições), o verbo deveria ser empregado também no plural.
Resposta – Item errado.
5. Coletivo o verbo concordará com o coletivo, estando próximo a ele;
mas, se estiver distante, o verbo poderá ficar no singular ou no
plural, conforme se queira destacar mais a idéia dos indivíduos.
O povo não revelou nada.
O grupo se dividiu; mais adiante, porém, se reuniram (ou
reuniu).
(...) Os meus pupilos não são os
31 solários de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um
povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume das
nações seculares. (...)
Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra
completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.
7. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) A forma verbal
“formam” (L.31) está flexionada na 3ª pessoa do plural para concordar
com a idéia de coletividade que a palavra “povo” (L.32) expressa.
Comentário – Embora haja a possibilidade de o verbo concordar com a
ideia de coletividade que o substantivo traz consigo, conforme expliquei
acima, esse não é o caso aqui. O verbo “formam” foi empregado na terceira
pessoa do plural por concordar com a expressão “Os meus pupilos”, que
funciona sintaticamente como seu sujeito.
A questão é interessante por comprovar que o Cespe, assim
como nós, também está atento a mais este caso particular de concordância
verbal.
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Resposta – Item errado.
6. Expressão partitiva quando o sujeito é formado por uma expressão
partitiva (parte de..., metade de..., o grosso de..., a maioria de..., a
maior parte de..., grande número de..., etc.) seguida de substantivo ou
pronome no plural, o verbo pode ficar no singular ou no plural.
A maioria das crianças não mente. (conc. rígida ou gramatical)
A maioria das crianças não mentem. (conc. atrativa)
7. Quantidade aproximada quando houver uma quantidade aproximada
(perto de..., cerca de..., coisa de..., mais de..., menos de..., etc) seguida
de substantivo, o verbo obrigatoriamente concordará com o
substantivo.
Cerca de dois mil candidatos passaram no concurso.
(concordância rígida ou gramatical)
7 (...) Hoje, uma dezena de sítios na Internet usa
o mesmo princípio em benefício da inovação no mundo dos
negócios. (...)
Veja, 20/8/2008 (com adaptações).
8. (Cespe/Serpro/Analista/2008) O desenvolvimento das idéias do texto
permite que se substitua “uma dezena de” (L.7) pela expressão cerca
de dez, sem prejuízo para a correção gramatical e a coerência entre os
argumentos.
Comentário – Que tal reescrevermos a passagem já com a substituição que
a banca examinadora propôs? Veja como fica: Hoje, cerca de dez sítios
na Internet usa o mesmo princípio em benefício da inovação no
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mundo dos negócios. Já deu para perceber o prejuízo gramatical? Sem
fazer outras modificações, o período torna-se incorreto. O verbo usa deveria
ser, agora, flexionado no plural (usam) para concordar com o substantivo
sítios.
Resposta – Item errado.
ATENÇÃO! Com a expressão mais de um, devemos ter mais cuidado. O
verbo só vai para o plural quando há ideia de reciprocidade ou quando a
expressão surge repetida.
Mais de uma máquina estava parada.
Mais de um casal se agrediram.
Mais de uma flor, mais de uma folha foram arrancadas.
8. Pronome relativo que se o sujeito for o pronome relativo que, o verbo
concordará com o antecedente.
Fui eu que cheguei por último.
Foste tu que chegaste por último.
(...) Não precisamos usar a
22 superfície para explicar o mundo, porque ela mesma é
parte do mundo que exige explicação. Ela é um dado da
realidade ao qual nos relacionamos. A superfície pode
25 ter uma aparência ou ser mais, a própria verdade.
Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.
In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).
9. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A forma verbal
“exige” (L.23) apresenta flexão de singular para concordar com o
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pronome “ela” (L.22), que, por sua vez, retoma, por coesão,
“superfície” (L.22).
Comentário – De fato, o pronome pessoal “ela” faz referência ao
substantivo “superfície”. Entretanto, o sujeito da forma verbal “exige” é o
pronome relativo “que”, representante semântico da expressão “parte do
mundo”, que – por encontrar-se no singular – obriga o verbo a se mantaer
também no singular.
Resposta – Item errado.
(...)
Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que
13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais
primitivo, e que evoluíram por meio das especulações
filosóficas até as modernas investigações científicas, que as
16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma
unificação que levou milênios para ser atingida.
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).
10. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Na organização das
ideias no texto, o pronome “que” (L.14) retoma “nosso conhecimento
das coisas” (L.13).
Comentário – É importante perceber que, ao se admitir como verdade a
assertiva da banca examinadora, surge instantaneamente um erro de
concordância entre o sujeito e o verbo: nosso conhecimento das coisas
evoluíram... Note que o núcleo do sujeito faz-se representar pela terceira
pessoa do singular (ELE) e que isso obriga o verbo a flexionar-se igualmente
em número e pessoa (EVOLUI), o que não acontece. Então, qual é o
verdadeiro antecedente do pronome relativo? Acertou se você disse “ideias”,
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de acordo com a linha argumentativa do texto e em observância às normas
gramaticais.
Resposta – Item errado.
(...) O que há são relações de
10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder
é, portanto, uma prática social constituída historicamente.
(...)
Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações
humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).
11. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Respeitam-se as relações de coerência e
coesão gramatical do texto se a forma verbal “há” (R.9) for substituída
por existe.
Comentário – Você já sabe que o verbo haver pode substituir o verbo
existir, e vice-versa. O detalhe é que o primeiro é impessoal (não tem
sujeito) e o segundo, pessoal (possui sujeito, com o qual deve concordar em
numero e pessoa). Para saber se a forma existe pode mesmo substituir a
forma “há”, você precisa identificar que termo funcionará como sujeito
daquele verbo. Sintaticamente, o pronome relativo “que” é o sujeito. Diz a
regra gramatical que, nesse caso, a concordância deve ser feita com o
antecedente do relativo: o pronome demonstrativo “O” (= Aquilo), terceira
pessoa do singular.
Resposta – Item certo.
(...)
13 Os EUA tornaram-se o saco de pancadas nessa
cúpula. Raúl Castro não foi o único a responsabilizar os
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EUA e o que chamou de seu modelo neoliberal pela crise do
16 crédito, que está comprometendo muitas outras economias.
(...)
Alexei Barrionuevo. The New York Times. In: O
Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).
12. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “está” (l.16)
vem no singular porque concorda com “modelo neoliberal” (l.15).
Comentário – A concordância é feita com a expressão “crise do crédito”,
semanticamente substituída pelo pronome relativo “que”.
Resposta – Item errado.
9. Pronome relativo quem o verbo concordará com o antecedente ou
ficará na terceira pessoa do singular.
Fui eu quem cheguei por último.
Fui eu quem chegou por último.
10. Um dos que o verbo ficará na terceira pessoa do singular,
concordando com um, ou na terceira pessoa do plural, concordando
com os (dos = de + os).
Você é um dos que fala/falam menos.
O Amazonas é um dos rios que corta/cortam a floresta
equatorial.
ATENÇÃO! Quando houver idéia de exclusão necessária, o verbo ficará no
singular.
É uma das tragédias de Racine que se apresentará hoje no
teatro.
Ela é uma das candidatas que preencherá a vaga.
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11. Pronome indefinido, interrogativo ou demonstrativo + de (dentre) nós,
vós ou vocês o verbo concorda com o pronome (sujeito); mas, se
este estiver no plural, o verbo poderá concordar com o pronome
pessoal.
Algum dentre vós sairá antes?
Quais de nós sairão (sairemos) antes?
Falo com aqueles dentre vós que trabalham (trabalhais).
12. Cada um o verbo ficará no singular.
Cada um de nós estudará para o concurso.
Cada um de vocês passará.
13. Pronome de tratamento o verbo concordará sempre na terceira
pessoa do singular ou do plural.
Vossa Excelência é muito digno.
Vossas Senhorias são muito exigentes.
14. Fração rigorosamente, o verbo concorda com o numerador;
havendo parte inteira, o verbo concordará com ela.
Um terço dos alunos foi embora.
Dois inteiros e um quarto dos alunos passaram.
ATENÇÃO! É possível ainda usar o verbo no plural quando o número
fracionário vier seguido de substantivo no plural. Essa posição é
sustentada, por exemplo, pelo mestre Cegalla (Novíssima gramática da
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Língua Portuguesa, 48ª edição, Companhia Editora Nacional, São Paulo,
2008, página 470)
“Um quinto dos homens eram de cor escura.”
Recomendo que você observe atentamente todas as opções
apresentadas pelo examinador.
15. Porcentagem o verbo concorda, a rigor, com o numeral.
Um por cento dos alunos recusou-se a colaborar.
Vinte e cinco por cento dos candidatos faltaram.
Apenas 1,78% votou nesse candidato.
ATENÇÃO! Bechara (Moderna gramática portuguesa – 37ª edição revista,
ampliada e atualizada conforme o novo Acordo Ortográfico – Rio de Janeiro:
Nova Fronteira – 2009 – página 566) nos ensina que “Nas linguagens
modernas em que entram expressões numéricas de porcentagem, a
tendência é fazer concordar o verbo com o termo preposicionado que
especifica a referência numérica”.
“Trinta por cento do Brasil assistiu à transmissão dos jogos da
Copa.”
Trinta por cento dos brasileiros assistiram aos jogos da Copa.”
Aqui também recomendo que você observe atentamente todas
as opções apresentadas pelo examinador, que pode considerar corretas as
duas possibilidades de concordância.
16. Substantivos sinônimos (ou quase sinônimos) e substantivos em
gradação o verbo concorda gramaticalmente com todos os
núcleos ou atrativamente com o mais próximo.
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Medo e temor me assusta/assustam.
Uma palavra, um movimento, um simples gesto
causava/causavam-lhe medo.
O que é o que é?
1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa
de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma
pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da
4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? (...)
Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.
13. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) É gramaticalmente correto flexionar no
plural a forma verbal em “como se chama essa mágoa e esse rancor?”
(L.4), tendo como resultado como se chamam (...).
Comentário – Notou que temos uma construção característica de voz
passiva sintética em “como se chama essa mágoa e esse rancor?” Essa
passagem equivale-se a seguinte estrutura de voz passiva analítica: “como é
chamada essa mágoa e esse rancor?”. Pois bem, você sabe que toda voz
passiva possui sujeito, certo? Analise o trecho com mais calma e perceba
que a expressão “essa mágoa e esse rancor” constitui o sujeito composto da
forma verbal “chama”. Perceba ainda que os núcleos “mágoa” e “rancor” são
substantivos sinônimos, o que permite ao verbo manter-se no singular em
concordância atrativa com o núcleo mais próximo, ou se flexionar para
concordar com todos os núcleos: “como se chamam essa mágoa e esse
rancor?” ou “como são chamados essa mágoa e esse rancor?”.
Resposta – Item certo.
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sujeito composto aposto resumitivo
aposto resumitivo
sujeito composto
17. Aposto resumitivo se o sujeito composto for resumido por um
aposto (pronome indefinido), o verbo concordará com o aposto.
Alunos, professores, diretores, ninguém chegava a um acordo.
Pelé, Garrincha, Didi, todos foram campeões mundiais.
18. Infinitivos antônimos ou determinados verbo no plural.
Discordar e apoiar são próprios da democracia.
O andar e o nadar fazem bem à saúde.
ATENÇÃO! Se os infinitivos não forem antônimos ou não estiverem
determinados, o verbo ficará no singular.
Andar e nadar faz bem a saúde.
Sujar a roupa de giz e passar a noite corrigindo prova nunca
desanimou os professores.
19. Um e outro verbo no singular ou no plural.
Um e outro jogador foi/foram expulsos.
ATENÇÃO! Havendo ideia de reciprocidade com a expressão um e outro,
o plural é obrigatório.
Um e outro insultaram-se.
20. Um ou outro; nem um nem outro a corrente majoritária indica o
singular; todavia esses casos suscitam divergências entre consagrados
autores:
Um ou outro jogador fez gols.
Nem um nem outro garoto brigou na rua.
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a) Cunha e Cintra: “As expressões um ou outro e nem um nem
outro, empregadas como pronome substantivo ou como pronome adjetivo,
exigem normalmente o verbo no singular: Nem um nem outro havia
idealizado previamente este encontro.” Prosseguem os mestres: “Não é rara,
porém, a construção com o verbo no plural quando as expressões se
empregam como pronome substantivo: Nem um nem outro desejavam
questionar.” (Nova gramática do português contemporâneo, 5ª edição, Rio
de Janeiro: Lexikon, 2008, página 527);
b) Pasquale e Ulisses: “Com as expressões um ou outro e nem
um nem outro, a concordância costuma ser feita no singular, embora o
plural também seja praticado. (...) Não há uniformidade no tratamento dado
a essas expressões por gramáticos e escritores.” (Gramática da língua
portuguesa, São Paulo: Scipione, 1998, página 486);
c) Bechara: “Com nem um nem outro é de rigor o singular para
o substantivo e verbo: Nem um nem outro livro merece ser lido.” (Moderna
gramática portuguesa, 37ª edição revista, ampliada e atualizada conforme o
novo Acordo Ortográfico, Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2009, página 548);
d) Cegalla: “O sujeito sendo uma dessas expressões [um e
outro e nem um nem outro], o verbo concorda, de preferência, no plural.
Exemplos: Nem uma nem outra foto prestavam [ou prestava]” (Novíssima
gramática da língua portuguesa, 48a. edição revista, São Paulo: Companhia
Editora Nacional, 2008, páginas 556 e 557).
ATENÇÃO! Recomendo que você mantenha certa flexibilidade ao encarar
questões desse tipo.
21. Sujeitos ligados por ou ou nem o verbo ficará, normalmente, no
plural; mas, se houver ideia de exclusão obrigatória ou sinonímia,
o verbo ficará no singular.
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Nem Paulo, nem Ana reclamaram do salário.
Pedro ou Paulo sairão mais cedo.
José ou Pedro casará com ela. (apesar de tudo, uma pessoa só
pode casar com outra, e não com outras ao mesmo tempo –
risos)
Dida ou Júlio César será o goleiro titular. (somente um goleiro
pode ser titular em um jogo; o outro é o reserva)
“A Línguística ou Glotologia é a ciência que estuda a evolução da
linguagem humana.”
ATENÇÃO! Se houver idéia de retificação, o verbo concordará com o mais
próximo.
O ladrão ou os ladrões, não sei ao certo, assaltaram o banco.
Os ladrões ou o ladrão, não sei ao certo, assaltou o banco.
22. Sujeitos ligados por com o verbo fica no plural, dando ênfase a
todos os sujeitos.
O professor com o aluno montaram o equipamento.
ATENÇÃO: Na oração “O professor, com o aluno, montou o equipamento”, a
expressão “com o aluno” é, na verdade, adjunto adverbial de companhia;
por isso o verbo fica no singular.
23. Haja vista essa expressão, no singular, está sempre certa; porém
pode variar se o seu referente estiver no plural:
Haja vista o caso.
Haja(m) vista os casos.
Haja vista dos (aos) casos. (aqui, a preposição impede que a
expressão varie)
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24. Títulos de obras e nomes próprios de lugar a concordância é feita
levando-se em conta a presença ou a ausência de artigo.
Os Lusíadas pertencem a Camões.
Os Estados Unidos perderam muitos troféus.
Minas gerais ganhou todas as competições.
ATENÇÃO! Quando o sujeito for título de obra, o verbo poderá concordar
com o sujeito ou com o predicativo.
Os Lusíadas são/é a obra máxima de Camões.
25. Concordância do verbo ser em muitas situações, esse verbo deixa
de concordar com o sujeito para concordar com o predicativo; em
outras, pode concordar com um ou com outro, de acordo com o termo
que se quer enfatizar:
a) O termo que indica pessoa tem precedência sobre coisa/objeto.
Maria era as esperanças de todos.
O mundo são os homens.
b) O pronome pessoal tem precedência sobre o nome.
Os culpados éramos nós.
“O Estado sou eu”.
c) O pronome pessoal ou nome têm precedência sobre qualquer outro
pronome.
Quem és tu?
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Tudo são flores.
ATENÇÃO! No segundo caso, quando o sujeito é representado pelos
pronomes tudo, nada, isto, isso, aquilo, considera-se possível também a
concordância com o pronome.
Tudo é flores.
d) O plural tem precedência sobre o singular.
A casa eram umas folhas.
A sua paixão eram filmes de terror.
ATENÇÃO! Modernamente, já se aceita a concordância com o sujeito,
quando este é representado coisa/objeto.
A casa era umas folhas.
Aquele amor é cacos de um passado.
e) O verbo SER mantém-se na terceira pessoa do singular nas
expressões que indicam preço, valor, medida, peso.
Dois quilos é pouco.
Vinte mil cruzeiros é demais.
Três metros é mais do que preciso.
f) Nas indicações de distância, horas e datas, o verbo SER concordará
com estas.
Da Tijuca à Barra são oito quilômetros.
Era uma hora e cinquenta e nove segundos.
Hoje são 21 de maio.
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26. Concordância com a expressão é que leia o que os ilustres
gramáticos Cunha e Cintra têm a nos dizer a esse respeito:
“A locução é que é invariável e vem sempre colocada entre
o sujeito da oração e o verbo a que ele se refere. Assim:
‘José é que trabalhou, mas os irmãos é que se
aproveitaram do seu esforço.’”
Mas todo cuidado é pouco! Continue a ler as lições de Cunha e Cintra:
“[A expressão ‘é que’] é uma construção fixa, que não deve
ser confundida com outra semelhante, mas móvel, em que o
verbo ser antecede o sujeito e passa, naturalmente, a
concordar com ele e a harmonizar-se com o tempo dos
outros verbos.
Compare-se, por exemplo, ao anterior o seguinte exemplo:
‘José é que trabalhou, mas foram os irmãos que se
aproveitaram do seu esforço.’
Ou este:
‘Foi José que trabalhou, mas os irmãos é que se
aproveitaram do seu esforço.’.”
27. O verbo PARECER pode relacionar-se de duas maneiras distintas com
o infinitivo:
Os dias parecem voar. a forma verbal parecem é verbo
auxiliar de voar; Os dias é o sujeito da oração.
Os dias parece voarem. aqui houve uma inversão da ordem
dos termos: Parece voarem os dias. Neste caso, o verbo
parece é o verbo da oração principal, cujo sujeito é a oração
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subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo voarem
os dias. Se desenvolvermos essa oração, teremos: Parece que
os dias voam.
ATENÇÃO! Quando a construção for feita no singular, as duas análises
são possíveis.
O dia parece voar. não sabemos se aqui o verbo parece é
auxiliar do verbo voar, ficando no singular por concordar com o sujeito O
dia, ou se a ordem está invertida: Parece o dia voar, sendo a oração o dia
voar sujeito do verbo Parece.
Para finalizar a parte de concordância verbal, proponho a
questão seguinte, que envolve verbo no infinitivo.
(...)
16 Em geral, cinco fatores estão atuando, em escala
mundial, nessa crise: o aumento da produção subsidiada de
biocombustíveis; o incremento dos custos com a alta do
19 petróleo, que chega a US$ 114 o barril, e dos fertilizantes; o
aumento do consumo em países como China, Índia e Brasil;
a seca e a quebra de safras em vários países; e a crise
22 norte-americana, que levou investidores a apostar no aumento
dos preços de alimentos em fundos de hedge.
(...)
O mundo em guerra pelo pão. In: Istoé Dinheiro.
23/4/2008, p. 30-2 (com adaptações).
14. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2008) No trecho “que
levou investidores a apostar no aumento dos preços de alimentos em
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fundos de hedge” (L.22-23), a substituição de “apostar” por apostarem
manteria a correção gramatical do texto.
Comentário – A flexão do infinitivo para concordar com o sujeito da oração
é assunto que gera muitas discussões entre estudantes, sejam eles
professores ou alunos. Em geral podemos seguir as orientações abaixo.
I. Flexiona-se o infinitivo quando há sujeito claro, explícito na
mesma oração em que surge o verbo no infinitivo.
Não é necessário [vocês chegarem cedo].
II. Mesmo não estando explícito o sujeito, pode-se flexionar o
infinitivo para evitar ambiguidade.
Está na hora [de começar o trabalho]. (Quem: eu, você?)
Está na hora [de (nós) começarmos o trabalho].
III. Quando o sujeito do infinitivo for diferente do sujeito da
oração anterior, também ocorrerá a flexão.
[Vejo] [(vocês) estarem atrasados novamente].
IV. Sendo os sujeitos iguais, a flexão é facultativa.
[Reunir-nos-emos com eles] [para apresentar/apresentarmos os
problemas da empresa]. – o sujeito comum das orações é nós.
V. Atente agora para a estrutura formada por PREPOSIÇÃO A
+ INFINITIVO, pois o Cespe aceita tanto a flexão como a não flexão.
O rapaz ajudava as garotas a se superar/superarem
VI. Com a voz passiva, a flexão é obrigatória.
As tarefas a serem feitas são essas.
sujeito
sujeito
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Resposta – Pelo que foi explicado anteriormente, em especial no item V, o
item está certo. A forma verbal “apostar” pode flexionar-se em terceira
pessoa do plural para concordar com o seu sujeito: “investidores”, mesmo
diante da preposição “a”.
A partir de agora, trataremos da concordância nominal.
Admito que não é fácil selecionar questões sobre esse assunto elaboradas
recentemente pelo Cespe. Ao que parece, essa banca examinadora privilegia
os casos de concordância verbal.
Por isso mesmo, o alcance aqui será menor, restrito aos casos
observados em provas anteriores. Meu intuito não é derramar sobre você
uma avalanche de informações “desnecessárias”, mas sim orientá-los quanto
aos prováveis questionamentos sobre concordância nominal feitos pelo
Cespe.
Nesse sentido, partiremos das questões para a teoria. Quando
for conveniente, ampliarei a explicação para abranger outros casos de
concordância nominal.
(...) Em comunicado, o grupo
considerou a medida como parte complementar do corte
anterior de dois milhões de barris diários, anunciado em
7 setembro, como uma tentativa de estabilizar a cotação do
petróleo, que, desde julho, já caiu mais de US$ 100. (...)
O Globo, 18/12/2008.
15. (Cespe/IRBr/Bolsa-Prêmio/2009) A forma verbal “anunciado” (L.6)
concorda com “corte anterior” (L.5-6), por isso está no masculino
singular.
Comentário – Por ser uma das formas nominais do verbo e poder se
comportar como um adjetivo, os verbos no particípio flexionam-se em
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gênero e número para concordar com o substantivo a que se referem. É
possível os verbos no particípio surgirem acompanhados de outros verbos
(auxiliares), formando com eles uma locução verbal. Nesses casos, os
verbos auxiliares (ser, estar, haver, ter, fica) flexionam-se em pessoa,
número, tempo e modo. Exemplos:
Fica autorizado as visitas diurnas às praias desta região. (inadequado)
Ficam autorizadas as visitas diurnas às praias desta região. (adequado)
...[sujeito: as visitas diurnas]
...[núcleo do sujeito: visitas]
...[visitas: substantivo feminina plural]
Foram corrigidos o valor das moedas locais. (inadequado)
Foi corrigido o valor das moedas locais (adequado)
...[sujeito: o valor das moedas locais]
...[núcleo do sujeito: valor]
...[valor: substantivo masculino singular
Resposta – Item certo.
Esse tipo de concordância, que envolve a relação entre adjetivo-
-particípio e substantivo, surge frequentemente nas provas do Cespe. Eis
abaixo outras questões semelhantes.
1 Toda a questão do conhecimento, como desejo
de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica,
organização e seu funcionamento, pode ser pensada a
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4 partir do que se deve denominar uma filosofia de
superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e
analiticamente o mundo das superfícies. (...)
Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.
In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).
16. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A flexão de
feminino em “pensada” (L. 3) deve-se à concordância com “lógica”
(L. 2).
Comentário – O vocábulo “pensada”, que surge em forma de adjetivo-
-particípio, concorda com o substantivo feminino singular “questão”, núcleo
do sujeito “Toda a questão do conhecimento”.
Resposta – Item errado.
17. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Quanto à correção gramatical e às
exigências da redação oficial, julgue o fragmento de texto apresentado
a seguir, transcrito e adaptado de www.stf.gov.br.
A consolidação de precedentes ou de entendimento uniforme
adotados pelo STF, em certos casos, evita o surgimento de
ações semelhantes e a multiplicação de processos para
apreciação em todos os níveis de jurisdição.
Comentário – Todo texto escrito em linguagem formal deve ser pautado
nas regras gramaticais vigentes. Isso também se aplica à redação oficial.
Portanto, o adjetivo “adotados” deveria flexionar-se no feminino singular
para concordar com o substantivo “consolidação”, núcleo da expressão “A
consolidação de precedentes ou de entendimento uniforme”.
Resposta – Item errado.
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(...) Como nada ainda deu certo no planeta, a
7 internacionalização só será aceitável quando se cumprirem
duas premissas. (...)
Roberto Pompeu de Toledo. Amazônia: premissas
para sua entrega. In: Veja, 28/5/2008 (com adaptações).
18. (Cespe/STJ/Analista judiciário/2008) Preservam-se a correção
gramatical e a coerência da argumentação do texto ao se substituir a
expressão “se cumprirem” (L.7) por forem cumpridas.
Comentário – A passagem original constitui voz passiva sintética. Nela, o
verbo “cumprem” concorda em número e pessoa com o sujeito “duas
premissas”. A substituição proposta faz surgir voz passiva analítica ou verbal
(verbo auxiliar + verbo principal), em que o verbo principal (“cumpridas”)
assume a forma nominal de particípio. Como já disse, o particípio concorda
em gênero e número com o substantivo a que se refere: “premissas”,
feminino plural.
Resposta – Item certo.
Lembre-se também de que, conforme a regra geral de
concordância nominal, o artigo, o adjetivo, o pronome adjetivo e o
numeral adjetivo concordam com o substantivo a que se referem em gênero
e número.
O aluno discreto não viu aquela moça com duas alianças.
1 A criação da ABIN, em 1995, proporcionou ao
mediante ações de coordenação do fluxo de informações
4 necessárias às decisões de governo, no que diz respeito ao
aproveitamento de oportunidades, aos antagonismos e às
Art. Adj. Pron. Adj.
Num. Adj.
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ameaças, reais ou potenciais, para os mais altos interesses da
7 sociedade e do país. (...)
Internet: <www.abin.gov.br> (com adaptações).
19. (Cespe/ABIN/Agente de Inteligência/2008) A substituição do termo
“necessárias” (L.4) por necessário mantém a correção gramatical do
texto.
Comentário – Observe que, originalmente, o adjetivo “necessárias”
qualifica o substantivo “informações”. Note que ambos concordam em
gênero (feminino) e número (plural). A substituição sugerida pela banca
examinadora muda a referência para o substantivo “fluxo” (“fluxo de
informações necessário”). Apesar de causar leve desvio na linha
argumentativa do texto, a alteração não traz prejuízo à correção gramatical
do texto.
Resposta – Item certo.
(...)
Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que
13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais
primitivo, e que evoluíram por meio das especulações
filosóficas até as modernas investigações científicas, que as
16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma
unificação que levou milênios para ser atingida.
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).
20. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Por se referir a “um
nível mais profundo de síntese” (R.16), a expressão “uma unificação
que” (l.16-17) pode ser substituída por o que, sem prejudicar a
argumentação ou a correção gramatical do texto.
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Comentário – A primeira coisa a fazer é identificar, no texto original, o
referente do adjetivo atingida: “uma unificação” (expressão representada
semanticamente pelo pronome relativo “que”). O núcleo “unificação” –
feminino singular – levou o adjetivo “atingida” a concordar em mesmo
gênero e número.
Agora, vamos reescrever a passagem como foi sugerido pela
banca examinadora: “...um nível mais profundo de síntese, o que levou
milênios para ser atingida”. Percebeu que o adjetivo “atingida” tem como
referência o pronome demonstrativo “o”? Semanticamente, ele é
representado pelo relativo “que”; como elemento de coesão, retoma a
expressão “um nível mais profundo de síntese”, cujo núcleo é o substantivo
masculino singular “nível”. Observe que tudo contribui para que o adjetivo
“atingida” seja empregado no masculino singular. Como isso não ocorreu,
houve prejuízo.
Resposta – Item errado.
Quando o adjetivo se refere a mais de um substantivo,
verifica-se o seguinte:
1. Substantivos do mesmo gênero o adjetivo ficará neste gênero e no
plural; poderá, ainda, concordar com o núcleo mais próximo.
Caderno e livro bons. (ou bom)
Casa e cadeira lindas. (ou linda)
2. Substantivos de gêneros diferentes o adjetivo ficará no masculino e
no plural; poderá, ainda, concordar com o núcleo mais próximo.
Caderno e casa bons. (ou boa)
Gravata e terno lindos. (ou lindo)
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3. Substantivos antepostos adjetivo no plural ou no singular, conforme
exemplos vistos até agora.
4. Substantivos pospostos a concordância mais notável será a atrativa.
Tratava-se de inoportuno momento e lugar.
Tratava-se de inoportuna ocasião e lugar.
(...) Com ele [o hipertexto], ler o mundo tornou-se virtualmente
10 possível, haja vista que sua natureza imaterial o faz ubíquo
por permitir que seja acessado em qualquer parte do planeta,
a qualquer hora do dia e por mais de um leitor
13 simultaneamente.
Antonio Carlos Xavier. Leitura, texto e hipertexto. In:
L. A. Marcuschi e A. C. Xavier (Orgs.). Hipertexto e
gêneros digitais, p. 171-2 (com adaptações).
21. (Cespe/Serpro/Analista/2008) Na linha 10, a flexão de feminino em
“haja vista” deve-se à concordância com a palavra feminina “natureza”.
Comentário – A expressão “haja vista” sempre está correta empregada no
singular, independentemente de o termo a que se refere estar no singular ou
no plural. No texto, a referência é toda a oração “que sua natureza imaterial
o faz ubíquo”.
É importante ressaltar que, mesmo nos casos em que a
flexão é permitida – como foi explicado quando tratamos da concordância
verbal, o segundo elemento da expressão (“vista”) mantém-se invariável.
Parece-me que a banca examinadora tentou confundir os candidatos
induzindo-os a raciocinar em função da concordância nominal que envolve o
emprego da expressão “a olhos vistos”.
Em “haja vista”, o substantivo “vista” é invariável:
Haja vista o silêncio.
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Haja(m) vista os barulhentos.
Em “a olhos vistos”, a expressão fica invariável ou a palavra
“vistos” concorda com o substantivo a que se refere:
Ela cresce a olhos vistos.
Ela cresce a olhos vista.
Resposta – Item errado.
Como “seguro morreu de velho”, apresento agora algumas
expressões que merecem cuidado especial.
1. É bom, é necessário, é preciso, é permitido, é proibido quando o
sujeito dessas expressões estiver determinado (por artigos, pronomes
ou numerais adjetivos), a concordância será feita normalmente; se,
entretanto, não existir determinante, a expressão ficará invariável.
É proibida a entrada.
É proibido entrada.
Água é bom para a saúde.
Esta água é boa para a saúde.
2. Todo = totalmente poderá flexionar-se em gênero e número para
concordar com o (pronome) substantivo a que se refere.
Ele vinha todo de branco.
Elas vinham todas de branco.
CUIDADO! Eles são todo-poderosos.
Elas são todo-poderosas.
Essa expressão pode ter seu segundo elemento flexionado, mas
não o primeiro!!!
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3. Ao tratarmos de cores, observaremos o seguinte:
a) se a cor é representada por adjetivo, varia;
sapato branco
camisas amarelas
b) se a cor é representada por substantivo, não varia;
sapatos cinza
camisas rosa
c) se a cor é representada por adjetivo + adjetivo, só o último
elemento varia;
blusas verde-claras
camisas azul-escuras
d) se a cor é representada por adjetivo + substantivo, o composto
fica invariável.
blusas verde-limão
calças azul-piscina
Por hoje é só. Bons estudos e que Deus o abençoe! Até a
próxima aula, em que estudaremos redação de correspondências oficiais.
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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
1 No mundo moderno em que vivemos, é certamente
difícil reconstituir as sensações, as impressões que tiveram os
primeiros homens em contato com a natureza. A imensa
4 variedade de corpos e acontecimentos que nos envolvem
gerou as noções de matéria, de espaço e de tempo,
fundamentalmente entrelaçadas no conhecimento das coisas. (...)
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).
1. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Preservam-se a
coerência da argumentação e a correção gramatical do texto ao se
substituir “A imensa variedade de” (L.3-4) por Os inúmeros.
2. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) Considerando que o fragmento
apresentado constitui parte de um texto de Jamil Chade (O Estado de
S. Paulo, 18/12/2008), julgue-o quanto à correção gramatical.
O jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung divulgou as novas
previsões do Ministério da Economia da Alemanha que indicam que o
maior mercado da Europa sofrerão uma queda de pelo menos 3% em
2009. O encolhimento da economia poderá ser ainda maior se a
recessão atingir outros países.
(...) Dados da Comissão de Relações Exteriores e Defesa
Nacional mostram que a entrada do país resultará em um
bloco com mais de 250 milhões de habitantes, área de
13 12,7 milhões de km2, PIB superior a U$ 1 trilhão
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(aproximadamente 76% do PIB da América do Sul) e
comércio global superior a US$ 300 bilhões.
(...)
Maria Clara Cabral. Folha de S. Paulo,18/12/2008.
3. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “mostram” (l.11)
está no plural porque concorda com “Relações Exteriores” (l.10).
(...)
7 A participação popular e o controle popular do poder
guardam a ideia de que o exercício da política é coletivo e
racional, com vistas à conquista de algum bem. A política
10 é exercida sempre que as pessoas agem em conjunto.
A política é uma ação plural. O voto, nas eleições, é modo de
expressão do consentimento dos cidadãos, para que o poder
13 seja exercido em seu nome, para que as leis sejam elaboradas
e executadas de modo legítimo. (...)
Daniela Romanelli da Silva. Poder, constituição e voto. In: Filosofia, Ciência
& Vida. São Paulo: Escala, ano III, n.º 27, p. 42-3 (com adaptações).
4. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Na argumentação do texto, a opção pela
estrutura verbal “guardam a ideia” (R.8) cria o pressuposto de ser falsa
a afirmação de que “o exercício da política é coletivo e racional” (l.8-9).
1 Dentro de um mês tinha comigo vinte aranhas; no
mês seguinte cinqüenta e cinco; em março de 1877 contava
quatrocentas e noventa. (...)
Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra
completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.
5. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) O verbo ter, na linha
1, está empregado no sentido de haver, existir, por isso mantém-se
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no singular, sem concordar com o sujeito da oração — “vinte aranhas”
(L.1).
1 Falei de esquisitices. Aqui está uma, que prova ao
mesmo tempo a capacidade política deste povo e a grande
observação dos seus legisladores. Refiro-me ao processo
4 eleitoral. Assisti a uma eleição que aqui se fez em fins de
novembro. Como em toda a parte, este povo andou em busca
da verdade eleitoral. Reformou muito e sempre; esbarrava-se,
7 porém, diante de vícios e paixões, que as leis não podem
eliminar. (...)
Machado de Assis. A semana. Obra completa, v. III.
Rio de Janeiro: Aguilar, 1973, p. 757.
6. (Cespe/TSE/Analista Judiciário/2007) Caso a expressão “aqui se fez”
(L.4) seja substituída por aqui foi feita, prejudica-se a correção
gramatical do período.
(...) Os meus pupilos não são os
31 solários de Campanela ou os utopistas de Morus; formam um
povo recente, que não pode trepar de um salto ao cume das
nações seculares. (...)
Machado de Assis. A Sereníssima República (conferência do cônego Vargas). In: Obra
completa. Vol. II. Contos. Papéis avulsos. Rio de Janeiro: José Aguilar, 1959, p. 337-8.
7. (Cespe/TCU/Analista de Controle Externo/2008) A forma verbal
“formam” (L.31) está flexionada na 3ª pessoa do plural para concordar
com a idéia de coletividade que a palavra “povo” (L.32) expressa.
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7 (...) Hoje, uma dezena de sítios na Internet usa
o mesmo princípio em benefício da inovação no mundo dos
negócios. (...)
Veja, 20/8/2008 (com adaptações).
8. (Cespe/Serpro/Analista/2008) O desenvolvimento das idéias do texto
permite que se substitua “uma dezena de” (L.7) pela expressão cerca
de dez, sem prejuízo para a correção gramatical e a coerência entre os
argumentos.
(...) Não precisamos usar a
22 superfície para explicar o mundo, porque ela mesma é
parte do mundo que exige explicação. Ela é um dado da
realidade ao qual nos relacionamos. A superfície pode
25 ter uma aparência ou ser mais, a própria verdade.
Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.
In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).
9. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A forma verbal
“exige” (L.23) apresenta flexão de singular para concordar com o
pronome “ela” (L.22), que, por sua vez, retoma, por coesão,
“superfície” (L.22).
(...)
Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que
13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais
primitivo, e que evoluíram por meio das especulações
filosóficas até as modernas investigações científicas, que as
16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma
unificação que levou milênios para ser atingida.
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José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).
10. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Na organização das
ideias no texto, o pronome “que” (L.14) retoma “nosso conhecimento
das coisas” (L.13).
(...) O que há são relações de
10 poder heterogêneas e em constante transformação. O poder
é, portanto, uma prática social constituída historicamente.
(...)
Maria da Penha Nery. Vínculo e afetividade: caminhos das relações
humanas. São Paulo: Ágora, 2003, p. 108-9 (com adaptações).
11. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Respeitam-se as relações de coerência e
coesão gramatical do texto se a forma verbal “há” (R.9) for substituída
por existe.
(...)
13 Os EUA tornaram-se o saco de pancadas nessa
cúpula. Raúl Castro não foi o único a responsabilizar os
EUA e o que chamou de seu modelo neoliberal pela crise do
16 crédito, que está comprometendo muitas outras economias.
(...)
Alexei Barrionuevo. The New York Times. In: O
Estado de S. Paulo, 18/12/2008 (com adaptações).
12. (Cespe/MRE-IRBr/Bolsas-prêmio/2009) A forma verbal “está” (l.16)
vem no singular porque concorda com “modelo neoliberal” (l.15).
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O que é o que é?
1 Se recebo um presente dado com carinho por pessoa
de quem não gosto — como se chama o que sinto? Uma
pessoa de quem não se gosta mais e que não gosta mais da
4 gente — como se chama essa mágoa e esse rancor? (...)
Clarice Lispector. A descoberta do mundo. Rio de Janeiro: Rocco, 1999, p. 199.
13. (Cespe/IRBr/Diplomata/2009) É gramaticalmente correto flexionar no
plural a forma verbal em “como se chama essa mágoa e esse rancor?”
(L.4), tendo como resultado como se chamam (...).
(...)
16 Em geral, cinco fatores estão atuando, em escala
mundial, nessa crise: o aumento da produção subsidiada de
biocombustíveis; o incremento dos custos com a alta do
19 petróleo, que chega a US$ 114 o barril, e dos fertilizantes; o
aumento do consumo em países como China, Índia e Brasil;
a seca e a quebra de safras em vários países; e a crise
22 norte-americana, que levou investidores a apostar no aumento
dos preços de alimentos em fundos de hedge.
(...)
O mundo em guerra pelo pão. In: Istoé Dinheiro.
23/4/2008, p. 30-2 (com adaptações).
14. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2008) No trecho “que
levou investidores a apostar no aumento dos preços de alimentos em
fundos de hedge” (L.22-23), a substituição de “apostar” por apostarem
manteria a correção gramatical do texto.
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(...) Em comunicado, o grupo
considerou a medida como parte complementar do corte
anterior de dois milhões de barris diários, anunciado em
7 setembro, como uma tentativa de estabilizar a cotação do
petróleo, que, desde julho, já caiu mais de US$ 100. (...)
O Globo, 18/12/2008.
15. (Cespe/IRBr/Bolsa-Prêmio/2009) A forma verbal “anunciado” (L.6)
concorda com “corte anterior” (L.5-6), por isso está no masculino
singular.
1 Toda a questão do conhecimento, como desejo
de penetrar os fenômenos e dizer sua lógica,
organização e seu funcionamento, pode ser pensada a
4 partir do que se deve denominar uma filosofia de
superfície: aquela que se dedica a tratar crítica e
analiticamente o mundo das superfícies. (...)
Márcia Tiburi. Uma filosofia da superfície.
In: Cult, ano 11, p. 42 (com adaptações).
16. (Cespe/TCE-AC/Analista de Controle Externo/2009) A flexão de
feminino em “pensada” (L. 3) deve-se à concordância com “lógica”
(L. 2).
17. (Cespe/STF/Técnico Judiciário/2008) Quanto à correção gramatical e às
exigências da redação oficial, julgue o fragmento de texto apresentado
a seguir, transcrito e adaptado de www.stf.gov.br.
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adotados pelo STF, em certos casos, evita o surgimento de
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apreciação em todos os níveis de jurisdição.
(...) Como nada ainda deu certo no planeta, a
7 internacionalização só será aceitável quando se cumprirem
duas premissas. (...)
Roberto Pompeu de Toledo. Amazônia: premissas
para sua entrega. In: Veja, 28/5/2008 (com adaptações).
18. (Cespe/STJ/Analista judiciário/2008) Preservam-se a correção
gramatical e a coerência da argumentação do texto ao se substituir a
expressão “se cumprirem” (L.7) por forem cumpridas.
1 A criação da ABIN, em 1995, proporcionou ao
mediante ações de coordenação do fluxo de informações
4 necessárias às decisões de governo, no que diz respeito ao
aproveitamento de oportunidades, aos antagonismos e às
ameaças, reais ou potenciais, para os mais altos interesses da
7 sociedade e do país. (...)
Internet: <www.abin.gov.br> (com adaptações).
19. (Cespe/ABIN/Agente de Inteligência/2008) A substituição do termo
“necessárias” (L.4) por necessário mantém a correção gramatical do
texto.
(...)
Tempo, espaço e matéria são, pois, ideias que
13 penetram o nosso conhecimento das coisas, desde o mais
primitivo, e que evoluíram por meio das especulações
filosóficas até as modernas investigações científicas, que as
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16 integraram em um nível mais profundo de síntese, uma
unificação que levou milênios para ser atingida.
José Leite Lopes. Tempo = espaço = matéria. In: Adauto Novaes (Org.). Tempo e
História. São Paulo: Companhia das Letras, 1996, p. 167 (com adaptações).
20. (Cespe/Antaq/Especialista – Economista/2009) Por se referir a “um
nível mais profundo de síntese” (R.16), a expressão “uma unificação
que” (l.16-17) pode ser substituída por o que, sem prejudicar a
argumentação ou a correção gramatical do texto.
(...) Com ele [o hipertexto], ler o mundo tornou-se virtualmente
10 possível, haja vista que sua natureza imaterial o faz ubíquo
por permitir que seja acessado em qualquer parte do planeta,
a qualquer hora do dia e por mais de um leitor
13 simultaneamente.
Antonio Carlos Xavier. Leitura, texto e hipertexto. In:
L. A. Marcuschi e A. C. Xavier (Orgs.). Hipertexto e
gêneros digitais, p. 171-2 (com adaptações).
21. (Cespe/Serpro/Analista/2008) Na linha 10, a flexão de feminino em
“haja vista” deve-se à concordância com a palavra feminina “natureza”.
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GABARITO DAS QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
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2. Item errado
3. Item errado
4. Item errado
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19. Item certo
20. Item errado
21. Item errado
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Olá! Hoje é a última aula deste curso preparatório para o
concurso do Tribunal de Contas da União (TCU). Quero aproveitar para
agradecer sua companhia durante esses “encontros”. Sou grato pelas
sugestões, críticas e elogios. Tudo isso fez com que eu procurasse melhorar
progressivamente o conteúdo das aulas. Tenha a certeza de que o material
que você possui reflete a tendência do Cespe. Com ele, você é capaz de
fazer uma ótima prova de Língua Portuguesa.
Resta-nos ainda tratar de um assunto importante e que,
provavelmente, constará no edital do concurso do TCU:
REDAÇÃO DE CORRESPONDÊNCIAS OFICIAIS
Reservei para este encontro todas as questões sobre redação de
correspondências oficiais cobradas na prova que o Cespe elaborou para o
concurso de analista do DETRAN/DF em 2009. A escolha deve-se à
abrangência das questões. Além delas, há também questões de outros
concursos organizados pela mesma banca examinadora.
Texto para os itens 1 a 9
Considere que Juarez Alencar Cabral, candidato ao cargo de analista de
trânsito do Detran/DF, desejando dedicar-se integralmente ao estudo
dos conteúdos que seriam exigidos nas provas do respectivo concurso,
tenha redigido, em tom gracioso, a seguinte carta para sua noiva.
BSB, 8/3/2009.
Excelentíssima Senhorita:
1. O abaixo-assinado, aluno compulsivo de cursos
preparatórios para concursos públicos, dotado da esperança
férrea de se tornar brevemente um eminente funcionário
público, vem, mui respeitosamente, por meio desta informar
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a Vossa Senhoria que se inscreveu para o provimento de
vaga no cargo de Analista de Trânsito do DETRAN/DF, e, por
esse relevante motivo, suspende por tempo indeterminado o
noivado que mantém com a Excelentíssima Senhorita, para
se dedicar integralmente ao estudo das matérias constantes
do respectivo edital.
2. Aproveito o ensejo para manifestar-lhe também,
outrossim, a intenção de retomar, tão logo seja aprovado,
minhas funções de noivo junto a Vossa Excelentíssima, haja
visto o grande amor que te devoto.
3. Reitero protestos de estima e consideração.
J.A.Cabral JUAREZ ALENCAR CABRAL
1. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma de identificação do signatário
da carta coincide com a recomendada para as comunicações oficiais,
que deve conter os seguintes elementos: a assinatura do remetente, a
linha contínua para se apor a assinatura, o nome da autoridade que
expede a comunicação grafado em maiúsculas e o alinhamento
centralizado.
Comentário – EXCETO QUANDO SE TRATAR DE DOCUMENTOS
ASSINADOS PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA, a identificação do
signatário nas correspondências oficiais deve trazer digitados o nome e o
cargo da autoridade que as expede, abaixo do local de sua assinatura. Veja
o modelo abaixo:
(espaço para assinatura) NOME
Ministro de Estado da Justiça
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Note que não se deve usar um traço acima do nome para
assinatura. O nome da pessoa é escrito com todas as letras em maiúsculas.
O cargo é escrito apenas com as iniciais maiúsculas. Tudo é centralizado na
folha.
Observação: recomenda-se não deixar a assinatura em
página isolada e transferir para essa página pelo menos a última frase
anterior ao fecho.
Resposta – Item errado.
2. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O fecho que consta na carta —
empregado durante muito tempo em expedientes oficiais de variada
natureza — é permitido, atualmente, somente em mensagens cujo
signatário seja servidor que se dirija a ocupante de cargo
imediatamente superior.
Comentário – O fecho mencionado encontra-se no terceiro parágrafo e tem
a finalidade de marcar o final do texto e saudar o destinatário. Acontece que
ele, o fecho, não é numerado como os demais parágrafos. Além disso, os
fechos utilizados atualmente nos documentos oficiais são os seguintes:
– “Respeitosamente”, para autoridades superiores, inclusive
quando se tratar do presidente da República;
– “Atenciosamente”, para autoridades de mesma hierarquia
ou de hierarquia inferior.
Ficam excluídas as comunicações dirigidas a autoridades
estrangeiras, que atendem a rito e tradição próprios.
Resposta – Item errado.
3. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A variedade de tratamento verificada
na carta, tanto no emprego de pronomes pessoais quanto no de
pronomes de tratamento, não deve ocorrer em documentos oficiais,
,
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pois compromete a modalidade de linguagem que deve ser empregada
em redação oficial.
Comentário – Abaixo, apresento um quadro-resumo das formas de
tratamento convenientes à redação oficial.
AUTORIDADES FORMA DE
TRATAMENTO ABREVIATURA VOCATIVO ENVELOPE
Presidente da República; Presidente do Congresso Nacional; e Presidente do Supremo Tribunal Federal.
Vossa ou Sua Excelência
V. Ex.ª Excelentíssimo Senhor + cargo
A Sua Excelência o Senhor Presidente da(o)... Nome Instituição Cep – Cidade. UF
Vice-Presidente; Ministros de Estado; Chefe do Gabinete de Segurança Institucional; Advogado-Geral da União; Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República; Chefe da Corregedoria Geral da União; Chefe da Casa Civil da Presidência da República; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais; Deputados Federais e Senadores; Membros de Tribunais; Ministro do Tribunal de Contas da União; Deputados Estaduais e Distritais; Presidentes das Câmaras Legislativas e Municipais; Juízes; Auditores da Justiça Militar; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Ministros dos Tribunais Superiores.
Vossa ou Sua Excelência
V. Ex.ª Senhor + cargo
A Sua Excelência o Senhor Nome Cargo Instituição Endereço Cep – Cidade. UF
Para Ministros: A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Ministro de Estado (seguido da respectiva pasta) Cep – Cidade. UF
Para Deputados e Senadores: A Sua Excelência o Senhor Deputado ou Senador Fulano de Tal Câmara ou Senado Federal Cep – Cidade. UF
Para Juízes: A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Juiz de Direito da 2ª Vara Cível Endereço
Demais autoridades e particulares
Vossa ou Sua Senhoria V.S.ª
Senhor + cargo ou para autoridade que não possuir cargo: Senhor Fulano de Tal
Ao Senhor Nome Cargo (quando houver) Endereço
Reitores de Universidades Vossa ou Sua Magnificência
V.M. Magnífico Reitor
Ao Senhor Nome Magnífico Reitor Universidade de.... Endereço
Papa Vossa ou Sua Santidade V.S. Santíssimo Padre
Santíssimo Padre Papa Fulano de Tal Palácio do Vaticano Endereço
Cardeais Vossa ou Sua Eminência
V.Em.ª ou
Eminentíssimo Senhor Cardeal
A Sua Excelência Reverendíssima o Senhor
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ou Vossa Eminência Reverendíssima
V.Em.ª Revm.ª ou Eminentíssimo e Reverendíssimo Senhor Cardeal
Nome Cargo seguido da instituição Endereço
Arcebispos e Bispos Vossa ou Sua Excelência Reverendíssima
V. Ex.ª Revm.ª Excelentíssimo ou Reverendíssimo Senhor + título
A Sua Excelência Reverendíssima o Senhor Nome Cargo + instituição Endereço
Sacerdotes, Clérigos e demais religiosos
Vossa ou Sua Reverência V. Rev. Reverendo
Ao Reverendo Senhor (nome) Endereço
Como você pode perceber, as formas “Excelentíssima Senhorita”
e “Vossa Excelentíssima” destoam completamente do padrão admitido nas
correspondências oficiais.
Note ainda o tom jocoso da mensagem. Na redação oficial, a
linguagem deve caracterizar-se pela sobriedade; a uniformidade de
tratamento, pela polidez.
Resposta – Item certo.
4. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A carta, apesar de escrita em tom
jocoso, segue a norma de numeração que deve ser aplicada aos
parágrafos contidos no texto do padrão ofício, princípio que tem o
objetivo de facilitar a alusão a qualquer informação do documento.
Comentário – Antes de tudo, você sabe o que é “padrão ofício”? Eu explico.
Existem três tipos de documentos que se DIFERENCIAM ANTES PELA
FINALIDADE do que pela forma: o ofício, o aviso e o memorando. Com o
intuito de uniformizá-los, pode-se adotar uma diagramação única, que siga o
que chamamos de padrão ofício.
A respeito da numeração dos parágrafos, realmente ela deve
existir, exceto nos casos em que os parágrafos estejam organizados em
itens ou títulos e subtítulos.
O problema está, como já disse anteriormente, no fato de
ter-se numerado o fecho, assemelhando-o aos parágrafos anteriores.
Resposta – Item errado.
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5. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Caso se tratasse de ofício expedido
em repartição pública, a carta teria de sofrer várias alterações. Uma
delas é a necessidade de fazer constar, à margem esquerda superior, o
tipo e o número do expediente, seguidos da sigla do órgão que o
expede.
Comentário – Uma das partes que o aviso, o ofício e o memorando
devem conter é justamente o tipo e o número do documento, seguido da
sigla do órgão que o expede, tudo alinhado à esquerda. Veja abaixo alguns
exemplos.
Memorando nº 123/2002-MF
Aviso nº 123/2002-SG
Ofício nº 123/2002-MME
Resposta – Item certo.
6. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A indicação de “local e data” da carta
está em conformidade com as normas do padrão ofício expostas no
Manual de Redação da Presidência da República.
Comentário – Nos documentos que seguem o padrão ofício, a indicação do
local e da data de assinatura é feita por extenso e com alinhamento à
direita, conforme o exemplo abaixo:
Brasília, 28 de abril de 2010.
Resposta – Item errado.
Em relação a expressões e palavras empregadas na carta, julgue os
itens seguintes.
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7. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo parágrafo, seria
adequado substituir “haja visto” por qualquer uma das seguintes
expressões: dado, tendo em vista, haja vista.
Comentário – Mesmo em se tratando de documentos oficiais, a linguagem
dos textos deve sempre pautar-se pelo padrão culto, formal da língua. Não é
aceitável, portanto, que neles constem coloquialismos ou expressões de uso
restrito a determinados grupos, que comprometeriam sua própria
compreensão pelo público. Acrescente-se que indesejável é também a
repetição excessiva de uma mesma palavra quando há outra que pode
substituí-la sem prejuízo ou alteração de sentido.
A expressão “haja visto” não está de acordo com as normas de
concordância da Língua Portuguesa. O segundo elemento, “visto”, é
invariável e permanece vista, independentemente do termo a que se refere.
Sendo assim, a substituição por “haja vista” é mais do que adequada. Ela é
necessária.
As demais expressões sugeridas pela banca examinadora também
trazem a noção de causa ou motivo daquilo que é declarado anteriormente.
Portanto são equivalentes semanticamente à expressão “haja vista”.
Note ainda a concordância em masculino singular do vocábulo
“dado” com o substantivo “amor”.
Resposta – Item certo.
8. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo parágrafo, o advérbio
“outrossim”, frequente em expedientes oficiais, está empregado de
forma redundante por estar antecedido do advérbio “também”.
Comentário – Um bom texto deve ser pautado também pela concisão e
objetividade, características importantes das correspondências oficiais.
Conciso e objetivo é o texto que transmite um máximo de
ideias com um mínimo de palavras. Significa dizer que o redator deve
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eliminar palavras inúteis, redundantes, passagens que nada acrescentam ao
que já foi dito.
Isso diz respeito à economia linguística, que não deve ser
confundida com a economia de pensamento. Logo, as informações
essenciais de um texto não devem ser suprimidas simplesmente para
torná-lo menor.
Ressalte-se ainda que chavões, jargões, clichês e outras
repetições supérfluas devem ser evitados, tais como:
- Aproveitamos o ensejo/a oportunidade;
- Estamos a sua inteira disposição para quaisquer
esclarecimentos;
- Sem mais nada para o momento;
- Tem a presente a finalidade de;
- Vimos por meio desta;
- Outrossim/destarte/mui
- De posse de seu ofício.
Resposta – Item certo.
9. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A expressão “vem (...) por meio
desta”, utilizada no primeiro parágrafo, apesar de ser considerada
redundante em comunicações oficiais, tem seu emprego recomendado
quando se quer assegurar o entendimento correto do texto.
Comentário – Releia o que foi dito no comentário anterior e saiba que o
que contribui para o correto entendimento do texto são a clareza, a
concisão, a observância das normas gramaticais, a coerência das
informações transmitidas, a preferência pela construção de períodos curtos e
de frases na ordem direta.
Resposta – Item errado.
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Julgue os itens de 10 a 14 quanto ao emprego da norma escrita formal
em comunicações oficiais.
10. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Ambas as construções serão tidas
como corretas, se figurarem em um expediente oficial: 1. Esses são os
recursos de que o Estado dispõe. 2. O Governo insiste que a negociação
é importante.
Comentário – Como já comentei aqui, a escrita correta dos vocábulos e as
construções sintáticas em conformidade com as normas gramaticais devem
nortear a elaboração de qualquer texto. Isso inclui os textos elaborados pela
Administração Pública.
O primeiro período apresentado no comando da questão está
correto em todos os aspectos. Note o emprego da preposição “de” antes do
pronome relativo “que”. Ela surge para atender a regência da forma verbal
“dispõe” (quem dispõe, dispõe de algo). Nas orações subordinadas
adjetivas, a preposição exigida pelo verbo deve anteceder o pronome
relativo, a exemplo do que ocorreu em “1”.
Correto também está o segundo período. Observe agora a
ausência da preposição regida pela forma verbal “insiste” (quem insiste,
insiste em algo). Ocorre que a preposição exigida pelo verbo da oração
principal (“O governo insiste”) tem seu emprego facultado diante de orações
subordinadas substantivas objetivas indiretas (“que a negociação é
importante).
Resposta – Item correto.
11. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Considerando-se que a mesóclise é
desaconselhável em expedientes oficiais, é preferível iniciar período
com a construção “Lhe enviaremos mais informações oportunamente” a
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iniciá-lo com a construção “Enviar-lhe-emos mais informações
oportunamente”.
Comentário – Toda regra contida na gramática normativa emprega-se
também nos documentos oficiais. As regras que tratam de colocação dos
pronomes oblíquos átonos são exemplos disso.
Lembre-se de que a mesóclise é o emprego do pronome
oblíquo átono no interior do verbo, assinalado na escrita pela presença de
dois hifens, um antes e outro depois (“Enviar-lhe-emos”). Ocorre com
verbos flexionados no futuro do presente e no futuro do pretérito do modo
indicativo, desde que não haja palavra atrativa que force o pronome a
ocupar posição anterior ao verbo, isto é, posição proclítica (Não lhe
enviaremos...)
Resposta – Item errado.
12. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Foram empregadas com correção
semântica todas as palavras sublinhadas nos seguintes períodos:
Optou-se por uma dissensão lenta e gradual ao se reintroduzir o país ao
Estado de Direito. Tratar o público com distinção é obrigação de todo
atendente de repartição pública. A discussão do projeto de lei tornou-se
acirrada quando afloraram as distensões nas hostes oposicionistas.
Comentário – Devemos tomar cuidado com palavras parecidas na grafia e
na pronúncia, mas com sentidos diferentes. Elas são conhecidas por
parônimos.
A primeira palavra sublinhada (“dissensão”) significa, de
acordo com o dicionário Houaiss:
1 falta de concordância a respeito de (algo); divergência,
discrepância
2 estado de litígio; desavença, conflito, disputa
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Ex.: as d. entre os nobres na Idade Média prejudicavam o
povo
3 característica daquilo que discrepa; oposição
Para ter coerência, a informação transmitida deveria trazer a
palavra descenção, cujo significado é, ainda de acordo com o mesmo
dicionário:
ato, processo ou efeito de descer; descenso, descida
1 movimento descendente; descida, deposição
2 efeito desse movimento
Ex.: a D. da Cruz (falando de Jesus Cristo, p.ex.)
3 Estatística: pouco usado.
decrescimento, decréscimo, diminuição
Ex.: a d. de um índice econômico
4 ato ou efeito de declinar, cair
Ex.: d. do sol no horizonte
5 Rubrica: geografia.
O vocábulo “distinção”, que expressa as ideias abaixo, está
empregado adequadamente:
3 boa educação; elegância, finura, discrição
Ex.: todos elogiaram a simpatia e a d. da anfitriã
4 maneira honesta, correta e impecável de proceder
Ex.: pode confiar nesta oficina, o dono age sempre com a
maior d.
Por último, a palavra “distensões”, em um contexto
sócio-político, significa “diminuição ou término das tensões entre países,
entre a população, ou parte dela, e o governo, entre grupos dentro de uma
sociedade etc.” Melhor seria, portanto, empregar o vocábulo “dissensões”.
Resposta – Item errado.
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13. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na elaboração de texto oficial, como
norma geral, deve ser evitada a repetição de palavras, buscando-se
sinônimo ou termo mais preciso para substituir a palavra repetida. No
entanto, se a substituição comprometer a inteligibilidade e a coesão do
texto, recomenda-se manter a repetição.
Comentário – A inteligibilidade do texto oficial diz respeito à clareza e à
objetividade da linguagem usada. A necessidade de empregar determinado
nível de linguagem nos atos e expedientes oficiais decorre, de um lado, do
próprio caráter público desses atos e comunicações; de outro, de sua
finalidade. Os atos oficiais, aqui entendidos como atos de caráter normativo,
ou estabelecem regras para a conduta dos cidadãos, ou regulam o
funcionamento dos órgãos públicos, o que só é alcançado se, em sua
elaboração, for empregada a linguagem adequada. O mesmo se dá com os
expedientes oficiais, cuja finalidade precípua é a de informar com clareza e
objetividade.
As comunicações que partem dos órgãos públicos devem ser
compreendidas por todo e qualquer cidadão brasileiro. Para atingir esse
objetivo, há que evitar o uso de uma linguagem restrita a determinados
grupos. Não há dúvida que um texto marcado por expressões de circulação
restrita, como a gíria, os regionalismos vocabulares ou o jargão técnico, tem
sua compreensão dificultada.
Ressalte-se que há necessariamente uma distância entre a
língua falada e a escrita. Aquela é extremamente dinâmica, reflete de forma
imediata qualquer alteração de costumes, e pode eventualmente contar com
outros elementos que auxiliem a sua compreensão, como os gestos, a
entoação, etc., para mencionar apenas alguns dos fatores responsáveis por
essa distância. Já a língua escrita incorpora mais lentamente as
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transformações, tem maior vocação para a permanência, e vale-se apenas
de si mesma para comunicar.
A língua escrita, como a falada, compreende diferentes
níveis, de acordo com o uso que dela se faça. Por exemplo, em uma carta a
um amigo, podemos nos valer de determinado padrão de linguagem que
incorpore expressões extremamente pessoais ou coloquiais; em um parecer
jurídico, não se há de estranhar a presença do vocabulário técnico
correspondente. Nos dois casos, há um padrão de linguagem que atende ao
uso que se faz da língua, a finalidade com que a empregamos.
O mesmo ocorre com os textos oficiais: por seu caráter
impessoal, por sua finalidade de informar com o máximo de clareza e
concisão, eles requerem o uso do padrão culto da língua. Há consenso de
que o padrão culto é aquele em que
a) se observam as regras da gramática formal, e
b) se emprega um vocabulário comum ao conjunto dos
usuários do idioma.
É importante ressaltar que a obrigatoriedade do uso do
padrão culto na redação oficial decorre do fato de que ele está acima das
diferenças lexicais, morfológicas ou sintáticas regionais, dos modismos
vocabulares, permitindo, por essa razão, que se atinja a pretendida
compreensão por todos os cidadãos.
Lembre-se de que o padrão culto nada tem contra a
simplicidade de expressão, desde que não seja confundida com pobreza de
expressão. De nenhuma forma o uso do padrão culto implica emprego de
linguagem rebuscada, nem dos contorcionismos sintáticos e figuras de
linguagem próprios da língua literária.
Pode-se concluir, então, que não existe propriamente um
“padrão oficial de linguagem”; o que há é o uso do padrão culto nos atos e
comunicações oficiais. É claro que haverá preferência pelo uso de
determinadas expressões, ou será obedecida certa tradição no emprego das
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formas sintáticas, mas isso não implica, necessariamente, que se consagre a
utilização de uma forma de linguagem burocrática. O jargão burocrático,
como todo jargão, deve ser evitado, pois terá sempre sua compreensão
limitada.
A linguagem técnica deve ser empregada apenas em
situações que a exijam, sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos
rebuscamentos acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada
área, são de difícil entendimento por quem não esteja com eles
familiarizado. Deve-se ter o cuidado, portanto, de explicitá-los em
comunicações encaminhadas a outros órgãos da administração e em
expedientes dirigidos aos cidadãos.
Resposta – Item certo.
14. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Estão corretamente empregados os
homônimos destacados em negrito no seguinte período: A
administração de um medicamento raramente prescrito no Brasil
acabou de ser proscrita nos EUA.
Comentário – Recorramos novamente ao dicionário Houaiss. O vocábulo
“prescrito” foi adequadamente empregado com a acepção de “ordenado
explicitamente”, “que se prescreveu”. A expressão “proscrita” significa a
qualidade daquilo que foi “proibido, censurado, interdito”. Portanto, também
é coerente com o significado do texto.
Faço aqui apenas uma observação. Essas palavras não são
“homônimos”, mas sim parônimos. Lembre-se de que homônimos têm a
pronúncia ou a grafia iguais.
ascender (elevar-se) / acender (atear fogo): homônimos
homófonos (mesma pronúncia)
pelo (forma verbal, pronúncia aberta) / pelo (substantivo,
pronúncia fechada) – homônimos homógrafos
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Há ainda os homônimos perfeitos, palavras que possuem a
pronúncia e a grafia iguais, mas continuam com significados distintos.
são (forma verbal) / são (qualidade de quem está bem de
saúde)
Parônimos são palavras que possuem tudo distinto:
pronúncia, grafia e significado, exatamente como ocorre em relação às
palavras em negrito no enunciado.
Resposta – Item certo, conforme o gabarito oficial. Julgo que seria melhor
anular a questão.
A respeito da redação de expediente, julgue os próximos itens.
15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em ofício dirigido a uma senadora e
cujo signatário seja um diretor de um órgão público, deverão ser
empregados o vocativo “Senhora Senadora,” e o pronome de
tratamento “Vossa Excelência”, devendo estar flexionados no feminino
os adjetivos que se refiram à destinatária, como se verifica no seguinte
enunciado: “Vossa Excelência ficará satisfeita ao saber que foi indicada
para presidir a sessão.”
Comentário – Veja na tabela abaixo que a pessoa ocupante de cargo de
senador(a) da República também faz jus ao tratamento de Vossa ou Sua
Excelência. No primeiro caso, a correspondência deve ser dirigida
diretamente a ela (como no item que estamos analisando). Se a
correspondência não for endereçada à própria pessoa, mas falar a respeito
dela, a forma correta é Sua Excelência.
AUTORIDADES FORMA DE
TRATAMENTO ABREVIATURA VOCATIVO ENVELOPE
Vice-Presidente; Ministros de Estado; Chefe do Gabinete de Segurança Institucional; Advogado-Geral da União; Chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República; Chefe da Corregedoria Geral da União;
Vossa ou Sua Excelência
V. Ex.ª Senhor + cargo
A Sua Excelência o Senhor Nome Cargo Instituição Endereço Cep – Cidade. UF
Para Ministros:
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Chefe da Casa Civil da Presidência da República; Governadores e Vice-Governadores de Estado e do Distrito Federal; Oficiais-Generais das Forças Armadas; Embaixadores; Secretários-Executivos de Ministérios e demais ocupantes de cargos de natureza especial; Secretários de Estado dos Governos Estaduais; Prefeitos Municipais; Deputados Federais e Senadores; Membros de Tribunais; Ministro do Tribunal de Contas da União; Deputados Estaduais e Distritais; Presidentes das Câmaras Legislativas e Municipais; Juízes; Auditores da Justiça Militar; Conselheiros dos Tribunais de Contas Estaduais; Ministros dos Tribunais Superiores.
A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Ministro de Estado (seguido da respectiva pasta) Cep – Cidade. UF
Para Deputados e Senadores: A Sua Excelência o Senhor Deputado ou Senador Fulano de Tal Câmara ou Senado Federal Cep – Cidade. UF
Para Juízes: A Sua Excelência o Senhor Fulano de Tal Juiz de Direito da 2ª Vara Cível Endereço
A respeito do vocativo, é importante dizer que ele consta
tanto no ofício quanto no aviso, mas não aparece no memorando.
Lembram-se de que esses três tipos de documentos constituem, quanto à
forma, o padrão ofício? Pois é, o vocativo é uma parte do expediente oficial
que não é comum a todos eles.
O vocativo a ser empregado em comunicações dirigidas aos
chefes de Poder é Excelentíssimo Senhor, seguido do cargo respectivo:
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Congresso Nacional,
Excelentíssimo Senhor Presidente do Supremo Tribunal
Federal.
As demais autoridades serão tratadas com o vocativo
Senhor, seguido do cargo respectivo:
Senhor Senador,
Senhor Juiz,
Senhor Ministro,
Senhor Governador,
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Os pronomes de tratamento apresentam peculiaridades
quanto à concordância. Os adjetivos referidos a esses pronomes devem
coincidir com o sexo da pessoa a que se refere, e não com o substantivo que
compõe a locução. Se nosso interlocutor for homem, o correto será “Vossa
Excelência ficará satisfeito”; se for mulher, “Vossa Excelência ficará
satisfeita”.
Em relação à concordância verbal, embora os pronomes de
tratamento se refiram à segunda pessoa gramatical (com quem se fala, ou a
quem se dirige a comunicação), eles levam a concordância para a terceira
pessoa: “Vossa Excelência ficará satisfeita”.
Também os pronomes possessivos referidos a pronomes de
tratamento são sempre os da terceira pessoa: “Vossa Excelência ficará
satisfeita se seus projetos forem aprovados?”.
Resposta – Item certo.
16. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O envio de documentos, quando
urgente, pode ser antecipado por fax ou por correio eletrônico, sendo
recomendados o preenchimento de formulário apropriado (folha de
rosto), no caso do fax, e a certificação digital, no caso do e-mail.
Comentário – Fax é a modalidade de comunicação que deve ser utilizada
na transmissão e recebimento de assuntos oficiais de extrema urgência e
para o envio antecipado de documentos, de cujo conhecimento há
premência, quando não há condições de envio do documento por meio
eletrônico.
Se necessário o arquivamento, deve-se fazê-lo com cópia
xerox do fax e não com o próprio fax, cujo papel, em certos modelos, se
deteriora rapidamente.
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É conveniente o envio, juntamente com o documento
principal, de folha de rosto, ou seja, de pequeno formulário com os dados de
identificação da mensagem a ser enviada.
Quando necessário o original, ele segue posteriormente pela
via e na forma de praxe.
Sobre o correio eletrônico, saiba que, nos termos da
legislação em vigor, para que a mensagem de correio eletrônico tenha valor
documental e para que possa ser aceita como documento original, é
necessário existir certificação digital que ateste a identidade do remetente,
na forma estabelecida em lei.
O campo assunto do formulário de correio eletrônico deve ser
preenchido de modo a facilitar a organização documental tanto do
destinatário quanto do remetente.
Para os arquivos anexados à mensagem deve ser utilizado,
preferencialmente, o formato Rich Text. A mensagem que encaminha algum
arquivo deve trazer informações mínimas sobre seu conteúdo.
Sempre que disponível, deve-se utilizar recurso de
confirmação de leitura. Caso não seja disponível, deve constar da mensagem
pedido de confirmação de recebimento.
Não há estrutura definida para e-mail, entretanto, deve-se
evitar o uso de linguagem incompatível com uma comunicação oficial.
Resposta – Item certo.
17. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No caso de relatório que requeira
providências a serem tomadas, um dos fechos recomendados é o
seguinte: Esperando que o relatório expresse fielmente os fatos, pede
deferimento.
Comentário – A banca examinadora misturou, com a intenção de confundir
os candidatos, relatório com requerimento.
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Relatório não é documento adequado para se pleitear nada.
Ele serve para expor à autoridade superior a execução de trabalhos
concernentes a certos serviços ou a execução de serviços inerentes ao
exercício do cargo em determinado período.
Requerimento é o instrumento por meio do qual o
interessado requer a uma autoridade administrativa um direito do qual se
julga detentor. Seu fecho é composto pela expressão “Nesses termos, pede
deferimento”.
Resposta – Item errado.
Considere que um servidor do Detran/DF tenha redigido um
documento oficial para convidar um embaixador a proferir palestra no
órgão e que o trecho abaixo componha tal documento.
Memo n.o 6/DIR
Em 8 de março de 2009.
Excelentíssimo Senhor MARK JERTRUTZ,
Convido Vossa Excelência para proferir palestra na
sede do DETRAN/DF sobre as medidas tomadas em vosso
país para melhorar as condições de trânsito nas grandes
cidades.
Considerando essa situação hipotética, julgue os próximos itens.
18. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Foi adequada a escolha da forma
memorando, visto que o convite, geralmente, constitui uma
comunicação curta.
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Comentário – O memorando caracteriza-se, sobre tudo pela simplicidade e
concisão na redação e também no trâmite. Não é de estranhar, portanto,
que os despachos ao memorando devem ser dados no próprio documento e,
em caso de falta de espaço, em uma folha de continuação. Todavia o
memorando é um tipo de correspondência interna, empregada entre
unidades administrativas de um mesmo órgão, sem restrições hierárquicas e
temáticas. Melhor seria que o documento utilizado fosse um ofício ou mesmo
uma carta.
Ofício é documento destinado à comunicação oficial entre
órgãos da administração pública e de autoridades para particulares. Trata-se
de documento formalmente semelhante ao memorando; contudo a diferença
básica entre eles é o destino: enquanto o ofício tem por finalidade a
comunicação externa, o memorando é uma comunicação interna.
Carta é forma de correspondência com personalidade pública
ou particular, utilizada para fazer solicitações, convites, externar
agradecimentos ou transmitir informações. As cartas, em princípio, não
devem ser numeradas sequencialmente, à exceção das unidades
organizacionais que as utilizam, com frequência, em caráter oficial
(geralmente nas correspondências com particulares ou empresas).
Recomenda-se que a estruturação seja semelhante à do ofício.
Resposta – Item errado.
19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Atende às normas de elaboração do
memorando o emprego do vocativo com o nome do embaixador.
Comentário – Quanto à sua forma, o memorando segue o modelo do
padrão ofício, com a diferença de que o seu destinatário deve ser
mencionado pelo cargo que ocupa. Nele não há vocativo.
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
Ao Sr. Subchefe para Assuntos Jurídicos
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Quanto a sua forma, aviso e ofício seguem o modelo do
padrão ofício, com acréscimo do vocativo, que invoca o destinatário, seguido
de vírgula.
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
Senhora Ministra,
Senhor Chefe de Gabinete,
Resposta – Item errado.
20. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Atende à prescrição gramatical o
emprego do pronome possessivo “vosso” no corpo do texto, dado que o
tratamento empregado foi Vossa Excelência.
Comentário – Os pronomes de tratamento (ou de segunda pessoa indireta)
embora se refiram à segunda pessoa gramatical (à pessoa com quem se
fala, ou a quem se dirige à comunicação), levam a concordância para a
terceira pessoa.
Vossa Senhoria nomeará o seu substituto.
Vossa Excelência conhece o assunto.
Resposta – Item errado.
Eis abaixo um quadro-resumo das principais características de
alguns documentos oficiais. Leia-o com atenção, comparando as
semelhanças e diferenças entre eles.
Em seguida, apresento modelos das correspondências oficiais
comentadas nos exercícios anteriores.
Ofício
Expedido por e para as
demais autoridades
(órgãos distintos)
Expedido também para
particulares.
Quando o ofício for
endereçado a mais de um
destinatário, chama-se
ofício-circular.
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Aviso
Expedido exclusivamente
por ministros de Estado
para autoridade de
mesma hierarquia.
Memorando
Comunicação entre
unidades administrativas
de um mesmo órgão
(comunicação interna).
Possui caráter
administrativo.
Empregado para expor
projetos, idéias,
diretrizes, etc. a serem
adotados por
determinado setor
público.
Marcado pela agilidade na
tramitação e simplicidade
burocrática. Os despachos
devem se dados no próprio
documento ou em folha de
continuação.
Exposição de Motivos
Expedido por Ministro.
Dirigido ao presidente ou
ao vice-presidente da
República.
Serve para:
a) informar determinado
assunto;
b) propor alguma
medida;
c) submeter projeto de
ato normativo.
Se envolver mais de um
Ministério, será assinada
por todos os envolvidos
(interministerial)
Segue o padrão ofício se
for informativo.
Se for para propor alguma
medida ou submeter
projeto de ato normativo,
é acompanhado de anexo
em modelo específico.
Ata
Registro sucinto de fatos,
ocorrências, resoluções e
decisões de uma
assembléia, sessão ou
reunião.
Devem-se evitar as
abreviaturas, e os
números são escritos por
extenso.
Escreve-se tudo
seguidamente (não há
divisões de parágrafos),
sem rasuras, emendas ou
entrelinhas.
Verificando-se qualquer
engano no momento da
redação, deverá ser
imediatamente retificado
empregando-se palavras
retificadoras: “digo”
Na hipótese de qualquer
omissão ou erro depois de
lavrada a Ata, far-se-á
uma ressalva: “em
tempo”. “Na linha..........,
onde se lê......, leia-
se..........”.
Assinam: presidente,
secretário e membros (as
assinaturas destes podem
constar em uma lista ou
livro de presenças)
Mensagem
Instrumento de
comunicação entre os
chefes dos Poderes.
Obs.: minuta de
mensagem pode ser
encaminha pelos
Ministérios à Presidência
da República, a cuja
acessórias caberá a
redação final.
Mensagens mais usuais
expedidas pelo Executivo
ao Congresso Nacional:
a) encaminhamento de
projeto de lei; b)
encaminhamento de
medida provisória; c)
indicação de autoridades
(o currículo do indicado,
devidamente assinado,
acompanha a
mensagem); d) pedido
de autorização para o
Presidente ou o Vice-
Presidente se ausentarem
do País por mais de 15
dias; e) encaminhamento
A mensagem, como os
demais atos assinados pelo
presidente da República,
não traz identificação de
seu signatário.
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de atos de concessão e
renovação de concessão
de emissoras de rádio e
TV; f) encaminhamento
de prestação de contas de
exercício anterior; g)
mensagem de abertura
da sessão legislativa (o
portador da mensagem é
o Chefe da Casa Civil e
vai encadernada em
forma de livro para todos
os congressistas); h)
comunicação de sansão
(dirigida aos membros do
Congresso, por meio de
Aviso ao primeiro
secretário da Casa); i)
comunicação de veto
(dirigida ao presidente do
Senado).
Telegrama
Trata-se de forma de
comunicação dispendiosa
aos cofres públicos e
tecnologicamente
superada.
Seu uso restringe-se aos
casos em que:
a) não seja possível o uso de fax;
b) não seja possível o uso de correio eletrônico; e
c) a urgência justifique.
Não há padrão rígido; sua
forma e estrutura seguem
os formulários disponíveis
nas agências dos Correios
e em seu sítio na Internet.
Fax
Para transmissão
antecipada de mensagens
e documentos urgentes,
quando não é possível o
envio deles por correio
eletrônico.
O documento original,
quando necessário, deve
seguir posteriormente
pela via e na forma
normal.
O arquivamento, se
necessário, deve ser feito
com cópia do fax, pois o
papel do próprio fax se
deteriora rapidamente.
Correio Eletrônico
Principal forma de
comunicação para
transmissão de
documentos, em virtude
do baixo custo e da
celeridade.
Flexibilidade: não
interessa definir forma
rígida para sua estrutura.
Obs 1.: deve-se evitar o
uso de linguagem
incompatível com uma
comunicação oficial.
Obs. 2: o campo
“assunto” deve ser
preenchido de modo a
facilitar a organização
documental tanto do
destinatário quanto do
remetente.
A mensagem que
encaminha algum anexo
deve fornecer informações
mínimas sobre o conteúdo
dele.
Para os arquivos
anexados, deve ser
utilizado,
preferencialmente, o
formato Rich Text.
Sempre que disponível,
utilizar o recurso de
“confirmação de leitura”.
Caso não seja possível,
pedir confirmação de
recebimento.
Nos termos da legislação
em vigor, é necessário
existir certificação digital
do remetente para que a
mensagem tenha valor
documental.
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[Ministério]
[Secretaria/Departamento/Setor/Entidade] 5 cm [Endereço para correspondência].
[Endereço - continuação] [Telefone e Endereço de Correio Eletrônico]
Ofício no 524/1991/SG-PR Brasília, 27 de maio de 1991.
A Sua Excelência o Senhor Deputado [NOME] Câmara dos Deputados 70.160-900 – Brasília – DF Assunto: Demarcação de terras indígenas Senhor Deputado, 2,5 cm 1. Em complemento às observações transmitidas pelo telegrama no 154, de 24 de abril último, informo Vossa Excelência de que as medidas mencionadas em sua carta no 6708, dirigida ao Senhor Presidente da República, estão amparadas pelo procedimento administrativo de demarcação de terras indígenas instituído pelo Decreto no 22, de 4 de fevereiro de 1991 (cópia anexa).
2. Em sua comunicação, Vossa Excelência ressalva a necessidade de que – na definição e demarcação das terras indígenas – fossem levadas em consideração as características sócio-econômicas regionais.
3. Nos termos do Decreto no 22, a demarcação de terras indígenas deverá ser precedida de estudos e levantamentos técnicos que atendam ao disposto no art. 231, § 1o, da Constituição Federal. Os estudos deverão incluir os aspectos etno-históricos, sociológicos, cartográficos e fundiários. O exame deste último aspecto deverá ser feito conjuntamente com o órgão federal ou estadual competente.
1,5
cm
3cm
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3,5 cm 4. Os órgãos públicos federais, estaduais e municipais deverão encaminhar as informações que julgarem pertinentes sobre a área em estudo. É igualmente assegurada a manifestação de entidades representativas da sociedade civil.
5. Os estudos técnicos elaborados pelo órgão federal de proteção ao índio serão publicados juntamente com as informações recebidas dos órgãos públicos e das entidades civis acima mencionadas.
6. Como Vossa Excelência pode verificar, o procedimento estabelecido assegura que a decisão a ser baixada pelo Ministro de Estado da Justiça sobre os limites e a demarcação de terras indígenas seja informada de todos os elementos necessários, inclusive daqueles assinalados em sua carta, com a necessária transparência e agilidade.
Atenciosamente,
[NOME] [Cargo]
2
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TIMBRE
Aviso no 45/1991/SCT-PR
Brasília, 27 de fevereiro de 1991.
A Sua Excelência o Senhor FULANO DE TAL Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão – MPO Esplanada dos Ministérios, Bloco K 70.068-900 – Brasília – DF Assunto: Seminário sobre uso de energia no setor público. Senhor Ministro, 1. Convido Vossa Excelência a participar da sessão de abertura do Primeiro Seminário Regional sobre o Uso Eficiente de Energia no Setor Público, a ser realizado em 5 de março próximo, às 9 horas, no auditório da Escola Nacional de Administração Pública – ENAP, localizada no Setor de Áreas Isoladas Sul, nesta capital.
2. O Seminário mencionado inclui-se nas atividades do Programa Nacional das Comissões Internas de Conservação de Energia em Órgão Públicos, instituído pelo Decreto no 99.656, de 26 de outubro de 1990. Atenciosamente,
BELTRANO Ministro de Minas e Energia
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TIMBRE
Memorando nº 118/1991/DJ Em 12 de abril de 1991.
Ao Sr. Chefe do Departamento de Administração
Assunto: Instalação de microcomputadores
1. Nos termos do Plano Geral de informatização, solicito a Vossa Senhoria verificar a possibilidade de que sejam instalados três microcomputadores neste Departamento. 2 Sem descer a maiores detalhes técnicos, acrescento, apenas, que o ideal seria que o equipamento fosse dotado de disco rígido e de monitor padrão EGA. Quanto a programas, haveria necessidade de dois tipos: um processador de textos, e outro gerenciador de banco de dados. 3. O treinamento de pessoal para operação dos micros poderia ficar a cargo da Seção de Treinamento do Departamento de Modernização, cuja chefia já manifestou seu acordo a respeito. 4. Devo mencionar, por fim, que a informatização dos trabalhos deste Departamento ensejará racional distribuição de tarefas entre os servidores e, sobretudo, uma melhoria na qualidade dos serviços prestados. Atenciosamente,
[NOME do signatário] [Cargo do signatário]
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TIMBRE
Carta no 13/2009/SPC
Brasília, 1º de fevereiro de 2009.
A Sua Senhoria o Senhor FULANO DE TAL Diretor Financeiro Junco Agronegócios LTDA Rua Oligário Nunes, 125 – São José 39.470-000 – Itacarambi–MG Assunto: Inauguração do edifício-sede Senhor Diretor, Convido Vossa Senhoria para participar da solenidade de inauguração do edifício-sede da Promotoria de Defesa do Consumidor do Ministério Público do Distrito Federal e Territórios, localizado na Praça dos Três Poderes, lote 171, Eixo Monumental, no dia 29 de fevereiro de 2009, às 12 horas.
Atenciosamente,
ROLANDO LERO Procurador-Geral da Justiça
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Vocativo + cargo + órgão (Magnífico Reitor da Universidade de Brasília), NOME DO REQUERENTE, demais dados de qualificação, requer (objetivo e fundamento legal).
Nesses termos, pede deferimento.
Local, data por extenso.
NOME DO REQUERENTE Cargo ou função, se for servidor público
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RELATÓRIO (ou RELATÓRIO DE...)
Senhor Diretor-Geral, Tendo sido designado para apurar a denúncia de irregularidades na licitação pública nº 123, que visa a renovar a frota de veículos deste órgão, de acordo com a portaria nº 2020, de 31 de janeiro de 2006, submeto à apreciação de Vossa Senhoria o relatório das diligências que efetuei.
Em 10 de setembro de 2005, dirigi-me à chefe da seção de Compras, senhora FULANA DE TAL, para inquirir os funcionários BELTRANO e SICRANO, acusados de fraudar o processo de licitação mencionado no parágrafo acima em favor da empresa ROBAUTO VEÍCULOS LTDA, que venceu a concorrência, embora tenha cotado o preço dos automóveis com um ágio de trinta por cento em relação ao valor de mercado.
No inquérito a que se procedeu, ressalta-se a culpabilidade do servidor BELTRANO, sobre quem recaem evidências de ter fraudado o processo licitatório, já que foi ele a pessoa encarregada de abrir os envelopes das empresas perdedoras.
Conforme se apurou também, o senhor SICRANO tem sua parcela de responsabilidade no caso, tendo em vista que se omitiu, sendo negligente no exercício de suas funções. Como membro da Comissão de Lcitações, devia estar presente na hora da abertura dos envelopes, o que não ocorreu.
Do que foi exposto, conclui-se que se instaure imediatamente um processo administrativo.
É o relatório.
Brasília, 13 de junho de 2009.
NOME DO RELATOR Cargo ou função
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Continuaremos a analisar algumas questões de provas
antrioremtne elaborads pelo Cespe. Mas agora serei mas sucinto ao
comentá-las. Você perceberá que a forma muda, entretanto a essência é a
mesma.
Considerando o seguinte requisito: “A redação oficial deve caracterizar-
se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza,
concisão, formalidade e uniformidade” (Manual de Redação da
Presidência da República, 2002), cada um dos itens seguintes
apresenta um fragmento de texto que deve ser julgado certo se atender
ao citado requisito, ou errado, em caso negativo.
21. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) Nas últimas décadas, assistimos
à uma evolução significativa dos esforços de promoção e proteção dos
direitos humanos. Em muitos aspectos o mundo melhorou em relação
ao que era a sessenta anos. Essa mudança tem tudo que ver com uma
maior consciência a respeito da necessidade de reconhecer e respeitar
os direitos humanos para todos.
Comentário – O acento grave em “à uma evolução” está incorreto, pois a
crase não ocorre diante de palavra de sentido indefinido. Em “que era a
sessenta anos”, a ideia é de tempo decorrido e a forma há deveria ter sido
usada em vez da forma “a”. O outro problema está na expressão “tudo que
ver”; o certo é tudo a ver.
Resposta – Item errado.
22. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) A legislação sobre os direitos
humanos têm-se ampliado tanto na temática como na abrangência
geográfica. Hoje os direitos humanos é reconhecido como universais,
interdependentes, inter-relacionados, indivisíveis e mutuamente
sustentáveis.
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Comentário – Há um erro de concordância verbal indicado por meio do
acento empregado na forma “têm-se”. O núcleo do sujeito desse verbo é um
termo singular (“legislação”), portanto o acento deve ser eliminado.
Lembre-se disso: ele tem/vem – eles têm/vêm. Em “os direitos humanos é
reconhecido”, também há erro de concordância verbal. Agora o verbo foi
flexionado no singular (“é”) quando o certo seria no plural (são), em virtude
do núcleo do sujeito (“direitos”). Além disso, o particípio “reconhecido”
deveria concordar em número (reconhecidos) com o núcleo do sujeito.
Resposta – Item errado.
Espero que tenha ficado claro para você que questões sobre
redação oficial podem abordar aspectos gramaticais também, pois o texto
admiistrativo requer, entre outros cuidados, correção gramatical.
Veja outras questões.
Com referência à redação de correspondências oficiais, julgue os itens a
seguir.
23. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Documentos oficiais em forma de ofício,
memorando, aviso e exposição de motivos têm em comum, entre
outras características, a aposição da data de sua assinatura e emissão,
que deve estar alinhada à direita, logo após a identificação do
documento com o tipo, o número do expediente e a sigla do órgão que
o emite.
Comentário – O item está de acordo com o que prevê, por exemplo, o
Manual de Redação da Presidência da República. Veja, a título de
exemplificação, os modelos de documentos incluídos neste material. Quanto
à exposição de motivos, ela segue o padrão ofício (releia o quadro-resumo).
Resposta – Item certo.
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24. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Desconsiderando-se as margens e os
espaços adequados, respeitam as normas de redação de um documento
oficial encaminhado por um chefe de seção a seu diretor o seguinte
trecho, contendo o parágrafo final e fecho de um ofício.
(...)
4. Por fim, por oportuno informamos que as
providências tomadas, e aqui mencionadas,
também já são do conhecimento das partes
envolvidas.
Atenciosamente
[assinatura]
Pedro Álvares Cabral
Chefe da seção de logística
e distribuição de pessoal (SLDP).
Comentário – O parágrafo carece de objetividade, de concisão. Expressões
como por oportuno; sem mais para o momento, nada mais havendo para
tratar; com elevados protestos de estima e consideração etc. devem ser
dispensadas. O segmento “e aqui mencionadas” é redundante e foge à
objetividade do texto administrativo. O fecho “Atenciosamente” é impróprio,
pois a comunicação é do chefe de uma seção ao seu diretor. Isso demonstra
a diferença de hierarquia entre eles. O correto é Respeitosamente. A
centralização do fecho é outro erro. Ele deve ser alinhado à esquerda, na
direção do início do parágrafo. O nome do signatário (aquele que
assina/emite o documento) é grafado em letras maiúsculas (PEDRO
ÁLVARES CABRAL). A designação do cargo é feita apenas com as iniciais
maiúsculas (Chefe da Seção de Logística e Distribuição de Pessoal),
sem a indicação da sigla do setor e sem ponto final.
Resposta – Item errado.
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Multas
1 Arrecadei mais de dois contos de réis de multas.
Isto prova que as coisas não vão bem.
E não se esmerilharam contravenções. Pequeninas
4 irregularidades passam despercebidas. As infrações que
produziram soma considerável para um orçamento exíguo
referem-se a prejuízos individuais e foram denunciadas pelas
7 pessoas ofendidas, de ordinário gente miúda, habituada a
sofrer a opressão dos que vão trepando.
Esforcei-me por não cometer injustiças. Isto não
10 obstante, atiraram as multas contra mim como arma política.
Com inabilidade infantil, de resto. Se eu deixasse em paz o
proprietário que abre as cercas de um desgraçado agricultor
13 e lhe transforma em pasto a lavoura, devia enforcar-me.
Graciliano Ramos. 2º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do
município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.
Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.
25. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Tendo a situação que
envolve o texto como referência e considerando as recomendações
atuais para o envio de documentos formais de uma autoridade a outra,
assinale a opção correta.
(A) O ofício é o tipo de expediente mais adequado para o encaminhamento
do relatório ao governador.
(B) Na correspondência de encaminhamento do relatório ao governador do
estado, estaria adequado o emprego do vocativo Caro Amigo.
(C) Em atendimento ao princípio de concisão textual, constitui fecho
adequado para o documento de encaminhamento do relatório a
expressão Com elevados protestos de estima e consideração.
(D) A correspondência deve ser endereçada do seguinte modo:
A Vossa Excelência o Excelentíssimo Senhor Dr.
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Fulano de Tal
Governador do estado de Alagoas
(CEP) – Maceió – AL
Comentário – Alternativa B: na correspondência oficial, o vocativo inerente
a governador de estado é Senhor Governador, (seguido de vírgula). A
expressão Caro Amigo evidencia tratamento pessoal, o que o texto
administrativo não admite. A impessoalidade é uma das características da
correspondência oficial.
Alternativa C: na questão anterior eu mencionei algumas
expressões que devem ser evitadas, ainda que alguém as utilize
frequentemente; entre elas está a que foi indicada como fecho na terceira
alternativa. Respeitosamente é o fecho adequado.
Alternativa D: a forma Excelentíssimo Senhor integra o
vocativo inerente aos chefes de Poder. Doutor é título acadêmico conferido a
quem concluiu curso universitário de doutorado, e não pronome de
tratamento; seu uso indiscriminado constitui erro. No envelope, o
endereçamento das comunicações dirigidas às autoridades tratadas por
Vossa Excelência é:
A Sua Excelência o Senhor
Fulano de Tal
Cargo
CEP – Cidade. UF (repare que não há parênteses no código
de endereçamento postal).
Resposta – A
26. (Cespe/Antaq/Especialista: Economia/2009) Respeitam-se as normas
relativas à redação de documentos oficiais ao se finalizar um atestado
ou uma declaração da maneira apresentada a seguir.
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Atenciosamente,
(assinatura)
Fulano de Tal
Brasília, 15 de março de 2009
Comentário – Atestado administrativo é o ato pelo qual a Administração
comprova um fato ou uma situação de que tenha conhecimento por seus
órgãos competentes. Eis a sua estrutura:
TÍTULO: ATESTADO (em maiúsculas e centralizado, sobre o texto).
TEXTO: exposição do fato.
LOCAL E DATA: por extenso.
ASSINATURA: titular da unidade organizacional correspondente ao assunto
tratado.
ATESTADO
Atesto para fins de prova junto ao(à) ......................(entidade)
............................... que o Sr. .........................................., ocupante do
cargo.............................., para o qual foi nomeado por...........................,
não responde a processo administrativo.
Brasília, ....... de..................... de....... .
espaço para assinatura
(nome com letras maiúsculas)
(cargo do signatário com letras iniciais maiúsculas)
Semelhantemente, a declaração também não comporta na
sua parte final os fechos Atenciosamente e Respeitosamente (comuns no
memorando, ofício, aviso, exposição de motivos). Nela, a data também vem
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antes da assinatura do titular da unidade organizacional; ambas vêm
centralizadas.
Resposta – Item errado.
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X
Edital n.º 1–TJX, de 14 de janeiro de 2001
CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO
DE CARGOS DE ANALISTA JUDICIÁRIO
1 O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X torna pública a autorização do
Presidente do TJX para a realização de Concurso Público para Provimento de
200 cargos de Analista Judiciário criados pela Lei n.º 10.000, de 10 de
dezembro de 2000, e de outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias.
2 O Edital de Abertura de inscrição deverá ser publicado em Abril de
2001 e disporá sobre as normas de realização do concurso.
Joaquim José da Silva Xavier
Presidente do concurso
A partir do texto hipotético acima, julgue os três itens seguintes.
27. (Cespe/TCU/AFCE/2010) O uso das letras iniciais maiúsculas no corpo
do documento respeita as normas de elaboração de documentos oficiais
ao seguir as regras gramaticais do padrão culto da língua portuguesa,
escrevendo com iniciais maiúsculas os nomes tratados como únicos e
singulares.
Comentário – Além de sempre usada no início de períodos, nos títulos de
obras artísticas ou técnico-científicas, a letra maiúscula (caixa alta) é
convencionalmente usada na grafia de:
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• nomes próprios e de sobrenomes (José Ferreira) de cognomes (Ivan, o
Terrível);
• alcunhas (Sete Dedos); de pseudônimos (Joãozinho Trinta); de nomes
dinásticos (os Médici);
• topônimos (Brasília, Paris);
• regiões (Nordeste, Sul);
• nomes de instituições culturais, profissionais e de empresa (Fundação
Getúlio Vargas, Associação Brasileira de Jornalistas, Lojas
Americanas);
• nome de divisão e de subdivisão das Forças Armadas (Marinha, Polícia
Militar);
• nome de período e de episódio histórico (Idade Média, Estado Novo);
• nome de festividade ou de comemoração cívica (Natal, Quinze de
Novembro);
• designação de nação política organizada, de conjunto de poderes ou de
unidades da Federação (golpe de Estado, Estado de São Paulo);
• nome de pontos cardeais (Sul, Norte, Leste, Oeste);
• nome de zona geoeconômica e de designações de ordem geográfica ou
político-administrativa (Agreste, Zona da Mata, Triângulo Mineiro);
• nome de logradouros e de endereço (Av. Rui Barbosa, Rua Cesário
Alvim);
• nome de edifício, de monumento e de estabelecimento público (edifício
Life Center, Estádio do Maracanã, Aeroporto de Cumbica, Igreja da
Sé);
• nome de imposto e de taxa (Imposto de Renda);
• nome de corpo celeste, quando designativo astronômico (“A Terra gira
em torno do Sol”);
• nome de documento ao qual se integra um nome próprio (Lei Áurea,
Lei Afonso Arinos).
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A letra minúscula (comumente chamada de caixa baixa),
além de sempre usada na grafia dos termos que designam as estações do
ano, os dias da semana e os meses do ano, é também usada na grafia
de(a):
• cargos e títulos nobiliárquicos (rei, dom); dignitários (comendador,
cavaleiro); axiônimos correntes (você, senhor); culturais (reitor,
bacharel); profissionais (ministro, médico, general, presidente,
diretor); eclesiásticos (papa, pastor, freira);
• gentílicos e de nomes étnicos (franceses, paulistas, iorubas);
• nome de doutrina e de religiões (espiritismo, protestantismo);
• nome de grupo ou de movimento político e religioso (petistas,
umbandistas);
• palavra governo (governo Fernando Henrique, governo de São Paulo);
• termos designativos de instituições, quando esses não estão
integrados no nome delas: A Agência Nacional de Águas tem por
missão (...), no entanto, a referida agência não exclui de suas metas
os compromissos relacionados a...;
• nome de acidente geográfico que não seja parte integrante do nome
próprio: rio Amazonas, serra do Mar, cabo Norte (mas, Cabo Frio, Rio
de Janeiro, Serra do Salitre);
• prefixo: ex-Ministro do Meio Ambiente, ex-Presidente da República;
• nome de derivado: weberiano, nietzschiano, keynesiano, apolíneo;
• pontos cardeais, quando indicam direção ou limite: o norte de Minas
Gerais, o sul do Pará – observe: “É bom morar na Região Norte do
Brasil, mas muitos preferem o sul de São Paulo”.
Resposta – Item errado.
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28. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de nomear o emissor do texto pelo
nome próprio, o documento não fere o princípio da impessoalidade
exigido nos documentos oficiais.
Comentário – Não há como omitir o nome do signatário. A identificação
dele se dá por meio do nome, da assinatura e do cargo que ocupa. A
impessoalidade decorre de princípio constitucional (CF, art. 37), cujo
significado remete a dois aspectos: o primeiro prende-se à obrigatoriedade
de que a administração proceda de modo a não privilegiar ou prejudicar a
ninguém, individualmente, já que o seu norte é, sempre, o interesse
público; o segundo sentido é o da abstração da pessoalidade dos atos
administrativos, pois que a ação administrativa, em que pese ser exercida
por intermédio de seus servidores, é resultado tão-somente da vontade
estatal. Em outras palavras, a redação oficial é elaborada sempre em nome
do serviço público e sempre em atendimento ao interesse geral dos
cidadãos. Sendo assim, é inconcebível que os assuntos objeto dos
expedientes oficiais sejam tratados de outra forma que não a estritamente
impessoal.
Resposta – Item certo.
29. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Trechos com informações vagas, como “e de
outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias”, e com uso de
tempo verbal de futuro, como “deverá ser publicado” e “disporá sobre”,
provocam falta de clareza e concisão, características estas que devem
ser respeitadas nos documentos oficiais.
Comentário – A concisão caracteriza-se pela utilização de palavras
estritamente necessárias: tudo que puder ser transmitido em uma frase não
deve ser dito em duas; a conceituação sintética de uma ideia é preferível à
analítica; para cada ideia, o idioma reserva pelo menos uma palavra que a
representa com precisão. Cabe ao redator encontrá-la. Detalhes irrelevantes
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são dispensáveis: o texto deve ir direto ao que interessa, sem rodeios ou
redundâncias, sem caracterizações e comentários supérfluos, livre de
adjetivos e advérbios inúteis, sem o recurso à subordinação excessiva. A
simples utilização de tempo verbal de futuro necessariamente não
caracteriza falta de concisão.
Resposta – Item errado.
30. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) A impessoalidade que deve
caracterizar a redação oficial é percebida, entre outros aspectos, no
tratamento que é dado ao destinatário, o qual deve ser sempre
concebido como homogêneo e impessoal, seja ele um cidadão ou um
órgão público.
Comentário – O item está de acordo com o Manual de Redação Oficial da
Presidência da República, que estabelece: “A redação oficial deve
caracterizar-se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem,
clareza, concisão, formalidade e uniformidade...”.
Resposta – Item certo.
31. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) Na comunicação oficial, o
emprego da língua em sua modalidade formal decorre da necessidade
de se informar algo o mais claramente possível, de maneira concisa e
não pessoal, sendo imprescindível, seja qual for o destinatário, o
emprego dos termos técnicos próprios da área de que se trata.
Comentário – É inaceitável que um texto legal não seja entendido pelos
cidadãos, o que significa que cada destinatário é considerado no momento
da elaboração do documento oficial. Diz o manual da Presidência que “A
linguagem técnica deve ser empregada apenas em situações que a exijam,
sendo de evitar o seu uso indiscriminado. Certos rebuscamentos
acadêmicos, e mesmo o vocabulário próprio a determinada área, são de
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difícil entendimento por quem não esteja com eles familiarizado. Deve-se ter
o cuidado, portanto, de explicitá-los em comunicações encaminhadas a
outros órgãos da administração e em expedientes dirigidos aos cidadãos”.
Resposta – Item errado.
32. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) O fecho das comunicações é
obrigatório em qualquer tipo de documento oficial e restringe-se a
apenas dois: Respeitosamente e Atenciosamente, a depender da
relação hierárquica existente entre o remetente e o destinatário.
Comentário – Quem analisou esta questão apressadamente “escorregou”.
Diz o manual da Presidência: “Ficam excluídas dessa fórmula as
comunicações dirigidas a autoridades estrangeiras, que atendem a rito e
tradição próprios, devidamente disciplinados no Manual de Redação do
Ministério das Relações Exteriores”.
Resposta – Item errado.
Assim finalizamos este curso.
Desejo que Deus o abençoe e que você obtenha o êxito que
almeja.
Professor Albert Iglésia
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QUESTÕES SEM COMENTÁRIOS
Texto para os itens 1 a 9
Considere que Juarez Alencar Cabral, candidato ao cargo de Analista de
Trânsito do DETRAN/DF, desejando dedicar-se integralmente ao estudo
dos conteúdos que seriam exigidos nas provas do respectivo concurso,
tenha redigido, em tom gracioso, a seguinte carta para sua noiva.
BSB, 8/3/2009.
Excelentíssima Senhorita:
1. O abaixo-assinado, aluno compulsivo de cursos
preparatórios para concursos públicos, dotado da esperança
férrea de se tornar brevemente um eminente funcionário
público, vem, mui respeitosamente, por meio desta informar
a Vossa Senhoria que se inscreveu para o provimento de
vaga no cargo de Analista de Trânsito do DETRAN/DF, e, por
esse relevante motivo, suspende por tempo indeterminado o
noivado que mantém com a Excelentíssima Senhorita, para
se dedicar integralmente ao estudo das matérias constantes
do respectivo edital.
2. Aproveito o ensejo para manifestar-lhe também,
outrossim, a intenção de retomar, tão logo seja aprovado,
minhas funções de noivo junto a Vossa Excelentíssima, haja
visto o grande amor que te devoto.
3. Reitero protestos de estima e consideração.
J.A.Cabral JUAREZ ALENCAR CABRAL
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1. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A forma de identificação do signatário
da carta coincide com a recomendada para as comunicações oficiais,
que deve conter os seguintes elementos: a assinatura do remetente, a
linha contínua para se apor a assinatura, o nome da autoridade que
expede a comunicação grafado em maiúsculas e o alinhamento
centralizado.
2. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O fecho que consta na carta —
empregado durante muito tempo em expedientes oficiais de variada
natureza — é permitido, atualmente, somente em mensagens cujo
signatário seja servidor que se dirija a ocupante de cargo
imediatamente superior.
3. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A variedade de tratamento verificada
na carta, tanto no emprego de pronomes pessoais quanto no de
pronomes de tratamento, não deve ocorrer em documentos oficiais,
pois compromete a modalidade de linguagem que deve ser empregada
em redação oficial.
4. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A carta, apesar de escrita em tom
jocoso, segue a norma de numeração que deve ser aplicada aos
parágrafos contidos no texto do padrão ofício, princípio que tem o
objetivo de facilitar a alusão a qualquer informação do documento.
5. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Caso se tratasse de ofício expedido
em repartição pública, a carta teria de sofrer várias alterações. Uma
delas é a necessidade de fazer constar, à margem esquerda superior, o
tipo e o número do expediente, seguidos da sigla do órgão que o
expede.
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6. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A indicação de “local e data” da carta
está em conformidade com as normas do padrão ofício expostas no
Manual de Redação da Presidência da República.
Em relação a expressões e palavras empregadas na carta, julgue os
itens seguintes.
7. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo parágrafo, seria
adequado substituir “haja visto” por qualquer uma das seguintes
expressões: dado, tendo em vista, haja vista.
8. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No segundo parágrafo, o advérbio
“outrossim”, frequente em expedientes oficiais, está empregado de
forma redundante por estar antecedido do advérbio “também”.
9. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) A expressão “vem (...) por meio
desta”, utilizada no primeiro parágrafo, apesar de ser considerada
redundante em comunicações oficiais, tem seu emprego recomendado
quando se quer assegurar o entendimento correto do texto.
Julgue os itens de 10 a 14 quanto ao emprego da norma escrita formal
em comunicações oficiais.
10. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Ambas as construções serão tidas
como corretas, se figurarem em um expediente oficial: 1. Esses são os
recursos de que o Estado dispõe. 2. O Governo insiste que a negociação
é importante.
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11. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Considerando-se que a mesóclise é
desaconselhável em expedientes oficiais, é preferível iniciar período
com a construção “Lhe enviaremos mais informações oportunamente” a
iniciá-lo com a construção “Enviar-lhe-emos mais informações
oportunamente”.
12. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Foram empregadas com correção
semântica todas as palavras sublinhadas nos seguintes períodos:
Optou-se por uma dissensão lenta e gradual ao se reintroduzir o país ao
Estado de Direito. Tratar o público com distinção é obrigação de todo
atendente de repartição pública. A discussão do projeto de lei tornou-se
acirrada quando afloraram as distensões nas hostes oposicionistas.
13. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Na elaboração de texto oficial, como
norma geral, deve ser evitada a repetição de palavras, buscando-se
sinônimo ou termo mais preciso para substituir a palavra repetida. No
entanto, se a substituição comprometer a inteligibilidade e a coesão do
texto, recomenda-se manter a repetição.
14. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Estão corretamente empregados os
homônimos destacados em negrito no seguinte período: A
administração de um medicamento raramente prescrito no Brasil
acabou de ser proscrita nos EUA.
A respeito da redação de expediente, julgue os próximos itens.
15. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Em ofício dirigido a uma senadora e
cujo signatário seja um diretor de um órgão público, deverão ser
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empregados o vocativo “Senhora Senadora,” e o pronome de
tratamento “Vossa Excelência”, devendo estar flexionados no feminino
os adjetivos que se refiram à destinatária, como se verifica no seguinte
enunciado: “Vossa Excelência ficará satisfeita ao saber que foi indicada
para presidir a sessão.”
16. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) O envio de documentos, quando
urgente, pode ser antecipado por fax ou por correio eletrônico, sendo
recomendados o preenchimento de formulário apropriado (folha de
rosto), no caso do fax, e a certificação digital, no caso do e-mail.
17. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) No caso de relatório que requeira
providências a serem tomadas, um dos fechos recomendados é o
seguinte: Esperando que o relatório expresse fielmente os fatos, pede
deferimento.
Considere que um servidor do Detran/DF tenha redigido um documento
oficial para convidar um embaixador a proferir palestra no órgão e que
o trecho abaixo componha tal documento.
Memo n.o 6/DIR
Em 8 de março de 2009.
Excelentíssimo Senhor MARK JERTRUTZ,
Convido Vossa Excelência para proferir palestra na
sede do DETRAN/DF sobre as medidas tomadas em vosso
país para melhorar as condições de trânsito nas grandes
cidades.
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Considerando essa situação hipotética, julgue os próximos itens.
18. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Foi adequada a escolha da forma
memorando, visto que o convite, geralmente, constitui uma
comunicação curta.
19. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Atende às normas de elaboração do
memorando o emprego do vocativo com o nome do embaixador.
20. (Cespe/Detran-DF/Analista/2009) Atende à prescrição gramatical o
emprego do pronome possessivo “vosso” no corpo do texto, dado que o
tratamento empregado foi Vossa Excelência.
Considerando o seguinte requisito: “A redação oficial deve caracterizar-
se pela impessoalidade, uso do padrão culto de linguagem, clareza,
concisão, formalidade e uniformidade” (Manual de Redação da
Presidência da República, 2002), cada um dos itens seguintes
apresenta um fragmento de texto que deve ser julgado certo se atender
ao citado requisito, ou errado, em caso negativo.
21. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) Nas últimas décadas, assistimos
à uma evolução significativa dos esforços de promoção e proteção dos
direitos humanos. Em muitos aspectos o mundo melhorou em relação
ao que era a sessenta anos. Essa mudança tem tudo que ver com uma
maior consciência a respeito da necessidade de reconhecer e respeitar
os direitos humanos para todos.
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22. (Cespe/MRE-IRB/Bolsas-prêmio/2009) A legislação sobre os direitos
humanos têm-se ampliado tanto na temática como na abrangência
geográfica. Hoje os direitos humanos é reconhecido como universais,
interdependentes, inter-relacionados, indivisíveis e mutuamente
sustentáveis.
Com referência à redação de correspondências oficiais, julgue os itens a
seguir.
23. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Documentos oficiais em forma de ofício,
memorando, aviso e exposição de motivos têm em comum, entre
outras características, a aposição da data de sua assinatura e emissão,
que deve estar alinhada à direita, logo após a identificação do
documento com o tipo, o número do expediente e a sigla do órgão que
o emite.
24. (Cespe/MJ-DPF/Agente/2009) Desconsiderando-se as margens e os
espaços adequados, respeitam as normas de redação de um documento
oficial encaminhado por um chefe de seção a seu diretor o seguinte
trecho, contendo o parágrafo final e fecho de um ofício.
(...)
4. Por fim, por oportuno informamos que as
providências tomadas, e aqui mencionadas,
também já são do conhecimento das partes
envolvidas.
Atenciosamente
[assinatura]
Pedro Álvares Cabral
Chefe da seção de logística
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e distribuição de pessoal (SLDP).
Multas
1 Arrecadei mais de dois contos de réis de multas.
Isto prova que as coisas não vão bem.
E não se esmerilharam contravenções. Pequeninas
4 irregularidades passam despercebidas. As infrações que
produziram soma considerável para um orçamento exíguo
referem-se a prejuízos individuais e foram denunciadas pelas
7 pessoas ofendidas, de ordinário gente miúda, habituada a
sofrer a opressão dos que vão trepando.
Esforcei-me por não cometer injustiças. Isto não
10 obstante, atiraram as multas contra mim como arma política.
Com inabilidade infantil, de resto. Se eu deixasse em paz o
proprietário que abre as cercas de um desgraçado agricultor
13 e lhe transforma em pasto a lavoura, devia enforcar-me.
Graciliano Ramos. 2º relatório ao sr. governador Álvaro Paes pelo prefeito do
município de Palmeira dos Índios. In: Relatórios Graciliano Ramos.
Record/Fundaç ão de Cultura de Recife, 1994, p. 51.
25. (Cespe/Sefaz-AC/Fiscal da Receita Estadual/2009) Tendo a situação que
envolve o texto como referência e considerando as recomendações
atuais para o envio de documentos formais de uma autoridade a outra,
assinale a opção correta.
(A) O ofício é o tipo de expediente mais adequado para o encaminhamento
do relatório ao governador.
(B) Na correspondência de encaminhamento do relatório ao governador do
estado, estaria adequado o emprego do vocativo Caro Amigo.
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(C) Em atendimento ao princípio de concisão textual, constitui fecho
adequado para o documento de encaminhamento do relatório a
expressão Com elevados protestos de estima e consideração.
(D) A correspondência deve ser endereçada do seguinte modo:
A Vossa Excelência o Excelentíssimo Senhor Dr.
Fulano de Tal
Governador do estado de Alagoas
(CEP) – Maceió – AL
26. (Cespe/Antaq/Especialista: Economia/2009) Respeitam-se as normas
relativas à redação de documentos oficiais ao se finalizar um atestado
ou uma declaração da maneira apresentada a seguir.
Atenciosamente,
(assinatura)
Fulano de Tal
Brasília, 15 de março de 2009
TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X
Edital n.º 1–TJX, de 14 de janeiro de 2001
CONCURSO PÚBLICO PARA PROVIMENTO
DE CARGOS DE ANALISTA JUDICIÁRIO
1 O TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO X torna pública a autorização do
Presidente do TJX para a realização de Concurso Público para Provimento de
200 cargos de Analista Judiciário criados pela Lei n.º 10.000, de 10 de
dezembro de 2000, e de outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias.
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2 O Edital de Abertura de inscrição deverá ser publicado em Abril de
2001 e disporá sobre as normas de realização do concurso.
Joaquim José da Silva Xavier
Presidente do concurso
A partir do texto hipotético acima, julgue os três itens seguintes.
27. (Cespe/TCU/AFCE/2010) O uso das letras iniciais maiúsculas no corpo
do documento respeita as normas de elaboração de documentos oficiais
ao seguir as regras gramaticais do padrão culto da língua portuguesa,
escrevendo com iniciais maiúsculas os nomes tratados como únicos e
singulares.
28. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Apesar de nomear o emissor do texto pelo
nome próprio, o documento não fere o princípio da impessoalidade
exigido nos documentos oficiais.
29. (Cespe/TCU/AFCE/2009) Trechos com informações vagas, como “e de
outros decorrentes de aposentadorias e vacâncias”, e com uso de
tempo verbal de futuro, como “deverá ser publicado” e “disporá sobre”,
provocam falta de clareza e concisão, características estas que devem
ser respeitadas nos documentos oficiais.
30. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) A impessoalidade que deve
caracterizar a redação oficial é percebida, entre outros aspectos, no
tratamento que é dado ao destinatário, o qual deve ser sempre
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concebido como homogêneo e impessoal, seja ele um cidadão ou um
órgão público.
31. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) Na comunicação oficial, o
emprego da língua em sua modalidade formal decorre da necessidade
de se informar algo o mais claramente possível, de maneira concisa e
não pessoal, sendo imprescindível, seja qual for o destinatário, o
emprego dos termos técnicos próprios da área de que se trata.
32. (Cespe/Aneel/Especialista e Analista/2010) O fecho das comunicações é
obrigatório em qualquer tipo de documento oficial e restringe-se a
apenas dois: Respeitosamente e Atenciosamente, a depender da
relação hierárquica existente entre o remetente e o destinatário.
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GABARITO
1. Item errado
2. Item errado
3. Item certo
4. Item errado
5. Item certo
6. Item errado
7. Item certo
8. Item certo
9. Item errado
10. Item certo
11. Item errado
12. Item errado
13. Item certo
14. Item certo (julgo que a
anulação seria melhor)
15. Item certo
16. Item certo
17. Item errado
18. Item errado
19. Item errado
20. Item errado
21. Item errado
22. Item errado
23. Item certo
24. Item errado
25. A
26. Item errado
27. Item errado
28. Item certo
29. Item errado
30. Item certo
31. Item errado
32. Item errado
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