Relatório de sistematização dos dados da Avaliação da Estratégia das Competências Familiares, UNICEF, Versão Final, 17.06.2013
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PROGRAMA DE PROMOÇÃO DAS
COMPETÊNCIAS FAMILIARES
“A Receita da Felicidade”
Pesquisa qualitativa rápida sobre o impacto das
actividades do programa
Relatório de sistematização de dados
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ÍNDICE
Introdução ......................................................................................................... 3
Metodologia ....................................................................................................... 5
PRIMEIRA PARTE – Resultados dos grupos de discussão .................................... 9
SEGUNDA PARTE – Resultados das entrevistas individuais com activistas ....... 23
TERCEIRA PARTE - Resultados das visitas de observação nas casas .................. 30
ANEXOS ............................................................................................................ 36
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1. Introdução sobre o Programa de Promoção das Competências Familiares
A Convenção dos Direitos da Criança e a Constituição da República de Angola estabelecem que a
protecção da criança é uma responsabilidade da família, da Comunidade e do Estado. No ano 2007 o
Governo de Angola assumiu durante o III Fórum Nacional da Criança 11 compromissos com a criança
angolana, um dos quais, o Compromisso 9, refere-se a promoção da Protecção Social e Competências
Familiares.
No âmbito do Compromisso N.9 o Ministério da Família e Promoção da Mulher (MINFAMU) está
desenvolvendo, desde o ano 2010, em parceria com o Comité Intersectorial para as Competências
Familiares, composto para os ministérios da Saúde, Assistência e Reinserção Social, Educação, INAC,
UNICEF, contando com a fundamental participação de 10 Igrejas e ONGs, uma estratégia de
comunicação para a promover no seio das famílias 12 práticas chave para a saúde, protecção e
educação das crianças entre 0 a 5 anos de idade, visando ao desenvolvimento integral das crianças.
A estratégia, chamada Programa de Promoção das Competências Familiares, que tem como objectivo
a mudança de comportamento das famílias beneficiadas, está a ser desenvolvida desde o não 2010
pelo MINFAMU, em parceria com o Comité Intersectorial e interconfessional com apoio técnico e
financeiro de UNICEF, através de 3 principais eixos estratégicos:
1. Advocacia para criação e funcionamento a nível nacional e local do comité técnico
intersectorial composto pelas instituições governativas e da sociedade civil, com a finalidade
de gerir e promover as actividades e os temas do programa.
2. Produção de materiais de comunicação disseminados através de canais de comunicação
massiva, intergrupal e interpessoal.
3. Mobilização social das comunidades beneficiárias do programa, visando a promover um rolo
activo das mesmas comunidades na solução dos principais problemas que afectam as
crianças.
O programa esta enfocado nos primeiros 5 anos da vida da criança, em quanto representam o
período mais importante do desenvolvimento humano. Nesta fase conhecida como primeira infância,
o desenvolvimento cognitivo, físico, social e emocional da criança evolui muito rapidamente. As
capacidades envolventes da criança estarão em risco se não estarem bem estabelecidas durante a
primeira infância. Em contrapartida, com o apoio adequado por parte da família, complementado
pelos serviços sociais, as crianças iniciarão a sua vida numa trajectória de sucesso.
O trabalho com as igrejas baseia-se na convicção que as congregações religiosas têm como enfoque
prioritário os mais vulneráveis e consideram as crianças como prioridade absoluta. Por outro lado, as
igrejas são instituições influentes e com a cobertura territorial extensa, de grande eficácia para
sensibilizar o maior número de famílias na adopção de comportamentos saudáveis.
As Competências Familiares referem-se portanto aos conhecimentos, praticas e atitudes das famílias
relacionadas com a saúde, nutrição, higiene, protecção, afecto e estimulação do desenvolvimento
integral das crianças, sobretudo na fase vital dos seus primeiros cinco anos de vida para garantir a
segurança física e emocional.
Desde o ano 2010 o programa obteve os seguintes resultados:
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Em termos de advocacia o Ministério da Família e Promoção da Mulher - MINFAMU, em qualidade de
coordenador do Compromisso n. 9 “Protecção Social e Competências Familiares”, como apoio do
UNICEF, no primeiro trimestre do 2010 estabeleceu um Comité Intersectorial para as Competências
Familiares, composto principalmente por:
1. Ministério da Saúde 2. Ministério da Assistência e Reinserção Social – MINARS 3. Instituto Nacional da Criança - INAC 4. Conselho das Igrejas Cristãs de Angola - CICA 5. Pastoral da Criança – Conferencia Episcopal de Angola e São Tomé – Igreja Católica 6. Igreja Universal do Reino de Deus - IURD - ABC 7. Igreja Evangélica Congregacional de Angola – IECA 8. Igreja Evangélica Baptista de Angola IEBA 9. Igreja Adventista do 7º Dia - IASD 10. Igreja Metodista Unida - IMU 11. Igreja Evangélica Reformada de Angola – IERA 12. Igreja Evangélica de Angola IEA 13. Assembleia de Deus Pentecostal – ADP 14. ONG Luta pela Vida 15. ONG OSCOD 16. ONF AFAMODSA 17. ONG USODEMA
Sucessivamente, em Janeiro 2011, sob a liderança do MINFAMU, foi assinada uma aliança formal com
UNICEF e com os líderes das congregações religiosas mencionadas acima para assegurar a plena
participação das igrejas neste trabalho.
O dia 24 de Setembro de 2011, com a participação da Sua Excelência a Ministra da Família e
Promoção da Mulher, foi realizado o Lançamento do programa de promoção das Competências
Familiares “A Receita da Felicidade” e foram apresentados a estratégia e os materiais de comunicação
do programa.
Até hoje o Comité Intersectorial para as Competências Familiares reforçou-se muito e agora através
de reuniões mensais colabora activamente na gestão das actividades do programa.
O mesmo Comité a nível nacional replicou-se em alguns municípios e províncias alcançadas pelo
programa.
Desde o segundo semestre do 2011 foram produzidos de forma participativa e disseminados vários
materiais de comunicação:
5.000 cartilhas para formadores de activistas: ferramenta para os formadores municipais
formarem activistas para transmissão das mensagens entre as famílias.
Pacote de minidramas radiofónicos em português e em línguas nacionais, a ser divulgados nas
rádios nacionais, provinciais, municipais.
212.000 cartilhas com conselhos para famílias: este livrinho apresenta as mensagens chaves,
através de uma apresentação, maiormente gráfica e com um acompanhamento textual muito
fácil de compreender.
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10.000 CDs musicais com 8 músicas sobre os temas das Competências Familiares em vários
estilos musicais angolanos.
A vertente de mobilização social é a maior do programa. Até o ano 2017 o programa pretende
aconselhar 1 milhão e 300 mil famílias em todos os municípios do pais, através da formação de
1.700 formadores municipais e 85.000 activistas nas áreas de residência. O plano de acção prevê
a selecção de uma lista de municípios prioritários em todas as províncias.
Desde Setembro 2011 foram implementadas as seguintes actividades:
Indicadores Total Resultados esperados
% de alcance
Províncias alvo:
Bié, Benguela, Cabinda, Huambo, Huila, Luanda, Lunda
Norte, Lunda Sul, Malange, Uige, Zaire (11).
Todas as províncias
(18) 61.1
Municípios alvo 50 162 30.9
Formadores municipais formados 1087 1799 60.4
Activistas formados 5137 85142 6.0
Famílias sensibilizadas em visitas domiciliares
16207
1271413 5.1 Pessoas sensibilizadas em palestras comunitárias
49030
2. Metodologia da pesquisa qualitativa
Apos quase três anos desde o começo da implementação do programa, surgiu a necessidade de
realizar uma pesquisa que pudessem mostrar algumas tendências em acto relativas as metodologia
do programa, assim como ao impacto das actividades nos contextos beneficiados pelo programa, O
fim último é de verificar a exigências de aportar ajustes na revisão da estratégia do programa das
Competências Familiares começada no primeiro semestre do 2013, segundo o plano anual
desenvolvido com o MINFAMU e parceiros.
Seja por necessidade de tempo e recursos, seja porque as actividades de sensibilização começaram
somente a um ano e meio, portanto resulta impossível medir a mudança de comportamento nas
famílias beneficiadas pelo programa, foi decidido não fazer uma análise quantitativa e qualitativa
sobre as mudanças de comportamentos quanto em vez indagar de maneira rápida utilizando
metodologias qualitativas alguns elementos estratégico de avanços do programa.
Esta pesquisa qualitativa rápida foi realizada com informadores escolhidos por conveniência, de
acordo com o público-alvo, a situação geográfica e com algumas constatações das pessoas que
trabalham como activistas das organizações implementadoras em duas províncias escolhidas entre as
11 beneficiadas pelo programa.
Portanto os resultados não pretendem ser representativos de todo o programa, quanto em vez ser
um rápido olhar sobre os efeitos das actividades implementadas no quadro do Programa de
Promoção das Competências Familiares. Uma rápida analise que possa restituir algumas tendências
em acto.
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A pesquisa foi realizada, entre o dia 15 de Abril e o dia 09 de Maio, em três distintas áreas: na área
urbana da comuna Sede do município de Cacuaco, na área periurbana da comuna da Funda do
município de Cacuaco na província de Luanda e na área rural do município de Marimba na província
de Malanje.
Os eixos da pesquisa são os seguintes:
1. Absorção dos temas e conhecimentos promovidos pelo programa por parte das mães e dos
activistas;
2. Atitudes, práticas e mudança de comportamento entre as mães;
3. Pertinência dos canais e materiais de comunicação;
4. Sustentabilidade do trabalho dos activistas.
Dos 12 temas e relativos conhecimentos promovidos no programa, foram escolhidos, para ser
indagados, os quatro temas considerados prioritários para o desenvolvimento integral da criança:
1. Lavagem das mãos;
2. Aleitamento materno;
3. Uso do mosquiteiro;
4. Registo de nascimento.
Para o levantamento de dados foram utilizadas três técnicas distintas:
1. Grupos de discussão com mães; 2. Entrevistas individuais com informadores chave (activistas) 3. Visitas de observação as mães/famílias.
1. Com os grupos de discussão pretende-se indagar o grau de absorção dos conhecimentos e a
prática das competências promovidas pelo programa entre as mães de crianças, assim como a
importância que as mães atribuem para estes temas. Alem disso verificar a eficácia dos materiais
e dos canais de comunicação e a pertinência das igrejas como meios de promoção dos
comportamentos.
Na pesquisa trabalhou-se com duas categorias de mães: a primeira composta pelas mães que
receberam visitas por parte dos activistas e a segunda composta de mães que não receberam
visitas por parte dos activistas. Os grupos eram formados por 8-12 mães de crianças menores de
5 anos. No total trabalhou-se com 5 grupos: 2 grupos de mães visitadas por activistas e 3 grupos
de mães não visitadas por activistas. Os grupos de mães não visitadas funcionam como “grupo de
controlo”.
Os cinco grupos de discussão foram geridos por um moderador e um redactor (formados antes
pela equipa do UNICEF de gestão do programa) que conduziram os debates, através de um guião
sobre os temas seleccionados, registando os resultados da sessão num formulário específico. Os
grupos de discussão foram supervisionados por o consultor para o programa de promoção das
Competências Familiares.
2. Com as entrevistas individuais pretende-se indagar o ponto de vista dos activistas e dos
supervisores dos activistas relativamente as metodologias, a relação entre instituições diferentes
e a eficácia do trabalho implementado.
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Foram realizadas sete entrevistas individuais com informadores chave. Três activistas e quatro
supervisores (das igrejas ou das instituições públicas) foram entrevistados pelo moderador e
redactor dos grupos de discussão, com o auxílio de um questionário com perguntas abertas.
3. Com as visitas de observação nas casas das mães entrevistadas pretende-se observar a prática
dos comportamentos promovido no seio das famílias, destacando a quais comportamentos as
mães dedicam maiores atenções e recursos disponíveis.
Foram realizadas nove visitas domiciliares aos lares de nove participantes aos grupos de
discussão. Cinco participantes provenientes dos grupos de discussão com as mães que
receberam as visitas e outros quatro provenientes dos grupos de discussão das mães que não
receberam as visitas dos activistas.
Os resultados da recolha foram analisados por uma consultora contractada que sistematizou e
analisou os dados em constante colaboração com a equipa que gere o programa.
Limite da análise dos dados A uma estrutura utilizada para o registo de informação dos grupos de discussão nem sempre
permitem perceber as razões e os fundamentos das opções feitas pelas pessoas, de facto a
participação dos membros dos grupos nem sempre foi da mesma intensidade. Em alguns casos as
respostas foram bastante sintéticas. Em fim para exigências de sistematização de dados foi
necessário sintetizar algumas respostas.
Sistematização de dados Os resultados foram organizados nos instrumentos de recolha de informação definidos pela equipa
da UNICEF (em anexo). Os dados foram analisado e sistematizados num relatório, pela consultora
contratada exclusivamente para este fim.
Estrutura de apresentação dos resultados da avaliação O nosso esforço pretende, exclusivamente dar uma indicação sobre algumas tendências em acto,
uteis para fundamentar eventuais ajustes na estratégia do programa. Para este fim realizarmos a
sistematização dos dados que permita visualizar as respostas dos grupos de discussão, os resultados
das visitas de observação e a sistematizar as entrevistas aos activistas.
Para organização dos resultados, o relatório está dividido em três partes fundamentais:
1. A primeira, analisa para cada um dos quatro temas definidos para esta avaliação, o grau de
conhecimentos e práticas das mães destacado através dos grupos de discussão e verifica a
eficácia dos canais e materiais de comunicação procurando:
Ordenar as respostas por ordem de prioridade (as mais repetidas) dada pelos dois diferentes grupos da mesma categoria e analisar as quatro respostas prioritárias;
Comparar as respostas de cada categoria com as mensagens da cartilha e verificar a aderência dos temas e a prática dos comportamentos.
Distinguir entre categorias de mães visitadas, daquelas que não recebem visitas;
2. A segunda parte, procura sistematizar as respostas das entrevistas individuais aos activistas
procurando analisar por questão, os pontos de destaque, as dificuldade e identificar as
propostas.
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3. A terceira parte é a analise dos resultados das visitas de observação nas casas de algumas
participantes dos grupos de discussão
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1. PRIMEIRA PARTE
Como dissemos acima, nesta primeira sessão do relatório, apresentamos para cada um dos quatro
temas definidos para esta avaliação, o grau de conhecimentos e práticas das mães, assim como a
apreciação dos canais e materiais de comunicação, procurando: 1) Comparar as respostas ordenadas
por ordem de prioridade (as mais repetidas) dada pelos dois diferentes grupos da mesma categoria;
2) Comparar as respostas de cada categoria com as mensagens da cartilha e verificar a aderência dos
temas e a prática dos comportamentos; 3) Distinguir entre categorias de mães visitadas, daquelas
que não recebem visitas. Nas tabelas, agrupamos todas as respostas repetidas e ordenamos pelo
número de vezes da resposta.
Em fim evidenciamos, seja para as mães visitadas como por aquelas não visitadas, as barreiras que
maiormente impedem a práticas dos comportamentos indagados. Em último resumimos as principais
conclusões relativas ao tema indagado.
1.3 1.1 Temas prioritários com impacto directo na vida e no desenvolvimento das crianças menores de 5 anos
Nos processos de priorização dos temas prioritários para as mães, a malaria/paludismo é referido em
todos os grupos de discussão seguida da diarreia. Como pode constatar na tabela 1 não se distingue,
pelos resultados, esta é uma preocupação geral.
Os outros temas referidos como prioritários são: Relação mães e filhos, Gravidas envolvidas em
trabalho pesado, a prevenção e tratamento de doenças como: Vomito, Tosse, Cólera e Pólio. Lixo não
tratado, os efeitos da água contaminada com fezes e a construção de latrinas.
Todos os outros temas prioritários são específicos para cada área que a seguir aprendamos: 1) Em
Cacuaco-Funda, um os temas prioritário é a relação mães e filhos a existência de Gripes, Sarampo e
Vómitos 2) Em Marimba, Malanje o destaque vai para o consumo de água contaminada por fezes,
falta de latrinas, lixo não tratado o que contribui para a existência de doenças.
Em Marimba, em quanta área rural, foi destacado como tema prioritário a frequência com a qual as
mulheres gravidas são envolvidas em trabalhos pesados.
Comparando as duas categorias de grupos, visitados/não visitados, apesar da similitude na
priorização dos temas, evidencia-se que entre o grupo de mães visitadas é mais frequente uma
apresentação detalhada das causas dos problemas, em quanto entre as mães não visitadas fala-se
somente dos sintomas/efeitos.
Este denota um maior conhecimento das causas dos problemas entre as mães visitadas.
Tabela 1: Temas prioritários
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita
Cacuaco Sede
Não se realizou o grupo de discussão Sem resposta
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10
Cacuaco Funda
Diarreia Malaria
Malaria Diarreia
Relação mães e filhos Vomito
Gripes
Sarampo
Marimba Malaria Diarreia
Água contaminada com fezes Malaria
Lixo não tratado Tosse
Gravidas envolvidas em trabalho pesado Cólera
Falta de latrinas Pólio
1.2 Lavagem das mãos Tabela 2: Quando lavaram as mãos Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita
Cacuaco Sede
Todas as horas (8);
Cacuaco Funda
Antes e depois da refeição; Depois de lavar o bebé; Depois da casa de banho; Antes de cozinhar
Qualquer momento; As vezes; Na refeição; Depois da casa de banho; Antes de preparar a comida.
Marimba Depois de obrar (10); Antes de pegar a comida (9); Depois de trocar o bebé (7); Antes de comer (3); Antes e depois de trocar o bebé (2). Em todos os momentos.
Depois de obrar (10); Antes de cozinhar (9); Depois de trocar o bebé (8); Antes de comer (3); Antes e depois de trocar o bebé (2); Em todos os momentos.
Para Cacuaco Sede não podemos fazer qualquer comparação porque só se realizou um grupo focal. Pelo registo das respostas em Cacuaco Funda, podemos notar que as mulheres que recebem visitas demonstram ter os conhecimentos transmitidos de acordo com as mensagens da cartilha. O mesmo não pode ser dito em relação com as mulheres que não receberam visitas. Não percebemos quais as respostas mais repetidas para o caso da Cacuaco Funda. Para o caso de Marimba, como se pode constatar na tabela 2, não existem diferenças substanciais
entre as mulheres que recebem visitas e as que não recebem visitas. Os dois grupos demonstram ter
os conhecimentos transmitidos pela cartilha. As respostas mais frequentes são: Depois de obrar (10);
Antes de pegar a comida (9) Depois de trocar o bebé (7);
Tabela 3: Porque optaram por lavar as mãos
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita Cacuaco Sede
Lavamos as mãos para proteger a saúde (8); Para evitar o mau aspecto (1).
Cacuaco Funda
Para evitar as doenças que surgem das bactérias
Evitar as doenças das crianças.
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Marimba Evitar as doenças (10); “Se pegar o lixo tem que lavar as mãos para evitar a sujidade”.
Evitar as doenças das crianças. "Porque depois de cagar as mãos estão sujas e não podem pegar na comida se não o micróbio passa para a comida";
Pelo registo das respostas Cacuaco Sede, as mulheres que não recebem visitas demonstram ter conhecimento de que é necessário lavar as mãos proteger a saúde. Não podemos fazer qualquer comparação entre os dois grupos porque só se realizou um grupo focal. Em Cacuaco, como se pode constatar na tabela 3, não existem diferenças substanciais entre as mulheres que recebem visitas e as que não recebem visitas. Na primeira fase do grupo de discussão em Cacuaco Funda, a participação das mães presentes nos grupos foi relativamente baixa, no decorrer das perguntas a participação aumentou, mas inicialmente as mães que participavam activamente eram poucas e de consequências as suas respostas. Por isso não pode-se identificar quais as respostas mais repetidas para o caso da Cacuaco Funda. Para o caso de Marimba, como se pode constatar na tabela 3, não existem diferenças substanciais
entre as mulheres que recebem visitas e as que não recebem visitas. Os dois grupos demonstram
saber que é necessário lavar as mãos para proteger a saúde das crianças. Não podemos comparar as
respostas mais repetidas, porque não há registo.
Tabela 4: Como lavam as mãos Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita
Cacuaco Sede Omo, na banheira (não usa jarra) (7); Lavo com água e sabão (?), Com água simples (1).
Cacuaco Funda Lavo as mãos com água e sabão para as bactérias sair;
lavo as mãos Omo, na bacia (5) Com água, na bacia;
Marimba Lavamos com sabão para manter a higiene do nosso corpo (10).
Usa Omo ou sabonete. Na banheira
Relativamente a prática da lavagem das mãos não apreciam-se particulares diferencias entre as mães visitadas e aquelas não visitadas: Para o caso de Cacuaco Sede, as mulheres que não recebem visitas demonstram ter conhecimento de que é necessário lavar as mãos com água e sabão, algumas usam omo e não fazem uso de um jarro. Usam a banheira. Não podemos fazer qualquer comparação entre os dois grupos porque só se realizou um grupo focal com as mulheres que recebem visitas. Em Cacuaco Funda, como as mulheres que não recebem visitas demonstram ter conhecimento de que é necessário lavar as mãos com água e sabão, algumas usam omo e não fazem uso de um jarro. Usam a banheira. Para as mesmas motivações explicadas no parágrafo precedente, não percebemos como as mulheres que recebem visitas lavam as mãos. O mesmo se pode dizer para Marimba, como pode constatar pelas respostas da tabela 4.
O que emerge desde uma comparação entre os dois grupos é que entre o grupo de mães visitadas as
respostas apresentadas mencionam de novo as causas que geram eventuais efeitos negativos da
falta de lavagem de mão.
1.2.1. Barreiras:
A ausência de água canalizada na maioria das casas entrevistadas faz com que as pessoas
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façam uso de banheiras / bacias para poupar água;
Água retirada directamente do rio;
Água em reservatórios, nem sempre bem protegidos (principalmente nas casas de famílias
que não recebem visitas;
A falta de sabão, por razões económicas obriga as pessoas a lavarem as mãos com cinza ou
água;
Nas casas que não receberam visitas de activistas, não é utilizado o recipiente para
despejar água nas mãos, enquanto se lava as mãos. Normalmente a água é colocada
numa bacia e serve para ser utilizada por mais de uma pessoa.
1.2.2 Conclusão
As mulheres que recebem visitas demonstram ter conhecimentos a mais próximos as mensagens
contidos na cartilha respeito as mulheres que nunca foram visitadas.
No entanto não podemos observar o mesmo ao nível das práticas, de facto não existem diferencias
relevantes entre as duas categorias de mulheres nos dados contidos nas tabelas em cima.
1.2 Aleitamento materno Tabela 5: O primeiro momento de amamentação
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita Cacuaco Sede
No primeiro dia do bebé, e depois de ter lavado a chucha com água morna e sabão (6); Não lembro (1);
Cacuaco Funda
Desde o primeiro dia da sua vida porque o primeiro leite faz bem; Depois das 08 horas; Depois de dois dias, porque ele não mamava não aceitava; Depois ter lavado com água morna o peito porque antes o leite não saia; A criança não chorava e não comeu nos primeiros dias.
Não lembro (3); Dia seguinte (3); Poucas horas depois; Primeiro dia (2); Terceiro dia (?); 5 dias depois (?);
Marimba No primeiro dia (8); No segundo dia (2); Depois do terceiro dia, porque o primeiro leite tem que ser tirado; Só no segundo dia porque o leite veio
No segundo dia (4); No primeiro dia (3); Depois de quatro dias.
Em Cacuaco Sede, mais de metade do grupo de mulheres que não recebem visitas demonstram ter conhecimento de que é necessário dar de mamar a criança no primeiro dia. Não podemos fazer qualquer comparação entre os dois grupos porque só se realizou um grupo focal com as mulheres que recebem visitas. Para o caso de Cacuaco Funda, nem todas as mulheres que recebem visitas demonstram utilizar o conhecimento transmitido na cartilha, onde é aconselhado dar de mamar ao bebé trinta minutos depois de ter nascido. Algumas dizem que dão de mamar depois das 08 horas ou mesmo depois de dois dias. Pelo registo da informação, as mulheres que não recebem visitas demonstram não conhecer a importância de amamentar logo após o parto.
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Em Marimba a maioria das mulheres que recebem visitas demonstram utilizar o conhecimento
transmitido na cartilha, de facto a maioria conhece a importância de amamentar logo apos o
nascimento, apesar que nenhuma citou a necessidade de dar de mamar ao bebé trinta minutos depois
de ter nascido.
Tabela 7: Número de vezes em que o bebé é amamentado
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita
Cacuaco Sede
Se não chorar, não do chucha (2); 4 vezes de dia e 2 de noite (2); 5 vezes de dia e 3 vezes a noite porque chora muito (1); Não contei (3)
Cacuaco Funda
Se o bebé não chora é porque não tem fome, se chora tem fome; Cada vez que ele chora; Logo que acordo, depois do banho por 2 ou 4 vezes por dia; 3 vezes por dia e 2 vezes por noite; Não tem hora, só quando chora;
Só se esta a chorar (3); De dia, todas as horas, de noite duas vezes (2) 3 vezes: 1 de manha e 2 na noite; Todos os momentos quando chora; Só de noite, durante o dia dormia;
Marimba Qualquer hora não tem hora (3). 4 vezes a noite e de dia vou a lavra (3); Cada momento e qualquer hora porque ainda não esta a comer (2); Todas as vezes que desperta do sono e de dia quando estou em casa (2);
De manha e depois das 14:00 e a noite (5) De dia a qualquer hora de dia e noite 2/3 vezes (3); 3 vezes e noite 2 vezes (1);
Para Cacuaco Sede não podemos fazer qualquer comparação porque só se realizou um grupo focal.
No entanto as mulheres que não recebem visitas referem que só dão de mamar se o bebé chorar e
outras dizem fazê-lo entre 4 vezes de dia e 2 de noite;
Em Cacuaco Funda e em Marimba, podemos constatar que há muita semelhança nas respostas dadas pelos dois grupos. Uma interpretação das respostas dá-nos a indicação que as mulheres dão de mama ao bebé sempre que este acorda e chora. As mulheres que trabalham e têm que deixar a criança em casa, dão de mamar de noite e antes de sair para o trabalho (lavra ou outro).
Tabela 8: Alimentação do bebé com menos de 6 meses
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita Cacuaco Sede Sem resposta
Cacuaco Funda
Só leite do peito (2), Só leite do peito até 1 ano e 7 meses. Leito do peito e yogurt;
Até os 6 meses não come; Chucha e papa desde 2 meses; Yogourt com 3 meses; Funge aos 5 meses. Comida a partir dos 6 meses e uma a partir de 1 ano; So Yogourt depois dos 6 meses;
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Marimba Só leite da chucha (7); Chucha, papa, e chá; Com 1 mês, comida porque assim orientou o enfermeiro. Aos 2 meses, dei funge; Aos 5 meses, dei comida porque tinha fome;
Só leite da chucha (3); Fuba de bom-bom apos 4 meses (3); Dava funge aos 3 meses (2).
Em Cacuaco Funda e Marimba, as mulheres que não recebem visitas demonstram não ter conhecimento que o bebé deve ser alimentado unicamente com leite materno. No grupo de mulheres que recebem visitas ainda existem mulheres que não utilizam o conhecimento transmitido pela cartilha, principalmente em Marimba. Mas é possível observar que é maior o número de mulheres que só dá leite materno, conforme ensinamentos constantes na cartilha.
Tabela 9: Alimentação do bebé (para além do leite materno)
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita
Cacuaco Sede
Leite e funge de bombo com quiabo (2); Leite e papa com fuba de milho (2); Só água (1); Não lembra (1).
Cacuaco Funda
Outros alimentos só depois dos seis meses; “Quando a criança chora e porque tem fome de comida e não leite”.
Leite materno porque era orientação dos enfermeiros nos centros de saúde e nas palestras; Funge aos 5 meses porque o bebé demostrava fome (2); Yougurt porque chorava e queria comer comida (2);
Marimba Funge com kisaqua, água, molho de tomate (3).
Funge (4); Massa de tomate (3); Papa; ovo; banana; Peixe (2); Mumba de Ginguba (2).
As mulheres de Cacuaco funda que recebem visitas tem conhecimento que a criança até aos seis meses, só deve ser alimentada com leite materno, ao contrário das mulheres que não recebem visitas. Em Marimba algumas mulheres que recebem visitas ainda têm praticas não conformes as mensagens da cartilha em relação a amamentação do bebé. As mulheres que não recebem visitas alimentam o bebé com outros alimentos a partir dos 2/3 meses.
1.3.2 Barreiras
Parte das mulheres dos dois grupos considera não dão de mamar no primeiro dia porque consideram não ter leite para alimentar o bebé.
Os dois grupos fazem referência a necessidade de limpar a barriga do bebé nos primeiros dias, por isso não dão leite.
Convicção de que o leite materno é insuficiente, para alimentar a criança depois dos 2/3 meses manifestado. Esta convicção é manifestada por uma parte das mulheres dos dois tipos de grupos de discussão.
Na generalidade, consideram que o leite materno não é suficiente para à criança, por chora por causa da fome. Esta convicção também é verificada no grupo de mães que recebem visitas domiciliares dos activistas que conhecem os comportamentos correctos transmitidos, mas estes não são colocados em prática.
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Algumas mulheres dos dois grupos dizem começar a alimentar a criança com outros alimentos por orientação dos enfermeiros nos postos de saúde;
Em Marimba as mães alegam que o trabalho (na lavra) não permite alimentar o bebé só com leite materno. As mães têm que se ausentar para trabalhar a partir dos três meses, altura em que são introduzidos outros alimentos;
1.3.3 Conclusões:
É notório que há um maior número de mulheres que amamentam o próprio bebé de
forma exclusiva até aos seis meses no grupo de mulheres que recebe visitas, embora
ainda existam casos de resistência a novas práticas sobretudo no município de
Marimba devido aos ritmos de trabalho na agricultura que constringem as mulheres
a permanecem muitas horas nas lavras sem poder amamentar aa crianças deixadas
em casa.
O número de mulheres que diz começar a alimentar o bebé com outros alimentos
antes dos seis meses é maior entre as mulheres que não recebem visitas.
1.3 Uso de mosquiteiro Tabela 10: Protecção contra a Malária
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita Cacuaco Sede
Dragão (6); Xeltox quando tem dinheiro (3); Mosquiteiro (2).
Cacuaco Funda
Dormir de baixo do mosquiteiro; Tirar as águas paradas que são fontes de nascimento dos mosquitos que entram em casa; O lixo é fonte de mosquito, também o copam, as arvores, os bidões não tampados; Uso dragão; Uso a ventoinha; Fechar as portas e janelas sedo.
Uso dragão (6); Uso mosquiteiro (4); Queimar o lixo; Fecho a porta sedo; Ventoinha; Tenho mas não uso.
Marimba Usa o mosquiteiro (9) Usa o mosquiteiro (4)
Como é possível constatar pelo registo de informação na tabela 10, Em Marimba, das dez pessoas mulheres que recebem visitas nove referiram o mosquiteiro como o método para protecção contra a malaria. Já em Cacuaco Funda muitas das mulheres que recebem visitas fazem referência a outros métodos não descritos na cartilha usada durante as visitas domiciliares. Tabela 11: Uso do mosquiteiro
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita Cacuaco Sede
Não (6); Sim (2).
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Cacuaco Funda
Tenho mosquiteiro (3); Uso dragão (2); Uso ventoinha (1)
Sem resposta
Marimba Sim, para proteger o nosso corpo das picadas dos mosquitos (9)
Não sou gravida e não me deram o mosquiteiro (2);
Em relação ao uso do mosquiteiro, podemos constatar pelo registo de informação na tabela 11, que em Marimba a maior parte das mulheres que recebem visitas usam o mosquiteiro. Em Cacuco-Funda apenas três usam mosquiteiro. Podemos constatar que a maior parte das mulheres que recebem vistas usam o mosquiteiro em quanto esta pratica não é tão frequente nas mães não visitadas. Tabela 12: Local de aquisição do mosquiteiro
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita Cacuaco Sede
Comprei (1); Deram no Hospital (1).
Cacuaco Funda
Comprei o mosquiteiro (3); No centro de saúde (1)
Deram no centro médico quando estava gravida (3)
Marimba No hospital porque estava gravida (7); Oferta da filha; Comprei no Congo.
No hospital porque estava gravida (3); Campanha de vacinação (1).
O locar de aquisição dos mosquiteiros é feito nos hospitais e centros de saúde ou nos mercados. Não existindo grande diferença nas respostas dadas pelos dois grupos de discussão por comuna/município. Tabela 13: Quem usa o mosquiteiro
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita
Cacuaco Sede
Toda a família (2).
Cacuaco Funda
Toda a família (2) Só os filhos (1);
As crianças (1);
Marimba Casal e bebé os outros filhos não (7); Só a mulher usa; Todos.
Só a mulher usa (1); Todos (3).
Como é possível contactar na tabela 13: os mosquiteiros são usados pelas crianças, pelas mulheres gravidas e pelo casal em alguns casos. Tabela 14: Razões para não usar o mosquiteiro
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita
Cacuaco Sede
Porque não tem (6).
Cacuaco Funda
Para evitar paludismo (2); Uso dragão para os mosquitos não picar; Uso ventoinha. O mosquiteiro causa calor.
Gravida não dorme por baixo do mosquiteiro (2); Porque tenho só um (2) Aquece muito;
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Marimba Porque só temos uns que distribuíram no hospital
Sempre dormem por baixo do mosquiteiro (4)
Algumas mães, não obstante exista uma mensagem especifica na cartilha “A Receita da Felicidade”, preferem utilizar inseticidas ou ventoinha ao lugar do mosquiteiro em quanto o mosquiteiro gera calor. Alem disso por em algumas famílias só existir um mosquiteiro, usado geralmente para as crianças. 1.4.2 Barreiras
Apesar de nos dois grupos a maioria das mulheres ter demonstrado ter conhecimento sobre a importância do uso dos mosquiteiros, alguns não colocam em prática por falta de rendimentos para comprar o mosquiteiro;
Existe a convicção de que é necessário usa-lo e solicitam e esperam recebe-lo gratuitamente.
Somente as crianças dormem debaixo dos mosquiteiros para evitar que fiquem doentes;
Convicção de que o mosquiteiro causa calor
1.4.3 Conclusões:
Podemos concluir que apesar de um certo conhecimento existente no grupo de mulheres
não visitadas o conhecimento e a prática é mais forte entre as mães visitadas por parte dos
activistas.
A mais citada barreira que impedem, em alguns caso, o utilizo é com certeza a dificuldade de
encontrar o mosquiteiro de forma gratuita.
1.4 Registo de nascimento Tabela 15: Registo de nascimento do último bebé
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita Cacuaco Sede
Não (8).
Cacuaco Funda
Sim (8) Não (2)
Sim (3); Não (7);
Marimba Os filhos estão registados (9) Não (3)
Sim (3); Não (5);
Como se pode constatar acima, em Cacuaco Funda e Marimba, as mulheres que recebem
visitas fizeram o registo de nascimento do último bébe. Foram registados 17 bebés e cinco
não foram registados. Para as mesmas comunas, as mulheres que não recebem visitas
registaram um total de seis crianças e existem 12 crianças sem registo de nascimento.
Os resultados permitem-nos dizer que às mulheres com visitas domiciliares tem o
conhecimento da importância do registo de nascimento, e fizeram todas as diligências para
colocar em prática para o último filho.
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Tabela 16: Razão para não ter o registo de nascimento
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita
Cacuaco Sede
Fez o registo, mas não tem documentação que comprove (6) Não existe campanha de registo (1). A mãe não está interessada (1);
Cacuaco Funda
Não existe serviço de registo na comuna Porque na província se paga; Se não tem BI se paga; Não tenho BI.
Não existe serviço de registo na comuna A mãe não tem BI (2); Atrasou-se para fazer o registo (2); Não tem pai.
Marimba Sem resposta Porque não existe serviço de registo civil (7). Porque não tem dinheiro (2);
Para Cacuaco Sede, podemos constactar que mais de metade das mulheres que participaram no grupo de discussão dizem ter feito o registo, embora não tenham recebido ainda os documentos. Pelo registo das respostas em Cacuaco Funda, podemos notar que as mulheres que não recebem visitas expressam como barreiras o facto de não existe nenhum serviço de registo no local, acrescido ao facto das mães não possuírem o BI, os pais estarem separados. Em Marimba, as mulheres que não recebem visitas alegam que não tem dinheiro para se deslocarem
a província pois no município não existem serviços de registo civil.
Tabela 17: Idade aproximada do bebé quando foi registado
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita
Cacuaco Sede
Sem resposta
Cacuaco Funda
Depois 5/7 dias (7); Depois 2/3 dias (2); No mesmo dia em que nasceu; Depois 2 anos; Depois de 1 ano e 1 mês;
Menor de 5 anos (2); Não lembro.
Marimba Menor de 5 anos (6); Maior de 5 anos (3).
Sem resposta
Para o caso de Cacuaco Funda, podemos notar que a maioria das mulheres que recebem visitas dizem ter feito o registo, no período de cinco a sete dias após a criança nascer, o que contradiz um hábito cultural que diz: que a criança no período de um mês deve ficar protegida em casa. As mulheres que não recebem visitas domiciliares fizeram-no antes de criança completar cinco anos. Em Marimba, as mulheres que recebem visitas alegam que fizeram o registo da criança antes ou depois da criança completar 5 anos.
Tabela 18: Local onde foi feito o registo de nascimento
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita Cacuaco Sede
Conservatória (2).
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Cacuaco Funda
Conservatória (5); Hospital (3).
Hospital (3); Posto de Saúde (3); Colégio (2); Campanha; Igreja.
Marimba Registo Civil (8); Campanha de registo (1).
Registo Civil (8); Campanha de registo (1).
Os registos de nascimento são maioritariamente feitos em hospitais, postos de saúde, repartição de registo civil, campanha de registo e igrejas.
1.5.2 Barreiras
Conhecem a importância do registo civil mas tem diferentes barreiras para fazer o registo de
nascimento de crianças com menos de cinco anos pelas seguintes razões:
Falta de serviços de registo civil na comuna / município;
Adultos sem Bilhete de identidade têm dificuldade de registar as crianças;
Custos elevados que se paga pelo registo civil;
Porque para fazer o registo é necessário deslocações a província e para isso é necessário
dinheiro;
A campanha não alcançou todas as famílias (Marimba);
Convicção que precisa dinheiro para obter o registo (Marimba);
1.5.3 Conclusões:
Podemos concluir que apesar de uma maior difusão de conhecimento e pratica entre as
mães visitadas, a falta de serviços de registo civil nos lugares de residência, os custos
elevados ou a convicção da existência deste custos e a ausência de documentos de
identidade dos pais dificulta a obtenção do registo.
1.6 Canais de comunicação
Tabela 19: Fontes de informação
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita
Cacuaco Sede
Enfermeiros nos hospitais (8);
Cacuaco Funda
Visitas de irmãos da igreja (5); Igreja (4); Hospitais; Familias; UNICEF.
Hospitais ou postos médicos;
Marimba Activistas (10) Enfermeiros (8).
Hospital e mobilizador (10)
Para as mulheres que recebem visitas domiciliares as fontes de informação são: activistas (10), enfermeiros (8), visitas de irmãos da igreja (5), Igreja (4), hospitais, famílias e UNICEF,
Para as mulheres que não recebem visitas domiciliares as fontes de informação são: Enfermeiros e
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mobilizador (8); Hospitais ou postos médicos;
Tabela 20: Fonte de informação mais frequente
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita Cacuaco Sede
Enfermeiros nos hospitais (8);
Cacuaco Funda
Irmãos nas visitas nas casas; Cartilhas. Sem resposta
Marimba Activistas (10) Enfermeiros (8). Sem resposta
Para as mulheres que recebem visitas domiciliares as fontes de informação mais frequentes são: visitas nas casas, cartilhas, activistas (10) e enfermeiros (8).
Tabela 21: Fonte de informação mais credível
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita Cacuaco Sede
Enfermeiros nos hospitais (8);
Cacuaco Funda
Sem resposta Sem resposta
Marimba Activistas (10) enfermeiros (8). Sem resposta
1.6.2 Barreiras
Nestes caso não foram identificadas especificas barreiras ao trabalho dos activistas.
1.6.3 Conclusões:
Entre as mães visitadas as respostas mais frequentes referem-se a actividades desenvolvidas dentro
da igreja ou por parte de activistas que pertencem a igreja, portanto o canal da mobilização social
veiculado pelas igrejas parece ser o mais frequente e o mais confiável. Em quanto entre as mães não
visitadas não fala-se de igrejas mas de informações recebidas nos centros de saúde.
As mães visitadas como aquelas não visitadas quase não citaram radio e TV como meios de recepção
das informações.
1.7 Materiais de comunicação
Tabela 23: Meios de comunicação
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita Cacuaco Sede
T.V. (8).
Cacuaco Funda
Radio Eclésia; Janela Aberta TV
Panfletos colados.
Marimba Cartilha da Receita da Felicidade (10) Sem resposta
Em Cacuaco Funda, as mulheres que recebem visitas domiciliares destacam os seguintes Meios de
comunicação: Radio Eclésia e Janela Aberta TV. Já em Marimba, as mulheres que recebem visitas
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domiciliares destacam a Cartilha da Receita da Felicidade (10).
As mulheres que não recebem visitas domiciliares em Cacuaco Sede dizem receber informação
através da TV e Panfletos colados.
Tabela 24: Conhecimento da cartilha
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita Cacuaco Sede
Não conhece (8).
Cacuaco Funda
Mosquiteiro (3); Lavagem das Mãos (3); Sinais de gravidez (1)
Não conhece
Marimba Cartilha da Receita da Felicidade boas informações e bom desenho que ajudam a entender (10)
Sem resposta
Em Cacuaco Funda, as mulheres que recebem visitas domiciliares destacam os seguintes conteúdos da cartilha: Mosquiteiro (3), Lavagem das Mãos (3) e Sinais de gravidez (1). Já em Marimba, as mulheres que recebem visitas domiciliares dizem que a Cartilha da Receita da Felicidade boas informações e tem bons desenhos que ajudam a entender (10).
Tabela 25: Apreciação da cartilha
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita
Cacuaco Sede
Sem resposta
Cacuaco Funda
Cartilha fala de boas coisas; Uma guia que ajuda com conselhos sobre a saúde; Desenhos bonitos;
Sem resposta
Marimba Sem resposta Sem resposta
Em Cacuaco, as mulheres que recebem visitas domiciliares dizem que cartilha tem Desenhos
bonitos, “fala de boas coisas” e é um guia que ajuda com conselhos sobre a saúde e tem
Tabela 26: Conhecimento dos Spots / música
Mães que recebem visitas Mães que não recebem visita
Cacuaco Sede
"Lava as mãos com agua e sabão" Pedrito do Bié (8)
Cacuaco Funda
Não conhece Sem resposta
Marimba "Lava as mãos com agua e sabão" (10). Sem resposta
1.7.2 Conclusões:
Nos meios onde não é possivel o acesso a TV e Rádio a Cartilha, como é o caso de Marimba a Cartilha
“A receita da felicidade” é bastante apreciada pelo conteúdo, pelas imagens de fácil compreensão.
Em quanto nos meios urbanos aonde o acesso a TV e radio é mais facil faz-se referimento mais
frequentemente a TV e radio como meios de recepção das informações.
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Este contrasta com a outra tendência para a qual o canal privilegiado de recepção da informações
são activistas e enfermeiros.
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SEGUNDA PARTE – Entrevistas com os activistas.
1. Principais mensagens do programa relatados pelos activistas:
O objectivo do trabalho dos activistas é o de informar e transmitir a famílias conhecimentos sobre a
saúde, de acordo com os doze temas definidos pelo programa. De acordo com o que foi referido
pelos activistas, são: 1) Gravides, 2) Consulta Pré -Natal, 3) Aleitamento materno, 4) Registo de
Nascimento, 5) Malaria e Uso de Mosquiteiro, 6) Lavagem das mãos, 7) tratamento de água e 8) As
diarreias, 9) VIH E SIDA, 10) Relações positivas, 11) Protecção contra a violência contra a criança, 12)
importância da vacina.
2. Constatações dos activistas sobre as actividades de sensibilização comunitária:
A metodologia adoptada resume-se em trabalhar com as famílias para passar-lhes as informações
sobre cuidados preventivos de saúde, realizadas através de visitas domiciliares. O trabalho é feito
fundamentalmente através de visitas familiares. Cada activista faz duas visitas por semana e tem a
responsabilidade de acompanhar quatro famílias. Os activistas referem que não tem realizado
palestras, porque não se consideram preparados para o fazer. Apenas um activista diz realizar de
duas a três palestras por mês, na igreja.
Factores positivos:
Os activistas são aceites na comunidade e as famílias concordam do que falamos;
O facto dos activistas serem menores de 18 anos.
As famílias gostam das cartilhas por causa das mensagens que contêm.
Cerca de metade têm facilidade em “transmitir as dificuldades relativas as questões
encontradas no terreno. Não se aventuram a responder, aquilo que não sabem”;
Ter sido possível encontrar profissionais competentes que ajudam a esclarecer
dúvida e a formar os activistas;
Tem sido importante reforçar os conhecimentos sobre HIV / Sida em parceria com
Instituto Nacional de Luta Contra Sida;
Dificuldades:
“Nem todos os activistas têm conhecimento do conteúdo da cartilha. “certos activistas não interagem efectivamente com as comunidades, utilizando a
filosofia e o método definido para o trabalho, porque nem todos que participam das formações têm a vocação para executarem trabalho comunitário”;
“Nem todos os activistas tem espírito de voluntarismo e interesse pelo bem do outro”.
“Menos de metades dos activistas formados têm feito bom trabalho no campo pois apresentam um fraco domínio dos conteúdos a tratar, devido provavelmente com distúrbios emocionais e os baixos níveis académicos o que contribui para a fraca assimilação da matéria e baixo rendimento. Como não conseguem responder a certas questões limitam a não entrar em acção”;
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Outros não sabem ler e fazem o trabalho com base na ilustração dos desenhos da cartilha;
Proposta:
Estudar uma política motivacional de todos os activistas para que sintam a importância de realizar visitas domiciliárias;
Produzir e distribuir blusas e material de identificação para todos os activistas; Promover um acampamento mais interactivos que permita uma melhor absorção dos
conteúdos e métodos para transição e promoção de competência familiar;
Conclusões:
Em resumo podemos concluir que os activistas são aceites nas comunidades. Para melhorar o
conhecimento dos temas e da metodologia definida pelo programa, propõe-se que seja feito um
programa contínuo de formação para ampliar e melhor o domínio dos temas.
3. Constatações sobre a aceitação dos activistas pelas famílias:
Factores positivos:
“As famílias gostam dos temas que abordamos”;
Os activistas são chamados para intervir em algumas situações das famílias;
“Tudo que fala sobre saúde, ninguém nega. Porque todos encontramos a salvação
quando temos saúde”.
As pessoas têm que ir aos hospitais com pessoas que conhece os enfermeiros ou tem
que pagar mais. “Se entra em nome dos activistas, as coisas ficam mais fáceis”.
As famílias que estão fora do alvo do programa, solicitam pelo acompanhamento do
programa;
As famílias estabelecida durante as visitas domiciliares, permite ampliar a relação e
estabelecer novas relações de amizade com outras pessoas da vizinhança;
Acompanham com interesse os debates. Notam-se mudanças na atitude das pessoas,
por exemplo: “As mães que não aceitavam levar as crianças nas vacinas, hoje são os
primeiros a ir ao hospitais e centros para vacinar os seus filhos e cada vez mais a
mudar o comportamento”.
Conclusões:
Em resumo podemos concluir que os activistas são aceites pelas comunidades pelo tipo de
informação que partilham usando a cartilha, considerada importante por tratar de temas
relacionadas com a prevenção da saúde.
4. Constatações sobre o material usado para transmitirem as mensagens (cartilha,
spots e musicas):
Factores positivos:
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Todas as famílias gostam das cartilhas, porque têm um conteúdo muito simples, ao
nível do conhecimento de todos. É uma cartilha interessante, simples, com
mensagens muito claras, bem ilustrada, não necessitando de muito auxilio para
interpretar. Ela fala para todos, as famílias não letradas e para as letradas. Têm uma
aceitação e aderência muito forte.
Dificuldade:
Não tem chegado para todos;
Proposta:
Aumentar a tiragem da cartilha;
Acrescentar outras temáticas na cartilha, por exemplo: “falaríamos dos cinco
remédios naturais: água, sol, os exercícios físicos, alimentação saudável, ar puro e a
fé em Deus”.
Conclusões:
Em resumo podemos concluir que a cartilha “A receita da felicidade”, é apreciada porque
têm um conteúdo muito simples, com mensagens muito claras, bem ilustrada, não
necessitando de muito auxílio para interpretar ao nível do conhecimento de todos. É
proposto que se aumente a tiragem.
5. Conselhos colocados em prática, na óptica dos activistas:
Factores positivos:
Nem todas as mulheres colocam em prática os conhecimentos. “Os que praticam,
para bem dizer, não são na percentagem que nos gostaríamos que fosse, mas há um
bom número de praticantes dos conselhos que recebem”. Para ilustrar esta
afirmação destacamos quatro casos:
Por exemplo, uma família que tinha planeado um aborto, depois de
participar numa palestra sobre “gravidez e as fases de evolução”
suspenderam o plano e estamos a acompanhar a evolução desta gravidez.
Outra família, em conflito, tinha problema para registar as crianças. Os
dois foram orientando de acordo o conselho da cartilha e este ano,
conseguimos fazer o registo de nascimento das crianças;
Algumas famílias que tinham muitos problemas de paludismo e que aderiram aos conselhos sobre o uso do mosquiteiro, correm menos riscos de apanhar a doença;
Dificuldades:
Muitas não colocam em prática os conselhos e isso verificamos quando voltamos a visitar a casa, estas mães questionam: “vens aqui e não trazem mosquiteiros. Só vens falar”.
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Conclusões:
Em resumo podemos concluir que as mães colocam em prática as informações que estão sob
controlo delas. Nos casos em que a prática do conselho envolve a utilização de bem ou serviço que
não está sob controlo do programa, como é o caso do registo de nascimento, do acesso ao
mosquiteiro, etc. há maior resistência na sua aplicação.
6. Constatações sobre continuidade do trabalho dos activistas:
Factores positivos:
“O trabalho deve continuar porque no nosso pais, às nossas comunidades devem
aprender os conceitos básicos para preservar a vida e preveni-la de doenças. Este
é um processo que não se dá, de um dia para o outro. É necessário preservar e
fazer uma caminhada de longo prazo. Muitas pessoas cresceram sem terem tido
oportunidade de aprender estes princípios básicos de saúde, estes princípios
foram ao encontro das famílias, entraram nas famílias mas ainda não surtiu os
efeitos desejados, por isso deve continuar. Os activistas devem ajudar o próximo,
desejando que ele tenha uma felicidade alicerçada sobre os princípios contidos na
cartilha, isto será um bem para todos”.
“Para continuar esta actividade tão benéfica, é importante cultivar nos activistas
o aprendizado que lhes permita decifrar o código de empatia e sentir prazer de
ver o outro feliz”.
Dificuldades:
“Falta o material (cartilhas), quando tivermos o material o nosso trabalho vai ser
melhor”;
A necessidade de caminhar longas distâncias a pé.
Conclusões:
Em resumo, todos consideram que op trabalho deve continuar, pois mudanças de atitude e
comportamento são lentas e é necessário investir em mais formação para os activistas e
comunidades. Apesar deste reconhecimento, também é expressa a necessidade de se aumentar o
acesso a material e de se melhorar as condições para se realizar o trabalho de terreno nas áreas mais
distante, onde é necessário que a deslocação seja feita por meio de transporte.
7. Constatações sobre a relação com os activistas
Pelo que podemos constatar não se registam problemas. A relação de trabalho é boa, forte
há união e espirito de equipa o que possibilita que as dificuldades sejam expressas e
ultrapassadas a tempo.
8. Constatações sobre a relação com os supervisores
Relatório de sistematização dos dados da Avaliação da Estratégia das Competências Familiares, UNICEF, Versão Final, 17.06.2013
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Pelas respostas não notamos existirem problemas, a relação com os supervisores é referida
como boa, pois existe companheirismo, ajuda mutua, troca de informação e aprendizagem.
9. Constatações sobre a relação com as instituições:
Factores positivos
O programa de competências familiares tem relações de parceria com o
MINFAMU que tem participado nos programas de formação dos activistas,
passando conhecimentos, fornecendo material para facilitar.
Com o Instituto Nacional de Luta contra o Sida, tem si do possível estabelecer
parcerias no quadro de formação dos activistas. Eles fornecem os técnicos
especialistas que nos apoiam com material, conselhos e formação e facilitaram o
estágio no Hospital Esperança. Foi possível através deste programa parceria
instalar um CATV onde se faz o aconselhamento e testagem HIV;
Esta em fase inicial a parceria com a saúde pública para identificar o que se pode
fazer juntos no âmbito do programa de competências familiares, participando na
campanha de mobilização para a vacinação;
O programa tem boas relações com a educação, saúde, polícia, Administração
publica, igreja, agricultura, comércio e autoridades tradicionais. Com estas
instituições tem-se realizado em conjunto palestras, campanhas de vacinação e
outros encontros de coordenação;
Conclusões:
Pelo que podemos constatar pelo que foi dito de significativo (registado acima), existem
relações de parceria (troca de informação e participação na formação dos activistas) com
MINFAMU, o Instituto Nacional de Luta contra o Sida, Hospital Esperança, educação, saúde,
polícia, Administração publica, igreja, agricultura, comércio e autoridades tradicionais.
10. Constatações sobre benefícios do trabalho com as famílias
Factores positivos
O atendimento nos postos de saúde melhorou quando começamos a acompanhar
os doentes. Isso é um grande benefício para as famílias que beneficiam do
programa;
Algumas mulheres passaram a ir ao posto de saúde, há menos mulheres a
fazerem o tratamento tradicional.
Já existem latrinas em alguns bairros;
Dificuldades:
Muitas famílias encontram as dificuldades em comprar o mosquiteiro para todos
os membros da família;
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Algumas famílias resistem as visitas dos activistas. “Dizem que os activistas só
fazem visitas e não levam nem medicamentos, nem mosquiteiros.
Algumas mães recusam participar e receber visitas;
Algumas vezes não encontram ninguém nas aldeias ou bairros. O trabalho é feito
com aquelas que encontro;
Algumas mulheres não permitem que as crianças sejam vacinadas;
Em algumas áreas não há água potável o que dificulta a prática de alguns
conselhos da cartilha. Pois a água mesmo tratada contínua turva.
11. Principais problemas identificados que dificultam o trabalho do activista
Não poder ajudar as famílias que acompanhamos quando há doentes ao hospital.
Todos sabemos que quando uma pessoa está doente, tem de “largar um
dinheiro” para ser tratada com urgência ou dignidade e nós não temos como
ajudar;
As famílias não têm dinheiro para pagar as consultas quer no hospital público
quer no privado;
Os medicamentos nas farmácias são muito caros e as famílias não tem dinheiro,
mesmo que uma família queira tratar bem teu filho estão descapitalizados;
Falta de transporte, o que dificulta a mobilidade e dificulta ir ao encontro dos
activistas, ir as reuniões, ir buscar cartilhas, ir visitar as famílias que moram muito
distantes (caso de Marimba onde as aldeias ficam muito distantes), ajudar a
transportar doentes;
Falta de subsídios para pagar os activistas, que muitas das vezes que se deslocam
para comunidades distantes (a uns bons quilómetros), e muitas vezes dormirem
com fome. O que contribui para a desmotivação. Este problema é muito
importante que seja revisto com urgência para que não se coloque a perder todo
o investimento feito em formação;
Conclusões:
Em resumo o grande benefício para as famílias que colocam em prática os conhecimentos e
provocam mudança de comportamento garantem um melhor sistema de prevenção de
doenças e poe esta razão são famílias mais saudáveis e não haverá nenhuma epidemia na
comunidade. No entanto a resistência das famílias em receberem e em colocarem em
prática os conselhos dos activistas ainda é presente o que pode afectar os resultados do
programa se não forem tomadas as medidas correctivas como apoio para a execução do
trabalho, estabelecer um programa de formação, acompanhamento e motivação dos
activistas.
12. Propostas para assegurar que os activistas continuem
Relatório de sistematização dos dados da Avaliação da Estratégia das Competências Familiares, UNICEF, Versão Final, 17.06.2013
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Remuneração dos activistas
Reforço da formação e o acompanhamento,
Formação de enfermeiros;
Garantir acesso a transporte de apoio ao trabalho de campo
Aumentar a quantidade dos livros e materiais de apoio (Marimba, instalar um
gravador de som com discos para ser utlizado como material de educação);
A longo prazo enquadramento e no quadro de pessoal de saúde
Conclusões:
Em resumo todos reclamam para a necessidade de se definir um plano de formação, pagamento e
apoio em condições de trabalho. Sem se garantir estas condições o programa terá que lidar com
constantes mudanças de activistas e consequentemente se perde todo o investimento em formação.
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TERCEIRA PARTE – Análise dos resultados das visitas de observação
Compilação dos dados das visitas de observação à famílias que não
recebem visitas 1. LAVAGENS DAS MÃOS
1.1 Água para lavar as mãos (Presença, fonte de água, higiene) A água é tirada direitamente do rio e é turvo, e quanto a higiene, a limpa. (3); A água é tirada direitamente do rio, limpa para lavar as mãos, casa limpa no interior e suja no exterior. A água não apropriada, para além de existir já a uma semana é turva, o tambor que serve de reservatório em péssima condição (com ferros).
1.2 Sabão (Presença) Sabão presente (4); Usa omo para lavar as mãos.
1.3 Balde ou banheira (Presença) Banheira presente e limpa (5)
1.4 Observar as mãos das crianças menores de 5 anos (Avaliar a higiene)
Tinha em casa uma criança de 1 ano e 3 meses, as mãos da criança estavam limpas e unhas cumprida;
Tinha em casa uma criança de 3 anos, as mãos da criança não estavam limpas.
Tinha em casa duas criança uma 1 ano que estava suja e duas com 4 anos estavam limpas.
1.5 Pedir à mãe para lavar as mãos do último bebé e observar como faz (Verificar se usa sabão e água corrente)
Banheira com água e sabão e lavou de forma normal ou habitual, depois enxugou com a toalha, a água não é corrente. (3)
A mãe preparou a banheira com água e sabão mais lavou de forma incorrecta, lavou as mãos direitamente na banheira em vem de ir despejando com a jarra. (2)
2. AMAMENTAÇÃO MATERNA
2.1 Observar a alimentação do último bebé (Se tem menos de 6 meses, observar se a mãe só amamenta; se tem mais de 6 meses, observar se a mãe continua a amamentar e quais os alimentos sólidos que ela lhe dá)
A criança tem 1 ano e 3 mês só mama o leite materno (2); A criança da casa visita tem 3 anos e já não mama.
Tem uma criança menor de 6 meses que já come funge com molho, além do aleitamento materno.
A criança não usou leite em pó desde que nasceu. (4);
2.2 Biberão para bebé (Presença, uso, higiene)
Não usa biberão. (4)
Leite em pó para bebé na cozinha (Presença, uso) (1)
3. USO DE MOSQUITEIRO
3.1 Número de mosquiteiros em casa (colocados, não colocados)
Só existe um mosquiteiro em casa no estado normal; Nenhum membro da família usa mosquiteiro.
Não tem mosquiteiro (2)
Relatório de sistematização dos dados da Avaliação da Estratégia das Competências Familiares, UNICEF, Versão Final, 17.06.2013
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Possuem 4 mosquiteiro que lhe foi dado no centro de saúde, dos quais usam somente 2, os mesmos não estavam colocados, segundo a Dona Hilária só os coloca de noite.
Possuem 2 mosquiteiro que lhe foi dado pelo centro de saúde, não estevão colocados segundo e Sra. só os coloca de noite,
3.2 Como estão pendurados
Colocado de forma correcta. (1)
Amarrados nos paus no tecto.
Amarra nas cadeiras.
3.3 Estado dos mosquiteiros (Furos, higiene)
Limpo, com furos.
Havia um mosquiteiros estavam limpos e novo mais o outro muito antigo e com muitos furos. Os mosquiteiros tinha furos e estava muito sujo ela coloca por cima do tecto exposto a poeira e ao sol.
3.4 Que membro da família usa o mosquiteiro? (Crianças, adultos, grávidas) Todos os membros da famílias tanto as crianças assim como os adultos dormem de baixo do mosquiteiro.
O casal e o bebe dormem em baixo do mosquiteiro.
4. REGISTO DE NASCIMENTO
4.1 Pedir à mãe o registo de nascimento de todas as suas crianças (número, idade das crianças e indicar se possuem ou não o registo de nascimento)
A criança não tem registo; tem sete crianças sem registo de nascimento
Só uma criança das 4 menores de 5 anos tem o registo de nascimento, as outras 3 não tem.
1 Ano, não tem cédula; As duas de 4 anos, tem cédula -tratou na secção municipal do registo civil aos 2 anos mas ainda não recebeu.
Existe 3 crianças em casa. De 7 anos, 6 anos e uma de 3 anos. Só a menina de 3 anos é que tem o registo, os dois irmãos segundo a mãe, tem cédulas falsas. A menina foi registada no 3 dia após o nascimento, na maternidade do Cacuaco. 2 Anos, não possui cédula, os pais não têm BI; 5 Anos, não possuí cédula, os pais não têm BI; 7 Anos, não possuí cédula, os pais não têm BI; 6 Anos, possuí cédula - segundo ela as cédulas são falsa quem as tratou, foi o marido e ela não sabe dizer aonde as tratou. Supostamente tratou quando tinha 3 anos; 12 Anos, não possuí cédula - segundo ela as cédulas são falsa quem as tratou, foi o marido e ela não sabe dizer aonde as tratou. Supostamente tratou quando tinha 1 anos; 10 Anos, não possuí cédula segundo, ela as cédulas são falsa quem as tratou foi o marido e ela não sabe dizer aonde as tratou. Supostamente tratou quando tinhas 1 anos; 8 Anos, possuí cédula -segundo ela as cédulas são falsa quem as tratou foi o marido e ela não sabe dizer aonde as tratou. Supostamente tratou quando tinha 1 anos.
5. MATERIAL DE COMUNICAÇÃO
5.1 Observar se tem rádio e T.V., e se na família alguém sabe ler
Tem Radio (2) e Tv (4) o casal sabe ler (1) Não sabe ler (1)
5.2 Posse de algum material de comunicação sobre as competências familiares (listar)
Sim tem a cartilha (receia da felicidade) "recebeu a 24 horas atrás".
Sim tem a cartilha (receia da felicidade) "dei-lhe hoje"
Não tem a cartilha (receia da felicidade) (3)
5.3 Como e onde está guardado
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Em bom estado e guardado na estante que existe na sala (2)
5.4 Estado do material (usado ou não) Usado (1)
Compilação dos dados das visitas de observação à famílias que recebem visitas
1. LAVAGENS DAS MÃOS
1.1 Água para lavar as mãos (Presença, fonte de água, higiene)
A água em óptima condição e não corrente, banheira limpa.
1.1 A água é tirada direitamente do rio, limpa para lavar as mãos, e quanto a higiene a casa estava limpa. (3)
1.2 Sabão (Presença)
Sabonete presente. (4)
Na lavagem das mãos em casa usa-se diferentes recipientes (banheira, balde), que são usados para lavar a roupa.
1.3 Balde ou banheira (Presença)
1.3 Banheira presente e limpa (3)
1.4 Observar as mãos das crianças menores de 5 anos (Avaliar a higiene)
As mãos da criança estavam limpas mas com unhas cumpridas.
Tinha em casa duas criança uma 10 meses e outra de 3 anos estavam limpas.
Tinha em casa uma criança de 3 anos que brincava estava muito suja ela comia bolachas, lambia os dedos, as mãos estavam e as unhas estavam muito sujas.
Tinha em casa uma criança de 11 meses, as mãos da criança limpa.
1.5 Pedir à mãe para lavar as mãos do último bebé e observar como faz (Verificar se usa sabão e água corrente) A forma de lavar as mãos é a correcta e não usou a tolha, usou o sabonete e a água não é corrente.
1.5 A mãe preparou a banheira com água e sabão mais lavou de forma incorrecta, lavou as mãos direitamente na banheira em vez de ir despejando com a jarra.
1.5 A mãe preparou a banheira com água e sabão mais lavou a criança de 10 meses de forma incorrecta, lavou as mãos direitamente na banheira em vez de ir despejando com a jarra, apesar de ter a jarra presente.
A mãe preparou a banheira com água e sabão e lavou de forma certa com a jarra as mãos da criança, depois não enxugou com a toalha, a água não é corrente.
2. AMAMENTAÇÃO MATERNA
2.1 Observar a alimentação do último bebé (Se tem menos de 6 meses, observar se a mãe só amamenta; se tem mais de 6 meses, observar se a mãe continua a amamentar e quais os alimentos sólidos que ela lhe dá)
O bebe tem 9 meses, continua a amamentar o outro alimento que lhe dá é funje de milho com molho de tomate.
A criança tem 3 anos já não mama o leite materno e come tudo desde os 6 meses.
A criança tem 10 meses ainda faz uso do leite materno e come tudo desde os 3 meses.
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A criança tem 11 meses ainda mama o leite materno e come outras comidas desde 7 meses (funje com o molho que tiver).
2.2 Biberão para bebé (Presença, uso, higiene)
2.2 Nunca usou leite em pó. (3)
2.2 Biberão para bebé (Presença, uso, higiene)
Não usa biberão (3)
3. USO DE MOSQUITEIRO
3.1 Número de mosquiteiros em casa (colocados, não colocados)
Só existe mosquiteiro para o bebe (uso especifico).
Possuem 4 mosquiteiro que lhe foi dado no centro de saúde, dos quais usam somente 2, os mesmos não estavam colocados, segundo a Dna Ilaria só os coloca de noite.
Possuem 2 mosquiteiro que lhe foi dado no centro de saúde, os mesmos estavam colocados.
Só existe um mosquiteiro em casa. Não colocado porque foi lavado e esta estendido no fio.
3.2 Como estão pendurados
O único membro da família que usa mosquiteiro é o bebe.
Havia prego nas paredes.
Havia prego nas paredes.
Há uma estrutura metálica a volta da cama onde colocam o mosquiteiro.
3.3 Estado dos mosquiteiros (Furos, higiene)
Os mosquiteiros estavam muito limpos e me pareceu que eram novos.
Os mosquiteiros estavam limpos mais muito antigo e com muitos furos.
É limpo mas com furos por estar já cansado (limpo porque foi lavada horas antes de visita).
3.4 Que membro da família usa o mosquiteiro? (Crianças, adultos, grávidas)
Todos os membros da famílias tanto as crianças assim como os adultos. Todos os membros da famílias tanto as crianças assim como os adultos dormem de baixo do mosquiteiro. O casal e o bebe de 11 meses, outras crianças não dormem em baixo do mosquiteiro por existe só um mosquiteiro em casa.
4. REGISTO DE NASCIMENTO
4.1 Pedir à mãe o registo de nascimento de todas as suas crianças (número, idade das crianças e indicar se possuem ou não o registo de nascimento)
São duas crianças. Uma de 3 anos e o outro de 9 meses, os dois possuem o registo.Os dois foram registados com menos de 5 anos, isto é, 2 dias depois do nascimento. Foram registados no centro médico (hospital do Cacuaco).
Criança de 3 anos, tem cédula -tratou no hospital no 5º dia do nascimento; Criana de 5 Anos, tem cédula -tratou na secção municipal do registo civil aos 5 anos; Criança de 8 Anos, tem cédula -tratou na secção municipal do registo civil aos 4 anos. Criança de 10 Anos, tem cédula -tratou na secção municipal do registo civil aos 7 anos. Criança de 14 Anos, tem cédula -tratou na secção municipal do registo civil aos 11 anos.
10 meses, tem cédula - tratou na secção municipal do registo civil aos 3 meses mas ainda não recebeu. A criança de 3 anos , tem cédula -tratou na secção municipal do registo civil aos 3 anos mas ainda não recebeu.
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Em casa existe 4 crianças e dos quais: 1º - 10 Anos, foi registado com 9 meses; 2º - 6 Anos, foi registado com 4 anos; 3º - 3 Anos, foi registado com 2 anos; 4º - 11 Mês, ainda não foi registado porque o Senhor brigadista ainda não apareceu para fazer o registo (Os registo no município, são feito num determinado tempo em que o brigadista se fixa no município vindo da província). As crianças foram registadas no antigo Centro do registo civil do município e já não funciona.
5. MATERIAL DE COMUNICAÇÃO
5.1 Observar se tem rádio e T.V., e se na família alguém sabe ler
Tem TV e rádio em casa. Só o esposo é quem sabe ler.
Tem TV e Radio, e na família a maioria sabe ler (2)
5.2 Posse de algum material de comunicação sobre as competências familiares (listar)
Sim tem a cartilha (receita da felicidade) (3)
Sim, tem a cartilha (receia da felicidade) mais somente recebeu hoje
Tem Radio, só que sintoniza as missórias da Republica Vizinha (RDC) e na família o casal sabe ler.
5.3 Como e onde está guardado
Guardado na estante que existe na sala (2)
Junto com o material escolar.
5.4 Estado do material (usado ou não) Usado (3)
Conclusões visitas de observação
Foram realizadas nove visitas domiciliares a quatro famílias que recebem visitas e cinco visitas a
famílias que não recebem visitas, nas três comuna/municípios seleccionadas a partir dos grupos de
discussão. Veja sistematização de informação no anexo II A e II B.
Em síntese, podemos constatar da observação das respostas o seguinte:
Lavagem das mãos - A grande diferença entre as mães que recebem visitas e as que não recebem
visitas consiste na no facto das mães que não recebem visitas não terem utilizarem jarras para lavar
as mãos, as crianças apresentarem –se sujas. Mas em ambos os grupos se pode constatar a presença
da sabonete ou detergente para lavar as mãos, e bacia limpa embora para todos os casos não exista
água canalizada e seja necessário ir buscar água ao rio que não tem qualidade para consumo.
Amamentação materna – Constatamos que nos dois grupos as mulheres o bebé é alimentado com
leite materno, existindo apenas uma excepção que usou leite em pó desde que nasceu, no grupo de
mulheres que não recebe visitas. No grupo de mães que recebem visitas nota-se que a
desmamentação começo mais sedo, assim como é mais frequente a introdução de outra comida
antes dos 6 meses.
Uso do Mosquiteiro – Nas duas categorias de famílias os mosquiteiros presentes são usado
primariamente para as crianças mais novas. Na maioria das vezes existem famílias com mosquiteiros
para todos os membros da família de acordo com as posses de cada família. Normalmente os
Relatório de sistematização dos dados da Avaliação da Estratégia das Competências Familiares, UNICEF, Versão Final, 17.06.2013
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mosquiteiros são distribuídos nos postos de saúde. Nota-se uma difusão mais frequentes entre as
famílias visitadas.
Registo de nascimento – Em casa de famílias que não recebem visitas fez-se o registo de 22 crianças
das quais, três têm registo e 19 não tem registo de nascimento. Destas dezanove crianças sem
registo, três tem registos falsos porque a mãe não tem Bilhete de Identidade, razão que justifica que
pelo nemos sete crianças não tenham registo de nascimento. Na casa de famílias que recebem
visitas, fez-se o registo de 13 crianças, das quais onze tinham o registo de nascimento e duas não
tinham registo.
Materiais de comunicação – Em quase todas as famílias visitadas existe uma TV ou radio. Entre as 4
famílias visitadas para os activistas todas tinham a cartilha da receita da felicidade, mas uma recebeu
somente o dia anterior.
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ANEXOS: Ferramentas para a colecta de dado
1.1 Preparação da discussão
Número e tipo de participantes: cada grupo será formado de 8 a 12 mães com pelo menos
uma criança menor de 5 anos. Cada comuna/município contará com dois grupos: um de
mães que receberam as visitas dos activistas e outro que não receberam visitas. Serão
realizadas um total de quatro discussões de grupo.
Selecção das participantes: será realizada pelos activistas dentro do grupo de mães que
receberam as visitas dos activistas; e pela igreja no caso das mães que não foram visitadas
pelos activistas. Todas as participações devem ser voluntárias.
Lugar e duração da discussão: num lugar neutro e tranquilo, por exemplo na escola depois
das aulas, sem a presença dos activistas, de outras pessoas implicadas no programa, de
autoridades ou outro membro da família. A discussão deverá durar no máximo duas horas.
Equipa para cada grupo de discussão: um moderador, um redactor (formados antes pelos
supervisores durante dois dias) e um coordenador e um especialista em pesquisas
qualitativas rápidas.
Desenvolvimento da discussão:
Preparar a sala com as cadeiras postas em círculo
Apresentação da pesquisa e da equipa pelo moderador (objectivo, parceiros,
confidencialidade, duração, agradecimento)
O moderador pergunta qual a língua preferida para discussão
Apresentação das mães (nome, número de crianças menores de 5 anos)
O moderador procura a ganhar a confiança das mães com uma ou duas perguntas gerais
sobre a saúde na comunidade
O moderador prossegue a discussão com base no guião para discussão de grupo, visando
que todas as mães participem na discussão, de maneira fluida (não uma de cada vez) e
que a discussão seja “profunda” (sempre a perguntar o “porque” duma resposta).
O redactor aponta as repostas das participantes o mais literalmente possível (utilizando
as mesmas palavras das participantes) e quando tem que apontar uma quantidade,
estima se são: todas, a maioria, a metade, a minoria ou nenhuma das participantes
Antes de concluir, o moderador recorda os pontos mais importantes e pergunta se as
mães estão de acordo e/ou se querem acrescentar algo
O moderador agradece todas as participantes e oferece-lhes um lanche
1. Discussão de grupo com o público-alvo
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Depois de cada discussão, a equipa reúne-se para preencher a ficha de recapitulação dos
dados colectados durante a discussão de grupo: deve combinar os dados similares e
apontar as diferenças, referindo as palavras utilizadas pelas mães
1.2 Guião para a discussão de grupo
1.1 Quais são os problemas mais importantes para a saúde e o desenvolvimento das suas
crianças menores de 5 anos? (priorizar os 5 principais problemas por ordem de
importância)
1.2 Lavagem das mãos
1.2.1 Quantas vezes e em quem momentos vocês lavaram as mãos ontem?
1.2.2 Porque escolheram aquele momento e não outro?
1.2.3 Com o quê que vocês lavam as mãos? Porquê?
Lembrete para o moderador
Lavar as mãos com água e sabão antes de comer, depois de utilizar o quarto de
banho ou a latrina, antes de preparar os alimentos, antes e depois de trocar a fralda
do bebé.
1.3 Aleitamento materno
1.3.1 Quando deram a primeira chucha ao seu último bebé?
1.3.2 Porque escolheram aquele momento?
1.3.3 Quantas vezes durante o dia e a noite dão a chucha ao bebé? Porquê?
1.3.4 Com o que alimenta o seu bebé menor de 6 meses? Porquê?
1.3.5 O que dá ao bebé, para além do leite materno? Porquê?
Lembrete para o moderador
Importância do aleitamento logo a nascença e exclusivo, prevenção de doenças, o
leite materno não custa nada, outros alimentos são perigosos para a criança menor
de 6 meses.
1.4 Uso de mosquiteiros
1.4.1 Como se protegem das picadas dos mosquitos a noite?
1.4.2 Têm um mosquiteiro? Porquê?
1.4.3 Como adquiriram o mosquiteiro?
1.4.4 Em sua casa quem dorme debaixo do mosquiteiro?
1.4.5 Porquê não dormem sempre debaixo dum mosquiteiro?
Lembrete para facilitador
É importante que as grávidas e as crianças menores de 5 anos durmam sempre
debaixo do mosquiteiro tratado com insecticida.
1.5 Registo de nascimento
1.5.1 O seu último bebé tem registo de nascimento?
1.5.2 Se não tem, porquê?
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1.5.3 Se tem, quando foi registado? (idade aproximada do bebé quando foi
registado)
1.5.4 Os outros filhos têm registo? Porquê?
1.5.5 Onde registou o seu bebé?
Lembrete para facilitador
O registo da criança até aos 5 anos é gratuito, sem registo a criança não tem BI e não
pode casar-se, votar, etc.
1.6 Canais de comunicação
1.6.1 De onde recebem mais frequentemente as informações sobre os cuidados do
bebé? (Por meio de que canais? Quem transmite a informação?)
1.6.2 Das informações que receberam, em qual acreditaram mais? Porquê? (qual a
fonte de informação mais segura?)
Lembrete para facilitador
Verificar os diferentes canais de comunicação interpessoal como as igrejas, os activistas,
os pastores, os agente de saúde, e se a igreja é uma boa fonte de informação para estes
tipos de conselhos. Verificar a aceitação da comunicação dos activistas, verificar a
recepção das mensagens transmitidas na rádio)
1.7 Materiais de comunicação
1.7.1 Com quais materiais foram informados sobre a saúde e o desenvolvimento
das suas crianças menores de 5 anos? (Quais cartilhas, que músicas, que spot
de radio ou TV?)
1.7.2 Qual é o material que prefere? Porquê?
1.7.3 Conhecem a cartilha “A Receita da Felicidade” do Governo, do Ministério da
Família e Promoção da Mulher e do UNICEF? (mostrar umas cartilhas) De quê
fala?
1.7.4 Quais são as mensagens de que se lembram?
1.7.5 Gostam desta cartilha? Porquê gostam destas cartilhas? (formato, língua,
apresentação, desenhos, texto)
1.7.6 Conhecem os “spots” de TV e a música sobre as boas práticas familiares?
Lembram-se do que falam?
1.7.7 Gostam destes “spots” e música? Porquê gostam destes “spots” e música?
Relatório de sistematização dos dados da Avaliação da Estratégia das Competências Familiares, UNICEF, Versão Final, 17.06.2013
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N.B. Para os activistas, não considerar as palavras entre parêntesis. Para os supervisores, começar as
perguntas pelas palavras entre parêntesis.
Dados gerais do entrevistado
Nome do Activistas/Supervisor
Idade
Género
Quando recebeu a formação e por parte de quem?
1. Liste por favor os temas do programa e as principais mensagens
2. (Acham que os activistas) fazem mais frequentemente visitas domiciliares ou palestras
comunitárias para aconselhar as famílias? Porquê?
3. (Acham que os activistas) se sentem bem preparados para aconselhar as famílias sobre
os temas da cartilha? Porquê?
4. (Acham que os activistas) são bem aceites pelas famílias? Porquê?
5. Acham que as famílias gostam do material usado para dar conselhos? (cartilha, spots,
música) Porquê?
6. Acha que os conselhos que proporciona (o activista) são praticados por parte das
famílias? Porquê?
7. (Acham que os activistas) podem continuar a fazer este trabalho durante muito tempo?
Porquê?
8. Para o supervisor: Qual é a sua relação com os activistas? Porquê?
9. Para o activista: Qual é a sua relação com o seu supervisor? Porquê?
10. Qual é a sua relação com as instituições públicas? Porquê?
11. Quais são os principais benefícios do seu trabalho para as famílias? Porquê?
12. Quais são os principais problemas que você encontra ao fazer este trabalho? Porquê?
13. Quais são as suas propostas para assegurar que os activistas continuem a trabalhar?
2. Guião de entrevista individual
Relatório de sistematização dos dados da Avaliação da Estratégia das Competências Familiares, UNICEF, Versão Final, 17.06.2013
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Amostra e selecção das casas para a observação = Total: 4 casas, 2 casas por
comuna/município
Depois da discussão de grupo, a equipa seleccionará 4 mães voluntárias, as quais os
facilitadores/inquiridores realizarão umas visitas domiciliárias de observação relativamente
as práticas promovidas pelo programa.
Nome:
Idade:
Agregadofamiliar:-
__________________________________________________________________________
Guião de observação
1. Lavagem das mãos
1.1 Água para lavar as mãos (Presença, fonte de água, higiene)
1.2 Sabão (Presença)
1.3 Balde ou banheira (Presença)
1.4 Observar as mãos das crianças menores de 5 anos (Avaliar a higiene)
1.5 Pedir à mãe para lavar as mãos do último bebé e observar como faz (Verificar se usa
sabão e água corrente)
2. Aleitamento materno
4.1 Observar a alimentação do último bebé (Se tem menos de 6 meses, observar se a mãe só
amamenta; se tem mais de 6 meses, observar se a mãe continua a amamentar e quais os
alimentos sólidos que ela lhe dá)
4.2 Leite em pó para bebé na cozinha (Presença, uso)
4.2 Biberão para bebé (Presença, uso, higiene)
3. Uso de mosquiteiros
5.1 Número de mosquiteiros em casa (colocados, não colocados)
5.2 Como estão pendurados
5.3 Estado dos mosquiteiros (Furos, higiene)
5.4 Que membro da família usa o mosquiteiro? (Crianças, adultos, grávidas)
4. Registo de nascimento
6.1 Pedir à mãe o registo de nascimento de todas as suas crianças (número, idade das
crianças e indicar se possuem ou não o registo de nascimento)
6.2 Idade da criança quando foi registada (+ ou- de 5 anos)
6.3 Onde foi registada a criança (conservatória, secção municipal de registo civil)
5. Material de comunicação
3. Guião de visitas de observação nas casas do público-alvo
Relatório de sistematização dos dados da Avaliação da Estratégia das Competências Familiares, UNICEF, Versão Final, 17.06.2013
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5.1 Observar se tem rádio e T.V., e se na família alguém sabe ler
5.2Posse de algum material de comunicação sobre as competências familiares (listar)
5.3 Como e onde está guardado
5.4 Estado do material (usado ou não)
Entrevista individual com informadores chave
Amostra = Total: 8 informadores chave, 4 por comuna/município
Serão 4 por comuna/município: 2 activistas voluntários que realizaram visitas domiciliares e palestras
comunitárias e 2 supervisores dos activistas entrevistados