“PROGRAMAS DE FORMAÇÃO DE USUÁRIOS PARA O
DESENVOLVIMENTO DE COMPETÊNCIAS
INFORMACIONAIS”
Beatriz Valadares Cendón
Professora da Escola de Ciência da Informação / UFMG
Maria Elizabeth de Oliveira Costa
Diretora do Sistema de Bibliotecas da UFMG
Programa de formação de usuários
Visando compartilhar algumas experiências de
formação de competências informacionais na
UFMG, este trabalho apresenta dois casos:
O Programa Pró-Multiplicar da Capes na UFMG
e a disciplina Sistemas de Recuperação da
Informação do Curso de Graduação em
Biblioteconomia da Escola de Ciência da
Informação.
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Programa de formação de usuários
Os casos a serem abordados lidam com o ensino
de um dos aspectos da competência informacional
que é o domínio do conhecimento sobre a busca
da informação em forma digital, particularmente
da utilização de fontes de informação científica.
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Programa de formação de usuários
Ambos os casos foram experiências bem
sucedidas.
Um fator imprescindível para o sucesso, foi a
parceria entre a Escola de Ciência da
Informação e a Biblioteca Universitária e a
colaboração dos bibliotecários do Sistema de
Bibliotecas da UFMG.
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Programa de formação de usuários
Pró-multiplicar:
Desafio de tornar usuários sem formação
específica em Biblioteconomia e Ciência da
Informação, instrutores capacitados para
transmitir o conhecimento sobre as diversas
bases de dados, referenciais ou de texto completo
assim como conceitos e técnicas sobre sistemas
de recuperação da informação, estratégias e
recursos de busca.
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Programa de formação de usuários
Disciplina “Sistemas de Recuperação da
Informação” do Curso de Graduação em
Biblioteconomia:
No caso deste grupo de alunos, um dos grandes
desafios para o ensino do uso das fontes
internacionais de informação científica é a falta de
domínio da língua inglesa.
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Competência Informacional
O termo “information literacy”, foi utilizado pela
primeira vez em 1974. Traduzido para o português
como competência informacional.
Há várias definições de competência informacional
mas, de modo geral, o conceito enfatiza o
“aprender a aprender” e a necessidade de
aprender ao longo da vida na nova sociedade da
informação e do conhecimento.
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Competência Informacional
Na década de 90 passam a ser implementados
programas educacionais baseados na
competência informacional e em padrões
internacionais.
Tais padrões, oriundos de instituições da área,
estabelecem diretrizes que indicam as habilidades
e conteúdos que devem ser ensinadas em um
programa de competência informacional.
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Competência Informacional
Um passo importante para as bibliotecas universitárias é a norma Information Literacy Competency Standards for Higher Education (Padrões para Competência em Informação no Ensino Superior) emanada da Association for College and Research Libraries (ACRL) no ano de 2000 (ALA, 2000).
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Competência Informacional
O Padrão 2 da Norma menciona que uma pessoa competente em informação acessa efetiva e eficazmente a informação, conhece o escopo, conteúdo e organização dos sistemas de recuperação da informação e usa estratégias adequadas na condução de buscas.
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Competência Informacional
O desenvolvimento das competências
informacionais é, entretanto, um processo
complexo e ainda pouco compreendido.
Pode-se considerar que o conceito bem como os
programas de desenvolvimento de competência
informacional estão ainda em construção. Os
padrões e normas existentes são apenas
diretrizes orientadoras.
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Competência Informacional
São criticados por serem adotados, no Brasil,
programas criados em outras realidades que não
condizem a nossa.
Decorre daí a importância do relato de
experiências nacionais.
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• Criado em 2008, o Programa
Pró-Multiplicar tem como
propósito capacitar alunos
bolsistas de doutorado ou
mestrado da Capes em
instituições credenciadas
pelo Portal para atuar como
monitores e multiplicadores
na divulgação e instrução
sobre o uso do Portal de
Periódicos junto aos seus
colegas de graduação e pós-
graduação.
O Pró-Multiplicar na UFMG
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O Pró-Multiplicar na UFMG
Na UFMG, 2010, foram treinados, pelos instrutores das
Capes e das editoras presentes no Portal,
43 alunos multiplicadores
17 bibliotecários que deram suporte ao Programa.
Foram realizados pelos multiplicadores
72 treinamentos para 293 alunos de graduação e
pós-graduação.
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O Pró-Multiplicar na UFMG
70
91
82
46
4
Pró-Multiplicar Total de pessoas treinadas - 2010
Agosto
Setembro
Outubro
Novembro
Dezembro
15
46
82
91
70
4
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A metodologia do processo de
multiplicação
Implementação foi atividade complexa que envolveu
vários setores da Escola de Ciência da Informação, a
Biblioteca Universitária além de outros setores
competentes da UFMG.
Artigo já submetido.
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A metodologia do processo de
multiplicação
Exemplos das atividades que foram parte do programa:
comunicações da Pró-Reitoria de Pós-Graduação com os
Programas de Pós-Graduação.
divulgações do Programa no Boletim da UFMG,
criação de pôsteres e folders com a programação do evento,
sinalização do prédio onde foram ministradas as aulas,
transmissão das aulas via internet para alunos remotos,
criação de site para o projeto,
gravação das aulas em DVDs.
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A metodologia do processo de
multiplicação
Primeira etapa: os multiplicadores receberam, de técnicos
da Capes e de representantes das editoras presentes no
Portal, 24 horas de treinamento e orientações sobre o
Programa Pró-Multiplicar, sobre o uso do Portal de
Periódicos da Capes e das diversas bases de dados.
Segunda etapa: De posse desta informação, os
multiplicadores deveriam repassar o treinamento recebido para outros usuários na instituição.
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A metodologia do processo de
multiplicação
Na definição do conteúdo a ser ministrado pelos
multiplicadores, considerou-se:
Distribuição de encargos aos bolsistas multiplicadores
de acordo com os seus compromissos acadêmicos.
O fato de que eles haviam recebido, em apenas três
dias, 24 horas de treinamento, com uma grande
sobrecarga cognitiva.
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A metodologia do processo de
multiplicação
Estratégias:
Definição de apenas uma base de dados e duas aulas para cada multiplicador e ainda um bibliotecário em cada unidade para dar suporte.
Procurou-se alocar bases da área de conhecimento à qual o aluno pertencia.
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Calendário de aulas sobre
o uso das bases de dados,
baseado no conteúdo
ministrado pela Capes, de
cada uma das três grandes
áreas de conhecimento.
CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA, AGRÁRIAS E ENGENHARIAS
DATA HORÁRIO DURAÇÃO BASE DE DADOS INSTRUTOR
20/09 (seg) 27/10 (qua)
9h 1:00h BioONE, OSA BIBLIOTECÁRIO
Cecília
20/09 (seg) 27/10 (qua)
10h 1:00h
CSA Cambridge Scientific Abstracts:ASFA:; CSA
Technology Research Database MicroPatent Materials
Patents Oceanic Abstracts (Proquest)
ALESSANDRA
20/09 (seg) 27/10 (qua)
11h 1:00h Emerald CHARLISTON
21/09 (ter) 28/10 (qui)
13h 1:00h Institution of Civil
Engineers (ICE) (Systems Link) CARLOS
21/09 (ter) 28/10 (qui)
14:30h 1:00h Annual Reviews, HighWire
Press (Systems Link) GRAICIANY
21/09 (ter) 28/10 (qui)
16h 1:00h Institute of Physics (IOP)
(Systems Link)
BIBLIOTECARIA CLARICE
22/09 (qua) 29/10 (sex)
9h 1:00h Science e Science Signaling (Systems Link)
BIBLIOTECÁRIO ???
22/09 (qua) 29/10 (sex)
10h 1:00h ASTM (Systems Link) BIBLIOTECARIO
André
22/09 (qua) 29/10 (sex)
11h 1:00h ACS – American Chemical
Society (Systems Link)
BIBLIOTECÁRIO
Sônia
23/09 (qui) 03/11 (qua)
14h 1:30h
SciFinder Scholar (Systems Link)
TÂMARA
23/09 (qui) 03/11 (qua)
16h
1:30h Ecological Society of
America (ESA), IEEE (Ebsco)
IVAN
24/09 (sex) 16hs 1:00h
AIP – American Institute of Physics (Ebsco)
BIBLIOTECÁRIO CLARICE 04/11 (qui) 14h
24/09 (sex) 10:30h 1:00h
Royal Society of Chemistry (RSC) (Ebsco)
BIBLIOTECÁRIO
Sônia 04/11 (qui) 15:30h
27/09 (seg) 05/11 (sex)
14h 1:00h
Sociedades Científicas (DotLib)
OVIDSP Biological Abstracts; CAB
Abstracts; FSTA; INSPEC MathSci (DotLib)
LUCÉLIA (BIOLÓGICAS)
27/09 (seg) 05/11 (sex)
15:30h
1:00h
CABI – Compendia (DotLib)
Springer
(DotLib)
Wilson (DotLib)
BIBLIOTECÁRIO Celio Resende
Diniz
08/11 (seg) 09/11 (ter)
14hs
1:30h
Ecological Society of America (ESA), IEEE (Ebsco)
RAMON
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A metodologia do processo de
multiplicação
Este cronograma de aulas a serem ministradas
pelos multiplicadores foi anunciado globalmente
na UFMG, podendo qualquer pessoa se inscrever,
o que dava ao aluno multiplicador um maior senso
de sua responsabilidade quanto à sua
preparação e ao domínio do conhecimento a ser
ministrado.
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A metodologia do processo de
multiplicação
Estratégias:
As aulas ministradas pelos instrutores aos
multiplicadores, no treinamento inicial, foram
filmadas e posteriormente editadas e gravadas
em DVDs.
Estes foram disponibilizados para os
multiplicadores, na Biblioteca Universitária.
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A metodologia do processo de
multiplicação
Resultados:
293 questionários, 211 respostas.
98% dos alunos treinados os consideraram excelentes
ou bons como instrutores (72% excelente);
97% consideraram o conteúdo recebido excelente ou
bom.
76% afirmaram que seriam capazes de retransmitir o
treinamento recebido, o que demonstra a boa
assimilação.
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A metodologia do processo de
multiplicação
72%
26% 2%
Instrutores
Excelente Bom Regular
67%
30% 3%
Conteúdo repassado
Excelente Bom Regular
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A metodologia do processo de
multiplicação
Resultados (Questão aberta)
Inserção do treinamento na grade curricular tornando-o
obrigatório para os pós-graduandos.
Treinamentos nos turnos da manhã, tarde e noite;
Maior carga horária para exercícios práticos;
Treinamentos personalizados para os seus temas de
pesquisa;
Demanda por material didático de suporte para as
aulas;
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Disciplina Sistemas de Recuperação da
Informação
Da mesma forma que no Pró-Multiplicar procurou-se
garantir condições para que os alunos sentissem que
teriam o apoio necessário para estarem confiantes
quanto ao conteúdo a eles designado, ao mesmo tempo
em que lhe eram atribuídas responsabilidades pelo seu
próprio aprendizado e pelo de seus colegas,.
Adotou-se também a restrição do material a ser
trabalhado privilegiando-se a profundidade e domínio do
aprendizado
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Disciplina Sistemas de Recuperação da
Informação
A cada grupo composto de 8 a 10 alunos, foi designada uma das bases dados do Portal Capes e um bibliotecário para apoiá-los. As bases selecionadas foram:
Primal Pictures Interactive Anatomy (Ovid)
Classical Scores Library (Alexander Street Press)
Micromedex
LISA
INSPIRES
Derwent Innovation Index
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Disciplina Sistemas de Recuperação da
Informação
Cada grupo prepararia uma aula de 4 horas com
uma apresentação onde se abordava a base de
dados vista como um sistema de recuperação da
informação.
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Disciplina Sistemas de Recuperação da
Informação
Deveriam apresentar exercícios práticos,
ficando assim, responsáveis pela avaliação dos
colegas. E também, atuando como monitores,
sanando as dúvidas e problemas encontrados
pelos colegas nos exercícios interativos.
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Disciplina Sistemas de Recuperação da
Informação
Observou-se uma grande motivação dos alunos que participavam dos grupos, dos colegas a quem o treinamento estava sendo ministrado, e dos bibliotecários.
32 XVII SNBU 16 a 21 MAIO 2012 CENDÓN, B. V.; COSTA, M.E.O.
Considerações finais
Em ambos os casos apresentados, além do aprendizado de habilidades e conhecimentos sobre a fonte de informação, pode-se dizer que foi atingido também o objetivo de mudanças de atitudes e valores, tanto dos alunos instrutores como dos usuários bem como o desenvolvimento da capacidade de autoaprendizado.
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Considerações finais
Um dos pontos dignos de nota em relação ao Programa Pró-Multiplicar na UFMG foi a valorização do Programa pelos multiplicadores e seu entusiasmo com o conteúdo sendo ensinado.
Destacou-se o interesse e esforço de um grupo de alunos da área de ciências biológicas que foi além das exigências do programa.
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Considerações finais
Ofereceram por sua própria iniciativa, para colegas e professores em sua unidade, um treinamento de 30 horas com 6 horas de exercícios práticos em que utilizaram seu domínio da área de conhecimento para criar outros exercícios e demonstrações do uso e utilidade das bases de dados.
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Considerações finais
Essa experiência vai também ao encontro das expectativas da Capes que esperava ao criar o Programa Pró-Multiplicar que “a participação dos bolsistas trará um elemento novo ao treinamento que se dará de colega para colega, destacando os conteúdos de interesse do pesquisador.” (CAPES, 2009).
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Considerações finais
O sucesso destas experiências, e os próprios
comentários dos usuários treinados pelo
Programa, sugerem que seria interessante estudar
a possibilidade de inserção do treinamento no
uso do Portal na grade curricular.
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Considerações finais
A viabilização desta ideia dependeria de uma
articulação entre bibliotecários, professores,
colegiados e órgãos da universidade
interessados na promoção da pesquisa e
produtividade científica de sua comunidade.
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Referências
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• HERNÁNDEZ SERRANO, M. J.; FUENTES AGUSTÍ, M. Aprender a
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