2014
Carlos Souza/Adriana Melo
Coordenação Pedagógica
PROJETO LER E ESCREVER UM GRANDE PRAZER
(COMPROMISSO DE TODAS AS ÁREAS_ARTES)
Projeto Ler e Escrever, um grande prazer – Compromisso de todas as áreas Página 2 de 23
“É preciso que a educação seja mais significativa, mais prazerosa e o que se aborda faça algum sentido para o educando, seja do seu interesse, satisfaça suas necessidades biopsicossoc iais e que o prepare para o mundo de hoje.”
(Maria Augusta Sanches Rossini)
Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas
Secretaria Municipal de Educação Unidade de Ensino: Escola Municipal Vida Nova
Coordenação Pedagógica: Carlos Souza/Adriana Melo
APRESENTAÇÃO
O presente projeto de aprendizagem intitulado “Ler e Escrever um Grande Prazer” tem a
pretensão de contribuir para a formação dos alunos da Escola Municipal Vida Nova como
sujeitos, leitores, críticos e participativos, capazes de interagirem em sua realidade na condição
de cidadãos consciente de sua atuação na sociedade, entendida como pré-condição do
exercício pleno da cidadania.
A nossa escola sempre se preocupou em desenvolver uma educação verdadeiramente
comprometida com o ensino de qualidade para todos. No entanto, nem todos os educandos
estão conseguindo concluir o ano letivo desenvolvendo uma leitura fluente e compreendendo
aquilo que estão lendo com segurança e autonomia.
Creditamos, assim, que a implementação deste projeto vem favorecer significativamente
o processo ensino e aprendizagem, visto que, se propõe a colaboração para o estímulo da
leitura e escrita no interior do espaço escolar e, consequentemente, melhorar o desempenho
(rendimento) dos alunos em outras disciplinas, já que a leitura está inserida em todo o
processo de ensino e no dia a dia dos educandos.
Envolver os alunos cada vez mais no universo que é a leitura de uma forma prazerosa
requer muita disposição e compromisso por parte daqueles que desejam construir uma
sociedade mais justa e humana. Entretanto, isso exigirá engajamento profundo de muitos:
Professores, alunos, pais e comunidade de modo geral, parceiros nessa luta por uma
educação de qualidade para todos segurando assim o que dispõe a lei em vigor (LDB nº
9394/96 art. 32 que visa “O desenvolvimento da capacidade de aprender tendo como meio
básico o pleno desenvolvimento da leitura, da escrita e do cálculo”).
Sumário
APRESENTAÇÃO ..................................................................................................................................... 3
JUSTIFICATIVA ................................................................................................................................... 5
Leitura significativa em todas as áreas ........................................................................................ 6
ESTRATÉGIAS DE LEITURA ........................................................................................................... 8
Como trabalhar com alunos que não sabem ler e escrever ou que têm pouco domínio da leitura e escrita? ................................................................................................................................. 10
Tabela de sugestões de atividades lectoescritoras ..................................................................... 11
ESTRATÉGIAS PARA ÁREAS ESPECÍFICAS ............................................................................ 12
Leitura nas aulas de Artes ............................................................................................................ 12
Estágios a serem seguidos para a leitura de uma imagem: ................................................... 13
A ESCRITA ..................................................................................................................................... 15
OBJETIVOS........................................................................................................................................ 16
GERAL: ............................................................................................................................................ 16
ESPECÍFICOS: .............................................................................................................................. 16
PÚBLICO ALVO:................................................................................................................................ 16
META: .................................................................................................................................................. 17
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS: ..................................................................................... 17
RECURSOS HUMANOS: ................................................................................................................. 18
AVALIAÇÃO ....................................................................................................................................... 18
REFERÊNCIAS.................................................................................................................................. 19
FICHA DE ACOMPANHAMENTO DE ATIVIDADES DO PROJETO DE LEITURA E ESCRITA ............................................................................................................................................. 20
JUSTIFICATIVA
Sabe-se que a leitura é algo imprescindível para todos. No entanto, muitos ainda a
encaram como um “bicho de sete cabeças”, visto que não conseguem entender, compreender
e interpretar o que leem.
“Aprender a ler é antes de tudo aprender a ler o mundo, compreender o seu contexto, não numa manipulação mecânica de palavras, mas numa relação dinâmica que vincula linguagem e realidade. Ademais, a aprendizagem da leitura é um ato de educação e educação é um ato profundamente político.”
(Antônio Joaquim Severino).
Ao observar à afirmação do referido autor, fica claro que não é possível pensar a
educação desvinculada da leitura, pois é esta uma ferramenta de suma importância/
indispensável pois compreendemos que através da leitura os educandos terão várias
possibilidades de adquirir conhecimento, informação, lazer, cultura e integração social,
possibilitando transformações tanto individuais como coletivas. Ademais, a leitura e a escrita
são valores importantes para o homem tornar-se cidadão consciente de seu discurso e do
poder que tem. Sem esses valores tão indispensáveis nos tornamos seres incapazes de
exercer plenamente nossa cidadania.
Ao olharmos para o interior de nossa escola, podemos observar que muitos de nossos
alunos, leem pouco ou quase nada. Ora, tão importante quanto ler, é compreender o
significado do texto lido.
Há grande queixa por parte dos Professores dos Anos Finais sobre o desinteresse que
muitos alunos expressam quando a atividade envolve a leitura, pois muitos decodificam
palavras sem a preocupação de entender realmente o que se está lendo. E isso reflete
negativamente no baixo rendimento do aluno e, consequentemente, na qualidade do ensino.
O projeto “Ler e Escrever um Grande Prazer” vem com a intenção de proporcionar aos
nossos educando condições reais de interação ao mundo letrado, aonde estes venham a
descobrir que a leitura traz prazer e emoção aquele que ler. No entanto, não basta apenas se
ter a consciência de que a leitura é indispensável à formação do homem, é necessário criar
meios para que o ato de ler venha se tornar uma realidade concreta na vida desse indivíduo.
Sabemos, assim, que não será uma tarefa fácil. Mas uma luta constante que exigirá
esforço e empenho coletivo por parte dos nossos alunos, professores e, pais de nossa
instituição os quais, juntamente conosco, estimularão os educandos a se envolver cada vez
mais a fim de assegurar, a estes, as condições essenciais para o desenvolvimento e exercício
da sua cidadania.
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Então, para que isso ocorra de fato, é de fundamental importância que a escola se veja
como instituição responsável por despertar no aluno o interesse e o prazer pela leitura e mais,
que ela seja um exemplo de leitor, isto é, que todos os sujeitos envolvidos no espaço escolar
tenham comportamento leitor, para que possam estimular aqueles que ainda não têm tal
hábito. É necessário também buscar formas de conscientizar as famílias dos educandos para
a importância do ato de ler e quem sabe até, tornar aqueles pais que são indiferentes à
leitura, em pais leitores. Portanto estimular alguém a ler exige esforço, requer parcerias e
compromisso sério por parte de todos os envolvidos no processo educacional.
Para tanto, partiremos de interrogações básicas, tais como: “O que é ler?”, “O que é
escrever?”, “O que é um professor (não de Português ou de Matemática, mas no sentido,
lato)?”, entre outras. Também pretendemos desmistificar alguns (pré) conceitos utilizados
justificar a falta de compromisso com o ensino de leitura e escrita.
O professor deve operar na lógica de ajudar o aluno a compreender o que se está
trabalhando, independente da área que atua. Por isso, sugerimos algumas sequências
didáticas com estratégias de leitura, certamente, já conhecidas por muitos, em todas as áreas,
pois na maioria das escolas, o trabalho com leitura, compreensão e interpretação é deixado
apenas a cargo dos professores de Língua Portuguesa, por isso, percebeu-se a necessidade
de envolver-se nesse contexto, no intuito de propor metodologias de acordo com as
necessidades dos professores de todas as disciplinas, objetivando o processo de ensino-
aprendizagem significativo por meio da leitura.
Leitura significativa em todas as áreas
É preciso esclarecer que para a leitura ser significativa, as informações que o aluno
encontra no texto precisam contribuir para ampliar seus conhecimentos, seus interesses e
atingir seus objetivos. Além disso, os alunos precisam perceber que os textos são uma forma
de comunicação e de interação social, torna-se “[...] primordial no ensino da leitura o
desenvolvimento da consciência crítica de como a linguagem reflete as relações de poder na
sociedade por meio das quais se defrontam leitores e escritores.” (MOITA LOPES, 2002, p.
143).
Também, é responsabilidade dos professores incentivar os alunos a criarem o hábito
de ler, pois, por meio dessa atividade, os alunos tornam-se capazes de buscar novos
conhecimentos, aprimorar os já possuídos, fazer uso desses para compreender a sociedade e
interagir nela.
Outro ponto importante a ser ressaltado é que a formação de leitores não pode ficar
somente a cargo do professor de Língua Portuguesa, mas abranger a todas as disciplinas,
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uma vez que todos os professores fazem uso da leitura em suas aulas. Além disso, deve-se
envolver os bibliotecários, pois precisam tornar o ambiente da biblioteca atrativo e
interessante para proporcionar o gosto e o hábito pela leitura.
Quanto à questão de como tornar a leitura significativa é importante lembrar que não é
uma questão exclusivamente de métodos, é necessário que os professores criem condições
para que os alunos desenvolvam o aprendizado, analisando as conexões entre textos e
realidade, entre textos e conhecimento de mundo, conhecimento prévio, intertextualidade,
ideologias. A leitura significativa requer análise do discurso.
Outro ponto que se ressalta é a importância de partir do estudo da realidade no intuito
de buscar soluções para que a leitura seja significativa, pois “[...] não podemos esperar que
‘especialistas’ distantes tomem decisões pelos professores” (SMITH, 1997, p. 136), dizendo o
que fazer, e o que não fazer. As teorias existem para contribuir e são importantes, no entanto,
a análise da realidade é indispensável para que os professores saibam como agir em relação
à leitura.
Todos os professores, de todas as disciplinas, precisam saber como acontece o
processo da leitura significativa, e partir desse conhecimento e da análise de seus alunos
para optar por atividades a serem trabalhadas em sala de aula, pois não há um método único
a ser desenvolvido para tornar a leitura significativa.
A partir do momento em que os professores pensarem em elaborar metodologias de
leitura que promovam o crescimento pessoal, possibilitem melhor organização social dos
estudantes, e mais elevado nível intelectual, em todas as disciplinas, a leitura será
significativa e os conhecimentos relevantes para os alunos.
Os alunos precisam saber “[...] localizar a nova informação pela leitura de mundo, e
expressá-la, escrevendo para o mundo” (NEVES, 1999, p. 11); sendo assim, uma leitura
significativa gera escrita significativa e somente sabemos que um aluno realmente entendeu o
que leu quando é capaz de expressar as ideias com suas próprias palavras, seja oral, seja por
escrito.
Outro ponto a se ressaltar quanto à leitura é que:
[...] uma leitura chama o uso de outras fontes de informação, de outras leituras, possibilitando a articulação de outras áreas da escola. Uma leitura remete a diferentes fontes de conhecimentos, da história à matemática. Nesse sentido, leitura e escrita são tarefas fundamentais da escola e, portanto, de todas as áreas. Estudar é ler e escrever.
(NEVES, 1999, p. 117)
Desse modo, é um compromisso que precisa ser assumido por todos os professores e,
também, por todos os alunos diante de todas as disciplinas. Muitas vezes, além dos
professores das diversas disciplinas pensarem que as tarefas de leitura, interpretação,
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compreensão e produção são ligadas à disciplina de Língua Portuguesa, essa ideia também
já está internalizada nos alunos, que reclamam quando um professor de outra disciplina se
propõe a fazer um trabalho de interpretação.
É por isso que os trabalhos com a leitura significativa em todas as disciplinas terão de iniciar
com uma conscientização dos professores e dos alunos quanto à importância da leitura, para
um trabalho de formação de leitores. Todavia, essa formação de leitores não ocorrerá em
curto espaço de tempo, irá se construir ao longo do período em que os alunos permanecerem
na escola.
Parafraseando Smith (1997), o significado está além das palavras, ou seja, não são as
palavras impressas ou oralizadas que dão sentido a um texto, mas sim, o leitor, a partir de
seus conhecimentos prévios, de suas informações não visuais, que atribui sentido ao texto ou
às palavras que lê.
Sendo assim, para tornar a leitura significativa, o professor precisa mostrar aos alunos
como ocorre essa formação de sentidos, mediar as interpretações, mostrando as entrelinhas,
os subentendidos, as ideologias, contextualizando os textos, e, com o passar do tempo,
reduzir a mediação, a fim de que os alunos desenvolvam essa capacidade e interpretem cada
vez de forma mais autônoma.
ESTRATÉGIAS DE LEITURA
O que o professor deve fazer para que os alunos tenham autonomia como leitor em todas as
áreas? Em primeiro lugar, o professor não deve sucumbir à tentação de querer contornar as
dificuldades de leitura dos alunos fazendo uma espécie de tradução do texto escrito. O aluno
tem que aprender a ler sozinho (autonomamente), porque, caso contrário, dependerá sempre
do professor ou de outrem para interpretar o que está escrito.
Seja no Ensino Fundamental ou no Ensino Médio, as estratégias para ensinar os
alunos a serem leitores proficientes são simples e, certamente, já conhecidas pela maioria
dos docentes (porém, pouco postas em prática). Elas estão divididas em três períodos: antes,
durante e depois da leitura.
ANTES
• Encaminhe os objetivos da leitura: faça um levantamento do que os alunos já sabem
sobre o conteúdo a ser ministrado, isto é, do material que deve ser lido.
• Examine o texto como um todo: título, subtítulo, ilustrações, tabelas etc. A partir disso,
os alunos depreenderão o tema do texto e construirão expectativas sobre o que será
lido.
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• Antecipe informações que o autor do texto pressupõe que os leitores conheçam, porém
que seus alunos talvez ignorem.
DURANTE
• Encoraje os alunos a inferir o sentido de termos ou expressões cujo sentido ele
desconheçam. Porém, atenção: não lhes peça que assinalem as palavras difíceis,
porque isso pode lhes tirar a concentração no conteúdo.
Simulado:
“Madame Natasha confunde Daslu com Telemar e adora CPI. No combate ao caixa dois do
idioma, concedeu uma de suas bolsas de estudo ao deputado Osmar Serraglio, pelo seguinte
trecho do seu relatório:
“Como é de sabença, não incide, aqui, responsabilidade objetiva do chefe maior da nação,
simplesmente, por ocupar a cúspide da estrutura do Poder Executivo, o que significaria ser
responsabilizado independentemente de ciência ou não. Em sede de responsabilidade
subjetiva, não parece que havia dificuldade par que pudesse lobrigar a anormalidade com que
a maioria parlamentar se forjava.”
Natasha acredita que ele quis dizer o seguinte:
‘Nosso guia’ sabia, mas vocês sabem que essas coisas não devem ser ditas assim.”
À medida que a leitura for avançando, ajude os alunos na compreensão global do texto: a
idéia principal e as secundárias. Ajude-os a sanar a dificuldade muito comum de estabelecer
relações entre as partes do texto.
• Chame atenção para os trechos que revelam posição pessoal do autor do texto.
• A cada novo texto lido, use truques que ajudam a melhorar a compreensão
(sublinhado, anotações etc.). Posteriormente, cada aluno será capaz de escolher o
método que mais lhe agrada.
• Procure relacionar sempre o conteúdo lido ao conhecimento prévio dos alunos. Com
isso, os alunos poderão confirmar informações, ampliar conhecimentos ou reformular
conceitos equivocados.
Comumente, quando tomam conhecimento de que estudamos línguas indígenas, as
pessoas costumam nos perguntar como é tal palavra ou tal expressão na língua Tupi-Guarani.
Esse tipo de curiosidade não é problema, aliás, é até previsível. O problema é que nessa
pergunta há uma impropriedade de conteúdo que pode ser sanada pela leitura atenta de um
texto de História ou Lingüística. É que, na realidade, o nome “Tupi-Guarani” não é adequado,
porque nunca existiu uma língua chamada “Tupi-Guarani”, mas sim a língua Tupinambá, a
qual foi falada na costa do Brasil do sul ao nordeste. Então, a expressão Tupi-Guarani não
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existe? Na verdade, existe sim, mas como o nome da família lingüística à qual pertencia a
língua Tupinambá. Fazendo uma analogia, assim como não podemos falar em uma língua
Português-Espanhol, mas, sim, em línguas Português e Espanhol da família lingüística Latina,
também não podemos falar em língua Tupi-Guarani. Falamos, então, na língua Tupinambá
que, infelizmente não é mais falada, embora tenha sido usada por três dentre quatro
habitantes do Brasil até que o Marquês de Pombal a tornou proibida em todo o Brasil em
meados do século XVIII. A propósito, se não fosse a atitude autoritária de Pombal, talvez hoje
o Tupinambá fosse uma das línguas nacionais, tal como o é o Guarani (uma outra língua da
família Tupi-Guarani) no Paraguai, onde reparte com o Espanhol o papel de língua oficial.
DEPOIS
• Ajude os alunos a fazer uma síntese do material trabalhado. Use diferentes técnicas de
assimilar o conteúdo lido por meio da escrita: fichamento, resumos, etc.
• Faça avaliações do que foi lido com os alunos. Procure identificar valores e crenças
que possam inspirar uma reflexão sobre o assunto. Com isso os alunos começarão a
formar uma opinião própria sobre o assunto lido e a organizar críticas e comentários.
• Estabeleça conexões com outros textos, livros ou mesmo filmes. Isto é, estimule os
alunos a lerem mais sobre o assunto fora da sala de aula.
Eis a grande questão...
Como trabalhar com alunos que não sabem ler e escre ver ou que têm pouco domínio da leitura e escrita?
Há em nossas turmas alunos que, embora conheçam o sistema alfabético, apresentam
pouco domínio da leitura e escrita: produzem escritas sem segmentação, têm baixo
desempenho na ortografia das palavras de uso constante, elaboram textos sem coesão e
coerência, lêem sem fluência, não conseguem recuperar informações durante a leitura
de um texto etc.
A coordenação pedagógica planejou algumas ações voltadas para o desenvolvimento das
aprendizagens necessárias para o avanço desses alunos. No entanto, é fundamental que
todos os professores contribuam para que esses sejam incluídos nas atividades que propõem
para suas turmas. Para que isso ocorra, é preciso:
• Favorecer o acesso ao assunto ou tema tratado nos textos, permitindo que os alunos
arrisquem e façam antecipações bastante aproximadas sobre as informações que
trazem.
• Centrar a leitura na construção de significado, e não na pura decodificação.
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• Envolver os alunos em atividades em que a leitura seja significativa, despertando-lhes
o desejo de aprender a ler.
• Organizar trabalhos em grupo para que os alunos participem dos momentos de leitura
com colegas mais experientes.
• Envolver os alunos em debates orais para que expressem sua opinião sobre os
• temas tratados.
Deve-se levar em conta que esses alunos precisam ter sucesso em suas
aprendizagens para que se desenvolvam pessoalmente e tenham uma imagem positiva de si
mesmos. Isso só será alcançado se o professor tornar possível sua inclusão e acreditar que
todos podem aprender, mesmo que tenham tempos e ritmos de aprendizagem diferentes.
E, como o professor do ciclo II atua com diversas turmas, sugere-se o registro dessas
rotinas para cada uma delas, de modo que a organização do trabalho a ser realizado se torne
mais visível. No quadro a seguir, por exemplo, o professor pode fazer os registros à medida
que for realizando o trabalho com leitura com suas turmas, sem abandonar a diversidade de
propósitos de leitura e de abordagem dos textos.
Tabela de sugestões de atividades lectoescritoras
ESTRATÉGIAS PARA ÁREAS ESPECÍFICAS
Leitura nas aulas de Artes
Uma formação cultural e estética é direito dos alunos e dever da escola. Por meio das
artes, pode-se conhecer muito sobre a formação da cultura, não somente regional, mas,
também de toda a humanidade; o que acontece em muitos casos é que “[...] permanecemos
analfabetos no que se refere ao mundo das imagens que fazem parte do acervo simbólico da
humanidade e com a qual podemos aprender sobre o nosso passado, entender e transformar
o presente e fazer projeções para o futuro.” (NEVES, 1999, p. 21).
Pensando nisso, propõe-se uma abordagem triangular para ensino de Artes nas escolas.
Essa abordagem ressalta como pontos principais do ensino de Artes o fazer artístico dos
alunos, a leitura da obra de arte e a contextualização histórica.
A leitura de uma obra de arte não se dá no âmbito de querer adivinhar o que o autor
pretendeu representar, ou seja:
[...] não é tentar decifrar ou adivinhar de forma isenta o sentido de um texto, mas é, a partir do texto, atribuir-lhe significados relacionando-o com outros textos na busca da sua compreensão, dos seus sentidos e de outras possíveis leituras. [...] transpondo estas ideias para o ensino da arte, podemos dizer que a leitura das imagens tem objetivos semelhantes e abrange a descrição, interpretação, compreensão, decomposição e recomposição para que se possa apreendê-las como um objeto a conhecer. (NEVES, 1999, p. 22).
A leitura precisa acontecer de forma séria, com análise detalhada da obra, observando
as “entrelinhas”, o que está implícito, conhecendo o contexto histórico, a vida do autor, e ter
como apoio leituras anteriormente feitas sobre a obra, para então inferir novo conhecimento e
proporcionar nova leitura. Sendo assim, “[...] ler um texto pictórico é adentrar em suas formas,
linhas, cores, volumes, e, particularmente, na tentativa de desvendar um código milenar que,
muitas vezes, não está explícito.”(NEVES, 1999, p. 22).
Contudo, a leitura nas aulas de Artes vai além da leitura de obras conhecidas e de
autores famosos, passando para a leitura de todo o universo de imagens presentes dentro e
fora da escola e que fazem parte do dia a dia dos alunos, pois:
[...] os outdoors, faixas, placas e outras formas de propagandas nas ruas, adesivos em caros, stickers, figurinhas, revistas, jornais e folhetos a que as crianças têm acesso, além das janelas e ícones do computador e todo universo imagético que a internet oferece, são alguns exemplos de imagens, estáticas ou não, que exercem alguma ou muita influência na construção do nosso senso estético. Essas imagens carregam uma quantidade de informação bem maior do que aquela percebida por um olhar desatento. (NEVES, 1999, p. 23).
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Sendo assim, a leitura nas aulas de Artes é mais ampla, visa a formar alunos que sejam
capazes de perceber as intenções expostas e implícitas nas imagens das obras de arte e,
também, naquelas presentes no seu dia a dia e compreender como essas imagens
influenciam a maneira de ser e agir das pessoas, ou seja, qual o papel das imagens na
formação cultural.
Portanto, é importante preparar aulas de envolvam as diferentes formas de perceber e
ler o mundo pela leitura, tanto da palavra quanto da imagem.
Estágios a serem seguidos para a leitura de uma ima gem:
• Descrição : o aluno deve prestar atenção ao que está vendo e, a partir daí, listar
apenas o que está evidente, isto é, tipos de linhas e formas utilizadas pelo autor da
imagem, as cores, os elementos etc. São observados ainda: título da obra, nome do
artista que a fez, lugar, época, material utilizado, técnica, estilo ou sistema de
representação (figurativo, abstrato etc.).
• Análise : o aluno deve refletir sobre o comportamento dos elementos entre si, como se
influenciam e se relacionam. Por exemplo: os espaços, os volumes, as cores, as
texturas e a disposição na obra criam contrastes, semelhanças e combinações
diferentes que neste momento serão analisados.
• Interpretação : o aluno procura dar sentido ao que observou, tentando identificar
sensações e sentimentos experimentados, buscando estabelecer relações entre a
imagem e a realidade no sentido de apropriar-se da primeira.
• Julgamento : o aluno emite um juízo de valor a respeito da qualidade da imagem,
decidindo se ela merece ou não atenção.
Exercício de leitura de imagem proposto por Isabel Kehrwald (1998).
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Obra: Os retirantes, de Cândido Portinari, de 1944, óleo sobre a tela. MASP, São Paulo.
Fonte: Mange, Marily Diggs. Arte Brasileira para crianças. São Paulo, Martins Fontes, 1988. Descrição:
• O que você está vendo na imagem?
• Quantas pessoas está vendo? E que outros elementos?
• Existem linhas nesta imagem? Como são elas (lisas, grossas, retas, onduladas)?
• Que cores você vê? São claras, escuras, esfumaçadas?
• Que efeitos o artista conseguiu?
• Qual estilo e técnica da pintura?
Análise:
• Você identifica movimento na obra?
• Há uma figura central?
• Como é o fundo?
Interpretação:
• Que sentimentos a obra motivou?
• A realidade expressa na obra é a mesma de hoje?
• Se Portinari fosse vivo será que pintaria o mesmo tema?
• Que semelhanças e diferenças é possível identificar no ontem da obra e o hoje?
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Julgamento:
• Você acha que a obra é importante? Por quê?
• Por que Portinari a pintou?
• Por que as pessoas querem ter obra de arte?
A ESCRITA
O professor deve privilegiar o percurso criativo do aluno desestimulando os modelos prontos
para colorir, as folhas mimeografadas ou xerocopiadas e as imagens estereotipadas que
empobrecem a manifestação simbólica da criança rumo ao desenvolvimento de sua
identidade como sujeito capaz de criar/recriar, participar/transformar. O professor de qualquer
área do conhecimento é responsável também pela educação estética dos alunos.
OBJETIVOS
GERAL: Desenvolver habilidades relacionadas à leitura, interpretação e produção de texto
estimulando no educando o gosto pela leitura e escrita, ampliando o conhecimento linguístico
e cultural dos mesmos, contribuindo dessa forma, na formação de valores e para a construção
da cidadania.
ESPECÍFICOS:
1- Despertar no aluno do 6º ao 9º ano o interesse e o gosto pela leitura e escrita
estimulando o hábito diário da leitura.
2- Ampliar o repertório literário dos alunos por meio da leitura diária.
3- Conhecer e identificar textos diversos (literários e não literários)
4- Identificar e relacionar os diversos gêneros literários.
5- Possibilitar um maior contato entre os alunos e o livro.
6- Desenvolver atividades interdisciplinares, dialogando com as mais diversas áreas do
conhecimento, levando a percepção de que o desenvolvimento de habilidades de leitura e
escrita é uma atribuição de todos.
7- Possibilitar momentos de integração e interação entre os alunos e professores.
8- Divulgar e criar campanhas para estimular os empréstimos de livros para outros alunos.
9- Elaborar junto com o educando projetos ligados as Matrizes Curriculares da Escola,
visando à discussão dos mesmos e a culminância em eventos da Unidade de Ensino:
Atividade Cultural e outras apresentações.
10- Direcionar os textos lidos com a vida diária relacionando teoria e prática.
11- Promover momentos de socialização levando o educando a expressar seus sentimentos,
experiências, ideias e opções individuais.
12- Proporcionar aos educandos uma diversidade de opção de leitura que possa contribuir
para o desenvolvimento da oralidade e da produção textual.
13- Desenvolver o senso crítico a partir dos livros lidos, relidos e da produção textual.
PÚBLICO ALVO:
Alunos do 6º ao 9º ano.
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META:
O projeto tem como meta alcançar pelo menos 90% dos alunos do Ensino Fundamental Anos
Finais, estimulando-os a desenvolver o gosto e o prazer pela leitura através do interesse
revelado nos empréstimos, nas frequências e participações das atividades propostas pela
sala de leitura.
PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS1:
As propostas metodológicas do projeto serão desenvolvidas durante o segundo semestre do
ano letivo e envolverão as seguintes atividades:
• Apresentação e esclarecimento de dúvidas para os alunos sobre o projeto;
• Reconhecimento do espaço da biblioteca e dos acervos existentes;
• Divisão das turmas em sete ou seis grupos;
• Sorteio para apresentação dos grupos;
• Cada grupo escolhe um ou vários livros na biblioteca;
• O Professor durante as suas aulas na semana viabilizará a apresentação do grupo;
• Cada grupo apresenta um livro por semana, de forma oral e escrita (entrega do
resumo crítico ou outro gênero selecionado pelo professor2);
• Após a apresentação do grupo, automaticamente, o mesmo deve escolher outro livro
para da mesma forma apresentar cinco ou seis semas depois, de forma continua;
• O professor vai avaliar os grupos através de uma ficha, observando a oralidade, a
importância da entonação e pontuação para a compreensão do mesmo;
Toda a produção escrita deverá ser entregue ao professor tendo como finalidade servir de
material de estudos para análise lingüística.
OBS: Tais atividades poderão ser programadas para terem sua efetivação nos eventos
promovidos pela escola, como o dia do livro, a festa do dia das mães, atividade cultural ou em
sala de aula com apresentação para os demais alunos da escola.
1 Será anexado ao projeto material complementar para desenvolvimento das atividades;
2 É importante salientar que estamos em período preparatório para as Olimpíadas de Língua Portuguesa e os gêneros
trabalhados serão: poesia, para alunos do 6° ano; memórias literárias para alunos do 7° e 8° ano; crônicas para alunos do 9° ano.
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RECURSOS HUMANOS:
Professores de todas as disciplinas;
Alunos e Funcionários;
Parcerias com a comunidade de Vida Nova.
AVALIAÇÃO
Será processual e continuada e ocorrerá ao longo do semestre letivo. Em cada etapa do
projeto haverá a avaliação formativa e interacional de todas as atividades realizadas e do
nível de envolvimento e interesse dos alunos e professores nas atividades propostas. Serão
registrados e discutidos coletivamente os avanços e as dificuldades durante o processo
ensino-aprendizagem.
REFERÊNCIAS
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Prefeitura Municipal de Lauro de Freitas Secretaria Municipal de Educação
Unidade de Ensino: Escola Municipal Vida Nova Coordenação Pedagógica: Carlos Souza/Adriana Melo
FICHA DE ACOMPANHAMENTO DE ATIVIDADES DO PROJETO DE LEITURA E ESCRITA
EQUIPE 01 COMPONENTES TÍTULO DO
LIVRO
DATA DA APRESENTAÇÃO
E ENTREGA
DESENVOLVIMENTO DO GRUPO AVALIAÇÃO
EQUIPE 02 COMPONENTES TÍTULO DO
LIVRO
DATA DA APRESENTAÇÃO
E ENTREGA
DESENVOLVIMENTO DO GRUPO AVALIAÇÃO
Projeto Ler e Escrever, um grande prazer – Compromisso de todas as áreas Página 21 de 23
EQUIPE 03 COMPONENTES TÍTULO DO
LIVRO
DATA DA APRESENTAÇÃO
E ENTREGA
DESENVOLVIMENTO DO GRUPO AVALIAÇÃO
EQUIPE 04 COMPONENTES TÍTULO DO
LIVRO
DATA DA APRESENTAÇÃO
E ENTREGA
DESENVOLVIMENTO DO GRUPO AVALIAÇÃO
Projeto Ler e Escrever, um grande prazer – Compromisso de todas as áreas Página 22 de 23
EQUIPE 05
COMPONENTES TÍTULO DO LIVRO
DATA DA APRESENTAÇÃO
E ENTREGA
DESENVOLVIMENTO DO GRUPO AVALIAÇÃO
EQUIPE 06 COMPONENTES TÍTULO DO
LIVRO
DATA DA APRESENTAÇÃO
E ENTREGA
DESENVOLVIMENTO DO GRUPO AVALIAÇÃO
Projeto Ler e Escrever, um grande prazer – Compromisso de todas as áreas Página 23 de 23
EQUIPE 07 COMPONENTES TÍTULO DO
LIVRO
DATA DA APRESENTAÇÃO
E ENTREGA
DESENVOLVIMENTO DO GRUPO AVALIAÇÃO
EQUIPE 08 COMPONENTES
TÍTULO DO LIVRO
DATA DA APRESENTAÇÃO
E ENTREGA
DESENVOLVIMENTO DO GRUPO AVALIAÇÃO
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