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__________________________________________________________________________________________Carin Maria Schmitt. Porto Alegre: PPGEC/UFRGS, 2004
UNIVERSIDADE COMUNITRIA DA REGIO DE CHAPECCurso de Ps-Graduao lato sensuem Engenharia de Segurana do Trabalho
Eduardo Krzyzaniak
PROPOSTA DE ADEQUAO DA NR 33: ESPAOS
CONFINADOS DE UMA PLANTA FRIGORFICA
Chapec2010
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Eduardo Krzyzaniak
PROPOSTA DE ADEQUAO DA NR 33: ESPAOSCONFINADOS DE UMA PLANTA FRIGORFICA
Monografia apresentada UniversidadeComunitria da Regio de Chapec comoparte dos requisitos para obteno do grau deEspecialista em Engenharia de Segurana doTrabalho
Orientadora: Prof. Esp. Helia Bortolosso
Co-orientador: Prof. Dr. Mauro L.
Menegotto
Chapec2010
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2AGRADECIMENTOS
Agradeo ao Prof. Helia Bortolosso, orientadora deste trabalho e ao Prof Mauro Leandro
Menegotto, co-orientador pela dedicao e empenho de ambos que tornou possvel a
concluso deste trabalho.
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3RESUMO
H muito que se estudar sobre o tema, visto que a NR 33 (Norma Regulamentadora -
Segurana e Sade no Trabalho em Espaos Confinados) uma nova abordagem no universodas Normas Regulamentadoras e um antigo problema pouco explorado pelas organizaes,
onde boa parte delas ainda no se adequou totalmente em equipamentos e em procedimentos,
devido ao alto custo de adequao e a esporadicidade das intervenes nos espaos
confinados onde os mesmos acabam no sendo prioridade de investimento. Em todas as
organizaes, o tratamento dos Espaos Confinados tem representado grande parte das
preocupaes dos administradores tanto pela adequao dos programas quanto pelos riscos
que estes locais representam, porm, conforme as dificuldades citadas a maioria das empresas
ainda no est totalmente adequada.
Existe uma grande dificuldade de se conseguir materiais objetivos a respeito dos espaos
confinados, por ser um assunto relativamente novo e pouco explorado nas bibliografias,
tecnicamente a identificao e classificao destes espaos pouco utilizada.
Este trabalho definiu tecnicamente as ferramentas de anlise e a montagem de um programa
de espaos confinados, abordando os riscos existentes e a preveno de acidentes nestes
locais, a partir da APR (Anlise Preliminar de Riscos), onde foram levantados todos os riscos
para o acesso e trabalho seguro em um frigorfico.
Foi elaborado um programa adequado a realidade do frigorfico, bem como o levantamento de
custos para implantao deste programa para entrada em espaos confinados e tambm foram
definidos dos equipamentos necessrios com sua respectiva oramentao. Neste contexto,
foram trabalhados os problemas fundamentais dos espaos confinados e no os sintomas,
tornando todos os riscos conhecidos para os trabalhadores que eventualmente acessam estas
reas e para o SESMT (Servio Especializado em Engenharia de Segurana e em Medicina do
Trabalho), o qual responsvel pela gesto dos trabalhos nas atividades de riscos no
frigorfico. Porm, devido a variao de atividades que podem ser executadas nos espaos
confinados e as configuraes de layout que ocorrem com frequncia em todas as fbricas, a
anlise preliminar de riscos e o programa de espaos confinados devem ser revistos
anualmente ou sempre que for executada alguma atividade no prevista nesta APR.
De um modo simples e claro, a Gesto de Riscos pode ser definida como a aplicao
sistemtica de estratgias, procedimentos e prticas, que tem como objetivo a identificao
dos perigos, a avaliao e o controle dos riscos de acidentes.
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Palavras-chave: Espaos Confinados, Frigorifico e Anlise Preliminar de Risco.
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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT: Associao Brasileira de Normas Tcnicas
ANSI: American National Standards Institute
APR: Anlise Preliminar de Risco.
DIN: Deutsches Institut fr Normung
EC: Espao Confinado
EN: European Norms
EPCS: Equipamentos de Proteo Coletiva
EPIS: Equipamentos de Proteo Individual
ETA: Estao de Tratamento de Afluentes
ETE: Estao de Tratamento de Efluentes
IEC: International Electrotechnical Commission
IPVS: Imediatamente Perigosas a Vida e Sade
IT: Instruo de Trabalho
NBR: Norma Brasileira.
NEC: Nippon Electric Company
NEMA: National Electrical Manufacturers Association
NFPA: National Fluid Power Association
NIOSH: National Institute for Occupational Safety and Health.
NR: Norma Regulamentadora.
OSHA:Occupational Safety and Health Administration
OS: Ordem de Servio
PET: Permisso de Entrada e Trabalho
PPM: Partes Por Milho
PSS: Procedimento de Segurana e Sade
PTR: Permisso para Trabalho de Risco
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6SESMT: Servio Especializado em Engenharia de Segurana e em Medicina do Trabalho
SIF: Servio de Inspeo Federal
SST: Segurana e Sade no Trabalho
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7SUMRIO
1 INTRODUO ........................................................................................................... 9
1.1 JUSTIFICATIVA ...................................................................................................... 9
1.2 OBJETIVOS .............................................................................................................. 111.2.1 OBJETIVO GERAL .............................................................................................. 11
1.2.2 OBJETIVOS ESPECFICOS ................................................................................. 11
2. ASPECTOS LEGAIS E TCNICOS DE SEGURANA DO TRABALHO ....... 13
2.1 DEFINIO DE ACIDENTE DE TRABALHO ..................................................... 13
2.2 ATRIBUIES DO SESMT .................................................................................... 13
2.3 TIPOS DE ACIDENTES ........................................................................................... 13
2.4 RISCOS AMBIENTAIS ............................................................................................ 14
2.5 RESPONSABILIDADES DO EMPREGADOR E DO EMPREGADO .................. 152.6 UTILIZAO DE EPIS E EPCS ........................................................................... 18
3. ESPAO CONFINADO ............................................................................................ 20
3.1 DEFINIO DE ESPAO CONFINADO ............................................................... 20
3.2 ESPAOS CONFINADOS POR SETOR ECONMICO ........................................ 21
3.3AGENTES CAUSADORES DE ACIDENTES EM ESPAOS CONFINADOS ..... 22
3.4 IDENTIFICAO DOS ESPAOS CONFINADOS ............................................... 23
3.5 ANLISE PRELIMINAR DE RISCOS .................................................................... 25
3.6 PROCEDIMENTOS PARA ENTRADA EM ESPAOS CONFINADOS .............. 293.7 PRINCIPAIS RISCOS ENCONTRADOS NOS ESPAOS CONFINADOS .......... 32
3.7.1 DEFICINCIA DE OXIGNIO ............................................................................. 33
3.7.2 RISCO DE EXPLOSO E INCNDIO ................................................................. 34
3.7.3 RISCOS ELTRICOS ............................................................................................ 36
3.7.4 SOTERRAMENTO ................................................................................................ 37
3.7.5 RISCOS ERGONMICOS ..................................................................................... 37
3.7.6 QUEDA DE OBJETOS .......................................................................................... 38
3.7.7 RISCOS QUMICOS .............................................................................................. 39
3.7.8 QUEDAS ................................................................................................................ 39
3.7.9 RISCOS COMBINADOS ....................................................................................... 40
3.8 ESPAOS CONFINADOS NO AMBIENTE FRIGORFICO ................................. 40
4 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS ............................................................. 43
4.1 IDENTIFICAO E CLASSIFICAO DOS ESPAOS CONFINADOS ........... 43
4.2 ANLISE PRELIMINAR DE RISCO ..................................................................... 44
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84.3 EQUIPAMENTOS NECESSRIOS ........................................................................ 45
4.4 ORAMENTO ........................................................................................................... 45
4.5 PROGRAMA DE ESPAOS CONFINADOS .......................................................... 46
5 RESULTADOS E DISCUSSO ................................................................................ 49
5.1 IDENTIFICAO E CLASSIFICAO DOS ESPAOS CONFINADOS ........... 49
5.2 ANLISE PRELIMINAR DE RISCO ...................................................................... 52
5.3 ORAMENTO PARA IMPLANTAO DO PROGRAMA .................................. 69
6. CONSIDERAES FINAIS E CONCLUSES .................................................... 72
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ............................................................................. 74
APNDICES
APNDICE A PROCEDIMENTO PARA ENTRADA EM ESPAOSCONFINADOS ..................................................................................................
76
APNDICE B IDENTIFICAO VISUAL DOS ESPAOS CONFINADOS ........... 97
ANEXOS
ANEXO A EQUIPAMENTOS NECESSRIOS E SUAS APLICAES ................. 107
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1. INTRODUO
O trabalho em espaos confinados no apresenta uma parcela significativa sobre os ndices de
acidentes, porm representa uma parcela significativa dos acidentes graves que acontecem nos
ambientes industriais, pois conforme definio ocorrem em ambientes no projetados para
ocupao humana, desta forma o perigo muitas vezes fica em estado de latncia.
Portanto, para os profissionais da rea de Segurana do Trabalho, os trabalhos realizados
neste ambientes representam um desafio devido dificuldade de antecipao ao perigo, so
ambientes muito pouco utilizados e na opinio da maioria dos gestores no prioridade de
investimento, j que em alguns casos os espaos confinados so visitados no mximo uma vez
durante toda atividade fabril de uma indstria ou so utilizados no mximo uma vez por ano.
Embora o nmero de acessos seja bastante restrito, uma vez acessado o risco de um acidente
grave acontecer em qualquer atividade nestes ambientes muito alto, pois raramente nestes
locais existe alguma preparao para utilizao.
Os espaos confinados de qualquer indstria representam um srio perigo de morte para
qualquer trabalhador, segundo Arajo (2009) o ndice de mortes nestes locais apenas so
menores que as quedas na construo civil, nas zonas rurais representam 85% dos acidentes
com morte.
Neste contexto o trabalho visa identificao dos aspectos referentes adequao a NR33
(Norma Regulamentadora - Segurana e Sade nos Trabalhos em Espaos Confinados) de
uma unidade Frigorfica no Rio Grande do Sul.
1.1JUSTIFICATIVA
A regulamentao mnima dos espaos confinados dada pela NR33 que teve sua publicao
por meio da Portaria GM n 202, de 22 de dezembro de 2006, existem ainda outras normas
como a NBR 14.787 (Espao confinado - Preveno de acidentes, procedimentos e medidas
de proteo) e a NBR 14.606 (Postos de servio - Entrada em espao confinado), elaboradas
para espaos confinados, mas sem o carter disciplinador da NR (Normas Regulamentadoras),
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10e a NR18 (Condies e Meio Ambiente de Trabalho na Indstria da Construo) a qual era a
nica com carter disciplinador. Considerando-se que as Normas regulamentadoras surgiram
a partir da Portaria n 3214 de 8 de junho de 1978 pode-se considerar que a NR33
relativamente nova e que ainda tem-se muito a desenvolver nesta rea.
Segundo Arajo (2005) a NR 18 (Condies e Meio Ambiente de Trabalho na Indstria da
Construo) que regia a gesto dos espaos confinados, trata superficialmente o tema
mencionando apenas que para as atividades que expem os trabalhadores a riscos de asfixia,
exploso, intoxicaes, e doenas ocupacionais devem ser adotadas medidas especiais de
proteo, no especificando medidas de controle e acompanhamento.
Avaliando os espaos confinados existentes no ambiente frigorfico h muitas atividades
Imediatamente Perigosas a Vida e Sade (IPVS) dos trabalhadores, embora estas atividadesno sejam executadas com freqncia.
De acordo com Arajo (2009) no existem estatsticas precisas sobre os acidentes em espaos
confinados no Brasil, pois o Ministrio do Trabalho e Emprego no registra em uma categoria
especfica. Os acidentes em espaos confinados so distribudos nas seguintes categorias:
Incndios, Exploses e acidentes envolvendo produtos perigosos. Estima-se que os acidentes
com bitos ocorridos em espaos confinados s seja superado pelos acidentes com queda na
construo civil, sem considerar a sub-notificao que poderia aumentar ainda mais estendice, sendo que 85% dos acidentes ocorridos nestes locais poderiam ser evitados se
tivessem sido identificados os locais e os riscos inerentes a cada espao confinado.
O encadeamento de fatos que geram os acidentes comeam pela falta absoluta deinformao, conhecimento e conscientizao, medidas de engenharia, medidasadministrativas e medidas pessoais, como exames mdicos, alm de procedimentos,equipamento e equipe de resgate. (KULCSAR, 1981 apud ARAJO, 2009, p.1839.)
Os espaos confinados no ambiente frigorfico so locais que requerem a ateno especial de
todos os envolvidos, pois qualquer acidente pode ser fatal sendo necessrio capacitar, alertar einformar todos os envolvidos no processo quanto aos perigos existentes dentro e fora dos
mesmos.
Geralmente os acidentes ocorridos em espaos confinados no ocorrem apenas por um fator,
mas por um encadeamento de fatos sendo, o despreparo e a falta de informao so os
principais fatores causadores de acidentes, assim este trabalho tem por finalidade a
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11antecipao, a avaliao dos riscos e a definio das medidas preventivas, justificando sua
necessidade por ser mais uma ferramenta de pesquisa para os espaos confinados presentes
em um ambiente frigorfico.
A integridade fsica e psicolgica dos trabalhadores de suma importncia, especialmente
nestes casos, pois os trabalhadores colocam e risco as suas prprias vidas. O presente trabalho
contribuir de forma esclarecedora, a todas as pessoas e profissionais, quais os procedimentos
a serem adotados na identificao dos espaos confinados, os procedimentos para acesso e os
riscos inerentes as atividades em cada um deles.
1.2OBJETIVOS
1.2.1 OBJETIVO GERAL
Criar um programa adequado a NR 33 para espaos confinados em um frigorfico situado no
Rio Grande do Sul.
1.2.2
OBJETIVOS ESPECFICOS
Identificar os espaos confinados do frigorfico, afim de ser executada uma avaliaogeral dos mesmos e facilitar a anlise preliminar de riscos dos espaos confinados
identificados e dos prximos espaos que venham a surgir.
Avaliar os riscos inerentes a cada espao confinado, afim de que a Anlise Preliminarde Risco seja eficiente e abrangente em relao aos riscos envolvidos nos trabalhos em
espaos confinados.
Definir tecnicamente quais os equipamentos de avaliao ambiental necessrios paraentrada e realizao de trabalhos em espaos confinados, de forma que os
equipamentos sejam eficientes e garantam segurana aos trabalhadores, para as
atividades que sero executadas.
Orar os referidos equipamentos, para uma avaliao global do investimento paraimplantao do programa no frigorfico.
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12 Criar procedimentos para entrada em cada espao confinado no frigorfico, para
garantir que os riscos sejam minimizados e os procedimentos estabelecidos sejam
cumpridos.
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132 ASPECTOS LEGAIS E TCNICOS DE SEGURANA DO TRABALHO
2.1 DEFINIO DE ACIDENTE DE TRABALHO
A Lei n. 8.213 de 24/07/91 da Previdncia Social define em seu artigo 19 que Acidente do
Trabalho o que ocorre pelo exerccio do trabalho a servio da empresa, provocando leso
corporal ou perturbao funcional que cause a morte, ou perda, ou reduo permanente ou
temporria, da capacidade para o trabalho.
Sternadt (1998, p. 29) define acidente de trabalho como:
...sendo uma ocorrncia no programada, inesperada ou no, que interfere no
processo normal de uma atividade, ocasionado pela perda de tempo til, leses nostrabalhadores ou danos materiais. Os quase acidentes, ou incidentes, representam umtipo de ocorrncia bem mais comum que os acidentes, com potencial para causardano, mas que no chegam a caus-lo.
Segundo Zocchio (1996, p. 25), a definio para acidente do trabalho no se encontra em
dicionrios e enciclopdias. Ele seria um acontecimento imprevisto, infortnio e aquilo que
sobrevm repentinamente so algumas das definies vocabulares que apenas se relacionam
com aspectos do acidente do trabalho.
2.2 ATRIBUIES DO SESMT
De acordo com a NR4 (Servios Especializados em Engenharia de Segurana e em Medicina
do Trabalho) no item 4.12 verifica-se que cabe ao SESMT:
a) Identificar e avaliar os riscos;b) Estudar e propor medidas preventivas e corretivas;c) Assessorar tecnicamente o empregador e os trabalhadores;d) Treinar e orientar os trabalhadores;e) Manter registros de ocorrncia de acidentes;f) Elaborar programas de controle de emergncia;
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142.3 TIPOS DE ACIDENTES
Os tipos de acidentes esto divididos em 3 grupos de acordo com Decreto 2.173/97 do
M.T.E. (Ministrio do Trabalho e Emprego):
a) Acidente Tpico: Acidentes que ocorrem no exerccio do trabalho.b) Acidentes de Trajeto: so aqueles que ocorrem no percurso da residncia para o
trabalho e vice-versa.
c) Doena do Trabalho: aquela adquirida ou desencadeada em funo de condiesespeciais em que o trabalho realizado e com ele se relacione diretamente.
2.4 RISCOS AMBIENTAIS
De acordo com a NR 32 (Segurana e Sade no Trabalho em Servios de Sade) consideram-
se riscos ambientais os agentes qumicos, fsicos, biolgicos, existentes nos ambientes de
trabalho. Em alguns casos significativos utiliza-se tambm referenciar os agentes
ergonmicos e os riscos de acidentes como riscos ambientais para este efeito. Os riscos
ambientais so capazes de causar danos sade e integridade fsica do trabalhador devido a
sua natureza, concentrao, intensidade, suscetibilidade e tempo de exposio. Os riscos
ambientais ou profissionais esto divididos em cinco grupos principais:
Tais agentes so:
a) RISCOS FSICOS: Rudos, vibraes, radiaes ionizantes e no ionizantes, frio,calor, presses anormais e umidade. Os riscos fsicos so efeitos gerados por
mquinas, equipamentos e condies fsicas caractersticas do local de trabalho, que
podem causar prejuzos sade do trabalhador.
b) RISCOS QUMICOS: Poeiras minerais, poeiras vegetais, poeiras alcalinas, fumosmetlicos, nvoas, neblinas, gases, vapores e produtos qumicos diversos. Estes riscos
so representados pelas substncias qumicas que se encontram nas formas lquida,
slida e gasosa. Quando absorvidos pelo organismo, pode produzir reaes txicas e
danos sade. H trs vias de penetrao no organismo: - Via respiratria: inalao
pelas vias areas - Via cutnea: absoro pela pele - Via digestiva: ingesto.
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15c) RISCOS BIOLGICOS: Vrus, bactrias, parasitas, fungos, etc. Os riscos biolgicos
so causados por microrganismos invisveis a olho nu, como bactrias, fungos, vrus,
bacilos e outros, So capazes de desencadear doenas devido contaminao e pela
prpria natureza do trabalho.
d) RISCOS ERGONMICOS: Monotonia, posturas incorretas, ritmo de trabalho intenso,fadiga, preocupao, trabalhos fsicos pesados e repetitivos. Estes riscos so contrrios
s tcnicas de ergonomia, que propem que os ambientes de trabalho se adaptem ao
homem, propiciando bem estar fsico e psicolgico. Os riscos ergonmicos esto
ligados tambm a fatores externos do ambiente e a fatores internos do plano
emocional. Em sntese: ocorrem quando h disfuno entre o indivduo, seu posto de
trabalho e seus equipamentos.
e) RISCOS DE ACIDENTES / MECNICOS: Arranjo fsico inadequado, mquinas eequipamentos sem proteo, ferramentas inadequadas ou defeituosas, iluminao
inadequada, eletricidade, probabilidade de incndio ou exploso, armazenamento
inadequado, animais peonhentos e ausncia de sinalizao. Riscos de acidentes
ocorrem em funo das condies fsicas de ambiente fsico e do processo de
trabalho e tecnolgicas imprprias capazes de provocar leses integridade fsica do
trabalhador.
De acordo com Arajo (2009) nos espaos confinados os riscos ambientais podem no existir
inicialmente, porm podem se desenvolver durante a atividade modificando totalmente as
condies de trabalho tornando o ambiente IPVS (Imediatamente Perigoso a Vida e a Sade).
2.5 RESPONSABILIDADES DO EMPREGADOR E DO EMPREGADO
Existem muitas responsabilidades no que tange a responsabilidade da empresa e empregador
este deve propiciar meios aos seus empregados para que no ocorram acidentes agindo
diretamente sobre a causa geradora dos riscos, minimizando a exposio dos trabalhadores
envolvidos nas atividades o que torna a viso prevencionista bastante ampla a
responsabilidade, pressupe que a preveno deve ser gerida nos prprios locais de trabalho
em funo de todos os riscos declarados e sobre todos os intervenientes, privilegiando as
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16medidas que conduzam eliminao ou minimizao dos mesmos de acordo com Santos et al.
(2008).
Segundo a Revista Proteo (2010, p.108) a responsabilidade do empregador no Brasil
objetiva isto independente de culpa ou dolo o diante do direito civil o mesmo deve reparar
os danos causados a outra pessoa no caso o empregado.
A responsabilidade objetiva a responsabilidade sem culpa. Caso em que h a obrigao de
indenizar sem que tenha havido culpa do agente. o caso do patro que paga os prejuzos de
acidente de trnsito, no qual seu empregado dirigia o veculo. A chamada responsabilidade
objetiva foi consignada no pargrafo nico do artigo 927 do atual Cdigo Civil, que possui a
seguinte redao: "Haver obrigao de reparar o dano, independentemente de culpa, nos
casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor dodano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem..
De acordo com a NR 9 (Programa de Preveno de Riscos Ambientais) item 9.6.3 o
empregador dever garantir que a ocorrncia de riscos ambientais nos locais de trabalho que
coloquem em situao grave ou iminente risco um ou mais trabalhadores os mesmos possam
interromper de imedito as atividades.
Conforme a NR 33 item 33.2.1 cabe ao empregador:
a) Indicar formalmente o responsvel tcnico pelo cumprimento desta norma;b) Identificar os espaos confinados existentes no estabelecimento;c) Identificar os riscos especficos de cada espao confinado;d) Implementar a gesto em segurana e sade no trabalho em espaos confinados, por
medidas tcnicas de preveno, administrativas, pessoais e de emergncia e
salvamento, de forma a garantir permanentemente ambientes com condiesadequadas de trabalho;
e) Garantir a capacitao continuada dos trabalhadores sobre os riscos, as medidas decontrole, de emergncia e salvamento em espaos confinados;
f) Garantir que o acesso ao espao confinado somente ocorra aps a emisso, por escrito,da Permisso de Entrada e Trabalho
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17g) Fornecer s empresas contratadas informaes sobre os riscos nas reas onde
desenvolvero suas atividades e exigir a capacitao de seus trabalhadores;
h) Acompanhar a implementao das medidas de segurana e sade dos trabalhadoresdas empresas contratadas provendo os meios e condies para que eles possam atuar
em conformidade com a NR;
i) Interromper todo e qualquer tipo de trabalho em caso de suspeio de condio derisco grave e iminente, procedendo ao imediato abandono do local; e
j) Garantir informaes atualizadas sobre os riscos e medidas de controle antes de cadaacesso aos espaos confinados.
Porm a Norma regulamentadora de espaos confinados no estabelece somente obrigaes
para o empregador, mas tambm para o empregado destas as mais importantes so:
a) Utilizar adequadamente os meios e equipamentos fornecidos pela empresa;b) Comunicar ao Vigia e ao Supervisor de Entrada as situaes de risco para sua
segurana e sade ou de terceiros, que sejam do seu conhecimento; e
c) Cumprir os procedimentos e orientaes recebidos nos treinamentos com relao aosespaos confinados.
Segundo Arajo (2005) o penamento jurdico entende que o empregador deve manter-se
atualizado sob os documentos legais existentes. O desconhecimento de aspectos tcnicos e
legais no isenta nem exclui o seu cumprimento por quem quer que seja.
De acordo com Santos et al. (2008) o empregador deve desenvolver e implantar programas de
capacitao sempre que ocorrem as seguintes situaes:
a) Mudana nos procedimentos, condies ou operaes de trabalho;b) Algum evento que indique a necessidade de um novo treinamento;c) Quando houver uma razo para acreditar que existam desvios na utilizao ou nos
procedimentos de entrada nos espaos confinados ou que os conhecimentos no sejam
adequados.
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18De acordo com Arajo (2009) no h dvidas que o empregador deve estabelecer controles
operacionais para garantir a segurana do dos trabalhadores que realizam trabalhos em
espaos confinados. De uma forma geral, estes controles operacionais podem ser identificados
a partir da elaborao do estudo dos riscos feitos previamente, os controles operacionais
podero evitar e/ou minimizar a possibilidade de ocorrncia de acidentes no espao
confinado. Como exemplos de controles operacionais podemos citar: A identificao e
sinalizao dos espaos confinados, Permisso para trabalho de risco e/ou permisso de
entrada, reunies de planejamento antes da entrada, reunies informativas com a equipe de
entrada, sinalizao e bloqueio dos equipamentos, monitoramento de contaminates
atmosfricos, limpeza e ventilao, treinamento e qualificao, plano de emergncia e
trabalhos envolvendo empresas terceirizadas.
2.6 UTILIZAO DE EPIS E EPCS
No sentido de alcanar os objetivos tendentes preveno dos riscos, torna-se absolutamente
necessria a criao e o desenvolvimento de um conjunto de meios, adequados a tais
objetivos. Estes meios devero ser os servios de preveno, que tero de assumir um papel
fundamental na concretizao de preveno, pressupondo um elevado nvel de eficcia nesta
abordagem preventiva.
Segundo Silva (2009) os princpios gerais de preveno podem ser considerados como os
principais fundamentos da abordagem de preveno nas empresas. A nova perspectiva da
abordagem preventiva, no sentido de estabelecer a prioridade da preveno, s pode ser
concretizada se, na prtica, tanto nas atividades dos servios de preveno, como na prpria
gesto da preveno nas empresas, a hierarquia dos princpios gerais de preveno for
respeitada. Se assim no for, estaremos sempre em presena das abordagens preventivas de
ndole corretiva, o que nos espaos confinados no nos d margem para medidas corretivas.
Porm muitas empresas ou a maioria delas abrem mo das medidas preventivas pelas medidas
corretivas, muitas vezes em funo de desconhecimento ou mesmo para reduo de custos.
Uma das polmicas que cerca a atual norma a utilizao de EPI (Equipamentos de
Individual) como critrio de eliminao dos riscos o que considerado descabido por parte de
alguns especialistas, os equipamentos de proteo individual deveriam ser usados somente em
situaes de emergncia, sob est tica existe uma transferncia de responsabilidade por parte
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19do empregador para o empregado, porm esta afirmao tambm no pode ser utilizada como
no que tange a minimizao dos riscos em espaos confinados, pois como so reas no
projetadas para ocupao contnua em alguns casos quase impossvel a adequao do espao
somente atravs de EPCS fixos de alto custo, pois inviabilizaria a atividade.
No entanto a utilizao de Detectores multigs para monitoramento contnuo do ambiente, a
adoo de insuflamento e ou exausto, bloqueios, meios de comunicao, trips, entre outros
meios se fazem necessrios em boa parte dos casos como EPCS (Equipamentos de Proteo
Coletiva) mveis devido ao alto custo de se ter estes dispositivos fixos em locais onde o aceso
acontece em um nmero nfimo de vezes.
A NR 33 no subitem 3.3.2 estabelece que os equipamentos fixos e portteis, inclusive os de
comunicao e de movimentao vertical e horizontal, devem ser adequados aos riscos dosespaos confinados, desta forma a norma frisa a ateno que deve ser dada a APR (Anlise
Preliminar de Risco) para que se utilize o EPI adequado a cada tipo de risco e ou
particularidades de cada local.
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203. ESPAO CONFINADO
3.1 DEFINIO DE ESPAO CONFINADO
Uma breve explanao faz-se necessria sobre a constituio de um espao confinado que
um dos principais riscos de todos os setores econmicos industriais, pois so reas no
utilizadas com freqncia pelos trabalhadores, tem-se muita dificuldade de acesso ou mesmo
para salvamento, geralmente representa srios riscos para a sade dos trabalhadores. Os
acidentes de trabalho em espaos confinados no acontecem com freqncia, porm so
fatais, o nmero de bitos apenas superado pelas quedas na construo civil.
Por definio espao confinado pode ser:
Qualquer rea no projetada para ocupao contnua, a qual tem meios limitados deentrada e sada e na qual a ventilao existente insuficiente para removercontaminantes perigosos e/ou deficincia/enriquecimento de oxignio que possamexistir ou se desenvolver. (NBR 14787 2001, p.3).
Embora existam inmeras definies sobre Espaos Confinados utiliza-se a definio da NBR
por esta ser mais completa que a da NR 33, por utilizar a palavra desenvolver o que torna a
definio mais abrangente como, por exemplo; a soldagem, pintura, limpeza de superfcies
com solventes em um tanque que podem provocar alteraes no momento da sua execuo.
Confined space hazards may be broadly divided into two categories: atmosphericshazards and physical hazards. Atmospheric hazards include oxygen-deficiency,oxygen-enrichment, explosive gases and vapors, and toxic air contaminants.Physical hazards, on the other hand, include such things as moving mechanicalequipment, energized electrical equipment, energized electrical conductors, ionizingand non ionizing radiation, heat, cold, in-flowing fluids, and finely divided solidslike grain or saw dust that can engulf and trap a victim. Even gravity can be a hazardif tools and equipment fall though an elevated opening onto the heads of workers
below. (Rekus, 1994, p.4)
Conforme explanado por Rekus (1994) o estudo dos espaos confinados muito mais amploque o pressuposto na definio da NR 33 ou mesmo pela NBR 14787, inclui alm dos espaos
que possam causar asfixia, intoxicao ou risco de exploso locais onde se possam ser
includos riscos como a movimentao de equipamentos mecnicos, equipamentos eltricos
energizados, condutores eltricos energizados, ionizante e no ionizante, calor, frio, fluidos
em escoamento, e slidos, como gros ou p de serra que pode engolfar e prender uma vtima.
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21A mesma gravidade pode ser um perigo se as ferramentas e equipamentos carem de uma
altura elevada sobre as cabeas dos trabalhadores abaixo.
Segundo Santos et al. (2008) a NR33 bem como a NBR14787 tem como objetivo estabelecer
os requisitos mnimos para identificao, reconhecimento, monitoramento e controle dos
riscos existentes nos espaos confinados de forma a garantir a segurana e a sade dos
trabalhadores que interagem direta ou indiretamente nestes locais.
A OSHA (1993, apud Arajo, p. 219 2005) define Espao confinado como, Espao como
aquele cuja entrada ou sada limitada ou restrita, permitindo somente que um trabalhador
entre e execute uma determinada atividade, no sendo projetada para ocupao humana
3.2 ESPAOS CONFINADOS POR SETOR ECONMICO
De acordo com a Kulcsar et al. (2009) os espaos confinados por setor econmico mais
comuns esto listados no QUADRO 1.
QUADRO 1 Exemplos de espaos confinados por setor econmico.
SETOR ECONMICO ESPAOS CONFINADOS TPICOS
Agricultura Biodigestores, silos, moegas, tremonhas, tanques,transportadores enclausurados, elevadores de caneca, poos,cisterna, esgotos, valas, trincheiras e dutos.
Construo Civil Poos, valas, trincheiras, esgotos, escavaes, caixas, caixes,shafts (passa dutos), forros, espaos limitados ou reduzidos edutos.
Alimentos Retortas, tubos, bacias, paneles, fornos, depsitos, silos,tanques, misturadores, secadores, lavadores de ar, tonis edutos.
Txtil Caixas, recipientes de tingimento, caldeiras, tanques e prensas.
Papel e Polpa Depsitos, torres, colunas, digestores, batedores, misturadores,tanques fornos e silos.
Editoras e ImpressoGrfica
Tanques.
Indstrias do Petrleo eIndstrias Qumicas
Reatores, vasos de reao ou processos, colunas de destilao,tanques, torres de resfriamento, reas de diques, filtroscoletores, precipitadores, lavadores de ar, secadores e dutos.
Borracha Tanques, fornos e misturadores.
Couro Tonis, tanques e poos.
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Fonte: KULCSAR et al, 2009.
No QUADRO 1 observa-se que o estudo dos espaos confinados bastante amplo por
estarem distribudos em todos os setores econmicos, atravs de uma avaliao mais criteriosa
pode-se verificar alguns espaos do cotidiano que parecem inofensivos ou que aparentementeno so IPVS, podem se tornar.
Caso se acrescente mais uma varivel, neste sentido interessante reavaliar a NBR 14.787
que embora tenha em seu texto uma diferena sutil a palavra desenvolver, torna o assunto
bastante abrangente, assim verifica-se a necessidade de se fazer uma identificao bastante
criteriosa dos espaos confinados sendo prudente considerar todos eles como IPVS antes que
se prove o contrrio.
3.3 AGENTES CAUSADORES DE ACIDENTES EM ESPAOS
CONFINADOS
De acordo com Arajo (2009) o agente acusador de um bito em um espao confinado
geralmente no acontece devido a apenas um fator, mas pela associao de vrios fatores por
isso a anlise preliminar dos espaos confinados fazse to necessria. Muitos acidentes
SETOR ECONMICO ESPAOS CONFINADOS TPICOS
Tabacos Secadores e tonis.
Concreto, argila, pedras,cermica e vidro
Fornos, depsitos, silos, tremonhas, moinhos e secadores.
Metalurgia Depsitos, dutos, tubulao, silos, poos, tanques,desengraxadores, coletores e cabines.
Metalurgia Depsitos, dutos, tubulao, silos, poos, tanques,desengraxadores, coletores e cabines.
Eletrnica Desengraxadores, cabines e tanques.
Transporte Tanque nas asas dos avies, caminhes-tanque, vages tanquesferrovirios, tanques e navios-tanque.
Servios Sanitrios, deguas e de esgotos.Servios de gs,
eletricidade e telefonia
Poos de vlvulas, galerias, tanques spticos, poos, poosqumicos, reguladores, poos de lama, poos de gua, caixa degordura, estaes elevatrias, esgotos e drenos, digestores,
incineradores, estaes de bombas, dutos, caixas, caixes eenclausuramentos.
Equipamentos e Mquinas Caldeiras, transportadores, coletores e tneis.
Operaes Martimas Pores, container, caldeiras, tanques de combustvel e de gua,compartimentos e dutos.
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23graves podem acontecer, pois, procedimentos internos no previam controles preventivos
entre elas, a permisso de entrada com o monitoramento das condies ambientais. Dentre as
principais causas pode ser citado o espao confinado no reconhecido, a confiana nos
sentidos, subavaliao dos riscos, baixa percepo dos riscos e a falta de preparo para
resgates.
Em muitos casos os espaos confinados no so devidamente identificados como tais devido
inexistncia de riscos preliminares em determinadas situaes sendo que em outras atividades
o risco no mesmo espao torna-se iminente, deve-se lembrar a definio de espao confinado
na qual o risco pode se desenvolver dependendo da atividade. Os trabalhadores devem ser
informados da localizao e dos perigos, devem ser tomadas aes para impedir que
trabalhadores despreparados consigam acessar os locais.
Os principais fatores de acidentes nestes locais so a falta de reconhecimento dos Espaos
confinados existentes, PET (Permisses de Entrada e Trabalho), testes de atmosfera, bloqueio
de equipamentos mecnicos, procedimentos, equipamentos de proteo individual, resgate e
primeiros socorros.
3.4 IDENTIFICAO E CLASSIFICAO DOS ESPAOS CONFINADOS
Uma das formas mais prticas de se identificar e classificar um espao confinado a
utilizao de uma tabela que responda a definio da NBR 14.787 TABELA 1 atravs dela
verifica-se se realmente necessrio classificar ou no o ambiente analisado como espao
confinado ou no, caso haja resposta positiva a qualquer uma das perguntas o espao pode ser
considerado como confinado.
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24TABELA 1 Identificao dos espaos confinados
Local No projetadopara a ocupao
humana
contnua?
Meios
limitados para
entrada e
sada?
Ventilao
natural
insuficiente
para remover?
Deficincia ou
excesso de O2
existente ou que
possa existir?
Mistura
inflamvel
existente ou que
possa existir?
1-Peneira rotativa S S S N ?
...
5-Dornas de
Fermentao
S S S S S
...................
S = Sim; N = No; ? Pode existir em determinadas condies
Fonte: ARAJO 2009 p.1844
Segundo o National Institute for Occupational Safety and Health - NIOSH (1987) diferentesgraus de risco podem ocorrer em situaes diferentes desta forma classifica os riscos em e
classes:
Class A Spaces are those that present situations which are immediately dangerous tolife or health. These include spaces that are either deficient in oxygen or containexplosive, flammable, or toxic atmospheres.Class B Spaces do not present animmediate threat to life or health; however, they have the potential for causinginjury or illness if protective measures are not used.Class C Spaces are those whereany hazards posed are so insignificant that no special work practices or proceduresare required (NIOSH, 1987, apud REKUS, 1994, p.3)
H trs classes de espaos confinados conforme a definio do NIOSH:
a) Espaos Classe A aqueles que apresentam situaes que so IPVS. Esto inclusosespaos que sejam deficientes de oxignio e/ou que contenham atmosferas txicas ou
explosivas. Nestes casos so necessrios cuidados especiais como de resgate, suporte
de equipamentos e superviso.
b) Espaos Classe B no representam riscos imediatos vida ou sade, no entanto,tm potencial para causar leso ou doenas se medidas de proteo no foremtomadas.
c) Espaos Classe C So aqueles em que qualquer risco to insignificante quenenhuma prtica ou procedimento de trabalho seja necessria.
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25Uma vez classificado o espao em A, B ou C cada espao deve conter uma sinalizao nos
moldes da figura constante no anexo 1 da NR 33 podendo conter o numero de identificao e
a classe do mesmo (FIGURA 1).
FIGURA 1 Placa de identificao dos espaos confinados (NR 33, 2009, p.552).
3.5 ANLISE PRELIMINAR DE RISCO
Para a norma BSI-OHSAS 18001 (1999) a organizao deve estabelecer e manter
procedimentos para a contnua identificao de perigos, avaliao de riscos e a
implementao das medidas de controle necessrias.
Estes devem incluir:
a) Atividades de rotina e no-rotina;b) Atividades de todo o pessoal que tm acesso ao local de trabalho (incluindo sub-
contratantes e visitantes);
c) Instalaes
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26Segundo norma BSI-OHSAS 18001 (1999), a organizao deve garantir que os resultados
dessas avaliaes e os efeitos dos controles sejam considerados para o estabelecimento dos
objetivos de Segurana e Sade no Trabalho, devendo documentar e manter tais informaes
atualizadas.
De acordo com a norma BS8800 (1999) Apud Cicco (1996) os seguintes critrios so
necessrios para que as organizaes realizem uma avaliao de risco eficaz:
a) Classificar as atividades de trabalho, preparar uma lista de trabalho, abrangendopropriedades, instalaes, pessoal e procedimentos, e obter informaes sobre eles.
b) Identificar os perigos, identificar todos os perigos significativos relativos a cadaatividade de trabalho, levar em considerao quem poderia sofrer os danos e como.
c) Determinar os riscos, fazer uma estimativa subjetiva do risco associado a cada perigo,assumindo que os controles existentes ou planejados esto funcionando.
d) Decidir se o risco tolervel, julgar se as precaues do SST (Segurana e Sade noTrabalho) existentes ou planejadas so suficientes para manter os perigos sob controle
e para atender os requisitos legais.
e) Preparar o plano de ao para controle dos riscos: preparar um plano para tratarquaisquer questes encontradas na avaliao que queiram ateno. As organizaes
devem assegurar que os controles novos e os existentes esto funcionando e so
eficazes;
f) Analisar criticamente a adequao do plano de ao: reavaliar os riscos em funo doscontroles revisados, e verificar se os riscos so tolerveis
Processo de avaliao de riscos presentes na FIGURA 2.
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FIGURA 2 Processo de avaliao de riscos (CICCO, 1996, p.56).
A avaliao dos riscos existentes nos espaos confinados o processo pelo qual os riscos aos
quais os trabalhadores que possam estar expostos num espao confinado so identificados e
avaliados. A avaliao de um espao confinado inclui monitoramento baseado em critrios
pr-definidos, o monitoramento permite planejar e implementar medidas de controle
adequados garantindo que as condies de entrada sejam aceitveis antes e durante a entrada
conforme explanado por Arajo(2005).
Segundo Zocchio (1996), algumas condies inseguras mais freqentes, catalogadas pelos
estudos da segurana do trabalho, so mencionadas a seguir:
a) Falta de proteo em mquinas e equipamentos;b) Protees inadequadas ou defeituosas;c) Escassez de espao;d) Defeitos nas edificaes;e) Instalaes eltricas inadequadas ou defeituosas;f) Ventilao inadequada;g) Altas e baixas temperaturas;
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28h) Rudos intensos;i) Vibraes;
Os fatores de risco so identificados nos processos, nas tarefas e nas instalaes perigosas.
Como os espaos confinados geralmente no possuem ventilao prpria, pode haver pouco
ou nenhum oxignio, e o ar ambiente pode conter ou produzir contaminantes perigosos, como
produtos txicos ou inflamveis.
Os riscos dinmicos podem ocorrer atravs de aspectos no previstos e identificados na
permisso de trabalho de risco, a forma mais eficaz de se identificar os riscos dinmicos
atravs de uma APR a elaborao destes estudos visa o preenchimento de uma PTR
(Permisso para Trabalho de Risco) como explanado por Arajo (2005)
Geralmente os trabalhadores entram em espaos confinados para realizar servios como
manutenes, reparos, limpeza, inspeo de equipamentos ou reservatrios. E devido a
sutiliza dos riscos estes podem no ser percebidos pelos trabalhadores. A Anlise Preliminar
de Risco se faz importante neste sentido a fim de evitar a exposio do trabalhador ao perigo.
Segundo Arajo (2009) as atividades em espaos confinados de Segurana e Sade
Ocupacionais devero ser integrados ao processo de identificao e avaliao de riscos
existentes na organizao, entretanto devem ser estabelecidos procedimentos e controles
especficos contendo as seguintes aes:
a) Ferramentas para antecipar, reconhecer e identificar os espaos confinados;b) Estabelecer medidas para isolar, sinalizar, eliminar e controlar os riscos dos espaos
confinados;
c) Controlar o acesso aos espaos confinados atravs de travas e bloqueios;d) Desenvolver e implementar procedimentos de coordenao de entrada que garantam
informaes a todos os trabalhadores.
e) Sistematizar, preparar e emitir, usar e cancelar permisses de entrada;f) Superviso das atividades e dos trabalhadores dentro dos espaos confinados;
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29g) Monitorar a atmosfera dentro dos espaos confinados para verificar se as condies de
acesso e permanncia so seguras.
Segundo Silva (2010) alm das APRs, o programa de preveno tambm deve conter os
procedimentos de entrada, trabalho, emergncia e salvamento, em especial a elaborao de
um modelo de Permisso de Entrada e Trabalho PET, respeitando sempre a norma, a
emisso de Ordem de Servio OS, a criao das Instrues de Trabalhos ITs e os
Procedimentos de Segurana e Sade PSS, especficos para cada um dos espaos.
Neste sentido a Anlise Preliminar de Risco de suma importncia, pois ser ela que definir
quais as medidas de controle que sero utilizadas em cada espao podendo ser feita atravs de
uma descrio ou atravs de uma planilha que poder conter:
a) Etapa da tarefa ou atividade;b) Perigos identificados;c) Causa provvel;d) Efeito esperado;e) Medida de controle.
Os espaos confinados apresentam riscos gerais, como os riscos mecnicos, que podem surgir
do defeito de algum equipamento a ser utilizado; riscos de choque eltrico por contato com
partes metlicas que tenham tenso; quedas, devido a escorreges; quedas de objetos no
interior do espao confinado, enquanto se executa o trabalho; posturas incorretas; riscos de
afogamento, soterramento e engolfamento que o envolvimento e a captura de uma pessoa
por lquidos ou slidos finamente divididos.
Como riscos gerais, temos ainda o ambiente fsico agressivo, com ocorrncia de rudo elevado
e vibraes provenientes de martelos, esmeril, etc., que podem causar fadiga ao trabalhador;
ambiente quente ou frio; baixa luminosidade ou iluminao deficiente no local; presena de
animais, vivos ou mortos; riscos advindos de problemas de comunicao entre interior e
exterior do espao confinado.
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303.6 PROCEDIMENTOS PARA ENTRADA EM ESPAOS CONFINADOS
Os controles operacionais na fonte devem dar prioridade eliminao dos perigos ou evitar
que eles existam, pois uma vez que no existe o perigo, no haver o acidente. Deve-se
destacar que essa forma de controle pode demandar a aplicao de novas tecnologias,
mudanas significativas nos processos e conseqentemente maiores investimentos para se
obter resultados mais significativos (ARAUJO et al., 2000)
A empresa, baseando-se na identificao de perigos e avaliao de riscos, deve identificar
quais so os processos que podem contribuir para a eliminao dos perigos ou para a reduo
dos riscos, e estabelecer os controles necessrios, considerando diversos fatores, entre eles: o
nvel de risco existente, os custos, a praticidade do controle e a possibilidade de se introduzir
novos perigos, a fonte (perigo), o meio e o homem, e quanto mais prximos os controles
estiverem das fontes mais eficientes e efetivos eles sero (ARAUJO et al., 2000).
Desta forma de fundamental importncia responder ao fluxograma (FIGURA 3) antes de
qualquer entrada no espao confinado mesmo que os riscos j tenham sido identificados
sempre focando na atividade a ser desenvolvida no local.
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31
FIGURA 3 Fluxograma de aes para emisso de permisso para trabalho de risco e entrada em espao
confinado. (ARAJO, 2005, p.292).
Um mtodo simplificado que pode ser utilizado na emisso da PET (Permisso de Entrada e
Trabalho) est descrito no QUADRO 2 deste trabalho onde se destaca os procedimentos a
serem tomados antes durante o acesso aos espaos confinados.
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32QUADRO 2 O que fazer antes da entrada num espao confinado.
Fonte: REVISTA PROTEO, 2007, p. 42.
3.7 PRINCIPAIS RISCOS ENCONTRADOS NOS ESPAOS CONFINADOS
Os principais riscos encontrados nos espaos confinados so a deficincia de oxignio,
exploso e incndio, riscos eltricos, soterramento e engolfamento, riscos ergonmicos, queda
de objetos, riscos qumicos e quedas.
Guardar o espaoColocar sinais de advertncia ou barreiras para mantera distancia pessoas no autorizadas e proteger entrantes
da queda de objetos.Isolar o espao
Desconectar, trancar ou etiquetar equipamentosperigosos do EC.
Eliminar e controlar osperigos atmosfricos
Eliminar ou controlar os perigos do EC, documentar omtodo e os passos necessrios para eliminar oucontrolar os perigos.
Testar o EC com relaoaos perigos atmosfricos
Testar os perigos atmosfricos na seguinte ordem:oxignio, gases inflamveis, gases txicos ecorrosivos. Os empregados devem ter a oportunidadede observar os testes.
Identificar os equipamentosnecessrios
Assegurar que os entrantes tenham os equipamentos de
que necessitam para fazer o trabalho (incluindoequipamentos de resgate) e que eles saibam como usaros equipamentos.
Planejar as emergnciasOs atendentes devem saber como responder asemergncias, incluindo quem contatar e como removeros entrantes.
Completar e formalizar apermisso de entrada
O supervisor de entrada deve certificar que o espao seguro para entrar, deve assinar a permisso de entradae afixa - l no espao de forma que os entrantesautorizados possam v-la.
Manter a comunicao
Atendentes e entrantes devem se manter em contatouns com os outros. Devem saber quais equipamentosde comunicao utilizar e como utiliz-los de formaefetiva.
Manter a distancia pessoasno autorizadas
O supervisor de entrada e os atendentes autorizadosdevem manter pessoas no autorizadas distantes doEC.
Monitorar as atividadesdentro e fora do EC
Atendentes autorizados devem continuamentemonitorar o EC de perigos enquanto os empregadosestiverem no interior do mesmo.
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333.7.1 DEFICINCIA DE OXIGNIO
A deficincia de oxignio, que causa asfixia e ocorre quando o nvel de oxignio no local est
abaixo de 19,5%, sendo que, abaixo de 18% o risco j grave e iminente e, o excesso de
oxignio, que tambm prejudicial e os nveis no podem ultrapassar 23,5%. Pode ser
considerado um dos principais riscos no espao confinado, pois este pode desenvolver-se
durante o trabalho em espaos confinados devido falta de ventilao do local sendo difcil
detectar sem um oxmetro, utilizado para medio da concentrao de oxignio no local.
O ar comprimido pode conter baixa contaminao de leo devido aos equipamentos usados.
Se num orifcio contaminado por leo/graxa passar oxignio em alta presso, pode ocorrer
exploso ou fogo. Portanto, oxignio gasoso comprimido no deve ser usado em respiradores
de linha de ar ou em mscaras autnomas de circuito aberto que tenham usado previamente ar
comprimido.
De acordo com Arajo (2005) a falta de oxignio pode gerar inicialmente uma sensao de
bem estar e euforia, nesta condio no existe preocupao com o risco.
Segundo Arajo (2009) alguns espaos confinados tambm podem desenvolver este estado
devido oxidao do ferro ou mesmo pela digesto de micro organismos em ambientes
enclausurados.
De acordo com a norma ANSI CGA G-7 1989; ar respirvel grau D deve cumprir os
seguintes requisitos na TABELA 2.
TABELA 2 Requisitos da composio do ar respirvel em espaos confinados
COMPONENTE REQUISITOSPorcentagem de Oxignio (% em volume)
(o restante com predominncia de nitrognio)19,5 a 23,5
Gs Carbnico 1000 ppm ( max. )Monxido de Carbono 10 ppm ( max. )
leo (Nvoa, vapor e material particulado) 5mg/m3 ( max. )Odor ( a )
gua lquida NenhumaUmidade ponto de orvalho 10 C abaixo da mnima temperatura
esperada ou- 29 C ( 400 ppm a 760 mmHg )
Fonte: ANSI CGA G-7 1989
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34A FIGURA 4 demonstra os efeitos causados pela falta de oxignio.
FIGURA 4: Tabela de deficincia de oxignio (ARAJO, 2005, p.292).
3.7.2 RISCO DE EXPLOSO E INCNDIO
Segundo a FUNDACENTRO (2010a) incndio uma reao qumica de combusto que
necessita de trs componentes (Tringulo do Fogo) para seu incio:
a) Combustvel (madeira, gasolina, propano, magnsio, etc.).b) Comburente (normalmente o oxignio do ar).c) Fonte de ignio (cigarros, instalaes eltricas, fascas, maarico, eletricidade
esttica, reaes exotrmicas, etc.).
Uma exploso qumica tambm uma reao de combusto, porm ela ocorre a uma
velocidade muito grande, gerando uma grande quantidade de energia em pouco tempo.
Normalmente, se d pela produo de gases ou vapores inflamveis em recintos fechados
como tneis de secagem, cabines de pintura, etc.
A preveno de um incndio ou exploso se d atravs da ao sobre um dos componentes do
tringulo do fogo
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35A atuao sobre o combustvel poder ser feita por intermdio da substituio ou diluio do
combustvel para reduzir sua periculosidade, sempre que possa cumprir a mesma funo,
limpeza de derrames e restos de combustveis; armazenamento em lugar isolado e protegido;
utilizao de recipientes seguros e bem fechados; realizao de transferncia em condies de
segurana; emprego de permisso para trabalhos especiais em instalaes ou equipamentos
que tenham contido produtos inflamveis; exausto localizada e ventilao geral na presena
de focos que possam gerar incndios ou exploses; e tratamento ou revestimento antichamas
para evitar a propagao
De acordo com SERRO et al. (2005) A atuao sobre o comburente (oxignio do ar), para
torn-lo sem efeito, s pode ser feita em casos determinados, como por exemplo, a soldagem
de um recipiente ou tubulao que ainda contenha restos de um lquido inflamvel mediante
inertizao (tornar sem efeito) com nitrognio ou esgotamento (transbordar o recipiente) com
gua.
A atuao sobre as fontes de ignio pode ser feita mediante proibio de fumar; localizao
externa de instalaes geradoras de calor; instalaes eltricas protegidas; e o uso de
ferramentas antifasca em locais de risco de incndios e exploses etc.
A utilizao de oxignio puro aumenta os riscos de exploso e incndio desta forma no
indicado para espaos confinados, pois pode enriquecer a enriquecer a atmosfera aumentandoo risco de exploso.
Um aspecto deve ser levado em conta, que o fato de concentraes baixas de oxignio
podem afetar as leituras de inflamabilidade, sendo necessrio avaliar previamente a
concentrao de oxignio do ambiente.
Segundo Betenheuser (2005), existem regulamentaes e classificaes para definir os
ambientes com presena de substncias inflamveis, a temperatura superficial mxima de
equipamentos, zonas e produtos de risco, etc., que colaboram para a normatizao nafabricao e instalao de equipamentos em reas suscetveis a riscos de exploso.
A ABNT colabora com as norte-americanas NFPA, NEMA, NEC e IEC, assim como as
normas europias EN e DIN, entre outras a nvel mundial. No Brasil, as NRs definem padres
de segurana para ambientes considerados perigosos ao trabalho humano. Os produtos de
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36risco so classificados pela ABNT (NBR 5418) em 4 grupos: I, IIA, IIB, IIC, a qual baseada
na Instruo Europia IEC 79/14-1984.
As recomendaes da IEC 79-10, que distinguem as seguintes categorias de zonas perigosas:
zona 0, zona 1 e zona 2. Uma zona pode se deslocar por diversos motivos: aquecimento dos
produtos, ventilao falha do local, variaes climticas, erro de manipulao. Na zona 0, a
atmosfera explosiva est sempre presente; na zona 1, a atmosfera explosiva est
freqentemente presente e; na zona 2, a atmosfera explosiva pode acidentalmente estar
presente, a ABNT adota a classificao em zonas. (NBR-5418, 1995, p. 3).
3.7.3 RISCOS ELTRICOS
O risco de choque eltrico geralmente se d pelo contato do trabalhador com as partes
energizadas de um circuito, constiui-se de um estmulo rpido e acidental sobre o sistema
nervoso devido passagem de corrente eltrica conforme pode ser verificado na FIGURA 5
podendo causar paradas respiratrias, paradas cardacas, queimaduras internas e externas,
eletrolise de tecidos, fibrilao cardaca, quedas e bitos.
FIGURA 5 Passagem da Corrente Eltrica no Corpo Humano (ARAJO, 2005, p.269).
Os efeitos causados pela corrente eltrica dependem de quatro fatores: A voltagem do circuito
eltrico; A resistncia oferecida pelo corpo da pessoa exposta; O fluxo de corrente atravs do
corpo; e o caminho percorrido pela energia eltrica atravs do corpo
Os perigos proporcionados pela eletricidade em espaos confinados depender muito das
atividades desenvolvidas, muitas vezes no se d diretamente pelo risco de choque eltrico,
mas pelo risco de ignio direta ou mesmo pela eletricidade esttica gerando um risco
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37combinado na atividade, a umidade presente nos espaos confinados pode auxiliar na
descarga eltrica sobre os trabalhadores.
Conforme a NR10 (segurana em instalaes e servios em eletricidade) Item 10.2 Em todas
as intervenes em instalaes eltricas devem ser adotadas medidas preventivas de controle
do risco eltrico e de outros riscos adicionais, mediante tcnicas de anlise de risco, de forma
a garantir a segurana e a sade no trabalho.
De acordo com Silva (2009) Os equipamentos de comunicao nesses locais devem operar
conforme os riscos existentes e serem intrinsecamente seguros, operando em extra baixa
tenso (tenso no superior a 50 volts em corrente alternada ou 120 volts em corrente
contnua), para que no ofeream risco de choque eltrico, incndio ou exploso.
3.7.4 SOTERRAMENTO
Esta situao pode ocorrer em silos de materiais granulados passiveis de movimento. Nestes
casos devem ser utilizadas corda salva vidas e equipamento de iamento para um resgate
rpido, pois o material pode entrar rapidamente nas vias respiratrias.
3.7.5 RISCOS ERGONMICOS
Os riscos ergonmicos em espaos confinados se do devido s caractersticas espaciais dos
ambientes em que so desenvolvidas algumas tarefas, como no caso de digestores, caldeiras,
tanques de armazenagem que no proporcionam um posicionamento adequado aos
trabalhadores e so comuns em ambientes frigorficos.
A ergonomia pode ser definida como:
A ergonomia uma cincia interdisciplinar que estuda as adaptaes dosinstrumentos, condies e ambientes de trabalho, as capacidades psicofisiolgicas,antropomtricas e biomecnica, com o intuito de reduzir o cansao, acidentes detrabalho e custos operacionais. Os Distrbios Osteomusculares Relacionados aoTrabalho, podem ser definidos como uma sndrome clnica com caracterstica de dorcrnica que pode estar acompanhada ou no de alteraes objetivas, manifestando-se
principalmente no pescoo, cintura escapular, e membros superiores em decorrnciado trabalho. CARNEIRO (2008)
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38Aplicao de princpios de ergonomia: Mquinas e equipamentos adequados s
caractersticas humanas, mesas e instalaes ajustadas s pessoas, ferramentas que reduzam a
necessidade de esforo fsico. (CHIAVENATTO, 1999 p.375)
Segundo Arajo (2005) o biotipo de uma pessoa deve ser adequado aos acessos existentes no
espao confinado as pessoas podem ficar presas numa passagem estreita alm de estarem
expostas ao risco de queda devido presena de obstculos.
3.7.6 QUEDA DE OBJETOS
Sempre existir a possibilidade de queda de objetos em espaos confinados principalmente
quando o servio a ser executado estiver sendo por uma abertura no topo, geralmente ocorreno por ao do indivduo que est diretamente na atividade, mas por ao do vigia ou equipe
de apoio neste sentido importante que se faa uma limpeza do local e se tenha o mnimo
possvel de ferramentas e equipamentos perto da boca de entrada.
3.7.7 RISCOS QUMICOS
Os riscos qumicos so caracterizados pelos aerodispersides, poeiras, fumaas, fumos, gases
e vapores. Devido ao grande nmero de atividades que podem ser desenvolvidas em um
espao confinado e conseqentemente a variedade de agentes qumicos gerados uma anlise
detalhada antes do incio de qualquer atividade deve ser feita identificando o tipo de produto e
suas concentraes para que sejam tomadas as medidas necessrias de controle
Os riscos qumicos podem ser definidos como:
o perigo a que determinado indivduo est exposto ao manipular produtosqumicos que podem causar-lhe danos fsicos ou prejudicar-lhe a sade. Os danos
fsicos relacionados exposio qumica incluem desde irritao na pele e olhos,passando por queimaduras leves, indo at aqueles de maior severidade, causados porincndio ou exploso. Os danos sade podem advir de exposio de curta e oulonga durao, relacionadas ao contato de produtos qumicos txicos com a pele ecomo olhos, bem como a inalao de seus vapores, resultando em doenasrespiratrias crnicas, doenas do sistema nervoso, doenas nos rins e fgado, e atmesmo alguns tipos de cncer. (SOARES, 2005 p.21).
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393.7.8 QUEDAS
O risco de queda est presente na maioria dos espaos confinados por no serem locais
desenvolvidos para ocupao contnua e possurem meios de acesso limitados locais de difcil
acesso, no possuirem passarelas, escadas ou outros meios de manuteno da segurana.
Mesmo sob a tica de que os espaos confinados no possuem uma utilizao contnua, deve
se conhecer os diferentes meios de proteo que se devem utilizar, pois a utilizao de EPIs
no sobrepem a utilizao dos EPCs devendo estes ltimos sempre ser utilizados em
primeiro plano:
a) Protees coletivas aquelas que protegem simultaneamente mais de um empregadodo risco de queda em altura (andaimes, redes de segurana, linhas de vida, etc.);
b) Protees individuais aquelas que protegem cada um dos empregados de formaindividual (arns, cordas individuais de progresso, posio e ligao, capacetes de
proteo, calado de segurana, etc.).
As medidas de preveno para o risco de queda em altura devero efetuar-se seguindo as
seguintes linhas gerais de orientao conforme Lozano (2008)
a) Impedir a queda mediante a eliminao do risco na fase de projeto (caso seja possvel)ou ento eliminar os riscos mediante a concepo e a organizao do trabalho (em
caso de o que fazer de forma total dever impedir-se a queda mediante o emprego de
um mtodo de trabalho apropriado e de meios de proteo coletiva);
b) Limitar a possibilidade de queda, pois em caso de ser impossvel elimin-la, deverrecorrer-se instalao de protees coletivas (redes de segurana);
c) Eliminar ou reduzir as suas conseqncias, quando as condies de trabalho o permita,ou seja impossvel a utilizao de protees coletivas, devendo proteger-se osempregados envolvidos com Equipamentos de Proteo Individual.
Os espaos confinados podem ser escorregadios e escuros freqentemente so feitosde metal e representam um risco de eletricidade se algum cair ferido dentro de umespao confinado, pode gerar grandes problemas para conseguir ajuda, leses leves
podem se tornar srias. (ARAJO, 2005, p.266)
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40Nos espaos confinados assim como em todo ambiente industrial o risco de queda esta sempre
presente devido s caractersticas das edificaes e locais onde devem ser executados os
servios desta forma a FIGURA 6 exemplifica os riscos aos quais os trabalhadores esto
submetidos quando realizam trabalhos em altura.
FIGURA 6 riscos de queda e formas corretas de acesso (SADE E TRABALHO ONLINE, 2010)
3.7.9 RISCOS COMBINADOS
Os riscos combinados se do atravs da composio de dois ou mais riscos presentes em um
ambiente podendo causar um grave acidente. Como exemplo podemos utilizar o risco que de
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41queda em um espao confinado no qual tambm exista o risco de asfixia onde o risco pode ser
potencializado em funo de outro risco.
3.8 ESPAOS CONFINADOS NO AMBIENTE FRIGORFICO
A indstria de transformao faz a matria modificar-se em algum tipo de produto comercial
j a ponto de ser consumido ou usado. O crescimento dos ultimos anos no Brasil vem
tornando possivel que o pas tenha um dos maiores parques industriais da amrica latina.
Segundo o Ministrio da Agricultura atravs do Ministro Reinhold Stephanes em entrevista
para Revista PIB em 03/04/2010, espera-se que o segmento frigorfico no Brasil seja
responsvel por cerca de 44,5% do mercado internacional de carnes do mundo at 2020. Hoje
o Brasil representa 37,4% deste segmento do agronegcio, um cresciemento de ~19% do setor
em 10 anos. Sendo um segmento da economia que vem em crescente desenvolvimento e
consequentemente haver um nmero maior de pessoas envolvidas nas atividades
relacionadas a este tipo de agronegcio, podendo aumentar a frequncia em que os acidentes
acontecem nestas atividades.
Frigorfico a instalao industrial destinada ao abate, processamento e armazenamento de
produtos de origem animal, geralmente compreende os produtos resultantes de cortes,
produtos embutidos, termo processados carne cozida, produtos curados como copas esalames, extrato de carne, etc. Existe uma variedade muito grande de produtos provenientes
deste tipo de indstria que varia em relao ao tipo de animal abatido: aves, bovinos e sunos,
que so os mais comuns entre outros abatedouros com suas prprias caractersticas de
industrializao, alm dos preceitos religiosos e adequao aos requisitos fitossanitrios do
Servio de Inspeo Federal (SIF) responsvel pela fiscalizao dos abatedouros em relao
aos requisitos legais de industrilizao de carne no brasil e paises aos quais sero exportados
os produtos.
Como em qualquer setor da economia os espaos confinados esto presentes em todo tipo de
indstria, de forma que a variabilidade de processos que envolvem a indstria frigorfica
muito grande, tornando cada frigorfico em uma nica fonte de estudo, no sendo possivel,
portanto, se tomar como base uma nica planta industrial frigorfica, mesmo que a atividade
afim seja a mesma. Alm das caractersticas normais estudadas nos espaos confinados
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42verifica-se no estudo que em alguns casos, os riscos ambientais como o calor e o frio extremo,
podem tornar ainda mais dificil a execuo das tarefas.
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434 PROCEDIMENTOS METODOLGICOS
O trabalho foi desenvolvido em um parque industrial frigorfico que possui um frigorfico de
aves com capacidade de abate de 150.000 aves dia e um frigorfico de sunos com capacidadede abate de 600 sunos dia e produo de industrializados de mortadela, salsicha e lingia.
4.1 IDENTIFICAO E CLASSIFICAO DOS ESPAOS CONFINADOS
A identificao dos espaos confinados foi realizada atravs do levantamento de todos os
espaos existentes no parque industrial que possuam qualquer caracterstica de um espao
confinado e locais que poderiam desenvolver IPVS.
O mtodo utilizado foi a realizao de um Brainstorming com os tcnicos de segurana e
mecnicos de manuteno da unidade onde foram levantados todos os locais onde poderiam
ser caracterizados como espaos confinados. Depois de catalogados os possveis ambientes
foi verificada a possvel existncia de espao confinado e tambm a classificao dos mesmos
seguindo os parmetros a abaixo que responderiam a NR 33:
a) Quanto utilizao Projetado ou no para ocupao humana.b) Quanto ao acesso Meios limitados ou no de entrada e sada.c) Quanto existncia ou desenvolvimento de atmosfera IPVS Se a ventilao natural
suficiente ou no para remover, quanto existncia ou no de oxignio, quanto
possibilidade de exploso ou de atmosfera txica existente ou que possa existir.
Desta forma os espaos foram classificados em A, B e Cde acordo com o nmero de
confirmaes de riscos que os mesmos apresentaram. Conforme para os espaos tipo A trs
ou mais confirmaes, tipo B duas confirmaes e Tipo C uma ou nenhuma confirmao,como na classificao dos espaos por NIOSH 1987, aplicado na Tabela 3:
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44TABELA 3 Tabela para identificao e classificao dos espaos confinados.
ESPAO
CONFINADO
Noprojetado
para a
ocupaohumanacontnua?
Meioslimitados
para entradae sada?
Ventilaonatural
insuficientepara
remover?
Deficinciaou excesso deO2 existenteou que possa
existir?
Misturainflamvelou txica
existente ouque possaexistir?
CLASSIF.
XXXXXXXXXXXS/N S/N S/N S/N S/N
A, B ouC
Para execuo das atividades classificadas nas classes acima devero ser utilizados os
seguintes critrios conforme definies constantes em NIOSH 1987:
a) Classe A Sero tomados cuidados especiais como de: Resgate, Suporte deequipamentos e Superviso.
b) Classe B No representam riscos imediatos vida e sade, porm tem potencial paracausar leso ou doenas se medidas no foram tomadas.
c) Classe C O risco insignificante nenhuma prtica ou procedimento especial sertomada em relao a espaos confinados, porm isso no exime a utilizao de EPIS e
EPCS inerentes aos riscos de cada atividade.
4.2 ANLISE PRELIMINAR DE RISCO
Para a anlise preliminar de risco foi utilizado o mtodo de Brainstorming, sendo o mais
indicado para este tipo de avaliao, onde houve participao dos tcnicos de segurana do
trabalho e dos mecnicos de manuteno do frigorfico, para tornar a avaliao mais
abrangente possvel. Alm dos riscos internos dos espaos confinados foram avaliados
tambm os riscos de acesso dos mesmos.
Para uma avaliao especfica das necessidades do frigorfico foi elaborada a TABELA 4
constando todos dados necessrios para empresa e ao programa que foi criado a qual ser
utilizada alm da identificao para a anlise preliminar de riscos de cada espao confinado,
alm dos procedimentos de entrada tambm os EPIS e EPCS necessrios a cada espao
confinado.
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TABELA 4 Anlise preliminar de risco.
ESPAO CONFINADO XXXXXXXXXXXXXXXXXX
EC N XXCLASSE X
TIPO DE ENTRADA X
RISCOS MEDIDA DE CONTROLE EPI/EPC
XXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX XXXXXXXXXXX
Obs:XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX
4.3 EQUIPAMENTOS NECESSRIOS
Os equipamentos necessrios para cada espao confinado foram definidos conforme a
aplicao de cada um deles para acesso e trabalho, neste sentido avaliou-se as condies dos
locais a serem acessados e as condies as quais cada um deles seria utilizado conforme
descrito na APR (Anlise Preliminar de Risco).
Durante o Brainstorming efetuado com os tcnicos de segurana do trabalho e com os
mecnicos do frigorfico foram levantadas todas as atividades j executadas nos espaos
confinados com a finalidade de se definir quais os procedimentos a serem tomados em cada
espao confinado e a verificao dos equipamentos necessrios para cada atividade levando-
se em conta a existncia do equipamento na unidade e se este poderia ser utilizado, outros
fatores considerados foram o custo e o atendimento ao perigo existente.
4.4 ORAMENTO
O oramento foi elaborado com base em pesquisa de mercado com os trs principais
fornecedores do frigorfico, sendo apresentados no trabalho os valores mdios da pesquisa
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46preo de cada equipamento. No caso do bloqueio mecnico para o chiller, como um
equipamento customizado, foi desenvolvida uma trava no prprio frigorifico com o orado de
acordo com o valor do material mais o valor da hora dos mecnicos envolvidos. Tambm
foram orados os custos de treinamento para cada nvel hierrquico de responsabilidade no
trabalho em espaos confinados.
4.5 PROGRAMA DE ESPAOS CONFINADOS
Para o trabalho foi elaborado um programa especfico de Procedimentos para Entrada em
Espaos Confinados constante no APNDICE A, desenvolvido como base para os trabalhos
que sero executados no frigorfico nos espaos confinados e como procedimentos a serem
seguidos desta forma o procedimento composto por:
a) Objetivo Finalidade do programa;b) Abrangncia O que engloba;c) Aspecto Legal Embasamento legal;d) Definies Visa definir o que pode e o que no pode ser considerado como espao
confinado para a unidade estudada;
e) Forma de registro dos espaos confinados;f) Anlise Preliminar de Riscos;g) Regras Gerais O que permitido ou no fazer em um espao confinado;h) Avaliaes peridicas Forma com de que vem ser feitas as avaliaes ambientais e
periodicidade;
i) Bloqueio e Sinalizao de que forma deve ser feito o bloqueio e a sinalizao;j) Requisitos humanos qual o nvel de treinamento para cada atividade desempenhada
para os espaos confinados.
k) Responsabilidades Visa definir as reas de atuao dos terceiros e ambulatrio.
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47Fazem parte do programa tambm os seguintes anexos referente ao programa:
Anexo A Seqncia para entrada em espaos confinados; elaborado de forma a definir quais
os procedimentos de segurana devem ser seguidos para a entrada em um Espao Confinado,
alm dos procedimentos comuns utilizados pela APR. Em funo da instalao de uma
fbrica de raes no terreno da empresa foram includos alguns procedimentos a mais que se
necessita atualmente no programa de espaos confinados, pois a mesma ser composta por
tanques de combustvel, moegas e Silos desta forma quando a mesma entrar em operao no
ser necessrio se fazer grandes mudanas no programa. A seqencia para entrada em espaos
confinados compreende:
a) Formas de limpeza dos espaos confinados afim de que se tenha uma atmosferasegura; Isolamento fsico de forma que os trabalhadores tenham o mnimo de risco deacidente dentro dos espaos confinados;
b) Testes preliminares de entrada, quais os testes se deve fazer previamente a entrada emqualquer espao confinado;
c) Finalizao da entrada, em quais casos deve-se cancelar a entrada nos espaosconfinados, o que se deve fazer aps a sada e a validade da PET;
d) Iluminao, quais os cuidados se deve ter em relao iluminao dos espaosconfinados;
e) Ventilao, em que casos deve ser usada e como deve ser utilizada;f) Objetos proibidos, o que o trabalhador deve e/ou no deve levar para dentro do espao
confinado;
g) EPI, quais os parmetros os EPIS devem seguir e quais as utilizaes e em quaiscasos.
Anexo B Identificao dos espaos confinados; Tabela elaborada para identificao dos
espaos confinados para o caso especfico do frigorfico, contendo Nome do espao
confinado, N, Classe, Tipo de entrada, Riscos, Medidas de Controle e EPI/EPC que devem
ser utilizados.
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48Anexo C Formulrio para entrada em espaos confinados ou PET (Permisso para Entrada e
trabalho); Elaborada para o frigorfico com base na NR 33 Anexo II p.553 onde alm dos
itens constantes foram acrescidos mais alguns itens os quais a fim de englobar todos os riscos
existentes nos espaos confinados.
Anexo D Sinalizao do Espao confinado; Utilizada figura do ANEXO I da NR 33 p. 552
para identificao visual dos espaos confinados na fbrica.
Anexo E Avaliaes Peridicas; Planilha elaborada para monitoramento pelos vigias dos
espaos confinados das condies ambientais e qualidade do ar.
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495. RESULTADOS E DISCUSSO
5.1 IDENTIFICAO E CLASSIFICAO DOS ESPAOS CONFINADOS
Depois de identificados os espaos confinados atravs do Brainstorming os mesmos foram
dispostos na TABELA 5 para que os mesmos fossem classificados segundo as definies de
NIOSH (1987).
TABELA 5 Classificao dos espaos confinados do frigorfico.
ESPAOCONFINADO
Noprojetado
para aocupaohumana
contnua?
Meios
limitadospara entradae sada?
Ventilaonatural
insuficientepara
remover?
Deficinciaou excesso de
O2 existenteou que possa
existir?
Misturainflamvel
ou txicaexistente ouque possaexistir?
CLASSIF.
CAIXAS DE GUA 3PEQUENAS AVES
S S S S N A
CAIXA DE GUAPEQUENA SUNOS
S S S S N A
SUBESTAO
SUNOS
N N N N N C
CAIXA DE GUAGRANDE LATERALDA FBRICA
S S S S N A
CAIXA DE GUAGRANDE SUNOS
S S S S N A
CAIXA DE GUAGRANDE AVES
S S S S N A
FBRICA DE GELO S N N N N C
DEPSITO DE
GELO AVES
S N N N N C
RESERVATRIO DEGUA ETA
S S S S N A
BOILER AVES S S N N N BEVAPORADORCMARA DEESTOCAGEM
S N N N N C
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50TABELA 5 (Continuao) Classificao dos espaos confinados do frigorfico.
ESPAOCONFINADO
Noprojetado
para aocupaohumana
contnua?
Meios
limitadospara entradae sada?
Ventilaonatural
insuficientepara
remover?
Deficinciaou excesso de
O2 existenteou que possa
existir?
Misturainflamvel
ou txicaexistente ouque possaexistir?
CLASSIF.
TNEIS DECONGELAMENTOAVES
N N N N N C
TNEIS DECONGELAMENTOSUNOS
N N N N N C
FILTROS ETA S S S S N A
CMARA DERESFRIAMENTOEXPEDIO
N N N N N C
CALDEIRA S S S N S A
TANQUE DEESCALDAGEM ETA
N S S N N B
QUADRO DECOMANDOELTRICO AVES
S N N N N C
CHILLER S S N N N BDEPILADEIRA
SUNOS S S N N N BESTUFAINDUSTRIALIADOS
N N S N N C
TANQUE DEESCALDAGEMSUNOS
S S S N N A
DIGESTORESSUNOS
S S S S N A
FLOTADORESSUNOS
S S N N N B
PORO BALANA S S N N N B
FORRO AVES S N N N N CFORRO SUNOS S S N N N B
GERADOR N N N N S CCASA DEMQUINAS
N N N N N C
CUBA DE SANGRIAAVES
S S N N N B
CUBAINSENSIBILIZAO
S S N N N B
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51TABELA 5 (Continuao) Classificao dos espaos confinados do frigorfico.
ESPAO
CONFINADO
Noprojetado
para aocupaohumana
contnua?
Meioslimitados
para entradae sada?
Ventilaonatural
insuficiente
pararemover?
Deficinciaou excesso deO2 existente
ou que possaexistir?
Misturainflamvelou txica
existente ouque possaexistir?
CLASSIF.
CHILLER PS N S N N N C
CHILLER PESCOO N S N N N C
Conforme os parmetros citados anteriormente chegou-se a seguinte classificao para os
espaos confinados:
Espaos de Classe A: Caixas de gua 3 pequenas Aves, caixa de gua pequena sunos,
subestao sunos, caixa de gua grande lateral da fbrica, caixa de gua grande sunos, caixa
de gua grande aves, reservatrio de gua ETA, filtros ETA, caldeira, tanque de escaldagem
sunos e digestores sunos.
Espaos de Classe B: Boiler aves, tanque de escaldagem eta, chiller, depiladeira sunos,
flotadores sunos, poro balana, forro sunos, cuba de sangria aves, cuba insensibilizao,
chiller ps e chiller de pescoo.
Espaos de Classe C: Fbrica de gelo, depsito de gelo aves, evaporador cmara de
estocagem, tneis de congelamento aves, tneis de congelamento sunos, cmara de
resfriamento expedio, quadro de comando eltrico aves, estufa industrializados, forro aves,
gerador e Casa de mquinas.
Os espaos confinados foram classificados conforme o numero de afirmaes as perguntas
elaboradas de forma que os espaos classificados como do tipo A tiveram trs ou mais
afirmaes, no caso dos classificados como tipo B tiveram duas afirmaes e no caso dos
classificados como tipo C uma ou nenhuma afirmao.
Anterior a apresentao da tabela para classificao dos espaos confinados mesmo os
tcnicos de segurana que haviam feito o curso de supervisores de espao confinado, havia
duvidas sobre a o grau de perigo de cada um dos espaos confinados, visto que este assunto
no abordado nos cursos, que em sua maioria como descrito por eles no definem
tecnicamente ferramentas de avaliao dos espaos confinados.
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52Alguns locais que preliminarmente ao estudo como a Fbrica de gelo, depsito de gelo, estufa
do industrializados, os tneis de congelamento aves e os tneis de congelamento sunos, os
quais subentendiam serem muito perigosos como o espaos confinados foi verificado que os
mesmos no representavam riscos muito significativos e foram classificados como tipo C.
O contrrio tambm aconteceu com o Reservatrio de gua ETA e Filtros ETA os quais
aparentemente no representavam um grande perigo devido ao fato de os mesmos estarem ao
nvel do solo concluiu-se que os mesmos eram espaos confinados no tipo A sendo o grau
de risco muito elevado para este tipo de local.
Embora os espaos confinados do tipo C apresentem riscos pouco elevados isto no exime a
utilizao de EPIS e que se faa uma anlise preliminar de risco na execuo de qualquer
atividade pois embora o risco no exista inicialmente dependendo a atividade se a mesma no
foi prevista anteriormente qualquer espao confinado possui potencial para desenvolvimento
do perigo aumentando o risco de um acidente.
5.2 ANLISE PRELIMINAR DE RISCO
A seguir anlise preliminar de risco dos espaos confinados do Frigorfico constante nas
TABELAS de 6 a 24. Para a anlise utilizaremos somente os espaos classificados como do
tipo A e B por representarem os maiores riscos dentro do frigorfico e possuremnecessidade de emisso da Permisso de Entrada e Trabalho (PET).
A anlise preliminar de risco contm a identificao do espao confinado com o nome do
mesmo e o nmero que foi dado para a posterior identificao onde este nmero ser colocado
na placa de identificao do espao confinado. O tipo de entrada tambm foi identificado na
anlise preliminar de risco onde todos os espaos do tipo A possuem a necessidade de
superviso enquanto os de tipo possuem apenas restrio de entrada sendo necessria a
emisso da permisso de entrada e trabalho.
Os riscos da anlise preliminar foram levantados junto com os tcnicos de segurana atravs
do mtodo de Brainstorming onde foi verificado com os funcionrios da manuteno os
trabalhos que j foram executados nestes espaos confinados. No caso das caixas de gua o
perigo presente foi a intoxicao por cloro que ser utilizado para a limpeza das caixas de
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53gua a cada seis meses devido ao cronograma definido com Servio de Inspeo Federal
(SIF).
As medidas de controle foram elaboradas com base nos riscos encontrados em cada atividade
a ser realizada onde as entradas e o acesso aos espaos confinados foram simulados durante o
Brainstorming com base nos riscos encontrados.
Foram definidos os EPIS E EPCS a serem utilizados com base nos riscos e nas medidas de
controle alm dos equipamentos de avaliao ambiental que contam com o detector multigs.
Nas observaes constaram de forma sucinta o como deveria ser acessado cada espao
confinado, se deveria ser acessado pela parte superior ou pela lateral qual o tipo de
equipamento de proteo deveria ser utilizado a necessidade de permisso de entrada e
trabalho que foi definida para todos os espaos classificados como do tipo A e B e a
necessidade de vigia que foi definido apenas para os espaos do tipo A, que representam os
maiores perigos, no caso dos espaos do tipo B a entrada restrita e existe a necessidade de
elaborao de PET e uma nova elaborao da anlise preliminar de risco dependendo da
atividade a ser executada, caso a atividade nunca tenha sido executada e no exista na anlise.
O espao confinado Caixas
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