Cidade Ano
Ponta Grossa
2018
RAILSON RODRIGUES
SISTEMA SUPERVISÓRIO EM UMA PLANTA DE MONTAGEM AUTOMOBILISTICA
Ponta Grossa
2018
SISTEMA SUPERVISÓRIO EM UMA PLANTA DE MONTAGEM AUTOMOBILISTICA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Engenharia Elétrica.
Orientador: Carlos Junior
RAILSON RODRIGUES
RAILSON RODRIGUES
SISTEMA SUPERVISÓRIO EM UMA PLANTA DE MONTAGEM AUTOMOBILISTICA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Engenharia Elétrica.
BANCA EXAMINADORA
Prof. Luiz Henrique Domingues
Prof. Paulo Abdala
Prof. Thiago Mej
Ponta Grossa, 06 de Dezembro de 2018.
RODRIGUES, Railson. Sistema supervisório em uma planta de montagem automobilística. 2018. 22 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Elétrica) – UNOPAR, Ponta Grossa, 2018.
RESUMO
Os sistemas programáveis ou softwares são um dos meios que se pode obter maior produtividade e qualidade na linha de produção. Nesse sentido, existe o sistema supervisório também chamado de SCADA (Supervisory Control and Data Aquisition), o qual consiste em um conjunto de programas, geralmente ligados a uma rede de equipamentos eletrônicos, que estabelece estratégias de controle e supervisão através da emissão de informações referentes ao processo de produção. Em geral, o sistema supervisório permite o monitoramento e rastreamento de informações sobre um processo produtivo. No caso da indústria automobilística, ele pode ser utilizado como uma ferramenta diferencial a fim de obter maior produtividade. Desse modo, buscou-se responder o seguinte problema de pesquisa: De que modo o sistema supervisório pode contribuir para uma linha de produção de uma planta de montagem automobilística? Com isso, obteve-se como objetivo geral: analisar o funcionamento de um sistema supervisório na linha de produção de montagem automobilística. Quantos aos objetivos específicos: definir o processo de automação na indústria automotiva; apresentar o sistema supervisório no controle da planta industrial; descrever as vantagens de utilizar um sistema supervisório. Esta pesquisa teve como método a Revisão de Literatura. O sistema supervisório é um sistema que faz uso de software para monitoramento e controle de variáveis e dispositivos de um processo. Ele armazena dados do processo e fornece informações da automação industrial. O sistema supervisório pode ser utilizado em vários âmbitos, dentre eles, destaca-se a planta automobilística. Os dados que o sistema pode fornecer podem contribuir para diversos pontos de operação, além do controle inteligente, a fim de levar a planta ao ponto de operação desejado.
Palavras-chave: Sistema supervisório; Planta automobilística; Indústria automotiva.
RODRIGUES, Railson. Supervisory system in an automobile assembly plant.
2018. 22 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Engenharia Elétrica) – UNOPAR, Ponta Grossa, 2018.
ABSTRACT
The programmable systems or softwares are one of the means that can achieve greater productivity and quality in the production line. In this sense, there is the supervisory system also called SCADA (Supervisory Control and Data Acquisition), which consists of a set of programs, usually linked to a network of electronic equipment, which establishes control and supervision strategies through the issuance of information regarding to the production process. In general, the supervisory system allows the monitoring and tracking of information about a production process. In the case of the automobile industry, it can be used as a differential tool in order to achieve higher productivity. In this way, we tried to answer the following research problem: How can the supervisory system contribute to a production line of an automobile assembly plant? With this, it was obtained as general objective: to analyze the operation of a supervisory system in the line of production of automobile assembly. How many specific objectives: define the automation process in the automotive industry; present the supervisory system in the control of the industrial plant; describe the advantages of using a supervisory system. This research had as a method the Literature Review. The supervisory system is a system that makes use of software for monitoring and controlling the variables and devices of a process. It stores process data and provides industry automation information. The supervisory system can be used in several areas, among them, the automobile plant stands out. The data that the system can provide can contribute to several points of operation, in addition to intelligent control, in order to bring the plant to the desired point of operation. Key-words: Supervisory system; Automobile plant; Automotive industry.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES
Figura 1- Modelo Pirâmide de Automação ............................................................... 10
Figura 2- Exemplo de uma sala de controle com painéis HMI e MTU ...................... 12
Figura 3- Arquitetura de um sistema SCADA ........................................................... 17
Figura 4 - Exemplo de sinóptico automotivo ............................................................. 19
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8
2. CONTEXTUALIZAÇÃO DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL ................................ 10
3. SISTEMA SUPERVISÓRIO NA PLANTA AUTOMOBILÍSTICA ....................... 13
4. FUNCIONAMENTO DO SISTEMA SUPERVISÓRIO E SUAS VANTAGENS .. 17
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 21
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 22
8
1. INTRODUÇÃO
Devido à alta competitividade, as indústrias buscam melhoria da eficiência na
linha de produção aliada à redução de custos. Sendo assim, se faz necessária
aplicação de ferramentas para aumentar a disponibilidade de equipamentos. Para
evitar problemas em falha de máquinas e parada da linha de produção, a automação
industrial possibilita detectar as falhas, e, com efeito, otimizar as sequências de
operações.
Os sistemas programáveis ou softwares são um dos meios que se pode obter
maior produtividade e qualidade na linha de produção. Nesse sentido, existe o
sistema supervisório também chamado de SCADA (Supervisory Control and Data
Aquisition), o qual consiste em um conjunto de programas, geralmente ligados a uma
rede de equipamentos eletrônicos, que estabelece estratégias de controle e
supervisão através da emissão de informações referentes ao processo de produção.
O tema descrito é de extrema importância para o futuro da indústria, onde
cada vez se fala na indústria 4.0. Por se tratar da área de automação, ele é um
sistema que envolve outras especialidades da área da engenharia e devem ser
realizados estudos das áreas onde serão implementadas, pois pode ajudar na linha
de produção, visando monitoramento em tempo real de todo processo produtivo.
Em geral, o sistema supervisório permite o monitoramento e rastreamento de
informações sobre um processo produtivo. No caso da indústria automobilística, ele
pode ser utilizado como uma ferramenta diferencial a fim de obter maior
produtividade. Desse modo, buscou-se responder o seguinte problema de pesquisa:
De que modo o sistema supervisório pode contribuir para uma linha de produção de
uma planta de montagem automobilística?
Com isso, obteve-se como objetivo geral: analisar o funcionamento de um
sistema supervisório na linha de produção de montagem automobilística. Quantos
aos objetivos específicos: definir o processo de automação na indústria automotiva;
apresentar o sistema supervisório no controle da planta industrial; descrever as
vantagens de utilizar um sistema supervisório.
Esta pesquisa teve como método a Revisão de Literatura. Para coleta de
dados foram utilizados artigos, dissertações, teses através da pesquisa no Google. A
seleção de materiais ocorreu pela escolha de trabalhos que estavam relacionados
9
ao objeto de estudo aqui proposto, no período de 2000 até 2018. As palavras-
chaves para seleção dos estudos foram: montagem automobilística, controle da
planta industrial, sistema supervisório na linha de produção. Os principais autores
utilizados foram Azevedo (2011), Buissa (2005), Gil (2007), Paganotti (2014), entre
outros.
10
2. CONTEXTUALIZAÇÃO DA AUTOMAÇÃO INDUSTRIAL
A Automação Industrial envolve um conjunto de técnicas de controle e dos
sistemas fabris de produção, das quais é criado um sistema ativo, capaz de fornecer
a resposta adequada em função das informações que recebe do processo em que
está atuando (WEG, 2002). Baseia-se, fundamentalmente, na execução de tarefas
previamente planejadas e busca controlar sequências de operações sem necessitar
da intervenção do homem. Entre os dispositivos eletro-eletrônicos podem-se utilizar
computadores, supervisórios, controladores, etc.
A International Society of Automation (ISA) ou Sociedade Internacional de
Automação estabeleceu em cinco níveis hierárquicos a automação industrial. Em
2010 foi feita uma atualização desta subdivisão na ISA-95/2010 (SILVA, 2017).
Figura 1- Modelo Pirâmide de Automação
Fonte: Silva (2017)
Na pirâmide é apresentado os cinco níveis de automação, o nível 1 refere-se
aquele em que as máquinas estão vinculadas a produção e é composto pelos
sensores, transmissores, dispositivos, etc. O nível 2 consiste no controle de todos os
equipamentos da automação e abarcar os controladores lógicos programáveis
(CLP), os sistemas de controle distribuído (SDCD), unidades terminais remotas,
dispositivos eletrônicos inteligentes, etc. O nível 3 busca concentrar, controlar, alocar
recursos, também supervisionar e estabelecer pontos de operação dos
11
controladores do nível 1 e 2, neste nível é que estão os sistemas SCADA que
centralizam as informações em banco de dados e enviem para os níveis 4 e 5 que
são os administrativos. O nível 4 tem a finalidade de planejar e programar a planta
fabril, realizar o controle e a logística de suprimentos. Nesse nível está o Sistema de
Execução da Manufatura. Quanto ao nível 5 este consiste na administração e
gerenciamento de todos os recursos da organização (SILVA, 2017).
O controle automático de processos no sistema de automação integra
tecnologias diferentes, o que propicia o surgimento de funções como o
monitoramento, alarme, intertravamento, comparação de variáveis, operação lógica,
armazenamento em memória, entre outros. Do ponto de vista de supervisão e do
controle de processos, as principais transformações denotam a necessidade de
fazer uso de sistemas integrados, denominados de sistemas SCADA (Supervisory
Control and Data Acquisition), que relacionam todos os níveis de automação,
disponibilizando as principais informações da planta industrial num ambiente
chamado de supervisório (RIBEIRO, 2013).
Na automação, a utilização dos sistemas supervisórios permite a
comunicação rápida e confiável entre equipamentos e o uso de mecanismos
padronizados, que são fatores indispensáveis no conceito de produtividade
industrial. O seu uso tem por objetivo permitir que a maior quantidade de dispositivos
possam estar interligados, compartilhando recursos, deixando dados dos sistemas
disponíveis para o ambiente industrial, oferecendo rapidez, confiabilidade e redução
de custo para a empresa (COGHI, 2003).
Existem, atualmente, vários tipos de sistemas automatizados que visam maior
produtividade, controle e qualidade. Nesse cenário, a automação tornou-se uma
ferramenta indispensável para as empresas, incluindo as empresas do setor
automotivo (COGHI, 2003).
Assim, diante a disseminação da tecnologia de informação nos últimos 20
anos, o modo de operar nas indústrias foi se modificando. Busca-se continuamente
a melhoria do processo quanto à qualidade do produto, a velocidade de produção,
mas também se visa à redução de perdas da produção. Diante disso, são utilizadas
técnicas que auxiliam na gestão da produção, como por exemplo, sistemas de
automação que usam a computação e a comunicação para automatizar, monitorar e
controlar os processos industriais. Dentre estes sistemas de automação, destacam-
12
se os sistemas supervisórios, também denominados de SCADA (Supervisory Control
and Data Aquisition) (SILVA; SALVADOR, 2005).
Os sistemas supervisórios relacionam todos os níveis de automação,
disponibilizam as principais informações da planta industrial num ambiente chamado
de supervisório.
Figura 2- Exemplo de uma sala de controle com painéis HMI e MTU
Fonte: Costa (2016)
O sistema SCADA é um sistema de controle constituído por um pacote de
software instalado em uma estação principal MTU (Master Terminal Unit) reservado
ao controlo local de processos distribuídos por meio da aquisição de dados oriundos
dos controladores locais RTU (Remote Terminal Unit), fazendo a execução do
processamento dos dados, compilando históricos, gerando alarmes, criando bases
de dados e estatísticas, e assim, efetuando um controlo de alto nível de uma rede de
automação por comandos automáticos (scripts) ou manuais através de um painel
sinótico de comandos e informações chamado de HMI (ARRUDA; PEREIRA, 2012).
13
3. SISTEMA SUPERVISÓRIO NA PLANTA AUTOMOBILÍSTICA
A contextualização histórica da indústria automotiva mundial é configurada
pelas formas de fabricação e produção dos automóveis associadas aos modelos de
gestão do trabalho. Desse modo, a sua evolução está relacionada com o surgimento
da ciência da Administração, onde Frederic W. Taylor e Henri Fayol iniciaram esses
estudos (GIL, 2007).
Foi então a partir do século XX, com o advento da Revolução Industrial que
se criou uma nova realidade para as organizações, principalmente no que se refere
ao aumento de fábricas e de mão de obra especializada por parte dos operários.
Consequentemente, tal cenário exigiu métodos totalmente novos de administração,
o que acarretou no surgimento da Escola de Administração Clássica ou Científica,
tendo como um de seus principais expoentes Frederick Taylor (1856- 1915) nos
Estados Unidos e Henri Fayol (1841-1925), na França. O princípio básico dessa
Escola era o de maximizar a produtividade por meio de baixos custos de produção
(GIL, 2007).
O que se pode notar é que a Teoria Clássica focalizava na produtividade das
tarefas realizadas pelos trabalhadores. Partindo disso que Taylor desenvolveu um
sistema de administração, o qual tinha como fundamento à racionalização do
trabalho, mais especificamente na simplificação dos movimentos requeridos para a
execução das tarefas, objetivando a redução do tempo consumido (GIL, 2007). Esse
modelo tem como principais características: seguir pressupostos tayloristas
(produtividade), ser responsável por trâmites burocráticos e transações processuais,
ter foco na tarefa, custos e nos resultados produtivos.
No contexto da produção automobilística, Henry Ford, no início do século XX,
acrescenta novas concepções ao Taylorismo, desenvolvendo o Fordismo. A
produção em massa que Henry Ford desenvolveu e a complexidade dos materiais
que eram produzidos foram algumas das causas da necessidade de se ter uma
programação da linha da produção. Ressalta-se, portanto, que Henry Ford inseriu
um novo conceito no processo de trabalho com respaldo em um ritmo de produção
veloz e sem flexibilidade, caracterizadas pela alta repetitividade de tarefas nas linhas
de produção (FRAINER, 2010).
14
Na década de 80, um novo contexto exigiu nova tecnologia de gestão da
produção, o que acarretou no surgimento e expansão do modelo japonês
(Toyotismo). De modo geral, outros modelos foram se desenvolvendo e se
estabelecendo na indústria, com vistas a melhorar a produção aliada a qualidade do
produto (FRAINER, 2010).
De acordo com Paganotti (2014), a indústria automobilística tem sido
considerada uma das mais instigantes cadeias produtivas desde o seu advento. A
indústria automobilística desenvolveu uma otimização produtiva que gerou modelos
de referência no que diz respeito a linha de montagem, introdução de práticas de
qualidade e da recente manufatura enxuta, verticalização do processo produtivo e
“desverticalização”, o que impulsionou as indústrias a buscarem inovações nos
processos e produtos.
A indústria automotiva, mais especificamente a que está relacionada pela
manufatura dos veículos, é composta por múltiplos sistemas e processos. Os
processos presentes em uma indústria automotiva podem ser divididos em duas
plantas fabris: a primeira responsável pela fabricação e montagem do sistema
completo de Powertrain, enquanto a segunda é a planta de Assembly, responsável
pela construção da estrutura do veículo, assim como pela pintura e montagem final
do veículo (SILVA, 2017).
No Brasil, existe uma diversidade de linhas de montagem automobilística,
segundo Buissa (2005) a maioria das indústrias adota linhas de produção “multi-
modelos” com uma grande faixa de modelos. No entanto, esta variedade de modelos
pode acarretar em um impacto nos custos de mão-de-obra direta e nos custos
indiretos em uma montadora.
Desse modo, é recorrente o uso de sistemas de computação e de
comunicação, os quais possibilitam um maior controle da planta industrial, a fim de
facilitar o acesso aos dados, permite também um melhor controle do processo
produtivo, possibilitando a fácil detecção de falhas no sistema de abastecimento e
tornando o processo mais simples e confiável (BUISSA, 2005).
Mediante a necessidade de facilitar o acesso aos dados, surgiram sistemas
de controle, os quais trabalham de maneira remota. Assim, tem-se o sistema
supervisório ou SCADA (Supervisory Control And Data Acquisition), que se
15
caracteriza por ser um sistema de controle e monitoramento de plantas,
equipamentos e processos industriais (SILVA, 2017).
Os primeiros sistemas supervisórios eram telemétricos e começaram a ser
utilizados nas últimas décadas do século 20, onde o contexto computacional e
tecnológico ainda era limitado e pouco acessível. Este sistema, basicamente,
permitia informar de modo periódico o estado corrente do processo industrial, eram
somente utilizados para funções de monitoração de processos. Todavia, com o
passar dos anos, os computadores tornaram-se cada vez mais potentes para
atender à crescente demanda mundial. Na década de 90 já havia muitos fabricantes
de sistemas supervisórios disputando seu espaço em meio ao crescente mercado
industrial, então tais sistemas incorporam funções de controle do processo (PAIOLA;
VIEIRA, 2009).
No século XXI, os sistemas de automação industrial utilizam de vários
programas supervisórios desenvolvidos por inúmeras empresas de tecnologia com
protocolos de comunicação e drivers de aquisição de dados, que são desenvolvidos
em especial para CLP’s (Controladores Lógico Programáveis). O funcionamento de
um sistema supervisório é feito basicamente pela comunicação com um CLP por
meio de uma interface de comunicação ou drivers de comunicação (AZEVEDO;
AZEVEDO, 2011).
A partir daí, o núcleo principal fica responsável pela disseminação e
coordenação das informações para os demais sistemas integrados, estabelecendo a
forma como os dados são ordenados na memória do CLP. Estas interfaces devem
ler e escrever na memória de um CLP, executando o protocolo particular daquele
equipamento. As informações que chegam ao sistema são mostrados na forma de
gráficos, animações, relatórios, facilitando ao operador do sistema o
acompanhamento das operações (AZEVEDO; AZEVEDO, 2011).
Pode-se então afirmar que os sistemas SCADA são softwares que propiciam
o monitoramento de informações e variáveis de um processo produtivo, as
informações podem ser obtidas através de equipamentos de aquisição de dados e,
posteriormente, podem ser manipuladas, analisadas, armazenadas e, em seguida,
apresentadas ao usuário através de uma interface, condicionando a supervisão e o
controle de uma planta automatizada, podendo apontar alarmes e indicar ações a
16
serem tomadas, ou ainda, interferir no processo por medida de segurança (PAIOLA;
VIEIRA, 2009).
Em suma, a evolução tecnológica dos sistemas supervisórios trouxe inúmeros
benefícios para indústrias de grande porte, incluindo a indústria automobilística,
trazendo mais eficiência e qualidade na operação das plantas modernas. Ressalta-
se que no século XXI existem disponíveis no mercado ferramentas que utilizam o
conceito de supervisórios inteligentes, os quais fazem uso de técnicas como lógica
nebulosa, mineração de dados e outros, com vistas de tentar prever
comportamentos do sistema ou descobrir novos padrões (PAIOLA; VIEIRA, 2009).
17
4. FUNCIONAMENTO DO SISTEMA SUPERVISÓRIO E SUAS VANTAGENS
Um sistema de supervisão divide-se basicamente em três características
principais: aquisição de dados, que recolhe o estado e valores dos equipamentos de
campo e a compilação da informação em um equipamento central; o processamento
de dados, a partir da criação de históricos, alarmes, bases de dados e
processamento automático por estruturas pré-programadas (scripts) e
disponibilização de dados para níveis superiores; interface humano-máquina, que
disponibiliza informação do sistema para um operador por meio de painéis sinóticos,
o que permite executar comandos manuais e definir pontos de funcionamento
(setpoints) para operação dos processos na rede (SOUZA, 2005).
Operacionalmente, um sistema SCADA utiliza um equipamento central que
viabiliza a supervisão e gestão total do sistema e um ou mais controladores locais
(RTU’s), o controlo do processo é realizado localmente e a supervisão centralmente
(COSTA, 2016).
Figura 3- Arquitetura de um sistema SCADA
Fonte: Costa (2016)
18
A comunicação entre a MTU e as RTU’s ocorre por meio de uma rede de
comunicações que usa um cabo como meio físico de transmissão ou através de uma
rede local Ethernet para instalações de média dimensão. Para instalações de
dimensões maiores ou de difícil acesso podem-se usar ondas rádio UHF/VHF,
micro-ondas, wireless, GSM (Global System for Mobile Communications), etc.
(COSTA, 2016).
Quanto a aquisição de dados de um sistema SCADA, este começa pelos
dispositivos de campo (sensores e atuadores) que enviam e recebem sinais do seu
controlador de processo (PLC-RTU) ou para um transmissor (RTU), a RTU envia os
dados para a MTU através de uma rede de comunicação, rede industrial ou
comercial. Os dados provenientes das RTU podem chegar à MTU em um protocolo
definido para a rede utilizada (COSTA, 2016).
O uso do sistema SCADA na planta automobilística envolve vários elementos,
dentre eles, pode-se citar: pneumáticos, hidráulicos, eletrônicos e de software, entre
outros. Para aplicação do sistema SCADA, o autor Silva (2017) enfatiza a
importância de especificar cada um desses elementos, delimitando seu
funcionamento e suas limitações, a fim de obter um projeto automatizado que
funcione de maneira eficaz e assegure o fornecimento de dados confiáveis.
Através do uso de plataformas, é possível mapear o componente gráfico e de
configuração do sistema do software para simulação da linha de produção da planta
automobilística, além de monitorar os processos realizados, assim como comunicar
a simulação com o resto do sistema (SILVA, 2017).
Silva (2017) elucida que o projeto e implementação de um sistema de controle
e monitoramento SCADA da linha de produção deve primeiramente configurar a
comunicação entre o CLP utilizado e o software SCADA escolhido, então
desenvolver o software de maneira a atender todos os requisitos propostos, elaborar
sinóticos com animações e botões de comando, além de sistema de alarmes e
relatórios.
Uma das aplicações que o sistema SCADA permite é o visualizador de
sinópticos, que refere-se a uma representação diagramática animada e interativa em
tempo-real, na maioria das vezes, formada por gráficos 2D vectoriais
disponibilizados por linguagens como o SVG ou WPF, de um processo controlado
através de um operador (ARRUDA; PEREIRA, 2012).
19
Figura 4- Exemplo de sinóptico automotivo
Fonte: Silva (2013)
Desse modo, o sistema SCADA aumenta a eficiência e velocidade de
processos, além da facilitar a identificação de falhas, o que mostra o benefício de
sua funcionalidade, em especial, para monitoramento e controle eficientes da linha
de produção (SILVA, 2013).
Em uma planta automobilística, os sistemas supervisórios podem fornecer
dados que podem ser visualizados e controlados na automação industrial, como por
exemplo: a temperatura; pressão; umidade; nível; peso; vazão; tensão; corrente,
entre outros (BARROS, 2012).
Os sistemas de controle computadorizados monitoram, controlam e realizam
diagnósticos sobre processos de larga escala, gerando um número de variáveis,
fazendo com que operadores encontrem dificuldades para efetivamente monitorar
esses dados, analisar o estado atual, detectar e diagnosticar anomalias e realizar
ações apropriadas de controle. Para evitar estes transtornos, surgiram os sistemas
inteligentes que incorpora uma variedade de técnica, que integram diferentes
abordagens a fim de melhorar o desempenho da planta, reduzir custos de operação,
facilitar o trabalho do operador em tarefas intensivas, e permitir ao operador estar
20
mais informado e realizar melhores decisões para tornar a planta mais segura
(BARROS, 2012).
21
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para alcançar o objetivo proposto, primeiramente, contextualizou-se o
surgimento da automação industrial, depois se discorreu sobre o sistema
supervisório na planta automobilística, e então, foi descrito sobre o funcionamento
do sistema supervisório e suas vantagens.
Com isso, foi possível verificar que o sistema supervisório é um sistema que
faz uso de software para monitoramento e controle de variáveis e dispositivos de um
processo. Ele armazena dados do processo e fornece informações da automação
industrial. A utilização dos sistemas supervisórios permite a comunicação rápida e
confiável entre equipamentos e o uso de mecanismos padronizados, que são fatores
indispensáveis no conceito de produtividade industrial.
O sistema supervisório pode ser utilizado em vários âmbitos, dentre eles,
destaca-se a planta automobilística. Os dados que o sistema fornece podem
contribuir para diversos pontos de operação, além do controle inteligente, tendo
como principal finalidade levar a planta ao ponto de operação desejado.
22
REFERÊNCIAS
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DF, 2017.
23
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