revisão do plano diretor municipal de fafe
divisão de planeamento e gestão urbanística
mar' 2015
RELATÓRIO DE DIAGNÓSTICO E DE CARACTERIZAÇÃO
SOCIOECONÓMICA
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 2/137
ÍNDICE
ÍNDICE GERAL .................................................................................................................................................2
ÍNDICE DE GRÁFICOS................................................................................................................................. 4
ÍNDICE DE TABELAS ..........................................................................................................................................6
ÍNDICE DE MAPAS .................................................................................................................................... 9
I. ENQUADRAMENTO .....................................................................................................................................11
II. CARATERIZAÇÃO SÓCIO - ECONÓMICA .................................................................................................. 15
II.1 DEMOGRAFIA .........................................................................................................................................15
EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE ...................................................................................................... 15
COMPORTAMENTO DE INDICADORES DEMOGRÁFICOS ................................................................................... 37
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA POPULAÇÃO ....................................................................................................42
ESTRUTURA ETÁRIA DA POPULAÇÃO RESIDENTE ...............................................................................................50
NÍVEL DE INSTRUÇÃO ....................................................................................................................................58
PROJEÇÕES DEMOGRÁFICAS ...........................................................................................................................68
II.2. ATIVIDADES ECONÓMICAS .......................................................................................................................74
TECIDO EMPRESARIAL ............................................................................................................................. 74
CARATERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO SEGUNDO A ATIVIDADE ECONÓMICA ............................................................... 77
TAXA DE ATIVIDADE.............................................................................................................................. 81
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POPULAÇÃO RESIDENTE SEGUNDO OS SECTORES DE ATIVIDADE ...................................................................... 85
POPULAÇÃO RESIDENTE SEGUNDO A ESTRUTURA PROFISSIONAL .........................................................................90
POPULAÇÃO DESEMPREGADA .........................................................................................................................92
II.3. PARQUE HABITACIONAL ..........................................................................................................................98
II.4. ESTRUTURA FUNDIÁRIA .................................................................................................................. 115
III. CONCLUSÕES GERAIS ..............................................................................................................................132
IV. BIBLIOGRAFIA ................................................................................................................................. 135
V. ANEXOS .................................................................................................................................................136
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ÍNDICE DE GRÁFICOS
1. Evolução da população residente entre 1991 e 2011 por NUTS III e concelho de Fafe...............17
2. Evolução da população residente entre 1981 e 2011 no concelho de Fafe................................17
3. Evolução da população residente e famílias residentes (N.º) no concelho de Fafe (1991-2011)29
4. Taxa de crescimento natural (%) no concelho de Fafe (1992-2011)............................................37
5. Número de nados-vivos e óbitos ocorridos entre 1996 e 2011 no concelho de Fafe..................39
6. Taxa bruta de natalidade e mortalidade no concelho de Fafe entre 1992 e 2010 ......................39
7. Taxa de crescimento migratório do concelho de Fafe entre 1992 e 2010...................................41
8. Evolução da densidade populacional entre 1991 e 2011 ............................................................44
9. Pirâmide etária do concelho de Fafe em 1970 ............................................................................50
10. Pirâmide etária do concelho de Fafe em 1981 ............................................................................51
11. Pirâmide etária do concelho de Fafe em 1991 ............................................................................52
12. Pirâmide etária do concelho de Fafe em 2001 ............................................................................53
13. Pirâmide etária do concelho de Fafe em 2010 ............................................................................54
14. Evolução do Índice de envelhecimento entre 1991 e 2011 .........................................................55
15. Evolução do Índice de dependência total entre 1991 e 2011......................................................56
16. Evolução do Índice de dependência de idosos entre 1991 e 2011 ..............................................56
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17. Evolução do Índice de dependência de jovens entre 1991 e 2010..............................................57
18. Evolução da Taxa de Analfabetismo entre 1991 e 2001 ..............................................................58
19. Taxa de analfabetismo do verificada concelho de Fafe entre 1991 e 2001.................................59
20. População residente segundo o nível de instrução atingido em 2001 e 2011.............................63
21. Taxas de escolarização verificadas no concelho de Fafe entre o ano letivo de 2004/2005 e
2009/2010....................................................................................................................................67
22. Empresas da indústria transformadora em 2009.........................................................................76
23. População residente, com 15 ou mais anos, sem atividade económica ,segundo a condição
perante o trabalho, em 2001 e 2011 ...........................................................................................79
24. População residente, com 15 ou mais anos, segundo o principal meio de vida, em 2001 e 2011
.....................................................................................................................................................80
25. Evolução da taxa de atividade no concelho de Fafe entre 1991 e 2011......................................81
26. População empregada, por sector de atividade, em 2001 e 2011, no concelho da Fafe ............85
27. Principais grupos sócioeconómicos existentes no concelho de Fafe em 2001 e 2011 ................90
28. Desemprego registado no concelho de Fafe, segundo o sexo, entre 2001 e 2012 .....................94
29. Desemprego registado no concelho de Fafe, segundo a situação face à procura de emprego ,
entre 2001 e 2012 ........................................................................................................................95
30. Desemprego registado no concelho de Fafe, segundo o grupo etário, entre 2001 e 2012.........96
31. Desemprego registado no concelho de Fafe, segundo o nível de escolaridade, entre 2001 e 2012
.....................................................................................................................................................97
32. Número de alojamentos familiares e edifícios no concelho de Fafe (1991-2011).......................98
33. Condições de habitabilidade dos alojamentos, nomeadamente acesso a infraestruturas básicas
.....................................................................................................................................................103
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 6/137
34. Edifícios construídos (%), por data de construção, no concelho de Fafe.....................................111
35. Evolução do número de edifícios concluídos, segundo o tipo de obra, no concelho de Fafe, entre
2001 e 2011..................................................................................................................................113
36. Distribuição das explorações agrícolas, por tipo de superfície, no concelho de Fafe, em 1999..
.....................................................................................................................................................119
37. Distribuição das explorações agrícolas, por tipo de superfície, no concelho de Fafe, em 2009
.....................................................................................................................................................120
38. Superfície agrícola utilizada (%) por classe de dimensão, no concelho de Fafe, em 1999 e 2009
.....................................................................................................................................................122
39. Explorações agrícolas com culturas temporárias, no concelho de Fafe, em 2009......................125
40. Explorações agrícolas com culturas permanentes, no concelho de Fafe, em 2009....................126
41. Orientação técnico-económica das explorações agrícolas do concelho de Fafe, 1999 ...............127
42. Número de animais existentes em 1999 e 2009..........................................................................128
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 7/137
ÍNDICE DE TABELAS
1. Superfície (km ²) das freguesias do concelho de Fafe ........................................................................ 13
2. População residente e variação da população residente entre 1981 e 2011 .................................... 16
3. População residente e variação da população residente, por freguesia, entre 1981 e 2011 ............ 18
4. Movimento da população do concelho de Fafe entre 1992 e 2011 .................................................. 38
5. Total de óbitos com menos de 1 ano ocorridos entre 1996 e 2011 .................................................. 40
6. Número de habitantes segundo a dimensão dos lugares em 2001 ................................................... 42
7. Número de habitantes segundo a dimensão dos lugares, por freguesia, em 2001........................... 43
8. Densidade populacional em 1991, 2001 e 2011 ................................................................................ 44
9. Nível de ensino atingido pela população residente em 2001 e 2011 ................................................ 61
10. Indicadores de ensino ........................................................................................................................ 66
11. Cenários de evolução da população residente, 2010-2050 ............................................................... 69
12. Projeções da população residente no cenário baixo.......................................................................... 70
13. Projeções da população residente no cenário base........................................................................... 71
14. Projeções da população residente no cenário elevado ..................................................................... 72
15. Número de empresas e pessoal ao serviço das empresas, por CAE, em 2001 e 2009 ...................... 74
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16. População residente, com 15 ou mais anos, segundo a condição perante a atividade económica, em
2001 e 2011........................................................................................................................................ 77
17. População residente, com 15 ou mais anos, sem atividade económica, em 2001 e 2011 ................ 78
18. População residente, por grupo socioeconómico, em 2001 e 2011 ................................................. 91
19. Taxa de desemprego, segundo o sexo, em 1991,2001 e 2011 .......................................................... 93
20. Principais indicadores agrícolas do concelho de Fafe, 1999 - 2009 ................................................... 117
21. Natureza jurídica das explorações agrícolas e forma de exploração da SAU, 1999 - 2009................ 123
22. Formas de ocupação da SAU, 1999 - 2009......................................................................................... 124
23. Mecanização das explorações agrícolas, 1999 - 2009........................................................................ 129
24. Caraterização dos produtores agrícolas, 1999 - 2009........................................................................ 130
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 9/137
ÍNDICE DE MAPAS
1. Mapa de enquadramento geográfico do concelho de Fafe ........................................................ 12
2. Área das freguesias que constituem o concelho de Fafe............................................................ 14
3. População Residente por freguesia em 1981.............................................................................. 20
4. População Residente por freguesia em 1991.............................................................................. 21
5. Variação da População Residente por freguesia entre 1981 e 1991 .......................................... 22
6. População Residente por freguesia em 2001.............................................................................. 23
7. Variação da População Residente por freguesia entre 1991 e 2001 .......................................... 25
8. População Residente por freguesia em 2011.............................................................................. 27
9. Variação da População Residente por freguesia entre 2001 e 2011 .......................................... 28
10. Famílias residentes por freguesia em 1991 ................................................................................ 30
11. Famílias residentes por freguesia em 2001 ................................................................................ 31
12. Famílias residentes por freguesia em 2011 ................................................................................ 32
13. Variação das famílias residentes por freguesia entre 1991 e 2001 ............................................ 34
14. Variação das famílias residentes por freguesia entre 2001 e 2011 ............................................ 35
15. Densidade populacional por freguesia em 1991......................................................................... 46
16. Densidade populacional por freguesia em 2001......................................................................... 47
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 10/137
17. Densidade populacional por freguesia em 2011......................................................................... 49
18. Evolução da taxa de analfabetismo, por freguesia, em 1991,2001 e 2011 ................................ 60
19. Nível de ensino atingido em 2001, por freguesia ....................................................................... 64
20. Nível de ensino atingido em 2011, por freguesia ....................................................................... 65
21. Taxa de atividade por freguesia em 2001 ................................................................................... 82
22. Taxa de atividade por freguesia em 2011 ................................................................................... 84
23. População empregada por sector de atividade em 2001 ........................................................... 87
24. População empregada por sector de atividade em 2011 ........................................................... 89
25. Taxa de desemprego por freguesia em 2001 e 2011 .................................................................. 92
26. Total alojamentos existentes em 2001, por freguesia ................................................................ 100
27. Total alojamentos existentes em 2011, por freguesia ................................................................ 102
28. Rede de abastecimento de água do concelho de Fafe ............................................................... 105
29. Rede de drenagem de águas residuais do concelho de Fafe ...................................................... 107
30. Total de edifícios por freguesia em 2001 ................................................................................... 109
31. Total de edifícios por freguesia em 2011.................................................................................... 110
32. Idade média dos edifícios por freguesia em 2001 ...................................................................... 112
33. Grandes usos da superfície total das explorações agrícolas, 1999 ............................................. 118
34. Número de explorações agrícolas existentes no concelho de Fafe em 1999 e 2009 ................. 121
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 11/137
I. ENQUADRAMENTO
Com a análise da evolução demográfica e caraterização sócio-económica do concelho pretende-se
compreender as tendências de desenvolvimento do território, com intuito de delimitar e definir as
medidas e ações estratégicas a estabelecer no âmbito do processo de revisão do PDM, ou seja, procura-se
detalhar o perfil da população atual e delinear tendências que ajudem a perspetivar o desenvolvimento
concelhio.
Recorreu-se, para a elaboração deste estudo, aos dados estatísticos do Instituto Nacional de Estatística -
INE – (Censos 1981, 1991, 2001 e 2011 (Resultados Definitivos), Estimativas da População Residente e
Anuários Estatísticos. Sempre que possível procedeu-se à análise de alguns indicadores por freguesia, com
vista a enquadrar a estrutura e tendência de ocupação da população nas diversas freguesias do concelho.
O concelho de Fafe localiza-se na Região Norte (NUTS II) na sub-região do Ave (NUTSIII), mais
precisamente no distrito de Braga e é delimitado a norte pelos municípios de Vieira do Minho e Póvoa de
Lanhoso, a sul por Felgueiras, a este pelos municípios de Cabeceiras e Celorico de Basto e a oeste pelo
concelho de Guimarães.
Com a reorganização administrativa e de acordo com a Cartografia Administrativa Oficial de Portugal
(CAOP) 2013, Fafe passou a ter apenas 25 freguesias : Armil, Arões (Santa Cristina), Arões (S. Romão),
Estorãos, Fafe, Fornelos, Golães, Medelo, Passos, Quinchães, Regadas, Revelhe, Ribeiros, São Gens,
Silvares S. Martinho, Travassós, União de freguesias de Aboim, Felgueiras, Gontim e Pedraído, União de
freguesias de Agrela e Serafão, União de freguesias de Antime e Silvares S. Clemente, União de freguesias
de Ardegão, Arnozela e Seidões, União de freguesias de Cepães e Fareja, União de freguesias de Freitas e
Vila Cova, União de freguesias de Monte e Queimadela, União de freguesias de Moreira de Rei e Várzea
Cova, e Vinhós.
Todavia, e porque os dados demográficos oficiais referentes ao censos e às estatísticas demográficas, se
encontrarem com a anterior delimitação administrativa, o estudo que a seguir se apresenta, tem por base
a CAOP 2012_1, onde estão representadas as 36 freguesias que constituíam o concelho de Fafe.
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Fafe, em 2012, assentava numa base territorial de cerca de 219,1 Km², divididos administrativamente por
36 freguesias: Aboim, Agrela, Antime, Ardegão, Armil, Arnozela, Arões (Santa Cristina), Arões (S. Romão),
Cepães, Estorãos, Fafe, Fareja, Felgueiras, Fornelos, Freitas, Golães, Gontim, Medelo, Monte, Moreira de
Rei, Passos, Pedraído, Queimadela, Quinchães, Regadas, Revelhe, Ribeiros, São Gens, Seidões, Serafão,
Silvares S. Clemente, Silvares S. Martinho, Travassós, Várzea Cova, Vila Cova e Vinhós.
Tabela 1. Superfície (km ²) das freguesias do concelho de Fafe
Concelho de Fafe - 219,1 Km²
Aboim 11,48 Passos 4,1
Agrela 1,43 Pedraído 5,18
Antime 3,12 Queimadela 10,27
Ardegão 2,2 Quinchães 10,61
Armil 4,65 Regadas 5,9
Arnozela 3,62 Revelhe 4,91
Cepães 4,17 Ribeiros 4,96
Estorãos 5,9 Arões (Santa Cristina) 3,95
Fafe 7,97 Silvares (São Clemente) 2,45
Fareja 3,22 São Gens 14,8
Felgueiras 5,77 Silvares (São Martinho) 6,29
Fornelos 2,45 Arões (São Romão) 5,72
Freitas 6,61 Seidões 3,96
Golães 4,7 Serafão 7,77
Gontim 3,26 Travassós 8,14
Medelo 2,52 Várzea Cova 11,96
Monte 10,1 Vila Cova 4,87
Moreira do Rei 17,25 Vinhós 2,88
Fonte: Superfície (Km ²) do território nacional por localização geográfica, Instituto Geográfico Português, CAOP 2012_
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 15/137
II. CARATERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA
II.1 DEMOGRAFIA
O termo demografia foi criado em 1855 para designar a ciência que trata das condições, movimento e
progresso das populações.
A palavra tem hoje significado muito mais amplo, de ciência das populações humanas.
O estudo da demografia é fundamental porque a população é elemento político essencial na medida em
que não pode existir um país despovoado, a população dá cunho específico à configuração de uma
sociedade conforme seja mais jovem ou mais idosa, crescente ou decrescente, predominantemente rural
ou urbana, mais rica ou mais pobre, formada por uma ou várias etnias e, consequentemente, todas as
questões pertinentes nos seus múltiplos aspetos (número, flutuações, composição segundo vários
critérios, distribuição territorial, movimentos migratórios etc.) tanto atuais quanto futuras, são
fundamentais para a perfeita compreensão de um país, região ou cidade e funcionam como base do
planeamento económico, político, social ou cultural.
EVOLUÇÃO DA POPULAÇÃO RESIDENTE
A população residente do concelho de Fafe registou, entre 1981 e 2001, um crescimento positivo, no
entanto, essa tendência inverteu-se, de 2001 para 2011, traduzindo-se numa diminuição populacional
relativamente significativa.
De acordo com o Recenseamento Geral da População de 1981, Fafe possuía cerca de 45828 habitantes,
passando para 47862 em 1991, o que se traduziu num acréscimo populacional, em termos absolutos, de
cerca de 2034 indivíduos, e numa variação populacional de 4,4%.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 16/137
Tabela 2. População residente e variação da população residente entre 1981 e 2011
População Residente (N.º) Variação População Residente (%) Zona Geográfica
1981 1991 2001 2011 81- 91 91-01 01 - 11
Portugal 9833014 9867147 10356117 10562178 0,4 5,3 2.0
Região Norte 3410099 3472715 3687293 3689682 1,8 6,2 0.1
Ave 459673 509968 511737 6,5 10,9 0.4
Fafe 45828 47862 52757 50633 4,4 10,2 -4
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Censos 1981, 1991 , 2001 e 2011 (Resultados definitivos)
O período compreendido entre 1991 e 2001 foi o mais positivo em termos de crescimento populacional,
na medida em que se registou um aumento de 4895 habitantes, traduzindo-se, por isso, na maior taxa de
variação populacional do concelho – 10,2%. Se analisarmos em termos comparativos, esta taxa foi quase
duas vezes superior à taxa verificada no Continente (5,3%) e acompanhou o crescimento verificado na
sub-região do Ave (10,9%).
Dados mais recentes, disponibilizados pelos resultados provisórios dos Censos 2011, demonstram que
Fafe perdeu população, refletindo-se numa variação populacional negativa (- 4% de população), facto este
explicado, maioritariamente, pela crescente emigração da população jovem à procura de melhores
oportunidades de emprego.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 17/137
Gráfico 1. Evolução da população residente entre 1991 e 2011
430000
440000
450000
460000
470000
480000
490000
500000
510000
520000
1991 2001 2011
N.º
44000
46000
48000
50000
52000
54000
N.º
Ave Fafe
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Censos 1981, 1991 , 2001 e 2011 (Resultados definitivos)
Gráfico 2. Evolução da população residente entre 1981 e 2011 no concelho de Fafe
42000
44000
46000
48000
50000
52000
54000
1981 1991 2001 2011
N.º
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Censos 1981, 1991 , 2001 e 2011 (Resultados definitivos)
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 18/137
Tabela 3. População Residente e Variação da População Residente por freguesia entre 1981 e
2011
População Residente Variação da População Residente
1981 1991 2001 2011 81- 91 91-01 01-11 Concelho de Fafe
45828 47862 52757 50633 4,4 10,2 -4,0
Aboim 577 508 418 355 -12 -17,7 -15,1
Agrela 367 339 271 187 -7,6 -20,1 -31,0
Antime 1508 1466 1589 1476 -2,8 8,4 -7,1
Ardegão 354 379 342 301 7,1 -9,8 -12,0
Armil 940 843 820 735 -10,3 -2,8 -10,4
Arnozela 387 372 292 265 -3,9 -21,5 -9,3
Cepães 1409 1462 1590 1410 3,8 8,8 -11,3
Estorãos 1515 1588 1588 1508 4,8 0 -5,0
Fafe 9871 11584 15323 15703 17,4 32,3 2,5
Fareja 542 710 877 855 31 23,5 -2,5
Felgueiras 158 165 135 117 4,4 -18,2 -13,3
Fornelos 1174 1282 1430 1374 9,2 11,5 -3,9
Freitas 850 813 745 585 -4,4 -8,4 -21,5
Golães 2083 2127 2157 2135 2,1 1,4 -1,0
Gontim 187 188 127 89 0,5 -32,4 -29,9
Medelo 1022 1404 1604 1602 37,4 14,2 -0,1
Monte 724 522 393 308 -28 -24,7 -21,6
Moreira do Rei 1991 1914 1992 1667 -3,9 4,1 -16,3
Passos 1145 1136 1113 1076 -0,8 -2 -3,3
Pedraído 345 344 321 265 -0,3 -6,7 -17,5
Queimadela 837 693 616 490 -17,2 -11,1 -20,5
Quinchães 1962 1927 2344 2278 -1,8 21,6 -2,8
Regadas 1595 1652 1794 1666 3,6 8,6 -7,1
Revelhe 934 871 820 849 -6,7 -5,9 3,5
Ribeiros 749 702 732 640 -6,3 4,3 -12,6
Arões (Santa Cristina) 910 1064 1352 1538 17 27,1 13,8
Silvares (São Clemente) 553 569 551 570 2,9 -3,2 3,5
São Gens 2023 1903 1888 1703 -6 -0,8 -9,8
Silvares (São Martinho) 1339 1505 1451 1325 12,4 -3,6 -8,7
Arões (São Romão) 2311 2956 3258 3295 28 10,2 1,1
Seidões 540 564 621 512 4,4 10,1 -17,6
Serafão 1328 1147 1195 996 -13,6 4,2 -16,7
Travassós 1855 1639 1621 1539 -11,7 -1,1 -5,1
Várzea Cova 648 465 447 358 -28,2 -3 -19,9
Vila Cova 417 339 252 219 -18,7 -25,7 -13,1
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 19/137
Vinhós 678 720 688 642 6,2 -4,4 -6,7
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Censos 1981, 1991 , 2001 e 2011 (Resultados definitivos)
A análise dos cartogramas e quadros da evolução da população residente por freguesia mostram que, em
todos os anos da análise, a freguesia de Fafe se destacava de forma evidente de todas as outras
freguesias, concentrando cerca de 22% da população do concelho em 1981, 24,2 % em 1991, 29% em
2001 e 31 % em 2011.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 24/137
Este facto revela que o ritmo de crescimento populacional do concelho se deve essencialmente ao
movimento da população existente neste núcleo e que parte da população existente nas restantes
freguesia se deslocou para a freguesia de Fafe.
Depois da freguesia de Fafe, as freguesias com maior dinamismo demográfico são Arões S. Romão, Golães
e Quinchães.
Outras freguesias, especialmente as limítrofes da freguesia de Fafe, ou seja, Antime, Fornelos, Medelo,
Cepães, Estorãos, são freguesias com média populacional superior a 1500 habitantes e revelaram, até
2001, um crescimento contínuo.
Neste sentido, podemos concluir que o crescimento populacional do concelho não foi homogéneo dado
que foram apenas as freguesias que se situam na área de influência do núcleo urbano aquelas que
apresentaram maiores acréscimos, todavia esta tendência contrasta com o crescente despovoamento que
se tem vindo a verificar nas freguesias de caraterísticas de maior ruralidade, situadas principalmente na
zona mais a norte do concelho. As freguesias de Monte, Gontim, Vila Cova e Arnozela registaram a
variação mais negativa, especificamente, uma variação inferior a -20%, seguindo-se as freguesias de
Aboim, Agrela, Queimadela e Ardegão, com uma variação entre os -20 e -10%.
A variação da população revela exatamente a dinâmica demográfica anteriormente descrita. Fareja
aparece com uma variação populacional superior a 20% , facto que revela uma freguesia que cresceu, mas
em termos de numero de população fica bastante atrás das outras com mais população.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 26/137
Os dados disponibilizados pelos censos de 2011 vêm mostrar que a população em Fafe sofreu um revés
bastante acentuado, traduzido numa variação populacional negativa: menos 4 % de população face a
2001. Em 2011 foram contabilizados 50633 habitantes residentes, ou seja, menos 2124 habitantes que em
2001.
Na análise por freguesia, a tendência de diminuição populacional aplica-se a todas exceto Fafe, Medelo,
Revelhe, Arões S. Romão, Silvares S. Clemente e Arões Sta. Cristina. Arões Sta. Cristina acaba por ser a
freguesia cujo acréscimo populacional foi mais evidente em termos percentuais, traduzida numa variação
superior a 10%.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 29/137
No concelho de Fafe, entre 1991 e 2011, o número famílias aumentou de forma bastante significativa,
verificando-se, inclusive, uma taxa de variação das famílias muito superior à taxa de variação da
população residente, facto que encontrará justificação nos atuais fenómenos de alteração da situação da
famílias, ou seja, redução da dimensão média das famílias e no aumento das famílias monoparentais e
unipessoais. Este crescimento do número de famílias de pequena dimensão pode ser associado ao
aumento da dissolução de uniões ou à crescente longevidade da população.
Gráfico 3. Evolução da população e famílias no concelho de Fafe (1991-2011)
47862
5275750633
1393816679 17737
0
10000
20000
30000
40000
50000
60000
1991 2001 2011
P. Res idente Fami l ias
Fonte: Instituto Nacional de Estatística, Censos 1981, 1991 , 2001 e 2011 (Resultados definitivos)
Em 1991, residiam em Fafe 13938 famílias (clássicas e institucionais) , verificando-se na década seguinte,
um acréscimo de mais de 2741 novas famílias (16679 famílias). Os resultados dos Censos 2011 vêm
consolidar essa tendência do aumento das famílias, sendo que, em 2011, Fafe possuía mais 1058 famílias
do que em 2001.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 33/137
A evolução do número de famílias residentes é indissociável do indicador população e, neste sentido,
estes indicadores revelam, que a freguesia de Fafe concentra o maior número de famílias, seguindo-se as
freguesias de Arões S. Romão, Quinchães, Golães e S. Gens. Mais uma vez são as freguesias mais situadas
a norte, aquelas que apresentam o menor número de famílias.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 36/137
Da variação 1991-2001 das famílias clássicas residentes destaca-se a variação negativa das freguesias de
Aboim, Agrela, Monte, Gontim, Vila Cova e Felgueiras, com uma variação inferior a menos 10%. Por outro
lado, as freguesias de Fafe, Quinchães, Arões Sta. Cristina e Fareja apresentam uma variação superior a
30%.
A variação das famílias entre 2001-2011 é muito menos acentuada. As freguesias manifestam
comportamento positivo mas a taxa variação apresenta valores inferiores comparando com a variação
1991-2001, porque houve decréscimo populacional.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 37/137
COMPORTAMENTO DE INDICADORES DEMOGRÁFICOS
Para melhor se compreender a evolução demográfica do concelho é imperativo analisar o
comportamento natural da população.
Gráfico 4. Taxa de Crescimento Natural no concelho de Fafe (%)
-0,20
-0,10
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
%
Fonte: Taxa de crescimento natural (%) por Local de residência; Anual - INE, Indicadores Demográficos,2011
A taxa crescimento natural é expressa pela diferença entre o número de nados vivos e o número de
óbitos, ou seja, saldo natural observado durante um determinado período de tempo normalmente, um
ano civil, referido à população média desse período (habitualmente expressa por 100).
No concelho de Fafe, de 1992 até 2006, o crescimento natural nunca ultrapassou o 1%, dado que a
diferença entre os nascimentos e os óbitos foi muito pequena, mantendo, todavia, a natalidade valores
superiores à mortalidade. A partir de 2007, a taxa de crescimento natural expressou sempre valores
negativos, dado que o número de óbitos foi sempre superior ao número de nascimentos.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 38/137
Tabela 4. Movimento da população do concelho de Fafe entre 1992 e 2011
Ano Nados-Vivos Óbitos Taxa bruta
Natalidade ‰ Taxa bruta
Mortalidade ‰ Taxa Crescimento
Natural %
1992 _ _ 14,8 8,4 0,64
1993 _ _ 12,8 9,7 0,32
1994 _ _ 13,6 9,2 0,44
1995 598 _ 12,1 8,7 0,34
1996 654 430 13,1 8,6 0,45
1997 695 453 13,8 9 0,48
1998 668 421 13,1 8,3 0,49
1999 628 457 12,2 8,9 0,33
2000 662 477 12,8 9,2 0,36
2001 658 463 12,6 8,8 0,37
2002 613 454 11,6 8,6 0,3
2003 566 492 10,7 9,3 0,14
2004 564 438 10,6 8,2 0,24
2005 544 456 10,1 8,5 0,16
2006 496 437 9,2 8,1 0,11
2007 437 492 8,1 9,2 -0,1
2008 436 475 8,1 8,9 -0,07
2009 445 413 8.3 7.7 0.06
2010 454 472 8.5 8.8 -0.03
2011 404 428 - - -0.05
Fonte: Taxa bruta de natalidade (‰), Taxa bruta de mortalidade (‰), Taxa de crescimento natural (% Taxa de
crescimento efectivo (%), por local de residência; Óbitos (N.º) e Nados – vivos, por local de residência; Anual - INE
Desde meados da década de 90 até 2011, o ano que registou o maior número de nascimentos foi o ano de
1997, nascendo em Fafe, cerca de 695 crianças. A partir de 1997 o número de nascimentos foi
decrescendo cada vez mais, registando, em 2011, o valor mais baixo de sempre, apenas 404 crianças.
Relativamente ao número de óbitos, os valores oscilaram muito pouco, sendo que o valor mais alto foi
registado em 2003 e 2007 (492 óbitos) e, o valor mais baixo registado em 2009 (413 óbitos).
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 39/137
Gráfico 5. Número de nados-vivos e óbitos ocorridos entre 1998 e 2011 no concelho de Fafe
0
100
200
300
400
500
600
700
800
1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Nados Vivos Óbitos
Fonte: Nados-vivos e óbitos,(N.º) por local de residência; Anual – INE,1996 a 2011
Gráfico 6. Taxa bruta da Natalidade e Mortalidade do concelho de Fafe (%0)
0,00
2,00
4,00
6,00
8,00
10,00
12,00
14,00
16,00
1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
TN TM
(‰)
Fonte: Taxa bruta de natalidade (‰) e taxa bruta de mortalidade, por local de residência; Anual - INE, Indicadores
Demográficos
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 40/137
Relativamente à evolução da taxa de mortalidade infantil, Fafe, à semelhança do que se verifica no resto
do país, apresenta uma taxa muito baixa. De 1996 a 2011, ou seja decorridos 15 anos, apenas se
registaram um total de 51 óbitos com menos de 1 ano.
Tabela 5. Total de óbitos, com menos de 1 ano, ocorridos entre 1996 e 2011
Total de óbitos com menos de um ano (N.º)
Ano Continente Norte Ave Fafe
1996 683 338 54 6
1997 664 309 50 10
1998 624 278 41 8
1999 592 286 42 3
2000 597 260 42 4
2001 514 246 29 2
2002 534 223 35 1
2003 432 169 18 2
2004 388 153 12 1
2005 353 143 20 3
2006 326 111 19 3
2007 329 121 17 2
2008 324 90 13 1
2009 338 107 10 1
2010 236 68 8 3
2011 286 99 18 1
Fonte: Óbitos com menos de 1 ano (N.º) por Local de residência; Anual - INE, Óbitos
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 41/137
Gráfico 7. Taxa de crescimento migratório verificada entre 1992 e 2010 no concelho de Fafe (%)
-0,30
-0,20
-0,10
0,00
0,10
0,20
0,30
0,40
0,50
0,60
0,70
1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010
Fonte: Taxa de crescimento migratório (%) por Local de residência; Anual - INE, Indicadores Demográficos
A taxa de crescimento migratório, que corresponde ao saldo migratório ocorrido durante um
certo período de tempo, normalmente um ano, referido à população média desse período, apresentou ao
longo de toda a década de 90 um comportamento positivo e crescente embora com valores sempre
inferiores a 0,50%.
O saldo migratório positivo revela que os valores da imigração foram superiores aos da
emigração, o que significa que entrou mais população do que aquela que saiu. A partir de 2001 até 2009 a
taxa decresceu sucessivamente verificando-se em 2007,2008,2009 e 2010 valores negativos, facto este
que significa que saiu mais população de Fafe do que entrou, ou seja, o saldo migratório foi negativo.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 42/137
DISTRIBUIÇÃO GEOGRÁFICA DA POPULAÇÃO
Tabela 6. Número de habitantes segundo a dimensão dos lugares em 2001
Dimensão dos Lugares (N.º Habitantes) 2001
Zona Geográfica Total Menos de 2000 hab.
2000 - 4999
5000 - 9999
De 10 000 a 19 999
20 000 ou mais hab.
População Isolada
Continente 9 869 343 4 138 994 910 649 772 250 2 549 486 1 222 001 275 963
Região Norte 3 687 293 1 753 229 261 167 251 085 956 101 380 403 85 308
Ave 509 968 267 382 50 138 42 547 137 209 - 12 692
Fafe 52 757 35 618 - - 15 323 - 1 816
Fafe (2011) 50633 31271 3295 - 15703 - 364
Fonte: INE, XIV Recenseamento Geral da População, Censos 2001; Anuário Estatístico Região Norte, 2012
Com um povoamento predominantemente disperso, o concelho de Fafe apresentava em 2001 e 2011,
respetivamente, a seguinte distribuição da população por lugares:
• 67,6 % e 61,8%, da população em lugares até 2000 habitantes;
• 29 % e 31% da população em lugares de 10000 a 19999 habitantes, correspondente à sede de
concelho, freguesia de Fafe;
• 3,4% e 0,7% em lugares isolados ( População isolada é a população residente em aglomerados
populacionais com menos de 10 alojamentos ou em alojamentos dispersos não integrados em
aglomerados populacionais (lugares))
Procedendo a uma análise da distribuição da população por freguesias do concelho segundo a dimensão
dos lugares, constatamos que os núcleos populacionais têm todos menos de 2000 habitantes, com
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 43/137
exceção da freguesia de Fafe, e que a população isolada tem um significado bastante reduzido na
dinâmica populacional.
Tabela 7. Número de habitantes segundo a dimensão dos lugares, por freguesia, em 2001
N.º Habitantes segundo a dimensão dos lugares 2001
Zona Geográfica Total Geral Total Menos de
2000 habitantes
De 10000 a 19999
habitantes
População Isolada
Fafe 52757 50941 35618 15323 1816
Aboim 418 418 418 - -
Agrela 271 269 269 - 2
Antime 1589 1589 1589 - -
Ardegão 342 289 289 - 53
Armil 820 799 799 - 21
Arnozela 292 283 283 - 9
Cepães 1590 1586 1586 - 4
Estorãos 1588 1473 1473 - 115
Fafe 15323 15323 - 15323 -
Fareja 877 839 839 - 38
Felgueiras 135 135 135 - -
Fornelos 1430 1392 1392 - 38
Freitas 745 605 605 - 140
Golães 2157 2113 2113 - 44
Gontim 127 122 122 - 5
Medelo 1604 1567 1567 - 37
Monte 393 385 385 - 8
Moreira do Rei 1992 1964 1964 - 28
Passos 1113 1001 1001 - 112
Pedraído 321 320 320 - 1
Queimadela 616 577 577 - 39
Quinchães 2344 2322 2322 - 22
Regadas 1794 1730 1730 - 64
Revelhe 820 742 742 - 78
Ribeiros 732 586 586 - 146
Arões (Santa Cristina) 1352 1352 1352 - -
Silvares (São Clemente) 551 512 512 - 39
São Gens 1888 1523 1523 - 365
Silvares (São Martinho) 1451 1439 1439 - 12
Arões (São Romão) 3258 3239 3239 - 19
Seidões 621 621 621 - -
Serafão 1195 1158 1158 - 37
Travassós 1621 1493 1493 - 128
Várzea Cova 447 412 412 - 35
Vila Cova 252 230 230 - 22
Vinhós 688 533 533 - 155
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 44/137
Fonte: INE, XIV Recenseamento Geral da População, Censos 2001
A densidade populacional, que indica a intensidade do povoamento expressa pela relação entre o número
de habitantes de uma determinada área territorial e a superfície desse território, do concelho de Fafe era
em 1991, de 218,45 Km², passando para 231.1 hab./Km² em 2011, revelando sempre uma média bastante
superior à média nacional.
Tabela 8. Densidade populacional em 1991, 2001 e 2011
DENSIDADE POPULACIONAL (HAB/KM 2)
Zona Geográfica 1991 2001 2011
Continente 105,29 110,84 112,9
Região Norte 163,12 173,2 173,4
Ave 374,21 409,45 410,4
Fafe 218,45 240,8 231,1
Fonte: Densidade populacional (N.º hab/ Km²) por Local de residência; Anual – INE.
Gráfico 8. Densidade Populacional (N.º Hab/Km²)
0,0
50,0
100,0
150,0
200,0
250,0
300,0
350,0
400,0
450,0
1991 2001 2011
Continente Região Norte Ave Fafe
Fonte: Densidade populacional (N.º hab/ Km²) por Local de residência; Anual – INE.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 45/137
Pela observação do gráfico anterior facilmente se constata que entre 2000 e 2011 a linha de tendência de
evolução da densidade populacional é homogénea e muito pouco significativa nas quatro unidades
territoriais em análise.
A densidade populacional varia consideravelmente entre as áreas rurais e as áreas urbanas, sendo as
freguesias mais urbanizadas as que concentram mais população e, por outro lado, as freguesias mais
rurais, menos atrativas e menos desenvolvidas que apresentam uma densidade populacional muito baixa,
em consequência do abandono por parte da população mais jovem.
Neste sentido, em 2001, a freguesia de Fafe apresentava a densidade populacional mais elevada -1922
hab/Km², seguindo-se a freguesia de Medelo (637,18 hab/Km²), Fornelos (584,43 hab/Km²), Arões S.
Romão (569,4 hab/Km²), e Antime (508,91 hab/Km²).
Em 1991 esta era precisamente a mesma ordem de importância, mas com valores ligeiramente mais
baixos.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 48/137
À medida que nos afastamos do centro encontram-se densidades cada vez mais reduzidas e um
povoamento cada vez mais disperso. Aboim, Felgueiras, Gontim, Monte, Várzea Cova, Queimadela e Vila
Cova, ou seja, as freguesias a norte e noroeste do concelho apresentam uma densidade populacional com
valores inferiores a 100 hab/Km² coincidindo, por isso, com as regiões mais montanhosas e de maior
ruralidade de Fafe.
Em 2011 o cenário não é muito diferente das décadas anteriores. A freguesia de Fafe é claramente
urbana, com densidade populacional superior a 1000 hab/km², seguindo as freguesias de Arões S. Romão,
Fornelos e Medelo com densidade entre os 500 e 1000 hab/km², também estas urbanas.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 50/137
ESTRUTURA ETÁRIA DA POPULAÇÃO RESIDENTE
A estrutura etária, ou seja, a composição da população por idades e sexo, é muito importante para se
compreender e estudar a população de um país, região ou concelho, na medida em que permite avaliar a
sua vitalidade, conhecer a sua evolução futura e identificar as causas de alguns desequilíbrios entre
escalões etários e sexos. Permitirá, também, determinar indicadores importantes como os índices de
envelhecimento e dependência, que numa perspetiva dinâmica contribuirão para a definição e
programação equilibrada dos equipamentos e serviços necessários à estrutura populacional do concelho.
A análise das pirâmides etárias de 1970 a 2010 permitem observar uma tendência para o envelhecimento
da população, à semelhança do que se passa a nível nacional, no entanto, a percentagem de população
jovem em Fafe (2001) é superior à registada na região norte e no resto do país.
Gráfico 9. Pirâmide etária do concelho de Fafe em 1970
-3000 -2000 -1000 0 1000 2000 3000
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75 e +
Homens Mulheres
Fonte: População Residente (n.º) por local de residência, sexo e grupo etário, anual, I.N.E., Estimativas Anuais da
População Residente
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 51/137
Em 1970, Fafe apresentava uma pirâmide tipicamente jovem, com base larga devido à elevada natalidade
e topo estreito em consequência da elevada mortalidade e esperança média de vida reduzida.
Nesta pirâmide etária destacavam-se as duas classes ocas em ambos os sexos, nomeadamente nas idades
compreendidas entre 25-29 e 30-34 anos, resultado da emigração e guerra colonial.
Gráfico 10. Pirâmide etária do concelho de Fafe em 1981
-3000 -2000 -1000 0 1000 2000 3000
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
85 e +
Homens Mulheres
Fonte: População Residente (n.º) por local de residência, sexo e grupo etário, anual, I.N.E., Estimativas Anuais da
População Residente
De 1970 para 1981, a estrutura etária de Fafe não apresentou grandes mudanças continuando uma
pirâmide com base larga e topo estreito (elevada natalidade e mortalidade; esperança média de vida
baixa, mas mais elevada nas mulheres), com classes ocas nas idades compreendidas entre os 30 e 39
anos, resultado ainda da emigração da década de 70. Todavia, e apesar de uma população
maioritariamente jovem, começam-se a manifestar os primeiros sinais de envelhecimento da população,
nomeadamente no aumento da população com mais de 65 anos devido ao avanço da medicina e
melhores condições de vida e alimentação (em 1970, 8,7% da população tinha mais de 65 anos passando
para 10,4%, em 1981).
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 52/137
Gráfico 11. Pirâmide etária do concelho de Fafe em 1991
-3000 -2000 -1000 0 1000 2000 3000
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
85 e +
Homens Mulheres
Fonte: População Residente (n.º) por local de residência, sexo e grupo etário, anual, I.N.E., Estimativas Anuais da
População Residente
A pirâmide de 1991 é típica de uma população jovem a caminhar para adulta, onde a base começa a
estreitar e existe um aumento da classe dos adultos e idosos, consequência da diminuição da taxa de
natalidade e aumento da esperança média de vida, ou seja, diminuição do crescimento natural.
De 1981 para 1991 o número de população com idade entre os 0 e 14 anos sofreu um grande decréscimo
passando de 30,9%,em 1981, para 24,4% em 1991 (menos 6,5%), o que representou um estrangulamento
da base da pirâmide fruto do défice de nascimentos.
As principais conclusões que se podem retirar da evolução da estrutura etária entre 1970 e 1991
resumem-se à crescente diminuição da classe das crianças e jovens e progressão das classes dos adultos e
idosos, existindo, sempre, um predomínio dos rapazes das classes jovens, e predomínio das mulheres nas
classes adultas e idosas, fruto da esperança média de vida mais elevada das mulheres. Isto significa que
nascem menos mulheres mas estas vivem mais tempo.
As pirâmides de 2001 e 2008 demonstram que a população fafense é predominantemente adulta a
caminhar para o envelhecimento, facto que está demonstrado pela base estreita e pelo predomínio da
classe adulta e idosa. Esta realidade resulta da baixa taxa de natalidade e mortalidade aliada à alta
esperança média de vida.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 53/137
Gráfico 12. Pirâmide etária do concelho de Fafe em 2001
-2500 -2000 -1500 -1000 -500 0 500 1000 1500 2000 2500
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
85 e +
Homens Mulheres
Fonte: População Residente (n.º) por local de residência, sexo e grupo etário, anual, I.N.E., Estimativas Anuais da
População Residente
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 54/137
Gráfico 13. Pirâmide etária do concelho de Fafe em 2010
-2500 -2000 -1500 -1000 -500 0 500 1000 1500 2000 2500
0-4
5-9
10-14
15-19
20-24
25-29
30-34
35-39
40-44
45-49
50-54
55-59
60-64
65-69
70-74
75-79
80-84
85 e +
Homens Mulheres
Fonte: População Residente (n.º) por local de residência, sexo e grupo etário, anual, I.N.E., Estimativas Anuais da População
Residente
Resumidamente, em termos de estrutura etária, é notório o decréscimo da percentagem de jovens e o
aumento significativo dos idosos. A proporção dos adultos tem aumentado dado que caminham para o
envelhecimento.
As bases das pirâmides continuam a estreitar ao mesmo tempo que o topo continua a “alargar”. Isto
traduz uma baixa natalidade e mortalidade, uma esperança média de vida alta e a conjugação destes
acontecimentos demográficos origina um fraco crescimento natural.
De acordo com o I.N.E. a esperança média de vida à nascença oscila entre os 77 e 78 anos.
Outro aspeto que importa referir é que a evolução da estrutura da população testemunha uma situação
de duplo envelhecimento provocado pela base (causado pelo decréscimo da população jovem) e
envelhecimento pelo topo (aumento da proporção de Idosos).
O envelhecimento da população requer um maior investimento e uma maior procura de serviços de apoio
à terceira idade, nomeadamente centros de dia, serviços de saúde especializados e de apoio ao domicílio
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 55/137
e, torna-se imperativo, fazer chegar este tipo de serviço a todas as freguesias principalmente aquelas, que
por razões naturais, se encontram mais isoladas.
O índice de envelhecimento, que traduz a proporções de idosos relativamente aos jovens, aumentou
significativamente, passando de 50,2% no início da década de 90 para 108,1% em 2010. Neste sentido,
tínhamos em 1991, 50 idosos por cada 100 jovens, e passamos a ter, em 2010, 108 idosos por cada 100
jovens.
Gráfico 14. Evolução Índice de Envelhecimento entre 1991 e 2011
0
20
40
60
80
100
120
140
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
N.º
Continente Norte Ave Fafe
Fonte: Índice de envelhecimento (N.º) por Local de residência; Anual - INE, Estimativas Anuais da População Residente
1991-2010, Censos 2011
Por outro lado, a análise do Índice de Dependência Total, que traduz a relação entre a população jovem e
idosa e a população em idade ativa, mostra que a diminuição do peso dos idosos e jovens na população
em idade ativa, foi motivada, essencialmente, pela diminuição do número de jovens, dado que se
analisarmos especificamente o índice de dependência de idosos e o índice de dependência de jovens,
verificamos que o índice dos idosos registou uma subida considerável, ao passo que o índice de
dependência de jovens sofreu um decréscimo, cenário que resulta, mais uma vez, do aumento do número
de idosos e diminuição do número de jovens.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 56/137
Gráfico 15. Evolução Índice de Dependência Total entre 1991 e 2011
20
30
40
50
60
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
N.º
Continente Norte Ave Fafe
Fonte: Índice de dependência total (N.º) por Local de residência; Anual - INE, Estimativas Anuais da População Residente
1991-2010, Censos 2011
Gráfico 16. Evolução Índice de Dependência de Idosos entre 1991 e 2011
0
5
10
15
20
25
30
35
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
N.º
Continente Norte Ave Fafe
Fonte: Índice de dependência de idosos (N.º) por Local de residência; Anual - INE, Estimativas Anuais da População
Residente 1991-2010, Censos 2011
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 57/137
Gráfico 17. Evolução Índice de Dependência de Idosos entre 1991 e 2011
0
5
10
15
20
25
30
35
40
1991 1992 1993 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
N.º
Continente Norte Ave Fafe
Fonte: Índice de dependência de jovens (N.º) por Local de residência; Anual - INE, Estimativas Anuais da População Residente 1991-
2010, Censos 2011
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 58/137
NÍVEL DE INSTRUÇÃO
A população do concelho de Fafe apresenta níveis de escolaridade desfavoráveis, se comparados com os
valores da região norte e sub-região do Ave, dado que a percentagem de analfabetos é significativamente
mais elevada.
Em 1991, a taxa de analfabetismo, que representa a razão entre a população com mais de 10 anos que
não sabe ler nem escrever e a população residente com mais de 10 anos, da região norte era de 9,9%, o
Ave apresentava uma taxa de 9,5% e Fafe 12,3%, passando, em 2001, para 8,3% na região norte, 7,7% na
sub-região Ave e 9,9% em Fafe. Em 2011, assistimos a uma diminuição da taxa de analfabetismo
consequência das atuais políticas educativas.
Gráfico 18. Evolução da Taxa de Analfabetismo 1991-2011
10,99,9
9,5
12,3
8,98,3
7,7
9,9
5,2 5,0 4,7
6,2
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
%
1991 2001 2011
Continente Norte Ave Fafe
Fonte: Taxa de analfabetismo (%) por Local de residência (à data dos Censos 2001 e 2011); Decenal - INE, Censos
Descrevendo especificamente esta taxa para o município de Fafe, verificamos que em 1991, em cada 100
residentes com idade superior a 10 anos, cerca de 12 eram analfabetos, em 2001, por cada 100 residentes
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 59/137
com idade superior a 10 anos, tínhamos cerca de 10 analfabetos e, em 2011, por cada 100 residentes com
idade superior a 10 anos, 6 eram analfabetos.
Todavia, e apesar de ser elevada, a taxa de analfabetismo registou um decréscimo considerável de 1991
para 2011, passando de 12,3% para 6.2%. Este decréscimo pode ser explicado por dois fatores
fundamentais, ou seja, pela substituição progressiva da camada mais idosa da população e pela maior
escolarização dos jovens em idade escolar.
Gráfico 19. Taxa de Analfabetismo verificada no concelho de Fafe entre 1991 e 2011
12,3
9,9
6,2
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
%
1991 2001 2011
Fonte: Taxa de analfabetismo (%) por Local de residência (à data dos Censos 2001 e 2011); Decenal - INE, Censos
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 61/137
Tabela 9. Nível de ensino atingido pela população residente de Fafe em 2001-2011
Nível de Ensino Atingido 2001-2011
Básico Total Nenhum
1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo Secundário Médio Superior
Zona Geográfica
2001 2011 2001 2011 2001 2011 2001 2011 2001 2011 2001 2011 2001 2011 2001 2011
Norte 3687293 3689682 515079 688842 1386766 1018389 557752 563972 395422 578950 480825 437916 21970 26221 329479 375392
Ave 509968 511737 70759 92790 198426 149037 89594 88292 57859 82931 60023 56451 2000 3352 31307 38884
Fafe 52757 50633 8260 10003 20539 15309 10447 9388 5525 7248 4916 4792 150 233 2920 3660
Aboim 418 355 120 122 147 89 80 80 34 34 22 21 - 0 15 9
Agrela 271 187 33 22 131 79 48 33 35 28 12 13 - 0 12 12
Antime 1589 1476 213 271 689 478 314 274 172 226 127 139 2 7 72 81
Ardegão 342 301 64 56 139 110 73 54 31 44 23 26 - 1 12 10
Armil 820 735 124 134 365 250 189 164 70 103 47 48 1 2 24 34
Arnozela 292 265 47 67 132 87 61 56 27 28 17 22 - 0 8 5
Cepães 1590 1410 239 305 697 451 345 273 171 201 103 118 1 7 34 55
Estorãos 1588 1508 264 308 648 501 362 298 169 207 96 131 - 1 49 62
Fafe 15323 15703 1934 2440 5180 4222 2383 2481 1691 2431 2302 2000 111 90 1722 2039
Fareja 877 855 151 177 438 343 159 155 84 110 32 59 1 1 12 10
Felgueiras 135 117 31 23 67 45 8 18 19 21 9 7 - 0 1 3
Fornelos 1430 1374 206 279 542 401 331 291 164 207 133 115 2 7 52 74
Freitas 745 585 173 158 312 197 142 104 72 81 28 25 - 1 18 19
Golães 2157 2135 291 439 920 657 512 448 254 302 126 179 2 8 52 102
Gontim 127 89 32 38 80 32 8 12 2 4 4 1 - 0 1 2
Medelo 1604 1602 224 290 595 430 312 311 189 266 191 163 2 11 91 131
Monte 393 308 106 123 174 89 46 41 33 28 25 8 - 0 9 19
Moreira do Rei 1992 1667 332 447 872 474 433 346 166 198 130 135 1 4 58 63
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 62/137
Passos 1113 1076 245 264 399 317 292 240 105 159 57 67 - 1 15 28
Pedraído 321 265 49 66 168 96 43 39 30 22 20 30 1 0 10 12
Queimadela 616 490 152 144 279 159 78 81 58 62 29 23 2 0 18 21
Quinchães 2344 2278 354 470 855 705 704 468 193 342 143 166 - 5 95 122
Regadas 1794 1666 278 314 825 625 334 286 185 233 116 131 - 10 56 67
Revelhe 820 849 149 184 290 242 178 186 92 116 67 67 - 6 44 48
Ribeiros 732 640 121 139 302 203 140 110 97 90 57 65 2 3 13 30
Arões (Santa Cristina)
1352 1538 199 308 521 443 376 374 145 213 79 120 - 11 32 69
Silvares (São Clemente)
551 570 81 105 251 184 106 110 61 72 34 59 1 3 17 37
São Gens 1888 1703 374 391 735 544 416 338 159 218 136 118 4 12 64 82
Silvares (São Martinho)
1451 1325 167 224 669 474 255 239 165 191 123 123 5 4 67 70
Arões (São Romão)
3258 3295 511 700 1247 973 751 709 353 465 275 274 6 18 115 156
Seidões 621 512 109 124 272 178 121 96 71 66 38 38 - 2 10 8
Serafão 1195 996 239 199 488 362 211 159 91 133 125 86 4 5 37 52
Travassós 1621 1539 332 369 601 488 357 297 185 207 97 100 1 6 48 72
Várzea Cova 447 358 138 115 157 110 74 54 41 33 29 35 - 3 8 8
Vila Cova 252 219 62 52 107 89 39 32 32 28 6 12 - 2 6 4
Vinhós 688 642 116 136 245 182 166 131 79 79 58 68 1 2 23 44
Fonte: INE, Recenseamento Geral da População, Censos 2001 e 2011, Resultados definitivos
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 63/137
Gráfico 20. População Residente (N.º) segundo o nível de instrução atingido em 2001 e 2011
0
5000
10000
15000
20000
25000
Nenhum 1º Ciclo 2º Ciclo 3º Ciclo Secundário Pós-
secundário
Superior
2001 2011
Fonte: INE, Recenseamento Geral da População, Censos 2001 e 2011, Resultados definitivos
O gráfico anterior e os cartogramas seguintes comprovam que, tanto em 2001 como em 2011, o nível de
instrução predominante do concelho é o ensino básico (em 2001, 69,2 % da população possuía o ensino
básico completo e em 2011, 63.1%). O aumento da população sem nível de instrução pode ser explicado
pelo elevado número de população com mais de 65 anos que não possuem qualquer nível de escolaridade
e pelas crianças que ainda não estão em idade escolar.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 66/137
Tabela 10 . Indicadores de ensino
Zona
Geográfica 2004 / 2005 2005 / 2006 2006 / 2007 2009/ 2010 2010/ 2011
Continente 77,8 78,1 78 84,7 87,2
Norte 74,2 75,6 76,8 87,3 90,1
Ave 70,4 73,4 75 87,6 90,8
Taxa bruta de pré-escolarização (%)
Fafe 74,9 76,1 78,1 91,2 94,6
Continente 117 116,2 117,6 127,5 -
Norte 114,5 114,2 115,6 128,1 -
Ave 113,7 113,6 114 124,1 -
Taxa bruta de escolarização no ensino básico (%)
Fafe 107,1 107,8 107,3 119 -
Continente 107,6 99,5 102,3 148,4 136,3
Norte 93,7 87,3 92 141,6 131,7
Ave 87,1 83,3 85,6 122,9 114,3
Taxa bruta de escolarização no ensino secundário (%)
Fafe 75,3 72 70,6 98,1 83,2
Continente 28,4 28,4 28,3 32,9 -
Norte 23,6 23,4 23,6 27,8 -
Ave 6,5 6,7 7 5,8 -
Taxa bruta de escolarização no ensino superior (%)
Fafe 7,8 6,8 6,1 5 -
Continente 9,4 10,2 13,2 22,3 25,3
Norte 9,3 10,4 14 22,9 25,7
Ave 9,1 10,1 15,1 29,6 32,8
Taxa de participação em cursos profissionais no ensino
secundário regular (%)
Fafe 5,7 6,4 3,6 17,4 27,3
Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região Norte, 2004- 2011
Fazendo uma análise dos dados educacionais relativos às taxas brutas de escolarização, que identificam a
proporção da população residente que está a frequentar um grau de ensino relativamente ao total da
população residente do grupo etário correspondente às idades normais de frequência desse grau de
ensino (por exemplo a taxa bruta de escolarização do ensino secundário é dada pelo quociente entre
alunos matriculados no ensino secundário e população residente com idade entre 15 e 17 anos * 100),
verificamos que os níveis de instrução da população residente têm aumentado de forma significativa e
que o nível de ensino com maior taxa de frequência continua a ser o ensino básico, dado que é
obrigatório, e também é possível constatar que o ensino secundário evidenciou subida ao longo dos anos
letivos, atingindo o valor máximo em subida em 2009/2010. O ensino profissional possui cada vez mais
alunos, verificando-se uma subida na ordem dos 20 % do ano lectivo de 2004/2005 para 2010/2011.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 67/137
Gráfico 21. Evolução das taxas de escolarização verificadas no concelho de Fafe
0
20
40
60
80
100
120
Pré-Escolar Básico Secundário Superior Profissional
2004 / 2005 2005 / 2006 2006 / 2007 2007 / 2008 2009/ 2010
Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região Norte, 2004,2005,2006,2007
A taxa bruta de pré-escolarização também revelou um comportamento ascendente atingindo, em
2010/2011 uma taxa muito alta, 94.6 %. Isto significa que por cada 100 crianças em idade de frequentar
este nível de ensino, 95 estão a frequentá-lo. Esta crescente taxa de escolarização pré-escolar deve-se, em
grande parte, à elevada oferta e qualidade dos serviços prestados pelas diversas instituições pré-
escolares, públicas (se salientar que é um tipo de ensino acessível a todos, dado que é gratuito) e privadas
existentes no concelho, e devido actual estilo de vida das famílias, em que as mulheres possuem uma vida
profissional activa o que obriga a que as crianças sejam colocadas, inicialmente nas creches e depois na
pré-escola.
Em termos futuros, e com o prolongamento da escolaridade obrigatória até ao 12.º ano, prevê-se que a
tendência concelhia em termos educacionais seja ainda mais positiva, contribuindo para o fomento do
conhecimento na população mais jovem e para que esta possa usufruir no futuro de uma melhor
qualidade de vida.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 68/137
PROJEÇÕES DEMOGRÁFICAS
A baixa natalidade, o aumento da esperança média de vida e a importância dos fluxos migratórios
internacionais alteram as estruturas das populações e tornam incerto o futuro demográfico das
sociedades industrializadas. Em sociedades envelhecidas como as do mundo ocidental, com todas as
consequências conhecidas no campo demográfico, económico e social, tornou-se cada vez mais premente
conhecer melhor o futuro para melhor o preparar.1
As projeções da população são cálculos que permitem conhecer a população de um país, região ou
município, no futuro, na condição de se verificarem determinadas hipóteses de evolução fixadas para a
fecundidade, mortalidade e migrações.
Para analisar as estimativas da população residente utilizaram-se os dados da evolução populacional do
INE “ Projeções da População Residente, Portugal e NUTS III, 2000-2050”, de 2005, em que o método
utilizado para a execução das projeções foi o método das componentes, procedendo a uma contínua
atualização da população de acordo com as hipóteses fixadas em cada uma das seguintes componentes:
Fecundidade, Mortalidade e Migrações.
O método das componentes baseia-se na equação de concordância da demografia:
P t+1 = P t + N t+1 – O t+1 + I t+1 – E t+1
Grosso modo, os efetivos populacionais do ano t+1 (P t+1) são obtidos a partir dos efetivos do ano t (P t) a
que se adiciona o saldo natural, resultante da diferença entre os nados vivos (N t+1) e os óbitos (O t+1)
ocorridos durante o ano t+1, e o saldo migratório, resultado da diferença entre imigrantes (I t+1)) e
emigrantes (E t+1) durante o ano t+1.
Assim, com base nos pressupostos de evolução aceites para cada componente demográfica,
seleccionaram-se três cenários, partindo de diferentes conjugações das hipóteses evolutivas
consideradas, sintetizadas no quadro apresentado, que se designaram por “cenário baixo”, “cenário base”
e “cenário elevado”.
1 Maria José Carrilho “ As projeções demográficas: Aplicações e métodos”, INE, 2005
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 69/137
Tabela 11. Cenários de evolução
HIPÓTESES
FECUNDIDADE MORTALIDADE
Índice Sintético de Fecundidade
Esperança Média de Vida
SALDO MIGRATÓRIO (anual)
2001 2050 SEXO 2001 2050 2001 2050
ELEVADO 2 Positivo
BASE 1,7 Homens 73,2
79,0 65000 10000
CEN
ÁR
IOS
BAIXO
1,4
1,3 Mulheres 79,8
84,7 Nulo
Fonte: INE, Projeções da população residente, 2000-2050
Das três componentes (saldo natural, fecundidade e movimentos migratórios) que entram no cálculo das
projeções demográficas, os movimentos migratórios são de difícil previsão. È conhecido como as
condições políticas, económicas e sociais dos países de origem e destino são decisivas na fixação dos
níveis migratórios. Esta dificuldade aumenta à medida que se tenta desagregar a informação a um nível
geográfico mais fino (município ou freguesia). Assim sendo, não se fazem projeções de população à escala
do município. A desagregação geográfica das projeções demográficas não vai além da NUTS III, ou seja, no
nosso caso, sub-região do Ave.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 70/137
Tabela 12. Projeções da população residente no cenário baixo
CENÁRIO BAIXO
2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045 2050
HM HM HM HM HM HM HM HM HM
TOTAL 10148363 9977642 9735286 9448894 9137402 8795184 8403588 7965352 7487591
0-14 1506291 1367020 1191306 1043187 940162 875553 820038 757117 688800
15-24 1101485 1060858 1045255 969117 847671 732220 647056 597842 565486
25-64 5682133 5577767 5403844 5201681 4952696 4659723 4264761 3846893 3495202
Gra
nd
es g
rup
os
etár
ios
65+ 1858454 1971997 2094881 2234909 2396873 2527688 2671733 2763500 2738103
Envelhecimento 123,4 144,3 175,8 214,2 254,9 288,7 325,8 365 397,5
Dependência Total 49,6 50,3 51 53,1 57,5 63,1 71,1 79,2 84,4
Dependência Jovens 22,2 20,6 18,5 16,9 16,2 16,2 16,7 17 17
PO
RTU
GA
L
ÍND
ICES
Dependência Idosos 27,4 29,7 32,5 36,2 41,3 46,9 54,4 62,2 67,4
TOTAL 515876 515146 510153 501718 490539 476128 457371 434700 408950
0-14 82640 73651 64891 57687 52295 48271 44552 40747 37125
15-24 63962 60961 57525 51589 45406 39923 35748 32916 30602
25-64 299504 301399 295859 287776 272758 255029 233765 211871 191982
Gra
nd
es g
rup
os
etár
ios
65+ 69770 79135 91878 104666 120080 132905 143306 149166 149241
Envelhecimento 84,4 107,4 141,6 181,4 229,6 275,3 321,7 366,1 402
Dependência Total 41,9 42,2 44,4 47,8 54,2 61,4 69,7 77,6 83,7
Dependência Jovens 22,7 20,3 18,4 17 16,4 16,4 16,5 16,6 16,7
AV
E
ÍND
ICES
Dependência Idosos 19,2 21,8 26 30,8 37,7 45,1 53,2 60,9 67
Fonte: INE, Projeções da População Residente, Portugal e NUTS III, 2000-2050”, 2005
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 71/137
Tabela 13. Projeções da população residente no cenário base
CENÁRIO BASE
2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045 2050
HM HM HM HM HM HM HM HM HM
TOTAL 10626099 10586686 10489159 10355796 10206292 10037756 9831417 9585514 9302500
0-14 1636454 1569060 1458745 1362071 1299440 1275528 1265759 1248177 1218542
15-24 1166574 1120216 1128985 1100476 1028322 952849 894971 870179 867104
25-64 5944591 5894926 5765016 5602623 5406148 5178462 4860747 4523817 4256900
Gra
nd
es g
rup
os
etár
ios
65+ 1878480 2002484 2136413 2290626 2472382 2630917 2809940 2943341 2959954
Envelhecimento 114,8 127,6 146,5 168,2 190,3 206,3 222 235,8 242,9
Dependência Total 49,4 50,9 52,1 54,5 58,6 63,7 70,8 77,7 81,5
Dependência Jovens 23 22,4 21,2 20,3 20,2 20,8 22 23,1 23,8
PO
RTU
GA
L
ÍND
ICES
Dependência Idosos 26,4 28,5 31 34,2 38,4 42,9 48,8 54,6 57,8
TOTAL 529809 533348 533442 530672 525648 517931 506413 491411 473625
0-14 87772 81871 76162 71650 68444 66400 64664 62759 60829
15-24 65675 62635 60184 56177 52154 48684 46053 44520 43512
25-64 305923 308647 303775 296306 282557 266822 248553 230472 214984
Gra
nd
es g
rup
os
etár
ios
65+ 70439 80195 93321 106539 122493 136025 147143 153660 154300
Envelhecimento 80,3 98 122,5 148,7 179 204,9 227,6 244,8 253,7
Dependência Total 42,6 43,7 46,6 50,6 57 64,2 71,9 78,7 83,2
Dependência Jovens 23,6 22,1 20,9 20,3 20,4 21 21,9 22,8 23,5
AV
E
ÍND
ICES
Dependência Idosos 19 21,6 25,6 30,2 36,6 43,1 49,9 55,9 59,7
Fonte: INE, Projeções da População Residente, Portugal e NUTS III, 2000-2050”, 2005
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 72/137
Tabela 14. Projeções da população residente no cenário elevado
CENÁRIO BASE
2010 2015 2020 2025 2030 2035 2040 2045 2050
HM HM HM HM HM HM HM HM HM
TOTAL 10697261 10712576 10671721 10599847 10523739 10443880 10341109 10208787 10045072
0-14 1707625 1694938 1620106 1535222 1491610 1500176 1533196 1556708 1558883
15-24 1166570 1120223 1150190 1171374 1132568 1063972 1013027 1005198 1029652
25-64 5944585 5894923 5765014 5602619 5427195 5248814 4984946 4703527 4496584
Gra
nd
es g
rup
os
etár
ios
65+ 1878481 2002492 2136411 2290632 2472366 2630918 2809940 2943354 2959953
Envelhecimento 110 118,1 131,9 149,2 165,8 175,4 183,3 189,1 189,9
Dependência Total 50,4 52,7 54,3 56,5 60,4 65,4 72,4 78,8 81,8
Dependência Jovens 24 24,2 23,4 22,7 22,7 23,8 25,6 27,3 28,2
PO
RTU
GA
L
ÍND
ICES
Dependência Idosos 26,4 28,5 30,9 33,8 37,7 41,7 46,8 51,6 53,6
TOTAL 533552 540030 543183 543701 542505 539362 533195 524083 512488
0-14 91518 88560 84809 80976 78688 78193 78570 78795 78555
15-24 65673 62634 61287 59902 57697 54668 52400 51642 51943
25-64 305922 308641 303766 296284 283625 270471 255078 239983 227681
Gra
nd
es g
rup
os
etár
ios
65+ 70439 80195 93321 106539 122495 136030 147147 153663 154309
Envelhecimento 77 90,6 110 131,6 155,7 174 187,3 195 196,4
Dependência Total 43,6 45,5 48,8 52,6 58,9 65,9 73,4 79,7 83,3
Dependência Jovens 24,6 23,9 23,2 22,7 23,1 24 25,6 27 28,1
AV
E
ÍND
ICES
Dependência Idosos 19 21,6 25,6 29,9 35,9 41,8 47,9 52,7 55,2
Fonte: INE, Projeções da População Residente, Portugal e NUTS III, 2000-2050, 2005
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 73/137
Analisando a evolução da população da região do Ave verificamos que as projeções da população
apontam para uma tendência de crescimento populacional apenas até 2025 e um progressivo decréscimo,
a partir de 2030, sendo cada vez mais acentuado com o passar dos anos.
Ao decréscimo populacional esperado, em qualquer dos cenários seleccionados, associa-se um contínuo
envelhecimento da população, como resultado de diversos fatores que se refletem na evolução da
composição etária da população.
De facto, em qualquer dos cenários selecionados, prevê-se uma redução significativa da percentagem de
população em idade ativa (população com idades compreendidas entre os 15 e os 64 anos), em
simultâneo com o aumento da proporção da população idosa (população com 65 ou mais anos de idade),
registando-se também uma tendência de redução do peso relativo da população jovem (população com
idades inferiores a 15 anos), embora menos acentuada.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 74/137
II.2. ATIVIDADES ECONÓMICAS
TECIDO EMPRESARIAL
Tabela 15. Número de empresas e pessoal ao serviço das empresas por CAE em 2001 e 2009
CAE Rev 2.1 (2001) CAE Rev 3 (2009)
Secção Designação Empresas Pessoal ao
serviço Secção Designação Empresas
Pessoal ao serviço
A Agricultura, produção animal, caça, floresta e pescas
... ... A e B
Secção A – Agricultura, produção animal, caça e silvicultura; Secção B – Pesca
128 37
B Indústrias extrativas 2 ...
C Secção C – Indústria extrativa;
2 0 C Indústrias transformadoras 801 6 349
D Secção D – Indústria transformadora;
1364 5.611 D Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio
5 7
E Secção E – Eletricidade, gás e água;
3 0 E
Captação, tratamento e distribuição de água, saneamento, gestão de resíduos e despoluição
3 ...
F Secção F – Construção;
870 521 F Construção 596 2 135
G Secção G – Comércio;
1578 1.144 G
Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e motociclos
1 008 2 680
I Secção I – Transportes e comunicações;
122 84 H Transportes e armazenagem 71 192
H Secção H – Alojamento e restauração;
371 129 I Alojamento, restauração e similares
306 564
J Atividades de informação e de comunicação
89 0 J Atividades de informação e de comunicação
11 17
K
Secção K – Atividades imobiliárias e serviços prestados às empresas;
205 413 K Atividades financeiras e de seguros
... ...
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 75/137
L Atividades imobiliárias 101 153
M Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares
298 502
N Atividades de administrativas e de serviços de apoio
140 430
O Administração pública e defesa, segurança social obrigatória
... ...
P Educação 289 379
Q Atividades de saúde humana e apoio social
231 396
R Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas
33 58
S Outras atividades de serviços
333 405
T
Atividades das famílias empregadoras de pessoal doméstico e atividades de produção das famílias para uso próprio
... ...
L a Q 176 252 U Atividades dos organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais
... ...
TOTAL 4908 8.191 TOTAL 4228 14 267
Fonte: Anuário Estatístico da Região Norte, empresas e pessoal ao serviço, por município da sede, segundo a CAE Rev.2.1, 2001 e
CAE-Rev.3, 2010
De acordo com o Anuário Estatístico da Região Norte, em 2001 existiam 4908 empresas com sede no
concelho de Fafe, passando para 4228, em 2009, facto que se traduziu num decréscimo, em termos
absolutos, de 680 empresas.
Assim sendo e, como principais atividades, tanto em 2001 como em 2009, aparecem, em primeiro lugar as
empresas com atividades relacionadas com comércio por grosso e a retalho, em segundo as indústrias
transformadoras e em terceiro lugar o setor da construção, sendo muito percetível o decréscimo do
número de empresas destas principais atividades e em quase todas as outras atividades.
Das 801 empresas pertencentes à indústria transformadora, nas suas várias divisões segundo o seu CAE
Rev.3 , 469 pertencem à divisão 14, ou seja, indústria do vestuário, seguindo-se 101 empresas da divisão
13 - fabricação de têxteis e 61 empresas da divisão 25 – fabricação de produtos metálicos.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 76/137
Gráfico 22. Empresas da Indústria Transformadora do concelho de Fafe, 2010
0
50
100
150
200
250
300
350
400
450
500
10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24 25 26 27 28 29 30 31 32 33
Fonte: INE, Anuário Estatístico da Região Norte, 2010
No que concerne ao pessoal ao serviço das empresas, o que se verificou, foi que, apesar da diminuição no
total das empresas, as pessoas ao serviço das empresas aumentaram de forma muito significativa. Em
2001 encontravam-se ao serviço do total das empresas de Fafe cerca de 8191 pessoas passando para
14267 pessoas, em 2009.
As empresas da indústria transformadora, apesar de apresentarem um número inferior relativamente às
do comércio, são as que oferecem mais emprego à população.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 77/137
CARATERIZAÇÃO DA POPULAÇÃO SEGUNDO A ATIVIDADE ECONÓMICA
Ao executar a análise do trabalho nas nossas sociedades atuais, tendemos a dividi-lo em três períodos
vitais: o escolar, em que existe uma preparação para a vida ativa; o ativo, em que se exerce uma
atividade; e, por fim, o pós-ativo, em que passa a estar isento das obrigações produtivas. Destes o período
mais longo, corresponde ao ciclo em que os indivíduos desempenham a sua atividade como ativos,
assumindo por isso, que este tem um efeito estruturante, uma vez que garante o acesso quer a um
rendimento quer a direitos sociais, a um determinado estatuto, a uma rede de relações específicas e a
uma determinada identidade. Por isso, o facto de estar interdito a desempenhar uma atividade no
mercado de trabalho, isto é, estar desempregado, põe em causa a autonomia económica dos indivíduos e
da família que dele dependem, mas também a sua autoestima e confiança. Este é um fenómeno muito, e
cada vez mais, presente na sociedade portuguesa, atendendo ao aumento da precariedade dos empregos,
a qual atinge uma grande parte da população ativa.
Tabela 16. População residente, com 15 ou mais anos, segundo a condição perante a atividade
económica, em 2001 e 2011
FAFE 2001 2011
HM N.º 42871 42815
H N.º 20306 19920 Total Pop. c/ 15 ou + anos
M N.º 22565 22895
N.º 25045 23345 Total HM
% 58,4 55
N.º 23414 19880 HM
% 93,5 85,2
N.º 12714 10332 H
% 54,3 44,258
N.º 10700 9548
Empregada
M % 45,7 40,9
N.º 1631 3465 HM
% 6,5 14,8
N.º 842 1698 H
% 51,6 7,3
N.º 789 1767
População Ativa
Desempregada
M % 48,4 7,6
N.º 17826 19470 HM
% 41,6 45,5
N.º 6750 7890 H
% 37,9 39,6
População Inativa
M N.º 11076 11580
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 78/137
% 62,1 50,6
Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, Censos 2001, Resultados definitivos
Assim sendo, em 2001, da população residente com 15 ou mais anos (42871 indivíduos), 58.4% estava
ativa e 41.6 % inativa, sendo que da população ativa, 93,5% estava empregada e 6.5% estava
desempregada, passando em 2011 (42815 indivíduos), para 55% de população ativa, da qual 85,2 %
empregada e 14,8 % desempregada e, 45,5 % de população inativa. Deste cenário de evolução, podemos
verificar que houve ligeiro decréscimo da população ativa em detrimento da população inativa, que
aumentou, sendo de salientar o grande aumento da população ativa desempregada (6.5% para 14.8%).
A população sem atividade económica, ou inativa, divide-se pelas categorias de estudante; doméstica;
reformada, aposentada ou na reserva; incapacitada para o trabalho e outras condições.
Tabela 17. População residente, com 15 anos ou mais, sem atividade económica e condição, em
2001 e 2011
População Inativa 2001
Total Estudante Doméstica
Reformada, aposentada
ou na reserva
Incapacitados permanentes
para o trabalho
Outra situação
1267330 236851 243119 612488 62479 112393
149487 30914 19662 75967 6022 16922
17826 2969 2558 9407 640 2254
População Inativa 2011
Total Estudante Doméstica
Reformada, aposentada
ou na reserva
Incapacitados permanentes
para o trabalho
Outra situação
1376384 241482 165158 768566 54 335 146843
176222 34232 12182 103556 6 305 19947
19470 3287 1521 11551 735 2376
Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, Resultados Definitivos, Censos 2001 e 2011
Tanto em 2001 como em 2011, a população residente com mais de 15 anos sem atividade económica,
estava maioritariamente reformada, aposentada ou na reserva, seguindo-se a condição de estudante.
Este facto enfatiza, mais uma vez, o estado do envelhecimento da nossa população.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 79/137
Gráfico 23. População Residente, com 15 ou mais anos, sem atividade económica, segundo
condição perante o trabalho, em 2001 e 2011
16,7 16,914,3
7,8
52,8
59,3
3,6 3,8
12,6 12,2
0
10
20
30
40
50
60
%
Es tudante Doméstica Reformada,
aposentada ou na
res erva
Incapaci tados
permanentes para
o trabalho
Outra s i tua ção
2001 2011
Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, Resultados Definitivos, Censos 2001 e 2011
Verificando o gráfico seguinte relativo à população com 15 anos ou mais, segundo o principal meio de
vida, tanto em 2001 como em 2011, a população residente tem como principal meio de vida o seu
trabalho, ou seja, desempenha uma atividade da qual recolhe os rendimentos necessários à sua
subsistência e por vezes, da sua família. De seguida, aparece a população residente em que o principal
meio de vida é proveniente da reforma/pensão e, por fim, aparecem aqueles que estão a cargo da família,
que são essencialmente, os filhos estudantes.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 80/137
Gráfico 24. População residente, com 15 ou mais anos, segundo o principal meio de vida, em
2001 e 2011
0 10 20 30 40 50 60
%
Trabalho
Rendimentos da propriedade e da empresa
Subsídio de desemprego
Subsídio temporário por acidente de trabalho ou doença
Outros subsídios temporários
Rendimento Mínimo Garantido
Pensão/Reforma
Apoio Social
A cargo da família
Outra situação
2001 2011
Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, Resultados Definitivos, Censos 2001 e 2011
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 81/137
TAXA DE ATIVIDADE
A taxa de atividade, que permite definir o peso da população ativa sobre o total da população, diz-nos que
em 1991, 45.9 % da população total estava ativa passando para 47.5 % em 2001 e 46.1% em 2011.
Gráfico 25. Evolução da taxa de atividade no concelho de Fafe entre 1991 e 2011
45,947,5
46,11
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
%
1991 2001 2011
Fonte: Taxa de Atividade (%) da população residente por local de residência, INE,1991,2001 e 2011
Procedendo à análise desta taxa por freguesia, evidenciam-se, em 2001 as freguesias limítrofes à cidade,
nomeadamente, Fornelos, Antime, Medelo, Arões S. Romão, Arões Sta. Cristina, Cepães e Fareja, na
medida em que apresentaram taxas de atividade superiores a 50,1%. A freguesia de Monte foi a que
apresentou, em 2001, a taxa de atividade mais reduzida (26%).
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 83/137
Em 2011, Vinhós é a única freguesia que apresenta taxa de atividade superior a 50%, estando a maioria
das freguesias com uma taxa que oscila entre os 40,1 e 50%. Monte, Queimadela e Gontim são as
freguesias com a menor taxa de atividade registada em 2011.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 85/137
POPULAÇÃO RESIDENTE SEGUNDO OS SECTORES DE ATIVIDADE
No que concerne à distribuição da população ativa pelos sectores de atividade, verifica-se, ao longo das
últimas décadas, o claro predomínio do sector secundário, a crescente importância do sector terciário e a
diminuta população empregada no sector primário.
Gráfico 26. População empregada, por setor de atividade, em 1991,2001 e 2011, no concelho
de Fafe
9,3
3,91,0
64,060,1
49,6
26,7
36,0
49,1
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
%
Primário Secundário Terciário
1991 2001 2011
Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, Resultados Definitivos, Censos 1991 e 2001
O sector secundário empregou em 2001 mais de 60% da população activa do concelho, todavia em 2011
verificou-se um decréscimo em 2011 (49.6%) explicado pela crise que afetou o sector do têxtil. O sector
terciário assume-se como o sector de maior dinamismo, verificando-se uma subida constante e gradual,
passando de 26,7%, em 1991, para 49.1 %, em 2011.
Fazendo uma análise mais pormenorizada pelas freguesias verifica-se que a tendência concelhia está
presente na maioria das freguesias. A freguesia de Fafe é a única onde predomina o sector terciário, com
uma percentagem de cerca de 54,9%. Este facto é explicado pelo facto de se tratar da freguesia sede de
concelho onde estão concentrados os principais centrais (serviços administrativos (autarquia, finanças,
conservatórias, notários), bancos, comércio tradicional e grandes superfícies, etc.). O sector primário
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 86/137
predomina na freguesia de Gontim (47,4%), Felgueiras (42,6%), Monte (35,0%), Queimadela (33,8%) e
Aboim (22,3%).
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 88/137
O sector secundário oferece emprego, como já foi dito anteriormente, à maior parte da população fafense
e as freguesias em que o sector secundário aparece destacado dos outros sectores são Fareja (78,1%),
Arões Sta. Cristina (77,7%), Passos (77,5%), Armil (76,5%), Golães (75,9%) e Regadas (75,8%).
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 90/137
POPULAÇÃO RESIDENTE SEGUNDO A ESTRUTURA PROFISSIONAL
Gráfico 27. Principais grupos sócio-económicos existentes no concelho de Fafe, em 2001 e 2011
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
%
Empresários,
Dirigentes e
quadros
intelectuais
Pequenos
Patrões
Trabalhadores
Independentes
Empregados e
trabalhadores
administrativos,
do comércio e
serviços
Assalariados e
trabalhadores do
sector primário
Operários Outros
2001
2011
2001 2011
População residente (N.º) por Local de residência (à data dos Censos 2011), Grupo socioeconómico; Decenal - INE,
Recenseamento da População e Habitação
A estrutura sócio-profissional está intrinsecamente relacionada com os sectores de atividade atrás
referenciados. Segundo os Censos de 2001, 51,8% da população residente ativa pertence ao grupo dos
operários (inclui os operários qualificados, semi-qualificados e não qualificados), facto este que vem
reforçar a importância do sector secundário no concelho. Os pequenos patrões, que são essencialmente
proprietários, de pequenas indústrias, representam 8% da população ativa, e assumem um papel
preponderante na dinâmica concelhia, na medida em que dão emprego a parte da classe operária.
De seguida encontram-se os empregados e trabalhadores administrativos, do comércio e serviços (18%),
centrados essencialmente na freguesia de Fafe onde o sector terciário assume maior importância.
Os assalariados e trabalhadores do sector primário representam apenas 1% da população empregada,
facto que é explicado pela reduzida importância do sector primário no concelho.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 91/137
Em 2011 o cenário mantém-se idêntico, sendo importante enfatizar o aumento do grupo económico dos
empresários, dirigentes e quadros intelectuais e do grupo dos empregados e trabalhadores
administrativos, do comércio e serviços, facto este que demonstra, que o concelho de Fafe está a ficar
cada vez mais ligado ao sector terciário.
Tabela 18 . População residente, por grupo socioeconómico, em 2001 e 2011
Grupos socioeconómicos (N.º)
2001 2011
Empresários com prof. intelect, científicas e técnicas 17 65
Empresários da indústria, comércio e serviços 353 386
Empresários do sector primário 4 0
Pequenos patrões com prof. intelectuais e científicas 51 102
Pequenos patrões com prof. técnicas intermédias 89 103
Pequenas patrões da indústria 1077 828
Pequenos patrões do comércio e serviços 767 539
Pequenos patrões do sector primário 32 34
Profissionais intelectuais e científicos independentes 27 72
Profissionais técnicos intermédios independentes 52 112
Trabalhadores industriais e artesanais independentes 668 500
Prestadores serviços e comerciantes independentes 638 648
Trabalhadores independentes do sector primário 689 148
Diretores e quadros dirigentes do estado e empresas 208 193
Dirigentes de pequenas empresas e organizações 48 82
Quadros intelectuais e científicos 927 2051
Quadros técnicos e intermédios 1177 1064
Quadros administrativos intermédios 113 170
Empregados administrativos do comércio e serviços 3101 4000
Operários qualificados e semi-qualificados 10755 7523
Assalariados do sector primário 237 160
Trabalhadores administ. comércio e serv. não qualificados 1407 1206
Operários não qualificados 2206 2607
Trabalhadores não qualificados do sector primário 1 22
Outras pessoas activas 347 730
Fonte: População residente (N.º) por Local de residência (à data dos Censos 2001 e 2011),Grupo socioeconómico; Decenal
- INE, Recenseamento da População e Habitação
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 92/137
POPULAÇÃO DESEMPREGADA
A sustentabilidade económica de um indivíduo é um factor basilar para a sua inserção social. Torna-se,
assim, necessário analisar mais detalhadamente o segmento da população que se encontra
desempregada, e que se traduz em diferentes problemáticas sociais que importa compreender para
poder intervir.
Para a análise da população desempregada recorreu-se aos dados dos dois últimos momentos censitários,
2001 e 2011, do I.N.E., e às estatísticas do desemprego disponibilizadas no site oficial do Centro de
Emprego e Formação Profissional de Fafe, relativas aos anos de 2004 a Novembro de 2012.
Tabela 19. Taxa de desemprego, segundo o sexo, em 1991,2001 e 2011
Taxa de Desemprego (%)
1991 2001 2011
HM H M HM H M HM H M
5 3,8 6,5 6,7 5,2 8,6 14,5 13 16,1
3,9 3,7 4,2 5,6 4,8 6,4 15,1 13,6 16,8
4,5 4,7 4,2 6,5 6,2 6,9 14,8 14,1 15,6
Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, Resultados Definitivos, Censos 1991 e 2001
Ao analisarmos a evolução da taxa de desemprego, entre os três momentos censitários, 1991,2001 e
2011, verificamos claramente uma enorme subida nos valores deste indicador nas três zonas geográficas.
Neste sentido, Fafe registou uma subida exacta de 2% (passando de 4,5 % para 6,5%). É importante referir
que, em termos de diferenças entre sexos, em 1991 a taxa de desemprego masculina era superior à taxa
de desemprego feminina e, em 2001, o cenário alterou-se sendo a população feminina a mais afectada
pelo desemprego. Mas foi de 2001 para 2011 que o cenário se agravou , onde Fafe passou de uma taxa
de 6.9% para 14,8%, ou seja, mais do dobro. O desemprego é um fenómeno que afeta de forma
generalizada todo o país, fruto da atual crise económica e neste sentido, Fafe não é exceção.
Gráfico 28. Desemprego registado no concelho de Fafe, por sexo, entre 2001 e 2012
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
2001 Dez. 2004 Dez. 2005 Dez. 2006 Dez. 2007 Dez. 2008 Dez. 2009 Dez. 2010 Dez. 2011 Nov. 2012
Homens Mulheres Total
Fonte: INE, Censos 2001; Instituto do Emprego e Formação Profissional, 2004 a 2012
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 95/137
Fazendo um estudo sobre o desemprego nos últimos anos, verificam-se o seguinte:
• De 2001 para 2011, o número de desempregados no concelho subiu para mais do dobro
• Ao longo desta última década, o desemprego atingiu o valor mais elevado em 2005, com 4035
desempregados e em 2012, com 4306.
• Em todos os momentos em análise, o desemprego afeta de forma mais significativa o sexo feminino.
No que concerne à situação da população residente desempregada segundo a condição face à de procura
de emprego, é perfeitamente percetível, através da visualização do gráfico seguinte, que em todos os
anos, os desempregados procuravam maioritariamente um novo emprego. Esta realidade significa que
esta população já esteve empregada mas, em virtude da dificuldade económica que o país atravessa,
enfrenta a condição de desempregada.
Gráfico n.º 29. Desemprego registado no concelho de Fafe, segundo a situação face à procura
de emprego, entre 2001 e 2012
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
2001 Dez. 2004 Dez. 2005 Dez. 2006 Dez. 2007 Dez. 2008 Dez. 2009 Dez. 2010 Dez. 2011 Nov. 2012
Procura 1.º emprego À procura novo emprego
Fonte: INE, Censos 2001; Instituto do Emprego e Formação Profissional, 2004 a 2012
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 96/137
Quanto à distribuição da população desempregada segundo o escalão etário, de 2001 a 2012, o grupo
com maior número de desempregados correspondem sempre às faixas etárias compreendidas entre os 35
e 54 anos, seguindo-se os grupos etários dos 55 e mais anos, com exceção no ano de 2001. O grupo
menos afetado com o desemprego corresponde ao grupo etário mais novo, ou seja, idade inferior a 25
anos, sendo mais uma vez exceção o ano de 2001, em que o grupo menos afectado é o mais velho (55
anos e mais).
Gráfico 30. Desemprego registado no concelho de Fafe, segundo o escalão etário, entre 2001 e
2012
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2001 Dez. 2004 Dez. 2005 Dez. 2006 Dez. 2007 Dez. 2008 Dez. 2009 Dez. 2010 Dez. 2011 Nov. 2012
< 25 anos 25-34 anos 35-54 anos 55 e mais anos
Fonte: INE, Censos 2001; Instituto do Emprego e Formação Profissional, 2004 a 2012
Quanto ao desemprego segundo o nível de instrução, constata-se claramente que o maior número de
desempregados possuiu o 1.º ciclo do ensino básico, seguindo-se a população que possui o 2.º ciclo do
ensino básico. Esta realidade significa que a população com menos escolaridade é a mais afetada com o
desemprego, dado que à medida que o nível de escolaridade sobe o desemprego decresce.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 97/137
Gráfico 31. Desemprego registado no concelho de Fafe, segundo o nível de escolaridade, entre
2001 e 2012
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
1600
1800
2000
2001 Dez. 2004 Dez. 2005 Dez. 2006 Dez. 2007 Dez. 2008 Dez. 2009 Dez. 2010 Dez. 2011 Nov.
2012
Nenhum 1.º Ciclo 2.º Ciclo 3.º Ciclo Secundário Superior
Fonte: INE, Censos 2001; Instituto do Emprego e Formação Profissional, 2004 a 2012
Resumidamente, o desemprego, no concelho de Fafe, manifesta-se da seguinte forma:
• Em termos absolutos o desemprego nunca ultrapassou os 4306 desempregados;
• A população desempregada procura maioritariamente um novo emprego, o que significa que esta
população já esteve empregada mas, em virtude de determinado acontecimento, perdeu o emprego;
• A população que ficou desempregada, mas que outrora teve atividade económica, estava
maioritariamente empregada no sector secundário, e o facto de este sector estar a atravessar uma forte
crise explica este aumento do desemprego;
• O desemprego afeta de forma mais significativa as classes etárias compreendidas entre os 35 e 54 anos e
estes desempregados têm habitualmente o 1.º ciclo do ensino básico. O nível de escolaridade está
intrinsecamente relacionado com o maior ou menor desemprego, na medida em que, a população que
possui o menor nível de escolaridade é a mais afetada pelo desemprego. A par desta situação, o baixo
nível de escolaridade torna ainda mais difícil a tarefa de encontra uma outra atividade económica e isto
ainda é agravado pelo factor idade;
• A população desempregada tem como principal meio de subsistência o núcleo familiar e o subsídio de
desemprego.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 98/137
PARQUE HABITACIONAL
O alojamento é um local distinto e independente que, pelo modo como foi construído, reconstruído,
ampliado ou transformado, se destina à habitação humana e, no momento censitário, não está a ser
utilizado totalmente para outros fins; ou qualquer outros local que, no momento censitário, estivesse a
ser utilizado como residência de pessoas.
O edifício é uma construção independente, compreendendo um ou mais alojamentos, divisões ou outros
espaços destinados à habitação de pessoas, coberta e incluída dentro de paredes externas ou paredes
divisórias, que vão das fundações à cobertura, independentemente da sua afetação principal ser para fins
residenciais, agrícolas, comerciais, industriais, culturais ou de prestação de serviços. 2
Os resultados dos últimos censos revelam que o número de alojamentos e edifícios, ao contrário da
população, aumentaram significativamente.
Gráfico 32. Número de alojamentos e edifícios existentes no concelho de Fafe,entre1991 e
2011
19275
22.485
25261
15842
17918
19791
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
Alojamentos Edifícios
1991 2001 2011
Fonte: INE, Recenseamento Geral da População e Habitação, Resultados Definitivos, Censos 1991,2001 e 2011
2 Fonte: I.N.E., Conceitos, Censos 2001, Resultados Definitivos
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 99/137
Em 2001, foram recenseados, no concelho de Fafe, cerca de 22485 alojamentos e 17918 edifícios,
representando, face a 1991, uma variação na ordem dos 16,7% nos alojamentos e 13,1% nos edifícios.
Em 2011, os alojamentos contabilizados foram 25261, ou seja, um aumento, face a 2001, em termos
absolutos, de 2776 alojamentos e, por conseguinte, uma variação de 12.3 %. Nos edifícios registou-se um
aumento de 1873, ou seja, uma variação de 10.5%. Neste sentido, e apesar de termos assistido a um
aumento no número de alojamentos e edifícios, a variação 1991-2001 e 2001-2011, demostra que se
verificou uma desaceleração na construção na última década face à anterior.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 101/137
Em 2001 e em 2011, a freguesia de Fafe, possuía mais de 30% dos alojamentos do concelho, seguindo-se
as freguesias de Arões S. Romão e Quinchães com mais de 1000 alojamentos em cada freguesia, ou seja,
uma taxa na ordem dos 5% no total do concelho .
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 103/137
Resultados dos censos de 2011, conforme o cartograma anterior demonstra, não vêm alterar a posição
das freguesias com mais alojamentos, apenas verificamos o acréscimo .
Em termos de condições de habitabilidade destes alojamentos, ou seja, alojamentos servidos pela rede
pública de saneamento, sistema de abastecimento de água pública e recolha de resíduos, o concelho de
Fafe possuía em 2001:
• cerca de 50,9% da população servida com abastecimento de água pública;
• cerca de 25% da população servida sistema de drenagem de águas residuais domésticas;
• e 100% da população servida com sistema de recolha de resíduos.
Gráfico 33
Condições de habitabilidade dos alojamentos (acesso a infraestruturas básicas)
0
20
40
60
80
100
120
2001 2005 2009
%
População servida por sistema de abastecimento de água
População servida por rede de drenagem de águas residuais
População servida por sistema de recolha de resíduos
Fonte: População servida por sistemas de abastecimento de água (%) por Localização geográfica; Anual - INE,
Inquérito ao Ambiente - Caracterização do Saneamento Básico
População servida por sistema de drenagem de águas residuais (%) por Localização geográfica; Anual - INE,
Inquérito ao Ambiente - Caracterização do Saneamento Básico
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 104/137
Em 2009, verificou-se o seguinte:
• cerca de 90 % da população estava servida com abastecimento de água pública,
• cerca de 53% da população estava servida sistema de drenagem de águas residuais domésticas
• e 100% da população servida estava com sistema de recolha de resíduos.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 106/137
Com a entrada em funcionamento do sistema de drenagem multimunicipal de saneamento, o concelho de
Fafe passará a ser servido em “alta” por vários intercetores/emissários que se integram em 2 subsistemas
multimunicipais, nomeadamente a Frente de drenagem de Serzedo (ETAR de Serzedo, Guimarães) e Sto.
Emilião (ETAR de Sto. Emilião, Póvoa do Lanhoso. Com estas novas infraestruturas de drenagem de águas
residuais a funcionar em pleno prevê-se servir cerca de 89% da população.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 108/137
Os edifícios demonstram exatamente a mesma tendência dos alojamentos, destacando-se, em 2001, Fafe
e depois, no mesmo nível, Arões S. Romão, Quinchães, Moreira do Rei, Golães e Estorãos. Em 2011, Arões
S. Romão distingue-se das outras freguesias, até porque em 2009, a freguesia foi elevada à categoria de
vila.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 111/137
Tendo em consideração os dados relativos aos edifícios construídos segundo a data de construção,
podemos verificar que o parque habitacional do concelho não recente, na medida em que, mais de 38.8 %
dos edifícios existentes foram construídos entre 1971 e 1990.
Em 2001, edifícios possuíam, em média, cerca de 28,38 anos.
Gráfico 34. Número de edifícios construídos, por data de construção, no concelho de Fafe
0
500
1000
1500
2000
2500
3000
3500
4000
4500
Até
1919
1919 -
1945
1946 -
1960
1961 -
1970
1971 -
1980
1981 -
1990
1991 -
1995
1996 -
2000
2001 -
2005
2006 -
2011
Fonte: INE, Censos 2011, Resultados Definitivos
Em algumas freguesias a média de idade dos edifícios é muito superior à média concelhia, destacando-se
Serafão (45,41 anos), Freitas (44,23 anos) e Aboim (42,23 anos) com edifícios com idade média superior a
40 anos e Várzea Cova (37,37 anos), Vila Cova (36,51 anos), Felgueiras (35,98 anos), Cepães (35,34 anos) e
Passos (35,17 anos), com idades médias compreendidas entre os 35 e 40 anos.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 113/137
Apesar do aumento dos edifícios, segundo as estatísticas das obras concluídas do INE, referentes aos
edifícios concluídos por tipo de obra entre 2001 e 2009, em termos do total de obras de edificação, Fafe
regista um decréscimo em todos os tipos de obra ao longo destes últimos 8 anos face a anos anteriores,
prevalecendo, no entanto, os edifícios concluídos fruto de novas construções. Esta realidade é o reflexo
da desaceleração do sector da construção no concelho fruto, grosso modo, da actual conjuntura
económica do país, que se reflete na diminuição do poder de compra das famílias e consequente
diminuição do investimento.
Gráfico 35. Evolução do número de edifícios, segundo o tipo de obra, entre 2001 e 2011
0
50
100
150
200
250
300
350
400
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Obras edificação Construção nova Ampliação, Alteração, Reconstrução, Demolição
Fonte: Edifícios concluídos (N.º) por Localização geográfica e Tipo de obra; Anual - INE, Estatísticas das Obras Concluídas,
2009
A observação do gráfico anterior demonstra três situações claras:
• As obras de edificação são maioritariamente obras novas;
• Oscilação no número de edifícios construídos entre 1995 e 1998 e clara subida até 2002,
atingindo aqui o seu valor máximo;
• Decréscimo significativo no número de edifícios concluídos desde 2002 até 2008
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 114/137
A evolução dos edifícios concluídos resultado das obras de edificação, por freguesia, demonstram que as
freguesias com mais construção são Fafe, Quinchães, Arões S. Romão, Golães e Estorãos.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 115/137
II.4. ESTRUTURA FUNDIÁRIA
A estrutura fundiária é a forma como se organizam no espaço rural, o conjunto dos prédios rústicos, os
caminhos, as linhas de água e as benfeitorias (melhoramentos fundiários, plantações, construções). Esta
estrutura assume papel fundamental nos resultados obtidos pelas explorações agrícolas, devido à
influência que têm no aproveitamento da mão-de-obra, no rendimento das máquinas agrícolas e na
diversificação das opções produtivas. 3
Resumidamente, a estrutura fundiária é a forma como as propriedades agrárias de uma área ou país estão
organizadas, isto é, o seu número, tamanho e distribuição social.
A agricultura portuguesa apresenta inúmeras deficiências estruturais que têm origem em causas naturais,
nomeadamente o facto da atividade agrícola estar muito dependente do solo e do clima da região e pelo
facto da maior parte dos solos serem pobres e pouco profundos, e causas estruturais como sendo: a
dimensão e os modos das explorações agrícolas, os sistemas de cultivo, as caraterísticas da população
agrícola e a utilização de tecnologias agrícolas.
A dimensão das propriedades estão distribuídas por:
• Microfúndio: (< 2 ha) generalizado na Madeira;
• Minifúndio: (2 a 4,9 ha) mais frequente no Litoral Norte e Centro – regiões de Entre Douro e Minho (onde
se encontra Fafe) e Beira Litoral;
• Propriedades de média dimensão: (5 a 10 ha) geralmente em Trás-os-Montes, Beira Interior, Ribatejo e
Oeste, Algarve e Açores;
• Latifúndios: (> a 50 ha) só existem no Alentejo
A estrutura fundiária desordenada de muitas explorações de pequena dimensão e a excessiva
fragmentação com pequenas parcelas afastadas, que implica o aumento dos custos de produção devido
às deslocações que provocam perdas de tempo, maior desgaste do material e aumento do consumo de
combustíveis, condicionam a introdução de novas tecnologias.
Assim sendo, a dimensão média das explorações, onde predominam os minifúndios, torna difícil o
processo de modernização, na medida em que o nível de fragmentação das explorações é muito elevado.
3 Fonte: Ministério da Agricultura, do Desenvolvimento Rural e das Pescas, Estruturação Fundiária, 2010
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 116/137
A resolução das deficiências estruturais passa pelo recurso a um conjunto de instrumentos que permitem
atuar sobre a estrutura fundiária, dos quais podemos destacar:
• Emparcelamento Rural: é o tipo de intervenção que permite corrigir a dispersão e fragmentação
da propriedade, a configuração e a dimensão dos prédios, introduzindo melhoramentos nas
redes viárias e de drenagem;
• Arrendamento Rural: atua sobre a dimensão física e económica da exploração;
• Banco de Terras: permite corrigir a dimensão de prédios e explorações agrícolas e contribui para
a redução e dispersão da propriedade;
Para analisar a estrutura fundiária do concelho de Fafe recorreu-se aos dados provenientes do
Recenseamento Geral da Agricultura (RGA), dados comparativos 1999 – 2009 do INE e, dos dados
estatísticos existentes no site oficial do Ministério da Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas. Os
dados do RGA de 2009, constituem a mais actual fonte de informação de acesso público de caraterização
agrícola de caráter oficial, com a desagregação ao nível de concelho.
Em 1999, dos cerca de 21910 hectares da superfície territorial do concelho de Fafe, perto de 9261
hectares estavam integrados em 2032 explorações agrícolas, o que perfaz perto de 42,3 % da superfície
total do concelho.
Por sua vez, só metade desta superfície agrícola é efetivamente utilizada – superfície sgrícola utilizada –
SAU, num total de 4677 hectares, ou seja, 50,5%, distribuída por cerca de 2021 explorações. A SAU é a
superfície da exploração que inclui terras aráveis (limpas e sobcoberto de matas e florestas), culturas
permanentes, prados e pastagens permanentes.
Este facto expressa, claramente, a fraca expressão do sector primário do concelho.
A restante área abrangida pelas explorações agrícolas distribui-se por 3657 hectares de matos e florestas
(39,5%), 115 hectares de superfície agrícola não utilizada (1,2%) e 812,83 hectares de outras superfícies
(8,8%). As outras superfícies das explorações agrícolas são áreas ocupadas por edifícios, eiras, pátios,
caminhos, barragens, albufeiras e ainda jardins, matas e florestas orientadas exclusivamente para fins de
protecção do ambiente ou recreio. A superfície agrícola não utilizada é a superfície que foi anteriormente
utilizada como superfície agrícola, mas que já não é explorada por razões económicas, sociais ou outras.
Em 2009, a hierarquia dos principais indicadores agrícola mantém - se , destacando-se a relevante
redução das explorações agrícolas e consequente diminuição da área ocupada pelas mesmas. Neste
sentido, contabilizamos, em termos percentuais, um decréscimo de 16,2% da superfície ocupada pelas
explorações agrícolas e, em termos absolutos, de 722 explorações agrícolas.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 117/137
Tabela 20. Principais indicadores agrícolas do concelho de Fafe, 1999-2009
FAFE
1999 2009 Principais indicadores agrícolas
N.º Área (ha) N.º Área (ha) % área
Área Total do concelho 21910 ha
Número de Explorações Agrícolas 2032 _ 1310 _
Superfície Total das Explorações Agrícolas
_ 9261 _ 5728
Superfície Agrícola Utilizada (SAU) 2021 4677 1304 3025 52.8
Superfície Florestal - Matas e Florestas sem culturas Sobcoberto
1650 3657 914 2487 43.4
Superfície Agrícola Não Utilizada (SANU)
125 115 192 148 2.6
Outras Superfícies das Explorações Agrícolas
2013 813 1309 68 1.2
Fonte: INE, Recenseamento Geral da Agricultura, 1999 e 2009
Em termos comparativos, de 1999 para 2009, verificou-se:
• Decréscimo no número de explorações agrícolas (menos 722 explorações);
• Decréscimo na superfície total das explorações agrícolas (menos cerca de 3533 hectares);
• Decréscimo na superfície agrícola utilizada (menos cerca de 1652 hectares);
• Decréscimo na superfície florestal (menos cerca de 1170 hectares);
• Aumento da superfície agrícola não utilizada (mais cerca de 33 hectares);
• Diminuição drástica das outras superfícies das explorações agrícolas –menos 745 hectares.
O seguinte mapa mostra-nos os grandes usos das explorações, desagregando a superfície que está
incluída em explorações agrícolas em superfície agrícola utilizada, superfície florestal – matos e florestas
sem culturas sobre coberto, superfície agrícola não utilizada e, agregando em outras superfícies, toda a
área não incluída em explorações agrícolas.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 119/137
Como se pode verificar, em todas as freguesias do concelho, a SAU tem maior proporção de superfície
integrada em explorações agrícolas, seguindo-se a superfície florestal (matos e florestas sem culturas sob-
coberto) e as outras superfícies.
Ribeiros, Arnozela, Silvares S. Martinho, Travassós e Serafão destacam-se com a presença de mais matos e
florestas sem culturas sob-coberto, e nas freguesias de Felgueiras, Gontim, Queimadela, Aboim, Várzea
Cova e Monte, as outras superfícies assumem alguma importância na dinâmica agrícola.
Gráfico 36. Distribuição das explorações agrícolas, por tipo de superfície, em 1999
2032 2021
1650
125
2013
0
500
1000
1500
2000
2500
Total Superfície agrícola
utilizada
Matas e florestas
sem culturas sob-
coberto
Superfície agrícola
não utilizada
Outras superfícies
Fonte: Recenseamento Geral da Agricultura, 1999, I.N.E.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 120/137
Gráfico 37. Distribuição das explorações agr4ícolas, por tipo de superfície, em 2009
1310 1304
914
192
1309
0
200
400
600
800
1000
1200
1400
Total Superfície agrícola
utilizada
Matas e florestas
sem culturas sob-
coberto
Superfície agrícola
não utilizada
Outras superfícies
Fonte: Recenseamento Geral da Agricultura, 2009, I.N.E.
Das 2032 explorações agrícolas existentes em 1999, 2021 estão integradas na SAU, 1650 contêm matas e
florestas sem culturas sob-coberto, 125 são superfície agrícola não utilizada e 2013 são explorações de
outras superfícies agrícolas. Esta realidade significa que as mesmas explorações agrícolas possuem vários
usos do solo.
Em 2009, o cenário da distribuição das explorações pelo tipo de superfície é o mesmo, só que com valores
muito inferiores.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 122/137
Fazendo uma análise geral do concelho, em relação à dimensão das explorações da SAU e, podemos
constatar que, predomina, em ambos os anos, de forma evidente, as explorações com dimensão
compreendida entre 1 e 5 ha, ou seja, o minifúndio, seguindo-se as explorações de média dimensão,
embora com uma relevância muito inferior.
Gráfico 38. Superfície agrícola utilizada (%), por classe de dimensão, em 1999 e 2009
3,9
68,7
25,4
2,03,7
66,8
27,1
2,4
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
< 1 ha 1 ha - < 5 ha 5 ha - < 20 ha 20 ha - < 50 ha
%
1999 2009
Fonte: , I.N.E., Recenseamento Geral da Agricultura, 1999 e 2009
Em relação à natureza jurídica das explorações, a grande maioria das explorações do concelho
correspondem à classe do produtor singular autónomo e a forma de exploração da SAU predominante
equivale à conta própria.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 123/137
Tabela 21. Natureza jurídica das explorações e forma de exploração da SAU, 1999-2009
Concelho de Fafe 1999 (N.º) 2009 (N.º)
Nº explorações 2032 1310
Produtor Singular Autónomo 2018 1304
Produtor Singular Empresário 13 6
Sociedades 0 0
Natureza jurídica das explorações
Outras formas 1 0
Exploração da SAU por conta própria 1718 1133
Exploração da SAU por arrendamento fixo 288 164 Forma de
exploração da SAU
Outras formas de exploração da SAU 292 150
Fonte: , I.N.E., Recenseamento Geral da Agricultura, 1999 e 2009
A Superfície Agrícola Utilizada (SAU) contém as terras aráveis, as terras ocupadas com culturas
permanentes e terras ocupadas com prados e pastagens permanentes. Por sua vez, as terras aráveis
contêm as terras aráveis limpas, que incluem as culturas temporárias em cultura principal, o pousio e
horta familiar, e terras sob-coberto de matas e florestas.
Assim sendo, 80.1% da SAU do concelho de Fafe está ocupada com terra arável limpa, 15.3% com culturas
permanentes e 4,6% com prados e pastagens permanentes.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 124/137
Tabela 22. Forma de ocupação da SAU, 1999-2009
Superfície agrícola utilizada (ha) por Localização geográfica e Composição da superfície agrícola utilizada
Composição da superfície agrícola utilizada
Total
Terras aráveis
Horta familiar
Culturas permanentes
Pastagens permanentes
Período de referência dos dados
Localização geográfica
ha ha ha ha ha
1999 Fafe 4677 3649 96 717 215
2009 Fafe 3025 2012 54 427 531
Fonte: , I.N.E., Recenseamento Geral da Agricultura, 1999 e 2009
A terra arável limpa está 96,7% ocupada com culturas temporárias em cultura principal e, como principais
culturas, aparecem a produção de cereais para grão, culturas forrageiras, a produção de batata e prados
temporários.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 125/137
Gráfico 39. Explorações agrícolas com culturas temporárias, em 2009
Cereais para grão
Leguminosas secas
para grão
Prados temporários
Culturas forrageiras
Batata
Culturas industriais
Culturas hortíco las
Flores e plantas
ornamentais
Outras culturas
temporárias
Fonte: , I.N.E., Recenseamento Geral da Agricultura, 2009
Analisando a ocupação da SAU com culturas permanentes, podemos verificar que a vinha contínua e
descontínua assume a grande importância, representando 95,7% do total das culturas permanentes.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 126/137
Gráfico 40. Explorações agrícolas com culturas permanentes em 2009
29 27 9 153
1150
Frutos frescos (excepto
citrinos)
Citrinos
Frutos sub-tropicais
Frutos de casca rija
Olival
Vinha
Fonte: , I.N.E., Recenseamento Geral da Agricultura, 2009
Um aspeto que carateriza a agricultura do concelho é que, apesar de existir uma cultura predominante
por cada tipo de exploração, existe um outro conjunto de culturas a serem cultivadas em simultâneo, ou
seja, existe a prática da policultura.
Este facto é comprovado e pela orientação técnico-económica das explorações agrícolas, representado no
gráfico seguinte.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 127/137
Gráfico 41. Orientação Técnico-Económica (OTE) das Explorações
0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1.000
Cereais e plantas olea./proteaginosas
Culturas agrícolas diversasHorticultura
ViticulturaFruticultura
Culturas permanentes diversas
Bovinos de leiteBovinos para gado/carne
Ovinos/caprinos/outros herbívorosGranívoros
PoliculturaPolipecuária-herbívoros
Polipecuária-granívorosAgricultura geral e herbívoros
Culturas diversas e gado
Fonte: Recenseamento Geral da Agricultura, 1999, I.N.E.
Outros apontamentos que podemos retirar da orientação técnico-económica das explorações, é que
também existe a conciliação entre a prática de agricultura em geral e a produção animal, especificamente
herbívoros. E, também na produção animal, se verifica a prática, da polipecuária, neste caso, de
herbívoros e outros animais.
O gráfico anterior permite perceber que a produção animal tem alguma importância no contexto da
produção agrícola.
Pela observação do gráfico referente aos efectivos animais, é possível verificar que a prática da
polipecuária está presente na maioria das freguesias, e que são as aves a espécie de produção
predominante seguindo-se a cunicultura, ou seja, a produção de coelhos.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 128/137
Gráfico n.º 42. Número de animais existentes no concelho de Fafe em 1999 e 2009
0
5000
10000
15000
20000
25000
30000
35000
40000
45000
50000
N.º
Bovinos Suínos Ovinos Caprinos Equídeos Aves Coelhos Colmeias
e cortiços
povoados
1999 2009
Fonte: , I.N.E., Recenseamento Geral da Agricultura, 1999 e 2009
Em 1999, em termos de mecanização das explorações agrícolas, só cerca de 26,3% das explorações
agrícolas estavam equipadas com máquinas agrícolas, o que se traduz num baixo índice de mecanização
das explorações. No entanto, existiam explorações que possuíam mais que uma máquina agrícola.
Todavia, e apesar da elevada redução do número de explorações agrícolas, as que existem estão mais
mecanizadas, na medida em que passamos para um nível de mecanização de cerca 46,7%, em 2009, ou
seja, quase metade das explorações agrícolas possuem máquinas para auxilio à prática da atividade
agrícola.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 129/137
Tabela 23. Mecanização das explorações agrícolas, 1999-2009
Máquinas agrícolas (N.º) por Localização geográfica e Tipo de máquinas agrícolas; Decenal
Tipo de máquinas agrícolas 1999 2009
N.º Explorações agrícolas 2032 1310
Total 535 533
Tractores (de rodas e de rasto) 381 488
Motocultivadores 53 24
Motoenxadas (motofresas) 21 10
Motoceifeiras (motogadanheiras) 80 11
Fonte: , I.N.E., Recenseamento Geral da Agricultura, 1999 e 2009
Em 1999, dos 2018 produtores agrícolas singulares do concelho de Fafe são maioritariamente masculinos
- 62,4%, e apenas 37,6% são mulheres. Em 2009, esta diferença entre os sexos verificada em 1999,
esbateu-se, verificando-se uma proximidade muito grande entre os sexos, 50.8% da população agrícola do
sexo masculino e 49,2 % do sexo feminino.
A classe agrícola, em 1999, era maioritariamente analfabeta, todavia, esta realidade modificou, sendo que
em 2009, 61,3% dos produtores agrícolas possuíam o ensino básico.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 130/137
Tabela 24. Caracterização dos produtores agrícolas, 1999-2009 (%)
Fafe 1999 2009
Produtores 2018 1304
H 62.4 50,8 Sexo
M 37.6 49,2
15-24 0.1 0,2
25-34 2.8 1,4
35-44 11,1 6,7
45-54 18,7 17,8
55-64 30,1 25,8
Idade (anos)
65 e + 37,2 48
Nenhum 49,9 34,1
Básico 47,1 61,3
Secundário 1,1 1,8 Nível de Instrução
Superior 1,9 2,8
0 a 50% 18,6 20,8
50 a 100% 40,8 35,1 Tempo de trabalho agrícola
Tempo completo 40,6 44,1
Exclusivamente da actividade da exploração
2,3 3,5
Principalmente da actividade da exploração
45,1 17,6 Origem rendimento
Principalmente de origem exterior à
actividade da exploração 52,6 78,8
Fonte: , I.N.E., Recenseamento Geral da Agricultura, 1999 e 2009
Em ambos os momentos de análise, a estrutura etária dos produtores agrícolas revela que este tipo de
atividade é desempenhado maioritariamente por pessoas com idade igual ou superior a 55 anos, o que
significa que temos uma população agrícola envelhecida e que os jovens agricultores têm pouca
expressão no concelho de Fafe.
O tempo de trabalho dedicado à agricultura demostra que existe uma forte presença de pluriatividade e
os que se dedicam a tempo inteiro à agricultura devem ser motivados, não pela rendibilidade da
atividade, mas sim, pela falta de alternativas.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 131/137
A nível concelhio, em função daquele que é o tempo dispensado para a atividade, a origem do
rendimento do produtor agrícola é, obviamente, principalmente de origem exterior à atividade da
exploração, ou seja, provem doutra atividade, seguindo-se a que vem de principalmente da atividade da
exploração.
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 132/137
III. CONCLUSÕES GERAIS
• A população do concelho de Fafe registou, entre 1991 até 2001, um crescimento positivo e
contínuo, traduzido na maior taxa de variação populacional do concelho – 10,2%. Dados mais
recentes, relativos a 2011, demonstram que Fafe perdeu população, refletindo-se numa variação
populacional negativa: - 4% (2001-2011);
• O crescimento natural nunca ultrapassou os 1%, dado que a diferença entre os nascimentos e os
óbitos foi muito pequena, mantendo, todavia, a natalidade valores superiores à mortalidade. A
partir de 2007 até 2011, a taxa de crescimento natural atingiu valores negativos dado que a
mortalidade foi superior à natalidade;
• O concelho de Fafe possui 67,6 % da população em lugares até 2000 habitantes; 29 % da
população em lugares de 10000 a 19999 habitantes, correspondente à sede de concelho,
freguesia de Fafe e 3,4 % em lugares isolados;
• A densidade populacional do concelho de Fafe era em 1991, de 218,45 Km², passando para 240,8
hab/Km² em 2001 e 231.1 hab/Km² em 2011, consequência da redução da população residente;
• A evolução da estrutura da população testemunha uma situação de duplo envelhecimento
provocado pela base (causado pelo decréscimo da população jovem) e envelhecimento pelo topo
(aumento da proporção de Idosos);
• O índice de envelhecimento aumentou significativamente, passando de 50,2% no início da
década de 90 para 108,1 % em 2010. Em 1991, Fafe possuía 50 idosos por cada 100 jovens,
passando a ter, em 2010, 108 idosos por cada 100 jovens;
• Tanto em 2001 como em 2011, o nível de instrução predominante do concelho é o ensino básico
(em 2001, 69,2 % da população possuía o ensino básico completo e em 2011, 63.1%);
• Ao decréscimo populacional esperado (em termos de projecções demográficas), em qualquer dos
cenários selecionados (baixo, base ou elevado), associa-se um contínuo envelhecimento da
população, como resultado de diversos fatores que se refletem na evolução da composição
etária da população;
RELATÓRIO DE CARACTERIZAÇÃO SÓCIO-ECONÓMICA PÁGINA 133/137
• Tanto em 2001 como em 2009, aparecem, em primeiro lugar as empresas com atividades
relacionadas com comércio por grosso e a retalho (devido à implantação das grandes superfícies
comercias ), em segundo as indústrias transformadoras e em terceiro lugar a construção;
• As empresas da indústria transformadora, apesar de apresentarem um número inferior
relativamente às do comércio, são as que oferecem mais emprego à população;
• Em termos de atividade económica, a população residente com 15 ou mais anos do concelho de
Fafe, segundo a condição perante a atividade económica, constata-se que a maior percentagem
de população residente possui uma atividade económica ;
• Em 2001, da população residente com 15 ou mais anos, 58.4% estava ativa e 41.6 % inativa,
sendo que da população ativa, 93,5% estava empregada e 6.5% estava desempregada, passando
em 2011,para 55% de população ativa, da qual 85,2 % empregada e 14,8 % desempregada e,
45,5 % de população inativa;
• Tanto em 2001 como em 2011, a população residente com mais de 15 anos sem atividade
económica, estava maioritariamente reformada, aposentada ou na reserva, seguindo-se a
condição de estudante;
• Da população com 15 anos ou mais, segundo o principal meio de vida, tem como principal meio
de vida o seu trabalho, ou seja, desempenha uma atividade da qual recolhe os rendimentos
necessários à sua subsistência;
• O concelho da Fafe possuía em 2001 uma taxa de atividade de 47,4 passando para 46.1%, em
2011;
• No que concerne à distribuição da população ativa pelos sectores de actividade, verifica-se, ao
longo das últimas décadas, o claro predomínio do sector secundário, a crescente importância do
sector terciário e a diminuta população empregada no sector primário;
• A estrutura sócio-profissional revela a maioria da população residente ativa pertence ao grupo
dos operários (inclui os operários qualificados, semi-qualificados e não qualificados), facto este
que vem reforçar a importância do sector secundário no concelho. De seguida encontram-se os
empregados e trabalhadores administrativos, do comércio e serviços centrados essencialmente
na freguesia de Fafe onde o sector terciário assume maior importância. Os assalariados e
trabalhadores do sector primário representam a menor parte da população empregada, facto
que é explicado pela reduzida importância do sector primário no concelho;
• A taxa de desemprego, entre os três momentos censitários, 1991,2001 e 2011, registou uma
enorme subida (passando de 4,5% em 1991 para 14,8% em 2011);
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• Em 2001, foram recenseados, no concelho de Fafe, cerca de 22485 alojamentos e 17918
edifícios. Em 2011, os alojamentos contabilizados foram 25261, ou seja, um aumento, face a
2001, em termos absolutos, de 2776 alojamentos e, por conseguinte, uma variação de 12.3 %;
Nos edifícios registou-se um aumento de 1873, ou seja, uma variação de 10.5%. Neste sentido, e
apesar de termos assistido a um aumento no número de alojamentos e edifícios, a variação
1991-2001 e 2001-2011, demostra que se verificou uma desaceleração na construção na última
década face à anterior.
• Mais de 70% dos edifícios existentes foram construídos entre 1971 e 2001. Isto significa que mais
de metade dos edifícios possuem, em média, cerca de 28,38 anos (em 2001);
• Os dados referentes aos edifícios concluídos por tipo de obra entre 2001 e 2011, mostram que,
em termos do total de obras de edificação, Fafe registou um decréscimo em todos os tipos de
obra ao longo destes últimos 10 anos, prevalecendo, no entanto, os edifícios concluídos fruto de
novas construções;
• Em 1999, dos cerca de 21910 hectares da superfície territorial do concelho de Fafe, perto de
9261,4 hectares estavam integrados em 2032 explorações agrícolas, o que perfaz perto de 42,3 %
da superfície total do concelho. Por sua vez, só metade desta superfície agrícola é efectivamente
utilizada – Superfície Agrícola Utilizada – SAU, num total de 4676,67 hectares, ou seja, 50,5%,
distribuída por cerca de 2021 explorações. A restante área abrangida pelas explorações agrícolas
distribui-se por 3656,97 hectares de matos e florestas (39,5%), 114,96 hectares de superfície
agrícola não utilizada (1,2%) e 812,83 hectares de outras superfícies (8,8%). Em 2009, a
hierarquia dos principais indicadores agrícola mantém-se, destacando-se a relevante redução das
explorações agrícolas e consequente diminuição da área ocupada pelas mesmas. Neste sentido,
contabilizamos, em termos percentuais, um decréscimo de 16,2% da superfície ocupada pelas
explorações agrícolas e, em termos absolutos, de 722 explorações agrícolas;
• Fazendo uma análise geral do concelho, em relação à dimensão das explorações da SAU e,
podemos constatar que, predomina, em ambos os anos, de forma evidente, as explorações com
dimensão compreendida entre 1 e 5 ha, ou seja, o minifúndio, seguindo-se as explorações de
média dimensão, embora com uma relevância muito inferior.
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IV. BIBLIOGRAFIA
� INE (1993) Censos 1991 – XIII Recenseamento Geral da População, III Recenseamento Geral da
Habitação, Resultados Definitivos, Instituto Nacional de Estatística, Lisboa
� INE (2002) Censos 2001 – XIV Recenseamento Geral da População, IV Recenseamento Geral da
Habitação, Resultados Definitivos, Instituto Nacional de Estatística, Lisboa
� INE (2012) Censos 2011 – XV Recenseamento Geral da População, V Recenseamento Geral da
Habitação, Resultados Definitivos, Instituto Nacional de Estatística, Lisboa
� INE - Anuário Estatístico da Região Norte, Instituto Nacional de Estatística, edição 2002, 2003,
2004, 2005, 2006, 2007, 2008, 2009 e 2010
� INE (2006) Documento Metodológico – Indicadores demográficos, Cálculo de taxas, Instituto
Nacional de Estatística, Lisboa
� Instituto do Emprego e Formação Profissional
� INE (2001) Recenseamento Geral da Agricultura 1999, Entre Douro e Minho, Instituto Nacional de
Estatística, Lisboa
� INE (2011) Recenseamento Geral da Agricultura 2009, Entre Douro e Minho, Instituto Nacional de
Estatística, Lisboa
� CARRILHO (1997), Maria José, As Projecções Demográficas: aplicação e métodos in, Cadernos
Regionais n.º Abril 1997, Direcção Regional do Centro, Instituto Nacional de Estatística, Lisboa.
� INE (2003), Projecções de População Residente, 2000-2050, Instituto Nacional de Estatística,
Lisboa.
� IEFP (2004 a 2012), Desemprego registado por concelhos, Estatísticas mensais, Instituto do
Emprego e Formação Profissional, Lisboa
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V. ANEXOS
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