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RENATO MAGALHÃES GOUVÊALEILÕES DE ARTE

NacioNal clubRua Angatuba, 703, Pacaembú, SP.Informações: Fones: (11) 3129 9311 - (11) 3120 6264 - (11) 8497 0136 Email: [email protected] / [email protected] Site: www.rmgleiloes.com.br

Venda Nº 51

Exposição dias 28, 29, 30 de novembro e 1 de dezembro das 11h às 22h.

Leilão dia 5 de dezembro às 21:15 horas.

Roberto Magalhães Gouvêa - Leiloeiro Oficial

Pinturas brasileiras e estrangeiras, móveis brasileiros e europeus, esculturas, pratas, vidros e cristais, tapetes, faianças.

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A obra de Arte merece respeito, seja na maneira de apresentá-la, no cuidado para sua perfeita identificação ou comentário que sobre ela se faça.

No meu sentir, terminada a feitura da obra, o autor se desliga materialmente dela, que passa a ter vida própria, e o novo possuidor terá responsabilidades que chegam até ao manejo e conservação da mesma.

Negócios à parte, mais do que o nome do autor, a obra, ela sim, deverá ter a magia de atrair o observador. Este só deverá adquiri-la se tiver prazer em possuí-la. Se houver a visão comercial na hora da escolha é indispensável o acompanhamento direto das mutações de mercado ou o aconselhamento de quem seja do ramo.

Neste Catálogo do Leilão e na conseqüente Exposição, procurou-se fazer o melhor; tudo que nele se apresenta o signatário teria encantamento de adquirir. Não é grande o número de peças, nem o dos dias de Pregão. Coube o preceito latino “pauca sed bona”, pouca coisa mas boa.

Os que estão acostumados a comprar obras de Arte, quais sejam os Colecionadores, sabem muito bem sobre o que estou falando. Entretanto dirijo-me agora aos que não pertencem a esse grupo, justamente os desejosos de participarem desse fabuloso mundo para sentir a grande emoção, que pode ser só sua, de conviver com um objeto ou obra de Arte e, assim, devanear prazerosamente pelo irreal, que na maioria das vezes é mais agradável que a realidade da vida.

Agradecimento especial aos que foram indispensáveis para esta realização: as gentilezas para concederem este nobre local e o apoio do incomparável Instituto Ricardo Brennand no Recife.

Não cause surpresa o quadro escolhido para a capa deste Catálogo. Explicação no lote 123.

Renato Magalhães Gouvêa

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1PUJOL, Colette (1913-1999) Fachada. Óleo sobre tela, 76 x 58 cm.Assinado embaixo à esquerda: Colette Pujol.

Apesar das poucas variações de cores a artista conseguiu reproduzir um majestoso portal de entrada de igreja barroca mineira. Sua grande sensibilidade se comprovou transferindo a terceira dimensão dos relevos escultóricos para o plano da tela que lhe serviu de suporte. É um ponto alto na sua vasta obra que vai desde pequenas mas saborosas manchas até exemplo como este que a faz reconhecida como grande pintora.

2NORONHA, Ronaldo Carvalho (1938)composição com frutas. Óleo sobre tela, 50 x 60 cm. Assinado embaixo à direita: R. Noronha.

O tema de natureza morta foi tratado de maneiras diversas. O pintor com este quadro desafiou um academismo já superado, partiu para uma composição diferenciada e utilizou pinceladas de pouco uso, horizontais ou verticais, cores próprias, jogando muito bem com as sombras.

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3PENNACCHI, Fúlvio (1905-1992)Mãe e filho. Óleo sobre placa, 12,2 x 7,6 cm. Assinado e datado no alto à direita: Pennacchi / 78.

As cenas de maternidade são “leitmotiv” do sensível artista que foi Pennacchi. A figura da mãe e do filho lembra a pintura de seus tempos na Itália, porém a paisagem ao fundo e a arquitetura das casas revelam que foi pintado no Brasil. Este pequeno quadro deixa transparecer toda a suavidade do pintor principalmente no posicionamento correto das cores por ele empregadas.(comentário no lote 92)

4SIMEONE, João (1907-1969)composição com garrafas. Óleo sobre tela, 60 x 73 cm. Assinado e datado embaixo à direita e no verso: João Simeone / 1967.

Este quadro revela uma forte influência do modernismo que não era a linha normal de atuação de João Simeone. Bom pintor, aproveitou para esta obra trabalho dos inovadores europeus do século XX e criou uma composição agradável aos olhos, mas em nada semelhante ao gosto acadêmico. Acertou muito bem nas cores e nas sombras utilizadas.

5ZORLINI, Giancarlo (1931)Paisagem. Óleo sobre tela, 38 x 46 cm.Assinado e datado embaixo à esquerda: C. Zorlini / 76.

Uma enseada a beira mar pintada por um artista que conhecia muito bem seu metiê, inclusive para a escolha dos locais que pintava. Este quadro revela ótimo gosto e uma dificuldade bem superada pelo autor através das perspectivas rigorosamente obedecidas. Pertenceu a uma família de bons pintores sempre merecendo prêmios nos Salões de Arte de São Paulo.

6ARAÚJO, Emanuel (1940) abstrato. Xilogravura, 73 x 40 cm. Assinado e datado embaixo à direita: Emanuel Araújo / 1966.

Esta misteriosa figura é um belo exemplo do trabalho deste que é um dos mais ativos no campo das artes no Brasil. Gravador, escultor, criador de Museus, batalhador em todos os meios culturais, consegue ainda ser um grande artista plástico. A data de 1966 é importante porque com apenas 6 anos de atividade artística já recebia o prêmio de aquisição no SMBABH (Salão Municipal de Belas Artes de Belo Horizonte), prêmio estadual de gravura e teve sala especial no BNAP (Bienal Nacional de Artes Plásticas) em Salvador, sempre no campo da gravura. São raras no mercado obras desse período. Logo depois se tornou o conhecido escultor e um verdadeiro produtor cultural.

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7CARVALHO, Emídio (séc. XIX- XX)bairro da liberdade. Óleo sobre tela, 40 x 50 cm. Assinado datado e situado embaixo à esquerda: Emidio Carvalho / 1980. No verso: Liberdade São Paulo 1980.

Raros os trabalhos deste pintor que no caso identificou o bairro e a cidade que atraiu seu olhar. Os poucos quadros que aparecem no mercado revelam sempre a qualidade de bom artista que ele é.

8ANDRADE, Farnese de (1926-1996)Duas mulheres. Nanquim sobre madeira, 72,5 x 52,5 cm. Assinado e datado embaixo à direita: Farnese / 68.

Excelente desenho deste artista que também se tornou muito conhecido pelo talento de criar objetos que são verdadeiras “assemblages” quase sempre utilizando madeira. É um dos grandes nomes que representam a criatividade no fazer.

9a) GRASSMANN, Marcelo (1925)Pássaro. Gravura, 14 x 24 cm (só a imagem), destinado a ilustrar o texto “Viuvez” de Hernani Donato.

b) GRASSMANN, Marcelo (1925)Vôo cego. Gravura, 12 x 18,5 cm (só a imagem), destinado a ilustrar o texto “Vôo cego” de Emílio Moura.

c) GRASSMANN, Marcelo (1925)Vôo cego. Gravura, 22 x 12 cm (só a imagem), destinado a ilustrar o texto “Vôo cego” de Emílio Moura.

Um dos quatro maiores gravadores brasileiros, conseguiu mostrar nestes 3 exemplos toda a sua genialidade, seja do ponto de vista técnico, como a extraordinária criatividade.

10VARELA, Cybèle (1943)imagem. Acrílico sobre tela, 95,5 x 128,5 cm. Assinado e datado embaixo à esquerda: Cybèle Varela / 90. No verso, assinado: “Image-1990 / Série: Dans les Jardins du Musée Imperial.

Distante do mercado atual no Brasil, porque faz um grande sucesso na Europa, a artista, como nesta pintura e em várias outras, realizou a grande façanha de fazer o expectador ver ao mesmo tempo o que se passa no céu azul e a beleza verde das florestas tão perto de nós. Com extraordinário bom gosto há 20 anos atrás já cuidava das “interferências”, como no caso, através de triângulos isósceles, de bases generosas, sobrepostos como que refletindo-se um no outro.

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11Relógio de mesa de linhas império; estrutura de madeira composta de 4 colunas sobre base marchetada com figurações florais, mostrador circular e pêndulo de bronze; base de 26 x 14,5 cm; 50 cm de altura total. Acompanha chave para corda. Europa séc. XIX.

Sempre elegantes este, em especial, é um exemplo de bom gosto, muito decorativo e útil para o ambiente de um escritório, seja numa estante ou mesa auxiliar.

13Par de tocheiros de prata 833 cinzelada e burilada decoradas com figurações barrocas, sobre 3 pés em volutas; marca Adriano Alves Pinto; 72 cm de altura. 5.300g o par. Brasil séc. XIX - XX.

Estas peças no estilo D. José I são perfeitas na execução, pois o prateiro que as executou tem origem portuguesa, radicado em São Paulo, é um artesão da melhor qualidade, tendo formado um ateliê com verdadeiros mestres ourives.

12aparador com tampo em meia lua de linhas Luis XVI; saia frontal histriada com medalhão central; medindo 114 x 40 cm; 85 cm de altura. França, séc. XIX - XX.

A madeira utilizada na cor natural é de rara beleza e difícil de ser encontrada no mobiliário brasileiro. Também o recorte da saia e a forma em geral é pouco vista no mobiliário da época.

14VALLE JÚNIOR, Paulo (1889-1958)Paisagem com casa. Óleo sobre madeira, 24 x 33 cm. Assinado e datado embaixo à esquerda: Valle Jr / 1950: no verso acima no centro: Valle Jr

Esta pintura de medidas quase sempre preferidas pelo autor é de grande beleza. Poder-se-ia dizer que não há obra de Valle Jr. que não seja de qualidade. A critica mais severa o coloca entre os melhores pintores da primeira metade do século XX.

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15ADAMI, Hugo (1899-1999)Árvore. Óleo sobre tela, 65 x 50 cm. Assinado no verso embaixo à direita: Hugo Adami.

Esta paisagem lembra seus trabalhos ao tempo em que era amigo de Tarsila, Annita Malfatti e os participantes da Semana de 22. Raro pintor futurista, chegado da Itália onde fez parte do mais importante grupo de artistas da referida Escola com Sironi, Morandi, Carrá, Severini.

16a) costureiro com tampo dobrável no meio, escondendo espaço interno, todo decorado com parqueterie; gavetinha e uma portinhola frontais; 3 pernas de linhas Dom João V; medindo 38 x 30 cm; 57 cm de altura. Brasil, séc. XIX-XX.

b) Mesa costureira de encostar com tampo basculante de jacarandá que esconde 2 compartimentos internos; saia canelada; fuste torneado apoiado sobre 3 pernas curvas; 60 x 39 cm; 80 cm de altura. Brasil, séc. XIX.

c) costureiro luis XVi com tampo basculante de seção oval, decorado com figura de mulher e guirlandas floridas na caixa que esconde 7 compartimentos internos; medindo 43 x 30 cm; 58 cm de altura. França, séc. XIX.

São típicas do final do século XIX, indispensáveis para guardar os materiais utilizados nos trabalhos manuais tão em voga na vida doméstica das Senhoras daquela época.

17GUYER Salles, José (1942)Vaso de flores. Óleo sobre tela, 150 x 140 cm. Assinado e datado embaixo à direita: Guyer Salles /95.

Este vaso com flores nada tem a ver com os existentes de mesmo tema, salvo importantes exceções, pois num certo sentido é realista, mas difere muito pela explosão das cores. Afinal, temática é uma coisa e soluções pictóricas outra, completamente diferente. Nesta obra as cores do tema têm alma porque o fundo monocromático as faz aparecerem como se nem flores fossem.

18BAJADO - Euclides Francisco Amâncio (1912-1996)Refúgio de Angaseira. Óleo sobre placa, 47 x 60,5 cm. Assinado e datado embaixo à direita. Bajado / 13-9-65. No verso: Refúgio de Angaseira, pensamento artístico de Bajado – Olinda

O quadro representa a cena que ele normalmente presenciou e participou nas imediações de Olinda em festas populares, onde a alegria das pessoas pulando e dançando ao som de uma banda fazia esquecer as agruras da vida. Bajado foi figura notável nas vizinhanças de Recife, sendo, este sim, um verdadeiro pintor “naif ”.

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19TOZZI, Cláudio José (1944)Galo. Litogravura, 31 x 31 cm (só a imagem). Numerada embaixo à esquerda 91/100; assinada e datada embaixo à direita: Clau Tozzi / 71.

Raríssima obra executada há 40 anos por este extraordinário artista que é Cláudio Tozzi, iniciador de um pontilhismo próprio dele, tornou-se indispensável em qualquer coleção brasileira. Na imagem desta gravura, bem realista, de forte expressão, mas simplificada o artista demonstra uma quase continuação de seus trabalhos referentes a comunicação de massa e as histórias em quadrinho.

20NONÊ – Oswald de Andrade Filho (1914-1972)Paisagem beira-mar. Óleo sobre tela, 49 x 60 cm. Assinado e datado embaixo à direita: Andrade / 1958; no reverso etiqueta da Galeria Seta em 1964. Esta obra rara está bem de acordo com esse autor e suas atitudes perante a vida. Há poucos anos tornou-se muito procurado pelos colecionadores que reconheceram nele, homem de cultura, um verdadeiro artista.Pintor que não pode ser entendido como “naif ”. É apenas alguém despreocupado com a imitação da realidade. Sua variedade de temas e maneiras de pintar demonstram isso.

21a) Autógrafo de Marlene Dietrich (1901-1992) Famosa cantora e atriz do cinema alemão, fotografia e assinatura; 32,5 x 19,5 cm.

b) Autógrafo de Sarah Bernhardt (1844-1923)Importante atriz trágica do teatro francês, fotografia, assinatura e data; 32,5 x 19,5 cm.

c) Autógrafo de Paulette Goddard (1911-1990) Conhecida atriz francesa do cinema norte-americano (atuou e foi casada com Charles Chaplin), fotografia e assinatura; 32,5 x 19,5 cm.

d) Autógrafo de Laurence Olivier (1907-1989)Conhecido ator inglês do cinema e do teatro, ganhador do prêmio Oscar por Hamlet. Fotografia e assinatura; 32,5 x 19,5 cm.

A foto representa um feliz encontro de quatro personalidades que encantaram o mundo no século XX. Ainda mais que a foto de cada personagem em cena que o imortalizou está acompanhada de uma cópia do seu autógrafo original.

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22Fruteira de cristal finamente acidada com um tubo central apoiado em base circular, composta por 4 pratos sobrepostos com medidas que vão sendo reduzidas até atingir o topo representado por uma tulipa; 55cm de altura; França, séc. XIX.

A elegância desta peça foi muito utilizada no século passado como enfeite sobre as mesas seja em dias de festa quando apresentava doces as vezes embrulhados com papel recortado em franjas que caiam pelas bordas de cada um dos pratos, ou mesmo, como agora, representando com sua beleza uma peça de requintada decoração.

23Par de arandelas de bronze com um braço recurvado e canelado para 4 velas; base oval espelhada de apoio na parede; 45,5 x 28,5cm de altura. Europa, séc. XIX-XX.

Raro par que não sofreu adaptação para sistema elétrico. Os espelhos refletem de maneira muito especial a luz das velas, visto que são de formatos desiguais.

24Pia batismal de madeira canelada com tampo dotado de fecho de ferro forjado, medindo 65 cm de diâmetro cobrindo grande recipiente de cobre batido; coluna com seção quadrangular bojuda na sua parte inferior; base quadrada com 36 cm de lado; 100 cm de altura. Brasil séc XVIII.

São menos comuns as pias batismais de centro, isto é sem serem encaixadas nas paredes. Esta que ainda mantém a pintura e todas as ferragens originais é muito rara.

25Mesa auxiliar no estilo manoelino, tampo circular decorado com bilros na saia; fuste e 4 pernas barrocas ricamente lavrados; 98 cm de diâmetro; 80 cm de altura. Brasil, séc. XIX-XX.

Elegante e requintado esse estilo atravessou séculos sendo repetido, muito por conta da graça dos bilros que se projetam para baixo em toda a volta circular do tampo. A coluna central ou fuste e as três pernas dão liberdade à visão do expectador para melhor apreciar o grande tampo de jacarandá com quase 1 metro de diâmetro.

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26ARAÚJO, Otávio (1926)casal. Xilografia impressa com tinta verde, 30 x 13 cm. Embaixo à esquerda P.A. e assinado embaixo à direita: Otávio.

É muito raro encontrar uma xilogravura do grande pintor surrealista do Brasil, Otávio Araújo. Vale a pena examiná-la com cuidado, porque é uma obra que falta na maioria das coleções brasileiras.

27GRASSMANN, Marcelo (1925)Retrato de homem. Desenho a lápis-tinta, 33,5 x 25 cm. Siglado embaixo à direita: M.G.

Além de excelente gravador é também importante desenhista, porém trabalhos como este pouco apareceram no mercado de arte. Naturalmente sua obra gravada nada mais é do que desenho a buril.(comentário no lote 9)

28MECATTI, Dario (1909-1976)Fachadas. Óleo sobre tela, 100 x 100 cm. Assinado embaixo à direita: D. Mecatti.

Exemplo de uma fase significativa de um dos pintores mais virtuosos que se conheceu. As edificações se sobrepondo com perfeita harmonia de cores e uma arquitetura não real, mas por ele imaginada quase se jogando sobre a água. Valia a pena vê-lo pintar. Não precisava de modelo e criava cenas maravilhosas como esta, que estavam em sua cabeça.

29ROSA MARIA (1927)abstrato. Colagem com pedras sobre cordas finas, 60 cm de diâmetro. Assinado e datado embaixo à direita: Rosa Maria /2005

Entre as muitas obras que a artista faz só para ela, todas com o mesmo padrão, habilidade e extremo bom gosto, a que ora se apresenta exerce um fascínio ao expectador, seja ele erudito ou inculto, e sempre a trabalhar com os materiais de melhor qualidade, todos importados.

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30OSWALDO TEIXEIRA (1905-1972)Recanto de jardim. Óleo sobre madeira, 40,5 x 30 cm. Assinado embaixo à direita: Oswaldo Teixeira.

Numa pequena tela o autor que é um nome respeitado em vários planos de suas atividades demonstra seu total conhecimento de perspectiva, bom gosto na escolha dos temas e uma saborosa combinação de cores. É uma jóia de composição daquele que prestou um inestimável serviço ao mundo artístico enquanto dirigiu por muitos anos o Museu Nacional de Belas Artes do Rio de Janeiro.

32 ARMESTO, Primitivo Álvarez (1864-1939) – Escola espanholaEl rey del corral. Óleo sobre tela, 80 x 122 cm. Assinado embaixo à direita: P A Armesto.

O pintor é muito reconhecido na Espanha. Esta obra é de um realismo absoluto que revela o instante em que o grande gato se assusta com a atitude altiva dos donos do espaço e na maneira desafiadora com que o defende, protegendo os frangos e os pintinhos. Uma obra prima deste que conhece tudo em termos de cores e perspectivas, e por isso mesmo faz parte do acervo de vários museus europeus.

31GOTUZZO, Leopoldo (1887-1983)uvas sobre a mesa. Óleo sobre tela, 43 x 51cm. Assinado, situado e datado embaixo, à direita: L.Gotuzzo / Rio 1945.

A tela ora apresentada mostra a invulgar maestria de Gotuzzo com a pincelada pouco acadêmica, solta, com uma composição perfeita, demonstrando um gesto todo seu e pleno domínio na sua arte. Um dos grandes pintores do Brasil, o gaúcho Leopoldo Gotuzzo ainda não foi descoberto como deveria ser.

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33FUJITA,Tsugouharu (1886-1968)ilha de Enoshima. Desenho a nanquim, 26 x 37 cm. Situado e assinado embaixo à direita: Enoshima (Sagami-Japão) / Fujita.

O desenho a nanquim é perfil simplificado de ilha importante do Japão e que teve muito boa relação com a sua vida. Mostra que de uma forma pouco despreocupada em retratar o detalhe, revela, por outro lado, uma total segurança no traço e onde poderia parecer uma displicência, lê-se com facilidade a genialidade do autor. O artista nipônico é um dos raros exemplos dos que deixando sua terra natal conquistou um lugar de grande relevo nas artes plásticas européias, notadamente na França, no período em que floresceu como centro irradiador da modernidade na pintura. Fujita veio conhecer o Brasil e aqui também deixou exemplos de seu grande talento.

35SARFATY, Gretta (1947)Soho Scenes i. Técnica mista sobre papel, 35,5 x 49,5 cm (só a imagem). Assinado e datado embaixo à direita: Gretta Sarfaty.

O olhar de uma grande artista pode imortalizar uma cena comum do cotidiano. É o que aconteceu com Gretta, inovadora em muitos campos da arte, participando desde as primeiras “performances” no Brasil até um domínio absoluto, seja da pintura, do desenho, aquarela e técnicas mistas como neste caso. Em 1993, Gretta havia pintado retratos de Laureen Bacall e Gregory Peck, que para ela posaram pois iriam participar de um famoso filme de Hollywood. As Soho Scenes e os retratos fizeram parte da exposição no RMG Escritório de Arte, naquele ano.

34MILLIET da Costa e Silva, Sérgio (1898-1966)composição cubista com violão. Guache e crayon, 19 x 25 cm. Siglado embaixo à direita: S.M.

Sergio Milliet também foi pintor. Poder-se-ia dizer que ele não se firmou numa só corrente artística. Seus trabalhos, e são muitos, vão de “clowns” a paisagens urbanas, e, raramente, uma composição como esta que revela seu convívio intelectual com Picasso, Miró, Dali, Mondrian,etc. A obra aqui apresentada poderia ter a assinatura de qualquer um desses; é belíssima, de gosto estético irreparável. Sem dúvida Sergio Millet foi o mais completo crítico que o Brasil teve nos meados do século XX. Destacou-se não somente pelos pronunciamentos quase diários sobre a pintura da época, mas também foi líder de uma geração nova, importantíssimo na criação e direção da Biblioteca Pública de São Paulo. Sentado todas as tardes num famoso bar na Praça D. José Gaspar – SP, ia atraindo dezenas de pessoas para ouvir as respostas e comentários às perguntas que os jovens lhe faziam. Vale a pena ler seu Diário Crítico publicado em 10 volumes.

36Mapa - Paskaert yan brasília yan Pernambuco tot C. de S. Antonio, por Hendrick Doncker (1626-1699). Mapa da costa atlântica da América do Sul desde Pernambuco até a foz do Rio da Prata (Cabo de Santo Antônio): 51,5 x 59cm. Amsterdam (Holanda), séc. XVII.

São importantes e raros os mapas do século XVII como este, em que se pode ver a linha litorânea da costa do Brasil voltada para o oceano Atlântico, desde Pernambuco até o Rio da Prata. Verifica-se a nomenclatura de então praticamente permanecida até hoje. O autor teve ainda maior conceituação devido ao grande número de linhas utilizadas para localização precisa de pontos, não só dentro do território descrito, mas também em pleno oceano.

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37SIGAUD, Eugênio de Proença (1899-1979)Mãe com filhos. Óleo sobre madeira, 24 x 13,8 cm. Assinado embaixo à direita: E.Sigaud. Siglado no verso: ES.

O artista que pintou este quadro sempre demonstrou grande talento em toda sua produção. Observar não apenas o tema, mas a maneira como está pintada a roupa que cobre o corpo da mulher. Pinceladas bem definidas, sabendo jogar com as tonalidades do azul. O tema é de sua preferência quando escolhia os operários das obras em construção e os definia de maneira dramática. Aqui a provável mãe de duas crianças revela sua possibilidade de apenas poder acalentar uma delas, a menor, enquanto a que está em pé fica a suplicar igual tratamento.

38VOLPI, Alfredo (1896-1988)Fachada. Reprodução em off-set de têmpera, 70 x 50 cm. Numerado embaixo à esquerda 4/10 e assinado embaixo à direita: A. Volpi.

As litografias desta fase de portas e janelas são raras também pelo pequeno número da tiragem, apenas 10. O mestre Volpi, que nunca acreditou que o era, descobriu, como nesta imagem, que a simplicidade e a pureza de linhas são mais belas do que o rebuscamento tantas vezes procurado por outros que não ele.

40Poltona bergère inteiramente estofada com tecido bege e verde de motivos florais; medindo 57 x 73 cm; 105 cm de altura do espaldar. Brasil séc. XIX.

Elegância e simplicidade de um móvel Sheraton com pouca madeira aparente. Esse tipo de poltrona se tornou clássico e ficou famoso pelo conforto que oferece com o discreto caráter da bergére.

39Tapete ponto de arraiolo, nas cores azul, bege e amarelo; 5,00 x 3,50m; 17,50m². Portugal, séc. XX.

Este arraiolo foi executado em Portugal de onde o tipo de nó se espalhou por vários paises inclusive pelo Brasil. A criatividade do autor desta peça está bem demonstrada pela beleza do ponto e a graça dos elementos decorativos. Neste caso as dimensões e o desenho tão bem cuidados estão a espera de um grande espaço, uma vez que o tapete combina perfeitamente com a arquitetura e o mobiliário brasileiro de qualquer época.

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41MENARDEAU, Maurice (1897-1977). Escola francesa Paisagem da bretanha. Óleo sobre tela, 65 x 81 cm. Assinado embaixo à esquerda: Maurice Menardeau.

As paisagens da Bretanha, notadamente esta, encantam o olhar do expectador. O desenho das formas, da arquitetura, das vestes dos personagens, da paisagem em geral e dos verdes em particular, estão aqui retratados com suave maestria. Cores repousantes fazem desta obra um exemplo da qualidade do pintor que raramente pode ser encontrado no mercado brasileiro e que, porém, tem sido muito disputado nos leilões internacionais.

43GÁRATE Y CLAVERO, Juan José (1870-1939)Espanholas no balcão. Óleo sobre tela, 100 x 70 cm. Assinado embaixo à direita: J.J.Gárate.

Garate é pintor de grande renome especialmente na Espanha. Esta obra poderia estar no Museu de Madri, como outras suas lá se encontram. É só admirar a perfeição do semblante das duas mulheres, a linda perspectiva com aquele braço apoiado no balcão de ferro, o brilho das sedas. Uma obra prima. A procedência é excelente. Vem da coleção do Presidente do Estado de São Paulo o Dr. Altino Arantes, grande cultor das letras e das Artes, além de impecável político nas primeiras décadas do século XX.

42Passadeira Hosseinabad (Hamadan), 914 x 76 cm, ou 6,95 m²; com predominância da cor vermelha e inúmeros pequenos desenhos repetidos de cores variadas. Irã (Pérsia), séc. XIX – XX.

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44J CARLOS – José Carlos de Brito e Cunha (1884-1950)Melindrosa. Nanquim (bico-de- pena), 24,5 x 18 cm. Assinado e situado embaixo à direita: J Carlos / Rio.

A melindrosa de bengala, mão na cintura, sobre-saia plissada, através de um fino desenho, é a imagem de uma época, que foi muito retratada pelo maior caricaturista brasileiro J. Carlos

45SALLES, Guyer (1942)Nú de costas deitado. Aquarela, 57,5 x 77 cm. Assinado e datado embaixo à direita: Guyer Salles / 97.

Este quadro fez parte da exposição somente de aquarelas, com o tema de nus femininos, que o grande artista realizou, ele que já fora consagrado como professor no Pratt Graphic Center em Nova Iorque.

46GIRARDET, Paul (1821-1893)une tante à succession (uma tia na hora da sucessão) Gravura em metal P.Girardet a partir de pintura original de Jules Worms (1832-1924); 60 x 81 cm.

As gravuras antigas como esta, executadas com perfeição, seja por quem fez o desenho original, e o gravador e o impressor, sempre contam uma história, como o instante de uma cena teatral. Há séculos vêm sendo apreciadas como obra de arte e disputadas no mercado internacional. Não são objetos decorativos porque neste caso reuniu três importantes artistas que a realizaram.

47MARTINS, Aldemir (1922-2006)Paisagem com sol. Xilografia a cores, 48 x 66 cm. Numerado embaixo à esquerda 41/50. Assinado e datado à direita: Aldemir Martins 83.

Não é preciso descrever a simplicidade desta paisagem, mas convém ressaltar que se trata de uma xilogravura, o que não era comum no fazer do grande artista Aldemir Martins. Observar a perfeita composição dos elementos e a facilidade com que são estabelecidos os planos e as perspectivas, notando-se de extraordinário o inusitado traçado de nuvens que atravessa horizontalmente o céu azul.

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49bonheur-du-jour luis XVi, decorado com marcheterie floral e urna; tampo basculante internamente revetido de couro, medindo 64 x 39 cm; duas gavetas frontais com puxadores de bronze; rodízios nas quatro pernas; tampo curvo escondendo espaço interno de 64 x 12 cm; medidas maiores do móvel; 68,5 x 48.5 x 88 cm de altura. França,séc. XIX.

Mesa de quarto também conhecida como “bonheur-du-jour” que neste caso além de desdobrar o tampo para dar maior comodidade para escrever, abre o cilindro superior onde aparecem os vários escaninhos.

50cômoda 3/4 de jacarandá Dom José i; puxadores das gavetas de bronze; tampo de 124 x 65 cm; 98 cm de altura. Brasil, séc. XVIII.

A raridade de aparecer no mercado cômoda desta qualidade faz com que o móvel seja considerado um dos mais importantes deste Leilão. Acrescente-se a este valor o fato de ser proveniente da famosa coleção de Octales Marcondes.

48Sofá fin-de-siècle estofado com adamascado vermelho; 213 x 54 cm; 101cm de altura do espaldar. Espanha, séc. XIX.

Este móvel, com estofamento original, é da Espanha. Situado entre o final do século XIX e início do século XX, art nouveau e art decô, estilos que invadiram praticamente todos os países da Europa chegando até ao Brasil com um pouco de atraso. As variações das formas e os entalhes poderiam ser confundidos com os semelhantes da Europa Central. Mas não. Este é espanhol.

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51FIGUEIRA JR, Joaquim Lopes (1904-1943)composição com abacates e cerâmica. Óleo sobre tela fixado em placa, 50 x 58cm. No verso, nome da filha do pintor: Isabel.

Neste quadro a óleo se vê a qualidade da composição e o bom gosto na utilização das cores. Esta é uma raríssima obra desse que o prof. P.M. Bardi considerava um dos mais importantes artistas do Brasil e sempre se lamentou de que ainda estava desconhecido por grande parte da crítica, quem sabe se pela pouca apresentação de seus trabalhos no campo da pintura. Figueira foi muito conhecido como extraordinário escultor.

52SILVEIRA, Regina (1939)Álbum Simulacros contendo 3 séries; Símiles com 6 litografias assinadas e datadas / 83; Topo-Sombras com 6 lito-offsets assinadas e datadas /83 e uma terceira, Projectio de esquemas construtivos com 4 fotografias de duas instalações ambientais assinadas.Trabalho integrante da tese de doutoramento da artista; 51,5 x 71 cm. Exemplar 6/8; 1984.

Os três conjuntos de trabalhos que compõem este álbum de 1984, ao qual ela denominou Simulacros, dão a perfeita noção da criatividade da grande artista que é Regina Silveira. Uma raridade, em ótimo estado, sendo que, a própria artista disse não possuir atualmente nenhum exemplar completo como este, pois que as litos foram vendidas separadamente e a tiragem foi mínima, isto é, 8 exemplares. A autora é notável criadora das mais inusitadas interferências urbanas, mestre em educação, admirada por críticos de várias gerações.

53GOMIDE, Antônio Gonçalves (1895-1967 )Nú deitado. Escultura de bronze patinado, 115 x 36 cm; 25 cm de altura; numerado 3 /5. Assinado na sola do pé: Gomide.

O grande aquarelista que foi Gomide, também realizou poucas, mas belas esculturas. Esta é uma delas, que foi deixada em gesso e que os herdeiros, por carta escrita a mão, deu autorização para que fossem fundidas 5 cópias. Esta é a de número 3, que está gravado na peça, sendo que as de número 1 e 2 foram vendidas por alto preço para colecionadores, e que as 2 restantes ainda não foram fundidas (documento da autorização em poder de RMG). Qualquer cópia que surja eventualmente no mercado precisa ser considerada contra-facção.

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54NIM, Nicole Mouracade (1960)la Grue. Acrílico sobre tela, 186 x 130 cm. Assinado e datado embaixo à direita: Nim / 97. No verso: La Grue.

Esta é uma das importantes pinturas da época abstrata da versátil Nicole Mouracade, a conhecida Nim, que entre as suas muitas qualidades, tem a de não ser repetitiva. Este raro quadro feito há 14 anos está no DNA do que ela está produzindo hoje, cada vez mais simplificada, permitindo uma abertura ainda maior para a sensibilidade do expectador.

56KAMINAGAI, Tadashi (1899-1982)Vaso com flores. Óleo sobre tela, 60 x 46 cm. Assinado embaixo à direita: T. Kaminagai.

Este é um ótimo exemplo da força do pintor quando para um tema banal consegue apresentá-lo com grande pujança. Foi executado com pinceladas decididas, rápidas, demonstrando segurança na maneira de transmitir sua sensibilidade para o mundo real. Ainda deve se acrescentar que tendo sido ele um inovador na produção de molduras que até hoje são disputadas no mercado e sempre copiadas, para essa pintura fez questão de usar uma especial de sua confecção.

55Mesa de encostar de jacarandá, estilo Dom João V com gaveta frontal e puxadores de bronze; 92 x 46 cm; 79 cm de altura. Brasil, séc. XIX.

Esta mesa tem grande elegância e é característica com as duas gavetas frontais e seus puxadores ricamente trabalhados. Móvel muito procurado pelas linhas do tampo e pelas belas curvas de suas pernas sempre terminando com graciosas formas.

57caixa de madeira maciça com reforços frontais marchetados; fechadura e dobradiça de ferro forjado; compartimentos e segredos no espaço interior; 114 x 51,5cm; 51,5 cm de altura. Brasil séc. XIX.

O uso das aplicações e marchetarias visíveis neste pequeno arcaz, valoriza muito a peça, porque realmente dá-lhe uma beleza além da utilidade para a qual foi concebida, com tampo móvel para guardar o que se deseje.

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58FONSECA, Reynaldo (1925)Perfil de moça. Aquarela, 27,5 x 22 cm (só a imagem). Assinado e datado embaixo à direita: Reynaldo / 1993.

O desenho simples e a posição elegantíssima da jovem transmitem uma beleza incomparável, porque nasceram pelas mãos de um verdadeiro artista que é Reynaldo Fonseca. Ele que domina com grande facilidade as cores para uma tela, dentro de um estilo próprio, neste trabalho consegue, com poucos traços e quase nenhuma cor o mesmo resultado.

59LEE, Wesley Duke (1931-2010)a queda! Gravura em metal; 27 x 39 cm. Numerada embaixo à esquerda: 6/30, assinada e datada embaixo à direita: Wesley / abril 72; dedicatória: para Mona / abril / 72.

Esta gravura confirma a criatividade do autor, incluindo a moldura original por ele criada ao tempo da Rex Gallery juntamente com Nelson Leirner.São quatro pequenas cenas feitas uma de cada vez, no mesmo papel e com a dedicatória à sua extremada amiga e reconhecida artista Mona Gorovitz. Execução finíssima como tudo que Wesley deixou para a posteridade.(comentário no lote 96).

60DALI, Salvador (1904-1989)Dahlia rapax. Litogravura a cores e relevo, 75 x 55 cm.Numerado embaixo à esquerda 342 / 350; intitulado no centro Dahlia rapax e assinado embaixo à direita: Dali. No verso certificado de autennticidade conferido pelo museu Perrot–Moore de Cadaques.

Difícil aparecer em nosso mercado um trabalho deste que foi um dos maiores e mais comentados artistas do século XIX. Sua marca principal era a criatividade praticamente visível em tudo que ele produziu. Mestre do surrealismo. Esta lito de Dali revela tudo isso. Não é comum encontrar obra como esta que tem a flor vermelha central em relevo. Valorizando-a ainda mais e, quem sabe se pela dificuldade de realizá-la, a tiragem é de apenas 350, o que é muito pouco se comparada a outras litos por ele produzidas. Acrescentem-se ainda, os registros de autenticidade e procedência visíveis no verso da obra.

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61NIVERT, Georgette (séc. XX) - Escola francesaFigura de mulher. Óleo sobre tela, 35 x 27 cm. Assinado em cima à direita: G. Nivert.

Este quadro é a representação daquelas figuras que fizeram grande sucesso em Paris e no mundo, com suas silhuetas provocadoras, seu olhar brejeiro e sua maneira de se pintar. Nivert foi o mais popular dos artistas que retrataram a “parisiense”, ela que despertou grande interesse sendo tema quase obrigatório entre os escritores da época.

62Mesa auxiliar porta-livros com tampo circular medindo 50 cm de diâmetro; três espaços para livros com paredes lavradas e vazadas. 73 cm de altura. Europa, séc. XIX-XX.

Curiosa mesa com prateleira giratória na parte inferior com divisões verticais vasadas de muito bom gosto, para colocação de livros. Prática para estando-se sentado poder-se mudar de leitura sem se levantar.

63RESCALA, João José (1910-1985)Praia do comércio. Óleo sobre placa, 17 x 58 cm. Assinado embaixo à esquerda: Rescala.

A obra é típica da preferência desse grande artista baiano que se interessou principalmente pelo cotidiano do seu povo. Esta pequena, mas belíssima placa mostra exatamente os afazeres dos personagens com ótima qualidade de execução através de uma pintura que é também importante documentação.

64luminária art-deco de chão de pé alto de coluna e base de madeira; tulipa de metal com boca medindo 30 cm de diâmetro; 2 lâmpadas decorativas azul e vermelha; base circular de 40 cm de diâmetro; dotada de instalação elétrica; 173 cm de altura. Brasil, séc XX.

Esta belíssima luminária com certeza é desenho de um dos nossos artistas do começo do século XX. Poderia ser John Grass, ou Gomide, Warchavchik ou mesmo da Casa Nunes RJ ou até da Fábrica Federico Opfido SP, qualquer dos que se encantaram com o art decô. A idéia de lâmpadas coloridas a se refletirem na face exterior da tulipa de alumínio é maravilhosa pois que as cores se mesclam sobrepondo-se uma a outra, enquanto o grande foco da lâmpada interna ilumina o ambiente.

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65lampadário de prata cinzelada e burilada, decorada com elementos barrocos; suspensas por três correntes; 90 cm de altura; 3.320g. Brasil, séc. XVIII / XIX.

O mais típico e conhecido modelo de lampadário de prata, ao tempo de D. José I, com magnífico repuxamento e intervenções com cinzel inclusive na peça superior de onde partem as três correntes de sustentação que, por sua vez, acompanham a delicadeza e a finura do trabalho do grande artífice que executou o conjunto.

67CALIXTO, Benedito (1853-1927)Porto de Santos. Óleo sobre madeira, 31 x 45 cm. Assinado e datado embaixo à direita: B. Calixto / 1924.

Dificilmente se verá uma pintura representando o Porto de Santos num horário de quase noite fechada. Apenas uma réstia de luz permite adivinhar a existência de vários navios atracados. Execução perfeita, moldura de época completam o que se poderia chamar de mais uma obra excepcional do autor que dispensa comentários, já que é um dos maiores pintores brasileiros, cada vez sendo mais reconhecido como tal. Não há coleção que possa deixar de ter uma obra de Calixto dessa época e dessa originalidade.

66ROGANEAU, François-Maurice (1883-1973) Escola francesa Nú alongé. Crayon, 39 x 71,5 cm. Assinado embaixo à direita: Roganeau.

Mais um excepcional desenho, deste que foi grande mestre na primeira metade do século XX, principalmente com sensibilidade para reproduzir a grande beleza, o contorno e a textura do nu feminino. Observar ainda neste trabalho a formosura de posicionamento da modelo.

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68EMENDABILI, Galileo Ugo (1898-1974)imagem de Nossa Senhora do Rosário, de bronze patinado medindo 58 cm de altura total; sobre base retangular de mármore creme. Assinado e datado embaixo atrás: Galileo Emendabili / 1962.

Pouco se viu no meio artístico esta escultura executada em 1962, que representa Nossa Senhora de autoria de Galileo Emendabili, tanto porque foi feita especialmente para ofertar à sua mulher. Uma figura longelínea, ombros estreitos, fisionomia transmitindo pureza apenas através de leves incisões. Nada tem das formas barrocas tão comuns na representação da Santa Madre. Observar, no manto, a riqueza de detalhes em alto relevo, bem como ao desmedido tamanho da coroa como a significar a importância da principal Santa dos devotos católicos. Emendabili é o autor do Obelisco no Parque Ibirapuera em SP, bem como de todas as figuras no subsolo do mesmo, além de inúmeras outras esculturas importantes ornamentando jardins públicos no Brasil.

70CASTAGNETO, João Batista (1851-1900)icaraí. Óleo sobre madeira, 17,5 x 35 cm. Assinado e datado embaixo à esquerda: B. Castagneto / 87.

Sem dúvida o nosso maior marinhista, neste trabalho, demonstrou sua qualidade, criando no primeiro plano formas e sombras através dos grandes blocos de pedra, deixando ao fundo o mar e as montanhas numa verdadeira aula de pintura, mestre que ele era, nas perspectivas e nas reais tonalidades de tudo quanto se colocava à sua frente.

69a) Pequeno móvel, com porta de duas folhas decoradas com brasão; fechadura na folha da direita; medindo 25 x 18 cm. 24 cm de altura. Inglaterra, séc. XVIII – XIX.

Esta miniatura demonstra o cuidado do ebanista que não poupou esforços para numa peça tão pequena apresentar tantos detalhes e todos de bom gosto provando sua capacidade de trabalhar com a madeira.

b) Par de porta-confeitos de cristal tendo na base grupo de crianças em bronze. Lapidação com bicos de jaca e anel de bronze na borda da boca que tem 9 cm de diâmetro; assinado na base: A. Moreau (Auguste Moreau 1855-1919, autor da fonte de Val d’ Osne); base quadrada de cristal e bronze com lado de 10 cm; 28 cm de altura.

O autor é um dos maiores artistas escultores no bronze, pertencente a família que se celebrizou por importantes trabalhos em toda Europa. França, século XIX.

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71MECATTI, Dario (1909-1976)cena Árabe. Óleo sobre madeira, 20 x 14 cm. Assinado embaixo à direita: D. Mecatti.

Este é um dos temas mais apreciados pelo público de Mecatti, qual seja o de cenas árabes. Observar com que facilidade o pintor criava os personagens numa perspectiva irretocável, com luzes e sombras saídas do pincel de um grande mestre.(comentário no lote 28)

72Par de lanternas hexagonais envidraçadas; prata do Porto batida, recortada, repuxada, cinzelada e fundida; marca do contraste Caetano Rodrigues de Araújo usada entre 1853 e 1861; 83 cm de altura; 5.940g o par. Portugal, séc. XIX.

Curioso e raro par de lanternas em que as bases são verdadeiros castiçais, ou pequenos tocheiros. Só a versatilidade dos prateiros portugueses poderia criar essa forma. O fino acabamento e elegância das peças confirmam uma excelente autoria como se já não bastassem as nítidas punções nelas exibidas.

73LEWY, Walter (1905-1995)composição com aves e lua. Óleo sobre tela, 55 x 120 cm. Assinado e datado embaixo à direia: Lewy/ 12/1967.

O artista conseguiu nesta pintura uma excepcional composição, perfeitamente dentro do surrealismo a que ele se dedicou durante toda a vida. Temos que considerar esta obra um dos pontos altos de sua carreira e lembrar que o pintor era culto e conviveu na Europa com os maiores nomes da arte de seu tempo.

74Tocheiro de madeira com brasão na base; 150 cm de altura. Brasil séc. XVIII-XIX.

Importante tocheiro com brasão até hoje não identificado, porém pela maravilhosa patina que não sofreu repintura e o corpo cilíndrico interrompido por anéis salientes de cor diferente, a curiosa maneira de solucionar a base e a ferragem original da época para receber a vela de grande diâmetro, pode-se assegurar que se trata de um exemplar de grande qualidade.

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75BRUNELLESCHI, E Torso. Mármore Carrara, sobre base de mármore “pó d’oro”; 53 cm de altura total. Assinado no dorso: E. Brunelleschi. Europa, séc. XIX.

Esta linda escultura de alguém que tem o mesmo sobrenome do famoso autor da cúpula da Catedral de Florença no século XIV, cujo prenome era Filipo, conseguiu grande beleza na figura feminina e a fez com requintes de relevos na gola da blusa e um semblante extraordinário, olhos semi abertos folhas de louro entre os cabelos, tudo próprio de um ótimo artista.

76Mesa escrivaninha linhas Luis XV; tampo revestido com couro; alçado com 3 gavetinhas e dois espaços laterais com portas imitando lombadas de livros; no ponto mais alto, relógio funcionando com mostrador de 10 cm de diâmetro; apliques de bronze nos joelhos e nas pontas dos pés; 77 x 46 cm; 115 cm de altura total. França, séc. XIX.

Curiosa e requintada mesa com extraordinária marcheteria, segredo para abrir o “tromp l’oeil” representado por lombadas de livros antigos que escondem pequenos compartimentos. Para completar a elegância da peça, com pernas curvas, no topo acha-se incrustado um relógio de forma circular com mostrador de porcelana em funcionamento.

77VIANELLO, Cesare (1803-1894) – Escola italianaMercado de flores em Veneza. Óleo sobre tela, 63 x 83 cm. Assinado embaixo à direita: C. Vianello.

Esta é uma importante pintura de invulgar beleza de quem sempre demonstrou bom gosto na escolha das cenas e locais. Só na Piazza di San Marco em Veneza, Vianello fixou vários momentos do cotidiano. Um deles recentemente vendido em leilão na Europa apenas deslocou o violeiro para o fundo e suprimiu o lindo balcão a esquerda em que se debruça uma “bella ragazza”, portanto variação deste que agora está sendo apresentado. Pintor muito conhecido com inúmeras vendas atingindo altos preços por toda a Europa.

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78oratório rústico azul da época de D. João V; frontão barroco; internamente decorada com ramos de flores policromadas; porta de duas folhas; 76 x 36 cm; 21 cm de altura. Brasil, séc. XVIII.

Exemplar com todas as características das formas e do bom gosto das Minas Gerais insuperáveis no barroco brasileiro. Oratório pequeno encimado por elegante frontão bem ao sabor do século XVIII, conserva ainda originais a pintura interna e a envelhecida, mas não retocada cor da época em que foi elaborada.

80cadeira chaise-longue Thonet de balanço; encosto reclinável; 180 x 67 cm; 79 cm de altura em repouso. Europa, séc. XIX.

Este é o mais apreciado desenho do mestre Thonet, ebanista do século XIX que realizou esta maravilha, que além de ser absolutamente confortável, com uma parte dobrável, é raríssima de se encontrar no mercado. E com as mágicas curvaturas na madeira, técnica por ele inventada. Nada mais se poderia acrescentar ao lembrar que a seção de mobiliário do Museu de Arte Moderna de Nova Iorque, dentre todos os móveis de sua coleção, colocou uma peça idêntica a esta, original como esta, num tablado superior a todos os outros, e sobre ele apenas essa chaise longue, dando-lhe a importância que ela merece.

79Grande e importante mesa com tampo medindo 270 x 136 cm sobre 6 pernas e amarrações torneadas; 85 cm de altura. Brasil séc. XVIII – XIX.

Raríssimas são as mesas com essas medidas de jacarandá maciças na estrutura e justamente o chamado “cabeça de negro” por ser de cor negra. Observar a perfeição da forma elíptica dos componentes que são encaixados, sem uso de cola ou ferragem de qualquer espécie.

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81a) MATTONI, Vincenz Andreas Peter (1779-1864) – Escola italianaPassarinho vivo após a caçada. Óleo sobre tela, 68 x 54,5 cm. Assinado embaixo à direita: Mattoni.

b) Depois da caçada. Óleo sobre tela, 73 x 54 cm. Assinado embaixo à direita: assinatura não identificada.

A falta de identificação de autoria não impede que se reconheça na pintura concluída o grande mestre que deve ter executado estas duas naturezas mortas. É preciso olhar e ver com detalhes a perfeição de como os elementos estão dispostos, seja em termos de perspectivas como na exigência das cores, além da total semelhança com a realidade. Tudo parece ser, como o anterior, de autoria de Mattoni.

83DE LAUNAY , Fernand (1885-1941) Escola francesaNu deitado de costas. Pastel. 39 x 72 cm. Assinado embaixo à esquerda: Launay.

Launay é um mestre no desenho, na aquarela e no pastel. Todos são materiais de difícil controle por parte do autor. Neste exemplo a figura é de tal forma natural que sua pele parece verdadeira. O bom gosto na posição da modelo e a qualidade do artista fizeram desta obra um exemplo de perfeição e beleza.

84MATTONI, Vincenz Andreas Peter (1779-1864) - Escola Italiana.Natureza Morta. Óleo sobre tela, 53 x 67 cm. Assinado embaixo à direita: Mattoni.

Mattoni foi mestre nas naturezas mortas. Não há de se perder o gosto pelo bem pintado, realista por excelência, desde que a disposição dos elementos, a beleza das formas e das cores estejam presentes como nesta pintura de perfeita execução. Curiosa é a necessidade de a obra precisar ser delimitada por moldura de brilho faiscante, como a pedir que o principal não se confunda com o restante.

82VALCIR COSTA ( 1970)Duas mulheres com chapéu verde. Óleo sobre tela, 89 x 115 cm. Assinado e datado embaixo à direita: Valcir Costa / 2003.

Esta pintura revela o talento e a sensibilidade na arte de pintar de uma artista que é pouco divulgada no mercado e que, no entanto, todos os seus trabalhos têm esta mesma força, bom gosto e um certo mistério que fica para ser descoberto pelo expectador. É maneira apenas sua de com elementos figurativos e cores fortes criar algo que invade o interior de cada um.

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85CARTA, Mino (1933)Figura de mulher. Acrílico sobre tela, 80 x 64 cm. Assinado embaixo à direita: Mino Carta.

Mino Carta tudo que faz é bom. Poucas vezes se pode ver seu trabalho no campo da pintura. Quase nunca deixa expor. Este quadro esteve na grande mostra que realizou no MASP, ao tempo de Bardi. É uma pintura forte, realista, de uma só cor e suas variações. A mulher no primeiro plano revela tudo que se passa com ela, vai fundo. É uma excelente obra reveladora do talento do autor que, depois de muitos anos, acaba de expor com sucesso em galeria renomada de São Paulo.

86cômoda-secretária vertical biedermeier. O tampo se abre verticalmente escondendo seu interior com gavetinhas e escaninhos, a gaveta na parte superior e várias partes não visíveis que se abrem em separado. 103,5 x 52 cm; 146 cm de altura total. Alemanha-Áustria, séc. XIX.

Durante curto período (1815 a 1848) Biedermeier conseguiu se colocar como desenhista de móveis com estilo próprio, linhas retas dominantes. Até hoje são oferecidas peças ditas Biedermeier, porém são raras as que se pode assegurar serem de procedência verdadeira na sua fabricação. A madeira utilizada, os detalhes e o acabamento desta secretária que hoje se oferece, confirmam a datação, isto é, pela simplicidade é da 1ª fase, entre 1820 e 1830, do importante ebanista alemão.

87FACCHINETTI, Nicoló Antonio (1824-1900)coro Della chiesa dei Frari aVenezia. Desenho a lápis preto aquarelado, 21,5 x 15,5 cm; intitulado na base do desenho e siglado embaixo à direita: N.F.

È provável que esta seja a mais rara peça deste Leilão. Sua obra mais conhecida é a que fixou, como um miniaturista, as belíssimas paisagens de beira mar do Rio de Janeiro, no século XIX, as quais hoje alcançam preços justos, mas colossais. O desenho aquarelado que aqui se oferece ao público deixa bem evidente o traço brilhante da grafite utilizada. É de seus tempos na Itália, sua terra natal, detalhando com uma incrível maestria a perspectiva de uma rua em Veneza que lhe agradou aos olhos, quando se vê o Coro da famosa igreja gótica de Santa Maria Gloriosa de Frari que tem no altar mor a pintura “Assunção da Virgem” de autoria de Tiziano, o qual lá se encontra enterrado. Observar também os cortes nas laterais e a tão suave coloração cor de rosa e cinza da aquarela. Bem ao fundo, quase como esboço, praticamente sem cor, uma arquitetura que fecha a cena. Acrescenta-se a toda esta beleza a localização escrita, de próprio punho com caracteres cursivos, bem como a sigla N.F.

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89Par de poltronas bergères capitonês estofadas com couro bege; período vitoriano; assento de 58 x 53cm. 112 cm de altura do espaldar. Inglaterra séc. XIX.

Pelas dimensões poderia ser chamada de trono, tal o aspecto pomposo que tem. A par disso um conforto inexcedível, incomparável.

90PANCETTI, José (1902-1958)Saquarema. Óleo sobre tela, 33 x 41 cm. Assinado embaixo à esquerda: Pancetti, no reverso: Lula, Cruz, Stela, situado, datado e assinado: Saquarema / 23/9/55 / J.Pancetti.

Esta obra é um dos pontos mais altos da pintura do mestre. Nada melhor do que foi pintado em Saquarema e na Lagoa do Abaeté, para se poder afirmar que se trata de um dos maiores nomes da pintura brasileira. Aqui se pode assegurar que quem vier a adquiri-lo terá para sempre uma obra prima e justamente da melhor época, realizado que foi em 1955.

88a) Par de castiçais de vidro prensado com base em forma de margarida; fuste canelado e bobêche com pingentes prismáticos azuis e brancos; manga decorada com ramos de flores acidadas, borda recortada; 54cm de altura com a manga. Europa, séc. XIX.

Indispensável na decoração das grandes casas no tempo do Império brasileiro. Com as velas acesas, uma luz agradável realça o fino trabalho das flores acidadas e devido ao formato das mesmas, mantém a chama acesa invisível.

b) cruz de prata lisa, braços cilíndricos sobre base batida e torneada com ponteiras lavradas; 40 cm de envergadura e 54 cm de altura; 1.320g. Brasil, séc. XVII - XVIII.

São raras hoje no mercado as cruzes de prata dessa época, bem caracterizadas pelas hastes absolutamente lisas, cilíndricas, terminando com as ponteiras como as que se apresentam aqui. A base permitiu que a cruz pudesse ser colocada sobre o altar, porém também que essas cruzes fossem muito utilizadas para abrir as procissões e então quem as conduzia, colocava-as no topo de um tubo longo também de prata, ou até mesmo de madeira roliça.

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91SHAEFFER, Frank (1917-2008)Retrato de Maria leontina. Óleo sobre tela, 52,2 x 40,3 cm. Assinado e datado embaixo à direita: Frank Shaeffer / 1955.

É um grande artista a retratar, em rápidas pinceladas, a figura de Maria Leontina, casada com Milton da Costa, ela que foi um dos expoentes da arte moderna brasileira. Seu semblante foi captado com maestria pelo notável pintor, deixando ao fundo espaços em branco que revelam a espontaneidade com que concluiu esta belíssima obra.

92PENNACCHI, Fúlvio (1905-1992)Fazenda de café. Óleo sobre placa, 30 x 40 cm. Assinado e datado: Pennacchi / 77. Inscrição no verso: N22 fazenda de café /1977 / 30 x 40.

A obra aqui apresentada é riquíssima de detalhes, registrando no pequeno espaço para pintar, tudo que acontecia numa fazenda de café. É um documento sobre lavoura hoje praticamente extinta, pelo menos na maneira como as coisas se davam naquele ambiente. Na obra desse italiano brasileiro, sempre humilde em sua caminhada, as cenas do interior paulista o cativaram. Deixando de lado as vistas urbanas da Itália, encantou-se pela vida de nossos colonos e fazendeiros. Foi autor de grandes murais, inclusive todos os que se encontram no Grande Hotel de Campos do Jordão. SP.

93SÔLHA, Luiz (1958)Tapies, Versace e Nuno Ramos. Óleo sobre tela, 150 x 200 cm. Assinado e datado no verso: Luiz Sôlha / 1996.

Esta obra é consagradora para o artista que continua trilhando uma estrada só de merecido sucesso. Comprova a capacidade do autor de executar difíceis perspectivas, criando “tromp l’oeils” incríveis, abandonando áreas, afinal uma composição que parte de um real para um vanguardismo insuperável. É um dos grandes nomes da nova geração. O RMG Escritório de Arte fez uma individual de Luiz Solha em 1996 e este trabalho está reproduzido no catálogo, bem como tem sido mostrado com foto em várias publicações, dentre elas o Arts in Brazil dirigido pelo crítico Paulo Klein.

94Taça de prata com tampa fundida, repuxada, cinzelada e burilada; coluna central com figuras humanas e sereias entrevasadas; 29 cm de altura; 1.750g; na borda da base a marca Odiot- à Paris e cabeça de Minerva. França, séc. XIX.

Esta peça revela a riqueza da imaginação dos prateiros franceses notadamente os que têm a procedência da casa Odiot, visto que foi uma das mais famosas do mundo. Exemplar que tem tudo que se pode pretender para considerá-lo uma peça de coleção.

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95GRUBER, Mário (1927)Vaca de cascos vermelhos. Óleo sobre tela, 50 x 60 cm. Assinado e datado embaixo à esquerda: Gruber /96.

Fase antiga de um dos maiores pintores brasileiros, sobre quem Mario Schemberg disse que só seria compreendido daí a 100 anos. Esta pintura mostra o famoso personagem por ele criado, montado numa vaquinha também fruto de sua imaginação e com detalhes preciosos de acabamento, seja nas duas figuras como na misteriosa tonalidade do fundo que só ele era capaz de fazer, alquimista que sempre foi na mistura das cores. Vale a pena comparar este excelente trabalho com certas ridículas telas que rodam hoje pelo mercado e nada têm a ver com o mestre Gruber e que só encontram alguma semelhança na assinatura porque é fácil de ser falsificada.

96LEE, Wesley Duke (1931-2010)la Mona. Técnica mista, 48 x 65,5 cm. Assinado no centro à direita: W.

Esta obra retrata uma das grandes amigas de Wesley Duke Lee, a notável artista Mona Gorovitz que foi uma das mulheres mais lindas desse país. Poucos traços mas a forte identificação – La Mona – completam o desenho puro do autor que modestamente se assina W, indispensável para finalizar a composição da obra. Wesley foi um dos mais importantes artistas do século XX, grande retratista, teve convite de Leo Castelli para fazer parte do seu grupo da Pop Art americana e não aceitou porque não quis deixar o Brasil.

97STELLA, Frank (1936)abstrato. Litografia, 40 x 56 cm. Numerada e assinada embaixo à direita: 33/100. F Stella.

Frank Stella foi ícone do movimento iniciado por Leo Castelli, a Pop Art, nascida nos Estados Unidos, que contou também com Andy Warhol, Roy Lichtenstein, James Rosenquist, Bruce Nauman, Robert Rauschemberg e Jasper Johns. Esta lito de tiragem baixa, representa a maneira como ele sentiu “Henry Garden”, seu amigo particular, título dado pelo curador do Metropolitan Museum of Art. - NY, exposta numa coletiva de que fizeram parte todos os artistas acima referidos e que ocorreu no RMG Escritório de Arte em 1994. Esta obra foi escolhida pessoalmente por Leo Castelli, o grande marchand do século XX e comentada no prefácio do catálogo da exposição em São Paulo. O artista está entre os que alcançam maiores preços no mercado internacional.

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98AGOSTINHO BATISTA de Freitas (1927-1997)Vale do anhagabaú. Óleo sobre tela, 49 x 59 cm. Assinado e datado embaixo à esquerda: Agostinho Batista de Freitas / 25-9-1962.

Esta é uma das primeiras obras do autor, exatamente da mesma época em que P. M. Bardi o descobriu e colocou uma pintura sua na abertura do primeiro livro por ele escrito, “Arts in Brazil”, ainda não traduzido. Agostinho era pequeno funcionário do MASP e naquela época realmente um pintor “naif ” de extraordinária qualidade na sua ingênua percepção das paisagens reais.

100cômoda inteira D. João Vi ou Dª Maria i tardio de jacarandá; entradas de chave de marfim, puxadores de madeira, cantos frontais em forma de colunas torneadas; 135 x 55 cm; 130 cm de altura. Brasil, séc. XIX.

As proporções e as formas desta cômoda são típicas do período, inclusive com o prognatismo da gaveta superior, ou seja, dos primeiros anos do século XIX, entusiasmados pela profusão e a nobre beleza do jacarandá escuro (chamado cabeça de negro) os artesãos da época criaram móveis exagerando as dimensões da madeira consumida. Daí, como no caso desta belíssima cômoda, o peso que a mesma tem. Jacarandá é madeira dura, difícil de ser trabalhada, com peso específico alto. Só grandes artistas se propunham utilizá-las. Entretanto sabiam que suas obras haveriam de atravessar séculos, sem trincas ou ameaças dos insetos predadores.

99Mesa rústica com gaveta frontal, fechadura de ferro forjado; tampo de 154 x 59 cm; saia recortada e quatro pernas de seção quadrada; 84 cm de altura. Brasil séc. XVIII.

Exemplar mesa com as características e gosto da época. Esta com o requinte da saia e a estrutura rude e forte, sem influências estrangeiras. É ótimo exemplo de móvel verdadeiramente brasileiro.

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101BERNARDINO DE SOUSA PEREIRA (1895-1985)arredores de São Paulo. Óleo sobre tela fixada em cartão, 18 x 34 cm. Assinado, situado e datado no verso: Bernardino de Sousa Pereira / S. Paulo / 953.

No verso desta pequena pintura o autor além de assinar seu nome, localizou a obra como pintada em São Paulo. Sabe-se que todas as pinturas iconográficas são sempre bem vindas aos colecionadores de arte e historiadores. À esquerda um detalhe da lateral de um casarão e larga vista de uma São Paulo sem edificações. Era hábito entre os pintores desse período, subirem até o Morumbi, distante muitos quilômetros do centro da cidade, e de lá registrarem os campos de Piratininga. Bernardino é muito citado como ótimo pintor na primeira metade do século XX.

103OLIVEIRA, Raimundo Falcão de (1930-1966)cena religiosa. Nanquim sobre papel fixado em placa, 48,5 x 33 cm. Assinado e datado embaixo à direita. Raimundo Oliveira / 1959.

Muito freqüente os trabalhos como este em que o pintor conseguia desenhar, sobre papel, com um pincel grosso, seja com óleo ou guache. Apesar dessa técnica, o grande artista baiano conseguiu dar expressão muito clara aos personagens na cena de Abraão sendo comunicado pelo anjo que não precisaria cumprir a promessa de sacrificar o próprio filho.

104OSCAR PEREIRA DA SILVA (1867-1939)Pedra da ilha Porchat. Óleo sobre madeira, 32,5 x 39,5 cm. Assinado embaixo à direita: Oscar P.da Silva.

Muitos dos expectadores deverão se recordar deste local, sob essa grande pedra e que era parada obrigatória para os que seguiam a única trilha que circundava a Ilha Porchat em São Vicente, cidade vizinha a Santos, que foi retratada como um documento pelo grande pintor que é uma das glórias da arte brasileira, notadamente entre os paulistas. Para ele foram entregues as pinturas que decoram o Teatro Municipal de São Paulo.

102a) MARTINS, Aldemir (1922-2006)Gato amarelo. Óleo sobre papelão, 40 cm de diâmetro. Assinado e datado embaixo no centro: Aldemir Martins / 2001.

b) MARTINS, Aldemir (1922-2006)Gato Verde. Óleo sobre papelão, 40 cm de diâmetro. Assinado e datado embaixo no centro: Aldemir Martins / 2001.

Os gatos e os cangaceiros se tornaram uma verdadeira assinatura do notável artista que foi Aldemir Martins. Capaz de fazer variar os suportes para pintar, com esses pratos de pizza inaugurou um dos mais conhecidos restaurantes de São Paulo. Não é fácil encontrar um par como este em que cada um dos gatos tem expressão própria e coloridos diferentes.

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105TELLES, Sérgio Barcellos (1936)Fruteira verde. Óleo sobre tela, 50 x 61 cm. Assinado embaixo à direita: Sérgio Telles.

Esta obra escolhida a dedo, revela totalmente a qualidade do autor. Pintada em 1993 pode resumir toda sua trajetória. Tem as cores, as pinceladas, o bom gosto de quem sabe dispor o que vai pintar. Basta observar as passagens maravilhosas das tonalidades que compõem este quadro. Mas também como foram lançadas sobre a tela, com que precisão e rapidez inigualáveis. Um dos mais importantes pintores do nosso tempo. Reconhecido internacionalmente, foi convidado a expor em mais de 25 significativos Museus do mundo. E o que é melhor em toda sua caminhada de artista: fez ouvidos moucos aos “ismos” que pipocaram ao seu redor, e ainda estão por aí. Segue rigorosa e decididamente o que acreditou ser Arte.

106JOSÉ CLÁUDIO da Silva (1932)D’après almeida Jr. Acrílico sobre placa, 61 x 80 cm. Assinado e datado embaixo à direita: José Cláudio / 80.

Artista maior para pintar, escrever ou conversar. Este quadro revela todo o talento de José Cláudio. É um dos detalhes da conhecida pintura de Almeida Junior - Descanso do modelo - , que ele pintor interpretou, à sua moda, a figura de costas, seminua, ao piano, o qual está apenas esboçado, a fim de não competir com as belíssimas cores, em claro e escuro, que definem a textura da pele daquela modelo. Este é um dos muitos quadros participantes da exposição sobre o tema realizada no RMG Escritório de Arte, em 1982.

107RODRIGUES, Sérgio (1927)Poltrona mole. Estrutura de jacarandá maciço, forração de couro crú; 110 x 100; 75 cm de altura. Brasil,1957.

Na metade do século XX surgiu no Rio de Janeiro um arquiteto que se preocupou em completar o interior de seus criativos projetos com uma decoração de móveis que tivesse características próprias. Era Sergio Rodrigues que para sorte nossa continua inventando formas e novos conceitos nos móveis que desenha. Foi reconhecido imediatamente num concurso famoso em Carmel nos Estados Unidos e na Itália, ganhando o primeiro e vários outros prêmios com a linha “Mole”, utilizando jacarandá e couro cru recheado de espuma, trazendo um novo conforto para o usuário. Fundador da Oca do Rio e da Oca de SP nunca parou de criar, tendo chegado a mais de 300 itens diferentes. Aqui são oferecidas nos lotes seguintes peças que fazem parte daquele período dos grandes prêmios. Reconhecido até hoje como um dos maiores desenhistas de móveis do mundo, foi consagrado com os pedidos para o Palácio do Planalto em Brasília, Embaixada do Brasil em Roma, Teatro Nacional de Brasília, teatros inteiros como o Anchieta em São Paulo, as sedes das empresas Bloch, Manchete no Rio e em São Paulo, as residências das maiores celebridades nacionais e internacionais e muitos outros. Também o primeiro apartamento de Roberto Carlos em SP. De certa forma, e como haveria de ser natural, foi copiado e falsificado até hoje, porém sua capacidade de criar novos modelos perdura. As peças ora apresentadas são raríssimas, pois são exatamente as que o colocaram no plano mais alto dentre os “designers” do Brasil e do mundo. Baseado nesse sucesso desdobrou-se em variações através de outras “famílias” de poltronas com certa semelhança como a “Moleca”, “Sherife”, etc. E até desmontáveis para facilitar a exportação. Curiosamente cada novo desenho leva um nome próprio tais como Lucio Costa, Oscar Niemeyer, Alex, Mucki, Leda, etc.

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108RODRIGUES, Sérgio (1927)banqueta da poltrona mole. Estrutura de jacarandá maciço, couro cru; 80 x 50 cm; 40 cm de altura. Brasil, 1958.

Esta peça nasceu juntamente com a famosa e premiada Poltrona Mole, e normalmente deve ser usada como complemento da mesma. Entretanto, pela beleza e praticidade, tornou-se móvel independente.

110AUTOR desconhecido (séc. XVIII) – Escola cusquenhaNossa Senhora do Desterro. Óleo sobre tela, 113 x 152 cm.

A presente obra é importante por várias razões. Observar a beleza da composição, em grandes dimensões, com a conhecida cena da fuga para o Egito de Maria e José levando o Menino Jesus. Também a raridade de ser uma pintura da Escola de Potozi que tem como característica apresentar flores e pássaros em quantidade, com isso diferenciando-se da maioria dos quadros cuzquenhos quase sempre fixada nas figuras de santos e muitas delas carregadas de sombrios elementos. Ainda é de se notar que a figura e o porte de Maria podem refletir a influência dos mestres italianos, que algumas vezes surge naquela Escola. Esta pintura pode representar o que de melhor se fez no século XVIII na América setentrional, contrabalançando o que no mesmo período o Brasil foi pródigo em termos de qualidade escultórica representada por Aleijadinho e Mestre Valentim.

109RODRIGUES, Sérgio (1927)Sofá mole. Estrutura de jacarandá maciço, forração de couro cru; 200 x 100 cm; 75 cm de altura. Brasil, 1957.

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111RODRIGUES, Sérgio (1927)Estrado Mucki de jacarandá maciço; 260 x 70 cm; 30 cm de altura.Brasil, 1958.

113RODRIGUES, Sérgio (1927)Mesa auxiliar de jacarandá maciço. Tampo quadrado medindo 65 cm de lado; 42 cm de altura. Brasil, séc XX.

114RODRIGUES, Sérgio (1927)Mesa baixa auxiliar de jacarandá maciço. Tampo de vidro medindo 62 x 64 cm; 61 cm de altura; dois compartimentos para jornais e revistas. Brasil, anos 60.

112RODRIGUES, Sérgio (1927)Mesa de centro alex de jacarandá maciço. Tampo quadrado de mármore medindo 100 cm de lado; 45 cm de altura. Brasil,1960.

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115GRACIANO, Clóvis (1907-1988) Trompetista. Óleo sobre tela, 54 x 65cm. Assinado e datado embaixo à direita: Graciano / 79.

Destaque especial para esta obra em que o grande pintor do Grupo Santa Helena utilizou uma tonalidade de azul incomparável para contrastar com o amarelo do sol poente, onde se percebe um dos exemplos de romantismo do artista, traduzindo muito bem o seu sentimento reconhecido por todos os que o conheceram. O personagem está calmo, tranqüilo e no cromatismo da obra sentiu necessidade de utilizar as paralelas horizontais em vermelho e os traços verticais em preto como uma proteção para a luminosidade do astro-rei.

116SHIRÓ, Flávio (1928)Paisagem abstratizada. Óleo sobre papel, 32 x 46,5 cm. Assinado embaixo à esquerda: F. Shiró. (pouco legível).

São raras as pinturas de Shiró que deixam transparecer sua curta fase figurativa. Este quadro marca exatamente a passagem de seu primeiro período com as casas e os troncos das árvores para o que veio depois, isto é o absoluto informalismo de sua obra, devido ao seu encontro na Europa com a Action Painting. Daí o grande valor colecionístico da pintura aqui apresentada. O autor reside na França, é muito festejado e recentemente fez grande retrospectiva em museu de São Paulo.

117cadeirado de jacarandá Dom José i para quatro pessoas, estofado com tecido adamascado medindo 200 x 53 cm; 105 cm de altura do espaldar. Brasil, séc. XVIII.

Magnífico e hoje muito raro o cadeirado de quatro assentos com o puro desenho do século XVIII. Ricos entalhes em suas partes superiores, bem como fechando a parte anterior do assento, além dos elegantíssimos e longos braços e sinuosas pernas no mais puro estilo. Condição impecável, inclusive com as pequenas tramelas colocadas na parte posterior do móvel, a fim de permitir o deslocamento da parte central do encosto para substituição eventual da forração. Também este lindo móvel teve como procedência a coleção de Octales Marcondes.

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118Tapete isfahan, 188 x 126 cm ou 2,37m²; desenho típico de sua origem inclusive com as sete faixas no seu contorno e a rosácea central. Irã (Pérsia), séc. XIX.

120SOTTOCORNOLA, Giovanni (1855-1917) – Escola italianaRosto de mulher. Óleo sobre tela, 44 x 34 cm. Assinado embaixo à direita e no verso: G. Sottocornola.

A beleza e a tranqüilidade da figura aqui apresentada, o bom gosto no encontro das poucas cores utilizadas só poderia sair da paleta do grande artista que foi Sottocornola, um dos mestres da segunda metade do século XIX. Comparando-se com outras obras deste pintor, é quase certo que trata-se do perfil de sua mulher. É uma obra prima do artista lombardo, que é reconhecido internacionalmente e, por isso, tem sido muito vendido nos grandes leilões europeus, alcançando altos preços.

119CASTAGNETO, João Batista (1851-1900)cruzador Deodoro. Óleo sobre madeira, 11,5 x 24 cm. Assinado embaixo à direita: Castagneto / 97.

Este pintor e desenhista deixou para o acervo brasileiro excepcional documentação, como é o caso específico desse famoso cruzador. Com seu talento também de miniaturista, pode-se saber exatamente como se fosse através de uma fotografia, os detalhes desse navio em meio de um mar como só ele sabia pintar.

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122SCHUTZE, Newman (1960)Primitivo. Técnica mista sobre tela, 186 x 186 cm. Assinado e datado embaixo à direita, e no verso também titulado Primitivo e assinado Newman Schutze / 94.

Esta obra poderia ser considerada a síntese de tudo quanto o artista fez até aquela data e também o que ele vem fazendo depois. Notar que ele mesmo compôs, com retalhos de telas costuradas entre si, várias das suas abstrações, tornando o trabalho de incalculável valor, verdadeira biografia do grande pintor, que continua produzindo e vendendo muito. Expôs com grande sucesso no RMG Escritório de Arte, em 1994.

123MARTILA, José de (séc. XX)apolo-14, um passeio de jipe na lua. Tinta automotiva sobre papel colado em placa, 70 x 50 cm; escrito pelo próprio artista: Apesar das maravilhas... eletrônicas deixadas na lua, a mais surpreendente experiência da missão da apolo-14 não exigiu mais do que algus pe ....... Assinado no centro à direita: José de Martila. No canto superior esquerdo o preço para possível venda: ¥ 5;00.

Este quadro foi um desconhecido José de Martila que o pintou sem ser pintor. Era caminhoneiro do nordeste brasileiro. Fez este e mais nenhum. Mereceu a capa deste Catálogo e através desta obra pode-se pensar muita coisa. A verdadeira historia de uma pintura de verdade está contada na página seguinte ao último lote deste Catálogo. Vale a pena ler.

124COLAÇO, Concessa Branca B. Ribeiro (1929)Sem Título. Tapeçaria com predominância do azul e do amarelo, 102 x 64 cm. Assinado embaixo à direita. Colaço.

Belo exemplo desta que pertencendo a família de ótimos fazedores de tapeçarias, conclui esta com variedade de cores, desenho incomum e execução primorosa.

121Par de mesas de jacarandá auxiliares tilt-top trípode; tampo de 66 cm de diâmetro; 103 cm de altura. Brasil, séc. XVIII.

Sempre muito apreciado é este par de mesas que além de sua elegância, proporciona facilidade para ser guardado, visto que o tampo é dobrável e, no caso, com as ferragens originais.

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125ZANINI, Mário (1907-1971)Paisagem. Óleo sobre tela, 50 x 70 cm. Assinado e datado embaixo à direita: Mário Zanini / 56.

São raras as obras de Mario Zanini com essa multiplicidade de detalhes, pinceladas livres, coloração particular, que redundem em tão belo resultado. Pintor que participou de todos os movimentos e grupos artísticos, desde o início do modernismo no Brasil, com experiências bem sucedidas, além de paisagens como esta em que, propositalmente deixa o academismo de fora, e através de toques rápidos consegue transmitir com sensibilidade aquilo que está vendo.

126 a) SUASSUNA, Ariano (1927)Sonetos de albano cervonegro. Iluminogravura (álbum com dez trabalhos), 65 x 48 cm. Assinado embaixo à esquerda e datado embaixo no centro: Ariano Suassuna / 1980.

b) SUASSUNA, Ariano (1927)Dez sonetos com mote alheio. Iluminogravura (álbum com dez trabalhos), 65 x 48 cm. Assinado embaixo à esquerda e datado embaixo no centro: Ariano Suassuna / 1980.

São raríssimas, porque em número muito limitado, essas duas caixas de madeira com capa xilografada pelo polivalente Ariano Suassuna. Cada uma contém dez de seus trabalhos manuscritos e por ele mesmo coloridos. O autor que é um grande erudito sempre esteve ao lado da cultura popular e na época em que realizou esses trabalhos afirmou que se Vitalino, o maior ceramista popular do Brasil, fazia seus bois, repetidamente, copiando cada um do outro já feito, porque isso não podia acontecer com as artes gráficas? E daí aconteceu. São estes álbuns.

127VALENTIM, Mestre (1745-1813)Par de balcões de igreja; 160 x 48 cm; 100 cm de altura. Brasil, séc. XVIII.

Estes balcões foram colhidos quando da demolição da Igreja de Nossa Sra. do Bom Parto, no Rio de Janeiro. Cada dia está mais raro ver e sentir o trabalho do ebanista Mestre Valentim. O que Aleijadinho significou esculpindo a pedra, o Mestre Valentim, no Rio de Janeiro, tornou-se o maior dos entalhadores no mesmo período, utilizando sempre madeiras nobres, como neste caso cedro e jacarandá. Os balaustres, verdadeiras miniaturas, são de uma riqueza que por si só valem como assinatura de autoria. O bom gosto está todo ali, como em tudo que ele fez nas igrejas do século XVIII na então sede do reinado.

128SEGALL, Lasar (1891-1957)Meu pai. Xilografia, 25 x 30,5 cm (só a imagem). Assinado embaixo à direita: Lasar Segall e acima Meu pai (em hebraico).

Raríssima xilogravura executada sobre o trabalho de um dos mais importantes artistas brasileiros. É Segall retratando seu pai, estando gravada em caracteres hebraicos a referência “Meu pai” juntamente com a assinatura do autor. Consultado o Museu Lasar Segall, a Diretora informou que tem conhecimento de que só foram feitas 6 cópias, das quais o referido Museu guarda 2, a terceira está com um colecionador, cujo nome não foi revelado, sendo esta uma das 3 que estavam sem paradeiro definido e que agora aparece no mercado, sabendo-se quem a possuía.

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129CORRADIN, Inos (1929)Menino e sol. Óleo sobre tela, 75 x 60 cm. Assinado embaixo à esquerda: Inos.

Este é um dos trabalhos que mais pode identificar o artista naquilo que ele tem de imaginação, criatividade e conhecimento de pintura. O tema não é de figura em movimento, mas existe algo na composição e especialmente no olhar do personagem que na época já permitiam adivinhar o caminho que ele iria trilhar.

131Penteadeira art-decô com tampo recortado revestido de vidro e espelho triplo móvel; gaveta central e quatro gavetas curvas e triangulares à esquerda; à direita porta também curva que esconde duas prateleiras; 146 x 50cm; 153 cm de altura total. França, séc. XX.

Exemplar raro, típico do período Art-decô, esta penteadeira sem dúvida deve ter sido desenhada por um grande ebanista. Basta ver a correta colocação das gavetas triangulares que funcionam como colunas circulares, frontais, lado a lado do móvel. Grande praticidade com a movimentação dos espelhos laterais.

130DI MARTINO, Edoardo (1838-1912)Marinha com barco veleiro. Óleo sobre madeira, 30 x 43 cm. Assinado embaixo à direita: E.Di Martino.

Excelente cena, difícil de ser pintada, porque o artista escolheu justamente um dia de tenebroso nevoeiro com barcos e personagens envolvidos nele.O autor italiano tornou-se famoso porque foi um dos maiores marinhistas da segunda metade do século XIX.

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132RODRIGUES, Sérgio (1927)Sofá leda de pinho-de-Riga, com assento medindo 190 x 85 cm e três almofadões no encosto estofados com veludo cinza esverdeado cotelê; 51cm de altura. Brasil, 1968.

134Grande espelho de corpo inteiro emoldurado com jacarandá canelado, giratório sobre eixo fixado em dois balaústres torneados apoiados sobre quatro pernas com amarração também torneada; parte alta decorada com perolado e figurações curvas recortadas no seu ponto sobranceiro. O cristal mede 117 x 65 cm; 100 x 188 cm. Brasil séc. XIX / XX.

Este majestoso espelho móvel enquadrado por jacarandá e suportado através de pinos horizontais por uma estrutura, da mesma madeira, foi peça essencial nos quartos para dormir dos casarões do século XIX. O movimento no sentido vertical permite excelente visualização da pessoa que diante dele se colocar, no ângulo que melhor lhe aprouver.

135Par de cantoneiras triangulares proveniente de igreja provavelmente do Rio de Janeiro; porta talhada com figuração floral cinza e dourada que esconde espaço interno com prateleira; pés em volutas; tampo revestido de veludo cinza; medindo 92 x 48 cm; 108 cm de altura. Brasil, séc. XVIII.

É importante admirar o raso entalhe das portas com circunvoluções douradas em suas beiras, em oposição a rusticidade das laterais e do interior, já que não seriam vistas quando colocadas nos devidos cantos.

133a) Prato raso de faiança de Rouen decorado com azul, ferrugem e verde; no centro medalhão com cesto de flores, borda recortada, sob a base a marca setecentista da flor-de-liz azul; 26,5 cm de diâmetro; (ver Poteries Faiences Françaises de Tardy, à página 1393). França, séc. XVIII.

b) Prato raso de faiança de Rouen decorado com figurações azul e ferrugem sobre fundo branco; borda recortada; sob a base a marca H.V de Pierre Heugues e Valett. (falecido em 1740), citado por Tardy em Poteries Faiences.à página 2098; 27 cm de diâmetro. França, séc. XVIII.

A porcelana de Rouen é da mais alta qualidade. Nem sempre podem ser confirmadas como estas duas peças que exibem excelente decoração e um acerto de cores de grande beleza. No verso encontram-se estampadas as raras marcas reproduzidas em todos os livros que cuidam das porcelanas de significativa importância.

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136lampadário de prata cinzelada e burilada, decorada com elementos barrocos; suspensas por três correntes; 100 cm de altura; 3.100g. Brasil, séc. XVIII / XIX.

Estão ficando raros no mercado lampadários de prata completos como este. Lindo trabalho de ourivesaria, principalmente nos repuxos, cinzéis e mesmo nas partes fundidas, além das correntes originais de fino gosto.

138Par de tocheiros de prata fundida, repuxada, cinzelada e burilada sobre três pés de garras sobre esferas; em uma das esferas está gravada a marca do Porto e do prateiro JPS de Joaquim Pereira de Sousa do último quartel do séc. XIX; medindo 61 cm de altura; 4.900g.o par; Portugal, Séc XIX.

A elegância destes lindos tocheiros nos transporta ao século anterior pela arte do cinzel e do buril. Acrescentou-se ao estilo D. José I mais esta placa triangular ao pé da coluna central finamente trabalhada. No século XIX encontram-se mais detalhes sejam nas porcelanas, vidros e principalmente no requinte da prataria como é o caso desse primoroso par.

137CARVALHO, Flávio de Rezende (1899-1973)Três mulheres. Nanquim, 48 x 65 cm (só a imagem). Assinado e datado acima à direita: Flávio de R. Carvalho / 1957.

É imprescindível em qualquer coleção a existência de um desenho como este que é uma das marcas registradas do artista. Além de todas as manifestações de seu talento em variadas frentes, fazia questão de dizer que adorava as mulheres. E, por isso, pintou-as a mais não poder.

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139caldeirinha de prata fundida, repuxada, cinzelada e burilada com alça móvel; 22 cm de diâmetro na boca e 14 cm de altura com a alça abaixada; gravada na borda da base marcas não identificadas; 1.050g. Brasil (?), séc. XVIII – XIX.

A riqueza dos detalhes de fundição e repuxamento nesta peça a fazem um exemplo da habilidade dos prateiros da época. Embora não identificadas as marcas bem visíveis, poder-se-ia atribuir ao que se fazia na Bahia no final do século XVIII ou início do XIX. Observar a variedade de formas decorativas que o prateiro estilizou para compor esta caldeirinha.

140KABE, Hiroshi (1926)Fundo do mar. Óleo sobre tela, 100 x 100 cm. Assinado embaixo à direita: H. Kabe / 78.

Composição alegre que, além disso, deixa claro que o artista conhece as linhas do desenho e alcança um resultado quase surreal mostrando seu bom gosto na combinação das cores.

142LOURENÇO, José (1945 – 1997)Riso de mulata. Acrílica sobre tela colada em placa, 73 x 86 cm. Assinado e datado embaixo à direita: Lourenço/ 73.

Hiper-realista por excelência, notável no manuseio do pincel e dos sprays, o artista conseguiu sempre, mas neste quadro em especial, o instante em que a bela figura desta mulher passava por um momento de grande felicidade.

141caixa de jacarandá D. Maria i tardio decorada com losangos de duas cores; fecho e alças laterais de ferro forjado; 3 gavetas na parte debaixo; sobre 4 bolachas; tampo com 152 x 70 cm; 84 cm de altura. Brasil, início do séc. XIX.

Excepcional arca que o ebanista, além de saber que estava produzindo um móvel utilitário para guardar variadas coisas, fez questão de criar na sua parte frontal, uma preciosa e bem desenhada forma geométrica baseada em losangos e triângulos, tornando-a um verdadeiro objeto de arte. Sem dúvida foi um artista que, infelizmente poderá permanecer sempre no anonimato.

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143CARMEN, Maria (1935)bailarina. Óleo sobre tela, 80 x 61 cm. Assinado e datado embaixo à direita: M Carmen /80. Situado embaixo à esquerda: Olinda.

Este trabalho sintetiza muito bem a grandiosidade da obra desta pernambucana, que utiliza toda a escala cromática na sua pintura, deformando figuras, inventando personagens, o que lhe rendeu, depois de muitas exposições feitas com grande sucesso, uma retrospectiva no Museu do Estado de sua terra natal.

144GRACIANO, Clóvis (1907-1988)Mulheres no trabalho. Monotipia, 38,5 x 35,5 cm (só a imagem). Assinado e datado embaixo à direita: Graciano /92.

A monotipia é mais uma das técnicas do grande pintor Graciano. Esta, em especial, na sua única tiragem guardou todos os detalhes e o bom gosto do autor e fez desta obra algo de excepcional. A cena está completa, o colorido também perfeito, como não poderia deixar de ser, em virtude de tratar-se de um mestre na sua atividade.

145a) Par de arandelas com braço de vidro opalino branco decorado com figurações florais policromadas, medindo 37 cm; canopla de bronze recortada de 8 cm de diâmetro; bobeche com pingentes chapados recortados e manga de vidro acidado com figurações a cores e borda ondeada; França, séc. XIX-XX.

b) Par de arandelas com braço de vidro opalino azul decorado com figurações barrocas douradas e flores policromadas, medindo 40 cm; canopla de bronze recortada de 10 cm de diâmetro; bobeche com pingente gota d’água e manga de vidro com borda azul ondeada. França, séc. XIX-XX.

c) Par de arandelas com braço de vidro opalino branco com figurações douradas, medindo 33 cm; canopla de bronze recortada, medindo 10 cm de diâmetro; bobeche com pingentes prismáticos e manga de vidro vermelho com aba evasé; França séc. XIX-XX.

d) Par de arandelas com braço de vidro opalino azul decorado com figurações barrocas douradas e flores policromadas, medindo 37 cm; canopla de bronze recortada de 14,5 cm de diâmetro, bobeche com pingente de vidro prismático e manga de vidro fosco prensado. França, séc. XIX-XX.

Riquíssimos os pares de diferentes cores dessas arandelas opalinas hoje adaptadas para sistema elétrico, mas na época utilizadas como bicos para gás, e chamas protegidas pelas bobeches, inclusive com as chavetas originais. A fiação utilizou a antiga passagem do gás.

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147EVANDRO CARLOS JARDIM (1935).Vidro de tinta Parker. Gravura sobre metal numerada embaixo à esquerda 1/25; 19,5 x 28,7 cm. Assinada e datada embaixo à direita: Evandro Carlos Jardim (invertido) /1974.

O número um de uma tiragem mínima de vinte e cinco, isto é a comprovação de que um grande artista pode fazer de quase nada uma obra prima. Um simples vidro de tinta Parker, pode se tornar uma jóia se for intermediada por um grande gravador como neste caso.

148MARTINS, Aldemir (1922-2006)cangaceiro. Gravura em metal 1/10, 73 x 42 cm (só a imagem). Assinado e datado embaixo à direita: Aldemir Martins / 1958.

Exemplo de um maravilhoso momento do grande Aldemir Martins, datado de 1958. Uma gravura que pela baixíssima tiragem de 10 cópias, e ainda sendo a de número 1, pode ser vista como um desenho. É um dos temas mais representativos do artista.

149NOMURA,Tetsuo (1928)borboleta. Óleo sobre tela, 39,5 x 29cm. Assinado e datado embaixo à direita: Nomura / 70.

Pequena grande obra, o pintor foi um dos destaques do famoso Grupo Seibi de que participaram Mabe, Fukushima, Takaoka e vários outros nipônicos. Observar a beleza de superposição das cores quase transparentes e como bom oriental seria praticamente uma pintura abstrata, não fosse a delicada borboleta amarela no centro da tela.

146Par de cadeiras Hepplewhite. Assento estofado com tecido marrom claro; pernas dianteiras curtas torneadas; medindo 47 x 47 cm; 77 cm de altura do espaldar. Inglaterra, séc. XVIII-XIX.

A riqueza dos mínimos entalhes faz deste par de cadeiras miniaturas o que o artista que as executa é capaz de fazer. Muito utilizadas em outros tempos pelas senhoras que costuravam à mão Nunca foram pensadas em mobiliário para crianças, mesmo porque não têm a simplificação das formas nem preocupação com resistência exagerada, como seria recomendado para infantes.

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150CALDAS, Álvaro (1963). carro na sombra. Acrílico sobre tela, 70 x 100 cm. Assinado e datado embaixo a direita: Álvaro Caldas / 2010.

Ainda pouco conhecido no sudeste brasileiro, o artista que já recebeu inúmeros prêmios no nordeste, consegue, como neste trabalho, reunir num mesmo quadro, símbolos do cotidiano de forma bem realista com pinceladas que dão sensações quase abstratas através de cruzamentos de luzes que não se percebem de onde partem nem para onde vão.

151Grande caixa-banco rústica internamente dividida em dois compartimentos; fecho e dobradiças de ferro forjado; 266 x 42 cm; 58 cm de altura, sobre 6 pés; Brasil, séc. XVIII.

A grande medida no comprimento e a pouca altura deste arcaz, o fez de móvel útil, pelo que dentro dele se poderá conter, mas também sendo aproveitado como banco no que foi muito usado desde o século XVIII. Ferragem original.

152DUPRAT, Luis de Brito Pereira (1935)Mulher. Óleo sobre tela, 91 x 91 cm. Assinado e datado embaixo à esquerda: Duprat / 95.

A transparência das cores deste quadro é a característica do excelente pintor que é Luis Duprat. Toda sua obra tem essa beleza que neste trabalho se evidencia, que é a de representar as figuras dentro de um certo mistério quanto ao posicionamento dos personagens (que as vezes é um só) com total domínio da cor e um saboroso efeito sempre conseguido.

153Grande e extraordinária caixa de madeira com dobradiças e fecho de ferro forjado; 170 x 75 cm; 66,5 cm de altura. Brasil, séc. XVIII.

Um arcaz com medidas generosas e ferragens originais é de uma simplicidade única nas suas linhas retas, sem necessidade de qualquer adorno para se fixar apenas no seu objetivo de ser um móvel utilitário e por isso mesmo reconhecido como grande exemplo do mobiliário comum brasileiro de séculos atrás. A peça não tem nenhum restauro ou acréscimo.

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155Mesa tipo cancela com duas tábuas basculantes; 106 x 94,5cm com os tampos abertos; 71 cm de altura; pernas de seção circular retas terminadas em patas. Brasil, séc. XVIII-XIX.

A idéia de fazer o tampo basculante de ambos os lados da mesa, foi grandemente difundido por sua praticidade para ser guardada, posto que a torna de dimensões pequenas quando não utilizada. Sustentação inteligente com a movimentação de uma das pernas de cada lado.

156cômoda inteira D. Maria i (neo-clássica); frisos florais marchetados nas gavetas; 132 x 63 cm; 123 cm de altura. Brasil, início séc. XIX.

Exemplo magnífico de um período em que o mobiliário brasileiro se caracterizou pelas linhas retas, uma simplicidade formal neste caso enriquecida por notável marchetaria, que asseguram ter sido feita nos primeiros anos do século XIX.

154Tapete Tabriz, 359 x 276 cm ou 9,91m², com todas as características de sua origem, é uma das peças mais procuradas pelo público, seja pela beleza do colorido, como também pela resistência do ponto. Neste caso também a metragem concorre para que o interesse seja ainda maior. Irã (Pérsia), início do séc. XX.

157cadeira Windsor. Cadeira típica inglesa da primeira metade do séc. XVIII, muito difundido nos EUA pelo cinema através dos filmes de faroeste; assento de 66 x 45 cm; 115 cm de altura do espaldar. Inglaterra, séc. XVIII- XIX.

A peça apresentada é de época, mas reconhece-se que até hoje as imitações ainda causam sucesso. No caso vale a pena apreciar a patina da madeira. A cadeira de braço Windsor é facilmente reconhecida, não admitiu variações, é um campesino rico, forma e conforto inigualáveis.

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158CARTA, Mino (1933)cidade. Óleo sobre tela, 61 x 50 cm. Assinado e datado embaixo à esquerda: Mino / 1954. No verso: Com saudade de si próprio, Mino Carta volta a assinar, 38 anos depois – dezembro de 1992.

O texto que está no verso desta tela, confirma que o ótimo artista nunca teve grande interesse em participar de exposições individuais, muito embora tenha grande talento não só como jornalista que é, mas também como pintor, o que ficou demonstrado neste Leilão, bastando ver o lote 85.

160BRENNAND, Francisco (1927 )Tatu. Nanquim sobre papel, 55 x 71 cm. Siglado embaixo à direita: FB.

Este magnífico desenho sintetiza uma das faces do polivalente Chico Brennand que se expandiu na pintura e construiu um dos maiores e mais notáveis agrupamentos de cerâmicas antropomórficas, todas elas de sua autoria e expostas de maneira genial na cidade do Recife, onde ele nasceu.

161Mesa rústica com gaveta frontal de laterais recortados; tampo medindo 85,5 x 47 cm; 84,5 cm de altura; quatro pernas de seção quadrada. Brasil, séc. XIX / XX.

159CHICO DA SILVA - Francisco Domingos da Silva (1910-1985)Peixes. Óleo sobre placa, 77 x 113 cm. Assinado e datado embaixo à direita: FD Silva / 1960.

Pela riqueza dos detalhes e a maneira de realizá-los pode se ter a certeza de que estamos com uma pintura do início deste pintor que por ter sido famoso foi falsificado por inúmeras décadas. Entretanto, é fácil distinguir se ao lado deste observarmos a diferença dessas centenas de obras feitas por mãos que não as dele. Um dos mais criativos artistas primitivos que o Brasil já teve.

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162JCARLOS – José Carlos de Brito e Cunha (1884-1950 )Rosto feminino. Nanquim (bico-de-pena), 14,5 x 10 cm. No verso autenticação da filha do artista: Lourdes B. (Brito) C. (Cunha) Leite.(comentário no lote 44).

164DAREL Valença Lins (1924)Paisagem urbana. Gravura a traço, 28 x 32 cm. Inscrito embaixo à esquerda: Prova do Artista; assinado e datado embaixo à direita: Darel / 65.

Trabalho típico de um dos grandes desenhistas e gravadores brasileiros. Este tracejado sobre o tema é muito repetido nas suas obras, como a fazer com que o expectador veja o principal através de uma cortina transparente. Também nos desenhos aparece esse grafismo colocado propositalmente.

165PETICOV, Antônio (1946 )Gratitude. Gravura a cores, 99 x 69,5 cm. Numerado embaixo à esquerda XL / L; intitulado no centro Gratitude; assinado e datado embaixo à direita: Antonio Peticov / 85.

Esse trabalho realizado há 26 anos atrás mostra o bom gosto do grande artista que é Peticov. Sempre criativo e interessado nos vários campos da arte, conseguiu um lugar de destaque entre os seus contemporâneos.

163LEWY, Walter (1905-1995)Paisagem com lua. Óleo sobre tela, 55 x 120 cm. Assinado e datado embaixo à direita: Lewy / 1966.(comentário no lote 73).

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166PENNACCHI, Fúlvio (1905-1992)orquestra de rua. Gravura em metal PA, 29,5 x 19,5 cm (só a imagem) Assinada e datada embaixo à direita: Fúlvio Pennacchi / 1975.

Pennachi dedicou-se muito à pintura, desenho, artes gráficas em geral e nesta obra revela seu interesse pelo cotidiano dos trabalhadores como também pelos grupos de rua, fazedores de música. O autor esteve presente em todos os momentos da vida artística brasileira, deixou grandes murais pintados.(comentário no lote 92)

167MAGALHÂES, Roberto (1940)Figura de homem. Serigrafia a cores, 68 x 50 cm. Numerado embaixo à esquerda 61 /100; siglado e datado embaixo à direita: RM /75.

Artista que ganhou recentemente reconhecimento dos colecionadores. Tem estilo próprio e nesta serigrafia sintetiza sua liberdade de expressão criando formas humanas ou não, porém sempre usando colorido que imediatamente o identifica.

VERDADEIRA HISTÓRIA DE UMA PINTURA DE VERDADE

Este quadro estava dependurado em pequeno bar na beira de uma estrada no interior do Maranhão ou Piauí. Era só este. O fotógrafo Lew Parrella, que estava a serviço, parou para beber um refrigerante. Viu a obra e perguntou quem a fez. Com seu sotaque de americano chamou a atenção do dono do bar que logo perguntou: “o senhor é americano?” “Sim”, respondeu. “Esse quadro é alguma coisa lá da América” disse o dono. “Sim, eu reconheço; quem é o pintor?” “Não, ele é caminhoneiro e está pintando o carro dele. Chega por aqui de vez em quando ele gosta de parar para jogar nesse campo de futebol ai da frente - olha, ele vai indo ali”. Lew chamou-o. “Você é pintor?” “Não, respondeu, estou retocando meu caminhão e depois dessa pelada já vou seguir”. “E o quadro?” “Só fiz este, achei bonita a foto numa revista e copiei, mas só tenho um pincel grosso. Não pude copiar as letras da revista porque não sei escrever nem ler”. “Quero comprar” disse Lew. “Comprar? Me disseram para por um preço e eu coloquei ai no canto”. E vendeu. “Seu nome?” “José de Martila, isso eu sei escrever e também está no quadro”.

Veio para o apartamento do grande fotógrafo em São Paulo e na parede, durante anos, fez sucesso para todas as visitas que recebeu, intelectuais ou pessoal da faxina, estudantes, crianças e velhos. Terminou neste Leilão.

Conclusão: Nunca foi pintor. Ingênuo, mas não era e nunca será um “naif ” classificado. Pintou um quadro que agradou a muita gente. Para mim é a prova de que a obra feita já não tem mais nada a ver com o autor. Adquire vida própria. Se agradar, o certo é comprá-la sem se preocupar de saber quem a fez. O José Martila continua na estrada e o que ele pintou chegou até aqui, e na capa. Por onde andará o autor? Não se deve adquirir um quadro apenas porque é de fulano ou beltrano. Que bom que fosse sempre assim! Quem gosta de assinatura deveria ser colecionador de autógrafo.

RMG

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DiVERSoS

ARANDELAS – 23, 145A, 145B, 145C, 145DCOLAGENS – 29FOTOGRAFIAS/AUTÓGRAFOS – 21A, 21B, 21C, 21DLUMINÁRIA - 64PIA BATISMAL - 24RELÓGIO DE MESA – 11TOCHEIRO – 74

ESculTuRaS

BRUNELLESCHI, E - 75EMENDABILI, GALILEO - 68GOMIDE, ANTÔNIO GONÇALVES – 53

MÓVEiS

ALEMANHA-ÁUSTRIA SÉC. XIX – 86

BRASIL SÉC. XVIII – 50, 78, 99, 117, 121, 127, 135, 151, 153 SÉC. XVIII-XIX – 79, 155 SÉC. XIX – 16B, 40, 55, 57, 141, 156 SÉC. XIX–XX – 12, 16A, 25, 161, 134 SÉC. XX – 107, 108, 109, 111, 112, 113, 114, 132

EUROPA SÉC. XIX – 80 SÉC. XIX–XX – 62

ESPANHA SÉC. XIX – 49

FRANÇA SÉC. XIX – 16C, 48, 76, 94, 131

INGLATERRA SÉC. XVIII – XIX – 69A, 146, 157 SÉC. XIX – 89

PaPÉiS bRaSilEiRoS

(DESENHOS, PASTéIS, CRAyONS, AquARELAS, GuACHES, GRAVuRAS, LITOS, XILOS, NANquIM, OFF-SET, SERIGRAFIAS, MAPAS)

ARAÚJO, OTÁVIO - 26BRENNAND, FRANCISCO - 160

CARVALHO, FLÁVIO DE REZENDE - 137DAREL VALENÇA LINS – 164EVANDRO CARLOS JARDIM – 147FACCHINETTI, NICOLAU ANTONIO – 87FONSECA, REYNALDO – 58GRACIANO, CLÓVIS – 144GRASSMANN, MARCELO – 9A , 9B, 9C, 27JCARLOS – JOSÉ CARLOS DE BRITO E CUNHA - 44, 162LEE, WESLEY DUKE – 59, 96MAGALHÂES, ROBERTO - 167MARTINS, ALDEMIR – 47, 148MILLIET DA COSTA E SILVA, SÉRGIO – 34PENNACCHI, FÚLVIO – 166PETICOV, ANTÔNIO – 165SALLES, GUYER - 45SARFATY, GRETTA - 35SEGALL, LASAR - 128SILVEIRA, REGINA - 52SUASSUNA, ARIANO – 126A, 126BTOZZI, CLÁUDIO JOSÉ - 19VOLPI, ALFREDO – 38

PaPÉiS ESTRaNGEiRoS

(DESENHOS, PASTéIS, CRAyONS, AquARELAS, GuACHES, GRAVuRAS, LITOS, XILOS, NANquIM, OFF-SET, MAPAS)

DALI, SALVADOR - 60FUJITA,TSUGOUHARU - 33 GIRARDET, PAUL - 46MAPA - PASKAERT YAN BRASíLIA YAN PERNAMBUCO TOT C. DE S. ANTONIO – 36ROGANEAU, FRANÇOIS-MAURICE – 66STELLA, FRANK – 97

PiNTuRaS bRaSilEiRaS

ADAMI, HUGO – 15AGOSTINHO BATISTA DE FREITAS – 98ANDRADE, FARNESE DE – 8ARAÚJO, EMANUEL – 6BAJADO - EUCLIDES FRANCISCO AMÂNCIO -18BERNARDINO DE SOUSA PEREIRA – 101CALDAS, ÁLVARO – 150CALIXTO, BENEDITO – 67 CARMEN, MARIA - 143CARTA, MINO – 85, 158CARVALHO, EMíDIO - 7CASTAGNETO, JOãO BATISTA – 70, 119

CHICO DA SILVA - FRANCISCO DOMINGOS DA SILVA – 159CORRADIN, INOS – 129

CYBELE VARELA - 10DI MARTINO, EDOARDO – 130DUPRAT, LUIS DE BRITO PEREIRA – 152FIGUEIRA JR, JOAQUIM LOPES – 51GOTUZZO, LEOPOLDO - 31GRACIANO, CLÓVIS – 115GUIGNARD, ALBERTO DA VEIGA – 100GUYER SALLES, JOSÉ – 17JOSÉ CLÁUDIO DA SILVA – 106KABE, HIROSHI – 140 KAMINAGAI, TADASHI – 56LEWY, WALTER – 73, 163LOURENÇO, JOSÉ - 142MARTILA, JOSÉ DE – 123MARTINS, ALDEMIR – 102A, 102BMECATTI, DARIO – 28, 71NIM, NICOLE MOURACADE - 54NOMURA,TETSUO - 149NONÊ – OSWALD DE ANDRADE FILHO - 20NORONHA, RONALDO CARVALHO – 2OLIVEIRA, RAIMUNDO FALCãO DE - 103OSCAR PEREIRA DA SILVA – 104OSWALDO TEIXEIRA – 30PANCETTI, JOSÉ - 90PENNACCHI, FÚLVIO – 3, 92PUJOL, COLETTE - 1RESCALA, JOãO JOSÉ - 63SCHUTZE, NEWMAN – 122SHAEFFER, FRANK – 91SHIRÓ, FLÁVIO - 116SIGAUD, EUGÊNIO DE PROENÇA – 37SIMEONE, JOãO - 4SÔLHA, LUIZ – 93TELLES, SÉRGIO BARCELLOS – 105VALCIR COSTA – 82VALLE JÚNIOR, PAULO – 14ZANINI, MÁRIO – 125ZORLINI, GIANCARLO - 5

PiNTuRaS ESTRaNGEiRaS

ARMESTO, PRIMITIVO ALVAREZ - 32AUTOR DESCONHECIDO – 110DE LAUNAY, FERNAND – 83GÁRATE Y CLAVERO, JUAN JOSÉ - 43MATTONI, VINCENZ ANDREAS PETER – 81A, 84MENARDEAU, MAURICE - 41NãO IDENTIFICADO - 81BNIVERT, GEORGETTE - 61SOTTOCORNOLA, GIOVANNI – 120VIANELLO, CESARE -77

ÍNDICE REMISSIVO

PoRcElaNaS E FaiaNÇaS

FRANÇA SÉC. XVIII – 133A, 133BPRaTaS

BRASIL SÉC. XVII-XVIII – 88B SÉC. XVIII-XIX – 65, 136, 139 SÉC. XIX-XX – 13

FRANÇA SÉC. XIX - 94

PORTUGAL SÉC. XIX – 72, 138

PaSSaDEiRaS, TaPEÇaRiaS E TaPETES

PASSADEIRA:

IRã (PÉRSIA) HOSSEINABAD (HAMADAN) - 42

TAPEÇARIA:

COLAÇO, CONCESSA BRANCA B. RIBEIRO - 124

TAPETES:

ARRAIOLO – 39IRã (PÉRSIA) ISFAHAN - 118 TABRIZ - 154

ViDRoS E cRiSTaiS

EUROPA SÉC. XIX – 88A

FRANÇA SÉC. XIX – 22, 69B

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coNDiÇÕES DE VENDa

A participação no leilão implica no entendimento e na aceitação das presentes Condições de Venda:

1º. As obras deste leilão são propriedade de diversos comitentes, e foram selecionadas por seu Organizador, Renato Magalhães Gouvêa – Escritório de Arte Ltda., CNPJ: 11.109.203/0001-37, após exame quanto a qualidade e estado de conservação. O Organizador responsabiliza-se por sua autenticidade, sem prejuízo da responsabilidade solidária dos proprietários. Se, nos 30 (trinta) dias que segue a venda de um lote, seu adjudicador notificar por escrito que o lote é um falso intencional, juntando dois laudos de pessoas reconhecidamente idôneas e competentes, que neguem a autenticidade da peça, e devolvendo-o no mesmo estado em que se achava no momento da adjudicação, a transação será anulada.

2º. O Organizador não pode ser responsabilizado por eventuais erros de descrição, ou tipográficos. Recomenda-se aos interessados atento estudo “in loco” dos lotes, visto que, após o arremate, não serão admitidas reclamações ou desistências. O critério de apresentação dos lotes no catálogo é: número do lote, autor, título, técnica, medidas, época, ou datação quando possível.

3º. Qualquer pessoa poderá participar do leilão mediante lances prévios. Não será aceita nenhuma desistência após o arremate e o saldo devedor poderá ser cobrado judicialmente.

4º. As obras arrematadas deverão ser pagas integralmente, nas 72 horas seguintes a data da venda. Os pagamentos deverão ser quitados à vista e serão acrescidos os 5% (cinco por cento) da comissão do leiloeiro (Decreto nº. 21.981 de 19/10/1932).

5º. A retirada das peças, durante ou após o leilão, estará condicionada a aprovação cadastral do comprador ou a critério do Organizador e deverá se dar na própria noite ou em local a ser anunciado.6º. Qualquer litígio referente ao presente leilão está subordinado à legislação brasileira e a jurisdição dos tribunais do estado de São Paulo. Os casos omissos regem-se pela legislação pertinente, e em especial pelo Decreto 21.981, de 19 de outubro de 1932, Capítulo III, Arts. 19 a 43, com as alterações introduzidas pelo Decreto 22.427, de 1º. de fevereiro de 1933.

7º. O leiloeiro poderá retirar lotes ou indicar pessoas para efetuar lances como procurador do comitente (Decreto nº. 21.981 de 19/10/1932).

8º. No caso de pagamento parcelado, a obra só será entregue após a quitação total.

9º. No caso de cancelamento de lote arrematado sem justo motivo, será emitido um boleto com a multa de 20% (vinte por cento) do valor da obra e mais os 5% da comissão do leiloeiro.

10º. O Organizador define o horário das 18h00 (dezoito horas) do dia do pregão como sendo o limite para recebimento de LANCES PRÉVIOS.

fone / fax: 11 3129.9311E-mail: [email protected]

AUTORIZAÇÃO PARA LANCE

Venda Nº. ______________________ Data: ___________________________________________________________.

Local: __________________________________________________________________________________________.

Autorizo Renato Magalhães Gouvêa a, em carâter estritamente confidencial, efetuar lances sobre os seguintes lotes, em meu nome, por valores que poderão ser menores ou iguais aos abaixo indicados.

Todos os lances estão sujeitos às Condições de Venda impressa no catálogo da referida Venda. Estou ciente de que, caso meu lance venha a ser o da equisição, a quantia a ser por mim paga, por ocasião da arrematação, será aquele preço, mas a comissão legal do leiloeiro, de 5% (cinco por cento).

São Paulo, ____________ de _________________________ de 20_______.

________________________________________________________________________________________________Assinatura

Nome:Endereço:Fone: __________________________ RG: ___________________________ CPF: ____________________________

Observação: Não podendo estar presente, envie esta autorização até 24 horas antes de cada pregão.

RENATO MAGALHÃES GOUVÊALEILÕES DE ARTE

Lote nº. Especificações Lance até

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