DADOS DE INSCRIÇÃO
DADOS DA INSTITUIÇÃO
Nome: COOPERATIVA DE ASSESSORIA TÉCNICA E GERENCIAL PARA O
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA AGRICULTURA
FAMILIAR – TERRA LIVRE - CNPJ: 04.023.765/0001-06
ENDEREÇO:
Rua José de Alencar, 445, Bairro Pereiros - Telefax: (084) 3314-7328,
CEP 59600-000- Mossoró-RN
EXECUTORA DE CHAMADA PÚBLICA DE ATER: (X ) Sim Qual : Chamada
Pública SRA/SAF/ATER nº 11/2012 – Contrato: 0000088-12
DADOS DO AGENTE DE ATER
Nome: SAMIA CRISTINA CAVALCANTE MARTINS
Endereço: RUA RAMIRO VASCONCELOS DOS SANTOS 187. ABOLIÇÃO.
MOSSORO-RN CEP: 59617-340
Telefone: (84) 9 9947-1139 E-mail: [email protected]
DADOS QUE IDENTIFIQUEM A PRÁTICA:
Nome do Agricultor (a) (es) (as) ou organização da agricultura familiar:
ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DA
COMUNIDADE DE CRISTALINA - CNPJ: 05.757.168/0001-60
Comunidade: CRISTALINA
Telefone: (84) 9 99116353
E-mail: [email protected]
Georeferenciamento: 685360 E 9399956 S
CATEGORIA DA BOA PRÁTICA DE ATER:
- Eixo I. Ater e Desenvolvimento Sustentável, letra a. Sistemas sustentáveis de
produção de base agroecológica;
UM QUINTAL QUE FAZ DIFERENÇA: O PROJETO DE
ASSENTAMENTO CRISTALINA COM PRODUÇÃO INTEGRADA
NOS SEUS QUINTAIS E NAS SUAS CASAS
O presente relatório é requisito para seleção de Boas Práticas
de ATER na Agricultura familiar e na Reforma Agrária, tendo
o objetivo de compartilhar as experiências exitosas. Esta
realizada pelo Projeto de Assentamento Cristalina do PNCF-
Programa Nacional de Crédito Fundiário.
MOSSORÓ/RN
2015
COOPERATIVA DE ASSESSORIA TÉCNICA E GERENCIAL PARA O DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA AGRICULTURA FAMILIAR
CNPJ: 04.023.765/0001-06 Rua José de Alencar, 445, Bairro Pereiros – Mossoró/RN Telefax: (084) 3314-7328, CEP 59600-000- Mossoró-RN
1. INTRODUÇÃO
O Projeto de Assentamento pelo Crédito Fundiário denominado CRISTALINA,
foi instituído em 22 de janeiro de 2004. Tem como organização a Associação de
Desenvolvimento Sustentável da Comunidade CRISTALINA. Esta comunidade fica
localizado no Sítio Santa Maria, Na BR 110 Km 26, no Município de Mossoró. Este
assentamento foi constituído por um grupo de 6 famílias com vínculos de amizade e
familiares.
As famílias agricultoras tiveram acesso ao PRONAF A, no ano de 2009 e com
este financiamento realizaram atividades produtivas. Com o empenho das famílias,
ocorreu a implementação e execução deste crédito de forma satisfatória, com isso houve
um estimulo tanto na área da organização quanto da produção familiar. No entanto, as
dificuldades e limitações no diz respeito a solo e água, não permitiram os resultados
suficiente e a expansão da produção irrigada que se fazia necessário para a maanuenção
da atividade rentável para o grupo todo. Todavia, os recursos d PRONAF foram bem
aplicados e proporcionaram os resultados esperados, mas sem a condição necessária de
expansão.
As famílias de Cristalina tem potencial, visão empreendedora, demonstram força
de vontade e o principal, organização coletiva. Haja vista que a vivência coletiva dentro
da Unidade Produtiva Familiar, existe de fato com uma harmonia que permanece, e os
acordos de convivência são respeitados na prática, tornando o grupo mais forte.
Mediante o exposto, pôde-se observar que as famílias de Cristalina têm
potencial, boa aplicabilidade dos recursos geridos até então, mas não tinham tido outras
oportunidades ou experiência que pudessem alterar e transformar a realidade vivida até
então. O que eles tinham tido eram experiência com crédito, que os colocou fortalecidos
quanto à administração dos recursos para a implantação da proposta do projeto, no
entanto economicamente e sustentavelmente não teve impacto, conforme exposto
anteriormente.
A partir dos anos de 2013/2014 com a implantação do Projeto “Geração de
Renda Para a Agricultura Familiar com a Recuperação de Áreas Cultivadas com
Oleaginosas em Consórcio Com Espécies Alimentares e Com a Estruturação de
Quintais Produtivos no Estado do Rio Grande do Norte”, financiado pela Petrobrás com
a realização da Cooperativa Terra Livre, as famílias receberam um fomento e foram
assistidas, capacitadas, orientadas, obtiveram assistência técnica especializada.
A proposta incentivou significativamente a presença das mulheres no espaço de
produção que antes era ocupado pelos homens. Hoje, dentro da divisão social do
trabalho, percebe-se que o quintal é extensão da casa e para tanto é atribuição determina
culturalmente e histórica, como espaço da mulher agricultora. Assim os agricultores e
agricultoras necessitaram se inserir num trabalho mútuo e compartilhado, gostando a da
ideia. E foi ai que as famílias de Cristalina perceberam que esses quitais com ações
integradas, era uma oportunidade de modificar e melhorar as condições econômicas,
social e organizativa da comunidade.
O local para potencializar e realizar essa ideia simples mais significativa foi o
quintal da família de Cristalina. Isso por meio da oferta de uma ATER-Assistência
Técnica e Extensão Rural, bem contextualizada em todos os aspectos locais e regionais
bem como levando capacitação em produção limpa, sem agrotóxicos e, alternativa, para
de convivência com semiárido.
A partir desta proposta de ATER ocorreram muitas transformações na vida e
hábitos da comunidade e famílias, apontando para uma aproximação do ideário da
autonomia e prosperidade no desenvolvimento sustentado da agricultura familiar.
2. OBJETIVOS
A ATER com implementação de quintais produtivos em Cristalina teve como
objetivo, fortalecer a agricultura familiar por meio de experiência simples, com
alternativas agroecológica, potencializando e desenvolvendo a sustentabilidade
econômica, social e cultural, bem como promoção da segurança alimentar da
comunidade.
Garantir que as famílias pudessem se perceber como atores do processo de
produção, beneficiamento e comercialização, com autonomia, respeitando os aspectos
naturais peculiares da região do semiárido, convivendo no meio desta condição, bem
como expandir dentro dos limites impostos pelos recursos naturais, fatores climáticos e
sociais.
Construir novos rumos de atuação destas famílias na sociedade, por meio da
exposição da experiência a qual vivenciam, superação das dificuldades existente, bem
como se tornarem sujeitos nesse processo de desenvolvimento comunitário.
3. Descrição da experiência
A experiência aqui exposta atende a proposta do PNATER, por ocasião da
assistência na implementação um projeto de quintais produtivos com a integração de
ações relativas ao aproveitamento máximo dos recursos.
As ações pensadas foram planejadas para que em sua integração pudessem se
integrar e se aproveitar de modo cíclico e de modo que pudesse haver a conservação, a
reposição e a importação dos fatores de produção dimensionados em função da água,
terra e mão-de-obra disponível e, ao redor de casa.
Fonte de água existente sendo utilizada com o mínimo consumo de energia, com
infraestrutura de armazenamento e de distribuição por gravidade, produção de composto
orgânico, produção de hortaliças, criação de galinhas caipiras, produção frutas
adequadas, produção caseira de doces e comercialização no próprio local e na sede do
município. Cada família foi assistida na produção de pilhas de composto orgânico a
partir de serapilheira, esterco não curtido de caprinos e cinzas; construção de até 50
metros quadrados de canteiro com uso de motocultivador e com o plantio de diversas
espécies de hortaliças; construção de aviário simples para 33 aves; implantação de
pomar com 100 mudas de acerola. Deve-se ressaltar que foi pensado um fluxo que
partindo da casa e voltando para a casa, vai da área de produção do composto para as
hortas e/ou para o pomar, das hortas e/ou pomar para o aviário interagindo esterco e
pasto; comercialização desses produtos incrementados com a disposição de alguma
mulher produzindo espesse e\ou doces caseiros.
O que traz de inovação, ainda e com destaque, é a adesão pelas familias à
práticas agroecológicas, sem utilização de nenhum tipo de agrotóxico e respeitando os
limites climáticos e os potenciais do solo. As mulheres foram alcançando espaços antes
considerados masculinos, conquistando força para expor suas opiniões, participando
efetivamente das capacitações e da organização efetiva da associação. Essas mesmas
mulheres colocaram a produção nos seus lares, consumindo o que estes produziam,
aderindo a política de uma boa alimentação, introduzindo vegetais ricos em nutrientes
para a alimentação de sua família. Deve-se ressaltar, que nossa cultura nordestina e de
nossa região semiárida traz um traço de alimentação básica com: arroz, feijão e milho.
Mas, isso tem se alterado de modo significativo em nossa região a qual passa a ser
propicia para plantio de hortaliças e fruteiras.
Mediante o exposto, fica evidente que essas famílias aceitaram o desafio, mesmo
que de maneira simples e generosa, investir em plantio de hortaliças e realizar em seus
quintais a possibilidade de produzir algo que pudessem consumir melhorar a qualidade
de vida alimentar e convivência social. E potencialmente comercializar o excedente de
sua produção.
A experiência se baseia no PNATER, pela adoção de uma metodologia
participativa, com enfoque multidisciplinar, interdisciplinar e intercultural, buscando a
construção da cidadania e a democratização da gestão da política pública, respeitando os
saberes dos agricultores como conhecimentos válidos (FREIRE, 1979), que permitam a
valorização das famílias do campo. De forma que também são preconizados, neste
modelo de ATER, a promoção da equidade nas relações de gênero, geração, raça e
etnia.
Em meados dos anos 2014 a 2015, com a Chamada Pública SRA/SAF/ATER nº
11/2012 – Contrato: 0000088-12 a qual a Cooperativa Terra Livre atua como executora
da política de ATER no programa PNCF, essas famílias foram beneficiadas com a
sequência nos serviços de ATER e veio a possibilidade de fortalecer essa produção,
orientações e oferta de novas alternativas de produção com continuidade de práticas
agroecológicas, potencializando a produção e divulgando a experiência, essas famílias
puderam expor suas vivências e compartilhar com outras pessoas que é possível alterar
a realidade vivida do semiárido.
Podemos afirmar que a apresentação desta experiência exitosa e simples está em
conformidade com a fundamentação do PNATER, uma vez que esta baseia-se na adoção de
uma metodologia participativa, com enfoque multidisciplinar, interdisciplinar e intercultural,
buscando a construção da cidadania e a democratização da gestão da política pública de reforma
agrária, respeitando os saberes dos agricultores como conhecimentos válidos que permitam a
valorização das famílias do campo. Como também preconizar a promoção da equidade nas
relações de gênero, geração, raça e etnia.
Isso se justifica, uma vez que com equipe de Assistência Técnica da Cooperativa Terra
Livre, vem trabalhando nesta Unidade Produtiva com a presença de diversas especialidades de
conhecimento como Agrônomo, Técnico agrícola, Veterinário, Assistente Social e Assessoria
Jurídica. Acrescido a isso temos a metodologia participativa, respeitando os conhecimentos
inerentes à agricultura e expor alternativas inovadoras e mostrar que estas funcionam e como
funcionam e, se é possível, decidir coletivamente se é proveitoso adotar ou experimentar novos
saberes.
4. RESULTADOS
As famílias desta unidade produtiva comercializam suas hortaliças limpas, com
aplicação de práticas agroecológicas, para outras famílias de um bairro da zona
urbana que já tem clientela certa, com horário e dia da entrega dos produtos;
Estas mesmas famílias tiveram mudança no habito alimentar e passaram a
introduzir legumes e verduras em sua alimentação;
As mulheres potencializaram suas vendas com a produção de doces caseiros e com
isso há significativa participação feminina na comunidade e nas decisões;
Fortalecimento a agricultura familiar e sua organização local.
5. POTENCIALIDADES E LIMITES
O potencial desta unidade produtiva familiar sem dúvida é organização, senso de
coletividade, entrosamento, força de vontade, interesse pelo cultivo de hortaliças que
exploram zelo nos tratos culturais e das práticas agroecológicas, visão empreendedora
de agregar valor aos produtos, através da produção e comercialização dos doces
caseiros.
Ter uma assistência técnica que já vem sendo continuada que possibilita
trabalhar e estimular a confiança destas famílias, bem como realizar acompanhamentos,
e orientações para que continuem adotando práticas agroecológicas mediante as
variações que ocorrem no meio de produção integrada com as hortaliças, com a criação
de aves caipiras, produção de frutas e pastagem, além da compostagem.
Elementos que são limitadores para estas familias e para a ATER, são ausência
de mais investimentos; pouca tecnologia; os efeitos climáticos que castigam o
semiárido; pouca água para produção de hortaliças que pudesse favorecer sua expansão
e comercialização em outros espaços.
6. REPLICABILIDADE
A experiência de ATER e dos quintais produtivos de Cristalina já se mostrou
replicável e está servindo de base, para a realização de visitas de intercâmbio de outras
unidades produtivas, sobretudo aquelas que estão sendo beneficiadas pela Chamada
Pública SRA/SAF/ATER nº 11/2012 – Contrato: 0000088-12. Também, tem sido
vitrine para as comunidades vizinhas que a tem visto, apesar da seca que castiga as
áreas, como uma área que consegue se manter diante dessa escassez.
7. DEPOIMENTOS:
Apresentação de algumas depoimentos importantes, para externalizar a
vivência dos quitais produtivos de cristalina
“Significativo! Faz parte dessa construção dos quintais
produtivos, onde essas famílias agricultoras de cristalina
viviam a margem da sociedade, com essa produção e
comercialização das hortaliças, ressurgiram para o mundo,
adquiriram confiança e autonomia, participação feminina. A
melhoria não se deu somente no aspecto econômico, mas no
posicionamento diante da sociedade” (SAMIA, 2015)
“Muito bom, assim nos começamos a produzir e vender,
ganhando dinheiro, e nos mulheres vendendo os doces que tem
boa aceitação, estamos melhorando ” ( Dona Terezinha, 2015)
8. AUTORES E COLABORADORES
ASSOCIAÇÃO DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DA
COMUNIDADE DE CRISTALINA;
COOPERATIVA DE ASSESSORIA TÉCNICA E GERENCIAL PARA O
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL DA AGRICULTURA
FAMILIAR – TERRA LIVRE;
PETROBRAS BIOCOMBUSTÍVEL S/A;
MINISTÉRIO DE DESENVOLVIMENTO AGRÁRIO – MDA;
SECRETARIA DO REORDENAMENTO AGRÁRIO – SRA;
SECRETARIA Da AGRICULTURA FAMILIAR – SAF;
PREFEITURA MUNICIPAL DE MOSSORÓ - PMM
ANEXO
REGISTRO FOTOGRÁFICO
- IMAGENS DA SITUAÇÃO DURANTE O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO
- IMAGENS DO PROCESSO DE IMPALNTAÇÃO E ATUAL SITUAÇÃO
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