Seminário de Atualização Sobre o
Mercúrio e a Convenção de Minamata no
Brasil
Proposta de Estratégia Setorial do Setor Cloro-Álcalis
para Implementação da Convenção de Minamata
23 e 24 de outubro de 2018
São Paulo – SP
Martim Afonso Penna
Diretor Executivo - Abiclor
Agenda
A Abiclor: Missão
Tecnologias de produção
Como fabricamos
A tecnologia de produção com células de mercúrio e a Convenção de Minamata
Impacto do "phase-out" das plantas de cloro para a Convenção
Plantas de cloro-álcalis no Brasil
Implantação da Convenção de Minamata no setor de cloro-álcalis no país
Período transitório do funcionamento da planta
"phase-out" da tecnologia
Atividades na planta após o "phase-out"
Considerações finais
Atuar no desenvolvimento e competitividade da
indústria de cloro-álcalis promovendo a
responsabilidade social, o respeito ao meio
ambiente, segurança e saúde em benefício do bem
estar da sociedade.
Abiclor: Missão
Como fabricamos cloro e soda cáustica
-
Célula Eletrolítica
Energia Elétrica
Na+ + Cl- + H+ + OH-
Salmoura H+
Cl- OH-
Na+
Cloro Soda
Cáustica
Hidrogênio
Como fabricamos cloro e soda cáustica
Cada planta possui várias células (em média 25)
Eletrólise Mercúrio
Sala de células da Solvay Indupa – Santo André (2008)
A tecnologia de produção com células de mercúrio e a Convenção de Minamata
A Convenção estabelece: "phase-out" da tecnologia até 2025 (permite exceções
de uso da tecnologia até 2030 ou até 2035)
Brasil até 2025
A emissão global de mercúrio é considerada um parâmetro fundamental
na Convenção.
O PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente) e a
AMAP (Artic Monitoring and Assessment Programme) realizaram
estimativas de emissões globais em 2010, 2014, 2018 (draft).
Impacto: O "phase-out" de todas as plantas de cloro existentes no
planeta representa 1% das emissões globais antropogênicas, ou 0,3%
das emissões totais, conforme indicam as estimativas.
Impacto do "phase-out" das plantas de cloro para a Convenção
Emissões Antropogênicas Globais de Mercúrio
PNUMA 2013
Emissions from various sectors, in tonnes per year with the range of the estimate, and as a percentage of total anthropogenic emissions.
Note: These numbers cannot be compared directly with those presented in the 2008 assessment (see Chapter 4, Trends in mercury emissions
to the atmosphere).
Sector Emission (range), tonnes* %**
By-product or unintentional emissions
Fossil fuel burning
Coal burning (all uses) 474 24
Oil and natural gas burning 9.9 1
Mining, smelting, & production of metals
Primary production of ferrous metals 45.5 2
Primary production of nonferrous metals (Al, Cu, Pb, Zn) 193 10
Large-scale gold production 97.3 5
Mine production of mercury 11.7 <1
Cement production 173 9
Oil refining 16 1
Contaminated sites 82.5 4
Intentional uses
Artisanal and small-scale gold mining 727 37
Chlor-alkali industry 28.4 1
Consumer product waste 95.6 5
Cremation (dental amalgam) 3.6 <1
Grand Total 1960 100
* Values rounded to 3 significant figures
** To nearest percent
Dow Brasil (BA)
Braskem (AL)
Produquímica (PE) – 29.900 t/a
Braskem (BA) – 70.300 t/a
Chemtrade (ES)
Katrium (RJ) – 14.000 t/a
Unipar Carbocloro (SP) – 107.100 t/a
Unipar Indupa (SP)
CMPC – Celulose Riograndense (RS)
Plantas de cloro-álcalis no Brasil
Lei 9976 de Junho de 2000 – Disciplina a produção de cloro no país.
Esta lei é anterior à existência da Convenção de Minamata (2017).
Base: Boas técnicas e práticas empregadas em benchmark (Europa e Estados Unidos).
Na elaboração da Lei 9976, houve participação efetiva do Sindicato de Trabalhadores da Industria Química do ABC (CUT) e da Abiclor.
Desde a década de 80, as novas plantas de cloro no país são construídas sem uso da tecnologia a mercúrio.
Abiclor promoveu diversos seminários entre as plantas para promover o benchmark.
Plantas de cloro-álcalis no Brasil
Plantas de cloro álcalis no Brasil
LEI No 9.976, DE 3 DE JULHO DE 2000: Dispõe sobre a produção de cloro e dá outras providências.
O P R E S I D E N T E D A R E P Ú B L I C A
Faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte
Lei:
Art. 1o A produção de cloro pelo processo de eletrólise em todo o território nacional sujeita-se às normas
estabelecidas nesta Lei.
Art. 2o Ficam mantidas as tecnologias atualmente em uso no País para a produção de cloro pelo processo de
eletrólise, desde que observadas as seguintes práticas pelas indústrias produtoras:
I - cumprimento da legislação de segurança, saúde no trabalho e meio ambiente vigente;
II - análise de riscos com base em regulamentos e normas legais vigentes;
III - plano interno de proteção à comunidade interna e externa em situações de emergência;
IV - plano de proteção ambiental que inclua o registro das emissões;
V - controle gerencial do mercúrio nas empresas que utilizem tecnologia a mercúrio, com obrigatoriedade de:
a) sistema de reciclagem e/ou tratamento de todos os efluentes, emissões e resíduos mercuriais;
b) paredes, pisos e demais instalações construídas de forma a minimizar perdas de mercúrio;
c) operações de manuseio, recuperação, manutenção e armazenagem de mercúrio que evitem a contaminação
dos locais de trabalho e do meio ambiente;
d) avaliações ambientais conforme normas específicas para este agente;
VI - programa de prevenção da exposição ao mercúrio que inclua:
a) avaliação de risco para a saúde do trabalhador;
b) adoção de medidas de controle de engenharia, operações administrativas e equipamentos de proteção
individual - EPIs;
c) monitoramento da exposição e gerenciamento do risco;
d) ação de vigilância à saúde dos trabalhadores próprios e de terceiros;
e) procedimentos operacionais, de manutenção e de atividades de apoio;
Implantação da Convenção de Minamata no setor de cloro-álcalis no país
Implantação da Convenção por Meio de Estratégias Setoriais
Um dos setores é o de cloro-álcalis.
Documento sobre estratégia está em elaboração com o Ministério do Meio Ambiente.
A estratégia inclui três partes:
O período transitório em que as plantas que empregam a tecnologia a mercúrio permanecem funcionando.
O "phase-out" com ou sem a conversão da tecnologia.
As atividades na planta a mercúrio após a realização do "phase-out".
Período transitório de funcionamento das plantas
Manutenção do atendimento dos requisitos legais e as boas técnicas e práticas.
Atendimento de requisitos da Convenção
Não haverá aumento de produção e não se espera que ocorram inovações na tecnologia.
Exemplos de aspectos a serem observados no período:
Gerenciamento de emissões e liberações de mercúrio;
Gerenciamento de resíduos;
Estudos e ações a serem tomadas no descomissionamento.
Gerenciamento do programa de controle da exposição ao mercúrio;
Gerenciamento do programa de controle médico da saúde ocupacional
“Phase-out" da tecnologia
“Phase-out": 2025
“Phase-out" com conversão da tecnologia ou a descontinuidade da operação?
A principio as 4 plantas existentes com a tecnologia a mercúrio pretendem realizar a conversão.
Viabilidade técnica
A tecnologia a membrana já é empregada em todas as novas plantas construídas no Brasil.
A Abiclor e a Clorosur vem realizando eventos sobre a conversão da tecnologia.
“Phase-out" da tecnologia
Momento de realização do "phase-out":
A decisão é de cada planta
Conjuntura atual não favorece a antecipação
Trabalha-se com o cenário de "phase-out" para 2025
Desafios no "phase-out":
A substituição da planta implica em uma enorme perda econômica e financeira (fato reconhecido na Europa e nos Estados Unidos).
Financiamentos.
Atividades na planta após o "phase-out"
Ações a serem desenvolvidas conforme planos pré-elaborados:
1. O encerramento seguro do funcionamento da planta.
2. A conservação em funcionamento de setores e instalações necessárias (controles ambientais).
3. A higienização das instalações (linhas e equipamentos) ainda sem abertura de equipamentos.
4. A retirada e guarda segura do mercúrio das células, decompositores e de outras partes da instalação ou da recuperação do mercúrio nos resíduos.
5. A desmontagem, a limpeza e a recuperação complementar do mercúrio, e a guarda em locais apropriados de equipamentos, linhas, peças e materiais.
6. A destinação comercial ou ambientalmente saudável do mercúrio recuperado das instalações.
7. A destinação apropriada de equipamentos, peças e materiais.
8. Ações em relação ao solo e edifícios.
Atividades na planta após o "phase-out"
Na realização destas ações se aplicam os mesmos regulamentos e práticas empregados na situação de rotina de funcionamento da planta. Inclui, por exemplo:
O gerenciamento do mercúrio.
O gerenciamento das emissões e liberações de mercúrio.
O gerenciamento de resíduos.
O gerenciamento de solo da planta.
O gerenciamento da exposição ao mercúrio.
O gerenciamento do programa de controle médico da saúde ocupacional.
Atividades na planta após o "phase-out"
Mercúrio da planta
Grande volume de mercúrio é coletado e guardado.
Este mercúrio metálico possui pureza acima de 99,9%.
Uma parte do mercúrio poderá ser vendido para outras plantas que continuarem a operar.
Quantidade significativa será mercúrio excedente (que não poderá ser comercializado).
Atividades na planta após o "phase-out"
Alternativas para o mercúrio excedente
Alternativa 1 – Armazenamento de longo prazo (acima de 50 anos). Utilizada no Estados Unidos
O governo brasileiro e setor examinaram esta alternativa. Para o Brasil não é viável.
Fonte: U.S. Department of Energy
Atividades na planta após o "phase-out"
Alternativas para o mercúrio excedente
Alternativa 2 – Transformação do Hg metálico em sulfeto de mercúrio Destinação para minas de sal (Alemanha) utilizada na Europa atualmente, ou para aterros autorizados (como ocorreu no Japão).
Setor examinou esta alternativa de estabilização e é considera apropriada.
Taxa de conversão do Hg para o HgS: >99.999 %
Qualidade do HgS
Atividades na planta após o "phase-out"
Destinação para minas de sal (Alemanha)
Do mercúrio para a disposição permanente
Mercury
Safe Packaging
Notifications Transport Stabilisation
Safe Packaging Transport Disposal
Atividades na planta após o "phase-out"
Top Related