A comu-nidade universi-tária opina
Sondagem de opinion
RIO DE JANEIRO
28-29 julho 2014
DIREÇÃO DO PROJETO E COORDENAÇÃO DA EDIÇÃO Mercedes de Esteban Villar
Fundación Europea Sociedad y Educación
Ana Rey
Secretaría Técnica. Fundación Europea Sociedad y Educación
DIREÇÃO CIENTÍFICA E AUTORIA Víctor Pérez-Díaz*
Presidente de Analistas Socio-Políticos
Juan Carlos Rodríguez*
Pesquisador de Analistas Sócio-Políticos
*Autores dos capítulos de análise das sondagens e das conclusões
EQUIPE TÉCNICAJosé Manuel Segovia*
Técnico especializado em programação e gestão online
José Manuel Lacasa*
Analista e técnico especializado em estatística educativa
*Autores do estudo técnico e trabalho de campo
PLATAFORMA INFORMÁTICAEncuestafacil.com
ASSESSORES ACADÊMICOSFederico Gutiérrez Solana
Ramón Capdevila
David Aguilar
Alberto Dibbern
José Jaime Rivera
DESIGN GRÁFICO DO RELATÓRIO E DIAGRAMAÇÃO KEN / www.ken.es
© Banco de Santander
© Fundación Europea Sociedad y Educación
José Abascal 57, 5º B
28003 Madrid
T 34 91 455 15 76
www.sociedadyeducacion.org
© Autores
O Banco Santander e a Fundación Europea Sociedad y Educación permitem a exploração dos resultados da
pesquisa, assim como a reprodução total do Relatório, sempre que não impliquem distorção, modificação, alte-
ração ou atentado contra o mesmo ou seus autores e desde que seja feita referência ao seu conteúdo conforme
as normas acadêmicas.
O conteúdo deste trabalho, exceto quando houver ressalva, é publicado sob a licença Creative Commons
Atribuição 4.0 International, http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR
Índice
Apresentaçao 06
Introduçao 10
1. Universidades comprometidas 16
Introdução 17
1. Os fins e o impacto da universidade 20
2. A cooperação com outros atores para o cumprimento dos fins
da universidade 30
3. A implicação social dos universitários 34
4. Para uma igualdade de acesso aos estudos universitários:
situação e medidas 38
5. Programa Ibero-Americano de Ação Social 50
2. Universidades sem fronteiras 52
Introdução 53
1. A mobilidade interna dos estudantes 56
2. Importância da mobilidade internacional dos universitários
e da internacionalização das universidades 62
3. A universidade do entrevistado e a mobilidade nacional ou
internacional, e uma breve nota sobre a formação online 68
4. A experiência de mobilidade internacional de professores e estudantes 74
5. Obstáculos à mobilidade e medidas para orientá-la e melhorá-la 78
3. Universidades formadoras 91
Introdução 92
1. A mobilidade interna dos estudantes 95
2. A capacidade de ensino do corpo docente universitário 107
3. A formação online em geral: opiniões, expectativas e realidades 111
4. Um caso particular da formação online: os MOOCS 121
5. A qualidade do ensino universitário, medidas para melhorá-lo 125
4. Universidades criativas e inovadoras 128
Introdução 130
1. A inovação tecnológica como objetivo nacional 135
2. A pesquisa realizada nas universidades 140
3. Os futuros pesquisadores universitários 153
4. A gestão da pesquisa nas universidades 160
5. De volta ao binômio pesquisa-formação 167
6. Políticas de melhoria da capacidade de inovação das universidades 171
5. Universidades eficientes 186
Introdução 187
1. Os recursos financeiros 191
2. A contratação do professorado 207
3. Autonomia e prestação de contas 214
4. A governança das universidades 227
5. A gestão administrativa das universidades 235
6. Medidas para melhorar a eficiência das universidades 245
Conclusões finais 247
Introdução 248
1. Os resultados principais de cada pesquisa 249
Resultados principais da primeira pesquisa 249
Resultados principais da segunda pesquisa 251
Resultados principais da terceira pesquisa 255
Resultados principais da quarta pesquisa 259
Resultados principais da quinta pesquisa 263
2. Considerações de caráter geral 270
Relatório técnico e trabalho de campo 277
1. Planejamento estratégico e amostras 278
2. Características da ferramenta e programação online 288
3. Trabalho de campo 293
Acompanhamento das taxas de resposta 293
Períodos de exposição e frequência de respostas 293
Redes sociais 296
4. Análise de anulados 298
5. Ponderação dos dados 301
6. Bases de dados 302
7. Fichas técnicas de cada pesquisa 303
Questionários 310
Questionário 1. Universidades comprometidas 313
Questionário 2. Universidades sem fronteiras 317
Questionário 3. Universidades formadoras 321
Questionário 4. Universidades criativas e inovadoras 326
Questionário 5. Universidades eficientes 334
Apre-sen-taçao
Secretaria Técnica do Comitê Acadêmico do
III Encontro de Reitores Universia encarre-
gou à Fundação Sociedade e Educação
(www.sociedadyeducacion.org), uma insti-
tuição de conhecimento especializada na re-
flexão e análise socioeducativa, a concepção,
aplicação e análise de resultados de uma série de cinco pes-
quisas de opinião, dirigidas à comunidade universitária da
Universia e segmentadas por públicos –estudantes, pesso-
al docente e de pesquisa, e de administração e serviços.
Entre os objetivos do Comitê Acadêmico responsável
pelo III Encontro de Reitores Universia no Rio de Janeiro, fi-
gurou o estímulo de mecanismos de participação que per-
mitissem dispor de opiniões qualificadas, reforçar os veto-
res de mudança na instituição universitária ibero-americana,
fortalecer seu protagonismo social, promover uma conver-
gência de perspectivas através de uma participação ativa da
comunidade universitária e contribuir para a consolidação
da Universia. Um ambicioso objetivo cujo cumprimento in-
cluiu, além das pesquisas de opinião, outros instrumentos,
tais como os debates Rio 2014, Conselhos da Universia, en-
trevistas, inquéritos, grupos de trabalho e presença ativa
em redes sociais.
Os temas pesquisados entre os membros da comunida-
de universitária entre setembro de 2013 e maio de 2014 de-
senvolveram-se a partir do lema do III Encontro “A Universi-
dade do século XXI, uma reflexão da Ibero-américa,”
tomando como referência as conclusões alcançadas no En-
contro de Reitores de Guadalajara 2010, e discorreram so-
bre diversos aspectos relacionados ao presente e futuro da
ACINCO PESQUISAS DE OPINIÃO, DIRIGIDAS À COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA DA UNIVERSIA E SEGMENTADAS POR PÚBLICOS –ESTUDANTES, PESSOAL DOCENTE E DE PESQUISA, E DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS
# APRESENTAÇÃO 8
O PROJETO FOI DIRIGIDO PELO INSTITUTO DE ESTUDOS EDUCATIVOS E SOCIAIS, DEPARTAMENTO DE PESQUISA À FUNDAÇÃO SOCIEDADE E EDUCAÇÃO
Universidade: compromisso social, internacionalização,
funções de formação, pesquisa e inovação, e, por último, re-
cursos, organização e funcionamento. Com a informação
proporcionada por este estudo serão alimentados e enri-
quecidos os debates do III Encontro de Reitores Universia.
A elaboração da Carta do Rio constitui, sem dúvida, um
importante objetivo para todos os implicados neste III En-
contro de Reitores Universia. A convergência de perspecti-
vas que permitam dispor de um documento de consenso
exige estabelecer mecanismos que deem espaço à voz da
comunidade universitária. Para isso, a série de questioná-
rios respondidos pelos membros da comunidade universi-
tária permitiu reunir um conjunto de avaliações dos temas
debatidos segmentadas por públicos, conhecer um pouco
melhor a escala de prioridades que estudantes, professo-
res, pesquisadores e colaboradores na tarefa de adminis-
tração e serviços atribuem a suas universidades, e determi-
nar a possível contribuição da Universia para a construção
de um espaço ibero-americano de conhecimento.
O projeto foi dirigido pelo Instituto de Estudos Educativos
e Sociais, departamento de pesquisa da mencionada funda-
ção. A equipe, coordenada por Mercedes de Esteban Villar,
diretora do Instituto, contou, para a elaboração e desenvol-
vimento dos questionários de cada pesquisa, assim como
para a análise dos dados obtidos e a redação deste informe,
com a direção científica de Víctor Pérez-Díaz, sociólogo,
doutor pela Universidade Complutense e por Harvard, cate-
drático de universidade, e presidente de Analistas Sociopo-
líticos, Gabinete de Estudos, e com Juan Carlos Rodríguez,
# APRESENTAÇÃO 9
sociólogo, professor da Universidade Complutense e pes-
quisador do mencionado gabinete.
A segmentação da comunidade universitária, os critérios
de gestão dos diferentes públicos, a habilitação e adaptação
da ferramenta online que abriga cada pesquisa e o proces-
so de codificação e classificação da informação obtida fo-
ram efetuados com a colaboração de José Manuel Lacasa e
José Manuel Segovia, analistas e técnicos especializados
em estatística educativa, programação e gestão online.
Os conteúdos e a idoneidade das perguntas para o con-
texto ibero-americano foram submetidos à avaliação de um
grupo de especialistas formado por David Aguilar, reitor da
Universidad de Granada, Federico Gutiérrez-Solana, dire-
tor da Secretaria Técnica do III Encontro e ex-reitor da Uni-
versidad de Cantabria, Ramón Capdevila, assistente do
Conselheiro Delegado da Universia, Alberto Dibbern, reitor
da Universidad de La Plata e Secretário de Educação Públi-
ca da Argentina, e José Jaime Rivera, reitor da Universidad
Sagrado Corazón de Porto Rico.
A equipe de trabalho que tornou possível a elaboração
deste Relatório agradece a confiança depositada pelo Co-
mitê Acadêmico e espera ter proporcionado um importante
capital informativo que confirme tendências, abra novas
perspectivas e, sobretudo, forneça novas evidências sobre
as opiniões e expectativas de todos os implicados nas tare-
fas universitárias.
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 10
Intro-duçao
este relatório apresentamos uma análise
dos resultados das cinco pesquisas entre
a comunidade universitária ibero-ameri-
cana concebidas como parte do processo
de participação da comunidade na prepa-
ração e implementação do III Encontro de
Reitores Universia no Rio de Janeiro.
Essas cinco pesquisas foram elaboradas seguindo de
perto a temática da Agenda de Guadalajara 2010, isto é, o
documento de conclusões do II Encontro Internacional de
Reitores da Universia. Essas conclusões foram estrutura-
das em cinco eixos, a cada um dos quais correspondeu uma
pesquisa. Os cinco eixos foram os seguintes: 1) universida-
des comprometidas (dimensão social da universidade), 2)
universidades sem fronteiras (mobilidade e internacionali-
zação universitárias), 3) universidades formadoras (quali-
dade docente e renovação dos ensinos), 4) universidades
criativas, inovadoras e empreendedoras (pesquisa, transfe-
rência do conhecimento e empreendimento), e 5) universi-
dades eficientes (recursos, organização e funcionamento).
Cada um dos capítulos centrais do relatório dedica-se a
um desses eixos de ação, analisando os resultados da pes-
quisa correspondente, segmentados segundo os três pú-
blicos consultados (estudantes, professores e pessoal de
administração e serviços), e, em alguns casos, segundo as
áreas geográficas, ou “regiões Universia”, em que as uni-
versidades1 foram agrupadas, ou segundo o âmbito do co-
nhecimento em que os professores desenvolvem sua do-
cência e pesquisa. Nas conclusões resumimos os resultados
principais de cada pesquisa e apresentamos considerações
NUMA ANÁLISE DOS RESULTADOS DAS CINCO PESQUISAS ENTRE A COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA IBERO-AMERICANA
1 Ver o capítulo “Estudo
técnico e trabalho de
campo”.
# INTRODUÇÃO 12
gerais resultantes de ter em conta todas as pesquisas em
conjunto. O relatório completa-se com um estudo técnico
em que se detalham as características das pesquisas, das
amostras estudadas e do trabalho de campo.
Os dados analisados são resultado de um processo ár-
duo e trabalhoso de preparação das ferramentas de coleta
e de organização dos contatos necessários para que estas
fossem eficazes (ver estudo técnico). Dadas as dificulda-
des metodológicas e financeiras para efetuar uma amos-
tragem aleatória (simples ou estratificada), optou-se por
conceber uma pesquisa acessível pela internet e por cen-
trar os esforços em facilitar o acesso à pesquisa ao maior
número possível de potenciais entrevistados. Para isso fo-
ram aplicadas várias estratégias. Primeiro, foram inseri-
dos diferentes banners nos portais da Universia, no site do
III Encontro de Reitores e as universidades sócias foram
incentivadas a inserir esses mesmos banners em seus si-
tes. Em segundo lugar, solicitou-se às universidades que
anunciassem a pesquisa através de suas redes sociais.
Em terceiro lugar, a Universia enviou um e-mail solicitan-
do a participação na pesquisa à sua base de usuários, e
aos usuários da Rede Innoversia; desconhecemos o alcan-
ce e segmentação destas bases de usuários, mas sabe-
mos contêm por volta de 600.000 e-mails, segundo os da-
dos fornecidos. Solicitamos ainda a uma amostra de
universidades escolhidas por seu maior tamanho que en-
viassem um link da pesquisa a suas listas de mailing: se-
lecionamos aleatoriamente 53, atendendo a critérios de
estratificação por países e por número de alunos. O su-
cesso desta última estratégia foi desigual, pois a maioria
# INTRODUÇÃO 13
das universidades que enviaram o e-mail estavam estabe-
lecidas na Espanha, país em que, por outro lado e a partir
da terceira pesquisa, foram incrementados os trâmites di-
retos para incitar a participação nas pesquisas. Por últi-
mo, a equipe técnica da Fundação Sociedade e Educação
implementou múltiplas iniciativas relacionadas à difusão
das pesquisas em redes sociais de universidades do meio
ibero-americano selecionadas aleatoriamente.
Em definitiva, os dados foram coletados através de cinco
pesquisas online, que constavam de duas partes. A primei-
ra compunha-se de perguntas que filtravam os potenciais
entrevistados, comprovando se mantinham um vínculo
com uma universidade ibero-americana e obtendo infor-
mação sobre suas características demográficas. A segun-
da parte obtinha opinião sobre os temas substantivos da
pesquisa. Finalizado o trabalho de campo de cada pesqui-
sa, aplicou-se um segundo filtro para prescindir dos ques-
tionários insuficientemente preenchidos e para garantir
um mínimo de qualidade nas respostas. As amostras defi-
nitivas obtidas atingiram tamanhos apreciáveis, de ao re-
dor de vários milhares de casos em cada pesquisa.
Como já apontamos, as pesquisas não foram aplicadas
sobre uma amostra aleatória, estatisticamente represen-
tativa dos membros da comunidade universitária ibero-
americana. No entanto, os dados têm qualidade suficiente
para, entendidos adequadamente, oferecer pistas interes-
santes sobre as posições básicas da comunidade universi-
tária ibero-americana sobre os temas em questão. Para
começar, procuramos minimizar dentro do possível os de-
sequilíbrios territoriais na taxa de resposta ponderando os
# INTRODUÇÃO 14
dados dos três públicos de cada país segundo a quantida-
de de estudantes universitários nesse mesmo país, um
procedimento habitual nos estudos de educação. Em es-
cala nacional, a autosseleção dos entrevistados também
propiciou que algumas universidades estivessem mais
presentes do que deveriam e outras, menos. No entanto,
para os países com taxas de resposta mais altas, sempre
contamos com a suficiente diversidade de universidades
de procedência para imaginar que estamos recolhendo a
hipotética diversidade de opiniões e atitudes que possa es-
tar associada a tal diversidade. Por último, os que respon-
deram são, com bastante probabilidade, os estudantes, os
professores e o PAS mais implicados na vida da universi-
dade, os mais ativos na multiplicidade de discussões pú-
blicas que formam, em parte, essa vida. Se isso for assim,
também não é problemático. O objetivo último do estudo é
escutar a voz dessa comunidade, e se não pode ser segun-
do critérios de estrita representatividade estatística, me-
lhor que seja a dos que, efetivamente, estão dispostos a
fazer o mínimo esforço necessário para que sua voz seja
escutada.
A voz que escutamos, é claro, é modulada pela ferra-
menta de coleta de dados de que pudemos dispor, um
questionário aplicado online. Este foi elaborado com base,
mais ou menos direta, no Documento de Conclusões da
Agenda de Guadalajara 2010, traduzindo-as a fórmulas
apropriadas para aquele tipo de questionário. Procuramos
que as perguntas fossem sobretudo pertinentes, mas, ao
mesmo tempo, inteligíveis, muito pouco ambíguas e sim-
ples de responder, apesar da complexidade de alguns as-
O OBJETIVO ÚLTIMO DO ESTUDO É ESCUTAR A VOZ DA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA
# INTRODUÇÃO 15
suntos. Para que funcionassem corretamente em uma
pesquisa online, foram seguidos ainda os seguintes crité-
rios: procurar que cada tela não contivesse muitas per-
guntas, evitar que os questionários durassem mais de 15
minutos, apresentar diferentes modelos de perguntas
para evitar a monotonia e prescindir de perguntas aber-
tas, dada a maior dificuldade de respondê-las. Com os
questionários anexos no final deste relatório, o leitor pode
comprovar como esses critérios se concretizaram. Com
as bases de dados definitivas, publicadas na Internet, o es-
tudioso interessado pode efetuar suas próprias análises.
No relatório a seguir procuramos acompanhar de perto
as respostas de cada um dos três públicos consultados,
mas é inevitável que, por vezes, tenhamos que interpretar
essas respostas ou, mais frequentemente, situá-las nos
contextos apropriados para que adquiram sentido pleno.
Obviamente, outras interpretações e outros contextos são
possíveis, porém procuramos ser equânimes na análise.
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 16
Univer-si dades compro-metidas
# Pesquisa 1
Introduçao
A primeira das cinco sondagens que compõem a consulta
à comunidade universitária preparatória do III Encontro
de Reitores Universia, realizou-se online entre os dias
20 de setembro e 21 de outubro de 2013. Foram obtidos
questionários válidos de 13.049 estudantes, 5.614 docen-
tes e pesquisadores (DP) e 2.766 membros pessoal da
administração e serviços (PAS) de universidades ibero-
americanas, majoritariamente pertencentes à Universia.
Estas cifras representam um alcance provavelmente sem
precedentes, embora com certos desequilíbrios por áre-
as geográficas. Os dados que analisamos a seguir não
refletem esse desequilíbrio, uma vez que se apresentam
ponderados em função do peso dos estudantes universi-
tários de cada país considerando o conjunto.
1. Para interpretar
adequadamente os
gráficos e as menções
às diferenças regionais,
consulte o Relatorio
técnico e trabalho de
campo, em que se
descrevem os critérios
de agrupamento das
“Regiões Rio 2014” ou
“Regiões Universia”.
2. Tendo em conta
que apenas foi
possível obter dados
suficientemente
fidedignos do número
de alunos, também
foram ponderados
os resultados
correspondentes a
professores e PAS com
os dados de alunos,
uma prática, por outra
parte, relativamente
comum em estudos
internacionais.
13.049 ESTUDANTES
Questionários validos
5.614 PROFESSORES
2.766 PAS
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 18
Esta primeira sondagem centrou-se no tema “as universi-
dades comprometidas”, isto é, na dimensão social da uni-
versidade. A seguir, revelam-se os seus resultados, distin-
guindo os correspondentes aos três públicos analisados
(estudantes, DP e PAS), assim como, individualmente, al-
guma variação de interesse relacionada com a área geo-
gráfica a que pertencem os referidos públicos (Portugal e
Espanha, Brasil e outros países da Ibero-américa).
Primeiramente, analisamos a perceção que se tem dos
objetivos de carácter social no âmbito do conjunto dos
fins buscados pelas universidades, verificando as prefe-
rências a este respeito e medindo o grau de cumprimen-
to percebido. Como complemento disso, buscamos esta-
belecer em que medida a universidade é relevante para a
prosperidade dos países, no ponto de vista da comunida-
de universitária ibero-americana, em comparação com a
percepção no ponto de vista de outros atores, em princí-
pio, centrais para essa prosperidade.
Em segundo lugar, estudamos as percepções sobre a
relevância da cooperação das universidades com outros
atores sociais (nacionais e internacionais) para a conse-
cução dos seus objetivos.
Em terceiro lugar, analisamos outro aspecto da dimen-
são social das universidades, que consiste na implicação
social dos seus membros.
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 19
Em quarto lugar, estudamos as opiniões dos entrevis-
tados sobre as várias questões relativas às desigualda-
des de acesso à educação superior.
Por último, refletimos as opiniões sobre a possível uti-
lidade de um programa ibero-americano de ação social
do tipo proposto no II Encontro Internacional de Reitores
de Universia (Guadalajara, 2010).
1. Os fin s e o im pacto da universi dade
Para compreender a importância que a comunidade uni-
versitária ibero-americana atribui ao compromisso so-
cial das universidades, é necessário situá-lo no âmbi-
to do conjunto de propósitos que as sociedades costu-
mam atribuir às suas universidades. Estes propósitos in-
cluem, por um lado, as metas tradicionais da universi-
dade, como o ensino das profissões ou a pesquisa e a
formação de cientistas. Por outro lado, incluem também
novos propósitos de crescente importância, em especial
à medida que se estende a perceção de que as universi-
dades, assim como outras instituições públicas ou priva-
das, adquirem responsabilidades perante a comunidade
em que estão presentes, que vão além do cumprimento
eficaz e eficiente dos seus fins específicos. Entre estas
responsabilidades estão a contribuição para o desenvol-
vimento econômico e social, para a coesão social e para
a proteção do ambiente.
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 21
A HIERARQUIA DE FINS DA UNIVERSIDADE
Estudamos a hierarquia dessas finalidades, solicitando
aos respondentes que elegessem o objetivo prioritário
para a sua universidade de uma lista que cobria todas
essas possíveis missões da universidade, e que estives-
sem, especificamente, relacionadas ao seu compromis-
so social. Foram selecionados três objetivos por ordem
de prioridade. Os resultados das opiniões são apresenta-
dos nos gráficos 1 a 3.
No gráfico 1 podemos comprovar que os estudantes
têm claro qual deveria ser a máxima prioridade das suas
universidades: a formação de bons profissionais. Quase
três quartos dos respondentes (73,9%) citam este objeti-
FORMAR BONS PROFIS-SIONAIS
FORMAR BONS PESQUI-SADORES
FORMAR BONS CIDA-DÃOS
REALI-ZAR ATIVIDA-DES DE PESQUI-SA, DESEN-VOLVI-MENTO DO CONHE-CIMENTO E INO-VAÇÃO
CONTRI-BUIR PARA O DESEN-VOLVI-MENTO ECONÔ-MICO E SOCIAL DA REGIÃO EM QUE SE ENCON-TRA
CONTRI-BUIR PARA A RE-DUÇÃO DAS DES-IGUAL-DADES E PARA A COESÃO SOCIAL
CONTRI-BUIR PARA O CUIDADO E PARA A PRO-TEÇÃO DO AMBIEN-TE
CONTRI-BUIR PARA O DESEN-VOLVI-MENTO DE UM ESPÍRITO COMUM DE MEMBRO DA IBE-RO-AMÉ-RICA
OUTRO NÃO SABE
0
10
20
30
40
50
60
70
80 73,9
53,1
8,2
28,5
11,1
35,3
11,0
52,0
6,6
40,6
6,5
31,6
1,5
16,4
1,7 1,78,6
0,2 0,20,1
CITADO EN PRIMER LUGAR
CITADO EN PRIMER, SEGUNDO O TERCER LUGAR
GRÁFICO 1.
Estudiantes.
“Qual deveria ser o
objetivo prioritário
para a universidade do
entrevistado?”
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 22
vo como uma das três primeiras prioridades, mas talvez
o mais relevante é que mais da metade (53,1%) o colocou
em primeiro lugar, o que posiciona este objetivo muito aci-
ma dos restantes.
Em segundo lugar, com certa distância, estariam os
objetivos de pesquisa, desenvolvimento do conhecimento
e inovação, mencionados por 52% dos entrevistados (com
11% mencionando estes objetivos em primeiro lugar).
Em terceiro lugar encontraríamos uma finalidade re-
lacionada ao compromisso social das universidades, isto
é, a sua contribuição para o desenvolvimento econômi-
co e social da região em que se encontram, menciona-
da por 40,6% dos entrevistados (6,6% dos quais colocam
este objetivo em primeiro lugar).
No quarto lugar situam-se diversas finalidades, com
percentagens próximas dos 30-35%: formar bons cida-
dãos, contribuir para a coesão social e formar bons pe-
quisadores.
Como já era esperado, os dois objetivos classifica-
dos nas últimas posições foram o cuidado com o meio
ambiente e a possível contribuição para um espírito co-
mum de membro da Ibero-América. O primeiro com ape-
nas 16,4% das indicações dos entrevistados (dentre eles,
1,5% como primeiro lugar), um objetivo que não está en-
tre os mais associáveis com a instituição universitária.
53,1% FORMAÇAO DE DE BONS PROFISSIONAIS
Máxima prioridade para os estudantes
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 23
E o último, com a menção de apenas 8,6% dos entrevis-
tados (1,7% dos quais o colocam em primeiro lugar), um
objetivo das universidades que foi levado à discussão pú-
blica há poucos anos.
No gráfico 2 observa-se como a hierarquia de priori-
dades entre os docentes das universidades ibero-ame-
ricanas é bastante similar à que mantêm os estudantes.
Destaca-se uma vez mais de forma clara a formação de
bons profissionais, mencionada por mais de dois terços
dos respondentes (69,4%, sendo que 45,5% destes o situ-
am em primeiro lugar).
Acompanham como prioridades principais, com cer-
ta distância, outras três prioridades, também destaca-
das pelos estudantes: as atividades de pesquisa e ino-
vação, mencionadas por 50,4% dos entrevistados (11,8%
FORMAR BONS PROFIS-SIONAIS
FORMAR BONS PESQUI-SADORES
FORMAR BONS CIDA-DÃOS
REALI-ZAR ATIVIDA-DES DE PESQUI-SA, DESEN-VOLVI-MENTO DO CONHE-CIMENTO E INO-VAÇÃO
CONTRI-BUIR PARA O DESEN-VOLVI-MENTO ECONÔ-MICO E SOCIAL DA REGIÃO EM QUE SE ENCON-TRA
CONTRI-BUIR PARA A RE-DUÇÃO DAS DES-IGUAL-DADES E PARA A COESÃO SOCIAL
CONTRI-BUIR PARA O CUIDADO E PARA A PRO-TEÇÃO DO AMBIEN-TE
CONTRI-BUIR PARA O DESEN-VOLVI-MENTO DE UM ESPÍRITO COMUM DE MEMBRO DA IBE-RO-AMÉ-RICA
OUTRO NÃO SABE
0
10
20
30
40
50
60
70
80
69,4
45,5
5,8
25,419,9
42,5
11,8
50,4
9,8
47,7
5,0
28,8
0,8
12,6
1,0 1,15,9
0,4
15,5
0,0
CITADO EM PRIMEIRO LUGAR
CITADO EM PRIMEIRO, SEGUNDO OU TERCEIRO LUGAR
GRÁFICO 2.
Professores.
“Qual deveria ser o
objetivo prioritário
para a universidade do
entrevistado?”
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 24
FORMAR BONS PROFIS-SIONAIS
FORMAR BONS PESQUI-SADORES
FORMAR BONS CIDA-DÃOS
REALI-ZAR ATIVIDA-DES DE PESQUI-SA, DESEN-VOLVI-MENTO DO CONHE-CIMENTO E INO-VAÇÃO
CONTRI-BUIR PARA O DESEN-VOLVI-MENTO ECONÔ-MICO E SOCIAL DA REGIÃO EM QUE SE ENCON-TRA
CONTRI-BUIR PARA A RE-DUÇÃO DAS DES-IGUAL-DADES E PARA A COESÃO SOCIAL
CONTRI-BUIR PARA O CUIDADO E PARA A PRO-TEÇÃO DO AMBIEN-TE
CONTRI-BUIR PARA O DESEN-VOLVI-MENTO DE UM ESPÍRITO COMUM DE MEMBRO DA IBE-RO-AMÉ-RICA
OUTRO NÃO SABE
0
10
20
30
40
50
60
70
80
69,2
47,4
2,9
17,122,2
47,2
9,4
47,8
9,3
52,7
6,6
36,5
0,5
13,6
1,4 0,6
9,3
0,26,1
0,0
CITADO EM PRIMEIRO LUGAR
CITADO EM PRIMEIRO, SEGUNDO OU TERCEIRO LUGAR
GRÁFICO 3.
PAS.
“Qual deveria ser
o objetivo para a
universidade do
entrevistado?”
”
dos quais o situam em primeiro lugar); a contribuição
para o desenvolvimento regional, escolhida por 47,7%
dos respondentes (9,8% dos quais o situam em primei-
ro lugar); e a formação de bons cidadãos, referida por
42,5% dos entrevistados (19,9% dos quais o situam em
primeiro lugar).
As prioridades do pessoal da administração e serviços
são muito similares às dos outros dois públicos-alvo do
questionário, com algumas poucas variações. Destaca-
se mais uma vez, muito claramente, a formação de bons
profissionais, mencionada por 69,2% dos entrevistados
(47,4% dos quais o situam em primeiro lugar).
Seguem-se com certa distância, menor do que no caso
dos professores e, sobretudo, no caso dos estudantes,
três propósitos aos quais se concede um peso bastante
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 25
parecido: a contribuição para o desenvolvimento regional
(52,7%), as atividades de pesquisa e inovação (47,8%) e a
formação de bons cidadãos (47,2%). Ou seja, estes resul-
tados distinguem-se dos alcançados no questionário aos
estudantes (não tanto dos professores) por concederem
uma maior importância ao desenvolvimento regional e à
formação dos cidadãos, e porque a menção do propósito
da contribuição para a coesão social (36,5%) parece ser a
mais alta dos três grupos.
A semelhança (e a relativa variação) das opiniões so-
bre os fins da universidade entre estudantes, professo-
res e pessoal de administração e serviços comprova-se
melhor no gráfico 4, em que apenas se reúnem as per-
centagens relativas aos objetivos mencionados em pri-
meiro lugar.
FORMAR BONS PROFIS-SIONAIS
FORMAR BONS PESQUI-SADORES
FORMAR BONS CIDA-DÃOS
REALI-ZAR ATIVIDA-DES DE PESQUI-SA, DESEN-VOLVI-MENTO DO CONHE-CIMENTO E INO-VAÇÃO
CONTRI-BUIR PARA O DESEN-VOLVI-MENTO ECONÔ-MICO E SOCIAL DA REGIÃO EM QUE SE ENCON-TRA
CONTRI-BUIR PARA A RE-DUÇÃO DAS DES-IGUAL-DADES E PARA A COESÃO SOCIAL
CONTRI-BUIR PARA O CUIDADO E PARA A PRO-TEÇÃO DO AMBIEN-TE
CONTRI-BUIR PARA O DESEN-VOLVI-MENTO DE UM ESPÍRITO COMUM DE MEMBRO DA IBE-RO-AMÉ-RICA
OUTRO NÃO SABE
0
10
20
30
40
50
60
70
80
69,273,9
69,4
25,428,5
17,1
42,547,2
35,3
50,447,8
52,0
47,752,7
40,6
28,8
36,531,6
16,412,6 13,6
5,90,6
9,38,6
1,11,7 6,1
15,5
0,2
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 4.
Objetivo prioritário
para a universidade do
entrevistado (citado em
primeiro lugar)
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 26
EFICÁCIA NO CUMPRIMENTO DOS OBJETIVOS
UNIVERSITÁRIOS
Além das preferências entre os objetivos para as suas
respectivas universidades, temos também a percepção
dos entrevistados para com o grau de cumprimento des-
ses fins. A medição foi feita questionando o grau de eficá-
cia com que a universidade dos respectivos entrevistados
cumpre cada um dos objetivos mencionados, utilizando
uma escala de 0 (nenhuma eficácia) a 10 (muita eficácia).
Os resultados estão apresentados no gráfico 5, que reú-
ne as médias de cada grupo (estudantes, professores e
pessoal da administração e serviços) para cada um dos
objetivos.
FORMAR BONS PROFIS-SIONAIS
FORMAR BONS PESQUI-SADORES
FORMAR BONS CI-DADÃOS
REALI-ZAR ATIVIDA-DES DE PESQUI-SA, DESEN-VOLVI-MENTO DO CONHE-CIMENTO E INO-VAÇÃO
CONTRI-BUIR PARA O DESEN-VOLVI-MENTO ECONÔ-MICO E SOCIAL DA REGIÃO EM QUE SE ENCON-TRA
CONTRI-BUIR PARA A RE-DUÇÃO DAS DES-IGUAL-DADES E PARA A COESÃO SOCIAL
CONTRI-BUIR PARA O CUIDADO E PARA A PRO-TEÇÃO DO AMBIEN-TE
CONTRI-BUIR AL DESA-RROLLO DE UN CONTRI-BUIR PARA O DESEN-VOLVI-MENTO DE UM ESPÍRITO COMUM DE
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
7,87,6
8,1
6,46,9 6,9 6,8
7,1 7,2 7,26,6
7,06,6 6,7 6,7 6,7 6,6
5,6 5,75,1
6,2 6,2 6,26,4
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 5.
Grau de eficácia com
que a universidade do
entrevistado cumpre os
diferentes objectivos
(média numa escala
de 0, nenhuma, a 10,
muita)
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 27
De modo geral, caberia dizer que a nota média obtida
pelas universidades ibero-americanas se situaria entre
6,5 e 7. Não reprovam, mas também possuem uma con-
siderável margem de melhoria. Isto se aplica a quase to-
dos os objetivos, cuja pontuação apresenta variações re-
lativamente menores.
Destaca-se por uma maior eficácia percebida a for-
mação de bons profissionais, que os estudantes pontu-
am com 7,8, e que também obtém a pontuação máxima
junto aos professores (7,6) e do pessoal da administração
e serviços (8,1).
A seguir, temos um grupo de objetivos com pontuações
que se aproximam do valor 7, ou que o superam minima-
mente: as tarefas de pesquisa e inovação, a formação de
pesquisadores, a formação de cidadãos e a contribuição
para o desenvolvimento econômico e social.
Em um terceiro grupo (proteção do ambiente e con-
tribuição para a coesão social) as pontuações situam-se
pouco abaixo dos 6,5.
Em último lugar, com uma menor eficácia percebida,
destaca-se a contribuição para um espírito comum de
membro da Ibero-America, com pontuações inferiores a 6.
A RELEVÂNCIA DA UNIVERSIDADE PARA A PROSPERIDADE
DOS PAÍSES
Procuramos não apenas classificar os fins sociais da
universidade no contexto de todos os seus objetivos, mas
tentamos também classificar as contribuições da univer-
sidade para a sua comunidade (o seu país) no contexto
das contribuições de outros atores decisivos. Sem este
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 28
contexto, seria muito difícil avaliar o verdadeiro impacto
da universidade.
Optamos por comparar a contribuição das universida-
des com as de dois atores centrais da vida econômica e
social das sociedades dos tempos atuais: o empresaria-
do (identificado com as grandes empresas) e o governo e
a administração pública. E centralizamos a atenção dos
entrevistados na contribuição que todos eles fazem para
a prosperidade do país, pois está muito relacionada tan-
to com os objetivos mais intrínsecos da universidade (a
formação de profissionais e de pesquisadores e o desen-
volvimento de pesquisa e inovação) como com os mais
relacionados com o seu compromisso social (como re-
gra geral, uma maior prosperidade está associada a uma
maior coesão social).
É possível afirmar que, se analisarmos os dados apre-
sentados no gráfico 6, as universidades ibero-america-
nas aparecem bem situadas, embora seja preciso ter em
AS DIVERSAS ATIVIDADES (FORMAÇÃO ACADÊMICA, FORMAÇÃO PROFISSIONAL, PESQUISA, ETC.) QUE AS UNIVERSIDADES DO SEU PAÍS DESENVOLVEM
O QUE FAZ O GOVER-NO E AS ADMINIS-TRAÇÕES PÚBLICAS DO PAÍS
AS ATIVIDADES DAS PRINCI-PAIS EMPRESAS
0
1
2
3
4
5
6
7
8
98,2 8,3 8,4
8,08,2 8,37,8 8,0
7,7
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 6.
Grau de necessidade
de que a universidade
coopere com outros
atores para cumprir
seus objetivos (média
em uma escala de 0 -
nenhuma a 10- muita)
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 29
conta que o público entrevistado é também uma parte in-
teressada, o que pode se classificar como um desvio-pa-
drão dessa perceção.
Estudantes, professores e pessoal de administração e
serviços concedem uma pontuação de notavelmente ele-
vada (8,2, 8,3 e 8,4, respetivamente) às universidades dos
seus países no que diz respeito à vinculação da prosperi-
dade desses países com as diversas atividades desenvol-
vidas pelas universidades.
A avaliação da contribuição do governo e da adminis-
tração pública é muito parecida, com médias respetivas
de 8,2, 8,0 e 8,3.
A avaliação da contribuição das grandes empresas
também é bastante elevada, embora um pouco inferior:
7,8, 7,7 e 8,0. Tendo em conta que o adjetivo “grandes”
pode ter despertado, de certa forma, preconceitos, é mui-
to significativo que se obtenham médias tão elevadas.
2. A cooperação com outros atores para o cumprim ento dos objetivos da universi dade
O compromisso social das universidades não se refere ape-
nas a procurar cumprir com determinados objetivos pró-
prios, por assim dizer, de uma “responsabilidade social”.
Pelo contrário, inclui decisivamente o cultivo das relações
com os atores relevantes da sociedade com o propósito de
cumprir o melhor possível com os objetivos da universida-
de. Não se trata, portanto, de favorecer a sociedade sem a
sociedade, mas sim de a favorecer com a sua participação e
de estabelecer associações mutuamente proveitosas.
A NECESSIDADE DA COOPERAÇÃO COM OUTROS ATORES
A comunidade universitária ibero-americana reconhece
amplamente a necessidade de estabelecer e de cultivar
esses vínculos, aos quais concede uma importância con-
siderável, um pouco maior no caso de alguns interlocu-
tores sociais e menor no caso de outros. O gráfico 7 ilus-
tra bem esta situaçao.
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 31
Nele se reúnem as médias obtidas para uma pergunta
que mede a perceção da necessidade de que a universi-
dade coopere com um conjunto de atores para o cumpri-
mento dos objetivos da instituição. Os atores considera-
dos são as administrações públicas e o governo, as em-
presas e/ou associações empresariais, as associações
voluntárias, outras universidades e centros de pesquisa
do país, e as universidades e centros de pesquisa no ex-
terior. Trata-se dos atores com os quais é mais provável
que colaborem as universidades, sobretudo nas suas ta-
refas de pesquisa e inovação, mas não exclusivamente
nelas. A necessidade de cooperação mede-se com uma
escala de 0 (nenhuma necessidade) a 10 (muita).
Os três públicos consultados atribuem níveis elevados
de necessidade à cooperação com todos os atores consi-
AS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS, O GOVERNO NOS SEUS DIFERENTES NÍVEIS
AS EMPRESAS E/OU ASSOCIAÇÕES EMPRESARIAIS
AS ONG E ASSO-CIAÇÕES VOLUN-TÁRIAS SIMILA-RES
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
8,4 8,6 8,7 8,48,1
8,5
7,7 7,97,4
OUTRAS UNIVERSIDADES E CENTROS DE PESQUISA DO SEU PAÍS
8,6 8,88,9
AS UNIVERSIDADES E CENTROS DE PESQUISA FORA DO PAÍS
8,7 8,78,8
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 7.
Grau de necessidade
de que a universidade
coopere com outros
atores para cumprir
seus objetivos (média
em uma escala de 0 -
nenhuma a 10 - muita)
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 32
derados, com médias superiores a 8 e inferiores a 9 para
todos eles, com exceção das associações voluntárias, que
apresentam médias inferiores a 8.
Ou seja, todos os grupos parecem apostar claramen-
te na cooperação com os agentes externos como modus
operandi das universidades.
AMPLIANDO AS RELAÇÕES COM AGENTES EXTERNOS À
UNIVERSIDADE
Essa aposta na cooperação se corrobora pelos resultados
de outra pergunta. Neste caso, medimos a propensão dos
entrevistados a ampliar, reduzir ou manter no seu estado
atual as relações da sua universidade com os atores ante-
riormente considerados. No gráfico 8 estão apresentadas
as percentagens de entrevistados partidários de ampliar
essas relações.
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
AS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS, O GOVERNO NOS SEUS DIFERENTES NÍVEIS
AS EMPRESAS E/OU ASSOCIAÇÕES EMPRESARIAIS
AS ONG E ASSO-CIAÇÕES VOLUN-TÁRIAS SIMILA-RES
74,478,3 75,3
85,4
76,3
87,2
72,477,6
71,8
OUTRAS UNIVERSIDADES E CENTROS DE PESQUISA DO SEU PAÍS
87,092,693,3
AS UNIVERSIDADES E CENTROS DE PESQUISA FORA DO PAÍS
90,2 92,295,3
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 8.
Percentagem de
entrevistados
partidários de ampliar
as relações da sua
universidade com
diferentes actores (e
não de as deixar como
estão ou de as reduzir)
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 33
Como se pode observar, todos os grupos são nitida-
mente partidários de ampliar as relações com a admi-
nistração pública, as empresas, as organizações volun-
tárias, outras universidades nacionais e também com as
universidades estrangeiras. Os partidários dessa amplia-
ção superam sempre os 70%, o que deixa os partidários
do status quo de reduzir as relações em franca minoria.
Pode-se interpretar uma opinião tão majoritária como
uma expressão de uma necessidade que não se vê como
encoberta, ou como uma expressão de um potencial ain-
da pouco explorado.
No entanto, é possível observar uma variação interes-
sante. A demanda de ampliação das relações é ainda mais
clara quando referida a outras universidades e centros de
pesquisa do país (com percentagens próximas dos 90%)
e a universidades e centros de pesquisa no exterior (com
percentagens acima dos 90%).
No outro extremo, com percentagens entre 70 e 75%
(isto é, sempre no âmbito de opiniões muito majoritárias
favoráveis à ampliação das relações) estariam as admi-
nistrações públicas (com as quais, cabe supor, as relações
são já bastante intensas, na medida em que a maioria das
universidades são públicas) e as associações voluntárias.
As opiniões dos três grupos são muito parecidas, em-
bora apresentem algumas divergências quando se per-
gunta pelas empresas e/ou associações empresariais.
Novamente, no contexto de opiniões muito favoráveis à
ampliação das relações, parece existir maior reticência
entre os estudantes (76,3%) do que entre os professores
(85,4%) e o pessoal de administração e serviços (87,2%).
3. A im plicação soci al dos universi tários
Tratamos a seguir, não da implicação da universidade
como instituição, mas a implicação dos universitários
enquanto indivíduos, dos quais caberia esperar, em es-
pecial pela sua maior educação formal, uma maior par-
ticipação na via principal de contribuição gratuita para a
sociedade, isto é, a participação na associações voluntá-
rias e o trabalho voluntário em geral.
A IMPLICAÇÃO SOCIAL DOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
VISTA PELA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA
Por um lado, procuramos obter a opinião da comunidade
universitária ibero-americana sobre a implicação social
dos estudantes universitários. Deles caberia imaginar
que, devido à sua maior educação formal que lhes per-
mite ter um conhecimento mais profundo dos problemas
sociais, tivessem uma implicação social maior do que a
do cidadão médio dos países em questão. Aos olhos des-
ses mesmos estudantes, dos seus professores e do pes-
soal da administração e serviços das universidades não
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 35
ESTUDANTESMUITO ALTA
ALTA
MÉDIO
BAIXAMUITO BAIXA
NÃO SABE21,3
5,0
40,8
23,1
8,51,3
PROFESSORES
18,3
3,3
41,4
25,1
9,52,4
PAS
20,9
5,5
38,3
23,9
8,23,2
MUITO ALTA
ALTA
MÉDIO
BAIXAMUITO BAIXA
NÃO SABE
GRÁFICO 9.
Avaliação do envolvimento
social (trabalho voluntário,
participação em associações
...) dos estudantes
universitários em comparação
com o cidadão médio
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 36
está muito clara essa diferenciação do cidadão médio,
como se pode comprovar no gráfico 9.
Apenas 26,3% dos estudantes consideram a implica-
ção social dos universitários alta ou muito alta em com-
paração com a do cidadão médio do seu país, uma per-
centagem um pouco inferior à dos que a consideram bai-
xa ou muito baixa (31,6%). Obviamente, a avaliação mais
estendida (40,8%) não distingue ambas as implicações, ao
considerar a participação dos estudantes como média.
A avaliação é ainda menos positiva entre os professo-
res, pois apenas 21,6% vêem a implicação dos estudan-
tes como alta ou muito alta, sendo significativamente su-
perior (34,6%) a percentagem dos que a vêem como sen-
do baixa, ou mesmo muito baixa.
A perceção que tem o pessoal da administração e ser-
viços é,no entanto,muito similar à que têm os estudantes
sobre eles próprios, 26,4% vê a implicação dos estudan-
tes como alta ou muito alta, e 32,1% consideram que é
baixa ou muito baixa.
A PARTICIPAÇÃO EM ASSOCIAÇÕES DA COMUNIDADE
UNIVERSITÁRIA
Por outro lado, colocamos uma questão muito mais di-
reta sobre a implicação social dos membros da comuni-
dade universitária: se participavam ou realizavam algum
tipo de trabalho voluntário em alguma associação. Os re-
sultados estão apresentados no gráfico 10.
45,5% dos estudantes respondeu afirmativamente, con-
tra 56,6% dos professores e 45,4% do pessoal da admi-
nistração e serviços.
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 37
Para comprovar se essas percentagens são altas ou
baixas em comparação com o que acontece no conjun-
to ibero-americano, utilizamos dados do Latinobarôme-
tro de 2005, que inclui uma pergunta muito parecida. A
percentagem da população adulta nos países america-
nos para os quais existem dados disponíveis que parti-
cipa ou realiza trabalho voluntário em alguma organiza-
ção de um conjunto de 13 tipos de associações ascende
a 32,7%. Este dado sugere que os índices de participação
dos membros da comunidade universitária ibero-ameri-
cana podem ser um pouco ou muito mais elevados do
que os dos seus conterrâneos.
ESTUDIANTES PROFESORES PAS
0
10
20
30
40
50
60
70
80
45,445,5
56,6
PROFESORESESTUDIANTES
PAS
GRÁFICO 10.
Percentagem de entrevistados que participa ou realiza trabalho voluntário
em alguma associação (cultural, de jovens, de vizinhos, ONG, profissional,
sindicato, ecologista, de consumidores, etc.)
3. Os dados disponíveis
resultam da
aplicação de análise
online (http://www.
latinobarometro.org/
latino/LATAnalize.
jsp), dos quais apenas
resultam válidos para a
nossa comparação os
relativos aos seguintes
países: Brasil, Chile,
Colômbia, Costa Rica,
Equador, El Salvador,
Guatemala, Honduras,
México, Nicarágua,
Panamá, Paraguai,
Peru, República
Dominicana, Uruguai
e Venezuela. Os dados
da Argentina e da
Bolívia não permitem
calcular a percentagem
de membros de
associações. Para
obter uma cifra global
representativa dos
países americanos
da Ibero-américa,
ponderámos os
dados de cada país
com os da população
de 15 anos ou mais
correspondente a
2005, tal como foram
estimados pela
Divisão de População
da ONU (http://esa.
un.org/unpd/wpp/
Excel-Data/population.
htm). de 15 años o
más correspondiente
a 2005, tal como están
estimados por la
División de Población
de la ONU (http://esa.
un.org/unpd/wpp/
Excel-Data/population.
htm).
4. Para a igualdade de acesso aos est udos universi tários: si tuação e medidas
Abordamos, a seguir, a questão dos graus de desigualda-
de ainda existentes no acesso aos estudos universitários,
do ponto de vista da situação atual, e também do ponto
de vista das medidas aplicáveis ou aplicadas para melho-
rar a igualdade de acesso. Comenzamos por los juicios
sobre la situación actual y continuamos con los juicios
acerca de las medidas.
Começaremos pelas opiniões sobre a situação atual e,
em seguida, com as opiniões sobre as medidas.
PERCEÇÃO DAS DESIGUALDADES SOCIAIS NO ACESSO À
UNIVERSIDADE
O alcance da educação universitária
Para começar, todos os grupos estão de acordo de que
o alcance da educação universitária nos seus países de-
veria ser maior. Pelo menos é a conclusão a que se pode
chegar através das suas respostas à pergunta sobre se é
suficiente ou não a proporção de jovens que completam
uma educação universitária no país do entrevistado [GRÁ-
FICO 11].
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 39
ESTUDANTESMUITO INSUFICIENTE
INSUFICIENTE
ADEQUADA
EXCESSIVAMUITO EXCESSIVA
NÃO SABE
57,3
12,31,5
17,7
8,23
PROFESSORES
56,7
10,41,3
18,2
11,5
1,9
PAS
11,6
63,0
16,3
6,3 0,6
2,2
MUITO INSUFICIENTE
INSUFICIENTE
ADEQUADA
EXCESSIVAMUITO EXCESSIVA
NÃO SABE
GRÁFICO 11.
A proporção de jovens
que completam estudos
universitários no país
do entrevistado é ...
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 40
Como se pode observar no gráfico 12, uma maioria
clara dos três grupos que estudamos, considera que as
mulheres não estão nada discriminadas no acesso à edu-
cação universitária nos seus países. Se a essa maioria
acrescentamos os que acreditam que estão pouco discri-
minadas, obtemos percentagens de respostas que pode-
mos considerar como positivas superiores a quatro quin-
tos dos entrevistados: 83,9% entre os estudantes, 82,4%
entre os professores e 81,9% entre o pessoal de adminis-
tração e serviços.
Uma ampla maioria em cada grupo considera que essa
proporção é muito insuficiente, ou insuficiente. Esta é a
opinião de 69,6% dos estudantes, 67,1% dos professores
e 74,6% do pessoal de administração e serviços. Em cada
grupo representam percentagens mínimas os que con-
sideram essa proporção excessiva, representando per-
centagens próximas dos 17% aqueles entrevistados que
a vêem como adequada.
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 11 BIS.
Percentagem que
acredita que a
proporção de jovens
que completam estudos
universitários no seu
país é insuficiente ou
muito insuficiente, por
região Universia
PORTUGAL E ESPANHA
BRASIL RESTO
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
32,538,8
27,1
80,482,3 84,8
70,9
79,7
71,8
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 41
ESTUDANTES
NADA DISCRIMINADAS
POUCO DISCRIMINADAS
UM POUCO DISCRIMINADAS
BASTANTE DISCRIMINADAS
MUITO DISCRIMINADAS
NÃO SABE
57,0
2,02,6
26,9
10,7
0,8
PROFESSORES
57,2
2,8
25,2
12,9
0,41,5
PAS
57,824,1
11,73,5 2,1
0,7
NADA DISCRIMINADAS
POUCO DISCRIMINADAS
UM POUCO DISCRIMINADAS
BASTANTE DISCRIMINADAS
MUITO DISCRIMINADAS
NÃO SABE
GRÁFICO 12.
Na sua opinião, qual é a
situação das mulheres
no acesso ao ensino
universitário no seu
país?
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 42
A situação das mulheres
A extensão da educação universitária pode parecer insu-
ficiente para muitos, mas quase ninguém considera que
ser homem ou mulher possa influir no acesso aos estu-
dos universitários.
Obviamente, como reflete o gráfico 11 bis, são signi-
ficativas as variações de opinião consideradas regional-
mente, com percentagens que consideram a proporção
de jovens universitários insuficiente muito menores em
Portugal e na Espanha (cujos dados, logicamente, pesam
muito a situação espanhola).
A evolução do acesso dos menos favorecidos
As opiniões também refletem uma situação relativamen-
te positiva no que tange o acesso à universidade dos gru-
pos socialmente desfavorecidos. Como se pode observar
no gráfico 13, a opinião da maioria em cada um dos pú-
blicos que estudamos considera que esse acesso melho-
rou (muito/bastante ou um pouco) na última década. É
essa a opinião de 55,1% dos estudantes, de 57% dos pro-
fessores e de 62,2% do pessoal da administração e ser-
viços. De qualquer modo, a opinião majoritária entre os
mais otimistas é a de que se observa alguma melhora
(mas não suficiente ou significativa).
São muito poucos os que acreditam que piorou: 22%
dos estudantes, 26% dos professores e 20,3% do pessoal
da administração e serviços.
Nesta avaliação também se observam variações re-
gionais substanciais, que provavelmente refletem dife-
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 43
ESTUDANTESMELHOROU MUITO OU BASTANTE
MELHOROU UM POUCO
MANTEVE-SE NUM NÍVEL SIMILAR
PIOROU UM POUCO
PIOROU MUITO OU BASTANTE
NÃO SABE
40,9
14,210,7
20,6
11,3
2,2
PROFESSORES
37,3
11,6
15,0
14,3
2,0
19,7
PAS
45,1
16,4
12,3
8,0 17,1
1,1
MELHOROU MUITO OU BASTANTE
MELHOROU UM POUCO
MANTEVE-SE NUM NÍVEL SIMILAR
PIOROU UM POUCO
PIOROU MUITO OU BASTANTE
NÃO SABE
GRÁFICO 13.
O que você acredita
que ocorreu com o
acesso aos estudos
universitários dos
grupos socialmente
desfavorecidos na
última década?
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 44
rentes realidades (gráfico 13 bis). A avaliação positiva é
muito elevada no Brasil, mas é muito baixa em Portugal
e na Espanha. Este último dado pode ser simplesmente
um reflexo da perceção existente entre os universitários
sobre os possíveis efeitos dos recentes aumentos dos
preços da matrícula verificados na Espanha.
AVALIAÇÃO DAS MEDIDAS QUE PROMOVEM A IGUALDADE DE
ACESSO
A existência de medidas adequadas para facilitar o aces-
so dos menos favorecidos
Perante uma opinião tão majoritária de que os estudos
universitários ainda não alcançam a uma proporção sufi-
ciente da sociedade, o fato de que muitos acreditam que a
situação tem melhorado (um pouco) não é suficiente para
predominar uma avaliação positiva dos mecanismos dis-
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 13 BIS.
Percentagem que
acredita que o
acesso aos estudos
universitários dos
grupos socialmente
desfavorecidos
melhorou na última
década, por região
Universia
PORTUGAL E ESPANHA
BRASIL RESTO
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
24,928,9
32,1
89,485,0
91,1
52,160,7
51,4
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 45
poníveis para reduzir as desigualdades sociais de acesso
à universidade.
Solicitamos que os entrevistados avaliassem esses me-
canismos, pontuando em uma escala de 0 a 10 o seu grau
de acordo com a afirmação seguinte: “no nosso país dis-
pomos de medidas adequadas para facilitar o acesso aos
estudos universitários dos grupos socialmente desfavore-
cidos”. Os resultados estão apresentados no gráfico 14.
Como podemos comprovar, apenas a pontuação dos
professores alcança uma média de 5 (5,1, concretamen-
te), o que caberia interpretar como uma aprovação “tan-
gencial”, que não é corroborada pelos estudantes (4,6)
nem pelo pessoal da administração e serviços (4,8).
Preferências de financiamento para facilitar o acesso
dos desfavorecidos
Por último, apresentamos aos entrevistados três das al-
ternativas mais comuns de financiamento da universida-
de, para que elegessem a sua preferida, com vista a me-
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
4,84,65,1
PROFESORESESTUDIANTES
PAS
GRÁFICO 14.
Grau de acordo com a
afirmação: “No nosso
país dispomos de
medidas adequadas
para facilitar o
acesso aos estudos
universitários dos
grupos socialmente
desfavorecidos” (média
em uma escala de 0,
nada de acordo, a 10,
totalmente de acordo)
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 46
lhorar o acesso à universidade dos grupos desfavoreci-
dos, e considerando as condições financeiras em que se
encontram as universidades do país.4
As três opções são as seguintes:
A primeira é a da gratuidade ou quase gratuidade do
ensino universitário para todo o mundo (“que a universi-
dade pública fosse gratuita (ou quase gratuita) para to-
dos os estudantes, independentemente do rendimento
da sua renda familiar”). Modelo de gratuidade universal.
A segunda implica que o estudante assuma os custos
sempre que possível e, no caso de não ser possível, que
contraia um empréstimo a devolver na medida que os
seus rendimentos futuros lhe permitam (“que os estu-
dantes que tiverem condições, paguem matrículas ajus-
tadas ao custo real do ensino, mas que os que não tive-
rem condições, recebam empréstimos a juros muito bai-
xos, que deverão devolver gradativamente quando obti-
verem rendimentos do trabalho suficientes”). Modelo de
financiamento à base de empréstimos.
A terceira é similar à anterior: quem o pode fazer deve
assumir os custos, mas para quem não pode, a matrícula
deve ser gratuita (“que a universidade pública seja gratuita
(ou quase gratuita) para todos os estudantes, independen-
temente do rendimento da sua renda familiar“). Modelo de
financiamento à base de bolsas de estudo.
4. Optamos por
apresentar as mais
comuns, que eram, por
sua vez, as que mais
podiam esclarecer as
orientações básicas da
opinião, e redigimo-las
de modo a que fossem
inteligíveis em todos
os países, tendo em
conta as circunstâncias
locais. Apenas
modificamos a redação
para o questionário
brasileiro, para o qual
a primeira opção é
“que a universidade
pública continue a ser
gratuita...”, em vez
de sugerir que seja
gratuita (ou quase
gratuita)...” pois a
universidade no Brasil
é gratuita na sua
totalidade.
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 47
Os resultados das respostas a esta pergunta, reunidos
no gráfico 15, revelam que a opção da gratuidade univer-
sal é minoritária em todos os grupos, e é majoritária a
soma das opções que implicam que os estudantes com
rendimentos suficientes enfrentem os custos da univer-
sidade. Assim, entre os estudantes, apenas 42,4% é par-
tidário da gratuidade universal, uma percentagem tal-
vez mais elevada do que a revelada entre os professores
(35%) e o pessoal da administração e serviços (31,5%).
O que não está claro é se aqueles que se manifestam
contrários à gratuidade universal se inclinam por um fi-
nanciamento à base de empréstimos ou à base de bolsas,
pois as percentagens a favor de uma ou de outra solução
são muito similares em todos os grupos: 26,6 e 28,6%
entre os estudantes, 30,7 e 31,9% entre os professores, e
32,9 e 32,8% entre o pessoal da administração e serviços.
Sobre este tema observamos uma variação regional
lógica [GRÁFICO 15 BIS]. Os entrevistados brasileiros desta-
cam-se por serem mais partidários da gratuidade da uni-
versidade, o que era previsível se tivermos em conta que
no seu país o ensino universitário público é efetivamente
gratuito. Talvez o que chama a atenção é que não poucos
brasileiros estariam dispostos a explorar modelos de fi-
nanciamento diferentes da gratuidade universal.
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 48
ESTUDANTES
42,4
2,4
26,6
28,6
PROFESSORES PAS
35
2,4
30,7
31,9 31,5
2,8
32,9
32,8
QUE A UNIVERSIDADE PÚBLICA FOSSE GRATUITA (OU QUASE GRATUITA) PARA TODOS OS ESTUDANTES, INDEPENDENTEMENTE DO RENDIMENTO DA SUA RENDA FAMILIAR
QUE OS ESTUDANTES QUE TIVEREM CON-DIÇÕES, PAGUEM MATRÍCULAS AJUSTA-DAS AO CUSTO REAL DO ENSINO, MAS QUE OS QUE NÃO TIVEREM CONDIÇÕES, RECEBAM EMPRÉSTIMOS A JUROS MUITO BAIXOS, QUE DEVERÃO DEVOLVER GRADATIVAMENTE QUANDO OBTIVEREM RENDIMENTOS DO TRABALHO SUFIQUE OS ESTUDANTES QUE TIVEREM CON-DIÇÕES, PAGUEM MATRÍ-CULAS AJUSTADAS AO CUSTO REAL DO ENSINO, MAS QUE ESTE SEJA GRATUITO PARA OS QUE NÃO AS POSSAM PAGAR
NÃO SABE
GRÁFICO 15.
Tendo em conta as
condições financeiras
das universidades
do seu país, para
conseguir um melhor
acesso à universidade
dos grupos socialmente
desfavorecidos,
supondo que apenas
existam três opções,
qual seria a sua
preferida?
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 49
PORTUGAL E ESPANHA
BRASIL RESTO
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
26,9
37,5
29,3
48,351,1
47,8
32,2
27,4
40,7
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 15 BIS.
Percentagem de
partidários de que
a universidade seja
gratuita ou quase
gratuita para todos,
independentemente do
nível de rendimentos,
por região Universia
5. Programa Ibero-Americano de Ação Soci al
A última questão colocada aos entrevistados se refe-
re a uma proposta concreta da “Agenda de Guadalajara
2010”. Referimo-nos à proposta 1.8, sobre a implemen-
tação de “um Programa Ibero-Americano de Cooperação
e Ação Social Interuniversitária, que promova o compro-
misso social dos universitários e a melhoria da qualida-
de de vida, a igualdade e o desenvolvimento das zonas
deprimidas.”
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
109,08,9 8,9
PROFESORESESTUDIANTES
PAS
GRÁFICO 16.
Utilidade de um
Programa Ibero-
Americano de
Cooperação e Ação Social
Interuniversitária, que
promova o compromisso
social dos universitários
... (média na escala de 0,
nada útil, a 10, muito útil)
#1 UNIVERSIDADES COMPROMETIDAS 51
Solicitamos aos respondentes que avaliassem a utili-
dade de um programa deste tipo, utilizando, novamente,
a escala de 0 (nada útil) a 10 (muito útil). Os resultados da
sua avaliação estão apresentados no gráfico 16.
Em vista dos resultados, parece que a toda a comu-
nidade universitária ibero-americana consideraria de
grande utilidade uma iniciativa deste tipo, pois as pontu-
ações médias dos três grupos coincidem quase milime-
tricamente em uma utilidade média de 9 a 10.
Univer-si ddes sem frontei-ras
# Pesquisa 2
Introdução
A segunda das cinco pesquisas de que consta a consulta
à comunidade universitária preparatória do III Encontro
de Reitores Universia, foi realizada online entre os dias 5
de novembro e 9 de dezembro de 2013. Obtivemos ques-
tionários válidos de 14.212 estudantes, 5.367 professores
(PDP) e 2.350 membros do pessoal administrativo e de
serviços (PAS) de universidades ibero-americanas majo-
ritariamente pertencentes à Universia1. O que significa,
como na primeira pesquisa, um alcance notável, com de-
sequilíbrios por áreas geográficas. Os dados que anali-
samos a seguir não refletem esse desequilíbrio, pois são
apresentados ponderados de acordo com o peso que o
alunato universitário de cada país tem no conjunto 2.
Esta segunda pesquisa foi focalizada no tema deno-
minado “universidades sem fronteiras”, isto é, ocupou-se
de uma variedade de aspectos da mobilidade universitá-
ria, tanto de professores quanto de alunos, bem como, de
1. Para interpretar
adequadamente os
gráficos e as menções
às diferenças regionais,
veja-se o Relatorio
técnico e trabalho
de campo, onde são
descritos os critérios
de agrupamento das
“Regiões Rio 2014” ou
“Regiões Universia”.
2. Levando em
consideração que
só pudemos obter
dados suficientemente
fidedignos do número
de alunos, também
ponderamos os
resultados relativos a
professores e PAS com
os dados de alunos,
uma prática, por outra
parte, relativamente
comuns em estudos
internacionais.
14.212 ESTUDANTES
Questionários validos
5.367 PROFESSORES
2.350 PAS
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 54
modo geral, da dimensão internacional da universidade.
A seguir mostramos seus resultados, diferenciando os
referentes aos três públicos analisados (estudantes, PDP
e PAS), bem como, a depender do caso, alguma varia-
ção de interesse relativa à área geográfica à qual perten-
cem os públicos mencionados (Península Ibérica, Brasil
e América Espanhola).
Em primeiro lugar, estudamos as percepções quanto
à mobilidade interna (nacional) dos estudantes, focando
nos critérios de escolha da universidade, na disponibili-
dade da informação necessária para efetuar esta esco-
lha e em possíveis medidas para melhorar a informação
disponível.
Em segundo lugar, começamos a análise das percep-
ções sobre a mobilidade internacional dos universitá-
rios e sobre a internacionalização das universidades
ocupando-nos, por um lado, da importância que se atri-
bui a ambas as questões, contemplando a possibilidade
de que as estadias no exterior formem necessariamen-
te parte da grade curricular e da relevância de contratar
professorado estrangeiro. Por outro, tratamos de uma
consequência indesejada da mobilidade internacional, a
da “fuga de talentos”.
Em terceiro lugar, descemos à escala da universidade
do pesquisado, tratando das percepções quanto ao pa-
pel que desempenha nela a mobilidade: que importância
é dada a este objetivo, em que medida a universidade se
beneficia por contar com estudantes estrangeiros e em
que medida está o pessoal de administração e serviços
preparado para administrar a mobilidade. Complemen-
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 55
tamos estas apreciações com uma mínima referência ao
que hoje é complemento e, talvez, alternativa, não ape-
nas à formação universitária tradicional, mas às próprias
políticas de mobilidade: a formação online.
Em quarto lugar, descemos uma vez mais, esta vez à
escala dos estudantes e professores individuais, inda-
gando-lhes sobre suas próprias experiências de mobili-
dade internacional.
Em quinto lugar, ocupamo-nos das percepções quan-
to aos obstáculos à mobilidade nacional e internacional
que ainda existem, bem como das medidas que podem
melhorá-la, dando especial atenção às propostas do “Do-
cumento de conclusões” da Agenda de Guadalajara 2010,
e anotando brevemente a opinião sobre a possível contri-
buição da Universia para a meta da mobilidade.
1. A mobilidade in terna dos est udantes
CRITÉRIOS DE ESCOLHA DA UNIVERSIDADE
Abordamos a temática “universidades sem fronteiras”
pensando não apenas nas que evidentemente existem
entre os diferentes países, as internacionais, mas tam-
bém nas não tão evidentes, mas também reais, dentro de
cada país. Começamos, precisamente, estudando como
se percebe a mobilidade nacional através de uma ques-
tão básica, a dos critérios que orientam a escolha da uni-
versidade, pois revelam, à simples vista, se o potencial de
mobilidade interna é alto ou baixo. Para obter uma ima-
gem mais clara, comparamos apenas dois critérios, o da
localização e o da reputação das universidades. Se no pa-
recer dos entrevistados prevalecer a primeira, ou seja,
questões como a proximidade do centro universitário em
relação ao domicílio, obteremos a imagem de uma mo-
bilidade nacional relativamente reduzida, pois a escolha
ocorrerá, sobretudo, em escala local. Se prevalecer a re-
putação da universidade sobre sua localização, obtere-
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 57
mos a imagem de um potencial de mobilidade interna
superior, pois significa que os estudantes estão dispos-
tos a abandonar a comodidade da proximidade em nome
de, por exemplo, uma maior qualidade ou uma maior ade-
quação do centro universitário a seus interesses, ou que
o sistema universitário incentiva ou, pelo menos, não di-
ficulta essas decisões
Como se observa no gráfico 1, a sensação dominan-
te na comunidade universitária ibero-americana é a de
que costuma ser mais importante o critério da reputação
da instituição universitária que o de sua localização na
hora de escolher a universidade. É o que acreditam por-
centagens altíssimas de estudantes (73,8%), professores
(68,1%) e PAS (73,7%).
Conhecedores que somos da realidade espanhola,
onde o grau de mobilidade interna é relativamente re-
duzido, colocamo-nos a hipótese de que essas perce-
pções pudessem variar geograficamente, dependendo
ESTUDANTES
6,1
68,1
25,8
PROFESSORES PAS
5,2
73,8
21,0
3,8
73,7
22,6
REPUTAÇAO
LOCALIÇÃO
NÃO SABE
GRÁFICO 1.
No seu país, que
criterio costuma ser
mais importante no
momento de escolher
a universidade
para realizar
uma determinada
licenciatura: a reputaçao
da instituiçâo ou a
sua localiçâo (por
exemplo, relativamente
à proximidade da
residência familiar)
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 58
das tradições locais ou de como estivessem configurados
localmente os incentivos à mobilidade. O gráfico 2 reve-
la que deve haver algum componente local nas opiniões,
pois diferenciam-se muito claramente os dos públicos da
Península Ibérica (lembremos que a grande maioria dos
pesquisados é da Espanha) e os dos públicos das outras
duas regiões Universia consideradas (O Brasil e a Amé-
rica Espanhola). Na Península Ibérica, as porcentagens
que acreditam ser mais importante a reputação, cerca de
40% (mas com um mínimo de 31,8% entre o professora-
do) são claramente inferiores às obtidas nas outras duas
regiões, por volta de 70/80%.
Claro que o fato de que as opiniões sejam tão diferen-
tes não prova que a mobilidade interna seja tão diferente
em umas áreas ou em outras, mas sugere que seria ne-
cessário investigar a possibilidade de que o seja.
GRÁFICO 2.
Percentagem que
acredita que é mais
importante a reputação
da universidade (e não
a sua localização) no
momento de escolher
onde estudar, segundo a
região Universia
PORTUGAL E ESPANHA
BRASIL RESTO
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
37,544,3
31,8
76,670,8
80,9
72,578,5
80,3
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 59
A INFORMAÇÃO NECESSÁRIA PARA ESCOLHER
UNIVERSIDADE
De qualquer maneira, para que a escolha do curso univer-
sitário e da universidade onde realizá-lo seja feita nas mel-
hores condições, os futuros estudantes devem contar com a
informação adequada. A opinião que a comunidade univer-
sitária ibero-americana tem a este respeito é positiva, mas
sugere a existência de uma ampla margem de melhoria
Solicitamos aos entrevistados que expressassem seu
grau de concordância com a afirmação seguinte: “no
meu país, os estudantes universitários contam com in-
formação suficiente para escolher onde estudar”. De-
viam expressá-lo em uma escala de 0 (nenhuma concor-
dância) a 10 (concordância total). As médias que obtive-
mos estão acima de 5, mas relativamente distantes de
10: 6,2 para os estudantes; 6,5 para o professorado; e 6,8
para o PAS [GRÁFICO 3].
NO MEU PAÍS, OS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
CONTAM COM INFORMAÇÃO SUFICIENTE PARA
ESCOLHER ONDE ESTUDAR
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 60
POSSIBILIDADES DE MELHORIA DA INFORMAÇÃO PARA
ESCOLHER UNIVERSIDADE
Que existe uma ampla margem de melhoria da infor-
mação com a que contam os universitários é comprova-
do com os resultados de outras duas perguntas, também
reunidos no gráfico 3.
Por um lado, os públicos entrevistados mostram-se
bastante de acordo (com médias um pouco superiores a
8 sobre 10) com a ideia de que contar com relatórios in-
dependentes sobre a qualidade das universidades e suas
grades curriculares ajudaria os estudantes a escolherem
onde estudar. Na verdade, provavelmente se trate de uma
opinião bastante geral entre os universitários. Nossa per-
gunta é uma variante de outra formulada no Eurobarôme-
NO MEU PAÍS, OS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS POSSUEMINFORMAÇÃO SUFICIENTE PARA ESCOLHER ONDE ESTUDAR
RELATÓRIOS INDE-PENDENTES SOBRE A QUALIDADE DASUNIVERSIDADES E OS SEUS PLANOS DE ESTUDO AJUDARIAM OSESTUDANTES A ESCOLHER ONDE ESTUDAR
RANKING DE RESULTA-DOS DAS UNIVERSIDA-DES E DOS SEUSPLANOS DE ESTUDO AJUDARIAM OS ESTU-DANTES A ESCOLHERONDE ESTUDAR
0
2
4
6
8
10
6,8
6,2 6,5
8,28,1 8,2
7,7 7,78,0
PROFESORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 3.
Grau de concordância
com afirmações
relativas à informação
necessaria para escolher
a universidade no país
do entrevistado (média
numa escala de 0,
“não concordo”, a 10,
“concordo plenamente”)
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 61
tro Flash nº 260 (de fevereiro de 2009), cujos resultados
são muito similares aos que obtivemos: na escala euro-
peia (UE27 e outros quatro países), 82,4% dos estudantes
universitários pesquisados mostraram-se totalmente ou
bastante de acordo com a afirmação que analisamos.
Por outro lado, nossos pesquisados também se mostra-
ram bastante de acordo com outra ferramenta para mel-
horar a informação de que os universitários dispõem, a dos
rankings de universidades, que se disseminam cada vez
mais desde suas origens norte-americanas. Neste caso, o
grau de concordância talvez seja uma coisa inferior, che-
gando a 8 sobre 10 entre os estudantes, mas ficando em
7,7 entre professores e PAS [GRÁFICO 3]. Na escala europeia,
com dados do Eurobarômetro Flash citado anteriormen-
te, a concordância entre os universitários é também muito
alta, de 75,1%.
2. Importânci a da mobilidade in ternaci onal dos universi tários e da in ternaci onalização das universi dades
Nesta seção iniciamos nossa análise das opiniões de
nossos pesquisados quanto à mobilidade internacional
tratando várias questões gerais, para depois descer às
escalas da universidade própria e da experiência própria
nas seções seguintes.
MOBILIDADE INTERNACIONAL DOS ESTUDANTES COMO
PARTE DA GRADE CURRICULAR
Tentamos medir a importância dada à mobilidade inter-
nacional com duas perguntas muito simples que acredi-
tamos que englobam as disposições básicas dos entre-
vistados a este respeito. Em primeiro lugar, solicitamos o
grau de concordância (escala de 0 a 10) com a afirmação:
“todas as grades curriculares deveriam incluir um tempo
de estudo em outro país, como parte integrante deles.”3
O nível de concordância é alto, com médias por volta de
3. Adaptamos uma
pergunta do
Eurobarômetro Flash
nº 198 (janeiro-
fevereiro de 2007),
que foi aplicada
em professores
universitários.
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 63
8 sobre 10 em cada um dos públicos pesquisados (grá-
fico 4). Neste caso, a concordância não parece tão entu-
siasta em escala europeia, pelo menos entre professores
universitários pesquisados em 2007, pois apenas 57,7%
mostram-se de acordo com uma ideia semelhante.
De qualquer maneira, como mostra o mesmo gráfico,
talvez a concordância seja um pouco menor entre os es-
tudantes e professores pesquisados da Península Ibérica
do que entre os estudantes e professores das outras re-
giões Universia, o que faria sentido com a menor propen-
são à mobilidade na Península Ibérica observada mais
acima.
A RELEVÂNCIA DE CONTAR COM PROFESSORADO
ESTRANGEIRO
Em segundo lugar, perguntamos aos pesquisados se
acreditam ser conveniente que suas universidades con-
tem com professorado estrangeiro. De novo, a pergun-
ta solicita que se responda utilizando uma escala de 0
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
0
2
3
5
1
4
6
7
9
8
10
8,4
7,3
8,17,6 7,6
7,26,8
7,87,6 7,87,57,7
BRASILPENÍNSULA IBÉRICATOTAL
RESTO
GRÁFICO 4.
Grau de concordância
com “todos os planos
de estudo deveriam
incluir um período de
estudo noutro país,
como parte integrante
desses mesmos planos”
(média na escala de 0
a 10), segundo a região
Universia
4. Se em nossa
pesquisa definimos a
concordância como
toda pontuação
superior a 5, então
76,4% dos professores
pesquisados
estariam de acordo
com a medida. O
Eurobarômetro Flash
nº 198 usou a palavra
mobilidade, sem outro
qualificativo, apesar
de o contexto do
questionário sugerir
tratar-se de mobilidade
internacional.
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 64
(muito pouco conveniente) a 10 (muito conveniente). Os
resultados são bastante favoráveis à proposta, com mé-
dias por volta de 8 sobre 10 em todos os grupos: 8,0 en-
tre os estudantes; 7,7 entre os professores; e 7,9 entre o
PAS [GRÁFICO 5].
No fim das contas, observamos na comunidade uni-
versitária ibero-americana uma propensão bastante for-
te à internacionalização dos estudos superiores.
EFEITOS INDESEJADOS DA MOBILIDADE INTERNACIONAL:
FUGA DE TALENTOS
A mencionada propensão não torna os entrevistados in-
sensíveis a um risco potencial da mobilidade internacio-
nal, o da chamada “fuga de talentos”. Em sua formula-
ção mais simples, o problema consiste no seguinte: os
sistemas universitários nacionais podem dedicar grande
quantidade de recursos a formar estudantes, professo-
res ou pesquisadores que depois desenvolvam sua car-
reira profissional fora do país. Deste modo, esses recur-
sos não teriam obtido o rendimento esperado e teriam
servido para financiar as necessidades de recursos hu-
manos e/ou de inovação de outros países. É o risco que
se corre sempre que a formação de um trabalhador cor-
re por conta de uma entidade individual (neste caso, um
país, mas em escala nacional trata-se de empresas),
mas pode ser aproveitada por outras que não contribu-
íram para financiar os custos desta formação. Somente
com a contribuição coletiva de todos os potenciais usu-
ários desta formação para financiá-la evita-se, parcial-
mente, o problema. É isto o que ocorre com a formação 0
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1
7,7 7,98,0
PAS
ESTUDANTES
PROFESSORES
GRÁFICO 5.
Em que medida acredita
ser conveniente que a
sua universidade conte
com um corpo docente
estrangeiro? (média
na escala de 0, “muito
pouco conveniente, a
10, “muito conveniente”)
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 65
profissional da Alemanha, mas, evidentemente, é muito
mais complicado em escala internacional.
Aparentemente, o risco da fuga de talentos estaria
muito disseminado nos países analisados, ao menos se
dermos ouvido às opiniões da comunidade universitária.
Proporções próximas de três quartos acreditam que seu
país tem um problema de fuga de talentos, definido como
a existência de pesquisadores muito qualificados forma-
dos em seu país que emigram para o estrangeiro e não
voltam. É como pensam 76,4% dos estudantes, 74,2% dos
professores e 71,5% do PAS [GRÁFICO 6].
O gráfico 6 também mostra uma diferença significati-
va de acordo com a localização geográfica dos públicos.
Na Península Ibérica (isto é, sobretudo na Espanha), o te-
mor a este problema é ainda mais elevado, com porcen-
tagens de entrevistados superiores a 90% que acreditam
que há fuga de talentos. Independentemente de que es-
ses temores reflitam realidades diferentes, sustentamos
a hipótese de que devem ter sido exacerbados conjuntu- GRÁFICO 6.
Percentagem que
acredita que o seu
país tem um problema
de “fuga de cérebros”
(investigadores muito
qualificados formados
no seu país que partem
o estrangeiro e não
regressam), segundo a
região Universia
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
0
20
30
50
10
40
60
70
90
80
100
74,4
93,7
76,471,8 74,2
58,3
90,0
75,8
61,9
70,0
94,4
71,5
BRASILPENÍNSULA IBÉRICATOTAL
RESTO
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 66
ralmente na Espanha devido à profunda crise econômi-
ca e à maior quantidade de espanhóis (jovens, mas não
somente) que procuram trabalho em outros países euro-
peus, muito difundidas e, provavelmente, exageradas pe-
los meios de comunicação de massas.
Mais interessante, talvez, do que a extensão do temor
a uma fuga de talentos é indagar nas opiniões a propósi-
to das possíveis causas do problema, pois revelam, entre
outras coisas, opiniões substantivas não apenas sobre o
país de acolhimento desses “talentos”, mas sobre o pró-
prio país.
Levados a escolher as duas razões hipotéticas mais
importantes pelas quais um pesquisador pode decidir
não retornar ao seu país, as opiniões dominantes são
claríssimas. O grupo mais amplo de entrevistados men-
ESTUDIANTES PROFESORES PAS
0
10
20
30
40
50
60
18,3
9,36,2
25,5
38,8
35,6
54,0
51,0
5,1 5,1
13,313,4
3,8
26,5
37,538,0
7,1
12,411,6
30,8
36,7
49,4
43,3
3,5
MAIOR CAPACIDADE FINANCIEIRA PARA LEVAR ACABOPROJECTOS DE INVESTIGAÇ
MAIOR LIBERTADE PARA O TRABALHO DE INVESTIGAÇÃ
MELHORES INCENTIVOS ECONÓMICOS À INVESTIGAÇÃO
MELHORES CONDIÇÕES SALARIAIS
MELHORES OPORTUNIDADES DE CARREIRA PROFISSIONAL
MAIOR RECONHECIMIENTO DOS ÊXITOS DOSINVESTIGADORES
MELHOR FUNCIONAMIENTODA COMUNIDADE CIENTÍFIC
MAIORES FACILIDADES PARA EXPLORAR PESSOALMENTEOS RESULTADOS DA INVESTIGAÇÃO
GRÁFICO 7. De entre as seguintes razões hipotéticas pelas quais um
investigador poderia decidir ficar num país estrangeiro e nnão retornar
ao seu, qual acredita ser a mais importante? E em segundo lugar? (as
percentagens acumuladas somam mais de 100)
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 67
ciona as melhores condições salariais: 54% dos estu-
dantes, 51% dos professores e 49,4% do PAS (gráfico 7).
Um nível abaixo se situam duas causas que são em parte
econômicas e em parte relativas à vida profissional dos
pesquisadores. Referimo-nos à existência de maiores in-
centivos econômicos à pesquisa (como poderiam ser, por
exemplo, gratificações vinculadas a uma maior produti-
vidade científica) e à existência de melhores oportunida-
des de carreira profissional. Em um terceiro nível estaria
um motivo claramente econômico, o de contar com maior
capacidade financeira para realizar projetos de pesquisa.
Muito menos citadas são razões menos ligadas à dis-
ponibilidade de recursos suficientes e mais ligadas às ca-
racterísticas da comunidade de cientistas em que a pes-
quisa é realizada: ter mais liberdade para pesquisar, um
maior reconhecimento das conquistas dos pesquisado-
res e um melhor funcionamento da comunidade científi-
ca. E cita-se pouco uma causa ligada ao aproveitamento
pessoal dos resultados da pesquisa.
0
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1
6,67,2
6,3
PAS
ESTUDANTES
PROFESSORES
3. A universi dade do entrevist ado e a mobilidade naci onal ou in ternaci onal, e uma breve nota sobre a Formação onlin e
A IMPORTÂNCIA DO OBJETIVO DA MOBILIDADE
Descendo à escala da universidade dos entrevistados, a
primeira coisa que podemos comprovar é que não têm
uma opinião excessivamente positiva quanto à importân-
cia que as mencionadas universidades dão ao objetivo da
mobilidade nacional ou internacional de seus estudantes
e professores. As médias na escala de 0 (nenhuma im-
portância) a 10 (grande importância) obtidas nas respos-
tas de estudantes (6,3) e professores (6,6) passam ligei-
GRÁFICO 8.
No caso concreto da
sua universidade,
que importância é
concedida ao objectivo
da mobilidade nacional
ou internacional dos
seus estudantes e
professores? (média na
escala de 0, “nenhuma
importância”, a 10,
“grande importância”)
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 69
GRÁFICO 9. Actualmente, quanto beneficia a sua universidade com a
presença de estudantes procedentes de outors países?
ramente de 6 sobre 10, ainda que o PAS seja mais otimis-
ta a este respeito (7,2) [GRÁFICO 8]. De qualquer maneira, a
margem de melhoria, em vista destas opiniões, é relati-
vamente ampla.
O BENEFÍCIO DE CONTAR COM ESTUDANTES ESTRANGEIROS
Não são poucos os entrevistados que acreditam que sua
universidade se beneficia de uma das consequências ób-
vias da maior mobilidade internacional, a presença de
estudantes procedentes de outros países. Porcentagens
que rondam 40% acreditam que esse benefício é gran-
de ou suficiente: é como pensam 38,7% dos estudantes,
41% dos professores, e 45,9% do PAS [GRÁFICO 9].
Nesta apreciação observam-se certas diferenças geo-
gráficas [GRÁFICO 10]. Isso sugere que a presença de es-
5. Por um erro na implan
tação da pesquisa de
que fomos conscientes
apenas a posteriori,
nesta pergunta não
contamos com dados
do Brasil para estu-
dantes e professores.
No questionário de PAS
as diferenças entre os
dados do Brasil e da
América Espanhola são
mínimas, pelo que su-
pomos que também o
teriam sido nos outros
dois questionários e,
portanto, os dados glo-
bais apresentados no
texto quase não teriam
sofrido variação.
ESTUDANTES PROFESSORES
15,4
23,3
26,4
11,1
23,8 16,8
24,2
39,8
9,4
9,8
PAS
16,4
29,5
34,0
11,4
8,7
MUITO
BASTANTE
POuCO
NADA
NÃO SABE
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 70
tudantes estrangeiros é claramente maior na Península
Ibérica, um pouco inferior na região que denominamos
América Espanhola e bastante inferior no Brasil.
PREPARAÇÃO DO PAS PARA ADMINISTRAR UMA MAIOR
MOBILIDADE
Também quisemos comparar uma ideia à qual normal-
mente não se presta muita atenção nos estudos de opi-
nião pública sobre a universidade, neste caso, a capaci-
dade de administrar a mobilidade. E a propusemos ao
público de entrevistados que mais próximo está da ges-
tão cotidiana de tudo o que diz respeito à mobilidade na-
cional e internacional dos estudantes universitários, o
PAS. A pergunta, de novo, foi bastante direta, ao indagar
o grau de concordância (na escala de 0 a 10) com a se-
guinte afirmação: “o pessoal de administração e serviços
da minha universidade está suficientemente preparado
para apoiar e administrar uma mobilidade internacional
PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL RESTO
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
66,6
47,3
57,9
31,1
23,3
37,140,7
44,541,5
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 10.
Percentagem que
acredita que a sua
universidade beneficia
muito ou bastante
com a presença de
estudantes procedentes
de outros países,
segundo a região
Universia
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 71
de professores e estudantes consideravelmente maior
do que a atual”. Ou seja, tentamos medir a sensação que
tinham de estar preparados para contribuir com uma es-
tratégia de desenvolvimento da mobilidade internacional
que findasse resultando em uma mobilidade considera-
velmente maior do que a atual.
As respostas a esta pergunta sugerem uma sensação de
dúvida a este respeito, pois o grau de concordância, mes-
mo sendo positivo, não é nada entusiasta, com uma mé-
dia de 6 na escala de 0 a 10 [GRÁFICO 11]. Não são observa-
das grandes diferenças por regiões Universia, apesar de
o grau de concordância no Brasil ser o menor, o que faria
sentido com a opinião já vista a respeito da menor pre-
sença de estudantes estrangeiros nas salas de aula bra-
sileiras. O PAS brasileiro estaria acostumado a adminis-
trar uma quantidade de estudantes estrangeiros relati-
vamente baixa (ou, pelo menos, percebida como tal), pelo
qual veria como um desafio maior um aumento conside-
rável desta presença.
GRÁFICO 11.
PAS. Grau de
concordância com: “o
pessoal administrativo
e de serviços da
minha universidade
está suficientemente
preparado para apoiar
e gerir uma mobilidade
internacional
de professores
e estudantes
substancialmente
maior do que a actual”
(média na escala de 0,
“não concordo nem um
pouco”, a 10, “concordo
plenamente”, segundo a
região Universia)
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
01
2
3
4
5
6
78
9
10
6,06,6
BRASIL
5,1
RESTO
6,2
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 72
A UNIVERSIDADE DO PESQUISADO E A FORMAÇÃO ONLINE
Por último, tratamos brevemente en esta sección de las
opiniones de nuestros encuestados acerca de la forma-
ción online en su universidad. A expensas de un trata-
miento más completo en el sondeo dedicado a las “uni-
versidades formadoras”, queríamos tener una primera
impresión de una cuestión que entendemos, en gran me-
dida, como complementaria a la de la movilidad.
Se a opinião quanto à importância dada pela universi-
dade do entrevistado à mobilidade não era nem um pouco
entusiasta, também não é o caso da opinião sobre a apos-
ta dessas universidades na formação online (veja-se grá-
fico 12). Na escala de 0 (está apostando muito pouco) a
10 (está apostando muito), as médias obtidas quase não
chegam a 6: 5,7 para os estudantes; 5,6 para os profes-
sores; e 6,0 para o PAS. O que sugere, de novo, uma mar-
gem de melhoria bastante ampla.
ESTÁ A APOSTAR DEVERIA APOSTAR
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
6,05,7 5,6
7,87,6
8,3
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 12.
Quanto é que acha que
a sua universidade
está a apostar / deveria
aspotar na formação
online? (média numa
escala de 0, “muito
pouco”, a 10, “muito”)
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 73
Confirma a existência dessa margem de melhoria a
opinião média a respeito do quanto a universidade do
pesquisado deveria apostar neste tipo de formação (me-
dida na mesma escala de 0 a 10). Neste caso as médias
situam-se claramente na faixa média alta da escala: 7,6
para os estudantes; 7,8 para os professores; e 8,3 para o
PAS [GRÁFICO 12].
Em qualquer caso, os dados anteriores sugerem que
as expectativas de desenvolvimento da formação online
que os diferentes públicos têm em relação à sua univer-
sidade não são atendidas.
4. A experiênci a de mobilidade in ternaci onal de professores e est udantes
Nesta seção ocupamo-nos das experiências de mobilida-
de internacional de professores e estudantes, bem como
dos planos a respeito destes últimos.
OS PROFESSORES: SEU PASSADO COMO ESTUDANTES E
COMO PROFESSORES
Entre os professores parece ter sido bastante frequente
ter estudado no exterior. É o que afirmam 39,6% dos en-
trevistados, apesar de que esta porcentagem oculta va-
riações geográficas de certa relevância (gráfico 13). Na
Península Ibérica e no Brasil, a porcentagem ronda 30%,
mas na América Espanhola chega até 43,9%.
São menos os professores que afirmam ter exercido
como docente ou pesquisador no exterior, ao menos du-
rante o tempo equivalente a um curso acadêmico. No en-
tanto, não se trata de uma porcentagem desprezível, pois
chega a 26% [GRÁFICO 13]. Neste caso, as variações regio-
nais são menores.
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 75
OS ESTUDANTES: PASSADO, PLANOS E CAPACIDADES
A experiência internacional dos estudantes é evidente-
mente menor que a dos professores, mas não é residual
(veja-se gráfico 14). 15,8% afirmam ter cursado algum
tipo de estudo universitário fora de seu país, ao que ca-
beria acrescentar os 9,9% que o solicitaram, mas não fo-
ram selecionados. A grande maioria, claro, não o fez, seja
tendo planejado e desistido da ideia (39,2%), seja não a
tendo planejado nunca (35,1%).
Como se verifica no gráfico 14, a porcentagem de es-
tudantes com experiência no exterior é inferior no Brasil
(7,2%) e mais alto na Península Ibérica (16,8%) e na Amé-
rica Espanhola (18,2%).
Não são tantos os que estudaram fora de seu país,
mas, se acreditarmos nas afirmações dos mesmos estu-
dantes, sua propensão a fazê-lo é bastante alta. Dois te-
rços (66,7%) dizem estar planejando continuar seus es-
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
39,6
26,0
30,330,9
BRASIL
21,7
30,7
RESTO
26,4
43,9
FUNÇÕES COMO DOCENTE OU INVESTIGADOR NOUTRO PAÍS, POR AO MENOS UM PERÍODO DE TEMPO EQUIVALENTE A UM ANO LECTIVO
FREQUENTOU ESTUDOS UNIVERSITÁRIOS NOUTRO PAÍS
GRÁFICO 13.
Experiência no exterior
dos professores
universitários, segundo
a região Universia
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 76
tudos em outro país, pelo menos parcialmente (gráfico
15). Nesta ocasião, os menos propensos são os estudan-
tes da Península Ibérica (43,9%), a uma boa distância dos
do Brasil (63,2%) e da América Espanhola (72,1%).
Na mesma linha, são muitos os estudantes que se sen-
tem capacitados para aventuras no exterior. Até 53,2% di-
zem ter um conhecimento adequado de algum idioma es-
trangeiro para cursar satisfatoriamente estudos univer-
GRÁFICO 14.
Estudantes: frequentou
algum tipo de ensino
universitário noutro
país (segundo a região
Universia)
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
15,8
9,9
39,2
35,1
16,8
4,5
36,4
42,4
BRASIL RESTO
7,211,9
33,6
47,3
18,2
10,3
41,4
30 SIM
NÃO: PENSAVA FAZÊ-LO, MAS RENUNCIEI À IDEIANÃO: SOLICITEI-O, MAS NÃO FUI SELECCIONADO
NÃO: NUNCA PENSEI ESTUDAR NO ESTRANGEIRO
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 77
sitários em um país de língua não espanhola (“não por-
tuguesa” no Brasil e Portugal) [GRÁFICO 16]. Os que se sen-
tem mais seguros são os estudantes da Península Ibéri-
ca (65,1%), frente aos do Brasil e da América Espanhola,
com porcentagens próximas.
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
10
20
30
40
50
60
70
80
43,9
BRASIL
63,2
RESTO
72,1
66,7
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
10
20
30
40
50
60
70
80
53,2
65,1
BRASIL
45,7
RESTO
53,1
GRÁFICO 15.
Percentagem de
estudantes que está
a planear continuar
os seus estudos pelo
menos parcialmente,
noutro país, segundo a
região Universia
GRÁFICO 16.
Percentagem de
estudantes que afirman
ter um conhecimento
adequado de alguma
língua estrangeira
para frequentar com
aproveitamento estudos
universitários num
país de língua não
espanhola/portuguesa,
segundo a regiã
Universia
5. Obst áculos à mobilidade e medidas para orientá-la e melhorá-la
Ocupamo-nos, finalmente, da dimensão de política públi-
ca da mobilidade, coletando a opinião dos entrevistados
sobre diversas medidas para melhorá-la. Previamente,
comprovamos que importância dão aos obstáculos que a
limitam.
OBSTÁCULOS PARA A MOBILIDADE
Comparamos a opinião dos pesquisados quanto aos obs-
táculos mais frequentemente considerados nas análises
sobre mobilidade internacional, focando na experiência
de estudar fora. Para todas as circunstâncias que podem
dificultar essa experiência (sete no total) perguntamos se
significam um obstáculo muito grande, grande ou peque-
no, ou se não representam nenhum obstáculo. A estrutu-
ra de percepções resultantes é bastante clara: uma das
circunstâncias é um obstáculo maior (isto é, reúne uma
porcentagem altíssima das respostas “obstáculo mui-
to grande” ou “grande”); três são vistas como obstácu-
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 79
los, digamos, médios; e três vistas como obstáculos me-
nores. Como a soma de porcentagens correspondentes
às respostas “obstáculo muito grande” e “grande” quase
não varia de acordo com o público considerado, concen-
tramos nossos comentários nos resultados correspon-
dentes ao público protagonista da pergunta sobre mobi-
lidade: os estudantes. Os dados dos três públicos estão
reunidos nos gráficos 17, 18 e 19.
O principal obstáculo é, como era de se esperar, o da
falta de recursos, que é visto como muito grande ou gran-
de por 91,9% dos estudantes.
Os três obstáculos “médios” são, em primeiro lugar, a
falta de informação sobre as oportunidades de estudar
fora, vista como obstáculo muito grande ou grande por
69,8% dos estudantes. Em segundo lugar, as barreiras
linguísticas (56,9%). E em terceiro lugar, as dificuldades
existentes para o reconhecimento ou homologação dos
estudos cursados no exterior (53,7%).
Os três obstáculos “menores” são, nesta ordem, os pro-
blemas quanto à emigração, tais como barreiras admi-
nistrativas (48,1%); a falta de fomento à mobilidade na
universidade do entrevistado (34,7%) e a qualidade edu-
cativa diferente no exterior (33,4%).
91,9% FALTA DE FONDOS
Obstáculo principal para os estudantes
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 80
A FALTA DE INFORMAÇÃO SOBRE AS OPORTUNIDADES PARA ESTUDARNO ESTRANGEIRO A FALTA DE FUNDOS
24,8
45,1
5,21,1
23,8
65,6
5,81,5
0,9
26,3
A POSSIBILIDADE DE OS ESTUDOS NO ESTRANGEIRO NÃO TEREMRECONHECIMENTO OU HOMOLOGAÇÃO OU SER DIFÍCIL OBTÊ-LOS
36,3
11,5 17,45,1
29,6
A DIFERENTE QUALIDADE EDUCATIVA NO ESTRANGEIRO
AS BARREIRAS LINGUÍSTICAS
23,5
39,7
3,9 9,9
23,1
PROBLEMAS RELACIONADOS COM EMIGRAÇÃO (BARREIRASADMINISTRATIVAS, POR EXEMPLO)
18,5
31,1
6,6
29,6
14,2
36,6
9,8 1,020,3
32,3
NA MINHA UNIVERSIDADE NÃO SE FOMENTA A MOBILIDADE
21,7
29,2
13,08,5
27,6
OBSTÁCULO MUITO GRANDEGRANDE
PEQUENO
NENHUM OBSTÁCULO
NÃO SABE
GRÁFICO 17.
Estudiantes. Para os
estudantes do país
do entrevistado que
ambicionam estudar
no estrangeiro, vários
aspectos representam
um...
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 81
A FALTA DE INFORMAÇÃO SOBRE AS OPORTUNIDADES PARA ESTUDARNO ESTRANGEIRO A FALTA DE FUNDOS
19,4
45,1
8,8 0,8
26,0
63,8
5,41,6
0,5
28,7
A POSSIBILIDADE DE OS ESTUDOS NO ESTRANGEIRO NÃO TEREMRECONHECIMENTO OU HOMOLOGAÇÃO OU SER DIFÍCIL OBTÊ-LOS
37,3
11,2 20,32,7
28,4
A DIFERENTE QUALIDADE EDUCATIVA NO ESTRANGEIRO
AS BARREIRAS LINGUÍSTICAS
27,9
41,6
2,7 7,120,7
PROBLEMAS RELACIONADOS COM EMIGRAÇÃO (BARREIRASADMINISTRATIVAS, POR EXEMPLO)
13,1
37,6
4,4
26,6
18,3
41,2
5,80,3
20,8
32,0
NA MINHA UNIVERSIDADE NÃO SE FOMENTA A MOBILIDADE
20,8
29,2
10,23,1
36,7
OBSTÁCULO MUITO GRANDEGRANDE
PEQUENO
NENHUM OBSTÁCULO
NÃO SABE
GRÁFICO 18.
Profesores. Para os
estudantes do país
do entrevistado que
ambicionam estudar
no estrangeiro, vários
aspectos representam
um...
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 82
A FALTA DE INFORMAÇÃO SOBRE AS OPORTUNIDADES PARA ESTUDARNO ESTRANGEIRO A FALTA DE FUNDOS
21,6
47,3
5,41,4
24,3
67,6
3,31,2
0,9
27,1
A POSSIBILIDADE DE OS ESTUDOS NO ESTRANGEIRO NÃO TEREMRECONHECIMENTO OU HOMOLOGAÇÃO OU SER DIFÍCIL OBTÊ-LOS
42,1
8,1 21,13,1
25,7
A DIFERENTE QUALIDADE EDUCATIVA NO ESTRANGEIRO
AS BARREIRAS LINGUÍSTICAS
28,1
41,5
3,4 7,519,5
PROBLEMAS RELACIONADOS COM EMIGRAÇÃO (BARREIRASADMINISTRATIVAS, POR EXEMPLO)
8,8
39,5
7,3
29,4
15,0
37,9
5,7 0,621,8
34,0
NA MINHA UNIVERSIDADE NÃO SE FOMENTA A MOBILIDADE
14,6
31,4
6,35,6
42,1
OBSTÁCULO MUY GRANDEGRANDE
PEQUEÑO
NINGÚN OBSTÁCULO
NO SABE
GRÁFICO 19.
PAS. Para os estudantes
do país do entrevistado
que ambicionam
estudar no estrangeiro,
vários aspectos
representam um...
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 83
PROCEDÊNCIA E DESTINO PREFERIDOS
Medimos as opiniões quanto às mudanças na política de
mobilidade das universidades e outros atores interessa-
dos (governos e empresas, entre outros), seguindo um
caminho duplo. Por um lado, interessamo-nos pelas pre-
ferências geográficas dos pesquisados, ou seja, se pre-
ferem que os estudantes estrangeiros provenham de um
continente ou de outro, ou se preferem que se incentive
um continente ou outro como lugar de destino dos estu-
dantes nacionais. Deste modo, podemos delimitar o mun-
do de referência que a comunidade universitária ibero-
americana leva em consideração. Por outra parte, inte-
ressamo-nos pelas opiniões sobre as principais medidas
Américacentral y del sur
Continentes de procedencia preferidos
Europa
ESTUDANTES PROFESSORES
6,8
33,2
29,4
6,1
9,8
1,013,7 7,5
42,4
29,4
4,25,7
0,410,4 6,9
38,9
29,6
5
7,10,6
11,9
PAS
AMÉRICA DO NORTE
AMÉRICA CENTRAL E DO SUL
EUROPA
ASIA
ÁFRICA
OCEÂNIA
NÃO SABE
GRÁFICO 20.
Se fosse necessário
facilitar a chegada de
estudantes estrangeiros
à sua universidade e
conceder prioridade a
algum continente ou
região de procedência,
qual a deveria ter?
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 84
de melhoria da mobilidade de estudantes e professores
que cabe inferir das conclusões da Agenda de Guadala-
jara 2010.
Quanto aos continentes de origem preferidos na hora
de facilitar a chegada de estudantes estrangeiros à pró-
pria universidade (no suposto de que fosse preciso dar
prioridade a um continente ou região), o desenho está
bastante claro em escala geral e o que estudantes, pro-
fessores e PAS fazem coincide (vide gráfico 20). Os conti-
nentes de procedência nitidamente preferidos são a Amé-
rica Central e do Sul (mencionadas por 33,2% dos estu-
dantes, 42,4% dos professores e 38,9% do PAS) e a Euro-
pa (com menções respectivas de 29,4%, 29,4% e 29,6%).
Os outros continentes ficam muito atrás, especialmente
a Ásia.
O desenho geral, de qualquer modo, oculta variações
significativas de caráter regional que refletem padrões
de proximidade geográfica e de afinidade cultural, e que
analisamos colocando a atenção no público de estudan-
tes [GRÁFICO 21]. A preferência pela América Central e do
PENÍNSULA IBÉRICA BRASIL
6,0
42,72,6
8,21,0
15,424,1
8,6
26,0
22,44,0
21,1
1,3
16,66,5
38,8
29,0
7,4
6,80,7
10,8
RESTO
AMÉRICA DO NORTE
AMÉRICA CENTRAL E DO SUL
EUROPA
ASIA
ÁFRICA
OCEÂNIA
NÃO SABE
GRÁFICO 21.
ESTUDANTES
Se fosse necessário
facilitar a chegada de
estudantes estrangeiros
à sua universidade e
conceder prioridade a
algum continente ou
região de procedência,
qual a deveria ter?
(segundo a região
Universia)
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 85
Sul é muito mais reduzida na Península Ibérica (15,4%)
do que no Brasil (26,0%) e, sobretudo, do que na América
Espanhola (38,8%). Em contrapartida, a preferência pela
Europa é máxima na Península Ibérica (42,7%). É, por úl-
timo, destacável que a África, um continente pouco men-
cionado em escala geral (9,8%), reúna várias menções
em um dos países ibero-americanos com mais vínculos
históricos com esse continente, o Brasil (21,1%).
Quanto aos continentes de destino preferidos como
destino para os estudantes da própria universidade, o
panorama é ainda mais amplo do que no caso dos conti-
nentes de procedência. Esta vez predomina nitidamente
o continente europeu, mencionado por 51,7% dos estu-
dantes, 52,5% do professorado, e 47,2% do PAS [GRÁFICO
22]. O segundo lugar é disputado pela América do Norte,
muito pouco mencionada como continente de origem, e
pela América Central e do Sul. A Ásia, a África e a Oce-
ania reúnem menções apenas simbólicas.
ESTUDIANTES PROFESORES
14,0
51,7
4,92 1
18,8
7,818,7
18
52,5
5,11,0
1,03,8 18,7
18,5
47,2
6,01,02,06,5
PAS
AMÉRICA DO NORTE
AMÉRICA CENTRAL E DO SUL
EUROPA
ASIA
ÁFRICA
OCEÂNIA
NÃO SABE
GRÁFICO 22.
E se fosse necessário
facilitar que os
estudantes da
sua universidade
frequentassem estudos
fora do seu país e
conceder prioridade
a um continente ou
região de destino, qual
a deveria ter?
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 86
Também aqui se observa certa variação geográfica
nas opiniões, mas é menos chamativa. Examinamos, de
novo, focando nos estudantes [GRÁFICO 23]. A preferência
pela Europa é um pouco mais pronunciada entre os estu-
dantes da Península Ibérica, enquanto a preferência pe-
las Américas é mais clara no Brasil e na América Espan-
hola. Os brasileiros optam mais pela América do Norte,
enquanto os estudantes das outras regiões se inclinam
mais pela América Central e do Sul.
AVALIAÇÃO DE MEDIDAS PROPOSTAS NA AGENDA
DE GUADALAJARA
Para comparar as propostas relativas à mobilidade con-
tidas na Agenda de Guadalajara elaboramos uma bate-
ria de cinco medidas e a submetemos ao julgamento dos
pesquisados, que deviam pronunciar-se a respeito da
utilidade de cada uma delas para fomentar significati-
vamente a mobilidade nacional e internacional de estu-
dantes, professores e pesquisadores de seu país e ibero-
PENÍNSULA IBÉRICA BRASIL
16,1
53,7
2,81,71,2
8,4
16,221,0
12,9
48,1
1,53,8
9,2
3,4
11,5
22,5
52,4
5,71,01,05,8
RESTO
AMÉRICA DO NORTE
AMÉRICA CENTRAL E DO SUL
EUROPA
ASIA
ÁFRICA
OCEÂNIA
NÃO SABE
GRÁFICO 23.
Estudiantes. E se fosse
necessário facilitar
que os estudantes
da sua universidade
frequentassem estudos
fora do seu país e
conceder prioridade
a um continente ou
região de destino, qual
a deveria ter? (segundo
a região Universia)
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 87
americanos em geral. Avaliaram a mencionada utilida-
de em uma escala de 0 (“muito pouco útil”) a 10 (“muito
útil”).
Os resultados desta bateria de perguntas apontam
para a existência de um público disposto a empreender
o debate sobre a promoção da mobilidade (nacional e in-
ternacional) em sua universidade, seu país e na escala
ibero-americana, e, provavelmente, disposto a apoiar, ou,
ao menos, a não contradizer medidas razoáveis que pos-
sam chegar a ser adotadas. Nossa afirmação baseia-se
no acolhimento favorável das cinco medidas propostas,
todas as quais obtêm pontuações próximas ou superio-
res a 8,5 sobre 10 em todos os públicos.
Os resultados estão reunidos no gráfico 24. As medi-
das são as seguintes, e são mostradas acompanhadas
UM MAIOR COM-PROMISSO DOS GOVERNOS, EMPRESAS,PATROCINADORES PÚBLICOS E PRIVA-DOS NO FINANCIA-MENTO DOOBJECTIVO DA MOBILIDADE DE ESTUDANTES E PROFESSORES
A ELIMINAÇÃO, POR PARTE DO GOVERNO, DE OBSTÁCULOSBUROCRÁTICOS, LEGAIS E MIGRATÓ-RIOS QUE LIMITAM A MOBILIDADE
0
1
2
3
4
5
6
7
8
98,9 8,99,1
8,78,68,6
A CONCEPÇÃO, POR PARTE DE CADA UNIVERSIDADE, DEPROGRAMASESPECÍFICOS DE MOBILIDADE
8,5 8,5 8,3
A IMPLEMENTAÇÃO DE UM "CARTÃO UNIVERSITÁRIO IBERO-AMERICANO" QUE FACILITE A MOBILIDA-DE E O USO DOS SERVIÇOSNESSA ÁREA GEO-GRÁFICA
8,78,8
8,4
A COORDENAÇÃO DE INICIATIVAS PARA PROMOVER A UNIVER-SIDADEIBERO-AMERICANA, MEDIANTE PROGRA-MAS CONJUNTOS E ESTRUCTURASPARTILHADAS POR DIFERENTES UNIVER-SIDADES
9,08,9 8,8
10
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 24.
Utilidade de medidas
para fomentar
substancialmente a
mobilidade nacional
(entre universidades
de um mesmo país)
e internacional
(com universidades
estrangeiras) dos
estudantes, professores
e investigadores do seu
país e ibero-americanos
em geral (média na
escala de 0, “muito
pouco útil”, a 10, “muito
útil”
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 88
pela utilidade média atribuída pelo público de estudan-
tes (como exemplo do conjunto, pois as diferenças com
os outros públicos não são significantes). Em primeiro
lugar, colocamos a ideia de um maior compromisso de
governos, empresas e patrocinadores no financiamen-
to da mobilidade, medida que obteve uma pontuação de
8,9. Em segundo lugar, medimos a utilidade percebida de
que os governos eliminem os obstáculos de qualquer tipo
(burocráticos, legais ou migratórios) que limitam a mo-
bilidade, resultando em uma média de 8,6. Em terceiro
lugar, medimos uma política muito concreta de que cada
universidade conceba seus próprios programas de mobi-
lidade, novamente muito valorizada (8,5 de utilidade). Em
quarto lugar, comparamos uma das medidas mais con-
cretas reunidas na Agenda de Guadalajara, o estabeleci-
mento de um “Cartão Universitário Ibero-Americano”, a
fim de facilitar a mobilidade e o uso dos serviços pres-
tados pelas universidades da mencionada área geográ-
fica, uma medida também bem recebida (8,8). Por últi-
mo, medimos a utilidade percebida do estabelecimento
de um espaço ibero-americano de conhecimento através
da coordenação interuniversitária mediante programas
conjuntos ou compartilhados, recebida com uma utilida-
de média de 8,9.
O POSSÍVEL PAPEL DA UNIVERSIA
Tematicamente, ter considerado a utilidade desse es-
paço ibero-americano de conhecimento exigia prestar
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 89
atenção, ainda que minimamente, na possível contri-
buição da rede Universia. Pudemos aproveitar, também,
para avaliar superficialmente o conhecimento que dela
têm nossos pesquisados.
Para começar, o nível de conhecimento da rede Uni-
versia que reconhecem ter os pesquisados tem bastante
margem de melhoria, situando-se por volta de 4,5 a 5 na
escala de 0 (“muito pouco”) a 10 (“muito”) [GRÁFICO 25]. De
qualquer maneira, observam-se diferenças regionais de
interesse. Os menores níveis de conhecimento reconhe-
cido ocorrem na Península Ibérica e no Brasil; os maio-
res na região que denominamos América Espanhola. A
diferença é especialmente significante no público de es-
tudantes, com médias respectivas de 3,3 (Península Ibé-
rica), 3,7 (Brasil) e 5,1 (América Espanhola).
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
0
2
3
5
1
4
6
7
5,1
3,3
4,6 4,6
3,7
4,9
4,04,3
5,2 5,2
4,5
5,5
BRASILPENÍNSULA IBÉRICATOTAL
AMÉRICA ESPANHOLA
GRÁFICO 25.
Nivel de conhecimento
sobre a rede Universia
(média numa escala
de 0, “muito pouco”, a
10, “muito”), segundo a
região Universia
#2 UNIVERSIDADES SEM FRONTEIRAS 90
GRÁFICO 26.
Acredita que a rede
Universia pode
desempenhar um papel
muito importante,
bastante, pouco ou
nada importante para
estabelecer um espaço
ibero-americano para
o desenvolvimento do
conhecimento e da
inovação?
Apesar destes níveis de conhecimento, é bastante
elevada a confiança na possível contribuição da Univer-
sia com um hipotético espaço ibero-americano de con-
hecimento e inovação. Grandes maiorias de estudantes
(80,6%), professores (80,3%) e PAS (80,3%) acreditam que
a Universia pode desempenhar um papel muito ou bas-
tante importante a este respeito [GRÁFICO 26].
ESTUDANTES PROFESSORES
40,0
40,6
4,50,6
14,3
40,8
39,5
4,10,8
14,8
39,3
41,0
6,21,7
11,8
PAS
MUITO IMPORTANTE
BASTANTE IMPORTANTE
POUCO IMPORTANTE
NADA IMPORTANTE
NÃO SABE
Univer-si dades forma-doras
# Pesquisa 3
Introdução
A terceira pesquisa das cinco que compõem a consulta
à comunidade universitária preparatória do III Encontro
de Reitores Universia, foi realizada online entre os dias
17 de fevereiro e 26 de março de 2014. Obtivemos ques-
tionários válidos de 11.842 estudantes, 6.236 professores
(PDP) e 2.615 membros do pessoal administrativo e de
serviços (PAS) de universidades ibero-americanas majo-
ritariamente pertencentes à Universia.1 O qual supõe, de
novo, um alcance muito notável, mas com muitos dese-
quilíbrios por áreas geográficas. Os dados que analisa-
mos a seguir não refletem esse desequilíbrio, pois são
apresentados de forma ponderada segundo o peso do
corpo discente universitário de cada país no conjunto.2
A terceira pesquisa centrou-se no tema denominado
universidades formadoras, isto é, tratou de diversos as-
pectos relativos à função de formação realizada pelas uni-
1. Para interpretar
adequadamente os
gráficos e as menções
às diferenças regionais,
consultar o Relatorio
técnico e trabalho de
campo, no qual se
descrevem os critérios
de agrupamento das
“Regiões Rio 2014” ou
“Regiões Universia”.
2 Tendo em conta que
pudemos obter dados
suficientemente
fidedignos apenas do
número de alunos,
também ponderamos
os resultados
correspondentes a
professores e
PAS com os dados
de alunos, uma
prática relativamente
comum em estudos
internacionais.
11.842 ESTUDANTES
Questionários validos
6.236 PROFESSORES
2.615 PAS
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 93
versidades, aspectos que vão desde as finalidades dessa
formação até os meios que se utilizam, com uma ênfase
especial nos meios online, passando por um elemento
central na formação, o corpo docente. A seguir apresen-
tamos os resultados da pesquisa, distinguindo os cor-
respondentes aos três públicos analisados (estudantes,
PDP e PAS), assim como, em cada caso, alguma variação
de interesse relacionada à área geográfica a que perten-
cem estes públicos (Península Ibérica, Brasil, México e
demais países da Ibero-América).3
Em primeiro lugar, estudamos as percepções sobre as
finalidades do ensino universitário. O principal interes-
se reside na posição da comunidade universitária ibero-
americana a respeito das orientações gerais que deve-
ria ter esse ensino. Também a confrontamos com uma
variante do argumento de que “sem a realização de ati-
vidades de pesquisa é difícil contar com um bom ensi-
no”. Concluímos a seção prestando atenção ao objetivo
da formação de bons profissionais, apontado como prio-
ritário na primeira pesquisa.
Em segundo lugar, analisamos como é percebido um
dos dois protagonistas principais do ensino, o corpo do-
cente, o qual é avaliado por estudantes e professores no
tocante a suas capacidades (conhecimento, pedagogia,
inovação metodológica, vocação) como professor. Com-
pletamos essa avaliação com a percepção que os profes-
sores têm da oferta de formação permanente e de uma
iniciativa para melhorá-la.
Em terceiro lugar, dedicamos duas seções à formação
online, à qual se concede bastante relevância na Decla-
3 Neste relatório
contamos com um
número de entrevistas
no México suficiente
para tratá-lo como
região Universia
diferenciada.
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 94
ração de Guadalajara. Em uma das seções tratamos da
formação online em geral, isto é, de sua realidade na uni-
versidade dos entrevistados, de sua comparação com a
formação presencial, e de seu potencial. Na outra seção
nos centramos em uma das variantes da formação online
mais comentadas em tempos recentes, os MOOCs.
Em quarto lugar, apresentamos a avaliação realizada
pelos entrevistados do ensino em sua universidade, as-
sim como suas apreciações sobre uma série de reformas
institucionais que visam melhorá-la.
1. As fin alidades da formação universi tária
AS ORIENTAÇÕES GERAIS DA FORMAÇÃO UNIVERSITÁRIA
A primeira pesquisa tratou a questão das finalidades que
a universidade devia cumprir. Com ela pudemos compro-
var a alta prioridade que a comunidade universitária ibe-
ro-americana confere à formação de bons profissionais,
seguida a bastante distância pelo objetivo de efetuar tare-
fas de pesquisa, contribuir para o desenvolvimento regio-
nal e formar bons cidadãos. Na presente pesquisa, o foco
é a finalidade da formação, procurando captar as orien-
tações gerais predominantes nessa comunidade sobre a
diversidade de objetivos que, por sua vez, podem ser per-
seguidos através da formação universitária.
Procuramos cobrir as diferentes dimensões da forma-
ção, tendo em conta os fins tradicionais da universidade e
as novas demandas à qual tem sido submetida. Para tan-
to, pedimos aos entrevistados que optassem entre fina-
lidades que podem ser contrapostas, pelo menos teori-
camente, e entre as quais, dado que os recursos não são
infinitos, normalmente é preciso escolher. Como essa es-
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 96
colha, na vida real, não é do tipo “tudo ou nada”, estru-
turamos as preferências do público em termos de uma
gradação entre uma finalidade (por exemplo, a formação
prática) e sua alternativa ou oposto (a transmissão de co-
nhecimentos). Assim, tiveram que pontuar na escala de 0
a 10 conforme sua opinião se aproximasse a um ou outro
polo em cada uma das seguintes gradações:
• De “melhorar a capacidade para pensar” a “melho-
rar a capacidade para agir”
• Da “formação prática” à “transmissão de conheci-
mentos”
• Da “especialização profissional ou acadêmica” à
“formação cultural de amplo alcance”
• Da “formação inicial dos jovens” à “formação ao
longo da vida toda”
• De uma “formação mais ligada às necessidades do
momento” a uma “formação mais atemporal”.
Como regra geral, a opinião média dos entrevistados, in-
dependentemente do público (estudantes, PDP, PAS) a
que pertençam, tende a situar-se muito perto do ponto
médio (5) das cinco escalas, com uma exceção a desta-
car. Isso não implica a existência de consensos amplos;
na realidade, a opinião média resume opiniões bastante
diversas entre si.
Tendo que escolher entre melhorar a capacidade para
pensar ou melhorar a capacidade para agir, a opinião
média dos três públicos situa-se perto de 6 (5,9, 5,5 e 6,1,
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 97
DE 0 (MELHORAR A CAPACIDADE DE PENSAR) A 10 (MELHORAR ACAPACIDADE DE AGIR)
DE 0 (FORMAÇÃO PRÁTICA) A 10 (TRANSMISSÃO DE CONHECIMENTOS)
DE 0 (ESPECIALIZAÇÃO PROFISSIONAL OU ACADÊMICA) A 10 (FORMAÇÃOCULTURAL DE AMPLO ALCANCE)
DE 0 (FORMAÇÃO INICIAL DOS JOVENS) A 10 (FORMAÇÃO AO LONGO DAVIDA TODA)
DE 0 (FORMAÇÃO MAIS LIGADA ÀS NECESSIDADES DO MOMENTO) A 10(FORMAÇÃO MAIS ATEMPORAL)
0
2
4
6
8
10
5,95,6
5,2 5,25,55,6
6,0
6,9
5,96,1 6,2
7,1 7,4
5,5
6,1
GRÁFICO 1.
Preferências sobre
a finalidade da
formação universitária,
expressadas na escolha
de uma pontuação em
escalas que opõem fins
alternativos (médias em
escalas de 0 a 10)
respectivamente), o que sugere uma leve inclinação favo-
rável à ação [GRÁFICO 1].
Essa leve preferência pela ação não se traduz em uma
leve preferência pela formação prática em detrimento da
transmissão de conhecimentos. Na escala correspon-
dente, as pontuações também se aproximam a 6 (5,6, 5,6
e 6,0), o que implica uma leve preferência pela transmis-
são de conhecimentos.
E também não se traduz em uma preferência por uma
formação mais ligada às necessidades do momento, que
pareceria mais afim à formação para a ação. Na realida-
de, observa-se uma leve preferência por uma formação
mais atemporal, com pontuações próximas a 6 (5,9, 6,1 e
6,2).
ESTUDANTES
PROFESSORES
PAS
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 98
O equilíbrio é ainda mais claro em termos da oposição
entre a formação especializada e a formação cultural de
amplo alcance. O pesquisado médio não se decidiu por
um ou outro objetivo da formação, com pontuações que
beiram 5 (5,2, 5,2 e 5,5).
O único caso em que a preferência média dos pesqui-
sados se inclina com relativa clareza por um dos dois po-
los é o que mais tem a ver com as novas demandas que
se apresentam à universidade. Tradicionalmente, a for-
mação universitária era concebida como algo que se ad-
quiria no começo da vida adulta dos que seguiam esses
estudos; isto é, era uma formação própria de jovens. Na
atualidade, os estudos universitários são, cada vez mais,
um elemento (importante) em trajetórias de formação
que não concluem na juventude, mas estendem-se ao
longo de quase toda a vida profissional. O membro mé-
dio da comunidade universitária ibero-americana parece
consciente desta necessidade, tal como sugerem as pon-
tuações médias obtidas na oposição entre “formação ini-
cial dos jovens” e “formação ao longo da vida toda”. Estas
pontuações ficam próximas de 7, o que implica uma pre-
ferência relativamente substancial pela formação ao lon-
go da vida toda.
Dizíamos acima que as pontuações médias não impli-
cam que a opinião dos pesquisados se agrupe em torno
delas. Antes, o que a distribuição de frequências das res-
postas a essas escalas denota é uma opinião bastante di-
versa, como se pode comprovar com o exemplo dos estu-
dantes. No gráfico 2 observa-se como, em cada uma das
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 99
DE 0 (MELHORAR A CAPACIDADE DE PENSAR) A 10 (MELHORAR A CAPACIDADE DE AGIR)
DE 0 (FORMAÇÃO PRÁTICA) A 10 (TRANSMISSÃO DE CONHECIMENTOS)
DE 0 (ESPECIALIZAÇÃO PROFISSIONAL OU ACADÊMICA) A 10 (FORMAÇÃO CULTURAL DE AMPLO ALCANCE)
DE 0 (FORMAÇÃO INICIAL DOS JOVENS) A 10 (FORMAÇÃO AO LONGO DA VIDA TODA)
DE 0 (FORMAÇÃO MAIS LIGADA ÀS NECESSIDADES DO MOMENTO) A 10 (FORMAÇÃO MAIS ATEMPORAL)
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10
5
10
15
20
35
30
25
GRÁFICO 2.
Estudiantes.
Distribuição de
suas preferências
sobre a finalidade da
formação universitária,
expressadas na escolha
de uma pontuação em
escalas que opõem
finalidades alternativas
(porcentagens)
dimensões analisadas, a pontuação média (5) recolhe o
maior número de respostas, mas estas superam apenas
25% do total na primeira dimensão (pensar/atuar). Nem
sequer considerando como opinião média as pontuações
de 4 a 6 chegamos a percentagens muito substanciais,
pois o máximo, de novo para a primeira dimensão, se-
ria de 41%. O qual significa que as opiniões não centrais
atingiriam, no mínimo, três quintos dos estudantes pes-
quisados. O único caso um pouco diferente é o da opo-
sição formação inicial/ formação ao longo da vida toda,
pois a pontuação com mais respostas é o 10 (25%), clara-
mente superior ao 5 (18,5%).
Portanto, as respostas estão muito distribuídas ao lon-
go das escalas. Se entendemos estas preferências como
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 100
indício da possível demanda universitária (no caso dos
estudantes) e como indício da possível oferta (no caso
dos professores), sua distribuição sugeriria uma deman-
da diversificada que procura se satisfazer através de uma
oferta diversificada.
O binômio formação/pesquisa
Além de medir as orientações gerais da formação univer-
sitária esperada (ou demandada), aproveitamos a pesqui-
sa para obter alguma evidência sobre uma das posições
habituais na discussão sobre as finalidades da universi-
dade, e sobre a do ensino em particular: a questão de se
tem sentido que os centros universitários se especiali-
zem, seja em ensino, seja em pesquisa, ou se, pelo con-
trário, o lógico é que combinem ambos os tipos de ati-
vidades. Esta é uma das perguntas centrais do debate
sobre a necessidade de uma oferta universitária diversi-
ficada, se essa diversidade também tem que implicar em
uma especialização em um ou outro tipo de tarefas. Não
pretendemos resolver esta questão, nem sequer estabe-
lecer definitivamente qual ou quais são as posições da
comunidade universitária a respeito, mas sim fornecer
pistas para o debate.
Para tanto, solicitamos aos entrevistados que mos-
trassem seu grau de acordo com uma afirmação que ex-
punha o binômio ensino/pesquisa não em termos de tudo
ou nada, mas sim, indiretamente, em termos da especia-
lização em uma dessas atividades, o ensino, e recolhen-
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 101
do a hipotética interação positiva entre ambas. A frase
foi:
“UMA UNIVERSIDADE PODE PROPORCIONAR
UMA FORMAÇÃO MUITO BOA SEM NECESSIDADE
DE DEDICAR UMA QUANTIDADE SIGNIFICATIVA
DE RECURSOS À PESQUISA”
O grau de concordância foi mostrado utilizando a escala
de 0 a 10. Em média, os três públicos pesquisados ten-
dem a discordar moderadamente dessa afirmação, já que
as médias obtidas se situam, aproximadamente, entre 3
e 4 (gráfico 3). No gráfico 3 observa-se, também, que o
desacordo é menor no México, especialmente entre os
estudantes. De novo, tenhamos em conta que essas mé-
dias não implicam uma concentração de respostas ao re-
dor delas. Neste caso, entre os professores, os que se
mostram em desacordo (pontuações de 0 a 4) são 63,3%,
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
0
2
4
6
8
10
4,1
5,6
4,13,8 3,8 3,3 3,3 3,3 3,2
3,8
4,2
3,6 3,9
4,34,7
GRÁFICO 3.
Grau de acordo com
“Uma universidade
pode proporcionar uma
formação muito boa
sem necessidade de
dedicar uma quantidade
significativa de recursos
à pesquisa” (médias em
escalas de 0 a 10), por
região Universia
TOTALPENÍNSULA IBÉRICABRASILMÉXICORESTO
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 102
frente a 26,8% que se mostram de acordo (pontuações
de 6 a 10). Entre os estudantes, as percentagens respec-
tivas são de 52,8% e 35,1%. Assim, apesar de que a opi-
nião majoritária reflete uma atitude favorável à combina-
ção entre pesquisa e ensino, há minorias apreciáveis que
aparentemente se conformariam com estudos universi-
tários centrados no ensino e com pouca pesquisa.
AVALIAÇÃO DO CUMPRIMENTO DO OBJETIVO DE FORMAÇÃO
DE BONS PROFISSIONAIS
A terceira pesquisa serviu também para contrastar a vi-
são da comunidade universitária ibero-americana sobre o
cumprimento de uma das finalidades que esta comunida-
de entende como prioritária, a formação de profissionais.
A formação universitária e a inserção profissional dos
formados
Em média, tanto os estudantes como os professores es-
tão bastante satisfeitos com a contribuição da universida-
de para o potencial de inserção profissional dos formados.
Ambos os grupos tiveram que avaliar em uma escala de
0 (nada úteis) a 10 (muito úteis) a utilidade que têm para
a inserção profissional adequada dos formados os conhe-
cimentos que se adquirem na faculdade cursada pelo es-
tudante ou, no caso dos professores, na faculdade em que
desenvolvem a maior parte de sua docência. A média ob-
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 103
tida entre os estudantes foi de 7,8, muito similar à obtida
entre os professores, de 8,0 (GRÁFICO 4).
A variação regional nesta questão é bastante notável,
diferenciando-se com bastante clareza as opiniões for-
muladas na Península Ibérica das dos demais países, es-
pecialmente no caso dos estudantes. Na Península Ibé-
rica, estes pontuam com uma média relativamente baixa,
de 6,6, a utilidade que têm os conhecimentos que se ad-
quirem na universidade para a inserção profissional dos
que obtêm um título universitário. Trata-se de um valor
claramente inferior aos obtidos no Brasil (8,4) e Méxi-
co (8,5), e também à média da região dos demais países
(7,7). No caso dos professores as diferenças vão no mes-
mo sentido, mas são menores.
A explicação desta diferença provavelmente tem um
componente mais estrutural e outro mais conjuntural.
Em termos estruturais, na Ibero-américa, pelo fato de a
educação universitária ainda não ter um alcance tão am-
ESTUDANTES PROFESSORES
0
2
4
6
8
10
7,8
8,5
6,6
8,4
7,78,0
7,4
8,4 8,47,9
GRÁFICO 4.
Utilidade dos
conhecimentos
adquiridos em sua
faculdade / na faculdade
em que desenvolve
a maior parte de
sua docência para a
inserção profissional
adequada dos formados
(médias em escalas
de 0, nada úteis, a 10,
muito úteis)
TOTALPENÍNSULA IBÉRICABRASILMÉXICORESTO
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 104
plo, é provável que ter um diploma universitário ainda
faça muita diferença no tocante ao sucesso no merca-
do profissional, tanto em termos de taxa de desemprego
como de salário. Na Península Ibérica, especialmente na
Espanha, a educação universitária tem uma penetração
muito maior, de modo que o diploma não é um diferen-
cial tão forte. Em termos conjunturais, a apreciação dos
estudantes espanhóis e portugueses deve estar muito in-
fluenciada pelas altíssimas taxas de desemprego enfren-
tadas hoje pelos jovens em seus países, também os jo-
vens com formação universitária.
Os estágios nas universidades ibero-americanas
A satisfação com a contribuição da universidade para a
inserção profissional dos formados reflete-se, em certa
medida, na opinião de estudantes e professores a respei-
to de um dos métodos mediante os quais se consegue o
ajuste entre o que se ensina na universidade e o que se
necessita no mundo profissional: os estágios em empre-
sas. A demanda de mais estágios nas empresas é ampla
(GRÁFICO 5) mas, como vemos a seguir, não é claramente
majoritária.
Entre os estudantes, 21,2% afirmam que em sua fa-
culdade os estudantes não fazem estágios em empresas
ou organizações similares, mas que deveriam fazer, en-
quanto para 25,9% estes existem, mas deveriam durar
mais. O qual perfaz 47,1% que demandam mais estágios
em sua faculdade. Os que acreditam que os estágios são
adequados, somados aos muito minoritários que acredi-
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 105
tam que deveriam durar menos, são 37,8%. Notavelmen-
te, até 15,1% dos estudantes não sabem se há estágios
em sua faculdade.
Entre os professores, a demanda de mais estágios
é similar (51,2%), com 12,8% que dizem que não exis-
tem, mas deveriam existir, aos quais seria preciso somar
32,4% que dizem que deveriam durar mais. No entanto,
até 47,6% acreditam que são adequados ou deveriam du-
rar menos.
Nesta temática é notável a variação regional, pelo me-
nos se a opinião de nossos pesquisados for um bom reflexo
da realidade. Como se comprova no gráfico 6, a demanda
de mais estágios atinge máximos entre os estudantes da
Península Ibérica (56,3%) e na região dos demais países
(56,0%), mas é muito reduzida no Brasil (25,8%), e bas-
ESTUDANTES
21,2
25,9
2,3
35,5
15,1
PROFESSORES
12,8
32,4
3,4
44,2
7,2
GRÁFICO 5.
Opinião sobre
estágios em empresas
ou organizações
similares efetuados
pelos estudantes
em sua faculdade
(porcentagem)
Não há estágios, mas deveria haver
Há estágios, mas deveriam durar mais
Há estágios, mas deveriam durar menos
Há estágios e, mais ou menos, têm uma duração adequada
Não sabe
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 106
tante reduzida no México (40,2%). Em certa medida, es-
tas percentagens refletem a maior ou menor satisfação
com os conhecimentos adquiridos na universidade pe-
rante a inserção profissional, uma satisfação muito me-
nor na Espanha que no Brasil ou México.
TOTAL
21,2
25,9
2,3
35,5
15,1
MÉXICO
14,6
25,6
3,9
44,7
11,3
RESTO
28,1
27,91,5
33,7
8,8
PENÍNSULA IBÉRICA
22,3
34,01,6
17,9
24,2
BRASIL
9,5
16,3
3,5
43,1
27,7
NÃO HÁ ESTÁGIOS, MAS DEVERIA HAVER
HÁ ESTÁGIOS, MAS DEVERIAM DURAR MAIS
HÁ ESTÁGIOS, MAS DEVERIAM DURAR MENOS
HÁ ESTÁGIOS E, MAIS OU MENOS, TÊM UMA DURAÇÃO ADEQUADA
NÃO SABE
GRÁFICO 6.
ESTUDIANTES
Opinião sobre
estágios em empresas
ou organizações
similares efetuados
pelos estudantes
em sua faculdade
(porcentagem),
conforme a região
Universia
2. A capaci dade de ensi no do corpo docente universi tário
Nesta seção consideramos a percepção da comunidade
universitária ibero-americana sobre os principais
recursos humanos de que dispõem as universidades
para cumprir com suas finalidades educativas: os
professores.
CONHECIMENTOS, PEDAGOGIA, INOVAÇÃO METODOLÓGICA E VOCAÇÃO
Começamos pela apreciação recebida pelos professores
universitários em termos de sua prática docente feita pe-
los próprios professores e pelos estudantes. Esta foi me-
dida em quatro dimensões básicas do ensino:
• o nível de conhecimentos dos professores sobre
sua matéria
• sua capacidade pedagógica
• o grau de inovação de seus métodos de ensino
• sua vocação para a docência.
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 108
Pedimos aos estudantes que qualificassem (na escala de
0 a 10) seus professores em cada uma dessas dimen-
sões; solicitamos aos professores essa mesma qualifi-
cação, não sobre si mesmos, mas sobre seus colegas,
isto é, sobre os professores que dão aula na mesma fa-
culdade que eles. Ambos os grupos tendem a conceder
aos professores universitários qualificações médio-altas
e altas (GRÁFICO 7).
A nota mais alta é obtida pelo nível de conhecimentos
que os professores têm de sua matéria (para os estudan-
tes, 8,3; para seus colegas, 8,1), e a mais baixa no grau de
inovação de seus métodos de ensino (6,4 e 6,2, respec-
tivamente). Em sua capacidade pedagógica obtém uma
pontuação médio-alta (7,0 e 6,9), uma nota muito similar
à obtida em sua vocação para a docência (7,2 e 7,2).
Trata-se de notas relativamente satisfatórias, embo-
ra, obviamente, haja margem de melhora, especialmen-
O NÍVEL DE CONHECIMENTO DE SUA MATÉRIA
SUA CAPACIDADE PEDAGÓGICA
O GRAU DE INOVAÇÃO DE SEUS MÉTODOS DE ENSINO
0
2
4
6
8
10
8,18,3
7,06,9
6,46,2
SUA VOCAÇÃO PARA A DOCÊNCIA
7,2 7,2
GRÁFICO 7.
Qualificação média
(na escala de 0 a
10) conferida pelos
estudantes a seus
professores, e pelos
professores a seus
colegas que dão aula
na mesma faculdade,
conforme as diversas
características dos
professores
ESTUDANTESPROFESSORES
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 109
te ampla em pedagogia e métodos de ensino. No entanto,
os professores não são tão críticos quando se avaliam a
si mesmos (não ao conjunto de professores, mas si pró-
prios individualmente) no tocante a sua competência para
utilizar metodologias ligadas às novas tecnologias da in-
formação em suas aulas (um aspecto desses métodos
inovadores). Qualifica-se com uma média de 7,9, subs-
tancialmente mais alta que os 6,2 pontuados por seus
colegas no âmbito da metodologia inovadora.
A OFERTA DE FORMAÇÃO PERMANENTE PARA OS
PROFESSORES
Essa margem de melhora deveria ser coberta usando
uma diversidade de meios, entre os quais deveria desta-
car a formação contínua ou permanente dos professores.
No entanto, tendo em conta como esta é percebida en-
tre os próprios professores, não parece estar cumprindo
essa função com suficientes garantias.
Os professores pesquisados avaliam a oferta de for-
mação permanente ou contínua à disposição dos docen-
tes de sua universidade com uma média bastante baixa,
de 6 na escala de 0 (muito pouco adequada) a 10 (muito
adequada) (GRÁFICO 8). Na realidade, até 29,2% conferem
uma qualificação de reprovação (0-4) à oferta de forma-
ção, embora, obviamente, sejam em maior proporção os
que a aprovam (68,8%).
Uma qualificação tão próxima da média recolhe, no
entanto, certa variação regional. A situação (na visão dos
professores) parece um pouco mais satisfatória em al- PROFESSORES
0
2
4
6
8
10
6,0
6,8
5,6
6,4
5,7
GRÁFICO 8.
Avaliação feita pelos
professores da oferta de
formação permanente
ou contínua à
disposição dos docentes
de sua universidade
(média na escala de 0,
muito pouco adequada,
a 10, muito adequada),
conforme a região
Universia
TOTALPENÍNSULA IBÉRICABRASILMÉXICORESTO
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 110
guns países, como o Brasil, com uma média de 6,4, e o
México, com 6,8, e menos satisfatória em outros, como
os da Península Ibérica, cuja média supera por pouco 5
(5,6).
UMA REDE VIRTUAL PARA DIFUNDIR AS BOAS PRÁTICASEM FORMAÇÃO DOCENTE
Dadas as carências que provavelmente os professores
percebem no âmbito da formação docente, não é
estranho acolham bem as medidas que possam,
potencialmente, melhorá-la. Isso é o que ocorre com
a proposta de uma rede virtual ibero-americana para a
formação docente que difunda as boas práticas nesse
campo, a qual é recebida com uma pontuação média
de 8,3 na escala de 0 (muito pouco útil) a 10 (muito útil)
[GRÁFICO 9]. É especialmente bem recebida no México
(8,7) e na região dos demais países (8,7), mas não tanto
na Península Ibérica (7,0).
PROFESSORES
0
2
4
6
8
10
8,3
8,7 8,7
7,0
7,8
GRÁFICO 9.
Utilidade da oferta de
formação permanente
de uma rede virtual
ibero-americana para
a formação docente
que sirva para difundir
as boas práticas nesse
campo (média na escala
de 0, muito pouco útil, a
10, muito útil)
TOTALPENÍNSULA IBÉRICABRASILMÉXICORESTO
3.A formação onlin e em geral: opin iões, expectativas e realidades
A FORMAÇÃO ONLINE NA UNIVERSIDADE DO ENTREVISTADO
Esta seção e a seguinte tratam com certo detalhe das
percepções e atitudes da comunidade universitária ibe-
ro-americana a respeito do ensino online, a que se presta
bastante atenção na Declaração de Guadalajara. Recorde-
mos, por outro lado, que já abordamos superficialmente
esta questão na pesquisa dedicada a “universidades sem
fronteiras”, cujas conclusões servem aqui como ponto de
partida. Na referida pesquisa comprovamos que, do pon-
to de vista dos entrevistados, suas universidades não es-
tavam fazendo o devido uso da formação online.
Na escala de 0 (estavam apostando muito pouco nes-
se tipo de formação) a 10 (estavam apostando muito), as
médias obtidas ficaram em 6 (ou ainda algumas casas
decimais abaixo). As médias correspondentes a quanto
se deveria estar apostando nessa formação foram cla-
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 112
ramente superiores (7,6 a 8,3), o qual sugeria que as ex-
pectativas (médio-altas) de desenvolvimento da forma-
ção online em suas universidades estavam insatisfeitas.
En la escala del 0 (estaban apostando muy poco por dicha
formación) al 10 (estaban apostando mucho), las medias
obtenidas se quedaron en el 6 (más bien, algunas déci-
mas por debajo). Las medias correspondientes a cuánto
se debería estar apostando por dicha formación fueron
claramente superiores (7,6 a 8,3), lo cual sugería que las
expectativas (medio-altas) de desarrollo de la formación
online en sus universidades se veían insatisfechas.
Esta conclusão mantém-se se temos em conta uma
indagação muito mais específica, efetuada nesta tercei-
ra pesquisa. Nela, perguntamos a estudantes e profes-
sores pelo grau de desenvolvimento de cinco variantes
da formação online relativas aos cursos oferecidos em
sua faculdade (os estudantes) ou na faculdade em que
TRABALHOS DE CURSO EM GRUPO (COM FERRAMENTAS TIPO WIKI)
0
2
4
6
8
10
6,76,8 6,7 6,6
5,65,0
5,9 5,7 5,0 4,9
GRÁFICO 10. Na
faculdade em que você
efetua a maior parte
de sua docência / em
sua faculdade, em
geral, qual é o grau
de desenvolvimento
das seguintes
características dos
cursos oferecidos?
(média na escala de 0,
muito baixo, a 10, muito
alto)
ESTUDIANTESPROFESORES
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 113
desenvolvem a maior parte de sua docência (os profes-
sores). Em nenhuma delas a pontuação média na escala
de 0 (desenvolvimento muito baixo) a 10 (desenvolvimen-
to muito alto) foi superior a 7 (GRÁFICO 10).
O que tem mais peso, na opinião de estudantes e pro-
fessores, é o acesso online a materiais e a comunicação
online entre estudantes e professores, mas em ambos os
casos as médias superam levemente 6,5 sobre 10.
A seguir estariam os trabalhos individuais efetuados
online, com médias que se aproximam a 6, e os trabalhos
de curso em grupo com ferramentas tipo wiki, com mé-
dias mais próximas a 5,5.
O menor desenvolvimento é o das autoavaliações onli-
ne, com médias próximas a 5.
Obviamente, essas médias ocultam uma ampla varie-
dade de experiências com técnicas online. Para ter uma
ideia basta apontar que, entre os estudantes, os que pro-
vavelmente têm um acesso mínimo (pontuações 0 a 3)
a materiais online são 15,9%, enquanto os que prova-
velmente têm um acesso amplo (pontuações 7 a 10) são
63,6%.
COMPARAÇÃO ENTRE FORMAÇÃO ONLINE E PRESENCIAL
Na realidade, os entrevistados não veem diferenças muito
significativas entre a formação online e a presencial, pelo
menos segundo as opiniões médias de cada público. Estes
públicos manifestaram seu grau de acordo (na escala de
0 a 10) com diferentes afirmações que, implícita ou expli-
citamente, comparavam a formação online e a presencial.
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 114
As médias dessas opiniões são recolhidas no gráfico 11.
Três dos enunciados estavam relacionados a possíveis
mudanças no comportamento de professores e estudan-
tes.
1. Em primeiro lugar, três públicos coincidem claramen-
te com que a formação online provavelmente requei-
ra dos estudantes um maior esforço de autodisciplina,
pois o acordo médio com essa afirmação fica próxima
de 8,5, aproximando-se a 9.
2. No entanto, em segundo lugar, não fica tão claro, do
ponto de vista da comunidade universitária, que aque-
la formação requeira um maior esforço por parte dos
REQUER UM MAIOR ESFORÇO DE AUTODISCIPLINA POR PARTE DOSESTUDANTES
REQUER MAIS ESFORÇO POR PARTE DOS PROFESSORES
FACILITA O ACESSO À UNIVERSIDADE DE GRUPOS MENOSFAVORECIDOS
EM CONJUNTO, IMPLICA EM UMA EXPERIÊNCIA UNIVERSITÁRIAMENOS ENRIQUECEDORA
EM CONJUNTO, PERMITE ADQUIRIR UMA PREPARAÇÃO ACADÊMICAOU PROFISSIONAL EQUIVALENTE À ADQUIRIDA COM OS CURSOSPRESENCIAIS
0
2
4
6
8
10
8,4
6,16,8 7,0 7,2
7,8
6,96,5
4,8
5,2
5,8
É UM COMPLEMENTO DA FORMAÇÃO PRESENCIAL, NÃO ASUBSTITUI
7,4 7,66,9
5,85,7
8,7 8,9
GRÁFICO 11.
Grau de acordo com
diferentes afirmações
sobre a formação
universitária online
(média na escala de 0 a
10)
ESTUDANTES
PROFESSORES
PAS
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 115
professores. O grau de acordo com esta ideia entre os
estudantes é muito moderado (6,1). É um pouco maior
entre o PAS (6,9). No entanto, os professores, com uma
pontuação média de 7,8, concordam bastante com esta
ideia, o qual é esperável pois para muitos deles a in-
corporação de metodologias ou técnicas próprias da
formação online supõe mudanças de certo alcance em
seu comportamento tradicional, o que não deixa de im-
plicar em certo esforço.
3. Em terceiro lugar, consideramos um dos aspectos que
mais se costuma mencionar ao falar de uma hipotéti-
ca transição para a formação online, o do possível em-
pobrecimento da experiência universitária. Segundo
este argumento, a experiência universitária não se re-
duz a uma mera relação bidirecional entre professor e
estudante como a que pode proporcionar com bastan-
te facilidade a formação online, mas implica encon-
tros, conversas e contatos múltiplos que podem dar
lugar à formação de uma autêntica comunidade de
aprendizagem, com usos próprios destilados ao lon-
go do tempo em uma tradição, algo que seria mais di-
fícil online. Nos públicos que estudamos não há uma
opinião dominante a respeito, mas tendem a ser em
maior número os que concordam com a hipótese do
empobrecimento. O grau de concordância média com
a ideia de que a formação online implica em uma ex-
periência universitária menos enriquecedora (que a
presencial, se subentende) fica próximo de 6 na esca-
la de 0 a 10, e a opinião não se concentra em um pon-
to da escala. Em qualquer caso, entre os estudantes,
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 116
são claramente em maior número os que concordam
(61,1% pontuam entre 6 e 10) que os que discordam
(24,2% pontuam entre 0 e 4). Entre os professores e o
PAS as maiorias favoráveis à hipótese do empobreci-
mento da experiência universitária não são tão claras
(54,1 vs. 30% e 53,9 vs. 32,0%, respectivamente).
Dois dos enunciados referiam-se às consequências de
uma ou outra formação. Em primeiro lugar, os três pú-
blicos tendem a estar moderadamente de acordo com a
afirmação de que a formação online facilita o acesso à
universidade dos grupos menos favorecidos. As médias
obtidas aproximam-se a 7 sobre 10, e os que pontuam
com mais de 5 são maiorias muito claras, superiores aos
dois terços.
Em segundo lugar, e isto concerne muito mais direta-
mente ao tema central desta pesquisa, a comunidade uni-
versitária ibero-americana não concorda nem discorda
com a ideia de que a formação online produz resultados
equivalentes à presencial em termos da preparação aca-
dêmica ou profissional que se adquire. A opinião média dos
estudantes fica em 4,8; a dos professores supera levemen-
te 5 (5,2); e as dúvidas a propósito dos efeitos da formação
online seriam um pouco maiores entre o PAS (5,8). Logica-
mente, as proporções de concordância e discordância com
aquela afirmação são muito parecidas. O que parece na-
tural, pois a universidade online é um fenômeno relativa-
mente recente e ainda pouco desenvolvido, portanto não é
provável que seja possível emitir opiniões suficientemente
claras sobre seus efeitos a médio ou longo prazo.
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 117
Um último enunciado tentava comprovar a disposi-
ção a transitar definitivamente para a formação online
ou, ainda mais, a considerar uma oferta universitária em
que convivem a via presencial e a via online. De fato, a op-
ção preferida parece ser a segunda, pois se observa uma
concordância relativamente clara com a ideia de que a
formação online é um complemento da formação pre-
sencial, e não a substitui. As médias ficam em torno a 7,
e as percentagens com pontuações superiores a 5 bei-
ram ou superam os dois terços.
POTENCIAL DA FORMAÇÃO ONLINE
Em linha com os resultados das opiniões que acabamos
de analisar, não há uma tendência dominante em relação
às proporções desejáveis de formação presencial e onli-
ne. Assim se comprova no gráfico 12, que recolhe a dis-
tribuição de respostas à pergunta sobre a percentagem
>10% 10%-20% 20%-30% 30%-40% 40%-50% 50%-60% 60%-70% 70%-80% 80%-90% >90% NÃO SABE
0
5
10
15
20
25
11,5
21,6
11,9
13,5
15,5
13,312,9
7,7 6,75,8
11,8
14,6
4,12,2
5,2
3,54,7
3,8
7,1
11,6
5,35,9
GRÁFICO 12.
Segundo sua
experiência
universitária e/
ou segundo o que
você sabe sobre a
formação online,
que porcentagem
aproximada dos
cursos presenciais
poderia ser substituída
satisfatoriamente por
cursos exclusivamente
online?
ESTUDANTESPROFESSORES
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 118
aproximada de cursos presenciais que poderiam ser sa-
tisfatoriamente substituídos por cursos exclusivamente
online. Tanto entre os estudantes como entre os profes-
sores, cerca de dois terços situariam essa percentagem
em menos de 50%. Os dispostos a desequilibrar a balan-
ça a favor da formação online não chegariam a um terço.
Nesta questão dão-se diferenças regionais de bastan-
te relevo, conforme se observa no gráfico 13, em que se
recolhe a percentagem média de formação online dese-
jável calculada a partir dos intervalos do gráfico 12. En-
tre os estudantes, os mais propensos à formação online
são os da Península Ibérica e os do México, enquanto os
brasileiros são muito reticentes. Entre os professores, os
brasileiros continuam sendo muito reticentes, os da Pe-
nínsula Ibérica não são tão favoráveis como os estudan-
tes desta região, e os mais propensos são os do México e
os da região dos demais países.
ESTUDANTES PROFESSORES
0
10
15
20
25
30
35
40
45
50
5
35,3
41,3 41,3
22,2
36,8
39,0
34,7
26,4
43,843,2
TOTALPENÍNSULA IBÉRICABRASILMÉXICORESTO
GRÁFICO 13.
Que porcentagem
aproximada dos
cursos presenciais
poderia ser substituída
satisfatoriamente por
cursos exclusivamente
online? (porcentagem
média), conforme região
Universia
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 119
O POTENCIAL DA UNIVERSIA
O potencial da formação online pode ser canalizado
através de iniciativas individuais de cada universidade
ou através da cooperação entre elas. Na pesquisa
contrastamos a possibilidade de que esse potencial se
canalizasse, em parte, através da rede da Universia.
Maiorias muito amplas responderam afirmativamente
à pergunta sobre se os portais da Universia poderiam
se tornar um canal relevante para o desenvolvimento
da formação universitária a escala ibero-americana
[GRÁFICO 14].4
GRÁFICO 14.
Acham que os portais
da Universia poderiam
se tornar um canal
relevante para o
desenvolvimento da
formação universitária a
escala ibero-americana,
em porcentagem de
cada categoria
0
20
30
40
50
60
70
80
90
100
10
90,7 90,388,6
PAS
ESTUDIANTES
PROFESORES
4. Um erro na aplicação
online desta pergunta
levou-nos a não incluir
a opção “não sabe”
como resposta nos
questionários redigidos
em castelhano, opção
que, no entanto,
constava nos redigidos
em português. Para
fins de comparação,
optamos por considerar
os “não sabe” como
anulados para esta
pergunta. Os dados
dos questionários em
português sugerem
que a percentagem
de “não sabe” não
teria sido menor, mas
também que não teria
mudado a tendência
esmagadoramente
clara das respostas.
4. Um caso particular da formação onlin e: os MOOCs
Nesta seção nos ocuparemos dos pontos de vista da co-
munidade universitária ibero-americana em relação a
uma das variantes da formação online mais debatidas
no último biênio. Estamos nos referindo aos MOOCs, isto
é, aos Massive Open Online Courses (Cursos em Linha
em Massa e Abertos). Os MOOCs são cursos universitá-
rios oferecidos através de plataformas educativas na In-
ternet, nos quais qualquer pessoa pode se matricular.
Costumam constar de vídeos com aulas magnas de um
professor e de ferramentas interativas para que cada es-
tudante efetue suas tarefas e se submeta a avaliação.
MOOCs MASSIVE OPEN ONLINE COURSES
CURSOS EM LINHA EM MASSA E ABERTOS
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 121
CONHECIMENTO DOS MOOCS
Para começar, não são muitos os que ouviram falar dos
MOOCs, mesmo quando na pergunta correspondente se
recolha o significado do acrônimo em inglês e em espa-
nhol (ou português, em seu caso) (gráfico 15). Apenas
31,3% dos estudantes ouviram falar deles, embora pou-
co mais da metade de professores (55,3%) e PAS (55,7%)
declarem conhecê-los.
PERCEPÇÃO DO POTENCIAL DOS MOOCS
Dado esse nível de conhecimento, não é estranho que as
opiniões sobre o potencial dos MOOCs sejam muito pou-
co concludentes, com uma exceção. Solicitamos aos en-
trevistados que mostrassem seu grau de concordância
(na escala de 0 a 10) com diferentes afirmações sobre es-
ses cursos, após explicar detalhadamente em que con-
0
20
30
40
50
60
70
80
90
100
10
55,3 55,7
31,3
PAS
ESTUDANTES
PROFESSORES
GRÁFICO 15.
Ouviram falar ou
leram sobre os MOOCs
(Massive Open Online
Courses, Cursos Online
em Massa e Abertos),
em porcentagem de
cada categoria
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 122
sistem. Os resultados são recolhidos no gráfico 16. Como
se observa, a opinião média dos entrevistados é bastante
indefinida, com médias próximas a 5 (isto é, nem concor-
dam nem discordam), com respeito a duas afirmações,
uma relativa a se é possível aprender tanto através des-
ses cursos como através do ensino universitário tradi-
cional, e a outra relativa a se os MOOCs poderão sobrevi-
ver sendo gratuitos.
A opinião é um pouco mais clara no tocante a se os
MOOCs, ou figuras equivalentes, acabarão sendo mais
importantes que esse ensino tradicional. Tende a predo-
minar, muito moderadamente, o desacordo com essa hi-
pótese, pelas médias próximas a 4,5.
OS MOOCS PERMITEM QUE MUITA GENTE TENHAACESSO A UM ENSINO DE PRIMEIRO NÍVEL MUNDIALQUE ANTES ESTAVA RESERVADO A POUCAS PESSOAS
OS MOOCS (OU FIGURAS EQUIVALENTES) ACABARÃOSENDO MAIS IMPORTANTES QUE A EDUCAÇÃOUNIVERSITÁRIA TRADICIONAL
NO FINAL, OS MOOCS NÃO PODERÃO SOBREVIVERSENDO GRATUITOS
APRENDE-SE TANTO ATRAVÉS DOS MOOCS COMOATRAVÉS DO ENSINO UNIVERSITÁRIO TRADICIONAL
0
2
4
6
8
10
7,5
4,4 5,1 5,2 5,25,04,6 4,3 5,15,4
7,5 7,9
ESTUDANTES
PROFESSORES
PAS
GRÁFICO 16.
Grau de concordância
com diferentes
afirmações sobre os
MOOCs (média na
escala de 0 a 10)
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 123
E é muito mais clara no referente a uma das consequ-
ências mais facilmente observáveis, ou imagináveis, dos
MOOCs, relativa à ampliação do acesso à educação uni-
versitária. A afirmação “Os MOOCs permitem que muita
gente tenha acesso a um ensino de primeiro nível mun-
dial que antes estava reservado a poucas pessoas” re-
colhe pontuações médias por volta de 7,5, e amplas pro-
porções de concordância (pontuações superiores a 5), de
mais de dois terços.
5. A qualidade do ensi no universi tário, medidas para melhorá-lo
Finalizamos nosso relatório com uma questão que pode
servir para oferecer uma imagem geral do ensino universi-
tário nos países ibero-americanos, a de sua qualidade. Por
um lado, contamos com a avaliação da qualidade feita pelos
entrevistados. Por outro, contamos com a avaliação da utili-
dade de uma seleção das propostas contidas na Declaração
de Guadalajara para melhorar essa qualidade.
AVALIAÇÃO DA QUALIDADE DO ENSINO UNIVERSITÁRIO
Se há algo que chame a atenção na avaliação da qualida-
de do ensino em suas universidades feita pelos três pú-
blicos que estudamos é o grau de coincidência de suas
opiniões médias. Como se pode ver no gráfico 17, a pon-
tuação média conferida pelos estudantes ao ensino em
sua faculdade, pelos professores ao ensino na faculda-
de em que desenvolvem a maior parte de sua docência,
e pelo PAS ao ensino no centro universitário em que tra-
balha, é a mesma, 7,9 na escala de 0 (qualidade muito
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 125
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL MÉXICO RESTO
0
2
4
6
8
10
7,9 7,9 7,9
6,9
8,48,3 8,3 8,3
7,5 7,2
8,4 8,4
7,7 7,6 7,8
ESTUDANTES
PROFESSORES
PAS
GRÁFICO 17.
Avaliação do ensino
em sua universidade
(média na escala de 0,
muito ruim, a 10, muito
boa), segundo a região
Universia
ruim) a 10 (qualidade muito boa). Até 81,7% dos estu-
dantes conferem uma nota de 7 ou mais, e os que confe-
rem um “excelente” (9 ou 10) são 42,1%. As percentagens
equivalentes entre os professores são similares: 84,1%
dão à qualidade em sua faculdade uma nota médio-alta,
e 39,7% uma nota excelente. O PAS também é genero-
so em suas pontuações (82,8 e 39,1%, respectivamente).
São muito poucos os que qualificam a qualidade do en-
sino com uma reprovação: 6,5% dos estudantes, 4,1% do
PDP, e 4,5% do PAS.
O mesmo gráfico permite comprovar que há certa va-
riação regional na avaliação da qualidade do ensino. Dis-
tinguem-se claramente por uma avaliação menos favorá-
vel os entrevistados da Península Ibérica, especialmente
os estudantes. Os mais satisfeitos são os entrevistados
do Brasil e México.
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 126
MEDIDAS PARA MELHORAR A QUALIDADE DO ENSINO
Aparentemente, a comunidade universitária ibero-
americana, ou pelo menos, o segmento que participou
desta terceira pesquisa, está bastante satisfeita com o
ensino oferecido em suas universidades. De qualquer
modo, obviamente, há margem para a melhora.
Na Declaração de Guadalajara consideram-se diferen-
tes medidas de mudança institucional para avançar nes-
sa margem de melhora. Em nossa pesquisa tivemos em
conta cinco, quatro delas diretamente ligadas à questão
da qualidade.
Por um lado, solicitamos a opinião dos entrevistados
sobre até que ponto seria adequado estabelecer, no âmbi-
to de um Espaço Ibero-Americano do Conhecimento, um
sistema de reconhecimento mútuo dos diplomas baseado
em critérios comuns sobre os créditos transferíveis, si-
milar ao modelo europeu de credenciamento. O resulta-
do é muito nítido: a imensa maioria dos entrevistados, em
cada um dos grupos, considera muito ou bastante ade-
quado, com percentagens por volta de 85% [GRÁFICO 18].
Por outro lado, pedimos que os entrevistados avalias-
sem a utilidade de diferentes medidas para conseguir
melhoras substanciais da qualidade do ensino nas uni-
versidades de seu país. As medidas são as seguintes: a)
A COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA IBEROAMERICANA
ESTÁ BASTANTE SATISFEITA COM O ENSINO
OFERECIDO EM SUAS UNIVERSIDADES
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 127
ESTUDANTES
47,0
35,0
7,0
1,59,6
MUITO ADEQUADO
ADEQUADO
POUCO ADEQUADO
NADA ADEQUADO
NÃO SABE
PROFESSORES
1,7
47,6
37,7
7,1
6,0
PAS
1,0
52,3
35,0
5,26,5
GRÁFICO 18.
Opinião sobre o estabelecimento,
no âmbito de um Espaço Ibero-
Americano do Conhecimento, de
um sistema de reconhecimento
mútuo dos diplomas universitários
baseado em critérios comuns
para a definição de créditos
transferíveis, similar ao modelo
europeu de credenciamento
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 128
a convergência a escala ibero-americana nas estruturas
dos cursos universitários (por exemplo, para graduação,
mestrado, doutorado); b) o credenciamento dos estudos
universitários por parte de agências reconhecidas inter-
nacionalmente; c) acordos de colaboração entre univer-
sidades para oferecer diplomas conjuntos; e d) a cola-
boração com instituições públicas e empresas privadas
com o objetivo de que os estudantes façam estágios [GRÁ-
FICO 19]. A utilidade foi avaliada na escala de 0 (muito pou-
ca utilidade) a 10 (muita).
Todas essas medidas são consideradas muito úteis,
tendo em vista as pontuações médias obtidas, que não
são inferiores a 8 sobre 10 em nenhum caso e tendem a
estar entre 8,5 e 9.
A CONVERGÊNCIA DAS ESTRUTURAS DOS CURSOSUNIVERSITÁRIOS (POR EXEMPLO, GRADUAÇÃO,MESTRADO, DOUTORADO OU OUTRA SIMILAR) A ESCALAIBERO-AMERICANA
O CREDENCIA-MENTO DOS ESTUDOS OFERE-CIDOS PELASUNIVERSIDADES POR AGÊNCIAS RECONHECIDASINTERNACIONAL-MENTE
ACORDOS DE COLABORAÇÃO ENTRE UNIVERSIDADESPARA OFERECER DIPLOMAS CONJUNTOS
PLANOS DE COLABORAÇÃO COM INSTITUIÇÕES PÚBLICASE EMPRESAS PRIVADAS DESTINADOS A QUE OSESTUDANTES POSSAM FAZER ESTÁGIOS
0
2
4
6
8
10
8,3 8,38,18,6 8,8 8,9 9,1
8,58,8 9,0 9,0 9,3
ESTUDANTES
PROFESSORES
PAS
GRÁFICO 19.
Utilidade de diferentes
medidas para conseguir
melhoras substanciais
da qualidade do ensino
nas universidades do
país do entrevistado
(média na escala de
0, muito pouca, a 10,
muita)
#3 UNIVERSIDADES FORMADORAS 129
Univer-si dades criati-vas e in ova-doras
# Pesquisa 4
Introduçao
A quarta das cinco pesquisas de que consta a consulta
à comunidade universitária preparatória do III Encontro
de Reitores Universia foi realizada online entre os dias
27 de março e 4 de maio de 2014. Obtivemos 6.372 ques-
tionários válidos de estudantes, 3.340 de professores e
1.128 do pessoal de administração e serviços (PAS) de
universidades ibero-americanas majoritariamente per-
tencentes à Universia.1 O que representa, de novo, um al-
cance muito notável, mas com bastantes desequilíbrios
por áreas geográficas. Os dados que analisamos a seguir
não refletem este desequilíbrio, pois se encontram pon-
derados de acordo com o peso que tem o alunado univer-
sitário de cada país no conjunto.2
A quarta pesquisa concentrou-se no tema denomina-
do “universidades criativas e inovadoras”, isto é, ocupou-
1. Para interpretar
adequadamente os
gráficos e as menções
às diferenças regionais,
veja-se o Relatorio
técnico e trabalho de
campo, em que são
descritos os critérios
de agrupamento das
“Regiões Rio 2014” ou
“Regiões Universia”.
2. Levando em
consideração que só
conseguimos obter
dados suficientemente
confiáveis do
número de alunos,
também ponderamos
os resultados
correspondentes a
professores e PAS com
os dados de alunos,
uma prática, por outro
lado, relativamente
comum em estudos
internacionais.
6.372 ESTUDANTES
Questionários validos
3.340 PROFESSORES
1.128 PAS
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 131
se de vários dos aspectos relativos à função de pesqui-
sa (ou inovação, em sentido mais amplo) que exercem as
universidades, os quais vão do papel atual da universi-
dade no âmbito dos sistemas nacionais de inovação às
medidas que podem melhorar o desempenho daquela
função, passando pela dedicação efetiva dos professores
à pesquisa, certos detalhes da gestão administrativa da
pesquisa ou um novo tratamento de uma das polarida-
des básicas da vida acadêmica, o binômio pesquisa-for-
mação.
A seguir apresentamos os resultados da pesquisa, dis-
tinguindo, como nos relatórios parciais anteriores, os co-
rrespondentes aos três públicos analisados (estudantes,
PDP e PAS), bem como, quando for o caso, variações de
interesse relacionadas à área geográfica à qual perten-
cem os mencionados públicos (Península Ibérica, Brasil
e Resto da Ibero-América), e, nesta ocasião, ao campo do
conhecimento em que estão inseridos os professores.
Em primeiro lugar, apresentamos as preferências dos
três públicos quanto aos objetivos de inovação (exempli-
ficados pelo gasto em P+D) em escala nacional e quanto
ao papel das universidades, e dos setores público e pri-
vado, nos sistemas nacionais de inovação.
Em segundo lugar, oferecemos uma informação bas-
tante nova quanto à experiência real da pesquisa univer-
sitária, pois resume o que nos foi contado por seus pro-
tagonistas, os professores, a propósito do tempo que lhe
dedicam, de sua orientação principal (básica, aplicada ou
de desenvolvimento tecnológico), e se é realizada em co-
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 132
operação com outros atores, incluindo suas opiniões so-
bre como deveria ser pensada esta cooperação.
Em terceiro lugar, ocupamo-nos dos futuros pesqui-
sadores, quer dizer, dos planos que dizem ter os atuais
estudantes universitários em relação à obtenção do tí-
tulo de Doutor e/ou de dedicarem-se profissionalmente
à pesquisa, seja na universidade, seja no setor empre-
sarial, em seu próprio país ou em um país estrangeiro.
Do mesmo modo, temos em conta sua avaliação sobre
em que medida a universidade prepara seus estudantes
para a pesquisa.
Em quarto lugar, confrontamos as percepções de pro-
fessores e PAS a propósito da gestão da pesquisa na uni-
versidade, relacionadas com a facilidade dos trâmites,
bem como com a existência de escritórios especializa-
das nestes assuntos, cujo funcionamento é avaliado. Mas
também apresentamos dois elementos da autopercepção
do PAS quanto ao seu desempenho em tarefas próprias
da gestão da pesquisa: sua sensação de estar suficiente-
mente capacitado e a quantidade de tempo que lhes de-
dicam.
Em quinto lugar, retornamos ao binômio pesquisa-
formação, já considerado em pesquisas anteriores. Nes-
ta ocasião, mostramos a impressão dos entrevistados
sobre quão prioritárias são uma e outra em suas univer-
sidades, e, sobretudo, medimos as opiniões dos três pú-
blicos entrevistados quanto à existência de uma influên-
cia mútua frutífera entre a pesquisa e a docência.
Em sexto lugar, apresentamos um bloco bastante am-
plo dedicado a uma variedade de políticas de melhoria
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 133
da capacidade de inovação das universidades. Este blo-
co começa examinando as opiniões do professorado a
propósito do papel dos incentivos à pesquisa. Prossegue
analisando uma exaustiva coleção de medidas ligadas à
melhoria significativa da qualidade da pesquisa universi-
tária. Continua estudando a avaliação de várias propos-
tas orientadas a melhorar a inovação universitária. A se-
guir dedica certa atenção ao papel da universidade na
configuração de uma cultura empreendedora. Conclui
refletindo os pontos de vista dos entrevistados quanto ao
papel que redes como a Universia e a Innoversia podem
desempenhar na inovação universitária.
1. A in ovação tecnológica como objetivo naci onal
Para entender melhor as percepções que os membros da
comunidade universitária ibero-americana têm sobre a
função de pesquisa de suas universidades, preferimos si-
tuá-las no âmbito de suas opiniões quanto aos sistemas
nacionais de inovação.
Já de entrada, pudemos comprovar a importância rela-
tiva que eles atribuem a três dos principais atores nestes
sistemas: a própria universidade, as empresas privadas e
o Estado (ou, melhor dizendo, o governo, que age, sobre-
tudo, financiando a pesquisa que os demais atores reali-
zam). Os entrevistados tinham de avaliar a contribuição
da universidade, das empresas privadas e do governo da
nação para a capacidade de inovação tecnológica de seu
país, atribuindo a cada um desses atores uma pontuação
na escala de 0 (pequena contribuição) a 10 (muita). O que
Universi -dade
Empresas privadas
Est ado
Atores principais
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 135
mais chama a atenção nos resultados (gráfico 1) é que
as pontuações médias obtidas são relativamente baixas,
se não decididamente baixas. No caso dos governos, ape-
nas passaria de5 na estimativa do PAS, mas, para dizer de
algum modo, seriam reprovados tanto pelos estudantes
(4,5) quanto pelos professores (4,6). E não tiram melhores
notas as empresas privadas, reprovadas pelos professo-
res (4,4) e aprovadas “raspando” pelos estudantes (5,4) e
pelo PAS (5,4). Não é de estranhar que as pontuações mé-
dias atribuídas às universidades sejam superiores, mas
também não são particularmente altas. Só os estudan-
tes aproximam-se do “ótimo” (6,7), enquanto professores
(5,9) e PAS (6,1) concedem um “aprovado” claro, mas sem
muito brilho.
De fato, ao serem solicitados a avaliar a prioridade
que a inovação tecnológica tem em seus países (na esca-
UNIVERSIDADE GOVERNO DO PAÍS
EMPRESAS PRIVADAS
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
6,1
6,7
5,9
4,64,5
5,2
4,4
5,45,4
10
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 1.
Contribuição dos
diferentes atores para a
capacidade de inovação
tecnológica do país do
entrevistado (média em
uma escala de 0, pouco,
a 10, muito)
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 136
la de 0, mínima, a 10, máxima), ofereceram respostas cu-
jas pontuações médias foram, de novo, médias ou baixas.
Os mais otimistas foram os membros do PAS, com 5,8 de
média, que quase não se distingue das médias obtidas
entre os estudantes (5,4) e os professores (5,1) (gráfico 2).
Se entendermos como indício de prioridade da inovação
tecnológica o peso do gasto interno em P+D sobre o PIB,
uma medida padrão do esforço de inovação em escala na-
cional, não são de estranhar, em geral, essas respostas.
A grande maioria dos países ibero-americanos, com ní-
veis ainda baixos de renda per capita, não consegue gerar
os excedentes suficientes para atribuir muitos recursos a
seus sistemas de inovação, pelo que, para a grande maio-
ria deles, o gasto em P+D sobre o PIB não chega sequer
a 0,5%.3 No entanto, também não são obtidas avaliações
mais generosas no Brasil, com um gasto em P+D de 1,1%
do PIB no período 2006-2010, mas com pontuações mé-
dias próximas a5 (5,1 em professores; 5,4 em estudantes;
5,8 em PAS). Claro que as avaliações são muito menos ge-
nerosas na região Península Ibérica, cujos entrevistados
encontram-se entre os mais críticos, com médias de 4,1
em professores, de 4,2 em estudantes e 4,2 no PAS, ape-
sar de Espanha e Portugal dedicarem ao gasto em P+D
porcentagens superiores a 1,3%. Certamente, em todos
esses países, principalmente nos da Península Ibérica,
espera-se que o esforço em inovação seja maior, ou até
muito maior.
Prova dessa expectativa são as preferências por deter-
minados níveis de gasto em P+D medidos na pesquisa. A
fim de provocar o realismo na resposta, decidimos colo-
3. Cálculos propios
con datos del Banco
Mundial (http://
data.worldbank.org/
indicator/GB.XPD.RSDV.
GD.ZS).
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
5,85,4
5,1
10
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 2.
Prioridade da inovação
tecnológica no país do
entrevistado (média
em uma escala de 0,
mínima, a 10, máxima)
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 137
car essas preferências em termos do esforço inversor fei-
to por três países europeus suficientemente conhecidos,
e que representam níveis de esforço claramente diferen-
ciáveis. Assim, o entrevistado teve de escolher um objetivo
de gasto em P+D em porcentagem do PIB para seu país,
dentro de 10 anos, de acordo com a hipótese de que só
podia optar pelos níveis da Itália (1,3% do PIB), da França
(2,3%) e da Suécia (3,4%). Dados os baixos níveis de gasto
em P+D observados na grande maioria dos países ibero-
americanos atualmente, e tendo-se em conta que o cres-
cimento desse gasto não necessariamente ocorre com
rapidez, imaginamos que muitos dos entrevistados escol-
heriam o nível da Itália ou, ainda, o da França. No entan-
to, estávamos totalmente enganados, pois a maioria dos
três públicos estudados optou pelo nível da Suécia, um
dos mais altos do mundo (gráfico 3). Ele foi escolhido por
55,1% dos estudantes, 58,7% dos professores e 52,4% do
PAS. Em segundo lugar ficou a opção favorável ao nível
francês, com porcentagens por volta de 25%, enquanto a
opção italiana chegou apenas à décima parte das respos-
ESTUDANTES PROFESSORES
55,127,6
7,99,5
58,724,4
9,27,8
52,427,8
9,8
10,1
PAS
O DA SUÉCIA (3,4% DEL PIB)
O DA FRANÇA (2,3% DEL PIB)
O DA ITÁLIA (1,3% DEL PIB)
NÃO SABE
GRÁFICO 3.
Preferência por um
objetivo de gasto em
P+D em porcentagem
do PIB para o país do
entrevistado dentro de
10 anos, supondo que
ele só pode escolher
entre três opções
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 138
tas.
Essas respostas revelam um nível altíssimo de am-
bição, mas também, provavelmente, de falta de realis-
mo, pois não são conhecidos casos em que um país tenha
transitado de níveis inferiores a 0,5% do PIB a níveis su-
periores a 3% em uma década. De fato, a grande maioria
dos entrevistados considera improvável atingir em uma
década esses objetivos de gasto em P+D (os preferidos
por eles mesmos) [GRÁFICO 4]. Até 84,3% dos estudantes
vê isto como pouco ou nem um pouco provável, uma pro-
porção que quase não apresenta diferenças em relação à
dos professores (84,9%) e à do PAS (80,1%). Não deixa de
ser curioso propor para o próprio país objetivos ambicio-
sos de cujo cumprimento duvide-se tão claramente.
Em qualquer caso, chamados a decidir quem, se o se-
tor público ou o setor privado, deveria protagonizar o es-
forço inversor para aproximar-se aos mencionados ob-
jetivos, surge uma posição majoritária: o esforço deveria
ser compartilhado [GRÁFICO 5]. A maioria dos entrevista-
dos escolheu a opção favorável a um “protagonismo si-
ESTUDANTES PROFESSORES
55
29,3
9,142,7
51,1
33,8
9,63,12,4
56
24,113,7
4,51,8
PAS
MUITO PROVÁVELBASTANTE PROVÁVEL
POUCO PROVÁVEL
NEM UM POUCO PROVÁ
NÃO SABE
GRÁFICO 4.
Probabilidade de que
o país do entrevistado
atinja nos próximos 10
anos a meta de gasto
em P+D preferida pelo
entrevistado
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 139
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
37,4
55,5
6,4
0,7
29,1
63,5
6,9
0,5
26,9
64,9
7,6
0,6
SOBRETUDO O SETOR PÚBLICO
SOBRETUDO O SECTOR PRIVADO
PROTAGONISMO SIMILAR
NÃO SABE
GRÁFICO 5.
Que ator deveria
protagonizar o esforço
inversor para atingir
a meta de gasto em
P+D preferida pelo
entrevistado?
milar” de ambos os setores: 55,5% dos estudantes, 63,5%
do professorado e 64,9% do PAS. Em segundo lugar ficou
a opção ”sobretudo o setor público”, com porcentagens
que foram de 26,9% do PAS a 37,4% do alunado, enquanto
o espaço reservado pelos entrevistados a um protagonis-
mo claro do setor privado foi mínimo (com porcentagens
que rondaram 7%). Também chama a atenção esta distri-
buição de tarefas, pois, em escala mundial, os países que
atingem cotas de gasto em P+D mais altas costumam ser
aqueles em que o protagonismo do setor privado (as em-
presas) no financiamento desse gasto é mais evidente.
2. A pesquisa realizada nas universi dades
QUANTO TEMPO OS PROFESSORES DEDICAM À PESQUISA
A quarta pesquisa oferece-nos uma boa oportunidade de
medir, ainda que seja aproximadamente, a quantidade e o
tipo de pesquisa que os professores universitários fazem,
tal como eles os percebem e entendem. Por um lado, pe-
dimos que estimas sem o tempo que dedicam a diferen-
tes atividades (ensino, pesquisa, tarefas administrativas
ligadas à pesquisa e outras tarefas administrativas) ao
longo de um curso acadêmico. Eles precisavam atribuir
uma porcentagem de seu tempo a cada uma dessas qua-
tro tarefas. Na grande maioria dos casos essas porcenta-
gens somaram 100, mas também aceitamos as respostas
em que a somatória rondava essa cifra.4 Os resultados fo-
ram reunidos no gráfico 6, que oferece uma informação
pouco comum. Em média, os professores das universi-
dades ibero-americanas dedicam 41,6% de seu tempo ao
ensino, mas sua dedicação à pesquisa não é menor, pois a
porcentagem média ascende a 31,6%. O resto do tempo é
ocupado com tarefas administrativas, ligadas à pesquisa
4. Aceitamos as respostas
cuja somatória de
porcentagens estivesse
na categoria de 90
a 110, ajustando as
diferentes de 100 a esta
quantidade. Para isso,
arredondamos, para
cima ou para baixo, os
números mais altos
de cada entrevistado,
pois este proceder
continua oferecendo-
nos respostas realistas
e minimiza o erro que
possamos cometer no
ajuste. Por exemplo,
se um entrevistado
responde 75% (ensino),
10% (pesquisa), 5%
(tarefas administrativas
ligadas à pesquisa)
e 5% (outras tarefas
administrativas),
transformamos suas
respostas em: 80, 10, 5
e 5. Se suas respostas
são 60, 20, 20 e 5,
tornam-se 55, 20, 20 e 5.
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 141
(12,1%) ou não ligadas a ela, ou seja, sobretudo, ligadas
ao ensino (13,7%).
O interessante é que essas porcentagens quase não apre-
sentam variação por região Universia, como se verifica
no mesmo gráfico. Também não há variações muito sig-
nificativas de acordo com o campo de estudo do profes-
sor, ainda que pareçam dedicar, em termos relativos, um
pouco menos de tempo à pesquisa os professores do âm-
bito das ciências médicas (27,2%) e um pouco mais os do
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
42,612,1
31,6
13,7
41,4
10,7
35,5
12,4
BRASIL RESTO
39,612,8
29,5
18
43,812,1
31,5
12,6
ENSINO
PESQUISA
TAREFAS ADMINISTRATIVAS ASSOCIADAS À PESQU
OUTRAS TAREFAS ADMINISTRATIVAS
GRÁFICO 6.
Tempo que os
professores dedicam
a diferentes atividades
ao longo de um
ano acadêmico, em
porcentagem sobre o
total, de acordo com a
região Universia
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 142
âmbito das ciências naturais (matemáticas, física, quími-
ca, biologia...) (36,3%) [GRÁFICO 7].
QUE TIPO DE PESQUISA REALIZAM
Por outro lado, perguntamos aos professores das univer-
sidades ibero-americanas que tipo de pesquisa eles reali-
zavam. Para facilitar as respostas perguntamos pela que
praticavam com maior frequência, tendo de escolher en-
tre os três tipos de pesquisa estabelecidos na discussão
sobre estes temas: básica, aplicada e de desenvolvimen-
CIÊNCIAS HUMANAS CIÊNCIAS SOCIAIS
43,710,7
31,9
13,8
43,812,1
30,3
13,8
ENGENHARIA E TECNOLOGIA + CIÊNCIAS AGRÍCOLAS CIÊNCIAS NATURAIS
40,113,4
32,4
14,1
41,1
11,1
36,3
11,5
CIÊNCIAS MÉDICAS
45,511,6
27,2
15,7
GRÁFICO 7.
Tempo que os
professores dedicam
a diferentes atividades
ao longo de um
ano acadêmico, em
porcentagem sobre o
total, de acordo com o
campo de estudo
ENSINO
PESQUISA
TAREFAS ADMINISTRATIVAS ASSOCIADAS À PESQUISA
OUTRAS TAREFAS ADMINISTRATIVAS
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 143
to. Como se pode ver no gráfico 8, eles não se enfrentaram
apenas a estes rótulos, já que estavam suficientemente
explicados. No conjunto do professorado, a maioria afir-
mou dedicar-se com maior frequência à pesquisa aplica-
da (54%), dividindo-se os que optaram pela básica e pelo
desenvolvimento em partes quase iguais (19,7 e 20,2%,
respectivamente). Não há grandes variações por regiões
Universia, apesar de a pesquisa básica parecer ter um
peso maior nos países da Península Ibérica.
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
19,7
20,2
54,0
5,8
3113,7
52,3
2,6
BRASIL RESTO
16,6 23,2
54,6
4,916,5
22,5
54,1
6,6
NÃO SE APLICA (QUASE NÃO FAZ PESQUISA)
PESQUISA BÁSICA (DIRIGIDA A OBTERCONHECIMENTOS SOBRE OS FUNDAMENTOS DOSFENÔMENOS OBSERVÁVEIS, SEM PENSAR EMDAR A ELES NENHUMA APLICAÇÃO ESPECÍFICA
PESQUISA APLICADA (DIRIGIDA A ADQUIRIR NOVOSCONHECIMENTOS, MAS ORIENTADOS,FUNDAMENTALMEN-TE, A UM OBJETIVO PRÁTICOESPECÍFICO)
DESENVOLVIMENTO (APROVEITA OSCONHECIMENTOS EXISTENTES E ESTÁ ORIENTADOA PRODUZIR NOVOS MATERIAIS, PRODUTOS,PROCESSOS OU SERVIÇOS, OU A MELHORARSIGNIFICATIVAMENTE OS EXISTENTES)NÃO SABE
GRÁFICO 8.
Professores. Que tipo
de pesquisa realizam
com maior frequência,
de acordo com a região
Universia
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 144
De fato há diferenças significativas, como era de se es-
perar, a depender do campo de estudo do professorado
[GRÁFICO 9].
TOTAL CIÊNCIAS NATURAIS
19,7
20,2
54,0
5,8
43,7
12,7
38,2
5,4
ENGENHARIA E TECNOLOGIA + CIÊNCIAS AGRÍCOLAS
7,2
24,7
61,6
6,1
CIÊNCIAS MÉDICAS
CIÊNCIAS SOCIAIS
14,416,9
61
7,4
18,119,6
56,4
5,6
CIÊNCIAS HUMANAS
28,725,3
40,2
4,9
NÃO SE APLICA (QUASE NÃO FAZ PESQUISA)
PESQUISA BÁSICA (DIRIGIDA A OBTERCONHECIMENTOS SOBRE OS FUNDAMENTOS DOSFENÔMENOS OBSERVÁVEIS, SEM PENSAR EMDAR A ELES NENHUMA APLICAÇÃO ESPECÍFICA
PESQUISA APLICADA (DIRIGIDA A ADQUIRIR NOVOSCONHECIMENTOS, MAS ORIENTADOS,FUNDAMENTALMENTE, A UM OBJETIVO PRÁTICOESPECÍFICO)
DESENVOLVIMENTO (APROVEITA OSCONHECIMENTOS EXISTENTES E ESTÁ ORIENTADOA PRODUZIR NOVOS MATERIAIS, PRODUTOS,PROCESSOS OU SERVIÇOS, OU A MELHORARSIGNIFICATIVAMENTE OS EXISTENTES)
NÃO SABE
GRÁFICO 9.
Professores. Que tipo
de pesquisa realizam
com maior frequência,
de acordo com o
campo de estudo
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 145
O peso da pesquisa básica é máximo entre os profes-
sores que pesquisam no âmbito das ciências naturais
(43,7%) e é mínimo no dos que o fazem no campo da eng-
enharia (7,2%).
Entre estes últimos, no entanto, é alto o peso da pes-
quisa aplicada (61,6%), como o é entre os professores da
área das ciências médicas (61%), e é mínimo entre os que
trabalham no campo das ciências naturais (38,2%).
O peso da pesquisa em desenvolvimento é um pouco
mais elevado nas engenharias (24,7%) e, surpreendente-
mente, na área de humanas (25,3%).
A COOPERAÇÃO NA PESQUISA UNIVERSITÁRIA
A quarta pesquisa também nos deu uma boa oportunidade
de aproximar-nos de outro dos temas fundamentais nos
estudos sobre inovação, o da pesquisa que é realizada em
cooperação com outros pesquisadores. Esta é cada vez
mais incentivada por governos e outras instâncias finan-
ciadoras da pesquisa, pelo que, entre outras razões, não é
de estranhar sua tendência em alta nas últimas décadas,
como se verifica no crescente peso dos artigos científicos
assinados por mais de um autor nas bases de dados co-
rrespondentes.
Na verdade, segundo as respostas à nossa pesquisa,
quase todos os professores universitários ibero-america-
nos trabalham, em algum momento, em colaboração na
realização de suas atividades de pesquisa [GRÁFICO 10]. Até
72,3% afirmam que no último ano realizaram suas pes-
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 146
quisas em cooperação com outros pesquisadores ou ins-
tituições. Esta porcentagem é mais alta na Península Ibé-
rica (86,2%) e no Brasil (80,4%), mas um pouco mais baixa
na região Resto, na qual, de qualquer modo, continua sen-
do majoritária (66,9%).
A cooperação está um pouco mais difundida nos cam-
pos de estudos mais próximos dos que tradicionalmen-
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
26,6
72,3
1,111,8
86,2
2,1
17,6
80,4
1,9
32,5
66,9
0,6
BRASIL RESTO
SÍ
NO
NÃO SABE
GRÁFICO 10.
Professores. No último
ano, realizaram suas
atividades de pesquisa
em colaboração com
outros pesquisadores
ou instituições (de
acordo com a região
Universia)?
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 147
te são considerados saberes científicos (ciências natu-
rais, engenharias, ciências médicas) e um pouco menos
no resto (ciências sociais e humanas) [GRÁFICO 11].
Claro que as relações de cooperação não se estabele-
cem do mesmo modo com todos os parceiros potenciais,
tal como mostra o gráfico 12. Entre os professores que
realizaram pesquisas em colaboração com outros atores
no último ano, a grande maioria (82,8%) afirma ter tra-
balhado com pesquisadores de sua mesma universida-
de, e não são poucos (51,2%) os que o fizeram com pes-
quisadores de outras universidades de seu próprio país.
26,6
72,3
1,117,3
82,3
0,4
20,4
78,9
0,7
20,7
77
2,3
33,6
65,2
1,2
32,2
66,5
1,3
TOTAL CIÊNCIAS NATURAISENGENHARIA E TECNOLOGIA + CIÊNCIAS AGRÍCOLAS
CIÊNCIAS MÉDICASCIÊNCIAS SOCIAIS CIÊNCIAS HUMANAS
SÍ
NO
NÃO SABE
GRÁFICO 11.
Professores. No último
ano, realizaram suas
atividades de pesquisa
em colaboração com
outros pesquisadores
ou instituições (de
acordo com o campo de
estudo)?
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 148
Aproximadamente um terço (34,4%) colaborou com cen-
tros de pesquisa de seu país, cerca de um quarto (24,3%)
com empresas de seu país, e quase a mesma quantidade
(22,8%) o fez com associações ou fundações nacionais.
A cooperação com atores estrangeiros está menos di-
fundida, mas não é marginal, pois até 44,3% diz ter trabal-
hado com pesquisadores de universidades estrangeiras,
ainda que a cooperação com centros de pesquisa, empre-
sas ou entidades sem fins lucrativos do exterior seja me-
nos difundida.
Os resultados mostram que o vínculo universidade-em-
presa no tocante à pesquisa, talvez pudesse ser reforçado,
mas os resultados gerais ocultam variações interessan-
PESQUISADO-RES DE SUA PRÓPRIA UNIVERSIDADE
OUTRAS UNIVERSIDA-DES DE SEU PAÍS
0
20
40
60
80
82,8
51,2
14,3
CENTROS DE PESQUISA (PÚBLICOS OU PRIVADOS) DE SEU PAÍS
CENTROS DE PESQUISA (PÚBLICOS OU PRIVADOS) ESTRANGEIROS
34,4
UNIVERSIDA-DES ESTRAN-GEIRAS
44,3
EMPRESAS DE SEU PAÍS
24,3
EMPRESAS ESTRANGEIRAS
4,2
ASSO-CIAÇÕES OU FUNDAÇÕES DE SEU PAÍS
22,8
ASSOCIAÇÕES OU FUNDAÇÕES ESTRANGEIRAS
5,2
100
GRÁFICO 12.
Professores que
pesquisaram em
cooperação: com que
atores colaboraram nos
últimos anos?
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 149
tes de acordo com o campo de estudo ao qual pertencem
os professores [GRÁFICO 13]. A cooperação com empresas
nacionais está muito mais difundida entre os professores
do campo da engenharia e da tecnologia (46,9%), como
era de se esperar, e muito menos entre os professores
de ciências humanas (5,7%). De qualquer modo, chama a
atenção que apenas um quinto dos professores que pes-
quisam tendo cooperado com algum ator o tenham feito
com empresas nacionais nos campos das ciências natu-
rais e das ciências médicas.
Em geral, os professores que pesquisam em colabo-
ração consideram essa cooperação bastante ou muito
frutífera. Pelo menos é o que mostram suas respostas a
uma pergunta em que devem usar uma escala de 0 (co-
operação nem um pouco frutífera) a 10 (muito frutífera). A
TOTAL CIÊNCIAS NATURAIS
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
24,3
4,2 4,1
20,8
ENGENHARIA E TECNOLOGIA +CIÊNCIAS AGRÍCOLAS
8,8
46,9
CIÊNCIAS MÉDICAS
6,3
19,5
CIÊNCIAS SOCIAIS
1
13,5
CIÊNCIASHUMANAS
1,3
5,7
EMPRESAS ESTRANGEIRAS
EPRESAS DE SEU PAÍS
GRÁFICO 13.
Professores que
pesquisaram
em cooperação:
porcentagens que
cooperaram com
empresas nacionais ou
estrangeiras (de acordo
com o campo de estudo)
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 150
média para o conjunto é de 8,3, e quase não se observam
alterações por região Universia [GRÁFICO 14].
PRIORIDADES NA COOPERAÇÃO PARA A PESQUISA
A realidade da cooperação com estes ou aqueles atores
externos à universidade do professor que responde à per-
gunta traduz-se, mas não com toda a fidelidade, nas prio-
ridades que, no entender dos professores, deveriam guiar
a cooperação de sua universidade com entidades exter-
nas (gráfico 15). A maior prioridade é concedida a outras
universidades nacionais (mencionadas por 28,6% em pri-
meiro lugar e 9,4% em segundo lugar). Em um segun-
do nível, com posições difíceis de diferenciar, estariam si-
tuadas as universidades estrangeiras (19,8% em primeiro
lugar, 19,1% em segundo lugar), os centros de pesquisa
nacionais (17,1 e 16,7%), as empresas privadas nacionais
(16,4 e 14,1%) e os centros de pesquisa estrangeiros (14,8
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1
8,3 8,2
RESTO
8,3
BRASIL
7,5
GRÁFICO 14.
Professores que
pesquisaram em
cooperação no último
ano: em que medida
a cooperação foi, em
geral, frutífera (média
em uma escala de 0,
nem um pouco, a 10,
muito; de acordo com a
região Universia)
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 151
e 18,3%). Em um terceiro nível estariam as empresas pri-
vadas estrangeiras (1 e 4,2%).
Também solicitamos dos professores entrevistados que
estabelecessem suas prioridades a respeito da área geo-
gráfica de procedência das instituições estrangeiras com
as quais cooperar (gráfico 16). O conjunto dos entrevis-
tados destaca a Europa, com a América do Norte e Amé-
rica Central e do Sul em um segundo nível, e são poucos
os que mencionam a Ásia, a África ou a Oceania. Como se
observa no gráfico 16, a prioridade européia é muito mais
acentuada entre os professores da Península Ibérica.
OUTRAS UNIVERSI-DADES NACIONAIS
OUTROS CENTROS DE PESQUI-SA NACIO-NAIS
0
5
10
15
20
25
30
35
28,6
9,4
16,717,1
UNIVERSI-DADES ESTRAN-GEIRAS
19,119,8
EMPRE-SAS PRIVADAS NACIO-NAIS
14,116,4
CENTROS DE PES-QUISA ESTRAN-GEIROS
18,3
14,8
EMPRESAS PRIVADAS ESTRANGEI-RAS
14,2
NÃO SABE
2,4
SEGUNDO LUGAR
PRIMEIRO LUGAR
GRÁFICO 15.
Professores: se sua
universidade tivesse
de estabelecer
prioridades na hora de
escolher com quem
cooperar em tarefas de
pesquisa ou inovação,
qual dos seguintes
atores deveria ocupar
o primeiro lugar? E o
segundo lugar?
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 152
AMÉR
ICA
DO
NO
RTE
CA C
ENTR
AL E
DO
SU
L
EUR
OPA
ÁSIA
ÁFR
ICA
OC
EAN
IA
AMÉR
ICA
DO
NO
RTE
CA C
ENTR
AL E
DO
SU
L
EUR
OPA
ÁSIA
ÁFR
ICA
OC
EAN
IA
AMÉR
ICA
DO
NO
RTE
CA C
ENTR
AL E
DO
SU
L
EUR
OPA
ÁSIA
ÁFR
ICA
OC
EAN
IA
AMÉR
ICA
DO
NO
RTE
CA C
ENTR
AL E
DO
SU
L
EUR
OPA
ÁSIA
ÁFR
ICA
OC
EAN
IA
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
SEGUNDO LUGAR
PRIMER LUGAR
GRÁFICO 16.
Professores.
Em termos de
prioridades quanto
à área geográfica
das instituições
estrangeiras com
as quais cooperar
em tarefas de
pesquisa e inovação,
qual das seguintes
deveria ocupar o
primeiro lugar? E o
segundo lugar? (De
acordo com a região
Universia)
3. Os futuros pesquisadores universi tários
Nesta seção ocupamo-nos dos futuros pesquisadores pro-
cedentes da universidade, quer dizer, tratamos dos pla-
nos a este respeito de um dos públicos que analisamos, o
dos estudantes. Como se trata de planos é preciso enten-
der as respostas, em boa medida, como uma expressão
não só de intenções, mas também de desejos, pelo que
será preciso adotar certa distância a respeito de algumas
declarações de intenção se não quisermos enganar-nos
a respeito dos planos reais dos estudantes ibero-ameri-
canos.
PLANOS DE OBTER O TÍTULO DE DOUTOR
Essa tarefa de “distanciamento” é obviamente necessária
quanto às intenções que os estudantes dizem ter de obter
o título de doutor em seu curso atual ou em outro (gráfico
17). Até 69,7% afirma tê-lo pensado, e até 7,9% está reali-
zando os estudos de doutorado (4,0%) ou elaborando sua
tese doutoral (3,9%). Essa propensão é ainda maior no
Brasil e na região Resto, e bastante menor na Península
Ibérica. No entanto, mesmo nesta última região a porcen-
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 154
tagem dos que pretendem obter o título de doutor (45,4%)
parece-nos excessiva, haja vista a proporção real de do-
utores entre a população relativamente jovem e que tem
título universitário. Na Espanha, por exemplo, segundo o
Censo de População de 2011, entre os habitantes de 30 a
39 anos com alguma titulação universitária, apenas 2,8%
afirmam ter um doutorado.
PLANOS DE CARREIRA DE PESQUISA
Também convém tomar distância, provavelmente, das in-
tenções anunciadas por nossos entrevistados quanto a
dedicarem-se à pesquisa uma vez finalizados os estudos
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
69,74,03,9
22,5
45,4
3,84,8
46
BRASIL RESTO
18,2
64,111,2
6,5
76,1
1,82,9
19,3
SIM
SIM, JÁ ESTOU CURSANDO O DOUTORADO
SIM, JÁ ESTOU ESCREVENDO MINHA TESE DE DOUTORADO
NÃO
GRÁFICO 17.
Estudantes. Você tem
intenção de obter o
título de doutor em
seu curso atual ou em
outro? (De acordo com
a região Universia)
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 155
universitários [GRÁFICO 18]. Nada menos que 56% dizem ter
pensado dedicar-se à pesquisa: 24,6% na universidade,
8,6% na empresa, e 22,9% em outro tipo de organizações.
Obviamente, o número de pesquisadores em qualquer
país representa uma proporção relativamente baixa (em
qualquer caso, muito aquém desses 56%) dos que con-
tam com um título universitário. Contudo, é interessan-
te deter-se nas preferências relativas, especialmente no
muito que se menciona a universidade e no relativamente
pouco que se menciona a empresa.
Como no caso da intenção de obter o doutorado, as pers-
pectivas parecem mais realistas (no âmbito de um nível de
realismo bastante baixo) na Península Ibérica, pois “só” 33%
pensam dedicar-se à pesquisa.
TOTAL
8,6
11,3
24,632,7
22,9
PENÍNSULA IBÉRICA
10,6
5,3
17,1
44,3
22,8
BRASIL
7,2
9,645,2
25,1
13,0
RESTO
9,6
9,6
19,8
32,8
28,2
SIM, NA UNIVERSIDADE
SIM, NA EMPRESA
SIM, EM OUTRAS ORGANIZAÇOESNÃO
NÃO SABE
GRÁFICO 18.
Estudantes. Ao finalizar
seus estudos, você tem
a intenção de dedicar-
se à pesquisa? (De
acordo com a região
Universia)
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 156
Aos estudantes que imaginavam desenvolver sua carrei-
ra de pesquisador na universidade, perguntamos se essa
universidade seria a sua, outra universidade nacional ou
uma universidade estrangeira, como meio de medir a ten-
dência destes estudantes, por um lado, à endogamia, e, por
outro, a explorar vias longínquas. A verdade é que a propo-
rção maior (27,7%) inclinava-se por sua própria universida-
de, e eram muito menos os que optavam por outra universi-
dade do país (14,1%). É notável que sejam bem mais (25,6%)
os que prefeririam uma carreira de pesquisador universi-
tário no exterior. Não se observam diferenças significativas
de acordo com a região Universia [GRÁFICO 19].
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
37,7
14,125,6
22,6
35,1
9,721,8
33,4
BRASIL RESTO
25,4
34,1
19,920,6
40,6
29,6
18,9
10,9
EM LA PRÓPIA UNIVERSIDADE
EM OUTRA UNIVERSIDADE DE SEU PAÍS
EM UMA UNIVERSIDADE ESTRANGEIRA
NÃO SABE
GRÁFICO 19.
Estudantes que têm
intenção de dedicar-
se à pesquisa na
universidade: onde
pretende desenvolver
majoritariamente
sua carreira como
pesquisador? (De
acordo com a região
Universia)
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 157
As preferências geográficas daqueles que se sentiam
inclinados por uma universidade estrangeira são bem cla-
ras (gráfico 20). Uma maioria de 57% opta por uma uni-
versidade européia, bem longe dos que optam por uma
universidade da América do Norte (16,3%) ou da Améri-
ca Central e do Sul (14%). Também não se observam dife-
renças relevantes por região Universia.
Se no caso das preferências acerca dos objetivos de
gasto em P+D para o próprio país observávamos uma mis-
tura de ambição pouco realista e de realismo (ou pessi-
mismo), neste caso, o dos planos de carreira de pesquisa
dos estudantes, a ambição vem de mãos dadas com uma
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
16,3
14
57,0
4,8 1,70,6 5,5 13,6
12,3
63,2
2,70,7 7,5
14
17,6
54
6,91,65,9
BRASIL RESTO
21,6
7,0
61,6
1,12,2
2,24,3
AMÉRICA DO NORTE
AMÉRICA CENTRAL E DO SUL
EUROPA
ÁSIA
ÁFRICA
OCEANIA
NÃO SABE
GRÁFICO 20.
Estudantes que têm
intenção de dedicar-
se à pesquisa em
uma universidade
estrangeira: em que
área geográfica? (De
acordo com a região
Universia)
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 158
convicção difundida de que esses planos podem dar cer-
to. De fato, até 70% vê muito (24,1%) ou bastante provável
(45,9%) que suas previsões a este respeito sejam cumpri-
das [GRÁFICO 21]. Novamente as expectativas são mais mo-
deradas na Península Ibérica (47,5%).
A PREPARAÇÃO COMO PESQUISADOR
A sensação de que os planos podem ser cumpridos tal-
vez se deva, em parte, a que muitos acreditam contar com
uma preparação suficiente para uma carreira de pesqui-
sador. Devem ser muitos os que pensam assim, haja vista
a avaliação média da medida em que seus estudos univer-
TOTAL
45,9
6,024,1
23,5
0,5
PENÍNSULA IBÉRICA
35
9,8 12,54,5
38,3
BRASIL
48,3
33,113,6
0,44,7
RESTO
46,2
25,3
22,46,1
MUITO PROVÁVELBASTANTE PROVÁVEL
POUCO PROVÁVEL
NEM UM POUCO PROVÁVEL
NÃO SABE
GRÁFICO 21.
Estudantes que têm
intenção de dedicar-se
à pesquisa: percepção
quanto à probabilidade
de que suas previsões
sejam cumpridas (De
acordo com a região
Universia)
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 159
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1
7,1
6,1
RESTO
7,2
BRASIL
7,6
GRÁFICO 22.
Estudantes: avaliação
da medida em
que seus estudos
universitários estariam
proporcionando as
bases suficientes
para ser um bom
pesquisador no futuro
(média em uma escala
de 0, muito pouca, a 10,
muita; de acordo com a
região Universia)
sitários estão proporcionando as bases suficientes para
serem bons pesquisadores no futuro (expressa em uma
escala de 0, muito pouca, a 10, muita) [GRÁFICO 22]. A pon-
tuação média obtida para esta preparação é de 7,1. Não é
excessivamente alta, e de fato, essa pontuação é inferior
à relativa à qualidade do ensino que se obteve na tercei-
ra pesquisa (um 7,9). No entanto, são bastantes (50,4%)
os estudantes que dão à preparação para a pesquisa pon-
tuações altas ou muito altas, entre 8 e 10.
4. A gest ão da pesquisa nas universi dades
Nesta seção tratamos das perspectivas de professores e
PAS acerca da gestão administrativa da pesquisa em suas
universidades. Começamos com o tema da facilidade ou
dificuldade dos trâmites na obtenção de financiamentos,
seguimos com o da existência de escritórios especializa-
dos nestes assuntos, e concluímos com a percepção que
tem um ator central (o PAS) nessa gestão de suas capaci-
dades e do tempo que dedica a essa parte de seu trabalho.
A DIFICULDADE DOS TRÂMITES PARA OBTER FINANCIAMENTO DE PESQUISA
Professores e PAS concordam em destacar a dificuldade
dos trâmites para obter financiamento para a pesquisa,
tanto nacional quanto de origem internacional. Ambos os
públicos mostram um baixíssimo grau de concordância
com a afirmação de que os trâmites administrativos para
obter financiamentos nacionais para projetos de pesqui-
sa são simples, como se observa no gráfico 23. A média
do professorado na escala de 0 (não concordo) ao 10 (con-
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 161
cordo plenamente) é de 2,5, e a do PAS é apenas um pouco
superior, de 3,3. Valores quase idênticos repetem-se para
a concordância manifestada com uma afirmação semel-
hante aplicada aos financiamentos internacionais para a
pesquisa. O grau de concordância de ambos os públicos é
de 2,5 e 3, respectivamente. Tudo isto sinaliza uma mar-
gem de melhoria muito considerável.
ESCRITÓRIOS ESPECIALIZADOS NA GESTÃO DA PESQUISA
A pesquisa permitiu-nos ter uma ideia da medida em que
as universidades ibero-americanas consideram suficien-
temente importante a cooperação na pesquisa, em escala
nacional ou internacional, como para contar com um ór-
gão especializado nela. Por um lado, perguntamos a pro-
fessores e PAS se há em sua universidade um escritório
ou departamento especializado na gestão e avaliação de
projetos de pesquisa com empresas ou da transferência
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
2,5 2,5
3,33,0
OS TRÂMITES ADMINISTRATIVOSPARA OBTER FINANCIAMENTOSINTERNACIONAIS PARA PROJETOSDE PESQUISA SÃO SIMPLES
OS TRÂMITES ADMINISTRATIVOSPARA OBTER FINANCIAMENTOSNACIONAIS PARA PROJETOS DEPESQUISA SÃO SIMPLES PAS
PROFESSORES
GRÁFICO 23.
Professores e PAS.
Grau de concordância
com duas afirmações
a respeito dos trâmites
para a obtenção de
financiamentos para
a pesquisa (média
em uma escala de 0,
não concordo, a 10,
concordo plenamente)
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 162
dos resultados da pesquisa às empresas. Por outro lado,
consultamos se existe um escritório ou departamento es-
pecializado em administrar a internacionalização da ati-
vidade de pesquisa da universidade.
Quanto ao escritório dedicado à cooperação com em-
presas, 50,6% dos professores e 64,3% do PAS afirmam
sua existência, e 20,1% dos primeiros e 16,7% dos segun-
dos revelam ignorá-lo (“não sabem”) [GRÁFICO 24]. Dá a im-
pressão de que este tipo de escritório é mais frequente
nas universidades dos países da Península Ibérica.
Quanto ao escritório especializado na internacionali-
zação da pesquisa, 40,1% dos professores e 50,6% do PAS
afirmaram sua existência (e ignorá-la, 24,4% e 20,5%, res-
pectivamente), o que sugere uma difusão um pouco me-
TOTA
L
PEN
ÍNSU
LA
IBÉR
ICA
PEN
ÍNSU
LA
IBÉR
ICA
BR
ASIL
RES
TO
TOTA
L
BR
ASIL
RES
TO
PROFESSORES PAS
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
NÃO
NÃO SABE
SIM
GRÁFICO 24.
Há em sua universidade
um escritório ou
departamento
especializado na
gestão e avaliação de
projetos de pesquisa
com empresas ou
da transferência dos
resultados da pesquisa
às empresas? (De
acordo com a região
Universia)
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 163
nor desta figura [GRÁFICO 25]. Parece um pouco mais co-
mum na Península Ibérica e no Brasil do que na região
Resto.
A avaliação que ambos os públicos fazem do funciona-
mento desses escritórios ligados à cooperação em pes-
quisa é positiva, mas não excessivamente. Os professores
avaliam sua satisfação com o funcionamento do escritó-
rio focado na cooperação com as empresas com um 6, e
sua satisfação com o do especializado na internacionali-
zação com um 6,1 (ambos os valores expressos na esca-
TOTA
L
PEN
ÍNSU
LA
IBÉR
ICA
PEN
ÍNSU
LA
IBÉR
ICA
BR
ASIL
RES
TO
TOTA
L
BR
ASIL
RES
TO
PROFESSORES PAS
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
100
NÃO
NÃO SABE
SIM
GRÁFICO 25.
Há em sua universidade
um escritório ou
departamento
especializado na gestão
da internacionalização
da atividade de
pesquisa da própria
universidade?
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 164
la de 0, funcionamento nem um pouco satisfatório, a 10,
muito satisfatório) [GRÁFICO 26].
O PAS é mais positivo, talvez porque se sinta mais iden-
tificado com esses escritórios ou, simplesmente, porque
os conhece mais de perto, pontuando sua satisfação com
cada um deles com um 7,1 e um 7,2, respectivamente [GRÁ-
FICO 26].
A DEDICAÇÃO DO PAS À GESTÃO DA PESQUISA UNIVERSITÁRIA E SUA CAPACITAÇÃO PARA ELA
Se acreditarmos no PAS pesquisado, deveremos concluir
que não é menor sua dedicação à gestão da pesquisa. Em
média, eles afirmam dedicar à gestão dos trabalhos de
pesquisa e inovação que os professores de suas univer-
sidades realizam 38,3 de cada 100 horas de seu tempo
de trabalho, um número que quase não varia de acordo
0
1
2
3
4
5
6
7
8
6,0 6,1
7,1 7,2
GESTÃO DA INTERNACIONALIZAÇÃO DA ATIVIDADE DEPESQUISA DA UNIVERSIDADE
GESTÃO E AVALIAÇÃO DE PROJETOS DE PESQUISACOM EMPRESAS OU DA TRANSFERÊNCIA DOSRESULTADOS DA PESQUISA UNIVERSITÁRIA PARA ASEMPRESAS
PAS
PROFESSORES
GRÁFICO 26.
Professores e PAS.
Opinião sobre o
funcionamento
dos escritórios
universitários ligados
à pesquisa (média em
uma escala de 0, nem
um pouco satisfatório,
a 10, muito satisfatório;
só respondem aqueles
que afirmam que há)
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 165
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
20
30
40
50
60
70
80
90
100
10
38,3 35,6
RESTO
40,3
BRASIL
33,1
GRÁFICO 27.
De seu tempo de
trabalho, de cada
100 horas, quantas,
aproximadamente, você
diria que são destinadas
à gestão destas tarefas
de pesquisa e inovação?
(Resposta aberta; de
acordo com a região
Universia)
com a região Universia sede da universidade do entrevis-
tado [GRÁFICO 27], do mesmo modo que quase não variava
segundo esse critério a dedicação à pesquisa do profes-
sorado. O que de fato se observa é uma grande variedade
quanto à proporção do tempo dedicado pelo PAS à pes-
quisa. Por volta de um quarto dedica 70% de seu tem-
po ou mais, enquanto aproximadamente a metade dedica
30% ou menos.
Por outro lado, o PAS avalia positivamente sua capaci-
tação para essas tarefas, apesar de ter a sensação de que
há bastante margem de melhoria. Os entrevistados tive-
ram de mostrar sua concordância (na escala de 0 a 10)
com a seguinte afirmação: “o pessoal de administração
e serviços da minha universidade está suficientemente
preparado para apoiar e administrar os trabalhos de pes-
quisa e inovação realizados pelos professores e pesqui-
sadores da minha universidade”. O grau de concordância
médio foi de 7 em 10, valor que quase não variou de acor-
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 166
do com a região Universia [GRÁFICO 28]. Ou seja, sentem-se
capacitados para este tipo de tarefas, mas reconhecem
que poderiam melhorar significativamente.
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
2
3
4
5
6
7
8
9
10
1
7,0 7,3
RESTO
7,0
BRASIL
6,6
GRÁFICO 28.
PAS. Concordância
com “o pessoal de
administração e
serviços da minha
universidade está
suficientemente
preparado para dar
apoio e gerenciar as
tarefas de pesquisa e
inovação realizadas
pelos professores
e pesquisadores da
minha universidade”
(média em uma
escala de 0, não
concordo, a 10,
concordo plenamente;
de acordo com a
região Universia)
5. De volta ao bin ômio pesquisa-formação
A seguir tratamos dos pontos de vista da comunidade
universitária a propósito da relação, potencialmente fru-
tífera, entre duas das principais funções da universidade:
o ensino (ou docência) e a pesquisa. Mostramos, por um
lado, a percepção dos entrevistados quanto à priorida-
de de cada uma delas em suas universidades. Por outro,
mostramos suas opiniões quanto à existência de uma in-
teração positiva entre ensino e pesquisa.
O ENSINO E A PESQUISA COMO PRIORIDADES DAS UNIVERSIDADES
Como era de se esperar, em média, os três públicos entre-
vistados acham que a prioridade que suas universidades
atribuem ao ensino é maior que a que atribuem à pesqui-
sa. Em uma escala de 0 (prioridade mínima) a 10 (máxi-
ma), eles avaliam a prioridade que suas universidades
atribuem ao ensino com pontuações médias próximas de
8 (7,9 no caso dos estudantes; 8,1 no dos professores; e
8,4 no caso do PAS) [GRÁFICO 29]. Sua avaliação da priorida-
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 168
de concedida à pesquisa é inferior, com um 6,8 de média
no caso de estudantes e PAS, e um valor mais baixo, de 6,
no caso dos professores.
A INTERAÇÃO ENTRE O ENSINO E A PESQUISA
Na terceira pesquisa (“universidades formadoras”) abor-
damos a interação entre ensino e pesquisa na escala da
universidade. Os entrevistados deviam mostrar seu grau
de concordância com a frase: “uma universidade pode
proporcionar uma formação muito boa sem a necessida-
de de dedicar uma quantidade significativa de recursos à
pesquisa”. O nível de concordância obtido foi baixo, entre
3 e 4 de 10 a depender do público pesquisado, o que im-
plicava que a opinião majoritária refletia uma atitude fa-
vorável à combinação entre pesquisa e ensino, ainda que
minorias apreciáveis poderiam conformar-se com estu-
dos universitários centrados no ensino e com pouca pes-
quisa.
ENSINO PESQUISA
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9 8,47,9 8,1
6,06,8
6,8
10
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 29.
Prioridade que tem
o ensino/a pesquisa
na universidade do
entrevistado (média
em uma escala de 0,
mínima, a 10, máxima)
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 169
Nesta ocasião, colocamos a questão na escala do pro-
fessor individual. Os três públicos mostraram seu grau
de concordância (de novo em uma escala de 0 a 10) com
a afirmação “é possível ser bom professor sem ser bom
pesquisador”. Como resultado, obtivemos uma opinião,
para dizê-lo de algum modo, indecisa nos três públicos,
como refletem as médias respectivas de 5,4 (estudantes),
5,3 (professores) e 5,4 (PAS). Na verdade, essas médias
significam que os que concordam (pontuações de 6 a 10)
com a ideia e os que não concordam (pontuações de 0 a 4)
representam proporções amplas e de tamanho bastante
similar, em um equilíbrio com uma levíssima inclinação
para a concordância. Por exemplo, no caso dos profes-
sores, a discordância (ou seja, a posição de que não está
claro que se possa ser bom professor sem ser bom pes-
quisador) atinge 39,3%, enquanto a concordância chega a
49%. Proporções similares ocorrem nos outros dois pú-
blicos.
Esta indecisão não é obstáculo para que professores e
estudantes reconheçam majoritariamente que a docência
pode beneficiar-se da pesquisa. Ambos os públicos mos-
tram níveis muito altos de concordância com o enunciado
“a atividade docente de um professor universitário bene-
ficia-se muito com as pesquisas que ele realiza”. A média
para os estudantes é de 8,6, e a dos professores é de 8,9
[GRÁFICO 30].
Finalmente, a interação entre ensino e pesquisa tam-
bém parece frutífera quando o sentido da influência vai do
primeiro à segunda, pelo menos aos olhos do professo-
rado. Sua concordância é bastante ampla (média de 8em
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 170
10) com a afirmação “o confronto de ideias com os alunos
em aula pode ser muito útil para as pesquisas realizadas
pelos professores universitários”. Trata-se, de qualquer
modo, de um grau de concordância que admite certa va-
riação a depender do campo de estudo do professor, de
um mínimo de 7,2 para os professores em cursos de ciên-
cias naturais até um máximo de 8,6 para os que dão aulas
em cursos de humanas.
É POSSÍVEL SER UM BOM PROFESSORSEM SER UM BOM PESQUISADOR
A ATIVIDADE DOCENTE DE UM PROFESSORUNIVERSITÁRIO BENEFICIA-SE MUITO DASPESQUISAS QUE ELE REALIZA
O CONFRONTO DE IDEIAS COM OS ALUNOSEM AULA PODE SER MUITO ÚTIL PARA ASPESQUISAS REALIZADAS PELOSPROFESSORES UNIVERSITÁRIOS
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
5,4 5,45,3
8,98,6
8,0
10
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 30.
Grau de concordância
com afirmações
relativas à relação
entre ensino e pesquisa
(média em uma escala
de 0, não concordo,
a 10, concordo
plenamente)
6. Políticas de melhoria da capaci dade de in ovação das universi dades
Esta seção cobre as opiniões dos três públicos pesquisa-
dos sobre uma variedade de políticas de melhoria da ca-
pacidade de inovação das universidades. Começa exami-
nando as opiniões do professorado quanto ao papel dos
incentivos econômicos em sua dedicação à pesquisa. Se-
gue analisando uma ampla coleção de medidas ligadas à
melhoria da qualidade da pesquisa universitária. Conti-
nua estudando a avaliação de várias propostas orientadas
a melhorar a capacidade de inovação das universidades. A
seguir, aborda o papel da universidade na configuração de
uma cultura empreendedora. Conclui reunindo os pontos
de vista dos três públicos quanto ao papel que podem de-
sempenhar as redes Universia e Innoversia no âmbito da
inovação protagonizada pelas universidades ibero-ameri-
canas.
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 172
PESQUISA E INCENTIVOS AOS PROFESSORES
Pedimos os professores que expressassem seu grau de
concordância com três afirmações gerais relativas aos in-
centivos à pesquisa.
A primeira diz respeito à dimensão que alcançou este
fenômeno nos últimos tempos. Tratava-se de mostrar o
grau de concordância com a frase “os incentivos à pesqui-
sa universitária melhoraram nos últimos dez anos” (su-
bentende-se que se trata da situação no país do entrevis-
tado). Em média, os professores não se mostram nem de
acordo nem em desacordo com a afirmação, pois a mé-
dia que se obtém é de 4,7 na escala de 0 (não concordo)
a 10 (concordo plenamente), com porcentagens de con-
cordância (6 a 10) e discordância (0 a 4) muito parecidas
(43,6 e 39,4%, respectivamente) [GRÁFICO 31]. O mais pro-
vável é que essas opiniões reflitam as situações locais,
OS INCENTIVOS À PESQUISAUNIVERSITÁRIA MELHORARAM NOS ÚLTIMOSDEZ ANOS
UMA PARTE CONSIDERÁVEL DAREMUNERAÇÃO DO PROFESSORUNIVERSITÁRIO DEVE DEPENDER DAPESQUISA QUE ELE REALIZA
OS INCENTIVOS À PRODUÇÃO DE ARTIGOSCIENTÍFICOS ACABAM GERANDO MUITAPRODUÇÃO CIENTÍFICA DE QUALIDADEINSUFICIENTE
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
6,5
4,7 4,4
3,1
5,45,75,9
4,9
6,2
7,4
5,76,1
10
PENÍNSULA IBÉRICATOTAL
BRASIL
RESTO
GRÁFICO 31.
Professores. Grau de
concordância com
afirmações relativas
aos Incentivos à
Pesquisa que os
professores podem
receber (média em
uma escala de 0,
não concordo, a 10,
concordo plenamente;
de acordo com a região
Universia)
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 173
que podem chegar a ser bastante diferentes. Algo assim
sugerem as notáveis diferenças nas médias dependendo
da região Universia do entrevistado. A opinião é bastan-
te mais negativa na Península Ibérica (3,1 em 10) que no
Brasil (6,5), com a região Resto em uma posição interme-
diária (4,4).
A segunda afirmação aborda uma variante de um cri-
tério de remuneração do professorado cada vez mais fre-
quente em universidades de todo o mundo. Referimo-nos
a que suas remunerações dependam, em alguma medi-
da, das pesquisas que o professorado realiza. Nossa for-
mulação deixa claro que não se trata meramente de que
uma parte da remuneração esteja ligada à pesquisa, mas
que deve ser uma parte considerável. O fato é que os pes-
quisados mostram-se pouco favoráveis a esta proposta,
pois sua concordância média quase não chega a 6 de 10
(fica em 5,7), o que representa a existência de uma mino-
ria significativa (30,4%) que discordada ideia.
A terceira afirmação faz referência a uma das conse-
quências não desejadas do incentivo à pesquisa, a de uma
produção excessiva de artigos científicos e, portanto, a de
uma abundante produção científica de qualidade insufi-
ciente. Em média, o professorado tende a concordar mo-
deradamente com a opinião (pontuação de 6,1 em 10), o
que sinalizaria a existência de amplas porcentagens cons-
cientes desta problemática, mas também de porcentagens
minoritárias, mas significativas, que a negam.
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 174
MEDIDAS PARA MELHORAR A QUALIDADE DA PESQUISA
UNIVERSITÁRIA
Na quarta pesquisa propusemos um total de 11 medidas
orientadas a conseguir melhoras significativas na quali-
dade da pesquisa das universidades do país dos entrevis-
tados. Para elaborá-las inspiramo-nos na discussão aca-
dêmica sobre estes temas, mas também na Declaração
de Guadalajara. A seguir observamos a utilidade que nos-
sos entrevistados atribuem a essas medidas, diferencian-
do dois tipos de medidas, as que dizem respeito apenas
ao que acontece dentro do mundo universitário e as rela-
tivas à cooperação entre as universidades e outros atores
dos sistemas de inovação.
Medidas relativas à capacidade de pesquisa
das universidades
Para começar, e como era de se esperar dadas as caracte-
rísticas dos públicos pesquisados, eles reconhecem uma
utilidade muito alta a uma maior dotação de recursos pú-
blicos para a pesquisa universitária. As pontuações mé-
dias aproximam-se de 9 na escala de 0 (nenhuma utilida-
de) a 10 (muita utilidade) [GRÁFICO 32].
Os professores pesquisados mostram-se aparente-
mente muito partidários de que seus pares sejam decisi-
vos na atribuição de recursos à pesquisa, pois concedem
uma utilidade média de 8,1 a uma medida segundo a qual
o financiamento público dos projetos de pesquisa depen-
da mais de alguma modalidade de peer review.
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 175
QUE AS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS DESTINEM MAIS RECURSOS A FINANCIAR APESQUISA UNIVERSITÁRIA
UMA MUDANÇA NA REMUNERAÇÃO DOS PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS QUE A TORNE MAIS DEPENDENTE DA QUANTIDADE E DA QUALIDADE DA PESQUISA QUEREALIZAM
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9 8,88,99,0
8,1
7,37,47,2
INCENTIVOS ECONÔMICOS À COOPERAÇÃO ENTRE PESQUI-SADORES DEUNIVERSIDADES COM PESQUISA-DORES DE UNIVERSIDADES ESTRANGEIRAS
INCENTIVOS ECONÔMICOS À COOPERAÇÃO ENTRE PESQUI-SADORES DE DIFERENTESUNIVERSIDADES DO PAÍS
8,38,48,58,1 8,1
8,3
LIBERAR NA MEDIDA DO POSSÍVEL OS PROFESSORES DAS TAREFASADMINISTRATIVAS LIGADAS À PESQUISA
8,47,7
7,4
PROGRAMAS DE FORMAÇÃO DE PESSOAL ADMINISTRA-TIVO E DE SERVIÇOS EMTAREFAS DE APOIO À PESQUISA
8,48,8
8,1
10
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 32.
Utilidade de diferentes
medidas para obter
melhoras significativas
na qualidade da
pesquisa realizada pelas
universidades do país
do entrevistado (média
em uma escala de 0,
nenhuma, a 10, muita) (I)
No entanto, não vêem tanta utilidade em que a remu-
neração dos professores universitários torne-se mais de-
pendente da quantidade e da qualidade de suas pesqui-
sas, apesar de que a opinião média continua sendo positiva
(7,3). A qual é, por outro lado, muito similar à que man-
têm estudantes (7,2) e PAS (7,4), ainda que não se trate de
grupos afetados por essa hipotética mudança.
A aplicação de fundos (subentende-se que de caráter
público) como incentivos à cooperação com outros pes-
quisadores universitários, sejam nacionais, sejam situa-
dos em universidades estrangeiras, também é percebida
como de grande utilidade, pois recebe médias superiores
a 8 por parte dos três públicos analisados.
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 176
Por último, consideramos duas medidas que não impli-
cam de maneira evidente a dotação de fundos, mas, antes,
mudanças na organização ou melhoras na capacitação dos
que se encarregam da gestão da pesquisa. Por um lado,
propusemos a medida de liberar, tanto quanto possível, os
pesquisadores das tarefas administrativas ligadas à pes-
quisa. Os estudantes avaliaram a utilidade desta medida
com um 7,4. O PAS com um 7,7, apesar de que esta medi-
da implicaria, logicamente, uma maior carga de trabalho
para essa conclusão. Os professores, como era de se es-
perar, concederam-lhe uma utilidade maior, de 8,4.
Por outro lado, perguntamos pela utilidade de progra-
mas de formação do PAS em tarefas de apoio à pesqui-
sa, medida que foi claramente bem recebida pelos três
públicos, especialmente no seio do próprio PAS, que, em
média, lhe concedeu uma utilidade de 8,8. Isso encaixaria
com a necessidade (implícita) de melhorar sua capacita-
ção para estas questões, a que fizemos referência mais
acima.
Medidas relativas à cooperação com empresas privadas
e outros atores dos sistemas de inovação
Todas as medidas relativas a intensificar as relações das
universidades com seu meio econômico e institucional
recebem pontuações altas ou muito altas no que diz res-
peito à sua utilidade para melhorar a qualidade da pes-
quisa [GRÁFICO 33].
A dotação de recursos públicos para financiar pro-
gramas de transferência de conhecimento por parte das
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 177
QUE AS ADMINISTRAÇÕES PÚBLICAS DESTINEM MAIS RECURSOS A FINANCIARPROGRAMAS DE TRANSFERÊNCIA DE CONHECIMENTOS DAS UNIVERSIDADES ÀSEMPRESAS
MEDIDAS PARA ESTIMULAR A FORMAÇÃO DE CLUSTERS OU ESPAÇOS DE INOVAÇÃOINTENSIVA, DOS QUAIS PARTICIPEM EMPRESAS, ADMINISTRAÇÕES E INSTITUIÇÕESDE PESQUISA
INCENTIVOS ECONÔ-MICOS À COOPERAÇÃO ENTRE PESQUISADO-RES DEUNIVERSIDADES DO PAÍS E EMPRESAS PRIVADAS
8,58,28,3
7,98,18,08,6
8,88,7
PROMOVER QUE AS UNIVERSIDADES REGISTREM PATENTES PRÓPRIAS E POSSAMEXPLORÁ-LAS COMERCIALMENTE
8,88,4 8,4
0
1
2
4
6
8
3
5
7
9
10
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 33.
Utilidade de diferentes
medidas para obter
melhoras significativas
na qualidade da
pesquisa realizada pelas
universidades do país
do entrevistado (média
em uma escala de 0,
nenhuma, a 10, muita)
(II)
universidades às empresas recebe pontuações de 8,2 ou
superiores, a depender de que público se trate. Os incen-
tivos econômicos (subentende-se que de caráter público)
para a cooperação entre as universidades nacionais e as
empresas privadas recebem pontuações médias por vol-
ta de 8. Promover que as universidades registrem paten-
tes próprias e possam explorá-las comercialmente rece-
be pontuações de 8,4 ou superiores.
As pontuações mais altas (com um mínimo de 8,6 nos
professores e um máximo do 8,8 no PAS) são dadas às
medidas para incentivar a formação de clusters, ou seja,
espaços de inovação intensiva de que participam empre-
sas, administrações e instituições de pesquisa.
Em conjunto observa-se uma ampla disposição nos
três públicos consultados a favor de explorar uma varie-
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 178
dade de vias de melhora da qualidade da pesquisa, ainda
que seja preciso reconhecer que quase nenhuma delas
faz recaírem os custos nas costas desses públicos.
RECOMENDAÇÕES DESTINADAS A MELHORAR A INOVAÇÃO UNIVERSITÁRIA
Em uma linha semelhante, observamos uma ampla apro-
vação de várias propostas destinadas a que as universi-
dades ibero-americanas façam uma contribuição signi-
ficativa à geração de conhecimento e à sua aplicação na
sociedade. Estas propostas procedem quase diretamente
da Declaração de Guadalajara. Na pesquisa solicitamos
aos três públicos que avaliassem a utilidade de cada uma
delas para o fim supracitado. Os resultados desta avalia-
ção estão reunidos no gráfico 34.
PROPICIAR INICIATIVAS DE MOBILIDADE DE DOCENTES E DE INCORPORAÇÃO DEPESQUISADORES NA EMPRESA
DISPOR DE UM FUNDO DE RECURSOS PARA O APOIO À COOPERAÇÃO CIENTÍFICAATRAVÉS DE REDES DE PESQUISA ENTRE UNIVERSIDADES IBERO-AMERICANAS
9,08,88,7
9,19,0 9,08,99,08,7
PROMOVER PLANOS DE DOTAÇÃO E MELHORIA DE RECURSOS BIBLIOGRÁFICOS, DE INFRAESTRUTURA E EQUIPAMENTOS CIENTÍFICOS EGRANDES INSTALAÇÕES QUE,CHEGADO O CASO, POSSAM SER COMPARTILHADOS
8,78,9 9,0
0
1
2
4
6
8
3
5
7
9
10
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 34.
Opinião sobre
várias propostas
destinadas a que as
universidades ibero-
americanas contribuam
significativamente
para a geração de
conhecimento e sua
aplicação na sociedade
(média em uma escala
de 0, nem um pouco
necessária, a 10, muito
necessá
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 179
As propostas são as seguintes. Em primeiro lugar, tra-
tar-se-ia de disponibilizar fundos para desenvolver incu-
badoras universitárias e iniciativas de spin-offs, capital de
risco e empreendimento. Em segundo lugar, tratar-se-ia
de favorecer iniciativas de mobilidade de doutores e de
incorporação de pesquisadores à empresa. Em terceiro
lugar, propõe-se dispor de uma bolsa de recursos para
apoiar a cooperação científica por meio de redes de pes-
quisa entre universidades ibero-americanas. Por último,
propõe-se promover planos de dotação e melhoria de re-
cursos bibliográficos, de infraestruturas e equipamentos
científicos e grandes instalações, que podem chegar a ser
compartilhados.
Todas estas propostas recebem pontuações que se
aproximam muito de 9 em uma escala de 0 (medida nem
um pouco necessária) a 10 (medida muito necessária).
Novamente, mesmo reconhecendo que não é colocada
a questão de quem arca com os custos dessas medidas,
observa-se uma disposição geral para experimentar mu-
danças institucionais dirigidas à melhoria da capacidade
de inovação das universidades ibero-americanas.
A IMPORTÂNCIA DA CULTURA EMPREENDEDORA
Um elemento cada vez mais reconhecido na capacidade
de inovação dos diferentes países é em que medida con-
ta com certos traços culturais propícios. Um deles é, pro-
vavelmente, o que poderíamos chamar de “cultura em-
preendedora”, que, tal como a definimos na pesquisa,
poderia ser entendida como uma maior disposição para
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 180
assumir riscos por conta própria, para aproveitar opor-
tunidades ou para mudar e explorar novas vias profissio-
nais. A socialização nos valores e comportamentos afins
com uma cultura empreendedora é um processo no qual
certamente intervêm muitas instâncias sociais, incluindo
as famílias e o sistema escolar, entre outras. Neste sen-
tido, cada vez são mais escutadas propostas para tentar
transmitir essa cultura empreendedora no ensino médio
e na universidade.
Dadas as limitações de tempo e espaço, quisemos tra-
tar esta última questão com duas perguntas que propor-
cionassem uma informação suficientemente significati-
va a respeito. Por um lado, quisemos estar certos de que
a comunidade universitária ibero-americana confiava, de
fato, em que uma instituição como a universidade possa
contribuir para formar indivíduos dotados com estes tra-
ços culturais. Por outro, quisemos saber a importância
que os três públicos davam a esta possível finalidade da
universidade.
Quanto ao nosso primeiro objetivo, partindo de uma
definição da cultura empreendedora como a referida an-
teriormente, pedimos aos pesquisados que optassem por
dois entendimentos opostos de como são transmitidos,
no fundo, esses traços culturais e da possível contribui-
ção da universidade. Eles deviam optar entre uma afir-
mação em que se destacava a possível contribuição sig-
nificativa da universidade (“com programas adequados
e professores preparados, a universidade pode transfor-
mar significativamente a cultura empreendedora trazida
pelos novos estudantes”) e outra que enfatizava o cará-
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 181
ter complexo da socialização nesse tipo de cultura e, por-
tanto, relegava a universidade a um papel secundário (“a
cultura empreendedora que os graduados universitários
acabam tendo depende, sobretudo, de fatores alheios à
universidade, pelo qual a influência desta é menor”). Pro-
curamos redigir ambas as opções da maneira mais equi-
librada possível, para não desviar as respostas.
Os resultados falam por si sós [GRÁFICO 35]. Porcenta-
gens altíssimas dos três públicos (com um mínimo de
81,1% entre os estudantes e um máximo de 89,2% no
PAS) mostram-se confiantes no potencial transformador
da universidade, e são poucos os que acreditam que seu
papel é menor na formação da cultura empreendedora
dos universitários.
Quanto ao nosso segundo objetivo, os resultados são
também muito claros. Convidados a avaliar a importân-
cia que deveriam atribuir suas universidades ao estímulo
de uma cultura empreendedora entre os estudantes em
ESTUDANTES PROFESSORES PAS
0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
4,5
81,1
14,48,7
2,1
89,2
13,0
4,7
82,4
00
A CULTURA EMPREENDEDORA QUE OS GRADUADOS UNIVERSITÁRIOS ACABAM TENDO DEPENDE, SOBRETUDO, DE FATORES ALHEIOS ÀUNIVERSIDADE, PELO QUAL A INFLUÊNCIA DESTA É MENOR
COM PROGRAMAS ADEQUADOS E PROFESSORES PREPARADOS, A UNIVERSIDADE PODE TRANSFORMAR SIGNIFICATIVAMENTE A CULTURAEMPREENDEDORA TRAZIDA PELOS NOVOS ESTUDANTES
NÃO SABE
GRÁFICO 35.
Entendendo-se por
cultura empreendedora
uma maior disposição
para assumir riscos
por conta própria,
para aproveitar
oportunidades ou para
mudar e explorar novos
caminhos profissionais,
com qual das duas
opções seguintes você
concorda mais?
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 182
uma escala de 0 (importância mínima) a 10 (máxima), as
avaliações médias aproximam-se muito de 9 [GRÁFICO 36].
Não observamos este fim no âmbito de outras finalida-
des, pelo qual não podemos saber que lugar ele ocupa, de
fato, na escala de prioridades dos membros das universi-
dades ibero-americanas. No entanto, uma pontuação tão
alta sugere uma disposição aberta a considerar esta te-
mática como própria das tarefas de suas instituições.
POSSÍVEIS PAPÉIS DA UNIVERSIA E DA INNOVERSIA
Por último, sondamos a percepção dos pesquisados quan-
to ao potencial de contribuição para uma melhoria das ca-
pacidades de pesquisa e inovação das universidades ibe-
ro-americanas, não de medidas hipotéticas, mas de duas
redes que já estão em funcionamento há anos. Referimo-
nos à Universia e à Innoversia, que cumprem finalidades
bastante diferentes.
Antes, aproveitamos esta quarta pesquisa para medir
o grau de conhecimento que os três públicos pesquisados
têm a respeito de ambas as redes. Isto proporciona uma
informação interessante por si só e, diante da avaliação
do potencial de ambas as redes, permite-nos concentrar
as perguntas nos pesquisados que afirmam ter certo ní-
vel de conhecimento.
Na escala de 0 (nenhum conhecimento) a 10 (muito),
as médias obtidas para o conhecimento da rede Univer-
sia situam-se abaixo de 5 no caso dos estudantes (4,4) e
dos professores (4,6), mas acima desse ponto médio no
caso do PAS (5,7) [GRÁFICO 37]. Como era de se esperar, o ní-0
1
2
3
4
5
6
7
8
99,0
8,88,6
10
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 36.
Importância que
a universidade do
entrevistado deveria
dar ao estímulo de uma
cultura empreendedora
entre os estudantes
(média na escala de 0,
mínima, a 10, máxima)
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 183
vel médio de conhecimento da Innoversia, uma rede mui-
to mais especializada, é inferior, como revelam as médias
de 2,4 no público estudantil, de 2,9 no de professores e de
3,2 no do PAS.
Para obter uma avaliação mais confiável da sensação
que esses três públicos têm a respeito do potencial de
ambas as redes de contribuir para a melhoria das capaci-
dades de pesquisa das universidades ibero-americanas,
colocam os as respectivas perguntas apenas para os pes-
quisados que tivessem declarado ter um conhecimento
entre 5 e 10 da escala. Os resultados são bastante pro-
missores.
Quanto à rede Universia, a imensa maioria desses pes-
quisados acha que seus portais podem chegar a ser um
instrumento relevante para obter e trocar informação so-
bre a inovação e a transferência de conhecimentos reali-
zadas pelas universidades. É como pensa 86,9% dos estu-
dantes, 87,9% dos professores e 87,1% do PAS [GRÁFICO 38].
UNIVERSIA INNOVERSIA
0
2
3
1
4
5
6
7
9
8
5,7
4,44,6
2,93,2
2,4
10
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 37.
Nível de conhecimento
acerca das redes
Universia e Innoversia
(média em uma escala
de 0, nenhum, a 10,
muito)
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 184
As porcentagens que representam os que têm a opinião
contrária são ínfimas.
Em relação à rede Innoversia, pedimos aos que decla-
ravam conhecê-la suficientemente uma avaliação de seu
funcionamento atual, isto é, da utilidade que tem para co-
locar empresas com necessidades de pesquisa em con-
tato com os pesquisadores que podem satisfazê-las. Eles
deviam avaliá-la utilizando uma escala de 0 (nenhuma
ESTUDANTES PROFESSORES PAS0
10
20
30
40
50
60
70
80
90
10
86,9
3,19,5
87,1
3,3 3,38,9
87,9
100
NÃOSIM
NÃO SABE
GRÁFICO 38.
Conhecem a rede
Universia (pontuações
5 a 10): Você acha que
os portais da Universia
podem chegar a ser
uma ferramenta
importante para obter
e trocar informações
sobre a inovação
e a transferência
de conhecimentos
realizadas pelas
universidades?
#4 UNIVERSIDADES CRIATIVAS E INOVADORAS 185
ESTUDIANTES PROFESORES PAS
0
1
2
3
4
5
6
7
8
9
7,77,4
7,2
10 GRÁFICO 39.
Conhecem a rede
Innoversia (pontuações
de 5 a 10): utilidade
atual da Innoversia
para colocar empresas
com necessidades de
pesquisa em contato
com os pesquisadores
que podem satisfazê-las
(média em uma escala
de 0, nem um pouco útil,
a 10, muito útil)
utilidade) a 10 (muita utilidade). A avaliação resultante é
claramente positiva, com médias superiores a 7 nos três
públicos [GRÁFICO 39].
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 186
Univer-si dades efici en-tes
# Pesquisa 5
Introduçao
A quinta das cinco sondagens de que consta a consulta
à comunidade universitária preparatória do III Encontro
de Reitores Universia foi realizada online entre os dias 3
de maio e 1º de junho de 2014. Conforme indicado mais
detalhadamente na ficha técnica, obtivemos 8.476 ques-
tionários válidos de estudantes, 4.863 de professores e
1.916 do pessoal de administração e serviços (PAS) de
universidades ibero-americanas majoritariamente per-
tencentes à Universia.1 O que representa, de novo, um al-
cance muito notável, mas com bastantes desequilíbrios
por áreas geográficas. Os dados que analisamos a seguir
não refletem este desequilíbrio, pois se encontram pon-
derados de acordo com o peso que tem o alunado univer-
sitário de cada país no conjunto.2
A quinta sondagem foi focada no tema denominado
“universidades eficientes”, isto é, ocupou-se de vários dos
aspectos relativos ao funcionamento das universidades
1. Para interpretar
adequadamente os
gráficos e as menções
às diferenças regionais,
veja-se o Relatorio
técnico e trabalho de
campo, em que são
descritos os critérios
de agrupamento das
“”Regiões Rio 2014” ou
“Regiões Universia”.
2. Levando-se em
consideração que só
conseguimos obter
dados suficientemente
confiáveis do
número de alunos,
também ponderamos
os resultados
correspondentes a
professores e PAS com
os dados de alunos,
uma prática, por outro
lado, relativamente
comum em estudos
internacionais.
8.476 ESTUDANTES
Questionários validos
4.863 PROFESSORES
1.916 PAS
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 188
como organizações, ou seja, a como elas administram os
recursos de que dispõem e a como são dotadas de estru-
turas de governança que regulam essa gestão e às re-
lações entre os diferentes membros que as compõem.
Consideramos as perspectivas dos membros da comuni-
dade universitária ibero-americana quanto aos recursos
econômicos e humanos (professorado) de que dispõem
suas universidades, quanto à maior ou menor autonomia
com a qual os administram (e quanto à prestação de con-
tas de que deve vir acompanhada esta autonomia), quan-
to ao modo de governança das universidades, e quanto à
qualidade da gestão administrativa.
A seguir apresentamos os resultados da sondagem,
distinguindo, como nos relatórios parciais anteriores, os
correspondentes aos três públicos analisados (estudan-
tes, Pessoal Docente e de Pesquisa (PDP) e PAS), bem
como, quando for o caso, as variações de interesse rela-
cionadas à área geográfica à qual pertencem os mencio-
nados públicos (Península Ibérica, Brasil, México e Resto
da Ibero-América).
Em primeiro lugar, apresentamos os pontos de vis-
ta dos três públicos quanto aos recursos financeiros de
que as universidades dispõem, isto é, quanto à sua su-
ficiência, quanto à conveniência de aumentar as contri-
buições procedentes de umas fontes ou de outras, bem
como quanto aos critérios que devem orientar a distri-
buição de recursos públicos entre estes ou aqueles cen-
tros universitários.
Em segundo lugar, ocupamo-nos do recurso humano
principal das universidades, o professorado, mostran-
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 189
do como o público percebe a autonomia com que devem
operar as mencionadas instituições ao contratá-lo e a
adequação dos mecanismos de contratação para efetuar
uma seleção eficaz do professorado. A propósito do pro-
fessorado apresentamos também uma informação inte-
ressante quanto ao grau de endogamia (ou, visto de outro
modo, de exogamia) real em seu recrutamento, bem como
quanto à opinião da comunidade universitária a respeito
da conveniência de uma contratação, para dizê-lo de al-
gum modo, exogâmica.
Em terceiro lugar, consideramos a questão da auto-
nomia universitária na manipulação de seus recursos,
tanto do ponto de vista de sua quantidade, aos olhos dos
entrevistados, quanto de seu elemento correlativo lógico,
o da prestação de contas frente a grupos externos à uni-
versidade. Nesta última questão prestamos uma atenção
especial no papel das agências de avaliação.
Em quarto lugar, analisamos as percepções dos três
públicos quanto à governança das universidades, espe-
cialmente a respeito das modalidades de eleição ou no-
meação de reitores ou presidentes, mas também da ade-
quação do modo de governança das universidades dos
entrevistados.
Em quinto lugar, prestamos uma atenção bastante
detalhada nas perspectivas desses três públicos quan-
to à gestão de suas universidades, pois solicitamos de-
les uma avaliação de sua eficácia (também comparan-
do centros públicos e privados), uma estimativa do grau
de profissionalização necessário nos diferentes níveis da
hierarquia organizacional, e seus pontos de vista a res-
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 190
peito da preparação dos professores para realizar tare-
fas de gestão.
Em sexto lugar, estudamos as opiniões dos entrevista-
dos quanto a várias medidas propostas na Declaração de
Guadalajara e que estão dirigidas a melhorar a eficiên-
cia das universidades ibero-americanas.
1. Os recursos fin anceir os
Começamos a análise das perspectivas da comunidade
ibero-americana quanto à eficiência de suas universida-
des colocando-nos algumas questões básicas a respeito
dos recursos financeiros que elas administram.
LA EDUCAÇÃO UNIVERSITÁRIA COMO BEM PÚBLICO
OU PRIVADO
Uma das questões fundamentais é o entendimento que
se tem da educação universitária como um bem privado
ou como um bem público, ou como um bem que mistura
ambas as dimensões. Enquanto bem privado, esta edu-
cação proporciona, como regra geral, um prêmio salarial
aos que desfrutam dela, permite-lhes terem acesso a
empregos mais seguros, facilita-lhes o acesso a um sta-
tus social superior, entre outras vantagens particulares.
Enquanto bem público, por exemplo, contar com um nú-
mero sufi ciente de formados em nível superior nos cur-
sos adequados, melhora a capacidade de inovação de um
país e, portanto, melhora seu potencial de crescimento
econômico, do qual terminam benefi ciando-se todos ou a
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 192
grande maioria dos cidadãos. O tipo de fi nanciamento da
educação universitária, em lógica econômica (e, prova-
velmente, em termos de justiça distributiva), deveria de-
pender, em princípio, de em que medida seja considerada
um bem público ou um bem privado. Caso se considere
tratar-se, sobretudo, de um bem privado, o estudante (e
sua família) deveria arcar com a maior parte dos custos
de sua formação universitária, salvo que, por razões de
igualdade de oportunidades, a coletividade, através de
suas instituições públicas, decidisse fi nanciar, de algum
modo, os custos daqueles que não os podem enfrentar
por si próprios. Caso se considere que se trata, sobretu-
do, de um bem público, seria esperável que a coletivida-
de arcasse com a maior parte dos custos, independente-
mente do poder aquisitivo dos estudantes e suas famílias.
Na sondagem obtivemos uma primeira informação a
respeito de como os três públicos (estudantes, professores
e PAS) veem os pesos relativos da educação universitária
como bem público e como bem privado. Após explicar na
pergunta que o ensino superior pode ter um retorno pri-
vado e/ou um retorno público ou social, perguntamos se o
que se investia na formação de um estudante universitário
no país do pesquisado tinha um retorno público (claramen-
te ou um pouco) superior, similar ou (claramente ou um
pouco) inferior ao privado. Os resultados estão reunidos no
gráfi co 1. Nele verifi ca-se que não há uma opinião domi-
nante em nenhum dos três públicos, os quais, por outro
lado, têm opiniões médias muito parecidas. Focando, como
exemplo das três, no que o professorado acha verifi camos
que 35,8% acredita que o retorno público da educação uni-
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 193
versitária é superior ao privado, 37,3% acha que é inferior,
e 18,8% acredita que ambos os retornos sejam similares.
Ou seja, encontramos uma ampla diversidade de opiniões,
o que representa um interessante potencial de debate a
respeito dos fundamentos fi nais do fi nanciamento univer-
sitário.
Esse potencial de debate não parece o mesmo em todas
as regiões Universia que analisamos. Continuando com o
caso dos professores (que é representativo dos três públi-
cos), é possível verifi car com clareza que o convencimento
de que o ensino superior tem, sobretudo, uma dimensão
de bem privado está bastante mais difundido no Brasil. É
o que se deduz dos 52% que acham que o retorno público
é um pouco ou claramente menor que o privado, frente a
aproximadamente 23,3% que acham o contrário [GRÁFICO 2].
ESTUDANTES
19,3
13,9
19,216,6
20,7
10,2
PROFESSORES
22,6
13,2
18,817,1
20,2
8,1
PAS
20,2
14,2
17,716,4
21,4
10,2
TEM UM RETORNO PÚBLICO CLARAMENTE MAIOR QUEO PRIVADO
TEM UM RETORNO PÚBLICO UM POUCO MAIOR QUE OPRIVADO
TEM UM RETORNO PÚBLICO SEMELHANTE AO PRIVADO
TEM UM RETORNO PÚBLICO UM POUCO MENOR QUEO PRIVADO
TEM UM RETORNO PÚBLICO CLARAMENTE MENOR QUEO PRIVADO
NÃO SABE
GRÁFICO 1.
Como você sabe, a educação universitária tem um retorno privado ou
pessoal que repercute individualmente em cada estudante (salários
mais altos, melhores empregos etc.) e um retorno público ou social, que
repercute na sociedade como um todo (mais inovação, maior crescimento
econômico etc.). Como regra geral, o que se investe na formação de um
estudante em seu país... (porcentagens)
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 194
Nas outras regiões, ambas as opiniões estão muito mais
equilibradas, e na Península Ibérica há, inclusive, certo
predomínio das opiniões que destacam a dimensão de bem
público.
TOTAL
22,6
13,2
18,817,1
20,2
8,1
PENÍNSULA IBÉRICA
28,2
13,9
20,7
13,1
12,3
11,8
MÉXICO
24,4
13,9
19,5
18,3
14,4
9,5
RESTO
24,0
14,4
18,7
16,6
19,5
6,9
BRASIL
14,1
9,2
17,2
19,7
32,3
7,5
TEM UM RETORNO PÚBLICO CLARAMENTE MAIOR QUEO PRIVADO
TEM UM RETORNO PÚBLICO UM POUCO MAIOR QUE OPRIVADO
TEM UM RETORNO PÚBLICO SEMELHANTE AO PRIVADO
TEM UM RETORNO PÚBLICO UM POUCO MENOR QUEO PRIVADO
TEM UM RETORNO PÚBLICO CLARAMENTE MENOR QUEO PRIVADO
NÃO SABE
GRÁFICO 2.
Professores: como você sabe, a educação universitária tem um retorno
privado ou pessoal que repercute individualmente em cada estudante
(salários mais altos, melhores empregos etc.) e um retorno público ou
social, que repercute na sociedade como um todo (mais inovação, maior
crescimento econômico etc.). Como regra geral, o que se investe na
formação de um estudante em seu país... (porcentagens; de acordo com a
região Universia)
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 195
PREFERENCIAS RELATIVAS A LAS FUENTES
DE FINANCIACIÓN
Os pontos de vista sobre a dimensão pública ou privada
da educação universitária têm refl exo, mas apenas par-
cialmente, nas preferências dos três públicos quanto às
fontes de onde deve proceder o fi nanciamento universi-
tário. O reajuste destas fontes é objeto de um dos deba-
tes atuais mais intensos no mundo do ensino superior,
especialmente nos países que contam com administra-
ções públicas que já não podem ou não estão dispostas a
fi nanciar na mesma medida os custos das universidades
públicas. Neles são cada vez mais frequentes as vozes e
as medidas a favor de uma maior participação dos pró-
prios estudantes no fi nanciamento de seus estudos, bem
como do aumento do peso de outras fontes de fi nancia-
mento privado, como doações de empresas ou contratos
de pesquisa (ou de outro tipo) com estas. Propusemos
aos nossos entrevistados um menu de fontes de fi nan-
ciamento da universidade pública (fundos da administra-
ção pública, taxas de estudantes, contratos de pesquisa
com empresas, doações de empresas privadas e doações
de ex-alunos) para que eles opinassem a respeito de se
deveriam aumentar ou diminuir os fundos provenientes
de cada uma dessas fontes. Isto foi feito escolhendo-se
um ponto na escala de 0 (diminuir muito) a 10 (aumentar
muito), sabendo que o ponto central, 5, representava a
opção de que os fundos permanecessem no mesmo nível.
Os resultados mostram que o convencimento de que
a educação universitária tem um importante retorno pri-
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 196
vado não está tão difundido como insinuava a resposta
à pergunta considerada mais acima. Fica relativamente
claro que os três públicos prefeririam que aumentassem
bastante os fundos da administração pública, isto é, dos
impostos gerais, pois a pontuação média obtida nos três
grupos fi ca por volta de 7 em 10 [GRÁFICO 3]. Pelo contrá-
rio, a opinião média (próxima de 4 em 10) nos três grupos
sugere uma preferência a baixarem um pouco ou a que
sejam mantidas iguais as taxas pagas pelos estudan-
tes universitários. Pode acontecer que os entrevistados
achem que as taxas atuais já cobrem o retorno privado
que o ensino superior gera ou, talvez, na verdade, poucos
estabeleçam a conexão entre tipo de retorno e tipo de fi -
nanciamento.
Que essa conexão pode existir, ainda que seja fraca,
é mostrado, de qualquer modo, pela opinião média a
respeito do que deve acontecer com as doações de ex-
OS FUNDOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, ISTO É, DOS IMPOSTOS GERAIS
AS TAXAS PAGAS PELOS ESTUDANTES UNIVERSITÁRIOS
0
2
3
1
4
5
6
7
9
87,16,7
7,4
4,4 4,4
3,5
OS CONTRATOS DE PESQUISA COM EMPRESAS PRIVADAS
7,9 8,0
7,2
AS DOAÇÕES OU SUBVENÇÕES DE EMPRESAS PRIVADAS
7,9 8,07,4
AS DOAÇÕES DE EX-ALUNOS
6,2 6,35,4
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 3.
Quanto deveria
aumentar ou diminuir
a quantia dos ingressos
das universidades
públicas provenientes
de diferentes fontes
de financiamento?
(média na escala de 0,
diminuir muito, a 10,
aumentar muito, sendo
5: permanecer igual)
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 197
alunos. Esta opinião passa de 6 em professores e PAS e
aproxima-se de 5,5 entre os estudantes. Pelo menos nos
dois primeiros grupos sugere certo (reduzido) potencial
favorável a explorar com mais intensidade esta via de fi -
nanciamento, que, em parte, implicaria certo reconheci-
mento dos lucros privados obtidos graças a terem rece-
bido formação em um centro universitário determinado,
e, em parte, certa sensação de pertencimento a uma co-
munidade ligada a este centro.
Por último, eram de se esperar preferências relati-
vamente claras favoráveis ao aumento do fi nanciamen-
to empresarial, tanto através de contratos como de do-
ações, afi nal de contas, não representariam custos para
nenhum dos três públicos. As médias são superiores a 7
nos três públicos e aproximam-se de 8 entre professores
e PAS.
O FINANCIAMENTO PROVENIENTE DE EMPRESAS PRIVADAS
Que os três públicos, com diferentes intensidades, deem
as boas-vindas a um maior fi nanciamento proveniente da
empresa privada condiz não apenas com que não impli-
ca custos fi nanceiros para eles, mas também com que a
grande maioria não vê problemas adicionais oriundos de
um aumento deste fi nanciamento. Pelo menos é o que
se deduz das respostas a uma pergunta muito direta re-
lativa a se receber fundos das empresas privadas reduz
a autonomia das universidades públicas. Para a grande
maioria dos pesquisados dos três públicos isso não é as-
sim, ainda que os estudantes estejam um pouco menos
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 198
convencidos disso (60,1%) que os professores (72,6%) e
PAS (73,3%) [GRÁFICO 4]. Estas diferenças seriam coeren-
tes com as preferências vistas mais acima quanto à con-
veniência de obter mais fundos da empresa privada, que
eram um pouco menos favoráveis entre o alunado uni-
versitário ibero-americano.
Em relação ao fi nanciamento proveniente das empre-
sas privadas, aproveitamos a sondagem para comparar a
opinião do professorado quanto a um dos aspectos prin-
cipais desta questão. Referimo-nos a se a legislação de
cada país favorece ou, pelo menos, não difi culta as do-
ações privadas, qualquer que seja a forma que possam
assumir. Os professores deviam responder uma pergunta
sobre em que medida a legislação de seus países, aquela
relativa ao mecenato ou às deduções fi scais por doações
às universidades, difi cultava ou favorecia que as empre-
sas privadas proporcionassem recursos para o fi nancia-
mento das universidades, tanto públicas como privadas.
Eles deviam responder situando-se na escala de 0 (difi -
culta muito) a 10 (favorece muito). Os resultados são rela-
ESTUDIANTES
28,9
60,1
10,122,4
72,6
5,020,6
73,3
6,1
PROFESORES PAS
SÍ
NO
NO SABE
GRÁFICO 4.
Você acha que
receber recursos de
empresas privadas
reduz a autonomia das
universidades públicas?
(em porcentagem)
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 199
tivamente claros [GRÁFICO 5]. A pontuação média é de 4 em
10, o que implicaria uma opinião média na linha de que a
legislação difi culta um pouco essas doações. Isto sugere,
pelo menos aos olhos do professorado universitário, que
existe um amplo potencial para a melhoria da legislação
geral ou específi ca que rege este tipo de fi nanciamento.
De qualquer modo, é preciso levar em consideração que
20,8% não têm opinião a respeito, o que implica um des-
conhecimento relativamente amplo.
Não há grandes diferenças por regiões, mas, como se
observa no próprio gráfi co 5, as sensações negativas em
relação à legislação que comentamos são um pouco mais
abundantes no Brasil e na Península Ibérica.
RESTOTOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
2
3
4
5
6
7
8
9
1
4,0
3,4
4,2
MÉXICO
4,7
BRASIL
3,2
GRÁFICO 5.
Professores. Em que
medida a legislação
de seu país dificulta
ou favorece (por
exemplo, aquela
relativa ao mecenato
ou às deduções
fiscais por doações
às universidades) que
as empresas privadas
contribuam com
seus recursos para
o financiamento das
universidades, sejam
públicas ou privadas?
(média em uma escala
de 0, dificulta muito, a
10, favorece muito).
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 200
ENTRANDO EM DETALHES: COMO DISTRIBUIR OS RECURSOS
PARA AS UNIVERSIDADES PÚBLICAS
Questão muito diferente à da procedência dos recursos
é a de como são distribuídos entre os diferentes centros
universitários públicos após serem obtidos. Esta distri-
buição é um assunto central das políticas universitárias
dos países que estudamos, especialmente naqueles paí-
ses em que estes recursos estão estagnados ou crescem
muito menos que no passado. Exploramos a opinião dos
três públicos a este respeito solicitando-lhes que esta-
belecessem sua própria hierarquia dos critérios que as
administrações públicas poder levar em consideração
para repartir os recursos entre as universidades. Alguns
critérios são mais comuns que outros, e um deles pro-
vavelmente seja ainda hipotético. A lista de critérios foi a
seguinte: a quantidade de alunos de cada universidade, o
número de formados que cada universidade produz por
curso, o número de centros com que conta cada universi-
dade, o número de titulações que cada universidade ofe-
rece, o número de professores de cada universidade, os
resultados da pesquisa realizada por cada universidade,
e os resultados de avaliações externas sobre a qualidade
de cada universidade. Os entrevistados tinham de decidir
a qual deles dar maior importância, e quais se situariam
em segundo e em terceiro lugar.
Nos gráfi cos 6 a 8 observa-se que um critério so-
bressai, o da quantidade de alunos de cada universida-
de, mencionado como mais importante por porcentagens
que vão de 28,1% dos professores a 32,3% dos estudan-
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 201
tes, e que acaba sendo mencionado como um dos três
critérios principais por aproximadamente a metade dos
pesquisados.
Em um segundo nível estaria o resultado da pesquisa,
mencionado como mais importante por 20,8% dos estu-
dantes, 26,6% dos professores e 25,5% do PAS. Nestes
dois últimos grupos, cerca de dois terços mencionam
este como um dos três critérios mais importantes.
Em um terceiro nível estaria o resultado das avalia-
ções externas, mencionado como mais importante por
16,7% dos estudantes, 21,3% dos professores e 21,6% do
PAS. Nos dois últimos grupos a menção dos resultados
das avaliações externas como um dos três critérios mais
importantes chega a três quintos dos pesquisados (à me-
tade no caso dos estudantes).
Em um quarto nível seria incluído o número de forma-
dos, que refl etiria uma perspectiva mais ajustada da efi -
ciência com que trabalham as universidades. Ele é men-
O NÚMERO DE ALUNOS DE CADA UNIVERSIDADE
O NÚMERO DE FORMADOS QUE CADAUNIVERSIDADE GERA POR CURSO
O NÚMERO DE TITULAÇÕES QUE CADAUNIVERSIDADE OFERECE
0
10
20
30
40
50
60
70
10,6 11,8
4,89,3 10,5 12,613,0
5,8 4,49,5 10,3
20,819,8
14,1 16,717,514,9
0,9 0,7 3,8
12,712,5
32,3
10,4
O NÚMERO DE CENTROS DE CADA UNIVERSIDADE
O NÚMERO DE PROFESSORES DE CADAUNIVERSIDADE
OS RESULTADOS DA PESQUISA REALIZADA PORCADA UNIVERSIDADE
OS RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES EXTERNASSOBRE A QUALIDADE DE CADA UNIVERSIDADE
OUTROS
EN SEGUNDO LUGAREN PRIMER LUGAR
EN TERCER LUGAR
GRÁFICO 6.
Estudantes: dentre
os seguintes critérios
para o financiamento
das universidades
públicas por parte da
administração, qual
deveria ter maior
importância? E em
segundo lugar? E
em terceiro? (em
porcentagem)
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 202
cionado como mais importante por 11,8% dos estudantes,
11% dos professores e 13,3% do PAS. Sua menção como
um dos três critérios mais importantes fi ca em torno de
um terço dos pesquisados entre estudantes e professo-
res, mas supera os dois quintos no caso do PAS.
Em um último nível seriam situados, por um lado, cri-
térios que, de fato, infl uenciam nos custos enfrentados
por cada universidade, mas que, objetivamente, têm me-
nos relevância neles do que, por exemplo, o número de
alunos. Referimo-nos ao número de centros de cada uni-
versidade e ao número de titulações que oferece. Mui-
to poucos pesquisados de cada público mencionam cada
um desses dois critérios como o mais importante, e são
relativamente poucos (entre 20 e 30%, aproximadamen-
te) os que os mencionam entre os três primeiros.
Por outro lado, neste último nível também se inclui
outro critério, o do número de professores, que, estrita-
mente falando, deveria ser central, na medida em que
O NÚMERO DE ALUNOS DE CADA UNIVERSIDADE
O NÚMERO DE FORMADOS QUE CADAUNIVERSIDADE GERA POR CURSO
O NÚMERO DE TITULAÇÕES QUE CADAUNIVERSIDADE OFERECE
0
10
20
30
11,4 11,0
3,3
7,8 7,87,9 9,4
4,0
3,7
10,99,7
26,6
23,6
16,7
21,320,7
18,5
1,2 0,73,8
12,012,7
28,1
9,7
O NÚMERO DE CENTROS DE CADA UNIVERSIDADE
O NÚMERO DE PROFESSORES DE CADAUNIVERSIDADE
OS RESULTADOS DA PESQUISA REALIZADA PORCADA UNIVERSIDADE
OS RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES EXTERNASSOBRE A QUALIDADE DE CADA UNIVERSIDADE
OUTROS
EM SEGUNDO LUGAREM PRIMEIRO LUGAR
EM TERCEIRO LUGAR
GRÁFICO 7.
Professores: dentre
os seguintes critérios
para o financiamento
das universidades
públicas por parte da
administração, qual
deveria ter maior
importância? E em
segundo lugar? E
em terceiro? (em
porcentagem)
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 203
grande parte dos custos das universidades são custos de
pessoal e, particularmente, de pessoal docente. No en-
tanto, as menções a este critério são tão escassas quanto
aos dois comentados anteriormente.
A NECESSIDADE DE DESTINAR MAIORES RECURSOS ÀS
UNIVERSIDADES
Por último, ocupamo-nos da que costuma tornar-se a
questão central no debate público sobre o fi nanciamen-
to universitário em muitos países, a da quantidade dos
recursos disponíveis. Nossa intenção foi propor aos três
públicos uma pergunta muito simples, a de se a quanti-
dade de dinheiro público destinada a fi nanciar as univer-
sidades públicas em seus países era insufi ciente, ade-
quada ou excessiva, e confrontar aqueles que a conside-
rassem insufi ciente com uma dose de realidade, a de se
estavam dispostos a encarar um aumento de impostos
para fi nanciar esse maior gasto. Problemas na implan-
O NÚMERO DE ALUNOS DE CADA UNIVERSIDADE
O NÚMERO DE FORMADOS QUE CADAUNIVERSIDADE GERA POR CURSO
O NÚMERO DE TITULAÇÕES QUE CADAUNIVERSIDADE OFERECE
0
10
20
30
10,013,3
1,5
8,210,3 8,9 11,6
5,0
1,9
6,1 6,6
25,525,8
15,3
21,617,8
20,5
1,01,02,0
14,914,7
29,4
12,6
O NÚMERO DE CENTROS DE CADA UNIVERSIDADE
O NÚMERO DE PROFESSORES DE CADAUNIVERSIDADE
OS RESULTADOS DA PESQUISA REALIZADA PORCADA UNIVERSIDADE
OS RESULTADOS DAS AVALIAÇÕES EXTERNASSOBRE A QUALIDADE DE CADA UNIVERSIDADE
OUTROS
EM SEGUNDO LUGAREM PRIMEIRO LUGAR
EM TERCEIRO LUGAR
GRÁFICO 8.
PAS: dentre os
seguintes critérios
para o financiamento
das universidades
públicas por parte da
administração, qual
deveria ter maior
importância? E em
segundo lugar? E
em terceiro? (em
porcentagem)
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 204
tação do questionário levaram a que a primeira pergunta
fosse respondida apenas pelo professorado e a segun-
da fosse respondida pelos três públicos: completamente
no caso de estudantes e PAS (pois não foi aplicado o fi l-
tro que representava a primeira pergunta), e só aqueles
professores que consideravam insufi cientes os recursos
atuais. De qualquer modo, os resultados são sufi ciente-
mente claros como para oferecer uma ideia da opinião do
conjunto da comunidade universitária ibero-americana.
Para começar, a imensa maioria (80,2%) dos professo-
res considera a quantidade de dinheiro público destinada
a fi nanciar a universidade pública de seu país como mui-
to ou bastante insufi ciente (42,8%) ou como um pouco in-
sufi ciente (38,0%) [GRÁFICO 9]. Apenas 13,8% a considera
adequada, e porcentagens mínimas qualifi cam-na como
excessiva. Dada a frequente semelhança das respostas
dominantes em cada um de nossos três públicos, e dada
a semelhança observada concretamente nas respostas
à questão sobre a conveniência de que aumentassem os
recursos provenientes da administração pública (veja-
se gráfi co 2), o que se esperava era que as respostas de
estudantes e PAS tivessem sido muito parecidas com as
dos professores. Por outro lado, quase não há variações
por região Universia, apesar de a apreciação dos recur-
sos atuais como insufi cientes ser realmente mais notável
na Península Ibérica (com 88,2%), o que provavelmente
tenha a ver, em parte, com as limitações orçamentárias
marcadas pela crise econômica que está afetando países
europeus como a Espanha e Portugal.
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 205
TOTAL
42,8
38,0
13,82,2
1,12,1
37,0
47,6
10,21,7
0,72,8
54,433,8
6,72,01,5
1,6
44,3
35,0
15,22,7
1,11,7
37,1
39,2
18,3
1,71,0
2,7
PENÍNSULA IBÉRICA
MÉXICO RESTO
BRASIL
MUITO OU BASTANTE INSUFICIENTEUM POUCO INSUFICIE
ADEQUADA
UM POUCO EXCESSIVA
MUITO OU BASTANTE EXCESSIVA
NÃO SABE
GRÁFICO 9.
Profesores: você acha
a quantidade de verba
pública destinada a
financiar a universidade
pública em seu país...
(em porcentagem; de
acordo com a região
A seguir, colocamos os três públicos no contexto de ter
de contribuir com parte de seu próprio pecúlio para au-
mentar os recursos para a universidade pública, ou seja,
consultamos se estariam dispostos a pagar mais impos-
tos para fi nanciar o aumento do gasto público em ensino
público superior. Responderam todos os pesquisados es-
tudantes e do PAS, mas, no caso do professorado, só os
que tinham considerado os recursos públicos insufi cien-
tes. De qualquer modo, já que tinham sido considerados
insufi cientes por quase todos os professores, as respos-
tas dos três públicos seriam comparáveis entre si. O que
elas revelam é uma maioria reticente a este aumento de
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 206
impostos, de 55,9% dos estudantes, 59,6% dos professo-
res e de 65,7% do PAS. No entanto, não são poucos os
que aceitariam pagar mais impostos para fi nanciar esse
gasto extra.
ESTUDANTES
24,4
33,8
22,1
5,6 14,1
25,4
34,7
24,9
1,7 13,3
22,9
32,2
33,5
3,5 7,9
PROFESSORES PAS
MUITO DISPOSTO
BASTANTE DISPOSTO
POUCO DISPOSTO
NEM UM POUCO DISPOSTO
NÃO SABE
GRÁFICO 10.
Em que medida você estaria disposto a pagar mais impostos para financiar
o aumento do gasto público em ensino público superior? (porcentagens) (*)
(*) Os professores responderam que haviam considerado que o financiamento
público da universidade pública era insuficiente (80.8% do total)
2. A contratação do professorado
Nesta seção tratamos das percepções dos três públicos
pesquisados quanto a como é administrado o principal
recurso humano das universidades, seu professorado.
Oferecemos informação de várias opiniões a respeito de
aspectos centrais desta gestão, mas também informação
muito signifi cativa quanto à procedência do professora-
do e dos critérios que deveriam guiar seu recrutamento,
justamente segundo esta procedência.
NÍVEL DE AUTONOMIA NA CONTRATAÇÃO
Em primeiro lugar, os três públicos concordam em que
as universidades deveriam gozar de bastante autonomia
na hora de contratar professores. Eles tiveram de pon-
tuar a autonomia que deveria ter cada universidade para
estabelecer os critérios de contratação de seu profes-
sorado em uma escala de 0 (mínima) a 10 (máxima). As
respostas médias, por volta de 8 em 10 nos três públicos
considerados, sinalizam uma reivindicação de uma au-
tonomia relativamente ampla, mas não total [GRÁFICO 11].
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 208
Destacam-se, de qualquer modo, os entrevistados da Pe-
nínsula Ibérica, por uma menor demanda de autonomia
(médias por volta de 7 em 10).
A ADEQUAÇÃO DO SISTEMA DE ACESSO AO PROFESSORADO
UNIVERSITÁRIO
Em segundo lugar, os pesquisados avaliaram a adequa-
ção do sistema de acesso ao professorado em seus paí-
ses, tanto para o caso das universidades públicas como
para o das particulares. Isto foi feito mostrando seu nível
de concordância (em uma escala de 0, não concordo, a
10, concordo plenamente) com dois enunciados em que
se afi rmava que este sistema de acesso é adequado para
selecionar efi cazmente o pessoal docente e pesquisador
(veja-se gráfi co 12). As opiniões médias revelam certa
distância em relação a este sistema, que, aparentemente,
poderia melhorar bastante aos olhos dos pesquisados.
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
2
3
1
4
5
6
7
9
88,0
7,88,1
7,26,86,9
BRASIL
8,17,87,6
MÉXICO
8,6 8,58,1
RESTO
8,2 8,3
7,9
10
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 11.
Nível de autonomia
que cada universidade
deveria ter para
estabelecer os
critérios segundo os
quais o professorado
é contratado (média
em uma escala de 0,
mínima, a 10, máxima;
de acordo com a região
Universia)
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 209
No caso das universidades públicas, o nível de concor-
dância com o enunciado correspondente aproxima-se de
5 em 10, o que poderia ser interpretado como uma aceita-
ção fraca, e, certamente, como sinalizando um potencial
amplo de melhoria. No caso das universidades privadas,
o grau de concordância médio também está por volta de
5 em 10, e é preciso levar em consideração que os que
não sabem o que responder representam uma proporção
claramente maior do que a correspondente às universi-
dades públicas.
ENDOGAMIA E EXOGAMIA NA CONTRATAÇÃO
DO PROFESSORADO
Em terceiro lugar, tratamos de um aspecto da contrata-
ção do professorado de destaque teórico e prático. Refe-
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 12.
Grau de concordância
com duas afirmações
sobre o acesso ao
professorado em
universidades públicas
e privadas (média em
uma escala de 0, não
concordo, a 10, concordo
plenamente)
O SISTEMA ATUAL DE ACESSO PARA O PROFESSORADO NASUNIVERSIDADES PÚBLICAS É ADEQUADO PARA UMA SELEÇÃO EFICIENTEDO PESSOAL DOCENTE E DE PESQUISA.
0
2
3
1
4
5
6
7
9
8
5,04,8 4,9
5,25,0
4,5
O SISTEMA ATUAL DE ACESSO PARA O PROFESSORADO NASUNIVERSIDADES PRIVADAS É ADEQUADO PARA UMA SELEÇÃO EFICIENTEDO PESSOAL DOCENTE E DE PESQUISA.
10
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 210
rimo-nos a se o normal é que cada universidade selecio-
ne seu professorado entre seus próprios formados ou se,
pelo contrário, é muito mais normal que contratem pro-
fessores formados em outras universidades. No primeiro
caso, a contratação seria endogâmica e no segundo caso,
exogâmica. O interessante do predomínio de um ou de
outro modelo de contratação é que pode ter consequên-
cias no funcionamento e, especialmente, nos resultados
da atividade universitária, especialmente, da atividade de
pesquisa. De fato, foi estudado e fi cou comprovado em-
piricamente que quanto maior o grau de endogamia na
contratação do professorado em um país, menor é sua
produtividade científi ca e sua inovação.3 Por um lado, se
os formados em uma universidade acabam sendo pro-
fessores nesta universidade, tenderão a reiterar os mo-
dos de aprendizagem e ensino habituais nela, a confi ar
menos na produção científi ca dos professores de fora, e a
preferir os tratos (de todo tipo) com pessoas de dentro da
universidade. Se prevalecer este tipo de seleção, as infl u-
ências externas serão mais reduzidas que no caso con-
trário. Por outro lado, quanto menos professores proce-
dam de outra universidade, menor será a capacidade de
combinar conhecimentos diversos e maior a difi culdade
para estabelecer conexões com pesquisadores externos.
Se a capacidade de combinação de infl uências diversas e
de formação de redes externas é inferior na universidade
endogâmica, o esperável é que também o seja sua pro-
dutividade científi ca, sobretudo dadas as condições atu-
ais da pesquisa.
3. Veja-se Víctor Pérez-
Díaz e Juan Carlos
Rodríguez, Capital
social e inovação na
Europa e na Espanha
(Madri, Fundação
Cotec), pp. 92-95.
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 211
Esses raciocínios estão por trás do interesse das per-
guntas que colocamos aos professores a respeito de sua
proveniência. Por um lado, perguntamos pela universi-
dade em que tinham cursado a licenciatura (ou estudos
equivalentes) que lhes tinham permitido serem profes-
sores universitários. 41,9% afi rmaram tê-la cursado na
mesma universidade em que trabalham atualmente,
49,6% a teriam feito em outra universidade do mesmo
país, e 8,5% ter-se-iam formado em uma universidade
estrangeira [GRÁFICO 13]. A taxa de endogamia, assim me-
dida, fi caria, então, por volta de dois quintos do professo-
rado. É mais alta na Península Ibérica, com 49,8%, e no
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
MÉXICO RESTO
BRASIL
49,6
8,5
41,9
44,4
5,5
50,1
45,1
12,0
43,0
43,4
6,8
49,8
69,2
4,1
26,7
EM OUTRA UNIVERSIDADE DO MESMO PAÍS
NA UNIVERSIDADE EM QUE TRABALHA ATUALMENTE
EM UMA UNIVERSIDADE ESTRANGEIRA
GRÁFICO 13.
Professores. Em que
universidade você fez a
licenciatura ou estudo
de nível equivalente que
te habilitou para ser
professor universitário?
(porcentagens; de
acordo com a região
Universia)
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 212
México, com 50,1%. E é claramente mais baixa no Brasil,
com 26,7%.
Por outro lado, perguntamos aos professores com títu-
lo de doutor se tinham apresentado sua tese doutoral na
mesma universidade em que tinham obtido a graduação
ou em outra. Combinando suas respostas a ambas as per-
guntas, pudemos classifi cá-los a depender de se a tinham
defendido na universidade em que trabalhavam atualmen-
te, em outra universidade do mesmo país (diferenciando
entre se era a mesma em que tinha obtido a graduação
ou outra), e em uma universidade estrangeira. Para este
segmento do professorado, a taxa de endogamia seria um
pouco inferior, de 35,7%, e aumentaria claramente a por-
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
MÉXICO RESTO
BRASIL
27,1
12,8
35,7
24,4
26,1
8,7
46,4
18,8
51,1
8,5 15,8
24,6
18,8
6,5
46,3
28,3
19,0
18,1
38,4
24,5
EM OUTRA UNIVERSIDADE DO MESMO PAÍS (A MESMA DE SUA LICENCIATURA)
EM OUTRA UNIVERSIDADE DO MESMO PAÍS (DIFERENTE À DE SUA LICENCIATURA)
NA UNIVERSIDADE EM QUE TRABALHA
EM UMA UNIVERSIDADE ESTRANGEIRA
GRÁFICO 14.
Professores doutores:
em que universidade
você defendeu sua
tese? (porcentagens;
de acordo com a região
Universia)
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 213
centagem dos que tinham obtido seu título de doutor em
universidades estrangeiras (12,8%) [GRÁFICO 14].
Novamente o recrutamento interno é mais alto na Pe-
nínsula Ibérica (46,4%) e muito reduzido no Brasil (15,8%).
Assunto diferente é qual o modelo de recrutamento
preferido pelos diferentes membros da comunidade uni-
versitária, e, particularmente, se eles estão convencidos
das vantagens da exogamia. Não parecem estar completa-
mente. Pedimos-lhes que mostrassem sua concordância
(na escala de 0 a 10) com a seguinte afi rmação: “os siste-
mas universitários deveriam estar desenhados de tal forma
que os professores tendam a trabalhar em uma universi-
dade diferente daquela em que se formaram”. Isso é o que
acontece, de um modo ou de outro, nos Estados Unidos,
no Reino Unido ou na Alemanha. As pontuações obtidas
apontam para uma opinião indecisa ou para um grau mí-
nimo de concordância, pois fi cam por volta do ponto médio
na escala, 5 [GRÁFICO 15]. A concordância é um pouco mais
alta no México, mas é um pouco mais baixa na outra região
com maior taxa de endogamia, a Península Ibérica.
GRÁFICO 15.
Grau de concordância
com: “os sistemas
universitários deveriam
ser desenhados de
tal modo que os
professores tendam
a trabalhar em uma
universidade diferente
daquela na qual se
formaram” (média em
uma escala de 0, não
concordo, a 10, concordo
plenamente; de acordo
com a região Universia)
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
2
3
1
4
5
6
7
9
8
5,55,0
4,7 4,64,9
4,3
BRASIL
4,3
5,04,7
MÉXICO
5,76,06,1
RESTO
4,5
5,6
4,9
10
PROFESSOREESTUDIANTES
PAS
3. Autonomia e prest ação de contas
Uma vez analisadas as percepções relativas a alguns
dos aspectos básicos da quantidade e da qualidade dos
recursos humanos e não humanos administrados pelas
universidades, colocamos nossa atenção em sua organi-
zação e funcionamento. Começamos estudando a ques-
tão da autonomia universitária na administração destes
recursos, tanto do ponto de vista de seu alcance, tal como
o veem os entrevistados, quanto da outra face da autono-
mia, que é a responsabilidade ou, na linguagem atual, a
necessidade que têm de prestar contas frente a grupos
externos à universidade. Neste último aspecto interessa-
nos, particularmente, o papel das agências de avaliação.
AVALIAÇÃO DO GRAU DE AUTONOMIA DAS UNIVERSIDADES
PÚBLICAS
Os três públicos qualifi caram o grau de autonomia na ges-
tão de seus recursos com que contavam as universidades
públicas de seu país utilizando uma escala de 0 (mínima)
a 10 (máxima). Dá a impressão de que lhes atribuiriam
uma autonomia média, pois as médias obtidas fi cam em
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 215
torno de 6 em 10 nos três grupos [GRÁFICO 16]. Talvez os
entrevistados do México percebam uma maior autonomia
universitária (com pontuações médias que se aproximam
de 7) e talvez os entrevistados da Península Ibérica a per-
cebam menor (com médias que quase não passam de 5).
PRESTANDO CONTAS FRENTE A AGENTES EXTERNOS: AS PREFERÊNCIAS
As preferências quanto aos agentes externos às univer-
sidades frente aos quais estas deveriam prestar contas
estão relativamente claras nos três públicos, ainda que
se observe certa variação por regiões Universia.
No caso dos estudantes [GRÁFICO 17], uma maioria relativa-
mente clara (55,3%) acha que as universidades públicas
de seu país deveriam prestar contas ao público ou à so-
ciedade em geral, de onde eram lembrados de que proce-
dia, através dos impostos, a maior parte do fi nanciamen-
to. Em segundo lugar, a quinta parte (24,8%) mencionou
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
2
3
1
4
5
6
7
9
8
6,25,7
6,0
5,15,4
5,0
BRASIL
5,46,0
5,4
MÉXICO
6,7 6,76,7
RESTO
6,2 6,25,6
10
GRÁFICO 16.
Qualificação do
grau de autonomia
com que contam as
universidades públicas
do país do entrevistado
para administrarem
seus recursos humanos
e não humanos (média,
em uma escala de 0,
mínima, a 10, máxima),
de acordo com a região
Universia
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 216
os órgãos das administrações públicas, e apenas 15,3%
mencionou o que poderiam considerar a “clientela” prin-
cipal da universidade, os estudantes e suas famílias.
Em uma comparação regional, destacam-se os casos
do Brasil, com uma menção máxima (72,3%) do público
em geral, e do México, com uma menção mínima (34,5%)
do mencionado ator, o que se traduz em uma menção
maior aos estudantes e suas famílias.
No caso dos professores, a primeira preferência é a
mesma, com aproximadamente 60,2% deles favoráveis a
prestar contas frente ao público ou à sociedade em geral.
GRÁFICO 17.
Estudantes. Frente a
quem, principalmente,
as universidades
públicas deveriam
prestar contas em seu
país? (porcentagens),
de acordo com a região
Universia
FRENTE AOS ÓRGÃOS DAS ADMINISTRAÇÕESPÚBLICAS (CENTRAIS, REGIONAIS OU LOCAIS)
FRENTE AOS ESTUDANTES E SUAS FAMÍLIAS
FRENTE AO PÚBLICO OU À SOCIEDADE EMGERAL, QUE É QUEM AS FINANCIAMAJORITARIAMENTE
FRENTE A OUTROS ATORES
NÃO SABE
1,53,1
24,80,8
4,417,6 0,6
18,5
TOTAL
1,5
55,3
3,1
15,3
24,80,8
57,3
4,4
20,0
17,6 0,6
72,3
1,5
7,2
18,5
1,6
34,5
7,0
27,4
29,4
2,1
56,3
1,7
12,2
27,7
PENÍNSULA IBÉRICA
MÉXICO RESTO
BRASIL
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 217
Também concordam com os estudantes em sua segunda
preferência, a das administrações públicas, ainda que a
porcentagem que as menciona seja mais alta que a dos
estudantes (33,3%). No entanto, apenas 3,6% mencionam
os estudantes e suas famílias.
Também entre os professores está mais acentuada a
preferência pela sociedade em geral que no resto das re-
giões, mas os professores mexicanos não confi rmam a
opinião menos inclinada ao mencionado ator de seus es-
tudantes.
33,3
TOTAL
1,7
60,2
1,2
3,6
33,31,5
62,1
2,0
3,7
30,7 0,5
71,5
1,5
2,6
23,9
2,3
60,6
1,1
8,1
27,9
2,0
54,8
1,0
2,3
40,0
PENÍNSULA IBÉRICA
MÉXICO RESTO
BRASIL
FRENTE AOS ÓRGÃOS DAS ADMINISTRAÇÕESPÚBLICAS (CENTRAIS, REGIONAIS OU LOCAIS)
FRENTE AOS ESTUDANTES ESUAS FAMÍLIAS
FRENTE AO PÚBLICO OU À SOCIEDADE EMGERAL, QUE É QUEM AS FINANCIAMAJORITARIAMENTE
FRENTE A OUTROS ATORES
NÃO SABE
GRÁFICO 18.
Professores. Frente a
quem, principalmente,
as universidades
públicas deveriam
prestar contas em seu
país? (porcentagens),
de acordo com a região
Universia
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 218
No PAS também se observa uma preferência clara por
prestar contas frente ao público ou à sociedade em geral:
58% dos pesquisados escolhe esta opção.
A variação regional nas opiniões deste público é simi-
lar à observada para os professores.
PRESTANDO CONTAS FRENTE A AGENTES EXTERNOS:
A REALIDADE TAL COMO É PERCEBIDA
As preferências em termos de prestação de contas dos
três públicos contrastam nitidamente com a realidade tal
como é percebida por eles.
GRÁFICO 19.
PAS. Frente a quem,
principalmente, as
universidades públicas
deveriam prestar
contas em seu país?
(porcentagens), de
acordo com a região
Universia
TOTAL
1,2
58
1,5
4,1
35,1
1,2
58,5
2,9
3,3
34,2
72,6
1,2
1,4
25,4
2,2
59,9
2,2
8,3
27,4
1,4
50,8
1,3
3,8
42,7
PENÍNSULA IBÉRICA
MÉXICO RESTO
BRASIL
FRENTE AOS ÓRGÃOS DAS ADMINISTRAÇÕESPÚBLICAS (CENTRAIS, REGIONAIS OU LOCAIS)
FRENTE AOS ESTUDANTES E SUAS FAMÍLIAS
FRENTE AO PÚBLICO OU À SOCIEDADE EMGERAL, QUE É QUEM AS FINANCIAMAJORITARIAMENTE
FRENTE A OUTROS ATORES
NÃO SABE
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 219
Fica bastante claro que os três grupos concordam em
afi rmar que as universidades públicas, na prática, pres-
tam contas, sobretudo, frente aos órgãos das administra-
ções públicas. É o que acredita quase a metade dos es-
tudantes e quase dois terços de professores e PAS [GRÁFI-
COS 20 A 22]. Também é interessante assinalar que não são
poucos os que acham que, na realidade, quase não se
presta contas frente a nenhum dos atores considerados:
é como o vê aproximadamente um quinto de cada público
estudado. Em qualquer caso, fi ca muito claro que poucos
TOTAL
19,2
2,77,1
16,8
5,1
49,1
2,3
20,5
2,7
20,8
2,5
51,3
PENÍNSULA IBÉRICA
8,2
16,514,5
17,2
4,039,6
2,7
26,7
15,1
3,66,0
45,9
MÉXICO RESTO
12,0
1,83,5
17,5
1,1
64,2
BRASIL
FRENTE AOS ÓRGÃOS DAS ADMINISTRAÇÕESPÚBLICAS (CENTRAIS, REGIONAIS OU LOCAIS)
FRENTE AOS ESTUDANTES E SUAS FAMÍLIAS
FRENTE AO PÚBLICO OU À SOCIEDADE EMGERAL, QUE É QUEM AS FINANCIAMAJORITARIAMENTE
FRENTE A OUTROS ATORES
NÃO SABE
NA VERDADE, QUASE NÃO PRESTA CONTAS ANENHUM DESTES ATORES
GRÁFICO 20.
Estudantes. Frente
a quem prestam
contas, na prática, as
universidades do seu
país (porcentagens), de
acordo com a região
Universia
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 220
entrevistados acham que o público ou a sociedade em
geral seja o destinatário principal da prestação de contas
das universidades públicas.
As respostas dos três públicos mostram, por sua vez,
uma variação regional bastante similar. O mais evidente
é que a menção dos órgãos das administrações públicas
como principal ator frente ao qual se presta contas está
mais difundida no Brasil. No entanto, os estudantes me-
xicanos diferem de seus professores ao atribuir bastante
menor relevância às administrações públicas e maior aos
estudantes (e suas famílias) e ao público em geral.
21,6
1,45,3
7,4
0,9
63,4
1,0
27,7
2,9
7,9
0,3
60,3
PENÍNSULA IBÉRICA
16,7
13,2
3,2
7,0
3,156,8
3,9
25,0
6,7
0,3
0,9
63,3
MÉXICO RESTO
72,0
14,1
1,33,2
9,0
0,5
BRASIL
FRENTE AOS ÓRGÃOS DAS ADMINISTRAÇÕESPÚBLICAS (CENTRAIS, REGIONAIS OU LOCAIS)
FRENTE AOS ESTUDANTES E SUAS FAMÍLIAS
FRENTE AO PÚBLICO OU À SOCIEDADE EMGERAL, QUE É QUEM AS FINANCIAMAJORITARIAMENTE
FRENTE A OUTROS ATORES
NÃO SABE
NA VERDADE, QUASE NÃO PRESTA CONTAS ANENHUM DESTES ATORES
GRÁFICO 21.
Professores. Frente
a quem prestam
contas, na prática, as
universidades do seu
país (porcentagens),
de acordo com a região
Universia
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 221
O PAPEL DAS AGÊNCIAS EXTERNAS DE AVALIAÇÃO
Quando se fala de prestação de contas, o conteúdo míni-
mo da expressão inclui que as universidades forneçam a
informação sufi ciente que permita a um observador ex-
terno emitir juízos razoáveis quanto à qualidade, efi cá-
cia ou efi ciência daquelas no cumprimento de seus fi ns.
Emitir estes juízos implica, por outro lado, uma neces-
sidade de comparar o desempenho de algumas univer-
sidades com o de outras, visto de um modo geral ou de
maneira específi ca (comparando, por exemplo, o rendi-
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
22
1,15,6
6,4
0,8
64,2 1,0
17,8
2,7
8,1
0,5 70
0,5
30,8
6,2
58,9
3,40,2
MÉXICO RESTO
13,6
13,4
3,1
6,9
261,1
BRASIL
11,31,7
5,2
5,2
0,3
76,2
FRENTE AOS ÓRGÃOS DAS ADMINISTRAÇÕESPÚBLICAS (CENTRAIS, REGIONAIS OU LOCAIS)
FRENTE AOS ESTUDANTES ESUAS FAMÍLIAS
FRENTE AO PÚBLICO OU À SOCIEDADE EMGERAL, QUE É QUEM AS FINANCIAMAJORITARIAMENTE
FRENTE A OUTROS ATORES
NÃO SABE
NA VERDADE, QUASE NÃO PRESTA CONTAS ANENHUM DESTES ATORES
GRÁFICO 22.
PAS. Frente a quem
prestam contas,
na prática, as
universidades do seu
país (porcentagens),
de acordo com a região
Universia
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 222
mento entre os cursos). Essa informação, individualizada
e comparável, pode depois fazer parte dos cada vez mais
comuns rankings universitários ou ser a base das análi-
ses, individuais ou comparativas, a propósito da qualida-
de universitária realizadas por determinadas agências,
públicas ou privadas.
Em princípio, a relevância dessas agências cresceu
nos últimos lustros, pelo qual uma primeira questão in-
teressante era a de se, de fato, os três públicos a reco-
nheciam. Colocamos esta questão pedindo-lhes que atri-
buíssem uma pontuação na escala de 0 (nenhuma im-
portância) a 10 (muita importância) à importância real
que as agências externas têm na avaliação da qualidade
das universidades. As médias obtidas (por volta de 6 em
10) sugerem que sua relevância nesta avaliação é média
[GRÁFICO 23].
GRÁFICO 23.
Importância real que
têm na avaliação
da qualidade das
universidades as
agências (públicas ou
privadas) externas às
universidades (média
em uma escala de 0,
nenhuma, a 10, muita),
de acordo com a região
Universia
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
2
3
1
4
5
6
7
9
8
6,56,1
5,8 5,7
BRASIL MÉXICO
7,27,5
RESTO
5,76,3
10
6,0
4,7
6,3 6,36,4
7,1
5,6
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 223
De qualquer modo, se levarmos em consideração a
opinião dos entrevistados, pareceria que no México essa
importância é um pouco maior (pontuações superiores a
7) e um pouco menor na Península Ibérica (as pontuações
não chegam a 6 e a dos estudantes sequer chega a 5).
Em geral, os pesquisados desejariam que a importân-
cia das agências externas fosse maior que a que têm. Na
escala de 0 (deveriam ter uma importância mínima) a 10
(importância máxima), obtêm-se médias muito próximas
de 8, isto é, 2 pontos acima da importância real tal como
é percebida pelos pesquisados [GRÁFICO 24]. Os entrevista-
dos da Península Ibérica são um pouco mais indiferentes
a esta mudança.
Uma das questões que se debate a respeito do papel
que podem desempenhar estas agências nos sistemas
GRÁFICO 24.
Importância que
deveriam ter as
agências externas na
avaliação da qualidade
das universidades
(média em uma escala
de 0, mínima, a 10,
máxima), de acordo com
a região Universia
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
2
3
1
4
5
6
7
9
8
8,37,9
6,87,2
BRASIL MÉXICO
8,2 8,4
RESTO
8,28,5
10
7,8
7,0
7,8 8,07,7
8,0 8,0
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 224
universitários atuais é a de sua titularidade, pública ou
privada. A postura dominante nos três públicos é, para
dizê-lo de algum modo, bastante aberta. Maiorias claras,
por volta de três quintos, são partidárias de que possa
haver agências públicas e agências privadas [GRÁFICO 25],
ainda que em segundo lugar se situe a quinta parte que
opta por que sejam todas públicas. São muito poucos os
partidários de que sejam todas privadas.
Não há diferenças signifi cativas de acordo com a re-
gião Universia à que pertencem as universidades dos es-
tudantes e do PAS, mas há alguma de interesse no que
se refere ao público dos professores. Como se verifi ca no
gráfi co 26, entre eles destacam-se muito claramente os
professores da Península Ibérica, que são, em média, bas-
tante menos partidários da postura aberta (44,8%, frente
a 62,2% da amostragem total) e bastante mais de que só
haja agências públicas (45,7%, frente a 28% do total).
GRÁFICO 25.
Qual das seguintes opções relativas a essas agências externas de avaliação
melhor reflete a sua opinião? (em porcentagem)
7,1
5,1
62,1
25,7
ESTUDIANTES
6,0
3,8
62,2
28,0
7,3
8,1
58,1
26,5
PROFESORES PAS
DEVEM SER TODAS PÚBLICAS
DEVEM SER TODAS PRIVADAS
DEVERIAM PODER EXISTIR AGÊNCIAS PÚBLICAS E AGÊNCIAS PRIVADAS
NÃO SABE
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 225
6,4
3,4
64,6
25,6
MÉXICO
PENÍNSULA IBÉRICA
3,4
6,1
44,8
45,7
6,0
3,8
62,2
28,0
TOTAL
4,7
67,1
23,5
4,6
7,1
2,9
64,1
25,9
RESTO
BRASIL
DEVEM SER TODAS PÚBLICAS
DEVEM SER TODAS PRIVADAS
DEVERIAM PODER EXISTIR AGÊNCIAS PÚBLICAS E AGÊNCIAS PRIVADAS
NÃO SABE
GRÁFICO 26.
Professores. Qual
das seguintes opções
relativas a essas
agências externas
de avaliação melhor
reflete a sua opinião?
(porcentagens), de
acordo com a região
Universia
4. A governança das universi -dades
Analisamos nesta seção as percepções dos três públicos
a respeito de vários aspectos centrais da governança das
universidades públicas: a avaliação do modo de gover-
nança existente em cada país, a conveniência de que o
modo de governança seja único para todas as universi-
dades, e as preferências quanto ao tipo de eleição ou no-
meação da máxima autoridade das universidades (reito-
res ou presidentes), bem como em relação ao peso que
devem ter os diferentes partícipes da vida universitária
nesta nomeação.
AVALIAÇÃO DOS MODELOS DE GOVERNANÇA REALMENTE
EXISTENTES
Os três públicos pesquisados não parecem muito satisfei-
tos com o(s) modelo(s) de governança das universidades
públicas de seus países. Seu grau de concordância médio
com este modelo, medido na escala de 0 (discordância
total) a 10 (concordância total), quase não passa de 5 na
mencionada escala, o que se pode interpretar como uma
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 227
concordância extremamente fraca [GRÁFICO 27]. Esta con-
cordância é ainda mais fraca na Península Ibérica e no
Brasil, e um pouco menos no México.
A seguir oferecemos algumas pistas a respeito de
quais seriam as características dos modelos de gover-
nança universitária que mais poderiam aumentar essa
satisfação.
DIVERSIDADE OU HOMOGENEIDADE DO MODELO
DE GOVERNANÇA DAS UNIVERSIDADES PÚBLICAS
Uma das opções básicas que os sistemas universitários
efetuaram historicamente, seja por um projeto imposto,
seja por uma evolução semiespontânea vinda de baixo,
refere-se à existência de vários ou de apenas um modelo
de governança das universidades públicas. Em um país
como a Espanha tendeu-se à homogeneidade, enquan-
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
2
3
1
4
5
6
7
9
8
5,45,24,9 5,0
BRASIL MÉXICO
6,16,4
RESTO
5,15,4
10
5,34,7 4,7 4,5
4,8
6,2
5,2
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 27.
Grau de concordância
com o modelo de
governança das
universidades públicas
no país do entrevistado
(média em uma escala
de 0, discordância total,
a 10, concordância total),
de acordo com a região
Universia
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 228
4. Veja-se Thomas
Estermann e Terhi
Nokkala, University
autonomy in Europe
I. Exploratory study
(Bruxelas, European
University Association,
2009), pp. 14-17.
to há maior diversidade em países como o Reino Unido
ou os Estados Unidos. De qualquer modo, pelo menos na
Europa, tendeu-se a regular legalmente a composição e
as funções dos órgãos máximos de governança, deixando
um espaço limitado para a autonomia de cada universi-
dade.4 Para os nossos pesquisados foi colocada aquela
alternativa, ou seja, que escolhessem entre a opção de
que cada universidade pública possa decidir livremente
seu modelo de governança e a de que todas tenham o
mesmo.
O resultado é bastante claro: uma maioria clara (próxi-
ma de 60%) em cada um dos três grupos prefere a opção
da diversidade potencial, enquanto não chegam a 40% os
que escolhem a opção da homogeneidade. GRÁFICO 28.
Se você pudesse
escolher, o que
preferiria: que cada
universidade pública
decida livremente seu
modelo de governança
ou que todas as
universidades públicas
tenham o mesmo
modelo de governança?
(em porcentagem, de
acordo com a região
Universia)
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
20
30
10
40
50
60
70
90
80
BRASIL MÉXICO RESTO
100
61,3
56,4
57,1
38,0
42,4
39,2
73,6
76,6
66,1
23,6
21,8
26,9
53,5
62,3
61,2
44,3
33,4
33,3
36,7
44,9
44,5
58,1
49,9
48,3
58,8
59,8
58,0
39,2
37,8
36,9
PAS
PR
OFE
SSO
RES
ESTU
DAN
TES
PAS
PR
OFE
SSO
RES
ESTU
DAN
TES
PAS
PR
OFE
SSO
RES
ESTU
DAN
TES
PAS
PR
OFE
SSO
RES
ESTU
DAN
TES
PAS
PR
OFE
SSO
RES
ESTU
DAN
TES
0,7
1,2
3,7
2,9
1,6
7,0
2,3
4,3
5,5
5,2
5,2
7,3
2,0
2,4
5,2
QUE TODAS TENHAM O MESMO
QUE CADA UNIVERSIDADE DECIDA
NÃO SABE
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 229
De qualquer modo, essas preferências ocultam varia-
ções signifi cativas de acordo com a região da universidade
do entrevistado. A opção pela diversidade potencial está
especialmente difundida entre os pesquisados do Méxi-
co, atingindo, por exemplo, 76,6% de seus professores.
Pelo contrário, tem um alcance bem menor na Penínsu-
la Ibérica, região em que talvez seja majoritária a opção
pela homogeneidade.
PREFERÊNCIAS QUANTO AOS MECANISMOS DE ESCOLHA DE
REITORES OU PRESIDENTES
Que seja observada uma demanda relativamente ampla
de liberdade de escolha do modelo de governança não
implica que cada membro da comunidade universitária
não tenha suas próprias preferências a este respeito, que
também foram pesquisadas. Por um lado, pedimos que
escolhessem entre os quatro modelos mais difundidos
de eleição ou nomeação dos reitores (ou presidentes) das
universidades públicas.5 Os quatro modelos de escolha
de reitor são os seguintes: a) eleito por um corpo eleito-
ral específi co que representa (direta ou indiretamente) os
diferentes grupos da comunidade universitária (pessoal
acadêmico, pessoal administrativo e de serviços, estu-
dantes); b) eleito por uma congregação (ou órgão equiva-
lente) que foi eleita democraticamente pela comunidade
universitária; c) nomeado por órgão de governança que
decide assuntos estratégicos, por exemplo, uma junta de
governança, um conselho de administração, um conselho
social ou o titular da Universidade; e d) eleito por meio de
um procedimento em que intervêm o conselho de gover-
nança e a congregação.
5. Obtidos de Estermann
e Nokkala, University
autonomy in Europe.
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 230
A hierarquia de opções é fácil de entender a partir do
ponto de vista das potenciais demandas de voz e voto dos
públicos pesquisados. A opção claramente predominan-
te é a primeira, a que implica a participação mais direta
dos membros da comunidade universitária na eleição. É
a preferida por 58% dos estudantes, 50,6% dos professo-
res e 55,4% do PAS [GRÁFICO 29]. A segunda opção é outra
que também garante, ainda que por vias mais indiretas (a
de uma congregação eleita democraticamente), a partici-
pação dos diferentes estamentos da comunidade univer-
sitária, isto é, dos três públicos que estudamos. É a pre-
ferida por 16,9% dos estudantes, 24,1% dos professores
e 21,5% do PAS. A terceira opção também o é em termos
do grau de participação dos membros da comunidade
universitária, que interviriam de maneira indireta (atra-
vés da congregação) e em colaboração com o conselho
ESTUDIANTES
10,5
4,9
7,7
21,5
55,412,9
7,6
4,8
24,1
50,6
8,7
13,82,6
16,9
58,0
PROFESORES PAS
NO SABE
ELEITO POR UM CORPO ELEITORAL ESPECÍFICO QUEREPRESENTA (DIRETA OU INDIRETAMENTE) OSDIFERENTES GRUPOS DA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA(PESSOAL ACADÊMICO, PESSOAL ADMINISTRATIVO EDE SERVIÇOS, ESTUDANTES)
ELEITO POR UMA CONGREGAÇÃO (OU ÓRGÃOEQUIVALENTE) QUE FOI ELEITA DEMOCRATICAMENTEPELA COMUNIDADE UNIVERSITÁRIA
NOMEADO PELO ÓRGÃO DE GOVERNANÇA QUEDECIDE ASSUNTOS ESTRATÉGICOS, POR EXEMPLO,UMA JUNTA DE GOVERNANÇA, UM CONSELHO DEADMINISTRAÇÃO, UM CONSELHO SOCIAL OU O TITULARDA UNIVERSIDADE
ELEITO POR UM PROCEDIMENTO NO QUAL INTERVÊMO CONSELHO DE GOVERNANÇA E A CONGREGAÇÃOGRÁFICO 29.
Dos modelos seguintes, qual você acha mais adequando para a escolha dos
reitores (ou presidentes) das universidades públicas? (em porcentagem)
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 231
de governança. É a preferida por 13,8% dos estudantes,
12,9% dos professores e 10,5% do PAS. Em último lugar,
com muito poucas menções, encontra-se a opção em que
a participação de estudantes, professores e/ou PAS pa-
rece mínima, ao intervir nela exclusivamente a junta de
governança ou o conselho de administração.
Seja como for a participação dos três públicos na elei-
ção do reitor, também pode variar o peso relativo de cada
um deles no corpo eleitoral ou nos órgãos corresponden-
tes. Também incluímos esta temática no questionário,
perguntando que importância deviam ter diferentes par-
tícipes da vida universitária na nomeação de reitores (ou
presidentes) das universidades públicas, ao que deviam
responder os pesquisados utilizando uma escala de 0 (ne-
nhuma importância) a 10 (muita). As tendências básicas
das respostas foram novamente as esperáveis, tendo-se
em conta os plausíveis interesses de cada público em par-
ticipar da governança das universidades, mas também a
intensidade da vinculação com estas instituições.
Ao professorado os três públicos atribuíram níveis al-
tos de importância, ao redor de 8,5 em 10, sem diferenças
apreciáveis entre públicos (gráfi co 30). Essas diferenças
apareceram na opinião dos estudantes. Para professo-
res e PAS, em média, sua importância devia ascender a
níveis próximos de 6 em 10, mas para os próprios estu-
dantes devia situar-se perto de 8. Também se observam
diferenças no que se refere ao PAS: para estudantes e
para o próprio PAS, a importância deste na nomeação
dos reitores devia superar o nível de 7 em 10, mas para
os professores devia situar-se apenas acima de 6.
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 232
Em qualquer caso, essas diferenças são menores em
comparação com as que existem entre a importância
atribuída a esses três públicos, digamos, de insiders e a
atribuída aos que provavelmente esses mesmos três pú-
blicos percebem como outsiders. Assim, em média, para
professores e PAS, a importância que deveriam ter os re-
presentantes da administração que fi nancia a universi-
dade fi caria apenas em 5 de 10, enquanto que para os
estudantes sequer chegaria a 6. Quer dizer, proporções
amplas dos três grupos seriam contra prestar contas,
sobretudo, frente a órgãos da administração pública, e
contra conceder a estes um peso relevante na governan-
ça da universidade.
O PROFESSORADO
OS ESTUDANTES
O PESSOAL DE ADMINISTRAÇÃO
E SERVIÇOS
OS REPRESENTANTES
DA ADMINISTRAÇÃO QUE FINANCIA A UNIVERSIDADE
OS REPRESENTANTES
DAS EMPRESAS QUE FIZERAM
DONAÇOES OU TÊM CONTRATOS COM A
UNIVERSIDADE
OS REPRESENTANTES
DO TECIDO ECONÓMICO E
SOCIAL DA CIDADE OU REGIÃO DA UNIVERSIDADE
10
0
2
3
1
4
5
6
7
9
8
8,48,8
6,06,5
5,0 5,0
3,4 3,4
8,58,1
6,3
7,47,2
5,9
4,3 4,6 4,3
5,2
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 30.
Que importância
deveriam ter os
seguintes participantes
da vida universitária na
nomeação dos reitores
(ou presidentes) das
universidades públicas?
(média em uma escala
de 0, nenhuma, a 10,
muita)
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 233
As pontuações dadas aos representantes do tecido
econômico e social do território em que se assenta a uni-
versidade são ainda mais baixas, entre 4,3 e 5,2. Mais
baixas ainda são as que recebem os representantes das
empresas que fazem doações ou que têm contratos com
a universidade, entre 3,4 e 4,3.
Nesta ocasião, as variações regionais são observadas,
justamente, em relação àqueles que denominamos out-
siders. Mostramos o caso dos representantes da admi-
nistração (gráfi co 31) e o dos representantes do tecido
econômico e social local (gráfi co 32). Parece ser dada
maior importância aos representantes da administração
no México, e menor, talvez, na Península Ibérica.
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
2
3
1
4
5
6
7
9
8
5,05,0
4,2 4,2
BRASIL MÉXICO
5,96,4
RESTO
4,8 4,9
10
5,9
5,15,4
4,6
6,0
7,2
5,6
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 31.
Que importância
deveriam ter os
representantes da
administração que
financia a universidade
na nomeação dos
reitores (ou presidentes)
das universidades
públicas? (média
em uma escala de 0,
nenhuma, a 10, muita)
de acordo com a região
Universia
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 234
Aos representantes do tecido econômico e social local
também é atribuída uma maior importância no México, e
parece que lhes é dada menor importância na Península
Ibérica.
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
2
3
1
4
5
6
7
9
8
4,34,5
3,6 3,6
BRASIL MÉXICO
5,3 5,2
RESTO
4,3 4,4
10
5,2
4,14,6
3,8
4,9
6,8
5,0
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 32.
Que importância
deveriam ter os
representantes do
tecido econômico e
social da localidade ou
região da universidade
na nomeação dos
reitores (ou presidentes)
das universidades
públicas? (média
em uma escala de 0,
nenhuma, a 10, muita)
de acordo com a região
Universia
5. A gest ão admin ist rativa das universi dades
Continuando com as percepções do funcionamento das
universidades como organizações, nesta seção tratamos,
com certo detalhamento, da temática da gestão das uni-
versidades. Tratamos de como os três públicos veem a
efi cácia desta gestão, de suas preferências a respeito do
grau de profi ssionalização que deveria ocorrer nos dife-
rentes níveis de gestão, e de seus pontos de vista quan-
to à preparação do professorado para realizar tarefas de
gestão.
EFICÁCIA DA GESTÃO DAS UNIVERSIDADES
Em média, os três públicos têm certas dúvidas quanto à
efi cácia da gestão ou da organização administrativa de
suas próprias universidades. Ao avaliá-las em uma esca-
la de 0 (inefi cácia total) a 10 (efi cácia total), as pontuações
médias que se obtêm situam-se entre 5,5 e 6, o que su-
gere certa margem de melhora, não necessariamente a
que chega ao ponto 10 da escala [GRÁFICO 33]. Como se vê
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 236
no gráfi co 33, a opinião sobre a efi cácia organizacional
da própria universidade é um pouco mais benevolente no
México.
Na avaliação comparativa da efi cácia das universi-
dades públicas e das universidades privadas do país do
pesquisado saem-se um pouco melhor as universida-
des privadas, como se observa no gráfi co 34. Elas são
mencionadas como mais efi cazes, em média, por 43,6%
dos estudantes, 46,4% dos professores e 54,1% do PAS,
porcentagens que são claramente superiores às dos
que mencionam as universidades públicas (22,7, 20,4 e
17,5%, respectivamente). Não se deve esquecer, de qual-
quer modo, a presença de um segmento intermediário
de certo tamanho que pensa que a efi cácia é similar em
ambos os tipos de instituições, nem um segmento não
desprezível de pesquisados que não sabe o que respon-
der nesta pergunta.
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
2
3
1
4
5
6
7
9
8
5,65,45,1
4,8
BRASIL MÉXICO
6,26,8
RESTO
5,2 5,4
10
6,05,7
5,4 5,35,4
7,0
6,0
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 33.
Grau de eficácia
da gestão ou
da organização
administrativa da
universidade do
entrevistado, em geral
(média em uma escala
de 0, ineficácia total,
a 10, eficácia total) de
acordo com a região
Universia
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 237
É precisamente o nível de desconhecimento o que mar-
ca as diferenças inter-regionais mais claras, pois é muito
mais alto na Península Ibérica (com valores próximos de
30%) que no resto (em torno de 10/12%). Além do mais,
observam-se outras diferenças relevantes. O peso relati-
vo das universidades privadas é ainda maior no Brasil, e
é menor no México e na Península Ibérica.
A PROFISSIONALIZAÇÃO DOS DIFERENTES NÍVEIS
DE GESTÃO
Outra das questões com certo destaque na discussão pú-
blica sobre as universidades, particularmente as públi-
cas, tem a ver com certa tendência, nos últimos lustros,
à substituição de acadêmicos por profi ssionais, ou à sua
complementação, em diversos cargos, começando pelos
GRÁFICO 34.
Em seu país, em
que instituições
é mais eficaz, em
média, a gestão,
nas universidades
públicas ou nas
universidades privadas?
(porcentagens), de
acordo com a região
Universia
0
20
30
10
40
50
60
70
90
80
100
PAS
PR
OFE
SSO
RES
ESTU
DAN
TES
PAS
PR
OFE
SSO
RES
ESTU
DAN
TES
PAS
PR
OFE
SSO
RES
ESTU
DAN
TES
PAS
PR
OFE
SSO
RES
ESTU
DAN
TES
PAS
PR
OFE
SSO
RES
ESTU
DAN
TES
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
BRASIL MÉXICO RESTO
11,8
18,4
20,5
11,9
20,9
19,9
66,5
52,6
49,5
9,8 8,2
10,1
29,5
29,2
36,0
23,3
21,6
23,1
40,1
40,5
30,6
7,1
8,7
10,4
13,6
16,2
18,2
17,1
21,4
19,8
56,8
48,8
47,1
12,5
13,6
15,0
27,0
22,0
19,0
18,1
19,8
13,8
24,8
27,6
35,0
30,1
30,5
32,3
17,5
20,4
22,7
15,9
21,0
19,6
54,1
46,4
43,6
12,5
12,2
14,1
PRIVADAS
SIMILAR EM AMBAS
PÚBLICAS
NÃO SABE
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 238
de máximo nível executivo (gerentes nas universidades).
Exploramos os pontos de vista sobre esta questão soli-
citando que os pesquisados decidissem como compor
órgãos de gestão de diferentes níveis nas universidades
públicas escolhendo dentro de uma gama de possibili-
dades a depender do peso relativo dos acadêmicos e dos
profi ssionais da gestão. As possibilidades eram: a) a ges-
tão deveria estar exclusivamente nas mãos de profi ssio-
nais de gestão; b) deveria estar, sobretudo, nas mãos de
profi ssionais de gestão; c) deveriam estar igualmente re-
presentados os profi ssionais de gestão e os que não são
profi ssionais de gestão (acadêmicos); d) deveria estar,
sobretudo, nas mãos de não profi ssionais da gestão (aca-
dêmicos); e e) deveria estar exclusivamente nas mãos de
não profi ssionais de gestão (acadêmicos). Os três níveis
foram: os níveis máximos de governança (Reitor, Presi-
dente, e sua equipe direta), a gestão de uma Faculdade,
Escola ou instituição equivalente, e a gestão de um De-
partamento ou órgão equivalente.
Em relação aos níveis máximos de gestão e gover-
nança, a opinião média dos professores diferenciou-se
com certa clareza da dos estudantes e do PAS. Entre os
professores, os que optavam por que a gestão correspon-
desse exclusiva ou majoritariamente a profi ssionais che-
gavam a 28,8%, uma porcentagem claramente inferior à
obtida entre os estudantes (41,7%) e o PAS (42,5%) [GRÁ-
FICO 35]. Entre os professores, a preferência por uma pre-
sença exclusiva ou majoritária de acadêmicos alcançava
um nível máximo, de 23,4%, acima dos 14% dos estudan-
tes e 10,8% do PAS. De qualquer modo, nos três grupos
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 239
é apreciável o segmento partidário de que a gestão seja
paritária entre profi ssionais e acadêmicos: representam
37,5% dos estudantes, 45,7% dos professores, e 45% do
PAS.
No gráfi co 35 observam-se algumas variações geo-
gráfi cas de interesse. A opção por uma profi ssionalização
total ou ampla da gestão é menor na Península Ibérica, e
parece um pouco maior no México. Logicamente, a opção
por uma gestão nas mãos dos acadêmicos é máxima en-
tre os professores da Península Ibérica.
Em relação ao nível das faculdades ou escolas, cabe
ressaltar que se vê reduzida a opção por níveis altos de
profi ssionalização e aumentada a opção favorável a que a
gestão esteja sobretudo nas mãos dos acadêmicos [GRÁ-
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
20
10
40
50
60
70
90
80
BRASIL MÉXICO RESTO
100
41,6
29,5
44,9
46,1
47,2
37,6
11,4
21,9
13,3
45,2
32,3
49,0
40,5
48,6
27,1
11,5
16,8
14,7
49,5
31,6
43,4
41,7
40,8
39,6
6,7
24,5
12,1
31,0
17,2
24,3
52,4
43,8
48,7
13,7
36,5
19,6
42,5
28,8
42,7
45,0
45,7
37,5
10,8
23,4
14,1
1,0
1,4
4,3
2,8
2,3
9,2
2,2
3,2
5,0
2,9
2,5
7,5
1,8
2,1
5,7
PAS
PR
OFE
SSO
RES
ESTU
DAN
TES
PAS
PR
OFE
SSO
RES
ESTU
DAN
TES
PAS
PR
OFE
SSO
RES
ESTU
DAN
TES
PAS
PR
OFE
SSO
RES
ESTU
DAN
TES
PAS
PR
OFE
SSO
RES
ESTU
DAN
TES
DEVERIAM ESTAR IGUALMENTE REPRESENTADOS OS PROFISSIONAIS DE GESTÃO E OS NÃO PROFISSIONAIS DE GESTÃO (ACADÊMICOS)
DEVERIA ESTAR EXCLUSIVAMENTE OU SOBRETUDO NAS MÃOS DE NÃO PROFISSIONAIS DE GESTÃO (ACADÊMICOS)
DEVERIA ESTAR EXCLUSIVAMENTE OU SOBRETUDO NAS MÃOS DE PROFISSIONAIS DE GESTÃO
NÃO SABE
GRÁFICO 35.
Nos níveis máximos
de governança (Reitor,
Presidente, e sua equipe
direta), como você acha
que deveria ser a gestão
das universidades
públicas do seu país?
(porcentagens), de
acordo com a região
Universia
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 240
FICO 36]. Isto se observa especialmente entre os profes-
sores da Península Ibérica, que optam majoritariamente
(56,8%) por que a gestão das faculdades esteja apenas ou
sobretudo nas mãos de acadêmicos.
No nível dos departamentos volta a perder peso a opção
por modelos de gestão muito profi ssionalizados e a gan-
har a opção favorável a um maior peso dos acadêmicos
[GRÁFICO 37]. Esta opção chega a tornar-s primeira para os
professores da Península Ibérica (com uma porcentagem
máxima, de 72,2%), do Brasil (47,7%) e da região Res-
to (45,3%), mas também tem um alcance notável entre
o alunado da Península Ibérica (53,8%) e o PAS (43,7%)
dessa mesma região.
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
20
10
40
50
60
70
90
80
BRASIL MÉXICO RESTO
100
PAS
PR
OFE
SOR
ES
ESTU
DIA
NTE
S
PAS
PR
OFE
SOR
ES
ESTU
DIA
NTE
S
PAS
PR
OFE
SOR
ES
ESTU
DIA
NTE
S
PAS
PR
OFE
SOR
ES
ESTU
DIA
NTE
S
PAS
PR
OFE
SOR
ES
ESTU
DIA
NTE
S
34,1
22,9
35,7
39,5
41,5
35,9
25,4
33,9
23,8
35,1
26,8
42,0
41,5
42,5
29,0
20,8
28,3
20,4
42,2
21,7
31,9
43,0
39,5
41,5
12,9
35,3
21,3
24,4
9,5 15
,9
47,6
31,2
41,8
24,4
56,8
34,8
34,6
21,6
33,5
41,6
39,9
36,5
21,9
36,1
24,1
5,
9 2,3
1,8
7,5 2,5
3,6
5,4
8,6 4,6
1,7 1,02,4
2,7
3,5 1,
9
DEVERIAM ESTAR IGUALMENTE REPRESENTADOS OS PROFISSIONAIS DE GESTÃO E OS NÃO PROFISSIONAIS DE GESTÃO (ACADÊMICOS)
DEVERIA ESTAR EXCLUSIVAMENTE OU SOBRETUDO NAS MÃOS DE NÃO PROFISSIONAIS DE GESTÃO (ACADÊMICOS)
DEVERIA ESTAR EXCLUSIVAMENTE OU SOBRETUDO NAS MÃOS DE PROFISSIONAIS DE GESTÃO
NÃO SABE
GRÁFICO 36.
Na gestão de uma
Faculdade, Escola ou
instituição equivalente,
como você acha que
deveria ser a gestão
das universidades
públicas do seu país?
(porcentagens), de
acordo com a região
Universia
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 241
A PREPARAÇÃO DO PROFESSORADO PARA AS TAREFAS DE
GESTÃO
A reivindicação de um peso notável nos diferentes níveis
de gestão para o professorado não termina de encaixar
com a visão que têm os três públicos a respeito da capa-
citação daquele para desempenhar esse tipo de tarefas.
Como se observa no gráfi co 38, só 46,2% dos estudan-
tes acreditam que esteja preparado, mas é inclusive mais
baixa a porcentagem de professores que acha a mesma
coisa, 35,8%. Era de se esperar que aqueles que estão
mais implicados na gestão cotidiana das universidades, o
PAS, mantivessem a opinião mais negativa a este respei-
to: apenas 28,4% veem os professores sufi cientemente
preparados para tarefas de gestão. As dúvidas a respeito
GRÁFICO 37.
Na gestão de um
Departamento ou
órgão equivalente,
como você acha que
deveria ser a gestão
das universidades
públicas do seu país?
(porcentagens) de
acordo com a região
Universia
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
20
10
40
50
60
70
90
80
BRASIL MÉXICO RESTO
100
PAS
PR
OFE
SOR
ES
ESTU
DIA
NTE
S
PAS
PR
OFE
SOR
ES
ESTU
DIA
NTE
S
PAS
PR
OFE
SOR
ES
ESTU
DIA
NTE
S
PAS
PR
OFE
SOR
ES
ESTU
DIA
NTE
S
PAS
PR
OFE
SOR
ES
ESTU
DIA
NTE
S
34,1
20,4
33,1
36,3
32,2
32,8
28,6
45,3
28,6
38,2
24,3
37,8
39,8
39,8
28,9
19,6
33,4
22,9
30,9
17,4
22,9
41,4
31,3
36,7
25,4
47,7
34,3
18,4
5,8 11
,9
34,4
18,7
26,0
43,7
72,2
53,8
32,1
18,6
29,1
37,7
31,6
32,0
28,3
47,1
32,0
6,
9 2,7
1,8
8,4 3,2
3,4
6,1 3,7
2,2
10,4 2,
6
2,5
5,5 2,1
1,0
DEVERIAM ESTAR IGUALMENTE REPRESENTADOS OS PROFISSIONAIS DE GESTÃO E OS NÃO PROFISSIONAIS DE GESTÃO (ACADÊMICOS)
DEVERIA ESTAR EXCLUSIVAMENTE OU SOBRETUDO NAS MÃOS DE NÃO PROFISSIONAIS DE GESTÃO (ACADÊMICOS)
DEVERIA ESTAR EXCLUSIVAMENTE OU SOBRETUDO NAS MÃOS DE PROFISSIONAIS DE GESTÃO
NÃO SABE
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 242
são menores no México, mas estão especialmente difun-
didas no Brasil.
Talvez a sensação de que os professores não estejam
sufi cientemente preparados para desempenhar tarefas
de gestão deva-se a que não receberam a formação ade-
quada para elas. Pelo menos é o que caberia deduzir das
opiniões que têm os três públicos quanto à efi cácia que
teria formar os professores nesse tipo de tarefas no sen-
tido de sua preparação para elas. Entre os estudantes,
85,1% acham que essa formação seria muito ou bastante
efi caz, o que representa uma porcentagem muito similar
a 86,1% dos professores e à de 85% do PAS que opinam
da mesma forma.
De qualquer modo, nenhum dos três públicos tem uma
confi ança tão difundida nas virtudes da formação, como
sugerem essas porcentagens. Colocados na situação de
escolher entre formar os professores para as tarefas de
gestão ou optar por que estas sejam realizadas sobre-
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
20
30
10
40
50
60
70
90
80
BRASIL MÉXICO RESTO
100
46,2
35,8
28,4
35,9
43,0
21,1
30,8
18,7
11,7
64,9
47,1
47,8
48,3
36,8
29,9
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 38.
Você acha que, em
geral, os professores
da sua universidade
estão suficientemente
preparados para realizar
tarefas de gestão? (em
porcentagem), de acordo
com a região Universia
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 243
tudo por profi ssionais especifi camente preparados para
elas, apesar de não serem majoritários, não são poucos
os que optam pela segunda alternativa. Entre os estu-
dantes, a maioria (57,7%) opta por formar os professores,
mas 36,7% optam por contar com profi ssionais. Entre os
professores, logicamente, a maioria favorável à formação
é ainda maior (69,2%), mas até 27,9% seria partidário de
ceder essas tarefas a profi ssionais. Também com certa
lógica, no PAS, a opção por formar os professores sequer
chega à metade dos pesquisados (47,6%), o que o faz a
opção por contar com profi ssionais (50,5%). Precisamen-
GRÁFICO 39.
Pelo que você sabe,
em que medida seria
eficaz formar os
professores em tarefas
de gestão no sentido
de sua preparação
para estas tarefas? (em
porcentagens)
46,0
1,82,111,1
39,0
PAS
ESTUDIANTES
47,2
4,19,7
37,9
44,9
1,710,6
41,2
1,2 1,6
PROFESORES
MUITO EFICAZ
BASTANTE EFICAZ
POUCO EFICAZ
NEM UM POUCO EFICAZ
NÃO SABE
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 244
te, nesta ocasião, as variações regionais têm a ver, sobre-
tudo, com as opiniões do PAS. Na Península Ibérica e no
Brasil, justamente os dois países em que o PAS era mais
crítico em relação à formação do professorado em tare-
fas de gestão (veja-se gráfi co 38), observam-se grandes
maiorias favoráveis a confi ar em profi ssionais da gestão:
69,2% na Península Ibérica, e 63,7% no Brasil.
TOTAL PENÍNSULA IBÉRICA
0
20
10
40
50
60
70
90
80
BRASIL MÉXICO RESTO
100
PAS
PR
OFE
SSO
RES
ESTU
DAN
TES
PAS
PR
OFE
SSO
RES
ESTU
DAN
TES
PAS
PR
OFE
SSO
RES
ESTU
DAN
TES
PAS
PR
OFE
SSO
RES
ESTU
DAN
TES
PAS
PR
OFE
SSO
RES
ESTU
DAN
TES
53,0
73,2
60,9
45,8
25,4
34,2
63,3
75,3
61,4
34,6
22,3
32,2
35,5
63,9
54,9
63,7
32,0
40,5
24,8
53,8
44,8
69,2
38,7
46,3
47,6
69,2
57,7
50,5
27,9
36,7
5,
7
2,9
1,9
8,9
7,5 6,
0
4,6
4,1 0,8
6,5 2,3 2,1
5,0 1,4 1,2
CONFIAR EM PROFISSIONAIS DE GESTÃO
FORMAR OS PROFESSORES PARA QUE DESEMPENHEM TAREFAS DE GESTIÃO
NÃO SABE
GRÁFICO 40.
O que você preferiria:
formar os professores
para que possam
desempenhar tarefas
de gestão ou que
estas tarefas sejam
realizadas, sobretudo,
por profissionais
especificamente
preparados para elas?
(porcentagens), de
acordo com a região
Universia
6. Medidas para melhorar a efici ênci a dasuniversi dades
Concluímos este relatório coletando a opinião dos três
públicos a respeito de algumas das medidas específi cas
de melhoria da efi ciência das universidades, propostas
na Declaração de Guadalajara. Como em outros relató-
rios, pedimos aos três públicos que avaliassem a efi cácia
destas medidas em uma escala de 0 (nem um pouco efi -
caz) a 10 (muito efi caz).
Uma das medidas está ligada à possibilidade de que
as universidades aprendam umas com as outras, para o
que é necessário que conheçam seu rendimento relati-
vo. Tratar-se-ia de construir um sistema de indicadores
de resultados comparáveis para o sistema universitário
ibero-americano. Os três públicos consultados atribuem
a esta medida uma efi cácia alta, por volta de 8 em 10 [GRÁ-
FICO 41].
As outras duas estão ligadas ao uso das novas tecnolo-
gias da informação e da comunicação, e também recebem
avaliações positivas. Por um lado, os pesquisados conce-
dem pontuações médias por volta de 8 em 10 à medida de
246 #5 UNIVERSIDADES EFICIENTES
avançar signifi cativamente no uso das novas tecnologias
digitais em todos os âmbitos da vida universitária. Por
outro, concedem pontuações que se aproximam de 8 em
10 à ideia de incentivar o uso de redes sociais e das ferra-
mentas interativas 2.0 para estabelecer relações interu-
niversitárias de tipo acadêmico e de outros tipos.
CONSTRUIR UM SISTEMA DE
INDICADORES DERESULTADOS
COMPARÁVEIS PARA O SISTEMA
UNIVERSITÁRIO IBERO-AMERICANO
UM AVANÇO SIGNIFICATIVO NO USO DAS NOVASTECNOLOGIAS
DIGITAIS EM TODOS OS ÂMBITOS DA
VIDA UNIVERSITÁRIA
8,28,1 8,08,4
INCENTIVAR O USO DAS REDES SOCIAIS E DAS FERRAMENTAS
INTERATIVAS 2.0 PARAESTABELECER
RELAÇÕES INTERUNIVERSITÁRIAS DE TIPO ACADÊMICO E
DE OUTROS TIPOS
7,88,1
7,78,0
7,6
PROFESSORESESTUDANTES
PAS
GRÁFICO 41.
Grau de eficácia das
diferentes medidas
para conseguir que as
universidades ibero-
americanas prestem
seus serviços de modo
mais eficiente (média
em uma escala de 0,
nem um pouco eficaz, a
10, muito eficaz)
Con-cl usões
Introduçao
Concluímos o relatório sobre as cinco pesquisas resu-
mindo os principais resultados de cada uma e expondo
as considerações de caráter mais geral a que chegamos
após considerá-los em conjunto. Estas considerações
têm a ver, por um lado, com a comparação das opiniões
dos diferentes públicos (estudantes, professores e PAS)
e das diferentes regiões Universia para as quais pude-
mos contar com dados. Por outro, trata-se de questões
substantivas, relacionadas à relevância social das univer-
sidades, à opinião sobre como estas desempenham suas
funções, ao modelo desejável de universidade que implica
essa opinião e outras informações, e a uma interpretação
dos apoios generalizados às medidas concretas deriva-
das da Declaração de Guadalajara que contrastamos nas
pesquisas.
1. Os resultados prin ci pais de cada pesquisa
Resultados principais da primeira pesquisa
(“universidades comprometidas”)
A primeira pesquisa centrou-se na temática das “univer-
sidades comprometidas”, isto é, nos diferentes aspectos
da dimensão social, ou de compromisso social, da univer-
sidade.
Em primeiro lugar, analisamos a percepção dos objeti-
vos de caráter social (relativos a seus impactos no desen-
volvimento econômico e social do país) no âmbito do con-
junto de finalidades das universidades. A respeito, ficou
muito clara qual deveria ser a prioridade das universida-
des ibero-americanas: a formação de bons profissionais.
A bastante distância situaram-se as tarefas de pesquisa
e uma finalidade social, o desenvolvimento regional. No
entender da comunidade universitária ibero-americana,
as universidades estariam cumprindo essa variedade de
finalidades satisfatoriamente, mas observa-se uma mar-
gem relativamente ampla de melhora, pois a qualificação
desse cumprimento fica por volta de 6,5 sobre 10.
Das opiniões dos entrevistados, se refletem bem a re-
alidade, infere-se que essa melhora deveria resultar niti-
damente na prosperidade do país, pois uma clara maio-
ria aponta a grande relevância que as universidades têm
para a prosperidade (em um mesmo nível que governos e
empresas privadas).
# CONCLUSÕES 250
Em segundo lugar, estudamos os pontos de vista dos
três públicos sobre a importância da cooperação das uni-
versidades com outros agentes sociais. Segundo os entre-
vistados, o cumprimento dos fins da universidade deveria
implicar doses altas de cooperação com agentes externos
(empresas, outras universidades nacionais, universida-
des estrangeiras...), com os quais seria preciso ampliar
relações, segundo uma clara maioria.
Quanto a um terceiro aspecto do compromisso social
das universidades, a implicação social de seus membros,
a opinião média dos entrevistados não distinguiu a impli-
cação social dos estudantes universitários da do cidadão
médio. No entanto, se comparamos os resultados da pes-
quisa com outras pesquisas do meio ibero-americano,
observa-se que a participação em associações dos estu-
dantes universitários provavelmente seja superior à do
cidadão médio (como a dos professores e a do PAS).
O quarto aspecto do compromisso social analisado re-
fere-se às possíveis desigualdades no acesso à universi-
dade. Para começar, a grande maioria acreditava que o
acesso deveria ser muito mais amplo, não por questões
de gênero (muito poucos pensavam que as mulheres são
discriminadas a respeito), mas por razão de desigualdade
social.
A maioria opinou que o acesso dos grupos menos favo-
recidos tinha melhorado na última década. No entanto, as
medidas disponíveis em cada país para facilitar o acesso
desses grupos foram qualificadas com pontuações rela-
tivamente negativas (abaixo de 5 sobre 10). Entre essas
medidas, e tendo em conta a situação financeira das uni-
# CONCLUSÕES 251
versidades, foram muitos os que se mostraram dispostos
a explorar fórmulas de financiamento diferentes da gra-
tuidade ou a quase gratuidade universal.
Por último, quase todos reconheceram a ampla uti-
lidade de alguma das medidas propostas na Agenda de
Guadalajara 2010, um Programa Ibero-Americano de Co-
operação e Ação Social Interuniversitária.
Resultados principais da segunda pesquisa
(“universidades sem fronteiras”)
A temática da segunda pesquisa foi a das “universidades
sem fronteiras”, isto é, cobriu uma diversidade de aspec-
tos da mobilidade universitária, de professores e de alu-
nos, bem como a dimensão internacional da universidade.
Estudamos, em primeiro lugar, questões relativas à
mobilidade interna (nacional) dos estudantes. As opiniões
dos três públicos coincidiram em que, na hora de esco-
lher universidade, prevalecia a reputação sobre a locali-
zação, embora essa prevalência estava longe de ser cla-
ra na Península Ibérica. No entender dos entrevistados,
essa escolha não é facilitada pela informação disponível,
que recebeu uma pontuação próxima de 6 na escala de 0
a 10. Por isso, não é estranho que vejam com bons olhos a
publicação de relatórios independentes ou rankings uni-
versitários (com pontuações de por volta de 8 sobre 10).
Em segundo lugar, tratamos a importância atribuída
à mobilidade internacional e à internacionalização das
universidades, utilizando duas perguntas muito simples.
Descobrimos um notável apoio à ideia de incorporar a
# CONCLUSÕES 252
mobilidade exterior como parte integral da grade curri-
cular e à de contar com professores estrangeiros (ambas
com pontuações médias próximas de 8 sobre 10). Com
respeito às consequências não desejadas da mobilidade
internacional, comprovamos que estava muito difundida a
opinião de que o país do entrevistado tinha um problema
de “fuga de cérebros” (mais na Península Ibérica que nas
outras regiões). As causas atribuídas do problema apon-
tavam, sobretudo, que os pesquisadores que não retor-
nam dispõem de mais recursos nos países de destino.
Em terceiro lugar, centramos a atenção em um âmbito
mais próximo, o da universidade do entrevistado. De iní-
cio, não ficou claro que, a olhos dos três públicos conside-
rados, essas universidades concediam grande importân-
cia ao objetivo da mobilidade de seus professores e es-
tudantes, pois as pontuações rondaram 6,5 sobre 10. Ob-
viamente, nem todas beneficiam-se do mesmo modo da
presença de estudantes estrangeiros, mas as opiniões de
se havia muito benefício ou benefício rondaram 40%, com
diferenças geográficas (mais na Península Ibérica, me-
nos no Brasil). O PAS não se sentia totalmente preparado
para administrar uma mobilidade internacional substan-
cialmente maior (pontuação de 6 sobre 10). Por último,
os três públicos concordaram em que suas universida-
des deveriam dar mais importância à formação online: a
proposta atual deste tipo de formação foi qualificada com
médias inferiores a 6 sobre 10; a proposta que deveria ser
feita em formação online obteve médias próximas a 8.
Em quarto lugar, estudamos a mobilidade internacional
efetiva de professores e estudantes. Muitos professores
# CONCLUSÕES 253
afirmaram ter cursado estudos no exterior (cerca de 40%;
com porcentagens mais baixas na Península Ibérica e no
Brasil). E cerca de 25% afirmaram ter exercido a docência
ou pesquisa fora de seu país, pelo menos durante um ano
acadêmico. Cerca de 15% dos estudantes disseram ter
cursado algum estudo universitário no exterior, aos quais
seria preciso adicionar os 10% que teriam tentado sem
sucesso. Além do mais, muitos, aproximadamente dois
terços (apenas dois quintos na Península Ibérica), esta-
riam planejando essa experiência, e muitos (pouco mais
da metade) sentiam-se capacitados, por conhecerem su-
ficientemente algum idioma estrangeiro diferente do es-
panhol (ou do português, no Brasil e Portugal).
Por último, ocupamo-nos da avaliação dos obstáculos
à mobilidade e das medidas para orientá-la e melhorá-la.
De uma lista de sete obstáculos à mobilidade internacio-
nal dos estudantes, o mais mencionado, de forma muito
ampla, foi a falta de fundos. Em um segundo nível, como
obstáculos também consideráveis, situaram-se a falta
de informação, as barreiras linguísticas e as dificuldades
para o reconhecimento dos estudos cursados no exte-
rior. Obstáculos relativamente menores foram os proble-
mas relativos à imigração (barreiras administrativas, por
exemplo), o fato de a mobilidade não ser estimulada na
universidade do entrevistado e a diferente qualidade edu-
cativa no exterior.
Orientando a prioridade de mobilidade dos estudantes
a algum continente de procedência, os dois mais citados
foram a América Central e do Sul, e a Europa. Se se trata
de dar prioridade a um continente de destino, as prefe-
# CONCLUSÕES 254
rências eram ainda mais claras, com a Europa em pri-
meiro lugar, com notável distância da América do Norte e
da América Central e do Sul.
Como medidas de melhora da mobilidade de estudan-
tes e professores, elaboramos a seguinte série a partir
das propostas da Agenda de Guadalajara 2010: maior
compromisso dos diferentes partícipes no financiamen-
to da mobilidade, eliminação de obstáculos, programas
específicos de mobilidade em cada universidade, o Car-
tão Universitário Ibero-Americano e o estabelecimento
de um espaço ibero-americano do conhecimento através
da coordenação entre as universidades. Perguntamos so-
bre a utilidade de cada uma dessas medidas e obtivemos
médias altas (próximas ou superiores a 8,5 sobre 10) nos
três públicos e para todas as medidas, o que sugere que
o público universitário está disposto a participar do deba-
te sobre a promoção da mobilidade em sua universidade,
seu país e em escala ibero-americana. Apesar de que o
nível de conhecimento declarado da Universia é melho-
rável, são muitos (por volta de 4/5 em todos os públicos)
os entrevistados que atribuem a ela um papel importante
na construção de um espaço ibero-americano do conhe-
cimento e a inovação.
# CONCLUSÕES 255
Resultados principais da terceira pesquisa
(“universidades formadoras”)
A terceira pesquisa centrou-se no tema das “universida-
des formadoras”, isto é, nos diferentes aspectos da fun-
ção de formação exercida pelas universidades.
Em primeiro lugar, ocupamo-nos das opiniões dos
entrevistados sobre as finalidades do ensino universitá-
rio. Colocadas de maneira geral, a postura do entrevis-
tado médio foi bastante equilibrada em quase todas as
contraposições propostas (melhorar a capacidade para
pensar / para agir; formação prática / transmissão de
conhecimentos; especialização / formação de amplo al-
cance; formação ligada às necessidades do momento /
mais atemporal), salvo em uma, em que se revelou uma
preferência clara sobre o ensino universitário como algo
ligado à formação ao longo da vida, e não só à formação
inicial. Na realidade, as respostas não se concentraram
em pontos específicos das escalas utilizadas para medir
essas preferências, mas sim estavam muito repartidas.
Se as entendemos como indício de demandas potenciais
(por parte dos estudantes) e ofertas potenciais (por parte
dos professores), essas preferências demonstram a pre-
sença de uma demanda diversa que poderia ser satisfeita
através de uma oferta diversa.
Essa diversidade incluiria, para proporções menores
de entrevistados, universidades concentradas em ativida-
des de ensino, e não de pesquisa, mas a maioria mostrou
sua discordância com a ideia de que se pode proporcionar
bom ensino sem uma dedicação suficiente à pesquisa.
# CONCLUSÕES 256
Em termos de uma finalidade específica do ensino uni-
versitário, a formação de profissionais, a avaliação resul-
tante da pesquisa foi positiva, com pontuações próximas
a 8 sobre 10 concedidas à utilidade dos conhecimentos
adquiridos para a inserção profissional dos formados. Em
relação a este objetivo da formação, observou-se certa
demanda de mais estágios em empresas, especialmente
entre os estudantes.
Em segundo lugar, a capacidade dos professores como
docentes foram avaliadas pelos estudantes e pelos pro-
fessores (que responderam sobre os professores de sua
faculdade, não sobre eles mesmos como indivíduos). A
avaliação foi positiva, especialmente no nível de conheci-
mentos de sua matéria atribuído aos professores (cerca
de 8 sobre 10), e também em relação a sua capacidade
pedagógica e sua vocação pelo ensino (por volta de 7 so-
bre 10). No entanto, em termos do grau de inovação de
seus métodos de ensino a avaliação não foi tão positiva
(com uma qualificação mais próxima de 6).
Por outro lado, os professores não se mostraram mui-
to satisfeitos com a oferta de formação docente perma-
nente em suas universidades, pois deram-lhe uma pon-
tuação de 6 na escala de 0 (muito pouco adequada) a 10
(muito adequada). Essa relativa insatisfação talvez esteja
por trás da boa avaliação recebida por uma possibilidade
de melhora na formação: o estabelecimento de uma rede
virtual ibero-americana de boas práticas (qualificada com
uma utilidade de 8 sobre 10).
Em terceiro lugar, prestamos uma atenção especial à
formação online. Primeiro, comprovamos sua extensão
# CONCLUSÕES 257
nas universidades dos entrevistados, tal como estes a
avaliavam. Em seu ponto de vista, o grau de desenvolvi-
mento deste tipo de formação é médio, com uma ampla
margem de melhora, especialmente em aspectos como a
colaboração online dos estudantes (com ferramentas tipo
wiki) ou as autoavaliações online, mas nem sequer acre-
ditavam que dispor de materiais online estivesse espe-
cialmente desenvolvido.
Segundo, os entrevistados compararam o ensino onli-
ne com o tradicional, concordando bastante em que exigia
mais autodisciplina dos estudantes, embora o consenso
era bastante menor em que requeresse mais esforço dos
professores. A opinião média tendia a partilhar o argu-
mento de que a educação online supõe uma experiência
menos enriquecedora, e não apresentou uma posição
clara em relação a que este tipo de formação permita ad-
quirir uma preparação equivalente à que se obtém com
o ensino presencial. Predominava, no entanto, a sensa-
ção de que graças à formação online o acesso de grupos
desfavorecidos aos estudos universitários melhorará. Por
último, observa-se um acordo amplo com a ideia de que a
educação online complementará a tradicional, mas não a
substituirá.
Terceiro, com respeito ao potencial da formação online,
a proporção média de cursos presenciais que, no enten-
der dos entrevistados, poderia ser substituída por cursos
online é de cerca de um terço.
Quarto, detivemo-nos com certo detalhe em uma va-
riante bastante comentada da formação online, os MOOCs.
Para começar, seu conhecimento não estava muito difun-
# CONCLUSÕES 258
dido entre os estudantes, e sim um pouco mais entre os
professores e o PAS. Dado um nível baixo de conhecimento,
e o fato de a experiência com MOOCs ser recente e pouco
generalizada, era esperável que fossem pouco claras as
opiniões sobre alguns de seus aspectos, como se pode-
rão sobreviver sem ser gratuitos, se acabarão sendo mais
importantes que a educação universitária tradicional, ou
se se aprende tanto com eles como através do ensino tra-
dicional. No entanto, observamos um acordo amplo com
a ideia de que os MOOCs vão permitir que muita gente te-
nha acesso a um ensino de primeiro nível mundial antes
reservado a poucos.
Concluímos a análise comentando a avaliação da qua-
lidade do ensino em suas universidades efetuada pelos
três públicos. A avaliação resultante foi bastante positiva
e coincidente entre os três grupos, com uma média de 7,9
na escala de 0 a 10. Contudo, os entrevistados mostraram-
se muito propensos a acolher medidas de reforma insti-
tucional orientadas para melhorar a qualidade, tais como
estabelecer um sistema de reconhecimento mútuo de di-
plomas similar ao europeu, a convergência da estrutura
dos cursos universitários, o credenciamento dos cursos
por parte de agências homologadas internacionalmente,
a colaboração entre universidades para oferecer diplomas
conjuntos e a colaboração com agentes externos (empre-
sas, por exemplo) para oferecer estágios aos estudantes.
# CONCLUSÕES 259
Resultados principais da quarta pesquisa
(“universidades criativas e inovadoras”)
A quarta pesquisa tratou o tema das “universidades cria-
tivas e inovadoras”, isto é, de assuntos relativos à função
de pesquisa (ou inovação, em sentido mais amplo) das
universidades.
Estudamos, em primeiro lugar, o que os três públicos
pensavam sobre a inovação tecnológica como objetivo
estratégico de seus países. Em geral, pensavam que as
empresas, o governo e as universidades não contribuem
muito para a capacidade tecnológica de seus países, o
qual, talvez, reflete certo descontentamento com o nível
real desta capacidade. Na realidade, os entrevistados fi-
xariam objetivos muito ambiciosos na hora de dedicar re-
cursos a P&D, na medida em que mais da metade optou
por que seu país aspirasse em uma década ao nível de
gasto da Suécia (3,4%). Os objetivos são tão ambiciosos
que, na realidade, a grande maioria dos entrevistados não
acreditava que pudessem ser cumpridos. Em qualquer
caso, pensando na contribuição de cada agente para al-
cançar esses objetivos, para a maioria o esforço deveria
ser distribuído por igual entre o setor público e o privado.
Em segundo lugar, oferecemos cenas interessantes da
área da pesquisa desenvolvida nas universidades ibero-
americanas, tal como é vista, sobretudo, pelos professo-
res. A maior novidade é a proporção de seu tempo que
afirmaram dedicar à pesquisa (31,6%, em média) e ao en-
sino (41,6%); o resto é dedicado a tarefas administrati-
vas. Também é interessante que a maioria (54%) tenha
# CONCLUSÕES 260
dito dedicar-se, sobretudo, à pesquisa aplicada (e o resto
é repartido por igual entre a pesquisa básica e o desen-
volvimento), embora tenham sido observadas as diferen-
ças esperáveis segundo o campo de estudo (a extensão
da pesquisa básica foi máxima nas ciências naturais e a
da aplicada foi máxima entre os professores do âmbito da
engenharia).
Por sua vez, muitos professores (72,3% no último ano)
afirmaram realizar suas pesquisas em cooperação com
outros agentes, sobretudo pesquisadores de sua mesma
universidade ou de outra universidade do país, embora a
dimensão da cooperação transfronteiriça também tenha
sido substantiva (até 44,3% dos que trabalham em coo-
peração em sua pesquisa disseram ter colaborado com
pesquisadores de universidades estrangeiras). Em geral,
os professores universitários viram a cooperação com ou-
tros pesquisadores como algo muito frutífero.
Em terceiro lugar, estudamos os futuros pesquisado-
res universitários, isto é, quais eram os planos dos estu-
dantes a respeito disso. Muitos disseram ter previsto ob-
ter o título de doutor e/ou seguir uma carreira de pesqui-
sa, sobretudo na universidade (e não tanto na empresa),
e muitos mostraram-se convencidos de que essas pre-
visões de carreira de pesquisa podiam cumprir-se. Isto
talvez se deva, em parte, à sensação de que estão sendo
suficientemente bem preparados pela universidade. De
qualquer modo, ao tratar-se de declarações de intenção
(e, provavelmente, de desejos) convém tomar com certa
cautela os valores obtidos, pois se afastam muito das que
corresponderiam aos dados reais disponíveis.
# CONCLUSÕES 261
Em quarto lugar, proporcionamos informação, também
interessante, sobre como os professores e o PAS veem a
gestão da pesquisa nas universidades. O mais chamati-
vo, talvez, é que ambos considerem bastante difíceis os
trâmites necessários para obter fundos nacionais ou in-
ternacionais para projetos de pesquisa. No entanto, tam-
bém é interessante o que nos disseram sobre a existência
de departamentos especializados na gestão da pesquisa.
50,6% dos professores afirmaram que existia um órgão
dedicado à cooperação com as empresas, e 40,1% rela-
taram a existência de um departamento especializado na
internacionalização da pesquisa.
O inquérito ao PAS revelou que dedicam uma parte bas-
tante substancial de seu trabalho (38 horas de cada 100) a
administrar assuntos relacionados com a pesquisa, e que
se sentem bastante preparados para essa gestão, embo-
ra, implicitamente, tenham reconhecido uma necessida-
de de melhorar.
Em quinto lugar, revemos um dos binômios centrais
na vida das universidades, o que relaciona o ensino à pes-
quisa. Por um lado, comprovamos a importância que as
universidades atribuem a ambos, pelo menos na opinião
dos entrevistados: uma importância médio-alta, maior no
caso do ensino (por volta de 8 sobre 10) que no da pesqui-
sa (por volta de 6,5). Por outro, a opinião média dos três
públicos não se decidiu sobre a pergunta de se se pode
ser um bom professor sem ser bom pesquisador. No en-
tanto, estudantes e professores reconheceram muito ma-
joritariamente que a atividade docente se beneficia muito
da atividade pesquisadora.
# CONCLUSÕES 262
Em sexto lugar, examinamos um conjunto amplo de
medidas de melhora da capacidade de inovação das uni-
versidades. Primeiro, consideramos os incentivos aos
professores ligados a sua atividade de pesquisa. O mais
chamativo é que, em média, não tivessem uma posição
muito clara sobre a conveniência de que uma parte consi-
derável de sua remuneração tivesse que depender da ati-
vidade de pesquisa, embora, como apontamos, dediquem
a ela uma parte substancial de seu tempo.
Segundo, obtivemos a opinião sobre onze medidas di-
rigidas à melhora substantiva da qualidade da pesquisa
das universidades do país dos entrevistados. Algumas
estavam mais relacionadas à capacidade de pesquisa
das universidades por si mesmas; outras, à cooperação
com empresas privadas e outros agentes dos sistemas
nacionais de inovação. Em geral, são muito bem rece-
bidas, o que revela não só uma predisposição a solicitar
mais recursos, como também certa abertura a mudan-
ças organizativas e institucionais. Entre as primeiras,
seria preciso destacar, por ser a mais valorizada, que as
administrações dediquem mais fundos à pesquisa uni-
versitária, mas também foi muito valorizada a proposta
de programas de formação do PAS. Entre as segundas,
destaca-se o atrativo das medidas para incentivar a for-
mação de clusters.
Terceiro, também observamos uma ampla aprovação
de várias propostas, procedentes da Declaração de Guada-
lajara, orientadas para que as universidades ibero-ame-
ricanas contribuam substancialmente para a geração de
conhecimento. Essas medidas vão desde a promoção de
# CONCLUSÕES 263
spin-offs até favorecer a incorporação de pesquisadores
universitários às empresas.
Quarto, comprovamos como uma ampla maioria dos
pesquisados achava legítimo que as universidades contri-
buíssem muito substancialmente para a transmissão de
uma cultura empreendedora a seus estudantes, e como
consideravam essa transmissão como uma finalidade
muito importante.
Por último, ocupamo-nos das possíveis contribuições
da Universia e Innoversia à melhora das capacidades de
inovação das universidades ibero-americanas. Se levar-
mos em conta as respostas dos entrevistados que melhor
dizem conhecer ambas as redes, seu potencial é interes-
sante: uma imensa maioria acreditava que a Universia
podia ser um instrumento relevante para o intercâmbio
de informação sobre a inovação desenvolvida pelas uni-
versidades; por sua vez, foi avaliada com uma pontuação
média de 7,5 sobre 10 a utilidade da Innoversia para es-
tabelecer contato entre as empresas e os pesquisadores
que podem satisfazer suas necessidades de pesquisa.
Resultados principais da quinta pesquisa
(“universidades eficientes”)
A quinta pesquisa ocupou-se do tema das “universidades
eficientes”, isto é, de vários dos aspectos relativos ao fun-
cionamento das universidades como organizações.
Em primeiro lugar, analisamos as percepções sobre
várias questões básicas relativas aos recursos financeiros
administrados pelas universidades. A primeira referiu-se
# CONCLUSÕES 264
a uma das bases teóricas da justificação de que o Estado
financie generosamente a educação superior, isto é, a sua
potencial dimensão de bem público. As opiniões dos três
públicos revelaram-se como muito diversas, já que, por
exemplo, entre os professores, eram quase em mesmo
número os que acreditavam que a educação superior tem
um rendimento público superior a seu rendimento priva-
do como os que acreditavam o contrário (35,8 e 37,3%,
respectivamente), enquanto 18,8% atribuíam a ambos os
rendimentos um peso similar.
A segunda referiu-se às preferências dos entrevista-
dos sobre as fontes de financiamento das universidades
públicas. Em geral, eram bastante partidários de que au-
mentassem os fundos procedentes dos impostos gerais,
dos contratos de pesquisa com empresas e das doações,
mas não eram tão favoráveis a respeito de que isso fos-
se feito através de doações de ex-alunos, e muito menos
através de taxas pagas pelos estudantes. A pouca reticên-
cia em receber fundos das empresas privadas fundamen-
ta-se, provavelmente, em que não significa custos eco-
nômicos diretos a nenhum dos três públicos e em que a
maioria confiava em estes fundos não reduzissem a auto-
nomia das universidades públicas. Em relação a este tipo
de financiamento, os professores demonstraram muitas
dúvidas sobre a medida em que a legislação sobre doa-
ções ou mecenato favorecia o financiamento privado da
universidade pública.
A terceira referiu-se a como devem ser distribuídos os
fundos públicos disponíveis entre as universidades públi-
cas de cada país. O critério claramente mais favorecido
# CONCLUSÕES 265
foi o do número de alunos de cada universidade. Em um
segundo nível de menções situou-se o dos resultados da
área de pesquisa. Em um terceiro nível, os resultados de
avaliações externas. Em um quarto nível ficou o número
de formados, o qual reflete uma perspectiva mais certei-
ra da eficiência com que as universidades trabalham. Em
último nível, bastante longe do primeiro, ficaram, por um
lado, critérios sem uma relação muito evidente com os
custos da educação universitária (como o número de ins-
tituições ou o número de cursos), mas também, por outro,
um que em princípio está muito mais associado aos cus-
tos, o número de professores.
A última questão relativa ao financiamento universitá-
rio referiu-se a se era conveniente dotar as universidades
públicas de mais fundos. Para os professores isso pare-
ce muito mais que óbvio, pois até 80,2% consideraram
que a quantidade de verba pública destinada a financiar a
universidade pública era insuficiente. De qualquer modo,
59,6% dos professores que reclamavam um maior gasto
público universitário mostraram-se pouco ou nada dis-
postos a pagar mais impostos para financiá-lo.
Em segundo lugar, analisamos diversas percepções
sobre a gestão do principal recurso humano das universi-
dades, os professores. Em geral, os entrevistados seriam
partidários de que as universidades gozassem de muita
autonomia para administrar esses recursos humanos.
Talvez tenha a ver essa demanda com a necessidade de
melhorar os modelos de contratação docente, pois não
são vistos como adequados para selecionar eficazmen-
te o pessoal docente e de pesquisa, nem nas universida-
# CONCLUSÕES 266
des públicas nem nas privadas. Além do mais, medimos,
grosso modo, o grau de endogamia no recrutamento do
corpo docente. O dado mais interessante é que 41,9% dos
professores pesquisados afirmaram ter obtido seu diplo-
ma de bacharel (ou equivalente) na mesma universida-
de em que trabalhavam, um valor ainda mais elevado na
Península Ibérica (49,8%) e México (50,1%). De qualquer
modo, não ficou nada claro que os três públicos preferis-
sem um sistema universitário em que os professores ten-
dam a trabalhar em uma universidade diferente daquela
em que se formaram.
Em terceiro lugar, revimos as opiniões dos três pú-
blicos sobre a autonomia universitária e seu correlato, a
prestação de contas. Em geral, não viam a autonomia de
suas universidades como muito elevada, pois esta rece-
beu uma pontuação média de 6 sobre 10. Pensando na
prestação de contas a agentes externos, a maioria con-
corda com que as universidades públicas deveriam fazê-
lo ao público em geral, isto é, quem financia, em última
instância, grande parte de seus gastos, mas foram mui-
to menos os que prestariam contas à segunda fonte de
ingressos, os estudantes e suas famílias, menos inclu-
sive que os que as prestariam à administração pública.
Na realidade percebida pelos três públicos, as contas são
prestadas, sobretudo, à administração pública (mencio-
nada, por exemplo, por 63,4% dos professores), embora
muitos acreditassem que não se presta contas a ninguém
(opinião de 21,6% dos professores). Também exploramos
o papel das agências de avaliação externas, às quais se
atribuiu uma importância média, claramente inferior à
# CONCLUSÕES 267
que, no entender dos entrevistados, deveriam ter.
Em quarto lugar, recolhemos os pontos de vista dos
três públicos sobre vários aspectos centrais do governo
das universidades públicas. Primeiro, não se mostraram
especialmente satisfeitos com o modelo de governo das
universidades de seu país, pois o acordo médio com este
modelo ficou por volta de 5 sobre 10. Segundo, demons-
traram uma clara concordância com que cada universi-
dade pública escolhesse seu modelo de governo, frente
à opção de que todas tivessem o mesmo. Terceiro, suas
preferências sobre os mecanismos de escolha ou nome-
ação do reitor favoreceram claramente as opções que
maior e mais direta representação permitem a estudan-
tes, professores e PAS, isto é, a eleição através de um cor-
po eleitoral que os representa direta ou indiretamente e a
de um conselho acadêmico em que esses interesses tam-
bém estejam representados. Em todo caso, seja qual for o
método de escolha, tendiam a pensar que o peso dos pro-
fessores na escolha do reitor deveria ser alto, o de estu-
dantes e PAS médio-alto, e baixo ou médio-baixo o de ato-
res não tão diretamente ligados com a vida cotidiana das
universidades (representantes da administração pública,
das empresas ou do tecido econômico e social local).
Em quinto lugar, tratamos com certo detalhe da temá-
tica da gestão administrativa das universidades. Parece
ser que os três públicos tinham dúvidas sobre a eficácia
da gestão, pois a pontuaram, no máximo, com 6 na escala
de 0 a 10; foram mais os que tendiam a acreditar que as
universidades privadas são mais eficazes que as públicas
que o contrário. Para melhorar a eficácia e a eficiência
# CONCLUSÕES 268
universitárias, uma das mudanças mais debatidas é, hoje,
a de uma maior profissionalização da gestão.
Perguntados pelo grau de profissionalização desejável
da gestão em três níveis (universidade, faculdade, depar-
tamento), nos três públicos a opção menos preferida foi
que a gestão esteja preeminentemente nas mãos de aca-
dêmicos, dividindo-se em proporções variáveis segundo o
público e segundo o nível as menções a uma gestão pree-
minentemente profissional e a uma gestão compartilha-
da em partes iguais entre profissionais e acadêmicos. A
expectativa de maior profissionalização atingiu um má-
ximo na escala do governo da universidade e foi caindo à
medida que se descia na hierarquia. Como era esperá-
vel, os professores foram os mais reticentes a uma ges-
tão ocupada por profissionais. O fato de os três públicos
atribuírem uma relevância considerável aos acadêmicos
na gestão das universidades públicas não implicava que
acreditassem estar preparados para esse tipo de tarefas,
mas sim o contrário. De qualquer modo, confiavam majo-
ritariamente nas virtudes transformadoras da formação,
embora muitos simplesmente prefiram a opção de que
as tarefas de gestão sejam realizadas principalmente por
profissionais especificamente preparados para elas.
Por último, solicitamos a nossos entrevistados que
avaliassem a eficácia de três medidas específicas recolhi-
das na Declaração de Guadalajara e orientadas para que
as universidades ibero-americanas prestem seu serviço
de maneira mais eficiente. As três receberam avaliações
bastante positivas, tanto a que aspira a estabelecer um
sistema de indicadores de resultados comparáveis a es-
# CONCLUSÕES 269
cala ibero-americana como as que promovem a aplicação
das novas tecnologias digitais, utilizando-as mais e, em
particular, aproveitando suas vantagens para estabelecer
relações entre universidades.
2. Consi derações de caráter geral
A comparação das cinco pesquisas permite-nos formular
um conjunto de considerações gerais, pelo menos de ma-
neira tentativa.
Primeiramente, chama a atenção que seja tão limitada
a variação das opiniões e atitudes, tanto segundo os pú-
blicos pesquisados (estudantes, professores e PAS) como
segundo a região Universia a que pertencem.
Nas cinco pesquisas observamos uma reduzida varia-
ção nas opiniões médias de cada um dos públicos (estu-
dantes, professores, PAS). Só se observam diferenças, e
não muito amplas, no caso de perguntas relativas a cir-
cunstâncias ou interesses muito específicos de algum
desses públicos, como no caso de se a gestão administra-
tiva deve ser realizada por acadêmicos ou profissionais
da gestão. Uma interpretação possível desses consensos
é que se derivam de interesses comuns aos três públi-
cos, enquanto membros de uma mesma organização, a
universidade. Neste sentido, não é estranho, por exemplo,
que os três públicos se mostrassem muito partidários de
que aumentasse o financiamento público das universi-
dades públicas, ou muito reticentes a formas de gover-
no com pesos substanciais de agentes “externos” à uni-
versidade. Outra interpretação possível é que se derivem,
mais que de interesses comuns, de experiências comuns
ou de pontos de vista que se desenvolvem por desempe-
# CONCLUSÕES 271
nhar seu trabalho nas mesmas organizações. Tal seria
o caso, muito claramente, da maioria das avaliações de
diferentes aspectos da vida universitária em que partici-
param os três grupos. Uma última interpretação, compa-
tível, em parte, com as anteriores, é que os membros de
cada público não deixam de ser, obviamente, cidadãos de
seus países, em que podem existir, por sua vez, consen-
sos valorativos básicos, também, sobre os fins que deve
servir a educação superior e os meios com que deve fa-
zê-lo. Assim, por exemplo, não imaginamos que o público
em geral fosse ter opiniões médias muito diferentes das
da comunidade universitária a respeito dos fins principais
da universidade ou o tipo de financiamento universitário
requerido para facilitar o acesso aos grupos menos favo-
recidos.
Por sua vez, nas cinco pesquisas observamos, por um
lado, certas diferenças entre as opiniões e as atitudes dos
públicos entrevistados segundo a região Universia. Essas
diferenças estavam, provavelmente, ligadas a traços idios-
sincrásicos de suas nações ou de seus sistemas universi-
tários (ou de suas universidades, sem mais). No entanto,
por outro lado, e isto é mais chamativo, observamos uma
notável coincidência em muitas das opiniões médias das
regiões Universia que pudemos ter em conta, coincidên-
cia que é talvez superior à esperável dadas as diferentes
realidades nacionais dos entrevistados. Isto nos levaria a
pensar no que têm em comum as sociedades em que se
inserem as comunidades universitárias analisadas. Por
um lado, podemos imaginar que as opiniões sobre os fins
das universidades, sobre se o acesso a elas deve ser igua-
# CONCLUSÕES 272
litário ou sobre se desempenham um determinado papel
no crescimento econômico não serão muito diferentes,
ao tratar-se de sociedades que alcançaram certo grau de
desenvolvimento econômico e social, o que implica uma
presença significativa de instituições de educação supe-
rior. Por outro lado, não se deve descartar a possível re-
levância de ter estudado uma área (Ibero-américa) que,
provavelmente, compartilha traços culturais fundamen-
tais, que podem ter se refletido nessas opiniões, e que
poderiam ter sido diferentes das opiniões médias de ou-
tras áreas culturais de âmbito mundial.
De qualquer modo, convém tomar a descoberta de certo
consenso transfronteiriço com cautela, pois não pudemos
ter em conta todas as variações regionais possíveis, dado
o diverso alcance das pesquisas nos países considerados.
Essas linhas de consenso, que, repetimos, é preciso
entender com certa distância, serão resumidas a seguir.
Em primeiro lugar, concorda-se com que as universi-
dades são muito relevantes para o desenvolvimento eco-
nômico e social (incluindo a luta contra a desigualdade)
de seus países, razão pela qual, seguramente, também
há acordo na necessidade de que os fundos públicos de-
dicados a elas sejam suficientes (e cresçam). De qualquer
modo, observa-se certa incoerência, pois apesar de ser-
lhes atribuído um papel central, por exemplo, no cresci-
mento econômico, isso não se reflete necessariamente
em que lhes seja reconhecido um papel muito importante
na capacidade de inovação de seus países.
Em segundo lugar, está generalizada uma opinião mé-
dia moderadamente positiva sobre como as universida-
# CONCLUSÕES 273
des desempenham suas funções, principalmente entre
os professores. Como os entrevistados avaliaram com
frequência essas matérias em escalas de 0 a 10, é rela-
tivamente fácil elencar as linhas básicas destas avalia-
ções recordando as pontuações médias aproximadas nas
questões mais substantivas.
O cumprimento, em geral, dos fins das universidades
obteve uma média de 6,5, a mesma que sua contribuição
à capacidade de inovação dos países. No entanto, obtive-
ram 8 no aspecto da formação de profissionais, precisa-
mente a finalidade à qual se concede mais importância.
A qualidade do ensino também recebeu uma pontuação
alta (8), da mesma forma que foi alta a avaliação dos pro-
fessores como docentes (8), mas não tanto em relação a
ter em conta suas capacidades pedagógicas e sua voca-
ção (7) e, especialmente, à inovação de seus métodos de
ensino (6). Também não foi muito alta a importância dada
à mobilidade de estudantes e professores (6,5) ou a apos-
ta pela formação online (6,5).
Talvez as dúvidas sejam maiores no que respeita ao
funcionamento das universidades como organizações (e
como parte de um sistema). A esse respeito, um elemento
fundamental de um sistema competitivo é uma autêntica
liberdade de escolha de instituição por parte dos estudan-
tes, o que seria facilitado por dispor de boa informação.
No entanto, a informação com que contam os estudantes
para escolher universidade foi avaliada com uma média
de 6. Quanto ao funcionamento das universidades (pú-
blicas) como organizações, os entrevistados mostraram
dúvidas sobre se o sistema de acesso à docência é ade-
# CONCLUSÕES 274
quado para selecionar os melhores docentes (pontuação
inferior a 5), sobre o grau de autonomia com que contam
as universidades (6), sobre seus modelos de governo (5) e
sobre a eficácia de sua gestão administrativa (6).
Em definitiva, há uma margem relativamente ampla de
melhora para o funcionamento das universidades, pelo
menos tal como os membros da comunidade universitá-
ria percebem.
Em terceiro lugar, esse apoio moderado às universida-
des realmente existentes e a grande margem de melhora
potencial são condizentes com uma ampla propensão a
explorar possibilidades de mudança. Referimo-nos, por
um lado, à receptividade entusiasmada que os três pú-
blicos entrevistados tendem a dar a uma multiplicidade
de medidas concretas, extraídas quase literalmente da
Declaração de Guadalajara, orientadas, entre outros fins,
para favorecer a mobilidade de professores e estudan-
tes, melhorar a qualidade do ensino, contribuir para ge-
rar conhecimento ou prestar um serviço mais eficiente.
Note-se, de qualquer modo, que, por razões de espaço,
não contrastamos essas opiniões com uma disposição a
enfrentar os custos que muitas delas implicam, e que, na
única ocasião em que medimos essa propensão, foi um
pouco minoritária.
No entanto, acreditamos que interpretar o acordo com
essas medidas como desejo de mudança, de adaptação
a novas circunstâncias, de renovação... é apropriado, so-
bretudo porque, por outro lado, esse desejo de transfor-
mação também se reflete em uma predisposição ampla a
medidas de reforma de maior alcance. Referimo-nos, em
# CONCLUSÕES 275
parte, à melhora da informação disponível que implicaria
contar com os adequados rankings de universidades. Ou
às demandas, mais ou menos explícitas, de maior forma-
ção online, ou de incorporar decididamente a mobilida-
de internacional dos estudantes à grade curricular. Ou a
um conjunto de medidas para melhorar a capacidade de
inovação das universidades que implicariam mudanças
substantivas no sistema de incentivos enfrentado pelos
professores. Mas referimo-nos, sobretudo, à disposição
para explorar transformações institucionais maiores, na
linha de um financiamento mais diverso em que cabe uma
maior presença da empresa privada, de uma maior auto-
nomia universitária, em geral e na gestão de seus recur-
sos humanos, acompanhada por uma maior prestação de
contas ao público em geral, e não só às autoridades ad-
ministrativas, de sistemas de universidades mais diver-
sas em seus modos de governo, e de uma abertura a uma
maior profissionalização da gestão em seus diferentes ní-
veis (sobretudo, os superiores). Por último, seria preciso
situar todo esse potencial de mudança no âmbito de um
entendimento da oferta universitária como algo diverso,
que possa atender uma demanda diversa, não só de tipos
de ensino, mas de combinações de ensino e pesquisa.
Que essas disposições à mudança e a uma maior aber-
tura ao exterior coincidam ainda com uma sensação rela-
tivamente generalizada de que o governo da universidade
(pública) deve ser, principalmente, feito por insiders, pode
ser compreensível, como âncora de segurança e como re-
ação diante de um meio bastante mutável que, às vezes,
pode parecer aos estudantes e sobretudo a professores
# CONCLUSÕES 276
e pessoal de administração e serviços como invasor de
seu próprio mundo universitário. Pode ser compreen-
sível, mas não é totalmente compatível com o resto das
mudanças para as quais, parece ser, os membros da co-
munidade universitária ibero-americana estão bastante
dispostos, nem especialmente com a necessidade de me-
lhora substantiva que eles mesmos, implícita ou explici-
tamente, reconhecem.
#5 UNIVERSIDADES EFICIENTES 277
Relató-rio téc-nico e trabalho de campo
1. Planejamento est ratégico e amost ras
Com objeto de conhecer a opinião da comunidade univer-
sitária ibero-americana com respeito a diversos temas
baseados nas conclusões do II Encontro de Reitores de
Guadalajara em 2010, foram elaboradas cinco pesquisas
destinadas aos três grandes grupos que compõem essa
comunidade: estudantes, pessoal docente e de pesquisa
(PDP) e pessoal de administração e serviços ou colabora-
dores (PAS). Nas cinco pesquisas houve perguntas comuns
aos três grupos –o qual permitiu efetuar comparações en-
tre as opiniões dos três públicos–, mas em nenhum caso
os questionários foram iguais. Os temas sobre os quais
discorreram as pesquisas e os questionários concretos
são abordados em outras partes deste relatório.
População
Dado o tamanho da comunidade universitária ibero-ame-
ricana e a extensão das cinco pesquisas, e uma vez des-
cartada a amostragem aleatória pelas dificuldades meto-
dológicas e financeira que implicaria, tomou-se uma série
de decisões técnicas (vid. infra) que afetaram a definição
do universo das pesquisas. Primeiro, reduziu-se a popu-
lação objetivo à formada pelos que estudavam ou trabal-
havam em universidades ibero-americanas ligadas à Uni-
versia, salvo no caso do Brasil, cujo universo inclui, além
do mais, um amplo número de universidades não perten-
centes à Universia. Isso supôs uma redução do universo
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 279
pouco significativa em regiões como a Península Ibérica,
Argentina ou no centro-oeste da América do Sul, assim
como contar com cerca de 65% da comunidade universi-
tária no norte da América do Sul, e na América Central e
Caribe (os dados exatos podem ser consultados na tabe-
la 1). A exceção brasileira deveu-se a duas razões: era a
região onde a vinculação das universidades à Universia
era inferior a 50% e era o país anfitrião do III Encontro de
Reitores em 2014.
Amostra e acesso às pesquisas
No entanto, dado que parte da difusão da pesquisa foi
realizada através de páginas de internet de livre acesso,
que algumas das listas empregadas não se limitavam aos
membros de universidades ligadas à Universia e que não
foram incluídos filtros na pesquisa para evitar que res-
pondessem os que estudam ou trabalham em universida-
des não ligadas à Universia –existiam filtros para pessoas
não ligadas a universidades ibero-americanas–, é possí-
vel que haja alguns questionários respondidos por pes-
soal de instituições não ligadas à Universia.
Como indicado, renunciou-se a efetuar uma amos-
tragem aleatória, fosse esta simples ou estratificada por
país ou universidade. Por isso optou-se por um método
que, por um lado, permitisse ter acesso a toda a comu-
nidade universitária ibero-americana através das pági-
nas da Universia e de algumas universidades, centrando
os esforços em comunicar o maior número possível de
membros da comunidade da existência da pesquisa. Por
outro, decidiu-se empregar as listas ad hoc de membros
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 280
da comunidade universitária ibero-americana com que
cabia contar, tanto as pertencentes à Universia e Innover-
sia, como as listagens de estudantes, PDP e PAS de cada
uma das universidades ibero-americanas.
Tudo isso significa que, apesar de que se fizeram esfo-
rços para que a amostra fosse o mais representativa pos-
sível e o mais estável entre pesquisas, os resultados das
pesquisas não podem ser extrapolados ao conjunto da co-
munidade universitária ibero-americana, valendo apenas
para o conjunto dos entrevistados.
Cada um dos questionários, cujo acesso era realizado
através de um link na internet, começava com várias per-
guntas que filtravam os possíveis entrevistados e coleta-
vam informação sobre suas características sociodemo-
gráficas, enquanto um segundo bloco coletava sua opi-
nião sobre os temas de cada pesquisa.
A informação sociodemográfica obtida e as vias de aces-
so à pesquisa –dentro de certas limitações que se descre-
vem mais adiante– permitiram comprovar que não parece
haver diferenças substanciais entre as opiniões dos entre-
vistados segundo se pertencem a países com diferente su-
cesso das estratégias de difusão das pesquisas nem entre
os entrevistados que acessavam através das listas de dis-
tribuição das universidades e o resto. Isto nos faz pensar
que a opinião sobre os temas tratados é bastante estável
dentro de cada região e dos diferentes grupos pesquisados
–estudantes, PDP e PAS- e que a metodologia empregada
reduziu substancialmente possíveis vieses.
No entanto, especialmente no caso dos estudantes do
Brasil e da Espanha, as amostras não foram homogêneas
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 281
ao longo das pesquisas. No caso da Espanha, a idade mé-
dia dos estudantes sofreu variações, devido fundamen-
talmente à maior ou menor participação dos alunos da
Universidad Nacional de Educación a Distancia (UNED),
uma instituição pública com um grande número de alu-
nos matriculados, especializado no ensino à distância. No
caso do Brasil, a composição por idade dos estudantes foi
similar nas cinco pesquisas, mas substancialmente dife-
rente da do resto da comunidade ibero-americana. Este
fato e algumas perguntas das pesquisas fazem-nos pen-
sar que algumas das listagens tendiam a obter as opi-
niões de alunos dos últimos anos ou de pós-graduação,
reduzindo-se a probabilidade de que a opinião dos alunos
mais jovens fosse coletada. Com os dados disponíveis não
pudemos saber se este fato introduziu vieses nas opiniões
dos estudantes brasileiros.
Resumindo a metodologia empregada, e estabeleci-
do que esta não é uma amostragem aleatória, podemos
concluir que, primeiro, dispomos de um grupo autosse-
lecionado que acessou as pesquisas através dos portais
da Universia ou das redes sociais. Segundo, temos um
grupo que chegou à pesquisa através de e-mails a listas
como as da Universia (592.704 cadastros) ou Innoversia
(9.947 cadastros). A lista da Universia era composta por
estudantes, professores ou pesquisadores de universida-
des ibero-americanas que tinham se cadastrado volunta-
riamente, fornecendo, entre outros dados, seu e-mail. A
lista da Innoversia só incluía pesquisadores. Em ambas
produziu-se uma autosseleção entre os que decidiram
responder ou não o questionário recebido por e-mail. E
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 282
terceiro, um grupo um pouco mais complexo, resultado
do seguinte procedimento. Partiu-se de uma amostra-
gem aleatória estratificada ponderada (por número de
alunos) para selecionar as universidades em cada região,
formando três grupos: prioritárias (53 universidades), de
reserva e resto. Foi solicitado a estas universidades que
enviassem o link de acesso a cada pesquisa a suas listas
de distribuição segmentadas por tipo de público (estu-
dantes, PDP, PAS). Dessas listas obteve-se, de novo, uma
resposta autosselecionada dentro de cada grupo.
Regiones Río 2014 o regiones Universia
Para conseguir o número de respostas suficiente para
efetuar análises confiáveis estabeleceu-se como objetivo
uma taxa de resposta de 1 por 1000 para o universo das
pesquisas. Isso significa que, a partir de uma população
universitária estimada na Ibero-américa de 22.000.000,
com mais de 15.000.000 estudando ou trabalhando em
instituições ligadas à Universia, pretendia-se chegar a
uma taxa de resposta que permitisse análises regionais
solventes. Para isso foram delimitadas 7 áreas geográ-
ficas, que se denominaram regiões Rio 2014 ou Regiões
Universia (ver a Tabela 1) que, além de proporcionar da-
dos gerais para o conjunto da comunidade universitária,
permitissem estabelecer, se se dispunha de suficientes
questionários para cada Região Rio 2014, algum tipo de
diferença substantiva entre elas.
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 283
REGIÕES ALUNOS ALUNOSRIO 2014 UNIVERSIA TOTALES
Península Ibérica 1.825.983 1.937.628
Andorra 1.000 1.000
Espanha 1.546.355 1.546.355
Portugal 278.628 390.273
Argentina 1.582.560 1.718.507
Brasil 2.840.369 6.739.689
México 2.567.216 2.981.313
América Central/Caribe 1.194.116 1.826.316
Costa Rica 99.022 170.907
Cuba 71.670 380.000
El Salvador 82.987 123.983
Guatemala 150.559 205.690
Honduras 126.689 145.592
Nicarágua 91.408 93.566
Panamá 126.584 138.075
Porto Rico 198.960 250.192
República Dominicana 246.237 318.311
América do Sul-Norte 1.969.165 2.968.072
Colombia 754.340 1.323.611
Venezuela 1.045.504 1.293.736
Ecuador 169.321 350.725
América do Sul/Centro/Oeste 2.127.773 2.233.942
Bolivia 305.859 362.137
Paraguai 93.964 105.657
Uruguai 133.910 133.910
Chile 860.211 849.268
Perú 733.829 782.970
Se o objetivo geral era obter 15.000-20.000 respostas
por pesquisa, esperava-se além do mais que em cada uma
das regiões estabelecidas fossem obtidas 2.500-3.000
respostas, o que permitiria realizar análises representa-
TABELA 1.
Alunos universitários
ibero-americanos por
país, tanto totais como
das universidades
ligadas à Universia
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 284
tivas tanto destas regiões como dos coletivos objetivo (es-
tudantes, docentes e pesquisadores, pessoal de adminis-
tração e serviços).
Como já se mencionou, contávamos com três estraté-
gias de difusão da pesquisa, duas mais convencionais (in-
ternet e envio a listas às quais o usuário se cadastrava vo-
luntariamente) e uma terceira através das listas de distri-
buição de universidades selecionadas aleatoriamente em
cada país. Esta última estratégia foi concebida por várias
razões: para conseguir alcançar o número de respostas
desejado; para tentar garantir que as respostas tivessem
uma distribuição homogênea que evitasse vieses; e para
facilitar o trabalho das delegações da Universia em cada
país.
Como foi apontado, a terceira estratégia teve um grau de
sucesso muito desigual entre países e regiões. Por exem-
plo, na quinta pesquisa aproximadamente 75% das res-
postas conseguidas na Espanha chegaram através dessa
via, enquanto no México só chegaram 45%. Nos países em
que não foi feito ou não funcionou o trabalho com as uni-
versidades, a percentagem de respostas obtidas por estes
meios oscilou entre 0% e 10%. Como resultado de não se
aplicar esta estratégia, ou de não ser efetiva, o número de
respostas foi insuficiente para alguns países e, portanto,
reduziu-se o número de regiões com análises separadas:
a Península Ibérica e o Brasil têm análises separadas em
todas as pesquisas, mas o México só em dois, e o resto
das regiões estabelecidas em nenhum.
Esta terceira estratégia, com o fim de garantir um nú-
mero de respostas suficiente, partiu da definição, segun-
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 285
do o critério do tamanho da universidade, de três univer-
sidades prioritárias e outras três universidades similares
como alternativa, de cujos reitores era preciso conseguir
que concordassem em enviar um link da pesquisa às lis-
tas de e-mail de suas universidades, oferecendo substi-
tuir as universidades selecionadas por outras similares
se o contato era mais factível para os encarregados de
realizá-lo.
Apesar do trabalho realizado, as universidades nem
sempre responderam igualmente. Algumas universida-
des selecionadas enviaram o link em algumas pesquisas,
mas não em outras, em algumas pesquisas enviaram ao
PAS e ao PDP mas não aos estudantes, etc. Outras vezes
a universidade estava em período de férias, pelo que o nú-
mero de respostas caiu consideravelmente. Isto é, mui-
tos fatores foram impossíveis de controlar. Um resumo
do sucesso ou fracasso das estratégias empregadas nas
diferentes regiões Rio pode ser consultado na tabela 2.
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 286
Número de respostas
Taxas de resposta de estudantes e PDP
(tanto por mil)
Estudantes PDI PAS Total
Universidades
Universia
Universidades
iberoamericanas
Pesquisa 1
Península Ibérica 8.627 3.418 1.904 13.949 7,1 6,7
Brasil 2.279 643 304 3.226 1,0 0,5
México 677 426 178 1.281 0,5 0,4
América do Sul
centro/oeste 610 440 194 1.244 0,5 0,5
América do Sul norte 503 446 112 1.061 0,5 0,3
Argentina 149 115 21 285 0,2 0,1
América central/
Caribe 204 126 53 383 0,3 0,2
TOTAL 13.049 5.614 2.766 21.429 1,4 1,0
Pesquisa 2
Península Ibérica 8.202 2.580 1.272 12.054 6,2 5,8
Brasil 3.412 615 215 4.242 1,4 0,6
México 1.095 1.144 481 2.720 1,0 0,8
América do Sul
centro/oeste 699 371 150 1.220 0,5 0,5
América do Sul norte 453 326 89 868 0,4 0,3
Argentina 275 227 88 590 0,3 0,3
América central/
Caribe 76 104 55 235 0,2 0,2
TOTAL 14.212 5.367 2.350 21.929 1,4 1,0
Pesquisa 3
Península Ibérica 4.658 1.767 991 7.416 3,8 3,6
Brasil 2.186 723 324 3.233 1,0 0,5
México 4.061 3.084 1.141 8.286 2,9 2,5
América do Sul
centro/oeste 382 213 28 623 0,3 0,3
América do Sul norte 322 249 58 629 0,3 0,2
Argentina 130 112 32 274 0,2 0,1
América central/
Caribe 93 88 41 222 0,2 0,1
TOTAL 11.832 6.236 2.615 20.683 1,4 1,0
TABELA 2.
Número de pesquisas e taxas de resposta (em tanto por 1.000), em cada
pesquisa e em cada região Universia
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 287
TABLA 2. (continuação)
Número de pesquisas e taxas de resposta (em tanto por 1.000), em cada
pesquisa e em cada região Universia
Pesquisa 4
Península Ibérica 3.393 1.465 617 5.475 2,8 2,6
Brasil 1.994 773 220 2.987 1,0 0,4
México 286 472 132 890 0,3 0,3
América do Sul
centro/oeste 207 166 46 419 0,2 0,2
América do Sul norte 335 282 74 691 0,3 0,2
Argentina 108 131 22 261 0,1 0,1
América central/
Caribe 49 51 17 117 0,1 0,1
TOTAL 6.372 3.340 1.128 10.840 0,7 0,5
Pesquisa 5
Península Ibérica 2.568 1.596 773 4.937 2,5 2,4
Brasil 1.403 1.162 377 2.942 0,9 0,4
México 3.622 1.352 585 5.559 2,0 1,7
América do Sul
centro/oeste 317 218 47 582 0,3 0,2
América do Sul 368 345 89 802 0,4 0,3
Argentina 99 111 24 234 0,1 0,1
América central/
Caribe 99 79 21 199 0,2 0,1
Em cada pesquisa apenas foram consideradas regiões
Universia com análise separada as que tinham obtido
uma taxa de resposta superior a 1 por 1.000 (ou muito
próxima dela) e que tivessem uma distribuição dos três
públicos (estudantes, PDP e PAS) razoável (não foi o caso
do México na segunda pesquisa, pois obteve muito poucas
respostas de estudantes).
Número de respostas
Taxas de resposta de estudantes e PDP
(tanto por mil)
Estudantes PDI PAS Total
Universidades
Universia
Universidades
iberoamericanas
2. Característ icas da ferramenta e programação onlin e
Há inúmeros provedores de serviços de pesquisas online
disponíveis, mas a ferramenta selecionada pelo Univer-
sia para a integração dos questionários foi Encuestafacil.
com, da qual é usuária e da qual dispõe de licença profis-
sional. Esta ferramenta cumpria o requisito mínimo, o de
permitir aos pesquisadores integrar seus questionários
em sua plataforma CAWI (Computer Assisted Web-Inter-
viewing).
Um sistema de inquéritos CAWI, como responsável por
sua integração, difusão e armazenamento, deve permi-
tir que os entrevistados se sintam cômodos respondendo,
que as pesquisas sejam acessíveis e não gerem problemas
aos entrevistados. Além do mais, o ambiente de progra-
mação das pesquisas tem que ser capaz de se adaptar às
necessidades de cada pesquisa, oferecendo uma varieda-
de suficiente de tipos de perguntas e filtros para o contro-
le da lógica de resposta. O ambiente do Encuestafacil.com
não foi capaz de cobrir todas as necessidades, portanto a
equipe de desenvolvimento e adaptação dos questioná-
rios encontrou sérias dificultadas e erros no desenho do
sistema de pesquisas CAWI que impediram, em alguns
casos, manter a estrutura dos questionários concebidos
e, em outros, o formato das próprias perguntas.
Após selecionar a ferramenta, efetuou-se a integração
das pesquisas no sistema. Em um primeiro momento, e
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 289
assim estava concebido o trabalho de campo, seria inte-
grado no Encuestafacil.com um questionário único para
toda a Ibero-américa que teria uma tradução para o por-
tuguês, permitindo ao entrevistado selecionar o idioma em
que queria responder o questionário assim que o aces-
sava. No entanto, devido a que a ferramenta não permitia
segmentar o conteúdo de uma lista dependendo de uma
resposta anterior e a que houve mudanças de última hora
na estrutura do estudo (a necessidade de usar um terceiro
idioma, o português do Brasil, e a incorporação de pergun-
tas específicas para alguns países em diferentes pesqui-
sas) foi preciso integrar três questionários diferentes em
cada onda. Também foi preciso paliar o problema de ve-
locidade de acesso derivado de integrar em cada questio-
nário uma pergunta por cada uma das zonas em que cada
país podia estar segmentado, e, por sua vez, uma pergunta
com a listagem de todas as universidades de cada uma
dessas zonas. Por exemplo, no caso do questionário em
espanhol, foi necessário introduzir mais de 90 perguntas
para que o entrevistado simplesmente selecionasse o país
de sua universidade, a divisão administrativa do país em
que se encontrava essa universidade, e uma universidade
entre as disponíveis nessa divisão administrativa. Eviden-
temente, os entrevistados não viam essas 90 perguntas,
mas o sistema, através de filtros estabelecidos, mostra-
va umas ou outras (no final mostrava três a cada entre-
vistado), mas o processo de filtração era tão lento que foi
necessário realizar três questionários independentes, um
para universidades de língua espanhola, outro para Portu-
gal e outro para as universidades brasileiras.
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 290
Por fim, ao longo das 5 pesquisas efetuou-se a inte-
gração de 15 questionários diferentes sobre o sistema de
pesquisas do Encuestafacil.com. Cada um deles contin-
ha no início várias perguntas que serviam, por um lado,
para descartar os entrevistados que não cumpriam o cri-
tério mínimo de ter vinculação com alguma universidade
ibero-americana [Tem um vínculo atual (como estudante,
professor ou como pessoal de administração e serviços)
com alguma universidade ibero-americana (incluída a
Península Ibérica)?] e, por outro lado, para classificar as
respostas dadas ao resto do questionário, como se vê a
seguir.
Identificação do
território e da
Universidade
Em que país está sua universidade?
Em que país está sua universidade?
Em qual das seguintes divisões administrativas do
seu país se situa a sua universidade?
Sexo Você é...?
Idade Por favor, indique sua idade (em anos)
Segmentación Qual é sua relação com a universidade?
(estudante, professor/pesquisador ou pessoal de
administração e serviços)
Poderia indicar o campo de ciências ou de
humanidades ao qual corresponde...?
Além da estrutura de cada pesquisa em três questionários
(separados por idioma), dos filtros iniciais que permitiam
que o entrevistado selecionasse sua universidade, do pri-
meiro filtro que aceitava ou descartava os entrevistados e
das perguntas de classificação, também foram aplicados
dois conjuntos de filtros adicionais:
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 291
1. Os próprios de algumas perguntas gerais do questio-
nário.
2. Os correspondentes a perguntas para cada coletivo
estudado (estudantes, professores/pesquisadores e
pessoal de administração e serviços)
3. Filtros para mostrar perguntas que só eram feitas a
entrevistados pertencentes a um território concreto
dentro de cada questionário (por exemplo, dentro do
questionário em espanhol, foram feitos filtros para
realizar perguntas só a entrevistados de universida-
des espanholas).
Todos estes conjuntos de filtros na maioria das vezes
estavam relacionados entre eles, o qual tornava mais
complexa a lógica dos questionários. Isso, unido às limi-
tações do sistema CAWI do Encuestafacil.com, levou em
várias ocasiões a mudar a estrutura dos questionários
para adaptá-los à lógica da programação.
Por último, queremos fazer menção ao procedimento
estabelecido para poder difundir o link final que dava aces-
so ao questionário. Devido às inúmeras fontes de contato
com a amostra foi necessário condensar todos os acessos
a três únicos links, um para cada questionário. Desta ma-
neira, apesar de que o sistema CAWI gerava um URL in-
dependente para cada um dos questionários de cada pes-
quisa, foram estabelecidos três direcionamentos, em três
diretórios do servidor que abrigava o site do Universia Rio
2014 (http://participa.universiario2014.com). Desta ma-
neira antes de iniciar cada pesquisa, era necessário que
os administradores do site do Encontro configurassem os
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 292
redirecionamentos aos URLs gerados pelo sistema CAWI
e que davam acesso aos questionários. Desta maneira, ao
estarem fixos os URLs finais, sua difusão era mais fácil
e coerente, permitindo acessar sempre a pesquisa que
nesse momento estava ativa, sem necessidade de alterar
os links dos diferentes suportes de difusão.
3. Trabalho de campo
Acompanhamento das taxas de resposta
Dado que as diferentes vias para chegar aos entrevistados
precisavam de numerosos trâmites e do apoio de tercei-
ros –normalmente autoridades acadêmicas e técnicos das
universidades selecionadas–, e que a combinação dessas
diferentes vias exigia certo controle, estabeleceu-se um
procedimento de acompanhamento diário das possíveis
incidências e das respostas obtidas. Com a informação
assim obtida reforçavam-se trâmites com uma ou outra
universidade, em um ou outro país, além de solucionar
os pequenos problemas que podiam ir ocorrendo. Além
deste acompanhamento diário, foram remetidos às equi-
pes da Universia e Santander Universidades pelo menos
dois relatórios de controle de respostas por semana, com
a informação do número de respostas por países e re-
giões, por sexo, por tipo de vinculação à universidade dos
entrevistados (estudantes, PDP e PAS), etc. Com bastante
frequência, também foram elaborados relatórios de res-
posta de cada uma das universidades de alguns países
(Espanha, México, Portugal, Brasil).
Períodos de exposição e frequência de respostas
As pesquisas foram planejadas de modo que cobrissem
um ano acadêmico no hemisfério norte, entre setembro e
junho. Foram espaçadas para evitar um efeito de cansaço
e para dar tempo de elaborar os questionários, progra-
mar a ferramenta, fazer os testes oportunos e analisar os
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 294
dados obtidos em cada pesquisa. Em princípio, a duração
da exposição ia ser de duas semanas, mas logo ficou cla-
ro que a complexidade da metodologia empregada, com
diversos patamares e a necessidade de colaboração de
muitas pessoas mais ou menos ligadas ao projeto, obri-
gava a prolongar a exposição. Assim, a duração da expo-
sição de cada pesquisa oscilou entre 29 e 38 dias, como se
pode ver na tabela 3.
Inicio Fim Dias de exposição
Pesquisa 1 20-sept-2013 21-out-2013 32
Pesquisa 2 5-nov-2013 9-dez-2013 34
Pesquisa 3 17-fev-2014 26-mar-2014 37
Pesquisa 4 27-mar-2014 4-mai-2014 38
Pesquisa 5 3-mai-2014 1-jun-2014 29
Em alguns casos foram ainda mais prolongados os
tempos de exposição, na terceira pesquisa para cobrir
as férias de verão no hemisfério sul, e no quarto, para
cobrir incidências em algum dos países. O período mais
curto foi o da quinta pesquisa, devido ao final das aulas e
à necessidade de dispor do tempo necessário para ela-
borar os relatórios que se apresentariam no encontro
do Rio de Janeiro.A frequência diária das respostas teve
um comportamento muito similar em todas as pesqui-
sas. Vemos a seguir o exemplo da pesquisa 3, sabendo
que as variações com as outras pesquisas são menores,
e somente afetam o pico de respostas da quarta semana,
TABELA 3.
Períodos de
exposição das cinco
pesquisas
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 295
que nem sempre existiu, e que corresponde sobretudo à
participação das universidades mexicanas.
A terceira pesquisa manteve-se exposta entre 17 de feve-
reiro e 26 de março, ampliando-se a exposição para alguns
países do hemisfério sul até o dia 30, devido a sua particular
regulação do ano acadêmico.
Como se pode ver no gráfico 1, a pesquisa teve uma fre-
quência de resposta um pouco irregular, marcada pelos mo-
vimentos cíclicos próprios de cada semana, mas também
pela variação dos esforços realizados em diferentes mo-
mentos e países. Na primeira semana só se destaca o envio
da lista de distribuição da Universia, enquanto o trabalho
com as listas de distribuição das universidades não começa
até alguns dias depois de iniciada a pesquisa. O pico mais
alto da segunda semana tem a ver com o trabalho realiza-
do nas universidades espanholas e brasileiras, enquanto os
das últimas semanas devem-se especialmente ao trabalho
realizado no México.
GRÁFICO 1.
Distribuição diária de
respostas: terceira
pesquisa
0
500
2014
0217
2014
0218
2014
0219
2014
0220
2014
0221
2014
0222
2014
0223
2014
0224
2014
0225
2014
0226
2014
0227
2014
0228
2014
0301
2014
0302
2014
0303
2014
0304
2014
0305
2014
0306
2014
0307
2014
0308
2014
0309
2014
0310
2014
0311
2014
0312
2014
0313
2014
0314
2014
0315
2014
0316
2014
0317
2014
0318
2014
0319
2014
0320
2014
0321
2014
0322
2014
0323
2014
0324
2014
0325
2014
0326
2014
0327
1.000
1.500
2.000
2.500
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 296
Redes sociais
Como complemento ao contato com a amostra para di-
fundir o link para o questionário pelos meios já apontados
anteriormente, a equipe de pesquisa da Fundação Euro-
peia Sociedade e Educação realizou uma segunda amos-
tragem, neste caso a das páginas que as universidades
selecionadas tinham disponíveis no Facebook.
Para isso, foram revisados os portais principais de cada
universidade e se dispunham de um link para sua página
no Facebook, esta foi adicionada à listagem. As universi-
dades que não publicitavam sua página do Facebook na
página principal do portal da universidade não foram adi-
cionadas à listagem. Também não foram adicionadas as
que não tinham página no momento de fazer a seleção ou
as cuja página não estava acessível. No total, não foi pos-
sível conseguir um link para a página do Facebook para
75,8% das universidades que constavam na listagem for-
necida pela Universia. Isto pode ter mudado ao longo do
trabalho de campo das cinco pesquisas.
Foi criada assim uma base de dados dos URL de cada
universidade na citada rede social. Esta base foi segmen-
tada para que em cada pesquisa se contatasse com uni-
versidades diferentes, evitando na medida do possível re-
petições.
O contato foi realizado por meio do botão Mensagem
que há disponível nas páginas do Facebook, e só nas uni-
versidades que tinham decidido deixá-lo habilitado. Esta
mensagem, que era recebida pelos administradores da
página, continha uma breve descrição do projeto, a petição
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 297
da distribuição da pesquisa e o link para o questionário.
Desta maneira facilitava-se a publicação da mensagem
no mural de suas respectivas páginas.
Ao longo das cinco pesquisas entrou-se em contato,
por este meio, com 350 universidades, que receberam
a solicitação de difusão do link para a pesquisa corres-
pondente. Em alguns casos seus administradores res-
ponderam agradecendo a mensagem ou solicitando que
entrássemos em contato com o responsável diretamente
por e-mail para difundi-lo por esse meio e por outros adi-
cionais.
É difícil determinar o alcance de cada uma das men-
sagens, já que o Encuestafacil.com não permite salvar o
URL de origem do entrevistado diretamente, além de ser
difícil seguir a difusão dos links dentro do Facebook, de-
vido a sua opacidade para realizar este tipo de buscas e
à falta de ferramentas que o permitam. O que podemos
afirmar é que a difusão das pesquisas no Facebook teve
uma consequência não esperada: não só as universida-
des mostraram quando assim consideraram pertinente a
mensagem em seu feed, como também alguns seguido-
res destas páginas também o compartilharam em seus
murais pessoais.
4. Análise de anulados
Enquanto cada pesquisa estava aberta, aplicavam-se os
seguintes filtros para considerar válido um questionário:
perguntava-se se o entrevistado estava ligado a uma uni-
versidade ibero-americana, e se não pertencia a nenhum
dos grupos estabelecidos (estudantes, PDP e PAS), o pro-
grama finalizava a pesquisa. No entanto, este critério não
tinha em conta o grau de preenchimento das perguntas
de contexto necessárias para realizar as análises nem o
das perguntas substantivas de cada pesquisa.
Por isso, primeiro foram descartados os questioná-
rios em que não estivessem respondidas as perguntas de
contexto: país, relação do entrevistado com a universida-
de e sexo. Além do mais, no caso de estudantes e PDP, era
necessário responder à pergunta sobre o campo geral de
estudo ou trabalho em que se especializava. A falta de
resposta a uma destas perguntas invalidava o questioná-
rio completo.
No entanto, mesmo tendo aplicado esta primeira se-
leção, ainda havia certa quantidade de questionários
que, preenchidos parcialmente, não ofereciam suficiente
quantidade de informação sobre as opiniões do entrevis-
tado e, portanto, deviam ser recusados. Para selecionar
os questionários válidos optou-se pelo critério de “última
pergunta respondida”, considerando que cada questioná-
rio era abandonado após a última resposta válida. Deste
modo, era válido o questionário em que a última pergunta
respondida correspondesse, pelo menos, à metade mais
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 299
uma das perguntas substantivas do questionário, isto é,
uma vez descontadas as perguntas de contexto.
Trata-se de um critério exigente, dado que os questio-
nários eram bastante extensos em se tratando de questio-
nários online. A duração habitual real de preenchimento
dos questionários oscilou entre os 400 e os 800 segundos,
segundo a pesquisa, isto é, exigia uma atenção de entre
sete e quinze minutos. Tendo isto em conta, a percenta-
gem de entrevistados que, após superadas as perguntas
de contexto, responderam um número significativo de
perguntas substantivas, foi bastante alta: os questioná-
rios anulados por abandono rondaram 15% entre o PDP,
entre 15% e 20% dos estudantes, e entre 20% e 25% no
caso do PAS. O interesse do pessoal docente e de pes-
quisa manteve-se muito alto mesmo na quarta pesquisa,
em que seu questionário foi substancialmente mais longo
que no resto de pesquisas e para o resto de categorias.
As taxas de anulados (questionários invalidados) em
cada uma das fases anteriores permaneceram bastan-
te constantes ao longo das cinco pesquisas, pelo qual
bastam como exemplo os dados da quarta pesquisa. Na
quarta pesquisa 17.223 entrevistados responderam pelo
menos uma pergunta do questionário. Deles, cerca de
18% disseram não estar ligados à universidade como es-
tudantes, PDP ou PAS, e portanto não puderam continuar
com o questionário. 7% adicionais não responderam a al-
guma pergunta de contexto considerada essencial, e fo-
ram também eliminados, restando 12.954 questionários
admitidos provisoriamente. Neste ponto dividiu-se a base
de dados nas três categorias (estudantes, PDP e PAS) e
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 300
foram anulados os questionários que não cumpriam o cri-
tério da última pergunta, explicado no parágrafo anterior.
Como resultado, foram anulados 16% dos questionários
de estudantes, 14% dos questionários docentes e 25%
dos questionários do PAS, restando 6.372, 3.340 e 1.128
questionários válidos para as respectivas categorias.
Baseando-nos nos diferentes gráficos de abandono
por pergunta, foram estabelecidos os seguintes critérios
de validez dos questionários da quarta pesquisa: os estu-
dantes tinham que ter respondido pelo menos até a per-
gunta 25 (a décima nona de 35 se eliminamos as pergun-
tas de contexto, 51% do questionário); o PDP tinha que ter
respondido pelo menos até a pergunta 43 (a trigésima sé-
tima de 72 se eliminamos as perguntas de contexto, 51%
do questionário); o PAS tinha que ter chegado pelo menos
à pergunta 25 (a vigésima primeira de 39 se eliminamos a
pergunta de contexto, 54% do questionário).
Aplicando estes critérios, garantíamos que todos os
questionários válidos tivessem atingido pelo menos pouco
mais da metade das perguntas substantivas de cada ques-
tionário, procurando em cada caso um corte significativo
na variação do número de anulados de cada pergunta.
5. Ponderação dos dados
Devido à desigual taxa de resposta por país, e à escassez
destas em alguns países, foi necessário ponderar os da-
dos para evitar vieses territoriais. Para isso utilizou-se o
número de alunos universitários por país em 2012, último
ano do qual se dispõe de dados. Esta ponderação foi apli-
cada tanto ao arquivo de estudantes como aos do PDP e o
PAS, já que não se dispunham de dados de PAS de todos
os países e considerando que o número de docentes ou
auxiliares é proporcional ao número de alunos. O fato de
que algumas regiões não alcançassem um número míni-
mo de respostas levou a que a ponderação aplicada não
cumpra todos os critérios técnicos necessários, embora
sim os suficientes para análises não muito complexas.
Nas bases de dados inclui-se esta ponderação, mas para
análise de maior detalhe ou dentro de um só país é con-
veniente utilizar uma ponderação por região ou mesmo
por universidade. A base de dados incluirá a informação
de contexto necessária para que os pesquisadores pos-
sam utilizar a ponderação que entenderem conveniente.
6. Bases de dados
As bases de dados utilizadas nas análises estarão à dispo-
sição dos pesquisadores em formato de arquivo de texto
em que as colunas se separam por tabuladores e as lin-
has por quebras de linha. Estes arquivos de dados serão
acompanhados de um arquivo de identificação dos cam-
pos e dos valores válidos. No total serão disponibilizadas
três bases de dados por pesquisa (quinze no total), per-
tencentes às respostas de estudantes, PDP e PAS. Nestas
bases de dados só serão incluídos os registros que foram
considerados válidos (ver acima a seção dedicada à aná-
lise de anulados).
7. Fich as técnicas de cada pesquisa
FICHA TÉCNICA DA PRIMEIRA PESQUISA
Universo. Membros (estudantes, PDP, PAS) das universidades parceiras da Univer-
sia na América e Europa, com a exceção do Brasil, país em que o universo inclui,
adicionalmente, uma ampla proporção das universidades não pertencentes à Uni-
versia.
Amostragem. Não probabilística, autosselecionada através da internet. O acesso à
pesquisa foi feito através de links em e-mails enviados a listas de correios de estu-
dantes, PDP e PAS de universidades selecionadas, listas de correio de estudantes
e professores de propriedade da Universia, links em redes sociais, e anúncios em
páginas ou portais destinados ao público universitário.
Técnica de entrevista. Pesquisa online, através do provedor Encuestafacil.com.
Amostra definitiva. 21.429 questionários válidos, 13.049 de estudantes, 5.164 de
professores ou pesquisadores e 2.766 do pessoal de administração e serviços.
Dados resultantes de submeter os 25.782 questionários registrados por sua vincu-
lação atual a uma universidade ibero-americana aos filtros seguintes:
Primeiro filtro: não respondem as perguntas iniciais (país, relação do entre-
vistado com a universidade e sexo) 23.958 questionários
Segundo filtro: questionários insuficientemente preenchidos na seção de
perguntas de opinião, assegurando que o pesquisado respondeu pelo menos
a metade delas. Foi um total de 21.429 questionários válidos
Distribución de la muestra por países
Total Estudantes Professores PAS
Andorra 5 3 2 0
Argentina 285 149 115 21
Bolivia 31 16 14 1
Brasil 3.226 2.279 643 304
Chile 475 259 135 81
Colombia 755 408 257 90
Costa Rica 30 10 17 3
Ecuador 137 30 96 11
El Salvador 25 13 8 4
Espanha 13.606 8.421 3.326 1.859
Guatemala 27 13 12 2
Honduras 29 13 13 3
México 1.281 677 426 178
Nicaragua 140 95 32 13
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 304
Panamá 20 6 13 1
Paraguai 121 54 40 27
Perú 566 247 236 83
Portugal 338 203 90 45
Puerto Rico 79 38 16 25
Rep. Dominicana 33 16 15 2
Uruguai 51 34 15 2
Venezuela 169 65 93 11
Total 21.429 13.049 5.614 2.766
Ponderação dos dado. Utiliza-se o número de alunos universitários por país co-
rrespondente a 2012, último ano com dados disponíveis e aplica-se não só à base
de dados de estudantes, mas às de PDP e de PAS.
Segmentação regional. Mantêm-se para esta primeira pesquisa duas das regiões
previstas (Península Ibérica e Brasil) e agrupam-se as outras em uma terceira catego-
ria, a partir de uma distribuição da amostra em sete regiões Universia.
Datas do trabalho de campo. A pesquisa foi aberta ao público em 20 de setembro de
2013 e fechada em 21 de outubro de 2013.
FICHA TÉCNICA PESQUISA 2
Universo. Membros (estudantes, PDP, PAS) das universidades parceiras da Univer-
sia na América e Europa, com a exceção do Brasil, país em que o universo inclui,
adicionalmente, uma ampla proporção das universidades não pertencentes à Uni-
versia.
Amostragem. Não probabilística, autosselecionada através da internet. O acesso à
pesquisa foi feito através de links em e-mails enviados a listas de correios de estu-
dantes, PDP e PAS de universidades selecionadas, listas de correio de estudantes
e professores de propriedade da Universia, links em redes sociais, e anúncios em
páginas ou portais destinados ao público universitário.
Técnica de entrevista. Pesquisa online, através do provedor Encuestafacil.com.
Amostra definitiva. 21.929 questionários válidos, 14.212 de estudantes, 5.367 de
professores ou pesquisadores e 2.350 do pessoal de administração e serviços.
Dados resultantes de submeter os 25.852 questionários registrados por sua vincu-
lação atual a uma universidade ibero-americana aos filtros seguintes:
Primeiro filtro: não respondem as perguntas iniciais (país, relação do entrevis-
tado com a universidade e sexo): 23.939 questionários.
Segundo filtro: questionários insuficientemente preenchidos na seção de per-
guntas de opinião, assegurando que o pesquisado respondeu pelo menos a
metade delas. Total de 21.929 questionários válidos.
Total Estudantes Professores PAS
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 305
Distribuição por países.
Total Estudantes Professores PAS
Andorra 1 0 1 0
Argentina 590 275 227 88
Bolivia 47 28 16 3
Brasil 4.242 3.412 615 215
Chile 481 242 165 74
Colombia 651 362 208 81
Costa Rica 35 9 19 7
Ecuador 64 20 42 2
El Salvador 54 10 24 20
Espanha 10.219 6.856 2.187 1.176
Guatemala 16 11 3 2
Honduras 12 5 4 3
México 2.720 1095 1144 481
Nicaragua 39 4 24 11
Otros 9 3 6 0
Panamá 10 1 8 1
Paraguai 41 19 14 8
Perú 591 368 160 63
Portugal 1.834 1.346 392 96
Puerto Rico 39 24 10 5
Rep. Dominicana 21 9 6 6
Uruguai 60 42 16 2
Venezuela 153 71 76 6
Total 21.929 14.212 5.367 2.350
Ponderação dos dados. Utiliza-se o número de alunos universitários por país co-
rrespondente a 2012, último ano com dados disponíveis e aplica-se não só à base
de dados de estudantes, mas às de PDP e de PAS.
Segmentação regional. Mantêm-se para esta pesquisa duas das regiões previstas
(Península Ibérica e Brasil) e agrupam-se as outras em uma terceira categoria, a
partir de uma distribuição da amostra em sete regiões Universia.
Datas do trabalho de campo. A pesquisa foi aberta ao público em 5 de novembro de
2013 e fechada em 9 de dezembro de 2013.
FICHA TÉCNICA PESQUISA 3
Universo. Membros (estudantes, PDP, PAS) das universidades parceiras da Univer-
sia na América e Europa, com a exceção do Brasil, país em que o universo inclui,
adicionalmente, uma ampla proporção das universidades não pertencentes à Uni-
versia.
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 306
Amostragem. Não probabilística, autosselecionada através da internet. O acesso à
pesquisa foi feito através de links em e-mails enviados a listas de correios de estu-
dantes, PDP e PAS de universidades selecionadas, listas de correio de estudantes
e professores de propriedade da Universia, links em redes sociais, e anúncios em
páginas ou portais destinados ao público universitário.
Técnica de entrevista. Pesquisa online, através do provedor Encuestafacil.com.
Amostra definitiva. 20.693 questionários válidos, 11.842 de estudantes, 6.236 de
professores ou pesquisadores e 2.615 do pessoal de administração e serviços.
Dados resultantes de submeter os 25.564 questionários registrados por sua vincu-
lação atual a uma universidade ibero-americana aos filtros seguintes:
Primeiro filtro: não respondem as perguntas iniciais (país, relação do entre-
vistado com a universidade e sexo): 25.149 questionários.
Segundo filtro: questionários insuficientemente preenchidos na seção de
perguntas de opinião, assegurando que o pesquisado respondeu pelo menos
a metade delas. Total de 20.693 questionários válidos.
Distribuição por países.
Total Estudantes Professores PAS
Andorra 7 3 1 3
Argentina 274 130 112 32
Bolivia 16 8 7 1
Brasil 3.233 2.186 723 324
Chile 296 205 78 13
Colombia 439 247 141 51
Costa Rica 17 8 9 0
Ecuador 55 12 39 4
El Salvador 38 9 19 10
Espanha 7.310 4.589 1.745 976
Guatemala 22 11 9 2
Honduras 22 7 7 8
México 8.286 4.061 3.084 1.141
Nicaragua 12 1 10 1
Panamá 12 2 7 3
Paraguai 24 7 14 3
Perú 233 132 94 7
Portugal 99 66 21 12
Puerto Rico 57 39 12 6
Rep. Dominicana 30 8 12 10
Uruguai 54 30 20 4
Venezuela 135 63 69 3
Otros 22 18 3 1
Total 20.693 11.842 6.236 2.615
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 307
Ponderação dos dados. Utiliza-se o número de alunos universitários por país co-
rrespondente a 2012, último ano com dados disponíveis e aplica-se não só à base
de dados de estudantes, mas às de PDP e de PAS.
Segmentação regional. Mantêm-se para esta pesquisa três das regiões previstas (Pe-
nínsula Ibérica, Brasil e México) e agrupam-se as outras em uma quarta categoria, a
partir de uma distribuição da amostra em sete regiões Universia.
Datas do trabalho de campo. A pesquisa foi aberta ao público de 17 de fevereiro a
26 de março de 2014.
FICHA TÉCNICA PESQUISA 4
Universo. Membros (estudantes, PDP, PAS) das universidades parceiras da Univer-
sia na América e Europa, com a exceção do Brasil, país em que o universo inclui,
adicionalmente, uma ampla proporção das universidades não pertencentes à Uni-
versia.
Amostragem. Não probabilística, autosselecionada através da internet. O acesso à
pesquisa foi feito através de links em e-mails enviados a listas de correios de estu-
dantes, PDP e PAS de universidades selecionadas, listas de correio de estudantes
e professores de propriedade da Universia, links em redes sociais, e anúncios em
páginas ou portais destinados ao público universitário.
Técnica de entrevista. Pesquisa online, através do provedor Encuestafacil.com.
Amostra definitiva. 10.840 questionários válidos, 6.372 de estudantes, 3.340 de
professores ou pesquisadores e 1.128 do pessoal de administração e serviços.
Dados resultantes de submeter os 14.188 questionários registrados por sua vincu-
lação atual a uma universidade ibero-americana aos filtros seguintes:
Primeiro filtro: não respondem as perguntas iniciais (país, relação do entre-
vistado com a universidade e sexo): 12.954 questionários.
Segundo filtro: questionários insuficientemente preenchidos na seção de
perguntas de opinião, assegurando que o pesquisado respondeu pelo menos
a metade delas. Total de 10.840 questionários válidos.
Distribuição por países.
Total Estudantes Professores PAS
Andorra 1 0 0 1
Argentina 261 108 131 22
Bolivia 15 6 8 1
Brasil 2.987 1.994 773 220
Chile 176 85 71 20
Colombia 531 275 198 58
Costa Rica 8 2 4 2
Ecuador 45 11 25 9
El Salvador 10 4 5 1
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 308
Espanha 5.429 3.371 1.442 616
Guatemala 9 5 3 1
Honduras 8 2 4 2
México 890 286 472 132
Nicaragua 18 4 13 1
Otros 4 2 2 0
Panamá 8 1 6 1
Paraguai 15 4 10 1
Perú 176 88 65 23
Portugal 45 22 23 0
Puerto Rico 23 11 6 6
Rep. Dominicana 29 18 8 3
Uruguai 37 24 12 1
Venezuela 115 49 59 7
Total 10.840 6.372 3.340 1.128
Ponderação dos dados. Utiliza-se o número de alunos universitários por país co-
rrespondente a 2012, último ano com dados disponíveis e aplica-se não só à base
de dados de estudantes, mas às de PDP e de PAS.
Segmentação regional. Mantêm-se para esta pesquisa duas das regiões previstas
(Península Ibérica e Brasil) e agrupam-se as outras em uma terceira categoria, a
partir de uma distribuição da amostra em sete regiões Universia.
Datas do trabalho de campo. A pesquisa foi aberta ao público entre 27 de março e
4 de maio de 2014.
FICHA TÉCNICA PESQUISA 5
Universo. Membros (estudantes, PDP, PAS) das universidades parceiras da Univer-
sia na América e Europa, com a exceção do Brasil, país em que o universo inclui,
adicionalmente, uma ampla proporção das universidades não pertencentes à Uni-
versia.
Amostragem. Não probabilística, autosselecionada através da internet. O acesso à
pesquisa foi feito através de links em e-mails enviados a listas de correios de estu-
dantes, PDP e PAS de universidades selecionadas, listas de correio de estudantes
e professores de propriedade da Universia, links em redes sociais, e anúncios em
páginas ou portais destinados ao público universitário.
Técnica de entrevista. Pesquisa online, através do provedor Encuestafacil.com.
Amostra definitiva. 15.255 questionários válidos, 8.746 de estudantes, 4.863 de
professores ou pesquisadores e 1.916 do pessoal de administração e serviços.
Dados resultantes de submeter os 21.288 questionários registrados por sua vincu-
lação atual a uma universidade ibero-americana aos filtros seguintes:
Total Estudiantes Profesores PAS
# RELATÓRIO TÉCNICO E TRABALHO DE CAMPO 309
Primeiro filtro: não respondem as perguntas iniciais (país, relação do entre-
vistado com a universidade e sexo): 19.085 questionários.
Segundo filtro: questionários insuficientemente preenchidos na seção de
perguntas de opinião, assegurando que o pesquisado respondeu pelo menos
a metade delas. Total de 15.255 questionários válidos.
Distribuição por países.
Total Estudantes Professores PAS
Andorra 2 1 1 0
Argentina 234 99 111 24
Bolivia 30 12 16 2
Brasil 2.942 1.403 1.162 377
Chile 253 148 78 27
Colombia 511 261 182 68
Costa Rica 17 8 7 2
Ecuador 81 29 43 9
El Salvador 23 18 4 1
Espanha 4.558 2.374 1.459 725
Guatemala 32 13 17 2
Honduras 16 7 8 1
México 5.559 3.622 1.352 585
Nicaragua 23 8 12 3
Panamá 13 1 8 4
Paraguai 29 14 14 1
Perú 222 114 94 14
Portugal 377 193 136 48
Puerto Rico 38 24 8 6
República
Dominicana
21 11 8 2
Uruguai 48 29 16 3
Venezuela 210 78 120 12
Otros 16 9 7 0
Total 15.255 8.476 4.863 1.916
Ponderação dos dados Utiliza-se o número de alunos universitários por país co-
rrespondente a 2012, último ano com dados disponíveis e aplica-se não só à base
de dados de estudantes, mas às de PDP e de PAS.
Segmentação regional. Mantêm-se para esta pesquisa três das regiões previstas
(Península Ibérica, Brasil e México) e agrupam-se as outras em uma quarta cate-
goria, a partir de uma distribuição da amostra em sete regiões Universia.
Datas do trabalho de campo. A pesquisa foi aberta ao público de 3 de maio a 1 de
junho de 2014.
# QUESTIONÁRIOS 310
Quest io-nários
# QUESTIONÁRIOS 311
Esta seção do Relatório A comunidade universitária opi-
na apresenta os conteúdos dos cinco questionários apli-
cados online aos membros da comunidade universitária
parceira da Universia. O desenho original e a estrutura
das perguntas em seus correspondentes blocos aten-
deram tanto as diferentes áreas geográficas em que as
Universidades se inscrevem como as singularidades dos
entrevistados segundo a categoria a qual pertenciam —
estudantes, professores e pesquisadores, e pessoal de
administração e serviços—, introduzindo os filtros pre-
ceptivos. Pode-se consultar o detalhe das característi-
cas da ferramenta e as seções dedicadas a, por um lado,
dados descritivos do entrevistado e, por outro, conteú-
dos da pesquisa na seção deste Relatório denominada
“Estudo técnico e trabalho de campo”.
Uma equipe de assessores nomeados pela Secreta-
ria Técnica do Comitê Acadêmico validou a redação dos
questionários efetuada pela direção científica do proje-
to, encomendada a Víctor Pérez-Díaz e Juan Carlos Ro-
dríguez, presidente e pesquisador de Analistas Socio-
políticos, respectivamente. A maioria das contribuições
e sugestões da equipe assessora foram integradas nas
versões finais de cada pesquisa. As pessoas designadas
para realizar esta tarefa foram Federico Gutiérrez-Sola-
na, diretor da Secretaria Técnica do III Encontro e ex-rei-
tor da Universidad de Cantabria, Ramón Capdevila, as-
sistente ao Conselheiro Delegado da Universia, Alberto
Dibbern, reitor da Universidad de La Plata e Secretário
# QUESTIONÁRIOS 312
de Educação Pública da Argentina, David Aguilar, reitor
da Universidad de Granada e José Jaime Rivera, reitor
da Universidad Sagrado Corazón de Porto Rico.
Nota técnica. Para facilitar a ordenação e a leitura, atri-
buiu-se um código numérico consecutivo às perguntas
de cada questionário. Na fase de programação e durante
sua exposição online, alguns destes questionários sofre-
ram leves modificações acidentais, devidas a problemas
de ajuste nos filtros, adaptações às funcionalidades e
desenho da ferramenta informática, omissão de alguma
das perguntas originais e atendimento de solicitações
cursadas a posteriori por alguns responsáveis pela di-
fusão das pesquisas em cada país. Essas modificações
foram comentadas nos capítulos correspondentes do
relatório.
Com o fim de facilitar futuras explorações das pesqui-
sas, recomenda-se empregar a codificação, tabulação e
registros contidos nas bases de dados do projeto.
# QUESTIONÁRIOS 313
Questionário 1 A Universidade Comprometida
DESENHO DO QUESTIONÁRIO
Analistas Socio-Políticos
Fundación Europea Sociedad y Educación
Setembro 2013
INTRODUCCIÓN
Em julho de 2014 se realizará o III Encontro de
Reitores Universia no Rio de Janeiro com o lema “A
Universidade do século XXI. Uma reflexão da Ibero-
américa”. Visando a preparação e o bom andamento
deste encontro, o Comitê Acadêmico quer abrir um
canal de participação que permita que os professores,
estudantes e pessoal não docente das universidades
proporcionem a sua própria visão sobre o futuro da
Universidade ibero-americana. Trata-se de uma série
de questionários que se inicia com este, dedicado à
“Universidade Comprometida” ou, dito de outra for-
ma, à dimensão social da universidade.
Valorizamos e agradecemos muito a sua colaboração
ao responder a este breve questionário, e lembramos
que os seus dados serão tratados de forma anônima
e agregada.
Por favor, clique en SEGUINTE para iniciar a pesquisa.
QUESTIONÁRIO
1. Possui um vínculo atual (como estudante, profes-
sor ou como pessoal de administração e serviços)
com alguma universidade ibero-americana?
1. Sim —> p2
2. Não —> Agradecemos muito o seu interesse
e a sua atenção, mas o seu perfil não se
ajusta ao definido para esta pesquisa, que
está dirigida aos que atualmente estão
matriculados numa universidade ibero-
americana ou que prestam serviços a ela. FIM
DA PESQUISA.
2. Em que país está a sua universidade?
3. Em qual das seguintes divisões administrativas do
seu país se situa a sua universidade?
4. Identifique a sua universidade na lista seguinte.
5. Qual é a sua relação com esta universidade?
1. Estudante2. Professor e/ou pesquisador3. Pessoal de administração e serviços
6. Identifique o seu gênero: 1. Masculino 2. Feminino
7. Idade (em anos) [deixar espaço para que digite]
-_____
AOS ESTUDANTES
8a. Indique-nos qual o campo da ciência ou das hu-manidades que correspondem aos estudos que está cursando?
1. Ciências naturais (Matemática, Física, Química, Biologia, Computação...)
2. Engenharia e tecnologia (Engenharias, Arquitetura, Biotecnologia ambiental ou industrial, Nanotecnologia...)
3. Ciências médicas e da saúde (Medicina, Enfermaria, Biotecnologia da saúde...)
4. Ciências agrícolas (Agricultura, Silvicultura, Pesca, Veterinária...)
5. Ciências sociais (Psicologia, Economia, Administração, Ciências da Educação, Sociologia, Direito, Comunicação...)
6. Humanidades (História, Letras, Literatura, Filosofia, Arte...)
A PROFESSORES E/OU PESQUISADORES
8b. Indique-nos o campo da ciência ou das humani-dades em que desempenha as suas tarefas de docen-tes e/ou de investigador?
1. Ciências naturais (Matemática, Física, Química, Biologia, Computação...)
2. Engenharia e tecnologia (Engenharias, Arquitetura, Biotecnologia ambiental ou industrial, Nanotecnologia...)
3. Ciências médicas e da saúde (Medicina, Enfermaria, Biotecnologia da saúde...)
4. Ciências agrícolas (Agricultura, Silvicultura, Pesca, Veterinária...)
5. Ciências sociais (Psicologia, Economia, Administração, Ciências da Educação,
Sociologia, Direito, Comunicação...)
6. Humanidades (História, Letras, Literatura,
Filosofia, Arte...)
# QUESTIONÁRIOS 314
A TODOS
9. Do seguinte conjunto de objetivos, qual acha que
deveria ser prioritário para sua universidade? E em
segundo lugar? E em terceiro lugar?
[A lista seguinte aparece cada vez com uma ordem,
aleatoriamente, para não condicionar as respostas]
1. Formar bons profissionais
2. Formar bons investigadores
3. Formar bons cidadãos
4. Realizar tarefas de pesquisa, desenvolvimento
do conhecimento e inovação
5. Contribuir para o desenvolvimento econômico
e social da região em que está situada
6. Contribuir para a redução das desigualdades
e para a coesão social
7. Contribuir para o cuidado e para a proteção
do meio ambiente
8. Contribuir para o desenvolvimento de um
espírito comum de pertença ibero-americana
9. Outro
99. Não sei
10. Se tivesse que expressar, numa escala de 0 (nen-
huma) a 10 (muita), o grau de eficácia com que a sua
universidade está cumprindo os objetivos que acaba-
mos de referir, como qualificaria o cumprimento do
objetivo de...
10a. Formar bons profissionais
10b. Formar bons pesquisadores
10c. Formar bons cidadãos
10d. Realizar tarefas de pesquisa,
desenvolvimento do conhecimento e inovação
10e. Contribuir para o desenvolvimento
económico e social da região em que está
situada
10f. Contribuir para a redução das
desigualdades e para a coesão social
10g. Contribuir para o cuidado e para a proteção
do meio ambiente
10h. Contribuir para o desenvolvimento um
espírito comum ibero-americano
[O entrevistado clica num dos valores na escala de 0
a 10, com uma última opção de “Não sei”; isto aplica-
se para todas as perguntas com a escala 0 a 10]
[Vão aparecendo os diferentes objetivos, aleatoria-
mente, e os entrevistados vão qualificando a eficácia,
um por um]
11. Entre 0 (nada) e 10 (muito), em que medida acha
que a prosperidade do seu país depende das diversas
atividades (formação acadêmica, formação profissio-
nal, pesquisa, etc.) realizadas pelas universidades do
seu país?
-_____
99. Não sei
12. Na mesma escala, em que medida a prosperidade
do seu país depende das ações do governo e das ad-
ministrações públicas do país?
-_____
99. Não sei
13. E das atividades das principais empresas?
-_____
99. Não sei
14. Para conseguir os objetivos aos que a sua univer-
sidade se propõe, em que medida acha que é neces-
sária a cooperação da universidade com os seguin-
tes atores? Responda utilizando, de novo, a escala de
0 (nada necessária) a 10 (muito necessária). [Rotar
opções]
14a. As administrações públicas, o governo nos
seus diferentes níveis
14b. As empresas e/ou associações
empresariais
14c. As ONGs e associações voluntárias
similares
14d. Outras universidades e centros de
investigação de seu país
14e. As universidades e centros de investigação
de fora do país
-_____
99. Não sei
# QUESTIONÁRIOS 315
15. O que seria preciso fazer com as relações de sua
universidade com cada uma das seguintes entidades:
ampliá-las, deixá-las como estão, ou reduzi-las?
15a. As administrações públicas, o governo nos
seus diferentes níveis
15b. As empresas e/ou associações
empresariais
15c. As ONGs e associações voluntárias
similares
15d. Outras universidades e centros de
investigação de seu país
15e. As universidades e centros de investigação
de fora do país.
1. Ampliar as relações
2. Deixá-las como estão
3. Reduzir as relações
9. Não sei
16. Em comparação com a média dos cidadãos de seu
país, como qualificaria o compromisso social (trabal-
ho voluntário, pertença a associações...) dos estu-
dantes universitários?
1. Muito alto
2. Alto
3. Médio
4. Baixo
5. Muito baixo
9. Não sei
17. Atualmente, participa ou faz trabalho voluntário
em alguma associação (cultural, de jovens, de bairro,
ONG, profissional, sindicato, ecologista, de consumi-
dores, etc.)?
1. Sim
2. Não
18. Você acha que a proporção de jovens que termi-
nam uma educação universitária no seu país é...
1. Muito insuficiente
2. Insuficiente
3. Adequada
4. Excessiva
5. Muito excessiva
9. Não sei
19. Em que medida você está de acordo com a seguin-
te afirmação: “No nosso país dispomos de medidas
adequadas para facilitar o acesso aos estudos uni-
versitários dos grupos socialmente desfavorecidos”?
Expresse seu grau de acordo utilizando uma escala
de 0 (“nada de acordo”) a 10 (totalmente de acordo).
-_____
99. Não sei
20. Tendo em conta as condições financeiras em que
se encontram as universidades no seu país, para con-
seguir um melhor acesso à universidade dos grupos
socialmente desfavorecidos, supondo que só houves-
se três opções, qual preferiria?
1. Que a universidade pública siga sendo
gratuita para todos os estudantes,
independentemente de sua renda familiar,
independientemente de su renta familiar
2. Que os estudantes que possam paguem
matrículas ajustadas ao custo real do ensino,
mas que seja gratuita para os que não as
possam pagar
3. Que os estudantes que possam paguem
matrículas ajustadas ao custo real do ensino,
mas que os que não o possam fazer recebam
empréstimos com baixíssimos juros que
devem devolver paulatinamente quando
tiverem rendimentos profissionais suficientes
9. Não sabe
21. O que acha que aconteceu com o acesso aos estu-
dos universitários dos grupos socialmente desfavo-
recidos na última década?
1. Melhorou muito ou bastante
2. Melhorou um pouco
3. Manteve-se em um nível similar
4. Piorou um pouco
5. Piorou muito ou bastante
9. Não sabe
22. Como acha que as mulheres estão quanto ao
acesso à educação universitária em seu país?
1. Muito discriminadas
2. Bastante discriminadas
3. Um pouco discriminadas
4. Pouco discriminadas
5. Nada discriminadas
9. Não sabe
# QUESTIONÁRIOS 316
23. Por último, de novo numa escala de 0 (nada
útil) a 10 (muito útil), que utilidade acha que teria o
lançamento de um Programa Ibero-americano de
Cooperação e Ação Social Interuniversitária, que pro-
mova o compromisso social dos universitários e que
procure a melhoria da qualidade de vida, a igualdade
e o desenvolvimento de zonas desfavorecidas?
-_____
99. Não sabe
Muito obrigado pela sua atenção e tempo dedicado.
Para concluir e enviar o formulário, clique em “Fim”.
# QUESTIONÁRIOS 317
Questionário 2Universidades sem fronteiras
DESENHO DO QUESTIONÁRIO
Analistas Socio-Políticos
Fundación Europea Sociedad y Educación
Outubro 2013
INTRODUCCIÓN
Em julho de 2014, será realizado o III Encontro
Internacional de Reitores Universia no Rio de Janeiro
com o tema “A Universidade do século XXI. Uma re-
flexão Ibero-Americana”. Para efeito de preparação e
para o bom andamento do evento, o Comitê Acadêmico
abriu um canal de participação que permite que pro-
fessores, estudantes e colaboradores das universida-
des expressem suas próprias visões sobre o futuro da
Universidade Ibero-Americana. Este é o segundo de
uma série de questionários que tem como assunto
principal a mobilidade e a internacionalização univer-
sitária, tema unânime no II Encontro Internacional de
Reitores Universia em Guadalajara (2010). Os reitores
presentes na ocasião acordaram o objetivo de atin-
gir 2,5% de mobilidade nacional e internacional entre
seus alunos no ano de 2015.
Valorizamos e agradecemos muito a sua colaboração
por responder este breve questionário e lembramos
que seus dados serão tratados de maneira anônima e
agregada.
Por favor, clique en SEGUINTE para iniciar a pesquisa.
QUESTIONÁRIO
1. Atualmente possui vínculo (como estudante, pro-
fessor ou colaborador) com alguma universidade ibe-
ro-americana?
1. Sim —> p2
2. Não —> Agradecemos o seu interesse e
atenção, porém seu perfil não está de acordo
com o definido para a pesquisa. Esta se dirige
a quem, atualmente, está matriculado em
uma universidade ibero-americana ou presta
serviços a ela. FIM DA PESQUISA.
2. Em que país está a sua universidade?
3. Em qual estado brasileiro se situa a sua universi-
dade?
4. Selecione sua universidade na lista a seguir:
5. Qual é a sua relação com esta universidade?
1. Estudante
2. Professor e/ou pesquisador
3. Colaborador administrativo e serviços
Identifique o seu gênero:
1. Homem
2. Mulher
7. Idade (anos)
-_____
SOMENTE PARA ESTUDANTES
8a. Indique o campo da ciência ou humanas que co-
rresponde ao seu curso?
1. Ciências Naturais (Matemática, Física, Química,
Biologia, Computação...)
2. Engenharia e Tecnologia (Engenharias,
Arquitetura, Biotecnologia Meio-Ambiental ou
Industrial, Nanotecnologia...)
3. Ciências Médicas e da Saúde (Medicina,
Enfermagem, Biotecnologia da Saúde...)
4. Ciências Agrícolas (Agricultura, Silvicultura,
Pesca, Veterinária...)
5. Ciências Sociais (Psicologia, Economia,
Empresariais, Ciências da Educação,
Sociologia, Direito, Comunicação...)
6. Humanas (História, Filologias, Literatura,
Filosofia, Arte...)
SOMENTE PARA PROFESSORES
8b. Indique o campo da ciência ou humanas que co-
rresponde ao seu curso?
1. Ciências Naturais (Matemática, Física,
Química, Biologia, Computação...)
2. Engenharia e Tecnologia (Engenharias,
Arquitetura, Biotecnologia Meio-Ambiental ou
Industrial, Nanotecnologia...)
3. Ciências Médicas e da Saúde (Medicina,
Enfermagem, Biotecnologia da Saúde...)
4. Ciências Agrícolas (Agricultura, Silvicultura,
Pesca, Veterinária...)
5. Ciências Sociais (Psicologia, Economia,
Empresariais, Ciências da Educação,
Sociologia, Direito, Comunicação...)
6. Humanas (História, Filologias, Literatura,
Filosofia, Arte...)
# QUESTIONÁRIOS 318
PARA TODOS
9. No seu país, qual costuma ser o principal critério
na hora de escolher a universidade: a reputação da
instituição ou sua localização (por exemplo, em re-
lação à proximidade da residência)?
1. Reputação
2. Localização
9. Não sei
10. Aponte, em uma escala de 0 (discordo totalmente)
a 10 (concordo totalmente), sua opinião em relação
às afirmações a seguir:
10.a. No meu país, os estudantes universitários
contam com informações suficientes para
escolher onde estudar.
10.b. Relatórios independentes sobre a
qualidade das universidades e seus planos de
estudos ajudariam os estudantes a escolher
onde estudar.
10.c. Rankings de resultados das universidades
e seus planos de estudo ajudariam os
estudantes a escolher onde estudar.
-_____
99. Não sei
SOMENTE PARA ESTUDANTES
11A. Você tem planos de continuar pelo menos parte
dos seus estudos em outro país?
1. Sim
2. Não
12A. Você já fez algum curso de nível universitário em
outro país?
1. Sim
2. Não: solicitei, porém não fui selecionado
3. Não: tinha planos de fazer, mas desisti da
ideia.
4. Não: nunca planejei estudar fora do país.
13A. Você considera que tem conhecimento adequa-
do de algum idioma estrangeiro para fazer um curso
de nível universitário com bom aproveitamento em
um país de língua espanhola?
1. Sim
2. Não
SOMENTE PARA PROFESSORES
11B. Você já fez algum curso de nível universitário em
outro país?
1. Sim
2. Não
12B. Você já atuou como docente ou pesquisador em
outro país por pelo menos um período equivalente a
um curso acadêmico?
1. Sim
2. Não
13B. Você tem planos de atuar como docente ou pes-
quisador em outro país?
1. Sim
2. Não
PARA TODOS
14. Indique se os aspectos a seguir representam um
obstáculo muito grande, grande, pequeno ou nenhum
obstáculo para os estudantes do seu país que dese-
jam estudar fora:
14.a. A falta de informações sobre as oportunida-
des para estudar fora do país
14.b. A falta de fundos
14.c. O fato de os estudos fora do país não terem
reconhecimento ou homologação ou que
estes sejam difíceis de obter
14.d. A diferença de qualidade educacional fora
do país
14.e. As barreiras linguísticas
14.f. Na minha universidade não se fomenta a
mobilidade
14.g. Problemas relativos à emigração
(barreiras administrativas, por exemplo)
1. Obstáculo muito grande
2. Grande
3. Pequeno
4. Nenhum obstáculo
9. Não sei
# QUESTIONÁRIOS 319
15. Aponte, em uma escala de 0 (discordo totalmente)
a 10 (concordo totalmente), sua opinião sobre a afir-
mação a seguir: “Todos os planejamentos de estudos
deveriam incluir um período de estudos no exterior,
como parte integrante”.
-_____
99. Não sei
16. Na atualidade, quanto sua universidade se benefi-
cia da presença de estudantes procedentes de outros
países?
1. Muito
2. Suficiente
3. Pouco
4. Nada
9. Não sei
17. Se fosse necessário facilitar a vinda de estudantes
estrangeiros à sua universidade e precisasse priori-
zar um continente ou região de procedência, qual de-
veria ser privilegiado?
1. América do Norte
2. Américas Central e do Sul
3. Europa
4. Ásia
5. África
6. Oceania
9. Não sei
18. E se fosse necessário facilitar a ida de estudantes
de sua universidade para fora do país e precisasse
priorizar a um continente ou região de destino, qual
deveria ser?
1. América do Norte
2. Américas Central e do Sul
3. Europa
4. Ásia
5. África
6. Oceania
9. Não sei
19. ¿En qué medida cree que es conveniente que su
Em uma escala de 0 (muito pouco conveniente) a 10
(muito conveniente), quanto você considera conve-
niente que sua universidade conte com professores
estrangeiros?
-_____
99. Não sei
20. Na contratação de novos professores, sua univer-
sidade deveria dar alguma importância para expe-
riência de trabalho ou estudo no exterior?
1. Sim
2. Não
9. Não sei
21. Em uma escala de 0 (muito pouco útil) a 10 (muito
útil), na sua opinião, qual é o grau de utilidade das
medidas a seguir para fomentar substancialmente a
mobilidade nacional (entre universidades do próprio
país) e internacional (com universidades estrangei-
ras) dos estudantes, professores e pesquisadores do
seu país e da Ibero-América em geral?
21.a. Um maior compromisso de governos,
empresas, patrocinadores públicos e
privados no financiamento da mobilidade de
estudantes e professores.
21.b. Que os governos eliminem os obstáculos
burocráticos, legais e migratórios que limitam
a mobilidade.
21.c. Que cada universidade projete programas
específicos de mobilidade.
21.d. O estabelecimento de um “Instrumento
Universitário Ibero-americano” que facilite
a mobilidade e o uso dos serviços prestados
pelas universidades nesta área geográfica.
21.e. A coordenação de ações para promover
a universidade ibero-americana mediante
programas conjuntos e estruturas
compartilhadas entre diferentes
universidades.
-_____
99. Não sei
SOMENTE PARA COLABORADORES
ADMINISTRATIVOS E DE SERVIÇOS (NO BRASIL)
21bis. Em uma escala de 0 (discordo totalmente) a
10 (concordo totalmente), qual é a sua opinião sobre
a afirmação “os colaboradores administrativos e de
serviços da minha universidade estão suficientemen-
te preparados para apoiar e administrar a mobilidade
internacional de professores e estudantes substan-
cialmente maior do que a atual”?
-_____
99. Não sei
# QUESTIONÁRIOS 320
PARA TODOS
22. Qual é a importância, de fato, dada pela sua uni-
versidade ao objetivo da mobilidade nacional ou
internacional de seus estudantes e professores?
Responda em uma escala de 0 (nenhuma importân-
cia) a 10 (uma grande importância)
-_____
99. Não sei
23. Você acredita que seu país tem um problema de
“fuga de cérebros”, ou seja, pesquisadores altamente
qualificados formados em seu país que vão para o ex-
terior e não voltam?
1. Sim
2. Não
9. Não sei
24. Hipoteticamente, por quais razões você acredita
que um pesquisador pode decidir permanecer em
um país estrangeiro e não voltar ao seu país de ori-
gem? Qual acredita ser a mais importante? E a se-
gunda opção? [ROTAR OPÇÕES]
1. Melhores condições salariais
2. Mais incentivos econômicos para a pesquisa
3. Melhores oportunidades de carreira
profissional
4. Mais capacidade financeira para aplicar
projetos de pesquisas
5. Mais liberdade para o trabalho de pesquisa
6. Mais reconhecimento das conquistas dos
pesquisadores
7. Melhor funcionamento da comunidade
científica
8. Mais facilidades para explorar pessoalmente
os resultados das pesquisas
9. Não sei
25. De 0 (muito pouco) a 10 (muito), quanto sua uni-
versidade está apostando na formação online?
-_____
99. Não sei
26. O quanto você acredita que a universidade deve-
ria apostar na formação on-line? Responda em uma
escala de 0 (“fazer uma aposta mínima”) a 10 (“fazer
uma aposta máxima”)..
-_____
99. Não sei
27. De 0 (muito pouco) a 10 (muito), qual é o nível de
conhecimento que você considera ter sobre a rede
Universia?
-_____
99. Não sei
28. Você acredita que a rede Universia possa desem-
penhar um papel muito, suficiente, pouco ou nada
importante no estabelecimento de um espaço ibero-
americano para o desenvolvimento do conhecimento
e da inovação?
1. Muito importante
2. Suficiente importante
3. Pouco importante
4. Nada importante
9. Não sei
Agradecemos pela sua atenção e tempo dedicados.
Para concluir e enviar o formulário, clique em “Fim”.
# QUESTIONÁRIOS 321
Questionário 3 Universidades formadoras
DESENHO DO QUESTIONÁRIO
Analistas Socio-Políticos
Fundación Europea Sociedad y Educación
Janeiro 2014
INTRODUÇÃO
Em julho de 2014 será celebrado o III Encontro de
Reitores Universia no Rio de Janeiro com o lema “A
Universidade do século XXI. Uma reflexão da Ibero-
América”. Com o intuito de preparar e garantir o bom
andamento deste encontro, o Comitê Acadêmico
abriu um canal de participação que permite que pro-
fessores, estudantes e pessoal administrativo e de
serviços das universidades deem sua própria visão
sobre o futuro da Universidade ibero-americana.
Trata-se de uma série de questionários, de que este é
o terceiro e é dedicado à função de formação que as
universidades realizam, em suas diferentes dimen-
sões e modalidades.
Valorizamos e agradecemos muito sua colaboração
ao responder este breve questionário, e lembramos
que seus dados serão tratados de modo anônimo e
agregado.
QUESTIONÁRIO
1. Tem vínculo atual (como estudante, professor ou
como pessoal de administração e serviços) com algu-
ma universidade ibero-americana?
1. Sim -> p2
2. Não -> Agradecemos muito seu interesse e
a atenção dispensada, mas seu perfil não se
encaixa no definido para esta pesquisa, que
está dirigida àqueles que atualmente estão
matriculados em uma universidade ibero-
americana ou prestam seus serviços nela.
FIM DA PESQUISA
2. Poderia dizer em que país fica a sua universidade?
3. Em qual das seguintes divisões administrativas do
seu país localiza-se a sua universidade?
4. Poderia marcar sua universidade na seguinte lista?
5. Qual é a sua relação com a mencionada universi-
dade?1. Estudante2. Professor e/ou pesquisador
3. Pessoal de administração e serviços
6. Você é...?
1. Homem
2. Mulher
7. Idade (em anos)
-_____
APENAS PARA ESTUDANTES
8a. Poderia indicar o campo da ciência ou das huma-
nidades ao qual correspondem os estudos que está
cursando?1. Ciências Naturais (Matemática, Física,
Química, Biologia, Computação...)2. Engenharia e Tecnologia (Engenharias,
Arquitetura, Biotecnologia Ambiental ou Industrial, Nanotecnologia...)
3. Ciências Médicas e da Saúde (Medicina, Enfermagem, Biotecnologia da Saúde...)
4. Ciências Agrícolas (Agricultura, Silvicultura, Pesca, Veterinária...)
5. Ciências Sociais (Psicologia, Economia, Administração de Empresas, Ciências da Educação, Sociologia, Direito, Comunicação...)
6. Humanidades (História, Letras, Literatura,
Filosofia, Arte...)
APENAS PARA PROFESSORES
8b. Poderia indicar o campo da ciência ou das huma-
nidades em que desempenha suas tarefas docentes
e/ou de pesquisa?1. Ciências Naturais (Matemática, Física,
Química, Biologia, Computação...)2. Engenharia e Tecnologia (Engenharias,
Arquitetura, Biotecnologia Ambiental ou Industrial, Nanotecnologia...)
3. Ciências Médicas e da Saúde (Medicina, Enfermagem, Biotecnologia da Saúde...)
4. Ciências Agrícolas (Agricultura, Silvicultura, Pesca, Veterinária...)
5. Ciências Sociais (Psicologia, Economia, Administração de Empresas, Ciências da Educação, Sociologia, Direito, Comunicação...)
6. Humanidades (História, Letras, Literatura,
Filosofia, Arte...)
# QUESTIONÁRIOS 322
PARA TODOS
9. A formação universitária pode ser focada em di-
ferentes objetos (formação acadêmica, profissional,
cultural, de pesquisa, etc.). Como o tempo e os recur-
sos são limitados, não é possível dar a mesma im-
portância a todos os objetos. Se tivesse que escolher,
quais seriam suas preferências a este respeito? Em
uma escala de 0 a 10, dê uma pontuação a depender
de se sua preferência se aproxima mais ou menos
das opções dos extremos. Um 5 significa que sua opi-
nião encontra-se em um meio termo entre ambas as
opções.
9.a. melhorar a capacidade de pensar (0) melho-
rar a capacidade de agir (10))
9.b. formação prática (0) transmissão de
conhecimentos (10)
9.c. especialização profissional ou acadêmica (0)
formação cultural de amplo espectro (10)
9.d. formação inicial dos jovens (0) formação ao
longo da vida toda (10)
9.e. formação mais ligada às necessidades do
momento (0) formação mais atemporal (10)
-_____
99. Não sabe
ESTUDANTES
10a. Em uma escala de 0 (qualificação mínima) a 10
(qualificação máxima), como qualificaria seus profes-
sores, em geral, de acordo com...?
10.a.1. O nível de conhecimentos de sua matéria
10.a.2. Sua capacidade pedagógica
10.a.3. A inovação de seus métodos de ensino
10.a.4. Sua vocação pelo ensino
-_____
99. Não sabe
TODOS OS ESTUDANTES
11a. Poderia dar sua opinião quanto aos estágios nas
empresas ou organizações semelhantes que os estu-
dantes do seu curso realizam?
1. Não há estágios, mas deveria haver
2. Há estágios, mas deveriam durar mais
3. Há estágios, mas deveriam durar menos
4. Há estágios e têm, mais ou menos, a duração
adequada
9. Não sabe
12a. m que medida acredita que são úteis os conheci-
mentos adquiridos em seu curso para a adequada in-
serção no mercado de trabalho daqueles que obtêm
a titulação? Responda, por favor, em uma escala de 0
(nem um pouco úteis) a 10 (muito úteis).
-_____
99. Não sabe
13a. Em geral, de 0 (muito ruim) a 10 (muito boa),
como qualificaria a qualidade do ensino no curso que
está fazendo?
-_____
99. Não sabe
PROFESSORES
10b. Em uma escala de 0 (qualificação mínima) a
10 (qualificação máxima), como qualificaria, em ge-
ral, os professores da sua universidade que dão aula
no(s) mesmo(s) curso(s) universitário(s) que você, em
geral, quanto a...?
10.b.1. O nível de conhecimentos de sua matéria
10.b.2. Sua capacidade pedagógica
10.b.3. A inovação de seus métodos de ensino
10.b.4. Sua vocação pelo ensino
-_____
99. Não sabe
# QUESTIONÁRIOS 323
10b2. Como você, particularmente, na escala de 0
(muito baixa) a 10 (muito alta), avaliaria sua compe-
tência para utilizar metodologias ligadas às novas
tecnologias da informação em suas aulas?
-_____
99. Não sabe
A TODOS OS PROFESSORES
11b. Poderia dar sua opinião a respeito dos estágios
nas empresas ou organizações semelhantes que os
estudantes do seu curso realizam?
1. Não há estágios, mas deveria haver
2. Há estágios, mas deveriam durar mais
3. Há estágios, mas deveriam durar menos
4. Há práticas e têm, mais ou menos, a duração
adequada
9. Não sabe
12b. Em que medida acredita que são úteis os con-
hecimentos adquiridos no curso em que desenvolve
a maior parte de sua docência para a adequada in-
serção no mercado de trabalho dos que obtêm a titu-
lação? Responda, por favor, em uma escala de 0 (nem
um pouco úteis) a 10 (muito úteis).
-_____
99. Não sabe
13b. Em geral, de 0 (muito ruim) a 10 (muito boa),
como qualificaria a qualidade do ensino neste curso?
-_____
99. Não sabe
PAS
13c. Em geral, de 0 (muito ruim) a 10 (muito boa),
como qualificaria a qualidade do ensino no centro
universitário em que desempenha seu trabalho?
-_____
99. Não sabe
TODOS
14. Por favor, diga-me em que medida concorda com
a seguinte afirmação. Responda com a escala de 0
(não concordo) a 10 (concordo plenamente): “Uma
universidade pode proporcionar uma formação mui-
to boa sem necessidade de dedicar uma quantidade
significativa de recursos à pesquisa”.
-_____
99. Não sabe
PROFESSORES
15b. Na escala de 0 (muito pouco adequada) a 10 (mui-
to adequada), como avaliaria a oferta de formação
permanente ou contínua à disposição dos docentes
de sua universidade?
-_____
99. Não sabe
16b. ¿Que utilidade poderia ter, para melhorar essa
oferta de formação permanente, estabelecer algo se-
melhante a uma rede virtual ibero-americana para
a formação docente que sirva, entre outros propó-
sitos, para difundir as boas práticas neste campo?
Responda, por favor, em uma escala de 0 (muito pouco
útil) a 10 (muito útil).
-_____
99. Não sabe
# QUESTIONÁRIOS 324
PARA ESTUDANTES E PROFESSORES
16. De acordo com a sua experiência universitária e/
ou com o que possa conhecer a respeito da formação
online, que porcentagem aproximada dos cursos pre-
senciais poderia ser substituída satisfatoriamente
por cursos exclusivamente online, isto é, através da
Internet?
1. Menos de 10%
2. Entre 10% e 20%
3. Entre 20% e 30%
4. Entre 30% e 40%
5. Entre 40% e 50%
6. Entre 50% e 60%
7. Entre 60% e 70%
8. Entre 70% e 80%
9. Entre 80% e 90%
10. Mais de 90%
99. Não sabe
PARA TODOS
17. De 0 (não concordo) a 10 (concordo plenamente),
diga, por favor, em que medida você concorda com as
seguintes afirmações a respeito da formação univer-
sitária online, isto é, através da Internet:
17.a. Requer um maior esforço de autodisciplina
por parte dos estudantes
17.b. Requer mais esforço por parte dos
professores
17.c. Facilita o acesso à universidade de grupos
menos favorecidos
17.d. Em conjunto, implica uma experiência
universitária menos enriquecedora
17.e. Em conjunto, permite adquirir uma
preparação acadêmica ou profissional
equivalente à que se adquire com os cursos
presenciais
17.f. É um complemento da formação
presencial, não a substitui
-_____
99. Não sabe
ESTUDANTES
18a. Em sua carreira, em geral, sendo o 0 um des-
envolvimento muito baixo e o 10 um desenvolvimento
muito alto, que grau de desenvolvimento têm as se-
guintes características dos cursos que são ofereci-
dos?
18.a.1. Acesso online a materiais (livros, artigos,
apresentações...)
18.a.2. Comunicação online (e-mail, fóruns...)
com os professores
18.a.3. Trabalhos de curso em equipe (com
ferramentas tipo wiki)
18.a.4. Tarefas individuais realizadas online
18.a.5. Possibilidade de autoavaliações online
-_____
9. Não sabe
PROFESSORES
18b. Na carreira em que você realiza a maior parte
da sua docência, em geral, sendo o 0 um desenvolvi-
mento muito baixo e o 10 um desenvolvimento muito
alto, que grau de desenvolvimento têm as seguintes
características dos cursos que são oferecidos?
18.b.1. Acesso online a materiais (livros, artigos,
apresentações...)
18.b.2. Comunicação online (e-mail, fóruns...)
com os professores
18.b.3. Trabalhos de curso em equipe (com
ferramentas tipo wiki)
18.b.4. Tarefas individuais realizadas online
18.b.5. Possibilidade de autoavaliações online
-_____
99. Não sabe
# QUESTIONÁRIOS 325
PARA TODOS
19. ¿Ouviu falar alguma vez ou leu a respeito dos
MOOCs (Massive Open Online Courses, Cursos Online
em Massa e Abertos)?
1. Sim
2. Não
EM TELA DIFERENTE
[A depender de se tiverem respondido sim ou não/
não tiverem respondido, a pergunta seguinte não vai
precedida de “Como você sabe,”]
20. Os MOOCs são cursos universitários que são
oferecidos através de plataformas educativas na
Internet e nos quais qualquer pessoa pode se matri-
cular. Costumam constar vídeos com aulas magis-
trais de um professor e ferramentas interativas para
que cada estudante realize suas tarefas e se submeta
à avaliação. Nós gostaríamos de conhecer sua opi-
nião sobre eles. Em que medida você concorda com
as seguintes afirmações sobre esses cursos? (0=não
concordo, 10=concordo plenamente)
20.a. Os MOOCs permitem que muita gente
tenha acesso a um ensino de primeiro nível
mundial que antes estava reservado apenas
para alguns
20.b. Os MOOCs (ou figuras equivalentes)
acabarão sendo mais importantes do que a
educação universitária tradicional
20.c. No final os MOOCs não poderão sobreviver
sendo gratuitos
20.d. Aprende-se tanto através dos MOOCs
quanto por meio do ensino universitário
tradicional
-_____
99. Não sabe
21. Acredita que os portais da Universia ou outras re-
des virtuais poderiam tornar-se um canal relevante
para o desenvolvimento da formação universitária
em escala ibero-americana?
1. Sim
2. Não
9. Não sabe
22. O que acharia se, no âmbito de um Espaço Ibero-
Americano do Conhecimento, fosse estabelecido um
sistema de reconhecimento mútuo das titulações
universitárias baseado em critérios comuns para a
definição de créditos transferíveis, semelhante ao
modelo europeu de acreditação?
1. Muito adequado
2. Bastante adequado
3. Pouco adequadoo
4. Nem um pouco adequado
9. Não sabe
23. Por último, qual utilidade teriam as seguintes
medidas para conseguir melhoras significativas na
qualidade do ensino nas universidades do seu país?
Responda, por favor, com a escala de 0 (muito pouca
utilidade) a 10 (muita utilidade).
23.a. A convergência das estruturas dos cursos
universitários (por exemplo, para um de
graduação, mestrado, doutorado, ou outro
semelhante) em escala ibero-americana
23.b. A acreditação dos estudos que as
universidades oferecem diante de agências
homologadas internacionalmente
23.c. Acordos de colaboração entre
universidades para oferecer titulações
conjuntas
23.d. Planos de colaboração com instituições
públicas e empresas privadas dirigidos a que
os estudantes façam estágios
Muito obrigado pela sua atenção e pelo seu tempo.
Para concluir e enviar o formulário, clique em “Fim”.
# QUESTIONÁRIOS 326
Questionário 4 Universidades criativas e inovadoras
DESENHO DO QUESTIONÁRIO
Analistas Socio-Políticos
Fundación Europea Sociedad y Educación
Março de 2014
INTRODUÇÃO
Em julho de 2014 será celebrado o III Encontro de
Reitores Universia no Rio de Janeiro sob o lema “A
Universidade do século XXI. Uma reflexão da Ibero-
América”. No intuito de preparar e promover o bom
andamento deste encontro, o Comitê Acadêmico
abriu um canal de participação que permita a profes-
sores, estudantes e funcionários das universidades
fornecerem suas próprias visões sobre o futuro da
Universidade ibero-americana. Trata-se de uma sé-
rie de questionários, de que este é o quarto, dedica-
do às funções de pesquisa, inovação e transferência
tecnológica realizadas pelas universidades, todas as
quais se referem a aspectos centrais das sociedades
dinâmicas e competitivas.
Valorizamos e agradecemos muito sua colaboração
ao responder este breve questionário, e lembramos
que seus dados serão tratados sigilosamente e de
forma conjunta.
QUESTIONÁRIO
1. Você tem um vínculo atual (como estudante, pro-
fessor ou como funcionário de administração e ser-
viços) com alguma universidade ibero-americana?
1. Sim -> p2
2. Não -> Agradecemos muito seu interesse e
sua atenção, mas seu perfil não se adapta ao
definido para esta pesquisa, que está dirigida
àqueles que atualmente estão matriculados
em uma universidade ibero-americana ou
prestam serviços nela. FIM DA PESQUISAA.
2. Poderia dizer em que país fica a sua universidade?
3. Em qual das seguintes repartições administrativas
de seu país situa-se sua universidade?
4. Poderia marcar sua universidade na lista a seguir?
5. Qual é a sua relação com a mencionada universi-
dade?
1. Estudante
2. Professor e/ou pesquisador
3. Pessoal de administração e serviços
6. Você é...?
1. Homem
2. Mulher
7. Idade (em anos)
-_____
SÓ PARA ESTUDANTES
8a. Poderia indicar o campo de ciências ou de huma-
nidades ao qual corresponde o seu curso?1. Ciências Naturais (Matemática, Física,
Química, Biologia, Processamento de Dados...)
2. Engenharia e Tecnologia (Engenharias, Arquitetura, Biotecnologia Ambiental ou Industrial, Nanotecnologia...)
3. Ciências Médicas e da Saúde (Medicina, Enfermagem, Biotecnologia da Saúde...)
4. Ciências Agrícolas (Agricultura, Silvicultura, Pesca, Veterinária...)
5. Ciências Sociais (Psicologia, Economia, Administração de Empresas, Ciências da Educação, Sociologia, Direito, Comunicação...)
6. Humanidades (História, Letras, Literatura, Filosofia, Arte...)
SÓ PARA PROFESSORES
8b. Poderia indicar o campo de ciências ou de huma-nidades em que desempenha suas tarefas docentes e/ou de pesquisa?
1. Ciências Naturais (Matemática, Física, Química, Biologia, Processamento de Dados...)
2. Engenharia e Tecnologia (Engenharias, Arquitetura, Biotecnologia Ambiental ou Industrial, Nanotecnologia...)
3. Ciências Médicas e da Saúde (Medicina, Enfermagem, Biotecnologia da Saúde...)
4. Ciências Agrícolas (Agricultura, Silvicultura, Pesca, Veterinária...)
5. Ciências Sociais (Psicologia, Economia, Administração de Empresas, Ciências da
# QUESTIONÁRIOS 327
Educação, Sociologia, Direito, Comunicação...)6. Humanidades (História, Letras, Literatura,
Filosofia, Arte...)
PROFESSORE
9. Pensando no conjunto de suas atividades como
professor (e pesquisador, se for o caso) ao longo de
um curso acadêmico, aproximadamente que porcen-
tagem do seu tempo você dedica a...?
9.1. Ensino
9.2. Pesquisa
9.3. Tarefas administrativas ligadas à pesquisa
9.4. Outras tarefas administrativas
9.9. Não sabe
1. 0%
2. 5%
3. 10%
4. 15%
5. 20%
6. 25%
7. 30%
8. 35%
9. 40%
10. 45%
11. 50%
12. 55%
13. 60%
14. 65%
15. 70%
16. 75%
17. 80%
18. 85%
19. 90%
20. 95%
21. 100%
10. Que tipo de pesquisa você realiza com maior fre-
quência? [Só pode ser selecionada uma opção]
1. Pesquisa básica (orientada a obter
conhecimentos sobre os fundamentos dos
fenômenos observáveis, sem pensar em dar-
lhes nenhuma aplicação determinada)
2. Pesquisa aplicada (orientada a adquirir
novos conhecimentos, mas dirigidos
fundamentalmente a um objetivo prático
específico)
3. Desenvolvimento (aproveita os conhecimentos
existentes e tem como finalidade produzir
novos materiais, produtos, processos ou
serviços, ou a melhorar significativamente os
existentes)
9. Não sabe
99. não se aplica (quase não faz pesquisa)
[IR À PERGUNTA 12]
11.a. Nos últimos anos, ele tem realizado atividades
de pesquisa em colaboração com outros investigado-
res ou instituições?
1. Sim
2. Não
9. Não sabe
11.b. Nos últimos anos, com quais dos seguintes ato-
res você cooperou para realizar a sua pesquisa? [É
possível selecionar vários]
11.b.1. Pesquisadores de sua própria
universidade
11.b.2. Outras universidades de seu país
11.b.3. Universidades estrangeiras
11.b.4. Centros de pesquisa (públicos ou
privados) de seu país
11.b.5. Centros de pesquisa (públicos ou
privados) estrangeiros
11.b.6. Empresas de seu país
11.b.7. Empresas estrangeiras
11.b.8. Associações ou fundações de seu país
11.b.9. Associações ou fundações estrangeiras
11.b.10. Outro?
1. Sim
2. Não
9. Não sabe
# QUESTIONÁRIOS 328
AOS QUE COOPERARAM COM ALGUM DESSES
ATORES
12. Como regra geral, essa cooperação foi produtiva?
Responda, por favor, em uma escala de 0 (nem um
pouco produtiva) a 10 (muito produtiva).
-_____
99. Não sabe
PARA TODOS OS PROFESSORES
13.1. Por favor, diga-me seu grau de concordância
com as seguintes afirmações. Use, por favor, a escala
de 0 (discorda totalmente) a 10 (concorda totalmen-
te).
13.1.1. É possível ser bom professor sem ser
bom pesquisador
13.1.2. O confronto de ideias com os alunos
em aula pode ser muito útil para as
pesquisas que os professores universitários
desenvolvem
13.1.3. A atividade docente de um professor
universitário beneficia-se muito com as
pesquisas que ele desenvolve
13.2. Por favor, diga-me seu grau de concordância
com as seguintes afirmações. Use, por favor, a escala
de 0 (discorda totalmente) a 10 (concorda totalmente)
13.2.1. Uma parte considerável da remuneração
do professor universitário deve depender da
pesquisa que ele desenvolver
13.2.2. Os incentivos à pesquisa universitária
melhoraram nos últimos dez anos
13.2.3. Os incentivos à produção de artigos
científicos acabam dando lugar a muita
produção científica de qualidade insuficiente
13.3. Por favor, diga-me seu grau de concordância
com as seguintes afirmações. Use, por favor, a
escala de 0 (discorda totalmente) a 10 (concorda
totalmente)
13.3.1. Os trâmites administrativos para obter
fundos nacionais para projetos de pesquisa
são simples
13.3.2. Os trâmites administrativos para obter
fundos internacionais para projetos de
pesquisa são simples
-_____
99. Não sabe
14. Há em sua universidade um departamento espe-
cializado na gestão e avaliação de projetos de pesqui-
sa com empresas ou na transferência dos resultados
da pesquisa universitária às empresas?
1. Sim
2. Não
9. Não sabe
ÀQUELES QUE DIZEM QUE HÁ UM ESCRITÓRIO DE
TRANSFERÊNCIA
15. De 0 (nem um pouco satisfatório) a 10 (muito sa-
tisfatório), pelo seu conhecimento direto ou indireto,
como avaliaria o funcionamento desse departamen-
to?
-_____
99. Não sabe
PARA TODOS
16. Há em sua universidade um departamento espe-
cializado na administração da internacionalização da
atividade de pesquisa da própria universidade?1. Sí
1. Sim
2. Não
9. Não sabe
# QUESTIONÁRIOS 329
AOS QUE DIZEM QUE HÁ UM ESCRITÓRIO DE
INTERNACIONALIZAÇÃO
17. De 0 (nem um pouco satisfatório) a 10 (muito sa-
tisfatório), pelo seu conhecimento direto ou indireto,
como avaliaria o funcionamento desse departamento?
-_____
99. Não sabe
ESTUDANTES
18. Você pretende obter o título de doutor em seu cur-
so atual ou em outro?
1. Sim
2. Sim, já estou fazendo os cursos de doutorado
3. Sim, já estou elaborando minha tese doutoral
4. Não
19.a. Uma vez finalizados os seus estudos universitá-
rios, você pretende dedicar-se à pesquisa?
1. Sim, na universidade
2. Sim, na empresa
3. Sim, em outras organizações
4. Não
9. Não sabe
AOS ESTUDANTES QUE PRETENDEM DEDICAR-SE A
PESQUISAR NA UNIVERSIDADE
19.b. Você espera desenvolver sua carreira como
pesquisador, sobretudo, em sua própria universida-
de, em outra universidade do seu país ou em uma
universidade estrangeira?
1. Na própria universidade
2. Em outra universidade de seu país
3. Em universidade estrangeira
9. Não sabe
AOS QUE PRETENDEM DEDICAR-SE A PESQUISAR
EM UNIVERSIDADE ESTRANGEIRA
19.c. Em qual das seguintes áreas geográficas você
esperaria desenvolver sua carreira como pesquisa-
dor?
1. América do Norte
2. América Central e do Sul
3. Europa
4. Ásia
5. África
6. Oceania
9. Não sabe
A TODOS OS ESTUDANTES QUE PENSAM DEDICAR-
SE À PESQUISA
20. Você acha que é muito, bastante, pouco ou nem
um pouco provável que suas previsões de dedicar-se
à pesquisa após finalizar seus estudos universitários
sejam cumpridas?
1. Muito provável
2. Bastante provável
3. Pouco provável
4. Nem um pouco provável
9. Não sabe
A TODOS OS ESTUDANTES
21. Independentemente de pretender dedicar-se ou
não à pesquisa, avalie, por favor, de 0 (muito pouca) a 10
(muita), em que medida seus estudos universitários es-
tariam proporcionando as bases necessárias para que
você fosse um bom pesquisador no futuro.
-_____
99. Não sabe
22. Por favor, mencione seu grau de concordância
com as seguintes afirmações. Use a escala de 0 (dis-
corda totalmente) a 10 (concorda totalmente).
22.1. É possível ser bom professor sem ser bom pes-
quisador
22.2. A atividade docente de um professor universitário
beneficia-se muito com as pesquisas que ele desenvolve
-_____
# QUESTIONÁRIOS 330
99. Não sabe
ESSOAL DE ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS
(COLABORADORES NO BRASIL)
23. Em que medida você concorda com a seguinte
afirmação: “o pessoal de administração e serviços da
minha universidade está suficientemente preparado
para apoiar e administrar os trabalhos de pesquisa e
inovação que os professores e pesquisadores da min-
ha universidade desenvolvem”. Responda, por favor,
em uma escala de 0 (discordo totalmente) a 10 (con-
cordo totalmente).
-_____
99. Não sabe
24. Do seu tempo de trabalho, de cada 100 horas,
quantas, aproximadamente, você diria que têm a ver
com a gestão desses trabalhos de pesquisa e ino-
vação?
-_____
99. Não sabe
25. Por favor, mencione seu grau de concordância
com as seguintes afirmações. Use a escala de 0 (dis-
corda totalmente) a 10 (concordo totalmente)
25.1. éÉ possível ser bom professor sem ser
bom pesquisador
25.2. Os trâmites administrativos para obter
recursos nacionais para projetos de pesquisa
são simples
25.3. Os trâmites administrativos para obter
recursos internacionais para projetos de
pesquisa são simples
-_____
99. Não sabe
26. Há em sua universidade um departamento espe-
cializado na gestão e avaliação de projetos de pesqui-
sa com empresas ou na transferência dos resultados
da pesquisa universitária às empresas?
1. Sim
2. Não
9. Não sabe
AOS QUE DIZEM QUE HÁ UM ESCRITÓRIO DE
TRANSFERÊNCIA
27. De 0 (nem um pouco satisfatório) a 10 (muito sa-
tisfatório), como você avaliaria o funcionamento des-
se departamento?
-_____
99. Não sabe
PARA TODOS
28. Há em sua universidade um departamento espe-
cializado na administração da internacionalização da
atividade de pesquisa da própria universidade?
1. Sim
2. Não
9. Não sabe
AOS QUE DIZEM QUE HÁ UM ESCRITÓRIO DE
INTERNACIONALIZAÇÃO
29. De 0 (nem um pouco satisfatório) a 10 (muito sa-
tisfatório), pelo seu conhecimento direto ou indireto,
como você avaliaria o funcionamento desse departa-
mento?
-_____
99. Não sabe
A TODOS OS PESQUISADOS
30. Entre 0 (pouco) e 10 (muito), quanto você diria que
a universidade contribui com a capacidade de ino-
vação tecnológica do seu país?
31. E quanto o que o governo nacional contribui?
32. ¿E quanto as empresas privadas contribuem?
-_____
99. Não sabe
# QUESTIONÁRIOS 331
33. Que prioridade tem a pesquisa em sua universi-
dade? Responda, por favor, na escala de 0 (prioridade
mínima) a 10 (prioridade máxima).
-_____
99. Não sabe
34. E que prioridade tem o ensino em sua universida-
de?
-_____
99. Não sabe
35. Que prioridade tem a inovação tecnológica em
seu país?
-_____
99. Não sabe
36. O conjunto do gasto em pesquisa e desenvolvi-
mento (P+D) que as administrações públicas, as em-
presas, as universidades e outras organizações fa-
zem, representa, na Suécia, aproximadamente 3,4%
do PIB; na França 2,3% do PIB; e na Itália 1,3%. Se
você tivesse de estabelecer um objetivo para o gasto
em P+D do seu país dentro de dez anos e só pudesse
escolher uma dessas três cifras, qual escolheria?
1. A da Suécia (3,4% do PIB)
2. A da França (2,3% do PIB)
3. A da Itália (1,3% do PIB)
9. Não sabe
A TODOS OS QUE RESPONDEM À PERGUNTA
ANTERIOR
37. Você acha muito provável, bastante, pouco ou nem
um pouco provável que seu país atinja essa cifra de
gasto em P+D em porcentagem do PIB nos próximos
10 anos?
1. Muito provável
2. Bastante provável
3. Pouco provável
4. Nem um pouco provável
9. Não sabe
38. Independentemente de que essa cifra seja atin-
gida, quem deveria protagonizar o esforço de inves-
timento para atingi-la, sobretudo o setor público (o
Estado e o resto das administrações públicas), sobre-
tudo o setor privado (empresas), ou deveriam ter um
protagonismo semelhante?
1. Sobretudo o setor público
2. Sobretudo o setor privado
3. Protagonismo semelhante
9. Não sabe
PARA PROFESSORES
39. Se sua universidade tivesse de estabelecer priori-
dades na hora de escolher com quem cooperar para
realizar tarefas de pesquisa ou inovação, qual dos se-
guintes atores deveria ocupar o primeiro lugar? E o
segundo lugar?
1. Outras universidades nacionais
2. Outros centros de pesquisa nacionais
3. Empresas privadas nacionais
4. Universidades estrangeiras
5. Centros de pesquisa estrangeiros
6. Empresas privadas estrangeiras
9. Não sabe
40. Se sua universidade tivesse de estabelecer prio-
ridades na hora de escolher a área geográfica à qual
pertencem as universidades, os centros de pesquisa
ou as empresas com os quais cooperar para realizar
tarefas de pesquisa ou inovação, qual das seguintes
áreas deveria ocupar o primeiro lugar? E o segundo
lugar?
1. América do Norte
2. América Central e do Sul
3. Europa
4. Ásia
5. África
6. Oceania
9. Não sabe
# QUESTIONÁRIOS 332
PARA TODOS
41. Entendendo por cultura empreendedora uma
maior disposição para assumir riscos por conta pró-
pria, para aproveitar oportunidades ou para mudar e
explorar novos caminhos profissionais, com qual das
duas opções a seguir está você mais de acordo?
1. com programas adequados e professores
preparados, a universidade pode transformar
significativamente a cultura empreendedora
que os novos estudantes trazem
2. a cultura empreendedora que os formados
universitários acabam tendo depende
sobretudo de fatores alheios à universidade,
pelo qual a influência desta é menor
9. Não sabe
42. De 0 (importância mínima) a 10 (importância
máxima), que importância sua universidade deveria
dar ao estímulo de uma cultura empreendedora en-
tre os estudantes?
-_____
99. Não sabe
43. De 0 (nenhum) a 10 (muito), que nível de conheci-
mento você diria que tem a respeito da rede Universia?
-_____
99. ão sabe
AOS QUE RESPONDEM 5 OU MAIS
44. Você acha que os portais da Universia podem se
tornar um instrumento relevante para obter e tro-
car informação sobre a inovação e a transferência de
conhecimentos realizadas pelas universidades?
1. Sim
2. Não
9. ão sabe
PARA TODOS
45. De 0 (nenhum) a 10 (muito), que nível de con-
hecimento você diria que tem a respeito da rede
Innoversia?
-_____
99. Não sabe
AOS QUE RESPONDEM 5 OU MAIS
46. De 0 (nem um pouco útil) a 10 (muito útil), qual
você acha que é a utilidade atual da Innoversia para
estabelecer contato entre empresas com necessida-
des de pesquisa e os pesquisadores que podem sa-
tisfazê-las?
-_____
99. Não sabe
PARA TODOS
47. A seguir, gostaríamos de saber sua opinião quan-
to à utilidade que teriam as seguintes medidas para
conseguir melhorias significativas na qualidade da
pesquisa que é desenvolvida pelas universidades do
seu país. Responda, por favor, usando a escala de 0
(nenhuma utilidade) a 10 (muita utilidade).
47.1. Uma mudança na remuneração dos
professores universitários que a torne mais
dependente da quantidade e da qualidade da
pesquisa que é desenvolvida
47.2. Incentivos econômicos à cooperação entre
pesquisadores de diferentes universidades do
país
47.3. Incentivos econômicos à cooperação entre
pesquisadores de universidades do país e
pesquisadores de universidades estrangeiras
47.4. Incentivos econômicos à cooperação entre
pesquisadores de universidades do país e
empresas privadas
47.5. Desobrigar na medida do possível os
pesquisadores das tarefas administrativas
ligadas à pesquisa
# QUESTIONÁRIOS 333
47.6. Programas de formação do pessoal de
administração e serviços [colaboradores, no
Brasil] em tarefas de apoio à pesquisa
47.7. Que as administrações públicas destinem
maiores recursos ao financiamento da
pesquisa universitária
[47.8 A SEGUINTE SÓ PARA PROFESSORES]
47.8. Que o financiamento público dos projetos
de pesquisa dependa mais de algum modo de
avaliação por pares (peer review)
47.9. Facilitar que as universidades registrem
patentes próprias e possam explorá-las
comercialmente
47.10. Medidas para incentivar a formação de
clusters ou espaços de inovação intensiva, do
qual participem empresas, administrações e
instituições de pesquisa
47.11. Que as administrações públicas destinem
mais recursos para o financiamento de
programas de transferência de conhecimento
das universidades às empresas
-_____
99. Não sabe
48. Por último, gostaríamos de saber sua opinião a
respeito de um conjunto de recomendações do II
Encontro Internacional de Reitores Universia em
Guadalajara, que tem como finalidade que as univer-
sidades ibero-americanas contribuam significativa-
mente para a geração de conhecimento e sua apli-
cação na sociedade. Em uma escala de 0 (nem um
pouco necessária) a 10 (muito necessária), diga, por
favor, quão necessária você considera cada uma das
seguintes medidas:
48.1. Promover planos de investimento e
melhoria de recursos bibliográficos, de
infraestruturas e equipamentos científicos
e grandes instalações que, chegado o caso,
possam ser compartilhadas
48.2. Dispor de uma bolsa de recursos para o
apoio da cooperação científica através de
redes de pesquisa entre universidades ibero-
americanas
48.3. Favorecer iniciativas de mobilidade de
doutores e de incorporação de pesquisadores
à empresa
48.4. disponibilizar fundos para o
desenvolvimento de incubadoras
universitárias e de iniciativas de spin-offs,
capital risco e empreendimento
-_____
99. Não sabe
Muito obrigado pela sua atenção e pelo seu tempo.
Para concluir e enviar o formulário, clique em “Fim”.
# QUESTIONÁRIOS 334
Questionário 5Universidades eficientes
DESENHO DO QUESTIONÁRIO
Analistas Socio-Políticos
Fundación Europea Sociedad y Educación
Abril de 2014
INTRODUÇÃO
Em julho de 2014, será realizado no Rio de Janeiro
o III Encontro de Reitores Universia com o lema “A
Universidade do século XXI. Uma reflexão da Ibero-
América”. Com o intuito de preparar e garantir o bom
andamento deste encontro, o Comitê Acadêmico abriu
um canal de participação que permite que professo-
res, estudantes e pessoal administrativo e de serviços
das universidades dêem sua própria visão sobre o
futuro da Universidade ibero-americana. Trata-se de
uma série de questionários, da qual este é o quinto,
dedicado aos recursos, à organização e ao funciona-
mento das universidades.
Valorizamos e agradecemos muito sua colaboração
ao responder este breve questionário, e lembramos
que seus dados serão tratados de modo anônimo e
agregado.
QUESTIONÁRIO
1. Você tem um vínculo atual (como estudante, pro-
fessor ou como funcionário de administração e ser-
viços) com alguma universidade ibero-americana?
1. Sim -> p2
2. Não -> Agradecemos seu interesse e atenção,
porém seu perfil não está de acordo com o
definido para esta pesquisa. Esta se dirige
a quem, na atualidade, está matriculado em
alguma universidade ibero-americana ou
presta seus serviços a ela. FIM DA PESQUISA.
2. ¿Em que país está sua universidade?
3. Em qual estado se situa sua universidade?
4. Selecione sua universidade na lista a seguir:
5. Qual é sua relação com a universidade?
1. Estudante
2. Professor e/ou pesquisador
3. Funcionário administrativo e de serviços
6. Você é...?
1. Homem
2. Mulher
7. Idade (em anos)
-_____
APENAS PARA ESTUDANTES
8a. Poderia indicar o campo de ciências ou de huma-
nas ao qual corresponde seu curso?
1. Ciências Naturais (Matemática, Física,
Química, Biologia, Computação...)
2. Engenharia e Tecnologia (Engenharias,
Arquitetura, Biotecnologia Ambiental ou
Industrial, Nanotecnologia...)
3. Ciências Médicas e da Saúde (Medicina,
Enfermagem, Biotecnologia da Saúde...)
4. Ciências Agrícolas (Agricultura, Silvicultura,
Pesca, Veterinária...)
5. Ciências Sociais (Psicologia, Economia,
Administração, Ciências da Educação,
Sociologia, Direito, Comunicação...)
6. Humanas (História, Letras, Literatura,
Filosofia, Arte...)
APENAS PARA PROFESSORES
8b. Poderia indicar o campo de ciências ou de huma-
nas em que você desempenha suas tarefas docentes
e/ou de pesquisa?
1. Ciências Naturais (Matemática, Física,
Química, Biologia, Computação...)
2. Engenharia e Tecnologia (Engenharias,
Arquitetura, Biotecnologia Ambiental ou
Industrial, Nanotecnologia...)
3. Ciências Médicas e da Saúde (Medicina,
Enfermagem, Biotecnologia da Saúde...)
4. Ciências Agrícolas (Agricultura, Silvicultura,
Pesca, Veterinária...)
5. Ciências Sociais (Psicologia, Economia,
Administração, Ciências da Educação,
Sociologia, Direito, Comunicação...)
6. Humanas (História, Letras, Literatura,
Filosofia, Arte...)
# QUESTIONÁRIOS 335
PARA TODOS
9. A verba pública destinada a financiar a universida-
de pública em seu país, na sua opinião, é: muito insu-
ficiente, um pouco insuficiente, adequada, um pouco
excessiva ou muito excessiva?
1. Muito insuficiente
2. Um pouco insuficiente
3. Adequada
4. Um pouco excessiva
5. Muito excessiva
9. Não sabe
ARA OS QUE DIZEM MUITO INSUFICIENTE OU UM
POUCO INSUFICIENTE
10. Até que ponto você estaria disposto(a) a pagar
mais impostos para financiar o aumento do gasto pú-
blico em educação universitária pública?
1. Muito disposto
2. Bastante disposto
3. Pouco disposto
4. Nada disposto
9. Não sabe
PARA TODOS
11. Por favor, indique se a receita das universidades
públicas procedente de cada uma das seguintes fon-
tes de financiamento deveria diminuir, permanecer
igual ou aumentar. Utilize a escala de 0 (diminuir
muito) a 10 (aumentar muito), sabendo que o 5 equi-
vale a “permanecer igual”.
11.1. Os fundos da administração pública, isto é,
dos impostos gerais
11.2. As taxas pagas pelos estudantes
universitários
11.3. Os contratos de pesquisa com empresas
privadas
11.4. As doações ou subvenções de empresas
privadas
11.5. As doações de ex-alunos
-_____
99. Não sabe
APENAS PARA PROFESSORES
12. Em que medida a legislação de seu país (por
exemplo, a relativa ao mecenato ou às deduções fis-
cais por doações a universidades) dificulta ou favore-
ce que as empresas privadas contribuam com seus
fundos para o financiamento das universidades, pú-
blicas ou privadas? Responda, por favor, com a escala
de 0 (dificulta muito) a 10 (favorece muito).
-_____
99. Não sabe
PARA TODOS
13. Na sua opinião, receber fundos das empresas pri-
vadas reduz a autonomia das universidades públicas?
1. Sim
2. Não
9. Não sabe
14. DDos seguintes critérios para o financiamento das
universidades públicas por parte da administração,
qual deveria ter maior importância? E em segundo
lugar? E em terceiro lugar? [Rodízioaleatório]
1. O número de alunos de cada universidade
2. O número de formados que cada universidade
produz por curso
3. O número de centros com que conta cada
universidade
4. O número de cursos oferecidos por cada
universidade
5. O número de professores de cada
universidade
6. Os resultados da pesquisa de cada
universidade
7. Os resultados de avaliações externas sobre a
qualidade de cada universidade
8. Outro
9. Não sabe
# QUESTIONÁRIOS 336
15. Como se sabe, a educação universitária tem um
rendimento privado ou pessoal, que repercute indi-
vidualmente em cada estudante (salários mais altos,
melhores empregos, etc.), e um rendimento público
ou social, que repercute na sociedade em seu con-
junto (maior inovação, maior crescimento econômi-
co, etc.). Em média, o investimento para formar um
estudante em seu país ...
1. Tem um rendimento social claramente maior
que o pessoal
2. Tem um rendimento social um pouco maior
que o pessoal
3. Tem um rendimento social similar ao pessoal
4. Tem um rendimento social um pouco inferior
ao pessoal
5. Tem um rendimento social claramente
inferior ao pessoal
9. Não sabe
16. De 0 (autonomia mínima) a 10 (autonomia máxi-
ma), que grau de autonomia deveria ter cada univer-
sidade para estabelecer os critérios segundo os quais
o corpo docente é contratado?
-_____
99. Não sabe
APENAS PARA PROFESSORES
17. Em que universidade você cursou a graduação ou
os estudos de nível equivalente que lhe permitiram
ser professor universitário?
1. Na mesma universidade em que trabalha na
atualidade
2. Em outra universidade do mesmo país
3. Em uma universidade estrangeira
18. Neste caso, defendeu sua tese nessa mesma uni-
versidade?
1. Sim
2. Não, em outra universidade do mesmo país
3. Não, em uma universidade estrangeira
4. Não é aplicável
PARA TODOS
19. De 0 (discordo totalmente) a 10 (concordo total-
mente), diga, por favor, em que medida concorda com
as seguintes afirmações:
19.a. “O atual sistema de acesso à docência
nas universidades públicas é adequado para
uma seleção eficaz do pessoal docente e de
pesquisa”
19.b. “O atual sistema de acesso à docência
nas universidades privadas é adequado para
uma seleção eficaz do pessoal docente e de
pesquisa”
19.c. “Os sistemas universitários deveriam
ser concebidos para que os professores
tendessem a trabalhar em uma universidade
diferente daquela em que se formaram”
PARA TODOS
20. ¿Você acha que, em geral, a gestão ou a organi-
zação administrativa de sua universidade é eficaz?
Utilize, por favor, a escala de 0 (totalmente ineficaz) a
10 (totalmente eficaz).
-_____
99. Não sabe
21. De acordo com os níveis de administração e ges-
tão a seguir, como você acredita que deveria ser a
gestão nas universidades públicas do seu país?
21.a. Nos níveis máximos de administração
(Reitor, Presidente, e sua equipe direta)
21.b. Nos níveis de direção de uma Faculdade,
Escola ou instituição equivalente
21.c. Nos níveis de direção de um Departamento
ou órgão equivalente
1. Deveria estar, exclusivamente, a cargo de
profissionais da gestão
2. Deveria estar, principalmente, a cargo de
profissionais da gestão
3. Deveria estar, igualmente, a cargo de
profissionais da gestão e de não profissionais
da gestão (acadêmicos))
4. Deveria estar, principalmente, a cargo de não
profissionais da gestão (acadêmicos)
5. Deveria estar, exclusivamente, a cargo de não
# QUESTIONÁRIOS 337
profissionais da gestão (acadêmicos)
9. Não sabe
22. Você acha que, em geral, os professores de sua
universidade estão suficientemente preparados para
realizar tarefas de gestão??
1. Sim
2. Não
9. Não sabe
23. Na sua opinião, em que medida seria eficaz for-
mar os professores em tarefas de gestão com o intui-
to de prepará-los para estas tarefas?
1. Muito eficazz
2. Bastante eficaz
3. Pouco eficaz
4. Nada eficaz
9. Não sabe
24. Em qualquer caso, se você tivesse que escolher, o
que preferiria: formar os professores para que pos-
sam desempenhar tarefas de gestão ou optar por que
as tarefas de gestão sejam realizadas, sobretudo, por
profissionais especificamente preparados para essas
tarefas?
1. Formar os professores para que
desempenhem tarefas de gestão
2. Confiar em profissionais da gestão
9. Não sabe
25. Em seu país, em que instituições a gestão é mais
eficaz, em média: nas universidades públicas ou nas
universidades privadas?
1. Nas universidades públicas
2. Nas universidades privadas
3. A eficácia da gestão é similar nas públicas e
nas privadas
9. Não sabe
26. Dos seguintes modelos, qual você acha mais ade-
quado para escolher os reitores (ou presidentes) das
universidades públicas?
1. Que seja eleito por um corpo eleitoral
específico que representa (direta ou
indiretamente) os diferentes grupos da
comunidade universitária (pessoal acadêmico,
pessoal administrativo e de serviços,
estudantes)
2. Que seja eleito por um conselho acadêmico
(ou órgão equivalente) que tenha sido eleito
democraticamente entre a comunidade
universitária
3. Que seja nomeado pelo órgão de governo
que decide sobre assuntos estratégicos, por
exemplo, um conselho de administração, um
conselho social ou o titular da Universidade
4. Que seja eleito através de um procedimento
em que intervêm o conselho de administração
e o conselho acadêmico
9. Não sabe
27 Que importância deveriam ter os seguintes par-
tícipes da vida universitária na nomeação dos rei-
tores (ou presidentes) das universidades públicas?
Responda, por favor, usando a escala de 0 (nenhuma
importância) a 10 (muita importância)
27.a. Os estudantes
27.b. O corpo docente
27.c. O pessoal administrativo e de serviços
27.d. Os representantes da administração que
financia a universidade
27.e. Os representantes do tecido econômico e
social da localidade ou região da universidade
27.f. Os representantes das empresas que
fazem doações ou que têm contratos com a
universidade
-_____
99. Não sabe
28. Se você pudesse escolher, o que preferiria, que
cada universidade pública decida livremente qual é
seu modelo de administração ou que todas as univer-
sidades públicas tenham o mesmo modelo de admi-
nistração?
1. Cada universidade decide
2. Todas têm o mesmo
9. Não sabe
29. Em geral, você concorda ou discorda do modelo
de administração das universidades públicas em seu
país? Use, por favor, a escala de 0 (discordo totalmen-
te) a 10 (concordo totalmente).
-_____
99. Não sabe
# QUESTIONÁRIOS 338
30. Em geral, como qualificaria a autonomia com que
as universidades públicas de seu país contam para
administrar seus recursos (humanos e não huma-
nos)? Utilize, por favor, a escala de 0 (autonomia mí-
nima) a 10 (autonomia máxima).
-_____
99. Não sabe
31. A quem deveriam prestar contas, acima de tudo,
as universidades públicas em seu país?
1. A órgãos das administrações públicas
(centrais, regionais ou locais)
2. Aos estudantes e suas famílias
3. Ao público ou sociedade em geral, que é
quem as financia muito majoritariamente
4. A outros agentes
9. Não sabe
32. A quem prestam contas, na prática, as universida-
des públicas em seu país?
1. A órgãos das administrações públicas
(centrais, regionais ou locais)
2. Aos estudantes e suas famílias
3. Ao público ou sociedade em geral, que é
quem as financia muito majoritariamente
4. A outros agentes
5. Na realidade, não presta contas a nenhum
desses atores
9. Não sabe
33. Em seu país, que importância real têm na ava-
liação da qualidade das universidades as agências
(públicas ou privadas) externas às universidades?
Responda, por favor, com a escala de 0 (nenhuma im-
portância) a 10 (muita importância).
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99. Não sabe
34. E que importância deveriam ter essas agências
externas de avaliação? Responda com a mesma es-
cala, por favor.
-_____
99. Não sabe
35. Qual das seguintes opções relativas a essas agên-
cias externas de avaliação reflete melhor sua opinião?
1. Devem ser todas públicas
2. Devem ser todas privadas
3. deveria poder haver agências públicas e
agências privadas
9. Não sabe
36. Até que ponto você acha que seriam eficazes as
seguintes medidas para conseguir que as universida-
des ibero-americanas prestem mais eficientemente
seus serviços? Responda, por favor, com a escala de
0 (nada eficaz) a 10 (muito eficaz).
36.a. Construir um sistema de indicadores
de resultados comparáveis para o sistema
universitário ibero-americano
36.b. Um avanço substancial no uso das novas
tecnologias digitais em todos os âmbitos da
vida universitária
36.c. Incentivar o uso das redes sociais e das
ferramentas interativas 2.0 para estabelecer
relações interuniversitárias de tipo acadêmico
e de outros tipos
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99. Não sabe
Muito obrigado pela sua atenção e pelo seu tempo.
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# CUESTIONARIOS 340
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