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SUMÁRIO
DIABETES......................................................4
O QUE É PRÉ-DIABETES...............................5
TIPO DE DIABETES........................................6
PREVENÇÃO..................................................8
DIAGNÓSTICO...............................................8
DETECÇÃO DO DIABETES.............................9
TRATAMENTO...............................................10
PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA....................17
PLANO ALIMENTAR......................................18
CUIDANDO DOS PÉS..................................20
DÚVIDAS MAIS FREQUENTES.....................22
APOIO DA FAMÍLIA É FUNDAMENTAL..........26
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DIABETES
Diabetes Mellitus é a incapacidade do corpo produzir ou utilizar de forma adequada a insulina, hormônio produ-zido pelo pâncreas que ajuda a reduzir a taxa de glicose no sangue e converte açúcares e amidos dos alimentos em energia para o bom funcionamento do organismo. Os car-boidratos encontrados nos alimentos são convertidos em uma forma simples de açúcar, chamada glicose.
O profissional de saúde é o responsável pela verifi-cação das taxas de glicose no sangue para descobrir as possíveis causas da doença. Ele avalia também os sinto-
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mas como aumento da sede, da micção (urinar com mais frequência) ou do apetite. Fatores de risco — histórico fa-miliar, obesidade e infecções frequentes — também devem ser considerados como possíveis indicadores de diabetes.
O QUE É PRÉ-DIABETES
O termo é usado para identificar pessoas que possuem risco potencial de desenvolver o diabetes. É uma forma ou um estado intermediário entre a normalidade e o diabetes do tipo II no adulto. No entanto, sabe-se que nem todos deixarão a condição de pré-diabético para se tornar um dia-bético. Por precaução, estas pessoas precisam ficar atentas ao risco de progressão da doença.
Fatores de Risco:
• excesso de peso, sedentarismo, hipertensão arterial, alterações nas taxas de colesterol e triglicérides san-guíneos e história familiar de diabetes.
IMPORTANTE: mulheres que geraram filhos com mais de 4 kg ou que sejam portadoras da Síndrome dos Ovários Policísticos também têm risco aumentado.
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TIPOS DE DIABETES
Diabetes Mellitus Tipo I
É uma doença autoimune na qual o organismo produz anticorpos que destroem as células do pâncreas, órgão produtor da insulina. É preciso tomar a insulina para regu-larizar o metabolismo do açúcar.
Sem este hormônio, a glicose não chega até as célu-las e assim não há a transformação do açúcar em energia. Com o passar do tempo, as altas taxas de glicose acumula-das no sangue podem afetar olhos, rins, nervos e coração. O diabetes tipo I costuma aparecer antes dos 30 anos.
Principais sintomas: vontade de urinar diversas vezes, sede constante, perda involuntária de peso, fraqueza, fome, alteração do humor, náuseas e vômito.
Diabetes Mellitus Tipo II
O diabetes do tipo II possui um fator hereditário maior do que no tipo I e, geralmente, se inicia após os 40 anos de idade, quando as células não conseguem metabolizar a glicose da corrente sanguínea corretamente. Além disso, o Diabetes Mellitus Tipo II tem uma grande relação com a obesidade e o sedentarismo.
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Principais sintomas: infecções frequentes, visão em-baçada, dificuldade na cicatrização de feridas, formiga-mento nos pés e aparecimento de furúnculos.
Diabetes Gestacional
O diabetes na gravidez pode acontecer de duas ma-neiras. A primeira ocorre quando a gestante já possuía a enfermidade antes do período gestacional, a outra acon-tece quando o diabetes é detectado durante a gravidez, podendo ou não continuar após o parto.
Outros tipos de Diabetes
Há outros tipos de diabetes, além do I, do II e do gesta-cional, mas que ocorrem com menor frequência. Se quiser saber mais sobre esses outros tipos da doença, converse com o seu médico.
OBSERVAÇÃO: esta cartilha contém informações vol-tadas para o Diabetes Tipo II, mais presente na popu-lação da CASSI.
PREVENÇÃO
A mudança no estilo de vida é a melhor forma de pre-venir o diabetes. É aconselhável reduzir a ingestão de calo-rias e de gordura, além de introduzir o consumo de grãos ricos em fibras na alimentação. Para quem estiver com o peso acima do normal, recomenda-se, ainda, a perda de peso (de 5% a 10%) e a prática de exercício físico regular.
DIAGNÓSTICO
No estágio inicial da doença não aparecem sintomas, mas com o desenvolvimento do quadro clínico alguns pas-sam a ser mais perceptíveis. A suspeita clínica ocorre a par-tir de fatores de risco, sendo que o diagnóstico é estabele-cido quando a pessoa apresenta uma alta concentração de glicose no sangue, verificada por exame laboratorial solici-tado pelo médico.
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Para dosar a concentração de glicose, uma amostra de sangue é coletada após jejum de aproximadamente 8 ho-ras ou após uma refeição, sempre sob orientação médica.
DETECÇÃO DO DIABETES
A avaliação inicial visa definir o tipo de diabetes, o quadro clínico da pessoa e identificar possíveis compli-cações. Metade da população com diabetes desconhece que é portadora da enfermidade. Os testes de rastreamen-to devem ser indicados para quem não apresenta sintomas, mas tem risco de desenvolver a doença:
• maiores de 45 anos de idade;
• pessoas com sobrepeso (Índice de Massa Corporal - IMC > 25);
• pessoas com circunferência abdominal maior que 102 cm para homens e maior que 88 cm para mulheres;
• antecedente familiar de diabetes (mãe ou pai);
• pessoas com hipertensão arterial e com colesterol e triglicerídeos elevados;
• portadores de doença cardiovascular ou cerebrovas-cular.
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TRATAMENTO
Um dos objetivos essenciais no tratamento do diabetes é o controle do nível de glicose no sangue.
O tratamento do diabetes requer mudança no estilo de vida, atenção ao controle do peso, aos exercícios e à dieta. Muitas pessoas obesas com diabetes não necessitariam de medicação caso perdessem peso e se exercitassem regu-larmente. O tratamento com medicamentos pode ser uma opção inicial, dependendo de cada caso, baseado nas con-dições clínicas, contraindicações e efeitos adversos.
Medicamentos por via oral
O diabetes é uma condição crônica. É comum, durante o tratamento, a necessidade de aumento da dose dos me-dicamentos, associação de novas drogas ou mesmo pres-crição de insulina.
É recomendado nunca deixar de tomar ou aumentar a dosagem do medicamento receitado sem consultar o médi-co. Se o nível de açúcar no sangue estiver baixo (hipoglice-mia), a pessoa poderá sentir tremores, tontura, irritabili-dade, fome, suor excessivo, desmaios, confusão mental e batimentos cardíacos acelerados.
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Nestes casos, é aconselhável tomar um copo de suco de fruta ou de refrigerante imediatamente e informar o acontecimento ao médico para que seja verificada a ne-cessidade de ajuste da medicação.
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Sobre a insulina
A aplicação de insulina dever ser realizada somente quando os medicamentos orais não conseguirem manter os níveis glicêmicos estáveis.
Os frascos fechados de insulina devem ser preferen-cialmente refrigerados entre 2C e 8C. Para se manter uma temperatura adequada, os frascos devem ser arma-zenados longe do congelador.
Caso a insulina não possa ser armazenada na geladei-ra, procure um local fresco, limpo e sem incidência de raios solares. Ela pode ser mantida em temperatura ambiente, entre 15C e 30C. Depois que o frasco for aberto, a insuli-na deverá ser usada em até 30 dias (veja as orientações na bula). Por isso, para seu controle, marque a data de aber-tura na embalagem.
Cuidado com o transporte do medicamento. A insuli-na, quando colocada sob temperaturas extremas, altas ou baixas, pode sofrer transformações químicas.
Após receber treinamento de um profissional de saúde, o paciente pode injetar insulina logo abaixo da pele com uma agulha pequena e curta, específica para aplicação do medicamento. Veja as dicas na página ao lado.
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Passo a passo para preparar a insulina:
• lave as mãos cuidadosamente com água e sabão;
• retire o frasco de insulina da geladeira de 10 a 20 minutos antes do uso, pois a insulina gelada causa dor e irritação após a aplicação;
• separe todo o material que irá utilizar: seringa, agu-lhas, algodão e álcool 70%;
• gire o frasco de insulina leitosa (NPH) com movimen-tos suaves das mãos, sem agitar, para não inutilizar a substância. Ela não deve espumar. A insulina transpa-rente (Regular) não necessita de ser misturada previa-mente;
• desinfete a tampa emborrachada do frasco de insu-lina com algodão embebido em álcool 70%;
• pegue a seringa de insulina e puxe o êmbolo até a graduação correspondente à dose prescrita, tomando o cuidado de não tocar na parte interna do êmbolo;
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• retire o protetor da agulha e injete o ar dentro do fras-co até o final. A introdução de ar no frasco facilita a as-piração e ajuda na retirada correta da dose de insulina;
• verifique se a dose está correta e se for preciso aspire o que faltar;
• vire o frasco de cabeça para baixo, sem retirar a se-ringa;
• puxe a seringa com a agulha do frasco e proteja-as, preparando-se para a aplicação.
Como usar a caneta para aplicação de insulina:
• retire a tampa da caneta;
• separe a caneta em duas partes (corpo e parte mecânica);
• gire o parafuso interno até ficar completamente den-tro da parte mecânica;
• acomode o refil de insulina no corpo da caneta;
• recoloque a parte mecânica ao corpo da caneta;
• conecte a agulha na caneta;
• selecione duas unidades e pressione completamente
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o botão injetor. Repita a operação até o aparecimento de uma gota de insulina na ponta da agulha;
•.selecione o número de unidades necessárias de in-sulina;
• introduza a agulha na pele;
• pressione o botão injetor;
• após a administração, aguarde 5 segundos antes de retirar a agulha;
• retire a agulha e pressione o local por mais 5 segun-dos;
• retire e descarte a agulha utilizada;
• recoloque a tampa da caneta;
• guarde a caneta em uso em temperatura ambiente (nunca poderá ser guardada no refrigerador).
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Locais de aplicação de insulina
Lateral direita e esquerda do abdome, face anterior e lateral externa da coxa, face posterior do braço e qua-drante superior lateral externo da nádega, como na figura:
• é importante fazer o rodízio do local de aplicação para melhor absorção da insulina e prevenção de possíveis com-plicações;
• não é aconselhável realizar a aplicação de insulina logo após a prática esportiva, pois o fluxo sanguíneo fica acelerado, o que aumenta a velocidade de absorção.
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PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA
Para manter os níveis de glicose estáveis, a primeira alteração deve ocorrer no estilo de vida. O começo da mu-dança pode ser marcado pela prática de atividade física, que ajuda no controle do peso, na redução da necessidade de medicamentos e na melhoria da qualidade de vida.
Para a atividade física, devem ser observados os seguintes cuidados:
• iniciar de forma gradual, 5 a 10 minutos por dia, au-mentando gradativamente até 30 a 60 minutos por dia, de 5 a 7 dias por semana, sempre utilizando calçados ade-quados para evitar lesões nos pés, e sob orientação de um profissional de saúde;
• pessoas com perda significativa de sensibilidade nos pés devem evitar caminhadas ou corridas. Os exercícios mais adequados são a natação, ciclismo ou qualquer outro em posição sentada.
Exercícios prescritos por profissionais de saúde são importantes para o cuidado do diabetes. A atividade física também aumenta a sensibilidade da insulina nas células, ajuda a reduzir a dose do hormônio ou de medicamentos orais e tem ainda efeito antidepressivo, o que auxilia emo-
cionalmente a encarar a doença. A prática esportiva ainda diminui o risco de doença cardiovascular, uma das maiores causas de morte em diabéticos.
PLANO ALIMENTAR
A adoção de um plano alimentar saudável é funda-mental no tratamento do diabetes. Para estabelecer as ne-cessidades nutricionais de cada pessoa, o primeiro passo é realizar uma avaliação nutricional detalhada com um profis-sional, incluindo o cálculo do Índice de Massa Corporal (IMC), da circunferência abdominal e do perfil metabólico.
Sobre o plano alimentar:
• fracione os alimentos em seis refeições, sendo três principais (café da manhã, almoço e jantar) e três lan-ches;
• prefira alimentos grelhados, assados, cozidos no va-por ou até mesmo crus;
• coma de 50% a 60% de carboidratos;
• evite alimentos com açúcar (sacarose), limitando a 30g por dia de forma fracionada.
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Álcool
Os diabéticos devem evitar o consumo de bebidas alcoólicas, pois elas contêm calorias (o álcool fornece 7 kcal/g) e favorecem o surgimento de complicações.
Adoçantes
Recomenda-se o uso variado de adoçantes, evitando concentrar-se em um único tipo, para prevenir possíveis efeitos prejudiciais. O nutricionista pode ajudar na escolha.
Tabagismo
O tabagismo é um fator de risco para complicações as-sociadas ao diabetes. Deixe o cigarro. A CliniCASSI pode lhe ajudar.
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CUIDANDO DOS PÉS
Um alto nível de glicose diminui a chegada de sangue aos pés. A redução da circulação pode enfraquecer a pele, contribuir para o aparecimento de ferimentos e dificultar a cicatrização. Além disso, o excesso de açúcar no sangue pode lesar os nervos, dificultar a capacidade de sentir dor e causar pressão sobre os pés.
Devido à sensibilidade reduzida, é fácil desenvolver calos de pressão, machucar a pele, ossos, articulações e músculos. Com o tempo, danos aos ossos e às articulações podem alterar a modelagem do pé.
A observação, a higienização correta e cuidados simples auxiliam na prevenção e diagnóstico precoce das lesões.
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Para evitar problemas:
• evite andar descalço, mantenha os pés secos e lim-pos, aplique loção hidratante para evitar pele seca e racha-duras;
• use calçados fechados e macios. Evite os apertados, abertos, de bico fino e de salto alto. É recomendável não
usar o mesmo sapato mais de um dia seguido. Os novos devem ser usados aos poucos para evitar bolhas;
• prefira meias de algodão sem elástico.
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DÚVIDAS MAIS FREQUENTES
O que fazer se eu tiver o diabetes tipo II?
A alimentação saudável pode ajudar a baixar o nível de açúcar no sangue. O tipo II surge na idade adulta, geral-mente após os 40 anos. Mas pode aparecer com menos idade.
Alimentação saudável, exercício e perda de peso po-dem ajudar a baixar o açúcar sanguíneo (também chamado de glicose sanguínea). Se os tratamentos não funcionarem,
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seu médico poderá lhe indicar alguma alternativa.
Quando preciso de remédios para diabetes tipo II?
A necessidade de uso de medicamento se dá quando o tratamento não medicamentoso não mantém a glicose sanguínea nas taxas adequadas.
Existe mais de um tipo de insulina?
Sim. Cada um tem características diferentes. Para ser determinado o melhor tipo para cada pessoa, devem ser considerados o tempo que a insulina leva para chegar à corrente sanguínea, a hora em que está no seu ponto máxi-mo e o período de permanência no corpo para diminuir os níveis de glicose.
Quais são os possíveis efeitos colaterais da insulina?
Baixo nível de açúcar no sangue (hipoglicemia) e ganho de peso.
O que fazer se eu tiver diabetes tipo I?
O tipo I manifesta-se geralmente antes dos 30 anos de idade. As pessoas com esse tipo de diabetes precisam
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tomar insulina, pois o organismo não fabrica o suficiente. A insulina ajuda a transformar o açúcar dos alimentos em energia para o organismo funcionar bem. O médico é quem indicará o tipo e a dosagem ideais.
Qual a diferença entre alimentos diet e light?
Alimento diet
De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sani-tária (Anvisa), o termo diet pode ser utilizado nos seguintes produtos:
• alimentos para dietas com restrição de nutrientes, como carboidratos, gorduras, proteínas, sódio, glúten, en-tre outros;
• alimentos para dietas com ingestão controlada de nutrientes (para manutenção de peso ou de controle de açúcares, entre outros).
IMPORTANTE: um produto, apenas por ser diet, não está automaticamente liberado para os diabéticos, pois pode estar isento de colesterol, mas conter açúcar. Para que o portador do diabetes possa consumir um alimento dietético, obrigatoriamente deve ter especificado na em-balagem que não contém açúcar.
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Alimento light
Os alimentos light devem ter redução mínima de 25% em algum nutriente ou caloria, comparado ao alimento convencional. Para que ocorra a redução de calorias, é necessário que haja a diminuição no teor de algum nutri-ente energético (carboidrato, gordura e proteína). Assim, a redução de um nutriente não energético, por exemplo, sódio (sal light) não interfere na quantidade de calorias do alimento.
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APOIO DA FAMÍLIA É FUNDAMENTAL
A convivência com o diabetes costuma ser estressante e afeta a vida do doente e da família. A adesão rigorosa ao tratamento, aceitação da doença, regimes alimentares, au-tomonitoramento diário dos níveis de glicose, preparo das refeições e ingestão de medicamentos podem ser difíceis para o diabético. Assim, a proximidade e o apoio da família permitem uma melhor qualidade de vida.
A participação da pessoa com diabetes nas associações de apoio é outra forma de suporte. O contato com o grupo faz com que o diabético se identifique com as experiências partilhadas e seja incentivado a conviver melhor com suas limitações.
Os amigos também podem influenciar tanto no controle da doença quanto no seguimento do tratamento, porque a convivência harmônica propicia a inclusão e minimiza o sofrimento.
Fonte: Protocolos de Saúde da CASSI, Ministério da Saúde e Organização Mundial de Saúde.
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A Equipe de Saúde da Família está dis-ponível para atender você e sua família. Procure a CliniCASSI mais próxima de sua residência.
Responsável TécnicoLuiz Renato Navega Cruz
Cargo: Gerente Técnico de SaúdeCRM-DF 4213
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