Tarsilado
Amaral
Tarsila do Amaral nasceu em 1º de setembro de 1886 na Fazenda São
Bernardo, município de Capivari, interior do Estado de São Paulo. Filha de José
Estanislau do Amaral e Lydia Dias de Aguiar do Amaral. Era neta de José Estanislau do
Amaral, cognominado “o milionário” em razão da imensa fortuna que acumulou
abrindo fazendas no interior de São Paulo. Seu pai herdou apreciável fortuna e
diversas fazendas nas quais Tarsila passou
a infância e adolescência.
Estudou em São Paulo no Colégio Sion e completa seus estudos em
Barcelona, na Espanha, onde pinta seu primeiro quadro, “Sagrado
Coração de Jesus”, aos 16 anos.
Casa-se em 1906 com André Teixeira Pinto com quem teve sua
única filha, Dulce. Separa-se dele e começa a estudar escultura em
1916 com Zadig e Mantovani em São Paulo. Posteriormente estuda
desenho e pintura com Pedro Alexandrino.
Em 1920 embarca para a Europa objetivando ingressar na Académie Julian em Paris. Freqüenta também
o ateliê de Émile Renard.
Em 1922 tem uma tela sua admitida no Salão Oficial dos Artistas Franceses. Nesse mesmo ano regressa ao Brasil e se integra com os intelectuais do grupo modernista.
Faz parte do “grupo dos cinco” juntamente com Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti Del Picchia. Nessa época começa seu namoro com o escritor Oswald de Andrade. Embora não tenha sido participante da “Semana de 22” integra-se ao Modernismo que surgia no
Brasil, visto que na Europa estava fazendo
estudos acadêmicos.
Volta à Europa em 1923 e tem contato com os modernistas que lá se
encontravam: intelectuais, pintores, músicos e poetas. Estuda com Albert
Gleizes e Fernand Léger, grandes mestres cubistas. Mantém estreita
amizade com Blaise Cendrars, poeta franco-suiço que visita o Brasil em 1924. Inicia sua pintura “pau-brasil”
dotada de cores e temas acentuadamente brasileiros.
Em 1926 expõe em Paris, obtendo grande sucesso. Casa-se no mesmo ano com Oswald de Andrade. Em 1928 pinta o
“Abaporu” para dar de presente de aniversário a Oswald que se empolga com a tela e cria o
Movimento Antropofágico. É deste período a fase antropofágica da
sua pintura.
Em 1929 expõe individualmente pela primeira vez no Brasil.
Separa-se de Oswald em 1930.
Em 1933 pinta o quadro “Operários” e dá início à pintura social no Brasil. No ano seguinte participa do I Salão Paulista de
Belas Artes. Passa a viver com o escritor Luís Martins por quase
vinte anos, de meados dos anos 30 a meados dos anos 50. De 1936 à 1952, trabalha como colunista nos
Diários Associados.
Nos anos 50 volta ao tema “pau Brasil”. Participa em 1951 da I
Bienal de São Paulo. Em 1963 tem sala especial na VII Bienal de São
Paulo e no ano seguinte participação especial na XXXII
Bienal de Veneza.
Faleceu em São Paulo no dia 17 de janeiro de 1973.
Até seu falecimento, participou de diversas exposições no Brasil e em
vários lugares do mundo. Inovou sempre e contribuiu para mudar o
rumo das artes do Brasil, junto com o grupo modernista brasileiro, mas mesmo dentro do grupo, sempre foi
precursora, sendo assim considerada uma das artistas de
maior importância na arte brasileira.
ALGUMAS FASES DE TARSILA• Fase inicial com Emile Renard – “Chapéu
Azul” – 1922.• Impressionista ( paisagens – sem contorno)• Cubismo – “A Negra” • Pintura “Pau Brasil” (cores brasileiras)• Movimento Antropofágico – Abaporu, O
Lago, O Ovo ou Urutu, A Lua, Cartão Postal e Antropofagia.
• Pintura “Neo-Pau Brasil”
ALGUMAS OBRAS DE
TARSILA DO AMARAL
SÃO PAULO (GAZO) - 1920
PÁTIO COM CORAÇÃO DE JESUS ( 1921 )
CHAPÉU AZUL - 1922
Esta tela foi realizada depois de Tarsila freqüentar o ateliê de Emile
Renard. As telas dessa época possuem uma grande suavidade e
uma atmosfera lírica.
A NEGRA - 1923
Esta tela foi pintada por Tarsila em Paris, enquanto tomava aulas com Fernand Léger. A tela o impressionou tanto que ele a mostrou para todos os seus alunos, dizendo que se tratava de um trabalho excepcional. Em A
Negra temos elementos cubistas no fundo da tela e ela também é considerada antecessora da Antropofagia na pintura de Tarsila. Essa
negra de seios grandes, fez parte da infância de Tarsila, pois seu pai era um grande
fazendeiro, e as negras, geralmente filhas de escravos, eram as amas-secas, espécies de
babás que cuidavam das crianças.
ESTUDO NÚ - 1923
RETRATO DE OSWALD DE ANDRADE - 1923
A CUCA - 1924
Tarsila pintou este quadro no começo de 1924 e escreveu à sua filha dizendo que estava fazendo uns quadros "bem brasileiros", e a descreveu como "um
bicho esquisito, no meio do mato, com um sapo, um tatu, e outro bicho
inventado". Este quadro é também considerado um prenúncio da
Antropofagia na obra de Tarsila e foi doado por ela ao Museu de Grenoble
na França.
A FAMÍLIA - 1924
A FEIRA I - 1924
ANJOS - 1924
AUTO - RETRATO - 1924
CARNAVAL EM MADURERA - 1924
Tarsila veio de Paris e passou o carnaval de 1924 no Rio de
Janeiro. É curioso ver que ela colocou a famosa Torre Eiffel no
meio da favela carioca.
EFCB (Estação de Ferro Central do Brasil) - 1924
Este quadro foi pintado depois da viagem a Minas Gerais com o grupo
modernista. Foi então que Tarsila começou a pintura intitulada Pau-
Brasil, com temas e cores bem brasileiros. Esta tela foi pintada para participar da exposição-conferência sobre modernismo do poeta Blaise
Cendrars realizada em São Paulo, em junho de 1924.
MORRO DA FAVELA - 1924
SÃO PAULO – 1924
A GARE - 1925
O MAMOEIRO - 1925
O PESCADOR - 1925
Este quadro tem um colorido excepcional e trata de um tema
bem brasileiro: um pescador num lago em meio a uma pequena vila com casinhas e vegetação típica.
Este quadro foi exposto em Moscou, na Rússia em 1931 e foi comprado pelo governo russo.
PAISAGEM COM TOURO - 1925
VENDEDOR DE FRUTAS - 1925
CORAÇÃO DE JESUS - 1926
MANACÁ - 1927
Linda tela, com um colorido forte. Esta flor é representada por Tarsila
de uma maneira particular, bem típica da obra dela.
PASTORAL - 1927
RELIGIÃO BRASILEIRA - 1927
Certa vez Tarsila chegou de viagem da Europa, desembarcou no porto de Santos e foi comprar doces caseiros em uma casinha bem simples de pescadores. Ao
entrar observou um pequeno altar com vários santinhos, enfeitados
por vasinhos e flores de papel crepom. Achou aquilo tão pitoresco
e pintou esta maravilhosa tela.
A LUA - 1928
Este quadro era o preferido de Oswald de Andrade, seu marido
quando pintou a tela. Ele conservou o quadro até sua morte (mesmo já separado de Tarsila).
ABAPORU – 1928(11/01- Aniversário de Oswald de Andrade)
Este é o quadro mais importante já produzido no Brasil. Tarsila pintou um
quadro para dar de presente para o escritor Oswald de Andrade, seu marido na época. Quando viu a tela, assustou-se e chamou seu amigo, o também escritor Raul Bopp. Ficaram olhando aquela figura estranha e
acharam que ela representava algo de excepcional. Tarsila lembrou-se então de seu dicionário tupi-guarani e batizaram o
quadro como Abaporu (o homem que
come).
Cartão postal - 1928
Vemos a lindíssima cidade do Rio de Janeiro nesta tela, que é o
maior Cartão Postal do Brasil. O macaco é um bicho Antropofágico
de Tarsila que compõe a tela.
O LAGO - 1928
Maravilhosa tela da fase Antropofágica, com o colorido e o tema tão típicos de Tarsila. Seu
sobrinho Sérgio comprou a tela e permaneceu com ela por muitos
anos.
O OVO ou URUTU - 1928
Nesta tela temos símbolos muito importantes da Antropofagia. A cobra grande é um bicho que assusta e tem um poder de "deglutição". A partir daí, o ovo é uma gênese, o nascimento de
algo novo e esta era a proposta da Antropofagia. Esta tela pertence ao
importante acervo de Gilberto Chateaubriand e está sempre sendo
exibida em grandes exposições.
O SONO - 1928
ANTROPOFAGIA - 1929
Nesta tela temos a junção do "Abaporu" com "A Negra". Este aparece invertido em relação ao quadro original. Trata-se de uma das telas mais significativas de
Tarsila.
SOL POENTE - 1929
OPERÁRIOS - 1933
REALIZAÇÃO
Profª Márcia Prior
FONTES DE PESQUISA
LivrosInternet
MONTAGEM
Márcia Prior
AGRADECIMENTOS
A todos que colaboraram para a realização da palestra, em especial
aos alunos.
MUITO OBRIGADA!
Fim.
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