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MASSACRE DA LAPA: o “DELATOR” e a TROPICÁLIA MAOÍSTA
O “ DE LA T OR ”
“ O maior inimigo da clareza é a falta de
sinceridade ...A linguagem política é
concebida para fazer com que as Mentiras
pareçam verdadeiras e o assassinato
pareça respeitável...”
George Orwell
Em 28 de julho, há 93 anos atrás, nascia em São Manuel/SP, uma das
mais expressivas personalidades do movimento operário brasileiro. Refiro-me a
MANOEL JOVER TELES, o ‘MANOLO’. Descendente de espanhóis chegados ao
Brasil por volta de 1915 e introduzidos na lavoura cafeeira e da cana. Durante a
crise de 29, viveu a saga dos imigrantes espanhóis e italianos que se
dispersaram pelo Sul do país em busca de pão e terra. Nesta condição sua
família estabeleceu-se na região carbonífera das minas do Butiá, solo gaúcho.
Juntamente com o pai e o irmão Leão, o pequeno Manolo de apenas 11 anos,
inicia-se no exaustivo e embrutecedor trabalho de extração de carvão nos poços
de São Jeronimo e Arroio dos Ratos. Além do ofício, seguiu os passos do pai,
Gerônimo Teles, combativo operário anarquista. Participou ativamente de todo
o processo de luta grevista pelo reconhecimento da carta sindical - a elevação
associativa dos mineiros ao status de sindicato: o Sindicato dos Mineiros de São
Jerônimo, em 1943. Aos 24 anos, torna-se 1º Secretário da entidade e um ano
após, comanda com maestria a vitoriosa greve de jan/46, greve das mais
duradouras à época, cerca de três meses, e na qual o movimento operário em
ascensão se espelhava. Este movimento paredista em pleno estado policialesco
de Dutra tornou-se referencia nacional. Em março de 46, o jovem sindicalista
desloca-se até o Distrito Federal para entabular negociações junto ao Ministro
do Trabalho consolidando conquistas para a categoria. Não imaginava alçar voos
mais altos que o iriam tornar o grande dirigente operário, querido por todos
(menos pela AP)
Acompanhando os ventos democráticos do pós-guerra, ‘Manolo’, como
era tratado em família e por seus companheiros das minas, havia ingressado
pouco antes no Partido Comunista, o antigo PCB, e não tardou para que em
julho/46, na IIIª Conferencia, fosse incorporado como suplente, ao Pleno do
Comitê Central. O jovem operário de uma cidade provinciana juntava-se agora a
grandes nomes no Sudeste, oriundos da célebre Conferencia da Mantiqueira:
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Astrojildo, Prestes, Barata, Duarte, Apolonio, Arruda, Amazonas, Grabois,
Pomar, Marighela, Holmos, Arroyo, Oest e tantos outros.
Sua expressiva liderança, carisma e intelecto levaram-no a compor a
nominata para as eleições de 1947 pelo Rio Grande do Sul, conquistando a 3ª
suplência. Um grande feito para um simples operário do carvão, com parcos
recursos e disputando em uma mesma chapa partidária, com nomes de
prestígio da intelectualidade gaúcha que concorriam na capital, como o saudoso
e combativo Dyonelio Machado.
Porém, as manobras arquitetadas pelos conservadores e reacionários,
com a proposta de edição da Lei de Segurança Nacional, e com a iminente
cassação do registro partidário, fizeram com que Jover Teles, legítimo
mandatário dos interesses de classe, fosse chamado a assumir da tribuna
gaúcha a responsabilidade de fazer ecoar as vozes do operariado, contra o
arbítrio que se avizinhava. Assume uma cadeira na Assembléia e denuncia como
tribuno, as condições sub-humanas a que eram submetidos os mineiros do
carvão, e além de outros discursos, reproduz o Memorial dos mineiros em
defesa da liberdade de expressão e organização: pelo direito à legalidade do
Partido Comunista, o dos operários, dos mineiros operários! Como deputado
constituinte, fez parte da Comissão que elaborou a nova Constituição gaúcha, a
única no Brasil a se tornar parlamentarista, mas que vigorou por apenas 11 dias.
Com o registro da legenda cassado, perde seu mandato e sua liberdade
individual: é preso no início de 1948.
Impedido pelo Consórcio CADEM de retornar ao seu trabalho nas minas
e sem mandato sindical e parlamentar, Jover é chamado para se incorporar
definitivamente ao pleno do Comitê Central, no Distrito Federal,
Rio(Guanabara).
Jover Teles não era um militante comum. Não era um seguidista ou
voluntarista. Para além de sua têmpera revolucionária, forjada no fogo da luta
de classes, reunia outras qualidades: era inteligente e estudioso. Desde cedo,
nas madrugadas e à luz de lampião, Jover estudara os clássicos do marxismo, e
as obras literárias de Jack London, La Passionaria, Gorki, Graciliano, Maiakovysk,
Guy Maupasant, Neruda. Forjara-se a si mesmo como quadro teórico
ascendente, por mérito próprio. Tanto que, já em 1947, a ele era confiada a
elaboração de artigos para os jornais partidários: A Classe Operária e a Voz
Operária. Em meio a tantos intelectuais, um Jover operário, o escolhido para, no
bico da pena, elaborar artigos em datas específicas: da Revolução de Outubro,
aniversário de Marx, de Lenin ou de Stálin. E tornou-se um poliglota: anos mais
tarde, nos anos de chumbo, viria a sobreviver fazendo traduções.
Sua trajetória de militante é meteórica. Investigado pelas autoridades
da Guanabara e de Minas, e considerado elemento altamente subversivo, é
negado o visto em seu passaporte, frustrando sua ida na 1ª turma de brasileiros
à Escola de quadros de Moscou (Komsomolskaya). Mas soube usar bem este
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lapso temporal em território brasileiro, alavancando, como um dos signatários
do Protocolo de Estocolmo, a luta pela paz e a não proliferação de armas
atômicas. Já em 53 e 54, torna-se um dos responsáveis pelos Informes ao IV
Congresso. Seus informes são publicados na Revista Problemas. Em 54 já
compunha o CC, como membro titular.
Enfim, na primavera 55 é enviado a Moscou para estudos. Neste
período, já era quadro prestigiado, teórico e formulador, tanto que teve seu
curso abreviado em um ano, chamado às pressas ao Brasil por Diógenes Arruda,
para apagar o incêndio nas hostes comunistas, que a esta altura tomava conta
de toda a estrutura partidária, em função da implosão do Kominform e das
denúncias de Nikita Kruschev. Suas intervenções foram fundamentais para
manter temporariamente a organização partidária coesa com a depuração em
suas fileiras de elementos hostis.
Em suas teses, foi um dos primeiros a defender intransigentemente a
intensificação do trabalho partidário entre as mulheres e a inclusão nominal
destas no órgão central do núcleo dirigente, até então excludente.
A esta altura já tinha publicados sob o pseudônimo de Luís Telles (por
vezes Jover Teles), inúmeros artigos e teses em órgãos oficiais e veículos de
massa como a Tribuna Popular, Imprensa Popular, Voz do Povo e outros.
Mas é em Novos Rumos, hebdomadário comunista, que se dedica a
acompanhar o curso das lutas operárias e sindicais no Brasil e torna-se o mais
importante cronista sindical(e ainda o é), pois além de retratar os fatos fazia sua
análise científica à luz do Marxismo, imprimindo suas observações como ‘um
norte’ para novas ações do proletariado: era a bússola, a faísca e fio condutor
simultaneamente. Um dos mais importantes capítulos descritos por Jover foi o
da célebre greve geral do 5 de julho. Reuniu todas estas crônicas, compilando-as
em uma brochura, editada em jan/63 pelo Editorial Vitória, sob o título ‘O
Movimento Sindical no Brasil’, leitura indispensável até hoje para se conhecer a
história da formação do sindicalismo brasileiro. Tão importante que 20 anos
depois, foi reeditado em 1983 pelo livreiro Raul Marcel Castell, entusiasta
opositor ao regime militar (LECH-CienciasHumanas/SP). *mas ... ... o Centro
Documentação e Memória da FMG e o “vermelho.org”insistem em datar a
publicação de Jover em 1978 . Coisa de baiano ...e de AP! ¹
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Sua obra teórica que completou 50 anos, como ele Jover, é imortal !
Encontramo-la nas estantes das principais Bibliotecas do mundo, impressa, em
microfilme, ou digitalizada, e reproduzida em três idiomas. De Chicago a Paris,
de Londres a Milão, nas mais importantes bibliotecas acadêmicas de Harvard,
Cambridge, Stanford, Princeton, Minesotta, e tantas outras. Seus escritos e
citações são referencia em centenas de livros sobre sindicalismo e política, e
fonte bibliográfica em milhares de monografias, dissertações e teses.
Fez parte de uma geração de grandes dirigentes comunistas, embora
pouco dotados de capacitação teórica. Excetuando-se poucos (como Grabois,
Pomar, Kalil Chade, Morena), Jover Teles destacou-se como grande formulador
e articulista. Já em 61, com Luchesi, Marighela e Mario Alves, passou a ser voz
ativa dentro do Comitê Central do Partido Comunista. Supria(m) em teoria o
que faltava ao carismático Prestes. E esta prevalência acentuou-se após a saída
de seus antigos camaradas na cisão de 62 .²
A ele foram confiadas missões das mais significativas que iam desde o
acompanhamento nos Estados, passando por infindáveis reuniões de gabinete
com o alto escalão de Jango, ministros civis e militares, líderes de governo e
com o próprio João Goulart.³
¹ Por qual motivo será esta insistência: seria para ‘forjar’ um vínculo com o episódio da Lapa? Em outra citação, dão como produção
independente! Há ainda um texto de Jover, uma edição comentada da II Declaração de Havana, o qual atribuem ser de autor desconhecido!!!
² A cisão de 62, embora necessária, foi um duro golpe à unicidade do movimento comunista no Brasil que fragmentou-se.
³ Exposição de motivos do Promotor Militar no ndiciamento de Jover no proc 217/64, o das Cadernetas
Sua capacitação teórica e intelectual o habilitavam para executar qualquer
missão. E as cumpria com esmero. Estusiasta da Revolução Cubana, não descansou um
único instante em suas relações diplomáticas. Esteve pessoalmente em Havana com
Bras Rocas, Fidel Castro e Che, negociando treinamento de guerrilha a militantes
brasileiros. Entabulou negociações com embaixadores de países do Leste Europeu e
esteve em visita à China, onde foi recepcionado pelo próprio Mao Zedong em 63,
vislumbrando uma possível ruptura com Moscou de Nikita, que pregava o propalado
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caminho pacífico, o da capitulação.Sua importância dentro da estrutura dirigente era
tão grande que das 19 cadernetas de Prestes apreendidas, aparece em 18, e citado 153
vezes. Era voz ativa no núcleo dirigente e suas opiniões e decisões acatadas por
unanimidade. No processo das cadernetas, o 217/64, é descrito pelo Promotor
Militar em 6 detalhadas páginas , atribuindo-se-lhe ter ‘desenvolvido a
verdadeira atividade de um comunista dirigente’. Neste processo foi
condenado posteriormente a pena de 7 anos de reclusão.
Cometeu seus erros de avaliação, como o acolhimento das alterações no
Programa e Estatutos partidários. Creio ser difícil entende-lo naquele momento:
talvez por ser homem ‘de Partido’ tivesse insistido no erro, a idéia da manter
vivo o partido tradicional de 22, seu legado histórico, acreditando que mais a
frente poderia reverter a posição majoritária pró-Moscou. O que não ocorreu!
Partidário da via revolucionária, adepto ainda de Stálin e simpático a
Cuba, tornou-se peixe fora do aquário no cenário do novo ‘PCB’, a partir de 64.
Sem o grosso de seus antigos pares, juntou-se aos remanescentes,
formando a Corrente Revolucionária, que viria a ser expurgada em setembro de
67. Mas não sem luta. Luta de ideias, que era seu forte. Através do jornal ‘O
Isqueiro’, travou uma intensa batalha ideológica, mantendo coesa a base
militante na GB. Em sua declaração de voto perante o CC, em setembro de 67,
faz de sua defesa contra a expulsão de Marighela um libelo acusatório contra
toda a sorte de oportunismo praticado pelo grupo prestista. Reafirma seu
ponto de vista tendo Cuba como o centro da Revolução Socialista Latino-
Americana, posição que jamais abandonou por coerência e razão principal de
suas divergências com os “chineses da Bahia” e os de Sampa também, que
romperam com Havana (é fato!)
Em meu entendimento, tanto Jover quanto Marighela pecaram por
terem perdido o ‘time’. Romperam tardiamente com Moscou e ficaram à
deriva: o movimento comunista esfrangalhado em várias correntes e o Golpe de
64 em franca escalada terrorista. Reorganizar um Partido Comunista nos
marcos da semi-legalidade como foi em 62 torna-se um brinquedinho da Leco,
diante das agruras de faze-lo sob o tacão da mais feroz repressão e sob a
égide de um AI-5. Eis o grande mérito de Pomar, Grabois e Amazonas :
acharam o ‘tempo exato’ para a ruptura com Moscou (mas acabaram
cometendo erros mais adiante na questão do Araguaia, da China e
principalmente da APML).
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¹
Sem eira nem beira, sua passagem pelo PCBR foi efêmera, três meses
apenas, até se dar conta que era uma canoa furada, e não serviria aos
propósitos seus de forjar um destacamento proletário. Lança pelo ‘Isqueiro’
uma extensa Resolução entitulada ‘Um reencontro Histórico’, onde traça as
etapas da Revolução no Brasil, a aproximação com Cuba, e sobre a concepção
pequeno-burguesa deste grupo. Faz uma auto-crítica sincera aos antigos
camaradas, mas deixando clara sua divergência quanto ao tipo de luta armada
mais adequada no caso brasileiro. Neste período que permeia o golpe e sua
saída do PCBR, manteve-se sempre conectado a Arrudão , velho camarada do
núcleo duro. Isto era comum entre velhos camaradas: Lincoln Oest , por
exemplo, mesmo após romper com o PCB, mantinha encontros regulares com
Prestes, camarada de longa data, sem que isto configurasse uma ‘traição’.
E assim surgiram a sua frente dois únicos caminhos a optar: o caminho
solitário do bravo guerreiro Carlos Marighela (por quem tinha grande apreço)
ou se deixar aliciar por um velho camarada, Diógenes Arruda, e se rearticular na
organização mais coesa à época: o PCdoB.
Acolheu a segunda opção. Foi, mas não foi só. Levou consigo entre
outros Lincoln Bicalho Roque, Armando Fructuoso, a misteriosa ‘Hilda’(que foi
silenciada anos mais tarde) e seu séquito de aproximadamente 400 quadros
militantes da Guanabara, fiéis à ideia da Revolução e a seu dirigente maior, que
aguardavam desde 67 em compasso de espera, para onde ele seguiria .
¹ extraído do relatório do Cenimar –Arquivo Nacional
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A TR OPICÁ L IA MA OÍ STA
Na condição de quem chegou atrasado para a festa, Jover foi excluído
de todo o processo de discussão e acompanhamento do foco guerrilheiro, que
em 67 já vinha estruturando-se na região do Araguaia por meses. Ainda assim,
apesar de certa oposição, logo compôs o núcleo dirigente e com as mortes de
Grabois, Guilhardini e Danielli, a Executiva do CC a partir de 74,.
Mas não era mais o Jover de outrora, prestigiado, unanimidade. Ao
pegar carona no último vagão em movimento chegou sem força e não pôde se
opor, melhor dizendo, não conseguiu prevalecer seu ‘cuidar opositivo’ à
incorporação da AP ao PCdoB: um grupo revolucionário estruturado a nível
nacional prontinho para o consumo: tratava-se de “um negócio da China ... mas
só para chinês” . A história comprova isto ! Este processo de incorporação
levou quase 5 anos até o bater do martelo. Talvez esta sua resistência à
incorporação seja o maior motivo da aversão, dos ataques levianos e raivosos
contra si, desferidos pelos dirigentes de AP, capitaneados pelos baianos Renato
Rabelo e Haroldo Lima* ¹ , um pouco menos por Aldo Arantes (este,
barbaramente torturado, no episódio da Lapa. Teve que deixar escapar algumas
coisitas aos interrogadores, caso contrário, teria o mesmo fim que Drummond)
Destacado para acompanhar o Rio,Guanabara, pelo CC e como dirigente
regional, era querido e prestigiado pela militância. Juntamente com Fructuoso,
acompanhou de perto a criação do organismo de juventude, a UJP. ²
Mas enquanto Caetano, Gil e Gal digladiavam-se com a bossa e a jovem
guarda nos palcos dos festivais, surgia no cenário político brasileiro pós-64 a “
Tropicália Maoísta ” e suas práticas pequeno-burguesas. direto da sacristia de
Nosso Senhor do Bonfim : a APML, do B, autentico,Pé de pica! ³
...com o ingresso gradual da AP (Ação Popular) pós-71 , e suas práticas
liberalizantes, começam a acontecer as quedas em todo o Brasil, particularmente no
Nordeste, área prioritária na atuação de resistência dos novos-caetanos, isto é, dos
novos comunistas- os cristãos. Quedas no Maranhão, em Pindaré-Mirim e Santa Ines,
no Ceará, em Sobral e Crateús, no Piauí, e na região do Bico do Papagaio. Exatamente
as áreas que serviriam como apoio logístico ao comando guerrilheiro no Pará.
¹ ambos amealharam junto à Comissão da Anistia, do MJ, o equivalente a R$994.600,00 e somados muitos anos para efeitos de
contagem para aposentadoria.(ver últimos anexos ao final do texto
² Seu amor pelo Rio era incomensurável, tal como sua contemporânea, a gauchinha Adriana Calcanhotto. Sempre resistiu à ideia de
viver na terra da garoa. Ele não gostava de dias nublados
³ ( O mais puro sincretismo estético da cultura “marxista” sino-soteropolitana -
https://www.marxists.org/subject/art/music/mp3/zh/Sailing-the-Seas-Depends-on-the-Helmsman.mp3)
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A AP(Ação Popular) forneceu grandes quadros, que se tornaram (alguns)
comunistas ‘de fato’, mas enquanto agrupamento ideológico era(e se perpetuou até
os dias de hoje) como um ‘corpo estranho’ dentro do destacamento de vanguarda da
classe operária. E é a partir destas quedas em massa dos novos aderentes, é que a
repressão consegue golpear a organização tradicional dos comunistas. Tendo à frente
o Gal.Moniz Bandeira, a repressão desfecha duros golpes em Goiás e no Sudeste.
Desvenda o mistério e a localização do grupamento guerrilheiro. Início de 1973
captura e mata sob tortura Carlos Nicolau Danielli ‘que fazia exatamente a ponte
entre o PCdoB e o pessoal da AP desde 71’ (?????_). Faz uma devassa na estrutura
organizativa da Guanabara: direção regional e movimento estudantil passam a
superlotar as celas da Guanabara. A velha guarda foi sendo aniquilada: Luis
Guilhardini, Lincoln Oest, além de Maurício Grabois, José Humberto Bronca e outros, lá
no Araguaia....
Coube a Jover Teles, completamente isolado, sustentar e manter vivo o
Partido Comunista no Estado, na mais absoluta clandestinidade. Ao escapar
ileso de certa emboscada em fins de 69, havia renunciado ao convívio da
família, e também ao seus elegantes ternos dos tempos áureos da diplomacia
comunista, das viagens internacionais, dos palanques.
1974, com uma surrada camisa xadrez, seu óculos fundo de garrafa,
barba por fazer e com um olhar sempre cansado: este foi o Jover que eu
conheci. Morava no subúrbio, num sobradinho da rua Goiás, em Quintino,
certamente bem diferente de seu antigo apê da São Salvador, na zona sul.
Janelas fechadas, me recebia com muita brevidade, não mais que 10 minutos. O
suficiente para me passar as recomendações: Faça isto, não faças aquilo, não sabes de
nada ! Curto e grosso, porém didático me dizia pausadamente, em voz
sussurrante, onde entregar a encomenda, a quem, como faze-lo e como me
desfazer da encomenda caso fosse interceptado. Eram víveres, mantimentos,
papéis, livros, e creio que dinheiro também, enrolados em jornal dentro de
sacolas de papel das casas Sendas(ou da Banha, não lembro ao certo). Eu as
entregava a perseguidos políticos, homiziados em vários pontos do interior:
Itaboraí, Rio Bonito, Cachoeiras de Macacu e Silva Jardim. Olhava para ele que
lembrava meu pai, sempre estressado e com o olhar de cansaço. Eu nem fazia
idéia que tratava-se de um dirigente de comitê central de sei lá quem. Para
mim, ele era como eu: apenas um colaborador da resistência. E só !
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M A S S A C R E D A L A P A
Eis que por volta das 7 horas do dia 16 de dezembro de 1976, uma tragédia iria
mudar completamente o destino de Manoel Jover Teles e manchar sua
reputação. Depois de uma campana de meses e informações levantadas em
conjunto pelas equipes do DOPS (o DOI-CODI) e o serviço de inteligência do
Exército, a casa 767 da Rua Pio XI, na Lapa , onde funcionava o núcleo dirigente
do PCdoB finalmente fora cercada e após fuzilaria um saldo de três dirigentes
mortos: dois no local, Arroyo e Pomar. Um terceiro, Drummond, capturado e
morto sob tortura, além de seis outros presos. Da operação escaparam da
perseguição policial 2 dirigentes: José Novaes e Jover Teles. Mas além destes
outros : Sergio Miranda e Péricles de Souza, que não se encontravam no local(e
mais outros dois).
Sérgio, ou Zecão, ou baiano era tão comunista, tão comunista, que
morreu ‘pedetista’,em dezembro de 2012 .¹
Péricles (e aqui não há nenhuma ilação de minha parte), alegou sua
ausência à fatídica reunião da Lapa pois o orelhão perto de sua casa(na Bahia)
não estava funcionando naqueles dias !!! ²
José Novaes, conseguiu escapar, e foi parar lá na Bahia. Sempre a Bahia,
sempre os baianos. Nunca sofreu nenhum tipo de acusação.
Sobrou para quem?
Jover Teles, o Rui ! (que não era baiano)
Mas pera aí! Rui era seu nome de guerra, o mais usado nos tempos de
PCBR, como T.J.Paulo usado nos idos do PCB. E havia no Rio de Janeiro um
outro ‘Rui’, que até foi seriamente repreendido por seu comportamento
‘reprovável’ na cadeia: havia transigido com seus interrogadores. Mas isto é
outro papo. Eu até o conheço, mora em Minas!
Sei dizer que junto a seus camaradas, Jover Teles(o Jota) era tratado como
‘OLIVEIRA’ ou O¹, ou Oliva. O mesmo Oliveira, incumbido pelo CC, em
setembro/76, para elaborar uma mensagem de condolências pela morte de
Mao Zedong. Afinal, o delator era o Rui ou o Oliveira?
¹ garantiu que fora ele, o baiano, que não cobriu o ‘ponto’ no Rio, como combinado, por duas vezes(set/76
² Pg 118- Péricles “...Péricles de Souza não estava na reunião da Lapa. Mas deveria. O telefone em Salvador, em
que receberia a confirmação da data ...., ficou alguns dias fora do ar.”Trechos do livro ‘Vidas, veredas: Paixão’ de
Luiz Manfredini (http://issuu.com/claudiogon/docs/pags1a130_final
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¹
Contra ele, de concreto, apenas um passaporte com foto recente
sua(???)) “visto” por W.Pomar na prisão e o fato de ter sido localizado ‘vivo’ em
79 por um antigo camarada gaúcho, o Elói Martins. E só. Se, sobreviver à sanha
da repressão for crime, todos estamos condenados!
Segundo Eloi, Jover lhe passou uma extensa carta-relatório a ser
entregue (e o foi) ao Comite Central, onde apontava detalhadamente as falhas
na segurança que propiciaram às equipes de Fleury chegassem até a Pio XI,
questionava procedimentos e ‘comportamentos’, fazia críticas ao Relatório
Arroyo, levantva a suspeita sobre o verdadeiro delator (seria um ‘baiano’) e
justificava seu afastamento em função de grave doença na família e sua
também (sofria da próstata e sua mulher com câncer , bem avançado). Mas nem
nisso foi poupado: alegaram ser dissimulação de sua parte(sua esposa faleceu 7
anos mais tarde.
E que fim levou esta carta?
Encontra-se trancada a 7 chaves na gavetinha do Renato, “o blogueiro”.
Mas em tempos de “Direito à Memória e à Verdade” porque não abrir esta
caixa-preta para ser periciada também? Que revelações tão comprometedoras
podem estar contidas nesta carta-relatório que impeçam sua divulgação ao
gigante ‘gigante que nunca dormiu’ ? Mais grave ainda foi terem acolhidas
como verdades, as declarações de um general fascínora, o bestial Leonidas
Pires. o mesmo que afirma que Herzog era fraco,despreparado e que cometera
“suicídio” ³
Mais recente surgiram ....
________________________________________________________________
¹ vide arquivos secretos de Dona Taís Morais, também em temática Archives.marxists.org
² Na casa 767 da Pio XI foram apreendidos dezenas de passaportes e certdões frias de vários dirigentes
³ (<iframe width="420" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/xjDj7qqtWNg" frameborder="0"
allowfullscreen></iframe> )
Ver também:Renato Rabelo fala sobre a Chacina da Lapa.wmvwww.youtube.com
<iframe width="420" height="315" src="http://www.youtube.com/embed/7FlRXYEI_bI" frameborder="0" allowfullscreen></iframe
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... os tais “Arquivos secretos” da musa do Araguaia (e dos corredores do
Congresso Nacional também) ¹ , enxertando no relatório do CIEX, o REI 1/77
sobre a guerrilha, um suposto “depoimento cordial” de Jover à repressão. Mas
suprimiu, talvez por ordem de seus patrões, os depoimentos de Haroldo Lima e
outros, denunciando as atividades do até então camarada Jover Teles, citado
por eles 36 vezes no processo do STM, o 1253/77 (e IPM 119/76), isto já em 19
e 23 de dezembro de 76. Entregaram a rapadura: nomes, endereços, atividades,
etecoetera e tal. ² .....
(Ver correspondencia na próxima imagem)
Um romance encomendado, com erros crassos, com vários descuidos e que
não nos apresenta a origem de suas fontes documentais. Publicação temerária de
quem não domina a Historiografia, de quem não enxerga para além do que está
escrito.³ Digo isto, pois na publicação seguinte, ‘rompendo o silencio’, a laureada
jornalista, sempre com acesso livre a documentos secretos, omite a verdadeira
procedência do tal ‘diário do Carioca’(os porões da Secr. De Polícia Civil do RJ), e mais
uma vez os descuidos e a pressa em tomar como verdades apontamentos desordenados
cronologicamente, escritos por um psicopata.
________________________________________________________________________
¹ Câmara dos Deputados,Brasília/DF - Sócia Diretora na Social Media Assessoria LTDA ME, Taís & Guedes
Assessoria Empresarial,Assessora de Imprensa de dois parlamentares, sendo um, líder de partido)
² As suspeitas contra Jover só foram levantadas em fevereiro, quando os presos foram retransferidos para São Paulo, e no entanto, durante os depoimentos colhidos em dezembro, no quartel da PE do Rio, ‘todos os 5’ o denunciaram aos interrogadores. Afinal quem é o delator ?
³ Por Celso Lungaretti, em NáufragodaUtopia.blogspot. Colega de editora (foi também a Geração Editorial que lançou seu
Operação Araguaia - os arquivos secretos da guerrilha, escrito a quatro mãos com Taís Morais), Eumano me pediu opinião sobre
a série. Fiz-lhe esta avaliação:
"...os relatórios da repressão são uma parte da verdade, mas não toda a verdade. Dão pistas, mas não esgotam os assuntos. São
peças de um imenso quebra-cabeças cuja montagem compete aos historiadores e à Comissão da Verdade.
O comezinho bom senso é suficiente para supormos que os autores dos relatórios evitaram estender-se sobre o papel infame que
eles próprios desempenharam e também que fantasiaram um pouco os registros, para valorizarem-se aos olhos de seus
superiores".
12
* Seguem imagens da revista Textos Contemporaneos(que pertenceu a João Barbosa
Quartim de Morais, apreendido na casa da Pio XI) de onde foi extraída a referencia no
proc 1253/76(ver imagem anterior)
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¹ Tão descuidada que não distingue um I de um Y ! Vejam: nesta pronúncia do Promotor Militar, proc 1253/77 do STM, constam os depoimentos de ‘Aldo Arantes’ em fls. 2308 a 2313 atribuindo a Jover Teles ser o “ 1º dirigente do POC(Partido Operário Comunista) no Rio de Janeiro “ !!! Impossível, pois Jover era ‘stalinista’ e o POC, de tendência trotskizante, a La Rosa Luxemburgo. Esta declaração foi “plantada” no depoimento de Aldo Arantes pelo interrogador tendo por base o material apreendido na casa da Pio XI . VER próxima imagem : um informe equivocado que saiu no exemplar (apreendido) da revista nº 198 ‘Tempos Contemporaneos’, México/1971. O interrogador enxertou esta informação truncada no depoimento de Aldo. . Portanto, há que se ter reservas quanto aos tais arquivos secretos.
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Acusam-no de ter tido comportamento agressivo na reunião fatídica, com críticas
exasperadas contra a Comissão Executiva: “... destoou sua intervenção” afirmou um de
seus detratores , o também baiano Haroldo Lima. Mentira ! Em seu próprio depoimento
no IPM 119/76, Haroldo cita Jover “ acolhendo as propostas de Pomar, fazendo uma
simples crítica em relação ao editorial de A Classe Operária”, descrevendo como duras
críticas as que partiram de Drummond e Wladimir Pomar.
¹
¹ possivelmente, a esta postura extremamente ácida e crítica tenha sido o preço pago por Drummond: sua própria vida
14
Este Haroldo Lima(codinome Zé Antonio) é o mesmo que nesta mesma reunião vociferou contra a honra de Armando Fructuoso, morto um ano antes sob a mais brutal sessão de tortura. O que esperar de quem faz lobby com Renan para ter seu processo e da trupe feminina de AP no ‘fura-fila’ da Comissão da Anistia? que mente perante a Comissão de Julgamento, alegando ter sido perseguido a ponto de abandonar o emprego. Mentira, outra vez ! Demitiu-se da Coelba para trabalhar na roça e atender a dois propósitos: a determinação da AP pela proletarização de seus dirigentes e sua viagem à China para curso político-militar. É um escroto ! ¹
Segundo os ‘sobreviventes’, graças a Joaquim Celso ter relatado o que
ouviu no momento de sua prisão, os agentes transmitindo pelo rádio “...podem
prosseguir a operação não seria possível chegarem às suspeitas sobre o suposto
delator: Jover ! ²
Afirma ainda que o delator desconhecia a ausencia de Amazonas, em
viagem à Chinaa,No entanto, conforme atestam os docs. apreendidos na Pio XI,
era pública sua ausência, com previsão de retorno para fevereiro de 1977.
Portanto, é pura falácia deste baiano tão acostumado a mentiras.³
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¹ “...No 2º semestre de 1967 a AP ...enviou uma primeira turma à china ,”(entre eles Aldo, Renato e Haroldo)Pg 54 –
“ A partir de 67 – até meados de 1970, a AP realizou um amplo e radical movimento de integração de quadros e
militantes na produção”(Vidas, veredas e paixão)Ver anexos ao final do texto
² Informação tão valiosa, imprescindível mesmo para a descoberta do traidor que nem mesmo o detalhista
Jaques(Joaquim Celso) não cita este fato ao narrar o episódio. Leiam as pgs. 188 e 189. Atribuiram a ele o que
nunca falou !!!! (Navegar é preciso: docvirt.BNM)
15
Teria Jover faltado aos dois encontros no Rio em setembro ou foi seu
contato (o baiano) é que não teria coberto o ponto como o combinado?
Segundo Novaes, Jover havia se queixado pelo furo de baiano, que o deixou a
descoberto. E é certo ter sido o aprisionamento de Jover Teles, após a queda da
Lapa, e não antes. Jover ao se apresentar à reunião não apresentava nenhum
vestígio estético ou físico que denotasse ter sido preso anteriormente. É
impossível que um preso político (e quem já o foi vai me entender), possa
apagar as marcas da violência estatal em tão curto espaço de tempo. E tão
contraditório ainda ser preso três meses antes e só prestar depoimento, e de
forma espontânea , somente em 8 de dezembro. Com essa até Kate Lyra diria:
Militar é tão bonzinho!
É sempre mais cômodo ter um ‘boi’ para lançá-lo no rio às piranhas e salvar todo o rebanho!
O tal “depoimento cordial” mais parece uma adulteração grosseira de
algum depoimento colhido a qualquer tempo, até mesmo pós-16 dezembro, e
enxertado com fontes compiladas dos materiais apreendidos na casa da Pio XI.
Detalhes que naquela data eram do desconhecimento do próprio Jover, isolado
no Rio desde fins de 72. Afirma o suposto depoente não lembrar se o CC se
reuniu no ano de 1972 !!! Portanto...¹
Na pseudo-degravação do depoimento quando se refere ao coletivo dirigente, o
CC, está quase todo na 3ª pessoa do plural, ‘eles’, ‘deles’, como alguém ‘de
fora’ fazendo o relato e usando um linguajar de ‘puliça’, usa até a expressão
‘pôrra’, que contrastava com a erudição de Jover, afinal se o depoimento foi
“cordial”, porque mudar o tom de voz? E mais, surgem termos só utilizados por
quem é das forças de Traz uma riqueza de detalhes sobre o Araguaia de
impressionar, que ele era desconhecedor. segurança. Cita o “683”, numa clara
referencia ao avião ingles Avro Lancaster , e “702/703” , possivelmente os rifles
Mossberg .
_________________________________________________________________
¹ Oras, basta pegarmos o livro ‘Navegar é preciso’ em sua pág.185 e lermos o que diz Joaquim Celso: Todas as reuniões em que Jover,
Guilhardini e Danielli varavam a noite ”eram os últimos a sair das reuniões do CC, já clareando o dia, isto em 72 ! E pelo qu e consta
nos anais Danielli morreu bem no início de 73
16
Ainda no tal depoimento cita “um tal de Osvaldão”, morto e decapitado em 73,
afirma desconhece-lo !!!! O sujeito, Jover, era membro do CC desde 46, dirigente na
Guanabara desde os anos 50 e não conhecia Osvaldão(???) um negão de 1,98 e com um
pé 48, ex-boxer do Botafogo, enviado a Tchecoslovaquia em 59. Com estas
características Osvaldão era inconfundível, difícil de passar despercebido a um dirigente.
Osvaldão, perdoem a expressão, era mais conhecido que couro de pica ! Só pode ser
brincadeira não é?
¹
O ‘”suposto” delator não tem noção do que fala com total desinformação, diz
que: o único feito foi em Maguari, e acha que fica no Amazonas...(Maguari fica a 560
km de distancia da área conflagrada)!!!
Definitivamente, aquele depoimento não pertence a Manoel Jover Teles, o OLIVEIRA !
E para finalizar sobre este tal depoimento cordial, me atrevo a dizer que
ele foi redigido sob orientação do Brilhante Ustra, que tinha como costumeiro
citar ‘caça aos patos’, manobra militar de cerco e aniquilamento do inimigo,
bem semelhante ao ocorrido no Araguaia: ‘ patos chineses’, está aqui no ‘tal’
depoimento !
²
Por sinal, Ustra, que é um mentiroso contumaz, procurado pelo
jornalista José Mitchell, deixou escapar nas entrelinhas que era preciso
desacreditá-lo, a Jover Teles, último dirigente cascudo, das antigas, que
permanecia vivo em território nacional, em 76. Grabois, Arroyo e Pomar
mortos, restavam Duarte, Arruda, Amazonas, Giocondo, Prestes e Apolonio no
exílio. Por isto a disseminação do boato sobre a suposta delação de Jover, e com
um agravante: por dinheiro. “150 mil cruzeiros” afirmara o general, o quanto
pagou pela consciência do delator.
___________________________________________________________
¹ - Dyneas em Pequim abr/64 (Pg 39 )“... dentre os poucos que conhecia estava um negro de quase dois metros de altura que
conheceu nos tempos da UJC . Oswaldo Orlando da Costa, o milico Osvaldão.(trecho do livro Vidas, veredas e paixão)
² Jover viveu dias de muita dificuldade com a família, tocando um brechó(bazar) em POA no final dos anos 70. Ao
final da vida Manoel Jover Teles tinha como bens um fusquinha enferrujado)
17
GE NE RA L, VOL TE À S PA NTUFA S, B RA DA M OS
B LOGUE I ROS. . . MA S DE SDE QUE MA NTE NH A S DE PÉ E S TA
VE RSÃ O ME NT IR OSA !
A aceitação desta tese é conveniente para ambos os lados: de um
lado ao Exército que tenta desmoralizar a ideologia marxista atribuindo
aos comunistas falta de escrúpulos, fraqueza de caráter, e ao mesmo
tempo, descaracterizando-se de ter praticado um ‘crime premeditado’,
hediondo, elaborado, planejado e industriado durante meses, que
vitimou covardemente a Pedro Pomar, Angelo Arroyo e João Baptista
Franco Drummond. De outro lado aos sobreviventes de AP, encastelados
como absolutos, escamoteando a verdade, seus erros , e camuflando as
feridas não cicatrizadas a partir das divergências geradas pela divulgação,
à revelia, do relatório Arroyo, avaliação equivocada sobre a experiência
guerrilheira: guerra popular ou blanquismo ? guerra popular ou
particular, sem as massas ? (palavras de Pomar) ¹
Não fosse o suspeitíssimo mal súbito de Arruda*, em dezembro
de 79 que não admitia a hipótese da delação de Jover, certamente esta
questão da Lapa e as dúvidas surgidas teriam sido dirimidas , com uma
criteriosa análise e investigação. Mas ... ²
____________________________________________________________
¹ Este foi um dos questionamentos surgido dos debates de avaliação do Araguaia no próprio CC Ver
Archives.marxists.org/temática
² como eu não tinha nenhum recorte da época, 79, colei este texto abaixo (trecho depoimento de Arlindenor Pedro ao
CPDOC da FGV, 1999) sobre o saudoso carioca Rogério D’Olne Lustosa, falecido em 92 “numa manhã de sol,no parque
Ibirapuera”, apenas por guardar verossimilhança.
18
A aceitação desta tese da “delação” de forma passiva pela
militância é um ato de covardia, de subserviência e submissão aos
ditames de meia-dúzia que não representam o histórico legado da
vanguarda da classe operária. É o Império de ‘Bento que Bento é o Frade’
.... senão levaremos bolo !
Os 40 anos de incorporação da AP ao PCdoB , representam um
duro golpe à construção do ideário marxista no Brasil. Um retrocesso,
transformando o Partido Comunista em partido de “Viração” e da
“tapioca” cujo foco de atuação prioritária tornou-se o movimento
estudantil e o Parlamento, ambos de origem não proletária. Como saldo
e grandeza, a ‘tropicália maoísta’ conseguiu ainda forjar nestes 40 anos,
seus quadros teóricos, como os grandes ideólogos marxistas
contemporâneos, os sambregas Netinho de Paula E
Belo.
19
A mesma cor do carvão, a da exploração
brutal sobre os operários das Minas do Butiá, é a
mesma que tinge as acusações infundadas e
levianas dos detratores de Jover Teles , os velhos-
baianos fantasiados de vermelho.
A Assembléia Legislativa do RS já restituiu
simbolicamente seu mandato parlamentar.
E eu aqui reverenciando sua memória.
Mas isto é muito pouco para um imortal:
está faltando devolverem-lhe a honra maculada
por tergiversadores da pior estirpe.
Que a Comissão Nacional da Verdade,
acolha o requerimento feito em 06 de março
último e abra esta caixa-preta, para que se
estabeleça por completo a verdade sobre a
Chacina da Lapa.
ID de rastr.: TUV-YD3-BTVJ (Número da solicitação: 94)
Status da
solicitação: Novo [Marcar como resolvida]
Criado em: 06-03-2013 08:21:09
Atualizado: 06-03-2013 08:21:09
Último
remetente: Alberto Nascimento dos Santos
Pedido de Informações
ENVIE UM EXPEDIENTE À COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE COIBRANDO TAMBÉM EXPLICAÇÕES, FAZENDO REFERENCIA À SOLICITAÇÃO Nº 94)
O ‘GIGANTE’ QUER SABER ONDE ESTÁ O AMARILDO, E A
CARTA-RELATÓRIO DE JOVER TELES TAMBÉM!
Por enquanto vai o meu brado quase solitário:
Vivas a MANOEL JOVER TELES, o MANOLO, operário,
comunista, amigo dos povos !
Quem é lembrado não morre jamais !
Rio de Janeiro, 25 de julho do 93º ano de
nascimento de Manoel Jover Teles.
Alberto Santos
20
O T R Á F I C O D E I N F L U E N C I A : L O B B Y N A C O M I S S Ã O D A A N I S T I A D O M J
Anexo 1 - TRÁFICO DE INFLUENCIA ...... PAUTA-EXTRA da Comissão
Anistia
(- inclusão em bloco de 4 integrantes de AP um dia antes da Sessão Ordinária, a pedido de Renan Calheiros junto a
Marcio Thomaz Bastos.(só clicar na imagem para ampliar)Haroldo e as AcarajeteLove ANEXOS PG 21 clicar na
imagem para ampliar
Anexo 2 - o contrato de seis meses (2 de maio a 10 de novembro/67) de
Haroldo Lima com a Coelba
(por livre e espontânea vontade para atender a determinação da AP, viagem à China em novembro de 1967 e proletarização de quadros .)
21
Anexo 3 - a baba de quiabo. Indenização milionária (reparação e anos na contagem
para efeitos de aposentadoria)
22
José Renato Rabelo Presidente Nacional do PCdoB
(2005/2012 ... As imagens dispensam comentários .....)
2005 2012
Anexo 4 - o outro baiano espertalhão, Renato Rabelo
(que também abandonou o emprego para viajar para a China(nov/67 a maio/68), além da reparação + 19 anos para efeito
de aposentadoria.)
D I G A - M E C O M Q U E M T U A N D A S , Q U E T E D I R E I Q U E M T U É S ! ( J C - 2 m i l a n o s a t r á s )
28/02/2012 - Festa dos 70 anos de Renato Rabelo no Restaurante Vila
Olimpia, região nobre do Morumbi, o link das fotos está ao lado(todas), difícil
foi encontrar algum operário por lá !
Ver mais no link http://fotos.sapo.pt/pcdob/fotos
23
Anexo 5-..e a patroa do espertalhão no embalo, em virtude de ”íntimo
relacionamento”....
(Conceição Leiro Rabelo, também baiana, que nunca foi uma perseguida, já tinha encerrado seu
estágio na UFBA e decidiu , “em virtude de seu íntimo relacionamento”, e por conta própria
seguir o namorado no processo de proletarização da AP)
24
Anexo 7 - a indenização + 19 anos para efeito de aposentadoria
(Como se depreende da imagem, dona Conchita é nascida em 1943, significa dizer que em abril de 2005 tinha 62 anos., A inclusão de seu processo e das demais, como “pauta extra” é sim Tráfico de Influencia . E cabe ainda à Receita Federal saber pq ainda usa 2 CPFs.)
25
Não satisfeito, Haroldo Lima, na sessão de Julgamento de seu processo, ainda fez
lobby junto aos julgadores para que estes acolhessem também os requerimentos de
Conceição Leiro(mulher de Renato Rabelo), Carmilce Souza (mulher de Péricles de
Souza) e Raquel Felon (mulher de Divo Guizoni) (todas/os) do PCdoB
Lobby através de proselitismo político junto aos Julgadores da
2ª Câmara ↘↘↘↘↘
26
Mais inclusão em “Pauta-extra muitas outras ...
(Como se pode perceber, a pauta de julgamento era de funcionários da Açominas, Incra, e ECT, foram enxertados como pauta-extra: Eustaquio Vital Nolasco, Noelia Ribeiro Pinheiro, Divo Guisoni e Terezinha Barros da Costa Rego, todos que estão em asterisco(***) na coluna órgão. Há também que se saber porque processos foram transferidos da 1ª para a 2ª Câmara de Julgamento ???)
27
Anexo 8- mas o peixe morre é pela boca. E a verdade, por vezes foge ao
controle do mentiroso. Vejamos, nas próprias palavras de Haroldo Lima,
trechos de seu interrogatório, no IPM 119/76.
28
C O M I S S Ã O D A A N I S T I A : A “ C O M I S S Ã O D A P A Z ” D E D O I S P E S O S E D U A S M E D I D A S
Enquanto isto, Joaquim Celso, operário, pobre e sem ‘lobby’ amargou uma espera de 8 anos.
Jaque, como era conhecido, era o motorista a serviço do Comite Central do PCdoB no episódio
da Lapa, em 76. Preso e barbaramente torturado, durante seu interrogatório não ‘entregou’
ninguém. Ingressou com pedido de reparação indenizatória junto à Comissão de Anistia que lhe
concedeu apenas uma indenização referente a apenas 2 anos, 10 meses e 21 dias, equivalente a
R$31.500,00 Recusou-se a receber as migalhas(31mil), entrando com recurso em 22/03/2007,
pleiteando a complementação de R$50.000,00.. Faleceu em 2007, aos 82 anos sem ver julgado
seu pleito (o recurso), apesar de estar amparado no & 4º Art.12 cc art 18 da Lei 10.559/02.
Somente agora, em em 2013, foi julgado procedente
Somente agora, em 19 de junho de 2013, 6 anos depois seu recurso foi deferido. Resta saber a quem foi ou será paga a indenização de R$86.000,00, pois não possuía herdeiros ???????
29
Joaquim Celso de Lima, o Jaque, também foi mineiro do carvão em São Jeronimo, RS,
em 1956, enviado pelo Partido para preencher a lacuna de liderança na região com a
vinda de Jover Teles para a Guanabara
26/06/2007 - Itaquaquecetuba, Cemitério Morada da Paz, quadra 3, sepultura 46: ali
ficou o corpo de Joaquim Celso de Lima, 82 anos, eletricista de profissão, comunista
por opção. Joaquim morreu sozinho em seu quarto. Entre velório e enterro, passaram
por lá cerca de 20 pessoas, entre elas José Genoíno, Celeste Dantas e Pedro Estevam
Pomar.
Mais importante, contudo, foi a presença da família proprietária dos cômodos que
Joaquim alugava para morar. Entre elas, várias crianças, uma das quais fez questão de
beijar a testa de Joaquim, antes que o caixão fosse fechado. Foi enterrado num
cemitério público municipal. Não havia carrinho para transportar o caixão, que foi
carregado no muque ladeira abaixo. Quase do lado de sua cova, uma favela. Enquanto
o caixão descia na cova, vinte metros abaixo uma garotada disputava uma pelada. Se
dúvida há, o enterro serviu para lembrar que há operários e operários. A maioria deles
morre como Joaquim, quase anônimos. Mas é por estes anônimos que é feita grande
parte da história do movimento socialista.
“Detalhe”: aos 82 anos (completaria 83 em dezembro), Jaque seguia trabalhando. E
seguia militando
(Pedro Pomar em Carta Maior)
30
I N D I G N A R - S E É P R E C I S O
SE NA PONTA DO FUZIL NASCE O PODER
SE DO MONOPÓLIO DO ÁTOMO NASCE A FORÇA
SE NO DOMÍNIO DO ÁTOMO ESTÁ O QUERER CONSERVÁ-LO É PRECISO PARA EVITAR A FORCA
SE A DIFUSÃO DO ÁTOMO GERA PODER.
SE NOUTRAS MÃOS O ÁTOMO VIRA PERIGO.
QUEM TENTA DOMINAR SUA TÉCNICA TERÁ CASTIGO
DOS DONOS DO ÁTOMO E DO QUERER.
SE OUTROS TENTAM ASSIMILAR A TECNOLOGIA
DA ATÔMICA ENERGIA PARA PAZ GERAR
OS DONOS DO ATO AMEAÇAM ATACAR,
E TUDO ARRASAR NUMA SIMBOLOGIA
DO PODER ABSOLUTO DA BOMBA NUCLEAR
SOBRE OS QUE TAL PODER NÃO DETÉM
O IMPÉRIO DO NORTE PRETENDE OBRIGAR
OS DEMAIS PAÍSES E POVOS A SE AJOELHAR
SOB MENTIRA ATACARAM O IRAQUE.
ASSASSINARAM MILHARES DE IRAQUIANOS.
SOB COMANDO DE ASSASSINO INSANO:
CHEFE DE QUADRILHA ENVERGANDO FRAQUE.
AGORA O IRÃ APARECE NA MIRA
ATÔMICA DO IMPÉRIO DO NORTE,
QUE SOB CORTINA DE NOVA MENTIRA
PRETENDE MOSTRAR SER O MAIS FORTE.
EU POSSO TER... SOU DONO DO QUERER.
TENS TU QUE OBEDECER, SOB PENA DE SOFRER
CASTIGO E MAIS CASTIGO ALÉM DA IMAGINAÇÃO.
OH! – MEU DEUS!
EM QUE NUVEM ESCONDESTE O DIREITO DAS NAÇÕES
E A PERDIDA CAPACIDADE
DO POVO À INDIGNAÇÃO?
MANOEL JOVER TELES [MANOLO] E M 1 6 D E J U N H O D E 2 0 0 7 S E U C O R A Ç Ã O P A R O U D E B A T E R .
M A S N Ã O P O R A C A S O : S E M P R E C U I D A D O S O , F O I N A F R E N T E D E Z D I A S A N T E S , P R E P A R A R A R E C E P Ç Ã O
A O S E U V E L H O C A M A R A D A J O A Q U I M C E L S O , O J A Q U E !
CANASVIEIRAS/SC – 2005
F O I A I N D A M E M B R O D O G P L - G R U P O D E P O E T A S L I V R E S , D A A C C P C - A S S O C I A Ç Ã O C A T A R I N E N S E S D O S C R O N I S T A S , P O E T A S E
C O N T I S T A S , E O C U P O U , C O M O I M O R T A L , A C A D E I R A N º 1 1 D A A C L A - A C A D E M I A C A T A R I N E N S E D E L E T R A S E A R T E S ,