UNISALESIANO
Centro Universitrio Catlico Salesiano Auxillium
Curso de Administrao
Priscila Eliza Ventura Motta
Rosilene Amlia Soares de Andrade
Silvia Leonel Leite
Tatiane de Carvalho Berti
LOGSTICA DE SUPRIMENTOS: UM ESTUDO DE CASO DO BIODIESEL NA
EMPRESA BRACOL HOLDING
LINS - SP
LINS SP
2008
PRISCILA ELIZA VENTURA MOTTA
ROSILENE AMLIA SOARES DE ANDRADE
SILVIA LEONEL LEITE
TATIANE DE CARVALHO BERTI
LOGSTICA DE SUPRIMENTOS
Trabalho de concluso de Curso apresentado Banca Examinadora do Centro Universitrio Catlico Salesiano Auxilium, curso de Administrao sob a orientao da Prof. M.Sc. Mris de Cssia Ribeiro e orientao tcnica da Prof. Esp. Ana Beatriz Lima.
LINS SP
2008
Motta, Priscila Eliza Ventura; Andrade, Rosilene Amlia Soares; Leite, Silvia Leonel; Berti, Tatiane de Carvalho.
Logstica de suprimentos: Um estudo de caso do biodiesel na Empresa Brsbiodiesel LTDA / Priscila Eliza Ventura Motta; Rosilene Amlia Soares de Andrade; Silvia Leonel Leite; Tatiane de Carvalho Berti. Lins, 2008
89p. ll. 31cm.
Monografia apresentada ao Centro Universitrio Catlico Salesiano Auxilium UNISALESIANO, Lins-SP, para graduao em Administrao, 2008
Orientadores: Mris de Cssia Ribeiro; Ana Beatriz Lima
1. Logstica de Suprimentos. 2. Processo Produtivo. 3. Biodiesel I Ttulo.
M875I
PRISCILA ELIZA VENTURA MOTTA
ROSILENE AMLIA SOARES DE ANDRADE
SILVIA LEONEL LEITE
TATIANE DE CARVALHO BERTI
LOGSTICA DE SUPRIMENTOS
Monografia apresentada ao Centro Universitrio Catlico Salesiano Auxilium,
para obteno do ttulo de Bacharel em Administrao.
Aprovada em: __/__/__
Banca Examinadora:
Prof. Orientadora: Mris de Cssia Ribeiro
Titulao: Mestre em Administrao pela Universidade Metodista de Piracicaba
- UNIMEP
Assinatura: ________________________________
1 Prof.(a):______________________________________________________
Titulao:_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: ________________________________
2 Prof.(a):______________________________________________________
Titulao:_______________________________________________________
_______________________________________________________________
Assinatura: ________________________________
ACREDITE
Voc precisa ter sonhos, para que possa se levantar, todas as vezes que cair.
Acreditar que a toda hora,
acontecer coisas boas e mudar o rumo da sua vida.
Voc precisa ter sonhos grandes e pequenos, os pequenos, so as felicidades mais rpidas, os grandes, lhe daro
fora para suportar o fracasso dos sonhos pequenos.
Voc tem que regar os teus sonhos todos os dias, assim como se
rega uma planta para que cresa...
Voc precisa dizer sempre a voc mesmo: -Vou conseguir! -vou superar! -vou chegar ao meu sonho!
Fazendo isso, voc estar cultivando sua luz, a luz de sempre ter
esperanas, que nunca poder se apagar,
pois ela a imagem que voc pode passar para as outras pessoas,
e atravs dessa luz que todos vo lhe admirar, acreditar em voc e te seguir.
Mire na Lua, pois se voc no puder atingi-la, com certeza ir conhecer
grandes estrelas... ou quem sabe, poder ser uma delas!
Vilma Galvo
AGRADECIMENTOS
No final desta jornada no podemos deixar de expressar os nossos sinceros agradecimentos s pessoas que, diretamente ou indiretamente, contriburam
para a concretizao do nosso trabalho. A EMPRESA...
Pela confiana e a oportunidade de todos aqueles que acreditaram em nosso trabalho, e que no mediram esforos para contribuir na realizao deste sonho, em especial, ao Sr. Rogrio Barros (segmento Biodiesel), o qual abriu as portas com gentileza e dedicao. AO UNISALESIANO...
Pela acolhida fraterna, por nos ensinar alm de conhecimentos tcnicos, os valores fundamentais que fazem de ns honestos cidados e profissionais comprometidos com a tica e a verdade, acreditando em um futuro melhor. AOS MESTRES...
Pelos conhecimentos oferecidos, que ultrapassaram a dimenso tcnica, moldando-nos como profissionais capacitados e pessoas melhores. Alm de professores se tornaram amigos.
AS NOSSAS ORIENTADORAS MRIS E ANA BEATRIZ...
Pela disposio oferecida, o tempo dedicado e, principalmente, por acreditar em nosso potencial e incentivar o nosso trabalho, orientando-nos, e conduzindo-nos. AO NOSSO AMIGO JAIRO... Dizem que amigos de verdade se contam nos dedos, e voc com
certeza um deles. Obrigada por nos orientar e apoiar em todos os momentos possveis, compartilhar seus conhecimentos para realizao do nosso trabalho. Que Deus o Abenoe! AO Sr. TONINHO...
Por nos acompanhar nos momentos de alegria e dificuldade. Por nos incentivar e aconselhar. O nosso carinho, admirao e respeito.
Muito obrigada
A DEUS... A minha razo de viver, o meu porto seguro, o meu bem mais precioso. Em todos os momentos, em cada detalhe da minha vida ele se faz presente. Tudo que eu fizer pra ti Senhor ainda ser pouco, para agradecer tudo que o Senhor j fez e faz por mim. A MEUS PAIS...
Eles que foram a minha fora para hoje chegar at aqui, no mediram esforos em me ajudar, sempre me apoiando, adiando seus sonhos para que eu pudesse realizar o meu. So meus exemplos de vida, de fora, luta, coragem. As palavras so poucas para expressar o grande amor que sinto por vocs. Obrigado por existir na minha vida, sem vocs nada eu nada seria.
A MEUS IRMOS... Fbio, Leonardo, Marcelo, estes que acompanharam minha caminhada,
agradeo pela pacincia, compreenso. Por serem to especiais e fazer parte da minha vida. AOS MEUS AMIGOS(a)...
A meus amigos (a), que estiveram do meu lado torcendo e orando por mim. Pelo carinho, fora e alegria que vocs sempre me trouxeram. Em especial ao Jairo, pela fora, incentivo, por me mostrar o valor de uma amizade, te admiro muito. Obrigada por tudo, que Deus os abenoe!
AS MINHAS AMIGAS DE MONOGRAFIA... Rosilene, Silvia e Tatiane, compartilhar esse trabalho, esses
momentos com vocs foi uma grande alegria, juntas aprendemos nos preocupamos, choramos, sorrimos. E hoje podemos dizer que valeu a pena todo nosso esforo, as nossas lgrimas, e sorrisos. Sentirei muita saudade...
EU AMO VOCS...
Priscila Eliza Ventura Motta
A DEUS... Pois sem ele nada seria possvel, e no estaramos aqui reunidos,
desfrutando destes momentos que nos so to importantes. A MINHA FAMILIA...
Meus pais Jos Soares e Alzira e meus irmos Rone, Ronair e Romrio, pelo esforo, dedicao e compreenso em todos os momentos desta e de outras caminhadas, pois, mesmo estando longe, alm de terem me proporcionado fora durante todo o curso, compartilharam comigo os momentos de tristezas e tambm de alegrias, nesta etapa em que, com a graa de Deus est sendo vencida. AO MEU ESPOSO ALEXANDRE...
Este que sempre me deu apoio para a realizao deste sonho, e por estar presente em todos os momentos, com incentivo, contribuio e amor. AS MINHAS AMIGAS DE MONOGRAFIA...
Priscila, Silvia e Tati, que se esforaram bastante para a realizao
deste trabalho, sem elas eu no teria conseguido.
Rosilene Amlia Soares de Andrade
A DEUS... Por me conceder o dom da vida, e viver em um mundo de encantos e conhecer pessoas maravilhosas. Por sempre estar presente em todos os momentos, iluminando o meu caminho. A MINHA ME GERCINA... A minha razo de ser e existir, meu exemplo de mulher, guerreira, batalhadora, determinada. Tudo que fao pensando em te fazer feliz, obrigada por sempre me apoiar.sei que em tudo estar sempre do meu lado. Mamy TE AMO. AOS MEUS IRMOS... Joo, Juarez, Jairo, Jarbas, Junio Csar, Sueli, Simone, Sandra e Silmara, vocs so peas fundamentais para esta minha conquista. AOS MEUS SOBRINHOS... Andr, Andressa, Gabriel, Mariana, Bruna, Igor, Matheus, Jose Vitor, Leonardo, Beatriz, Sara, Sabrina, Joyce, Ariany, Ana Clara, Guilherme e Eduarda, vocs so minhas jias raras. AO MEU NAMORADO RODOLFO... Quero compartilhar este momento com voc, que esteve toda essa etapa do meu lado, que continuar sempre assim me incentivando, apoiando e me orientando. Voc sempre ser muito especial para mim. EU TE AMO AOS MEUS AMIGOS... Que d alguma forma contriburam para realizao deste sonho, em especial a Andressa que a grande responsvel por eu decidir por essa carreira e no me arrependo nenhum pouco. AS MINHAS AMIGAS DE MONOGRAFIA Sei que foi uma tarefa difcil, mas com a beno de Deus conseguimos realizar este sonho em comum. Muitas lembranas ficaram em minha memria e acredito que a saudade vai ser maior ainda.
Silvia Leonel Leite
A DEUS...
Meu porto seguro, que concedeu a beno to esperada para a realizao de um sonho. A MINHA ME...
Amor incondicional, que durante tantos obstculos que atravessamos, sempre esteve ao meu lado, me dando apoio, confiana e esperana.
AO MEU PAI...
Sei que se importa muito com minha felicidade e torceu muito para a realizao do meu sonho. AOS MEUS AMIGOS (a)...
Em especial Flvia, Llian, Fernanda, Carol, que rezaram por mim e estiveram presentes na minha vida durante todos esses anos. Agradeo pelas palavras de carinho. Amo muito vocs. A MINHA AV...
S Deus sabe o tanto que daria a sua vida por ns e a felicidade que agora est com essa conquista.
Tatiane de Carvalho Berti
RESUMO
O cenrio organizacional exige que cada empresa tenha um sistema logstico integrado, pois com o aumento da concorrncia preciso produzir a quantidade certa para atender a demanda e diminuir a complexidade da cadeia de suprimentos, uma vez que a logstica de suprimentos ainda a uma boa administrao capaz de otimizar os recursos disponveis, minimizar os custos e alavancar a vantagem competitiva. No entanto, para promover a melhoria continua, fundamental ter uma logstica de suprimentos competitiva e criar elos para encontrar alternativas que promovam progressos constantes, evitando grandes transtornos. Atento aos inmeros benefcios que matrizes energticas alternativas podem trazer para o cenrio econmico social e ambiental a empresa Brasbiodiesel do grupo Bertin, foi criada, visando o bem-estar social, a gerao de emprego e renda com a reduo de emisso de poluentes e ganhos em crdito de carbono. A Brasbiodiesel possui uma logstica de suprimentos qualificada, como um fator diferenciado, ressaltando um fluxo efetivo ou informaes e uma estrita conformidade com as necessidades dos clientes, uma vez que todo o processo produtivo do Biodiesel contnuo, seguido de normas regidas pela ANP. O presente trabalho foi realizado com o objetivo de verificar se a logstica de suprimentos interfere no processo produtivo bem como na distribuio do Biodiesel. Aps a pesquisa foi constatado que a logstica de suprimentos fundamental para garantir as exigncias da cadeia de suprimentos, a qualidade do produto, satisfazer as necessidades dos clientes proporcionando vantagem competitiva, gerando crescimento econmico e sustentvel, pois suas atividades envolvem todas as reas da organizao.
Palavras-Chaves: Logstica de Suprimentos. Processo Produtivo. Biodiesel
ABSTRACT
The international organization requires that each company has an integrated logistic system, because with the increase of the competition is needed to produce certain quantity to meet demand and reduce the complexity of the supply chain; because the logistics of supplies combined with a good administration is able to optimize available resources, minimize costs and increases the competitive advantage. However, to promote the improvement, it is and create links to found alternatives. That promote constant progress, evaluating mayor trouble. In sight of the many benefits that alternative energy can bring to the economic, social and in environmental, the company from Bertins Group was biodiesel established, aiming at social welfare, the generation of employment and income with the reduction of emission of pollutants and gains in carbon credit. The biodisel has a logistics supplies qualified as a differently, tractor, enphasizing a flow of information and strict compliance with customer requirements. Since the entire process of production of biodisel is continuous, it is followed by rules established by ANP. The work was carried out to verify that the logistics of supplies interferes in the production process as well as the biodisel distribution. After the research was done it was noted that the logistic of supplies is fundamental to guarantee needs of the product, and meet the needs of the clients giving competitive advantages. Generating sustainable economic growth and because their activities involve all areas of the organization.
Key words: Supplies Distribution. Production Process. Biodisel
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Logotipo Brasbiodiesel .................................................................... 22
Figura 2: Responsabilidade Social ................................................................. 32
Figura 3: Responsabilidade Social ................................................................. 33
Figura 4: Gesto Ambiental............................................................................ 34
Figura 5: Administrao de Materiais e Recursos Patrimoniais ..................... 37
Figura 6: Logstica e gerenciamento da cadeia.............................................. 39
Figura 7: Administrao de Recursos Materiais e Patrimoniais ..................... 40
Figura 8: Logstica e gerenciamento da cadeia.............................................. 41
Figura 9: Administrao de Materiais e Recursos Patrimoniais ..................... 42
Figura 10: Logstica: armazenagem, distribuio, marketing ......................... 43
Figura 11: Gerenciamento da cadeia de suprimentos.................................... 45
Figura 12: Logstica e gerenciamento da cadeia............................................ 46
Figura 13: Gerenciamento da cadeia de suprimentos.................................... 48
Figura 14: Logotipo Biodiesel ......................................................................... 51
Figura 15: Logotipo Biodiesel ......................................................................... 53
Figura 16: Processo de produo do biodiesel .............................................. 55
Figura 17: Selo combustvel social................................................................. 56
Figura 18: Etapas do processo Produtivo ...................................................... 62
Figura 19: Etapas do processo Produtivo ...................................................... 62
Figura 20: Tanques de estocagens................................................................ 64
Figura 21: Tubulaes do Processo Produtivo............................................... 65
Figura 22: Tubulaes do Processo Produtivo............................................... 66
Figura 23: Posto de Carregamento Brasbiodiesel.......................................... 70
Figura 24: Carregamento TOP caminho bi-trem .......................................... 70
Figura 25: Caminho Bi-trem utilizado para o transporte do biodiesel ........... 71
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ANP - Agncia Nacional do Petrleo
CIF - Cost, Insurance and Freight
EDI - Eletronic Data Interchange
FOB - Free on Board
PCH - Pequena Central Hidreltrica
CREBIM - Centro de Reabilitao Eduardo Bicalho Magalhes
UNESP - Universidade Estadual Paulista
PCP - Planejamento e Controle de Produo
TI - Tecnologia da Informao
SUMRIO
INTRODUO ................................................................................................ 17
CAPITULO I - BERTIN HOLDING DE CAPITAL 100% NACIONAL........... 19
1 O GRUPO BERTIN........................................................................ 19
1.1 Evoluo Histrica ......................................................................... 19
1.2 Brasbiodiesel.................................................................................. 22
1.3 Misso do Grupo Bertin ................................................................. 23
1.4 Viso .............................................................................................. 23
1.5 Verticalizao das Atividades......................................................... 23
1.5.1 Diviso de Alimentos...................................................................... 24
1.5.2 Diviso Agropecuria COMAPI ................................................... 25
1.5.3 Diviso Higiene e Limpeza............................................................. 25
1.5.4 Diviso de Cosmticos................................................................... 26
1.5.5 Diviso Higiene Industrial............................................................... 26
1.5.6 Diviso Bertin Produtos para animais Dog Toy........................... 26
1.5.7 Diviso Couros Bracol................................................................. 27
1.5.8 Diviso Equipamentos de Proteo Individual Bracol ................. 27
1.5.9 Biodiesel ........................................................................................ 28
1.6 Marca ............................................................................................. 28
1.7 Qualidade....................................................................................... 29
1.8 Transporte...................................................................................... 30
1.9 Exportao..................................................................................... 30
1.10 Concorrentes.................................................................................. 31
1.11 Responsabilidade Social ................................................................ 31
1.12 Gesto Ambiental........................................................................... 33
1.13 Qualidade Bertin ............................................................................ 35
CAPTULO II - LOGSTICA DE SUPRIMENTOS NA ERA DO BIODIESEL ..
36
2 LOGSTICA.................................................................................... 36
2.1 Origem ........................................................................................... 36
2.2 Conceito......................................................................................... 37
2.3 Evoluo da Logstica .................................................................... 38
2.4 Logstica Integrada contribuindo na coordenao da cadeia de
suprimentos....................................................................................
38
2.5 Gesto da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management).. 39
2.5.1 A importncia dos fluxos da cadeia de suprimentos ...................... 42
2.5.2 Estratgia competitiva da cadeia de suprimentos.......................... 44
2.5.3 O Impacto do custo total logstico nas decises da cadeia de
suprimentos....................................................................................
45
2.5.4 Os canais de distribuio auxiliando no atendimento da cadeia
de suprimentos...............................................................................
46
2.5.5 Tecnologia da informao na cadeia de suprimentos .................... 48
2.6 Logstica Reversa .......................................................................... 49
2.7 Biodiesel ........................................................................................ 51
2.7.1 Conceito......................................................................................... 51
2.7.2 Evoluo histrica do biodiesel ...................................................... 51
2.7.3 Diversidade de matria - prima ...................................................... 53
2.7.4 Processo produtivo do biodiesel .................................................... 54
2.7.5 Desenvolvimento Sustentvel ........................................................ 55
2.7.6 Incluso Social ............................................................................... 56
2.8 A Logstica de Suprimentos e o Biodiesel...................................... 57
CAPTULO III - O DESENVOLVIMENTO DA LOGSTICA DE
SUPRIMENTOS NA BRASBIODIESEL GRUPO BERTIN ..........................
58
3 INTRODUO............................................................................... 58
3.1 Relato e discusso sobre o processo produtivo e distribuio do
biodiesel na empresa Brasbiodiesel...............................................
59
3.1.1 Atuao da TI no Processo Produtivo do Biodiesel ....................... 59
3.1.1.1 1 Etapa Recebimento do sebo ................................................... 59
3.1.1.2 2 Etapa Deacidificao............................................................... 59
3.1.1.3 3 Etapa Transesterificao ........................................................ 60
3.1.1.4 4 Etapa Decantao .................................................................. 60
3.1.1.5 5 Etapa Purificao.................................................................... 60
3.1.1.6 6 Etapa - Lavagem e Centrifugao ............................................. 61
3.1.1.2 Ingredientes bsicos ...................................................................... 61
3.1.1.3 Etapas do processo produtivo........................................................ 61
3.1.1.4 O processo produtivo do biodiesel ................................................. 63
3.1.2 Cadeia de Suprimentos do Biodiesel Grupo Bertin..................... 63
3.1.2.1 Armazenagem e Estoque............................................................... 64
3.1.3 Logstica de Suprimentos............................................................... 66
3.1.3.1 Fluxo logstico da cadeia de suprimentos ...................................... 67
3.1.3.2 Otimizao de Recursos ................................................................ 67
3.1.4 Clientes Biodiesel........................................................................ 67
3.1.4.1 Clientes Co-produtos ..................................................................... 68
3.1.5 Localizao estratgica.................................................................. 69
3.1.6 Distribuio .................................................................................... 69
3.1.6.1 Transporte...................................................................................... 69
3.1.6.1.1 Reduo de custos ........................................................................ 71
3.1.7 Viso do Futuro.............................................................................. 71
3.1.8 Novos Projetos para a Brasbiodiesel ............................................. 72
3.2 Parecer Final do Caso Brasbiodiesel ............................................. 72
PROPOSTA DE INTERVENO ................................................................... 74
CONCLUSO ................................................................................................ 75 REFERNCIAS ............................................................................................. 76 APNDICES ................................................................................................... 78
17
INTRODUO
A necessidade por melhorias na qualidade de vida e a preservao do
meio ambiente, trouxeram para o mundo contemporneo a obrigao de pases
buscarem alternativas que visa no apenas a sobrevivncia, mas tambm o
desenvolvimento econmico da organizao.
Diante disso, as indstrias precisam tomar atitudes que ajudem na
reduo da poluio terrestre, causando menos impacto ambiental. Novas
fontes de energia renovveis surgiram, onde se pode destacar o uso do
biodiesel, o combustvel mais biodegradvel em relao aos provenientes do
petrleo, criado com o objetivo de substituir o diesel.
A vantagem no processo do biodiesel, que pode ser produzido atravs
de diversos tipos de matria-prima; basta ser oriunda de leo vegetal ou
gordura animal. Esta variedade de recursos naturais possibilita e proporciona
uma opo correta para a produo sem comprometer sua escassez.
O processo produtivo do biodiesel, por meio de programas
governamentais, como Programa Nacional de Produo e Uso de biodiesel
(PNPB), dentre eles o selo combustvel social, permite a incluso social e a
permanncia da famlia no campo, desenvolvendo a cultura familiar e o
desenvolvimento sustentvel.
As organizaes tm considerado a necessidade de administrar
constantemente de maneira sistematizada, pois a complexidade no processo
de aquisio e risco na cadeia de suprimentos pode comprometer pontos
estratgicos da empresa, tanto a cadeia produtiva, quanto os nveis de servios
prestados.
O sistema logstico contnuo, e toda a organizao precisa visar
maneira de trazer vantagem competitiva e sustentvel, atravs do desempenho
de seus processos. A logstica de suprimentos exige um fluxo efetivo de
informaes e uma estrita conformao com as necessidades dos clientes,
alm disso, responsvel pelo planejamento, implementao e controle da
movimentao fsica de matrias-primas, materiais e informaes, alavancando
o crescimento da empresa.
A dimenso estratgica da organizao est inteiramente ligada s
18
funes logsticas, visto como indispensvel conciliao entre as
exigncias da demanda e as restries impostas pela oferta e pela cadeia de
abastecimento. A chave para alcanar a excelncia logstica denominar a arte de combinar competncia com expectativas e necessidades bsicas dos clientes. Esse compromisso com o cliente a base para a formulao de uma estratgia logstica. (BOWERSOX; CLOSS, 2001, p. 26)
Os desafios dos governos e de empresas, em definir os melhores plos
e meios logsticos para a produo e distribuio do biodiesel, assim como a
Brasbiodiesel, surgiu a seguinte questo: at que ponto a logstica de
suprimentos pode interferir na produo e distribuio do biodiesel?
Diante da situao descrita, surgiu o seguinte pressuposto terico: a
logstica de suprimentos aliada a uma boa administrao capaz de otimizar
os recursos disponveis e minimizar os custos e alavancar a vantagem
competitiva da empresa.
Com o objetivo de verificar se a Logstica de Suprimentos interfere no
processo produtivo e distribuio do biodiesel e responder a pergunta
problema, foi realizada uma pesquisa na Brasbiodiesel, que pertence ao Grupo
Bertin, onde a empresa em estudo est localizada na cidade de Lins.
Para a realizao da pesquisa utilizou-se dos mtodos: estudo de caso,
observao sistemtica e histrica da empresa, que esto descritos no captulo
III.
O trabalho est assim estruturado:
O captulo I aborda sobre a evoluo histrica do Grupo Bertin.
O captulo II discorre sobre a fundamentao terica, no tocante
logstica de suprimentos na era do biodiesel.
O captulo III demonstra a pesquisa realizada referente o
desenvolvimento da logstica de suprimentos na Brasbiodiesel.
Por fim so apresentadas, a proposta de interveno e a concluso.
19
CAPTULO I
BERTIN HOLDING DE CAPITAL 100% NACIONAL
1 O GRUPO BERTIN Com 30 anos de mercado, o Grupo Bertin uma Holding de capital
100% nacional, que atua nos segmentos de agroindstria, infra-estrutura e
energia. Sediado em Lins, estado de So Paulo, possui 30 unidades produtivas
distribudas pelo Brasil, onde operam 30 mil colaboradores. A corporao
atende o mercado interno e mais de 80 pases nos 5 continentes.
Na agroindstria, o Grupo Bertin apostou no aproveitamento total da
cadeia bovina. Seguindo a estratgia de verticalizao, a empresa mantm um
conglomerado industrial focado em nove divises de negcios: agropecuria,
alimentos, couros, equipamentos de proteo individual, higiene e beleza,
produtos Pet e sistemas de higienizao. Em infra-estrutura, a companhia est
estabelecida nas reas de construo civil e concesses de rodovias e
saneamento bsico. J no segmento de energia, atua com pequenas centrais
hidreltricas e usina de biodiesel e lcool, contando ainda com Resort.
1.1 Evoluo Histrica
Desde a colonizao, o gado sempre esteve presente na economia do
Brasil. Trazidos da frica e ndia pelos primeiros imigrantes portugueses, ainda
no sculo XVI, o boi j foi moeda de troca, ajudou a preparar a terra para o
cultivo e transportar mercadorias. Mas sua verdadeira utilidade s foi
consolidada em 1950, quando a populao migrava do campo para as cidades,
aumentando a procura por alimentos, em especial a carne bovina.
Para atender esta demanda, os produtores e as indstrias investiram em
alta tecnologia, tornando a pecuria nacional uma das mais representativas do
20
mundo. Hoje possui o maior rebanho comercial do planeta, e ocupa o topo do
ranking de exportao da carne bovina.
neste cenrio que remonta a histria de uma empresa que nasceu
genuinamente brasileira, arrojada e determinada a investir em marcas fortes
que revelam o enorme potencial do pas, o Grupo Bertin.
Fundado por Henrique Bertin, filho de imigrantes italianos que se
instalaram na regio noroeste de So Paulo para o cultivo do caf, a
corporao comeou tmida, mas confiante de seu destino.
Com viso empreendedora, competncia e total dedicao, Henrique comeou
comprar bois para frigorficos e a negociar peles. Em 1975, iniciou-se a
construo da primeira unidade do frigorfico Bertin, na cidade de Lins. Em 25
de abril de 1977, Henrique Bertin e seus irmos, Natalino, Reinaldo, Joo,
Fernando e Silmar, colocaram em operao a unidade de Lins, contando com
70 funcionrios que levavam o dia inteiro para abater mais de 12000 cabeas
por dia.
Naquela poca, as instalaes eram formadas por uma estrutura
modesta, tendo apenas charque, carne seca salgada e desidratada, peas
inteiras do dianteiro e traseiro eram comercializadas. Porm, conforme a
urbanizao avanava, era preciso mais investimentos para atender este novo
cliente que estava por vir.
Entre as dcadas de 80 e 90 houve uma grande evoluo do campo por
meio do melhoramento gentico, at as indstrias frigorficas. Aps dois anos
de operao, a companhia teve sua primeira complicao com a incluso de
uma sala de desossa. Comeava ento, a distribuio de cortes de carne
instaladas separadamente, antes mesmo de esta prtica tornar-se uma
exigncia sanitria.
Em 1980, implantou-se ainda um entreposto em Barueri SP, que
funcionava como fracionador de cargas das carretas frigorficas da frota
prpria, alm de ser o terminal de vendas aos distribuidores de toda a grande
So Paulo.
Em 1981, ocorreu a fase mais difcil da empresa, quando faleceu por
acidente de avio, Henrique Bertin, fundador do grupo. A partir desta
21
fatalidade, os irmos uniram-se ainda mais, evidenciando o trabalho em equipe
e colocando em prtica os ideais de Henrique Bertin.
No caminho contrrio da maioria de seus concorrentes que atuavam no
perodo, o Grupo Bertin partiu rumo ao mercado externo. Em 1983, os produtos
Bertin ultrapassaram horizontes, com exportao do primeiro lote in natura para
a Europa. Mas a empresa queria ir alm, agregar mais valor a sua
especialidade, a carne bovina. Para isso, em 1990, comeou a apostar em
carne industrializada, ingressando na produo de enlatados, em cortes
cozidos e congelados, concorrendo com gigantes nacionais e internacionais. A
primeira remessa de carne cozida, de duas mil toneladas, foi embarcada para a
Itlia em 1992.
Com mais este investimento, aliado ao compromisso com a qualidade e
o cumprimento dos prazos, o Bertin alcanou rapidamente nmeros ainda mais
audaciosos no mercado global e foi o primeiro a consolidar a marca nos pontos
de venda no territrio europeu, o que o tornou um dos maiores exportadores de
carne do Brasil.
Devido o ritmo de aceitao dos produtos, j concretizados em grande
escala, tanto no mercado interno quanto no externo, o Grupo Bertin precisou
expandir suas operaes, at ento centralizada em uma nica unidade fabril.
No ano 1993, uma nova indstria localizada em Ituitaba, Minas Gerais, foi
incorporada ao Grupo. Aps trs anos, um terminal de contineres prprio
tambm era implementado na matriz, em Lins, para auxiliar na logstica e,
consequentemente, proporcionar mais agilidade nas entregas.
Em 2000 houve mais um marco tecnolgico em busca pelo
aprimoramento de suas atividades. A empresa inaugurou uma das unidades
frigorficas mais modernas do pas, com abate dirio de 1500 cabeas, em
Mozarlndia, Gois, que hoje uma das principais unidades responsvel para
abastecer o mercado externo.
Para fazer com que os produtos ganhassem novos destinos a cada dia,
o Bertin vem investindo, desde 2006, no Uruguai, atravs de um frigorfico
local. Mas foi no ano de 2008, quando a empresa completou 30 anos que ela
deu mais um importante passo rumo ao crescimento, momento em que foi
projetada uma planta em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, considerada a
22
maior da Amrica Latina, com capacidade de abate para at mil cabeas por
dia.
1.2 Brasbiodiesel
Atento aos inmeros benefcios que matrizes energticas podem trazer
para o cenrio econmico, social e ambiental, o Grupo Bertin iniciou a
construo de uma usina de biodiesel, utilizando como matria - prima principal
o sebo bovino.
Em 21 de agosto de 2007, o Grupo Bertin, holding que atua nos
segmentos de agroindstria, infra-estrutura e energia, inicia as operaes da
primeira usina. Localizada no KM 179 da Rodovia BR 153, em Lins, interior de
So Paulo, a planta tem a maior capacidade instalada do mundo para a
fabricao do biocombustvel.
Com investimento total de 42 milhes, a unidade comporta um
processamento anual de 110 milhes de litros de biodiesel, produzido dentro
dos padres de qualidade que atende as exigncias nacionais e internacionais.
Projetada pela Dedini, sob licenciamento da Desmett Ballestra, a usina
tambm est preparada para operar com leos vegetais. Embora o foco esteja
no sebo, pela tradio da companhia na verticalizao da cadeia bovina, no
se descarta o uso de outras matrias - primas.
A inteno do Grupo Bertin gerar mais de 200 empregos diretos e
indiretos, tornando-se hoje o maior empregador da regio de Lins, com 11 mil
funcionrios diretos.
Fonte: Grupo Bertin, Marketing, 2008 Figura 1: Logotipo Brasbiodiesel
23
1.3 Misso do Grupo Bertin
O grupo Bertin considera a qualidade como fator de sucesso,
comprometendo-se em manter o sistema de gesto da qualidade, visando uma
posio de liderana nos mercados em que atua, conduzindo suas atividades
de tal forma a atender ou superar as expectativas de seus clientes, investindo
continuamente no desenvolvimento de seus colaboradores, incorporando
novas tecnologias, buscando a melhoria contnua de seus processos atravs
de prticas seguras, proporcionando retorno compatvel ao capital investido e
preservando o meio ambiente.
Sua misso agregar valor, fomentar desenvolvimento e fortalecer a
relao com os diversos pblicos clientes, fornecedores, parceiros,
investidores, imprensa, rgos pblicos, colaboradores e comunidade.
1.4 Viso
Produzir e comercializar com a melhor relao custo/benefcio do
mercado nacional, firmando tambm o compromisso com a segurana e
integridade fsica de todos aqueles que depositam na marca sua confiana.
Todos os setores do Bertin compartilham uma viso comum no que se referem
aos investimentos contnuos em qualidade, tecnologia, pesquisas, capacitao
das equipes de trabalho, logstica, processos de gesto, estratgia
mercadolgica, aes sociais e ambientais nas localidades onde o Grupo est
inserido.
1.5 Verticalizao das Atividades
A verticalizao iniciou se em 1981, quatro anos aps o comeo das
atividades do Bertin, quando o grupo ingressou no ramo de beneficiamento de
24
couro. Na agroindstria, apostou no aproveitamento total da cadeia bovina. A
empresa mantm um conglomerado industrial focando em nove divises de
negcios: Agropecuria, Alimentos, Biodiesel, Cosmticos, Couros, Produtos
Pet, Equipamentos de Proteo Individual, Higiene e Limpeza e Higienizao
Industrial. J no segmento de infra - estrutura, a companhia est estabelecida
nas reas de construo civil, saneamento bsico, energia, transporte e um
Resort. Com a prtica da ao global na pecuria, o Grupo Bertin traz
otimizao e qualidade aos processos e produtos, atuando desde a cria, recria
e engorda de bovinos, implementando pesquisas de melhorias genticas e de
transferncias de embries, passando pelo abate, desossa e industrializao
da carne. A Empresa tem buscado incorporar novos processos de
aproveitamento da matria - prima original e de agregao de valor.
1.5.1 Diviso de Alimentos
O sucesso da diviso de alimentos deve-se ao conhecimento de toda a
cadeia de agronegcio da pecuria, da gentica ao varejo, com viso
globalizada de atuao, gesto e excelncia tecnolgica em produtos,
processos e marketing voltado ao mercado global, mantendo atendimento
personalizado aos clientes.
Ressalta-se que da fabricao distribuio, tudo controlado para que
haja o mximo de higiene, preciso e qualidade nos processos.
H quase 30 anos, o Grupo Bertin investe no desenvolvimento de
marcas lderes, aproveitando comprometimento e melhores solues no
mercado.
Atualmente, seis plantas industriais de frigorficos formam a diviso
alimentos das indstrias Bertin, as quais se localizam em reas estratgias
para melhor aproveitamento da matria - prima nos estados: So Paulo (Lins),
Mato Grosso (Navira), Minas Gerais (Ituitaba), Gois (Mozarlndia), Par
(Marab) e o mais recente, no Mato Grosso (Campo Grande).
25
O Bertin Alimentos demonstra o compromisso com o cliente, possuindo
autorizao do ministrio da agricultura do Brasil e certificada por vrios rgos
internacionais, com profissionais altamente competentes e comprometidos,
satisfazendo os clientes, garantindo fidelizao e a qualidade dos produtos.
1.5.2 Diviso Agropecuria COMAPI
A Comapi atua na criao de gado de corte em fazendas. Os animais da
Comapi so destinados ao abastecimento do Grupo Bertin e esse
procedimento promove vantagens competitivas a todas as reas de negcio do
rupo.
Alm disso, a Comapi est presente no segmento de melhoramento
gentico da raa Nelore. Os trabalhos genticos so feitos e, uma das
propriedades da empresa, onde h um laboratrio com equipamentos de linha
e profissionais altamente qualificados.
1.5.3 Diviso Higiene e Limpeza
Atualmente, o Bertin Higiene e Limpeza fabricam detergentes,
amaciantes, desinfetantes, sabo em barra e matria base para sabonete.
A diviso trabalha com as marcas Brisa e Lavarte na linha domstica
(amaciante, desinfetante, detergente lquido, detergente p e sabes em
pedra), e demais marcas prprias dos sabes como Mr. Limpo, Minerva,
Seleto, Brilhante, Clarus.
O principal cliente terceiriza Unilever. A massa base para sabonetes,
principal matria - prima na produo de sabonetes fornecida para vrios
clientes como Natura, Boticrio e Unisoap.
26
O detergente lquido Brisa e o sabo de coco em barra Lavarte esto
entre as marcas mais vendidas em 2005.
1.5.4 Diviso de Cosmticos
Em 2004, surge a diviso de cosmticos, representada pela marca Ox,
que reconhecida por oferecer produtos para o corpo e para o cabelo, feito a
partir do tutano do boi e da combinao de extratos vegetais.
O Grupo Bertin acredita na evoluo e no sucesso da diviso cosmtica.
Suas linhas de produtos oferecem substancias para o cuidado dirio com o
corpo e os cabelos.
1.5.5 Diviso Higiene Industrial
A diviso higienizao industrial atua em frigorficos, laticnios e
indstrias em geral, fabricando uma completa linha de produtos para
higienizao e sanetizao divididos nas seguintes linhas: detergentes para
indstrias de alimentos, produtos para lavanderia e para metalrgica, em geral,
a linha veterinria oferece produtos e sistemas para atender desde o incio at
o processamento final da industrializao de alimentos.
1.5.6 Diviso Bertin Produtos para animais Dog Toy
A Bertin produtos para animais representada pela marca Dog Toy.
Iniciou suas atividades em 1996 para atender uma forte demanda de consumo
27
de produtos voltados alimentao, diverso, distrao e sade bucal de
animais domsticos.
A fabricao dos produtos totalmente artesanal, por isso a mo de -
obra assume relevncia primordial na linha de produo.
A grande aceitao no exterior e a rpida expanso no segmento
resultam dos constantes programas de aperfeioamento e alto controle de
qualidade.
1.5.7 Diviso Couros Bracol
Aproveitando o derivado bovino, o couro verde, proveniente do abate de
bovinos na diviso alimentos, surge em 1985 a diviso couros.
A diviso abastece o mercado interno e externo, fornecendo produtos
nos estgios Wet Blue, semi - acabado e acabado, para os segmentos de
calado, artefatos, estofamentos mveis e automveis. Destes, 80% so
direcionados para o mercado externo, segundo ltima pesquisa feita na
empresa por responsveis do setor de exportao (2008).
Durante o processo de abate, o couro retirado e de imediato
encaminhado aos curtumes onde passa por uma srie de processos fsicos
qumicos, desde o curtimento at o acabamento, quando ento estar pronto
para ser utilizado.
A Bracol couros sempre foi uma empresa voltada para o mercado
externo, e desde 2005 ocupa o primeiro lugar nas exportaes de couro no
Brasil.
1.5.8 Diviso Equipamentos de proteo individual Bracol
A diviso tem como foco a produo de calados de couro, alm de
28
botas de PVC e luvas sintticas, a partir de matria - prima originada do prprio
grupo.
A Bracol satisfaz as necessidades de seus clientes, pois acredita que a
segurana dos profissionais essencial e fator decisivo no xito de cada item.
hoje a nica fabricante de Epis no Brasil em que a certificao do
sistema de gesto de qualidade abrange todas as linhas de produo e de
itens, garantindo qualidade, conforto e segurana aos usurios.
A Bracol exporta para vrios pases, tais como: Argentina, Uruguai,
Chile, Cuba, Nigria, Portugal e Arbia Saudita.
1.5.9 Biodiesel
O biodiesel um combustvel produzido a partir de fontes totalmente
renovveis, especialmente quando tem como matrias - primas etanol (ao
invs de metanol) e um leo qualquer de origem vegetal (mamona, soja,
girassol) ou animal (como sebo bovino).
Ele usado em substituio ou adicionado ao diesel de petrleo
(petrodiesel), de fcil transporte e armazenamento e apresenta menor risco de
exploso.
O empreendimento no s contempla a gerao de emprego e renda,
como tambm a reduo da emisso de poluentes e ganhos em crdito de
carbono.
1.6 A Marca
Segundo Nunes e Haight (2003), a marca um fator crtico de sucesso
29
para todas as organizaes, tanto para empresas comerciais como
profissionais, tanto para instituies de caridade como para partidos polticos.
As marcas so ativos financeiros e estratgicos vitais delas. A gesto
das empresas est cada vez mais desejosa de saber sobre a contribuio das
marcas para o sucesso de seus negcios.
Graas ao sucesso da empresa e sua consolidao mundial no
mercado, a marca Bertin tornou-se algo imensurvel, e para o Grupo Bertin o
resultado de dedicao e luta nestes 30 anos demonstrando atravs do
slogan: A carne que o mundo reconhece, expondo a tradio e o respeito que
a marca Bertin possui no mercado interno e externo.
1.7 Qualidade
a totalidade dos atributos e caractersticas de um produto ou servio que afetam sua capacidade de satisfazer necessidades declaradas ou implcitas. Podemos dizer que a empresa fornece qualidade sempre que seu produto ou servio atende s expectativas do cliente ou as excede (KELLER; KOTLER, 2006, p. 145).
A qualidade hoje uma das principais estratgias competitivas nas
diversas empresas e nos diversos setores. Para o Grupo Bertin, a qualidade
o segredo para o crescimento e contnuo sucesso de todas as suas unidades;
afinal, no mercado acirrado em que a empresa est inserida, a qualidade
assume relevncia primordial para os clientes.
Almejando um padro de qualidade internacional, iniciaram-se h 2
anos, vrios treinamentos e auditorias internas no Bertin Alimentos, Lins SP e
no Bertin Couros, Estncia Velha RS e recentemente receberam certificao
da ISO 9001: 2000. Tal certificado confirma o compromisso da empresa com a
qualidade de seus processos e produtos. Atualmente a meta do grupo
estender o aperfeioamento dos processos para outras unidades.
30
Toda a gesto dos negcios est embasada no conceito de
gerenciamento pela qualidade total, ou seja, o pensamento do Grupo Bertin
est voltado para a qualidade intrnseca dos produtos e servios e uma busca
incessante por agregao de valores para toda a cadeia.
1.8 Transporte
claro que uma empresa como o Grupo Bertin precisa de uma logstica
de transporte muito grande e de qualidade. O transporte foi crescendo junto
com o Grupo. No inicio era quase terceirizado, mas hoje a grande maioria
frota prpria.
Atualmente existem carretas para transportar carne ao Chile, do Grupo
Bertin e de terceiros. H tambm uma frota de caminhes para levar os
containeres para o porto de Santos de onde so embarcados navios para seu
determinado destino.
No ano de 2003 foi criado um ptio de containeres na sede da empresa
em Lins, onde ficam armazenados esperando para carregamento. O Grupo
ainda conta com carretas que trazem carne das filiais para Lins, e com
caminhes de pequeno porte para entrega de carne para o interior de So
Paulo.
O Grupo sabe que no transporte, para satisfao dos clientes, no pode
ocorrer falhas, pois o mercado muito competitivo. Por isso, ter facilidade e
rapidez no seu transporte.
1.9 Exportao
Em 1983, abatiam-se 400 animais por dia e iniciou-se a atividade
31
exportadora da carne congelada, destinada, logo de incio, ao sofisticado e
exigente Mercado Comum Europeu.
O primeiro pas estrangeiro a apreciar as carnes brasileiras do Frigorfico
Bertin foi Israel. Para exportar para este pas, o Frigorfico teve que adaptar as
tcnicas de abate e algumas regras do judasmo ortodoxo. Os sacerdotes
israelenses observam todo o processo e fiscalizam o tratamento dado aos
animais.
O Bertin enlata carne com 200 marcas prprias para clientes dos
Estados Unidos e Europa. Maior exportador de carne bovina do Brasil, e
tambm um dos maiores curtidores de couros bovinos do pas, o Bertin ocupa
importante posio no ranking geral brasileiro de exportaes, graas a seu
elevado padro de qualidade e pleno atendimento das exigncias deste
mercado.
Um conglomerado industrial genuinamente brasileiro atende aos mais
rigorosos anseios de consumidores de todo mundo.
1.10 Concorrentes
Os principais concorrentes do Grupo Bertin no cenrio das exportaes
brasileiras so: Frigorfico Friboi / Andradina SP, Figorfico Independncia /
Barretos SP, Frigorfico Minerva / Barretos SP, Frigorfico Frigoalta / Trs
Lagoas MS, Frigorfico Marfrig / Santo Andr SP e Frigorfico Mondelli /
Bauru SP.
1.11 Responsabilidade Social
Com o programa Construindo o Amanh, o Grupo Bertin promove, apia
e patrocina aes que contribuem para a edificao de uma sociedade mais
32
justa, com direito alimentao, sade, educao, cultura, esporte e cidadania.
Age em favor do envolvimento de seus colaboradores em atividades que
beneficiem a comunidade. Gincanas e mutires so organizados entre as
equipes de trabalho, despertando a solidariedade e resultando na arrecadao
de alimentos, roupas, brinquedos e, at mesmo, na doao de sangue.
Fonte: Grupo Bertin, Marketing, 2008
Figura 2: Responsabilidade Social O Grupo Bertin possui cerca de 14 mil funcionrios e mantm creches
para crianas, recanto para pessoas idosas e carentes e vem apoiando
hospitais pblicos em vrios estados. O Grupo apia o projeto Construindo o
Amanh o futuro em suas mos, que recuperou creches e escolas
atendendo mais de 1000 crianas em 13 entidades. E tambm foi responsvel
pela construo de duas creches em Lins/SP e Sabino S/P.
Com a finalidade de reintegrar detentos sociedade e inser-los em uma
nova mudana de vida, o Grupo Bertin tem desenvolvido iniciativas em
presdios. A empresa fornece insumos e capacitam internos para o corte e
pesponto de calados de segurana.
Um convnio assinado entre o Bertin e o Centro de Reabilitao
Eduardo Bicalho Magalhes (CREBIM) visa ajudar a entidade a tornar-se auto-
sustentvel e uma referncia na melhoria da qualidade de vida dos portadores
de deficincia. O Grupo, que j auxiliava a instituio com doaes, agora
prope sistemas de gesto de recursos que beneficiem o Centro e ainda prev
a criao de postos de trabalho para os atendidos, inclusive no Bertin.
O Bertin promove a incluso digital para a melhoria da qualidade de
ensino em instituies educacionais da rede pblica. Em vrias escolas,
33
tambm destina computadores para salas de aulas especiais, que atendem
alunos portadores de deficincias.
Fonte: Grupo Bertin, Marketing, 2008 Figura 3: Responsabilidade Social
Cerca de 400 funcionrios esto de volta s salas de aula, atravs de
um convnio entre empresa, SESI, SENAI e prefeituras municipais, que
possibilitou aos funcionrios retomar os estudos do ensino bsico, ensino
fundamental e supletivo. As aulas so aplicadas nas prprias instalaes do
Grupo, com horrios adaptados aos turnos de trabalho.
Por meios de promoo cultural, o Grupo Bertin ajuda o Conservatrio
Estadual de Msica de Ituiutaba (MG) a realizar, todos os anos, a Semana da
Flauta Doce. O dinheiro arrecadado durante as apresentaes revertido para
continuidade dos cursos, permitindo que mais de 150 crianas, entre 7 e 12
anos ingressem no mundo da msica e aperfeioem suas habilidades neste
campo.
Constatar as contribuies relevantes do Grupo sociedade
extremamente gratificante e faz com que cada vez mais a sociedade o respeite
e acredite em sua credibilidade e comprometimento.
1.12 Gesto Ambiental
No ano de 2005, o Bertin fez o replantio de 11.330 milhes metros
quadrados de eucaliptos em reas prximas as suas unidades produtivas, que
34
utilizam madeira para alimentar as caldeiras de indstrias. medida que visou
preservao dos recursos naturais, acarretou aumento de crditos de
carbono e criao de 195 empregos indiretos durante a plantao.
O Grupo Bertin segue a cultura da coleta seletiva em suas plantas
industriais. Caambas sinalizadas para cada tipo de resduo permitem a
companhia reaproveitar mais de sete mil toneladas de materiais por ano. O lixo
recolhido diariamente enviado para a central de reciclagem da organizao,
que transforma plsticos em elemento entrosado: prensa e enfarda papis e
papeles; e classifica metais para depois encaminhar as matrias - primas s
empresas que fabricaro novos produtos.
Conciliar a gerao de energia com a conservao da flora, fauna e
respeito s comunidades envolvidas. a meta do Grupo Bertin, que instituiu
programas ambientais no Noroeste do Estado do Mato Grosso, onde est
montada a Pequena Central Hidreltrica (PCH) Sacre 2. A obra foi
tecnicamente projetada de forma a causar o menor impacto possvel ao local e
evitar o barramento do Rio Sacre, permitindo a manuteno de seu nvel atual.
Fonte: Grupo Bertin, Marketing, 2008 Figura 4: Gesto Ambiental
No Grupo Bertin, modernas estaes de tratamento de afluentes
limpam, filtram e refina uma vazo diria de 36 mil metros cbicos de gua,
devolvida a natureza com mais de 90% de pureza. Objetivando a economia de
gua, vrios processos tambm utilizam o mtodo de reciclo nas fbricas. H
ainda o processo de compostagem, que transforma detritos em matria
orgnica para fertilizao de lavouras e recomposio do solo.
Com assessoria da Unesp (Universidade Estadual Paulista), o Bertin foi
35
pioneiro no Brasil a instalar, em frigorficos, biodigestores anaerbicos para
tratamento de efluentes. O equipamento reduz a emisso de gs metano na
atmosfera, alm de converter resduos industriais em biogs, que pode ser
utilizado como fonte de energia. E j est em estudo o aproveitamento de parte
das guas tratadas nos biodigestores em sistemas de fertirrigao para
agricultura prpria.
Para conscientizar seus colaboradores da importncia de proteger o
meio ambiente, o Grupo Bertin elaborou uma cartilha com informaes, dicas e
posturas ecologicamente corretas. O intuito contribuir na formao de
multiplicadores e construir um futuro mais saudvel s prximas geraes.
1.13 Qualidade Bertin
O Grupo Bertin considera a qualidade como um fator de sucesso
comprometendo-se em manter o sistema de gesto de qualidade, buscando
uma posio de liderana nos mercados que atua, conduzindo suas atividades
de forma a atender e superar as expectativas de seus clientes, investindo
continuamente no desenvolvimento de seus colaboradores, incorporando
novas tecnologias, buscando a melhoria contnua de seus processos atravs
de prticas seguras, proporcionando retorno compatvel ao capital investido
preservando o meio ambiente.
36
CAPTULO II
LOGSTICA DE SUPRIMENTOS NA ERA DO BIODIESEL
2 LOGSTICA
2.1 Origem
As atividades logsticas foram desenvolvidas pelos militares, onde as
estratgias realizadas proporcionavam melhores rendimentos e contribua para
o sucesso das tropas nos campos de batalha, pois aumentavam a capacidade
de vencer.
O conceito logstico tem origem francesa, logistique e define-se como a
parte da arte da guerra que trata do planejamento e da realizao de: projeto e
desenvolvimento, obteno, armazenamento, transporte, distribuio,
reparao, manuteno e evacuao de material para fins operativos ou
administrativos.
H alguns autores que descrevem de maneira diferente, assim como
Hara (2005), que apresenta como sendo oriunda do radical grego logos, que
significa razo e implica na arte de calcular ou manipular os detalhes de uma
operao.
As prticas logsticas vm sendo utilizadas pelos lderes militares desde
os tempos bblicos, pois existiam grandes desafios em transportar materiais e a
prpria tropa, uma vez que as guerras duravam bastante tempo e os campos
de batalha ficavam distantes, portanto era preciso planejar, organizar, para
executar as tarefas com preciso (BREVI; CRUZ; OLIVEIRA, 2002).
Suas atividades destacaram na Segunda Guerra Mundial, onde os
militares utilizavam os conceitos logsticos para estocar, movimentar e
transportar bens. Diante disto, houve interesse das organizaes em aplicar
atividades logsticas em suas rotinas administrativas a partir do incio dos anos
37
50, tornando imprescindvel prtica logstica em suas operaes.
2.2 Conceito
A logstica responsvel, por todo planejamento, implementao e
controle dos processos que envolvem a cadeia produtiva, assim como:
armazenagem, movimentao, distribuio e fluxos de informao.
De acordo com Alt e Martins (2006, p. 377), a logstica responsvel
pelo planejamento, operao e controle de todo fluxo de mercadorias e
informao, desde a fonte fornecedora at o consumidor.
Segundo Alt e Martins (2006), a logstica constitui um sistema integrado
por uma srie de grupos, agindo sinergicamente, pois tem como objetivo,
colocar os recursos certos, no local certo, na hora certa, e isto ajudam a
empresa a identificar reas que precisam ser aprimoradas para melhorar a
rentabilidade.
A aplicabilidade de uma boa logstica deve ser considerada como
vantagem competitiva, uma vez que busca satisfazer os desejos dos clientes.
Portanto, essencial verificar a velocidade do sistema para que todos possam
evoluir ao mesmo tempo; caso contrrio poder aumentar os custos.
Fonte: Alt; Martins, 2006, p. 328 Figura 5: Administrao de Materiais e Recursos Patrimoniais
38
2.3 Evoluo da Logstica
As atividades logsticas expandiram, as mudanas no conceito logstico
permitiram otimizar os recursos disponveis, reduzir os custos e velocidade de
resposta s necessidades dos clientes, evitando os conflitos e gerando menos
desperdcios, antes provocados pelos interesses departamentais, j que cada
um atuava de maneira independente e, atualmente, operam em conjunto,
promovendo sinergia no desempenho dos seus processos, deixando o
mercado mais competitivo.
Conforme Pozo (2007), at os anos 50 os mercados eram bem restritos, a plena satisfao ao cliente no existia e filosofias para tornar o ambiente
mais competitivo e obter vantagem competitiva, tambm no.
O ambiente econmico apresentou drsticas mudanas, pois no
estavam em condies de perceber as grandes necessidades dos clientes,
onde surgiram novidades no pensamento administrativo, que mudou seu foco
da produo para uma orientao voltada para o cliente.
As atividades logsticas sempre fizeram parte do mundo empresarial,
embora fossem baseadas apenas em distribuio fsica e transporte.
Atualmente o agrupamento de suas reas, como: logstica, planejamento,
produo e empresa, oferecem diferencial competitivo, sendo fundamental para
a reduo de custos.
A logstica permite agregar valor para o cliente e oferece servio
competitivamente superior ao menor custo total possvel.
Segundo Bowersox e Closs (2001), a logstica existe para satisfazer s
necessidades do cliente, facilitando as operaes relevantes.
2.4 Logstica Integrada contribuindo na coordenao da cadeia de
suprimentos
Conforme Hara (2005), a tarefa da logstica requer sistemas logsticos
integrados, envolvendo o gerenciamento de materiais, sistema de fluxos de
39
materiais e a distribuio fsica com base na tecnologia da informao.
As atividades operacionais que envolvem o processo logstico
necessitam ser sincronizadas a fim de se criar uma estratgia integrada,
principalmente para romper os paradigmas, para coordenar a cadeia de
suprimentos inteira, para satisfazer aos objetivos fundamentais do negcio e
agregar valor para o cliente.
A logstica tem o papel importante de auxiliar nos processos, uma vez
que no se refere apenas como sistema de distribuio fsica, mas suporte em
todos os campos para incrementar e solidificar o faturamento e as quotas de
mercado das empresas, pois se dirige de maneira estratgica, desenvolvida
com a finalidade de reduzir os custos, estabelecendo relaes entre
distiduio, demanda, estoques e sistemas de informao, afirma Hara (2005).
Portanto, a logstica integrada assume uma posio de destaque na
cadeia de suprimentos, pois permite otimizar todos os recursos disponveis,
reduo dos custos e velocidade de resposta s necessidades dos clientes,
conforme Bertaglia (2006).
Fonte: Bertaglia, 2003, p. 149 Figura 6: Logstica e gerenciamento da cadeia
2.5 Gesto da Cadeia de Suprimentos (Supply Chain Management)
A concorrncia para garantir a permanncia no mercado e aumentar o
desempenho das organizaes, faz crescer a necessidade de reduzir os custos
e otimizar os recursos, para isto preciso ter uma cadeia de abastecimento
que mantm relaes mtuas desde os fornecedores at o consumidor final,
pois a complexidade no processo de aquisio e risco na cadeia de
40
suprimentos pode comprometer pontos estratgicos da empresa, tanto da
cadeia produtiva, quanto dos nveis de servios prestados.
Conforme Chopra e Meindl (2006, p.3), a cadeia de suprimento no
inclui apenas fabricantes e fornecedores, mas tambm transportadoras,
depsitos, varejistas e os prprios clientes.
Fonte: Pozo, 2007, p. 23 Figura 7: Administrao de Recursos Materiais e Patrimoniais Desta forma, destaca se a importncia de elaborar uma estratgia para
que a cadeia de suprimento envolva o processo produtivo como fator
determinante na tomada de deciso, com base no local, capacidade de
produo, armazenagem, produo, meios de transporte e o tipo de sistema de
informao, uma vez que a tecnologia exerce um papel essencial, pois permite
uma verdadeira integrao entre empresas e a visibilidade necessria para
tomar as decises corretas.
A cadeia produtiva exige um fluxo efetivo de informaes e uma estrita
conformao com as necessidades dos clientes. Alm disto, responsvel pelo
planejamento, implementao e controle da movimentao fsica de matrias-
primas, materiais e informaes, alavancando o crescimento da empresa.
Segundo Hara (2005), preciso projetar a cadeia de suprimentos em um
processo retroativo, tornando a mais eficiente.
41
Fonte: Bertaglia, 2003, p. 221 Figura 8: Logstica e gerenciamento da cadeia
Para promover a melhoria contnua, fundamental ter uma cadeia de
abastecimento competitiva e criar elos para encontrar alternativas que
promovam progressos constantes, evitando grandes transtornos.
Pozo (2007), afirma que a gesto da cadeia de suprimentos representa
uma promissora fronteira para as empresas interessadas na obteno de
vantagens competitivas de forma efetiva, visto como sua funo direcionar as
empresas para definir suas estratgias competitivas, adotando um
posicionamento dentro das cadeias produtivas nas quais se inserem.
A cadeia de suprimentos tem com objetivo minimizar os custos e
otimizar os investimentos, onde os custos na cadeia de suprimento representa
uma proporo significativa do total dos custos da empresa e afetam
diretamente a rentabilidade geral, enquanto a otimizao contribui com o
retorno sobre o capital empregado, alm de que o gerenciamento integrado
fundamental para garantir o funcionamento das operaes (BOWERSOX ;
CLOSS, 2001).
Conforme Alt e Martins (2006), o gerenciamento da cadeia de
suprimentos desenvolve ferramentas que auxilia no planejamento da demanda,
possibilitando diagnosticar problemas e produzir, de acordo com s
necessidades do cliente, aumento do nvel de competitividade das empresas.
Os componentes da cadeia de suprimentos devem ser preparados para
juntos maximizarem seu desempenho, adaptando se naturalmente as
mudanas externas, por isso, preciso que haja integrao entre fornecedor e
42
cliente, considerando parceiros, a fim de diminuir custos ao longo da cadeia e
tempo mdio de estocagem.
Segundo Bertaglia (2006), a gesto da cadeia de suprimentos tem como
objetivo satisfazer as necessidades dos clientes, oferecendo lhes produtos e
servios diferenciados dos concorrentes, reduzindo os custos financeiros,
utilizando menos o capital de giro, diminuindo os desperdcios que evitam
atividades que no agregam valor.
De acordo com Alt e Martins (2006, p. 377), o gerenciamento da cadeia
de suprimentos, revolucionou completamente no somente a forma de comprar
como tambm a produo e a distribuio de bens e servio.
Fonte: Alt; Martins, 2006, p. 329 Figura 9: Administrao de Materiais e Recursos Patrimoniais
2.5.1 A importncia dos fluxos da cadeia de suprimentos
As novas caractersticas econmicas do mundo esto mudando os
43
fluxos globais, sua intensidade, as velocidades e as necessidades fsicas. A
cadeia de suprimentos o conjunto de elos de distribuio de materiais que
tem como meta a reduo dos custos dos estoques e a satisfao mxima dos
clientes atravs de servios eficientes.
Conforme Chopra; Meindl (2003), a cadeia de suprimentos formada
por centros de distribuio, fornecedores e comrcio varejista, tornando - os
coesos. Tem como funes bsicas: suprir clientes na quantidade, no tempo e
local desejados e fornecer um alto grau de servio.
De acordo com Chopra; Meindl (2003), existem trs fluxos da cadeia de
suprimentos, que so: fluxo de materiais, fluxo de informaes e fluxo
financeiro. Analisar estes fluxos torna-se importante para garantir a
integralizao, pois a falta desta resulta em elevadas oscilaes dos estoques
em cada um dos elos.
A logstica importante, pois organiza o fluxo dos materiais, desde o
fornecedor at o cliente final. O processo envolve todas as funes de
compras, planejamento e controle da produo (PCP), distribuio e exige um
fluxo efetivo de informaes, bem como uma estrita conformao com as
necessidades dos clientes. Esta definio indica que os produtos (matrias
primas, semi-acabados, e produtos acabados) devem ser transportados de
distncias variadas entre pontos de suprimentos, plantas, reas de estocagens,
e mercados, e este arranjo devem ser feito para suportar com segurana e em
quantidades suficientes a fim de se conseguir antecipar as necessidades da
organizao (Chopra; Meindl, 2003).
Fonte: Hara, 2005, p. 20 Figura 10: Logstica: armazenagem, distribuio, marketing
44
2.5.2 Estratgia competitiva da cadeia de suprimentos
Segundo Chopra e Meindl (2003) a estratgia competitiva da cadeia de
suprimentos construda para proporcionar convenincia ao cliente. Em cada
caso a estratgia competitiva baseada nas prioridades do cliente no momento
da compra do produto: custo da entrega ou tempo de resposta, variedade e
qualidade definida, com base nas prioridades do cliente. Tem como alvo um ou
mais segmentos de consumidores e pretende oferecer produtos e servios
capazes de satisfaz-lo de acordo com suas necessidades.
Uma estratgia de desenvolvimento de produto especfica o portflio dos
novos produtos que uma empresa vai tentar desenvolver. Determina tambm
se o trabalho de desenvolvimento ser realizado internamente ou com servios
terceirizados. Uma estratgia de marketing e vendas especifica como o
mercado ser segmentado e como o produto ser posicionado, divulgado e que
preo ter. Uma estratgia de cadeia de suprimentos determina a natureza da
obteno de matrias-primas, o transporte de materiais para a empresa, a
fabricao do produto ou a operao para prover o servio e a distribuio do
produto ao consumidor, juntamente com eventuais servios posteriores.
Conforme Chopra e Meindl (2003), a estratgia da cadeia de
suprimentos inclui o que muitos tradicionalmente chamam de estratgia de
fornecedor, estratgia de operaes e estratgia logstica. As decises a
respeito de estoques, transporte, instalaes para as operaes e fluxos de
informao na cadeia de suprimentos so todas as partes da estratgia da
cadeia de suprimentos. J o planejamento estratgico das operaes e de
logstica entendido de forma melhor como um conceito multidimensional que
engloba todas as atividades crticas da empresa fornecendo-lhe um sentido de
unidade, direo, propsito; e contendo ainda decises focadas, objetivos
claros, diferenciais competitivos e uma resposta adequada ao mercado.
Estabelecer o equilbrio destes trade-offs atravs de decises estruturais e
infra-estruturais vital para a sustentabilidade do negcio.
Para Chopra e Meindl (2003), o princpio bsico para o bom
gerenciamento da cadeia de suprimentos assegurar a maior viabilidade dos
45
eventos relacionados satisfao da demanda, com o objetivo de minimizar os
custos das operaes produtivas e logsticas entre empresas constituintes.
Portanto, atrelar essa performance aos objetivos estratgicos
corporativos e ao estreitamento do seu ciclo de execuo, para assegurar o
processo de melhoria contnua, so pontos fundamentais para o efetivo
gerenciamento da cadeia de suprimentos.
Fonte: Chopra; Meindl, 2006, p. 52 Figura 11: Gerenciamento da cadeia de suprimentos
2.5.3 O Impacto do custo total logstico nas decises da cadeia de
suprimentos
A gesto logstica tem que buscar constantemente, melhoria entre os
custos e nveis de servios, buscando assim desempenhar suas atividades
para garantir a competitividade em seus servios. Dentro da anlise destes
custos tem que haver um srio comprometimento vindo das partes
responsveis, dos dados contbeis como os custos logsticos, pois ele, no final,
ser analisado dentro do plano de contas da empresa. necessrio que seja
feita esta anlise, pois a empresa precisa de uma apurao correta da sua
lucratividade.
As decises tomadas sob anlise do custo total logstico no permite ver
46
e analisar externamente a empresa. Assim sendo, muitas empresas utilizam o
mtodo de valor agregado na avaliao do seu desempenho, por isso uma
anlise criteriosa permite que as atividades externas da empresa sejam
visualizadas. Custo logstico aquele que considerado despesas variveis
em relao quantidade vendida e, normalmente associados aos produtos
(Chopra; Meindl, 2003, p. 426). Segundo Ballou (1995, p.186), o custo total logstico a soma dos
custos de transporte, estoque e processamento de pedidos e pleno
atendimento do cliente.
Fonte: Bertaglia, 2003, p. 449 Figura 12: Logstica e gerenciamento da cadeia 2.5.4 Os canais de distribuio auxiliando no atendimento da cadeia de
suprimentos
Segundo Slack; Chambers; Johnston apud Hara (2005), a distribuio
fsica o transporte dos materiais a partir do produtor at o consumidor.
responsabilidade da rea de distribuio, que faz parte de uma administrao
integrada de materiais ou sistema de logstica.
Canal de Distribuio o caminho particular pelo quais os produtos
47
passam: centros de distribuio (armazns, depsitos), atacadistas e
varejistas.
Os canais de distribuio podem ser vistos como um conjunto de
organizaes interdependentes, envolvidas no processo e que tornam um
produto ou servio disponvel para o uso ou consumo, afirma Hara (2005).
Batalha apud Hara (2005), diz que enquanto o canal de distribuio
ocupa-se dos aspectos mercadolgicos e comerciais, o canal logstico serve de
suporte ao canal de distribuio, cuidando dos aspectos operacionais para
atendimento da cadeia de suprimentos.
Os canais de distribuio conforme Batalha apud Hara (2005), podem
ser de dois tipos:
a) venda direta ao varejo;
b) venda indireta ao varejo.
As vantagens usando distribuio direta, segundo McCarthy e Perreault
apud Hara (2005), so:
a) facilitar a tarefa global de marketing, podendo atender aos
consumidores-alvo a custo mais baixo;
b) ter contato direto com os consumidores, ajustando rapidamente seu
composto de marketing em virtude da necessidade de convencer outros
membros do canal;
c) ter poucas transaes com pedidos maiores.
As vantagens de distribuio indireta, segundo Mc Carthy e Perreault
apud Hara (2005), so:
a) muitas vezes os consumidores preferem fazer todas as suas compras
em um nico local. Assim, um atacadista ou varejista seria necessrio;
b) muitos consumidores esto dispersos geograficamente e,
freqentemente, preferem comprar certos produtos em locais especficos;
c) geralmente requer menos investimento em instalaes e pessoas;
d) os intermedirios podem ajudar os produtores a atender melhor as
necessidades dos consumidores a custo mais baixo.
Dias apud Hara (2005), diz que o objetivo da distribuio fazer o
produto chegar ao ciclo da venda de maneira rpida, segura, pontual e lucrativa
para a empresa vendedora e de maneira acessvel, confivel, pontual e segura
para o cliente, buscando maximizar trs utilidades: tempo, lugar e posse.
48
Uma das decises de distribuio mais bsicas que os fabricantes
devem tomar se devem assumir a prpria distribuio ou usar atacadistas,
varejistas e outros especialistas. Por sua vez, os intermedirios devem
selecionar os produtores com os quais iro trabalhar.
2.5.5 Tecnologia da informao na cadeia de suprimentos
Fonte: Chopra; Meindl, 2006, p. 347 Figura 13: Gerenciamento da cadeia de suprimentos
A Tecnologia da Informao um fator de extrema importncia dentro
de uma cadeia de suprimentos, porque ela direciona a tomada de deciso.
Sem informao difcil de saber a necessidade dos clientes e os gerentes
ficam no escuro sem saber que deciso tomar. Atravs da informao, os
gerentes sabem o que os clientes querem, quanto estoque tem armazenado e
qual o momento de produzir ou embarcar mais produtos. Sendo assim, com
essas informaes, o gerente tem mais visibilidade para melhorar o
desempenho da cadeia de suprimentos e sem essas informaes torna-se
impossvel a cadeia de suprimentos fazer com que estes produtos cheguem at
os clientes, por isso, a tecnologia da informao torna-se fundamental para o
funcionamento e desempenho da cadeia de suprimentos.
A TI pode ajudar a superar os problemas que afetam as cadeias de
suprimentos. Boyson et al (2003), apontam que o EDI (do ingls, Electronic
Data Interchange) uma das tecnologias que possibilita a reduo de erros e
aumento da eficincia dos processos de trabalho, principalmente quando a
49
empresa utiliza informaes de outras empresas da cadeia, fazendo que os
efeitos negativos da cadeia, tais como altos nveis de inventrio, previses
inadequadas e ordens no cumpridas, possam ser eliminados. Afirmam ainda
que, tecnologias como EDI rastreamento por satlite, cdigos de barras, entre
outras, esto sendo utilizadas para que seja possvel o processamento de mais
informaes, de maneira mais precisa, com maior freqncia, de uma
quantidade maior de fontes, e de qualquer lugar do globo.
a TI que torna possvel a publicao, entendimento e as aes nessa
crescente abundncia de informaes utilizando sofisticados sistemas de
anlise, modelagem e apoio de deciso (BOYSON ET AL, 2003). A TI j se
tornou um componente integrante da gesto da cadeia de suprimentos, sendo
assim, importante examinar seu impacto nas organizaes.
2.6 Logstica Reversa
Nos ltimos anos, a Logstica Empresarial vem sofrendo uma constante
evoluo, sendo considerado um dos principais elementos na elaborao do
planejamento estratgico e, muitas vezes, responsvel por enorme gerao de
vantagem competitiva s empresas.
A partir dos anos 90 com a constante preocupao sobre a utilizao
dos recursos naturais, assim como o acmulo de produtos industrializados nos
grandes centros, as grandes empresas passaram a ser as culpadas por este
problema. As grandes organizaes passaram a ter uma nova preocupao,
como seria possvel encontrar a resoluo para esta situao sem gerar
aumento de custos e despesas. Com o advento deste cenrio surgiu o conceito
de Logstica Reversa.
Segundo Churchill e Peter apud Hara (2005), os canais de distribuio
movem produtos do produtor para o usurio final. As vezes, porm, os bens se
movem na direo oposta. O canal de distribuio que vai do usurio final para
o produtor chamado canal reverso.
De acordo com Santos (2007), enquanto a Logstica Tradicional trata do
fluxo dos produtos fbrica x cliente, a Logstica Reversa trata do retorno de
50
produtos, materiais e peas do consumidor final ao processo produtivo da
empresa. Devido severa legislao ambiental e tambm por grande influncia
da sociedade e organizaes no governamentais, as empresas esto
adotando a utilizao de um percentual maior de material reciclado ao seu
processo produtivo, assim como passaram a adotar procedimentos para o
correto descarte dos produtos que no possam ser reutilizados ou reciclados.
A questo principal da Logstica Reversa a viabilizao do retorno de
bens atravs de sua reinsero no ciclo de produo ou de negcios e para
que isso ocorra, faz-se necessrio que se desenvolva numa primeira etapa a
anlise destes bens de ps-venda e de ps-consumo no intuito de definir o
estado destes bens e determinar o processo no qual dever ser submetido. Os
materiais podem retornar ao fornecedor ou podem ser revendidos se ainda
estiverem em condies adequadas de comercializao. Alm disso, os bens
podem ser recondicionados, ou reciclados, portanto, um produto s
descartado em ltimo caso.
Denomina - se Logstica Reserva de Ps-consumo a rea de atuao da
mesma que igualmente equaciona e operacionaliza o fluxo fsico e as
informaes correspondentes de bens de ps-consumo descartados pela
sociedade em geral que retornam ao ciclo de negcios ou ao ciclo produtivo
atravs de canais de distribuio reversos e especficos. Constituem-se bens
de ps-consumo os produtos em fim de vida teis ou usados com possibilidade
de utilizao e os resduos industriais em geral. Seu objetivo estratgico o de
agregar valor a um produto logstico constitudo por bens inservveis ao
proprietrio original, ou que ainda possuam condies de utilizao, por
produtos descartados por terem atingido o fim de vida til (Santos, 2007). Conforme Santos (2007), o objetivo estratgico mais evidente na
implementao da Logstica Reversa nas empresas o de agregao de valor
econmico, porm observa-se que mais recentemente, dois novos fatores
incentivam decises empresarias em sua adoo: o fator competitividade com
intuito da fidelizao do consumidor e o fator da conscientizao ecolgica.
Quando todas as empresas, constatarem os benefcios da
implementao da Logstica Reversa em sua organizao, seus principais
objetivos passaro a ser de responsabilidade pelos seus produtos e
embalagens, desde o projeto at a sua disposio final, desenvolvendo assim,
51
entre a empresa e seus clientes, relacionamentos colaborativos dentro e alm
dos limites da sua prpria organizao, proporcionando a preservao da
natureza e conseqentemente colaborando com a melhoria na qualidade de
vida da sociedade em geral.
2.7 Biodiesel
2.7.1 Conceito
De acordo com Berti e Leite (2008), a produo do biocombustvel
feita atravs dos leos vegetais que podem ser extrados da mamona, babau,
dend, soja, algodo, girassol, amendoim, gorduras animais, entre outros. Para
converso de leos vegetais em combustvel ecologicamente correto se faz
reagir triglicrides com lcool, etanol ou metanol.
O biodiesel um combustvel alternativo ao diesel de petrleo, livre de
enxofre em sua composio, por ser originado de matria prima de fontes
renovveis e possuir queimam limpos, a combusto gera menos poluentes do
que a combusto do diesel de petrleo. Devido essa caracterstica, ele se torna
uma opo no agressiva ao meio ambiente (BERTI; LEITE, 2008).
Fonte: Biodieselbr, 2008 Figura 14: Logotipo Biodiesel
2.7.2 Evoluo histrica do biodiesel
52
De acordo com Biodieselbr (2008), a busca por um combustvel de fonte
renovvel teve incio antes mesmo dos debates envolvendo as questes
ambientais, onde j se produzia grandes efeitos e despertava olhares curiosos
sobre a sua atuao e composio. Foi em 1900 em uma feira em Paris, que
Rudolf Diesel apresentou o primeiro motor que funcionava com um
biocombustvel, base de leo de amendoim, porm foi substitudo pelo leo
diesel derivado do petrleo, pois neste perodo os aspectos ambientais no
tinham relevncia, como atualmente.
Naquela poca predominavam-se os fatores econmicos e tcnicos,
uma vez que o rendimento era muito maior e resultava em baixos consumos de
combustvel, alm disso, entre os anos de 1973 e 1974 surgiu a crise do
petrleo, ocasionada pelo aumento do preo do barril, j que os pases do
oriente mdio descobriram que os recursos no-renovveis algum dia se
esgotariam.
Segundo Gazzoni (2008), essa crise representou um verdadeiro marco
na histria energtica do planeta, pois o homem passou a valorizar as
energias, posicionando-as em destaque, com relao aos bens de sua
convivncia.
Em 1979, ocorreu outra crise energtica, impulsionando o Pr-lcool
comandado pelo professor Jos Walter Bautista Vidal. O programa consistia
em transformar recursos renovveis em energia limpa, sobretudo sem
prejudicar o ecossistema. Enquanto isso acontecia no Brasil, na Europa,
Malsia e nos Estados Unidos, experimentos bem sucedidos com: canola,
palma e soja, respectivamente, uma vez que o governo brasileiro arquivou os
estudos sobre combustveis alternativos (BIODIESELBR, 2008). A partir da dcada de 90, o preo do petrleo comeou a cair, pois o
mercado ficou mais aberto para a produo de outros tipos de combustveis.
O sculo XXI intensificou a necessidade de gerar energias alternativas
para combater os impactos ambientais, geradores pela emisso de gases
poluentes, causadores do efeito estufa e a destruio do meio ambiente,
repercutindo mundialmente, onde se discutem as mudanas climticas que
vem ocorrendo progressivamente no planeta, causando polmica e temor no
que diz respeito ao aquecimento global.
No Brasil, a trajetria do engenheiro qumico Expedito Jos de S
53
Parente, responsvel e pioneiro por desenvolver pesquisas sobre leos
vegetais, desde os anos 70, marca a evoluo do biodiesel, pois enxergou o
combustvel, como sendo coletivo, podendo ser usado para movimentar
motores de caminho, nibus, trem e produzir energia eltrica, onde define o
lcool como combustvel solitrio, j que pode ser utilizado apenas para
movimentar motores de veculos de passeio (BIODIESELBR, 2008).
A histria do engenheiro qumico conta com o reconhecimento de ser o
inventor do moderno processo de produo do biodiesel, utilizao do mtodo
de transesterificao, que permite o combustvel ficar nas condies
adequadas para ser comercializado, sem causar nenhum tipo de problemas
para o motor.
No entanto, o projeto do processo produtivo do biodiesel entrou em
domnio pblico, apesar de ter a patente registrada no Instituto Nacional de
Propriedade Industrial. A idia no teve repercusso e no foi explorada
comercialmente, por isso virou bem do povo. Contudo, aproveitaram e
desenvolveram fora do pas.
Fonte: Biodieselbr, 2008 Figura15: Logotipo biodiesel
2.7.3 Diversidade de matria - prima
A vantagem no processo de produo do biodiesel que pode ser
produzido atravs de diversos tipos de matria-prima, basta ser oriunda de leo
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vegetal ou gordura animal. Esta variedade de recursos naturais possibilita e
proporciona uma opo correta para a produo, sem comprometer sua
escassez.
Para extrair o leo vegetal, utiliza se algum tipo de fontes renovveis,
como: bagao de mamona, polpa do dend, amndoa do coco de dend,
amndoa do coco de babau, semente de girassol, amndoa do coco da praia,
caroo de algodo, gro de amendoim, semente de canola, semente de
maracuj, polpa de abacate, caroo de oiticica, semente de linhaa, semente
de tomate e de nabo forrageiro.
Para produzir biodiesel atravs de gordura animal, a matria prima
fornecida atravs do sebo bovino, leo de peixes, leo de mocot, banha de
porco, entre outros.
H algumas plantas nativas, como o pequi, o buriti e a macaba, que
podem servir como matria prima, porm no existem plantios comerciais
que permitam avaliar com preciso as suas potencialidades, j que no
desenvolveram pesquisas com foco no domnio dos ciclos botnico e
agronmico destas espcies.
Contudo, a produo de matria prima necessria para atender os
produtores de biodiesel exige altos investimentos em pesquisa,
desenvolvimento e inovao.
2.7.4 Processo produtivo do biodiesel
Conforme Biodieselbr (2008), o processo produtivo comea, quando a
matria prima, leo vegetal ou gordura animal, passa pelo transesterificador,
equipamento responsvel para fazer a retirada do excesso de cido que
contm o leo. Em seguida, o leo j neutralizado, enviado para os reatores
onde
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