UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
O PAPEL DO SISTEMA LÍMBICO-HIPOTALÂMICO, NAS
ATIVIDADES LÚDICAS NO PERÍODO PRÉ-ESCOLAR.
Por: Dirleide Costa Tinoco
Orientador
Prof.ª Marta Pires relvas
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Rio de Janeiro
2011
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”
FACULDADE INTEGRADA AVM
O PAPEL DO SISTEMA LÍMBICO-HIPOTALÂMICO, NAS
ATIVIDADES LÚDICAS NO PERÍODO PRÉ-ESCOLAR.
Apresentação de monografia à Universidade Candido
Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de
especialista em Neurociência Pedagógica.
Por: Dirleide Costa Tinoco.
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AGRADECIMENTOS
Agradeço em primeiro lugar a Deus que sempre está ao meu lado, me orientando,
capacitando e abençoando.
Agradeço a minha família que na medida do possível me ajudou, apoiou e
colaborou a subir mais um degrau em minha vida acadêmica.
Agradeço aos professores do curso que tanto contribuíram para que eu cumprisse
mais essa etapa, a parceria e amizade dos colegas de turma, em especial a amiga
Maria José Soares do nascimento com a qual pude contar nas pesquisas e
composição deste estudo.
Agradeço em especial, a minha grande amiga, Aline Ferreira Tolentino, que além
de ser a grande incentivadora dessa Pós - Graduação foi também meu socorro
diante das dificuldades. Obrigada pela incomparável dedicação e ajuda para que eu
não desistisse dos meus objetivos.
4
DEDICATÓRIA
Dedico esta monografia a Deus, que sempre
está ao meu lado, ajudando a cumprir mais
uma etapa.
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RESUMO
O presente estudo tem por objetivo expor a importância e a eficácia das
atividades lúdicas na educação pré-escolar, e como essas atividades contribuem
para o desenvolvimento geral desses educandos, que acima de tudo, precisam ser
compreendidos não apenas como simples crianças, e sim como indivíduos
biológicos que possuem um cérebro que responde e precisa de estímulos para seu
desenvolvimento geral (cognitivo, emocional, motor, fisiológico).
Considerou-se ao longo desse trabalho, a importância da ludicidade no
processo de desenvolvimento das necessidades básicas, da personalidade, do
corpo e da mente, podendo ser caracterizado como um processo espontâneo
funcional e satisfatório, fazendo uso das experiências e observações do ambiente
que integra essa etapa educacional.
O segundo e terceiro capítulos são compostos de informações que expõem
o importante papel do Sistema Límbico, sua localização cortical, os componentes
desta estrutura e suas funções.
Logo foi de suma importância abordar a opinião de alguns dos grandes
estudiosos, sobre esse assunto, embasando a idéia principal desse estudo que é a
importância de estímulos lúdicos, afetivos, físicos e sensoriais dentro e fora da uma
sala de aula, formando um ambiente favorável para estimular adequadamente esses
educandos. Para que dessa maneira a aprendizagem ocorra a partir de um
processamento neurológico que envolve ambiente e o aprendiz. E por fim foi
abordado a potencialidade cerebral, de uma criança na pré-escola, e como esse
cérebro responde a estímulos lúdicos.
A criança aprende percebendo e experimentando o mundo do qual ela faz
parte.
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METODOLOGIA
Este trabalho trata–se de uma pesquisa realizada por um levantamento
bibliográfico, onde se utilizou como ferramentas para coletas de dados, informações
de artigos científicos, revistas, dissertações e livros que abordassem o Papel do
Sistema Límbico _ hipotalâmico as contribuições e a eficácia de recursos lúdicos na
estimulação de sinapses, ratificando as reações cerebrais positivas e decorrentes de
estímulos adequados e prazerosas para o período pré – escolar. Os principais
autores utilizados na realização deste trabalho foram: Michael S. Gazzaniga,
Roberto Lent, Marta Pires Relvas, entre outros.
.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I - Ludicidade e Emoção 10
CAPÍTULO II - O Sistema Límbico 18
CAPÍTULO III – Sistema Límbico o Centro 29
das Emoções
CAPITULO IV - Como o Cérebro de uma Criança
da Pré Escola Responde a Estímulos Lúdicos 36
CONCLUSÃO 45
ANEXOS 46
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 54
ÍNDICE 60
8
INTRODUÇÃO
Quando nasce um bebê, antes mesmo que a mãe o abrace, o olhe ou o
toque, já se iniciou neste novo individuo um notório processo de desenvolvimento,
principalmente em seu cérebro. Mas, diferentemente da maioria dos seus órgãos,
em que novas células se originam da divisão das já existentes, o cérebro cresce
graças a modificações dos neurônios já existentes. Como resultado de novas
experiências interativas. Os aproximadamente 100 bilhões de neurônios que
constituem a base genética do cérebro humano, vão se modificar para cumprir sua
função de se comunicar entre si, permitindo que a informação que vem da
experiência viaje de uma parte do cérebro para outra, surgindo redes neurais, que
se constituirão na estrutura do que será o indivíduo como um todo. Funções como,
afetividade, os sentimentos, a comunicação social ate outras mais sofisticadas como
a linguagem, o aprendizado, e a possibilidade de elaborar conceitos e buscar
soluções serão geradas.
Enquanto uma criança observa ou participa de atividades a ela propostas, sejam
essas atividades quais forem (dentro ou fora de um ambiente escolar), milhares de
células do cérebro destas crianças proliferam, se desorganizam, são eliminadas,
reorganizadas e organizadas pelo estímulo destas experiências particulares. É
preciso enxergar os alunos de forma biológica e compreender que neles consta um
cérebro que responde e precisa de estímulos.
As atividades lúdicas assumem um papel fundamental no aprendizado de crianças
nos anos iniciais. Elas contribuem de forma prazerosa na realização de sinapses,
pois ,quando o cérebro recebe as estimulações corretas, é estabelecido um amplo
crescimento, abrindo caminhos para um desenvolvimento saudável. Quando tal
aprendizagem acontece naturalmente, à medida que o educador propõe atividades
num clima de ampla liberdade, respeitando as idéias e manifestações variadas dos
educandos, eles revelam naturalmente sua personalidade, permitindo que os
educadores possam estimulá–los adequadamente, acompanhando suas aptidões e
preferências, tornando esse processo ainda mais agradável e eficiente.
9
A Educação especificamente Pré–escolar precisa de uma mudança, uma
repaginada geral em questão de posturas, conceitos, atitudes e principalmente
recursos, pois nos anos iniciais todas as atividades precisam ser lúdicas, “os
educandos devem receber informações sensórias de todos os tipos, e o papel do
educador é de suma importância, desde que o mesmo esteja ciente do vasto acervo
de recursos que o próprio ambiente pré-escolar possui. Esses estímulos sensoriais
(atividades lúdicas) se transformarão em estímulos para o cérebro e circularão no
córtex cerebral antes de serem adquiridas ou descartadas”.
Pretendo discutir nesse estudo o Papel do Sistema Límbico - Hipotalâmico
nas atividades lúdicas no período pré - escolar,
partindo do ponto que o Sistema Límbico, tem a função de prover o indivíduo de
emoções, e que é denominado como a casa dos sentimentos. Ele é responsável
pelo equilíbrio ou desequilíbrio emocional do ser humano, e responsável pela
produção das sensações ligadas aos processos emotivos, e por ele passam todas
as emoções que uma atividade lúdica pode proporcionar a uma criança na fase pré-
escolar.
10
CAPÍTULO I
LUDICIDADE X EMOÇÃO
O CONCEITO
Em nenhuma outra fase da vida as crianças se desenvolvem
tão rapidamente quanto até os 3 anos de idade. Daí a
importância de entender como a atividade ou brincadeira
ensina.
(Nova Escola, 04/2010, p.42).
1.1 - O que vem a ser ludicidade.
O termo ludicidade vem da palavra lúdico.
O lúdico tem sua origem na palavra latina "ludus" que quer dizer "jogo". Se focarmos
apenas a origem do termo lúdico, ela se relaciona ao jogar, ao brincar, ao movimento
espontâneo, mas se atentarmos para a sua evolução semântica nós perceberemos
que ela transcendeu as suas raízes e se estendeu aos diversos campos das Ciências
Humanas, Físicas, Naturais e Sociais.
Quando se fala em ludicidade, em geral vem em mente o brincar da criança,
o lazer do indivíduo, assim como o jogo lúdico como recurso pedagógico. Tais
aspectos entre outros, comumente associado a ludicidade é bastante compreendido
se observarmos nos âmbitos institucionais de ensino as finalidades que foram sendo
atribuídas ao lúdico no decorrer das construções e reconstruções das práticas
curriculares de ensino e sobretudo, nas pesquisas do cenário nacional e
internacional sobre a ludicidade no campo das ciências físicas e sociais. O lúdico foi
assumindo um papel essencial nos estudos voltados para a necessidade básica da
personalidade, do corpo e da mente, podendo ser caracterizado como espontâneo
funcional e satisfatório.
“Diferentemente do animal,o ser humano é o único
que nasce com um cérebro imaturo e inconcluso.por ser
11
imaturo,seu conhecimento é construído enquanto brinca, faz
perguntas, faz experi~encias e confere sentido ao mundo que
o rodeia. É uma construção ativa, onde, ao tomar contato com
outros pontos de vista, revê ou repensa as próprias idéias.”
(VALLE,2008,p.9)
Sabendo que o ser humano dá sentido ao mundo apartir de suas
experiências e observações,é válido e importante usar esses recursos em nossas
práticas pedagógocas.
Ao brincar ou agir espontâneamente ,a criança representa a realidade em
que está vivendo ou alguma situação remota e irreal naquele momento.
1. 2 - A Ludicidade Espontânea.
É bom ressaltar que não são os brinquedo ou os jogos em si que produzem
a ludicidade, embora tenham suas importâncias, mas sim o fluir das atitudes dos
sujeitos sejam adultos ou crianças.
Para isso, é imprescindível sensibilidade, uma transformação interna e não
apenas externa. Isto é, especialmente mudanças afetivas além das mudanças
cognitivas, que não se adquire somente por meio de conceitos, de conhecimentos,
mas da corporalização de novas atitudes dos educadores para com seus
educandos.
Os estudos de Vygotsky (2003), Wallon (1995a, 1995b) e Piaget (1973) de
modos semelhantes centram o lúdico na aprendizagem e no desenvolvimento
infantil e focalizam sob pontos de vista diferentes o lúdico na formação simbólica e
na construção do conhecimento da criança, como sujeito sócio cultural e histórico.
O brincar é visto por esses autores como uma atividade cultural que tem um
sentido em si mesma, que é criada pelo sujeito não apenas como uma preparação
para a vida adulta.
Nos últimos anos, a preocupação do perfil profissional do educador infantil
visou qualificá-lo para atender às funções indissociáveis de cuidado e educação no
atendimento à criança, associando o brincar nesses processos. Assim, tendo o
brincar como base do cuidar e do educar da criança em seus aspectos emocionais e
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cognitivos, há que se levar em conta o duplo objetivo de educar-cuidar na ação dos
seus profissionais. Não se trata de inverter prioridades, mas sim de conjugá-las,
forjando um novo conceito de educação infantil como espaço de educação e
cuidado ou atenção.
Os pequenos recebem cuidado e atenção e têm espaço para explorar,
brincar e se conhecer. Em sala, têm a sisposição brinquedos e materiais que
incentivem a expressão artistica e estimulam a imaginação. No parque, se divertem
pisando na areia. Mesmo sem saber ler, manuseiam livros,muitas vezes, nem
conseguem falar e e já estão “cantando” cantigas de roda e seguindo a coreografia.
Assim é o dia das crianças da educação pré – escolar nas boas instituições do país.
Essas atividades compõem os conteúdos desse nível de educação básica.
O termo é recente nessa etapa do ensino, mas tem se difundido graças ás
descobertas sobre a evolução cognitiva e emocional de crianças em idade pré –
escolar.
“Todas essas experiências fazem parte da rotina devem ser
organizadas em um currículo de forma a proporcionar
odesenvolvimento habilidades, como andar, e a
aprendizagem de aspéctos culturais, como o hábito da leitura”
(NOVA ESCOLA, 04/2010, p.42).
Diz beatriz Ferraz, consultora de educação infantil e coordenadora da escola de
educadores, em São Paulo.em entrevista a revista. O conhecimento, nessa fase,
se dá basicamente por meio da ação, da interação com os colegas e os adultos, da
brincadera, da imaginação e do faz de conta. “ Não se trata, portanto,de escolarizar
as crianças tão cedo, mas de apoia–lás em seu desenvolvimento”, ressalta Beatriz.
Brincando a criança desenvolve a capacidade de imaginar, se insere na
cultura e na sociedade e aprende a viver em grupo. Sozinha ou com os amigos, ela
usa todos os recursos de que dispõe para explorar o mundo, ampliar sua percepção
sobre ele ( e sobre si mesma) organizar o pensamento e trabalhar com afetos e
senimentos. Isso tudo ocorre num grau ainda maior quando o brincar envolve o
chamado faz de conta. A imaginação tem ainda uma função importante na
regulação das próprias emoções e acões. Aqueles que tiveram tolida na infância a
possibilidade de imaginar , em geral,apresentam a dificuldade de controlar seus
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impulsos na vida asulta. A imaginação é um jeito de concretizar um pensamento
sem a necessidade da ação.
A brincadeira e o faz de conta são meios também de desenvolver a
linguagem. Imaginando, a criança se comunica , constrói histórias e expressa
vontades. Ao se relacionar com os colegas, coloca – se no lugar do outro,reforçando
sua identidade.
De acordo com o médico e psicanalista inglês Donald winnicott (1896-1971),
a liberdade que o brincar proporciona é fundamental para o desenvolvimento da
criança poe levá –la a conciliar o mundo objetivo e a imaginação. É dele também a
idéia de relação entre a ausência de bricadeiras na infância e os problemas
emocionais.
É de suma importancia que os educadores pré escolares,aprendam a olhar
seus alunos não apenas como simples crianças,mas,sim como cérebros pensantes
e em formação, enxergar os alunos de forma biológica e compreender que neles
consta um cérebro que responde, e precisa de estímulos, focando seus recursos
para o seu desenvolvimento geral (cognitivo, emocional , motor , fisiológico).
Para isso será necessária uma repaginada geral em questão de posturas,
conceitos, atitudes e principalmente recursos, pois nos anos iniciais todas as
atividades precisam ser lúdicas, os educandos devem receber informações de todos
os tipos, tanto visuais como auditivas. Elas se transformam em estímulos para o
cérebro e circulam no córtex cerebral antes de serem adquiridas ou descartadas. E
a realidade é que infelizmente muitas instituições, não estão preparadas para isso,
nem em termos financeiros muito menos institucionais. Pois mudar, adaptar – se,
realizar... dá trabalho, trás dificuldades e resistência.
Trabalhando com recreação, com artes, ou seja, com lúdico é possível
auxiliar no processo de construção e significado da aprendizagem, o prazer de
aprender ludicamente pode mudar o rumo do processo educacional na pré-escola,
se devidamente estimulado e valorizado.
1.3 - A Contribuição da Emoção no processo de Aprendizagem.
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As emoções são conjuntos de reações químicas e neurais que ocorrem no
cérebro emocional e que usam o corpo como “teatro”, ocasionando ate as reações
viscerais, que afetam os órgãos internos, de acordo com a sua intensidade.
A emoção envolve muitos tipos de estados, reações e atitudes
mentais do humano. Alguns são relacionados aos mecanismos
cerebrais envolvidos, outros não. A informação emocional se
reflete em nossas expressões faciais e em outros sinais
fisiológicos menos visíveis. As respostas onde e como os
processos emocionais ocorrem no cérebro dependem em
grande parte dos aspectos do comportamento emocional.
( RELVAS,2010,p.106)
As emoções foram ignoradas por muito tempo por filósofos e pesquisadores
das ciências naturais em favor da razão ou do pensamento lógico. Elas eram
consideradas processos menos importantes, “animalescos” e ate mesmo fatores de
distúrbios.
Do ponto de vista da psicologia evolutiva, as emoções podem ser
classificadas em quatro níveis: pré-emoções, emoções básicas, emoções cognitivas
primárias e secundárias.
As primeiras são formas prévias de emoções nas quais já está presente a
maioria de seus aspectos, começando pela excitação fisiológica, passando pela
rápida avaliação da situação, a mímica, a sensação subjetiva apropriada e a
orientação interativa. Uma situação pode parecer positiva ou negativa sem que tenha
sido analisada em detalhes. Essas pré-emoções simples, positivas ou negativas, se
expressam em emoções básicas universais.
Muito provavelmente, um modelo abrangente da emoção ou da experiência
emocional terá de incluir o papel das estruturas centrais do cérebro e uma avaliação
de quanto a experiência emocional depende do estado do corpo. A reação visceral é
claramente determinada pelo cérebro, mas isso parece ocorrer de uma forma
automática, instantânea. Assim, a avaliação cognitiva como as mudanças viscerais
associadas à situação que provoca a emoção são controladas pelo cérebro.
Todo o sistema nervoso central é envolvido na questão da emoção, tanto nas
dimensões biológicas, psicológicas, efetivas e emocionais.
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Cada vez mais, pesquisadores e educadores se deparam com uma questão
fundamental: não basta entender como se aprende, é preciso descobrir a melhor
forma de ensinar.
O processo educacional tem de ser visto de forma individualizada, é preciso
enxergar a criança como um todo (biológica, física, química e também pedagógica).
As diferenças são naturais e importantes. Por esse motivo não importa tanto a
metodologia que se usa para ensinar, mas o olhar aguçado, e estratégias para cada
necessidade e situação específica.
A contribuição da emoção no processo educacional, precisa ser avaliada de
forma global, tendo consciência que todos os recursos e métodos utilizados, se não
forem utilizados de maneira adequada podem ao invés de contribuir, para um
desenvolvimento positivo, pode se tornar um meio devastador no processo de
desenvolvimento de uma criança. Por isso a importância de enxergar o aluno como
um ser único, e portador de capacidades variadas, que necessitam de estímulos
compatíveis com suas necessidades.
Quando um recurso é utilizado sem essa consciência por parte do educador,
injustiças podem acontecer, e um aluno apresentar uma reação devastadora, “o
sentimento de incapacidade, desmotivação ou reclusão”, podem prejudicar, de
forma incalculável o processo de desenvolvimento humano dessa criança.
"A mensagem de incapacidade é devastadora para a criança,
afeta seu potencial cognitivo, motor e sua condição de
interagir. É preciso educar a criança num ambiente acolhedor,
que favoreça o uso de diferentes formas de expressão, e
contato com experiências para estimular o desenvolvimento
neural e ampliar conhecimentos.”
(REVISTA MENTE E CÉREBRO, ANO XIV Nº157, p.42)
Seria importante que o professor, dentro da sala de aula, se informasse
buscasse informações sobre seus alunos, a história de vida deles, e se puder tratá-
lo como um sujeito único, capaz de aprender, certamente terá mais possibilidade de
auxiliá-lo a encontrar sua própria forma de assimilar conhecimentos. Seria
importante que os professores de ensino pré-escolar, se colocassem no lugar de
seus alunos em um ambiente novo, cheio de diversidades, curiosidades, para que
pudessem entender melhor como auxiliar melhor esses educandos.” É preciso criar
16
um ambiente de curiosidade ,voltado para a aprendizagem” ,é fundamental que o
educador seja receptivo às contribuições dos alunos,incentivando-os a levar para a
sala de aula assuntos sobre os quais desejam conversar e aprender. É preciso que
o ambiente escolar se torne uma extensão do seu cotidiano.
Um aluno quando se sente afetivamente protegido, e também desafiado a
aprender, ocorrem mudanças físicas e químicas nas sinapses que facilitam o
acolhimento e a reconstrução das informações adquiridas.
É preciso que o professor assuma um papel de não apenas professor, mas
sim de orientador, capaz de facilitar e repensar a qualidade da sua capacitação de
maneira filosófica. Já não basta a competência formal do profissional, é preciso
valorizar novas competências. “Cada um de nós sabe, lembra, exatamente, quem foi
apenas um professor e quem felizmente um professor-educador em nossa própria
experiência escolar”.
“Cada vez fica mais clara a necessidade do cérebro
pensante, relacional e emocional e, neste contexto, o papel do
educador é fundamental, pois é na sala de aula, que se deve
iniciar a construção da solidariedade, afetividade e autoestima
entre os conteúdos curriculares e a praticidade da vida
planetária.”
(RELVAS, 2009)
Se a criança apenas observa de forma neutra o que se passa, dificilmente
reterá alguma coisa na memória. Apenas os sentimentos são capazes de
transformar uma aula numa experiência pessoal, porque nesse caso os conteúdos a
aprender passarão a significar alguma coisa para o aluno. Em decorrência disso,
também os bons resultados no processo de aprendizagem chegam mais rápido,
acompanhado do sentimento de satisfação que recompensa o esforço.
Emoção e motivação balizam, pois, o sistema da atenção, que decidirá que
informações serão armazenadas nos circuitos neurais e, portanto, aprendidas. A
atenção, no entanto, funciona mal, se fixada em duas coisas ao mesmo tempo. A
atividade numa rede neuronal, inibe a atividade nas demais. Assim, a alternância
constante entre dois tópicos diversos em sala de aula faz pouco sentido. Crianças
precisam de tempo para a assimilação consciente de um conteúdo a aprender.
Despertado o interesse, devem ter a oportunidade de se concentrar no assunto e
17
de, então, se despedir dele com o igual cuidado. Em termos neurobiológicos, isso
significa: aquecer, primeiro, a rede neural em questão, mantê-la ativa e, por fim,
deixá-la seguir trabalhando em paz, e sua fixação mais duradoura no cérebro,
dependerá da intensidade da impressão provocada nele, e de ele seguir ou não se
ocupando dela.
Durante uma breve pausa ou uma brincadeira relaxada, o cérebro infantil
poderá armazenar a matéria ensinada sem ser perturbado.
Quanto mais recursos forem empregados na transmissão de uma
informação, tanto melhor ela se fixará na memória de longa duração. É mais fácil
aprender com a colaboração do maior número possível de órgãos dos sentidos.
Como todos os neurônios se comunicam via sinais elétricos, tanto faz ativá-los
mediante a visão, o tato, a audição, o movimento ou a mera reflexão.
Toda criança possui um pacote próprio de possibilidades de
desenvolvimento, tem seus talentos específicos, mas também suas fraquezas
individuais. Ao que tudo indica o sistema de busca de informações chamado cérebro
sabe quais os pontos fortes do seu dono e procura explorá-los e expandi-los com
perguntas direcionadas. A típica ânsia de saber das crianças, que por vezes nos
parece infinita, não é, pois, arbitrária e despropositada, e sim balizada por talentos
pessoais. À criança interessará mais aquilo que ela sabe melhor, e é também, sobre
isso que ela fará insistentes perguntas.
Curiosidade, interesse, alegria e motivação são os pré-requisitos
necessários ao aprendizado seja ele qualquer que seja. São essas condições que
os sistemas educacionais deveriam criar estimular e consolidar, todo ser humano
quer aprender a vida inteira, desde o momento em que nasce.
18
CAPITULO ll
O SISTEMA LÍMBICO
2.1 - O SISTEMA LÍMBICO E O CÓRTEX CEREBRAL
Para identificar a área cerebral denominada Sistema Límbico, é preciso
identificar as demais partes que compõem o córtex cerebral, pois apesar de
normalmente o cérebro ser observado (visualmente) como um todo, é necessário ter
a consciência de que se trata de uma estrutura composto por várias partes que
trabalham em conjunto.
A palavra córtex vem do latim para "casca". Isto porque o córtex é a camada
mais externa do cérebro. A espessura do córtex cerebral varia de 2 a 6 mm. O lado
esquerdo e direito do córtex cerebral são ligados por um feixe grosso de fibras
nervosas chamado de corpo caloso. As diferentes partes do córtex cerebral são
divididas em quatro áreas chamadas de polos cerebrais, tendo cada uma funções
diferenciadas e especializadas.
Os pólos cerebrais (ou pólos como atualmente estão sendo chamados) são
as principais divisões físicas do córtex cerebral e são designados pelos nomes dos
ossos cranianos nas suas proximidades e que os recobrem. O lobo frontal fica
localizado na região da testa; o lobo occipital, na região da nuca; o lobo parietal, na
parte superior central da cabeça; e os lobos temporais, nas regiões laterais da
cabeça, por cima das orelhas.
(Veja anexo 1- DIVISÃO DO CÓRTEX CEREBRAL)
Os lobos parietais, temporais e occipitais estão envolvidos na produção das
percepções resultantes daquilo que os nossos órgãos sensoriais detectam no meio
exterior e da informação que fornecem sobre a posição e relação com objetos
exteriores das diferentes partes do nosso corpo.
Pólo frontal que inclui o córtex motor e pré-motor e o córtex pré-frontal, está
envolvido no planejamento de ações e movimento, assim como no pensamento
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abstrato. A atividade no lobo frontal aumenta nas pessoas normais somente
quando temos que executar uma tarefa difícil em que temos que descobrir uma
sequência de ações que minimize o número de manipulações necessárias. A parte
da frente do lobo frontal, o córtex pré-frontal, tem que ver com estratégia: decidir que
sequências de movimento ativar e em que ordem e avaliar o seu resultado. As suas
funções parecem incluir o pensamento abstrato e criativo, a fluência do pensamento
e da linguagem, respostas afetivas e capacidade para ligações emocionais,
julgamento social, vontade e determinação para ação e atenção seletiva. Traumas
no córtex pré-frontal fazem com que uma pessoa fique presa obstinadamente a
estratégias que não funcionam ou que não consigam desenvolver uma sequência de
ações correta.
Pólo Parietal localizado na parte superior do cérebro, são constituidos por
duas subdivisões - a anterior e a posterior. A zona anterior designa-se por córtex
somatossensorial e tem por função possibilitar a recepção de sensações, como o
tato, a dor, a temperatura do corpo. Nesta área primária, que é responsavel por
receber os estimulos que têm origem no ambiente, estao representadas todas as
áreas do corpo. São as zonas mais sensiveis que ocupam mais espaço nesta área,
porque têm mais dados para interpretar. Os lábios, a língua e a garganta recebem
um grande número de estímulos, precisando, por isso, de uma maior área. A área
posterior dos lobos parietais é uma área secundária que analisa, interpreta e integra
as informações recebidas pela área anterior ou primária, permitindo-nos a
localização do nosso corpo no espaço, o reconhecimento dos objetos através do
tato, etc.
Pólo temporal está localizado na zona por cima das orelhas tendo como
principal função processar os estímulos auditivos. Os sons produzem-se quando a
área auditiva primária é estimulada. Tal como nos lobos occipitais, é uma área de
associação - área auditiva secundária- que recebe os dados e que, em interação
com outras zonas do cérebro, lhes atribui um significado permitindo ao Homem
reconhecer o que ouve.
Pólo Occipital está localizado na parte inferior do cérebro. Coberta pelo córtex
cerebral, esta área é também designada por córtex visual, porque processa os
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estímulos visuais. É constituida por várias sub áreas que processam os dados
visuais recebidos do
exterior depois de terem passado pelo tálamo: há zonas especializadas em
processar a visão da cor, do movimento, da profundidade, da distância, etc. Depois
de percebidas por esta área - área visual primária- estes dados passam para a
área visual secundária. É aqui que a informação recebida é comparada com os
dados anteriores que permite, por exemplo, identificar um cão, um automóvel, uma
caneta. A área visual comunica com outras areas do cérebro que dão significado ao
que vemos tendo em conta a nossa experiencia passada, as nossas expetativas.
Por isso é que o mesmo objeto nao é percepcionado da mesma forma por diferentes
sujeitos. Para além disso, muitas vezes o cérebro é orientado para discriminar
estímulos. Uma lesão nesta área provoca agnosia, que consiste na impossibilidade
de reconhecer objetos, palavras e, em alguns casos, os rostos de pessoas
conhecidas ou de familiares Área de Wernicke É na zona onde convergem os lobos
occipital, temporal e parietal que se localiza a área de Wernicke, que desempenha
um papel muito importante na produção de discurso. É esta área que nos permite
compreender o que os outros dizem e que nos faculta a possibilidade de
organizarmos as palavras sintaticamente corretas.
Pólo Límbico (ao redor da junção do hemisfério cerebral e tronco encefálico)
- Está envolvido com aspectos do comportamento emocional e sexual e com o
processamento da memória.
O impulso, transportado pela inervação sensitiva, passa pelo tronco
cerebral, via tálamo, e chega até um centro nervoso do córtex cerebral
correspondente a natureza do estímulo. Desta forma, o estímulo visual termina no
lobo occipital, o auditivo no temporal, o táctil ou sinestésico no lobo parietal.
(Veja anexo 2- OUTRA ILUSTRAÇÃO DA DIVISÃO DO CÓRTEX CEREBRAL)
Estudos eletrofisiológicos mostram que o sistema límbico recebe
informações sensorias, somáticas e viscerais de praticamente todos os órgãos
sensorias que chegam por vias nem sempre bem conhecidas.
As conexões dos diversos componentes do Sistema límbico são
extremamente complexas, e os estudos serão feitos de maneira muito simplificada.
Cabe referir inicialmente a existência de um circuito fechado (circuito de Papez) que
uni as seguintes estruturas límbicas, segundo é admitido, representa a direção
21
predominante dos impulsos nervosos: giro do cíngulo, giro para - hipocampal,
hipocampo, fórnix, corpo mamilar, fascículo mamilatômico, núcleos anteriores do
Tálamo, cápsula interna e giro cingulado novamente.
2.2- COMO É, E ONDE ESTÁ LOCALIZADO O DENOMINADO
SISTEMA LÍMBICO
O sistema límbico tem formato de anel cortical contínuo, que contorna as
formações inter hemisféricas.
Está relacionado fundamentalmente com a regulação dos processos
Emocionais e do Sistema Nervoso Autônomo, tem a função de prover o indivíduo de
emoção, é denominado como a casa dos sentimentos. Foi considerado por Broca
(1878) como lobo independente.
Está localizado na face medial do hemisfério cerebral, margeando o corpo
caloso.
(Veja anexo 3- LOCALIZAÇÃO DO SISTEMA LÍMBICO)
É um conjunto de estruturas do cérebro que são responsáveis
primordialmente por controlar as emoções e secundariamente participa das funções
de aprendizado e memória, podendo também participar do sistema endócrino.
Localiza-se na parte medial do cérebro dos mamíferos. É a unidade responsável
pelas emoções.
É uma região constituída de neurônios, células que formam uma massa
cinzenta denominada de pólo límbico.
Originou-se a partir da emergência dos mamíferos mais antigos. Através do
sistema nervoso autônomo, ele comanda certos comportamentos necessários à
sobrevivência de todos os mamíferos, interferindo positiva ou negativamente no
funcionamento visceral e na regulamentação metabólica de todo o organismo.
2.3- COMPONENTES DO SISTEMA LÍMBICO
O sistema límbico é composto por algumas estruturas que são essenciais no
controle relativo às emoções; temos como estruturas principais:
22
(Veja anexo 4- ESTRUTURAS PRINCIPAIS DO SISTEMA LÍMBICO)
Amígdala: A destruição experimental das amígdalas (são duas, uma para
cada um dos hemisférios cerebrais) faz com que o animal se torne dócil,
sexualmente indiscriminativo, afetivamente descaracterizado e indiferente às
situações de risco. O estímulo elétrico dessas estruturas provoca crises de violenta
agressividade. Em humanos, a lesão da amígdala faz, entre outras coisas, com que
o indivíduo perca o sentido afetivo da percepção de uma informação vinda de fora,
como a visão de uma pessoa conhecida. Ele sabe quem está vendo mas não sabe
se gosta ou desgosta da pessoa em questão. Localizada na profundidade de cada
pólo temporal anterior, funciona de modo íntimo com o hipotálamo. É o centro
identificador de perigo, gerando medo e ansiedade e colocando o animal em
situação de alerta, aprontando-se para fugir ou lutar.
Hipocampo: Envolvido com os fenômenos da memória de longa duração.
Quando ambos os hipocampos (direito e esquerdo) são destruídos, nada
mais é gravado na memória. Um hipocampo intacto possibilita ao animal comparar
as condições de uma ameaça atual com experiências passadas similares,
permitindo-lhe, assim, escolher qual a melhor opção a ser tomada para garantir sua
preservação.
Tálamo: São lesões ou estimulações do dorso medial e dos núcleos
anteriores que estão correlacionadas com as reações da reatividade emocional do
homem e dos animais. A importância dos núcleos na regulação do comportamento
emocional possivelmente decorre, não de uma atividade própria, mas das conexões
com outras estruturas do sistema límbico. O núcleo dorso-medial conecta com as
estruturas corticais da área pré-frontal e com o hipotálamo. Os núcleos anteriores
ligam-se aos corpos mamilares no hipotálamo(e através destes, via fornix, com o
hipocampo) e ao giro cingulado.
Hipotálamo É um pequeno órgão. É a parte mais importante do sistema
límbico. Essa estrutura tem o tamanho menor que um grão de ervilha, possui cerca
de dois centímetros de diâmetro, assim pode-se dizer que esta estrutura representa
menos de1% do tamanho total do cérebro localiza-se na base do crânio que controla
23
as funções de sobrevivência. Além de seus papéis no controlo do comportamento
,essa área também controla várias condições internas do corpo, como a
temperatura, o impulso para comer e beber, etc. Essas funções internas são em
conjunto denominadas funções vegetativas do encéfalo, e seu controle está
relacionado com o comportamento. Ele mantém vias de comunicação com todos
níveis do sistema límbico. O hipotálamo desempenha, ainda, um papel nas
emoções. Especificamente, as partes laterais parecem envolvidas com o prazer e a
raiva, enquanto que a porção mediana parece mais ligada à aversão, ao desprazer
e a tendência ao riso (gargalhada) incontrolavel. De um modo geral, contudo, a
participação do hipotálamo é menor na gênese do que na expressão(manifestações
sintomáticas) dos estados emocionais. Quando os sintomas físicos da emoção
aparecem, a ameaça que produzem, retorna, via hipotálamo, aos centros límbicos e,
destes, aos núcleos pré-frontais, aumentando, por um mecanismo de feed-back
negativo, a ansiedade, podendo até chegar a gerar um estado de pânico.
Os traços de memórias episódicas (lembranças) são detectáveis e
distinguíveis no hipocampo (que é uma estrutura localizada nos lobos temporais do
cérebro humano, considerado a principal sede da memória e importante
componente do sistema límbico).
Giro cingulado: Situado na face medial do cérebro entre o sulco singulado
e o corpo caloso, que é um feixe nervoso que liga os 2 hemisférios cerebrais. Há
ainda muito por conhecer a respeito desse giro, mas sabe-se que a sua porção
frontal coordena odores, e visões com memórias agradáveis de emoções anteriores.
Esta região participa ainda, da reação emocional à dor e da regulação do
comportamentto agressivo. A ablação do giro cingulado (cingulectomia) em animais
selvagens, domestica-os totalmente. A simples secção de um feixe desse giro
(cingulomia), interrompendo a comunicação neural do circuito de Papez, reduz o
nível de depressão e de ansiedade pré-existentes.
Tronco cerebral: Região responsável pelas reações emocionais. Na
verdade, apenas respostas reflexas de alguns vertebrados, como répteis e os
anfíbios. As estruturas envolvidas são a formação reticular e o locus cérulus, uma
massa concentrada de neurônios secretores de norepinefrina. É importante
24
assinalar que, até mesmo em humanos, essas primitivas estruturas continuam
participando, não só dos mecanismos de alerta, vitais para a sobrevivência, mas
também da manutenção do ciclo vigília-sono.
Área tegmental ventral: Grupo de neurônios localizados em uma parte do
tronco cerebral. Uma parte dele secreta dopamina. A descarga espontânea ou a
estimulação elétrica dos neurônios da região dopaminérgica mesolímbica produzem
sensações de prazer, algumas delas similares ao orgasmo. Indivíduos que
apresentam, por defeito genético, redução no número de receptores das células
neurais dessa área, tornam-se incapazes de se sentirem recompensados pelas
satisfações comuns da vida e buscam alternativas "prazerosas" atípicas e nocivas
como, por exemplo, alcoolismo, cocainomania, compulsividade por alimentos doces
e pelo jogo desenfreado.
Septo: Situado à frente do tálamo, por cima do hipotálamo. A estimulação
de diferentes partes desse septo pode causar muitos efeitos comportamentais
distintos. Anteriormente ao tálamo, situa-se a área septal , onde estão localizados os
centros do orgasmo (quatro para mulher e um para o homem). Certamente por isto,
esta região se relaciona com as sensações de prazer, mormente aquelas
associadas às experiências sexuais.
Área pré-frontal: Não faz parte do Lobo límbico tradicional, mas suas
intensas conexões com o tálamo, amígdala e outras sub-corticais, explicam o
importante papel que desempenha na expressão dos estados afetivos. Está
classicamente dividido em três áreas funcionais e anatómicas: a área dorsolateral, a
área orbitofrontal e a área cingulada anterior.A área dorsolateral está relacionada
com o raciocinio, permite a integração de percepções temporalmente descontinuas
em componentes de ação dirigidos a um objetivo. A área orbitofrontal representa um
interface entre os dominio afetivo/ emocional e a tomada de decisões centradas nos
dominios pessoal e social. A área dorsolateral, funciona como um "secretário de
direcção" da área dorsolateral, ao dirigir a atenção. Tem um papel igualmente
importante na motivação do comportamento.
As três áreas contribuem para o que se designa de "Funções Executivas".
Quando o córtex pré-frontal é lesado , o indivíduo perde o senso de suas
25
responsabilidades sociais (lesões orbitofrontais), bem como a capacidade de
concentração e de abstração (lesões dorsolaterais). Em alguns casos, a pessoa,
conquanto mantendo intactas a consciência e algumas funções cognitivas, como a
linguagem, já não consegue resolver problemas, mesmo os mais elementares.
Quando se praticava a lobotomia pré-frontal para tratamento de certos distúrbios
psiquiátricos, os pacientes entravam em estado de "tamponamento afetivo", não
mais evidenciando quaisquer sinais de alegria, tristeza, esperança ou desesperança.
Em suas palavras ou atitudes não mais se vislumbravam quaisquer resquícios de
afetividade.
Na fase medial de cada hemisfério cerebral, observa-se um anel cortical
contínuo constituído pelo giro do singulo, istmo do cíngulo, parahipocampal e
hipocampo. Este anel cortical contorna as formações inter-hemisféricas e foi
considerada por Broca como um lobo independente, o grande lobo límbico. Este
lobo filogeneticamente muito antigo, existindo em todos os vertebrados.
A aprendizagem resulta da recepção e da troca de informações entre o meio
ambiente e os diferentes centros nervosos. Desta forma, a aprendizagem se inicia
com um estímulo de natureza físico-química advindo do ambiente que é
transformado em impulso nervoso pelos órgãos dos sentidos.
Funções principais:
A. Regular os processos emocionais intimamente relacionados com
estas funções.
B. Regular o Sistema Nervoso Autônomo
C. Regular processos motivacionais essenciais à sobrevivência da
espécie e do indivíduo (fome, sede, sexo)
Função secundária:
A. Alguns componentes do sistema límbico se relacionam ao
mecanismo da memória e aprendizagem e participam da regulação
do sistema endócrino.
O sistema límbico com certeza é um dos sistemas mais complexos.
26
Conhecido como Lobo límbico ou Sistema Límbico essa
estrutura participa do processamento emocional, da
aprendizagem e da memória. A cada ano que passa, são
descobertas novas funções para este sistema.
(GAZANIGA, 2006, p.99)
Assim como existe um cérebro pensante, existe um cérebro motor, que ouve
enxerga, tem memória. Todas essas divisões têm de estar em consonância entre si
e para que isso aconteça é necessário haver uma espécie de computador central
para reuni-las. Esse computador é o sistema límbico que funciona através de um
mecanismo eletroquímico, através de substâncias chamadas neurotransmissores
(neuro, porque pertencem ao sistema nervoso, e transmissores, porque são
substâncias que uma vez elaboradas vão promover o funcionamento das mais
diversas estruturas).
O sistema límbico coordena todos os neurotransmissores.
Os neurotransmissores são produzidos na célula transmissora e são
acumulados em vesículas, as vesículas sinápticas. Isso pode ocorrer por ação direta
de uma substância química, como um hormônio, sobre receptores celulares pré-
sinápticos.
Quando um potencial de ação ocorre, as vesículas se fundem com a
membrana plasmática, liberando os neurotransmissores na fenda sináptica, por
exocitose.
Estes neurotransmissores agem sobre a célula receptor, através de
proteínas que se situam na membrana plasmática desta, os receptores celulares
pós-sinápticos . Os receptores ativados geram modificações no interior da célula
receptora, através dos segundos mensageiros. Estas modificações é que originarão
a resposta final desta celula.
Proteínas especiais da célula transmissora retiram o neurotransmissor da
fenda sináptica, através de bombas de recaptação. Algumas enzimas, inativam
quimicamente os neurotransmissores, interrompendo a sua acção.
Essas substâncias atuam no encéfalo, na medula espinhal e nos nervos
periféricos e na junção neuromuscular ou placa motora.
27
Quimicamente, os neurotransmissores são moléculas relativamente
pequenas e simples. Diferentes tipos de células secretam diferentes
neurotransmisores. Cada substância química cerebral funciona em áreas bastante
espalhadas mas muito específicas do cérebro e podem ter efeitos diferentes
dependendo do local de ativação. Cerca de 60 neurotransmissores foram
identificados.
Esses são alguns dos neurotranmissores que fazem parte desse processo:
A acetilcolina - Controla a atividade de áreas cerebrais relaciondas à
atenção, aprendizagem e memória. Pessoas que sofrem da doença de Alzheimer
apresentam tipicamente baixos níveis de ACh no córtex cerebral, e as drogas que
aumentam sua ação podem melhorar a memória em tais pacientes. É liberada pelo
sistema autônomo parassimpático.
A noradrenalina - É o principal neurotransmissor do sistema autônomo
periférico simpático. Neuronios que segregam noradrenalina são denominados
neurônios adrenérgicos.
A glicina e a taurina -São neurotransmissores inibidores.
A Dopamina - Controla a estimulação e os níveis do controle motor.
Quando os níveis estão baixos no mal de Parkinson, os pacientes não conseguem
se mover. Presume-se que a cocaína e a nicotina atuam liberando uma quantidade
maior de dopamina na fenda sináptica.
Serotonina - Esse neurotransmissor é um dos mais importantes. Possui
forte efeito no humor, memória e aprendizado. Regula o equilíbrio do corpo. A
ausência desse neurotransmissor é a causa de inúmeras patologias como:
emagrecimento, enxaqueca, depressão profunda, insônia. A única forma que se
sabe de produzir esse neurotransmissor, é alimentação balanceada e exercícios
físicos.
Glutamato - O principal neurotransmissor excitatório do sistema nervoso, atua em
duas classes de receptores: os ionotrópicos (que quando ativados exibem grande
condutividade a correntes iônicas) e os metabotrópicos (agem ativando vias de
segundos mensageiros). Os receptores ionotrópicos de glutamato do tipo NMDA são
28
implicados como protagonistas em processos cognitivos que envolvem a aquisição
de memória e o aprendizado.
Aspartato – Junto com o Glutamato são os transmissores excitatórios bem
conhecidos, enquanto que o ácido gama-aminobutírico (GABA).
Encefalina e endorfina - Essas substâncias são opiáceos que, como as drogas
heroína e morfina, modulam a dor, reduzem o estresse, etc. Elas podem estar
envolvidas nos mecanismos de dependência física.
A diminuição dessas substâncias pode provocar alteração do sistema
supressor da dor, causando enxaqueca, depressão, ansiedade, fibromialgia, dor
crônica, parkinson,alzheimer.
De seu funcionamento harmônico resulta o funcionamento harmônico
cerebral e corporal. Sob essa ótica, pode-se dizer que o hipocondríaco é um
indivíduo que apresenta mau funcionamento do sistema límbico, má organização
dos neurotransmissores e que, possuidor de uma sensibilidade exagerada,
manifesta os mais diversos sintomas. Em vez de ser digno de pena ou de críticas,
ele deve ser tratado por um neurologista que entenda do processo de
neurotransmissão.
Emoções e sentimentos, como raiva, medo, paixão, amor, ódio, alegria e
tristeza, são originadas no sistema límbico. Este sistema é também responsável por
alguns aspectos da identidade pessoal e por importantes funções ligadas à
memória.
29
CAPÍTULO lll
SISTEMA LÍMBICO: O CENTRO DAS EMOÇÕES
3.1 – EMOÇÃO X MOTIVAÇÃO
Gerenciar a emoção é o alicerce de uma vida encantadora. É
construir dias felizes, mesmo nos períodos de tristeza. É
resgatar o sentido da vida, mesmo nas contrariedades. Não há
dois senhores: ou você domina a energia emocional, ainda que
parcialmente, ou ela o dominará.
(CURY, 2003, p.64)
Em meados do século XX, os neurofisiologistas Walter Cannon e Philip Bard
formularam teorias sobre a importância das estruturas subcorticais na mediação
entre as emoções e o resto do organismo. A partir destas teorias, Cannon e Bard
propuseram a idéia, até hoje aceita, da dupla função das estruturas cubcorticais
hipotálamo e tálamo: eram eles quem fornecia os comandos orgânicos das
respostas emocionais e, mais que isso, fornecia ao córtex as informações
necessárias dessas emoções.
Entende-se que o córtex cerebral cria uma resposta cognitiva (consciente) á
informações periféricas (dos sentidos), respostas estas compatíveis com as
expectativas do indivíduo e de seu contexto social. Essas estruturas subcorticais
assim envolvidas na emoção foram denominadas de Sistema Límbico.
Sabe-se hoje que as áreas relacionadas com os processos emocionais
ocupam distintos territórios do cérebro, destacando-se entre elas o hipotálamo, a
área pré-frontal e o Sistema Límbico.
Em 1878, o neurologista francês Paul Broca observou que, na superfície
medial do cérebro dos mamíferos, logo abaixo do córtex, existe uma região
constituída por núcleos de células cinzentas (neurônios), a qual ele deu o nome de
lobo límbico (do latim limbus, que traduz a idéia de círculo, anel, em torno de, etc.).
(Veja anexo 5- FOTO DO NEUROLOGISTA FRANCÊS PAUL BROCA)
Ao contrário das redes corticais que controlam o comportamento inteligente,
boa parte do circuito neural do sistema límbico já está, no nascimento, pré-
30
conectada a funções programadas durante o lento curso da evolução filogenética. A
motivação e a emoção são manifestações integrais da função límbica,
manifestações do princípio-guia do sistema límbico de assegurar que todos os
processos corticais sejam realizados para o máximo benefício do organismo.
É esse Sistema Límbico quem comanda certos comportamentos
necessários á sobrevivência de todos os mamíferos, cria e modula funções mais
específicas, as quais permitem distinguir entre o que lhe agrada ou desagrada.
Emoções e sentimentos, como ira, pavor, paixão, amor, ódio, alegria e
tristeza, são criações mamíferas, originadas no Sistema Límbico. Esse Sistema
Límbico é também responsável por alguns aspectos da identidade pessoal e por
importantes funções ligadas a memória. A parte do Sistema Límbico relacionada às
emoções e seus estereótipos comportamentais denomina-se circuito de Papez.
(Veja anexo 6- CIRCUITO DE PAPEZ)
A mente inconsciente não é nenhuma realidade abstrata ou conceitual, mas
fisiologicamente, é a elaboração da vida ou dos estímulos que ela oferece
organizados no Sistema Límbico-Hipotalâmico.
O sistema límbico trabalha maravilhosamente, dispensando as sensações
de recompensa (ou punição) sempre que o organismo se engaja em atos
comportamentais que, de acordo com comandos genéticos, são avaliados para
melhorar (ou agir contra) as chances de sobrevivência do organismo e/ou espécie e
para incrementar (ou agir contra) a diversificação. O sistema límbico é ativado por
entradas somáticas e ambientais.
Durante muito tempo acreditou-se que os fenômenos emocionais estariam
na dependência de todo o cérebro. Coube a Hess, prêmio Nobel de medicina há
cerca de 50 anos, demonstrar que esses fenômenos estão relacionados com áreas
específicas do cérebro. Sabe-se que hoje as áreas relacionadas com os processos
emocionais ocupam territórios bastante grandes do encéfalo, destacando-se entre
elas o hipotálamo, a área pré-frontal e o sistema límbico. O interessante é que a
maioria dessas áreas está relacionada com a motivação, em especial com os
processos motivacionais primários, ou seja, aqueles estados de necessidade ou de
desejo essenciais à sobrevivência da espécie ou do indivíduo, tais como fome, sexo
e sede. Por outro lado, as áreas encefálicas ligadas ao comportamento emocional
31
também controlam o sistema nervoso autônomo, o que é fácil de entender, tendo
em vista a importância da participação desse sistema na expressão das emoções.
Feliz, triste, medroso, ansioso, exultante, abalado,
desapontado, furioso, satisfeito, excitado, aborrecido,
apaixonado, envergonhado, são alguns termos que usamos
para descrever nossa vida emocional. Infelizmente, nossa rica
linguagem de emoções é difícil de ser traduzida em estados
específicos e suas variações, que possam ser estudados no
laboratório.
(GAZANIGA, 2006, p.556)
(Veja em anexo 7 – QUADRO COM EMOÇÕES DEMONSTRADAS ATRAVÉS DE
EXPRESSÕES FACIAIS)
As reações emocionais variam significantemente entre indivíduos e
freqüentemente podem ser imprevisíveis.
As emoções humanas são irrestritas, essa diversidade dificulta uma
classificação. Pode-se dizer que algumas têm valor positivo, e por isso os
comportamentos que se suscitam tendem a ser repetidos. Outras têm valor
negativo, e os comportamentos que provocam visam a eliminá-las. Positivas ou
negativas, as diferentes emoções podem provocar comportamentos motivados, o
que leva alguns autores a considerarem que o único elemento comum entre elas é o
“esforço”, isto é, um estímulo positivo (prazeroso) ou negativo (desagradável) que
resulta na motivação por prolongar ou interromper a experiência emocional.
Parece que as mensagens musicais não transportam informações biologicamente
relevantes, como no caso da fala, das elocuções animais e dos sons ambientais,
embora as pessoas em todas as culturas rejam as mensagens musicais.
A fala envolve o sistema auditivo e redes neurais centrais correlatas; não
existe equivalente na visão ou em outro sentido. (A linguagem escrita é
relativamente recente na história humana; algumas culturas até hoje não possuem
linguagem escrita e não requer o surgimento de centros corticais especializados
nesse tipo de processamento de informação óptica).
A informação auditiva, que é o componente mais marcante na
música, passa pelo ouvido médio e pela cóclea. Os dados são
transmitidos para um sistema com dois grandes núcleos
32
interligados, Broca e wernicke que envolvem também a
linguagem. Mecanismos de recepção e percepção localizados
no hipocampo e hipotálamo (responsáveis pelo
armazenamento e pela codificação da memória,
respectivamente) são estimulados a rever informação com a
liberação de substâncias que geram sensações agradáveis,
como a dopamina e a serotonina. (REVISTA MENTE E
CÉREBRO, ANO XIV Nº 157,p.49)
3.2- O SISTEMA LÍMBICO É O PROCESSADOR DAS EMOÇÕES
O sistema límbico é o “processador das emoções”. É o centro da busca pelo
prazer e pelo afastamento da “dor”. O que se sabe é que o Sistema Límbico reage
aquilo que é real e imaginário. Ele responde aos estímulos, independente de ser
verdadeiro ou imaginário/fictício. Ao dar as respostas aos estímulos, o sistema
límbico mobiliza o sistema endócrino glandular – o arsenal químico do organismo, e
assim uma série de respostas fisiológicas, e portanto, emoções.
Analise o exemplo: Você está num cinema de ultima geração, assistindo um
filme de terror, daqueles que prende você do início ao fim do filme. De repente o
assassino corta o pescoço de uma jovem. Você vê a cena e salta da poltrona, seu
coração pula e você muda sua fisiologia. Perceba que o seu cérebro racional sabe
que aquilo é um filme, que aqueles são efeitos especiais. Mas porque reagimos a
esta situação dessa forma? Porque o sistema límbico não faz esta distinção, se é
real, ou imaginário ele responde.
A imagem eidética (faculdade de evocar visual e exatamente eventos
passados ou imagens de objetos vistos), composta por cores, brilho, tamanho, sons
e sensações, estimula o sistema límbico. Por esta razão é extremamente importante
exercitar constantemente a auto-imagem.
Na vida cotidiana, sempre que você se defronta com uma
determinada situação, há geralmente uma cena real ou
imaginária que você avalia com bases inicialmente em
33
informações sensoriais: visuais, auditivas e outras. Esse
conjunto de informações sensoriais é então comparados com
os arquivos situados na sua memória, e ponderados segundo
seu significado emocional.
(LEMT, 2010, p.744)
Criar uma auto-imagem positiva de si mesmo é potencializar-se para vencer,
porque isso reforça a auto-estima, permitindo uma maior confiança para encarar os
desafios na vida.
O ponto de partida para o desenvolvimento humano em base profunda é a
renovação das vivências. As vivências de amor e comunhão ativam e harmonizam
as funções límbico-hipotalâmicas.
(Veja em anexo 8 – IMAGENS CAPITADAS PELO SISTEMA LÍMBICO
RESULTAM EM EMOÇÕES)
3.3- EMOÇÃO E DESENVOLVIMENTO
Cada habilidade depende de um tipo específico de conexão, cada uma
delas com um tempo de maturação determinado pela natureza.
As emoções e o equilíbrio psicológico dependem de exercícios cerebrais. O
processo tem início no primeiro minuto de existência e se estende até a
adolescência. O sistema límbico é o principal centro ativado para essas funções.
Essa maravilhosa usina das emoções funciona bem ou mal de acordo com o
combustível que recebe e com a diligência dos operários que lhe dão manutenção.
Um agrado ao menino que acertou uma charada, por exemplo, estimula e fortalece
as conexões do sistema límbico.
Segundo o consagrado neurologista norte-americano Antônio Damasio,
emoção e razão estão intimamente ligadas e "acertar" na vida depende muito da
qualidade dessa mistura.
Damasio (2000) faz uma clara distinção entre emoções e sentimentos. Ao
contrário de emoções, sentimentos não são instintivos, eles estão conscientes e
34
discriminatórios porque são baseados na memória, no conhecimento, e no sentido
da autobiografia.
As funções básicas de emoções são predefinidas: elas são “dispositivos
que são instintivos e autônomos".
As experiências ligadas ao medo também são importantes nesse
aprendizado. A amídala (uma região destinada a tocar a sineta do alarme e da
inibição). A experiência fica gravada de acordo com a intensidade da emoção.
As respostas de medo servem para proteger o indivíduo e
preservar sua integridade, frente a possíveis ameaças surgidas
em seu meio. Assim como outros comportamentos
fundamentais para a sua sobrevivência, como o
comportamento alimentar, sexual, os comportamentos de
medo são também organizados pelo hipotálamo.
(LEMT, 2010, p.729)
As primárias emoções como medo, felicidade, tristeza, raiva, surpresa, e
repugnância, o autor afirma que elas são universais emoções devido à sua aparição
em primatas, o aparecimento precoce no desenvolvimento humano. Estas emoções
primárias são curiosas adaptações, são parte integrante das máquinas com os
organismos que regulam a sobrevivência e originários do sistema límbico. Todas as
entradas sensoriais do corpo são enviadas para a amígdala e córtex, através do
tálamo. Fisiologicamente falando, a amígdala, aproxima duas estruturas de tamanho
no sistema límbico, e o emocional age como filtros de informações sensoriais,
especialmente o medo.
A amígdala é o principal jogador, na medida em que ambos os envia e
recebe informações de muitas outras partes do cérebro. Se a amígdala avalia esta
entrada como tendo alto conteúdo emocional, que prioriza a entrada e envia
imediatamente aos neurotransmissores sinais que vêm de várias partes do cérebro,
(tais como o hipotálamo), e corpo, (como o coração), para agir, usa-se a analogia.
Porque os gânglios do neocórtex levam mais tempo do que a amígdala para
35
processamento da informação, é possível que a amígdala cause um efeito de curto-
circuito no cérebro.
36
CAPITULO IV
COMO O CÉREBRO DE UMA CRIANÇA DA PRÉ – ESCOLA
RESPONDE A ESTIMULOS LÚDICOS
“Os novos tempos exigem estratégias práticas, para
desenvolver habilidades competentes em um período decisivo
no desenvolvimento de uma criança, que é a fase pré-
escolar.”
Todo ser biologicamente desenvolvido passa por um processo de
aprendizagem e o órgão propulsor para esse e muitos outros processos como a
manutenção da vida, dos movimentos de todas as qualidades superiores, é o
cérebro.
Sem o funcionamento adequado do cérebro, o ser humano seria apenas um
vegetal, sem percepção apurada, sem movimento, sem emoção, ou seja, sem a vida
em sua concepção ampla.
O ser humano em razão do se desenvolvimento cerebral e
conseqüentemente maior capacidade intelectiva e cognitiva compõe seu
aprendizado com mais intensidade. Desde entes do nascimento, os seres humanos
sofrem com a atuação do meio e atua sobre ele em um processo reverbatório
constante e dissociável entre o biológico, o psicológico e o social. Desse processo
resultam o aprendizado e a conduta ou manifestação comportamental resultantes de
modificações neuro - estruturais e de alterações químicas e elétricas que ocorrem
no cérebro.
Na educação pré-escolar, é importante enfatizar alguns aspectos no
aprendizado, que devem ser valorizados:
“Nós humanos, temos um cérebro com estruturas cognitivas
evoluídas, possuímos um neocórtex que nos dá a propriedade
de pensar, sentir, fazer. Dois hemisférios cerebrais separados,
37
que se completam. Quando estimulados, elaboram comandos
e respostas por meio dos circuitos neurais. “Desafiar” o cérebro
dos nossos educandos é favorecer uma aprendizagem
criativa".
(RELVAS, 2009, p.128)
Na Educação Infantil e é preciso que se dê a devida importância a está fase,
pois não podemos aceitar que em função de qualquer outro aspecto se retire da
criança o Direito de Brincar. Através da brincadeira ela irá crescer, aceitar e
conhecer o mundo.
Realizar atividades que proporcionem bases para a linguagem e ensinar
conceitos é extremamente importante nesta fase.
Tudo tem jeito de novo e, brincando, ela irá adquirir condições de ver o mundo do
ponto de vista de outras pessoas. As brincadeiras aparentemente simples são
verdadeiras fontes de estímulos para o cérebro das crianças.
A Educação Infantil no Brasil é uma modalidade da Educação Básica que
atende pedagogicamente crianças com idades entre zero e cinco anos e onze
meses.
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB, Lei
nº 9.394, seção II, Art. 29), a Educação Infantil é oferecida para, em
complementação à ação da família, proporcionar condições adequadas de
desenvolvimento físico, emocional, cognitivo e social da criança e promover a
ampliação de suas experiências e conhecimentos, estimulando seu processo de
transformação da natureza pela convivência social.
Os Parâmetros Curriculares Nacionais de Educação Física (1998) enfatizam
a importância de respeitar o universo cultural dos alunos e de se explorar a gama
múltipla de possibilidades educativas de sua atividade lúdica e, gradativamente,
desafiá-los através de tarefas cada vez mais complexas com vista à construção do
conhecimento.
Quando a criança transforma as regras do jogo ou cria uma brincadeira na
escola, sai daquele espaço tradicional de ensino, coloca-se como autor de um jogo,
criando uma experiência lúdica que proporciona momentos de alegria, criatividade,
prazer, enfim, fruição corporal que vivemos.
38
4.1- SEGUINDO AS PISTAS DE ALGUNS GRANDES ESTUDIOSOS
Ao planejar atividades lúdicas, é fundamental ter como ponto de partida a
realidade, os interesses e as necessidades da criança que faz parte da Educação
Infantil. Nessa perspectiva, Almeida (1992) afirma que é necessário que o educador
se conscientize de que ao desenvolver o conteúdo programático, por intermédio do
ato de brincar, não significa que está ocorrendo um descaso ou desleixo com a
aprendizagem do conteúdo formal.
O brinquedo estimula a representação da realidade: ao
representá-la ela estará vivendo algo ou alguma situação
remota e irreal naquele momento. Um exemplo é o fato de que,
ao brincar de casinha, ao representar o papai, a mamãe, a
filhinha e, ao conversar com o seu coleguinha e com a sua
boneca, vai reproduzir diálogos que presenciou. Vai repetir o
modo pelo qual os adultos ali representados a tratam e como
conversam com ela.
(MARANHÃO, 2007, p.17)
A aprendizagem é um processo que se caracteriza pela aquisição de
conceitos ou habilidades por meio de experiência. É resultado de reestruturações
internas ao indivíduo que leva ao conhecimento. É um tipo de adaptação que ocorre
de duas formas, que é a sensório-motora, que ocorre através de percepções e
movimentos relacionados: e a conceitual que está relacionada a representações
mentais e abstratas, não necessariamente ligadas á ação ou ao abjeto.
Grandes pensadores do século passado chamaram a atenção para o valor
dos primeiros anos de vida do ser humano. Jean Piaget apontou na infância as
estruturas que permitem ao ser humano o conhecimento e a interpretação do
mundo (PIAGET, 1896/1980) e Sigmund Freud nos mostrou o funcionamento do
psiquismo infantil, a presença do inconsciente e o relacionamento afetivo com os
outros (FREUD, 1923/1961) que se constituem nessa fase. Muitos outros teóricos
mereceram atenção por trabalhos que foram fundamentais para na Educação
Infantil e, entre eles, é bom comentar um pouco sobre as contribuições de Freinet
(1896/1966) e Vygotsky (1896/1934).
39
A opinião de Vygotsky sobre o desenvolvimento da criança e evidenciar a
importância do lúdico, do brincar, na sua formação. Ele admite que, no começo da
vida de uma criança, os fatores biológicos superam os sociais. Só depois, aos
poucos, a integração social será o fator decisivo para o desenvolvimento do seu
pensamento.
Vygotsky entende a brincadeira como uma atividade social da criança e
através desta a criança adquire elementos imprescindíveis para a construção da sua
personalidade e para compreender a realidade da qual faz parte. Ele apresenta a
concepção da brincadeira como sendo um processo e uma atividade social infantil.
Jean Piaget durante seus estudos, reuniu um modelo para descrever como
os seres humanos atribuem sentido ao seu mundo, e através do estudo das suas
concepções, sobre o desenvolvimento do pensamento. Analisar a importância do
brincar, do brinquedo, do jogo, nesse processo, vai nos auxiliar a entender o quanto
é importante o uso desses recursos nas atividades pedagógicas.
Piaget considera que a adaptação á realidade externa depende
basicamente do conhecimento e procurou estudar cientificamente quais os
processos que o indivíduo usa para reconhecer a realidade. Considera que só o
conhecimento possibilita ao homem um estado de equilíbrio interno que o capacita a
adaptar-se ao meio ambiente.
Na segunda infância, que é a faixa etária que vai dos 6 aos 10 anos, as
crianças apresentam a preferência manual e os mecanismos perceptivos visuais
firmemente estabelecidos. No início desta etapa do crescimento, o tempo de reação
ainda é lento, o que causa dificuldades com a coordenação visuo-manual/pedal não
estando aptas para extensos períodos de trabalho minucioso. Para Piaget, nesta
idade as crianças estão na fase de operações concretas, onde as associações, a
identidade, a razão dedutiva, os relacionamentos e as classificações já estão bem
desenvolvidas. Célestin Freinet desenvolveu uma teoria diferente, que parte do
interesse dos próprios alunos a fim de lhes propiciar relações mais autônomas,
críticas e democráticas, valorizando princípios de cooperação e expressão livre.
Um bom ensino, por conseqüência, é aquele que se adianta ao
desenvolvimento, ou seja, que se dirige as funções
psicológicas que estão em vias de se completarem. Portanto,
desafiar, exigir o intelecto da criança é fundamental para que
40
se conquistem estágios mais elevados do raciocínio, o que
poderá ser alcançado se a escola investir na zona de
desenvolvimento potencial do educando.
(RELVAS, 2009, p.120)
4.2- A IMPORTÂNCIA DE ESTIMULAR OS SENTIDOS NA PRÉ-
ESCOLA
Ensinar e educar configura atender todas as crianças, independentemente
de suas necessidades educativas, culturais e sociais, é estimular todos os seus
sentidos, principalmente, de zero a seis anos, desenvolvendo atividades e
avaliações de acordo com sua história de vida, seu ritmo e seu desenvolvimento.
A criança é um ser ativo, que merece respeito no seu tempo de crescimento
e desenvolvimento, seu corpo é sua referência e ele evolui com a estimulação e a
exploração dos espaços internos e externos presentes em seu cotidiano. As
atividades diárias, as brincadeiras, as falas e as experiências vivenciadas também
são momentos que proporcionam a construção espontânea do aprendizado.
Desde seu nascimento, a criança observa a reação das pessoas que estão
envolvidas em seu cotidiano e, quanto mais ela participa de experiências afetivas,
físicas, perceptivas e sociais maior será o enriquecimento e também o
desenvolvimento da sua inteligência. “É por meio dos primeiros cuidados que a
criança percebe seu próprio corpo como separado do outro, organiza suas emoções
e amplia seus conhecimentos sobre o mundo”. (REFERENCIAL CURRICULAR
NACIONAL PARA EDUCAÇÃO INFANTIL, 1998, p.15).
Os estímulos, nos primeiros anos do desenvolvimento infantil, são decisivos
e fundamentais para a formação de sua personalidade, pois há na sua vida adulta e
profissional uma grande influência cultural, social, econômica e psicológica.
Também sabemos da importância deste trabalho, para fortalecer e desenvolver as
outras fases do crescimento, e até proporcionar uma vida adulta com qualidade,
equilíbrio e de forma produtiva.
Para compreender o crescimento, o desenvolvimento e a importância dos
estímulos na infância, primeiramente, vamos entender as funções cerebrais, as
41
quais se dividem em dois hemisférios: o esquerdo, que está voltado à área da
lógica, do raciocínio, do cognitivo e da fala, e o direito, que atende a área do lúdico,
da imaginação, da criatividade e das sensações e emoções.
(Veja em anexo 9– AS ESPECIALIZAÇÕES DOS HEMISFÉRIOS)
O cérebro infantil já traz os neurônios de toda vida, permanece “aberto”,
pronto para se desenvolver e serem preenchidos com estímulos, mas existem a
época e o momento específicos, para assimilar determinadas informações. Estas
fases do aprendizado são conhecidas como janelas de oportunidades, que
chamamos de “janelas abertas”, que são chances de desenvolvimento na vida e nas
atividades da criança.
O amadurecimento do cérebro ocorre com o desenvolvimento de cada
janela de oportunidade, devendo-se ter em mente que cada fase do crescimento da
criança apresenta suas características.
A quantidade de estímulos deve respeitar o crescimento, o desenvolvimento,
a capacidade, o interesse e as possibilidades da criança, usando como indicador
sua faixa etária.
ESTÍMULOS AFETIVOS
Esses estímulos estão relacionados com o emocional da criança, sua
interação, seus sentimentos, desejos e ansiedades. Quando trabalhados, a criança
tem maior facilidade na socialização com outras pessoas, ganhando maior
segurança na hora de expressar seus sentimentos e medos. Além disso, passa a
compreender melhor os outros, e o ambiente ao seu redor, e pouco a pouco, vai
construindo sua bagagem de valores e tendo mais autonomia sobre seu corpo e
atitudes.
ESTÍMULOS FÍSICOS
Esses estímulos envolvem a capacidade de movimentos, coordenação
motora, lateralidade e o psicomotor, pois eles provocam ações como: o
conhecimento do próprio corpo, seu desenvolvimento, seu ritmo, exercitando-o a
fazer e facilitam sua relação no grupo.
As atividades motoras vivenciadas pelas crianças, em suas brincadeiras,
estimulam a criatividade, expressão da personalidade, devendo estar presentes no
dia a dia e são representadas por toda e qualquer atividade corporal realizada em
casa, na escola e nas brincadeiras.
42
ESTÍMULOS COGNITIVOS
Esses estímulos envolvem a aprendizagem, a atenção, a memória, a
criatividade, a curiosidade, a linguagem, os pensamentos, a observação, a leitura, o
raciocínio, entre outros fatores, os quais provocam ações como: o pensar, o
exercitar a inteligência, a reflexão, o senso crítico, o enriquecer as informações,
“representar” situações vivenciadas, ter novas idéias e recriá-las.
ESTÍMULOS SENSORIAIS
Esses estímulos envolvem o auditivo, visual, olfativo, tátil e gustativo. Eles
provocam ações que desenvolvem as sensações, as sensibilidades internas e
externas da criança.
O trabalho integrado de todos esses estímulos e sua interação com o meio
social tem como objetivo proporcionar os instrumentos necessários à criança para a
formação da sua personalidade e a construção do conhecimento, que acabarão
refletindo em sua adulta e profissional.
(Veja em anexo 10 – IMAGEM ILUSTRATIVA REFERENTE AOS DOIS
HEMISFÉRIOS)
Os primeiros anos da infância são primordiais para que a criança esteja em
um ambiente estimulador, prazeroso e lúdico, com oportunidades para desenvolver
seus sentidos e habilidades. Quanto mais ela participa das experiências físicas,
afetivas e sociais, maiores serão o enriquecimento e desenvolvimento de sua
inteligência.
A criança quando estimulada se torna mais ativa, dinâmica, criativa,
emocionalmente equilibrada e saudável, e passa a realizar melhor as atividades
propostas, a encontrar soluções e a apresentar uma boa socialização.
4.3 - O AMBIENTE TAMBÉM É UM RECURSO LÚDICO
A sala de aula é um ambiente favorável para estimular os educandos de
maneira prazerosa, criativa levando esses educandos a um crescimento intelectual,
desenvolvendo a capacidade de “brincar” de faz-de-conta, construindo
responsabilidades e relacionando esse aprendizado a seu contexto de vida.
O ser humano tem uma grande capacidade em adquirir informação.
43
As tarefas que envolvem a aprendizagem estão ligadas ao ambiente ao qual
ele o está incluso.
Aprendizagem é uma função que ocorre a partir de um processamento
neurológico que envolve o ambiente e o aprendiz. A criança aprende percebendo o
mundo, experimentando-o, de acordo com os recursos que estiverem a sua
disposição. A criança pega em tudo que estiver ao seu alcance, leva tudo a sua
boca para sentir o gosto da vida, pega e joga para longe, inúmeras vezes, o mesmo
objeto, pára com interesse diante de qualquer novidade que apareça a sua frente,
uma forma muito espontânea de aprender.
As impressões colhidas no ambiente, por meio de seus recursos de
percepção, são conduzidas para o cérebro, onde as informações são processadas e
passam a integrar a memória. Somente é dito que houve um aprendizado quando é
reconhecida uma mudança, ou seja, quando a informação ficou registrada na
memória (e nem sempre os dados são mantidos na memória prolongada ou
permanente, algumas vezes, os dados não se fixam, observados durante poucos
instantes, sem permanece na consciência). Se um fato novo é aprendido, de alguma
forma, ele muda o comportamento do indivíduo, Poe exemplo, se a criança
reconhece que um objeto é perigoso, ela aprendeu que deve fugir dele: se ela
descobriu, em vez disso, um jeito divertido de deixar a sua volta preocupados,
dando-lhe atenção, ela aprendeu a desobedecer.
Brincar e aprender são questões tão naturais quanto respirar e
se interligam tão intimamente quanto o coração aos pulmões.
A vida que acontece no mundo fora de nós se insere em nosso
organismo quando respiramos, e o sangue, bombeado pelo
coração, transforma-o em parte de nossa vida, uma parte de
cada minúscula célula de nosso ser, misturando-nos ao
ambiente em que vivemos.... Assim, acontece no Brincar e
aprender. São processos espontâneos!
(LEITE, VALLE, 2008, p.14)
A ludicidade é sugerida em muitas propostas pedagógicas da Educação
Infantil como um instrumento para o ensino de conteúdos. Mas quando os jogos e
as brincadeiras são compreendidos apenas como recursos pedagógicos, assumem
um caráter instrumental porque perdem o sentido, muitas vezes, até mesmo a
44
própria ludicidade e servem somente para sistematização de conhecimentos, isto é,
são usados para atingir resultados pré-estabelecidos. Entretanto, o jogo pode ser
visto como uma atitude essencial que possibilita a conquista da liberdade de
expressão, o transitar do cotidiano permeado de regras e normas socialmente
construídas para o mundo lúdico em que elementos tais como imaginação, desejos
e alegria são pontos fundamentais para um bom desenvolvimento infantil.
Quando a criança assimila as suas experiências e, a partir delas, passa a
entender o mundo que a cerca e vai se adaptando a ele. Quando a criança começa
a usar os processos de imitação, e a “brincadeira” (grifo próprio) passa a ter o
sentido de assimilar o que ela percebe no seu ambiente. Ela reproduz o seu meio.
É preciso entender a forma de pensamento da criança para poder
proporcionar a ela os momentos lúdicos necessários, as brincadeiras que as
ajudarão a crescer e ao mesmo tempo ajudará a melhor compreende-las.
Sob o enfoque da psicomotricidade, a ludicidade é sugerida em muitas
propostas pedagógicas da Educação Infantil como um instrumento para o ensino de
conteúdos. O jogo visto apenas como recurso didático não contém os requisitos
básicos que configuram uma atividade como brincadeira: ser livre, espontâneo, não
ter hora marcada, nem resultados prévios e determinados. A ludicidade aplicada na
aprendizagem, mediante jogos e situações lúdicas, não impede a reflexão sobre
conceitos matemáticos, lingüísticos ou Científicos.
É importante observar que no brincar as crianças tornam-se agentes de sua
experiência social, estabelecem diálogos, organizam com autonomia suas ações e
interações, construindo regras de convivência social e de participação nos jogos e
brincadeiras.
Sabemos que o sujeito (criança) possui aspetos instintivos,
biológicos, naturais, mas ele também é formado por outras
dimensões, como as sociais, históricos, culturais, estéticas e
éticas, dimensões essas que não estão separadas na vida do
sujeito (criança).
(CAMPOS, LIMA, 2010, p.26).
45
CONCLUSÃO
Ao longo deste trabalho, foi possível observar que o cérebro é o órgão que
coordena a vida do ser humano. E que essa estrutura se desenvolve na vida intra-
uterina do embrião, e que esse desenvolvimento cerebral continua no decorrer do
processo evolutivo desse ser.
Partindo desta última análise, é essencial salientar a importante contribuição
da educação pré-escolar para o bom desenvolvimento desse órgão.
A região cerebral que conversa com as emoções e que está diretamente
relacionada aos estímulos sensoriais (lúdicos) é denominada sistema límbico, e tem
relação fundamental com as reações que envolvem processos emocionais e o
sistema nervoso autônomo, que tem a função de prover o indivíduo de emoções. E
são essas emoções que contribuem no processo educacional da idade pré-escolar
até a fase adulta.
A pré-escola tem o dever de estimular as crianças de forma lúdica e eficaz.
As atividades lúdicas assumem um papel fundamental no aprendizado de
crianças nos anos iniciais. Elas contribuem de forma prazerosa na realização de
sinapses, pois, quando o cérebro recebe as estimulações corretas, é estabelecido
um amplo crescimento, abrindo caminhos para um desenvolvimento saudável.
Quando tal aprendizado acontece naturalmente, à medida que o educador
propõe atividades num clima de ampla liberdade, respeitando as idéias e
manifestações variadas dos educandos, eles revelam naturalmente sua
personalidade, permitindo que os educadores possam estimulá-los adequadamente,
acompanhando suas aptidões e preferências, tornando esse processo ainda mais
agradável e eficiente.
Quanto mais aguçada a capacidade neural de um indivíduo mais eficaz será o
processo.
A aprendizagem é um fenômeno complexo, que envolvem aspectos cognitivos,
emocionais, orgânicos, psicológicos, sociais e culturais. O indivíduo nasce potencialmente
inclinado a aprender, necessitando de estímulos externos e internos para a construção do
conhecimento e o pleno desenvolvimento infantil.
46
ANEXOS
Índice de anexos
Anexo 1 - Divisão do córtex cerebral;
Anexo 2 - Outra ilustração da divisão do córtex cerebral; Anexo 3 - Localização do sistema límbico; Anexo 4 - Estruturas principais do sistema límbico; Anexo 5 - Foto do neurologista francês Paul Broca; Anexo 6 - Circuito de Papez; Anexo 7 - Quadro com emoções demonstradas através de expressões faciais; Anexo 8 - Imagens captadas pelo sistema límbico resultam em emoções; Anexo 9 - As especializações dos hemisféricos; Anexo 10 - Imagem ilustrativa referente aos dois hemisféricos.
47
ANEXO 1
- Divisão do córtex cerebral.
48
ANEXO 2
-Outra ilustração da divisão do córtex cerebral
49
ANEXO 3
- Localização do sistema límbico.
50
ANEXO 4
- Estruturas principais do sistema límbico.
51
ANEXO 5
- Foto do neurologista francês Paul Broca.
52
ANEXO 6
- Foto do neurologista francês Paul Broca.
53
ANEXO 7
- Quadro com emoções demonstradas através de expressões faciais.
54
ANEXO 8
- Imagens captadas pelo sistema límbico resultam em emoções.
55
ANEXO 9
- As especializações dos hemisféricos.
56
ANEXO 10
- Imagem ilustrativa referente aos dois hemisféricos.
57
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
CAMPOS, Gleisy; LIMA, Lilian. Por dentro da educação infantil: A criança em foco.
Rio de janeiro: Editora Wak. 2010.
GAZZANIGA, Michael S.; IVRY, Richard B.; MARGUN, George R.: Neurociência
cognitiva; A biologia da mente. Tradução Angélica Rosat Consiglio -2ª Ed - Porto
Alegre. Editora Artmed. 2006.
LENT, Roberto. Cem bilhões de neurônios?: Conceitos fundamentais de
Neurociência – 2ª Ed – São Paulo. Editora Atheneu. 2010.
MARANHÃO, Diva: Ensinar Brincando: A aprendizagem pode ser uma grande
brincadeira – 4ª Ed – Rio de janeiro. Editora Wak. 2007
MOREIRA, Dirceu. A matemática do amor: Um mergulho nas relações humanas.
Rio de Janeiro. Editora Wak. 2011.
RELVAS, Marta Pires. Fundamentos biológicos da educação: Despertando
inteligências e afetividade no Processo de aprendizagem – 4ª Ed- Rio de janeiro.
Editora wak. 2009.
RELVAS, Marta Pires. Neurociência e educação: Potencialidades dos gêneros
humanos na sala de aula – 2ª Ed – Rio de janeiro. Editora Wak. 2010
RELVAS, Marta Pires. Neurociência e transtornos de aprendizagem: As múltiplas
eficiências para uma educação inclusiva – 4ª Ed – Rio de janeiro. Editora Wak. 2010
REVISTA MENTE E CÉREBRO: Aprender mais e melhor. Editora Duetto Ano XVI
Nº 193.
58
REVISTA MENTE E CÉREBRO. Emoção: A outra inteligência. Editora Duetto. Ano
XV. Nº 179.
REVISTA MENTE E CÉREBRO: Memória. Editora Duetto. Nº 27.
REVISTA MENTE E CÉREBRO: Neuropedagogia mecanismos do saber. Ano XIV.
Nº157.
REVISTA MENTE E CÉREBRO: O jogo das emoções. Ano XVI. Nº 195.
REVISTA NOVA ESCOLA: Um dia cheio de aprendizagens, cuidado, brincadeira,
movimento, alimentação, desenho, faz de conta e histórias: O que – e como – os
bebês aprendem com tudo isso?. Editora Abril. Ano XVI. Nº 193.
WEBSITES
DIVISÃO DO CORTEX CEREBRAL EM LOBOS. Em:
http://cerebromente.org.br/n01/arquitet/lobos.htm
Acesso em 29 de jul. 2011
NEUROCIENCIAS: COMPREENDENDO O FUNCIONAMENTO DO SISTEMA
NERVOSO. Em: http://www.neuroeducacao.com.br/neurociencias.asp
Acesso em 29 de jul. 2011
LOCALIZAÇÃO DO SISTEMA LÍMBICO. Em: http://www.infoescola.com/anatomia-
humana/sistema-limbico/
Acesso em 29 de jul. 2011
ASPECTOS ANATOMICOS FUNCIONAIS RELACIONADOS A ESTRUTURA DO
SISTEMA LÍMBICO. Em: http://www.espacocomenius.com.br/cerdrogasdois.htm
Acesso em 29 de jul. 2011
59
BIOGRAFIA. Em: http://www.google.com.br/imgres?q=Paul+broca&um=1&hl=pt-
BR&sa=N&tbm=isch&tbnid=yZuYoHhCQ0trMM:&imgrefurl=http://www.wix.com/socie
dadeportuguesa/reis/biografias&docid=RN6YbJMlGWpX_M&w=300&h=400&ei=q9M
yTsuxLsfAtgfhuMyPDQ&zoom=1&iact=hc&vpx=843&vpy=70&dur=930&hovh=259&h
ovw=194&tx=125&ty=175&page=1&tbnh=160&tbnw=128&start=0&ndsp=26&ved=1t:
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Acesso em 29 de jul. 2011
CIRCUITO DE PAPEZ E O LOBO LÍMBICO. Em:
http://pedrorpb.blogspot.com/2009/04/circuito-de-papez-e-o-lobo-limbico.html
Acesso em 29 de jul. 2011
ÁREAS ENCEFÁLICAS RELACIONADAS COM EMOÇÕES. O SISTEMA LÍMBICO.
Em: http://basesneurofisiologicas.blogspot.com/2008/06/reas-enceflicas-
relacionadas-com-as.html
Acesso em 29 de jul. 2011
O QUE É EMOÇÃO. Em: http://www.galenoalvarenga.com.br/publicacoes-livros-
online/cronicas-ensaios-uma-critica-aos-costumes/o-que-e-emocao
Acesso em 29 de jul. 2011
AS ESPECIALIDADES DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS. Em: http://pnl-
portugal.blogspot.com/2011/01/os-hemisferios-cerebrais.html
Acesso em 29 de jul. 2011
ILUSTRAÇÃO DOS HEMISFÉRIOS CEREBRAIS. Em:
http://www.biogeonorte.blogspot.com/2011/02/hemisferioscerebrais.html
Acesso em 29 de jul. 2011
60
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
AGRADECIMENTO 3
DEDICATÓRIA 4
RESUMO 5
METODOLOGIA 6
SUMÁRIO 7
INTRODUÇÃO 8
CAPÍTULO I
(LUDICIDADE X EMOÇÃO) 10
1.1 - O que vem a ser ludicidade 10
1.2 – A ludicidade espontânea 11
1.3 - A contribuição da emoção no processo
educacional 13
CAPITULO II
(O SISTEMA LIMBICO) 18
2.1 - O sistema límbico e o córtex cerebral 18
2.2 - Como é e onde está denominado
o sistema límbico 21
2.3 - Componentes do sistema límbico 22
CAPÍTULO III
(SISTEMA LÍMBICO: CENTRO DAS EMOÇÕES) 29
3.1 - Emoção X Motivação 29
3.2 - O sistema límbico é o processo das emoções 32
3.3 - Emoção e desenvolvimento 33
61
CAPÍTULO IV
(COMO O CÉREBRO DE UMA CRIANÇA
DA PRÉ-ESCOLA RESPONDE A ESTÍMULOS
LUDICOS) 36
4.1 - Seguindo as pistas de alguns
grandes estudiosos 38
4.2 - A importância de estimular os sentidos
na pré-escola 40
4.3 - O ambiente também é um recurso lúdico 42
CONCLUSÃO 45
ANEXOS 46
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 57
ÍNDICE 60
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