UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
ESCOLA MULTICAMPI DE CIÊNCIAS MÉDICAS - EMCM
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM EDUCAÇÃO, TRABALHO E INOVAÇÃO
EM MEDICINA
VANESSA DIAS DE ARAÚJO BARRÊTO
FATORES DE RISCO E SEU RECONHECIMENTO: COMO A IGNORÂNCIA E A
ADOÇÃO DE ESTRATÉGIAS PODEM INFLUENCIAR NO DESENVOLVIMENTO
DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES
CAICÓ/RN
2019
VANESSA DIAS DE ARAÚJO BARRÊTO
FATORES DE RISCO E SEU RECONHECIMENTO: COMO A IGNORÂNCIA E A
ADOÇÃO DE ESTRATÉGIAS PODEM INFLUENCIAR NO DESENVOLVIMENTO
DE DOENÇAS CARDIOVASCULARES
Dissertação apresentada ao Programa de
Pós-Graduação em Educação, Trabalho e
Inovação em Medicina da Escola
Multicampi de Ciências Médicas da
Universidade Federal do Rio Grande do
Norte, como cumprimento parcial das
exigências para a obtenção do título de
Mestre em Educação, Trabalho e
Inovação em Medicina.
Área de concentração: Determinação do
Processo saúde-doença
Orientador: Prof. Dr. Sérgio Ricardo
Fernandes de Araújo
CAICÓ/RN
MAIO DE 2019
Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN
Sistema de Bibliotecas - SISBI
Catalogação de Publicação na Fonte. UFRN - Biblioteca Setorial Dr. Paulo Bezerra - EMCM/RN
Barrêto, Vanessa Dias de Araújo.
Fatores de risco e seu reconhecimento : como a ignorância e a
adoção de estratégias podem influenciar no desenvolvimento de
doenças cardiovasculares / Vanessa Dias de Araújo Barrêto. -
Natal, 2019.
57f.: il.
Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Escola
Multicampi de Ciências Médicas, Pós-Graduação em Educação,
Trabalho e Inovação em Medicina.
Orientador: Sérgio Ricardo Fernandes de Araújo.
1. Doença cardiovascular. 2. Doenças - Fatores de risco. 3.
Hipertensão arterial sistêmica. 4. Doenças - Prevenção. 5.
Conhecimento. I. Araújo, Sérgio Ricardo Fernandes de. II. Título.
RN/UF/Biblioteca Setorial Dr. Paulo Bezerra CDU 616.12
Examinador Externo
Dedico este trabalho à minha família, que me
faz acreditar que nenhum obstáculo durante a
jornada da vida é intransponível.
AGRADECIMENTOS
A Deus, fonte de vida, pela consciência, força e coragem de concentrar minhas
aptidões em direção ao absoluto divino.
À Universidade Federal do Rio Grande do Norte – UFRN pelas ações de consolidação
da política de interiorização da Educação Superior e seu consequente impacto transformador
da realidade.
Ao Programa de Pós-Graduação em Educação, Trabalho e Inovação em Medicina –
PPGETIM, da Escola Multicampi de Ciências Médicas – EMCM da Universidade Federal do
Rio Grande do Norte, pela disponibilidade de infraestrutura, material e, especialmente,
recursos humanos de excepcional qualidade.
Ao Prof. Dr. Sérgio Ricardo Fernandes de Araújo pela paciência, competência,
dedicação e exemplo como professor e orientador. Sua agilidade e segurança no
esclarecimento das dúvidas foram cruciais para a conclusão desta dissertação.
À amiga e Profª. Drª Ione Rodrigues Diniz Morais, pelo estímulo, brilhantismo,
convívio e ensinamentos recorrentes.
Aos nobres professores que compartilharam suas vivências e saberes e permitiram
transformar ideias em realidade, sem os quais nada disto seria possível.
A cada paciente que, mesmo diante da fragilidade da doença, aceitou participar desta
pesquisa e permitiu seu desenvolvimento.
À Unidade Hospitalar Regional do Seridó por ter permitido desenvolver este trabalho
em suas dependências.
Ao amigo e médico cardiologista Dr. Vander Weyden Batista de Sousa pela valorosa
contribuição na sensibilização dos pacientes.
Ao discente de medicina Pedro Henrique Brasil de Medeiros pela inestimável
colaboração na coleta de dados.
À equipe multiprofissional de saúde da Unidade Básica de Saúde “Nair Dantas de
Brito” do bairro Boa Passagem, pela acolhida e disposição em permitir ações de educação em
saúde para a população circunscrita.
À Samara Lima dos Santos Souza, amiga, colega de trabalho e extraordinária
profissional, que foi a principal estimuladora para o início deste percurso de pós-graduação.
Aos colegas de curso pelo desbravamento e superação conjunta de cada obstáculo
surgido durante a jornada.
Aos meus pais, Adalcina e Vanderli, pelo exemplo de pessoas corajosas, honestas,
éticas e moralmente irrepreensíveis, que sempre viram na educação a melhor forma de se
construir a própria história, “semeando com sabedoria e colhendo com paciência”.
Aos meus irmãos, Vanderson e Valesca, pela parceria e apoio inequívocos, apesar de
nem sempre concordamos.
Aos meus sogros, Ozanete e Luiz, por serem os melhores exemplos nos quais eu
poderia me espelhar.
À Mara Rejane e Ozede Nóbrega pela disposição e ajuda com as questões ligadas às
normas de formatação textual.
Aos amigos, que compreenderam a ausência em vários momentos durante esta
trajetória e mantiveram seu apoio e torcida para que ela se encerrasse com êxito.
A Diego, companheiro desta e de outras vidas, pelo amor, compreensão e incalculável
paciência.
Pedras no caminho? Guardo todas, um dia vou
construir um castelo…
(Fernando Pessoa)
RESUMO
JUSTIFICATIVA E OBJETIVO: As doenças cardiovasculares (DCV) afetam todos os grupos
sociais, causando imenso impacto nos gastos públicos em saúde, além de gerar considerável
número de mortes prematuras. O surgimento de morbidades associadas às DCV requer
significativos investimentos em pesquisa, vigilância, prevenção, promoção da saúde e defesa
de uma vida saudável. Com base nisso, o presente trabalho teve como objetivo analisar a
importância do nível de conhecimento de pacientes portadores de DCV para a prevenção das
referidas doenças. MÉTODOS: Trata-se de um estudo epidemiológico observacional e
transversal realizado a partir da coleta de dados de prontuários clínicos e entrevista de
pacientes, de ambos os sexos, portadores de DCV internados na Unidade Hospitalar Regional
do Seridó (UHRS), na cidade de Caicó/RN, com análise de dados socioeconômicos e
informações relacionadas aos hábitos alimentares/cotidianos, Fatores de Risco (FR) para DCV
e ao decurso da doença que provocou o internamento, utilizando-se o teste do qui quadrado,
adotando-se nível de significância de 5%. Foram calculadas as razões de prevalência (RP),
ajustadas por idade e escolaridade, e respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) por
meio de regressão de Poisson. RESULTADOS: Foram investigados 41 indivíduos, sendo a
maioria indivíduos do sexo masculino (82,9%), com idade entre 60 – 69 anos (19,5%, com
média de 65 anos), autodeclarados pardos (61%), com ensino fundamental completo (61%) e
rendimento mensal de até 1 salário mínimo (63,5%). A DCV mais incidente foi o IAM
(68,3%), os principais FR identificados foram baixa alfabetização (82,9%), HAS (78%),
sedentarismo (73,2%) e tabagismo (65,9%). Além disso, 48,8% informaram que desconhecem
o que seja um FR. CONCLUSÕES: A grande prevalência e simultaneidade desses FR mostra
a necessidade e importância do fortalecimento das políticas públicas de saúde e das equipes
multiprofissionais de saúde, no sentido de reconhecer precocemente os FR, além do
desenvolvimento de mais ações de educação em saúde no âmbito da Atenção Primária à
Saúde.
Palavras-chave: Doença cardiovascular; fatores de risco; HAS; conhecimento; prevenção.
ABSTRACT
JUSTIFICATION AND OBJECTIVE: Cardiovascular diseases (CVD) affect all social
groups, causing immense impact on public health expenditures, besides generating a
considerable number of premature deaths. The appearance of morbidities associated with
CVD requires significant investments in research, surveillance, prevention, health promotion
and the defense of a healthy life. Based on this, the present work had the objective to analyze
the importance of the level of knowledge of patients with CVD for the prevention of these
above-mentioned diseases. METHODS: This is a observational and cross-sectional
epidemiological study based on data collection from clinical promptuaries and interview of
patients of both genders, patients with CVD hospitalized at the Seridó Regional Hospital Unit
(UHRS), in the city of Caicó/RN, with analysis of socioeconomic data and information
related to dietary/daily habits, Risk Factors (RF) for CVD and the course of the disease that
provoked the hospitalization, using the chi-square test, adopting the level of significance of
5%. The prevalence ratios (PR) were calculated adjusted by age and schooling, and their
respective 95% confidence intervals (95% CI) by means of Poisson regression. RESULTS:
Forty-one individuals were investigated, majority male individuals (82.9%), aged 60-69 years
(19.5%, with a mean of 65 years), self-declared pardos (61%), with complete elementary
education (61%) and monthly income of up to 1 minimum wage (63.5%). CVD more incident
was the AMI (68.3%), the main RF identified were low literacy (82.9%), HBP (78%),
sedentary lifestyle (73.2%) and smoking (65.9%). In addition, 48.8% informed that they do
not know what a RF is. CONCLUSIONS: The high prevalence and simultaneity of these RF
shows the need and importance of strengthening public health policies and multiprofessional
health teams, in order to precociousily recognize the RF, in addition to the development of
more health education actions in the Primary Health Care.
Keywords: Cardiovascular disease; risk factors; HBP; knowledge; prevention.
LISTA DE TABELAS
Tabela 1– Caracterização socioeconômica da amostra 23
Tabela 2 – FR para DCV presentes na população de pacientes atendidos na UHRS em
Caicó/RN .24
Tabela 3 – Correlação entre os FR modificáveis e a presença de DCV que provocaram a
internação hospitalar 27
Tabela 4 – Correlação entre o grupo étnico e o desenvolvimento de DCV 29
Tabela 5 – Correlação entre o consumo de alimentos de risco, o desenvolvimento de DCV e o
conhecimento sobre os FR para DCV 30
Tabela 6 – Correlação entre o consumo de alimentos saudáveis, o desenvolvimento de DCV e
o conhecimento sobre os FR para DCV 31
Tabela 7 – Conhecimento dos FR e o uso de medicação para controle de patologias prévias
34
Tabela 8 – Correlação entre as medidas tomadas pela população estudada para diminuir o
risco cardiovascular e o seu conhecimento sobre os FR para DCV 36
LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS
ACS Agente Comunitário de Saúde
APS Atenção Primária à Saúde
AVE Acidente Vascular Encefálico
CEP Comitê de Ética em Pesquisa
CFM Conselho Federal de Medicina
CO Monóxido de Carbono
DNCT Doença Crônica Não Transmissível
DCV Doença Cardiovascular
DM Diabetes Mellitus
DRC Doença Renal Crônica
ESF Estratégia de Saúde da Família
EMCM Escola Multicampi de Ciências Médicas
FACISA Faculdade de Ciências de Saúde do Trairi
FR Fator de Risco
HAS Hipertensão Arterial Sistêmica
HiperDia Hipertensão Arterial e Diabetes
IAM Infarto Agudo do Miocárdio
IES Instituição de Ensino Superior
IMC Índice de Massa Corporal
MS Ministério da Saúde
OMS Organização Mundial de Saúde
PA Pressão Arterial
SAME Serviço de Arquivo Médico e Estatística
SUS Sistema Único de Saúde
TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
UBS Unidade Básica de Saúde
UERN Universidade do Estado do Rio Grande do Norte
UFRN Universidade Federal do Rio Grande do Norte
UHRS Unidade Hospitalar Regional do Seridó
UTI Unidade de Terapia Intensiva
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 12
2 OBJETIVOS 18
2.1 OBJETIVO PRIMÁRIO 18
2.2 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS 18
3 MÉTODOS 19
3.1 ASPECTOS ÉTICOS 19
3.2 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE COLETA DE DADOS 19
3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO 20
3.4 POPULAÇÃO E DELINEAMENTO DO ESTUDO 20
3.5 ARMAZENAMENTO E ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS 21
3.6 DESFECHO SECUNDÁRIO 22
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO 23
5 CONCLUSÕES 39
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 41
APÊNDICES 50
APÊNDICE 1 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO 51
APÊNDICE 2 – QUESTIONÁRIO 54
APÊNDICE 3 – FOTOS DA ATIVIDADE DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE REALIZADA
NA UBS “ENF. ANA DE ANTÃO” 57
12
1 INTRODUÇÃO
Com a promulgação da Constituição Federal em 1988, efetivou-se o processo de
retorno ao regime democrático, após 21 anos de governo militar. A nova carta constitucional
trouxe consigo a efetivação da saúde como direito social de todos os cidadãos e dever do
Estado, implementado por meio de um sistema público universal, integral, equânime,
regionalizado, hierarquizado e descentralizado. Assim nasceu o Sistema Único de Saúde
(SUS), que promoveu nova organização à saúde pública brasileira (PAIVA; TEIXEIRA,
2014).
Após 30 anos do nascimento do SUS e, apesar de progressos instituídos, sobretudo,
aqueles relacionados à ampliação da oferta de serviços da rede básica de saúde, o acesso aos
serviços de saúde ainda constitui um desafio que envolve vários e intrincados determinantes
sobre os quais diferentes pesquisadores têm-se debruçado (VIEGAS; CARMO; LUZ, 2015).
Em decorrência desse cenário de desafios, tem-se observado um crescimento da
demanda por serviços de saúde, em detrimento à baixa capacidade funcional instalada. O
aumento dessa necessidade, aliado ao desenvolvimento médico-tecnológico e às mudanças
ocorridas no estilo de vida da população, tem refletido num aumento nos gastos financeiros
com saúde pública. Em um país com dimensões continentais como o Brasil, com expressivas
diferenças entre a distribuição de bens e serviços, além da efetivação das políticas públicas de
promoção à saúde, esta é uma realidade presente em todas as regiões (PIUVEZAM et al,
2015).
Relativamente às afecções responsáveis por essa crescente demanda, destacam-se as
Doenças Cardiovasculares (DCV), definidas como um conjunto de patologias não
transmissíveis, que agridem coração e/ou vasos sanguíneos, podendo ser agudas ou crônicas, e
que possuem fatores comportamentais de risco modificáveis e não modificáveis e principal
responsável por anos de vida perdidos, ajustados por incapacidade em idosos (MASSA;
DUARTE; CHIAVEGATTO FILHO, 2019).
A predisposição a essas doenças ocorre devido a efeitos metabólicos adversos nos
níveis pressóricos, lipídicos e na resistência à insulina. O Ministério da Saúde (MS) assinala
que, na maioria dos casos, a doença só é diagnosticada após a ocorrência de um evento mais
grave (LUNKES, et al, 2018). Doenças como o Infarto Agudo do Miocárdio (IAM), Acidente
Vascular Encefálico (AVE) e arritmias cardíacas são classificadas como cardiovasculares
(SIMÃO et al, 2013).
13
O crescimento vertiginoso da incidência e prevalência desse tipo de patologia nos
últimos anos está relacionado, principalmente, ao envelhecimento populacional cada vez
maior, decorrente, principalmente da baixa taxa de fecundidade e do aumento da expectativa
de vida, e à mudanças importantes no estilo de vida observado na população mundial
(PLAVNIK et al, 2016). Paralelamente a essa transição demográfica, ocorreu a transição
epidemiológica, que promoveu mudanças nos padrões de morbimortalidade e invalidez da
população, decorrentes de transformações demográficas, sociais e econômicas, resultando em
diferentes padrões de saúde entre as regiões (SOUZA et al, 2018).
Nos últimos anos, percebeu-se uma transformação importante no perfil
epidemiológico apresentado pelos países, tanto desenvolvidos quanto em desenvolvimento,
que passaram, como já dito, por processos de transição epidemiológica, demográfica e
nutricional, com a consequente queda dos índices de doenças infecciosas e parasitárias, com
importante queda na mortalidade infantil e o aumento das enfermidades de cunho crônico-
degenerativo e, de forma especial, das DCV, que se passaram a figurar entre as principais
caudas de mortalidade (BORGES, 2017). Estudos apontam que até o ano 2020, as DCV serão
responsáveis diretas por 25 milhões de mortes no mundo, sendo inferiores, apenas, ao
somatório de todas as formas de câncer (SCHMIDT et al, 2011).
As DCV afetam todos os grupos sociais, desde os mais abastados até a população mais
carente, tendo como consequência o aumento nos gastos públicos em saúde com tratamento
ambulatorial, internações e intervenções realizadas em nível hospitalar, além, é claro, de
reabilitação. Tudo isso causa um impacto econômico significativo para o SUS, uma vez que
os custos se dão de maneira crescente, pois, diuturnamente, surgem novas tecnologias a serem
empregadas no tratamento e aumentam as demandas por atendimento (LUNKES, et al, 2018).
Schmidt et al (2011) mostraram em estudo que tais agravos são responsáveis por
12,7% das hospitalizações não relacionadas ao processo gestacional e por 27,4% das
hospitalizações que ocorreram em idosos. Segundo o Plano de Ações Estratégicas para o
Enfrentamento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT) no Brasil, 2011-2022, as
DCNT são responsáveis por 72% das causas de mortes no país, com destaque para doenças do
aparelho circulatório, que respondem por 31,3% do total de óbitos (BRASIL, 2011a). Desses,
30,8% são causados por doenças isquêmicas do coração e 30% por doenças cerebrovasculares
(ROCHA; MARTINS, 2017).
As hospitalizações por causas evitáveis são reflexos das falhas no sistema de saúde em
proporcionar adequado acesso a serviços de qualidade no âmbito da Atenção Primária à Saúde
14
(APS), que incluam diagnóstico precoce, tratamento de episódios agudos, prevenção de
agravos e acompanhamento de DCNT. Se esses eventos fossem detectados no início de suas
manifestações, ajudaria a reduzir a gravidade dos quadros clínicos apresentados pelos
pacientes, diminuindo, consequentemente, a necessidade de internações hospitalares (PINTO
JUNIOR et al, 2018).
O MS expõe que os gastos oriundos de ações, tratamentos e procedimentos com
DCNT representaram, em 2010, cerca de R$ 1,2 bilhões em gastos ambulatoriais (32% do
total de gastos) e R$ 2,4 bilhões em gastos com internação (68% do total de gastos),
totalizando, aproximadamente, R$ 3,6 bilhões naquele ano (STEVENS; SCHMIDT;
DUNCAN, 2012). Os custos com tais agravos são superiores aos destinados a sua prevenção,
onerando o orçamento público e desperdiçando preciosos recursos que poderiam ser
investidos em ações em saúde (PINTO JUNIOR et al, 2018).
Segundo dados da Secretaria do Tesouro Nacional, em 2017, o gasto primário da
União em saúde totalizou R$ 117,1 bilhões. A despesa aumentou sua participação, passando
de 6,7% para 8,3% no período 2008-2017. Em proporção ao Produto Interno Bruto, essa
participação também cresceu, passando de 1,6 para 1,8% (BRASIL, 2018).
O número de mortes prematuras e o surgimento de morbidades associadas às DCV
requerem significativos investimentos em pesquisa, vigilância, prevenção e promoção da
saúde, com adequada identificação dos Fatores de Risco (FR) e direcionamento das políticas
públicas em favor do seu controle, além da defesa de um estilo de vida saudável (GOMES et
al, 2012). Sendo considerada a alta carga de DCV e seu consequente impacto em nível social
e econômico, faz-se necessário investir em prevenção da doença e promoção da saúde através
do ajustamento às diferentes características das populações (SOUSA, 2013).
Luz et al, (2019) classificam os FR cardiovasculares em dois grupos: os modificáveis e
os não modificáveis. Os FR modificáveis envolvem o tabagismo, níveis elevados de
colesterol, Diabetes Mellitus (DM), sedentarismo, Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) e
obesidade, sendo diretamente responsáveis por 80% das doenças coronarianas e
cerebrovasculares. Os FR não modificáveis incluem a idade, sexo e histórico familiar.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 6 milhões de pessoas morrem a
cada ano em decorrência do uso do tabaco, seja ele direto ou passivo; 3,2 milhões morrem
como resultado da inatividade física e, entre os sedentários, existe aumento de 20% a 30% do
risco de todas as causas de mortalidade (WHO, 2010); 7,5 milhões de óbitos são oriundos de
Pressão Arterial (PA) alta, correspondendo a 12,8% de todas as mortes; 2,8 milhões de mortes
15
em virtude do excesso de peso/obesidade; e 2,6 milhões de mortes a cada ano decorrentes de
taxas elevadas de colesterol (WHO, 2009).
Um aspecto fundamental a ser avaliado é que a maioria das DCV pode ser prevenida
através da abordagem de FR modificáveis, como o tabagismo, dietas inadequadas,
sobrepeso/obesidade, sedentarismo e abuso de álcool. Além disso, o adequado controle de FR
como HAS, DM e dislipidemias é essencial para o diagnóstico precoce e tratamento das DCV,
possibilitando a execução de ações de prevenção primária e secundária através dos serviços de
saúde, o que implicaria na redução dos números de óbito (ROCHA; MARTINS, 2017). A
OMS estima que ¾ da mortalidade cardiovascular pode ser diminuída com adequadas
mudanças no estilo de vida (WHO, 2012).
Para que haja algum controle dos FR para DCV com vistas a diminuir o seu impacto
da saúde populacional, faz-se necessário maior atenção às ações de prevenção, com a
finalidade de evitar o desenvolvimento de novos casos ou o agravamento dos já existentes.
Nesse sentido, o MS já desenvolve e aplica políticas públicas que fogem do binômio queixa-
conduta e refletem sobre os hábitos de vida do usuário, estimulando a atividade física, dieta
saudável, fim do tabagismo, além do controle das principais doenças que atuam como FR, a
HAS e DM (SIMÃO et al, 2013).
Dentre as principais ações preventivas que podem ser desenvolvidas no âmbito da
APS, destacam-se a detecção precoce do FR, tratamento para alto risco e, principalmente,
avaliação cardiovascular, acompanhamento periódico e aconselhamento (LENTSCK;
MATHIAS, 2015).
As DCV proporcionam um padrão de intervenção na esfera de ação da APS que
implica positivamente nas ações desenvolvidas de modo eficiente. Isso diminui o processo de
hospitalização e oferece subsídios sobre os diferentes quadros de saúde, auxiliando na tomada
de decisão e nos processos de intervenção, garantindo adequado monitoramento na
distribuição do acesso a cuidados primários de qualidade e contribuindo para o debate sobre
as intervenções que incluam sistema de financiamento justo, tecnologias básicas,
medicamentos essenciais, equipes de saúde treinadas, informações médicas e sistema e redes
de referenciamento (MENDIS, 2012).
Contudo, para que haja uma sensibilização dos indivíduos acometidos e uma mudança
comportamental de fato possa ser observada, é preciso que a população conheça as
consequências positivas dessa mudança e os efeitos deletérios que a contínua exposição aos
16
FR pode acarretar. Para tanto, é necessário que a população tenha consciência dos fatores que
levam à DCV (BONOTTO; MENDOZA-SASSI; SUSIN, 2016).
Considerando o exposto, optou-se por desenvolver uma investigação acerca da
prevenção das DCV, tendo como referência a Unidade Hospitalar Regional do Seridó
(UHRS), localizada na cidade de Caicó, no interior do Rio Grande do Norte. A referida
unidade é um hospital de caráter público, de média complexidade, cuja porta de entrada do
pronto-socorro serve de referência para os 25 municípios que compõem a Região do Seridó. O
supracitado nosocômio recebe demandas que vão desde consultas ambulatoriais até o
atendimento a politraumatismos e não difere do contexto nacional anteriormente descrito.
Levantamento feito pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) apontou diminuição no
número de leitos de internamento e aumento no número de leitos complementares, destinados
a tratamentos mais complexos, como as Unidades de Terapia Intensiva (UTI) e leitos de
observação, embora persistam as filas para internação e a superlotação de hospitais seja algo
recorrente. O MS afirma que reduziu o número de leitos, em virtude da diminuição na
necessidade de internamento, por fortalecimento das políticas públicas de saúde e das ações
no nível da APS (SOUZA, 2014).
Leite et al (2015), em estudo realizado, compararam as regiões geográficas do Brasil e
perceberam elevação da carga global de doenças e agravos não transmissíveis nas regiões
Norte e Nordeste, resultando em óbitos mais precoces e aumento da carga de incapacidade
decorrente de problemas de saúde, enquanto as estruturas física e organizacional
permaneceram as mesmas. Atualmente, complicações relacionadas à HAS, AVE e IAM
figuram entre as principais causas de prolongamento das internações hospitalares na
supracitada unidade.
Analisando-se todo o contexto acima descrito, percebe-se que a prevenção constitui
fator determinante para a diminuição dos FR e, consequentemente, das DCNT. Segundo
conceituação clássica de Leavell e Clark (1976), a prevenção pode ser definida como uma
ação antecipada, cuja base está no conhecimento da história natural da patologia, com vistas a
dificultar o seu progresso. Assim, prevenção constitui-se na intervenção que visa controlar a
transmissão de doenças, evita seu surgimento e reduz sua incidência. Envolve educação em
saúde, criação de estratégias para diminuição e erradicação da disseminação de agentes
patológicos, reconhecimento precoce da patologia com diagnóstico e tratamento visando à
limitação da invalidez, e ações de reabilitação.
17
Diante desse cenário e tomando como referência para a realização da pesquisa os
pacientes portadores de DCV hospitalizados na UHRS e que possuam domicílio em um dos
25 municípios que compõem a Região do Seridó, questiona-se: Em que medida o
conhecimento contribui para a prevenção das DCV? Na perspectiva de encontrar resposta
para essa questão central, ainda se pergunta: os pacientes com DCV hospitalizados na
UHRS detêm conhecimento acerca das complicações decorrentes da não prevenção
dessas doenças? Tais pacientes utilizaram ou utilizam estratégias de prevenção (prática
regular de atividade física, adoção de hábitos alimentares saudáveis, entre outros) das
DCV? Os referidos pacientes, apesar de já terem sido acometidos pelas DCV,
manifestaram interesse e/ou disposição em mudar práticas do cotidiano visando mitigar
as consequências dessa patologia?
Este, portanto, é o itinerário da investigação que se realizou, na perspectiva de
contribuir com a efetivação de processos no âmbito da Educação, Trabalho e Inovação em
Medicina, mais especificamente na linha “Determinação do processo saúde-doença”. Esta
linha de pesquisa envolve a ampliação do enfoque dessa determinação, e varia desde os
clássicos determinantes de nature a biom dica at a perspectiva psicossocial, ambiental e
cultural, incluindo métodos e processos utilizados para a promoção, prevenção, tratamento,
reabilitação e recuperação da saúde.
18
2 OBJETIVOS
2.1 OBJETIVO PRIMÁRIO
Analisar a importância do nível de conhecimento de pacientes portadores de DCV para
a prevenção das referidas doenças.
2.2 OBJETIVOS SECUNDÁRIOS
Delinear o perfil socioeconômico dos pacientes acometidos por DCV hospitalizados
na UHRS;
Evidenciar o nível de conhecimento dos pacientes acometidos por DCV hospitalizados
na UHRS acerca das complicações decorrentes da sua não prevenção;
Identificar as estratégias de prevenção para DCV adotadas por esses pacientes
(acompanhamento médico regular, adoção de hábitos alimentares saudáveis, prática de
atividades físicas, entre outros);
Avaliar o interesse e/ou disposição dos pacientes acometidos por DCV hospitalizados
na UHRS para mudar práticas culturais/cotidianas, visando mitigar as consequências
decorrentes dessas patologias;
Propor estratégias/ações no âmbito da educação em saúde em parceria com outras
Instituições de Ensino Superior (IES), como, por exemplo, a Universidade Estadual do
Rio Grande do Norte (UERN).
19
3 MÉTODOS
3.1 ASPECTOS ÉTICOS
O trabalho foi submetido à apreciação do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP) da
Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi (FACISA) da Universidade Federal do Rio Grande
do Norte (UFRN), com CAAE nº 66574217.9.0000.5568 e Parecer Consubstanciado nº
2.018.060. Antes de participarem do estudo, todos os indivíduos assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) (APÊNDICE 1). Os princípios éticos foram
respeitados em todas as fases do estudo, como prevê a Resolução nº 466/2012 do Conselho
Nacional de Saúde (BRASIL, 2012).
3.2 CARACTERIZAÇÃO DO LOCAL DE COLETA DE DADOS
A UHRS, onde o estudo foi realizado, dispõe de serviço de pronto-socorro, UTI
Adulto, laboratório de análises clínicas, radiodiagnóstico e hemodiálise de urgência, com 81
leitos, sendo distribuídos da seguinte forma: 6 leitos de observação no pronto-socorro, 28
leitos de cirurgia geral, 30 leitos de clínica geral, 2 leitos de isolamento, 8 leitos de saúde
mental e 10 leitos de UTI adulto. Esses serviços servem de referência regional para os
municípios adscritos que pactuam através da Programação Pactuada e Integrada, e incluem
cirurgias, atendimento de urgência/emergência e trauma-ortopedia, internações clínicas, de
saúde mental e terapia intensiva, com funcionamento 24 horas. Além disso, serviço de
Acolhimento com Classificação de Risco no pronto-socorro, cirurgias eletivas de
bucomaxilofacial e ambulatório de egressos de clínica médica.
A referida unidade atende, em média, 250 pacientes/dia, com um quantitativo mensal
de cerca de 7000 usuários, dos quais, em torno de 350 são internados. Conta com uma equipe
de mais de 350 funcionários, entre servidores efetivos e colaboradores terceirizados.
A UHRS também se volta à formação de profissionais de diversas áreas, oferecendo
suas dependências como campo de estágio para os cursos de medicina, enfermagem, além de
escolas de formação técnica em enfermagem e radiologia. Além desses cursos, tem-se ainda a
Residência Médica em Clínica Médica e a Residência Multiprofissional em Atenção Básica,
ambas da Escola Multicampi de Ciências Médicas (EMCM) da UFRN.
20
3.3 CRITÉRIOS DE INCLUSÃO E EXCLUSÃO
Os critérios de inclusão compreenderam a maioridade legal dos pacientes, o fato de
residirem em um dos 25 municípios que compõem a Região do Seridó, a hospitalização na
UHRS nos setores de Clínica Médica e/ou UTI, a detenção de diagnóstico clínico definido de
DCV e a assinatura do TCLE. Foram excluídos da pesquisa os pacientes que não atenderam
aos critérios de inclusão.
3.4 POPULAÇÃO E DELINEAMENTO DO ESTUDO
Desenvolveu-se um estudo do tipo epidemiológico observacional, com caráter quanti-
qualitativo e delineamento transversal, com pacientes internados na enfermaria de clínica
médica e no setor de UTI de um hospital geral do interior do Rio Grande do Norte, no período
de junho de 2017 a novembro de 2018.
Dos pacientes portadores de DCV hospitalizados na UHRS, quarenta e um foram
incluídos no estudo. Os selecionados que aceitaram participar foram esclarecidos acerca dos
objetivos do trabalho, sendo garantido seu anonimato.
A análise de dados socioeconômicos e informações relacionadas aos hábitos
alimentares/cotidianos, nível de conhecimento sobre os FR para DCV, a presença de FR para
DCV e ao decurso da doença que provocou o internamento foi realizada através de um
questionário (APÊNDICE 2) estruturado de forma objetiva.
A entrevista deu-se através da abordagem dos indivíduos participantes da pesquisa nos
leitos em que se encontravam, durante o transcurso do internamento. Inicialmente, eles
receberam instruções preliminares sobre as questões apresentadas, sendo diretamente
indagados pela investigadora, sem limite de tempo para respostas. A entrevistadora ficou ao
lado dos participantes durante a entrevista e as eventuais dúvidas manifestadas foram
esclarecidas de imediato.
Ao término da entrevista, a pesquisadora consultou os prontuários que estavam
disponíveis nos postos de enfermagem, com a finalidade de adquirir elementos adicionais com
potencial importância para a elucidação do objetivo deste estudo. Alguns prontuários não
puderam ser averiguados, pois, no momento da investigação, encontravam-se sob manuseio
da equipe multiprofissional de saúde que assistia o paciente. Posteriormente, foi solicitado ao
Serviço de Arquivo Médico e Estatística (SAME) da UHRS o acesso a tais documentos,
21
contudo, em virtude de mudanças no local de guarda desses arquivos médicos e de recursos
humanos reduzidos no referido setor, não foi possível acessá-los.
3.5 ARMAZENAMENTO E ANÁLISE ESTATÍSTICA DOS DADOS
Para os FR considerados, foram calculadas as prevalências segundo sexo e duas
diferenças foram avaliadas pelo teste do qui quadrado, adotando-se nível de significância de
5%. Foram calculadas as razões de prevalência (RP), ajustadas por idade e escolaridade, e
respectivos intervalos de confiança de 95% (IC95%) por meio de regressão de Poisson.
Como variáveis independentes foram estudadas a idade (em anos completos e
posteriormente categorizada), a situação conjugal (classificada em com ou sem cônjuge), a
cor da pele (classificada como branca e negra e outras), a escolaridade (em anos completos e
posteriormente categorizada em ensino médio incompleto ou completo), o quartil de renda per
capita familiar (calculado a partir da renda familiar dividida pelo número de moradores na
casa, sendo o 1° quartil referente ao grupo menos favorecido economicamente). Entre os
hábitos de vida, foram analisados o tabagismo (classificado como não fuma e fuma ou fumava
até seis meses antes da entrevista), o uso regular de bebidas alcoólicas (definido como bebe,
não bebe ou bebia até seis meses antes da entrevista), o consumo habitual de alimentos
avaliados como sadios (classificado como a ingestão, pelo menos três vezes por semana, de
peixes, alho, azeite e outros), o consumo habitual de alimentos considerados de risco
(definido como a ingestão, pelo menos três vezes por semana, de carne vermelha, alimentos
com excesso de sal, alimentos com calorias vazias, entre outros), a prática de atividade física
(classificada como sim, não e pratica atividade física por pelo menos 1h, três vezes na
semana) e o peso corporal (para avaliação de Índice de Massa Corporal (IMC).
Também foram avaliados o conhecimento sobre os principais FR para DCV (definido
como sim, não e não conhece os FR), os FR presentes (classificados como HAS, DM,
sedentarismo, entre outros), a presença de medidas para diminuir o risco cardiovascular
(definido como sim ou não), a identificação de tais medidas (definidas como dieta balanceada,
prática regular de atividade física, não fumar, entre outros).
Por fim, foram analisados os sinais e sintomas apresentados durante o internamento
(dor/desconforto no peito, falta de ar, suor frio e repentino, entre outros), a patologia que
provocou o internamento hospitalar (classificado como IAM, AVE, valvopatias, entre outros),
a última visita preventiva ao médico (definido como sim, não, não lembro e nunca fui ao
22
médico preventivamente), a presença de patologia de base (classificada como sim, não e a
especificação da doença), e o uso de medicação de controle para comorbidade (definido como
sim, não e a especificação da medicação).
3.6 DESFECHO SECUNDÁRIO
Foi realizado, no dia 30 de novembro de 2018, um evento de educação em saúde com
usuários do grupo de Hipertensão e Diabetes (HiperDia), adscritos na área de abrangência da
Unidade Básica de Saúde (UBS) “Enf. Ana de Antão” do bairro Boa Passagem, na cidade de
Caicó/RN, bem como, de Agentes Comunitários de Saúde (ACS) da mesma área e residentes
do Programa de Residência Multiprofissional em Atenção Básica da EMCM/UFRN.
Nesse dia, foi realizada uma atividade de educação em saúde com exposição oral, que
teve início às 8h e durou 2h e 30 min, proferida pelo médico cardiologista e professor da
EMCM/UFRN, Vander Weyden Batista de Sousa. A apresentação envolveu a orientação e
direcionamento ao maior rastreio e acompanhamento dos pacientes portadores de FR para
DCV, expondo as principais implicações da não realização da devida investigação, no sentido
de prevenir o surgimento de DCV.
Além disso, também foram realizadas ações de verificação de PA e glicemia capilar
pelos profissionais da unidade nos usuários presentes.
23
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
A caracterização socioeconômica da população estudada está apresentada na tabela 1.
Foi possível observar que houve uma predominância de indivíduos do sexo masculino
(82,9%), com idade entre 60 – 69 anos (19,5%, com média de 65 anos), pardos (61%) e
casados ou convivendo em união estável (61%).
Também foi possível perceber que a maior parte reside fora do município de Caicó
(61%), residindo principalmente em área urbana (78%), com religião católica (82,9%), com
ensino fundamental incompleto (61%) e com rendimentos mensais de até 1 salário mínimo
(63,5%).
Tabela 1– Caracterização socioeconômica da amostra
Parâmetro n %
Sexo
Masculino
Feminino
34
7
82,9
17,1
Idade
30 – 39 anos
40 – 49 anos
50 – 59 anos
60 – 69 anos
70 – 79 anos
80 – 89 anos
1
1
8
20
7
4
2,4
2,4
19,5
48,8
17,1
9,8
Município de residência
Caicó
Demais municípios
16
25
39
61
Área geográfica
Zona Urbana
Zona Rural
32
9
78
22
Raça/cor
Branco
Negro
Pardo
Indígena
Amarelo
12
4
25
0
0
29,3
9,7
61
0,0
0,0
Estado civil
Solteiro
Casado/União Estável
Viúvo
Divorciado/Separado
6
25
4
6
14,6
61
9,8
14,6
24
Religião
Católico
Evangélico
Espírita
Ateu/agnóstico
Sem informação
34
2
2
2
1
82,9
4,9
4,9
4,9
2,4
Escolaridade
Fundamental Incompleto
Fundamental Completo
Médio Incompleto
Médio Completo
Superior Incompleto
Superior Completo
Pós-graduação
Sem informação
Nenhum
25
3
0
5
0
1
0
5
2
61
7,3
0,0
12,2
0,0
2,4
0,0
12,2
4,9
Rendimento
Menos de 1 SM
De 1 a menos de 2 SM
De 2 a menos de 5 SM
5 ou mais SM
26
8
6
1
63,5
19,5
14,6
2,4 Fonte: Autoria Própria, 2019.
A tabela 2 demonstra a presença de FR na população analisada. Quatro dos FR foram
observados de forma expressiva: baixa alfabetização (82,9%), HAS (78%), sedentarismo
(73,2%) e tabagismo (65,9%).
Tabela 2 – FR para DCV presentes na população de pacientes atendidos na UHRS em Caicó/RN
Fator de Risco n %
HAS 32 78
DM 16 39
Sedentarismo 30 73,2
Obesidade 7 17,1
Tabagismo 27 65,9
Etilismo 11 26,8
Raça negra 7 17,1
Baixa alfabetização 34 82,9
Dislipidemia 21 51,2
História de DCV precoce 20 48,8
Condição socioeconômica baixa 15 36,6
Estresse excessivo 7 17,1
Idade avançada 18 43,9
Risco psicossocial 21 51,2 Fonte: Autoria Própria, 2019.
25
Os resultados evidenciados na Tabela 2 corroboram aqueles encontrados no estudo
epidemiológico realizado na cidade de Framingham, localizada no estado de Massachusetts,
Estados Unidos, primeiro a identificar FR para DCV, expondo a HAS, DM, tabagismo,
ausência de atividade física e aumento de peso como principais desses fatores (GAMA;
MUSSI; GUIMARÃES, 2010). Também condizem com o estudo Interheart realizado no
Brasil, que identificou que, além dos já citados, alimentação inadequada, etilismo, estresse
psicológico e dislipidemia seriam responsáveis por mais de 90% dos riscos atribuídos às DCV
(ROSENGREN, et al, 2004).
Alguns estudos científicos dedicaram-se a avaliar a relação entre o nível de
escolaridade e a presença de DCV, evidenciando associação entre um menor nível de
escolaridade e um maior acometimento de DCV e presença de FR (NOGUEIRA et al, 2014;
SANTOS, et al, 2013). Nesta pesquisa, verificou-se que 61% dos entrevistados relataram
possuir apenas ensino fundamental incompleto, dado que comprova os estudos supracitados.
Costa et al (2015) mostraram que, na população urbana brasileira, indivíduos que
tinham ensino médio completo apresentaram menor risco cardiovascular do que aqueles que
tinham menor grau de escolaridade, relacionando tal resultado a exposição a mensagens sobre
saúde. Essas mensagens levariam à reflexão sobre o que é ter uma vida saudável e a maior
consciência sobre como se manter saudável, o que geraria melhor conhecimento sobre os
comportamentos nocivos à saúde, além de promover condições mais oportunas de acesso aos
serviços de saúde. Também observaram que a hipercolesterolemia é influenciada pelo
nível de escolaridade, mostrando que quanto maior a educação, maior a taxa de ingestão de
alimentos ricos em colesterol. Tal resultado contrapõe aquele encontrado nesta pesquisa, que
apontou presença do referido FR em 51,2% da amostra, apesar da alta porcentagem de baixa
alfabetização encontrada. Esse achado pode estar relacionado aos hábitos alimentares
notadamente presentes na identidade da culinária seridoense, cujo conteúdo preserva a
história de gerações passadas e cujos preparos incluem, via de regra, o uso de gorduras trans.
Azevedo (2011) coloca que os hábitos alimentares dos seridoenses são ligados a uma
cultura proveniente do mundo rural, apesar de terem contato com realidades socioeconômicas
e culturais oriundas de diferentes regiões do Brasil e do mundo, condição própria da dinâmica
espacial do mundo moderno. Dessa forma, alguns pratos se perpetuariam na culinária
tradicional: carne de sol, queijos de manteiga e coalho, manteiga de garrafa (fundida),
biscoitos e doces caseiros, chouriço, bolos e licores.
26
Essas práticas alimentares estão diretamente relacionadas às taxas de HAS (78%), DM
(39%), dislipidemia (51,2%) e obesidade (17,1%) encontradas. Contudo, também é possível
indagar se a presença desses FR não estaria ligada à falta de acesso desses indivíduos a uma
alimentação equilibrada, decorrente justamente da falta de conhecimento sobre quais
alimentos integrariam uma dieta saudável.
O fato de 78% da população estudada apresentar HAS é um dado alarmante pois, no
Brasil, tal doença contribui com 50% das mortes por DCV (SCALA; MAGALHÃES;
MACHADO, 2015). A HAS é o mais importante FR para o desenvolvimento de doença
arterial coronariana, insuficiência cardíaca, insuficiência cerebrovascular, Doença Renal
Crônica (DRC) e fibrilação atrial. Estudos mostraram que a detecção, tratamento e controle
das HAS são fundamentais para a redução dos eventos cardiovasculares, podendo reduzir em
até 46% a ocorrência de IAM e em 63% a ocorrência de AVE (SIMÃO et al, 2013).
O sedentarismo foi FR encontrado em 73,2% da amostra estudada, achado que
confirma o encontrado em estudo por Jardim et al (2007), que evidenciaram prevalência geral
do sedentarismo em 75,8% da população avaliada em estudo.
Diferentes níveis de atividade física influenciam diretamente a presença de FR,
contudo, seu aparecimento é maior nos indivíduos inativos (BERNARDO et al, 2013),
estando diretamente ligado, por exemplo, à existência de resistência à insulina e dislipidemia
(CARLUCCI et al, 2013). Nesse sentido, é possível fazer associação entre o sedentarismo e
outros FR citados, como o DM, identificado em 39% da população e a dislipidemia,
encontrada em 51,2%.
Outro importante FR modificável relatado foi o tabagismo, presente em 65,9% da
população estudada. O sucesso da adesão a esse hábito nocivo decorre do fato de que as
substâncias presentes atuam no sistema límbico, no circuito de recompensa, acarretando
dependência química e psicológica (OLIVEIRA; MALLET, 2017). A OMS estima que esse
hábito seja a principal causa direta de morte evitável no mundo, uma vez que, em virtude da
sua alta prevalência, atua como precursor de diversas patologias, chegando a acometer 1/3 da
população global (WHO, 2004).
Evidencia-se através desses dados que o uso do cigarro é um fator que interfere
diretamente na saúde e na qualidade de vida dos usuários. Para além dos malefícios próprios
do tabagismo, somam-se a isso os prejuízos causados pela combinação de FR modificáveis,
que provocam danos irreversíveis à saúde.
27
Contudo, apenas reconhecer a nocividade causada por esses FR não é suficiente. É
preciso que se adotem estratégias de erradicação, cujas principais incluem a adoção de hábitos
alimentares saudáveis, com controle do peso corporal e redução da ingestão de sal, álcool e
gorduras; a prática regular de atividade física; o fim do tabagismo; e maior investimento em
educação (FRANCO et al, 2016).
A tabela 3 correlaciona a presença de FR modificáveis e a DCV que motivou o
internamento hospitalar. Percebe-se que o IAM foi a DCV que apresentou maior associação
com FR modificáveis.
Tabela 3 – Correlação entre os FR modificáveis e a presença de DCV que provocaram a
internação hospitalar
DCV Fuma Não fuma Bebe Não bebe Pratica
atividade física
Não pratica
atividade física
IAM 13 15 11 17 8 21
AVE 2 0 1 1 0 2
Arritmia 1 0 1 0 0 1
Trombose 1 0 0 1 0 1
Valvopatia 0 1 0 1 1 0
Angina 2 0 0 2 2 0
ICC 4 0 1 3 1 2
Outros 2 0 0 2 0 2 Fonte: Autoria Própria, 2019.
Entre os fumantes, 50% das mortes por DCV seriam evitadas se o hábito de fumar
fosse excluído. O risco relativo de IAM é duas vezes maior entre os fumantes com idade
superior a 60 anos e cinco vezes maior entre aqueles com idade inferior a 50 anos, se forem
comparados com os não fumantes (SIMÃO et al, 2013).
Na população estudada, observou-se que 61% dos indivíduos eram tabagistas. Destes,
80% tinham 60 anos ou mais. Desse total de indivíduos, 50% apresentaram IAM como
patologia motivadora do internamento hospitalar, o que corrobora o dado exposto acima,
apresentado na I Diretriz Brasileira de Prevenção Cardiovascular. Outro achado que merece
atenção, é que, do total de indivíduos fumantes com idade acima de 60 anos, 40% afirmaram
conhecer os principais FR para DCV. Essas informações sugerem risco acentuado desse grupo
etário, uma vez que quase metade afirma conhecer os FR, mas não toma as medidas
necessárias para minimizar tais riscos. Além disso, chama a atenção o fato de 45% sequer
saberem o que é um FR, apontando para a necessidade de desenvolver ações de educação em
saúde voltadas à faixa etária acima de 60 anos, que permitam compartilhar mensagens diretas
sobre os malefícios do tabagismo e sua ligação com as DCV.
28
A tabela 3 ainda mostra que 34,2% dos indivíduos entrevistados afirmaram que o
etilismo é um hábito, dos quais 78,6% apresentaram IAM como DCV que motivou o
internamento. Dos 65,8% que negaram o etilismo, 62,9% apresentaram IAM. Esses dados
mostram que o fato de beber ou não, não constitui, isoladamente, medida eficaz de prevenção
cardiovascular.
Análise anterior mostra que a ingestão moderada de bebidas alcoólicas não está
definitivamente estabelecida como segura, não sendo recomendável a indicação desse tipo de
bebida para a prevenção de DCV, em virtude do risco de se estabelecer dependência
(MALACHIAS et al, 2016). Isso porque a ingestão de álcool provoca redução inicial da PA,
com posterior elevação algumas horas após o consumo. Entretanto, a I Diretriz Brasileira de
Prevenção Cardiovascular estabelece como quantidade limite para a ingestão diária 30g de
álcool para homens e 15g para mulheres (SIMÃO et al, 2013).
A tabela 3 evidencia que a maior parte da amostra, 70,7%, relatou não praticar
nenhum tipo de atividade física de maneira regular. Desse total de indivíduos, 72,4%
apresentaram IAM.
O sedentarismo é responsável por quase dois milhões de mortes e por 10% a 16% dos casos
de DM tipo 2 (BRASIL, 2014a). Entre os benefícios da prática regular de exercício físico,
destacam-se o controle do peso, PA e perfil lipídico, melhora da sensibilidade à insulina e
redução de fatores trombóticos, além de combate ao estresse psicológico e à depressão
(MALACHIAS et al, 2016).
Além disso, a atividade física regular previne HAS devido a uma modulação
autonômica mais favorável e de efeitos vasodilatadores locais sobre a musculatura lisa da
parede arterial (WILLIAMS et al, 2007). É importante ressaltar que, mesmo naqueles que já
apresentam risco cardiovascular elevado, a prática regular de atividade física promove
melhoria no condicionamento cardiovascular, impactando em redução da mortalidade por
DCV em tabagistas e hipertensos (LUNZ et al, 2010).
Percebe-se, com isso, que o estímulo à prática regular de atividade física deve ser parte
integrante da produção do cuidado em saúde, possibilitada através de ações culturalmente
inseridas e adaptadas às particularidades dos diversos territórios do país (BRASIL, 2014b).
A tabela 4 correlaciona o grupo étnico autodeclarado pelos indivíduos e o
desenvolvimento de DCV. Os indivíduos autoreferidos pardos foram a maioria entre os
entrevistados (60,9%), seguidos por aqueles autodeclarados brancos (29,3%) e negros (9,7%).
29
Por constituírem a maior parte da população estudada, os indivíduos pardos foram os
que mais apresentaram DCV, sendo o IAM a que apresentou maior associação com FR
modificáveis. Contudo, não foi encontrada diferença estatisticamente significante.
Tabela 4 – Correlação entre o grupo étnico e o desenvolvimento de DCV
DCV Branco Pardo p
IAM 10 17 0,3255
ICC 2 2
Outras 0 6
Fonte: Autoria Própria, 2019.
Além disso, entre os indivíduos autodeclarados brancos, 41,7% afirmaram conhecer os
FR para DCV, enquanto 58,3% relataram não saber o que é um FR. Já entre os sujeitos
autoreferidos pardos, 36% atestaram conhecer os FR para DCV, 20% relataram não os
conhecer e 44% afirmaram não saber o que seja um FR.
O fato de a maioria dos indivíduos autodeclarados pardos relatar não conhecer os FR
para DCV ou não saber o que seja um FR pode explicar a maior incidência de DCV nesse
grupo étnico.
Uma das razões para um maior número de mortes entre negros e pardos, quando
comparados com brancos, é a maior prevalência e o pior prognóstico de DCV, especialmente
HAS e complicações decorrentes de AVE e insuficiência cardíaca (LATADO et al, 2009).
Estudos científicos que abordem os impactos das desigualdades raciais nas DCV são
escassos. Contudo, não se pode desconsiderar que etnia/raça são conceitos socioculturais,
portanto, carregam um viés de classificação. A avaliação de padrões genéticos, em todos os
grupos étnicos, em ensaios clínicos futuros poderá auxiliar na identificação de grupos de
pacientes com DCV que apresentem maior benefício em relação a regimes terapêuticos
determinados (SANTOS et al, 2013).
A tabela 5 mostra a correlação entre os alimentos considerados de risco presentes na
dieta dos entrevistados, a presença de IAM, DCV mais incidente na amostra, e o
conhecimento referido pelos indivíduos sobre os FR para DCV.
30
Tabela 5 – Correlação entre o consumo de alimentos de risco, o desenvolvimento de DCV e o
conhecimento sobre os FR para DCV
Alimento
Total
(n = 41) IAM
Conhece os FR para
DCV
n % n % n %
Carne vermelha
Sim
Não
Não sabe o que é um FR
38
3
92,7
7,3
27
1
65,8
2,4
16
5
17
42,1%
13,2%
44,7%
Alimentos com excesso de sal
Sim
Não
Não sabe o que é um FR
12
29
29,3
70,7
10
18
24,4
43,9
4
1
7
33,4%
8,3%
58,3%
Alimentos com calorias vazias
Sim
Não
Não sabe o que é um FR
13
28
31,7
68,3
9
19
21,9
46,3
6
2
5
46,1%
15,4%
38,5%
Alimentos ricos em gordura trans
Sim
Não
Não sabe o que é um FR
11
30
26,8
73,2
9
19
21,9
46,3
6
0
5
54,5%
0%
45,5%
Refrigerantes
Sim
Não
Não sabe o que é um FR
11
30
26,8
73,2
9
19
21,9
46,3
5
1
5
45,5%
9%
45,5%
Chocolates e outros doces
Sim
Não
Não sabe o que é um FR
14
27
34,1
65,9
12
16
29,3
39
7
0
7
50%
0%
50% Fonte: Autoria Própria, 2019.
Os resultados expostos na Tabela 5 relativos à menor frequência com que os alimentos
apresentados estão presentes na dieta dos entrevistados contrapõem estudos anteriores que
mostram que os alimentos acima descritos são parte integrante da dieta da maioria das pessoas
e favorecem o desenvolvimento de DCV (CARVALHO et al, 2015; ANDRADE;
MARCHIONI; CESAR; FISBERG, 2015).
Para que se tenha êxito no controle dos FR nutricionais para DCV, é preciso que haja
o desenvolvimento de um plano alimentar saudável e sustentável em longo prazo, sem a
adoção de dietas radicais ou modismos, pois seu efeito é curto e resulta em abandono do
tratamento (FRANCO et al, 2016).
Como a maioria dos indivíduos relatou que os alimentos apresentados na Tabela 5
estiveram presentes na dieta de maneira menos frequente, pode-se concluir que a incidência
31
de DCV está relacionada à multiplicidade de FR modificáveis presentes na população
estudada.
Esse fato pode ser confirmado quando se observa que somente os indivíduos
consumidores habituais de carne vermelha e alimentos com excesso de sal relataram
desconhecer o que seja um FR. Entre aqueles que consumiam habitualmente os demais
alimentos, a maioria informou saber quais os principais FR para DCV.
A tabela 6 correlaciona o consumo de alimentos saudáveis, o desenvolvimento de
DCV e o conhecimento referido pelos usuários sobre os FR para DCV. É possível perceber
que todos os alimentos estiveram presentes na dieta dos entrevistados, alguns de maneira mais
regular do que outros, com a seguinte distribuição: peixes 26,8%, alho 73,2%, azeite 31,7%,
chá verde 19,5%, chocolate amargo 12,2 %, tomate 51,2%, abacate 26,8%, linhaça 17,1%,
aveia 24,4%, soja 7,3%, cereais integrais 7,3%, óleos vegetais 63,4%, vinho 9,7%, suco de
uva 21,9%, iogurte 19,5%.
Tabela 6 – Correlação entre o consumo de alimentos saudáveis, o desenvolvimento de DCV e o
conhecimento sobre os FR para DCV
Alimento IAM Outros
Conhece os FR
para DCV
n % n % n %
Peixes
Sim
Não
Não sabe o que é um FR
7
21
17,1
51,2
4
9
9,7
22
6
2
3
54,5
18,2
27,3
Alho
Sim
Não
Não sabe o que é um FR
18
10
43,9
24,4
12
1
29,3
2,4
10
4
16
33,4
13,3
53,3
Azeite
Sim
Não
Não sabe o que é um FR
8
20
19,5
48,8
5
8
12,2
19,5
6
2
5
46,1
15,4
38,5
Chá verde
Sim
Não
Não sabe o que é um FR
6
22
14,6
53,7
2
11
4.9
26,8
4
1
3
50
12,5
37,5
Chocolate amargo Sim
Não
Não sabe o que é um FR
4
24
9,8
58,5
1
12
2,4
29,3
3
1
1
60
20
20
Tomate
Sim
Não
Não sabe o que é um FR
15
14
36,6
34,2
6
6
14,6
14,6
9
3
9
42,9
14,2
42,9
32
Abacate
Sim
Não
Não sabe o que é um FR
8
20
19,5
48,8
3
10
7,3
24,4
3
0
8
27,3
0,0
72,7
Linhaça
Sim
Não
Não sabe o que é um FR
3
25
7,3
60,9
4
9
9,8
22
4
0
3
57,1
0,0
42,9
Aveia
Sim
Não
Não sabe o que é um FR
6
22
14,6
53,6
4
9
9,8
22
4
2
4
40
20
40
Soja
Sim
Não
Não sabe o que é um FR
1
27
2,4
65,9
2
11
4,9
26,8
0
1
2
0,0
33,4
66,6
Cereais e outros produtos integrais
Sim
Não
Não sabe o que é um FR
2
26
4,9
63,4
1
12
2,4
29,3
1
0
2
33,4
0,0
66,6
Óleos vegetais
Sim
Não
Não sabe o que é um FR
18
10
43,9
24,4
8
5
19,5
12,2
9
3
14
34,7
11,5
53,8
Vinho
Sim
Não
Não sabe o que é um FR
3
25
7,3
60,9
1
12
2,4
29,3
2
1
1
50
25
25
Suco de uva
Sim
Não
Não sabe o que é um FR
7
21
17,1
51,2
2
11
4,9
26,8
4
1
4
44,4
11,2
44,4
Iogurte
Sim
Não
Não sabe o que é um FR
6
22
14,6
53,7
2
11
4,9
26,8
5
0
3
62,5
0,0
37,5 Fonte: Autoria Própria, 2019.
Dos indivíduos que relataram consumir peixes de maneira regular, a maioria, 54,5%,
afirmou conhecer os principais FR para DCV; entre os que referiram consumo regular de
azeite, 46,1% fizeram a mesma afirmação; dos que relataram consumo habitual de chá verde,
50% expuseram conhecer os principais FR para DCV; dos que referiram ingesta corriqueira
de chocolate amargo, 60% fizeram a mesma declaração; entre os que informaram consumo
habitual de linhaça 57,1%, corroboraram o que foi dito; 50% dos que relataram ingestão
33
regular de vinho declararam conhecer os principais FR para DCV; e 62,5% dos que referiram
consumo habitual de iogurte informaram a mesma coisa.
A literatura é vasta quando se trata dos benefícios propiciados por uma dieta saudável
e regular, incluindo diminuição lipídica e de triglicerídeos, redução da PA, efeitos
antioxidante e anti-inflamatório, além dos efeitos benéficos relacionados à diminuição do
risco cardiovascular decorrentes da ingestão de cálcio, magnésio, potássio e peptídeos
bioativos (PENG et al, 2014; PEREIRA et al, 2014; FAN; LI; ELAM-EVANS; BALLUZ,
2013; SIMÃO et al, 2013; BEVERIDGE et al, 2015; EVANS et al, 2015; FRANCO et al,
2016).
Apesar de relatarem conhecimento sobre os FR, a Tabela 6 mostra que esses
indivíduos desenvolveram DCV. Esse fato explica-se em virtude de que, embora saibam quais
os FR para as DCV, talvez não detenham as informações necessárias e/ou adequadas para
evitar o seu desenvolvimento.
Daqueles que afirmaram o consumo habitual de alho, 53,3% relataram desconhecer o
que seja um FR; dos que informaram consumo corriqueiro de abacate, 72,7% fizeram a
mesma afirmação; 66,6% dos que referiram ingestão habitual de soja informaram não saber o
que seja um FR; igual porcentagem dos que informaram ingestão regular de óleos vegetais fez
a mesma declaração.
Apesar de consumirem alimentos que promovem proteção cardiovascular, como o
alho, que possui componentes bioativos, como a alicina (encontrada no alho cru) e a s-alil-
cisteína (encontrada no alho processado), que promovem diminuição da PA (ROHNER et al,
2015), esses indivíduos informaram não saber, sequer, o que seja um FR. Isso mostra que a
ingestão desses alimentos, isoladamente, não confere prevenção cardiovascular aos
entrevistados.
Por fim, para os que afirmaram consumo regular de tomate 42,9% informaram saber
quais são os principais FR para DCV e igual proporção relatou desconhecer o que seja um
FR; de forma semelhante, entre os que relataram ingesta habitual de aveia 40% informaram
saber quais são os principais FR para DCV e igual proporção afirmou desconhecê-los; e
daqueles que referiram consumo habitual de suco de uva, 44,4% informou saber quais são os
principais FR para DCV e igual proporção relatou não saber o que seja um FR.
O consumo regular desses alimentos, por si só, não é capaz de impedir o
desenvolvimento de DCV, em decorrência da multiplicidade de FR que acometem os
indivíduos. Contudo, estudos identificaram associação direta entre a sua ingestão e a
34
diminuição do risco cardiovascular, devendo integrar o comportamento desejável que pode
influenciar a chance de desenvolvimento de DCV.
A tabela 7 mostra o conhecimento da população estudada sobre os FR para DCV,
associando-se esse dado à presença de patologia prévia e uso de medicação para controle de
comorbidade.
A Tabela 7 evidencia que 39% da população estudada relataram conhecer os principais
FR para DCV; que 12,2% afirmaram não os conhecer; e que a maioria, 48,8%, não sabe,
sequer, o que seja um FR.
Mostra, ainda, a prevalência de patologias prévias nos entrevistados que afirmaram
conhecer os FR para DCV, com o consequente uso de fármacos para seu controle. A maioria
dos participantes (87,5%) que conhecem os FR para DCV faz isso de medicação para controle
de patologias prévias (81,2%).
Tabela 7 – Conhecimento dos FR e o uso de medicação para controle de patologias prévias
Parâmetro Total
(n = 41) Possui patologia
de base
Faz uso de
medicação para
controle?
n % n % n %
Conhece FR para DCV?
Sim
Não
Não sabe o que é um FR
16
5
20
39
12,2
48,8
14
2
0
87,5
12,5
0,0
13
3
0
81,2
18,8
0,0 Fonte: Autoria Própria, 2019.
Para que as pessoas promovam mudanças culturais/comportamentais relacionadas aos
FR modificáveis, é necessário que elas sejam capazes de identificar o que a exposição a esses
FR pode acarretar, apropriando-se do conhecimento necessário para evitá-la ou diminuí-la
(BONOTTO; MENDOZA-SASSI; SUSIN, 2016).
Estudos evidenciam que o conhecimento sobre os FR para DCV ainda é escasso,
sendo o nível de escolaridade e a renda média diretamente responsáveis por esse baixo
entendimento (SANDERSON et al, 2009; KNUTH et al, 2009), corroborando os dados
encontrados por este estudo, onde 60% dos entrevistados possuíam ensino fundamental
incompleto e 80% tinham renda média inferior a 1 salário mínimo.
Soares et al (2013) mostram que determinantes sociais e econômicos não apenas
interferem na presença e distribuição dos FR, como também nos mecanismos biológicos
relacionados à patogenia das DCV. Dessa forma, o processo saúde-doença deve ser entendido
35
como o resultado final entre a posição social dos sujeitos e a maneira como ele estabelece
suas relações.
As disparidades no acesso à saúde e a consequente relação entre a mortalidade adulta
por DCV e indicadores socioeconômicos se originam nos seus determinantes sociais, que
incluem nível de escolaridade, ocupação e hábitos cotidianos dos indivíduos, assim como o
seu nível de acesso aos serviços de saúde que são oferecidos (SANTOS; PAES, 2014).
Avaliar a prevalência de FR para DCV, levando em consideração a classe econômica,
por exemplo, sob a ótica da vigilância cardiovascular, contribui para a prevenção do FR
modificáveis e para a aquisição de indicadores de cobertura dos serviços de saúde, como
busca e monitoramento de populações-alvo (SOUZA et al, 2013).
Este estudo evidenciou, ainda, que, entre aqueles que conhecem os FR para DCV,
31,3% apresentaram DM; entre os que desconhecem os referidos FR, 60% apresentaram DM;
e entre os que não sabem o que seja um FR, 35% desenvolveram DM. O DM está relacionado
com ocorrência de 3 a 4 vezes maior de desenvolvimento de DCV, além do dobro de risco de
morte, quando comparado à população geral. Além disso, as DCV são responsáveis por até
80% das mortes em portadores de DM, além de aumentar o risco de desenvolvimento de DCV
em mulheres diabéticas (SIQUEIRA; ALMEIDA-PITITTO; FERREIRA, 2007; SCHAAN;
HARZHEIM; GUS, 2014).
Também é possível se encontrar na literatura estudo que aponta maior risco
cardiovascular à presença de doenças de base. Estudo associa a presença de DRC ao aumento
do risco de desenvolvimento de DCV, deixando o índice de mortalidade de 10 a 20 vezes
maior, quando comparado à população em geral, sendo a principal causa de óbito nesses
pacientes. Além disso, está presente em até 50% dos pacientes assintomáticos em tratamento
dialítico. Contudo, isoladamente esse FR não explica o alto risco de desenvolvimento de DCV
(BURMEISTER et al, 2014).
No entanto, há escassez de literatura sobre dados epidemiológicos consistentes que
relacionem o desfecho do desenvolvimento de complicações cardiovasculares relacionado à
aderência ou não ao tratamento medicamentoso dessas patologias prévias, tanto por vieses
metodológicos, quanto pela investigação de amostras pequenas e restritas a uma única
unidade.
A Tabela 8 correlaciona as medidas tomadas pelos entrevistados para diminuir o risco
cardiovascular e o seu conhecimento sobre os FR para DCV. É possível perceber que 43,9%
disseram ter dieta balanceada, desses, 27,8% afirmaram conhecer os referidos FR; entre os
36
24,4% que informaram prática regular de atividade física, 30% asseguraram reconhecer os FR
para DCV; entre os 58,5% que afirmaram não fumar, 29,2% garantiram distinguir os referidos
FR; entre os 53,7% que relataram não ingerir bebidas alcoólicas, 18,9% asseveraram conhecer
os FR; entre os 39% que informaram dormir bem, 31,2% relataram deter conhecimento sobre
os FR; entre os 41,5% que afirmaram acompanhamento médico regular, 41,2% informaram
conhecer os FR para DCV; dentre os 56,1% que disseram manter ingestão adequada da
medicação de controle, 34,8% relataram conhecer os FR; dentre os 14,6% que garantiram
manter peso ideal para a altura, 16,7% informaram conhecer os FR; dentre os 48.8% que
disseram controlar PA, glicemia e colesterol, 35% afirmaram deter o conhecimento necessário
sobre os FR; e dos 4,9% que afirmaram controlar o estresse, 50% relataram conhecer os FR
para DCV.
Tabela 8 – Correlação entre as medidas tomadas pela população estudada para diminuir o risco
cardiovascular e o seu conhecimento sobre os FR para DCV
Medida
Total
(n = 41)
Conhece os FR para
DCV
n % n %
Dieta balanceada
Sim 18 43,9 5 27,8
Não 23 56,1 11 47,8
Prática regular de atividade física
Sim 10 24,4 3 30
Não 31 75,6 13 41,9
Não fumar
Sim 24 58,5 7 29,2
Não 17 41,5 2 11,8
Não ingerir bebidas alcoólicas
Sim 22 53,7 4 18,9
Não 19 46,3 3 15,8
Dormir bem
Sim 16 39 5 31,2
Não 25 61 4 16
Acompanhamento médico regular
Sim 17 41,5 7 41,2
Não 24 58,5 3 12,5
Ingestão adequada da medicação de
controle
Sim 23 56,1 8 34,8
Não 18 43,9 2 11,2
37
Manter peso ideal para altura
Sim 6 14,6 1 16,7
Não 35 85,4 3 8,6
Controlar PA, glicemia e colesterol
Sim 20 48,8 7 35
Não 21 51,2 2 9,5
Controlar estresse
Sim 2 4,9 1 50
Não 39 95,1 5 12,8
Fonte: Autoria Própria, 2019.
Entre as medidas apresentadas à população em estudo como efetivas para a diminuição
do risco cardiovascular, apenas três foram citadas pela maioria como sendo atitudes
habitualmente adotadas: não fumar (58,5%), não ingerir bebidas alcoólicas (53,7%) e ingestão
regular da medicação de controle (56,1%), dos quais a maior parte também citou deter o
conhecimento adequado sobre os FR para DCV, sendo 29,2%, 18,9% e 34,8%
respectivamente.
O hábito de fumar aumenta exponencialmente o risco para mais de 25 doenças, incluindo a
DCV, sendo apontado como fator negativo no controle de HAS, no desconhecimento da HAS
e na interrupção do uso de medicamentos anti-hipertensivos (YUN et al, 2015).
O consumo de tabaco vem diminuído na população em geral, porém apresentou
aumento entre os indivíduos de baixo nível socioeconômico e entre as mulheres. Nessas, os
efeitos deletérios parecem ser maiores, em decorrência do metabolismo acelerado da nicotina,
com maior importância naquelas que fazem uso concomitante com contraceptivos orais
(SIMÃO et al, 2013). Este estudo identificou que 17,1% da população avaliada era mulher,
das quais 42,9% declararam renda média de 1 a menos de 2 salários mínimos.
A PA e frequência cardíaca aumentam de forma significativa após a exposição ao
cigarro, pois, quanto maior o nível de Monóxido de Carbono (CO), maior a alteração desses
parâmetros cardiovasculares (SILVA, 2015).
Amoedo et al (2005) afirmam que a diminuição do uso de álcool diminui a pressão
sistólica em aproximadamente 2-4 mmHg. A ocorrência de hipertensão secundária à ingestão
de álcool varia de 5% a 11%, em estudos com diferentes populações, indicando a ideia de
uma causa potencialmente tratável de HAS.
Estudo aponta proteção contra doença arterial coronariana, quando o consumo de
álcool ocorre em quantidades pequenas ou moderadas. Contudo, esse consumo moderado
38
necessita de rigorosa avaliação do contexto social no qual esse indivíduo está inserido, bem
como da presença de patologias de base e da presença de outras doenças associadas (STIPP et
al, 2007).
A prevenção primordial cardiovascular envolve evitar a instalação dos FR
cardiovascular modificáveis, entre eles o tabagismo, e desenvolver e efetivar estratégias
eficazes para que se faça a promoção da saúde cardiovascular na população. Para tanto, se faz
necessária a ação conjunta e em rede de equipes multidisciplinares (médicos, enfermeiros,
psicólogos, educadores físicos, pedagogos, nutricionistas, assistentes sociais, gestores) e
intersetoriais, de forma contínua e simultânea (SIMÃO et al, 2013).
39
5 CONCLUSÕES
Ao longo deste estudo, foi possível perceber que o nível de escolaridade, HAS,
sedentarismo e tabagismo foram os FR modificáveis mais prevalentes, evidenciando impacto
sobre o desenvolvimento de DCV, especialmente IAM. Além disso, diferenças na exposição
aos FR entre os grupos étnicos foram identificadas, o que permite crer que determinado grupo
étnico tem maior susceptibilidade ao desenvolvimento de DCV, fato atrelado ao contexto
socioeconômico.
A maior parte da população estudada não sabe o que seja um FR, fato que influencia
diretamente a exposição à FR modificáveis para DCV. Isso mostra que ações que visem à
educação em saúde através da integração intersetorial devem ser estimuladas para que esses
indivíduos compreendam os processos patológicos e entendam os prejuízos decorrentes da
falta de prevenção adequada.
Alguns indivíduos relataram hábitos de vida saudáveis, com conhecimento de parte
dos FR investigados. No entanto, houve presença de DCV, conforme diagnóstico apresentado
nos prontuários. Assim, resta a dúvida sobre se, de fato, essas pessoas mantêm controle sobre
os FR, sendo clara a necessidade de ações educativas que fortaleçam a mudança no estilo de
vida nocivo.
Também foi possível enxergar que a população apresentou exposição a vários FR de
forma simultânea. Esse fato permite perceber que essa simultaneidade provoca aumento na
ocorrência de DCV, com impacto na mortalidade por essas doenças. É imprescindível que as
políticas públicas direcionadas ao controle e erradicação dos FR modificáveis ganhem maior
robustez e sejam tratadas como prioridade. Isso pode ser feito através de estratégias que
garantam enfoque no risco, com destinação de mais recursos e fortalecimento das equipes
multidisciplinares com atuação na APS, visando aumentar a capacidade preventiva através da
vigilância epidemiológica, subsidiando políticas públicas de saúde com dados relativos a
esses agravos.
Outro ponto deve ser o fortalecimento das equipes multiprofissionais de saúde,
especialmente aquelas com atuação na Estratégia de Saúde da Família (ESF) no sentido de
identificar os FR e diagnosticar adequadamente as DCV em sua fase inicial, conferindo
tratamento precoce. É preciso que haja um planejamento conjunto de ações que envolvam os
indivíduos, suas famílias e a rede de atenção, com especial destaque para a atuação do
Enfermeiro, que deve desenvolver ações de educação em saúde e busca ativa nos territórios.
40
A interpretação dos resultados da pesquisa deve ser feita à luz de algumas limitações
metodológicas, incluindo-se aqui a realização do estudo em um hospital de caráter público,
localizado em um bairro periférico de um município de pequeno porte.
A realização do estudo em uma unidade hospitalar possibilitou ampla discussão entre a
pesquisadora e a equipe assistencial sobre as várias vertentes que poderiam ser utilizadas no
sentido de reduzir os FR, tais como a participação de grupos assistenciais e a construção de
Projetos Terapêuticos Singulares que permitam a implementação de ações individuais e
coletivas voltadas ao melhor controle das queixas desses pacientes.
41
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50
APÊNDICES
51
APÊNDICE 1 – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE – UFRN
ESCOLA MULTICAMPI DE CIÊNCIAS MÉDICAS – EMCM
TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO – TCLE
Esclarecimentos
Este é um convite para você participar da pesquisa: Importância do conhecimento para
a prevenção das doenças cardiovasculares, que tem como pesquisadora responsável Vanessa
Dias de Araújo Barrêto.
Esta pesquisa pretende analisar a importância do nível de conhecimento de pacientes
portadores de doenças cardiovasculares para a prevenção das referidas doenças.
O motivo que nos leva a fazer este estudo é para compreender o nível de
conhecimento dos pacientes portadores de doenças cardiovasculares que apresentam
complicações e/ou agravos acerca dos fatores de risco para as referidas patologias. O
conhecimento desse cenário permitirá a proposição de estratégias/ações no âmbito da
educação em saúde com vistas a contribuir com os tratamentos desses pacientes.
Caso você decida participar, você deverá responder a um questionário que conterá
perguntas referentes ao seu nível de conhecimento sobre a patologia que você apresenta,
assim como informações sobre sua vida social, relacionadas aos hábitos cotidianos/culturais.
Para responder o questionário você levará, em média, 8 minutos e não será obrigado a
responder quaisquer perguntas que possam lhe incomodar ou deixá-lo constrangido de alguma
forma.
Durante a realização da entrevista dialogada e do procedimento de resposta a um
questionário, a previsão de riscos é mínima, ou seja, o risco que você corre é semelhante
àquele sentido num exame físico ou psicológico de rotina.
Pode acontecer algum desconforto relacionado ao tempo exigido para a coleta de
dados ou ao teor de alguns dos questionamentos que serão feitos, relativos, por exemplo, à
renda familiar ou ao grau de escolaridade, que serão minimizados com escuta qualificada e
52
promoção de ambiente tranquilo e acolhedor, e você terá como benefício uma maior
compreensão de como o nível de conhecimento acerca dos fatores de risco influencia na
prevenção de complicações das doenças cardiovasculares. Com base nas informações
coletadas a partir de você e de outros indivíduos, poderemos compilar o perfil dos pacientes
que apresentam complicações e/ou agravos de doenças cardiovasculares, relativamente ao
nível de conhecimento sobre os fatores de risco para tais patologias.
Durante todo o período da pesquisa você poderá tirar suas dúvidas ligando para
Vanessa Dias de Araújo Barrêto, pelo telefone (84) 9.9622-1514.
Você tem o direito de se recusar a participar ou retirar seu consentimento, em qualquer
fase da entrevista, sem nenhum prejuízo para você.
Os dados que você irá nos fornecer serão confidenciais e serão divulgados apenas em
congressos ou publicações científicas, não havendo divulgação de nenhum dado que possa lhe
identificar.
Esses dados serão guardados pela pesquisadora responsável por este esta pesquisa em
local seguro e por um período de 5 anos.
Se você tiver algum gasto pela sua participação nesta pesquisa, ele será assumido pela
pesquisadora e reembolsado para você.
Se você sofrer algum dano comprovadamente decorrente desta pesquisa, você será
indenizado.
Qualquer dúvida sobre a ética desta pesquisa você deverá ligar para o Comitê de Ética
em Pesquisa da Faculdade de Ciências da Saúde do Trairi – FACISA, pelo telefone (84)
3291-2411.
Este documento foi impresso em duas vias. Uma ficará com você e a outra com a
pesquisadora responsável Vanessa Dias de Araújo Barrêto.
Consentimento Livre e Esclarecido
Após ter sido esclarecido sobre os objetivos, importância e o modo como os dados
serão coletados nesta pesquisa, além de conhecer os riscos, desconfortos e benefícios que ela
trará para mim e ter ficado ciente de todos os meus direitos, concordo em participar da
pesquisa “Importância do conhecimento para a prevenção das doenças cardiovasculares” e
autorizo a divulgação das informações por mim fornecidas em congressos e/ou publicações
científicas desde que nenhum dado possa me identificar.
53
Caicó/RN, _______ de __________________ de 2018.
________________________________________________________
Assinatura do participante da pesquisa
________________________________________________________
Assinatura do pesquisador responsável
Impressão datiloscópica
do participante
54
APÊNDICE 2 – QUESTIONÁRIO
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57
APÊNDICE 3 – FOTOS DA ATIVIDADE DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE REALIZADA
NA UBS “ENF. ANA DE ANTÃO”
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