Rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros; fundos de investimento não são garantidos pelo administrador do fundo, gestor da carteira, por qualquer
mecanismo de seguro, ou ainda, pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC); ao investidor é recomendada a leitura cuidadosa do prospecto e do regulamento do fundo de investimento,
antes de efetuar qualquer decisão de investimento. A Verde Asset Management não se responsabiliza por erros de avaliação ou omissões. Os investidores têm de tomar suas próprias
decisões de investimento. Este fundo utiliza estratégias com derivativos como parte integrante de sua política de investimento. Tais estratégias, da forma como são adotadas, podem
resultar em perdas patrimoniais para seus quotistas, podendo inclusive acarretar perdas superiores ao capital aplicado e a consequente obrigação do
cotista de aportar recursos adicionais para cobrir o prejuízo do fundo. A liquidação financeira e a conversão dos pedidos de resgate deste fundo ocorrem
em data diversa do respectivo pedido. Para mais informações acerca das taxas de administração, cotização e público-alvo de cada um dos fundos, consulte
os prospectos e os regulamentos disponíveis no site verdeasset.com.br. Este material não pode ser copiado, reproduzido ou distribuído sem a prévia e
expressa concordância da Verde Asset Management.
VERDE FIC FIM Relatório de Gestão Janeiro de 2018
O Verde em janeiro teve ganhos relevantes na posição de bolsa brasileira, aumentada
ao longo dos últimos meses e que se beneficiou da alta do mercado. As posições em
ações globais também tiveram boa performance. Ganhos vieram ainda da posição de
renda fixa, com a curva de juros real fechando de maneira expressiva ao longo do mês.
As posições em juros globais tiveram pequenos ganhos, assim como a alocação em
moedas.
Desempenho Janeiro 2018 Acumulado 2018
Verde 3,05% 3,05%
CDI 0,58% 0,58%
Para mais informações relevantes à análise da rentabilidade deste Fundo - tais como taxa de administração, taxa de performance,
rentabilidade “mês a mês” ou PL médio, consulte o Resumo Gerencial ao final deste material.
Janeiro de 2018 2
VERDE FIC FIM
Relatório de gestão
Nossa visão atual sobre os mercados brasileiros
Vamos começar falando do câmbio:
Vemos o Real bem equilibrado em termos de valuation contra uma cesta de moedas.
Além disso, a conta corrente, que terminou 2017 com déficit em torno de -0,5% do PIB,
está piorando, mas lentamente, e de uma base tranquila. O grande fator é que o carry
do Real já não é mais nada de especial, dentro do universo de mercados emergentes.
Taticamente estamos vendidos em USD, comprados no Real. Mas é tático e não
estrutural. Qualquer barulho em torno da eleição tende a passar pela moeda – nem as
pessoas físicas, nem as empresas brasileiras, têm hoje qualquer hedge relevante.
Fonte: Verde AM
Janeiro de 2018 3
VERDE FIC FIM
Relatório de gestão
Sobre a Bolsa e ações em geral:
Existe uma narrativa corrente que o Brasil underperformou seus pares de mercados
emergentes (medidos pelo índice MSCI EM) no último ano. Não concordamos com essa
narrativa. Por quê?
Porque EM hoje não é mais o EM dos últimos dez a quinze anos. A importância do setor
de tecnologia para EM cresceu muito. Podemos constatar movimentos relevantes
quando quebramos o índice de EM em EM Tech e EM ex-Tech:
‣ EM Tech: Empresas gigantes como Alibaba, Tencent, Samsung, TSMC, Naspers,
etc. Essa turma outperformou fortemente nos últimos 9 meses, batendo em
mais de 50% o índice de EM ex-Tech. A participação deTech no índice de EM foi
de 10% para 28% entre 2007 e 2017.
‣ Enquanto isso, os setores de Energy + Materials foram de 32,5% para 14% do
índice e Financials sempre oscilou entre 20 e 25%, hoje em 23,5%.
‣ Na mesma toada, a soma de China, Taiwan e Coréia saiu de 40% do índice para
56% hoje. O Brasil caiu de 13,5% para 6,8%, e a Rússia saiu de 10% para 3,3%.
Fonte: Morgan Stanley, Verde AM
Janeiro de 2018 4
VERDE FIC FIM
Relatório de gestão
No entanto, é razoável considerar que historicamente o Brasil tem um beta acima de 1
em relação à EM. Neste gráfico a seguir, assumimos que o Brasil tem beta de 1,2, e
dividimos a performance relativa do Brasil em beta e alpha. Com isso, podemos ver
como o rally do Brasil tem sido, com exceção do período de 2 a 3 meses pós-18/maio,
basicamente um beneficiário da alta global.
Fonte: Morgan Stanley, Verde AM. Nota: assume Beta EWZ @ 1.20
Qual conclusão que tiramos de tudo isso? Com crescimento global forte, os mercados
emergentes parecem ter espaço para continuar performando bem, e o Brasil vai junto.
Até a última semana de janeiro, não tivemos um alpha substancial para EM. Mas
sabemos que a retomada do crescimento econômico, com inflação sob controle e juros
mais baixos, traz um ambiente muito positivo para as empresas e para o mercado de
ações no Brasil. Além de ajudar na retomada do crescimento, a redução da taxa de juros
baixa o custo de dívida e surgem novas oportunidades de investimentos para as
empresas. Além disso, devido à capacidade ociosa da economia, as empresas têm
bastante espaço para elevar suas receitas sem a necessidade de aumentar suas
estruturas de custo, com significativa alavancagem operacional.
Com o crescimento do PIB de somente 1% em 2017, este processo de recuperação e
alavancagem operacional está apenas no início e deve acelerar. Entretanto, o mercado
já incorporou bastante disso no preço, com as ações das empresas mais beneficiadas,
por exemplo nos setores de consumo discricionário ou bens de capital, apresentando
altas bastante significativas nos últimos meses. Em outras palavras, os múltiplos de
preço sobre lucro das ações estão em níveis muito altos, justificados pela expectativa
de forte crescimento de lucro para os próximos anos.
Nesse contexto, em que os preços das ações das empresas mais impactadas pela
retomada da economia já refletem um forte crescimento de lucro para os próximos
anos, encontramos as melhores oportunidades de investimento em outros setores, com
destaque para o setor financeiro, elétrico e de shoppings.
Janeiro de 2018 5
VERDE FIC FIM
Relatório de gestão
Para além da Bolsa, vamos discutir rapidamente nossa visão sobre o mercado de juros:
Quando olhamos a curva de juros reais do Brasil em diferentes momentos, notamos
algo curioso: pela primeira vez em muito tempo, a curva brasileira está positivamente
inclinada de hoje até o longo prazo e é aqui onde vemos uma grande oportunidade. Se
nada de errado acontecer, ou tivermos um resultado razoável nas eleições, essa curva
tem muito espaço para fechar e somos pagos para esperar!
Por isso, gostamos de estar aplicados na parte intermediária da curva de juros. Tanto
real quanto nominal.
Fonte: ANBIMA, Verde AM
Podemos olhar o mesmo tema de outro modo. Abaixo mostramos o juro forward de DI
de 2 anos daqui 1 ano, menos o DI de 1 ano. Em outras palavras, no momento atual,
seria a taxa forward implícita entre jan/19 e jan/21, menos a taxa de hoje até jan/19.
Podemos ver, assim, como a inclinação da curva pré está em níveis historicamente muito
altos.
Esta inclinação tem dois componentes:
I) Cíclico, faz todo sentido, a taxa de curto prazo está abaixo da neutra. O
próprio Ilan e o BCB têm falado isso.
II) O prêmio de risco Brasil de 2019 em diante. Esse prêmio é uma
combinação de risco político com risco fiscal de longo prazo e nos parece
muito alto dado o cenário, e especialmente a comparação com outras
classes de ativos.
30/Dez/2016
17/Mai/2017
06/Fev/2018
Janeiro de 2018 6
VERDE FIC FIM
Relatório de gestão
Dado esse elevado prêmio de risco, nosso trade favorito no Brasil é no juros.
Fonte: B3, elaboração Verde AM
Em resumo:
Estamos positivos com Brasil, mantendo apostas diversificadas. Nossa ordem de
preferência de risco hoje é:
1) Mercado de juros, tanto real quanto nominal, na parte intermediária da curva;
2) Bolsa, que mantém beta favorável, com potencial para algum alpha;
3) Câmbio, que tem valuation ok e bom fluxo. Mas com Real a 3,10 somos
compradores de Dólar.
Acreditamos que teremos volatilidade por causa da eleição, a partir do fim do 2º
trimestre (ou depois da Copa do Mundo). Está longe de estar definido!
Janeiro de 2018 7
VERDE FIC FIM
Relatório de gestão
Nossa visão atual sobre os mercados globais
Sobre China: as razões para termos zerado nossa posição vendida em Renminbi.
Os dilemas de um gestor diante da necessidade de zerar uma posição perdedora foram
recentemente bem descritos pela jornalista Luciana Seabra, após minha recente palestra
na Latin America Investment Conference do Credit Suisse. Na sequência, a análise que
foi apresentada nessa palestra.
Até 2016 a China recebia um volume de entrada para compra de títulos de renda fixa
bem pouco relevante. Era época das fortes saídas de capital, quando o país perdeu USD
1 trilhão de reservas em 18 meses (entre meio de 2015 e fim de 2016). O fundo Verde
estava vendido na moeda e se beneficiou desse movimento. Então, em janeiro de 2017,
por causa dessa perda acelerada de reservas e a contínua desvalorização do RMB, a
China decidiu fechar completamente a saída de capital. A partir daí as saídas secaram
completamente e o RMB estabilizou.
Mas, como já tínhamos visto esse filme em outros lugares, achávamos que isso era
insustentável. E mais ainda, se a porta de saída continuasse fechada, pois quem gostaria
de entrar com dinheiro na China neste contexto? Qual não foi nossa surpresa quando
de setembro/17 em diante, começamos a ver fortes entradas para compras de bonds
na China, com volumes firmes e consistentes mês a mês, mesmo que a saída de capitais
continue impossível.
E por que isso aconteceu? Vemos dois principais motivos:
‣ A taxa de juros subiu bem, o juros de cinco anos chinês em 2016 ficou em 2,80%
na média, enquanto em 2017 foi 110bps mais alto, 3,90% em média e hoje está 4%;
‣ E o segundo, é quase tautológico…se o Renminbi não desvaloriza mais, então
pode virar um bom carry trade…
Principalmente por causa da consistência desses flows, e pela possiblidade deles
continuarem ao longo de mais alguns anos (a China está lutando para entrar nos
grandes índices globais de bonds), acreditamos que não faz sentido continuar
apostando, por ora, na desvalorização do Renminbi.
Janeiro de 2018 8
VERDE FIC FIM
Relatório de gestão
* Estimativa utilizando dados utilizados da China Central Depository and Clearing e Shangai Clearing House
Para finalizar, nossa visão sobre o potencial de alta nas taxas de juros no mundo:
Os EUA entram em 2018 com uma economia sem capacidade ociosa e com fundamentos
bastante sólidos.1 De um lado, a forte criação de empregos e a inflação, ainda que
moderada, dos salários sustentam uma dinâmica de aumento consistente da massa
salarial. De outro, a melhora no balanço das famílias e a forte confiança dos
consumidores dão conforto à população de consumir uma fração cada vez maior dessa
massa salarial. Com isso, o consumo, motor da economia americana, continua
crescendo a taxas robustas.
Somando-se a esses sólidos fundamentos herdados de 2017, a economia americana
conta em 2018 com dois impulsos adicionais de demanda agregada. O primeiro vem
das condições financeiras, que iniciam o ano em patamar ainda mais frouxo do que o
observado ao longo do ano passado.2 O segundo vem da reforma tributária
recentemente aprovada pelo Congresso Americano, que contrata estímulos fiscais
significativos principalmente para os anos de 2018 e 2019. É importante notar que
estamos falando do primeiro pacote fiscal pró-cíclico em mais de 20 anos.
1 Usando estimativas do próprio governo americano (Congressional Budget Office), o PIB dos
EUA já está acima do seu nível potencial e a taxa de desemprego já está abaixo da NAIRU.
2 Por exemplo, o índice de condições financeiras calculado pelo GS registrou no dia 26 de janeiro
de 2018 a nova mínima de sua série histórica de quase 30 anos e, mesmo com a correção dos
primeiros dias de fevereiro, ainda se encontra hoje abaixo dos níveis observados em 2017.
Janeiro de 2018 9
VERDE FIC FIM
Relatório de gestão
Fonte: BLS, Verde AM
A figura acima ilustra esse ponto. Na linha azul, temos a evolução da média anual da
taxa de desemprego da economia americana e, em destaques, os anos em que
estímulos fiscais foram aprovados pelo Congresso. Podemos ver que os três primeiros
pacotes fiscais desse período, aprovados em 2001, 2003 e 2008, foram todos
anticíclicos, isto é, tentavam estimular uma economia que sofria com uma taxa de
desemprego crescente. Já o pacote fiscal aprovado em 2017 visa a estimular a economia
que, por si só, gera empregos suficientes para garantir uma taxa de desemprego
cadente.
Fonte: US Treasury, Verde AM
A figura acima faz o mesmo ponto olhando por um ângulo diferente, do ponto de vista
do resultado fiscal do governo americano. Como era de se esperar, o déficit fiscal tende
a piorar em períodos de recessão (áreas sombreadas) e a se recuperar em períodos de
Janeiro de 2018 10
VERDE FIC FIM
Relatório de gestão
expansão, simplesmente por causa do efeito do crescimento econômico sobre a
arrecadação do governo. Porém, usando o consenso da Bloomberg como estimativa
para o resultado fiscal dos anos de 2018 e 2019, o estímulo recentemente aprovado
contrata a sequência mais longa de piora do déficit fiscal já vista desde a 2ª Guerra.
O risco óbvio desse cenário é o de uma aceleração inflacionária. Sabemos que a inflação
tem se comportado muito bem, terminou 2017 abaixo da meta do Fed de 2%, o que
aumenta a confiança daqueles que defendem a tese de que a Curva de Phillips estaria
morta. Relutamos em aceitar essa tese, pelo menos por enquanto, pois a relação entre
preços e atividade econômica costuma ser não-linear, ou seja, o fato da inflação não
ter se acelerado até agora não significa necessariamente que isso não irá acontecer.
Fonte: BLS, CBO, Verde AM
A figura acima ilustra essa não-linearidade. O gráfico do lado esquerdo mostra a
evolução trimestral da taxa de desemprego efetiva e a estimativa da taxa natural (NAIRU)
do Congressional Budget Office. Nesse gráfico, destacamos o ano de cada ciclo que
teria levado a taxa de desemprego à maior distância abaixo de sua taxa natural (isto é,
o ano que teria levado ao máximo de sobreaquecimento): 2000 (em vermelho) e 2006
(em azul). No gráfico da direita, mostramos como evoluiu o Core CPI ao longo de cada
um desses dois anos. No ano de 2000, o Core CPI foi de 2,0% YoY em janeiro para 2,5%
YoY já em junho, fechando o ano em 2,6% YoY. No ano de 2006, a aceleração da inflação
foi ainda mais dramática. O Core CPI começou o ano em 2,1% YoY, já estava acima de
2,5% YoY em junho, continuou acelerando até 2,9% YoY em setembro e depois fechou
o ano em 2,6%.
Se, por um lado, as experiências dos anos de 2000 e 2006 servem como importantes
alertas para os riscos inflacionários advindos de um sobreaquecimento cíclico, por
outro, reconhecemos que temos, no pano de fundo, quebras estruturais em importantes
componentes da inflação que refletem tendências desinflacionárias em certos setores.
Janeiro de 2018 11
VERDE FIC FIM
Relatório de gestão
A figura abaixo ilustra duas dessas principais quebras, que aconteceram em Serviços
Médicos (gráfico da esquerda) e Educação (gráfico da direita). Cada um dos gráficos
mostra a evolução do índice de preços de cada grupo respectivo e, na linha vermelha
pontilhada, qual teria sido a trajetória contrafactual caso a taxa de crescimento de 1997
a 2007 tivesse se mantido nos 10 anos subsequentes (de 2008 a 2017). Primeiro, note-
se o imenso gap formado entre o nível de preços atual e seu contrafactual, com a queda
na inflação anual de 4,6% a.a. para 3,0% a.a. em Saúde e de 5,9% a.a. para 3,8% a.a. em
Educação. Segundo, e mais interessante, podemos notar que a taxa de inflação anual
de cada grupo ainda continua desacelerando na margem.
Fonte: BLS, Verde AM
Se acreditarmos que parte da quebra de tendência observada em Serviços Médicos e em
Educação reflete melhoras tecnológicas, então temos que reconhecer que, olhando à
frente, pelo menos 10% do CPI (soma do peso destes grupos) irá rodar a uma taxa
permanentemente mais baixa.
O contra-argumento que damos é que, ainda nessa discussão sobre o pano de fundo
estrutural, nem todas as quebras de tendência são desinflacionárias. Em particular, a
inflação de Shelter (alojamento), que sozinho representa cerca de um terço no CPI, pode
compensar, ainda que parcialmente, as quedas em Serviços Médicos e Educação.
Na figura abaixo temos a dinâmica dos dois principais componentes de Shelter. O
primeiro, Rent of Primary Residence (peso de 7,9% do CPI), se refere à inflação do valor
do aluguel efetivamente pago pelos inquilinos. O segundo, Owners’ Equivalent Rent
(peso de 24,6% do CPI), se refere ao custo de oportunidade da casa própria em termos
de aluguel.3 Diferentemente de Rent of Primary Residence, o custo de oportunidade
representado pelo Owners’ Equivalent Rent não pode ser diretamente observado, então
3 Os outros itens que compõem Shelter são: Lodging Away From Home (por exemplo, hotéis,
motéis, alojamento universitário, ...) com peso de 0,9% do CPI e Tenants’ and Household
Insurance com peso de 0,3% do CPI.
Janeiro de 2018 12
VERDE FIC FIM
Relatório de gestão
ele tem que ser estimado. Nos EUA, tradicionalmente, o valor do aluguel pago pelo
inquilino já inclui uma estimativa dos custos mensais com Utilities (serviços de utilidade
pública), mas quem efetivamente paga essas contas é o proprietário. Dessa forma, o
Owners’ Equivalent Rent é imputado subtraindo-se da inflação de aluguel de um imóvel
de características semelhantes uma estimativa das contas de Utilities paga pelo
proprietário desse imóvel. Podemos ver pelo gráfico que a dinâmica de ambos
componentes é bem próxima (a correlação entre as duas séries é de 93%).
Fonte: BLS, Verde AM
Fonte: BLS, Verde AM
Na figura acima, analisamos a dinâmica da inflação de Shelter. À primeira vista, o padrão
parece ser o mesmo do observado em Serviços Médicos e em Educação: a taxa de
crescimento média dos primeiros 10 anos da amostra é maior que aquela dos 10 anos
subsequentes. Porém, as semelhanças param por aqui. A inflação de Shelter mostra,
Janeiro de 2018 13
VERDE FIC FIM
Relatório de gestão
nos últimos 10 anos, uma tendência de aceleração de forma que, nos últimos três anos,
ela voltou a rodar próxima ou acima da média observada dos primeiros 10 anos.
Outra diferença interessante é que a inflação de Shelter está acima dos pontos de
partida registrados nos anos das acelerações inflacionárias de 2000 e de 2006: 3,2%
YoY em dezembro de 2017 contra 2,5% YoY em dezembro de 1999 e 2,6% YoY em
dezembro de 2005. Ao contrário do verificado em Serviços Médicos (1,6% YoY em
dezembro de 2017, contra 3,6% YoY em dezembro de 1999 e 4,5% YoY em dezembro
de 2005) e em Educação (2,0% YoY em dezembro de 2017, contra 4,4% YoY em
dezembro de 1999 e 6,1% YoY em dezembro de 2005), como mostra a tabela abaixo.
Fonte: BLS, Verde AM
Por que estamos comparando os pontos de partida? Porque o comportamento de Shelter
é bem mais sensível ao ciclo econômico do que Serviços Médicos e Educação. 4 Isso
significa que, olhando à frente, um cenário de sobreaquecimento cíclico pode
pressionar um terço do CPI, sendo que a inflação desse um terço não está baixa
considerando-se a fase do ciclo econômica que nos encontramos.
Do ponto de vista estrutural, a inflação de Shelter responde menos a avanços
tecnológicos (se comparada a Serviços Médicos e Educação) e mais às condições do
mercado de imóveis residenciais. Maior dificuldade de se comprar um imóvel próprio
(por exemplo, por causa de uma maior dificuldade estrutural de se aprovar um
mortgage) significa que mais famílias devem recorrer a um imóvel alugado e,
consequentemente, maior pressão nos preços de aluguéis. Isso provavelmente ajuda a
explicar porque o ponto de partida da inflação de Shelter é, hoje, mais elevado do que
4 Um estudo recente publicado em 27 de novembro de 2017 pelo Fed de San Francisco classifica
os componentes do CPI de acordo com o seu grau de sensibilidade ao ciclo econômico. Housing
é classificado como cíclico, Health Services é citado como o principal componente do grupo
acíclico. Education não é citado explicitamente no estudo, mas dada a sua queda praticamente
monotônica desde 2003, esse grupo é claramente acíclico.
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VERDE FIC FIM
Relatório de gestão
em anos onde a posição cíclica da economia é comparável. Enfim, nem todas as
tendências estruturais são necessariamente desinflacionárias.
Conclusão
Apesar de crescentes sinais de riscos inflacionários, não tivemos posição tomada nos
juros americanos nos últimos meses. Em grande medida, por 2 fatores fundamentais:
(i) os dados de salário nos EUA vêm há alguns anos com taxa de crescimento
consistente, mas moderada, e sem demonstrações claras de aceleração – e na 1ª metade
de 2017, quando parecia que finalmente os salários estavam acelerando, tivemos
surpresas negativas relevantes, típicas dos dribles de Garrincha; e (ii) apesar da força
cíclica da economia e em particular do mercado de trabalho, o debate recente se
concentra na revolução tecnológica (Robotização, Inteligência Artificial, Big Data, etc.),
que tende a destruir empregos num horizonte de tempo mais longo, como uma força
deflacionista relevante. Então temos aqui claramente uma dicotomia entre a força do
mercado de trabalho no curto prazo, que ainda vai se intensificar pelos estímulos
recentes, e os potenciais impactos da tecnologia no longo prazo, poupando mão-de-
obra e potencialmente reduzindo enormemente o poder de barganha do empregado.
Ao menos em parte, o fato de os juros curtos nos EUA estarem muito mais firmes do
que o juro longo reflete essas diferenças de percepção da pressão inflacionária ao longo
do tempo, junto, naturalmente, com a atuação dos bancos centrais e as políticas não-
convencionais.
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VERDE FIC FIM
Relatório de gestão
Breakdown — Resultados do Fundo
Janeiro Acumulado
2018 2018
Dólar 0,39 0,39
Opções de dólar 0,00 0,00
Moedas -0,43 -0,43
Resultado Moedas -0,04 -0,04
DI pré 0,04 0,04
Opções de IDI 0,00 0,00
Cupom cambial 0,05 0,05
Swaps Inflação 0,01 0,01
RF Inflação 1,12 1,12
Global Rates 0,14 0,14
Crédito 0,01 0,01
1,37 1,37
1,17 1,17
0,58 0,58
1,43 1,43
1,17 1,17
-0,14 -0,14
3,05 3,05
Resultado Real do Verde — Rentabilidade ex CDI
I) Book Moedas
II) Book Renda Fixa
Resultado Renda Fixa
III) Book Ações
Resultado Ações
CDI
Moedas(I)+Renda Fixa(II)+Outros
Ações(III)
Custos
Resultado do Fundo
Para todos os ativos que utilizamos caixa, as rentabilidades expressas acima já
são reais (ex CDI)
1,37%
1,17%
0,58%
0,10%
0,04%
0,14%
3,05%
0,0%
0,2%
0,4%
0,6%
0,8%
1,0%
1,2%
1,4%
1,6%
1,8%
2,0%
2,2%
2,4%
2,6%
2,8%
3,0%
3,2%
3,4%
3,6%
Book
Renda
Fixa
Book
Ações
CDI Outros Book
Moedas
Custos TOTAL
Resumo Gerencial
Público-alvo
Características Performance
Data de início Retorno anualizado
Aplicação mínima Desvio padrão anualizado *
Saldo mínimo Índice de sharpe *
Movimentação mínima Rentabilidade em 12 meses
Cota Número de meses positivos
Cota de aplicação Número de meses negativos
Cota de resgate Número de meses acima de 100% do CDI
Liquidação de resgate Número de meses abaixo de 100% do CDI
Taxa de saída antecipada Maior rentabilidade mensal
Taxa de administração Menor rentabilidade mensal
Taxa de performance Patrimônio líquido R$
Patrimônio médio em 12 meses R$
Fechado para novas aplicações
Classificação ANBIMA:
Admite Alavancagem:
Gestor:
Administrador:
Volatilidade anualizada (Desvio padrão - média 40 dias)
15.061,49 1.916,692018 3,05
-
-
3,28%
0,48%
VERDE FIC FIM x CDI
* Calculado desde a constituição do fundo CSHG VERDE FICFI MULT até 31/jan/2018.
1.364.973.604,63
1.376.475.079,52
-8,91%
3.096,20
-3,92
-1,68
* A rentabilidade divulgada não é líquida de impostos. Rentabilidade obtida no passado não representa garantia de resultados futuros. Fundos de Investimento não são garantidos pelo administrador do fundo, gestor da carteira, de qualquer mecanismo de seguro, ou ainda,
do fundo garantidor de crédito (FGC). Para obter informações sobre o uso de derivativos, conversão de cotas, objetivo e público alvo, consulte o prospecto e o regulamento do fundo. Para avaliação da performance de um fundo de investimento, é recomendável a análise de,
no mínimo, 12 (doze) meses. As estratégias de investimento do fundo podem resultar em significativas perdas patrimoniais para seus cotistas. Verifique se este fundo está autorizado a realizar aplicações em ativos financeiros no exterior. Para fundos que perseguem a
manutenção de uma carteira de longo prazo, não há garantia de que o fundo terá o tratamento tributário para fundos de longo prazo. Verifique se a liquidação financeira e conversão dos pedidos de resgate deste fundo ocorrem
em data diversa do respectivo pedido. A partir de 02/05/2008, todos os fundos de investimento que utilizam ativos de renda variável em suas carteiras deixam de apurar sua rentabilidade com base na cotação média das ações
e passam a fazê-lo com base na cotação de fechamento destes ativos. Desta forma comparações de rentabilidade destes fundos com índices de ações devem utilizar, para períodos anteriores a 02/05/2008, a cotação média
destes índices e, para períodos posteriores a esta data, a cotação de fechamento. Antes de investir, consulte a lâmina, o formulário de informações complementares e/ou o regulamento do fundo, conforme o caso. A Verde não
comercializa e nem distribui cotas de fundos ou qualquer outro ativo financeiro. Este material não pode ser copiado, reproduzido ou distribuído, total ou parcialmente, sem a expressa concordância da Verde.
www.verdeasset.com.br.
Supervisão e Fiscalização: Comissão de Valores Mobiliários - CVM. Serviço de Atendimento ao Cidadão: www.cvm.gov.br.
Calculado até 31/jan/2018
Multimercados Macro
Sim
Verde Asset Management S.A
Credit Suisse Hedging-Griffo Corretora De Valores S.A.
2012
2011
2004
2003
2002
2001
2,90
2,29
3,05 0,58
1,37
1,16 3,65
-1,37 3,79 304,64
370,060,78
0,65-0,48 -0,50
0,33 1,24 27,74
30,74
459,37
543,53
1.599,90
1.945,54
2.512,98
3.316,10
3,33 -0,68 4,12
1,864,80 4,38 4,98
3,00 2,19
22,43 16,17
-1,30
19,00
15,05
2,52
9,40%
252
0
R$ 2.000,00
¹A taxa de administração máxima paga pelo Fundo, englobando a taxa de administração acima e as taxas de administração pagas
pelo Fundo nos fundos em que poderá eventualmente investir será de 2,00% a.a. *Data da cisão com o fundo CSHG VERDE FIC FIM,
que teve início em 2/jan/1997.
Não há
1,50% a.a¹
20% que exceder a 100% do CDI
D+0
D+1
Fechamento
D+0
63,45%
0,70
-2,17
1,10
2,62 1,16
11,82
3,62
0,97
-1,25
2,552,75
11,41
-1,66
3,70
1,39
1,66
-0,65
0,48
4,46
3,71
2,65 4,37 -2,46 -3,53
1,94
2,46 2,19
2,19 1,23
2014
2013
2015
619,62
708,64
788,66
875,24
1,81 0,77
0,43 2,84
6,69
1,38
2,89 0,27
5,16 3,68
1,44 0,33
4,58 3,66
4,82
2010
2009
2008
2007
2006
2005
-0,00
2,43
7,43
0,83
0,82
2,46
-0,85
4,39
63,45
2,61
4,40
2000
1999
1998
1,573,45
988,32
1.079,88
1.174,90
1.312,68
1.499,561,58 2,48 1,04 28,67 13,23
-0,64 3,46 2,98 8,80 10,81
8,05
6.042,75
7.243,48
8.572,99
9.336,59
12.041,74
1,45 3,71 1,69
4.705,98
3,83
2,28
19,55
5.366,93
9,90
9,74
50,37
13,75
12,36-1,13 2,44 1,18 -0,271,05
2,63
0,73
-0,28
5,96
2,70
-2,71
2,16 11,59
8,41
294,66
404,89
556,42
876,24
1.288,44
-7,32 -8,91 2,20 1,47 -6,44 12,37
1,90 2,12 1,99
0,60
5,31
17,334,02
2,96 20,33
0,93
1,14
42,22 23,28
CDI
0,28
135,40 25,17
1,03 2,01 3,34
1,58 1,11 30,01 17,27
0,12 2,62 27,93
29,86 28,614,51
4,14
3,87
Ago
1,86
18,10-0,42
0,12 -1,76
1,86 2,76
2,32 0,43 1,83 0,771,09 2,19
Dez Ano
2,71 6,96
1,95 2,30
0,11
4,80
4,17
-0,15
-0,35 4,52
1,45 6,09
2,70
2,77
3,31
-0,06
-0,51
-0,19
2,28
3,68
0,96
5,41 -0,31
0,98
4,48
3,56
2,61 2,80
-0,94
0,69 1,74
0,91
1,22
1,98
0,71
1,79
0,36 1,91
1,71 0,33
-0,87
4,76
3,35 1,27
Abr
-1,70
-0,95
5,092,26
2,82
4,23
1,994,68
4,09
Jan
4,37
2,43
1,87
2,41
1,98
3,12
1,40
-0,06
0,37
0,97
Set
29,10 24,432,01 5,32 1,15 1,90 29,10 24,43
Acum. Fdo. Acum. CDI
1997 2,15 0,92 1,15 3,09
Out NovMai Jun JulFev Mar
228,22
175,62
135,02
100,31
60,03
4,94 10,96
1,53 3,13 1,69
48,72 19,09
0,73 0,72 1,85
2,23 3,84 1,09
2,54 2,23 3,79
4,76
4,09
67,66
15,13
Rentabilidades (%)*
VERDE FIC FIM
CDIFundo
21/mai/2015*
R$ 5.000,00
R$ 5.000,00
27,00% 15,37%
8,76% 0,35%
1,33 -
31/jan/2018
Estratégia multimercado flagship lançada em 1997, é um dos
maiores e mais antigos hedge funds brasileiros. Atua no mercado
brasileiro e internacional de ações, renda fixa e moedas sob a
gestão de Luis Stuhlberger.
A descrição acima não pode ser considerada como objetivo do Fundo. Todas as informações legais estão disponíveis no
regulamento, lâmina ou prospecto, disponíveis no site verdeasset.com.br
Fundo destinado ao público em geral, observados os valores mínimos de
aplicação inicial, permanência e movimentação constantes no prospecto.
O fundo VERDE FIC FIM é resultado de uma cisão realizada em 21/mai/2015 do fundo CSHG VERDE FIC FIM, que teve início em 2/jan/1997.
8,34%
213
39
163
89
1,76 1,52 1,76 1,82 1,64 1,20 1,09 1,03 3,07 14,00 13.879,21 1.723,51
2017 0,11 1,35 1,11 0,43 9,95 14.612,59 1.904,99-0,88 0,45 1,89 0,37 0,51 -0,38 -0,43 0,62 5,25
2016 1,09 0,75 -2,47
0%
1.500%
3.000%
4.500%
6.000%
7.500%
9.000%
10.500%
12.000%
13.500%
15.000%
16.500%ja
n-97
jan-99
jan-01
jan-03
jan-05
jan-07
jan-09
jan-11
jan-13
jan-15
jan-17
VERDE FIC FIM CDI
0%
10%
20%
30%
40%
50%
mar-
97
mar-
98
mar-
99
mar-
00
mar-
01
mar-
02
mar-
03
mar-
04
mar-
05
mar-
06
mar-
07
mar-
08
mar-
09
mar-
10
mar-
11
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12
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13
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14
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15
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16
mar-
17
VERDE FIC FIM CDI
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