Post on 18-Nov-2018
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Universidade Estadual de Santa Cruz
GOVERNO DO ESTADO DA BAHIAPAULO GANEM SOUTO - GOVERNADOR
SECRETARIA DE EDUCAÇÃOANACI BISPO PAIM - SECRETÁRIA
UNIVERSIDADE ESTADUAL DE SANTA CRUZANTONIO JOAQUIM BASTOS DA SILVA - REITOR
LOURICE HAGE SALUME LESSA - VICE-REITORA
DIRETORA DA EDITUSMARIA LUIZA NORA
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Ilhéus - Bahia2006
©2006 by JOSÉ CLÁUDIO FARIA
1ª edição: 2006
Direitos desta edição reservados àEDITUS - EDITORA DA UESC
Universidade Estadual de Santa CruzRodovia Ilhéus/Itabuna, km 16 - 45662-000 Ilhéus, Bahia, Brasil
Tel.: (73) 3680-5028 - Fax: (73) 3689-1126http://www.uesc.br/editora e-mail: editus@uesc.br
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Ficha catalográfica: Silvana Reis Cerqueira - CRB5/1122
PROJETO GRÁFICO E CAPAPROJETO GRÁFICO E CAPAPROJETO GRÁFICO E CAPAPROJETO GRÁFICO E CAPAPROJETO GRÁFICO E CAPAAlencar Júnior
ILILILILILUSTRAÇÕES DA CAPA E MIOLUSTRAÇÕES DA CAPA E MIOLUSTRAÇÕES DA CAPA E MIOLUSTRAÇÕES DA CAPA E MIOLUSTRAÇÕES DA CAPA E MIOLOOOOOSamanta Ribeiro
REVISÃOREVISÃOREVISÃOREVISÃOREVISÃOMaria Luiza Nora
EQUIPE EDITUS
DirDirDirDirDiretor de Petor de Petor de Petor de Petor de Política Editoral:olítica Editoral:olítica Editoral:olítica Editoral:olítica Editoral: Jorge Moreno; RRRRRevisão:evisão:evisão:evisão:evisão: Maria Luiza Nora, Aline Nascimento;
Supervisão de PrSupervisão de PrSupervisão de PrSupervisão de PrSupervisão de Produção:odução:odução:odução:odução: Maria Schaun; CoorCoorCoorCoorCoord. de Diagramação:d. de Diagramação:d. de Diagramação:d. de Diagramação:d. de Diagramação: Adriano Lemos; DesignDesignDesignDesignDesignererererer Gráfico: Gráfico: Gráfico: Gráfico: Gráfico: Alencar Júnior.
F224 Faria, José Cláudio.Silêncio entre pássaros: poesia para fim de semana /José Cláudio
Faria. – Ilhéus, Ba: Editus, 2006.124p. : il.
ISBN: 85-7455-109-0
1. Poesia brasileira 2. Literatura brasileira. I. Título.
CDD 869.91
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Às duas irmãs que deixaram as mais felizes e profundas marcasem minhas reminiscências, e que acompanharam (desde sempre)minha caminhada de menino urbano e agreste, dedico:minha mãe, Venina Fosseminha tia, Edite Fosse (in memoriam)
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Fiquei de apresentar o livro de José Cláudio Faria e o seu autor. O livro é fácil, pois gosteimuito dele, de sua síntese máxima, das fronteiras entre o despojamento da linguagem e asofisticação da forma, do clima meio onírico, do seu modo de dizer o cotidiano com profundida-de. Gostei da transgressão, em relação à pontuação, aos sons onomatopéicos. Os volteios queele faz... Das fronteiras, fazendo divisa com o culto e com o popular, com o adulto e a criança. Écomo um olhar de criança expresso por um adulto... Gostei da influência de Manoel de Barros.
Gostei da densidade poética, que chega a doer, usando tão poucas palavras. Às vezes, umverso:
“Vento forte desavoa passarim”
Ou dois:
“Todo passarim detém um amargorde auroras entre grades”
Ou três:
“O exato do mundocarece de asase de canto”
O livro é fácil de apresentar. Porque é lindo. Mas como apresentar um poeta que, tendosido pedido que se apresentasse, ele o fez assim?
AprAprAprAprApresentaçãoesentaçãoesentaçãoesentaçãoesentação
“Pai tem um velho ditadoque nossa gente,quando nasce,cê joga na parede.................................................... se grudar..., tende a advogado se cair, músico e se avoar, poeta....................................................bom,avoar tem a ver com asa,canto, passarim
(quanto ao poeta, não me cabe o julgamento)”
Que maneira de se apresentar!Mas eu posso afirmar, antes de tudo, que ele é simples e sábio. Ou que é sábio porque é
muito simples. Que ele é tímido e educado.Quando ao que é valorizado pela academia, posso afirmar que é professor pelo Departa-
mento de Ciências Exatas e Tecnológicas na Universidade Estadual de Santa Cruz, desde 2000, eque tem doutorado na área de Ciências Agrárias pela Universidade Federal de Viçosa.
E vou contradizê-lo. Ele diz:
“De tanto contrair leveza do planar das avesnas alturasna paisagem rupestre em que nasci,assimilei, que não se sustentao insustentável”
O autor sustenta, sim. No mundo de hoje, ele sustenta um outro mundo, de delicadeza ede sonho. Um mundo que seria insustentável se não viesse dele.
Maria Luiza Nora
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– Sabiá na muda, ele escurece o gorjeio...
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– ...não entender, não entender, até se virar menino...
(Guimarães Rosa)
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Para os poemasque se seguemsugiro:
quebrar ao meioa pressa...
inspirar-sede Arapongas
prender um silêncionas pedrasaté perceber um Trinca-ferro pardo,pelo outro lado
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VVVrruuuuuuuuuu,tííííííuuuuuulííí............................................................Beija-flor-de-passagem
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Beija-flortem hora marcada com o futuro
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Avôo de Beija-florchama a atenção........................................
ele só não tem tempode ver o resultado
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Beija-flor voaàs expensas do equilíbrio
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VVVrruuuuuuuuuu,tííííííuuuuuulí............................................(dá uma olhadinha para trás)
Plaft!!!
Fizeram uma parede onde antesera buraco de vento,autopista de Beija-flor
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Rolinha gorjeando sozinhaem sombra de vegetal,amansa a tarde.........................................
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Tééémm, tééémm, tééémmtééémm, tééémm, tééémmtééémm, tééémm, tééémm..........................................
espírito de ferreiroquando reencarna,é em Arapongaque se dá
..........................................Tééémm, tééémm, tééémmtééémm, tééémm, tééémmtééémm, tééémm, tééémm
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................................................
Urubu no avôocontabiliza o desesforço
...................................
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Pare!
Não vire a página!
Obs: Não leia a não ser seguindo, estritamente, os seguintes passos: 1 – Levante-se se estiver sentado ou deitado 2 – Você vai andar em círculos 3 – Cada vez que seu pé direito tocar o chão faça Bum! (ou Bam!) forte 4 – Começe!
Bum bum bambam Bam baamm baaaammmmbuummm BUummm buuummmbumbummMbammbAammbumm BAmm
.....faça o quanto quiser!.....bummmbammMbBammmm bbuuuummmBum bum bambam bam baamm baaaammmm
31....31....
Imagine o sentimento das avesem vôo nos campos de
tiro ao pássaro
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Penso que Anum-pretonão se esforçou muitono aprendizado do voar,vai tímido e desequilibradofazendo actuííííínnho, actuííííínnho..........................................................
como que ojerizando o esforço.......................................................prefere ir pulandoao lado do pastejar mugidodas vacas
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Já Curióé nato brasileiro:canta moreno,ente prenhe de cantos......................................................... o cachoeira-abaixo, por exemplo, canto cachoeira alonga o espaço... desapressa o tempo.........................................................e é como convémaos ares mornos desta Bahia tropical
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Siriemadá um galope nas pernas ossudasque até cobra de peçonha renega,arregala a goelae estala o grito estridentetuuuulííííí, tuuuulííííí, tuuuulííííí, tuu...tuuuulííííí, tuuuulííííí, tuuuulííííí, tuu............................................................
a vaganteparece que engoliuflauta rouca bitonal
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Gavião(e os entes da família)
Pode que tenham outros,mas para mim,Gavião descompreendeu a rota:
PrimeirPrimeirPrimeirPrimeirPrimeirooooo: porque não canta!(que não se pode chamar aquilo de canto)
SegundoSegundoSegundoSegundoSegundo: costuma ficar parado no céu!(o que deve ter aprendido de arremedar Beija-flor)
TTTTTerererererceirceirceirceirceirooooo: isso de comer passarim...
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Casal de Urubuem vôo plainadono azul sem fimnão ocupa apetrecho de comunicação,dispensa plano de vôo
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O canto é mudoo bico amareloas penas brancas...nunca vi de perto os olhosfitando semoventes dos brejos,mas hão de ter algo de azul mar e vermelho vivoalém de serem redondos,tem graçaáguaarvlapt, vlapt, vlapt.............................................
Garças.............................................
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Talvez fosse comume sem graçana percepção dos vegetais...............................................
mas para mimà tarde se desfaleciaao cantar de dois pássarosraros
...............................................
47....
Tem passarimque é difícil falar sobre...Chorão,
a exemplo, é arisco por demais...
para ver no habitat natural........................
huummm...........................só enganando ele na linguagem
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Vento fortedesavoa passarim
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Dia dessesvi uma Garçaabestalhando peixinhosnuma água rasa de meu pé
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Pássaro urbano
Tarde quente dos Ilhéusverão,milhares de linhasde programação no computador...
é quando, pela janela,um me racha ao meiocom seu canto agrestede caçador...................................................
fluiôôóóó... fluiôóóó...fluióóó... fluió... fluió...grêgrêgrê...
...................................................
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Outono
Elódeas agasalham pela superfícieaquele pequeno lagoimerso na mata até os pentelhos,palmeiras enfrutadas o rodeiamgradando formas e verdes.....................................................
Manada de Jacudigerindo frutinha da palmeira
.....................................................
Uáááqqq, UáááqqqGraauuuu, Graauuuu.....................................................penso na reinvenção do gênese
(de tardinha, em junho do outono,já invernando)
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Migrantes dos Gerais
Tesoura migrantede passagem por aquidesbunda
tanajura(e meus olhos, quase negros)
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Todo passarim detémum amargor de auroras
entre grades
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Novidades tecnológicas
Pescoço de Corujafoi ponto de partida para giroscópio
#
Já olho de Gavião,se bem observado,teria nos levado ao zoom ótico,muito antes
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Coruja anda fiscalizando a madrugadana cabeça daquele toco velho de porteira
... que não é mais ...nestas terras dos Gerais
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Saíras-de-sete-corespintam esta manhã fria,enquanto as magnólias da retaenfrutam
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Anum-branco só dá os aresda graçaé na longa distância.......................................... fliôôôuóóóó... fliôôôuóóóó... fliôôôuóóóó............................................. (já indo)
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Nada mais insensatoque reproduzir com símbolos alfabéticosa sonora linguagem dos pássaros
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Chao-baietaé lindo por demais,vermelho vivo, fogo, cintilante,raridade...é necessário ter olhosde ver
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Pica-pau há de nos ter inspiradoa enxó
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Make it new
Biguas prediletam bagres perplexosnaquele sarã
(homenagem ao Manoel de Barros)
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HárpiaGavião-realpostura de rei,2,5 prá 3 m de ponta a ponta nas asas,garras grossas de meus punhos...penacho branco na cabeça,não consigo descrever os olhos...(vi empalhado no Melo Leitão)...............................................................Por que as coisas bonitas desaparecem?
79....
Elegância na mataadvém de Macuco
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Existe ciência de maisem João-de-barro
83....
Bacurau nunca que decidea viagem:
amanhã eu vou...amanhã eu vou...amanhã eu vou...
85....
Nunca entendipor que Tiziu dá um pulinho para trás(como um rodopio ligeiro)no canto........................................................
Tititittiiiiii (pulinho) iiizziiiiuuuuuTititittiiiiiiii (rodopio) izziiiiuuuuuTititittiiiiiiiiiz (pulinho) ziiiiuuuuu
........................................................E vai incessante pela tarde...
#
herdou nomedo cantar
#
87....
Vôo nas alturas
De tanto contrair leveza do planar das avesnas alturasna paisagem rupestre em que nasci,assimilei, que não se sustentao insustentável
89....
GalinholasGalinhas-d’angolaarquitetam ninhoantes de baixar as ovas
(às escondidas)
.....................................tô fraco... tô fraco...tô fraco... tô fraco...tô fraco... tô fraco...
.....................................
91....
Arapongaensina o espaço de ser,é no gogó
...............TTÉÉÉÉÉÉééééémmmmmm...............
93....
Observando
índole de passarim é genética:Você chOcar ovo
chOcadeira elétricacriar bichiNho
nuncA ver outros...dia que soLtar
reprodUZ hábitosantepassados
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Penas cortadas
Se não foremarrancadas,as novasnão emergem.....................................
ausência de vôo.....................................
97....
Outro dia vi uma Araponga bateraté romper o horizonte............................................................................. devia era de ser uma forma de protesto.............................................................................
99....
Canto de Assanhaço....................................
água fresca na bica....................................
#
Creio estar me tornando mais entendedor de cantos,embora não saibaem que tomAssanhaço afina seu serrilhado
#
Canto de Assanhaço é mais espertoque “corida di furmula one”
(homenagem aos agricultores imigrantes Ítalos dasserras frias por onde vivi)
101....
O exato do mundocarece de asase de canto
103....
Às vezes sinto a falta de umque chamaria de Qualis.......................................
do tipo do Colhereiromas de cor carmim
.......................................nas barras dessasTerras do Sem Fim
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TuiaupapauTuiaupapauTuiaupapau..........................
olho a árvorede onde vem
..........................TuiaupapauTuiaupapauTuiaupapau...movimento pouco...vejo que é amarelo de asas pretas ... a cabeça também ...fito o olho..................................................................
amarelo intenso, ao redor da íris negra,ou o inverso, não distingo
..................................................................ninho de gravetosnuma árvore velhade bromélias num mundo à parte ... quisera ser ...
... prossigo,que vem chuva daquele infinitoao Norte.
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De se ver
Asa de borboleta desfalecida de sustoum Assanhaço afônico amarelo, numa manhã de solo primeiro ver de filhote de Beija-floro desencontro das águasjuiz de futebol apitando com pio de JacúPassarim d’asa aberta solicitando sol dia-de-chuvacriança errando às escondidas – em silêncio,um Trinca-ferro pardo harmonizando o gorjeio sem porquês
#
um borbulhar alegre de Garrinchano alpendre daquela fazenda velha
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..........................essas coisas
..........................
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Pena água peixe ......................... origens .........................
111....
Coisa de ir
Piar de Harpia nas encostas Andinas
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Migração de Tesourana primaverados Gerais
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Sem-fimsustenindo o poente
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Felicidade
Meu conceitode felicidadeé tão simples,que não carece explicar.......................................
imagine umaAraponga,entre sinos,anunciando liberdade
.......................................
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Um velho amigo me disse- prazer de Maritaca no alto falante!
...fiquei todo que Cardeal,ai me veio............................................
Cotovias num lampejoAraponga entre bigornasPapagaio descabidoBacurau de partidaProcissão de Urubarevoada de Azulõesuma tarde de Goderossorriso de Andorinha
............................................sei lá,penso que combina
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Reminiscências
Aquele Assanhaço no ocaso do mamão.......................................
(para tia Edite).......................................
119....
Êxtase
Dois Goderose um Melro.....................
in concert.....................
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Se tentarem me rotularde poeta-dos-pássaros,já tenho respostana ponta do bico
Este livro foi impresso na gráfica daUniversidade Estadual de Santa Cruz - Ilhéus - Bahia
Equipe da Imprensa Universitária
Coordenação Gráfica: Luiz Henrique FariasFotomecânica: Cristovaldo Caitano
Impressão: Davi Lima MacedoAcabamento: Nivaldo Lisboa