Post on 11-Nov-2018
A moto-mecanização da FEB
Guilherme Antônio Dias Pereira, Analista de Sistemas; Prof. MSc, Gestor de Riscos, Especialista em Modelagem Dinâmica Pesquisador CEPHiMEx, Colaborador Emérito do Exército, Sócio Titular do IGHMB 1
A moto-mecanização da FEB
Guilherme Antônio Dias Pereira, Analista de Sistemas; Prof. MSc, Gestor de Riscos, Especialista em Modelagem Dinâmica Pesquisador CEPHiMEx, Colaborador Emérito do Exército, Sócio Titular do IGHMB 2
O objetivo do presente trabalho é procurar reunir de forma sucinta e ordenada as
principais informações referentes à FEB em termos de material humano e
equipamentos, em especial no que se refere a seus recursos de moto-mecanização.
A experiência deste pesquisador tem, infelizmente, demonstrado, tanto no que se refere
especificamente à FEB, quanto a quaisquer outras unidades citadas nos mais variados
livros, periódicos e estudos dedicados à análise da História Militar que as informações
são em geral prestadas de forma muito simplificada, além de extremamente
fragmentada, obrigando o pesquisador à consulta de várias fontes de referência que, às
vezes, se mostram até contraditórias, para tentar criar um quadro consistente e preciso
da dotação das unidades de combate que são referenciadas na literatura.
No presente caso, o pesquisador foi obrigado a consultar 16 fontes diferentes para
conseguir reunir e consolidar um conjunto de informações que deveria ser relativamente
simples de se obter; qual o efetivo da FEB? Como ela foi constituída? Qual a
distribuição e a itemização das unidades que a constituíram? Qual o contingente
humano de cada uma destas unidades? Qual o seu equipamento? Como se constituía seu
organograma operacional?
São perguntas óbvias, simples, cuja resposta precisa é fundamental para uma pessoa que
pretenda, por exemplo, analisar o desempenho da unidade ou criar um modelo de
simulação operacional do que era a FEB...
Para isso, é necessário conhecer-se como ela foi formada, homem a homem,
equipamento a equipamento, unidade a unidade componente.
Na literatura destinada à divulgação junto ao público não especializado, na maioria das
vezes não se tem acesso nem aos grandes números. Por exemplo; quantos dos
componentes da FEB foram combatentes e quantos estiveram envolvidos nas operações
de suporte e intendência? Esse contingente de apoio foi suficiente ou precisou ser
complementado por outras unidades de apoio logístico de 5º Exército?
Na literatura especializada, nos próprios manuais militares, esta informação encontra-se
por demais fragmentada, isso quando temos a sorte de encontrá-la completa!
Este pequeno ensaio busca lançar uma luz sobre os dados de constituição da FEB. Não é
em absoluto um estudo completo, dada a exigüidade do tempo disponibilizado para
prepará-lo e tendo em, vista seu objetivo meramente informativo dentro do conjunto de
apresentações e comunicações técnicas do V SENAB.
A Força Expedicionária Brasileira
e a
Moto-mecanização de nosso Exército
A moto-mecanização da FEB
Guilherme Antônio Dias Pereira, Analista de Sistemas; Prof. MSc, Gestor de Riscos, Especialista em Modelagem Dinâmica Pesquisador CEPHiMEx, Colaborador Emérito do Exército, Sócio Titular do IGHMB 3
O mesmo, porém, busca constituir-se no embrião de um estudo mais extenso e profundo
cujo resultado final pretende disponibilizar ao público civil e militar, leigo ou
especializado, uma fonte de consulta que, finalmente, exponha em detalhes e em um só
documento o que foi a constituição da 1ª DIE que lutou nos campos da Itália, com um
descritivo pormenorizado e extensivo de seus efetivos e armamentos homem a homem.
Obtida esta Base Primária de Dados, fundamental para estudos mais aprofundados, será
possível construir-se um modelo detalhado e realista da unidade divisionária conhecida
como FEB ou 1ª DIE, Divisão de Infantaria Expedicionária, do 4º Corpo de Exército do
5º Exercito Norte Americano e, de posse destes dados, elaborar-se simulações que
possam reproduzir seu desempenho histórico em combate e analisar as falhas que
sempre ocorrem em qualquer campanha, mesmo vitoriosa, e que de fato ocorreram em
determinadas ações ao longo da campanha da Itália, estudando alternativas que
poderiam ter se mostrado mais eficientes, contribuindo, assim, para o aperfeiçoamento
de nossos estudos Táticos e Estratégicos no âmbito da Análise Histórica do desempenho
de nossa Força Terrestre.
Em qualquer setor da atividade humana, “é preciso pesquisar para conhecer,
conhecer para compreender, compreender para solucionar”.
A Força Expedicionária Brasileira lutou nos campos da Itália de 06/09/1944 a
02/05/1945 num total de 239 dias.
Foram enviados 25.334 expedicionários, denominados carinhosamente de “pracinhas”,
dos quais 15.069 formaram uma Divisão de Infantaria estruturada no padrão do Exército
Norte Americano, o qual se responsabilizou pelo treinamento e por apetrechar nosso
pessoal para a campanha italiana.
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A FEB, também chamada 1ª DIE, teve sua formação estruturada dentro do dispositivo
tático padrão de uma Divisão de Infantaria Triangular americana, constituída por 15.245
infantes e dotada de 116 peças de artilharia entre canhões de campanha (48) e anti-carro
(68). No caso da FEB, 15.069 homens, 66 obuses e 70 canhões anti-tanques.
Os 10.265 demais integrantes do corpo expedicionário desempenharam o papel de apoio
logístico, contando com 1.410 caminhões e jipes próprios para o cumprimento de suas
tarefas (400 caminhões 2 ½ toneladas). Estes podiam transportar 1/3 do efetivo da FEB.
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Além destes equipamentos, a FEB contou com um Grupamento de Reconhecimento
Tático de Campo, também formado e treinado dentro do padrão do Exército Norte
Americano, conforme será apresentado a seguir.
Por essa época, o Brasil já recebera dos Estados Unidos, através do sistema de
empréstimos e arrendamento conhecido como “Lend-Lease”, cerca de 929 Carros de
Combate e 166 outros Equipamentos Motorizados (84 4x4 M3A1 Scout Cars, 8 Semi-
Lagartas M2 e M3A1, 54 Carros T-17 6x6 Deerhound e 20 M8 Greyhound; os dados
são incompletos e um pouco confusos), mas estes equipamentos, entregues ao Brasil
entre 1941 e 1945, permaneceram no país para treinamento e defesa de suas fronteiras.
A FEB foi totalmente equipada na própria Itália.
Notar que à época, o Brasil não dispunha de uma indústria automobilística, sequer de
produção de aço laminado. Não existiam montadoras de veículos de qualquer espécie no
território nacional.
As unidades de reconhecimento da Força Expedicionária Brasileira eram constituídas
por equipamentos leves e de alta mobilidade, basicamente os famosos Jeeps Wills MB e
Ford GP de ¼ de Tonelada, tração 4x4 e os igualmente conhecidos veículos leves 6x6
Greyhound.
A dotação de pessoal de um pelotão americano de reconhecimento motorizado era,
normalmente, de 29 homens (a do 1º Pelotão da FEB era de 32 homens) como
apresentado na Tabela a Seguir:
Seção de Carros de Reconhecimento Armado (M8 Greyhound); 12 Homens:
Comandante de Pelotão 2º Tenente Carabina M1
Sargento de Pelotão 1º Sargento Carabina M1
Comandante de Carro Sargento Carabina M1
Piloto de Carro Praça Graduado Carabina M1
Radio-Operador Praça Graduado Carabina M1
Atirador Praça Graduado Carabina M1
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Nota: Cada Seção era equipada com 3 M8 Greyhounds dotados de 1 canhão de 37 mm,
uma metralhadora ponto 30 e uma metralhadora ponto 50 (12.7 mm).
Seção de Reconhecimento (Jipes Wills 4x4 de ¼ de tonelada); 17 homens:
Líder de Seção Sargento Rifle M1
Líder de Esquadrão Cabo Rifle M1/Metralhadora M3
Motorista Praça Graduado Rifle M1
Atirador de Morteiro Praça Graduado Carabina M1
Rádio-Operador Praça Graduado Rifle M1
Nota: Cada Seção era equipada com 6 Jipes 4x4 de ¼ de tonelada. Três Jipes
rebocavam Trailers de ¼ de tonelada. Três Jipes portavam Morteiros de 60 mm e os
outros três metralhadoras ponto 30.
Nota: Alguns Jipes foram, mais tarde, equipados com metralhadoras anti-aéreas ponto
50, mas isso passou a implicar num reforço do piso e da estrutura do veículo que tendia
se rachar com a vibração.
A organização das Seções de Reconhecimento da FEB seguiu o padrão acima descrito e
estão detalhadas no Manual de Campanha Exercícios para Cavalaria Mecanizada
MAN 355.04 B823 C2-7.
Fazendo um resumo rápido, em termos de dotação de pessoal o 1º Esquadrão de
Reconhecimento possuiu um efetivo médio de 170 homens entre Oficiais e Praças (Os
dados estão consolidados mês a mês no relatório do Capitão Plínio Pitaluga de 1947).
Em termos de equipamentos (Dados do Livro Blindados no Brasil, Vol I do Professor
Expedito C S Bastos da UFJF) o 1º Esquadrão somava; 15 M8 6x6 Greyhound, 24
Jeeps ¼ Ton, 5 Semi-lagartas M3 e M3A1, 1 Caminhão GMC 2 ½ Ton, 1 Dodge ¾
Ton WC51 e 7 reboques diversos, a maioria ¼ Ton.
Recordando, em termos de equipamento, as Seções (Pelotões) eram formadas por 3
veículos 6x6 Greyhound e 6 jipes de ¼ de tonelada, 3 equipados com metralhadoras
ponto 30 e 3 equipados com morteiros de 60 mm.
Os Greyhounds, como já descrito, eram equipados com canhões anti-tanque de 37 mm e
com metralhadoras ponto 30 e ponto 50 (12,7 mm).
Esse tipo de armamento leve não lhes permitia o engajamento com unidades
mecanizadas inimigas, já que, pelo final da guerra, quando a FEB se juntou aos
exércitos aliados, estas tinham um poder de fogo muito superior além de uma
blindagem praticamente invulnerável ao dessas unidades leves que lutavam no estilo
“bater e correr”, fiando-se na manobrabilidade e na velocidade de seus veículos para
escapar de situações de risco, mas, diante da infantaria, seu poder de fogo lhes dava uma
boa chance de sobrevivência!...
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As seções de Reconhecimento costumavam ser dotadas dos seguintes armamentos e
equipamentos de orientação e observação:
A seguir é apresentada a composição orgânica de 1 Pelotão de reconhecimento padrão.
Segundo os dados coletados, o 1º Esquadrão de Reconhecimento da FEB era constituído
por 3 Pelotões.
É preciso destacar-se que o teatro de operações da Itália, especialmente onde as tropas
brasileiras atuaram, o terreno não era propício para grandes engajamentos entre forças
mecanizadas por ser caracteristicamente montanhoso. De qualquer forma, o apoio de
fogo mecanizado às operações da FEB foi normalmente fornecido pela 1ª DB, Divisão
Mecanizada Americana e pela 6ª DB, Divisão Mecanizada Sul Africana, também
integrantes do 4º Corpo do 5º Exército Americano.
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É preciso deixar igualmente claro que a FEB era uma Divisão de Infantaria, seus
veículos motorizados eram constituídos por máquinas de apoio logístico, comunicações
e reconhecimento (Caminhões, Jipes, Jipões Dodge, Veículos de transporte M3 e Meia-
Lagartas, além de blindados leves como os T-17 e os M8 Greyhound 6x6), em momento
algum a FEB foi dotada de Carros de Combate que permaneceram em serviço com o
“Exército Territorial” no Brasil (Stuarts M3, Lee/Grants M3, Shermans M4; observar
que a nomenclatura americana era muito confusa, por isso os Ingleses adotaram
“apelidos” para os equipamentos a eles fornecidos e aos demais aliados).
Na campanha da Itália, a FEB capturou 20.573 soldados inimigos (2 Generais, 892
Oficiais Graduados e 19.679 Praças). Sofreu 451 baixas fatais confirmadas (13 Oficiais,
430 Praças e 8 Oficiais da FAB – Força Aérea Brasileira) e 2.722 baixas por ferimentos
(1.577 em ação) e acidentes (487 em combate e 1.145 em situações diversas).
De todo o contingente, 35 foram feitos prisioneiros pelo inimigo (1 Oficial e 34 Praças).
Cerca de 23 componentes da FEB são, até hoje, considerados extraviados, 10 enterrados
como desconhecidos.
Em termos de equipamentos de combate, a FEB, segundo as informações disponíveis,
tinha a seguinte dotação:
1.410 Caminhões e Jipes (400 caminhões 2 ½ toneladas)
505 Metralhadoras (7.62, ponto 30, etc...)
237 Metralhadoras Anti-Aéreas (12.7 mm)
66 Obuses
70 Canhões Anti-Tanque
5.231 Carabinas
6.510 Fuzis
1.156 Pistolas
Os caminhões utilizados pela FEB para apoio logístico e deslocamento de tropas eram
os mesmos utilizados pelo Exército Americano, como os apresentados a seguir:
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Notar que nos números “Oficiais” apresentados acima não estão inclusos os Blindados
Leves integrantes das Seções de Reconhecimento já citadas.
Entre outros veículos de apoio utilizados pela FEB destacam-se as seguintes viaturas:
Os dados aqui apresentados a partir de publicações inglesas da Editora Osprey e da
Bibliex (Combinação de Armas), referentes à dotação de uma Seção de
Reconhecimento e de uma Divisão de Infantaria americanas à época, baseada nas quais
a FEB foi estruturada para sua atuação nos campos da Itália, foram corroborados em
levantamento realizado no AHEx (09/11/2016) por este pesquisador e podem ser aceitos
como uma base fidedigna de seus equivalentes na FEB. As pesquisas na busca de uma
itemização, precisa, dos elementos componentes da FEB continuam.
Notar que todos os veículos aqui apresentados encontram-se disponibilizados para
visitação no pátio do museu Conde de Linhares. Um museu militar dedicado à moto-
mecanização que, digo e repito como testemunha ocular, nada fica a dever aos museus
militares da Europa e dos Estados Unidos.
É fundamental para o bom entendimento de nossa História Militar que um conjunto
mais pormenorizado e consolidado de informações possa ser colocado à disposição de
estudiosos e pesquisadores civis e militares interessados pelo tema para que possamos
ter uma melhor compreensão daquilo que foi realizado por nossos “Heróis da FEB” em
sua luta contra o “Nazi-Fascismo” nos campos da Itália.
A Força Expedicionária Brasileira e a Moto-mecanização do Exército –
CONCLUSÃO:
Em meados de 2012, recém aposentado, quando travei meu primeiro contato com o
CEPHiMEx, eu buscava alguma informação para uma idéia alimentada de muito que
era a construção de um Modelo Matemático de Simulação que fosse capaz de
reproduzir a operação de um Regimento de Reconhecimento Motorizado Inglês.
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Na época, tudo o que possuía era um organograma obtido numa revista inglesa de
plastimodelismo.
Já de muito me ressentia da falta de informações detalhadas sobre estas estruturas
militares na literatura especializada de divulgação e, mesmo, em livros mais
profissionais sobre o tema.
Meu primeiro contato no CEPHiMEx foi o então Major, hoje Tenente-Coronel Souza
Filho que me indicou como uma possível fonte para minha busca o Coronel Cládio
Rosty.
O Coronel Rosty me indicou a Bibliex na qual consegui acesso ao Manual de
Campanha - Exercícios para Cavalaria Mecanizada MAN 355.4 B823 C2-7 que me
permitiu obter informações preciosas sobre a estrutura orgânica de uma Seção de
Cavalaria Mecanizada da Época da 2ª Guerra Mundial e os detalhes de sua constituição
e operação em campo.
Infelizmente, mais uma vez, eu me deparava com a insuficiência de dados consolidados
e com a dificuldade de manipulação do material, já fragilizado pelo tempo, o que me
impediu de obter uma cópia XEROX do mesmo. Com muito cuidado e a ajuda de uma
Tenente Bibliotecária, consegui fotografá-lo, mas as cópias do papel amarelecido em
ambiente de pouca luz ficaram muito a desejar, ainda que legíveis.
Por uma dessas curiosidades do destino, uns 15 dias depois, pesquisando na Livraria
Cultura, na seção destinada a publicações militares, me deparei com duas publicações
britânicas da Editora Osprey; "World War II US Cavalry Groups" e "World War II
Combat Reconnaissance Tactics". No primeiro, para minha surpresa e alegria, deparei-
me com uma descrição detalhada de um Pelotão de Reconhecimento Americano a nível
de Pessoal e Equipamentos e que trazia os mesmos esquemas táticos de manobra do
manual militar brasileiro, embora este último fosse mais rico em informações técnicas.
Quando aceitei o desafio de escrever sobre a moto-mecanização da FEB para o V
SENAB, me baseei nos três documentos já citados e numa série de livros e publicações
relacionados na Bibliografia anexa na qual recolhi dados estatísticos sobre a
composição da FEB em vários capítulos e artigos publicados de forma dispersa e
fragmentada, deparando-me, mais uma vez, com a quase inexistência de um tratamento
sistemático de informações consolidadas estatisticamente. Nos Livros e Periódicos há
muita informação HUMANA, mas muito pouca informação técnica que permita
construir uma visão precisa do qualitativo e do quantitativo dos equipamentos utilizados
e dos contingentes organizacionais envolvidos na constituição da FEB. Isso é um
problema detectado por mim, de longa data, em todas as publicações sobre o assunto.
Numa última tentativa, com apoio do Coronel Vasconcelos do CEPHiMEx, fiz uma
consulta ao AHEx no qual tive acesso a informações preciosas, mas, mais uma vez,
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dispersas, que me permitiram confirmar outras informações coletadas em mais de 18
publicações e utilizar o material para a elaboração de um pequeno texto que serviu de
base para a construção da presente Comunicação Técnica a ser apresentada no V
SENAB.
Como fica claro no TEXTO e na PALESTRA, foi relativamente fácil a identificação
dos equipamentos a nível qualitativo, visto ter um conhecimento razoável dos mesmos
através de publicações específicas nacionais e estrangeiras que possuo.
Do ponto de vista organizacional da estrutura da FEB e do ponto de vista quantitativo
de seus equipamentos, muita coisa foi preciso deduzir ao comparar as informações do
EB com as informações de unidades equivalentes do exército dos EUA em tempo de
guerra, uma vez que a FEB foi por eles estruturada como uma Divisão de Infantaria.
O trabalho ficou satisfatório e, acredito, razoavelmente bem embasado, mas os
levantamentos me mostraram, mais uma vez, a dificuldade de se obter um único
documento com as informações consolidadas, mesmo no âmbito militar Oficial.
Essa dicotomia torna o trabalho do pesquisador muito difícil. Meu grande foco sempre
foi obter dados estatísticos, senão fidedignos, ao menos consolidados que me
permitissem utilizá-los na construção de modelos de simulação dos cenários reais
vividos em combate pela FEB e, assim, poder, num passo seguinte, estudar
possibilidades alternativas do que foram e poderiam ter sido os embates da 1ª DIE nos
campos da Itália, algo totalmente factível com os recursos matemáticos e gráficos das
linguagens de modelagem hoje existentes no mercado, à quais domino há, pelo menos 4
décadas.
Esperando que o material coletado e ora consolidado seja útil, infelizmente, para meus
objetivos, o mesmo ainda é muito incompleto, mas, ao menos, as pesquisas me
apontaram um caminho que, acredito, pode me levar à obtenção dos dados que preciso.
De prático, os dados levantados junto ao AHEx e à Bibliex, preciosos em sua essência,
serão objeto de uma sistematização digitalizada de minha parte. Este será um processo
levado a termo por mim ao longo do ano de 2017, quando espero reunir e consolidar
toda a informação de que necessito para, em 2018, finalmente, criar o Modelo de
Simulação que é meu objetivo final.
A todos os integrantes do Corpo de Pesquisadores do CEPHiMEx, da Bibliex e do
AHEx meu MUITO OBRIGADO!".
Rio de Janeiro, 10 de Novembro de 2016.
Guilherme Antônio Dias Pereira,
Analista de Sistemas; Prof. MSc, Gestor de Riscos, Especialista em Modelagem Dinâmica
Pesquisador CEPHiMEx, Colaborador Emérito do Exército, Sócio Titular do IGHMB
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BIBLIOGRAFIA - A Moto-mecanização na FEB
01-Ministério da Guerra; Exército Brasileiro - Manual de Campanha
Exercícios para Cavalaria Mecanizada MAN 355.4 B823 C2-7
02-Aliança Brasil-Estados Unidos (1937-1945) – Frank D. McCann - Bibliex
03-Blindados no Brasil; Expedito Carlos Stephan Bastos Vol I e II
- Editora UFJF
04-O Brasil e sua Guerra quase desconhecida – João Barone - Lelivros
05-Combinação de Armas; Jonathan M House - Bibliex No 808
06-Coleção Armas de Guerra Vols 10 e 11 - Editora Abril
07-M4 Sherman no Brasil; Helio Higuchi e Paulo Roberto Bastos Jr
- C&R Editora
08-World War II US Cavalry Groups; Gordon Rottman - Osprey
09-World War II Combat Reconnaissance Tactics; Gordon Rottman - Osprey
11-Comandos do Deserto; Arthur Swinson - Renes
12-A Guerra dos Seis Dias; A J Barker - Renes
13-Jeep - O Indestrutível; D Denfed & M Fry - Renes
14-Manuais de Manutenção do Exército Americano - Jeep Wills MB;
Acervo do CEPHiMEx
15-70 anos da FEB; REB Vol 151 1o Quadrimestre 2015 - Bibliex
16-O Brasil na Segunda Guerra - 70 anos - Editora Minuano
17-FEB-70 anos - Revista Verde-Oliva EB Ano XLII No 224 Julho 2014
18-O Brasil em tempo de guerra; 60 anos - Coleção Abril
19-A Era Vargas 60 anos - Editora Alto Astral
20-O uso de veículos 4x4 Fora de Estrada em Rallys de Areia e Lama
- Apontamentos - Guilherme A D Pereira (1975 – 2012)
Nota: Foram pesquisados os arquivos do AHEx, em especial as “Caixetas Nos 6 e 7
referentes à FEB e os Relatórios “Principais Atividades do Ministério da Guerra” 1943
e 1944 e o Relatório do Capitão Plínio Pitaluga referente ao 1º Esquadrão de
A moto-mecanização da FEB
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Reconhecimento Motorizado da FEB datado de 1947. Outros documentos analisados
foram os manuais americanos e suas traduções das “Caixetas” de 429 a 437.