A Pintura Da Vida Moderna TRABALHO PRONTO1

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A pintura da vida modernaParis na arte de Manet e de seus seguidores

  T.J CLARK

ACADÊMICOSAdriana ReisAna CarolinaClaudiméiaLiliam FernandesFlávia SilvaRute Gandra

O inglês T. J. Clark estreou 1973, com dois livros sobre as relações entre pintura ,literatura e política ao tempo da revolução francesa , firmou reputação como historiador social da arte com a obra “a pintura da vida moderna”.

Suas obras estavam imersas por inteiro no aceso das lutas políticas.

T. J. Clark analisa sua obra a luz de relação com a vida francesa entre as décadas de 1860 e 1880. As pinturas são vistas como intérpretes por excelência da Modernidade, vista pelo autor como um regime de desigualdades e diferenças. Atendentes de cabaré, balconistas, prostitutas, turistas e pequenos burgueses são os protagonistas desse processo.

A pintura da vida moderna constitui um efeito marcante ao revitalizar por completo a história social da arte. A análise de Clark se impôs pelas ousadias da metodologia, o que lhe permitiu renovar o paradigma clássico da história social da arte. Sem abdicar da filiação marxista, desdeo começo recusou análises da arte lastreadas em alguma noção de “reflexo e determinação”, como se as obras pudessem num efeito esponja se deixar impregnar por ideologias , Clark defende uma leitura colada ao tecido interno das obras, sem aderir no entanto a estetização culturada pelos especialistas do belo.

O recado de Clark nesse tópico prende-se ao insistente empenho em costurar os ligamentos da arte moderna e contemporânea com a atividade política.

 

Edouard Manet, Le Chemin de Fer 1872-73

Edouard Manet

Na figura aparecem uma criança e a governanta. Ainda paira no ar o vapor, ou a fumaça no pátio ferroviário. Enquanto a criança olha através da grade, a governanta parece estar com o pensamento longe, em meio ao devaneio do romance que está lendo, ela marca duas páginas com o polegar. O autor enfatiza a pintura a óleo presente no livro, na capa com orelhas nas bordas, no cãozinho, na pulseira, no chapéu, na fita de cabelo da criança. Acrescenta que ficam concretos e permanentes como só a pintura a óleo pode fazer.

Eduard Manet

Esse livro é sobre a pintura impressionista e Paris. A arte de Manet e de seus seguidores tinha um” aspecto moral“ destacado visível acima de tudo na maneira como combinava um relato de verdade visual com um relato de liberdade social.

 

A ESCOLHA DE OLYMPIA

Influencia da Nova Paris

Para T. J. Cark

A modernidade européia da segunda metade do sec. XlX, impulsionada por iniciativa do Prefeito

HAUSSMANN.

Produz na sociedade

Conceitos de imagem e espetáculo

A partir dos: empreendimentos modernos de recuperação de

monumentos, construção de bairros, grandes magazines e boulevards

como parte deste desenvolvimento.

Na paisagem modificada, prostitutas, operários, pintores, escritores, burgueses e pequeno-burgueses passeiam por entre obras arquitetônicas, urbanísticas ou pictóricas e, de sua trajetória, se extrai informes e reflexões sobre:

classe, relações econômicas e trabalho

Coloca em questão a pintura impressionista como:

reflexo das classes, dos espaços e das representações sociais

OLY

MPI

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Valendo-se dos conceitos de classe e ideologia relaciona a pintura de Edouart Manet, numa arena de conflito e crítica.

A pintura, o olhar e a aderência estrita aos fatos da visão

O Impressionismo

teria sido uma das formas do espetáculo que juntamente

coma fotografia, os panoramas, as exposições universais, estabeleceram a modernidade.

Estilo artístico

Manet, assim como os outros artistas impressionistas, utilizou TONS FORTES em suas pinturas.

Usou técnicas de JOGOS DE LUZ e o RECURSO DE SOMBRAS.

Usou formas simplificadas em suas obras.

Abordou em suas pinturas OS TEMAS DA VIDA DO PERÍODO EM QUE VIVEU. PINTURA: Manet- Street

“Almoço na relva". O quadro "Almoço na Relva" foi um escândalo para a época

pela nudez que alguns acharam vulgar, ele trazia dois homens vestidos e uma mulher nua. Suzanne Leenhoff (sua mulher) e Victorine Meurent (sua modelo preferida) posaram para a composição da mulher nua, sendo o corpo de Suzanne e o rosto de Victorine.

Olympia

Pintada em 1863 mas só apresentada ao público em 1865, causou reações contrárias mais fortes do que "Almoço na relva".

PONTOS POLÊMICOS

Era um retrato de uma jovem prostituta nua e havia uma referência audaciosa à obra de Ticiano (Vênus de Urbino). A modelo novamente foi Victorine Meurent retratada nua e aos seus pés um gato negro ao invés de um cachorro como no quadro de Ticiano. Em uma atmosfera erótica havia também falta de perspectiva (técnica onde se vê o tamanho certo dos objetos em relação a distância).

Ticiano, Venus de Urbino,1538. óleo sobre tela, 120x165 cm. Florença

Édouard Manet. L’ Olympia, 1863, óleo sobre tela, 130x190 cm. Musée d’ Orsay, Paris.

•O corpo de Olímpia, visto como “usado” e “magro”, distinguia-se do corpo de uma cortesã, tema aceito de muitas pinturas da época.

•Fazia uma conjunção entre sexo e classe.

•O enorme de buquê de flores e o gato arrepiado, com o rabo em pé, servem de analogia ao sexo, colocado onde a mão tensa e contraída do quadro de Manet deveria estar.

•A mão “a forma de um sapo”, era outro indicio de postura masculina agressiva de Olímpia, um sinal de desejo masculino. Essa representação não se adequava as representações de submissa feminilidade predominante, ( Vênus)

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Desconstrução Social

Nesta tela Olympia revelava o desejo no

OLHAR DIRETO AO SEU OBSERVADORA a tela se apresentava EM TAMANHO NATURAL DANDO A IMPRESSÃO DE

ALTIVEZ E IGUALDADE

A vista de Notre Dame

Georges-Eugène Haussmann (Paris, 27 de Março de 1809 — Paris, 11 de Janeiro de 1891), largamente conhecido apenas como Barão Haussmann- o "artista demolidor", foi prefeito do antigo departamento do Sena. Durante aquele período foi responsável pela reforma urbana de Paris, e tornou-se muito conhecido na história do urbanismo e das cidades. 

O mito da modernidade: Haussmann: a nova pintura era o caráter arbitrário e inacabado da cidade.

A vista de Notre Dame

 Aqui está uma tentativa de refletir sobre essas visões opostas ao realçar o esforço de unidade ideológica envolvido na reconstrução de Haussmann, e o grau de fracasso de tal esforço.

  Havia uma crença no século XIX de que a

cidade revelava seus segredos em tais lugares, e de que o curioso território entre a cidade e o campo _ a boleieve subúrbio , como os parisienses o chamavam _ tinha poesia própria e aguçava a sensibilidade do observador sonhador para o significado de ser burguês ou caipira.

As fabricas vão substituir o moinho de vento, e as casas de subúrbio vão atravessar a lama e os milharais até alcançar o marco premonitório da iluminação a gás. É uma paisagem operaria, com cidadãos anônimos movendo-se apressados, cuidando de seus afazeres em vez de passear, vadiar ou sentar na grama. Não há sonhadores aqui e não parece ser uma tarde de domingo.

Censuravam Haussmann: a monotonia, a mesmice, a regularidade dos novos prédios e ruas. 

Londres não seria mais como ponto de referencia para o que Haussmann pretendia: foi substituída por Nova York e por Chicago. A velha Paris, no fim das contas, desaparecera não só material como moralmente.

Parece um impasse: A haussmanização dava ou não uma nova forma à cidade?

A cidade estava apagando suas formas e acessórios,e talvez Haussmann acabasse provando ter fornecido uma moldura na qual uma nova vida urbana, uma ordem sem fantasia, poderia ter possibilidade de existir.

O Boulevard Haussmann, em Paris

Os arredores de Paris

Os arredores de Paris da década de 1860 em diante, eram conhecidos como um território especial, no qual alguns aspectos da modernidade podiam ser detectados.  

A indústria e o lazer estavam estabelecidos lado a lado, numa paisagem que assumia a forma de produção e diversão. Ali o modernidade parecia vivida e os pintores acreditavam poder inventar um novo conjunto de descrições para ela. 

Nos quadros de Manet e de Seurat, os arredores de Paris são reconhecidos como uma forma de vida específica: não o campo, nem a cidade.

UM BAR NO FOLIES BERGÉRE , E UMA PINTURA A OLÉO PINTADO

POR ÉDOUARD MANET E EXIBIDO NO SALÃO DE PARIS EM 1882.

FOI SUA ÚLTIMA GRANDE OBRA.O BAR RETRATA UMA CENA DO

CAFÉ-CONCERTO FOLIES-BÈRGERE, EM PARIS.

UM BAR NO FOLIES BERGÉRE

A QUESTÃO CENTRAL DESTE CAPITULO É O QUADRO DE MANET: “UM BAR NO FOLIES BEGÉRE”,A VIDA MODERNA EM PARIS, QUE O SÉC XIX QUE ESTÁ RELACIONADA COM OS CAFÉ- CONCERTOS.

NO SÉCULO XIX, EM PARIS ERA MUITO COMUM AS PESSOAS FREQUETAREM OS CAFÉS-

CONCERTO “ ESPÉCIE” DE BAR COM SHOWS, A EXPRESSÃO “O

PARISIENSE NÃO TEM MAIS CASA”(CLARK,P.281)MOSTRA O QUANTO ELES SÃO TRIVIAIS E

REPRESENTATIVOS PARA A POPULAÇÃO DE PARIS.

“ OS CAFÉS –CONCERTO SE CARACTERIZAVAM POR UMA MISTURA DE CLASSES[..](P.281)

“O CAFÉ CONCERTO PRODUZIA O POPULAR O QUE VALE DIZER QUE COLOCAVA EM CENA A CLASSE SOCIAL COMO ENTRETERIMENTO”(P.313). THERÉSA ERA UMA CARTORA DA EPOCA, O AUTOR DEIXA CLARO QUE SUAS CANÇÕES FAZIAM SUCESSO ,POIS RELATAVA EM SUAS LETRAS AS TRANSFORMAÇÕES QUE A FRAÇA VINHA PASSANDO.

O GOVERNO CENSURAVA MUITAS CANÇÕES , E ENVIAVA ESPIÕES PARA NOTIFICAR O QUE ACONTECIA NOS CAFÉS. PARA OS REPRESENTANTES DA ÉPOCA OS CAFÉ- CONCERTO ERA O “LAR DA DESORDEM”

O GOVERNO CENSURAVA MUITAS CANÇÕES , E ENVIAVA ESPIÕES PARA NOTIFICAR O QUE ACONTECIA NOS CAFÉS. PARA OS REPRESENTANTES DA ÉPOCA OS CAFÉ- CONCERTO ERA O “LAR DA DESORDEM”

“ O QUADRO DE MANET PARECIA O MAIS EXATAMENTE MODERNO E O MAIS TÍPICO”(P.327).MANET NÃO EXCLUI DE SUA PINTURA A ESCÓRIA, OS EMPREGADOS , A PROSTITUTA, O JUDEU,A LUZ ELÉTRICA. ELE PINTA O QUE VÊ, A REALIDADE PARISIENSE.

EM 1882 MANET MANDOU PARA O SALÃO 2 PINTURAS , UM ERA O RETRATO DE UMA JOVEM PARISIENSE , INTITULADO JANNE E A OUTRA COM MAIOR ACABAMENTO QUE FOI PREMIADA , UM BAR NO FOLIES BERGÉRE.

“MAS FOI MUITO CRITICADO ASPECTO QUE MAIS RETÉM ATENÇÃO DOS CRÍTICOS É O REFLEXO DE SUZON NO ESPELHO. SUAS COSTAS NÃO PARECEM REVELAR UMA IMAGEM EXATA DA CENA, TANTO NO QUE CONCERNE À SUA POSTURA, TANTO COMO A PRESENÇA DE UM HOMEM EM SUA FRENTE, TÃO PRÓXIMO QUE DEVERIA TER TAMPADO A VISÃO DO OBSERVADOR. É DIFÍCIL CONCLUIR SE ESTA ANOMALIA É FRUTO DA VONTADE DO ARTISTA OU UM SIMPLES ERRO DE APRECIAÇÃO. HUYSMANS, ESCRITOR E CRÍTICO DE ARTE FRANCÊS, DESCREVEU COM DELEITE A MANEIRA COMO O QUADRO "SURPREENDE OS QUE O OBSERVAM, QUE TROCAM OBSERVAÇÕES DESORIENTADAS SOBRE A VISÃO DESTA TELA".

CRITICAS

“O QUE É VISIVEL NA VIDA MODERNA, EM OUTRAS PALAVRAS, NÃO É O CARÁCTER MAS A CLASSE[...] A MODENIDADE NÃO SE CARACTRIZA POR UM SISTEMA DE CLASSIFICAÇÃO E CONTROLE, MAS SIM PELA MISTURA , A TRANSGREÇÃO E A AMBIQUIDADE NA CONDIÇÃO GERAL DOS LAÇOS DE CLASSES”

A melhor crítica da pintura moderna foi feita na época pelo jovem escritor Camille Lemonnier.

Lemonnier afirma que a percepção de cada artista altera o nosso sentido de ver o quadro.

CONCLUSÃO

Pintores famosos como Manet se achavam incluídos na burguesia e por isso recebiam o conceito de “modernos”, mas só isso não bastava pois era preciso estar vinculados a interesses e hábitos econômicos da burguesia à qual pertenciam para serem de fato modernos.

Na década de 1880, pintores impressionistas viviam do sustento dos movimentos do mercado mundial da arte.Um dos pintores dessa época que se tornava obrigado a adequar as exigências do mercado era Manet.

Todas as obras pintadas eram obrigadas a seguir um padrão para atender interesses do mercado financeiro,ou seja todas tinham as mesmas características.

Hoje a pintura moderna não tem o mesmo valor do que nas décadas iniciais de seu surgimento.

OBRIGADA!!!

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

CLARK,T.J.A pintura da vida moderna: Paris na arte de manet e de seus seguidores.tradução Jóse Geraldo Couro_ Ed,rév_ São Paulo:Companhia de letras, 2004.

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