Antônio José Costa Cardoso€¦ · (Identificação, definição, seleção ... simplificada dos...

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Antônio José Costa Cardoso

E-mail:pps.201243@gmail.com

Senha:dsc20131

Objetivos específicos

Objetivos da Aula 9

Finalizar a Análise de Situação (Identificação, definição, seleção e análise de problemas);

Exemplificar o Momento Explicativo com dois processos reais (CNS e ORL/HUB);

Iniciar Trabalho em Grupos.

A partir das informações disponíveis e de mais pesquisa bibliográfica e/ou documental:

1. Caracterize, se possível epidemiologicamente, as Necessidades/Demandas da Clientela;

2. Selecione, pelo menos, cinco Problemas Finais, isto é, “problemas vividos pelos clientes” (e justifique).

3. Analise a Organização quanto ao seu Ambiente Interno e Ambiente Externo;

4. Selecione, pelo menos, cinco Atores Relevantes para a organização (e justifique).

1. Análise de aspectos de saúde de interesse para a organização: necessidade de saúde;

2. Análise da organização: seu ambiente interno e externo (contexto social, político, econômico e cultural em que se insere);

3. Identificação, seleção e análise de problemas relevantes para a organização,

▪ bem como dos fatores que determinam a “situação considerada insatisfatória” (causas dos problemas).

A Análise de Situação corresponde à construção de um diagnóstico: um conjunto de informações básicas que orientarão a formulação do Plano.

O centro do processo de planejamento é uma necessidade social.

Em se tratando de uma necessidade no âmbito da saúde, pode-se dizer que se refere a um “problema de saúde”.

Finalidade e

Clientela da

Organização

Evidentemente, não existe uma problemática única ou fórmulas simples que dêem conta de compreender o conjunto das variáveis que estão colocadas pela situação de saúde ou pela organização.

A compreensão da realidade em sua “totalidade” deve ser perseguida, mas sabendo-se de antemão que nunca será alcançada.

1. Análise das condições de saúde (foco nas necessidades de saúde da clientela);

2. Análise da organização (foco nas forças e fraquezas no ambiente interno e oportunidades e ameaças no externo);

3. Identificar e descrever problemas;

4. Selecionar problemas prioritários;

5. Analisar os problemas selecionados.

Problema de saúde - uma situação sanitária que se afasta negativamente de uma determinada referência: padrão de qualidade, meta ou expectativa justificada.

Pode ser classificado como:

1. Problema de saúde das populações ;

2. Problema dos serviços de saúde.

A seleção dos problemas relevantes a enfrentar deve ser orientada pela missão e pelo conhecimento da realidade.

Antes, porém, será preciso identificar os problemas. Pode-se realizar essa etapa por meio de uma “tempestade de idéias” em que todos os atores participantes relacionam, o mais livremente possível, problemas de saúde vividos pela população.

Como, em geral, são muitos os problemas listados, o grupo pode agrupá-los por afinidades e encabeçá-los (cada grupo de problemas afins) por um “problema final” (um problema vivido pelos usuários).

Os problemas intermediários aparecerão, inevitavelmente, mais à frente, enquanto “causas” do “problema final”.

Nas palavras de Cecílio (1997): “Podemos dizer que o alvo do plano deve ser sempre os problemas finais e é a modificação destes que mede o seu sucesso. [...] Os problemas intermediários aparecerão, inevitavelmente, mas lidos sob a ótica dos problemas finais que, afinal, são os que interessam”.

Os problemas de saúde da população podem ser extraídos da análise das Necessidades de Saúde da população.

Os problemas organizacionais podem ser identificados facilmente a partir das Fraquezas observadas no Ambiente Interno e das Ameaças, no Externo.

Quanto à descrição do problema que pretendemos enfrentar, visa afastar ambigüidades (“do que estamos falando?”) e dar a dimensão (magnitude).

O descritor, entretanto, não explica: apenas descreve, mede, quantifica. Se bem formulada, corresponderá aos indicadores que na fase de gestão servirão para o monitoramento do Plano.

“O indicador é uma medida, que pode ser quantitativa ou qualitativa, dotada de significado particular e utilizada para organizar e captar as informações relevantes dos elementos que compõem o objeto da observação” (Ferreira et al, 2008).

Por exemplo, se o problema for “alta ocorrência de óbitos entre menores de 1 ano” temos um indicador perfeito para descrevê-lo: “taxa de mortalidade infantil”; se for a “fila”, será preciso descrevê-la em termos de “tempo de espera” (Quadro 1).

Quadro 1 – Problemas vividos pela população e seus descritores.

Problema Descritores

Ex 1: Ocorrência de muitos óbitos de menores de 1 ano na área em 2010.

Taxa de mortalidade infantil de 40/1000 na micro-área no ano de 2010.

Ex 2: Grande tempo de espera para a pediatria na Unidade de Saúde da Família.

Tempo de espera de 4 meses para consulta de pediatria na USF desde 2009.

Ex 3: Grande número de adolescentes (10 a 19 anos) grávidas na micro-área.

15% das gestantes são adolescentes;7% das adolescentes estão grávidas.

O sucesso do plano no enfrentamento dos problemas será medido pela modificação dos seus descritores: redução da TMI, do tempo de espera ou do número de adolescentes grávidas. Mas nem sempre teremos indicadores quantitativos à disposição.

Segundo Matus (1993), quase nunca selecionamos os problemas pela primeira vez pois “temos uma história que pesa sobre nós”. Explicar a situação presente significa, assim, reconsiderar a validade do conjunto de problemas relevantes com base nos quais viemos conduzindo nossa intervenção sobre o sistema.

Pode-se selecionar os problemas utilizando critérios os mais diversos, mas é fundamental definir esses critérios previamente e, se possível, por consenso com o grupo, antes de iniciar a etapa de seleção de problemas.

Atenção navegantes de primeira viagem: não temos qualquer porto seguro à disposição, nenhuma ciência suficientemente sólida que nos oriente neste escolha.

Magnitude dos problemas;

Relevância do problema para gestores e técnicos da organização, para as forças sociais que o apóiam e para a população;

Urgência dos problemas e implicações da postergação do enfrentamento dos problemas considerados;

Capacidade de enfrentamento dos problemas e possibilidade de obter efeitos de impacto dentro do horizonte de tempo do plano.

Quadro 2 – Exemplo de Matriz TUC para Seleção de Problemas.

PROBLEMAS CRITÉRIOS (Valores de 1 a 3)

Transcendência (A)

Urgência (B)

Capacidade (C)

TOTAL (A X B X C)

Ex 1: Ocorrência de muitos óbitos de menores de 1 ano na micro-área em 2010.

3 3 3 27

Ex 2: Grande fila para a pediatria na Unidade de Saúde da Família.

3 2 3 18

Ex 3: Grande número de adolescentes (10 a 19 anos) grávidas na micro-área.

3 2 2 12

Da mesma forma que não existem “melhores critérios a priori”, perceba que não há uma “pontuação correta”, mas uma pontuação definida por um determinado grupo de pessoas: válida, portanto, para esse coletivo.

O grupo pode propor outros critérios!

Declarados, descritos e selecionados os problemas pelos participantes, é chegado o momento de analisá-los para entender melhor sua gênese, procurando identificar as suas causas, que, na verdade, não passam de outros problemas (“intermediários”) que estão gerando outros problemas. O passo seguinte é, pois, encontrar as causas de cada causa, até que o grupo de trabalho se sinta satisfeito com a explicação.

Problema

Causa 1

Causa 2

Causa 3

Causa 4

Problema

Efeito 1

Efeito 2

Efeito 3

Efeito 4

A Explicação Situacional é uma reconstrução simplificada dos processos que geram os problemas relevantes selecionados, de tal forma que os elementos constituintes desses processos aparecem interconectados na geração desses problemas e de suas características particulares, utilizando algum instrumento como a “Árvore de Problemas” ou a “Matriz de Análise de Problemas”.

Quadro 3 - Matriz de Análise dos Problemas Selecionados.

PROBLEMA 1: Ocorrência de muitos óbitos de menores de 1 ano na área em 2010.

DESCRITORES CAUSAS CONSEQÜÊNCIAS

Taxa de mortalidade infantil de 40/1000 na micro-área no ano de 2010.

Inexistência de médico na ESF desde 2009 (N1)

Causa B

Causa C

Conseqüência A

Conseqüência B

Conseqüência C

PROBLEMA 2: Grande fila para a pediatria na Unidade de Saúde da Família.

DESCRITORES CAUSAS CONSEQÜÊNCIAS

Tempo de espera de 4 meses para consulta de pediatria na USF em 10/2011.

Inexistência de médico na ESF desde 2009 (N1)

Causa D

Causa E

Conseqüência B

Conseqüência C

Conseqüência D

PROBLEMA 3: Grande número de adolescentes (10 a 19 anos) grávidas na micro-área.

DESCRITORES CAUSAS CONSEQÜÊNCIAS

15% das gestantes são adolescentes;

7% das adolescentes estão grávidas.

Inexistência de médico na ESF desde 2009 (N1)

Causa F

Causa G

Causa H

Conseqüência E

Conseqüência F

Explicar a situação é, além disso, identificar os nós críticos da rede sistêmica causal que explica a realidade sobre a qual atuará o planejador. A repetição de uma mesma causa na análise de vários problemas, como no exemplo, pode ser indicativo de que estamos diante de um nó crítico.

Esses nós críticos se converterão em centros de aplicação das ações do Plano.

Vejamos agora um exemplo de utilização da árvore de problemas (Figura 1): desenhada de maneira sintética e precisa, deve ser construída a partir da identificação das causas do problema e como estão relacionadas.

Reprodução daautoconsciencia

e da conduta

ReproduçãoBiocomunal

ReproduçãoTecnoeconômica

Macro-contexto

Cidade/ bairro

Micro-contextoComunidade/domicilio

Reprodução ecológica/ política

Situações de risco para

transmissãode dengue

Fácil adaptação do vetor

(abundância, sobrevivência e alto

grau de adaptação urbana);

Pluviosidade e temperatura

favorecema dispersão e densidade

do vetor

Abundância de locais de

criadouros do vetor

• Diversidade de sorotipos emcirculação;

• População suscepível ao DEN_4;

• Capacidade de adaptação ;

• Caráter antropofílico;

• Densidade e dispersão;

• Competência vetorial ;

• Resistência a inseticidas

• Desconhecimento: dos sinais e sintomas da dengue; sobre os produtosutilizados na água de consumo;• Prática inusuficiente de limpeza dos depósitos de água;• Proteção inadequada dos depósitosde água• Pouca participação comunitária; •;Uso de inseticida ;•Consumo de água com inseticidas• Casa sem proteção específica parainsetos;• Auto diagnóstico e auto-medicação.

• Baixa renda

• Custo do programa de

controle vetorial com

insumos e pessoal;

• Gastos com

hospitalização e

internamentos.

Necessidade de ajustes no Programa de

Controle de Dengue; Falta de ações integradas e inter

setoriais e de avaliação; Deficiênciano uso de EPI;

Controle vetorial químico-dependente; Deficiencianos serviços de saúde;

Falta integração entre programas de atenção primária;

Instababilidade da gestão nos níveisintermediários;

Serviço de Abastecimento de águadeficiente;

.Falta de EPI e de trabalho.

Figura 2 – Resultado da utilização do modelo para caracterização das situações de risco para transmissão do vírus

dengue em Santa Rosa, Cabo de Santo Agostinho/PE, 2008.

As técnicas pretendem sistematizar a reflexão sobre as causas de um problema (seus nós críticos) antes de adiantar soluções.

Na análise de um problema ou do conjunto de problemas do plano entram variáveis ligadas por diferentes tipos de relações.

Por essa razão é preferível um método sistemático de trabalho para desvendar as relações que constituem a explicação do problema (Matus, 1993).

Explicar significa compreender o processo de inter-relação entre os problemas para ter uma visão de síntese dos determinantes que os produz.

Esse processo de análise será tão mais rico quanto maior o nível do conhecimento dos participantes sobre o problema.

ATENÇÃO: A revisão da literatura pode ser bastante útil, mas não substitui o conhecimento da realidade sobre a qual se pretende intervir!

Elizabeth AlvesIndyara MoraisVítor Mendes

Trabalho em Grupos na 1ª Etapa do Planejamento Participativo do CNS 2013-2015

A partir da análise das condições de saúde e da organização (ambiente interno e externo):

1. Identifique e descreva, se possível com indicadores quantitativos, 5 problemas de saúde “vividos pela população” (finais) e 5 problemas organizacionais (intermediários);

2. Selecione três e justifique com base em critérios e valores pré-definidos, que pode ser a Matriz TUC apresentada;

A partir da análise das condições de saúde e da organização (ambiente interno e externo):

3. Após a seleção dos problemas de saúde, é chegado o momento de analisar um dos três problemas de saúde vividos pela população, procurando identificar as suas causas para entender melhor sua rede de determinação.

APRESENTAÇÃO USANDO PAPEL-CARTAZ!

Subsídio para a Atividade:

Subsídio para a Atividade: