Post on 03-Jul-2015
ATUAÇÃO DA ENFERMEIRA NO CENTRO OBSTÉTRICO DE UMA
MATERNIDADE PÚBLICA DE SALVADOR-BA NO ANO DE 2007
Salvador- BA
2007.1
FACULDADE DE ENFERMAGEMBIANCA SAYUMI SANTOS
UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADOR
BIANCA SAYUMI SANTOS
ATUAÇÃO DA ENFERMEIRA NO CENTRO OBSTÉTRICO DE UMA
MATERNIDADE PÚBLICA DE SALVADOR-BA NO ANO DE 2007
1
Artigo científico apresentado à disciplina de TCC II do curso de Enfermagem da Universidade Católica do Salvador, dirigida pela Profª Maria Helena Rios como parte dos requisitos para aquisição do título de Bacharel em Enfermagem, na linha de pesquisa em Obstetrícia.
Orientador Profº Ms. Fernanda Cardeal Mendes.
Salvador-BA
2007.1
UCSAL. Sistema de Bibliotecas. Setor de Cadastramento.
S237 Santos, Bianca SayumiAtuação da enfermeira no centro obstétrico de uma maternidade pública de
Salvador - Ba no ano de 2007._____Salvador: UCSAL, 2007. 00p.
Artigo científico apresentado à disciplina de TCC II do curso de Enfermagem da Universidade Católica do Salvador, dirigida pela Profª Maria Helena Rios como
2
parte dos requisitos para aquisição do título de Bacharel em Enfermagem, na linha de pesquisa em Obstetrícia.
1.Atuação da Enfermeira 2. Centro Obstétrico 3. Maternidade Pública – Salvador I.Universidade Católica do Salvador II.Título
CDU: 614.253.5:618.2
3
BIANCA SAYUMI SANTOS
ATUAÇÃO DA ENFERMEIRA NO CENTRO OBSTÉTRICO DE UMA
MATERNIDADE PÚBLICA DE SALVADOR-BA NO ANO DE 200
DATA DA APROVAÇÃO:
___ / ___ / ___
BANCA EXAMINADORA
_______________________________________________________________
Profª Mestre Fernanda Cardeal Mendes
Universidade católica do Salvador
Orientadora
_______________________________________________________________
Profª Especialista Maria Nazareth Teixeira Franco
Universidade Católica do Salvador
1ª Examinadora
_______________________________________________________________
Profª Mestre Telma Dantas Teixeira de Oliveira
Universidade Católica do Salvador
2ª Examinadora
Salvador-BA
2007.1
4
Artigo científico apresentado à disciplina de TCC II do curso de Enfermagem da Universidade Católica do Salvador, dirigida pela Profª Maria Helena Rios como parte dos requisitos para aquisição do título de Bacharel em Enfermagem,. Na linha de pesquisa em Obstetrícia
Dedico este trabalho aos meus pais Sakie e Jean pela compreensão, estímulo e ajuda, por sempre estarem ao meu lado e acreditarem no meu sucesso profissional.
5
AGRADECIMENTOS
À Deus, pois foi o primeiro a me iluminar e dar ânimo para prosseguir;
Aos meus pais Sakie e Jean, por estarem ao meu lado, me dando toda força possível, e acreditando sempre no meu sucesso;
Profa Fernanda Cardeal Mendes, minha orientadora, que esteve sempre à disposição, ajudando muito e dedicando seu tempo;
Profª Maria Helena Rios, minha professora de TCC II, que esteve sempre disposta a tirar minhas dúvidas e dando esclarecimentos;
À minha amiga Viviane Borges, que me suportou e me ajudou muito nesses últimos dias, que estava sempre ao meu lado;
Às minhas colegas e amigas de turma, que me acolheram e sempre tentaram me ajudar durante esses anos;
Ao meu namorado André, que apesar da distância, esteve ao meu “lado” tentando ajudar no que foi possível e por acreditar que eu venceria mais esse desafio.
Enfim, a todos aqueles que, direta ou indiretamente, deram irrestrito apoio ao meu estudo.
6
RESUMO
Atuação da enfermeira no centro obstétrico de uma maternidade pública de Salvador-BA no ano de 2007.
Bianca Sayumi Santos ¹Fernanda Cardeal Mendes ²
Introdução: A enfermeira obstétrica possui a competência técnica e legal para desempenhar funções assistenciais e administrativas em um centro obstétrico visando oferecer uma assistência qualificada e humanizada à mulher durante o trabalho de parto e parto. Objetivo: Descrever a atuação da enfermeira na assistência à mulher no centro obstétrico de uma maternidade pública de Salvador-BA no ano de 2007. Método: Estudo qualitativo descritivo, sendo a população quatro enfermeiras que atuam no centro obstétrico da referida maternidade. Os dados foram coletados através de questionário e roteiro de observação. Resultados: Os resultados do estudo geraram três categorias: atuação assistencial da enfermeira no centro obstétrico; atuação administrativa da enfermeira no centro obstétrico e fatores que influenciam a atuação da enfermeira no centro obstétrico. Conclusão: Este estudo pontua reflexões em torno dos conceitos de papel profissional, relações interdisciplinares e interpessoais entre os diversos membros da equipe de saúde, especialmente médicos e enfermeiros, relações de poder no âmbito da saúde e auto-afirmação da enfermeira obstétrica na conquista do seu espaço profissional no centro obstétrico.
Palavras-chave: Atuação da enfermeira. Centro obstétrico. Maternidade pública - Salvador.
ABSTRACT
Nurse’s performance at obstetric center in a public maternity of Salvador-Ba in the year of 2007.
Introduction: The obstetric nurse has the legal and technique competence to carry out assistance and administrative functions in an obstetric center aiming to offer a qualified and humanized woman’s assistance during the work of childbirth and childbirth. Objective: To describe the nurse’s performance in the woman’s assistance in the obstetric center of a public maternity of Salvador-BA in the year of 2007. Method: Descriptive-qualitative study being the study population four nurses who act in the obstetric center of the related maternity. The data had been collected through questionnaire and remark script. Results: The studies results had generated three categories: nurse’s assistance performance in the obstetric center; nurse’s administrative performance in the obstetric center and factors that influence the nurse’s performance in the obstetric center. Conclusion: This study punctuate reflections around the professional paper concepts, interdisciplinary and interpersonal relations between the diverse members of the health team, especially
7
doctors and nurses, power relations in the health field and obstetric nurse’s auto-affirmation in the conquest of its professional space in the obstetric center.
Key words: Nurse’s performance. Obstetric center. Public maternity - Salvador.
RESUMEN
Actuación de la enfermera en el centro obstétrico de una maternidad pública de salvador-ba en el año de 2007.
Introducción: La enfermera obstétrica tiene la competencia técnica y legal para realizar funciones asistenciais y administrativas en un centro obstétrico visando ofrecer una ayuda cualificada y humanizada a la mujer durante el trabajo del parto y del parto. Objetivo: Describir la actuación de la enfermera en la asistencia de la mujer en el centro obstétrico de una maternidad pública de Salvador-BA en el año de 2007. Método: estudio cualitativo-descriptivo donde la población de estudio son cuatro enfermeras que actúan en el centro obstétrico de la maternidad referida. Los datos fueron recogidos a través del cuestionario y de le plan de observación. Resultados: Los resultados del estudio generaran tres categorías: actuación asistencial de la enfermera en el centro obstétrico; actuación administrativa de la enfermera en el centro obstétrico y factores que influencian la actuación de la enfermera en el centro obstétrico. Conclusión: Este estudio puntúa reflexiones alrededor de los conceptos de papel profesional, de las relaciones interdisciplinarias e interpersonales entre los diversos miembros del equipo de la salud, especialmente doctores y enfermeras, relaciones de poder en el campo de la salud y auto-afirmación de la enfermera obstétrica en la conquista de su espacio profesional en el centro obstétrico.
Palabras-llave: Actuación de la enfermera. Centro de Obstétrico. Maternidad Pública - Salvador.
___________________1 Aluna de Graduação em Enfermagem da Universidade Católica do Salvador. E-mail: yayoizinha@hotmail.com2 Orientadora e professora especialista em Enfermagem Obstétrica da Universidade Católica do Salvador
8
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO 9
2.METODOLOGIA 10
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS 11
4 CONCLUSÃO 23
REFERÊNCIAS 24
APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO 25
APÊNDICE B – ROTEIRO DE OBSERVAÇÃO 26
APÊNDICE C – TERMO DE CONSENTIMENTO 32
APÊNDICE D – TERMO DE CONSENTIMENTO 33
APÊNDICE E – PROJETO DE PESQUISA 34
1 INTRODUÇÃO
A gravidez e o parto são eventos muito importantes na vida das mulheres.
Representam muito mais do que simplesmente eventos biológicos, já que se trata de
uma transição do ser “mulher” para o ser “mãe”.
No Brasil, o modelo de atenção ao parto é definido como um evento médico,
carregado de risco potencial, onde o fenômeno da parturição é tratado como de alta
complexidade e decisão médica, tornando o parto um ato médico.
De acordo com as entidades que representam as enfermeiras obstétricas –
Conselho Internacional de Enfermeiras (Internacional Council of Nurses – ICN) – a
Enfermeira Obstétrica tem a seguinte definição:
Pessoa que é legalmente licenciada ou registrada para exercer todas as atribuições de enfermeira e de obstetriz em seu país. A qualificação em obstetrícia pode ser obtida prévia ou posteriormente à qualificação em enfermagem ou como uma combinação dos ensinos de enfermagem e obstetrícia. (RIESCO; TSUNECHIRO, 2002).
Visando a redução do índice de morbimortalidade materna e perinatal, o alto
índice de cesáreas, a medicalização do parto e a utilização inadequada de
procedimentos cirúrgicos, o Ministério da Saúde criou a portaria nº 2.815 de
25/05/98 que considera importante o acompanhamento do trabalho de parto e o
pagamento e treinamento de enfermeiras obstétricas para realizar partos normais
sem distócia.
Atualmente existem vários movimentos da comunidade científica com a
finalidade de resgatar o parto como um acontecimento fisiológico, humanizado e
com qualidade. Para o Ministério da Saúde, a humanização tem como foco a
qualificação da atenção, envolvendo preocupações, por um lado, com o respeito e
promoção de direitos humanos da mulher que recebe assistência, e, por outro, com
treinamento ou formação dos profissionais e evidências científicas que norteiam as
rotinas assistenciais.
Com isso, a enfermeira obstétrica possui uma série de funções assistenciais e
administrativas a desempenhar em um centro obstétrico, visando oferecer uma
assistência qualificada e humanizada à mulher durante o trabalho de parto e parto.
Esse estudo visa descrever a atuação da enfermeira no centro obstétrico de
uma maternidade pública de Salvador-Ba no ano de 2007, tendo como objetivos
específicos conhecer os fatores que interferem na atuação delas no centro obstétrico
10
bem como identificar os parâmetros técnico-científicos que norteiam sua assistência
e descrever a percepção das mesmas sobre sua atuação no centro obstétrico. Para
isso, surgiu o seguinte questionamento: Como se dá a atuação da Enfermeira em
um centro obstétrico de uma maternidade pública de Salvador-BA no ano de 2007?
Esta pesquisa possui relevância significativa, visando contribuir com a
qualidade da atuação da Enfermeira no centro obstétrico, bem como oferecer uma
contribuição para a ciência da enfermagem na especialidade de obstetrícia,
favorecendo o desenvolvimento da excelência no exercício profissional e em
decorrência disso, uma assistência cada vez mais competente e humanizada para a
parturiente e o recém-nascido.
2 METODOLOGIA
O presente estudo se insere na área de obstetrícia, sendo de natureza
qualitativa descritiva que teve como objetivo descrever a atuação da enfermeira na
assistência à mulher no centro obstétrico de uma maternidade pública de Salvador-
BA no ano de 2007, apontando os fatores que podem interferir nessa assistência e
descrevendo como essas enfermeiras percebem a sua assistência.
O campo de estudo escolhido para a pesquisa foi a Maternidade Tsylla
Balbino, uma Instituição Pública especializada no atendimento à mulher, possuindo
no centro obstétrico uma sala de admissão para triagem inicial das pacientes, uma
sala de pré-parto com 8 leitos, uma sala de parto com 2 mesas de parto, 2 berçários
de observação para realização imediata de cuidados ao recém-nascido após
nascimento e um expurgo.
A população do estudo foram quatro enfermeiras que atuam no centro
obstétrico da referida Maternidade, sendo estas identificadas por nomes de flores.
Foram entregues os questionários a cada uma delas, porém apenas uma
respondeu, no entanto, todas as enfermeiras foram observadas pela autora durante
a observação de campo. Foi disponibilizada, pela diretoria da Instituição, a coleta de
dados nos turnos matutinos e vespertinos.
A coleta de dados foi realizada no período do mês de Abril de 2007 e iniciada
após a autorização da Instituição através do Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido e entrega de um documento de autorização de coleta de dados redigido
na Instituição, sendo utilizado como instrumento de pesquisa para a coleta de dados
11
um questionário semi-estruturado elaborado pela própria autora, contendo oito
questões subjetivas e um roteiro de observação não-participante utilizado pela
própria autora. Os dados foram processados e apresentados utilizando o software
Microsoft Word 2003, no Sistema Operacional Windows XP versão 2002. Para a
formatação foram seguidas as recomendações preconizadas pela Associação
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT).
Foi contemplado neste estudo o aspecto ético contido no Decreto nº 93.933
outorgado pelo Conselho Nacional de Saúde em 14 de janeiro de 1997, pela
resolução 196/96 sobre a pesquisa envolvendo seres humanos, mantendo assim o
anonimato das entrevistadas, as quais foram esclarecidas quanto ao conteúdo e
finalidades do estudo e com a assinatura no Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido.
A análise teve como base os dados colhidos através do roteiro de observação
não- participante juntamente com o questionário formando as categorias analíticas
que foram construídas e analisadas à luz da literatura pertinente ao tema. A partir da
análise dos dados foram construídas três categorias: 1) Atuação assistencial da
enfermeira no centro obstétrico; 2) Atuação administrativa da enfermeira no centro
obstétrico e 3) Fatores que influenciam a atuação da enfermeira no centro obstétrico.
3 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
A análise foi realizada após a transcrição dos dados obtidos das observações
de campo através do roteiro de observação do questionário, ambos realizados pela
autora do estudo. Os resultados são apresentados através das categorias descritas
abaixo.
1. Atuação Assistencial da Enfermeira no Centro Obstétrico
Essa categoria descreve a atuação assistencial da enfermeira no centro obstétrico e
está subdividida em quatro sub-categorias: no ato da admissão; no trabalho de
parto; no momento do parto; na assistência imediata ao recém-nascido.
1.1 No ato da admissão
12
A enfermeira que respondeu o questionário a respeito da sua compreensão
do que é assistência de enfermagem à mulher em trabalho de parto e parto no
centro obstétrico, comentou:
“É além da assistência para atender as necessidades básicas da parturiente,
atenção especial e qualificada à evolução do trabalho de parto em todos os seus
períodos e assistência ao recém-nato.” (Enfermeira Violeta)
A admissão das mulheres em trabalho de parto (parturientes) na maternidade
pública utilizada como campo de estudo, era realizada através de um processo de
admissão com um preenchimento de uma ficha contendo dados de identificação
pessoal e dados clínicos quando as pacientes eram transferidas de outra unidade de
saúde. Em seguida, as parturientes eram encaminhadas a uma sala de exame,
avaliadas clinicamente pelo médico obstetra. Uma técnica de enfermagem realizava
a verificação dos sinais vitais e uma coleta de informações relativas ao diagnóstico
médico, às queixas principais e à investigação de alergia medicamentosa. A partir
deste exame clínico-obstétrico inicial, as pacientes recebiam um encaminhamento
de acordo com o diagnóstico médico.
As parturientes diagnosticadas no período de dilatação eram admitidas na
sala de pré-parto para que fossem acompanhadas pela equipe de saúde
responsável pela assistência no pré-parto até o momento do parto. Essa equipe de
saúde era composta de médicos obstetras, médicos pediatras, enfermeiras e
técnicas de enfermagem. A enfermeira tem um papel importante nesse sentido, pois
a parturiente chega à unidade com dúvidas e inseguranças e uma boa recepção é
crucial para que ela participe ativamente do trabalho de parto de forma mais
tranqüila e cooperativa.
Nas observações realizadas, notou-se que muitas vezes a enfermeira da
unidade não estava presente no momento em que as mulheres chegavam à sala de
pré-parto. Elas eram recebidas pelas técnicas de enfermagem, encaminhadas ao
leito por elas e algumas vezes eram orientadas com relação à higiene pessoal, no
caso, o banho e para que esperassem a enfermeira, se necessitassem de novas
orientações. Com a chegada da enfermeira à sala de pré-parto ou mesmo quando
esta profissional realizava pessoalmente à admissão da parturiente, ela observava o
prontuário, analisando a história clínica, o diagnóstico e a conduta médica. Em
13
seguida, conversava com a parturiente, indagando sobre a sua condição de bem-
estar, higiene corporal e dieta zero.
No entanto, durante o período de observação, as enfermeiras não estavam
presentes na sala de pré-parto para realizar a admissão das parturientes, pois se
encontravam dando assistência ou realizando atividades administrativas em outros
setores da maternidade.
De acordo com Couto (2006), a admissão da mulher no centro obstétrico é
um momento importante e cuidadoso, onde a enfermeira colhe informações cruciais
para uma boa assistência, tentando conhecer o seu passado e presente obstétrico,
analisando e preenchendo documentos fundamentais para um bom seguimento.
Tornquist (2001) ainda acrescenta o quão é importante a elaboração de um plano de
parto que seja respeitado pelos profissionais que a assistirem.
Neste estudo, não foi constatada a realização integral das etapas que
constituem a sistematização da assistência de enfermagem conforme preconizada
pelo Ministério da Saúde e o conselho de Enfermagem.
No prontuário não havia impressos específicos para a realização do histórico
de enfermagem, do diagnóstico e prescrição de enfermagem, de um plano
assistencial de enfermagem ou de um plano de parto. Os cuidados e orientações
faziam parte da folha de evolução e prescrição médica. Foi observado que no ato da
admissão de duas pacientes as enfermeiras aprazaram as medicações da
prescrição médica na própria folha de evolução e prescrição médica no espaço
destinado para aprazamento. Em seguida orientaram rapidamente às técnicas de
enfermagem em relação ao procedimento que deveria ser realizado com a
parturiente. Uma das enfermeiras ainda retirou alguns papéis do prontuário e os
colocou na prancheta que ficava presa ao leito. Foi observado que duas enfermeiras
prestaram às informações solicitadas pelas parturientes e apenas uma delas fez a
evolução de enfermagem de algumas pacientes no ato da admissão.
No que diz respeito ao exame físico no momento da admissão no pré-parto,
duas das enfermeiras que receberam a parturiente na unidade se preocuparam em
observar se havia perdas vaginais (saída de líquido amniótico ou sangue) e quanto
aos encaminhamentos, três enfermeiras observadas deram providência em relação
aos exames laboratoriais e ultra-sonográficos solicitados pelo médico.
Brasil (2002) explica que, no momento da admissão, a Enfermeira deverá
elaborar um histórico de enfermagem fazendo a identificação pessoal, das
14
necessidades biológicas gerais e específicas através da anamnese geral e
obstétrica, verificação dos sinais vitais, anotação dos dados coletados através do
primeiro contato com a parturiente como ausculta, palpação, inspeção, toque
vaginal. Deve-se também identificar as necessidades psicológicas, de saúde, sociais
e espirituais. Compete a ela também fazer o diagnóstico de enfermagem, redigir a
prescrição de enfermagem, implementar o plano de cuidado e registrar na evolução
do processo de enfermagem o relato contínuo do evolver do trabalho de parto. Após
isso, a Enfermeira tem autonomia para encaminhar a parturiente ou interná-la.
1.2 No trabalho de parto
Esta subcategoria foi dividida três tópicos: fornecendo informações à parturiente;
humanizando a assistência; estabelecendo parâmetros técnico-científicos da
assistência.
1.2.1 Fornecendo informações à parturiente
Durante a observação de campo houve pouca atuação assistencial das
enfermeiras para com as parturientes durante o trabalho de parto. Uma delas
mostrava-se um pouco mais atenta aos cuidados e tentava dar um apoio emocional
a algumas das mulheres. As parturientes, principalmente as primíparas, pareciam
despreparadas, estavam sempre pedindo ajuda aos profissionais que elas viam.
Essa enfermeira foi vista tentando dar esse apoio ao dizer:
“É seu primeiro filho? Ah, não se preocupe que o que você está sentindo são
as famosas dores do parto. É normal!”. (Enfermeira Rosa)
A mesma enfermeira fornecia algumas informações solicitadas pelas
parturientes a respeito dos exames solicitados pelo médico e se estava ocorrendo
tudo bem com elas.
No trabalho de parto, a mulher necessita de toda atenção e acompanhamento
para que transcorra tudo bem até o momento mais esperado por ela, o parto. Apesar
de o nascimento ser um processo natural, alguns deles pode evoluir para um parto
15
de risco e assim necessitar de uma atenção mais profunda. Para isso, torna-se
necessária a monitorização e uma avaliação do trabalho de parto.
Dias e Domingues (2005), em seu estudo, afirmam que a enfermeira
prestadora de cuidados à grávida tem um papel fundamental de manter à parturiente
bem informada, sendo assim, complementando Castro e Clapis (2005), possível a
colaboração, coordenação e empatia entre a enfermeira e a grávida, além de
perceber a necessidade de alívio da dor que pode estar presente durante o trabalho
de parto. Brasil (2001) diz que é imperativa uma assistência desenvolvida baseada
em técnicas mais naturais e menos invasivas para o alívio da dor.
1.2.2 Humanizando a assistência
Observando as intervenções das enfermeiras durante o trabalho de parto, três
delas incentivavam as parturientes a mudança de posição no leito, como também à
deambulação quando necessário, como ir ao banheiro para satisfazer as suas
necessidades fisiológicas. Elas orientavam para que a mulher ficasse na posição de
decúbito lateral esquerdo e explicava que seria muito melhor para o bebê. Uma
delas preocupou-se com o bem-estar físico e emocional de uma das mulheres que
tinha algumas complicações.
De certa forma, a atuação da enfermeira demonstrou a presença da
humanização em relação à assistência que foi prestada. Todas as enfermeiras
mostraram-se preocupadas com a higiene pessoal das parturientes, verificando se já
haviam tomado banho, se estavam de fato em jejum e perguntavam às técnicas de
enfermagem se as mulheres estavam tricotomizadas. Nesta unidade, a tricotomia só
era realizada nas pacientes que seriam submetidas à cesariana.
Diniz (2005) conceitua a humanização da assistência como: “expressão de
mudança na compreensão do parto como experiência humana e, para quem o
assiste, uma mudança no que fazer diante do sofrimento do outro humano”.
Dessa forma, enfatizam Dias e Domingues (2005), a humanização do parto
implica que a atuação do profissional respeite os aspectos de sua fisiologia, não
intervenha desnecessariamente, reconheça os aspectos sociais e culturais do parto
e nascimento, e ofereça o necessário suporte emocional à mulher e sua família,
facilitando assim a formação de laços afetivos familiares e o vínculo mãe-bebê.
16
A assistência humanizada proporcionada à mulher em trabalho de parto prevê
uma série de condutas que caracterizam essa humanização na prestação do
cuidado. Entre elas, a posição da mulher durante o trabalho de parto. A OMS (1996,
p.53 apud Brasil, 2001, 199p.) e Brasil (2001) recomendam que as mulheres devem
adotar a posição que mais lhe agradar no trabalho de parto e parto, desde que não
sejam longos períodos de decúbito dorsal.
1.2.3 Estabelecendo parâmetros técnicos científicos para a assistência
A respeito dos parâmetros técnicos-científicos que embasam a sua
assistência de enfermagem à mulher em trabalho de parto e parto no centro
obstétrico, a enfermeira respondeu através do questionário, como se pode ver
abaixo:
“Conhecimento teórico-prático da evolução do trabalho de parto para
condução do parto, visando e promovendo segurança, bem-estar, conforto ao
binômio assistido.” (Enfermeira Violeta)
A despeito disso, não foi constatada durante o período de observação, a
realização da maioria desses cuidados mencionados pela enfermeira, como as
orientações freqüentes à parturiente em relação às suas dúvidas e inquietações, a
realização de ações não-invasivas para o alívio da dor como massagens de
conforto, a ausculta fetal, o toque vaginal e a dinâmica uterina, o oferecimento de
uma dieta líquida que alimenta e reconforta a parturiente, entre outras técnicas que
permitiriam um acompanhamento e avaliação competente da evolução do trabalho
de parto.
Por outro lado, em relação aos parâmetros técnicos científicos normatizados
pelo Ministério da Saúde para assistir à mulher no trabalho de parto e parto, a
enfermeira deste estudo assim se posicionou:
“Promover e executar técnicas para um parto humanizado, onde a parturiente
se sinta num ambiente familiar, evitando procedimentos invasivos e agressivos.
Contribuir para um parto normal e tranqüilo. A medicalização se estritamente
17
necessária, permitir a deambulação, oferecer líquidos, cuidados higiênicos e
acolhimento e aconselhamento para alta hospitalar.”
Na assistência à parturiente foi constatado que de um modo geral, os
procedimentos invasivos eram realizados pelos médicos, exceto as punções
venosas que eram realizados pelas técnicas de enfermagem. Não foi observada a
realização de nenhum procedimento invasivo pelas enfermeiras. A respeito da
deambulação, a enfermeira e as técnicas de enfermagem estimulavam as
parturientes a deambularem pela sala de pré-parto e terem autonomia em relação
aos próprios cuidados higiênicos. As medicações e dietas eram estritamente
prescritas pelo médico e a equipe de enfermagem não tinha qualquer inferência a
esse respeito. Quanto ao ambiente familiar para a mulher no momento do parto, não
é possível ser realizado na medida em que não há privacidade de cada parturiente
em relação à vestuário, presença de familiar e dieta líquida, entre outros parâmetros
técnico-científicos propostos pelo Ministério da Saúde e estudiosos da área de
assistência pré-natal.
O Ministério da Saúde preconiza algumas práticas no parto normal
demonstradamente úteis e que devem ser estimuladas: monitoramento do bem-estar
físico e emocional da mulher durante o trabalho de parto; oferecimento de liquido por
via oral durante o trabalho de parto; apoio emocional pelos prestadores do serviço
no momento do trabalho de parto e parto; respeito à escolha da mulher sobre seus
acompanhantes durante o trabalho de parto; fornecimento às mulheres de todas as
informações e explicações que desejarem; métodos não invasivos e não
farmacológicos de alívio da dor, como massagens e técnicas de relaxamento,
durante o trabalho de parto; entre outros. (BRASIL, 2001).
Entre as ações de enfermagem executadas na sua assistência à mulher no
trabalho de parto e parto no centro obstétrico, a enfermeira cita:
“Evolução clínica e obstétrica: partograma (ausculta, controle de contrações e
perda de líquidos), administração de medicações prescritas, controle de sinais vitais,
orientações quanto a evolução do trabalho de parto.” (Enfermeira Violeta)
O acompanhamento adequado da evolução do trabalho de parto não
dispensa o exame clínico-obstétrico da parturiente e a enfermeira obstétrica possui
18
competência técnica e legal para realizá-lo. Durante a observação,
esporadicamente, duas das enfermeiras olhavam rapidamente às pacientes
levantando o lençol da cama para inspecionar perdas vaginais (sangue ou líquido
amniótico). Não foram observadas as técnicas de ausculta fetal, toque vaginal ou
realização da dinâmica uterina. Não foi observada a utilização do partograma na
unidade. Outras técnicas recomendadas como imprescindíveis durante o trabalho de
parto foram realizadas pelas técnicas de enfermagem e médicos.
Para Castro e Clapis (2005), a avaliação da vitalidade fetal é indispensável
através da ausculta, avaliando também a dinâmica uterina. A progressão da
dilatação cervicouterina é avaliada pela enfermeira no transcorrer do trabalho de
parto, através do toque vaginal, explica Figueirêdo et al. (2004). Tornquist (2003)
complementa que esse exame deve ser realizado após orientação e feito o menor
número de vezes e que não seja feito por vários examinadores diferentes.
O Ministério da saúde preconiza que se deve eliminar o uso rotineiro do
enema, da tricotomia, da infusão intravenosa de rotina no trabalho de parto, da
cateterização venosa profilática de rotina e do exame retal. (BRASIL, 2001).
1.3 No momento do parto
Não houve, durante o período de observação, atuação da enfermeira na sala
de parto, devido elas estarem em outras unidades da maternidade ou realizando
outras atividades dentro do centro obstétrico no momento em que os partos eram
realizados pela equipe médica. As pacientes eram encaminhadas para a sala de
parto pelas técnicas de enfermagem. A assistência à mulher no período expulsivo
era realizada invariavelmente pelos médicos.
A enfermeira tem respaldo técnico-científico e legal para a realização do parto
normal sem distócia. A Portaria do Ministério da Saúde regulamenta a realização do
parto normal pelo enfermeiro obstétrico no conhecimento da fisiologia do processo,
nas recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 1996 e em
princípios de humanização e interdisciplinaridade. (BRÜGGEMANN, 2003).
Na tabela do Sistema de Informações Hospitalares do SUS, contemplado pela
Portaria nº 2.815 de 29 de maio de 1998, foi inserido o procedimento “parto normal
sem distócia realizado por enfermeiro obstétrico”. (BRASIL, 2001).
19
Sendo assim, conclui Bezerra e Davim (2002) que a enfermeira está
capacitada a realizar o parto normal sem distócia, sendo a técnica indiferenciada da
utilizada pelos obstetras, acrescentado da humanização no seu ato.
A Resolução do Conselho Federal de Enfermagem 223/99 resolve em seu
Art.1º que: A realização do Parto Normal sem Distócia é da competência de
Enfermeiros, e dos portadores de diploma, certificado de Obstetriz ou Enfermeiro
Obstetra, bem como Especialistas em Enfermagem Obstétrica e na saúde da
mulher. (COFEN, 1999)
1.4 Na assistência imediata ao recém-nascido
Durante o período de observação, não foi observada esta atuação da
enfermeira. Na unidade observada a rotina de assistência ao parto prevê a presença
do médico pediatra ou neonatologista para realizar os primeiros cuidados imediatos
ao recém-nascido. As enfermeiras do centro obstétrico desta maternidade estavam
realizando atividades assistenciais e administrativas em outros setores.
Na assistência adequada ao recém-nascido, cita Guinsburn (2005) no seu
estudo, são necessárias determinadas ações que auxiliam o recém-nascido na sua
adaptação à vida extra-uterina, começando ainda na sala de parto, que devem ser
executados por um médico ou enfermeira tecnicamente capacitada e que esteja
assumindo o parto. Essas ações, complementam Chiapin, Henn e Fiori (2002),
englobam manobras de aspiração de secreções nasofaríngeas e bucais que, no
caso de crianças normais, é suficiente a secagem da boca, fossas nasais e face;
ligadura do cordão umbilical; manutenção da temperatura corporal; aplicação de
nitrato de prata a 1% nos olhos; exame geral do recém-nascido na sala de parto; e
identificação do recém-nascido.
2. Funções administrativas da enfermeira no Centro Obstétrico
A respeito das funções administrativas exercidas pela enfermeira no centro
obstétrico, Violeta descreveu:
“Verificar equipamentos, solicitar material e medicamentos, distribuir
funcionários, supervisionar a assistência de enfermagem prestada pelas auxiliares
20
de enfermagem, encaminhar parturientes e pacientes para exames, solicitar
atendimento do laboratório, serviço social e nutrição.” (Enfermeira Violeta)
Notou-se, durante as observações feitas, que as enfermeiras da unidade são
majoritariamente administrativas mais do que realizar assistência diretamente com a
paciente. Durante o período de observação de campo, foi constatado que uma
enfermeira estava fazendo a escala mensal de pessoal paralelamente à outra
atividade que não fazia parte das suas atribuições na unidade. Uma das enfermeiras
esporadicamente realizava a supervisão das atividades da equipe de enfermagem,
orientando quanto à execução do procedimento. Uma outra realizava pedidos de
medicamentos e material, respectivamente à farmácia e ao almoxarifado, assim
como dando providência no reparo, substituição e reposição de equipamentos
necessários. E apenas uma delas realizou transferência de pacientes para outros
hospitais.
A enfermeira responsável pela unidade do Centro Obstétrico, além de ter
suas atribuições assistenciais, possui também atividades administrativas que
merecem atenção para que o serviço possa ocorrer de forma organizada, podendo
assim promover à parturiente uma estadia tranqüila e uma assistência completa.
Brasil (2001) explica que, em relação às atividades administrativas da
enfermeira obstétrica no centro obstétrico são elas: escala mensal e supervisão das
atividades da equipe de enfermagem; providência da substituição da falta de
pessoal; pedidos à farmácia; pedidos ao almoxarifado; supervisão de preparo de
material esterilizado; pedido de material esterilizado; registro dos nascimentos, de
alta e transferências; relatório de plantão; e transferência de pacientes para outros
hospitais.
3. Fatores que interferem na atuação da enfermeira no Centro Obstétrico
As enfermeiras deste estudo apresentam como fator fundamental que
interfere na sua atuação assistencial, uma superposição de funções administrativas
como chefia e coordenação de unidades distintas, dificultando a fixação das
mesmas no centro obstétrico e provocando um desgaste físico e estresse, como se
pode ver nos depoimentos abaixo:
21
“Como que posso dar uma assistência aqui no centro obstétrico se tenho que
ficar de um lado para o outro na maternidade para resolver os problemas de outras
unidades?” (Enfermeira Rosa)
“Isso aqui é cansativo demais, tenho que ficar correndo pra lá e pra cá o
tempo todo, tem dias que nem sento para descansar um minuto.” (Enfermeira Lírio)
Foi observado que todas as enfermeiras do centro obstétrico tinham que dar
assistência mútua a outras unidades da maternidade, ficando fora do centro
obstétrico por muito tempo, permanecendo, assim, a unidade sem nenhuma
enfermeira diretamente responsável pela assistência. Uma conseqüência desse
afastamento do centro obstétrico, ainda que temporário, é, possivelmente, as
funções das enfermeiras serem realizadas por outros profissionais de saúde, como
médicos e técnicos de enfermagem.
Uma enfermeira pontuou outro fator associado às relações conflituosas entre
enfermeiras e médicos, que interfere na sua assistência à mulher no trabalho de
parto e parto no centro obstétrico, bem como a percepção sobre a forma de
assistência e a insatisfação em relação a própria atuação, como está descrito
abaixo:
“A discriminação com enfermeiras obstétricas de ordem médica nos
bloqueiam nas nossas ações como enfermeiras obstétrica que somos. Eu percebo
uma assistência incompleta e ineficiente porque sou proibida de executar minhas
ações para assistir a parturiente e ao recém-nato. Não estou satisfeita, porque tive
que limitar minhas ações de enfermeira obstétrica e engavetar meus conhecimentos
teóricos e práticos.” (Enfermeira Violeta)
A observação de campo demonstrou uma relação aparentemente cordial
entre esses profissionais, sem a constatação de conflitos visíveis e em alguns casos
não houve relação, isto é, o médico realizava sua função enquanto a enfermeira
realizava sua atividade sem nenhuma interação entre eles.
A relação entre enfermeiras e técnicas de enfermagem também se mostrou
aparentemente cordial em todo o período de observação.
22
Neste estudo, a partir das observações realizadas, alguns outros fatores
foram apontados como responsáveis por interferir na atuação da enfermeira
obstétrica no centro obstétrico. Um deles foi a falta de recursos humanos na
unidade. A providência tomada pelas enfermeiras foi o deslocamento de
profissionais de outras unidades da maternidade para o centro obstétrico. Ainda sob
o ponto de vista dos recursos humanos, foi observado o desvio de função por uma
das enfermeiras.
Outro fator identificado durante as observações foi a falta de local para
encaminhamentos de pacientes no puerpério imediato, permanecendo assim as
pacientes nos leitos do pré-parto ou deitadas em macas no corredor até que se
conseguisse uma vaga no alojamento conjunto. Outras pacientes permaneciam na
mesma condição aguardando transferência para outras unidades.
Riesco e Fonseca (2002) alertam que o Ministério da Saúde, com a inclusão
do parto realizado por enfermeira obstétrica na tabela de pagamentos do SUS, tem
produzido confrontos entre médicos e enfermeiras pelo direito de exercer obstetrícia.
Riesco e Tsunechiro (2002) complementam que os médicos e enfermeiras passaram
a disputar entre si pela realização do parto normal sem distócia devido aos partos
serem atribuídos ao médico que sempre assina o parto e que recebe a
remuneração.
Merighi (2002) explica a despeito de tanto os médicos obstetras como as
enfermeiras obstétricas desempenharem funções que implicam no mesmo nível de
responsabilidade. No entanto, na prática assistencial, como assinalam Riesco e
Fonseca (2002), a enfermeira obstétrica insere-se na assistência como subordinada
ao médico.
Bonadio (2002), afirma que a conquista de espaço pela enfermeira obstétrica
depende, sobretudo, da oportunidade destes profissionais em demonstrar seu
conhecimento técnico e, conseqüentemente, afirmar seu papel dentro da equipe,
mas também é preciso boas relações interpessoais, preocupação em conhecer,
reconhecer e considerar o trabalho dos demais, seja da mesma área de atuação,
seja de outras, a fim de que o trabalho em equipe ocorra de uma maneira eficiente.
Neste sentido, podemos fazer uma previsão otimista ao afirmar que parte dos
obstáculos apresentados no relacionamento médico-enfermeira obstétrica se dá em
função da falta de (re)conhecimento por parte dos médicos do papel e competência
da enfermeira na assistência ao parto, obstáculos estes que podem ser superados
23
quando a sua situação se consolidar na equipe, ao longo do tempo. É claro que não
podemos deixar de lado as características pessoais de cada um dos profissionais
envolvidos nesta relação, que podem tanto facilitar como dificultar o bom
entrosamento da equipe.
4 CONCLUSÃO
O presente estudo possibilitou descrever ao certo a atuação da enfermeira no
centro obstétrico de uma Maternidade Pública de Salvador-Ba, demonstrando que
os resultados do estudo geraram três categorias: 1) Atuação assistencial da
enfermeira no centro obstétrico; 2) Atuação administrativa da enfermeira no centro
obstétrico e 3) Fatores que influenciam a atuação da enfermeira no centro obstétrico.
Nas observações de campo realizadas, notou-se que a atuação assistencial
das enfermeiras do centro obstétrico era descontinuada, na medida em que, elas
sempre se deslocavam para outros setores da maternidade não se fixando em
apenas um deles.
Entre as ações de enfermagem que se destacam na atuação assistencial das
enfermeiras estão: a orientação às parturientes sobre o trabalho de parto, incentivo à
mudança de posição no leito, deambulação quando necessário e estímulo a
autonomia da parturiente em relação aos cuidados higiênicos. Ao mesmo tempo,
não foi observada a realização de procedimentos não invasivos para promover o
conforto e oferecer o apoio emocional as parturientes. Também não foi observada a
realização de técnicas obstétricas específicas durante o trabalho de parto e o parto
pelas enfermeiras do estudo.
Em relação ao planejamento da assistência, não foi constatada a realização
integral das etapas que constituem a sistematização da assistência de enfermagem
conforme preconizada pelo Ministério da Saúde e o conselho de Enfermagem. No
prontuário não havia impressos específicos para a realização do histórico de
enfermagem, do diagnóstico e prescrição de enfermagem, de um plano assistencial
de enfermagem ou de um plano de parto. Os cuidados e orientações faziam parte da
folha de evolução e prescrição médica.
Portanto, a atuação das enfermeiras é preponderantemente administrativa em
relação a atuação assistencial.
24
Os fatores que interferem na atuação assistencial relacionados pelas
enfermeiras são: a superposição de funções administrativas como chefia e
coordenação de unidades distintas; a falta de recursos humanos na unidade; a falta
de local para encaminhamentos de pacientes no puerpério imediato; e às relações
conflituosas entre enfermeiras e médicos. A questão do conflito entre as classes
médico X enfermeira é o fator que mais incomoda as enfermeiras e, conforme elas,
o motivo que mais as distanciaram da atuação assistencial direta às parturientes.
Todos estes fatores podem comprometer a qualidade da atuação assistencial das
enfermeiras e a sua auto-estima enquanto profissional e pessoa humana que se
propõe a realizar uma assistência de enfermagem qualificada, autônoma e
humanizada.
Este estudo pontua reflexões em torno dos conceitos de papel profissional,
relações interdisciplinares e interpessoais entre os diversos membros da equipe de
saúde, especialmente médicos e enfermeiros, relações de poder no âmbito da
saúde e auto-afirmação da enfermeira obstétrica na conquista do seu espaço
profissional no centro obstétrico.
REFERÊNCIAS
BEZERRA, Luiz Gonzaga de Medeiros; DAVIM, Rejane Marie Barbosa. Assistência à parturiente por enfermeiras obstétricas no Projeto Midwifery um relato de experiência. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 10, n. 5, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 05/09/2006.
BONADIO, Isabel C.; KOIFFMAN, Márcia D.; MINAKAWA, Márcia M.; OLIVEIRA, Márcia A. Ferreira. Da relação conflituosa ao respeito mútuo: a consolidação do papel da enfermeira obstétrica na assistência ao nascimento e parto. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE COMUNICAÇÃO EM ENFERMAGEM. São Paulo, 2002. Anais eletrônico. Escola de Enfermagem de Riberão Preto - USP, Disponível em: <http://www.proceedings.scielo.br>. Acessado em: 29/08/2006.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Área Técnica da Saúde da Mulher. Relatório da 1a Reunião de avaliação dos cursos de especialização em enfermagem obstétrica financiados pelo Ministério da Saúde em 1999 e 2000. Brasília, 2002.
______. Parto, Aborto e Puerpério: Assistência Humanizada à Mulher. Brasília, 2001. 199p.
BRÜGGEMANN, Odaléia Maria. O cuidado no processo do nascimento: reflexões sobre a atuação da enfermeira. Jornal Brasileiro de Enfermagem Online
25
(OBJN – ISSN 1676-4285), v.2, n.3, Dezembro 2003 [Online]. Disponível em: <http:/www.uff.br/nepae/objn203bruggemann.htm>. Acessado em: 29/08/2006.
CASTRO, Jamile Claro de; CLAPIS, Maria José. Parto humanizado na percepção das enfermeiras obstétricas envolvidas com a assistência ao parto. Rev. Latino-Am. Enfermagem., Ribeirão Preto, v. 13, n. 6, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 05/09/2006.
CHIAPIN, Maria Luisa; HENN, Roseli; FIORI, Humberto Holmer. Assistência ao recém-nascido na sala de parto. Rev. med. PUCRS;12(2):213-219, abr.-jun. 2002. tab. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 02/11/2006.
COFEN conselho Federal de Enfermagem (Br). Resolução COFEN/ABENFO 223/99. Cria o Centro de Parto Normal, no âmbito do SUS. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília (DF), 1999. Disponível em:<www.cofen.com.br>. Acessado em: 21/05/2007.
COUTO, Germano Rodrigues. Conceitualização pelas enfermeiras de preparação para o parto. Rev Latino-am Enfermagem 2006, março-abril; 14(2):190-8. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 05/09/2006.
DIAS, Marcos Augusto Bastos; DOMINGUES, Rosa Maria Soares Madeira. Desafios na implantação de uma política de humanização da assistência hospitalar ao parto. Ciênc. saúde coletiva., Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 29/08/2006.
DINIZ, Carmen Simone Grilo. Humanização da assistência ao parto no Brasil: os muitos sentidos de um movimento. Ciênc. saúde coletiva., Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 05/09/2006.
FIGUEIRÊDO, Nébia Maria Almeida de; TYRRELL, Maria Antonieta Rubio; CARVALHO, Vilma de; LEITE, Joséte Luzia. Indicadores de cuidados para o corpo que pro-cria: ações de enfermagem no pré-trans e pós-parto - uma contribuição para a prática de enfermagem obstétrica. Rev. Latino-Am. Enfermagem v.12 n.6 Ribeirão Preto nov./dez. 2004. Disponível em: <www.bireme.br>. Acessado em: 19/10/2006
GUINSBURG, Ruth. Redução da mortalidade neonatal: um desafio atual na agenda de saúde global e nacional. Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 02/11/2006.
MERIGHI, Miriam Aparecida Barbosa. Trajetória profissional das enfermeiras obstétricas egressas da escola de enfermagem da Universidade de São Paulo: um enfoque da fenomenologia social. Rev. Latino-Am. Enfermagem., Ribeirão Preto, v. 10, n. 5, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 29/08/2006.
RIESCO, Maria Luiza Gonzalez; FONSECA, Rosa Maria Godoy Serpa da. Elementos constitutivos da formação e inserção de profissionais não-médicos
26
na assistência ao parto. Cad. Saúde Pública., Rio de Janeiro, v. 18, n. 3, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 29/08/2006.
RIESCO, Maria Luiza Gonzalez; TSUNECHIRO, Maria Alice. Formação profissional de obstetrizes e enfermeiras obstétricas: velhos problemas ou novas possibilidades?. Rev. Estud. Fem., Florianópolis, v. 10, n. 2, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 29/08/2006.
TORNQUIST, Carmen Susana. Análise do movimento de humanização do parto e do nascimento no Brasil. Projeto de Tese de Doutorado. Antropologia Social, UFSC, Florianópolis, 2001.
______. Paradoxos da humanização em uma maternidade no Brasil. Cad. Saúde Pública., v.19. Rio de Janeiro, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 29/08/2006.
27
APÊNDICE A
Questionário
Dados pessoais:
Sexo: ( ) Feminino ( ) Masculino
Idade: _________
Tempo de formação: __________________
Especialização: ( ) Sim: _______________________________________________
_______________________________________________
( ) Não
Tempo de trabalho no Centro Obstétrico desta Maternidade: __________________
1. O que você entende como assistência de enfermagem à mulher no trabalho de
parto e parto no centro obstétrico?
2. Quais as ações de enfermagem que você executa na assistência à mulher no
trabalho de parto e parto no centro obstétrico?
3. Quais os parâmetros técnico-científicos que embasam sua assistência de
enfermagem à mulher no trabalho de parto e parto no centro obstétrico?
4. Você conhece os parâmetros técnicos-científicos normatizados pelo Ministério da
Saúde para assistência à mulher no trabalho de parto e parto?
( ) não
( ) sim. Quais? ____________________________________________________
5. Quais funções administrativas você exerce dentro do centro obstétrico da
Instituição?
6. Que fatores interferem na sua realização da assistência à mulher no trabalho de
parto e parto no centro obstétrico dessa maternidade?
7. Como você percebe à sua forma de assistência prestada à mulher no trabalho de
parto e parto no centro obstétrico desta maternidade? Porquê?
8. Você está satisfeita quanto à sua forma de assistência prestada à mulher no
trabalho de parto e parto no centro obstétrico desta maternidade? Porquê?
28
APÊNDICE B
Roteiro de Observação
ATUAÇÃO DA ENFERMEIRA NO CENTRO OBSTÉTRICO:
I - ADMISSÃO
Apresentou-se pelo nome e função à parturiente ( ) sim ( ) não
Apresentou as dependências do centro obstétrico à parturiente ( ) sim ( ) não
Prestou-se às informações que forem solicitadas pela parturiente ( ) sim ( ) não
Preenchimento de documentos da admissão ( ) sim ( ) não
Pano de parto ( ) sim ( ) não
Uso de protocolo para a realização do parto ( ) sim ( ) não
Outros: _________________________________________________________
II – REALIZAÇÃO DE EXAME CLÍNICO-OBSTÉTRICO NO ATO DA ADMISSÃO:
Anamnese:
Colheu os antecedentes clínicos, obstétricos e ginecológicos ( ) sim ( ) não História da gestação
atual ( ) sim ( ) não
Realização do pré-natal e intercorrências ( ) sim ( ) não
Pesquisa de alergia medicamentosa e queixas da parturiente ( ) sim ( ) não
Avaliação do estado geral, nível de consciência, estado higiênico e nutricional
( ) sim ( ) não
Exame das mucosas oculares e escleróticas ( ) sim ( ) não
Exame das mamas ( ) sim ( ) não
Ausculta dos batimentos cardiofetais ( ) sim ( ) não
Palpação obstétrica ( ) sim ( ) não
Inspeção ( ) sim ( ) não
Realização do toque vaginal ( ) sim ( ) não
Avaliação da dinâmica uterina ( ) sim ( ) não
Avaliação das perdas vaginais (saída de líquido amniótico ou sangue)
( ) sim ( ) não
Pesquisa de edema em face mãos e MMII ( ) sim ( ) não
Avaliação dos movimentos fetais ( ) sim ( ) não
Verificação dos sinais vitais ( ) sim ( ) não
Providências quanto aos exames laboratoriais ou ultra-sonográficos
( ) sim ( ) não
Encaminhamento ( ) sim ( ) não
III - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM DURANTE O PRÉ - PARTO E PARTO
Apoio emocional ( ) sim ( ) não
29
Fornecimento de informações solicitadas ( ) sim ( ) não
Visita às pacientes da unidade: ( ) todas
( ) as mais graves
( ) nenhuma
Oferecimento de líquidos via oral durante o trabalho de parto ( ) sim ( ) não
Liberdade de movimento e posição durante o trabalho de parto ( ) sim ( ) não
Uso de técnicas não invasivas e não farmacológicas para alívio da dor
( ) sim ( ) não
Exame retal ( ) sim ( ) não
Uso rotineiro da posição litotômica ( ) sim ( ) não
Estímulo a posições não supinas durante o trabalho de parto ( ) sim ( ) não
Uso de luvas no exame vaginal, parto e manuseio da placenta ( ) sim ( ) não
Uso de enema ( ) sim ( ) não
Uso de tricotomia ( ) sim ( ) não
Fornecimento de todas as informações que desejarem ( ) sim ( ) não
Monitoramento do bem-estar físico e emocional da mulher durante o trabalho de parto ( ) sim ( ) nãoSinais vitais:
No pré-parto ( ) sim ( ) não
No parto ( ) sim ( ) não
No puerpério imediato ( ) sim ( ) não
Colher os antecedentes clínicos, obstétricos e ginecológicos ( ) sim ( ) não
A história da gestação atual ( ) sim ( ) não
Realização do pré-natal e intercorrências ( ) sim ( ) não
Pesquisa de alergia medicamentosa e queixas da parturiente ( ) sim ( ) não
Avaliação do estado geral, nível de consciência, estado higiênico e nutricional
( ) sim ( ) não
Exame das mucosas oculares e escleróticas ( ) sim ( ) não
Exame das mamas ( ) sim ( ) não
Ausculta dos batimentos cardiofetais ( ) sim ( ) não
Palpação obstétrica ( ) sim ( ) não
Inspeção ( ) sim ( ) não
Realização do toque vaginal ( ) sim ( ) não
Avaliação da dinâmica uterina ( ) sim ( ) não
Avaliação das perdas vaginais (saída de líquido amniótico ou sangue)
( ) sim ( ) não
Pesquisa de edema em face mãos e MMII ( ) sim ( ) não
Avaliação dos movimentos fetais ( ) sim ( ) não
Verificação dos sinais vitais ( ) sim ( ) não
Providências quanto ao exames laboratoriais ou ultra-sonográficos
( ) sim ( ) não
Encaminhamento ( ) sim ( ) não
Outros: ____________________________________________________________
30
IV – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM DURANTE O PARTO:
Respeito à privacidade no local do parto ( ) sim ( ) não
Uso de luvas no exame vaginal, parto e manuseio da placenta ( ) sim ( ) não
Monitoramento do bem-estar físico e emocional da mulher durante o trabalho de parto ( ) sim ( )
não
Realização de episiotomia: ( ) uso rotineiro
( ) apenas quando necessário
Ausculta fetal: ( ) intermitente
( ) pouco freqüente
( ) não realizada
Vigilância das contrações uterinas: ( ) acompanhada
( ) não realizada
Toques vaginais: ( ) freqüentes
( ) ideais
( ) por mais de um examinador
Controle no uso da ocitocina e seus efeitos ( ) sim ( ) não
Realização do parto normal sem distócia ( ) sim ( ) não
V – ASSISTÊNCIA AO RECÉM-NASCIDO NA SALA DE PARTO:
Manobras de aspiração de secreções nasofaríngeas ( ) sim ( ) não
Ligadura do cordão umbilical ( ) sim ( ) não
Manutenção da temperatura corporal ( ) sim ( ) não
Aplicação imediata de nitrato de prata à 1% nos olhos do recém-nascido
( ) sim ( ) não
Exame geral do recém-nascido ( ) sim ( ) não
Identificação do recém-nascido ( ) sim ( ) não
Outros: ____________________________________________________________
VI – ASSISTÊNCIA NO PERíODO DA DEQUITAÇÃO:
Rigorosa observação das perdas sanguíneas que não devem ultrapassar 500ml
( ) sim ( ) não
Exame rigoroso da placenta após expulsa a fim de detectar anormalidades
( ) sim ( ) não
Verificar sua integralidade da placenta ( ) sim ( ) não
Realizar pesagem da placenta sem cordão nem membranas e registrar
( ) sim ( ) não
Fazer revisão da cérvice, vagina e períneo ( ) sim ( ) não
Fazer a episiorrafia, se necessária ( ) sim ( ) não
Controlar os sinais vitais, involução uterina e perdas sanguíneas a cada 15 minutos até atingir duas
horas ( ) sim ( ) não
31
Transferir a mulher para o alojamento conjunto ( ) sim ( ) não
Outros: ____________________________________________________________
VII - FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS:
Escala mensal da equipe de enfermagem ( ) sim ( ) não
Supervisão das atividades da equipe de enfermagem ( ) sim ( ) não
Providência da substituição da falta de pessoal ( ) sim ( ) não
Pedidos à farmácia ( ) sim ( ) não
Pedidos ao almoxarifado ( ) sim ( ) não
Supervisão de preparo de material para esterelizar ( ) sim ( ) não
Pedido de material esterelizado ( ) sim ( ) não
Registro dos nascimentos ( ) sim ( ) não
Registro de alta hospitalar ( ) sim ( ) não
Registro de transferência ( ) sim ( ) não
Relatório de plantão ( ) sim ( ) não
Transferências para outros hospitais ( ) sim ( ) não
Outros: ____________________________________________________________
FATORES QUE INTERFEREM NA ATUAÇÃO DA ENFERMEIRA NO CENTRO OBSTÉTRICO:
Falta de materiais ( ) sim ( ) não
Falta de recursos humanos ( ) sim ( ) não
Desvio de função ( ) sim ( ) não
Assistência à outras unidades da maternidade ( ) sim ( ) não
Atraso ( ) sim ( ) não
Falta de local para transferência da paciente ( ) sim ( ) não
Relação com os médicos: ( ) Boa
( ) Conflituosa
( ) Não há
Relação com a equipe de enfermagem : ( ) Boa
( ) Conflituosa
( ) Não há
Outros: ____________________________________________________________
32
APÊNDICE C
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido informado ao comitê de Ética em pesquisa
Salvador, 28 de Março de 2007.
Ao Ilmo Dr.(a) Diretor(a) da Comissão Ética de Pesquisa da Maternidade Tsylla Balbino
O projeto de pesquisa tem como tema: Atuação da Enfermeira em um Centro Obstétrico de uma Maternidade Pública de Salvador-BA. O objetivo do trabalho é descrever a atuação das enfermeiras em um centro obstétrico de uma maternidade pública de Salvador, apontando possíveis fatores que possam interferir ou interferem nessa atuação e identificar suas percepções.
Frente ao exposto, a autora deste projeto solicita, através deste documento, a autorização por parte desta Instituição para realizar a coleta de dados, utilizando como técnica de pesquisa um questionário entregue as Enfermeiras e um roteiro de observação de campo feito pela própria autora sem, portanto, interferir no desenvolvimento das rotinas das mesmas.
Será assegurada a liberdade do sujeito de recusar-se a participar da pesquisa ou retirar seu consentimento em qualquer fase da pesquisa sem ser penalizado ou ter qualquer prejuízo, assim como a manutenção do sigilo que assegure a privacidade do indivíduo e dos seus dados confidenciais envolvidos durante a pesquisa e da instituição avaliada no estudo, conforme princípios éticos de pesquisa que envolve seres humanos através da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Esta Resolução incorpora, sob a ótica do indivíduo e das coletividades os quatro referenciais básicos da bioética: autonomia, não maleficência, beneficência e justiça, entre outros, e visa assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estado.
A autora encontra-se disponível para fornecer explicações e esclarecer dúvidas que venham a surgir em relação a pesquisa.
Atenciosamente
____________________________ _________________________ Bianca Sayumi Santos Fernanda Cardel Mendes (Pesquisadora) (Orientadora)
33
APÊNDICE D
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Você está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar da pesquisa: Atuação da Enfermeira em um Centro Obstétrico de uma maternidade pública de Salvador. O motivo que leva a autora estudar esta questão é descrever a atuação da Enfermeira em um Centro Obstétrico de uma maternidade pública de Salvador, identificando os fatores que possam interferir nessa atuação e descrever suas percepções. A pesquisa se justifica pela divulgação de informações que os profissionais de saúde terão acesso, assim como estudantes de graduação de Enfermagem, elevando seus níveis de conhecimento sobre o assunto e podendo intervir na realidade atual. Os procedimentos de coleta de dados serão através de um questionário com perguntas subjetivas que será respondido na própria instituição e entregues no mesmo dia, sem nenhuma intervenção da autora. Após essa coleta, a autora utilizará um roteiro de observação de campo em um intervalo de um mês.
Você será esclarecido(a) sobre a pesquisa em qualquer aspecto que desejar. Você é livre para recusar-se a participar, retirar seu consentimento ou interromper a participação a qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em participar não irá acarretar qualquer penalidade ou perda de benefícios.
A pesquisadora irá tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo. Os resultados da pesquisa serão enviados para a instituição e permanecerá confidencial. Você não será identificado(a) em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo. Uma cópia deste consentimento informado será arquivada no Curso de Enfermagem da Universidade Católica do Salvador.
____________________________ _________________________ Bianca Sayumi Santos Fernanda Cardel Mendes (Pesquisadora) (Orientadora)
Considerando que fui devidamente esclarecido(a) sobre o tema e objetivo da pesquisa, e por se tratar de uma coleta de dados mediante preenchimento de documento para fins acadêmicos na elaboração do artigo científico de Bianca Sayumi Santos do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Católica do Salvador, aceito participar da pesquisa. Declaro estar ciente de que serão utilizadas somente para fins científicos, sendo que não serei identificado(a) nem meu nome será divulgado._____________________________ ________________ Assinatura do(a) participante Data
34
APÊNDICE E
PROJETO DE PESQUISA
35
UNIVERSIDADE CATÓLICA DO SALVADORFACULDADE DE ENFERMAGEM
CURSO DE ENFERMAGEMBIANCA SAYUMI SANTOS
ATUAÇÃO DA ENFERMEIRA EM UM CENTRO OBSTÉTRICO DE UMA MATERNIDADE PÚBLICA DE SALVADOR-BA
36
Salvador - BA2006.2
BIANCA SAYUMI SANTOS
ATUAÇÃO DA ENFERMEIRA EM UM CENTRO OBSTÉTRICO DE UMA MATERNIDADE PÚBLICA DE SALVADOR-BA
Projeto de Pesquisa apresentado à disciplina TCC I ministrado pela profª. Maria Helena Rios como pré-requisito para obtenção do grau de bacharel em Enfermagem pela Universidade Católica do Salvador sob a orientação da profª. Fernanda Cardeal Mendes.
37
Salvador - BA2006.2
SUMÁRIO
Página
1 Introdução 39
2 Tema de Estudo 41
3 Objeto de Estudo 42
4 Pergunta de Investigação 43
5 Objetivo Geral e Específicos 44
6 Justificativa 45
7 Referencial Teórico 47
8 Metodologia 59
Referências 62
Apêndices 66
38
1 INTRODUÇÃO
A gravidez e o parto são eventos muito importantes na vida das mulheres.
Representam muito mais do que simplesmente eventos biológicos, já que se trata de
uma transição do ser “mulher” para o ser “mãe”.
Até o século XIX, os partos eram feitos por mulheres da própria comunidade, que
tinham laços de afetividade com as mulheres grávidas: eram as chamadas parteiras.
Na década de 20, foi reconhecida uma nova profissão que daria frutos a atual
enfermeira obstétrica.
No Brasil, o modelo de atenção ao parto é definido como um evento médico,
carregado de risco potencial, onde o fenômeno da parturição é tratado como de alta
complexidade e decisão médica, tornando o parto um ato médico.
Visando a redução do índice de morbimortalidade materna e perinatal, o alto índice
de cesáreas, a medicalização do parto e a utilização inadequada de procedimentos
cirúrgicos, o Ministério da Saúde criou a portaria nº 2.815 de 25/05/98 que considera
importante o acompanhamento do trabalho de parto e o pagamento e treinamento
de enfermeiras obstétricas para realizar partos normais sem distócia.
Atualmente existem vários movimentos da comunidade científica com a finalidade de
resgatar o parto como um acontecimento fisiológico, humanizado e com qualidade.
Para o Ministério da Saúde, a humanização tem como foco a qualificação da
atenção, envolvendo preocupações, por um lado, com o respeito e promoção de
direitos humanos da mulher que recebe assistência, e, por outro, com treinamento
ou formação dos profissionais e evidências científicas que norteiam as rotinas
assistenciais.
39
Com isso, a enfermeira obstétrica possui uma série de funções assistenciais e
administrativas a desempenhar em um centro obstétrico, visando oferecer uma
assistência qualificada e humanizada à mulher durante o trabalho de parto e parto.
O cuidar na assistência à parturiente não se resume apenas em procedimentos
técnicos necessários a assistência obstétrica. Cuidar para além do técnico é
preocupar-se com as necessidades psico-emocionais da parturiente. Desse modo, a
enfermeira deve transmitir à parturiente a segurança de que está sendo realmente
cuidada.
Grande parte dos obstáculos enfrentados pela enfermeira obstétrica se dá em
função da falta de reconhecimento por parte dos médicos obstetras do papel e
competência da enfermeira na assistência ao parto. Devido a isso, a conquista do
espaço por essa profissional depende, sobretudo, da oportunidade dele demonstrar
seu conhecimento técnico e, conseqüentemente, firmar seu papel dentro da equipe.
Em função desses fatores, esse estudo visa descrever a atuação da enfermeira no
centro obstétrico de uma maternidade pública de Salvador no ano de 2007, optando
por um estudo quantitativo realizado através da aplicação de um questionário semi-
estruturado e de roteiro de observação realizado pela própria autora, visando
apontar os fatores que podem interferir nessa atuação e a percepção destas sobre
sua própria atuação, considerando os parâmetros técnico-científicos preconizados
pelo Ministério da Saúde.
40
2 TEMA DE ESTUDO
Atuação da Enfermeira no Centro Obstétrico.
41
3 OBJETO DE ESTUDO
Atuação da Enfermeira em um centro obstétrico de uma maternidade pública de
Salvador–Ba no ano de 2007.
42
4 PERGUNTA DE INVESTIGAÇÃO
Como se dá a atuação da Enfermeira em um centro obstétrico de uma maternidade
pública de Salvador-BA no ano de 2007?
43
5 OBJETIVOS
OBJETIVO GERAL
Descrever a atuação das enfermeiras em um centro obstétrico de uma maternidade
pública de Salvador-BA.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Conhecer os fatores que interferem na atuação das enfermeiras em um centro
obstétrico de uma maternidade pública de Salvador-BA.
Identificar os parâmetros técnico-científicos que norteiam a atuação de enfermeiras
em um centro obstétrico de uma maternidade pública de Salvador-BA.
Descrever como as enfermeiras percebem sua atuação em um centro obstétrico de
uma maternidade pública de Salvador-BA.
44
6 JUSTIFICATIVA
No Brasil, a qualidade da atenção obstétrica continua sendo um ponto crítico da
assistência à saúde da mulher. Prova disso é o alto índice de morbimortalidade na
saúde materna, a crescente medicalização e a utilização inadequada de
intervenções no parto, além do aumento progressivo das taxas de cesáreas que têm
causado preocupações ao Ministério da Saúde.
A fim de reverter essa situação, iniciativas foram implementadas pelo Ministério da
Saúde a fim de incentivar à participação da enfermeira obstétrica na assistência ao
trabalho de parto e parto de gestantes de baixo risco. O Brasil necessita de
enfermeiras competentes que desempenhem, com seriedade, as funções
assistenciais, administrativas e também na educação e pesquisa. Assim, o Ministério
da Saúde tem investido na formação e qualificação de enfermeiras para, dessa
forma, melhorar a assistência na saúde materna.
A atuação da Enfermeira no centro obstétrico é de suma importância na assistência
à mulher. Vários movimentos têm despertado o interesse de humanizar essa
assistência, tornando-a cada vez melhor. Em contrapartida, é imprescindível uma
reflexão por parte das enfermeiras obstétricas sobre sua atuação, tanto no aspecto
administrativo quando assistencial.
Sendo assim, sempre se faz necessário o desenvolvimento de pesquisas, como o
presente estudo, visando contribuir com a qualidade da atuação da Enfermeira no
centro obstétrico e avaliar se esta atuação está de acordo com os parâmetros
técnico-científicos preconizados pelo Ministério da Saúde.
Esta pesquisa poderá contribuir para enfermeiras que atuam no centro obstétrico
através de uma revisão e atualização de seus conhecimentos nessa área e,
45
conseqüentemente, uma melhor qualificação para assistir adequadamente essas
mulheres.
A realização desse projeto poderá também estimular a pesquisa científica,
produzindo conhecimento e incentivando possíveis pesquisadores para futuras
descobertas neste ramo científico.
46
7 REFERENCIAL TEÓRICO
No Brasil, até o século XIX, os partos eram feitos por mulheres vulgarmente
chamadas de aparadeiras, comadres ou parteiras-leigas. Elas detinham um saber
empírico e assistiam domiciliarmente as mulheres durante a gestação, parto e
puerpério. Essas mulheres eram de inteira confiança do mulherio, muitas vezes
tinham laços de afeto e eram mais acessíveis às mulheres por conhecerem seu
universo feminino. (BRENE, 1991, 135p. apud HOOSHMAND, 2004, 11p.)
Riesco e Tsunechiro (2002), em um de seus estudos, relatam historicamente a
questão da educação formal das enfermeiras obstétricas. No Brasil, no século XIX, a
educação de parteiras iniciou-se junto com as escolas médicas que controlavam sua
formação até meados do século XX. Até então, as mulheres que se dedicavam a
partejar deveriam possuir uma “carta de examinação”, concedida pelo Físico-Mor ou
Cirurgião-Mor do Império, e uma licença da Chanceleria. De 1832 até 1949, toda a
legislação do ensino de parteiras esteve contida na legislação do ensino da
medicina.
As profissionais que lidam diretamente com a parturiente e seu trabalho de parto se
diferenciam entre enfermeira, parteira, obstetriz e enfermeira obstétrica. A parteira,
título mais antigo nessa especialidade, foi denominada posteriormente de enfermeira
obstétrica. A enfermeira obstétrica é a denominação mais recente e consolida a
formação de enfermeira adjetivada pela titulação de especialista na área obstétrica.
(RIESCO; FONSECA, 2002).
Merighi (2002) complementa os estudos de Riesco e Fonseca (2002) onde enfoca
que a denominação de enfermeira especializada para o parto começou a ser usada
nos anos de 1920 e em 1955 reapareceu um texto legal que regulamentava o
exercício da enfermagem profissional e distinguia a obstetriz das demais categorias,
ou seja, enfermeiro, auxiliar de enfermagem, parteira, enfermeiro prático e parteira
47
prática. Portanto, em 1939 foi fundado o Curso de Enfermagem Obstétrica, anexo a
uma Clínica Obstétrica, tendo formado apenas uma turma. Porém, o responsável
pelo curso observou que essa formação era muito precária e propôs a criação da
especialização em obstetrícia. Assim, a partir de 1949, as alunas deveriam iniciar o
curso com formação em enfermagem geral e, depois, freqüentar o Curso de
Especialização em Enfermagem Obstétrica e, ao final de um ano, receber o
certificado de enfermeira obstétrica.
Em 1994, o currículo mínimo de enfermagem foi modificado e as habilitações foram
extintas. Atualmente, o único curso previsto para a formação específica de
profissionais não-médicos na área obstétrica consiste na especialização em
enfermagem, nível de pós-graduação lato sensu. (PROGIANTI; BARREIRA, 2001).
De acordo com as entidades que representam as enfermeiras obstétricas –
Conselho Internacional de Enfermeiras (Internacional Council of Nurses – ICN) – a
Enfermeira Obstétrica tem a seguinte definição:
Pessoa que é legalmente licenciada ou registrada para exercer todas as atribuições de enfermeira e de obstetriz em seu país. A qualificação em obstetrícia pode ser obtida prévia ou posteriormente à qualificação em enfermagem ou como uma combinação dos ensinos de enfermagem e obstetrícia. (RIESCO; TSUNECHIRO, 2002).
No período industrial, a imensa mortalidade materna e perinatal despertou
discussões na esfera pública firmando, assim, o parto como evento médico,
deixando de ser privado, íntimo e feminino, passando a ser institucionalizado. Até o
início dos anos 60, a preocupação com a saúde materna restringiu-se apenas à
assistência ao parto. Em 1984 foi instituído o Programa de Assistência Integral à
Saúde da Mulher (PAISM) que incluía a assistência pré-natal, entre outras. Em
1996, o Ministério da Saúde, em parceria com a FEBRASGO, UNICEF E OPAS,
lançou o projeto Maternidade Segura que pretendia reduzir a mortalidade materna e
perinatal através da melhoria da assistência ao parto e ao recém-nascido. (BRASIL,
2001).
48
Tornquist (2001) ressalta que, apesar de tais iniciativas, problemas permanecem na
sistematização da assistência à gestação e ao parto como a segmentação entre a
rede básica e hospitalar e a intervenção excessiva sobre o parto.
A mulher no parto tem perdido sua autonomia devido à intensa medicalização que o
corpo feminino anda sofrendo nas últimas décadas, explica Torquist (2000). Um
exemplo é o aumento do número de cesarianas, que geralmente são determinadas
pela economia de tempo, maior pagamento dos honorários profissionais e realização
clandestina da laqueadura tubária no momento do parto, acrescenta Brasil (2001).
Castro e Clapis (2005) ressaltam em seus estudos que a medicalização do parto e o
abuso tecnológico foram favorecidos pelo fato do parto ter-se transformado em um
ato médico e hospitalizado, a evolução da prática obstétrica cooperou para a
apropriação e despersonalização do corpo feminino, que passou a ser arena dos
médicos e visto apenas como canal de parto.
O Ministério da Saúde, com o objetivo de estimular a melhoria da assistência
obstétrica, criou uma série de Portarias Ministeriais nas quais a Enfermeira tem sido
inserida, como a Portaria nº 2.815, de 29 de maio de 1998, que inclui na tabela do
Sistema de Informações Hospitalares do SUS o procedimento “parto normal sem
distócia realizado por enfermeiro obstétrico”; as Portarias nº 2.883 de 04 de junho de
1998 e nº 1.406 de 15 de dezembro de 1999 que defendem a qualidade e
humanização dos serviços, contemplando práticas assistenciais que respeitam a
autonomia da mulher e seu acompanhante; e as Portarias nº 569, nº 570, nº 571 e nº
572, ambas de 01 de junho de 2000 que instituem o Programa de Humanização no
Pré-Natal e Nascimento. (BRASIL, 2001).
A enfermeira possui um papel fundamental na assistência obstétrica e seu cuidado
deve ser baseado na lei do exercício profissional, na Portaria do Ministério da Saúde
que regulamenta a realização do parto normal pelo enfermeiro obstétrico no
conhecimento da fisiologia do processo, nas recomendações da Organização
Mundial da Saúde (OMS) de 1996 e em princípios de humanização e
interdisciplinaridade. (BRÜGGEMANN, 2003).
49
Para Brüggemann (2002a) estes princípios são norteados por questões filosóficas e
assistenciais, portanto, para aplicá-los no cotidiano do cuidado é necessário possuir
um referencial teórico para guiar o cuidado em conjunto com a equipe de saúde, o
que possibilita a interdisciplinaridade; conhecer as recomendações da OMS (1996) e
discutir com a equipe do centro obstétrico; não implementar rotinas que imponham
para a mulher um modelo de assistência que ela não conhece e não acredita; e
implementar a humanização nas ações ou “cuidados rotineiros” que envolvem os
períodos clínicos do parto.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) elaborou uma série de recomendações nas
quais diz que o prestador de serviço no parto normal deve estar preparado para dar
apoio à mulher, ao seu parceiro e à sua família durante o trabalho de parto, no
momento do nascimento e no pós-parto. Dentre os profissionais de saúde
capacitados para atuar na assistência ao parto, a OMS tem apontado a enfermeira
obstétrica como o provedor de cuidados primários de saúde mais adequado para
esta função. Nesse sentido, a OMS tem recomendado maior participação deste
profissional na assistência à gestante de baixo risco e ao parto normal sem distócia.
(BONADIO et al., 2002).
A enfermeira obstétrica tem competências bem definidas na assistência à parturiente
desde quando esta mulher chega à instituição até quando sai dela. Contudo, em um
centro obstétrico, englobando o pré-parto e parto, essa profissional delimita-se em
determinados papéis, enfatizando essa assistência de forma mais humanizada
possível. (FIGUEIRÊDO et al., 2004).
De acordo com Couto (2006), dentre esses papéis, a admissão da mulher no centro
obstétrico é um momento importante e cuidadoso, onde a enfermeira colhe
informações cruciais para uma boa assistência, tentando conhecer o seu passado e
presente obstétrico, analisando e preenchendo documentos fundamentais para um
bom seguimento. Tornquist (2001) ainda acrescenta o quão é importante a
elaboração de um plano de parto que seja respeitado pelos profissionais que a
assistirem.
50
Além disso, no momento da admissão, a Enfermeira deverá elaborar um histórico de
enfermagem fazendo a identificação pessoal, das necessidades biológicas gerais e
específicas através da anamnese geral e obstétrica, verificação dos sinais vitais
anotação dos dados coletados através do primeiro contato com a parturiente como
ausculta, palpação, inspeção, toque vaginal. Deve-se também identificar as
necessidades psicológicas, de saúde, sociais e espirituais. Compete a ela também
fazer o diagnóstico de enfermagem, redigir a prescrição de enfermagem,
implementar o plano de cuidado e registrar na evolução do processo de enfermagem
o relato contínuo do evolver do trabalho de parto. Após isso, a Enfermeira tem
autonomia para encaminhar a parturiente ou interná-la. (BRASIL, 2002).
Além disso, a existência de um protocolo comum dentro da instituição poderia
amenizar os conflitos entre profissionais e garantir ainda uma assistência similar às
parturientes atendidas, explicam Progianti e Barreira (2001).
A enfermeira prestadora de cuidados à grávida tem um papel fundamental de manter
a parturiente bem informada, conhecendo o que se passa consigo, com o seu corpo,
todos os processos e mecanismos em que está e irá passar, tirando suas dúvidas
através da desmistificação de preconceitos baseados em tradições e mitos (DIAS;
DOMINGUES, 2005). Para Castro e Clapis (2005), só assim é possível a
colaboração, coordenação e empatia entre a equipe e a grávida.
O processo do parto faculta à enfermeira a capacidade de percepção de algumas
necessidades físicas e emocionais da gestante e, entre elas, a necessidade do alívio
da dor que pode estar presente durante o trabalho de parto. (CASTRO E CLAPIS,
2005).
A dor representa um sinal importante no trabalho de parto. Pelo seu caráter
subjetivo, é um sintoma de difícil avaliação. Ela é provocada pela dilatação do colo
uterino somado às contrações e distensões uterinas, distensão do canal de parto,
tração dos anexos, pressão da uretra, bexiga e outras estruturas pélvicas. Portanto,
é imperativo que o profissional que a assiste desenvolva técnicas de alívio da dor
que sejam mais naturais e menos invasivas. (BRASIL, 2001).
51
A enfermeira poderá atuar nesse sentido, diz Hooshmand (2004), ensinando
técnicas de relaxamento e respiração adequada, uso de banho morno, executando
massagens lombar ou qualquer forma de relaxamento conveniente para a mulher.
A avaliação da vitalidade fetal através da ausculta dos batimentos cardiofetais
constitui uma técnica propedêutica indispensável durante o trabalho de parto. A
enfermeira deve auscultá-los em intervalos de quinze segundos por três vezes,
antes, durante e após a contração uterina. É importante também a avaliação da
dinâmica uterina, momento em que é feita toda análise da dinâmica de contração e
relaxamento da musculatura uterina. É consenso que essa avaliação, freqüência,
duração e intensidade sejam observadas em períodos de dez minutos com
intervalos não superiores a quarenta minutos entre eles. (CASTRO; CLAPIS, 2005).
A progressão da dilatação cervicouterina é avaliada pela enfermeira no transcorrer
do trabalho de parto, através do toque vaginal, explica Figueirêdo et al. (2004).
Tornquist (2003) complementa que esse exame deve ser realizado depois de
orientar a parturiente sobre sua importância para obter maior cooperação e que, em
relação ao número de toques vaginais, muitos autores consideram que este exame
deve ser feito o menor número de vezes possível e que este não seja feito por vários
examinadores diferentes.
A adoção de dietas brandas para repor fontes de energia requeridas no trabalho de
parto previne desidratação e a cetose, garantindo o bem-estar fetal e materno.
Portanto, a oferta de líquidos e alimentos leves por via oral à parturiente não
interfere no processo natural do parto e deve ser incentivada. (CECCATO, 2001).
Outro direito das parturientes, segundo Dias e Domingues (2005), é a livre escolha
de um acompanhante, institucionalizada desde sua inauguração, e que atende às
recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS): "uma parturiente deve
ser acompanhada pelas pessoas em quem confia e com quem se sinta à vontade:
seu parceiro, sua amiga, uma doula ou enfermeira-obstétrica".
A OMS (1996, p.53 apud Brasil, 2001, 199p.) recomenda que as mulheres devem
adotar a posição que mais lhe agradar no trabalho de parto e parto, desde que não
52
sejam longos períodos de decúbito dorsal. Brasil (2001) ainda afirma que alguns
trabalhos científicos apontam vantagens da posição verticalizada ou da inclinação
lateral sobre a posição dorsal, causando assim menor desconforto e dificuldade dos
puxos, dores menos intensas, menor duração do período expulsivo e melhores
resultados neonatais.
Para Romero (2004): “A episiotomia se define como uma incisão na região do
períneo com o objetivo de ampliar o intróito vaginal durante o nascimento”. França
Jr. (2003, p. 63-69 apud Diniz, 2005) salienta que a episiotomia é um caso
emblemático de violação dos direitos humanos na saúde, um procedimento danoso
quando feito de rotina. Brasil (2001) conclui essa temática afirmando que é
imprescindível que a enfermeira obstétrica procure eliminar o uso rotineiro da
episiotomia, utilizando-a apenas em determinadas situações como sinais de
sofrimento fetal, progressão insuficiente do parto e ameaça de laceração de terceiro
grau.
O Ministério da saúde ainda preconiza que se deve eliminar também o uso rotineiro
do enema, da tricotomia, da infusão intravenosa de rotina no trabalho de parto, da
cateterização venosa profilática de rotina e do exame retal. (BRASIL, 2001).
Alguns trabalhos de parto desenvolvem-se de forma lenta, levando ao uso de
substâncias químicas para a estimulação da contração uterina. A ocitocina sintética
é o medicamento mais utilizado na assistência obstétrica, pois atua como indutor e
estimulador do trabalho de parto, corrigindo a dinâmica uterina nos casos que se
apresenta irregular. A enfermeira obstétrica, atenta a isso, deve ter o controle
rigoroso dessa dinâmica uterina e dos batimentos cardiofetais. (DINIZ, 2005).
Porém, ainda se tratando da questão acima, Brüggemann (2002b) salienta que a
administração de ocitócitos antes do parto, de modo que não se permita controlar
seus efeitos, deve ser eliminado e não feito de forma rotineira.
Além de tais medidas e atuações da enfermeira obstétrica no centro obstétrico,
citadas acima, este profissional também está capacitada a realizar o parto normal
sem distócia. A técnica para tal fim não se diferencia da utilizada pelos obstetras,
53
além da questão da humanização no seu ato, fator que deve ser incorporado ao que
assiste a parturiente em todo desenvolver do nascimento. (BEZERRA; DAVIM,
2002).
A assistência adequada ao recém-nascido na sala de parto é fundamental para
prevenir o aparecimento das lesões asfíxicas, que levam ao óbito neonatal. Em
detrimento disto, Guinsburn (2005) cita em seu estudo que são necessárias
determinadas ações que auxiliam o recém-nascido na sua adaptação à vida extra-
uterina, começando ainda na sala de parto, que devem ser executados por um
médico ou profissional de enfermagem tecnicamente capacitado e que esteja
assumindo o parto. Essas ações, complementam Chiapin, Henn e Fiori (2002),
englobam manobras de aspiração de secreções nasofaríngeas e bucais que, no
caso de crianças normais, é suficiente a secagem da boca, fossas nasais e face;
ligadura do cordão umbilical; manutenção da temperatura corporal; aplicação de
nitrato de prata a 1% nos olhos; exame geral do recém-nascido na sala de parto; e
identificação do recém-nascido.
No período de dequitação, também se faz necessário uma assistência minuciosa
sendo competência também da enfermeira. A dequitação é o período em que ocorre
o desprendimento e saída da placenta que ocorre, geralmente, nos 30 minutos que
se seguem à expulsão fetal. A dequitação deve ser espontânea, sem tração brusca
do cordão. As ações dirigidas a este período são: rigorosa observação das perdas
sanguíneas que não devem ultrapassar 500ml; exame rigoroso da placenta após
expulsa a fim de detectar anormalidades, verificar sua integralidade; realizar
pesagem da placenta sem cordão nem membranas e registrar; fazer revisão da
cérvice, vagina e períneo; fazer a episiorrafia, se necessária; controlar os sinais
vitais, involução uterina e perdas sanguíneas a cada 15 minutos até atingir duas
horas; e transferir a mulher para o alojamento conjunto. (ROCHA, 2003).
Em relação às atividades administrativas da enfermeira obstétrica no centro
obstétrico são elas: escala mensal e supervisão das atividades da equipe de
enfermagem; providência da substituição da falta de pessoal; pedidos à farmácia;
pedidos ao almoxarifado; supervisão de preparo de material esterilizado; pedido de
54
material esterilizado; registro dos nascimentos, de alta e transferências; relatório de
plantão; e transferência de pacientes para outros hospitais. (BRASIL, 2001).
Sendo assim, Dias e Domingues (2005) e Brasil (2001) concluem que, se a
assistência prestada pela enfermeira obstétrica seguir tais parâmetros vistos, a
assistência torna-se mais humanizada, envolvendo um conjunto de conhecimentos,
práticas e atitudes que visam à promoção do parto e nascimento saudáveis e a
prevenção da morbimortalidade materna e perinatal.
Diniz (2005) conceitualiza a humanização da assistência como: “expressão de
mudança na compreensão do parto como experiência humana e, para quem o
assiste, uma mudança no que fazer diante do sofrimento do outro humano”.
Nessa concepção, a humanização tem como foco a qualificação da atenção,
envolvendo preocupações, por um lado, com o respeito e promoção de direitos
humanos da mulher que recebe assistência, e, por outro lado, com treinamento ou
formação dos profissionais e evidências cientificas que norteiam as rotinas
assistenciais, bem como instalações físicas e recursos tecnológicos disponíveis.
(SCHRAIBER; HOTIMSKY, 2005).
Contudo, enfatizam Dias e Domingues (2005), a humanização do parto implica
também que a atuação do profissional respeite os aspectos de sua fisiologia, não
intervenha desnecessariamente, reconheça os aspectos sociais e culturais do parto
e nascimento, e ofereça o necessário suporte emocional à mulher e sua família,
facilitando assim a formação de laços afetivos familiares e o vínculo mãe-bebê.
Embora não se possa negar que as taxas de cesarianas são as mais vivas
evidências do processo de medicalização da vida da mulher no processo de
concepção, diminuí-las não significa que se estará humanizando o parto, uma vez
que a simples substituição da cesariana por um parto normal intervencionista
(excesso de exames vaginais, rotura artificial das membranas, episiotomia, posições
tradicionais entre outras) não levará, por si só, à humanização do parto, haja vista
que esse processo depende de mudanças de paradigma. (BEZERRA; DAVIM,
2002).
55
Segundo Dias e Domingues (2005), a formação profissional da enfermeira obstétrica
tem sido considerada diferenciada na condução do trabalho de parto, tornando-o
mais humano, dando maior ênfase aos aspectos fisiológicos, emocionais e
socioculturais do processo reprodutivo, privilegiando uma atuação fundamentada na
compreensão do fenômeno de reprodução como singular, contínuo e saudável, no
qual a mulher é o foco central, e que se desenvolve em um determinado contexto
sócio-histórico.
O Ministério da Saúde, com a inclusão do parto realizado por enfermeira obstétrica
na tabela de pagamentos do SUS, tem produzido confrontos entre médicos e
enfermeiras pelo direito de exercer obstetrícia. Por sua vez, as mulheres, usuárias
ou não do SUS vêm manifestando sua insatisfação com a atenção médica que
recebem durante o parto, o que favorece a inserção de enfermeiras obstétricas
nessa assistência. (RIESCO; FONSECA, 2002).
Merighi (2002) explica a despeito de tanto os médicos obstetras como as
enfermeiras obstétricas desempenharem funções que implicam no mesmo nível de
responsabilidade. No início da década de 80, a força de trabalho do país era
composta de médicos e atendentes. Com o passar do tempo, houve um incremento
de outras categorias profissionais na assistência, como a enfermeira, atingindo um
número significativo na década de 90. Assim, por estar submetida ao
condicionamento histórico e perceber-se submissa ao poder do médico, a
enfermeira obstétrica ao inserir-se na equipe multiprofissional, enfrenta dificuldades
para conquistar um espaço próprio e ser reconhecida como uma profissional capaz.
Riesco e Fonseca (2002) também ressaltam esse ponto, onde diz que a relação
profissional médico obstetra x enfermeira obstétrica é concebida nos discursos como
uma relação de poder, que define o médico como chefe, responsável e coordenador
da assistência ao parto. Desse ponto de vista, a enfermeira obstétrica insere-se na
assistência como subordinada ao médico, sendo que um argumento presente para
justificar essa relação hierárquica reporta-se à organização do trabalho e à
necessidade de haver alguém que decida.
56
Oficialmente, todos os partos hospitalares ocorridos no Brasil são atribuídos ao
médico, que sempre assina pelo parto, pois a remuneração profissional por esse
procedimento é feita exclusivamente a ele. Com isso, médicos e enfermeiras
passaram a disputar entre si pela sua realização. (RIESCO; TSUNECHIRO, 2002).
Segundo Gama et al. (2003), as razões para que as enfermeiras obstétricas estejam
em evidência podem ser várias, destacando-se entre elas que a falta desta contribui
para o aumento das taxas de cesarianas, pois não há quem controle o trabalho de
parto para que ele evolua normalmente. Além disso, ela poderia ajudar a tornar o
parto e o nascimento menos medicalizados e mais humanizados. A enfermeira
obstétrica, assumindo atribuições menos complexas, liberaria o médico obstetra
para realizar atividades especializadas e mais complexas e, recebendo remuneração
menor que o médico, diminuiria os custos na prestação de serviços de saúde, tanto
na rede pública quanto na privada. Dias e Domingues (2005) complementam que, se
por um lado as enfermeiras podem aliviar a carga de trabalho da equipe médica, por
outro tinham a possibilidade de estar pondo em prática seus conhecimentos e
ganhando espaço e poder neste campo de atuação.
Na assistência obstétrica existe uma superposição de funções, sendo que algumas
atividades são de competência tanto do médico como da enfermeira obstétrica,
gerando uma disputa de poder entre eles. Neste caso, é necessário que a rotina de
serviços e a determinação de quem executará as funções superpostas sejam
estabelecidas por decisão dos profissionais envolvidos, que deverão levar em
consideração a finalidade e características da instituição. (PROGIANTI; BARREIRA,
2002).
Em relação a toda essa disputa, Bonadio et al. (2002) explica que apesar dos
saberes serem peculiares, tanto o médico obstetra quanto a enfermeira obstétrica
assistem à parturiente e seu bebê com enfoques diferentes. Pelo fato da enfermeira
obstétrica colocar em prática suas habilidades humanísticas ao assistir o trabalho de
parto, as duas categorias profissionais se complementam, possibilitando responder e
atender as necessidades de saúde ou doença diferentemente e, ainda, criando
oportunidades de troca de conhecimentos.
57
Bonadio (2002), afirma que a conquista de espaço pela enfermeira obstétrica
depende, sobretudo, da oportunidade destes profissionais em demonstrar seu
conhecimento técnico e, consequentemente, afirmar seu papel dentro da equipe,
mas também é preciso boas relações interpessoais, preocupação em conhecer,
reconhecer e considerar o trabalho dos demais, seja da mesma área de atuação,
seja de outras, a fim de que o trabalho em equipe ocorra de uma maneira eficiente.
Neste sentido, podemos fazer uma previsão otimista ao afirmar que parte dos
obstáculos apresentados no relacionamento médico-enfermeira obstétrica se dá em
função da falta de (re)conhecimento por parte dos médicos do papel e competência
da enfermeira na assistência ao parto, obstáculos estes que podem ser superados
quando a sua situação se consolidar na equipe, ao longo do tempo. É claro que não
podemos deixar de lado as características pessoais de cada um dos profissionais
envolvidos nesta relação, que podem tanto facilitar como dificultar o bom
entrosamento da equipe.
58
8 METODOLOGIA
8.1 CAMPO EMPÍRICO
O presente estudo se insere na área de obstetrícia.
8.2 TIPO DE ESTUDO
Este estudo possui natureza qualitativa que tem como objetivo descrever a atuação
da enfermeira na assistência à mulher em um centro obstétrico de uma maternidade
pública de Salvador, apontando os fatores que podem interferir nessa assistência e
descrevendo como essas enfermeiras percebem a sua assistência.
8.3 LOCAL DE ESTUDO
O campo de estudo escolhido para a pesquisa foi a Maternidade Tsylla Balbino,
fundada em 1959, localizada no bairro da Baixa de Quintas, em Salvador – Bahia. É
uma Instituição Pública especializada no atendimento à mulher, onde são realizados,
em média, 800 partos por mês.
A Maternidade possui um total de 155 leitos, distribuído em 16 enfermarias, centro
obstétrico, berçários, isolamento e admissão. O Centro Obstétrico possui uma sala
de admissão para triagem inicial das pacientes; uma sala de pré-parto com 10 leitos;
uma sala de parto com 4 mesas de parto (capacidade para 4 partos simultâneos);
duas salas para intervenções cirúrgicas e um berçário de observação para
realização de cuidados ao recém-nascido (higiene, mensuração de peso, estatura,
perímetros, administração de vitamina k, curativo do coto umbilical etc.); e um
expurgo.
A missão da Maternidade é prestar assistência à mulher, de forma humanitária e
com qualidade, no âmbito da obstetrícia, incluindo a assistência neonatal.
59
É referência na rede estadual para assistência obstétrica e para a gestação de risco,
é a primeira unidade do Estado e a segunda em todo o país a implantar o Método
Canguru, mantendo também outros programas como a assistência aos
adolescentes.
8.4 POPULAÇÃO DE ESTUDO
Os sujeitos da pesquisa serão 5 enfermeiras que atuam no centro obstétrico da
Maternidade, independente do tempo de formação profissional, de especialização na
área de obstetrícia e do tempo de atuação nessa área, sendo excluídas da pesquisa
os profissionais que não estejam atuando no momento e os que não aceitarem
participar da pesquisa. A pesquisa será realizada em todos os turnos.
8.5 COLETA DE DADOS E INSTRUMENTOS DE PESQUISA
A coleta de dados será iniciada após a autorização da instituição através do Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido, sendo utilizado como instrumento de
pesquisa para a coleta de dados um questionário semi-estruturado elaborado pela
própria autora, contendo 7 questões subjetivas com objetivo de descrever a atuação
da Enfermeiras no centro obstétrico da Maternidade Tsylla Balbino no período de
Abril de 2007.
De acordo com Marconi e Lakatos (1996), o questionário constitui-se de um
instrumento de pesquisa, contendo uma série de perguntas ordenadas, que devem
ser respondidas pelos observados, por escrito e sem a presença dos pesquisadores.
Após coleta de dados através do questionário semi-estruturado, será também
utilizado como técnica de pesquisa a observação não-participante da atuação da
enfermeira no centro obstétrico da maternidade, através de um roteiro de
observação utilizado pela própria autora. O roteiro será preenchido no momento da
observação.
60
Para Marconi e Lakatos (2001), “na observação não participante, o pesquisador
toma contato com a comunidade, grupo ou realidade estudada, mas sem integra-se
a ela: permanece de fora”.
8.6 ASPECTOS ÉTICOS E LEGAIS
Será contemplado neste estudo o aspecto ético contido no Decreto nº 93.933
outorgado pelo Conselho Nacional de Saúde em 14 de janeiro de 1997, pela
resolução 196/96 sobre a pesquisa envolvendo seres humanos, mantendo assim o
anonimato das entrevistadas, as quais serão esclarecidas quanto ao conteúdo e
finalidades do estudo e com a assinatura no Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, sendo o questionário elaborado cuidadosamente, seguindo passos de
uma investigação que possibilitará ao pesquisador e ao sujeito da pesquisa uma
relação baseada na confiança e respeitabilidade.
A pesquisa na instituição ocorrerá após a apresentação do projeto junto ao ofício de
apresentação.
8.7 ANÁLISE DOS DADOS
A análise terá como base os dados colhidos através do roteiro de observação
descrito anteriormente juntamente com os questionários. As categorias analíticas
serão construídas a partir do roteiro de observação e serão analisados à luz da
literatura pertinente ao tema.
A pesquisadora se comprometerá a suspender o mesmo em qualquer fase da
realização caso a instituição ache necessário, não havendo nenhuma medida de
adoção de encontro a esta.
O trabalho científico, depois de concluído, ficará disponível para consulta dos
profissionais de saúde na Instituição estudada e dos estudantes de graduação de
enfermagem na biblioteca da Universidade Católica do Salvador.
61
REFERÊNCIAS
BEZERRA, Luiz Gonzaga de Medeiros; DAVIM, Rejane Marie Barbosa. Assistência à parturiente por enfermeiras obstétricas no Projeto Midwifery um relato de experiência. Rev. Latino-Am. Enfermagem, Ribeirão Preto, v. 10, n. 5, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 05/09/2006.
BONADIO, Isabel C.; KOIFFMAN, Márcia D.; MINAKAWA, Márcia M.; OLIVEIRA, Márcia A. Ferreira. Da relação conflituosa ao respeito mútuo: a consolidação do papel da enfermeira obstétrica na assistência ao nascimento e parto. In: SIMPÓSIO BRASILEIRO DE COMUNICAÇÃO EM ENFERMAGEM. São Paulo, 2002. Anais eletrônico. Escola de Enfermagem de Riberão Preto - USP, Disponível em: <http://www.proceedings.scielo.br>. Acessado em: 29/08/2006.
BRASIL. MINISTÉRIO DA SAÚDE. Área Técnica da Saúde da Mulher. Relatório da 1a Reunião de avaliação dos cursos de especialização em enfermagem obstétrica financiados pelo Ministério da Saúde em 1999 e 2000. Brasília, 2002.
______. Parto, Aborto e Puerpério: Assistência Humanizada à Mulher. Brasília, 2001. 199p.
BRÜGGEMANN, Odaléia Maria. Humanização do Nascimento: realidade e possibilidades. Apresentado na Mesa Redonda - Assistência Humanizada Ao Parto no II Congresso Brasileiro de Enfermagem Obstétrica e Neonatal. Salvador, 2002a. Disponível em: <http:/www.uff.br/nepae/objn203bruggemann.htm>. Acessado em: 29/08/2006.
______. Uma proposta de humanização do cuidado durante o processo do nascimento. Maringá, 2002b. p.339-361. Disponível em: <http:/www.uff.br/nepae/objn203bruggemann.htm>. Acessado em: 29/08/2006.
______. O cuidado no processo do nascimento: reflexões sobre a atuação da enfermeira. Jornal Brasileiro de Enfermagem Online (OBJN – ISSN 1676-4285), v.2, n.3, Dezembro 2003 [Online]. Disponível em: <http:/www.uff.br/nepae/objn203bruggemann.htm>. Acessado em: 29/08/2006.
62
CASTRO, Jamile Claro de; CLAPIS, Maria José. Parto humanizado na percepção das enfermeiras obstétricas envolvidas com a assistência ao parto. Rev. Latino-Am. Enfermagem., Ribeirão Preto, v. 13, n. 6, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 05/09/2006.
CECCATO, Silvia Regina; VAN DER SAND, Isabel Cristina Pacheco. O cuidado humano como princípio da assistência de Enfermagem à parturiente e seus familiares. Revista Eletrônica de Enfermagem (on-line), Goiânia, v.3, n.1, jan-jun. 2001. Disponível em: <http:///www.fen.ufg.br/revista>. Acessado em: 25/08/2006.
CHIAPIN, Maria Luisa; HENN, Roseli; FIORI, Humberto Holmer. Assistência ao recém-nascido na sala de parto. Rev. med. PUCRS;12(2):213-219, abr.-jun. 2002. tab. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 02/11/2006.
COFEN conselho Federal de Enfermagem (Br). Resolução COFEN/ABENFO 223/99. Cria o Centro de Parto Normal, no âmbito do SUS. Diário Oficial da República Federativa do Brasil, Brasília (DF), 1999. Disponível em:<www.cofen.com.br>. Acessado em: 21/05/2007.
COUTO, Germano Rodrigues. Conceitualização pelas enfermeiras de preparação para o parto. Rev Latino-am Enfermagem 2006, março-abril; 14(2):190-8. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 05/09/2006.
DIAS, Marcos Augusto Bastos; DOMINGUES, Rosa Maria Soares Madeira. Desafios na implantação de uma política de humanização da assistência hospitalar ao parto. Ciênc. saúde coletiva., Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 29/08/2006.
DINIZ, Carmen Simone Grilo. Humanização da assistência ao parto no Brasil: os muitos sentidos de um movimento. Ciênc. saúde coletiva., Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 05/09/2006.
FIGUEIRÊDO, Nébia Maria Almeida de; TYRRELL, Maria Antonieta Rubio; CARVALHO, Vilma de; LEITE, Joséte Luzia. Indicadores de cuidados para o corpo que pro-cria: ações de enfermagem no pré-trans e pós-parto - uma contribuição para a prática de enfermagem obstétrica. Rev. Latino-Am. Enfermagem v.12 n.6 Ribeirão Preto nov./dez. 2004. Disponível em: <www.bireme.br>. Acessado em: 19/10/2006
GAMA, Andréa de Sousa; ANGULO-TUESTA, Antonia; D'ORSI, Eleonora; BARBOSA, Gisele Peixoto; GIFFIN, Karen. Saberes e práticas de enfermeiros e obstetras: cooperação e conflito na assistência ao parto. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, 19(5):1425-1436, set-out, 2003. Disponível em: <http:/www.scielo.br>. Acessado em: 28/08/2006.
63
GUINSBURG, Ruth. Redução da mortalidade neonatal: um desafio atual na agenda de saúde global e nacional. Rio de Janeiro, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 02/11/2006.
HOOSHMAND, Mojgan Sabeti. Parteiras de Regência, ES: O múltiplo sentido do ato de partejar. São Paulo, 2004. 11p. [Dissertação de mestrado - Departamento de saúde Materno-Infantil da FSP/USP]. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 17/10/2006.
MARANHÃO, Amélia Maria Scarpa Albuquerque; SERAFIM, Deise; CAETANO, Laíse Conceição; GALVÃO, Mary Lúcia; BERNI, Neiva Iolanda de Oliveira. Atividade da enfermeira obstetra no ciclo gravídico-puerperal. São Paulo: EPU, 1990. 40p.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Técnicas de Pesquisa: Planejamento e Execução de pesquisa, Amostragem e Técnicas de pesquisa, Elaboração, Análise e Interpretação de dados. 3ª ed. São Paulo: Atlas, 1996.
______. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 2001. 289 p.
MERIGHI, Miriam Aparecida Barbosa. Trajetória profissional das enfermeiras obstétricas egressas da escola de enfermagem da Universidade de São Paulo: um enfoque da fenomenologia social. Rev. Latino-Am. Enfermagem., Ribeirão Preto, v. 10, n. 5, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 29/08/2006.
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia científica: projetos de pesquisas, TGI,TCC, monografias, dissertações e teses. São Paulo: Pioneira, 2001, 317p.
PROGIANTI, Jane M.; BARREIRA, Ieda A. Parteiras, médicos e enfermeiras: a aquisição de habilidades profissionais na assistência à parturiente. Revista de Enfermagem Escola Anna Nery, Rio de Janeiro,v. 5, n. 3, dez. 2001. p. 307-314. Disponível em: <http://scholar.google.com.br>. Acessado em: 19/10/2006.
RIESCO, Maria Luiza Gonzalez; FONSECA, Rosa Maria Godoy Serpa da. Elementos constitutivos da formação e inserção de profissionais não-médicos na assistência ao parto. Cad. Saúde Pública., Rio de Janeiro, v. 18, n. 3, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 29/08/2006.
64
RIESCO, Maria Luiza Gonzalez; TSUNECHIRO, Maria Alice. Formação profissional de obstetrizes e enfermeiras obstétricas: velhos problemas ou novas possibilidades?. Rev. Estud. Fem., Florianópolis, v. 10, n. 2, 2002. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 29/08/2006.
ROCHA, Fabiana Zaffalon Ferreira. Sistema especialista para obstetrícia: avaliação da progressão do trabalho de parto. Pelotas, junho de 2003. 23p. Disponível em: <http://scholar.google.com.br>. Acessado em: 29/08/2006.
ROMANELLI, G.; BIASOLI-ALVES, Z.M.M. Diálogos Metodológicos sobre Prática de Pesquisa- Programa de Pós-Graduação em Psicologia da FFCLRP USP / CAPES ; R. Preto: Editora Legis-Summa, 1998.
ROMERO, Jorge Andrés Rubio. Indicaciones Actuales De La Episiotomía. Rev Fac Med. Univ. Na.c Colômbia, Vol. 52, No. 2 • Abr-Jun2004. Disponível em: <www.bireme.br>. Acessado em: 19/10/06
SCHRAIBER, Lilia Blima; HOTIMSKY, Sonia Nussenzweig. Humanização no contexto da formação em obstetrícia. Ciênc. saúde coletiva., Rio de Janeiro, v. 10, n. 3, 2005. Disponível em: <http://www.scielo.br>. Acessado em: 05/09/2006.
TORNQUIST, Carmen Susana. A mão e luva: o processo de medicalização do parto e o corpo feminino. In: MORGA, Antonio (Org.). História das mulheres de Santa Catarina. Florianópolis: Argos/Letras Contemporâneas, 2000.
______. Análise do movimento de humanização do parto e do nascimento no Brasil. Projeto de Tese de Doutorado. Antropologia Social, UFSC, Florianópolis, 2001.
______. Paradoxos da humanização em uma maternidade no Brasil. Cad. Saúde
Pública., v.19. Rio de Janeiro, 2003. Disponível em: <http://www.scielo.br>.
Acessado em: 29/08/2006.
65
APÊNDICES
66
APÊNDICE A
Cronograma
2006 2007
Atividades Ago Set Out Nov Dez Jan Fev Mar Abr Mai
Definição do tema X
Reunião com orientador
X X X X X X X
Elaboração do projeto
X X
Entrega do projeto X
Readequação do projeto
X
Encaminhamento do projeto para a
Instituição
X
Coleta de dados X
Análise de dados X
Elaboração do relatório final
X
Adequação do relatório final
X
Defesa Pública X
67
APÊNDICE B
Orçamento
Material Quantidade Valor unitário Valor total
Computador 01 R$ 1.550,00 R$ 1.550,00
Impressora 01 R$ 299,00 R$ 299,00
Disquete 06 R$ 1,00 R$ 6,00
CD-ROM 02 R$ 1,20 R$ 2,40
Cartucho 01 R$ 55,00 R$ 55,00
Grampeador 01 R$ 6,50 R$ 6,50
Grampos 01 cx. R$ 2,50 R$ 2,50
Canetas 02 R$ 2,00 R$ 4,00
Lápis 01 R$ 1,00 R$ 1,00
Borracha 01 R$ 0,50 R$ 0,50
Papel A4 01 pct. R$ 12,50 R$ 12,50
Xerox 120 R$ 0,08 R$ 9,60
Encadernação 02 R$ 3,00 R$ 6,00
Transporte 480 R$ 0,85 R$ 408,00
Alimentação 84 R$ 6,00 R$ 504,00
Total em R$ R$ 2.867,00
Total em $ $ 1.220,00
Fonte: Dólar no valor de R$ 2,35
68
APÊNDICE C
Questionário
Dados pessoais:Sexo: ( ) Feminino ( ) MasculinoIdade: _________Tempo de formação: __________________Especialização: ( ) Sim: _______________________________________________ _______________________________________________ ( ) NãoTempo de trabalho no Centro Obstétrico desta Maternidade: __________________
1. O que você entende como assistência de enfermagem à mulher no trabalho de parto e parto no centro obstétrico? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
2. Quais as ações de enfermagem que você executa na assistência à mulher no trabalho de parto e parto no centro obstétrico?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
3. Quais os parâmetros técnico-científicos que embasam sua assistência de enfermagem à mulher no trabalho de parto e parto no centro obstétrico?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
4. Você conhece os parâmetros técnicos-científicos normatizados pelo Ministério da Saúde para assistência à mulher no trabalho de parto e parto?
69
( ) não( ) sim. Quais? ____________________________________________________
5. Quais funções administrativas você exerce dentro do centro obstétrico da Instituição?
__________________________________________________________________________________________
__________________________________________________________________________________________
6. Que fatores interferem na sua realização da assistência à mulher no trabalho de parto e parto no centro obstétrico dessa maternidade?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
7. Como você percebe à sua forma de assistência prestada à mulher no trabalho de parto e parto no centro obstétrico desta maternidade? Porquê? ____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
8. Você está satisfeita quanto à sua forma de assistência prestada à mulher no trabalho de parto e parto no centro obstétrico desta maternidade? Porquê?____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
70
APÊNDICE D
Roteiro de Observação
ATUAÇÃO DA ENFERMEIRA NO CENTRO OBSTÉTRICO:
I - ADMISSÃO
Apresentou-se pelo nome e função à parturiente ( ) sim ( ) não
Apresentou as dependências do centro obstétrico à parturiente ( ) sim ( ) não
Prestou-se às informações que forem solicitadas pela parturiente ( ) sim ( ) não
Preenchimento de documentos da admissão ( ) sim ( ) não
Pano de parto ( ) sim ( ) não
Uso de protocolo para a realização do parto ( ) sim ( ) não
Outros: ___________________________________________________________________________
II – REALIZAÇÃO DE EXAME CLÍNICO-OBSTÉTRICO NO ATO DA ADMISSÃO:
Anamnese:
Colheu os antecedentes clínicos, obstétricos e ginecológicos ( ) sim ( ) não História da gestação
atual ( ) sim ( ) não
Realização do pré-natal e intercorrências ( ) sim ( ) não
Pesquisa de alergia medicamentosa e queixas da parturiente ( ) sim ( ) não
Avaliação do estado geral, nível de consciência, estado higiênico e nutricional
( ) sim ( ) não
Exame das mucosas oculares e escleróticas ( ) sim ( ) não
Exame das mamas ( ) sim ( ) não
Ausculta dos batimentos cardiofetais ( ) sim ( ) não
Palpação obstétrica ( ) sim ( ) não
Inspeção ( ) sim ( ) não
Realização do toque vaginal ( ) sim ( ) não
Avaliação da dinâmica uterina ( ) sim ( ) não
Avaliação das perdas vaginais (saída de líquido amniótico ou sangue)
( ) sim ( ) não
Pesquisa de edema em face mãos e MMII ( ) sim ( ) não
Avaliação dos movimentos fetais ( ) sim ( ) não
Verificação dos sinais vitais ( ) sim ( ) não
71
Providências quanto aos exames laboratoriais ou ultra-sonográficos
( ) sim ( ) não
Encaminhamento ( ) sim ( ) não
III - ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM DURANTE O PRÉ - PARTO E PARTO
Apoio emocional ( ) sim ( ) não
Fornecimento de informações solicitadas ( ) sim ( ) não
Visita às pacientes da unidade: ( ) todas
( ) as mais graves
( ) nenhuma
Oferecimento de líquidos via oral durante o trabalho de parto ( ) sim ( ) não
Liberdade de movimento e posição durante o trabalho de parto ( ) sim ( ) não
Uso de técnicas não invasivas e não farmacológicas para alívio da dor
( ) sim ( ) não
Exame retal ( ) sim ( ) não
Uso rotineiro da posição litotômica ( ) sim ( ) não
Estímulo a posições não supinas durante o trabalho de parto ( ) sim ( ) não
Uso de luvas no exame vaginal, parto e manuseio da placenta ( ) sim ( ) não
Uso de enema ( ) sim ( ) não
Uso de tricotomia ( ) sim ( ) não
Fornecimento de todas as informações que desejarem ( ) sim ( ) não
Monitoramento do bem-estar físico e emocional da mulher durante o trabalho de parto ( ) sim ( ) nãoSinais vitais:
No pré-parto ( ) sim ( ) não
No parto ( ) sim ( ) não
No puerpério imediato ( ) sim ( ) não
Colher os antecedentes clínicos, obstétricos e ginecológicos ( ) sim ( ) não
A história da gestação atual ( ) sim ( ) não
Realização do pré-natal e intercorrências ( ) sim ( ) não
Pesquisa de alergia medicamentosa e queixas da parturiente ( ) sim ( ) não
Avaliação do estado geral, nível de consciência, estado higiênico e nutricional
( ) sim ( ) não
Exame das mucosas oculares e escleróticas ( ) sim ( ) não
Exame das mamas ( ) sim ( ) não
Ausculta dos batimentos cardiofetais ( ) sim ( ) não
Palpação obstétrica ( ) sim ( ) não
Inspeção ( ) sim ( ) não
Realização do toque vaginal ( ) sim ( ) não
Avaliação da dinâmica uterina ( ) sim ( ) não
Avaliação das perdas vaginais (saída de líquido amniótico ou sangue)
( ) sim ( ) não
72
Pesquisa de edema em face mãos e MMII ( ) sim ( ) não
Avaliação dos movimentos fetais ( ) sim ( ) não
Verificação dos sinais vitais ( ) sim ( ) não
Providências quanto ao exames laboratoriais ou ultra-sonográficos
( ) sim ( ) não
Encaminhamento ( ) sim ( ) não
Outros: ____________________________________________________________
IV – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM DURANTE O PARTO:
Respeito à privacidade no local do parto ( ) sim ( ) não
Uso de luvas no exame vaginal, parto e manuseio da placenta ( ) sim ( ) não
Monitoramento do bem-estar físico e emocional da mulher durante o trabalho de parto ( ) sim ( ) nãoRealização de episiotomia: ( ) uso rotineiro
( ) apenas quando necessário
Ausculta fetal: ( ) intermitente
( ) pouco freqüente
( ) não realizada
Vigilância das contrações uterinas: ( ) acompanhada
( ) não realizada
Toques vaginais: ( ) freqüentes
( ) ideais
( ) por mais de um examinador
Controle no uso da ocitocina e seus efeitos ( ) sim ( ) não
Realização do parto normal sem distócia ( ) sim ( ) não
V – ASSISTÊNCIA AO RECÉM-NASCIDO NA SALA DE PARTO:
Manobras de aspiração de secreções nasofaríngeas ( ) sim ( ) não
Ligadura do cordão umbilical ( ) sim ( ) não
Manutenção da temperatura corporal ( ) sim ( ) não
Aplicação imediata de nitrato de prata à 1% nos olhos do recém-nascido
( ) sim ( ) não
Exame geral do recém-nascido ( ) sim ( ) não
Identificação do recém-nascido ( ) sim ( ) não
Outros: ___________________________________________________________________________
VI – ASSISTÊNCIA NO PERíODO DA DEQUITAÇÃO:
Rigorosa observação das perdas sanguíneas que não devem ultrapassar 500ml
( ) sim ( ) não
Exame rigoroso da placenta após expulsa a fim de detectar anormalidades
( ) sim ( ) não
73
Verificar sua integralidade da placenta ( ) sim ( ) não
Realizar pesagem da placenta sem cordão nem membranas e registrar
( ) sim ( ) não
Fazer revisão da cérvice, vagina e períneo ( ) sim ( ) não
Fazer a episiorrafia, se necessária ( ) sim ( ) não
Controlar os sinais vitais, involução uterina e perdas sanguíneas a cada 15 minutos até atingir duas
horas ( ) sim ( ) não
Transferir a mulher para o alojamento conjunto ( ) sim ( ) não
Outros: ___________________________________________________________________________
VII - FUNÇÕES ADMINISTRATIVAS:
Escala mensal da equipe de enfermagem ( ) sim ( ) não
Supervisão das atividades da equipe de enfermagem ( ) sim ( ) não
Providência da substituição da falta de pessoal ( ) sim ( ) não
Pedidos à farmácia ( ) sim ( ) não
Pedidos ao almoxarifado ( ) sim ( ) não
Supervisão de preparo de material para esterelizar ( ) sim ( ) não
Pedido de material esterelizado ( ) sim ( ) não
Registro dos nascimentos ( ) sim ( ) não
Registro de alta hospitalar ( ) sim ( ) não
Registro de transferência ( ) sim ( ) não
Relatório de plantão ( ) sim ( ) não
Transferências para outros hospitais ( ) sim ( ) não
Outros: ___________________________________________________________________________
FATORES QUE INTERFEREM NA ATUAÇÃO DA ENFERMEIRA NO CENTRO OBSTÉTRICO:
Falta de materiais ( ) sim ( ) não
Falta de recursos humanos ( ) sim ( ) não
Desvio de função ( ) sim ( ) não
Assistência à outras unidades da maternidade ( ) sim ( ) não
Atraso ( ) sim ( ) não
Falta de local para transferência da paciente ( ) sim ( ) não
Relação com os médicos: ( ) Boa
( ) Conflituosa
( ) Não há
Relação com a equipe de enfermagem : ( ) Boa
( ) Conflituosa
( ) Não há
Outros: ___________________________________________________________________________
74
APÊNDICE E
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido informado ao comitê de Ética em pesquisa
Salvador, _____ de ___________________ de 200__
Ao Ilmo Dr.(a) Diretor(a) da Comissão Ética de Pesquisa da Maternidade Tsylla Balbino
O projeto de pesquisa tem como tema: Atuação da Enfermeira em um Centro Obstétrico de uma Maternidade Pública de Salvador-BA. O objetivo do trabalho é descrever a atuação das enfermeiras em um centro obstétrico de uma maternidade pública de Salvador, apontando possíveis fatores que possam interferir ou interferem nessa atuação e identificar suas percepções.
Frente ao exposto, a autora deste projeto solicita, através deste documento, a autorização por parte desta Instituição para realizar a coleta de dados, utilizando como técnica de pesquisa um questionário entregue as Enfermeiras e um roteiro de observação de campo feito pela própria autora sem, portanto, interferir no desenvolvimento das rotinas das mesmas.
Será assegurada a liberdade do sujeito de recusar-se a participar da pesquisa ou retirar seu consentimento em qualquer fase da pesquisa sem ser penalizado ou ter qualquer prejuízo, assim como a manutenção do sigilo que assegure a privacidade do indivíduo e dos seus dados confidenciais envolvidos durante a pesquisa e da instituição avaliada no estudo, conforme princípios éticos de pesquisa que envolve seres humanos através da Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde. Esta Resolução incorpora, sob a ótica do indivíduo e das coletividades os quatro referenciais básicos da bioética: autonomia, não maleficência, beneficência e justiça, entre outros, e visa assegurar os direitos e deveres que dizem respeito à comunidade científica, aos sujeitos da pesquisa e ao Estado.
A autora encontra-se disponível para fornecer explicações e esclarecer dúvidas que venham a surgir em relação a pesquisa.
Atenciosamente
75
____________________________ _________________________ Bianca Sayumi Santos Fernanda Cardel Mendes (Pesquisadora) (Orientadora)
APÊNDICE F
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido
Você está sendo convidado(a) como voluntário(a) a participar da pesquisa: Atuação da Enfermeira em um Centro Obstétrico de uma maternidade pública de Salvador. O motivo que leva a autora estudar esta questão é descrever a atuação da Enfermeira em um Centro Obstétrico de uma maternidade pública de Salvador, identificando os fatores que possam interferir nessa atuação e descrever suas percepções. A pesquisa se justifica pela divulgação de informações que os profissionais de saúde terão acesso, assim como estudantes de graduação de Enfermagem, elevando seus níveis de conhecimento sobre o assunto e podendo intervir na realidade atual. Os procedimentos de coleta de dados serão através de um questionário com perguntas subjetivas que será respondido na própria instituição e entregues no mesmo dia, sem nenhuma intervenção da autora. Após essa coleta, a autora utilizará um roteiro de observação de campo em um intervalo de um mês.
Você será esclarecido(a) sobre a pesquisa em qualquer aspecto que desejar. Você é livre para recusar-se a participar, retirar seu consentimento ou interromper a participação a qualquer momento. A sua participação é voluntária e a recusa em participar não irá acarretar qualquer penalidade ou perda de benefícios.
A pesquisadora irá tratar a sua identidade com padrões profissionais de sigilo. Os resultados da pesquisa serão enviados para a instituição e permanecerá confidencial. Você não será identificado(a) em nenhuma publicação que possa resultar deste estudo. Uma cópia deste consentimento informado será arquivada no Curso de Enfermagem da Universidade Católica do Salvador.
____________________________ _________________________ Bianca Sayumi Santos Fernanda Cardel Mendes (Pesquisadora) (Orientadora)
Considerando que fui devidamente esclarecido(a) sobre o tema e objetivo da pesquisa, e por se tratar de uma coleta de dados mediante preenchimento de documento para fins acadêmicos na elaboração do artigo científico de Bianca Sayumi Santos do curso de graduação em Enfermagem da Universidade Católica do
76
Salvador, aceito participar da pesquisa. Declaro estar ciente de que serão utilizadas somente para fins científicos, sendo que não serei identificado(a) nem meu nome será divulgado._____________________________ ________________ Assinatura do(a) participante Data
77