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Dados Internacionais de Catalogao na Publicao (CIP)(Cmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
ndices para catlogo sistemtico:
Mendona, RitaAtividades em reas naturais [livro eletrnico] /Rita Mendona. -- So Paulo : InstitutoEcofuturo, 2015.5 Mb ; PDF
CDD-304.215-02848
Bibliografia.ISBN 978-85-60833-19-1
1. Atividades estudantis 2. Educao ambiental3. Educao ambiental - Pesquisa 4. Estudosambientais 5. Homem - Influncia na natureza6. Meio ambiente 7. Natureza I. Ttulo.
1. Atividades em reas naturais :Educao ambiental 304.2
FICHA TCNICA
Organizao: Instituto EcofuturoTexto:Rita MendonaDireo: Paulo Henrique Groke JuniorProduo e disseminao de contedos:Palmira Petrocelli NascimentoComunicao:Marina Franciulli Santos
Apoio conceituall:Christine Fontelles,Michelle Martins e Julia de Lima Krahenbuhl
Projeto Grfico:Laika DesignIlustrao capa:Laika DesignEdio do texto:Maria Cludia BaimaReviso e preparao de texto: Vanessa Ferrer
2014
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NCCaptulo IRECIPROCIDADE
Captulo IISOBRE A DELICADEZAE A POTNCIA
Captulo IIIO CORPO HUMANOE A APRENDIZAGEM
Captulo IVCONHECENDO-SE A SI MESMO
Captulo VA NATUREZA NO SALA DE AULA
Captulo VICOMO PLANEJAR UM PROGRAMADE VIVNCIAS COM A NATUREZA
Captulo VIIO APRENDIZADO SEQUENCIAL
Captulo VIII
ESPAOS EDUCADORESOs parques naturaisOs parques urbanosAs praasO jardim no entorno dos edifcios
Captulo IXA TRANSVERSALIDADE NAEDUCAO AO AR LIVRE
Captulo XATIVIDADESPrimeiras aproximaesChegando pertoIntimidadeReflexes e finalizaes
Captulo XICONSIDERAES FINAIS:O PAPEL DO EDUCADOR
REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS
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Quem vive em uma cidade sabe o que viver em meio a ruas asfaltadas, caladas
de cimento e quintais sem um centmetro sequer de terra. Mas mesmo com a predomi-
nncia do concreto e do cinza tem sempre rvores nas ruas, canteiros verdes nas cal-
adas, vasos nas varandas, nos quintais e nos escritrios, e parques para o lazer e bem-
estar da populao. Ningum aguenta viver na ausncia absoluta das plantas, uma vez
que sua presena traz beleza, conforto e harmonia para o ambiente. Hoje em dia h um
movimento crescente de estmulo implantao de pequenas hortas nos apartamentos
e em pequenas reas pblicas, para que as pessoas de vida urbana possam ter a oportu-
nidade de mexer na terra e conhecer o prazer de se alimentar de algo que plantou.
Quem vive em zona rural tambm gosta de ter seu pequeno jardim com florese ervas para alegrar e suavizar a vida. O desejo de conviver com outros seres vivos toca
tanto as pessoas que vivem na cidade como as que vivem no campo. Tanto umas como
outras, apesar de termos um modo de vida cercado de muitos objetos e de estarmos
convencidos da necessidade de absorver tecnologias cada vez mais atuais, no pode-
mos abrir mo de nossa fonte de recursos, de inspirao e de sentido que a natureza.
RIODECAPTULO I
FOTOKRIZKNACKVISITAESCOLAGRACINHA
COMLUIZMENDES
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verdade que hoje em dia observa-se que a maioria das pessoas no cuida
verdadeiramente dessa natureza presente em seu cotidiano, e se relaciona com ela de
forma distanciada e utilitria. As plantas so colocadas para embelezarem os locais, e
so muito poucas as pessoas que realmente gostam, conseguem olhar para elas com
ateno, e sabem o que fazer para atender as suas necessidades, criando com elas
uma relao de reciprocidade. Em nossa cultura, no priorizamos o desenvolvimento
do olhar sobre os outros seres vivos e nos relacionamos com senso prtico como se
eles no fossem vivos. No damos importncia vida que flui neles. Se nos servem
para algo, timo. Se no nos servem, descartamos.
Se somos assim no dia a dia, como vamos nos relacionar de forma diferente
com a enorme quantidade e variedade de plantas e animais existentes nas praas,
parques urbanos e parques naturais destinados conservao da natureza? Nossa
cultura brasileira, to rica e diversificada na msica, na dana, nas artes plsticas, nas
crenas, nos artesanatos, pouco a pouco afastou-se da fonte que nutre e inspira a to-dos, deixando de dar importncia a cada galho que cresce, flor que floresce, pssaro
que canta ao nosso redor todos os dias. Donos de um dos acervos de maior biodi-
versidade do planeta, estamos desprezando nossa maior riqueza. Da a importncia
do trabalho conjunto: pais, professores, monitores ambientais, gestores das reas de
educao, sade, conservao da natureza, sustentabilidade, etc. Precisamos resgatar
o prazer profundo e o sentido de nossas aes
cotidianas, e fazer da natureza a nossa princi-
pal mestra, nos indicando os caminhos pelos
quais a fora da vida possa se expressar com
delicadeza e potncia.
Destinado a educadores em geral o
que inclui todo adulto que ensina por suas
atitudes este livro oferece um farto material
de reflexes sobre os motivos que nos levam
a cuidar e conservar a natureza, e atividades
vivenciais, que estimulam o desenvolvimento
da sensibilidade e a construo de uma rela-
o de reciprocidade com ela, e podem ser
praticadas sozinho, em pequenos ou grandesgrupos amadores e profissionais.
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SRA ECEE TNA
As atividades em reas naturais tm suscitado muitas reflexes que, a partir da ex-
perincia, levam-me a explorar e a compreender campos cada vez mais sutis e delicados.
Visitas sensveis e reflexivas so completamente diferentes das visitas tcnicas ou cientficas
aos espaos naturais, mas podem ser planejadas de forma que uma complemente a outra.
As vivncias consideram o visitante por inteiro, acolhe suas percepes e sentimentos e
busca orient-lo de forma a perceber aspectos muito sutis da mata. J as visitas cientficas
priorizam as informaes sobre aquilo que j se descobriu sobre a natureza, seja o saber
cientfico seja o das culturas tradicionais. Nessas ltimas, os visitantes ocupam uma posturamenos ativa, podendo se encantar com o conhecimento que lhes transmitido. Se planeja-
das de forma que uma complemente a outra, podem oferecer uma experincia fascinante
aos participantes. O importante que haja encantamento, seja pela natureza em si, seja pelo
conhecimento sobre ela que o educador compartilha com seu grupo.
O encantamento fundamental para formar os alicerces de qualquer conhecimento.
CAPTULO II
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Sem encantamento o conhecimento no nos afeta de verdade. importante aqui fazer-
mos as devidas distines entre o encantar-se com o conhecimento e o encantar-se com
o fenmeno natural propriamente dito. Se ambos so muito importantes, reconhecer a
diferena entre eles mais importante ainda. comum darmos importncia muito maior ao
conhecimento do que experincia. Mas quando entramos no campo das vivncias com a
natureza, somos desafiados a rever essa posio. H muitas pesquisas bem fundamentadas
que afirmam que, para melhores resultados na aprendizagem, a experincia aparece como
to importante quanto o conhecimento.
Para nos encantarmos com o conhecimento no preciso ter experincia com o
elemento sobre o qual se aprende. Basta um bom professor, um bom filme, um bom livro.
Mas para nos encantarmos com a natureza, precisamos passar por uma experincia direta
com ela, o que exige participao de corpo e alma. E isso no uma metfora! Claro, po-
demos apreciar e nos encantar com incrveis fotos e filmes de natureza. A diferena entre
esse encantamento e aquele despertado pela experincia direta muito sutil e delicada.Pois podemos, em uma visita a uma rea natural, nos relacionarmos com as coisas vivas
como se elas fossem formas estticas e, ainda assim, belas. Mas h algo a mais nelas que
s percebemos quando nos abrimos a uma disposio especial para essa conexo. que
as coisas vivas esto em permanente mudana. Nunca esto paradas, como usualmente
as vemos. Observar esse movimento o fenmeno mais impressionante para se entrar
em contato e que afeta diretamente nosso olhar e forma de pensar.
O mais incrvel que, como ns tambm estamos nesse processo de permanente
mutao, colocamos intencionalmente o nosso processo vivo em contato com o daquela
planta ou daquele animal e algo invisvel para os nossos olhos comea a ser perceptvel, pois
nossas qualidades mais vibrantes passam a ser sentidas e colocadas a servio desse dilogo.
Para ter experincias diretas com as coisas vivas, somos chamados a participar com o corpo
inteiro, aguando cada um dos nossos sentidos e, mais do que isso, nos dando conta de que
nossa capacidade de percepo muito maior do que aquela que costumamos atribuir aos
sentidos. Diversos pesquisadores apontam que temos muito mais que os conhecidos cinco
sentidos da viso, olfato, paladar, audio e tato. Os demais sentidos esto difusos em nosso
corpo inteiro. Podemos constatar a sua presena analisando a lista abaixo, adaptada dos es-
tudos do educador Michael Cohen, norte-americano vinculado Ecopsicologia. Segundo
ele, ns temos 53 sentidos. Eis alguns deles:
1. Sentidos das radiaes
Percepo da luz mesmo de olhos fechados.
Percepo das cores.
Percepo da prpria visibilidade e sua consequente camuflagem.
Percepo de radiaes alm da luz.
MICHAEL COHEN, RECONNECTING WITH NATURE; FINDING WELLNESS THROUGH RESTORING YOUR BOND WITH THEEARTH, LAKEVILLE, ECOPRESS, 2007.
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Percepo de temperaturas e das mudanas de temperatura.
Percepo das estaes do ano.
Percepo das ondas eletromagnticas.
2. Sentidos das sensaes
Audio, incluindo ressonncia, vibrao, sonar e frequncias ultrassnicas.
Percepo da presso, particularmente no subsolo, sob a gua e sob o vento.
Sensibilidade ao peso, gravidade e ao equilbrio.
Sentir, em especial o toque na pele.
Espao ou proximidade.
Sentido do movimento, sensaes do movimento do corpo e senso de mobilidade.
3. Sentidos qumicos
Olfato, atravs ou no do nariz. Paladar, com ou sem a lngua.
Apetite ou busca de alimento, gua e ar.
Percepo da urgncia da busca de alimento, caa.
Sentido da umidade incluindo sede, controle da evaporao e habilidade para
encontrar gua.
Percepo da ao dos hormnios, como os feromnios, e outros estmulos qumicos.
4. Sentidos mentais
Dor externa ou interna.
Desequilbrio mental ou espiritual.
Sentido do medo, percepo de perigo, morte ou ameaa.
Necessidade de procriao, incluindo percepo do sexo, da corte, do acasala
mento e do cuidado com os filhotes.
Humor, prazer, riso, esportes e brincadeiras.
Sentido de orientao fsica, de localizao, incluindo percepo detalhada da
terra e das paisagens marinhas, das posies do Sol, da Lua e das estrelas.
Percepo do tempo.
Percepo dos campos eletromagnticos.
Percepo das mudanas de tempo/clima. Percepo emocional, de comunidade, de apoio, verdade e gratido.
Percepo de si mesmo, incluindo amizade, companheirismo e poder.
Sentido de dominao e de territorialidade.
Sentido de colonizao, incluindo percepo receptiva dos seres amigos.
Sentido horticultural e habilidade de cultivar e produzir na terra, tal como as
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formigas que cultivam fungos, fungos que cultivam algas e pssaros que deixam
alimento para atrair suas presas.
Sentido da linguagem e de articulao usado para expressar sentimentos e trocar
informaes em cada meio, desde a dana das abelhas at a literatura humana.
Sentido de humildade, apreciao e tica.
Sentido da forma e do desenho.
Racionalidade, incluindo memria e capacidade para a lgica e para a cincia.
Percepo da mente e da conscincia.
Senso esttico, incluindo criatividade e fruio do belo na msica, na literatura,
nas artes plsticas, no design e no teatro.
Capacidades psquicas, como premonies, clarividncia, clariaudio, projeo
astral, certos instintos animais e sensitividade das plantas.
Sentido do tempo biolgico e astral, percepo do passado, do presente e do
futuro. Capacidade de hipnotizar outras criaturas. Sentido de relaxamento e sono, incluindo sonho, meditao e percepo das
ondas cerebrais.
Sentido da formao da pupa, incluindo a formao da lagarta, do casulo
e da metamorfose.
Percepo do estresse excessivo.
Sentido de sobrevivncia, juntando-se a organismos mais estveis.
Sentido da espiritualidade, incluindo a conscincia, a capacidade de amor
sublime, xtase, pecado, tristeza profunda e sacrifcio.
Quando estamos imersos em uma rea natural e buscamos equilibrar os pensa-
mentos e as sensaes, percebemos como podemos nos dar conta de uma infinida-
de de fenmenos que acontecem simultaneamente. Essas percepes so delicadas e
muitas vezes temos dificuldade at de verbaliz-las. Isso no quer dizer que elas sejam
pouco importantes ou imaginrias, mas apenas que no damos a mesma importncia
entre o que material, palpvel e visvel, e o que delicado, sensvel e perceptvel sob
determinadas condies de silncio, concentrao e ateno. Identificar as palavras que
correspondem a essas percepes ajuda a fortalec-las e a dar-lhes uma existncia con-
creta, sem diminuir a sua potncia.
Insistir nessas experincias faz com que percebamos a potncia e a energia dosfenmenos sutis e delicados. Embora saibamos que a vida que nos governa forte e po-
derosa, no estamos acostumados a v-la se expressar, a se apresentar sutilmente diante
de ns. Quando o conseguimos porque entramos em contato com a potncia da vida,
tornando-nos assim mais potentes. No se trata de adquirir poder pela fora. Negar a
potncia da delicadeza com a fora da matria travar uma luta desnecessria entre o
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que podemos controlar dentro e fora de ns.
Para fazer contato com a potncia sutil da vida
precisamos saber controlar a fora dominante
das nossas emoes costumeiras e dos pensa-
mentos agitados.
Todos os seres vivos so formados dessa
fora delicada e sutil que se desenvolve auto-
nomamente, sem comandos externos. Perce-
ber essa fora depender do quanto formos
capazes de comandar internamente, e com
determinao, os pensamentos e emoes
aleatrios que confundem nossa percepo.
Por isso, a experincia sensvel com o mundo
natural pode nos ajudar a nos tornar mais po-tentes e capazes de transformar o mundo agin-
do em favor da vida.
H mais de 4.000 anos, comeamos a
refletir, dialogar e registrar por meio da escrita
os processos de tomada de conscincia. Passa-
mos por diferentes fases do pensamento, desde
a percepo de estarmos imersos em uma na-
tureza que nos antecede, assusta e domina, at
a percepo de estarmos separados dela. Isso
nos permitiu modific-la at sua mais profunda
intimidade, domin-la e a destru-la em nomede um desenvolvimento idealizado de forma in-
dependente das foras naturais. Ao nos afastar-
mos da natureza para construir um mundo que
fosse mais controlado e confortvel, nos afas-
O OO UNE RDAM
CAPTULO III
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tamos tambm do nosso corpo, que a natureza que somos, dando mais importncia
ao pensamento, s descobertas cientficas e ao conhecimento consolidado. Apesar das
ondas crescentes de estmulos boa forma, aos exerccios fsicos nas academias, s
dietas, esses esforos nem sempre conduzem a uma tomada de conscincia do prprio
corpo. Ns ainda vivemos de forma alheia a ele, e j podemos sentir diversos tipos de
desconforto e de doenas.
Ainda que nossas emoes e escolhas definam as formas que o corpo pode to-
mar, ele essencialmente natural. Tudo o que acontece com ele acontece tambm
com as plantas e animais: os processos de desenvolvimento, as necessidades fisiolgi-
cas, as influncias dos ciclos terrestres, da lua e dos astros. Por meio do nosso corpo vi-
vemos um dilogo inconsciente com a Terra, pois para nos desenvolvermos precisamos
interagir intimamente com ela por meio da gua, da respirao e dos alimentos. O modo
como fazemos isso varia de um povo para outro.
Dentro de uma mesma cultura, as variaes se devem aos aspectos psicolgicos,socioeconmicos, emocionais e espirituais de cada pessoa. Ns vivemos em uma cultura
moderna, ocidental e globalizada, a princpio liberal, onde cada indivduo pode se tornar um
cidado e fazer escolhas de acordo com seu livre arbtrio, seguindo apenas as restries le-
gais e de regulamentos formais. Vivemos dentro de um abrangente leque de possibilidades,
e sabemos que este pode se abrir cada vez mais e incluir os anseios de todas as pessoas.
Seja l como fazemos essas escolhas, as fazemos de forma limitada e coerente
com nossas caractersticas corpreas. Nosso corpo um forte elemento da nossa iden-
tidade. No confortvel viver considerando o corpo como algo ao lado de ns. Por
menor que seja a conscincia corporal, o corpo ainda vai funcionar de forma coerente
com a da nossa espcie. Por mais que o clima mude, s vamos conseguir respirar de
acordo com as concentraes de gases, sobretudo oxignio, a partir do qual nosso
corpo evoluiu. Isso ocorreu a partir de uma rede complexa de interaes com milhes
de outras espcies, que estavam ao mesmo tempo regulando os ciclos de todos os
elementos, tornando as concentraes de gases muito especficas para que a Terra pu-
desse acolher tanta variedade de espcies. Os seres vivos produzem, a todo instante,
quase todos os gases que compem a atmosfera, realimentando-a permanentemente,
de forma a manter o equilbrio exato e necessrio para a vida na Terra. A taxa de oxignio
da atmosfera constante, em torno dos 21%. Um pouco mais que isso haveria incndios
por toda parte; um pouco menos, morreramos.E se os seres vivos no transformassem os nitratos salgados em nitrognio, e no
lanassem esse nitrognio no ar, os mares se tornariam muito salgados para que a vida
continuasse a existir neles, e a atmosfera perderia seu equilbrio. (Elisabeth Sahtouris)
Mas o que isso tem a ver com o aprendizado? Nosso crebro evoluiu a partir des-
sas interaes e precisaremos sempre delas para continuar evoluindo. Todas as espcies
ELISABET SAHTOURIS,A VIDA OCULTA DE GAIA, SO PAULO, GAIA, 1997, IN ANA AUGUSTA ROCHA, SOMOS TERRA,SO PAULO, AUANA EDITORA, 2011.
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coevoluem. No possvel seguirmos nosso caminho evolutivo de forma independente
das outras espcies. Quanto mais espcies conseguirmos conservar, mais espcies tere-
mos para interagir, mais ricas sero as trocas biolgicas e maiores possibilidades teremos
para o futuro. fundamental refletirmos sobre isso ao discutirmos o papel da educao
e ao pensar uma outra educao que considere a evoluo biolgica humana.
Segundo Elisabeth Sahtouris, a inteligncia fonte, e no resultado da evoluo. A
vida um processo inteligente. Ns, humanos, somos capazes de criar conscientemente
mundos muito diferentes dos ambientes a partir dos quais emergimos, mas ainda assim
nossa inteligncia segue sendo um fenmeno biolgico. Nunca deixamos de interagir
com todos os seres vivos, como acontece com todos os processos vivos desde o incio
da vida na Terra. Por isso, mais do que nunca to necessrio aprender a ouvir a natu-
reza para seguir criando mundos integrados evoluo dos processos vivos. Podemos
optar pela vida ao escolher os caminhos do desenvolvimento social, se quisermos.
Acreditamos que podemos desenvolver a inteligncia de uma forma integral, pormeio de uma educao que enfatize os processos vivos e que seja aberta s interaes e
cuidados com outros seres. Acreditamos, tambm, que o aprendizado pela experincia
fundamental para embasar o conhecimento que se quer transmitir na educao. A
experincia consegue trazer nossa ateno para a percepo do agora nico tempo
em que o vivo pode ser realmente sentido/percebido. Assim como na metamorfose,
no agora que o velho e o novo coexistem, ou seja, o conhecimento pr-existente e
o aprendizado pela experincia juntos possibilitam que cada passo no aprendizado
seja um passo biologicamente evolutivo.
Por isso to importante trabalhar com as crianas fora da sala de aula. Lev-los
para aprendizagens ao ar livre resgatar os aspectos essenciais da inteligncia humana
e coloc-los disposio da evoluo da vida. Ao mesmo tempo, proporciona a profes-
sores, educadores e pais, momentos prazerosos de intenso estmulo sensorial, quando
todos participam como seres integrais com o que tm de melhor. Nessas situaes,
professores, alunos e pais se tornam aprendizes e podem melhorar e aprofundar suas
relaes pessoais. Os padres pr-estabelecidos se flexibilizam e todos caminham jun-
tos com confiana e afeto.
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CHEO AA I EO
O que fazer para conhecer mais nossa prpria natureza? Todos sabemos que
somos diferentes uns dos outros. Embora tenhamos noo de nossa singularidade, mui-
tas vezes agimos como se tivssemos as mesmas necessidades, temperamentos ou
reaes. Nossa cultura nos faz ter a impresso de sermos homogneos, com metabo-
lismos, medidas e estilos iguais; como se reagssemos da mesma forma aos estmulos
da propaganda. importante pararmos para nos auto-observar e reconhecer o nosso
perfil especfico, de forma a afirmar nossa potncia no mundo. Precisamos desenvolver
o senso crtico e cultivar discernimento das coisas, pessoas e lugares.
Quanto mais sabemos de ns mesmos, mais podemos ser autnticos e nos mos-trar inteiros a todos. Para os educadores, e nessa categoria incluo os pais e todos que
se relacionam com crianas, isso especialmente importante, pois o que elas mais pre-
cisam de adultos que se relacionam com a vida de forma consciente e genuna, que
observam, refletem e reagem de forma coerente. Apesar de estarmos to perto de ns
mesmos, nem sempre fcil saber quem somos. Isso requer tempo, disponibilidade
CAPTULO IV
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para ver tanto nossa luz quanto nossa sombra e coragem para assumir quem somos.
As dicas deste captulo podem ajud-lo a seguir um caminho de permanente
ampliao da conscincia e de aceitao de si, mesmo quando estiver vivendo um
importante processo de mudana.
Entenda que, para se conhecer, voc no precisa mudar de trabalho. Toda ati-
vidade tem prs e contras, uma vez que todos temos muitos lados. Mas quando
observamos, com pacincia e cuidado, como reagimos aos desafios do dia a dia pro-
fissional, aprendemos a passar mais tempo fazendo o que nos apraz e menos tempo
naquilo que nos incomoda. Algumas pessoas que gostam muito do que fazem no
conseguem distinguir momentos de frias dos momentos de rotina diria, pois tm
uma relao to estimulante com o trabalho que ele se torna um prazer, tanto quanto
estar na praia ou na montanha!
Quando perguntavam ao Mahatma Gandhi, que trabalhou to intensamente para
libertar a ndia de forma pacfica, se ele no deveria tirar umas frias de vez em quando,
ele respondia: Mas eu estou sempre de frias!. Acredito ser este o estado ideal a ser
buscado em relao ao que fazemos. Outro aspecto importante garantir que haja
sempre aprendizado em suas atividades. Aprender uma das caractersticas que nos
faz humanos. Permanecer numa situao de repetio e monotonia no torna nossa
vida significativa, nem nos faz sermos o melhor que poderamos ser. Todos estamos
em evoluo, e nos seres humanos a evoluo se d na conscincia, que s se expan-
de enquanto se mantm aprendendo. No basta aumentar os conhecimentos sobre o
que nos interessa. preciso tambm aprimorar incessantemente nossa compreenso
do mundo, da razo das coisas serem como so. Procure compreend-las. Use a lin-
guagem do corao para fazer contato com o que precisa ser compreendido.
Evite a comodidade de repetir o que j conhece e fez no ano passado. Mes-
mo sobre um tema conhecido possvel um olhar inusitado e coerente com seu
estado emocional. Isso vai ficando mais fcil pelo contato com a natureza. Voc se
perceber diferente a cada dia, com novos humores, necessidades e disposio. Tire
proveito dessas variaes tornando seu dia agradvel. Sinta respeito por si mesmo e
tudo fluir harmonicamente.
A fim de atender vrias demandas, comum deixarmos de respeitar nossos pr-
prios limites. Com o tempo, isso gera doenas e estresse. Seria bom reconhecermos
que a maioria das doenas so reaes da alma ao no atendimento de suas neces-
sidades mais profundas. Por isso, importante a auto-observao e os momentos de
cuidar de si mesmo.
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Se voc quiser levar a srio o seu pro-
cesso de auto-conhecimento, faa um Dirio
de Campo. Por que de campo, se voc no
um cientista em viagem de explorao? Bem,
na minha viso, voc , sim, um cientista. A
vida uma grande aventura que merece ser
observada, como fazem os exploradores. Pe-
gue um caderno pequeno e deixe-o na cabe-
ceira da cama. No o trate como um dirio no
sentido convencional, mas escreva somente o
que sente que importante: os aprendizados
do dia, o que te tirou do lugar, o que invisvel,
mas que voc conseguiu observar. Garanto
que nada disso ocupa tempo. Uns 10 minutos,
no mximo. Quando isso fizer parte de sua ro-
tina voc poder sentir os benefcios. Apenas
anote e deixe fluir. A vida fluxo. Tanto a nos-
sa como a da Terra, que so a mesma, afinal!
Nunca teremos certeza sobre como foi o seu
Sente-se e respire calmamente. Bastamalguns minutos de auto-observao, atmesmo cinco minutos, todos os dias.Observe a respirao, os pensamentos.Apenas observe-os, criando umaintimidade com eles. Procure fazer issotodos os dias, de manh e noite, antesde dormir. Pela manh, defina umainteno para o seu dia. Algo como umaemoo ou imagem que possa permeartudo que fizer. E noite, antes deapagar a luz, reveja a influncia que suainteno teve nas atividades, relaes ereaes do dia. Com o tempo possvelperceber que a mente capaz de
muito mais do que se imagina. Uma dasprimeiras concluses que essa prticatraz que a felicidade e o bem-estar sofundamentais para que haja harmoniaem nossa vida.
DICAS PARA COMBATER O ESTRESSE:
comeo e como ser o seu fim. O melhor que podemos fazer
honrar e cuidar desse fluxo que passa por ns neste momento.
O que tudo isso tem a ver com as atividades em rea natu-
rais? Se tivermos um bom trabalho interior poderemos desfrutar
das atividades com a natureza de forma muito mais proveitosa, re-
conhecendo as qualidades sutis que nos unem a todas as plantas
e animais, e fazendo dessas visitas verdadeiros encontros de reco-
nhecimento da fonte que nos une e nos distingue. As experincias
sero momentos de celebrao e afeto.
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A ARA O LDAA
Para trabalhar fora da sala de aula preciso reconhecer as caractersticas de um
espao aberto e fazer proposies educativas coerentes com ele. Sair da sala de aula
para dar aulas da mesma forma que entre quatro paredes o mesmo que ficar em
uma piscina como se estivesse em uma banheira! preciso aproveitar ao mximo essa
sada, que vai requerer do professor o uso de outras estratgias e um posicionamento
diferente. O espao fechado da sala de aula permite que o professor controle o com-
portamento dos alunos. No espao aberto, a atitude controladora precisa ser substituda
pela de coaprendiz, corresponsvel e orientador, pois nada na natureza passvel de
controle; ela radicalmente espontnea e influencia os visitantes instantaneamente!
Para promover essa mudana, o professor deve criar reciprocidade e confiana
com seu grupo. Antes de sair da sala, recomendo a prtica de Jogos Cooperativos para
desenvolver o senso de coletividade, de cooperao e complementaridade, favorecen-
do relaes harmoniosas por todo o ano.
saiba mais sobre jogos cooperativos em www.Jogoscooperativos.Net. Tambm recomendo o livro JOGOS COOPERATIVOS:
SE O IMPORTANTE COMPETIR, O FUNDAMENTAL COOPERAR! , DE FBIO OTUZI BROTTO, publicado pelo projeto
cooperao, em 1997.
CAPTULO V
RITA MENDONAATIVIDADES EM
REAS NATURAIS
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Um outro estilo de jogos proposto por David Earl Platts, que facilitou incontveis
processos de integrao de grupos na ecovila de Findhorn, na Esccia. Seus jogos, no
livroAutodescoberta divertida uma abordagem da Fundao Findhorn para desenvolver
a confiana nos grupos,so delicados, simples e muito eficazes. Recomendo-os para a
construo e fortalecimento de grupos, mesmo quando permanentes, como os de estu-
dantes. Tanto os jogos cooperativos quanto os de Findhorn no so voltados para expe-
rincias com a natureza, mas so importantes para a percepo individual de si mesmo e
do grupo, e para desenvolver o senso de pertencimento e vnculo, fundamentais para o
comportamento ambientalmente engajado que desejamos que todos desenvolvam.
A metodologia desenvolvida pela Sharing Nature Worldwide, chamada em ingls
de Flow Learninge, em portugus, de Aprendizado Sequencial, inteiramente dedicada
s vivncias com a natureza. Excelente para o educador que decide sair da sala de aula
com os alunos, parte do pressuposto de que, por mais que o professor tenha uma tem-
tica central a desenvolver, o reconhecimento e a interao com os elementos vivos do
ambiente devem ser priorizados dentro dos contedos a serem trabalhados. Estes so
contedos imprevisveis, assim como imprevisvel o que mais vai chamar a ateno e
atrair o interesse dos alunos.
Para trabalhar fora da sala de aula, o professor deve conhecer a si mesmo e mo-
dificar, pouco a pouco, suas relaes com a classe. Estas precisam ser verdadeiras, olho
no olho, sob uma atmosfera de confiana, entusiasmo e alegria. As aulas podem seguir
os temas planejados ou no. O professor pode intercalar as aulas temticas com aulas
de explorao do mundo sua volta. Todas as disciplinas podem ser trabalhadas fora
da sala de aula e com a natureza. Mais do que um tema a mais, a natureza vai estimular
os sentidos, o senso de interesse pelo conhecimento e o entusiasmo de aprender pela
experincia. Alunos com dificuldades em temas especficos podem super-las sendo
levados a um local aberto, possivelmente mais coerente com seu ambiente interno.
Todos podemos reconhecer o que o nosso ambiente interno e o externo. Um
est dialogando com o outro o tempo todo. Quanto mais diversificado o ambiente ex-
terno, mais oportunidades cada um ter de criar um rico ambiente interno. As salas de
aula estimulam o plano mental. O ambiente ao ar livre estimula o ser integral, com o
corpo, sentidos, sentimentos em equilbrio com o plano mental.
As crianas so a natureza tornando-se humana. importante que elas tenham o
direito convivncia com os outros seres vivos com os quais elas sentem grande proxi-
midade. As vivncias com a natureza devem, nesse sentido, conservar o vnculo que as
crianas j tm, conservando assim sua essncia, e so uma forte aliada da educao
do ser humano integral.
A natureza tambm pode ser escolhida como o ambiente mais favorvel apren-
dizagem, permitindo que os alunos aprendam de forma orgnica e respeitosa de suas
SHARING NATURE WORLDWIDE WWW.SHARINGNATURE.COM, INICIATIVA REPRESENTADA NO BRASIL PELO INSTITUTO ROM
WWW.INSTITUTOROMA.COM.BR.
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caractersticas individuais. Em espaos abertos, os alunos podero caminhar devagar
com o grupo em duplas ou em pequenos grupos , ou ficar sentados no cho em
crculo para compartilhar descobertas e se encantar com o que quer que os atraiam.
Com o tempo, o professor poder reconhecer aprendizagens igualmente impor-
tantes, despertando o interesse para outros contedos, melhorando as relaes sociais
dos alunos entre si e com ele, aumentando a capacidade de aprender, desenvolvendo
a capacidade de ter autonomia e reflexo, mobilizando-se na reparao ou construo
de algo de interesse coletivo.
O dentro e o fora , na verdade, um gradiente de situaes entre as mais internas
e as mais externas. Mas estamos acostumados a ver que uma coisa dentro da sala de
aula, outra coisa fora dela. Uma coisa o que pulsa dentro de mim, outra coisa o que
vibra fora. Uma coisa o que acontece no mbito escolar, outra coisa o que acontece
na sociedade.
Podemos integrar esses campos. Est na hora de fazermos as pontes e colocar-
mos abertamente, em nossas relaes, aquilo que somos interiormente. Fazer a ponte
entre a sala de aula e o mundo. Fazer a ponte da escola como vetor de construo da
sociedade. Fazer a ponte entre a sociedade e a natureza, em que uma aspecto essen-
cial da outra.
Sair da sala de aula pode ter um papel poltico-social muito maior do que se pode
imaginar. Significa posicionar-se pela construo de uma sociedade que inclua as dife-
renas e oposies. E que, em todas as situaes da vida, mesmo as mais difceis, sejam
momentos privilegiados de aprendizagem
Aula fora da sala diferentede sala de aula ao ar livre?
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CO LER M RRADVNAC NUZ
Para conduzir um grupo de Vivncias com a Natureza recomenda-se que o edu-
cador planeje as atividades em detalhes. Costuma-se dizer que ele se torna um artista
que dispe de trs elementos:
a si mesmo, com suas disposies e inspiraes;
a rea natural e suas caractersticas prprias;
o perfil do grupo
Quanto mais conhecimento tiver sobre esses trs elementos, mais chances ter de
realizar uma atividade prazerosa e rica em aprendizagens para todos. Para isso bom que:
O educador faa uma visita prvia ao local, percorrendo todo o percurso que
far com o grupo, mesmo que conhea a rea e a visite com frequncia. A natureza
muda todos os dias e quanto mais bem informado, (galho que caiu, nova toca de tatu,
rvore que floriu, pegadas de animais, etc.) melhor proveito poder tirar delas. Entre em
CAPTULO VI
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contato com as qualidades nicas daquela mata, percebendo as nuances que a fazem
ser quem . Por exemplo, cada trilha de Mata Atlntica tem suas prprias singularidades
e importante que possa perceb-las, muito mais do que saber quais so suas carac-
tersticas comuns. So essas qualidades prprias que sero suas aliadas ao conduzir um
programa com seu grupo.
Enquanto percorre a trilha, anote os locais onde pretende fazer cada atividade.
Programe o tempo delas e o tempo total que levar para percorrer a trilha com todas
as atividades. importante esse planejamento para ter a segurana de, no momento
em que estiver com o grupo, poder modific-lo inteiramente, caso as demandas do
momento exijam.
Conhea o perfil do pblico: sua mdia de idade, a experincia com esse tipo
de atividade, o motivo da visita, entre outros aspectos. Isso importante para que o edu-
cador planeje as atividades de forma coerente e alinhada com o pblico que ir conduzir.
Sempre que possvel, prepare uma ficha de inscrio, que deve ser preenchida e enviada
antes da visita, para que estude o perfil do grupo e escolha as dinmicas adequadas.
Tenha o material adequado. Algumas atividades precisam de materiais como
papel, lpis, vendas, atividades impressas. essencial que o educador tenha os materiais
adequados para a atividade que quer propor. Aconselha-se que leve os materiais consigo
e os distribua apenas no momento de cada exerccio.
Faa o planejamento das atividades. O planejamento prvio serve para deixar o
educador seguro e preparado. Deve planejar mais atividades do que conseguir aplicar,
eliminando algumas durante a visita. O fato de no conseguir aplicar tudo o que plane-
jou no sinal de fracasso, apenas sinaliza que o educador foi sensvel para atender as
necessidades do momento e no ficou apegado ao roteiro. Mais vale ter um olhar atento
para as necessidades do grupo. E ainda, se sentir que deve propor algo no previsto,
deve tentar atender. Com a prtica percebe-se ser este um trabalho que traz grande
aprendizagem ao educador, que serve ao propsito maior das vivncias, ou seja, de
proporcionar momentos de forte interao e integrao das pessoas consigo mesmas,
umas com as outras, e com a natureza.
Tenha algum como assistente. possvel conduzir sozinho um programa de
vivncias com a natureza, mas com algum para ajudar melhor. Um assistente d su-
porte nos cuidados, distribuio e recolhimento dos materiais, pode evitar a disperso
da trilha, pode dar mais ateno aos participantes e atender em outras situaes que o
educador precisar.
Prepare-se e concentre-se antes de comear. Reserve um tempo para isso, da
maneira que achar mais conveniente. Este momento serve para o educador focar sua
ateno, renovar suas intenes e se conectar com o lugar onde realizar as atividades.
Aprenda a lidar com o imprevisvel. Saber que os fatos da vida so imprevisveis
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um passo. O seguinte perceber como cada
pessoa reage diante do imprevisvel. Caminhar
na natureza contatar o imprevisvel. As matas
em geral tm um microclima diferente do que
pode ser previsto pela meteorologia de uma
dada regio. Podemos ser surpreendidos por
chuva em poca de seca e caminhar sob um
sol escaldante em tempos de chuva. Portan-
to, fundamental aprendermos como reagir
diante desse fato da vida. Explorar essa ques-
to criar alicerces slidos e educativos na
psique nos estudantes. Ao expor-se ao tempo,
o visitante pode abandonar a antiga postura de
querer planejar e controlar tudo para aceitar e
ampliar sua percepo do que acontece. Para
que lado sopra o vento? Que mudanas ocor-
reram durante o dia? Quais variaes de luz?
Que grfico cada um faria sobre as oscilaes
da prpria percepo trmica? A temperatura
muda durante um dia e, com ela, a sua percepo. O que acontece quando chove?
Que tipo de modificaes a chuva provoca ao planejamento da visita? Visitar um lugar
tambm significa visitar a sua chuva? Abandonar o desejo de controlar o incontrolvel
um gesto transformador. Preparar as pessoas para isso muito mais realista do que
criar ou reproduzir realidades imaginadas sem conexo com a realidade da vida.
Estas orientaes auxiliam o educador para uma conduo bem sucedida de
um programa de atividades com a natureza. Tudo para que os participantes tenham
uma experincia profunda e intensa, por meio de uma atmosfera leve e alegre criada
pelo educador, de forma que todos se coloquem a servio da vida, cumprindo cada
um o seu propsito com entusiasmo e inteireza.
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O PNZO EEI O nome original em ingls da metodologia Aprendizado Sequencial Flow Learning.
Criada para ser aplicada em rea ao ar livre, de preferncia rica em natureza, foi de-
senvolvida pelo professor Joseph Cornell, fundador da organizao Sharing Nature
Worldwide.No Brasil, suas atividades so coordenadas pelo Instituto Rom de Vivn-
cias com a Natureza. Segundo Cornell, essa metodologia serve para as pessoas apren-
derem por meio da experincia com a natureza, saindo do mbito das ideias, infor-
maes e conceitos, ou para que ao menos possam formul-los a partir da prpria
experincia. Ele empenhou-se em criar atividades delicadas com grande potencial de
levar as pessoas a percepes sutis do mundo natural. Acreditando que a sensibilidade
o fruto mais precioso da educao, suas atividades Sharing Naturepermitem que
todos educadores e participantes aprendam com o corao.
O educador que conduz uma vivncia com o Aprendizado Sequencial se i nspira
nas seguintes recomendaes:
Ensine menos e compartilhe mais.O educador se mantm aberto para que a
natureza seja a mestra e que ele seja um facilitador desse processo. Espera que os par-
ticipantes se surpreendam com os fenmenos naturais, e se encantem com tudo que
Esta metodologia apresentada detalhadamente no livro VIVNCIAS COM A NATUREZA 2, DE JOSEPH CORNELL, SO
PAULO, EDITORA AQUARIANA, 2008. Os comentrios e recomendaes aqui propostos so baseados nas experincias do
Instituto Rom de Vivncias com a Natureza, www.institutoroma.com.br
CAPTULO VII
FOTO:JULIANACOUTINHOACERVOECOFUTURO
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ele compartilhar. No vai ensinar coisas, passar contedos, mas compartilhar as ex-perincias que ele prprio vivenciar. E, claro, como o faz sempre e profissionalmente,
pode ser que ele tenha mais i ntimidade com a natureza e mais repertrio, chamando
ateno para aspectos que o atrarem durante a visita.
Seja receptivo.O educador no est ali para julgar o que as pessoas sabem
ou deveriam saber sobre a natureza, nem como deveriam se comportar. Deve ser
receptivo tanto s pessoas organizando de forma a conduzi-las para um estado de
encantamento quanto aos fenmenos naturais.
Concentre a ateno das pessoas.Todos aproveitaro melhor a visita se as
pessoas acalmarem a mente e atentarem para o que a natureza apresenta naque-
le instante. Isso no fcil, mas o educador ter ferramentas que o ajudaro nessa
etapa fundamental da metodologia, pois sem esse aquietamento no d para afinar
a percepo e a observao, bloqueando o acesso ao campo sutil e fascinante dos
processos vivos.
Observe e sinta primeiro, fale depois.Os fenmenos naturais podem nos sur-
preender a qualquer momento e serem apreciados com profundidade e detalhe.
comum que, como educadores, tenhamos o impulso de comentar, exclamar. No
deixa de ser bom comunicar o espanto, mas falar logo tambm diminui as possibili-
dades de uma apreciao mais profunda, de internalizao e identificao no prprio
corpo de como certo fenmeno afeta cada um. Quanto mais identificarmos como equanto aquilo verdadeiramente nos afeta, mais impresses positivas se enraizaro em
ns. Isso especialmente importante pois no podemos perder a capacidade de con-
templar, de nos encantarmos com o belo e de sustentar o espanto diante do milagre
da vida. Com essa vivncia, criamos um espao interno capaz de conviver com o que
bom, belo e verdadeiro, ampliando-o e fortalecendo-o.
Crie um ambiente leve, alegre e receptivo. Toda experincia com a natureza
pode ser leve, de forma que os fluxos vivos sejam compartilhados tal qual uma dana
suave ao sabor do vento. A alegria, que inicialmente costuma ser agitada e animada,
pode tornar-se profunda, no decorrer da experincia. Conhecemos pelo menos essas
duas possibilidades de alegria e ambas precisam ser experimentadas, e suas impres-
ses marcadas em nossa experincia corporal. A terra, as plantas e os animais so na-
turalmente receptivos nossa visita. Nossas imagens e emoes que os tornam, s
vezes, assustadores. Existe uma relao direta entre o comportamento das pessoas e
os riscos de se machucarem de alguma forma. preciso criar um ambiente receptivo
para sermos acolhidos pela natureza e assim desfrutar de sua hospitalidade, evitando
aes agressivas ou desatentas, caminhando com cuidado e interesse.
Trabalhe COM a natureza e no para ela.O grande diferencial do Aprendizado
Sequencial possibilitar um dilogo intenso com a natureza. O tom de parceria e
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no com a postura de quem vai salv-la ou de quem generoso e
deseja sua sobrevivncia. A vida se mantm por meio de fluxos invisveis
e sutis, porm fortes, potentes e cheios de energia. Ela tambm flui em
ns, embora isso no seja to evidente.
O Aprendizado Sequencial prev um conjunto diverso de ativi-
dades, jogos e dinmicas que seguem um fluxo de energia, da mais
agitada para a mais concentrada, depois para a contemplativa e em
seguida para a potica. O educador escolhe as atividades que preferir,
de acordo com o local e com o grupo.
As quatro fases do Aprendizado Sequencial sero descritas a se-
guir. Algumas atividades sero apresentadas nos diferentes captulos, de
acordo com o grau de intimidade com a natureza que elas requerem.
FASE 1 DESPERTAR O ENTUSIASMO Para comear, o educador deve criar uma atmosfera de grupo, ou seja, que cada
participante tenha percepo clara de que est em grupo e de que a visita trar experi-
ncias individuais, mas dentro de um contexto coletivo. As disposies e atmosferas dos
participantes tendem a variar, e esta primeira fase excelente para harmonizar e para criar
uma atmosfera prpria daquele grupo naquele momento. No caso de j terem passado
por outras atividades que contriburam para os objetivos acima citados (como atividades
corporais, danas circulares ou jogos cooperativos), ento o educador poder decidir se
ainda inclui alguma atividade da Fase 1. Caso queira muito propor algumas delas, sugerimos
que escolha apenas uma ou duas.
Qualidades:
Divertimento, ateno, conscincia de pertencimento ao grupo, harmonizao das
disposies dos participantes.
Objetivos:
Criar atmosfera de entusiasmo.
Tornar dinmico o incio e estimular a receptividade. Superar a passividade.
Criar envolvimento.
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Minimizar problemas de disciplina.Desenvolver conexo e afeto pelo educador.
Criar boa dinmica de grupo.
Proporcionar direcionamento e estrutura: revela ao grupo que as vivncias esto
organizadas e tm objetivos claros.
Preparar para as prximas atividades, mais sensveis.
De um modo geral, no h um nmero definido de atividades. O educador deve
estar pronto para conduzir trs ou quatro atividades para cada fase, sempre observando se
o grupo j alcanou os objetivos daquela fase. Nesse caso, deve abrir mo das atividades
restantes planejadas, indo para a fase seguinte. O importante que ele esteja flexvel e
atento aos movimentos do grupo. Por outro lado, se o educador no conseguir alcanar
os objetivos acima, deve propor mais atividades desta fase at consegui-los. Como quase
sempre existe restrio de tempo, no deve se preocupar se no conseguir passar pelas
quatro fases. melhor permanecer no ponto em que as pessoas esto e atend-las no queprecisam e podem naquele momento, do que propor atividades mais sensveis e o grupo
no conseguir concentrao e aproveitamento. No recomendamos entrar em uma trilha
com as pessoas ainda agitadas e dispersas. Alm de no aproveitarem, no conseguiro
ouvir as orientaes do educador e isso pode significar situaes de perigo.
FASE 2 CONCENTRAR A ATENONos programas do Instituto Rom, realizados em ambientes brasileiros, comum
que as atividades da Fase 1 aconteam em rea aberta e com menos elementos naturais,
e que as atividades da Fase 2 em diante sejam feitas nas trilhas. Antes de entrar na trilha
recomendamos que faam uma roda e que o educador retome com o grupo o que acon-
tece no momento presente: o grupo, as atividades, a busca da conexo com a natureza,
a evoluo das espcies, em quais etapas a espcie humana se desenvolveu junto com
todas as demais espcies, o que distingue os humanos dos outros seres vivos, o que nos
une, enfim, tudo o que o educador possa trazer para que o grupo atinja o mximo grau de
conscincia do agora possvel. Pode tambm fazer observaes sobre o corpo e sugerir
que observem como esto sentindo as diferentes partes do corpo e que emoes pulsam
mais forte naquele momento. Aqui inclumos tambm alguns exerccios de alongamento
e conscincia corporal, a fim de criar um ambiente propcio para o que vem a seguir. Da
Fase 2 em diante, todos tendem a estar mais atentos aos eventos da natureza e a falar cada
vez menos, naturalmente. O educador deve concentrar as suas falas nas explicaes dasatividades; quando for o caso, facilitar o dilogo sobre as experincias no final daquela
atividade especfica. Isso deve ocorrer sem proibies ou in ibies.
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Qualidades:Desenvolver a receptividade.
Objetivos:
Aumentar o nvel de ateno.
Ampliar a percepo pelo aumento da ateno.
Canalizar positivamente a energia do entusiasmo trabalhada na Fase 1. Desenvolver
habilidades de observao.
Acalmar a mente e mant-la alerta.
Desenvolver a receptividade para experincias mais sensveis com a natureza.
Assim como na Fase 1, desejvel que os objetivos desta fase sejam atendidos antes
de ingressar na prxima. Esta metodologia parte do pressuposto de que no possvel
ampliar a percepo e entrar em conexo profunda com a natureza sem um trabalho de
acalmar a mente, como proposto na Fase 2. A natureza tende a no se mostrar paraquem est agitado, desinteressado e sem vitalidade. As atividades desta fase so preciosas
para resgatar a percepo e conexo consigo mesmas, uma vez que hoje as pessoas vivem
agitadas e dispersas, com dificuldade de concentrao.
FASE 3 EXPERINCIA DIRETAAs atividades da Fase 3 so as mais sensveis e delicadas. As anteriores preparam o
grupo para este momento especial, em que a natureza, com toda sua plenitude e beleza,
pode se revelar. Poucas so as pessoas que sempre esto em estados de calma e alinha-
mento interior, a ponto de j estarem prontas para a Fase 3. Mas pode ocorrer de um grupo
optar pela meditao, yoga ou atividades marciais orientais, ento no ser preciso propor
atividades das Fases 1 e 2.
Qualidades:
Absoro, intuio, conexo, empatia, vnculo.
Objetivos:
Aprender com o corao.
Aprender pela experincia direta, intuitiva, vivida.
Estimular o encantamento, a empatia e o amor.Compreender com profundidade os ideais ecolgicos.
Permitir que a natureza se revele.
O fato de algum j ter feito uma atividade de experincia direta no quer dizer que
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no possa fazer novamente, pois tudo o que est vivo est em movimento. Nenhuma plan-ta ou animal, nem mesmo ns, estamos estticos. As transformaes so lentas e cons-
tantes, de modo que tais atividades sempre podem revelar alguma surpresa, por mais que
as pessoas j as tenham praticado em um mesmo ambiente. No se navega duas vezes
em um mesmo rio j dizia Herclito! Por tambm vivermos em processo vivo, e por estas
atividades proporcionarem o contato com fluxos vivos, tem-se a uma maravilhosa oportu-
nidade para estabelecer vnculos, que se tornaro, em muitos casos, indissolveis.
FASE 4 COMPARTILHAR A INSPIRAO
Aps a imerso gerada pelas atividades da Fase 3, muitos tero feito contato com
aspectos da natureza e de si prprios antes desconhecidos, com uma impresso interior
fcil de se dissipar, mesmo que tenha sido muito agradvel. Por isso, a Fase 4 muito im-
portante: ajuda os participantes a terem conscincia e a darem nome experincia que
tiveram, de forma que ela passe a fazer parte de sua histria. Ao ouvir as inspiraes dos
outros, a aprendizagem de cada um se amplia, permitindo, muitas vezes, identificar aspec-tos da prpria experincia.
Qualidades:
Ampliao, enraizamento, expresso.
Objetivos:Clarificar e intensificar as experincias pessoais
Reforar o sentimento de equidade.
Nomear experincias profundas.
Estimular a expresso artstica.
Criar vnculo.
Dar um feedbackpara o educador, para que perceba se alcanou seus
objetivos pelo nvel de inspirao das expresses dos participantes.
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EAOECOSOs espaos educadores so os ambien-
tes naturais, em seu gradiente de presena de
uma variedade de seres vivos. O educador que
vai trabalhar ao ar livre encontrar pelo menos
um desses ambientes; parques naturais, par-
ques urbanos, praas e jardins.
CAPTULO VIII
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OPQS ARSOs parques naturais so as reas naturais que foram escolhidas para serem protegidas,onde no permitido nenhum tipo de explorao que afete a sade de seus ecossistemas.
So tambm conhecidas como Unidades de Conservao da Natureza. Este o termo
tcnico utilizado pelos rgos gestores. Podem ser particulares ou pblicas, municipais,
estaduais ou federais. Estas reas foram definidas como UC (Unidade de Conservao) por
apresentarem caractersticas ecolgicas fundamentais para a proteo das espcies. Os
ecossistemas ali protegidos se desenvolvem expressando ao mximo as suas caractersticas
naturais. Em comparao, nos parques urbanos ou jardins, as plantas, principalmente, foram
escolhidas e plantadas segundo algum critrio paisagstico.
Numa UC no h expectativas nem definies sobre onde e como devem crescer
as plantas. Nessas reas, a natureza quem dita as regras. Em geral, so reas extensas,
pois um ecossistema exige uma rea grande para que as espcies possam se reproduzir,
amadurecer e garantir a sade, a diversidade e a vitalidade de seus componentes. Muitasescolas levam os alunos para UCs, que costumam receber visitas escolares. Algumas moni-
torias so especializadas em vivncias com a natureza e conduzem crianas e jovens a uma
aventura de aprendizagem sensvel com a natureza. Dentre estes ltimos podemos citar:
Parque das Neblinas, do Instituto Ecofuturo, em Taiaupeba, SP; Projeto Viva a Mata, da Co-
opercitrus, em Bebedouro, SP; Centro de Experimentos Florestais, da SOS Mata Atlntica,em Itu, SP; Estao Veracel, em Porto Seguro/Eunpolis, BA, entre outros.
A experincia direta e sensvel em parques naturais inigualvel. Ao entrar em conta-
to com uma diversidade imensa de outros seres vivos, nossos corpos ficam ativados, nos-
sos sentidos despertos e capacidades que nem imaginvamos ter comeam a se revelar,
sobretudo se nos abrimos para atividades sensveis, atentas e delicadas.
OPQS RNOs parques urbanos so tambm locais apropriados para aprendizagem ao ar
livre. Algumas cidades tm parques que incluem monumentos histricos e contam
algo da histria do lugar. Todo parque tem espcies variadas de rvores de grande
O Brasil tem 313 Unidades de Conservao Federais, geridas pelo Instituto ChicoMendes de Conservao da Biodiversidade. Elas esto distribudas por todosos principais biomas brasileiros: Amaznia, Caatinga, Cerrado, Mata Atlntica,Pampa, Pantanal e Marinho. Precisamos visitar essas reas e desfrutar ao mximodessa luxuosa convivncia com seres nicos.
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porte que merecem ser observadas e estudadas. Desenvolver atividades debaixo de
uma delas pode ser agradvel e reservar boas surpresas. Quando estiver tratando de
algum contedo com os alunos em espaos abertos, e passar uma borboleta, pssaros
cantarem ou um envoltrio de sementes se abrir e despejar no solo sementes aladas,
acolha esses eventos e integre-os sua fala. Acolha as impresses e sentimentos dos
alunos em relao a esses fenmenos. Isso far toda diferena. A vida cheia de eventos
imprevisveis. Aprender a lidar com eles um contedo dos mais importantes na vida.
Quando os parques urbanos so visitados pelas escolas, em geral professores
e coordenadores tm uma programao definida, em especial se o parque tem
equipamentos histricos ou um jardim botnico, viveiro ou planetrio. So visitas ricas
em aprendizado e inesquecveis para as crianas. Mas o que sugerimos que o educador
possa dar aulas no parque, sobretudo se for prximo escola. Em outras situaes, em que
a cidade dispe de um parque com caractersticas naturais, com uma mata de tamanho
que permita imerses, sugerimos que utilizem as atividades aqui propostas como se
estivessem em parques naturais, pois apesar do ambiente urbano, do oportunidade de
uma interao mais sensvel e profunda com os seres vivos no humanos. Na cidade de
So Paulo, por exemplo, o Parque Alfredo Volpi (conhecido como Parque do Morumbi)
tem caractersticas similares s da Mata Atlntica, com rvores de grande porte cujas
copas formam coberturas semelhantes s da Mata original, com trepadeiras e cips,
sendo inclusive esta rea considerada um remanescente dela.
As pequenas praas prximas s escolas so ambientes tambm muito favorveis a
aprendizagens. Assim como dentro da escola, a maioria das praas precisa de um
primeiro movimento de observao muito atenta, e a partir disso saber quais as
intervenes possveis. Se a praa bem cuidada, com plantas e lixo sob os cuidados
da prefeitura local, ento bastar seu olhar entusiasmado de educador para dar aulas
nesse espao aberto e livre. Aproveite para dar aulas especficas da sua disciplina e/ou
para relacion-la com os aspectos mais amplos da vida, e de como os alunos podero
empregar esses conhecimentos na vida prtica. A vantagem das praas prximas s
escolas que podem ser visitadas com mais frequncia do que os parques, o que
favorece a formao de vnculos.
As escolas que aderiram ao projeto Coletivos Verdes da prefeitura de Porto
Alegre, RS, em 2013, ocuparam as praas revitalizadas da redondeza de diversas maneiras.Algumas colocaram placas com os nomes cientficos e populares das rvores, outras
definiram um espao com bancos em crculo para contao de histrias, outras ainda
passaram a realizar as festas da escola na praa. A Diretoria de Educao Ambiental
da Secretaria de Meio Ambiente da Prefeitura de Porto Alegre promoveu antes uma
APA
Informaes fornecidas por Jaqueline Lessa Maciel, Diretora de Educao Ambiental da Secretaria de Meio Ambiente da
Prefeitura de Porto Alegre, em outubro de 2013. Nesse projeto, das 608 praas existentes na cidade de Porto Alegre, 168 foram
revitalizadas e, dentre estas, 50 foram adotadas por escolas que decidiram aderir ao projeto.
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formao dos professores, que fizeram caminhadas no entorno da escola percebendo
o quanto essas reas eram invisveis a eles. Passaram a visit-las para observaes mais
atentas e depois fizeram o mesmo com os alunos. A partir disso que decidiram o que
fazer para ocupar de fato essas reas, desenvolvendo projetos de acordo com suas
motivaes e com as necessidades da escola. A ocupao das praas pelas escolas
acabou com as frequentes depredaes das praas.
Esta uma iniciativa que poderia ser levada para todas as cidades, pois traz benefcios
recprocos, tanto para a escola, ampliando as possibilidades de ensino/aprendizagem,
como para a rea ambiental, ampliando suas parcerias com os cidados, que ajudam a
cuidar enquanto aprendem a interagir com os espaos pblicos.
O AINEOO OEFCSO ambiente externo dentro dos muros da escola (qualquer instituio educacional,
como creche, um projeto de contra turno, uma organizao da sociedade civil para aeducao ou educao ambiental, etc.) pode apresentar um mundo de possibilidades,
tanto para serem exploradas como para serem implantadas. Se a escola tem um pequeno
jardim, alguns vasinhos na entrada ou apenas uma rvore no quintal, j so suficientes
para iniciar um programa de vivncias com a natureza.
Dependendo do espao, o professor
vai encontrar um recanto onde possa dar suas
aulas fora da sala de aula, de forma simples
e direta, mesmo que ali s tenha uma rvore
como elemento de conexo com os demais
seres vivos da Terra. Alguns ou todos os
professores podem se organizar para usar essa
rea com frequncia, melhorando as relaes
professor-aluno e ensino-aprendizagem.
O padro arquitetnico que predomina
nas escolas, pblicas ou privadas, de
espaos frios, retilneos, com muita rea
construda, longos corredores, estimulando
a homogeneidade, a ordem e a hierarquia.
O movimento de sair da sala de aula est
relacionado tambm ao desejo de reverter
essa ordem e abrir-se para formas de ensinar
e aprender mais orgnicas e eficientes.
DICA DE LEITURA:Lcia Legan fazum trabalho extraordinrio de levara permacultura para as escolas.Seus livros A Escola Sustentvel ecoalfabetizando pelo ambientee Criando Habitats na EscolaSustentvel livro do educadore livro de atividades podem serencontrados em http://www.ecocentro.org/publicacoes.Trazem um passo a passo de comotransformar a rea externa da escolaem um ambiente ecologicamenteequilibrado e gostoso de estar, deintervir e de aprender. Segue outradica de um pequeno vdeo sobre asustentabilidade praticada em umaescola da cidade de Pirenpolis,GO:http://www.ecocentro.org/vidasustentavel/habitats.
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A RSRLANECO O R IE
O ensino formal baseado em muitas disciplinas, e isso exige que cada professor
seja um especialista. Paralelamente muitos esforos vm sendo feitos para promover o
dilogo entre as disciplinas e a conexo entre os temas. Assim, fala-se de multidisciplina-
ridade, em transdisciplinaridade e em transversalidade.
(...) pode-se dizer que a multidisciplinaridade envolve vrias disciplinas, in-
tervindo no estudo do mesmo objeto mas sem interaes; a interdisciplina-
ridade, alm de justapor, provoca a colaborao entre as disciplinas plurais
no estudo de um objeto ou de um campo do saber ou em um objetivo, e
h transferncia de mtodos de uma disciplina para a outra; e a transdisci-plinaridade atravessa o contedo comum e o que est alm das disciplinas,
tentando extrair da colaborao entre disciplinas um fio condutor, uma fi-
losofia epistemolgica. (Mendona & Neiman, 2013, pg. 72).
CAPTULO IX
FOTO:KRIZKNAKACERVOECOFUTURO
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As vivncias com a natureza fazem parte de uma viso transdisciplinar, pois no con-texto escolar h que se fazer referncia s disciplinas que o estruturam. Fora do contexto
escolar, pode-se transcender os compartimentos do saber, e, a parti r da experincia, reco-
nhecer as grandes perguntas que emergem, buscando respostas de forma orgnica e inte-
rativa. Dessa forma, pode-se vivenciar os diferentes nveis da realidade e compreend-la a
partir da prpria experincia individual. Acolhendo novos olhares e incluindo com cuidado
as expresses subjetivas naquilo que, em sua essncia, so universais.
Segundo o professor Ubiratan DAmbrsio:
(...) as reflexes transdisciplinares navegam por ideias vindas de todas as
regies do planeta, de tradies culturais diferentes. (...) A essncia de sua
mensagem o reconhecimento de que a atual proliferao das disciplinas
e especialidades, acadmicas e no acadmicas, conduz a um crescimen-
to incontestvel do poder associado a detentores desses conhecimentos
fragmentados. Essa fragmentao agrava a crescente inequidade entre in-divduos, comunidades, naes e pases. Alm disso, a transdiscipinaridade
entende que o conhecimento fragmentado dificilmente poder dar a seus
detentores a capacidade de reconhecer e enfrentar as situaes novas,
que emergem de um mundo a cuja complexidade natural acrescenta-se a
complexidade resultante desse prprio conhecimento transformado emao que incorpora novos fatos realidade, atravs da tecnologia. (...)
Eliminar a arrogncia, a inveja e a prepotncia, adotando em seu lugar o
respeito, a solidariedade, a cooperao, o objetivo maior da transdiscipli-
naridade. (DAmbrsio, 1997).
Quando o tema Meio Ambiente foi includo como transversal nos Parmetros Cur-
riculares Nacionais, em 1998, entendeu-se que trabalhar de forma transversal significa
buscar a transformao dos conceitos, a explicitao de valores e a incluso de proce-
dimentos, sempre vinculados realidade cotidiana da sociedade, de modo que obtenha
cidados mais participantes. Cada professor, dentro da especificidade de sua rea, deve
adequar o tratamento dos contedos para contemplar o tema Meio Ambiente, assim
como os demais Temas Transversais. (Parmetros Curriculares Nacionais, 1998).
Assim, vemos que os conceitos de transversalidade e de transdisciplinaridade so mui-
to prximos. A relevncia da questo ambiental ultrapassa as fronteiras da viso disciplinar edeve ser abraada por todos, inclusive por outros profissionais da instituio educacional. A
dimenso ambiental da realidade, mesmo trabalhada de diferentes formas, continua a ser fun-
damental para qualquer rea. Ela atua na percepo de si como ser humano, do que significa
ser humano, do que a natureza, e na reformulao do prprio conceito de natureza.
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A incluso e difuso do tema ambiental na escola ou fora dela um fator de trans-formao cultural, fazendo, inclusive, conexo entre todas as culturas, uma vez que o
cuidado com o meio ambiente percebido como necessidade vital para todos. O con-
tedo curricular de educao ambiental pode nos levar compreenso de que somos
todos UM, de que somos seres interdependentes e de que estamos inexoravelmente
interligados. A transversalidade essencialmente transcultural.
A educao para o meio ambiente ou educao ambiental melhor ancorada
nas mentes e corpos quando realizada ao ar livre, em meio a outros seres vivos cuja
realidade queremos aprender a incluir. Essa educao de aprendizagem viva prioriza a
experincia e se complementa pelas informaes e teorizaes. Ela faz parte de uma
educao para a vida, onde a formao de valores e sua aplicao emergem natural-
mente, a partir da necessidade humana de convivermos uns com os outros.
Pessoas oriundas de diversos contextos sociais, culturais e naturais, quando tm
suas naturezas respeitadas e vivenciam o que emerge das interaes entre as diferenas,
tornam-se mais preparadas para atuar nos processos de desenvolvimento da sociedade.Existem algumas experincias revolucionrias da educao ao redor do mundo que co-
locam em prtica a transversalidade de formas incrveis. O livro Volta ao mundo em 13
escolasapresenta experincias que podem nos inspirar e orientar. Espero que a educa-
o cada vez mais tenha menos a ver com os educadores e mais a ver com viver a vida. A
educao no pode ser separada da vida, ela a prpria vida. (Jonah
Meyer, 18 anos, ex-aluno, membro do Conselho da North Star, escola
em Massachussets, Estados Unidos)
A Green School uma dessas escolas, na Indonsia. L, to-
das as atividades buscam fazer com que a natureza seja vista, ouvida,
cheirada, provada, tateada e que os estudantes olhem para a naturezae digam: Uau!. Vale a pena conferir experincias como essas no Li-
vro Volta ao Mundo em 13 Escolas.
Volta ao mundo em 13 escolas, de Andr Gravat, Camila Pisa, Carla Mayumi e Eduardo Shimahara. Os autores
visitaram 13 escolas ao redor do mundo que fazem um trabalho inovador. Pode ser baixado gratuitamente pela internet:
http://educ-acao.com/o-livro
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AVASPara facilitar a prtica, as atividades foram classificadas pelo nvel de intimidade
que o educador percebe que tem com a natureza:
A - Primeiras aproximaes
B - Chegando perto
C - Intimidade
D - Reflexes e finalizaes
Assim, qualquer pessoa, mesmo sem experincia com plantas e animais, pode execut-
las e conduzir grupos com sucesso. E as que j o fazem com frequncia, podem ir alm, com
atividades mais avanadas. As atividades que fazem parte das que so propostas pela Sharing
Nature, tero indicao Aprendizado Sequencial, seguida do nmero da fase, por exemploAS1.Ao clicar na sigla, voc ser direcionado para a explicao da fase correspondente do
Aprendizado Sequencial. As atividades que no tiverem a sigla no final da explicao so novas
ou provenientes de outras fontes. Com a experincia, voc mesmo identificar a qual fase do
Aprendizado Sequencial aquela atividade corresponde, se quiser praticar esse mtodo.
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FOTO:MICHELEMARTINSPROGRAMAEDUCAO
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Pmr rieAConfira, nesta seo, atividades simples de serem praticadas em um jardim, par-
que urbano ou mesmo rea silvestre protegida. Ideais para o educador que deseja ir
a campo com seus grupos mas tem pouca familiaridade com a natureza, bem como
para os que trabalham com criana pequena ou pais que desejam brincar na natureza
com os filhos. Em alguns trechos supe-se que voc as esteja praticando sozinho, masbasta adaptar a linguagem para seu jeito de falar e conduzir. Se possvel, pratique-as
sozinho antes de prop-las ao grupo. No se esquea das dicas apresentadas no cap-
tulo O Aprendizado Sequencial.
FOTO:KRIZ KNACKDILOGODAMATAATLNTICA
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2. A FORMADAS FOLHAS1. CHEIRAR
Quantos tipos, cores e formas de folhas voc pode encontrar? Pegue do
cho algumas diferentes e desenhe-as. Observe os mnimos detalhes da fo-
lha e registre tudo o que ver. Depois de desenhar algumas delas, caminhe
pela rea e identifique de qual planta cada folha caiu. Veja se uma mesma
planta tem diferentes tipos de folha. Se voc educador, pea aos alunos
que conversem com os pais, outros professores, moradores tradicionais ou
com guias de parque, e pergunte se eles tm uma histria para contar sobre
as plantas cujas folhas voc desenhou. Pea aos alunos para transformarem
essa histria em uma narrativa e crie um ambiente para que elas possam ser
compartilhadas no grupo.
Sente-se, respire e feche os olhos. Preste ateno s nos cheiros. Quantos
aromas diferentes percebe nesse momento? Se vem uma brisa, observe
se ela traz outros cheiros. Procure entrar no cheiro deixando-o chegar at
voc. Os cheiros da mata costumam ser gostosos. Dedique-se a perceb-
los com nitidez, respirando fundo. Agora caminhe um pouco. Que cheiros
as rvores tm? E o solo? E as pedras? No se preocupe em gostar ou no
deles. Nesse dia, para melhor aproveitar esta atividade, evite usar perfume,
desodorante ou cremes de cheiro forte.
Se voc puder visitar os quatro diferentes tipos de reas comentados (jar-
dim, praas, parques urbanos e parques naturais) compare como se perce-
be os cheiros em cada um deles. Qual desses ambientes apresenta uma va-
riedade maior de cheiros? Por que? Qual a poca do ano com mais cheiros
em sua regio? No se esquea de que falamos de experincias. Resista tentao de adivinhar e dizer a si mesmo que j sabe a resposta, desistindo
de experimentar. Com a natureza sempre nos surpreendemos! Essa ativida-
de torna-se mais especial ainda depois de uma boa chuva.
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comum que as rvores sejam mais velhas do que as casas. Procure uma r-
vore que voc goste, prxima sua casa ou escola. Desenhe as observaes
de sua rvore pelo menos uma vez por semana, em que meses do ano perde
mais folhas, em que poca d flores, quando est mais cheia de folhas e tem
mais pssaros, etc. No fim do ano poder escolher seus melhores desenhos
para mostrar aos colegas. Se voc for professor, proponha esta atividade aos
alunos no incio do ano. Estimule-os a anotar, a desenhar cada vez com mais
detalhes e a conversar entre eles sobre as descobertas.
No final de cada semestre, sugira uma caminhada para que todos conhe-
am pelo menos algumas das rvores estudadas. Cada aluno poder con-
tar aos outros sobre suas observaes sombra de sua rvore. Deixe que
se atenham aos detalhes que quiserem e diga que no se preocupem com
o certo e o errado. Neste exerccio, o importante despertar o encanta-mento, desenvolver a capacidade de observar e de expressar o que est
sendo observado, e compreender o mundo pela observao. importan-
te que eles tenham suas prprias experincias e possam compartilh-las
por meio de uma boa narrativa. Esse ser um treino til e importante para
Providencie uma cartolina. Corte-a em retngulos de 15cm x 10cm e faa
um crculo em um dos cantos, como abaixo, e recorte, formando uma
mscara. Caminhe entre as plantas at se sentir atrado por uma delas.
Aproxime a mscara como se fosse uma lente de ampliao. Coloque-a
apoiada em uma planta ou sobre diversos elementos. Procure no mexer
no que est focando, apenas d contorno sobre um conjunto de elemen-
tos para observar mais de perto. Com uma prancheta, papel e lpis, dese-
nhe o que v pela lente. Preste ateno aos detalhes. Deixe-se levar pelo
que v; olhe cada vez com mais concentrao e desenhe os mnimos de-
talhes. No se preocupe com o resultado do desenho. provvel que fique
bem abstrato, mas o importante aqui que voc exercite sua concentrao
e aprimore sua capacidade de observar. Enquanto desenha, perceba suasemoes, seu corpo. Quando praticar essa atividade em grupo, reserve um
tempo no final para todos conversarem sobre a experincia. AS2
3. DESENHANDOOS DETALHES 4. AS RVORES
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Nesta variao, em lugar de desenhar, o pedido para escrever a histria
de vida da rvore. Desde quando ela est nesse lugar? Quem a plantou?
Quais os pssaros que a visitam ou fazem ninhos? Ela tem galhos com
mais folhas que outros? Tem buracos feitos pelos bichos? Tem musgos
ou liquens? Que impresses tem dela? Acha que ela est feliz? Na sua
percepo, quais so os melhores momentos da vida para ela? Para es-
crever, primeiro considere os fatos que voc pode observar. Depois, con-sulte pessoas que a conhecem e podem te ajudar a saber mais, e s ento
consulte a internet para mais detalhes. Um bom site sobre rvores www.
umpedeque.com.br. Por fim, apure sua escuta e sinta se sua rvore tem
algo a lhe dizer.
4. AS RVORES VARIAO
inmeras outras atividades escolares e posteriormente, profissionais. Essaatividade pode ser desenvolvida por professores de todas as disciplinas e
tambm recomendada para os pais desenvolverem junto com seus filhos.5. AS LETRAS
Num passeio com as crianas em uma rea natural, proponha que algum
diga uma frase qualquer, por exemplo: passear divertido. A partir da,
todos devem procurar algo que comece com as inicias das palavras dessa
frase, ou seja, P (e encontrar um pato selvagem, um pau-brasil, uma paca
ou uma paineira), com E (e encontrar um elemento estranho, um esconde-
rijo) ou um D (e encontrar um dente-de-leo).
6. A IDADEDAS COISAS
Observe as coisas vivas ao seu redor e pense que idade tm. Desenhe-asem sequncia, por exemplo: a gota de chuva a mais jovem, depois vem o
boto de flor, a flor, o passarinho, a criana, a rvore, o sol.
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Onde os animais moram e dormem? Caminhe em busca de diferentes ca-
sas de animais. Como eles dormem? Eles vm todo dia para o mesmo lu-
gar? Ou mudam de casa o tempo todo? Procure pesquisar com as pessoas
do lugar sobre as moradas dos bichos antes de fazer sua prpria caminhada
de reconhecimento. Essa atividade surpreendente quando realizada na ci-
dade, onde no prestamos ateno na presena de animais. E quando feita
em rea natural, pode surpreender pela quantidade de seres que interagem,
mesmo em uma pequena rea. O importante nesta atividade ver o local
de morada daquele animal.
7. AS CASAS
Sente-se em lugar confortvel na trilha de uma mata ou num recanto mais
reservado de um parque. Aquiete-se, em silncio. Comece a focar sua
ateno nos diferentes sons sua volta. Conforme vai silenciando seus
8. OUVIR SONS
pensamentos, mais sons vo ficando ntidos para voc. Est ouvindo o
vento? E os pssaros? Consegue identificar conversas entre pssaros? E
os insetos? Feche as mos e levante um dedo para cada som natural di-
ferente que identificar. Se quiser refinar sua audio, preste ateno se as
rvores sua volta fazem sons diferentes conforme o vento sopra sobre
elas. Se estiver perto de um rio, oua seus sons. Quantos sons diferentes
da gua voc consegue perceber? AS2
Caminhe por um parque com papel e lpis. Encontre 10 coisas naturais
com diferentes texturas cada uma. Escreva seus nomes com uma palavra
que descreva sua textura. Por exemplo: casca da paineira espinhosa, mus-go macio sobre a pedra...
9. TEXTURAS
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Existem muitos padres na natureza que se repetem infinitas vezes. Por
exemplo, certas folhas sempre tm trs pontas. Outras tm duas. Os pssa-
ros tm sempre duas asas. Os insetos tm trs pares de patas. Comeando
pelo nmero um, enumere todos os animais e plantas que tm o mes-
mo nmero de partes, indo at 10 ou at o maior nmero que conseguir
encontrar. Essa atividade estimula a observao e pode ser bem divertida.
Enfatize que os participantes devem encontrar os elementos na natureza,
evitando o saber desconectado da experincia.
10. PADRES
Pea aos participantes para se acalmarem, respirando e fechando os olhos,
mesmo que seja por alguns segundos. Pea que se observem e pergunte:
se voc fosse algum ser da natureza como voc seria? Com o que se pare-
ceria? O que comeria e o que faria todo o dia? Quais seriam seus predado-
11. E VOC?
res naturais e seus melhores amigos? Enfatize que so as qualidades desse
ser da natureza que devem ser identificadas.
Caminhe procurando sementes. Desenhe uma de cada tipo que encon-
trar. No as colete para no prejudicar a dinmica do ecossistema em que
voc est. Pense qual a melhor forma de disperso de cada uma. Algumas
sementes tm asas que as permitem voar com o vento. Outras so re-
dondas e pesadas e podem ser dispersas pelos animais que as comem.
Outras grudam nas roupas e pelos dos animais e so levadas para germi-
nar em outros lugares (carrapichos). Veja na sua roupa se alguma delas te
achou primeiro! Essa atividade pode ser realizada em qualquer rea, masos parques com uma boa diversidade de rvores e arbustos ou as reas
silvestres so as melhores para encontrar uma boa variedade de sementes.
Por fim, conversem sobre a importncia dessas estratgias das sementes
de caminhar pela rea.
12. AS SEMENTES
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Quais as formas geomtricas que voc conhece? Quais as que consegue
encontrar na natureza? Que tendncias que percebe? As formas naturais
tendem a ser mais redondas e macias ou pontudas e speras? Observe
bem! Essa atividade mais interessante se os participantes desenharem as
formas e padres, e puderem comparar e conversar sobre suas descober-
tas no final..
13. AS FORMASGEOMTRICAS
Ao caminhar, toque as rvores e arbustos que encontrar pelo caminho. Re-
pare como cada um tem uma temperatura. Qual a rvore mais gelada que
encontrou? E a mais quente? Por que existem essas diferenas?
14. TEMPERATURAS
Elaborada para reas externas dos edifcios, seja de escola ou de organi-
zao educacional, esta atividade ajuda a desenvolver a capacidade de
observao e o interesse pelo espao da escola, e a relacionar tudo isso
com as questes ambientais. Pode ser proposta para crianas a partir de
11 anos, jovens e adultos. Prepare um roteiro e d uma cpia a cada par-
ticipante. Antes faa duas ou trs visitas ao ptio da escola ou rea a ser
estudada. Atente para as caractersticas, a presena de plantas e animais,
locais sombreados, construdos, limpeza, beleza, arrumao, cuidado. O
roteiro abaixo genrico e deve ser adaptado.
Divida sua classe em grupos. Cada grupo deve estudar uma rea que
voc definiu previamente. Faa tantas reas quantos grupos houver.
Nesse tipo de atividade, o processo em si j o resultado, ou seja, as
perguntas e as respostas so apenas motivos para que desenvol-
vam um olhar atento e revejam seu jeito de interagir com o espao.
15. CONHECENDO OESPAO DA ESCOLA
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ROTEIRO DE REFERNCIA
Primeiras observaes
A primeira coisa a fazer reconhecer os limites da rea de trabalho do grupo.
Observe atentamente e responda:
1- Quais suas primeiras impresses sobre o seu lugar?
2- Como se sente neste lugar?
3- Seu lugar aberto ou fechado?
4- Seu lugar abafado ou arejado?
5- Seu lugar quente ou frio?
6- Seu lugar escuro ou claro?
7- Seu lugar confortvel ou desconfortvel?
8- Seu lugar une as pessoas ou desune as pessoas?
9- Seu lugar muda sempre ou no muda?
10- Seu lugar barulhento ou silencioso?
11- Seu lugar colorido ou sem cor?
12- Seu lugar alegre ou triste?
13- Seu lugar espaoso ou apertado?
14- Seu lugar bom para conversar ou ruim para conversar?
Agora observe as coisas vivas do seu lugar.
15- No seu lugar existem muitas plantas ou poucas plantas? Explique.
16-O seu lugar preservado ou no preservado? Explique.
17- O seu lugar bonito ou feio? Explique.
18- O seu lugar cuidado ou depredado? Explique.
19- No seu lugar d vontade de ficar ou no d vontade de ficar? Explique.
20- O seu lugar tem flor ou no tem flor? Explique
21- O seu lugar tem grama ou o solo exposto? Explique..
22- O seu lugar mido ou seco? Explique.
23-No seu lugar tem rvores ou no tem rvores? Explique.
24-No seu lugar tem animais (pssaros, inse