Avaliação da aprendizagem na escola: incluir ou excluir? · Luckesi, 2002 As representações...

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Avaliação da aprendizagem na escola: incluir ou excluir?

Prof. Paolo Civita

CECAP

10/03/2018

Quando o assunto é avaliação, o professor pensa ...

Já o aluno ...

OBJETIVO

• Analisar as práticas avaliativas da escola atual bem como refletir sobre as mudanças necessárias à transformação dessa realidade;

Avaliação da aprendizagem

X

Verificação da aprendizagem

Luckesi (2011)

• Como chegamos até aqui?

Os exames escolares, que conhecemos e ainda praticamos hoje foram sistematizados no decorrer dos séculos XVI e XVII junto com a emergência da modernidade.

Eram utilizados na China 3.000 anos antes da era cristã para selecionar soldados para o exército.

No Brasil, fala-se em avaliação da aprendizagem a partir dos anos de 1960 e início dos anos de 1970, portanto, um pouco mais de cinquenta anos tratando desse tema na prática escolar.

LDBN 9394/96

• avaliação contínua e cumulativa do desempenho do aluno, com prevalência dos aspectos qualitativos sobre os quantitativos e dos resultados ao longo do período sobre os de eventuais provas finais;

PCN (Brasil,1997)

• A avaliação, ao não se restringir ao julgamento sobre sucessos ou fracassos do aluno é compreendida como um conjunto de atuações que tem a função de alimentar, sustentar e orientar a intervenção pedagógica.

Gatti, 2009

• A avaliação em sala de aula oferece aos educadores informações relevantes sobre o desenvolvimento do aluno no processo educativo, e, portanto, deve ser integrada e fazer parte de um processo, pois quem avalia é quem faz parte do trabalho que é realizado.

Romão, 1998

• Defende que a avaliação seja dialética, isto é, deve-se partir da realidade concreta para organizar a reflexão sobre ela, e, em seguida, intervir nessa mesma realidade, bem como sustenta que ela deve não só conhecer a realidade educacional dos alunos, mas, principalmente, colaborar para a sua transformação.

Luckesi, 2011

• O ato de avaliar implica em coleta, análise e síntese dos dados que configuram o objeto da avaliação, acrescido de uma atribuição de valor ou qualidade, que se processa a partir da comparação da configuração do objeto avaliado com um determinado padrão de qualidade previamente estabelecido para aquele tipo de objeto.

Civita, 2018

AVALIAÇÃO

COLETA DE DADOS

Aplicação de provas, trabalhos, seminários,

pesquisas e observação de alunos.

PLANO DE AÇÃO

Atribuição de conceitos, notas, relatórios e ações

a serem desenvolvidas.

ANÁLISE DE DADOS

Reflexão dos materiais e recursos disponibilizados, das condições

em que ocorreu a aprendizagem e

do desempenho dos alunos.

Luckesi, 2011

• Erro sempre ocasionou castigo; hoje mais tênues, porém ainda existem.

• Erro remete ao fracasso;

• Erro existe por existir um determinado padrão a ser atingido;

• A ideia é que, na ocorrência do erro possa se retirar melhores e mais significativos benefícios. Eles devem ser considerados percalços de travessia, com as quais podemos positivamente aprender e evoluir.

• Serão trampolins para o salto em direção a uma vida mais eficaz, consciente, sadia e feliz e não culpa e castigo!

Luckesi, 2002

As representações sociais são modos inconscientes de compreender um determinado fenômeno ou uma determinada prática existencial, individual ou coletiva, que se expressam por meio de falas cotidianas, crenças, provérbios, modos de agir, que podem estar vinculados ao passado, ao presente ou ao futuro. São crenças ou práticas que, por si e aparentemente, não têm razão de ser, mas que se dão, se realizam e permanecem como um padrão de conduta dos indivíduos e/ou de coletividades, sem que se tenha de dar justificativas de por que elas são como são.

• É preciso romper com o campo mórfico estabelecido e herdado, abrindo espaço a uma verdadeira experiência de avaliação, liberta de forças dessa representação social.

• O sistema de notas e médias

• Dar uma nova “oportunidade” aos alunos;

Que tipo de avaliador você é?

Assista ao vídeo

• Vídeo

Escolha uma alternativa

1. A professora está correta ao propor apenas a utilização de mapas conceituais em suas avaliações.

2. Além dos mapas conceituais a professora poderia inserir outros instrumentos de avaliação como seminários e provas para auxiliar no reencaminhamento de suas ações.

3. A professora jamais poderia usar esse tipo de instrumento no ensino superior, uma vez que, se trata de formação de profissionais que atuarão no mercado de trabalho.

Analise essa atividade

Escolha uma alternativa

1. O aluno atingiu o objetivo da atividade, uma vez que escreveu seus sentimentos.

2. Embora o aluno tenha escrito corretamente, necessita de intervenções para que entenda a influência das marcas no nosso cotidiano, verdadeiro intuito da figura.

3. O aluno não atingiu os objetivos da proposta, devendo refazer a atividade.

Analise as afirmações

Escolha uma alternativa

1. As provas apresentam puramente a intenção de classificar. Não colabora para o processo de ensino.

2. De modo geral, os professores concordam que, embora as provas sejam instrumentos que podem causar medo nos alunos, conseguem contribuir para processos de ensino quando são realizadas as intervenções necessárias.

3. As provas conseguem extrair o que cada aluno sabe de verdade, sobretudo, quando realizam de maneira individual e sem consulta.

Analise a situação

Depois de corrigir um teste que você aplicou, percebe que a nota média está pouco acima do mínimo.

Escolha uma alternativa

• O que você faz?

1. Muda o valor da prova para que a maioria dos estudantes tenha a nota alta. Afinal, obviamente a prova foi muito difícil.

2. Repassa o teste em sala de aula para descobrir o que as crianças apresentaram maior dificuldade.

3. Nada, eu acho que eles não estudaram o suficiente.

Você está corrigindo uma tarefa e se depara com uma resposta completamente ilegível.

Escolha uma alternativa

• O que você faz?

1. Dá a nota para o estudante, porém o adverte sobre os próximos exercícios.

2. Marca o que está errado, afinal, a escrita é parte do aprendizado.

3. Atribui a nota referente ao que você entendeu, no mais, o aluno sabia que seria avaliado e não se preocupou com a letra por desleixo.

Assista ao vídeo

Escolha uma alternativa

1. É importante conhecer a realidade da turma, porém isso não tem nada a ver com a avaliação da aprendizagem.

2. A avaliação contribui sobretudo para a tomada de decisão acerca do rumo das ações que serão desenvolvidas.

3. O professor precisa conhecer sua turma e deve fazê-lo com o auxílio de provas e testes, afinal, o conteúdo é muito extenso para perder tempo.

Prevalência pela opção 3

Autoritário Para você, ainda é muito difícil se livrar das provas e exames. A legitimidade da sua aula e do seu trabalho se concretiza com as notas boas dos alunos e o seu desempenho, porém, é necessário ir praticando outras formas de avaliar seu trabalho e aos alunos. Já imaginou quantas aprendizagens você está deixando de acompanhar quando se debruça apenas em um instrumento? Faça esse exercício e você continuará sendo respeitado pelo trabalho que proporciona aos seus alunos.

Prevalência pela opção 1

Bonzinho/ Boa gente

Você não quer se comprometer, está sempre dando aquele pontinho a mais e considera tudo o que o aluno faz, no entanto, é preciso refutar a ideia de que a avaliação da aprendizagem é considerar tudo sem critério algum, ao contrário, é preciso ser bem criterioso, uma vez que, só assim as ações serão reencaminhadas de forma a oportunizar uma melhor tomada de decisão acerca do processo de ensino.

Prevalência pela opção 2

Democrático – participativo

Você sabe que a avaliação faz parte de um processo que envolve não só os alunos como também as variáveis pelo qual o processo de ensino é submetido. Você considera que avaliação educacional serve à prática educativa e à prática de ensino, subsidiando a busca determinada de resultados, que são os seus objetivos específicos. Quanto mais criteriosa for sua avaliação, maiores serão as chances do planejamento de melhores situações de aprendizagem.

INCLUIR OU EXCLUIR?

O caráter autoritário e classificatório da pedagogia do exame (Luckesi, 2011), da cultura da auditoria (Freitas, 2013) e da obsessão avaliativa (Afonso, 2007), contribuem para que os mais aptos continuem aptos e os menos aptos assim o permaneçam, uma vez que, não promovem a transformação da realidade.

É necessário INCLUIR!

O ATO DE AVALIAR A APRENDIZAGEM É UM ATO AMOROSO!

Luckesi, 2011

Um educador que esteja preocupado com uma prática educacional voltada para a transformação, não poderá agir irrefletidamente, cada passo deverá ser pensado de modo claro e explícito do que está fazendo e para onde possivelmente estará caminhando a sua ação. A avaliação não pode ser mecânica, ao contrário, deverá ser uma atividade racionalmente definida em favor da transformação da condição de aprendizagens de seus alunos.

Referências

• CIVITA. Paolo. A Prova Brasil e os reflexos nas práticas docentes. 2018. 137 p. Dissertação do Programa de Mestrado Profissional em Práticas Docentes no Ensino Fundamental da Universidade Metropolitana de Santos, Santos, 2018.

• FREITAS, Luiz Carlos de et al. Avaliação educacional: caminhando pela contramão. 6. ed. Petrópolis: Vozes, 2014.

• LUCKESI, C. C. A base ética da avaliação da aprendizagem na escola. In: CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE AVALIAÇÃO DA EDUCAÇÃO, 2011, [S.l.]. Anais... [S.l.], 2011a. p. 34-35.

• ______. Avaliação da aprendizagem escolar: estudos e proposições. 22. ed. São Paulo: Cortez, 2011b.

• ______. Avaliação da aprendizagem na escola e a questão das representações sociais. EccoS Revista Científica, São Paulo, v. 4, n. 2, p. 79-88, 2002.

• ROMÃO, J. E. Avaliação dialógica: desafios e perspectivas. São Paulo: Cortez, 1998.

Obrigado!

PCIVITA@HOTMAIL.COM