Avaliação de Desempenho Docente: Teorias e Métodos

Post on 01-Jul-2015

3.246 views 1 download

Transcript of Avaliação de Desempenho Docente: Teorias e Métodos

Professora doutora Ana Paula Silvaprofa.ap.silva@gmail.com20-08-2011 e 21-08-11

Sumário:1. Apresentação da nova disciplina;

2. Atividade 1 – ponto da situação, levantamento de expetativas e questões a ser esclarecidas;

3. Emergência da avaliação de professores

4. Problemática da avaliação de professores;

Ponto de situação, levantamento de expetativas e questões a ser esclarecidas (20min.):

1. Numa folha de papel, escreva a sua identificação:

1. Nome, nível de ensino em que lecciona, matéria(s) leccionada(s), experiência profissional, outros aspectos que queira salientar;

2. Responda às seguintes questões:

1. Até ao momento, como avalia o processo de desenvolvimento deste mestrado, principalmente, no que se refere às aprendizagens por si realizadas?

2. O que espera aprender nesta nova disciplina?

3. Que questões gostava de ver esclarecidas?

A preocupação com a eficácia dos sistemas educativos ou com a qualidade dos processos que utilizam e dos resultados que permitem obter, tem sido recorrente ao longo da história da educação e tem-se acentuado particularmente nas três últimas décadas

Um pouco por todo o mundo e durante décadas, os esforços para melhorar a qualidade dos sistemas educativos centraram-se sobretudo:◦ na melhoria dos currículos, ◦ nos processos de organização e gestão das

escolas ou ◦ no desenvolvimento de novos programas de

ensino.

A avaliação dos professores não era considerada uma prioridade.

Mais recentemente, as iniciativas destinadas a melhorar a educação começaram a incorporar sistemas de avaliação de professores com finalidades tão diversas como:◦ a selecção para efeitos de ingresso na profissão,

◦ a formação e desenvolvimento profissional,

◦ a melhoria do ensino,

◦ a progressão na carreira e

◦ o aumento de salário.

Porém, muitas outras motivações haverá.

A transparência da avaliação e as suas dimensões ética e política poderão contribuir decisivamente para formar melhores profissionais, mais conscientes e mais responsáveis perante os seus alunos e perante a sociedade que pretendem servir.

Em muitas sociedades, pensa-se que a melhoria dos sistemas educativos passa por melhorar a qualidade do trabalho pedagógico e os sistemas de apoio às aprendizagens dos alunos – tarefas próprias dos professores.

É nesta linha de ideias que os governos têm vindo a conceber e implementar políticas de avaliação de professores.

1. Uma de natureza mais formativa, claramente associada ao desenvolvimento pessoal e profissional, com uma participação dos professores em todos os momentos.

2. Uma natureza sumativa, mais centrada na responsabilização e na prestação de contas e, por isso mesmo, a abordagem de avaliação terá de ter, orientada para medir a competência, o desempenho e a eficácia dos professores.

Análise, em pequeno grupo, do documento “Avaliação do Desempenho versus Progresso e Mérito” (45min.)1. identifiquem como visa, cada um dos modelos de

avaliação em causa, discernir a qualidade do professor, demonstrá-la e vê-la reconhecida.

2. Sistematizem as vossas conclusões para serem apresentadas em plenário.

Apresentação e discussão em plenário das conclusões do pequeno grupo (45min.)

Sumário:1. Revisões da aula anterior:

1. Quais foram as ideias-chave da aula passada?

2. Quais as dúvidas com que ficou/O que gostava de ver esclarecido e/ou aprofundado?

2. Esclarecimento das questões colocadas pelos alunos na atividade 1;

3. Problemática da avaliação de professores (conclusão).

4. O processo de avaliação – diferentes abordagens.

A avaliação dos professores não é uma mera questão técnica.

É uma complexa construção social dada a diversidade de intervenientes no processo e, consequentemente, a diversidade de visões de ensino, de escola, de educação ou de sociedade que estão em presença.

As práticas de avaliação têm que permitir discernir a QUALIDADE do que se avalia, a qual tem que ser demonstrada e reconhecida.

Existe uma grande variedade de abordagens de avaliação de professores, cada uma das quais é construída a partir de propósitos que se pretende alcançar ou das concepções que os seus autores perfilham relativamente ao que significa ensinar.

Um modelo de avaliação pode estar mais focado em avaliar:1. a qualidade dos professores, isto é, focado na

análise da COMPETÊNCIA dos professores,

2. outro pode estar mais interessado em avaliar a qualidade do ensino, analisando o DESEMPENHOdos professores,

3. enquanto outro pode estar mais orientado para avaliar a EFICÁCIA dos professores através da apreciação dos resultados dos seus alunos.

O desempenho está associado àquilo que o professor efectivamente faz quando está a trabalhar (e.g., ensinar, preparar aulas, participar em reuniões do conselho de turma);

Note-se que o desempenho não é o que ele está apto a fazer ou pode fazer, pois aqui estaríamos no domínio da sua competência.

O desempenho de um professor é de algum modo situado, isto é, depende da situação específica vivida, mas também depende da sua competência, do contexto em que trabalha e da sua capacidade para mobilizar e utilizar as suas competências numa diversidade de situações.

a competência do professor refere-se a um sistema de saberes diversificados e específicos que o professor domina, utiliza ou em que acredita. Um professor será competente se domina bem um conjunto de competências específicas que são importantes para as boas práticas de ensino, embora algumas delas possam ser mais relevantes do que outras para determinar a sua competência geral.

A eficácia do professor é o efeito do desempenho (tudo aquilo que o professor faz) sobre os alunos.

Nestas condições, a eficácia do professor depende da sua competência e do seu desempenho mas também do que os alunos forem capazes de responder em determinadas situações.

Do mesmo modo que a competência de um professor não garante em absoluto que, em determinadas situações, o seu desempenho vá ser de certa maneira, também não se poderá assegurar que o desempenho do professor, por si só, produza determinado tipo de resultados junto dos seus alunos.

Conceção de ensino

Sistema de avaliação

Ensino como Trabalho

Avaliação correspondente

Paradigma Racionalismo burocrático

Modelo de produto

Ensino como Ofício

Avaliação correspondente

Ensino como Profissão

Avaliação correspondente

Paradigma Sócio-Crítico

Modelos de Processo

Ensino como Arte Avaliação correspondente

Paradigma Personalista Individualista

O papel dos professores reduz-se à aplicação de orientações metodológicas e de natureza prática previamente elaboradas. Visão racionalista e burocrática da tarefa de ensinar, parte do princípio de que boa práticas podem ser definidas e especificadas de formas concretas e que se os professores as assumirem alcançam os resultados que desejam

Centra-se na inspecção direta do trabalho do professor, na análise de resultados dos alunos, na monitorização de planos de aula e do desempenho nas salas de aula.

Hierárquica, estandardizada, com uma relação autoritária entre o avaliador e o avaliado. Tende a fiscalizar e a controlar se os professores seguem de perto os procedimentos prescritos pelas autoridades.

Procura-se recolher e analisar informação relativa à competência, ao desempenho e à eficácia dos professores, considerada essencial para que estes possam melhorar através de processos adequados de formação e de desenvolvimento profissional. Utiliza procedimentos que permitam medir tão exactamente quanto possível o desempenho dos professores para que sejam operacionalizadas as acções necessárias para ultrapassar os problemas que eventualmente forem detectados. Tendem a ter uma natureza prescritiva, associada às finalidades previstas no currículo proposto e estarão mais próximos das visões e preocupações das autoridades educativas, em garantir que sejam mínimas as diferenças entre o currículo oficial, o currículo ensinado pelos professores e o currículo aprendido pelos alunos.

Ensinar é utilizar e aplicar adequadamente as regras e as técnicas prescritas pelas autoridades, porque se considera que há um conjunto de regras, procedimentos e técnicas, mais ou menos sofisticados, que podem ser aprendidos e desenvolvidos pelos professores.

Centra-se na inspecção direta do trabalho do professor, na análise de resultados dos alunos, na monitorização de planos de aula e do desempenho nas salas de aula.

Reconhece-se que os professores são capazes de formular juízos profissionais e de agir em função desses mesmos juízos. São, por isso, profissionais que se desenvolvem autonomamente em cooperação e em colaboração com os seus pares e que ensinam de acordo com elevados padrões de conhecimento científico, pedagógico e de prática profissional. Pressupõe-se que os professores possuem um sólido conjunto de conhecimentos teóricos que, aliado ao domínio de um alargado espectro de saberes-fazer, lhes permite uma atitude crítica e fundamentada sobre o currículo, sobre o ensino e a aprendizagem ou sobre as suas próprias acções pedagógicas.

Predominam a auto-avaliação e a avaliação pelos pares que procuram determinar em que medida os professores possuem a necessária competência para lidar com os seus problemas profissionais.

Os professores participam activamente na sua avaliação que, em geral, é situada e contextualizada. Neste paradigma, a avaliação é encarada explicitamente como um processo de desenvolvimento individual e colectivo

Os professores mobilizam um conjunto de recursos pessoais e de conhecimentos profissionais para os utilizar, de forma única, em interacção com os seus alunos. De natureza imprevisível, não convencional e inovadora das acções de ensino e de aprendizagem. As práticas estão claramente orientadas para cada pessoa e não são estandardizadas e, por isso, o ensino é dificilmente orientado por regras ou por orientações precisas. Há uma predominância de dinâmicas de sala de aula baseadas na intuição, na dramatização, na improvisação e na criatividade.

Nesta concepção parte-se do princípio de que o ensino utiliza a ciência mas não é verdadeiramente uma ciência devido à sua elevada imprevisibilidade.

Tenderá a centrar-se mais em características ou qualidades globais e holísticas e menos em quantidades decorrentes de apreciações mais analíticas. Valoriza-se a pessoa que o professor é, o que pensa e o que sente sobre a sua profissão, em contraste com comportamentos observáveis, quantificáveis e mensuráveis.

Privilegia a liberdade e responsabilidade individual dos professores. As perspectivas pessoais dos professores, os seus projectos e as suas ideias são sistematicamente valorizados e a avaliação serve precisamente para apoiar o seu desenvolvimento.

Pressupõem que o desenvolvimento profissional dos professores tem de estar relacionado com a produção de ideias e de reflexões que surgem ao longo de um processo cujo principal objectivo é o de melhorar a qualidade do ensino. Neste sentido, as informações avaliativas que se vão obtendo ao longo do processo são situadas e específicas de um determinado contexto e deverão servir como estímulo e incentivo ao desenvolvimento profissional dos professores.

Assim, os modelos de processo estão mais próximos das práticas do dia-a-dia dos professores, das suas necessidades reais e da sua cultura profissional.

Sumário:1. Revisões da aula anterior:

1. Quais foram as ideias-chave da aula passada?

2. Quais as dúvidas com que ficou/O que gostava de ver esclarecido e/ou aprofundado?

2. Implementação de um processo de avaliação de professores - Atividade 3;

Análise, em pequeno grupo, do documento “Referencial de competências…” (60min.)1. Analise comparativamente os dois quadros.

2. Que observações tem a fazer?

3. Como pode ser feita prova de cada uma das competências?

4. Quais os referenciais de valoração/reconhecimento da qualidade a adoptar para cada uma das competências?

5. Sistematizem as vossas conclusões para serem apresentadas em plenário.

Apresentação e discussão em plenário das conclusões do pequeno grupo (60min.)

Sumário:1. Revisões da aula anterior:

1. Quais foram as ideias-chave da aula passada?

2. Quais as dúvidas com que ficou/O que gostava de ver esclarecido e/ou aprofundado?

2. Avaliação da disciplina ADDTM – Atividade 4;

3. Trabalho final da parte I da ADDTM.

AUTO: Reflicta e responda:

1. O que aprendeu?2. O que ainda deve ser esclarecido/aprofundado?

HETERO: Considerando as suas expetativas em

relação a esta disciplina, responda:1. Quais as que já se encontram satisfeitas?2. Quais as que faltam satisfazer?3. Que contribuição pessoal pode dar para as

satisfazer?4. Qual o contributo que a professora pode dar?

Portfolio digital com 3 elementos1. Revisão da literatura de apoio fornecida, enfocada

sobre os tópicos tratados nas aulas (3 a 5 pp.)

2. Trabalho de grupo (vide slide seguinte)

3. Reflexão final, com proposta de classificação fundamentada.

Em pequeno grupo:◦ Concepção de um dispositivo de avaliação

(desenvolvimento da atividade 3):

1. Finalidade da avaliação;

2. Organização e desenvolvimento do processo;

3. Instrumentos de recolha e registo de evidências;

4. Referenciais do juízo avaliativo.

1. Um ficheiro PPT com apresentação personalizada e índice – hiperligação aos outros três ficheiros/evidências constituintes do portfolio;

2. Os ficheiros das três evidências constituintes do portfolio em formato PDF;

3. Formatação dos textos: margem esquerda 3 cm, todas as restantes 2 cm; letra Arial11, espaçamento 1,5;

4. Normas dos trabalhos académicos.

1. Empenho – atitude evidenciada (20%):1. Assiduidade

2. Pontualidade3. Participação activa

Portfolio digital

2. Desempenho (trabalhos) (80%):1. Conteúdo:

1. Correcção do discurso;

2. Clareza, rigor e articulação das exposição das ideias expressas

2. Forma:1. Cumprimentos das normas indicadas;

2. Aspecto visual.