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AVM EDUCACIONAL
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
A MEDITAÇÃO NA INFÂNCIA ESCOLAR E SEUS BENEFÍCIOS
NO PROCESSO DE ENSINO - APRENDIZAGEM
LUCAS MILLER TAVARES DE MACEDO
ORIENTADORA
Professora Marta Relvas
Rio de Janeiro
2018
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AVM EDUCACIONAL
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
A MEDITAÇÃO NA INFÂNCIA ESCOLAR E SEUS BENEFÍCIOS
NO PROCESSO DE ENSINO - APRENDIZAGEM
Apresentação de monografia à AVM EDUCACIONAL como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Neurociência Pedagógica. Por: Lucas Miller Tavares de
Macedo
Rio de Janeiro
2018
RESUMO
Este trabalho tem como objetivo auxiliar, através da pesquisa dos benefícios
da meditação na infância escolar, o ensino-aprendizagem de crianças na primeira infância. Por meio de uma abordagem bibliográfica este trabalho
aborda as questões principais relacionadas a aprendizagem infantil, assim como suas dificuldades, as contribuições da meditação, e os processos cerebrais envolvidos. Tendo em vista algumas dificuldades encontradas no
processo de aprendizagem da escola atual, como ansiedade e falta de concentração, a meditação vem, não só um facilitador, como principalmente um
método capaz de aperfeiçoar e transformar esta aprendizagem infantil em algo que de fato tenha significado e importância para os alunos.
Palavras-chave:
Meditação – ensino-aprendizagem – escola – neurociência
METODOLOGIA
Para desenvolver a pesquisa em questão, que será de carácter qualitativo e
bibliográfico, serão utilizados autores como Daniel Goleman e Thierry Denardo
com suas contribuições relacionadas a meditação, também, Rick Hanson e
Richard Mendius, autores do livro O Cérebro de Buda, livro este de muita
relevância para o melhor entendimento de como a meditação age no cérebro.
Para fazer a ligação entre a meditação e a escola, serão mencionados autores
como Marta Relvas, Cosenza e Roberto Lent, tendo grandes contribuições
relacionadas à neuroeducação. Sendo assim, abordando os temas
fundamentais para a realização do presente trabalho.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO Erro! Indicador não definido.
CAPÍTULO I: MEDITAÇÃO 8
1.1 – Origem e conceito 8
1.2 - Os benefícios da meditação 11
1.3 - Meditação infantil 13
CAPÍTULO II: CÉREBRO 16
2.1 - Entendendo o sistema nervoso 16
2.2 - A aprendizagem no cérebro 19
2.3 - Como a meditação age no cérebro 22
CAPÍTULO III: EDUCAÇÃO E MEDITAÇÃO 25
3.1 - Conceito de neurociência educacional 25
3.2 - Meditação na escola 27
3.3 - Os benefícios da meditação na aprendizagem 30
CONCLUSÃO 32
BIBLIOGRAFIA 34
ÍNDICE 36
6
INTRODUÇÃO
Este trabalho trata-se de uma pesquisa bibliográfica onde são abordadas
questões fundamentais da meditação, do cérebro e da escola. Fazendo a
ligação entre esses três temas principais, será possível observar e entender
como a meditação pode auxiliar no ensino-aprendizagem infantil, juntamente
com o entendimento de estruturas neurais, e dificuldades encontradas no
formato escolar atual.
A meditação é uma prática milenar, exercitada inicialmente por povos a
fim de atingir a iluminação espiritual. Com o passar dos anos foi sendo
difundida, proporcionando inúmeros benefícios para inúmeras questões, trata-
se, através do controle da respiração, controlar o fluxo de pensamentos e
encontrar-se no momento presente. A meditação é a arte de estar presente.
Sendo assim, ramificada para inúmeros públicos e benefícios.
Encontra-se hoje na escola atual, um público ansioso e inquieto na
maioria. A causa disso se da pelo ritmo que a humanidade tomou para atender
as demandas atuais, como profissionais e de consumo. O ritmo acelerado e o
imediatismo trazem consigo as particularidades citadas à cima. E essas
questões afetam principalmente o público infantil, que é o foco dessa pesquisa.
O universo infantil é o universo dos adultos que as cercam, tendo isso
em vista, fica fácil descobrir a causa de tantas dificuldades encontradas em
sala de aula. Os adultos, na sua maioria, sabem lidar com questões como
ansiedade e a própria inquietação melhor do que as crianças, pelo fato de
terem consciência do problema, o que por sua vez dá acesso à solução do
problema, se for pensar de forma lógica. Porém, a criança ainda não
desenvolveu tal consciência, por conta de ter a região do córtex pré-frontal
ainda em desenvolvimento, sendo ela concluída completamente a partir dos 30
anos de idade.
Se tratando da solução dessas dificuldades encontradas em sala de
aula, como estas podem ser resolvidas, ou melhoradas? A resposta para esta
pergunta pode ser encontrada na prática da meditação pelas crianças.
Sabendo que a meditação tem o potencial de trazer para o momento presente,
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espera-se que fatores como a ansiedade e a inquietação sejam resolvidos ou
melhorados.
Por meio de pesquisas bibliográficas, o trabalho em questão tem como
principal objetivo, expor como a meditação pode auxiliar, não só na solução
destes problemas encontrados comumente em sala de aula, como também no
processo de ensino-aprendizagem do público em questão. Mostrando não
somente a solução de um fator problemático, como a otimização do processo
fundamental em sala de aula, a aprendizagem. Fazendo da sala de aula, um
ambiente, verdadeiramente propício para o aprendizado.
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CAPÍTULO I: MEDITAÇÃO
Com certeza a meditação vem se difundindo ao passar dos anos, por
inúmeras razões. Desde perspectivas espirituais, na elevação espiritual até
gestores de empresas, no que diz respeito ao aumento de foco e clareza
mental.
Segundo Vascouto (2013, p. 88 apud OLIVEIRO, 2012) a sociedade
atualmente recebe uma enorme quantidade de estímulos visuais, sonoros e
ainda informativos, que prejudicam a atenção e o foco. Ainda conforme
Vascouto (2013, p.88 apud SOLAREZ, 2009) o atual modelo econômico, o
estresse, responsabilidade e eficiência exigidas, têm sobrecarregado não só
adultos quanto crianças e jovem e sua parte cognitiva e comportamental.
Em síntese, tomado conhecimento de tais problemáticas, a meditação
surge no ocidente como uma formidável ferramenta como auxílio para tais
questões.
1.1 – Origem e conceito
Existem muitos conceitos e definições para a meditação, juntamente
para as inúmeras práticas que podem ser realizadas a fim de diferentes
resultados. De acordo com Prudente (2014) a palavra meditação teve sua
origem, especialmente, em culturas e tradições asiáticas, que por sua vez trata-
se de uma variedade de práticas contemplativas. É importante ressaltar a
característica contemplativa da meditação, pelo fato de ser uma das razões
principais de trazer à prática seus inúmeros benefícios.
Goleman (1999, p. 25) afirma que: “A arte da meditação é o método
mais antigo para tranquilizar a mente e relaxar o corpo. A meditação é, em
essência, o treinamento sistemático da atenção.” Ainda, segundo Shapiro
(2005).”A meditação, caracterizada como o treino da atenção plena à
consciência do momento presente, tem sido associada a um maior bem-estar
físico, mental e emocional.”
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É fundamenta pensar de uma forma mais holística, na definição da
meditação, porque a partir disso, é possível chegar próximo de suas origens e
história. Segundo Murphy (1997, p. 1)
As primeiras referências conhecidas são antigas, encontradas na Índia em registros pictográficos datando de cerca de 1500 antes do início do calendário cristão, e de forma escrita nos chamados Upanisad, capítulos especiais dos Vedas, reconhecidos como os textos mais importantes no vasto sistema que veio a ser conhecido como Hinduísmo. Por outro lado, há também indícios de que, na China, formas talvez tão antigas de meditação se desenvolveram no contexto de
tradições nativas, anteriores à codificação do Taoísmo.
Sobre esse aspecto, pode-se concluir como a prática meditativa é
antiga, podendo atribuir o quanto foi aperfeiçoada com o passar dos anos.
Conforme Prudente (2014), em síntese a meditação vem sendo utilizada por
milhares de anos para se atingir aprofundamento dos estágios de consciência,
gerando assim um novo estágio. Em outras palavras, sendo utilizada para os
processos de autoconhecimento por milênios.
É importante lembrar que durante a história da humanidade, a própria
vem sendo moldada segundo as necessidades de cada período na história.
Nesse contexto, é considerável a curiosidade, juntamente com as perguntas de
como e por que razão a meditação se iniciou? Para a resposta destas
relevantes perguntas, é de suma importância atentar para certos momentos da
história onde se predominava a escassez. Nessa proposta, segundo Prudente
(2014, p.3):
...as preocupações do período védico-bramânico clássico, dominado por uma rígida estrutura religiosa, com seu panteão, rituais, hinos e preceitos norteadores da vida em uma sociedade de castas, lentamente cederam espaço à investigação da mente, à realizações de ordem mais pessoal, com uma orientação mais eminentemente psicológica – a
meditação assume aí um papel de destaque.
Compreende-se então, a necessidade de uma maior introspecção, por
conta do rígido sistema de castas onde se originou os processos meditativos, a
fim de suprir tal necessidade. Sobre esse aspecto, Prudente (2013, p. 3), ainda
considera:
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A meditação, em especial, enquanto uma prática de introspecção, de contemplação introvertida, foi mais valorizada em determinados contextos e períodos específicos. Naqueles cenários em que o conhecimento e domínio do universo interior do ser humano, por meio da compreensão direta da própria experiência e do desenvolvimento de seus potenciais latentes, foram entendidos como mais relevantes que as realizações em termos de vida material e social, as técnicas meditativas receberam naturalmente uma atenção mais cuidadosa. Exemplo interessante é encontrado no desenvolvimento das Upanisad, em um momento histórico especialmente fértil na Índia, marcado em sua esfera filosófica por uma transição
radical, empreendida.
Cabe acrescentar, o desprendimento gradual do ser humano segundo sua
maior necessidade no momento para contrapor a rigidez das práticas
ritualísticas da época.
Outro aspecto importante é a chagada da prática meditativa no ocidente.
Conforme Murphy (1997) descreve, a partir da segunda metade do século XIX,
através de entusiastas espiritualistas, movidos pelo momento efervescente de
curiosidade e inovações nos âmbitos espirituais e filosóficos, foi permitida a
entrada de tradições orientais. O primeiro grande marco no ocidente
relacionado a este fato foi a realização do World Parliament of Religions,
realizado em 1883 em Chicago. Permitindo assim, a dispersão de
ensinamentos asiáticos pelos próprios asiáticos. Este evento deu início a
consolidação da cultura e tradições orientais no ocidente, fazendo assim, a
união entre as culturas.
Vale ressaltar que sendo uma prática tão antiga, ainda popular nos dias
atuais e amplamente difundida, pode-se pensar sobre sua pluralidade em
relação aos fatores positivos para saúde psíquica e fisiológica do praticante.
Nesses termos de pluralidade, vale considerar seus múltiplos métodos de
realização. De acordo com Angelloti (2007, p. 219 apud GOLEMAN, 1998) são
apresentados onze das mais conhecidas técnicas meditativas. São elas: bhakti
hindu, cabala judaica, hesicasma cristão, sufismo, meditação transcendental,
yoga ashtanga, tantra indiano, budismo tibetano, budismo zen, quarta via de
Gurdjieff e consciência sem escolha de Krishnamurti. Sendo todas elas
bastantes distintas umas das outras.
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Sobre esse aspecto, considerando a distinção entre as práticas
meditativas, compreende-se a sua pluralidade, tendo em vista o sucesso da
disseminação da prática, sendo modificada através dos anos e aperfeiçoada
para objetivos específicos de cada povo, necessidade e religião. Cabendo citar,
a importância de sua propagação.
1.2 – Os benefícios da meditação
Sabendo a origem e como se deu sua dispersão, é inevitável pensar em
seus muitos benefícios, que também fazem parte da razão para tamanho
sucesso entre os praticantes do mundo inteiro. Como visto anteriormente, os
benefícios são associados ao objetivo à ser alcançado segundo a as culturas e
necessidades na qual estão inseridas.
Podem-se citar inúmeros benefícios, dentre estes podemos destacar
alguns que têm chamado atenção, como “aumentar o bem-estar, desenvolver a
tranquilidade e a compaixão e diminuir o sofrimento”, segundo Hanson e
Mendius (2012). Ainda conforme Angelotti (2007) pode-se atribuir aos
benefícios da meditação o controle da ansiedade e estresse e ainda o
tratamento de casos de depressão.
É fundamental pensar que estes benefícios estão associados as
principais questões do mundo contemporâneo, como ansiedade, depressão e
estresse. Podemos observar que as principais dificuldades encontradas
atualmente pelos adultos e crianças foram citadas a cima como sendo
solucionadas, ou melhoradas através da prática meditativa.
Em síntese, os benefícios são distintos de acordo com o objetivo a ser
praticado. Segundo Angelloti (2007, p. 218 apud GOLEMAN, 2003):
O treinamento de atenção focada, durante a meditação, é uma porta para expandir a capacidade de controlar a nossa vida interior. Um foco de atenção nas emoções proporciona
estratégias práticas para gerirmos as emoções.
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Ainda conforme Angelotti (2007) as práticas meditativas podem auxiliar na
identificação de pensamentos distorcidos, o que por sua vez possibilita o
suporte na identificação da ansiedade e outras formas de sofrimento.
Assim, podem-se abordar mais elementos relacionados aos ganhos da
prática, conforme Menezes (2009, p. 566 apud Slagter et al., 2007).
Caracteriza-se pela premissa fundamental de que a interpretação dos fatos é mais importante do que os fatos em si. Por esta razão, a prática meditativa tem sido descrita como uma forma de treinamento mental através da qual se busca
educar a mente.
Sendo assim, entra-se em mais uma perspectiva relacionada aos lucros da
realização da meditação, lucro esse de fundamental relevância para atividades
do ritmo contemporâneo da sociedade. Através da educação da mente,
observa-se a maior facilidade para lidar com obstáculos comuns do cotidiano,
obstáculos esses que muitas vezes podem paralisar e retardar o
desenvolvimento pessoal.
Tratando-se de crianças, constata-se o potencial dos exercícios
meditativos. Através do ganho de consciência, uma janela de oportunidade se
abre em relação a solução da questões a serem tratadas. É de fundamental
importância a educação da mente, considerando o potencial da mesma na
solução de problemas e na criação de aspectos positivos para o bem-estar do
indivíduo.
De volta aos benefícios da meditação, se faz essencial a divisão da
prática meditativa em duas partes principais: a concentrativa e a mindfulness.
Ambas as práticas, são caracterizadas, respectivamente, segundo Menezes
(2009 apud SHAPIRO et al., 2005) pelo treino da concentração em um foco
específico, como a respiração, um mantra ou a contagem de numerais. Por sua
vez a mindfulness é caracterizada pela consciência do momento presente. Há
uma total contemplação do agora, sendo que qualquer tipo de pensamento que
surja não é julgado e nem absorvido, é apenas observado. Nesse tipo de
meditação, tais pensamentos são simplesmente passageiros, sem qualquer
reflexão sobre eles, sendo assim, auxiliando a aceitação.
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Conforme Menezes (2009, p. 566 apud CARTER et al., 2005; SLAGTER
et al., 2007).
Com relação aos sistemas cognitivos, tem sido observado que o treino da focalização da atenção, característico da prática meditativa, pode realmente auxiliar no controle desta função. Estudos utilizando tarefas comportamentais mostraram que o treino da meditação pode modular mecanismos atencionais e aumentar a capacidade do processamento de informação mediante um maior controle da distribuição dos recursos
mentais.
Compreende-se então que, através da mudança de padrões mentais, tem-se a
possibilidade de aumentar a capacidade do processamento de informação.
Logo, em termos escolares, que é o foco da presente pesquisa, estas
conclusões são de grande relevância quando se trata do potencial da prática
meditativa para auxiliar o ensino-aprendizagem de crianças em período
escolar.
Dentre os benefícios listados, foi exposto não só melhorias em questões
amplas como estresse, ansiedade e depressão como também lucros voltados
para o objetivo da melhoria de problemas encontrados na escola, como
aumento da concentração, da atenção, capacidade de reter informações,
melhor gestão das emoções, isso por intermédio do treinamento da mente,
modificando os aspectos mentais para por fim adquirir uma nova tomada de
consciência.
1.3 – Meditação infantil
De acordo com as informações levantadas nos tópicos anteriores desde
capítulo, deve-se considerar o exercício meditativo como suporte de
considerável relevância para a melhoria de algumas dificuldades, hoje comuns.
Para que se faça a ligação com a abordagem principal desta presente
pesquisa, se faz necessário o levantamento dos dados relacionados a
meditação infantil.
Conforme Milagres (2009) um ambiente com muitos estímulos, como
jogos eletrônicos, internet, escola e redes sociais quando somado a falta de
14
atenção e presença dos pais, quando se trata ao próprio contato com os filhos,
tem um papel importante no agravamento do funcionamento psíquico. Portanto,
observa-se que este ambiente citado é compatível com o ambiente vivido
atualmente por grande parcela da população infanto-juvenil. Logo, surge uma
complicada realidade que pode dificultar o desenvolvimento da criança.
De acordo com Browne (2004, p. 87):
O desenvolvimento social e emocional envolve, entre outras coisas, uma maior compreensão de como comporta-se nas diferentes situações, a capacidade de ter empatia com os outros, de conquistar o autocontrole e de desenvolver disposições positivas para a aprendizagem. O desenvolvimento emocional e social da criança inclui também o desenvolvimento de uma boa habilidade interpessoal, o desenvolvimento de relações positivas com os outros, o desenvolvimento de compreensões interpessoais e uma crescente autoconfiança e autoestima. O desenvolvimento emocional e social da criança também está indissociavelmente ligado à percepção de si
mesma: sua identidade pessoal.
É fundamental pensar que a meditação, como visto anteriormente em seus
benefícios, será a ferramenta que possibilitará a criança de atingir os
desenvolvimentos emocionais, pessoais, interpessoais. Juntamente com a
conquista da conquista da autoconfiança e autoestima para que finalmente
atinja a consciência da sua identidade pessoal.
Segundo Martinelli (1999, p. 76) “A mente está relacionada ao nível
emocional da personalidade. O alinhamento das emoções clarifica a mente e
gera maior lucidez para a transformação da informação em conhecimento”.
Ainda segundo Martinelli (1999, p. 42)) cabe considerar que:
Despertando a consciência da harmonização por meio da meditação, ensinando-lhe a ter consciência do corpo como instrumento da ação e da mente e seus níveis mais sutis como responsáveis pelas emoções e pela transformação da informação em conhecimento. O desenvolvimento dos sentidos externos e a percepção dos sentidos internos exploram a
capacidade de compreensão e a criatividade.
É fundamental pensar na meditação como sendo uma importante
ferramenta à ser utilizada em escolas para que haja recursos para enfrentar
dificuldades recorrentes e otimizar o processo ensino-aprendizagem.
Entretanto se faz necessário o entendimento, não só dos métodos meditativos
15
e seus benefícios, como também de como o cérebro da criança aprende e que
cérebro está atualmente em sala de aula, com o propósito de potencializar o
aprendizado e fazer da escola um local enriquecedor.
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CAPÍTULO II: CÉREBRO
Este capítulo foi destinado ao conhecimento do cérebro e suas
estruturas neurais. Para que se faça a ligação da meditação com a educação,
sendo este o foco do presente trabalho, é necessário que se exponha
conteúdos sobre o sistema nervoso com um objetivo claro, o entendimento de
como se da o aprendizado e o que ocorre com o organismo em processos
meditativos e na própria aprendizagem.
“A educação por atenção seria uma educação por excelência.” Esta
citação de William James, do livro O cérebro de Buda de Hanson e Mendius,
representa bem as indagações deste capítulo. De forma simplificada, sabe-se
que a meditação promove os níveis de atenção, que por sua vez potencializam
o aprendizado do indivíduo.
2.1 - Entendendo o sistema nervoso
Compreende-se que para a assimilação de como o aprendizado ocorre e
o que acontece no cérebro em processos meditativos se faz necessário o
entendimento do sistema nervoso, que é de fato, onde tudo acontece.
De acordo com Relvas (2011, p. 34)
Para se compreender o caminho percorrido das informações pelos estímulos sensoriais até chegarem ao cérebro, há de se ter a necessidade de uma abordagem anatômica e fisiológica (forma e função) [...]. Para isso, faz-se entender que existem movimentos de conexões nervosas que são dinâmicas e velozes, em razão da integração entre três sistemas fundamentais para a construção de saberes do sujeito que aprende. O primeiro aspecto é o sistema de informação, o segundo é a compreensão dos sistemas biológicos e o terceiro que adentra em nosso cotidiano é a cibernética, formando,
assim, uma teia de conectividade.
Nesse sentido, a autora se faz clara ao expor o sentido do funcionamento
neural. Sobre esse aspecto, é importante se atentar ao sistema de informações
que o indivíduo irá interagir, a biologia do cérebro, ou seja, as respostas que o
sistema nervoso irá construir e a teia de conectividade, isto é, as conexões
necessárias para que haja uma resposta necessária ao estímulo recebido.
17
Cabe considerar que Relvas (2011) ainda coloca, ser fundamental que
educadores conheçam as estruturas cerebrais para que haja melhor
compreensão das dimensões cognitivas, motoras, afetivas e sociais.
Em harmonia com estas concepções, Relvas (2011) cita três aspectos
fundamentais para a adaptação dos indivíduos no ambiente, no qual está
inserido, são elas: irritabilidade, condutibilidade e contratilidade que são
utilizadas em estruturas chamadas de neurônios. Tendo esses três fatores
fundamentais, Relvas (2011, p. 35) considera:
A irritabilidade é a propriedade que a célula detecta as modificações do meio ambiente. Tal sensibilidade celular causada por um estímulo é conduzida a outra parte da célula por intermédio de condutibilidade . A contratilidade é a propriedade que garante o movimento da célula, realizando
assim, em muitas vezes a defesa do organismo.
Desta forma, entende-se o sistema nervoso central como tendo a capacidade
de reagir, responder e diagnosticas estímulos externos para que haja uma
reação de acordo com a necessidade do organismo em questão, garantindo
sua sobrevivência. Deste modo, observa-se, de acordo com Relvas (2011) o
sistema nervoso como responsável por coordenar funções externas e internas
do organismo. Garantindo a homeostase do organismo. Homeostase essa,
responsável por manter todas as funções em seus padrões normais, preparada
para analisar os próximos estímulos a serem recebidos.
Neste ponto, se faz fundamental, o estudo sobre esses saberes. Tendo
isso em vista, segundo Cosenza (2011, p. 13):
Hoje, sabemos que os neurônios processam e transmitem a informação por meio de impulsos nervosos que os percorrem ao longo de toda sua extensão. Além disso, temos conhecimento de que o impulso nervoso tem uma natureza elétrica, pois é constituído de alterações na polaridade elétrica da membrana que reveste essas células.
Ainda, a respeito do neurônio, Cosenza (2011, p. 13) continua:
Um neurônio pode disparar impulsos seguidamente, dezenas de vezes por segundo. Mas a informação, para ser transmitida para uma outra célula, depende de uma estrutura que ocorre geralmente nas porções finais do prolongamento neuronal que leva o nome de axônio. Esses locais, onde ocorre a passagem da informação entre as células, são denominadas sinapses, e a
18
comunicação é feita pela liberação de uma substância química, um neurotransmissor. Existem dezenas de neurotransmissores
atuando em nosso cérebro [...]
Nesse sentido, faz-se válido a importância do neurônio em companhia de suas
funções, para que haja a compreensão, posteriormente, de como se dá o
aprendizado.
Foi visto que o os neurônios processam e transmitem informações, e
dentro de cada neurônio encontra-se axônio, estrutura por onde passa as
informações através de neurotransmissores. A respeito, considera-se
necessário mencionar alguns neuromoduladores (às vezes chamados de
neurotransmissores, pois têm influência sobre os neurotransmissores
primários) que são citados por Hanson e Mendius (2012, p. 50):
- Serotonina – regula o humor, o sono e a digestão; muitos
antidepressivos têm como finalidade melhoras seu efeito.
- Dopamina – tem relação com recompensa e atenção; promove atitudes de aproximação.
- Norepinefrina – alerta e excita.
- Acetilcolina – estimula a vigília e o aprendizado.
Ainda a respeito dos neurotransmissores, de acordo com Cosenza
(2011), o neurotransmissor quando liberado, pode ter dois efeitos, excitatório e
inibitório. Ambas de fundamental importância para o funcionamento neural.
A respeito das sinapses, Cosenza (2011, p. 13) considera:
As conexões sinápticas dos bilhões de células presentes em nosso sistema nervoso são em número incalculável. Um neurônio normalmente pode estabelecer sinapses com centenas de outros neurônios ao mesmo tempo em que recebe informações vindas de outras centenas de células. Sua resposta a esses influxos vai depender do equilíbrio de ações sinápticas excitatórias e inibitórias que recebe num determinado momento, o que vai influencias, por sua vez, outras células próximas ou distantes, dependendo dos circuitos
dos quais ela participa.
O argumento citado, presumi-se e esclarece o valor dos neurotransmissores
excitatórios e inibitórios, sendo eles complementares no pleno funcionamento
do cérebro.
19
2.2 – A aprendizagem no cérebro
Nessa linha de pensamento, foi exposto de forma simplificada as
principais estruturas cerebrais com o objetivo do melhor entendimento das
estruturas e funções do sistema nervoso. Para que se de continuidade ao
tema, aprendizagem no cérebro, se faz útil contar um pouco da história
relacionada a evolução do cérebro, se tratando das razões pelas quais ele
evoluiu da maneira que evoluiu a fim de atingir seu grande potencial
relacionado a aprendizagem.
Conforme Hanson e Mendius (2012, p. 38):
Na época do surgimento das primeiras águas-vivas, há 600 milhões de anos, os animais já haviam desenvolvido estruturas complexas o bastante para que seus sistemas motor e sensorial precisassem se comunicar entre si, portanto, foram os primórdios do tecido neural. Conforme os animais evoluíram, o mesmo ocorreu com o sistema nervoso, que lentamente
desenvolveu um centro de comando em forma de cérebro.
Então, já era possível observar a necessidade biológica de alguns organismos na
formação de um tecido neural. Hanson e Mendius (2012, p. 38 apud MACLEAN, 1990)
ainda consideram: “A evolução se baseia em aptidões preexistentes. A
progressão da vida pode ser vista no próprio cérebro na termologia [...] para os
níveis de desenvolvimento: reptiliano (primitivo), límbico (emocional) e
neocórtex (racional).”
Finalmente, Hanson e Mendius (2012, p. 39 apud DUNBAR e SHULTZ,
2007) discorrem:
[...] o córtex moderno tem grande influência sobre o restante do cérebro e vem sendo mudado por pressões evolucionárias a fim de desenvolver habilidades cada vez mais aprimoradas
para prover, criar laços, comunicar, cooperar e amar.
Conclui-se então a necessidade evolutiva cerebral segundo a exigência de
desenvolver habilidades indispensáveis. Salientando a indispensabilidade do
aprendizado sempre, para prover tais habilidades.
Continuando a linha evolutiva, conforme Relvas (2011, p. 26) expõe:
Filogeneticamente , o cérebro humano poderia ser dividido em
três unidades:
20
1- cérebro primitivo (autopreservação, agressão); 2- cérebro intermediário (emoções);
3- cérebro racional/ superior (tarefas intelectuais).
Observa-se que anatomicamente, o cérebro humano demonstra claramente
seus processos evolutivos. Relvas (2011, p. 27) ainda considera:
O cérebro mais primitivo é herança evolutiva dos répteis, e abriga mecanismos neuronais básicos da reprodução e da autoconservação, o que inclui o ritmo cardíaco, a circulação
sanguínea e a respiração.
Os comportamentos básicos, como a seleção do lugar, a territorialidade, o envolvimento na caça, o acasalamento, o cuidar da cria e a formação de hierarquia sociais e seleção de líderes, têm origem nessas estruturas primitivas, bem como a participação nos comportamentos ritualistas. Parece que estes comportamentos formam parte das condutas burocráticas e
políticas do seu humano.
O argumento citado, esclarece a fundamental importância na realização de
funções indispensáveis, do cérebro mais primitivo, expondo assim a estrutura
complementar do encéfalo.
Nessa linha de pensamento, o sistema límbico surge como sendo
responsável pelas emoções, e ainda nele que, de acordo com Relvas (2011, p.
28): “encontra-se a Amígdala cerebral, que realiza a função da agressividade
em situações emergenciais. Acredita-se também ser a responsável pelo
comportamento altruísta, o amor e, precisamente o amor com as crias.”
Em resumo, se faz preciso o fechamento do tema evolutivo, que
conforme citado por Relvas (2011, p. 28):
Como uma análise final, pode-se dizer que o cérebro humano traz em si toda a história da evolução tanto anatômica quanto fisiológica , com probabilidade de ter iniciado na água, quando os peixes desenvolveram um tubo com a finalidade de transportar os nervos de partes distantes de seu corpo para um lugar central de controle, formação esta denominada de
neurogênese animal.
Assim, o cérebro evolui até chegar a estrutura hoje encontrada nos seres
humanos, que por sua vez, o cérebro humano se diferencia dos cérebros de
outros mamíferos, pela estrutura chamada neocórtex, que significa cérebro
mais recente, pois no processo evolutivo foi a última estrutura a surgir. Sendo
ela, a mais recente, e presente nos seres humanos, sua função é a
21
metacognição, ou seja, a capacidade reflexiva do ser humano. Capacidade
esta, só encontrada, até então, no cérebro humano.
Em síntese, depois da exibição de argumentos que mostram a evolução
do cérebro humano e as principais estruturas envolvidas, se faz necessário no
momento, a exposição das estruturas envolvidas na aprendizagem.
Segundo Relvas (2011, p. 36):
As associações recíprocas entre as diversas áreas corticais asseguram a coordenação entre a chegada de impulsos sensitivos, sua decodificação e associação, e a atividade motora de resposta. A isto, chamamos de funções nervosas
superiores, desempenhadas pelo córtex cerebral.
Tendo em vista a decodificação dos impulsos sensitivos, é importante mostrar
a relação das funções desempenhadas entre as áreas envolvidas, conforme
Relvas (2011, p. 37,38) demonstra:
- Córtex motor primário (giro pré-central) – Inicia o
comportamento motor voluntário.
- Córtex sensitivo primário (giro pós-central) – Recebe
informações sensitivas do corpo.
- Córtex visual primário – detecta estímulos visuais.
- Córtex auditivo primário – detecta estímulos auditivos.
- Córtex de associação motora (área pré-motora) – Coordena
movimentos complexos.
- Centro da fala (área da boca) – Produção da fala articulada.
- Córtex de associação somestésica – Base do esquema corporal.
- Área de associação visual – Processa a visão complexa.
- Área de associação auditiva – Processa a audição complexa.
- Área de Wernicke – Compreensão da fala.
- Área Pré-frontal – Planejamento, emoção, julgamento.
- Área temporal e parietal – Percepção espacial.
Com base no referencial, sabe-se as estruturas envolvidas do desenvolvimento
cognitivo, motor e sensorial. Toda esta exposição, foi para enaltecer a
importância de saber como o cérebro funciona. Chamando a atenção, sempre,
para a sala de aula, que é o lugar onde ocorre, atualmente, na maioria dos
22
casos de forma a não aproveitar ao máximo a capacidade de aprendizado
cerebral da criança, tendo isso em vista, é evidente a pergunta de como quem
está na frente da turma pode aproveitar ao máximo o desenvolvimento e
capacidade neuronal da criança sem conhecer as estruturas e funções
neurais?
Nesse sentido, para reafirmar a grande relevância de estudos
neurocientíficos para educadores, conforme Lemgruber (2009, p. 27 apud:
LENT, 2001):
Para Roberto Lent [...] é possível desenvolver novas habilidades e aumentar a capacidade do Sistema Nervoso Central (SNC), criando novas combinações entre seus elementos e aumentando a eficiência das conexões já existentes. Isso pode ser feito através do treinamento e da repetição de um determinado estímulo, confirmando que, assim como as combinações de genes contribuem para o comportamento humano, os fatores sociais e o próprio comportamento agem diretamente no funcionamento cerebral,
modificando a expressão genética através da aprendizagem.
Ainda, segundo Lemgruber (2009, p. 28 apud: ANDREASEN, 2003)
No livro Brave New Brain, a neurocientista N. Andreasen mostra que “podemos mudar quem somos e o que somos, através do que vemos, ouvimos, falamos e fazemos. O importante é treinar as atividades certas do nosso cérebro. Esse processo de aprendizagem é inerente não só à infância,
mas também à idade adulta e mesmo ao envelhecimento”.
Sobre esse aspecto, foi exposto a capacidade do cérebro de se modificar,
conforme o estímulo adequado e necessário, aumentando assim a capacidade
neuronal relacionada ao aprendizado e a várias outras áreas. Dessa forma, se
faz crucial, a utilização de novas práticas de aprendizagem, a fim de
potencializar o aprendizado com o objetivo que atinja a excelência.
2.3 - Como a meditação age no cérebro
De acordo com o que foi mostrado sobre a fisionomia do cérebro, se faz
fundamental neste momento o estudo sobre as mudanças que a meditação
realiza nas funções cerebrais. Lembrando que estímulos específicos podem
mudar a estrutura neural do cérebro, sendo a meditação uma prática que
23
modifica padrões cerebrais, sendo assim, é essencial observar quais as
mudanças que a meditação proporciona no cérebro.
Logo, conforme Menezes (2009, apud: WALLACE, 1970):
Os primeiros estudos sobre meditação estiveram voltados para explicar os mecanismos subjacentes a essa prática e suas repercussões na vida do praticante. Através de medidas minuciosas e rigorosas, foi identificada uma série de padrões de reações associados à prática meditativa, que a caracterizam como um estado de consciência particular, diferente dos
tradicionalmente conhecidos, como vigília, sono e sonho.
Ainda, de acordo com Menezes (2009, apud: AFTANAS & GOLOCHEIKINE,
2001; DANUCALOV & SIMÕES, 2006): “Essas reações também são chamadas
de respostas psicofisiológicas ou neurofisiológicas, pois refletem mudanças no
sistema nervoso central e autônomo.” Nesses termos, observa-se a capacidade
de mudanças no sistema nervoso que a meditação é capaz de realizar.
Conforme Menezes (2009, apud: LAZAR et al., 2005):
Atualmente, sabe-se que, além dessas mudanças funcionais, a meditação também pode produzir mudanças estruturais, atuando sobre a plasticidade cerebral. Uma pesquisa que comparou a espessura do córtex de meditadores experientes com um grupo controle encontrou uma diferença significativa nas regiões relacionadas à sustentação da atenção, onde a
espessura era maior nos praticantes experientes.
É fundamental pensar, neste ponto, na plasticidade cerebral, por conta dela o
cérebro pode ser modificado por diversas ferramentas. Ao que indica, a
meditação vem sendo uma ferramenta usada na modificação do cérebro.
A respeito da plasticidade neuronal, é fundamental que se entenda que
esta é a capacidade do sistema nervoso de se modificar, adaptar-se e moldar-
se. Menezes (2009, apud: CAHN & POLICH, 2006; DILLBECK & ORME-
JOHNSON, 1987; EASTERLIN & CARDEÑA, 1998; GOLEMAN & SCHWARTZ,
1976; LUTZ, GREISCHAR, RAWLINGS, RICARD, & DAVIDSON, 2004)
descreve:
Esse estudo corrobora a ideia de que a regularidade e a continuidade da prática influenciam a intensidade das respostas e que, portanto, a meditação pode produzir mudanças duradouras. Várias pesquisas observaram que, mesmo em situações basais, os meditadores mais experientes
24
produziam respostas significativamente diferentes daquelas
medidas em controles.
É fundamental pensar, a forma como o cérebro é modificado através da
meditação. O que fica claro com as referências e estudos citados sobre esse
aspecto. A pergunta que se deve fazer no momento, é a seguinte, quais são os
fatores positivos ao se modificar as estruturas neurais? Para a resposta desta
pergunta Hanson e Mendius (2012, p. 19)) acrescentam: “O que passa na
mente molda o cérebro. Dessa forma, você é capaz de usar a mente para
melhorar o cérebro – o que beneficiará sua existência, bem como as pessoas
com que se relaciona.”
Neste ponto do trabalho, conclui-se que através das mudanças mentais,
a estrutura fisiológica cerebral é modificada. Sabe-se que a meditação é capaz
de promover mudanças mentais, logo, sabendo a importância de estruturas
cerebrais e suas funções, é posto em evidência o grande potencial da prática
meditativa.
Para finalizar essa questão, Hanson e mendius (2012, p. 21 apud:
THOMPSON e VARELA 2001) ainda acrescentam:
O cérebro interage com outros sistemas do corpo – que, por sua vez, interage com o mundo – e é modelado pela mente também. No sentido mais amplo, a mente é formada pelo cérebro, pelo corpo, pelo mundo natural e pela cultura humana, bem como pela mente em si. Quando nos referimos ao cérebro
como base da mente, estamos simplificando as coisas.
Dessa forma, finaliza-se a concepção da mente e como ela interage, fazendo-
se essencial para a compreensão, não só da meditação, como também de
todos as ópticas relacionadas a relação do organismo com o mundo. Conclui -
se deste modo, a exigência em se desenvolver novas práticas de ensino, e um
novo olhar relacionado à neurociência, que é de fato, a ciência que estuda essa
nova visão do aprendizado no cérebro.
25
CAPÍTULO III: EDUCAÇÃO E MEDITAÇÃO
Como visto até agora, sendo o foco principal do trabalho em questão a
educação, observou-se ferramentas que otimizam o aprendizado e a cognição
do indivíduo. Nesse sentido, é fundamental abordar a união dessas
ferramentas e expor como elas funcionam em sala de aula.
Através de práticas meditativas e o conhecimento da neurociência,
acredita-se ter meios de melhorar o ensino e torná-lo excelente, mas não em
relação ao conhecimento adquirido em sala de aula, e sim, na transformação
do aprendizado em sala em bem-estar e harmonia com o próprio ser.
Vale observar que a escola, nada mais é que o lugar onde o indivíduo se
prepara para viver e transformar a sociedade. Viver nela, significa ter estrutura
para superar os obstáculos e dificuldades que surgirão no caminho e
transformá-la num ambiente respeitoso e humano. Sendo assim, é fundamental
a escola dar condições a esse aluno de atingir tal objetivo.
3.1 - Conceito de neurociência educacional
De acordo com o que foi visto até aqui, se faz fundamental o maior
conhecimento sobre neurociência. Quando se trata do estudo do cérebro, é de
fundamental importância tal entendimento, para que se possa, através de
inúmeras ferramentas, modificar os padrões mentais. Principalmente quando
se trata da utilização de recursos em sala de aula. O educador que domina os
aspectos neurocientíficos, tem capacidade para entender com que tipo de
cérebro está lidando em sala de aula e o mais importante, a competência
necessária para modificá-lo e moldá-lo.
A partir disso, segundo Relvas (2011), muitas pessoas que sofreram
danos no encéfalo, sistema nervoso, possuem alguma doença congênita e
doenças neurológicas, são desafiadas a se adaptar conforme a sua limitação.
Com a descoberta da plasticidade neural, surge um novo olhar para essas
questões, juntamente com uma nova oportunidade, tendo em vista que a
plasticidade tem a capacidade de reorganização do encéfalo.
26
Inicia-se então, uma janela de oportunidades para pessoas com algum
tipo de lesão que comprometa o sistema nervoso.
As diversas aplicabilidades das neurociências, trazem conhecimento e
entendimento para muitas áreas, porém uma área específica merece ser
destacada nessa pesquisa. A neurociência pedagógica. Tratando de sala de
aula, é necessário descrever sobre a neurociência aplicada à pedagogia.
Relvas (2012, p. 23) explica a neuropedagogia:
A Neuropedagogia, essa mais nova área do conhecimento humano , tem como objetivo de estudos a educação e o cérebro, entendido como um órgão social que pode se modificado, pela prática pedagógica. Estuda as bases neurológicas, o fundamento do sistema nervoso e as relações entre os aspectos fisiológicos e os socioculturais, a fim de vislumbrar as possibilidades de uma qualidade em aprender fundamentos teóricos do desenvolvimento biológicos e
cognitivo do se humano.
Logo, a neuropedagogia refere-se ao cérebro como um órgão social que pode
ser modificado pelas práticas pedagógicas.
Essa proposta, do cérebro social, é enriquecedora quando se trata de
sala de aula. Em sala de aula, o professor entra em contato com vários
cérebros, e para isso, como visto anteriormente, ele tem que saber que
cérebros são esses e a melhor forma de aproveitar esse potencial. Relvas
(2012, p. 145) ainda expõe: “É reconhecer que a Neurociência é uma ciência,
que trata do desenvolvimento químico, estrutural, patológico, comportamental
do sistema nervoso para poder ter uma visão sistêmica e integradora do
aluno.”. O que quer dizer que o professor em sala, quando aberto para esta
ciência, é capaz de enxergar esse aluno em várias ópticas, como psicológicas,
afetivas, emocionais, sociais e biológicas, fazendo do aluno, aos olhos do
professor, um “sujeito cerebral”, sendo assim, capaz de maximizar o
aprendizado deste cérebro, pelas questões exigidas no verdadeiro
aprendizado, como planejamento para solucionar novos desafios (RELVAS,
2012), fazendo desta prática interessante e instigante, chamando atenção do
mesmo.
O aprendizado por si só já é um ato instigante, aprender se faz natural.
Todos os seres humanos aprendem o tempo todo, o grande desafio aqui é o
27
melhor formato para que isso aconteça em sala de aula. Através da
neuropedagogia, acredita-se ser capaz de estimular no aluno diferente áreas
do cérebro, facilitando assim, seu aprendizado. Relvas (2012, p. 54) chama
atenção para:
O professor, ao estabelecer as estratégias de ensino em relação ao seu conteúdo em seus planejamentos, deve se sensibilizar que as suas turmas constituem em um biologia cerebral, tal qual uma verdadeira ecologia cognitiva. Afinal, funcionam em movimentos ininterruptos de transformação intrínsecas e extrínsecas. É preciso que o professor perceba que, neurofisiologicamente, os alunos estão com os sistemas dos sentidos biológicos muito estimulados e, por conseguinte, existe um movimento de conexões nervosas que nunca
estancam.
É fundamental pensar na clareza que a ferramenta da neuropedagogia
oportuniza ao professor. Entender o cérebro do aluno, é entender a sua
individualidade junto com sua pluralidade, é entender o desenvolvimento da
coletividade da turma assim como o o desenvolvimento individual de cada um.
Para finalizar este tópico da neuropedagogia, Relvas (2014, p. 54) apresenta:
“O papel do professor é provocar desafios, promover ações reflexivas e permitir
o diálogo entre emoções e afetos em um corpo orgânico e mental que é o
“palco” destas reações.
Nesses termos, a neurociência vem para auxiliar o professor no
entendimento do aluno e na própria potencialização das capacidades deles.
Além da clareza do entendimento desse cérebro, para que se dê continuidade
a pesquisa, é importante a exposição de como ocorre a prática meditativa na
escola, porque como visto anteriormente, ela constitui mais um meio de atingir
o cérebro do aluno, considerando o aluno como sendo “sujeito cerebral”, com
o objetivo de potencializar cada vez mais, não só o aprendizado, como também
a capacidade cognitiva do aluno.
3.2 - Meditação na escola
Se faz de suma importância pensar em uma educação mais interligada,
para que possa acessar várias capacidades dos alunos, por intermédio de
diversos estímulos, para que haja desenvolvimento de uma forma geral. Para
expor melhor essa esse conceito, é necessário falar sobre o holismo.
28
Assim, conforme Rocha (2014, p. 17 apud: YUS, 2002) considera:
A educação holística não se centra na determinação de quais fatos ou habilidades os adultos deveriam ensinar às crianças, mas na criação de uma comunidade de aprendizagem que estimula o crescimento do envolvimento criativo e interrogativo da pessoa com o mundo. Ela é nutridora de pessoas saudáveis, completas e curiosas, que podem aprender
qualquer coisa que precisem e em qualquer contexto.
O argumento citado, se faz interessante nesse contexto como um olhar
diferenciado em relação à sala de aula, ao aprendizado e, principalmente, ao
aluno. De acordo com o que é exposto por Rocha (2014), a educação holística
tem como objetivo incentivar o desenvolvimento do aluno em várias esferas,
intelectuais, emocionais, sociais, físicas, artísticas, criativas e espirituais. De
acordo com a máxima de que o aluno é plural em sua individualidade, fazendo
assim, um desenvolvimento completo de seu ser.
Em relação ao holismo e a educação integral, Rocha (2014, p. 20 apud:
SAMPAIO, 2012) ainda considera:
O pensamento da educação integral tem a visão do ser humano como um ser global, com mente, corpo, emoção e espírito integrados e indissociáveis. É a interconexão dessas esferas que produzirá o efeito diferencial entre a educação tradicional, cartesiana, de bases materialistas e a educação integral. A espiritualidade é uma das dimensões levadas em
consideração nessa última perspectiva.
Essa proposta estabelece o ser humano como um ser integral, com partes
conectadas, muito diferente da educação tradicional que se faz fragmentada. O
essencial desse pensamento é o entendimento de que, segundo Yus (2002) o
todo é maior que a soma das partes.
Por sua vez, as práticas meditativas podem funcionar como parte dessa
educação holística, visando sempre, o desenvolvimento do ser humano de
forma integral.
Para a conexão da meditação com a proposta da integralidade de
ensino, Rocha (2014, p. 23 apud: SAMPAIO, 2012) cita:
Uma das dimensões teóricas oportunas para o entendimento da meditação praticada na escola, diz respeito á espiritualidade no contexto educativo,
29
trabalhada por meio de projetos desenvolvidos e pautados
em ações que dialogam com o ser humano, buscando a sua inteireza.
Desse modo, a meditação entra como ferramenta de auxílio na busca pelo ser
humano mais integral e conectado.
Nesse contexto, cabe citar as observações de Rocha (2014, p. 23 apud:
CARTER et al., 2005; SLAGTER et al., 2007) sobre a prática meditativa na
escola, ela considera:
Com relação aos sistemas cognitivos, tem sido observado que o treino da focalização da atenção, característico da prática meditativa, pode realmente auxiliar no controle desta função. Estudos utilizando tarefas comportamentais mostraram que o treino da meditação pode modular mecanismos atencionais e aumentar a capacidade do processamento de informações mediante um maior controle da distribuição dos recursos
mentais.
Dessa forma, a meditação contribui no apoio ao aluno em assimilar conteúdos,
dessa maneira o mesmo se encontra em organização mental para realizar as
tarefas necessárias, tendo em vista a clareza da assimilação dos conteúdos,
conforme a focalização da atenção pressupõe. Ainda de acordo com
Greenberg e Harris (2011) a prática meditativa em escolar é capaz de
promover o bem-estar entre as crianças e também a diminuição de alguns
fatores problemáticos, como as taxas de falta na escola, suspensões e
infrações, diminuição do déficit de atenção hiperatividade (TDAH) e promover o
aumento do desempenho escolar.
Finalmente, Menezes (2009) acrescenta haver relação entre a prática
meditativa e um maior ganho de autoconsciência, ainda expõe a meditação
como sendo uma prática chamada de técnica metacognitiva. Logo, conforme
Menezes (2009, p. 567 apud: GROSS, 2002) argumenta: “A cognição não é um
processo isolado, mas está em estreita relação com as emoções.”
Conclui-se a eficiência, da prática meditativa, quando se trata da
promoção do autoconhecimento, no aumento da metacognição, que é a
capacidade reflexiva do ser humano e a capacidade de transformar as
emoções, criando assim bem-estar e habilidades necessárias para lidar com
dificuldades naturais do percurso de cada ser humano.
30
3.3 - Os benefícios da meditação na aprendizagem
Como abordado no tópico anterior, foi exposto a necessidade de novas
ferramentas para transformar a educação em uma educação holística em
integrativa. De acordo com os estudos, a meditação é capaz de promover a
conexão do aluno a fim de se obter o autoconhecimento e um ser múltiplo,
capacitado de aprender e modificar a realidade a sua volta.
Nesse sentido, verifica-se diversos benefícios da prática meditativa
positivos para o auxílio da aprendizagem em escola. Porém, é fundamental
ressaltar, que tais benefícios promovem recursos, não só para o aluno em sala
de aula, como principalmente, para todos as esferas da vida. Tendo isso em
vista, Menezes (2009, p. 571 apud: WALSH & SHAPIRO, 2006) considera:
Além disso, a associação entre os efeitos emocionais da meditação e a psicoterapia corrobora a ideia de que ambas as técnicas compartilham características centrais, como a busca da redução do sofrimento por um processo de refinamento da consciência e de desidentificação com processos mentais
disfuncionais.
Fica claro, como o que a prática da meditação pode trazer é de extrema valia
para todas as esferas da sociedade. Menezes (2009, p. 566 apud: WALSH &
SHAPIRO, 2006) ainda expõe: “É também considerada pela abordagem
transpessoal uma poderosa ferramenta para atingir outros níveis de
consciência.”
Sobre esse aspecto, foi mostrado durante a pesquisa que a
aprendizagem se faz pela emoção. Só há fixação do aprendizado quando este
possui relevância para o aprendente, sendo assim, conclui-se mais uma vez, a
relevância da meditação nesse processo. Ainda, quando se trata das
dificuldades no processo da aprendizagem, relacionadas as questões
encontradas em dias atuais, como ansiedade e depressão, foi visto a
capacidade da meditação em focar a atenção por períodos prolongados e a
atenção no momento presente, um de seus principais benefícios, sendo assim
trazendo clareza e auxiliando no combate a depressão e ansiedade.
31
Sobre esse aspecto da atenção plena, melhoramento alcançado através
da prática meditativa, se faz considerável a frase de William james, do livro o
cérebro de Buda, de Hanson e Mendius, “a educação por atenção seria uma
educação por excelência.” Hanson e Mendius (2012, p. 193) discorrem sobre
isso:
Quando a atenção está fixa, serena, o mesmo ocorre com a mente. Ela não é aturdida ou desviada por qualquer coisa que vier à cabeça, mas se mantém solidamente presente, equilibrada, imperturbável. A atenção é como um holofote, e tudo o que ilumina é captado pela mente e molda o cérebro. Portanto, desenvolver maior controle sobre a atenção é provavelmente a maneira mais genuína de reconfigurar o
cérebro e, por conseguinte, a mente.
Mostra-se claro, toda a importância deste método de atenção plena proposto
pela prática meditativa. O argumento citado se faz relevante quando se trata
dos benefícios da meditação no processo de ensino-aprendizagem. Por que
como visto até aqui, aprender é um processo emocional, que se faz
naturalmente, o que pode-se dizer é que a dinâmica dos dias atuais, dificulta
esse processo natural em sala de aula, tendo isso em vista, se faz essencial
uma prática onde consegue manter a atenção plena, trazendo todos os
benefícios de estar focado no momento presente, moldando o cérebro, por
consequência, moldando a mente. Tratando-se da mente, o principal
componente de ação em sala de aula e na vida como um tudo. Moldando a
mente, molda-se o mundo ao redor.
32
CONCLUSÃO
Foi abordado na presente pesquisa, desde o surgimento das práticas de
meditação até a sua introdução em sala de aula com fins de melhorar as
dificuldades encontradas nas instituições atuais. Sobre esse aspecto, vale
ressaltar a importância da abertura do ocidente para as culturas orientais, por
meio desta medida, foi permitido que, junto com a cultura asiática, entrasse a
meditação. A partir do momento da entrada, em pouco tempo, a meditação já
se popularizava, principalmente entre as classes que visavam elevação
espiritual e uma maior conexão com o verdadeiro “eu”. Este foi o início para
que se estudasse suas práticas e benefícios.
Ao investigar as práticas meditativas, descobriu-se que se tratava de
uma atividade onde possui potencial de mudar sistemas neurais, por
consequência, mudar os estados emocionais e físicos, além de espirituais. Foi
descoberto benefícios como aumento do bem estar, controle da ansiedade,
diminuição da depressão e sofrimento, autoconhecimento e aumento da
atenção focal. Chamou a atenção, por justamente serem dificuldades que
assolam a sociedade moderna, o que de certa forma foi de fundamental
importância para que estudassem cada vez mais esses processos meditativos.
Através de estudos então, foi percebido que através da atenção focal, o
indivíduo tem recursos para expandir a capacidade de controlar a vida interior e
principalmente a capacidade de gerir melhor as emoções. Quando se trata das
emoções, o controle sobre elas, se faz se suma importância nos dias atuais o
controle sobre elas, por todas as dificuldades encontradas geradas pelo
sistema social moderno, que acaba demandando muitas frustrações e gerando
ansiedade.
Seguindo a linha do trabalho, observou-se a relevância da ligação da
meditação com a escola, considerando todas as dificuldades encontradas na
escola hoje, a meditação se faz uma ferramenta poderosa, segundo seus
benefícios alcançados para lidar com obstáculos encontrados em sala de aula,
porém, conclui-se que a escola não está separada do aluno, a vida do aluno se
faz plural, juntamente com todas as suas habilidades e dificuldades, é exposto
então a educação holística e a neurociência.
33
Sobre a neurociência, conclui-se a primordial importância do estudo
sobre essa ciência, para que se entenda o cérebro a ser moldado em sala de
aula. Só assim, é capaz de haver entendimento sobre as muitas facetas do
cérebro e como o indivíduo se encontra, cultural, social, física, espiritual e
emocionalmente, trazendo assim, um olhar diferenciado para o aluno, visando
sempre o aprendizado como um todo, não apenas de conteúdos trabalhados,
como um desenvolvimento humano e coletivo, para que por mim este aluno
possa viver em sociedade superando suas dificuldades e transformá-la em um
lugar de respeito e bondade.
Por fim, como exposto, o aprendizado se faz emocional, sendo a prática
meditativa atingindo e modificando os aspectos emocionais, o aluno é capaz de
gerir melhor essas emoções potencializando o aprendizado, porém, o mais
relevante benefício seria os lucros obtidos pela prática de atenção focal, como
visto anteriormente, esta prática é capaz de manter o cérebro em um estado de
contemplação e de estar no momento presente, que por si só já diminui a
ansiedade e níveis de depressão. Além dessa visão, foi descoberto que ao
modificar a mente pela processo de atenção focal, o indivíduo está modificando
o cérebro, modificando a teia neural, tendo então benfeitoria para todas as
pessoas que resolvam práticas a meditação, por conta de servir para várias
esferas da vida humano.
Conclui-se, que a meditação como ferramenta utilizada em sala de aula
para auxiliar o ensino-aprendizagem se faz excelente como meio de
potencializar o aprendizado, porém, se demonstra mais plural que isso,
abrangendo todos os aspectos da vida humana.
34
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Trad, Daisy Vaz de Moraes, Porto Alegre: Artmed, 2002
36
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 2
RESUMO 3
METODOLOGIA 4
SUMÁRIO 5
INTRODUÇÃO Erro! Indicador não definido.
CAPÍTULO I: MEDITAÇÃO 8
1.1 - Origem e conceito 8
1.1.1 - Chegada da meditação no ocidente 10
1.2 - Os benefícios da meditação 11
1.2.1 - Meditação concentrativa e mindfulness 12
1.3 - Meditação infantil 13
1.3.1 – Despertando a consciência 14
CAPÍTULO II: CÉREBRO 16
2.1 - Entendendo o sistema nervoso 16
2.1.1 - Irritabilidade, condutibilidade e contrati lidade 17
2.2 - A aprendizagem no cérebro 19
2.2.1 - História evolutiva do cérebro 20
2.2.2 - Neurociência e a sala de aula 21
2.3 - Como a meditação age no cérebro 22
2.3.1 - Modificar a mente para modificar o cérebro 23
CAPÍTULO III: EDUCAÇÃO E MEDITAÇÃO 25
3.1 - Conceito de neurociência educacional 25
3.1.1 - Neuropedagogia 26
3.2 - Meditação na escola 27
3.2.1 - Meditação na educação holística 28
3.3 - Os benefícios da meditação na aprendizagem 30
CONCLUSÃO 32
BIBLIOGRAFIA 34