Post on 18-Oct-2020
ISSN 1679-2645
Federação daS INdúStrIaS do eStado da BahIa SIStema FIeB
Bahia
aNo XXIII Nº 243 2016
ApostA nAeducAçãoRede SESI expande número de matrículas do ensino médio e amplia presença fora da região metropolitana
edItoRIAL
O SESI está dando um passo importante para ampliar a oferta de vagas
na sua rede de ensino. A partir de 2018 estarão em operação oito novas
escolas dedicadas ao ensino médio, sendo duas na capital e as demais
no interior, nos municípios de Luís Eduardo Magalhães, Barreiras, Vitó-
ria da Conquista, Ilhéus, Feira de Santana e Juazeiro.
O propósito do SESI é contribuir para reforçar a preparação dos jo-
vens em uma das mais importantes etapas da formação acadêmica: o
ensino médio. É quando o estudante se prepara para o ingresso na vida
profissional e o EBEP – ensino médio SESI, articulado com o SENAI –,
o modelo de ensino da Rede SESI, prevê justamente o desenvolvimento
destas competências.
O EBEP se caracteriza por preparar o acesso do jovem ao mercado
por oferecer conteúdos, ao longo do ensino médio, que educam para a
convivência no trabalho. No EBEP, o estudante que conclui a formação
básica é encaminhado para cursar o quarto ano no SENAI, concluindo
o ciclo com uma formação técnica voltada para a indústria.
A iniciativa justifica-se quando se leva em conta que o Brasil não
consegue oferecer à sua juventude, de forma universal, uma educação
de qualidade que a habilite ao domínio dos conhecimentos básicos pa-
ra quem conclui o ensino médio no tempo regulamentar.
Especialistas em educação apontam que apesar dos crescentes in-
vestimentos que o Ministério da Educação vem fazendo na educação
básica, este esforço não se traduz em melhoria da qualidade do ensino.
Com isso, o desempenho dos estudantes brasileiros em rankings in-
ternacionais é considerado ruim e ameaça a competitividade do país.
A partir de 2018 estarão funcionando oito novas escolas da Rede SESI dedicadas ao ensino médio, no modelo articulado, o EBEP, em duas unidades da capital e as demais no interior
Escola do Retiro está em fase de conclusão das obras e marca a ampliação do ensino médio na capital
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SESI amplia rede de educação
4 Bahia Indústria
SindicatoS filiadoS à fiEBSindicato da indúStria do açúcar e do Álcool no eStado da Bahia, sindacucarba@fieb.org.br / Sindicato da indúStria de Fiação e
tecelagem no eStado da Bahia, sindifiteba@gmail.com / Sindicato da indúStria do taBaco no eStado da Bahia, sinditabaco@fieb.org.br / Sindicato da indúStria do curtimento de couroS e PeleS no eStado da Bahia, sindicouroba@fieb.org.br / Sindicato da indúStria
do VeStuÁrio de SalVador, lauro de FreitaS, SimõeS Filho, candeiaS, camaçari, diaS d’ÁVila e Santo amaro, sindvest@fieb.org.br /
Sindicato daS indúStriaS grÁFicaS do eStado da Bahia, sigeb@terra.com.br / Sindicato da indúStria de extração de ÓleoS VegetaiS
e animaiS e de ProdutoS de cacau e BalaS no eStado da Bahia, sindioleosba@fieb.org.br / Sindicato da indúStria da cerVeja e de BeBi-
daS em geral no eStado da Bahia, sindcerba@bol.com.br / Sindicato daS indúStriaS do PaPel, celuloSe, PaPelão, PaSta de madeira
Para PaPel e arteFatoS de PaPel e PaPelão no eStado da Bahia, sindpacel@hotmail.com / Sindicato daS indúStriaS do trigo, milho,
mandioca e de maSSaS alimentíciaS e de BiScoitoS no eStado da Bahia, sindtrigoba@fieb.org.br / Sindicato da indúStria de minera-
ção de calcÁrio, cal e geSSo do eStado da Bahia, sindicalba@fieb.org.br / Sindicato da indúStria da conStrução do eStado da Bahia,
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de SerrariaS, carPintariaS, tanoariaS e marcenariaS de SalVador, SimõeS Filho, lauro de FreitaS, camaçari, diaS d’ÁVila, Sto.
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Bahia, sindbrit@svn.com.br / Sindicato daS indúStriaS de ProdutoS QuímicoS Para FinS induStriaiS e de ProdutoS FarmacêuticoS
do eStado da Bahia, adm@quimbahia.com.br / Sindicato da indúStria de mÁrmoreS, granitoS e SimilareS do eStado da Bahia, sima-granba@fieb.org.br / Sindicato da indúStria alimentar de congeladoS, SorVeteS, SucoS, concentradoS e lioFilizadoS do eStado da
Bahia, sindsucosba@fieb.org.br / Sindicato da indúStria de carneS e deriVadoS do eStado da Bahia, sincarba@fieb.org.br / Sindicato
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tado da Bahia, moveba@fieb.org.br / Sindicato da indúStria de reFrigeração, aQuecimento e tratamento de ar do eStado da Bahia,
sindratar@gmail.com.br / Sindicato daS indúStriaS de conStrução ciVil de itaBuna e ilhéuS, valmirsb@yahoo.com.br / Sindicato daS
indúStriaS de caFé do eStado da Bahia, sincafeba@fieb.org.br / Sindicato daS indúStriaS de laticínioS e ProdutoS deriVadoS do eS-
tado da Bahia, sindileite@fieb.org.br / Sindicato daS indúStriaS de aParelhoS elétricoS, eletrônicoS, comPutadoreS, inFormÁtica
e SimilareS doS municíPioS de ilhéuS e itaBuna, sinec@sinec.org.br / Sindicato daS indúStriaS de conStrução de SiStemaS de tele-
comunicaçõeS do eStado da Bahia, anaelisabete@telenge.com.br / Sindicato daS indúStriaS metalúrgicaS, mecânicaS e de material
elétrico de Feira de Santana, simmefs@simmefs.com.br / Sindicato daS indúStriaS de reParação de VeículoS e aceSSÓrioS do eS-
tado da Bahia, sindirepaba@sindirepabahia.com.br / Sindicato nacional da indúStria de comPonenteS Para VeículoS automotoreS, sindipecas@sindipecas.org.br / Sindicato daS indúStriaS de FiBraS VegetaiS no eStado da Bahia, sindifibrasba@fieb.org.br / Sindicato
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de cerâmicaS VermelhaS e BrancaS Para conStrução e olariaS da região SudoeSte e oeSte da Bahia sindiceso@gmail.com Sindicato
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Veja as vantagens, inclusive incentivos
fiscais, dados pelos governos federal e
estadual, para consumidores que
desejam investir na mini ou
microgeração de energias alternativas
Microgeração de energia teM incentivo fiscal
Instalação da Frente Parlamentar da
Indústria visa melhorar interlocução
entre Legislativo e indústria. Ato
marcou o lançamento da 3ª edição
da Agenda Legislativa
lançada frente ParlaMentar da indústria
Feira de Santana
ganhou o Polo de
Distribuição das
Indústrias de
Confecção
PoliModa é inaugurado
sumáRIo
14
Aluna do EbEP do SESI Piatã em foto de João Alvareznº 243 mai/jun.2016
12
A qualidade do EBEP, o ensino
médio SESI articulado com o
SENAI expande fronteiras e
chega ao interior
AmpliAção doensino sesi
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João AlVAREz/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB
6 Bahia Indústria
entRevIstA FErnando PImEntEl
O mercado internacional é uma das alternati-
vas apontadas pelo diretor superintendente
da Associação Brasileira da Indústria Têxtil
e de Confecção (Abit), Fernando Pimentel,
para que o setor têxtil possa enfrentar o atual mo-
mento econômico. Em passagem por Salvador, onde
participou do Circuito Abit/Texbrasil - Competitivida-
de e Internacionalização, ele conversou com a Revis-ta Bahia Indústria. Nesta entrevista, Pimentel fala
sobre os entraves e as perspectivas do setor.
qual a atual situação do segmento têxtil no brasil?
A indústria têxtil brasileira, como toda a indústria na-
cional, vem sofrendo desde 2011. O câmbio, aprecia-
do durante um período longo, sacrificou a indústria
têxtil, porque temos uma competição planetária. É
um mercado bastante disputado, um dos três maiores
mercados de manufaturados do mundo. O comércio
mundial de têxteis e confeccionados gira em torno de
US$ 750 bilhões e o consumo mundial caminha para
US$ 2,5 trilhões. Olhando para esse cenário, nós per-
demos produção nos últimos cinco anos, mas mesmo
assim conseguimos preservar a posição de 4º maior
produtor de confecções do mundo e 5º maior produ-
tor têxtil. A Bahia representa em torno de 1,5% da
produção nacional e, assim como os outros estados,
também está apresentando quedas de produção, pela
recessão.
quais são os principais entraves ao setor?
Uma questão séria, principalmente porque a indús-
tria têxtil é altamente empregadora, é a legislação tra-
balhista. Deixo claro que não tenho uma visão con-
trária em relação aos direitos fundamentais já adqui-
ridos. Estamos falando de normas
e regulamentos que permanente-
mente são colocados. O Brasil é o
país que tem o maior número de
ações trabalhistas. O mundo so-
mado não tem o número de ações
trabalhistas que há no Brasil. Ano
passado foram 2,6 milhões de no-
vas ações em primeira instância.
A França, que tem, reconhecida-
mente, uma legislação bastante
protetora, tem 75 mil ações traba-
lhistas. No Japão, 2.500 ações tra-
balhistas. Recentemente, vi numa
revista especializada que uma
grande empresa de carnes, com
atividades no Brasil e nos Estados
Unidos, aqui no país, com 120 mil
funcionários, teve cerca de 20 mil
ações trabalhistas. Já nos Estados
Unidos, com 70 mil funcionários,
foram 25 ações trabalhistas. En-
tão, acho que a legislação traba-
lhista brasileira traz insegurança
jurídica. Uma visão que não se co-
aduna com o século XXI. Além dis-
so, temos a carga tributária, que é
elevada para os padrões de países
médios, mas o pior é a burocracia,
que aumenta custos. Então, diria
que o ambiente de negócios no
Brasil tem sido pouco amigável.
quais são as perspectivas do seg-
mento para os próximos anos?
O Brasil, saindo desse quadro
que estamos passando, tem um
futuro auspicioso. Não precisá-
vamos passar por essa crise. Ela
foi construída aqui, por más po-
líticas e má gestão. Claro que no
mundo a situação não está fácil,
mas países vizinhos não estão en-
frentando recessão como nós. No
ano passado, no último trimestre,
a indústria brasileira caiu 12,5%,
enquanto a indústria mundial
cresceu 1,9% e a indústria emer-
gente cresceu 4,5%.
qual a saída para enfrentar o atual
momento econômico brasileiro?
Neste momento, as duas janelas
de oportunidades mais relevantes
são a substituição de importações
e o aumento das exportações. Es-
timamos que exista um espaço de
300 a 350 milhões de peças de ves-
tuário que poderão ser fabricadas
internamente, por força da queda
das importações. E umas 250 mil
toneladas de têxteis a mais que
poderão ser fabricados no país. O
contraponto a esses dois vetores
positivos é a queda de consumo,
que vai acontecer de novo. No nos-
so segmento, houve queda de 8%
no ano passado e iniciamos este
ano com previsão de queda de
até 5,5%. Mas temos uma meta na
Internacionalizar é saída para setor têxtilSuperintendente da Abit, Fernando Pimentel, traça panorama para o segmento e aponta caminhos para crescimento
Por Marta Erhardt
Bahia Indústria 7
AngElo PontES/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB
Temos uma meta na área de exportação que é voltar a ter uma participação no comércio mundial da ordem de 1%
área de exportação que é voltar a
ter uma participação de 1% no co-
mércio mundial, uma posição que
o país ocupou em meados da dé-
cada de 1980. Isso significaria ex-
portar entre US$ 7 bilhões e US$ 8
bilhões, e não US$ 1,2 bilhão, que
é o que a gente deve exportar este
ano. O comércio exterior tem um
drive de longo prazo importante.
Participar do jogo internacional é
uma questão de competitividade.
Está mais do que provado que as
empresas que se internacionali-
zam são mais competitivas inter-
namente, dão mais treinamento,
há todo um círculo virtuoso em
torno da operação mundial. E o
Brasil, com a devida cautela, terá
que se inserir mais no mundo.
Inovação é uma palavra-chave pa-
ra a indústria. Como o setor têxtil
vem lidando com este desafio?
A nossa indústria inova perma-
nentemente sob a ótica do design,
das cores, das estampas, e isso
vai muito para o lado do vestu-
ário, da decoração, da cama,
mesa e banho. Na área têxtil, a
inovação vem nos acabamentos,
nos processos, na sustentabili-
dade. Já na parte das fibras, tem
rupturas maiores, com novos
produtos entrando no mercado:
fibras de milho, fibras de alga. As
inovações de ruptura estão mais
à montante, as inovações de pro-
cesso estão em toda a cadeia e as
inovações de design, da moda,
estão mais na etapa final. O setor
sempre inovou. Agora, o grau de
inovação está se ampliando e, pa-
ra isso, temos o Têxtil 2030, que
será apresentado para a socieda-
de, que trata do futuro do setor,
nos próximos 15 anos.
Como o setor tem enfrentado a concorrência interna-
cional, especialmente da indústria asiática?
Passamos dez anos com o câmbio se apreciando,
enfrentando não só as empresas, mas os países com
modelos de competição extremamente recheados de
subsídios e países que não têm compliance nas áreas
trabalhista, ambiental, social e previdenciária como
o Brasil tem. Imagina essa indústria, com todas essas
desvantagens, sendo massacrada do ponto de vista
de uma competição desleal, que conseguiu preservar
uma posição relevante. Embora com danos no cas-
co. Nós entendemos que, com uma taxa de câmbio
equilibrada podemos ser muito competitivos. Diria
que um câmbio ideal seria na faixa de R$ 4. Agora,
essa competição com os produtos estrangeiros não
afetou somente o mercado local, com o crescimento
vertiginoso das importações, como também as ex-
portações, dificultando a ida do Brasil ao mercado
mundial. Consequentemente, com a taxa de câmbio
mais ajustada e, ao mesmo tempo, com as reformas
que terão que ser feitas, acho que o Brasil que sempre
foi um produtor-consumidor poderá mudar um pouco
essa equação e ser também um produtor-consumidor.
E isso significaria, em dez anos, sair de US$ 1,3 bilhão
em exportações, para até US$ 8 bilhões. É difícil, mas
plenamente possível. [bi]
8 Bahia Indústria
FotoS AngElo PontES/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB
Com um foco cada vez mais
voltado para saúde, bem es-
tar e educação, o Ação Global
2016 realizou 14.281 atendimentos
para um público de cerca de 5 mil
pessoas que foi ao SESI Piatã, em
Salvador. Foram mais de 82 servi-
ços oferecidos nesta edição pelos
40 parceiros de instituições públi-
cas, privadas e ONGs e os mais de
420 voluntários.
O Ação Global recebeu a visita
da atriz Juliana Alves e da cantora
Julie de Assis. Julie, que disputou
o reality The Voice Kids Brasil, se
apresentou no palco, ao lado do
pai, o forrozeiro Cicinho de Assis.
O evento foi aberto pelo supe-
rintendente do SESI, Armando Ne-
to, que lembrou a oportunidade de
mostrar à população a importância
de cuidar da saúde e de buscar
uma melhor qualidade de vida. Ele
destacou, ainda, a importância dos
parceiros e dos voluntários que se
dedicam a passar informações e
orientações ou proporcionar mo-
Saúde e cidadania no Ação global 2016Com a participação de 40 parceiros e 420 voluntários, SESI e Rede globo garantiram um dia de serviços à população
Clecione Sena
e os dois
filhos: reforço
à saúde dental;
e dona balbina,
que fez exame
para medir a
pressão ocular
bibliotecas móveis, oficinas de ar-
tesanato e de pintura que fizeram
o dia de mobilização especial.
A estudante de Nutrição da
Unime, Maria Aparecida da Sil-
va, avaliou como positiva sua
participação no evento pela opor-
tunidade de levar orientações
nutricionais à população. “Esta
participação serve de prática pro-
fissional para nós, estudantes,
mas é também uma oportunidade
de oferecer a quem não tem acesso
o serviço educação nutricional”.
A avaliação de quem aprovei-
tou os diversos serviços do Ação
Global 2016 também foi positiva.
A marisqueira Clecione Avelino
Sena, 44 anos, já acompanha o
Ação Global há alguns anos. Ela
se deslocou da Cidade Baixa até
Piatã para usufruir dos serviços.
“Desde a última edição, quando
eu trouxe meus filhos, eles fica-
ram mais espertos na hora de es-
covar os dentes. Este ano, os meni-
nos assistiram às demonstrações
de como realizar a higiene bucal,
reforçando que devemos fazer mo-
vimentos circulares com a escova
também”, explicou.
Já a dona de casa Maria Balbina
Conceição, 59 anos, fez o exame
para medir a pressão ocular e des-
cobriu uma alteração. “Meu nível
está fora do comum. Agora, terei
que ir a um oftalmologista. Fazer
um procedimento inicial aqui foi
algo muito útil para mim”, conta.
Jacirene dos Santos, 52, mo-
radora de Cajazeiras, aprendeu a
fazer o autoexame das mamas, im-
portante na prevenção do câncer.
“Com as orientações das meninas
ficou mais claro. Foi muito escla-
recedor. Agora, tenho certeza que
farei o exame com mais precisão,
já que aprendi a forma certa de to-
car meus seios”. [bi]
mentos de lazer para a população.
A gerente de marketing da TV
Bahia, Alessandra Franco, ressal-
tou a importância de fazer do dia
de Ação Global uma data relevante
para a população, de forma que as
pessoas se sintam atendidas.
O SESI levou para o Ação Glo-
bal os serviços de odontologia,
robótica educacional e oficinas de
pintura de rosto e atividades re-
creativas. O evento ofereceu, ain-
da, orientação jurídica, avaliação
nutricional, realização de exames,
circuito
Bahia Indústria 9
Por cleber borges
“Na década de 70, o Japão Já era coNhecido por marcas como ToyoTa e soNy. Qual é a graNde marca chiNesa?”Arthur Kroeber, presidente da consultoria Gavekal Dragonomics, no livro
Indústria perde participação no PIbA contribuição da indústria para o PIB brasileiro
caiu 2,5 pontos percentuais, de 2010 a 2013 (último
dado disponível), passando de 27,4% para 24,9%
(incluindo a indústria de transformação, extrativa,
construção e serviços industriais de utilidade
pública). Isso ocorre devido à perda de
competitividade do setor no cenário nacional. Das
26 unidades da Federação, 23 sofreram retração da
indústria na composição do PIB estadual no
período. A maior retração ocorreu na Bahia, onde a
indústria reduziu sua participação no PIB em 6,6
p.p.. Em seguida vêm Amazonas (5,7 p.p.),
Tocantins (4,3 p.p.) e São Paulo (4,2 p.p.). São Paulo
também perdeu espaço na produção industrial. Em
2010 produzia 32,1% dos produtos industrializados
fabricados no Brasil e, em 2013, 28,6%.
Peso e diversificação da indústriaO peso da indústria no PIB de cada estado varia de
6,5%, no Distrito Federal, a 40,5%, no Espírito
Santo. Na Bahia, o setor responde por 20,5% da sua
economia. Também varia bastante a composição
setorial e o grau de diversificação das indústrias
em cada estado. Das 27 unidades da federação, 19
têm um setor industrial considerado concentrado
ou muito concentrado. O mais concentrado é
Roraima, onde os quatro principais setores
respondem por 93,5% do produto industrial do
estado. No outro extremo, Santa Catarina é a mais
diversificada, com quatro produtos respondendo
por 47,9%. Na Bahia, três segmentos (derivados de
petróleo e biocombustíveis, construção e serviços
industriais de utilidade pública) significam 64,2%
do PIB industrial.
Pessimismo na área da construção diminuiO ritmo de queda na atividade da indústria da construção se
intensificou em abril, conforme sondagem do segmento feita pela
Confederação Nacional da Indústria. A utilização da capacidade de
operação no setor foi de 54% em abril, o piso da série histórica,
iniciada em janeiro de 2012. No entanto, o índice de expectativa dos
empresários sobre o nível de atividade subiu de 39,7 pontos, em
abril, para 40,6 pontos em maio (varia de zero a 100). O índice de
intenção de investimento assinalou 23,2 pontos em maio, o menor
valor da série histórica iniciada em novembro de 2013.
“Economia chinesa”, no qual cita que o governo chinês investe muito em pesquisa básica, com resultados ainda tímidos
72% querem regras iguais na aposentadoriaPesquisa CNI/Ibope aponta que 75% dos brasileiros não aceitam pagar
mais tributos para manter as regras previdenciárias atuais. Eles
preferem mudanças nas regras da aposentadoria para garantir a
sustentabilidade do regime. Entre as mudanças apoiadas pela
população estão a equiparação das regras para todos os trabalhadores
(72%) e a definição de uma idade mínima para aposentadorias por
tempo de contribuição (65%). A pesquisa mostra que aumentou o apoio
popular para que as aposentadorias aconteçam em idades mais
avançadas. A parcela dos que entendem que a aposentadoria deve
ocorrer depois dos 60 anos subiu de 8%, em 2007, para 17%.
10 Bahia Indústria
sindicatos
evento do sinprocim integra trabalhadores
Sindcalçados participa de intercâmbio em Santa CatarinaPara fortalecer a rede sindical
da indústria de calçados, a
CNI, por meio do Programa de
Desenvolvimento Associativo
(PDA), promoveu dia 10.05,
em Florianópolis/SC, o 2º
Intercâmbio de Lideranças
Setoriais da Indústria de
Calçados. O cenário político e
as perspectivas para a
indústria foram discutidos no
evento, que também contou
com a apresentação das boas
práticas do Sincasjb/SC. “A
iniciativa promove a
aproximação entre os
dirigentes, para que definam
as prioridades de atuação
como entidades”, afirmou o
presidente executivo do
Sindcalçados-BA, Haroldo
Ferreira.
Itapetinga sedia reunião itinerante do SindileiteO Sindileite-BA escolheu
Itapetinga para promover a
primeira reunião itinerante de
2016. Realizado em maio, na
sede do sindicato rural do
município, o encontro
discutiu a alta do leite no
mercado. “A seca tem afetado
fortemente a pecuária leiteira
e atingido os produtos finais”,
afirmou o presidente Lutz
Viana. Na ocasião, também
foram apresentados serviços
do Sistema FIEB. As reuniões
itinerantes fazem parte do
planejamento estratégico do
Sindileite.
Cerca de 350
trabalhadores
participaram de
disputas em 10
modalidades
O Sindicato das Indústrias de Produtos de Cimento (Sinprocim-BA), em
parceria com o SESI, reuniu trabalhadores do setor em Simões Filho,
dia 14.05, na 6ª Edição da Jornada de Esportes e Lazer Sinprocim. A
empresa IBPC ficou em 1º lugar na competição, seguida pela Premind e
Desal. “Com certeza essa motivação reflete no ambiente de trabalho”,
destacou o presidente do sindicato, José Carlos Telles Soares. A
importância do evento também foi ressaltada pelo 1º vice-presidente da
FIEB, Carlos Gantois. “Através do lazer e da qualidade de vida, o evento
aumenta a motivação dos trabalhadores, que são a base para o
incremento da produtividade da indústria”, avaliou.
Sindical destaca benefícios da calagemInstituído em 2011, pela Lei
12.389, o Dia Nacional do Calcário
Agrícola foi comemorado em
24.05. O aumento do rendimento
por unidade da área cultivada e a
melhora do aproveitamento do
fósforo são benefícios
proporcionados pelo uso de
calcário no processo de produção
agropecuária com vistas à
correção da acidez do solo. O
Sindicato da Indústria de
Mineração de Calcário, Cal e
Gesso (Sindical-BA) aponta o uso
adequado do calcário como um
dos fatores que levaram ao
desenvolvimento do agronegócio.
VAltER PontES/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB
Presidente do Sindpacel participa de reunião da ISO Florestal Estabelecer padrões internacionais e certificar
a origem da madeira que é consumida no
mundo, inibindo o comércio ilegal da matéria-
prima. Esse é o objetivo da Norma Florestal ISO
19.228. Chairman mundial da norma, o
presidente do Sindicato das Indústrias de Papel
e Celulose no Estado da Bahia (Sindpacel),
Jorge Cajazeira, e outros 39 experts em
certificação florestal dos 30 maiores países em
produção de madeira participaram, entre os
dias 8 e 15 de abril, na Suécia, da IV Reunião
Plenária da ISO Florestal. “A norma está sendo
elaborada em consenso com os países e terá o
reconhecimento da Organização Mundial do
Comércio como instrumento legítimo”.
Bahia Indústria 11
Uma reunião com diretores e empresários
marcou o dia de eleições do Sindisabões. A
prestação de contas da atual gestão e o
Planejamento Estratégico do sindicato foram
discutidos no encontro. Uma das metas da
diretoria reeleita é ampliar o quadro de
associadas. O presidente Juan Lorenzo lembrou
que o sindicato vem atuando neste sentido, com
ações como a ampliação da representação da
categoria do sindicato, com a inclusão das
atividades de fabricação de aditivos industriais;
e a criação de três diretorias regionais.
AngElo PontES/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB
As técnicas para a condução da negociação coletiva
e as etapas deste processo foram apresentadas na
oficina Praticando a Negociação Coletiva, na FIEB,
como parte das ações para líderes e executivos
sindicais do Programa de Desenvolvimento
Associativo (PDA), em parceria com a CNI. Com o
objetivo de fortalecer a atuação dos sindicatos
patronais nas relações trabalhistas, a oficina
orientou sobre as questões legais e apresentou
estratégias de negociação.
oficina apresenta técnicas para negociação coletiva
A consultora da CNI, Cely Soares, ministrou a oficina
Sindifite revisa Planejamento Estratégico O Sindicato de Fiação e Tecelagem
(Sindifite-BA) realizou, em abril,
reuniões para revisar o seu
Planejamento Estratégico. “Com o
planejamento, o sindicato pode
ampliar sua visão estratégica,
interagir com as empresas e
inovar”, destacou Eduardo
Gordilho, presidente do Sindifite.
A previsão para 2016 é que oito
sindicatos participem da ação,
com apoio do Programa de
Desenvolvimento Associativo,
parceria da FIEB com a CNI.
sindisabões faz balanço de atividades
O presidente
Juan Lorenzo
apresentou
ações do
sindicato
AngElo PontES/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB
Desafios para nova gestão do SistebEvitar o fechamento de novas
empresas do setor é o desafio do
Sindicato das Indústrias de
Construção de Sistemas de
Telecomunicações da Bahia
(Sisteb) para a nova gestão. “Em
2015, tivemos mais de 800 mil
assinaturas de TV canceladas no
país. Neste cenário de recessão,
nossa prioridade é a
sobrevivência das empresas”,
destacou o presidente Alexi
Portela Junior, reeleito para os
próximos quatro anos.
Setor empresarial debate PDDUCom o objetivo de discutir de forma propositiva
o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano
– PDDU de Salvador, cujo Projeto de Lei tramita
na Câmara Municipal, em fase de consulta
pública, a FIEB e a Fecomércio promoveram
reunião para levantar contribuições dos
principais setores empresariais impactados pela
proposta. No encontro, realizado na FIEB, foram
apresentadas e discutidas as contribuições do
Sindicato da Indústria da Construção
(Sinduscon-BA) e da ADEMI. O PL 396/2015 deve
ser votado este semestre após as rodadas de
debates com a sociedade.
12 Bahia Indústria
Desde o final de dezembro de 2015, a Bahia isentou do ICMS a mi-
cro e a minigeração de energia. Até então, a alíquota do imposto
estadual incidia sobre toda a energia consumida no mês, sem
levar em conta a que estava disponibilizada no sistema de com-
pensação, cedida pelo consumidor à distribuidora para posterior acer-
to de contas. Além da Bahia, outros 14 estados já isentam a geração de
energia de micro ou pequenos produtores, dentre os quais Pernambuco,
Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Por
outro lado, por meio da Lei nº 13.169/2015, o governo federal isentou do
PIS e Cofins a energia solar injetada na rede. Ambas as iniciativas são in-
centivos adotados pelo setor público com a finalidade de estimular o que
é denominada de geração distribuída, produzida por micro ou pequenos
produtores a partir de fontes renováveis.
O Sistema de Compensação de Energia Elétrica permite que a energia
excedente gerada pela unidade consumidora com micro ou minigeração
seja injetada na rede distribuidora, a qual funcionará como uma bate-
ria, armazenando esse excedente até o momento em que a unidade con-
sumidora necessite de energia proveniente da distribuidora.
Na prática, se em um determinado ciclo de faturamento a energia inje-
tada na rede pelo micro ou minigerador for maior que a consumida, este
receberá um crédito em energia na próxima fatura. Caso contrário, o con-
sumidor pagará apenas a diferença entre a energia consumida e a gerada.
vAntAgensA Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) deu uma importante
contribuição ao estímulo da geração de energia a partir de fontes reno-
váveis, quando, em 2012, publicou a Resolução Normativa nº 482, que
estabeleceu as condições gerais para o acesso de micro e minigeração
Por clEbEr borgEs
Investir em cogeração de energia compensa
aos sistemas tradicionais de energia elétrica. Na ver-
dade, aderiu a uma tendência verificável em várias
partes do mundo – a exemplo da Alemanha, Itália e
França – onde existem incentivos à geração distribu-
ída de pequeno porte. Em 2016, a Resolução 482 foi
substituída pela de nº 687.
Os estímulos à geração distribuída justificam-se
pelos potenciais benefícios que tal modalidade pode
proporcionar ao sistema elétrico, com inúmeras van-
tagens sobre a geração centralizada tradicional. Den-
tre eles, a economia nos investimentos em expansão
dos sistemas de distribuição e transmissão, o baixo
impacto ambiental, a redução de perdas nas redes, a
criação de postos de trabalho, a maior previsibilidade
de custos para o cliente e a diversificação da matriz
energética.
Os debates acerca da cogeração de energia elétrica
ganharam corpo no Brasil na década passada, com
a evolução demográfica e o crescimento da atividade
econômica, que resultaram no aumento do consumo
de energia elétrica, sem que os investimentos públi-
cos acompanhassem a expansão da demanda. O pa-
ís se viu à beira de uma crise energética. Foi preciso
pensar em alternativas que respondessem à necessi-
dade de expansão e diversificação do parque gerador
elétrico nacional.
É nesse contexto que estão inseridas as pequenas
centrais geradoras (micro e minigeração distribuí-
Setor público concede incentivos fiscais para estimular a geração distribuída de energia, produzida por micro ou pequenos produtores a partir de fontes renováveis
Bahia Indústria 13
COMO FUNCIONA O SISTEMA DE COMPENSAÇÃO DE ENERGIA
ENERGIA CONSUMIDA
Fonte: ANNEL - 2014
Nos momentos em que a central não gera energia suficiente para abastecer a unidade consumidora, a rede da distribuidora local suprirá a diferença. Nesse caso será utilizado o crédito de energia ou, caso não haja, o consumidor pagará a diferença.
ENERGIA INJETADA
QUADRO DE ENERGIA
kWh
kWhkWhkWh
kWh
kWh
da). Considera-se geração distribuída a produção de
energia elétrica a partir de pequenas centrais que
utilizam fontes de origem hidráulica, solar, eólica,
biomassa ou cogeração qualificada (produção com-
binada de calor e eletricidade), conectadas à rede de
distribuição elétrica por meio de instalações de uni-
dades consumidoras. A microgeração refere-se a uma
central geradora com potência de até 75 quilowatts
(KW), enquanto que a minigeração diz respeito às
centrais com potência instalada superior a 100 KW e
menor ou igual a 5 megawatt (MW), suficientes para
abastecer mais de 11 mil residências de baixa renda
(consumo até 50 kWh/mês).
Essa mudança estimula os investimentos. Confor-
me ressalta o engenheiro Fábio Santos, sócio da NBC
Energias Renováveis e da Energhia Engenharia, o in-
vestimento total (projeto, equipamentos e instalação)
para implantar um sistema de microgeração custa até
R$ 8.500 por kWp, enquanto que para a minigeração
de 1MWh pode chegar a R$ 6 milhões. Mas o investi-
mento compensa, pois o equipamento dura em média
25 anos e o retorno começa a partir de 6 anos. “Depois
disso, o que vier é lucro”, afirma Fábio Santos, que des-
taca também a confiabilidade da operação. “Quando
você faz esse investimento já sabe quanto lhe custa a
parcela de energia consumida que é gerada pelo sis-
tema, não tendo de se preocupar com incertezas das
bandeiras ou aumentos de tarifas”, afirma. Ele ressal-
ta, porém, que é preciso cuidado na hora de adquirir os equipamentos.
“Eles devem ter passado por controle de qualidade”, diz, ressaltando que
os melhores equipamentos são os de procedência europeia.
Para que a central geradora seja caracterizada como micro ou mini-
geração distribuída, é obrigatório que o proprietário faça a solicitação
de acesso à distribuidora, constando o projeto de instalações de conexão
(memorial descritivo, localização, arranjo físico, diagramas). A partir daí,
a distribuidora apresenta parecer de acesso (sem ônus para o solicitante)
no qual são informadas as condições, abrangendo a conexão e o uso.
Além da tecnologia dos equipamentos de geração, o consumidor/inves-
tidor deve atentar também para aspectos como o tipo de fonte de energia
(painéis solares, turbinas eólicas, geradores e biomassa etc), localização
(rural ou urbana), porte da unidade consumidora e da central geradora,
tarifa à qual estará submetido e a existência de outras unidades consu-
midoras nas proximidades que possam usufruir dos créditos do sistema.
cuRsos do senAIPara o coordenador de cursos de extensões em energia do SENAI Cima-
tec, Sérgio Pitombo, “ainda faltam informações sobre a geração de ener-
gia a partir de fontes alternativas”. Por essa razão, a entidade realiza um
curso de extensão em Fundamentos de Energia Solar, com carga de 40
horas, e já programa outro, com igual carga horária, em Fundamentos
de Energia Eólica. Ambos para profissionais da área de energia, que te-
nham a partir do ensino médio completo.
No segundo semestre, o Cimatec iniciará uma pós-graduação em
Energias Renováveis, com 450 horas/aula e duração de 24 meses. Com
40 vagas, ela abordará Micro e Minigeração Eólica e Sistemas Híbridos e
tratará, inclusive, de aspectos regulatórios. [bi]
como FuncIonA o sIstemA de compensAção de eneRgIA
Nos momentos em que a central não gera energia suficiente para abastecer a unidade consumidora, a rede da distribuidora local suprirá a diferença. Nesse caso será utilizado o crédito de energia ou, caso não haja, o consumidor pagará a diferença.
14 Bahia Indústria
Por iniciativa dos deputados Nelson Leal (PSL) e
Pablo Barrozo (DEM), a Assembleia Legislativa
da Bahia criou a Frente Parlamentar da Indús-
tria. Sua instalação aconteceu durante sessão
especial no plenário da Assembleia Legislativa da
Bahia (ALBA), dia 11 de maio. O objetivo é construir
um canal de interlocução entre a indústria baiana e o
Legislativo Estadual.
No lançamento, o presidente da Frente, deputado
Nelson Leal explicou que ela será um fórum perma-
nente de debates sobre a indústria, setor que tem per-
dido participação no PIB. “A perda de competitivida-
de da indústria e a necessidade de desenvolver o setor
na Bahia nos estimulou a criar a Frente Parlamentar,
com o apoio da FIEB. Já percebemos que os deputa-
dos que a integram estão muito estimulados com este
desafio”, afirmou.
Serão realizadas reuniões quinzenais com as se-
te coordenações da Frente Parlamentar, na ALBA, e
mensalmente com a FIEB, para tratar de temas im-
portantes para o setor industrial. “Quando necessá-
rio, iremos trabalhar em conjunto com a Frente Parla-
mentar da Micro e Pequena Empresa, que já funciona
nesta Casa”, afirmou Nelson Leal.
O vice-presidente da Frente, deputado Pablo Bar-
Por clEbEr borgEs
Frente Parlamentar vai defender a indústriaSuprapartidária, a Frente será um canal de interlocução entre a indústria e o legislativo Estadual
FotoS VAltER PontES/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB
ses da sociedade, com o emprego
e a produção”, afirmou Alban.
O presidente da FIEB observou
que nos anos de bonança da eco-
nomia o Nordeste foi a região que
mais cresceu, mas hoje, ao contrá-
rio, tem sido a região mais atingi-
da pelos efeitos da crise. Por essa
razão, exortou os partidos a supe-
rar divergências programáticas e a
lutar unidos na defesa dos interes-
ses da Bahia, adotando uma linha
mais propositiva que meramente
reivindicatória. Esse mesmo pon-
to de vista é defendido por depu-
tados de vários partidos que inte-
gram a Frente Parlamentar.
Por sua vez, o deputado Leur
Lomanto Júnior (PMDB) defende a
criação de um grupo para pesqui-
sar as oportunidades industriais
existentes nas regiões baianas,
apoiando a defesa do presidente
Ricardo Alban, de fortalecer ca-
deias produtivas e de interiorizar
rozo (DEM), citou que questões
como a carga tributária elevada,
as exigências na área ambiental
e a perda de espaço da indústria
local no abastecimento interno
são questões que estarão no foco
da iniciativa, mas fez um aler-
ta: “Não podemos partidarizar a
Frente. Entre os interesses políti-
cos partidários e os interesses da
Bahia, não temos dúvidas de que
estes últimos devem prevalecer”,
afirmou.
InteResses dA socIedAdeEntusiasta e apoiador da inicia-
tiva do Legislativo, o presidente
da FIEB, Ricardo Alban, afirmou
que a indústria precisa de suporte
do Legislativo para a resolução de
seus problemas. “Precisamos não
apenas ser ouvidos. Temos que
ser tecnicamente convincentes
naquilo que defendermos e tam-
bém convergentes com os interes-
Bahia Indústria 15
Sessão
especial na
Assembleia
oficializou
a Frente
Parlamentar
da Indústria
o desenvolvimento industrial, uma das prioridades
estratégicas do Sistema FIEB.
Vladson Menezes, diretor executivo da FIEB, se-
cretário da Frente, cita temas prioritários para o setor
industrial baiano: a manutenção dos Distritos Indus-
triais, a resolução de questões no âmbito tributário
e o encaminhamento de posicionamentos da Agenda
Legislativa da Indústria. Ele destaca que, embora
enfrentando retração na produção, resultado da cri-
se no país, a indústria pode reverter expectativas se
souber explorar oportunidades.
A Frente Parlamentar da Indústria está dividi-
da em sete coordenações, que agrupam segmentos
de atividades industriais correlatas. São: Indústria
Química, Petroquímica, Plástico, Óleo e Gás, coor-
denada pelo deputado Adolfo Viana (PSDB); Cons-
trução Civil, Infraestrutura e Mineração, por Maria
del Carmen (PT); Agroindústria, por Carlos Robson,
o Robinho (PP); Indústria Naval, Automotiva e Metal
Mecânica, por Hildécio Meireles (PMDB); Indústria
de Papel, Celulose, Madeira e Móveis, por Sandro
Régis (DEM); Indústria Cosmética, Têxtil, Vestuário
e Calçados, por Carlos Geilson (PSDB) e a coordena-
ção da Indústria de Alimentos e Bebidas, com Adolfo
Menezes (PSD).
A FIEB aproveitou a solenidade de instalação da
Frente Parlamentar da Indústria para lançar a 3ª
edição da Agenda Legislativa. O documento avalia
39 projetos de lei em tramitação na Assembleia Le-
gislativa da Bahia que, se aprovados, irão impactar
o setor industrial baiano. O documento foi entre-
gue pelo presidente da FIEB, Ricardo Alban, ao
presidente da ALBA, deputado Marcelo Nilo (PSL).
“Vamos fornecer condições para que os par-
lamentares possam entender a nossa realidade,
sendo proativos e demandando soluções e pro-
posições”, pontuou o presidente da FIEB, Ricardo
Alban. Ele ressaltou que o setor industrial foi o
que mais perdeu em competitividade nos últimos
anos. “Daí a importância de avaliarmos projetos
que possam afetar a indústria”, completou. “Es-
ta agenda traz contribuições importantes para o
aperfeiçoamento de projetos de lei que ora trami-
tam nesta Casa do Povo”, afirmou Marcelo Nilo.
A Agenda Legislativa traz proposições sobre
projetos que interessam ao setor industrial baia-
no, nas áreas tributária, econômica, social, traba-
lhista, de política urbana e meio ambiente. Além
de apresentar um resumo de cada projeto de lei e
sua fase de tramitação, o documento traz o posi-
cionamento da indústria em relação ao assunto.
Dos projetos analisados, a indústria posiciona-
-se convergente em relação a 3; convergente com
ressalvas em relação a 8; divergente em relação a
18; e divergente com ressalvas em relação a 10. As
matérias em questão serão monitoradas pela FIEB
ao longo de 2016.
Para elaborar a Agenda Legislativa da Indús-
tria, a FIEB contou com a participação de lideran-
ças empresariais, por meio dos seus sindicatos
filiados, de integrantes dos Conselhos Temáticos,
dirigentes e colaboradores do Sistema FIEB. [bi]
Nilo (D) recebeu de Alban exemplar da Agenda
FIeB LAnçA AgendA LegIsLAtIvA
16 Bahia Indústria
Por Patrícia MorEira
SESI amplia oferta do ensino médio articulado com a implantação de quatro novas escolas até 2018
mpliar de duas mil para cinco
mil o número de vagas do ensino
médio na Rede SESI é o desafio
do Serviço Social da Indústria
até 2020. Para atingir a meta, se-
rão construídas quatro novas es-
colas no interior do estado. Este
esforço faz parte de uma política
iniciada em 2015, com a amplia-
ção da oferta do ensino médio,
com a nova escola do SESI Reti-
ro, na capital, e a construção de
unidades nos municípios de Luís Eduardo Maga-
lhães e Vitória da Conquista. Para 2017, Feira de
Santana, Barreiras e Ilhéus/Itabuna passam a
oferecer o ensino médio do SESI e, em 2018, está
programada uma escola SESI para Juazeiro.
Por trás do esforço de expansão da rede está
a disseminação de um modelo educacional que
se destaca pelo foco diferenciado na iniciação do
jovem no universo profissional, com disciplinas
que o preparam para a vida laboral e que durante
15 anos ficou restrito a apenas uma escola na ca-
pital do estado.
“Nosso objetivo é garantir uma boa formação
ao futuro trabalhador da indústria. Além disso,
temos a ambição de que este modelo de ensino
torne-se referência em educação para a região,
pois entendemos dispor de uma metodologia di-
modeLo de ReFeRêncIA
João AlVAREz/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB
Bahia Indústria 17
Sala de aula
do SESI Piatã
18 Bahia Indústria
64
ferenciada”, destaca o superinten-
dente do SESI, Armando Neto.
Esta preocupação reflete tam-
bém a urgência de se investir nu-
ma formação sólida para o nível
médio e, em particular, na forma-
ção técnica do jovem brasileiro. O
Brasil está longe, por exemplo, de
países como a Alemanha, onde
metade dos estudantes da educa-
ção regular (ensino médio) cursa
também educação profissional.
No Brasil, são apenas 8,4%. Para o
SENAI, essa é uma das razões para
a baixa produtividade do traba-
lhador brasileiro.
Embora o Instituto Nacional de
Estudos e Pesquisas Educacional
(Inep) aponte que, entre 2008 e
2015, tenha-se verificado uma evo-
lução no número de matrículas na
modalidade educação profissional
– que fechou 2015 com 1,78 milhão
de alunos matriculados, uma ele-
vação de 89,2% em relação a 2008
–, ainda há muito a ser conquis-
tado. A consequência é o impacto
na competitividade nacional no
cenário mundial, o que nos deixa
em desvantagem em relação aos
países emergentes.
dIFeRencIALPara assegurar esta preparação
do jovem para o mundo do traba-
lho, a metodologia da Rede SESI
Educação tem como diferencial o
ensino médio articulado com o SE-
NAI, o EBEP, em que o estudante,
além de obter a formação básica
é familiarizado, desde o primeiro
ano, a conteúdos do universo pro-
fissional. Ao final do terceiro ano,
ingressa no SENAI, para receber
formação técnica alinhada com as
demandas do mercado.
Na preparação do estudante do
ensino médio para o mundo do tra-
balho, o SESI busca proporcionar
entre 1995 e 2013, o gasto por aluno passou de
ao aluno a resolução de problemas
reais à vida do estudante; valori-
zar habilidades práticas, sem des-
cuidar do entendimento teórico;
estimular o comportamento ético;
incentivar a constante busca pe-
lo conhecimento e a formação de
pessoas capazes de inovar.
Para Cristina Andrade, diretora
da Escola Djalma Pessoa, o grande
desafio que o país tem pela frente
é vencer o preconceito que ainda
persiste em relação à formação
técnica.
“Atualmente, o ensino médio
articulado com o curso técnico se
apresenta como uma possibilidade
de ampliação da formação do es-
tudante, ao mesmo tempo propor-
cionando sua inserção mais rápida
no mercado de trabalho e potencia-
lizando seu aprendizado. Aquele
que deseja, por exemplo, prosse-
guir os estudos, chega à univer-
sidade com uma formação básica
sólida que, associada à preparação
técnica, assegura competências e
habilidades que são um diferencial
no mercado”, explica Cristina.
ReFeRêncIAAlém da expansão da Rede, o SE-
SI está buscando firmar-se como
instituição provedora de conte-
údos em educação básica para
o ensino médio articulado com
educação profissional na Bahia.
Esta fase do ensino básico tem
merecido especial atenção por
ser aquela que antecede o in-
gresso do jovem no mercado de
trabalho. “Queremos preparar
pessoas para o mercado e o EBEP
tem funcionado neste sentido, ao
desenvolver nos estudantes estas
competências”, justifica o supe-
rintendente Armando Neto.
Por esta razão, o SESI iniciou
uma série de debates, com espe-
cialistas de reconhecimento na-
cional, para contribuir para um
debate mais amplo sobre educa-
ção. O primeiro encontro da Sé-
rie SESI - Diálogos de Educação
reuniu, dia 31 de maio, na FIEB,
Simon Schwartzman e Guiomar
Namo de Mello, dois dos maiores
especialistas em educação do pa-
ís, para debater a reforma curricu-
lar nacional, com foco na diversi-
ficação do ensino médio e técnico.
R$ 2 mil
para
no BRAsIL...
73737328
completam o ensino médio%
cursam nível superior %
Apenas 11,1% dos brasileiros têm acesso à formação profissional, enquanto em países como áustria e Finlândia, o percentual corresponde a 77% e 70%
Fonte: SImon SChWARtzmAn
R$ 6 mil
Na faixa dos jovens de 20 a 24 anos
6464 não trabalham ou estudam%
Bahia Indústria 19
A principal conclusão do encontro é que o Brasil
tem pela frente um grande desafio para rever-
ter o atraso na preparação dos jovens para a
vida profissional, o que nos coloca em desvantagem
perante economias similares à do Brasil.
Para Simon Schwartzman, pesquisador sênior do
Instituto de Estudos do Trabalho e Sociedade do Rio
de Janeiro, o grande desafio para o Brasil, após a uni-
versalização do ensino médio, nas últimas décadas,
é conseguir a elevação do nível de aprendizagem dos
estudantes.
Os números do Pisa (Programa Internacional de
Avaliação de Estudantes) colocam o país numa situa-
ção que Schwartzman classifica de anômala. “É pre-
ciso questionar o que os estudantes brasileiros estão
aprendendo”, observa, lembrando que os estudantes
de 15 anos no Brasil não conseguem ter os conheci-
mentos mínimos exigidos mundialmente para esta
faixa etária, o que preocupa.
Ele observa que investimentos vêm sendo feitos.
Entre 1995 e 2013, o gasto por aluno passou de R$ 2
mil para R$ 6 mil. No entanto, destaca Schwartzman,
a escola não consegue transformar isso em aprendi-
zado. A solução apontada é o país investir na edu-
cação infantil, promover políticas compensatórias,
Debate aponta desafios para o ensino técnico
diversificar o modelo de ensino
médio e reduzir a sobrecarga de
matérias obrigatórias.
Ele critica o fato de o currículo
da escola de ensino médio brasi-
leiro ser voltado para a realização
do Enem, considerado por ele um
método de avaliação equivocado.
“Além de ser discriminatório e
de reforçar as desigualdades so-
ciais, o Enem não leva em conta
os aspectos regionais, não dá às
escolas flexibilidade para elabo-
rar seus próprios currículos e, ao
final, acaba privilegiando os alu-
nos que saem das escolas particu-
lares”, enumera o especialista.
De acordo com Schwartzman,
considerando a faixa dos jovens de
20 a 24 anos no país, 73% comple-
tam o ensino médio, 28% seguem
para cursar nível superior – sendo
que 72% em faculdades particula-
res – e 64% não trabalham ou es-
tudam, nem tampouco receberam
Simon Schwartzman e
guiomar Mello defenderam
maior atenção com a
formação dos jovens
brasileiros
FotoS JEFFERSon PEIxoto/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB
20 Bahia Indústria
uma formação voltada para o mercado de trabalho.
“O Brasil precisa rever este modelo, para um mais
flexível e diversificado, mudar a estrutura curricular
do ensino médio, reduzindo a sobrecarga de maté-
rias obrigatórias e a aprendizagem burocrática. O
modelo internacional prevê a diversificação”, expli-
ca Schwartzman. Ele destaca que na Europa e Ásia,
a seleção dos estudantes para uma formação técnica
se faz aos 15, 16 anos e que, ao contrário do que ocor-
re no Brasil, o aluno não é obrigado a cumprir todo
o currículo do ensino médio. “No Brasil, o ensino
profissional é complementar ao ensino médio e não
uma alternativa, como acontece no resto do mundo”,
acrescenta. O entendimento do especialista é de que
o Sistema S tem muito a contribuir neste sentido, pela
larga experiência na formação técnica.
A ausência de uma pedagogia adaptada ao ensino
médio e ao ensino técnico foi o ponto discutido pela
doutora em educação pela PUC e membro do Con-
selho Estadual de Educação de São Paulo, Guiomar
Namo de Mello. Integrante da equipe que relatou as
diretrizes curriculares para o ensino médio de 1997,
ela defende uma discussão que aproxime o currículo
do ensino médio da realidade atual.
“A experiência do Brasil com o ensino profissiona-
lizante tem sido traumática”, aponta ela, por separar
a formação geral da formação profissional. Ela critica
o fato de que as escolas técnicas, em vez de prepa-
rar o jovem para uma profissão, acabam servindo
de trampolim para a universidade, pela qualidade
dos cursos. Assim, em vez de ser preparatório para a
carreira técnica, acaba sendo um curso preparatório
para a universidade. E isto em um cenário em que a
necessidade de profissionais com formação técnica
especializada é cada vez mais crescente.
Como caminhos para superar este entrave, Guio-
mar de Mello propõe trabalhar a interdisciplinarida-
de, para a qual o país não definiu uma pedagogia,
apesar de isso ter sido proposto há 15 anos pela Lei de
Diretrizes e Bases. E defende uma melhor preparação
dos professores.
O diretor de Educação e Tecnologia da CNI, Rafa-
el Lucchesi, também presente ao debate, falou sobre
educação para o mundo do trabalho. De acordo com
Lucchesi, o Brasil tem sua competitividade ameaça-
da em razão do atraso na educação. Ele explica que
o país tem perdido posições no desempenho de seus
alunos.
“O Brasil precisa de trabalhadores mais bem pre-
parados, mas temos que superar um século de atraso
em educação”, ressaltou, lembrando que no Brasil,
a educação profissional ainda é acessível a poucos.
Somente 11,1% dos brasileiros recebem formação pro-
fissional, enquanto em países como Áustria e Finlân-
dia, o percentual corresponde a 77% e 70%, respecti-
vamente. “Com o envelhecimento da população, não
podemos nos dar ao luxo de perder tempo na forma-
ção do jovem”, alerta.
sÉRIe dIáLogosO superintendente do SESI, Armando Neto, anunciou
uma próxima edição da Série Diálogos para o final do
ano. “Nossa ideia é posicionar o SESI de forma que
contribua para a melhoria do ensino da nossa rede de
educação e, por extensão, da rede pública do estado”,
acrescentou. [bi]
Unidades do
SESI barreiras
(acima), e
do SESI Sul,
em Ilhéus
Bahia Indústria 21
conselhos
estrutura portuária da bahia é tema de palestraO coordenador do Conselho de Portos da Fieb, Sérgio Faria,
participou, em 12 de maio, do Fórum Vasco Azevedo Neto –
Transporte e Mobilidade Urbana, realizado pelo Instituto
Politécnico da Bahia (IPB) e o Conselho Regional de Engenharia e
Agronomia da Bahia (Crea-BA). Ele falou sobre logística portuária
na Bahia fazendo uma reflexão sobre os principais gargalos da
atividade no estado.
indústria química apresenta soluções para o setor
Medidas
sugeridas têm
como objetivo
aumentar
competitividade
FERnAnDo DIAS/CREA-BA
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S/C
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Pho
to/S
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Reduzir custos com energia elétrica é uma das propostas dos
representantes da Indústria Química para aumentar a competividade
do setor. Esta e outras soluções foram apresentadas durante o
seminário Perspectivas do Complexo Químico da Bahia, realizado na
sede da Odebrecht, em Salvador, no dia 2 de maio. Promovido pela
FIEB, por meio do Conselho de Petróleo, Gás e Naval (CPGN), em
parceria com o Governo da Bahia – Secretaria de Desenvolvimento
Econômico (SDE) –, com apoio da Braskem e da Odebrecht, o evento
reuniu empresários, fornecedores e gestores do setor. Na ocasião, os
participantes discutiram as dificuldades para o crescimento da
atividade no estado, questões de logística, preço da energia, custo com
matéria-prima e atração de novos players para o mercado.
O seminário contou com a participação do presidente da FIEB, Ricardo
Alban, do secretário estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação,
Manoel Mendonça e do superintendente da Secretaria de
Desenvolvimento Econômico do Estado da Bahia, Paulo Guimarães,
representando o secretário Jorge Hereda.
Políticas de apoio às MPME são debatidas em Camaçari
Com o objetivo de fortalecer e
estimular a competitividade
entre as micro, pequenas e
médias empresas, a FIEB, a
Prefeitura Municipal de
Camaçari por meio da
Secretaria de
Desenvolvimento
Econômico (Sedec) e o
Serviço Brasileiro de Apoio
às Micro e Pequenas
Empresas (Sebrae),
realizaram, no dia 24 de
maio, a reunião itinerante do
Conselho da Micro e Pequena
Empresa Industrial
(Compem) da FIEB, na Cidade
do Saber. Camaçari foi a
terceira cidade a receber o
evento, que já passou por
Feira de Santana e Juazeiro e
deve percorrer outras cidades
do interior do estado. Foram
debatidos o cenário
econômico e urbano do
município, o panorama
industrial da região e a
implantação do Cimatec
Industrial, prevista para o
final de 2017.
22 Bahia Indústria
Anualmente,
portos terão
metas de
desempenho
estabelecidas
para cada
exercício
João AlVAREz/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB
O difícil acesso terrestre e a baixa profundidade
do porto de Ilhéus, a limitada área de armaze-
nagem em Salvador e a necessidade de melho-
ria da gestão de Aratu são algumas das queixas de
quem precisa das instalações portuárias para fazer
negócio. Visando melhorar a qualidade dos servi-
ços e reduzir o custo das operações a níveis cada vez
mais competitivos, a Unidade Regional de Salvador
da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (An-
taq) está elaborando uma metodologia que vai norte-
ar a atividade fiscalizatória.
“Seguindo o que manda a Lei 12.815/13, o objeti-
vo principal é identificar gargalos de ineficiência, a
fim de melhorar a qualidade das operações portuá-
rias realizadas nos Portos Organizados de Salvador,
Aratu-Candeias e Ilhéus”, explica o chefe da Unidade
Regional de Salvador da Antaq, Alfeu Luedy.
Ele conta que a metodologia, com apresentação
Portos mais competitivosmetodologia vai estabelecer indicadores para medir eficiência das operações portuárias realizadas em Salvador, Aratu-Candeias e Ilhéus
prevista para a segunda quinzena de junho, vai con-
ter indicadores de desempenho baseados em infor-
mações históricas e cálculos das médias e desvios pa-
drões, discriminando as operações por carga, berço
de atracação e operador portuário responsável. “Os
que, de forma recorrente, ultrapassarem os limites
aceitáveis de desempenho, serão notificados e ou au-
tuados”, acrescenta Luedy.
Para o coordenador do Conselho de Portos da
FIEB, Sérgio Faria, a inciativa da Antaq é bem-vinda,
assim como todas as que venham a melhorar o am-
biente portuário da Bahia. “Nossa expectativa é que
a metodologia traga mais celeridade para as opera-
ções e melhoria nos serviços, principalmente para os
usuários”, disse Faria. Ele destacou que o Conselho
mantém um fórum com representantes de diversas
instituições e empresas no intuito de encontrar solu-
ções para os problemas dos portos baianos. [bi]
Principais problemas dos portos baianos
»Dificuldade de acesso aos Portos de Salvador e Ilhéus » Falta de linha ferroviária de cargas, carência de investimentos e estrutura portuária
O que pode melhorar a curto prazo
»Gestão, reduzir tempos de paralização e aumentar a prancha média das operações portuárias
O que precisa ser adotado como política para o setor
»Modernização e expansão da infraestrutura portuária » Fomento à competição entre portos
Bahia Indústria 23
Cimatec Industrial iráatrair investimentosSerão aplicados inicialmente R$ 54 milhões. Conclusão da primeira etapa está prevista para final de 2017
Com o aval da CNI, que garan-
tiu parte dos recursos para o
projeto, o Cimatec Industrial
começa a se transformar em reali-
dade. O centro de alta tecnologia
do Sistema FIEB será implantado
em uma área com 4 milhões de
metros quadrados, no Polo Indus-
trial de Camaçari, cedida pelo Go-
verno do Estado.
As obras do Cimatec Industrial
serão iniciadas em junho próximo
e a primeira etapa tem previsão
de ser concluída em dezembro de
2017. Os investimentos iniciais,
para 2016 e 2017, totalizam R$ 54
milhões, em grande parte finan-
ciados pelo BNDES.
O Cimatec Industrial terá papel importante no de-
senvolvimento da indústria baiana, ao mesmo tempo
em que dará suporte à atração de novos investimen-
tos para o setor. Ele sediará testes de protótipos e terá
plantas piloto de grandes proporções, que não podem
estar localizadas em área urbana. Com infraestrutu-
ra arrojada, capaz de dar suporte às necessidades de
segmentos como a aviação, energia eólica, automo-
tivo e fármacos, entre outros, ele terá equipamentos
como uma pista de testes multiuso, que poderá ser
utilizada tanto pelo segmento automotivo quanto pe-
lo de aviação.
Conforme explica o presidente da FIEB, Ricardo
Alban, o Brasil já dispõe de pistas semelhantes, no
ITA e na Embraer, mas com outra expertise. “A pista
que vamos construir deve contribuir para atrair in-
vestimentos de companhias aéreas para o Nordeste,
em diversas áreas”, afirmou. Alban lembrou que até
os caças suecos Gripen, que o Bra-
sil irá adquirir, poderão ter custos
com transferência de tecnologia
reduzidos, com a implantação do
Cimatec Industrial.
“Será uma pista para testes do
setor automobilístico, mas que,
com pequenas adaptações bali-
zadas pela Agência Nacional de
Aviação Civil (Anac) pode se trans-
formar, também, em uma pista de
pousos e testes de aeronaves. Com
isso, a Bahia poderá até mesmo ter
chances de sediar um hub (centro
de operações de voos comerciais)
de uma empresa aérea”, afirmou o
presidente da FIEB.
túneL de ventoO Cimatec Industrial terá, tam-
bém, um “túnel de vento”, instala-
ção cuja finalidade é simular, para
estudos, o efeito do movimento do
ar em corpos, geralmente protóti-
pos em escala. Eles são muito uti-
lizados em laboratórios de mode-
los físicos para a determinação de
parâmetros nos projetos de aviões,
automóveis, cápsulas espaciais,
edifícios, pontes etc.
No Brasil, existe uma lacuna de
centros tecnológicos com carac-
terísticas industriais. As univer-
sidades realizam pesquisas que
vão até o nível de bancada; e as
empresas têm suas estruturas vol-
tadas para a produção. Segundo o
diretor do SENAI Cimatec, Leone
Peter Andrade, “o projeto Cimatec
Industrial consiste em implantar
um centro de pesquisa, desenvol-
vimento e inovação em ambiente
industrial com foco no escalo-
namento de produção, testes de
grande porte, plantas piloto e de-
senvolvimento de protótipos em
escala real, apoiando todo o pro-
cesso de desenvolvimento tecno-
lógico e inovação industrial”. [bi]
24 Bahia Indústria
As desigualdades entre
homens e mulheres no
mundo laboral vão além
das diferenças de remu-
neração. O resultado da pesquisa
Retratos da Sociedade Brasileira
- Rotatividade no Mercado de Tra-
balho, realizada pela CNI, mostra
que, no Brasil, ainda cabe à mu-
lher cuidar dos filhos e dos paren-
tes. Os números revelam, entre ou-
tros aspectos desta realidade, que
quase um quarto (23%) das mulhe-
res deixou o último emprego para
tomar conta de familiares.
Conforme o estudo, quanto me-
nor a renda familiar, maior é o per-
centual de mulheres que citaram a
necessidade de cuidar de filhos e
parentes entre os três principais
motivos de ter deixado o último
emprego. Na avaliação da CNI, is-
so é um indício de que as mulhe-
res que mais deixam o mercado de
trabalho para cuidados com fami-
liares são as de baixa renda, que
não possuem condições financei-
ras e assumem elas mesmas esse
trabalho.
A trabalhadora que possui uma
boa condição financeira, porém,
não está livre desses compromis-
sos. Isso porque, culturalmente, a
sociedade brasileira entende que
o cuidado com a casa e os filhos é
cARgA FemInInAEstudo aponta que 23% das mulheres deixam emprego para cuidar da família
Por carolina MEndonçacoM inforMações da cni
uma responsabilidade das mulheres, o que acontece
na maioria dos lares do país.
Como diretora administrativa da Aromarketing, a
coordenadora do Conselho de Jovens Lideranças In-
dustriais (CJLI) da FIEB, Nayana Pedreira, lida com
esta situação de forma corriqueira. “Recentemente
duas funcionárias se desligaram após a licença ma-
ternidade: uma delas, auxiliar de produção, não con-
seguiu vaga na creche. A outra até teria como pagar
uma babá, mas não se sentiu confortável de deixar a
filha recém-nascida com terceiros e decidiu dar um
intervalo profissional na sua carreira”, conta.
Mesmo para aquelas que conseguem manter-se no
emprego há a necessidade de se ausentar com maior
frequência pela necessidade de levar os filhos ao mé-
dico ou cuidar deles e de outros parentes quando estes
adoecem. Na avaliação da CNI, as diferenças resultam
do fato de que as mulheres são responsáveis pelas ta-
refas domésticas e os cuidados com crianças e idosos.
Também contribui para isso a falta de vagas na edu-
cação infantil. Atualmente, 7,5 milhões de crianças de
zero a três anos não encontram vagas em creches.
“A sociedade brasileira precisa estabelecer políti-
cas que aumentem a participação da mulher na for-
ça de trabalho, salários, gastos com creches, licença
maternidade e em cargos de chefia. A visão tem que
ser do bem-estar da sociedade, das famílias e não
a priorização do indivíduo, seja ele homem ou mu-
lher”, avalia o superintendente de Desenvolvimento
Organizacional do Sistema FIEB, Paulo Vianna.
tRIpLA joRnAdAOutra diferença importante é o tempo dedicado ao
trabalho doméstico. Com base nos dados da Pesqui-
sa Nacional por Amostra de Domicílios de 2014, do
IBGE, as mulheres
que trabalham fora
de casa gastam, em
média, 20 horas e 32
minutos por semana
com tarefas domésti-
cas. Entre os homens o
tempo dedicado a esse
trabalho é de 9 horas e 56
minutos.
Na visão de Nayana, este é um
dos aspectos culturais que preci-
sam mudar para que as responsa-
bilidades sejam reequilibradas na
sociedade brasileira: a divisão das
tarefas domésticas. “Nos casais
mais jovens e de classe média isso
já tem mudado bastante, mas ain-
da não é uma realidade”, diz.
Outra questão fundamental,
defende a coordenadora do CJLI,
é que a chegada de um filho tem
impactos diferentes na vida da
mulher e do homem. “No que diz
Bahia Indústria 25
respeito à maternidade, a sociedade e as empresas
ainda estão muito atrasadas, querem continuar exi-
gindo a mesma disponibilidade e dedicação da re-
cente mulher-mãe”, argumenta. Nayana destaca que
as ações de conciliação maternidade-trabalho ficam
restritas às grandes empresas, com maior capacida-
de financeira e políticas consistentes de pessoas e
benefícios.
Vianna chama atenção para o fato de que “as em-
presas que são intensivas em mão de obra feminina
têm que planejar as ausências e respectivos custos,
tendo que lidar também com eventual absenteísmo
parcial ou integral, e até mesmo com as rescisões de
contrato de trabalho pela falta de infraestrutura fa-
miliar e do Estado”, pontua.
Sobre a responsabilidade masculina com o cuida-
do das crianças, ele lembra que a promulgação da re-
cente lei 13.257/16 – Política Nacional Integrada para
a Primeira Infância – não ampara a ausência dos pais
ao trabalho para o acompanhamento de filhos em tra-
tamento médico.
A CNI destaca que a inserção das mulheres no
mercado de trabalho beneficiará a indústria e o Bra-
sil. Isso porque o aumento da oferta de mão de obra
amplia a produção e a produtividade. "Para tanto,
é necessário mudar a cultura vigente com relação à
divisão do trabalho doméstico e priorizar a criação
de vagas para educação pública infantil, em horário
integral, que permita às mulheres, principalmente às
de baixa renda, conciliar a maternidade com o traba-
lho", recomenda a Nota Econômica publicada sobre
o estudo. [bi]
26 Bahia Indústria
SIlVIo tIto/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB
Alban e
Nogueira
visitaram lojas
do Polimoda
Cerca de 70 lojas, sendo 55 de
fábricas de confecções, pa-
ra venda em pronta entrega
de roupas, acessórios e artigos
de couro, estão reunidas no Polo
de Distribuição das Indústrias de
Confecção da Bahia (Polimoda),
inaugurado dia 16.05, em Feira de
Santana. O empreendimento, loca-
lizado na Avenida Senhor dos Pas-
sos, no centro, vai funcionar de se-
gunda a sexta-feira, das 8h às 18h,
e aos sábados das 8h às 12h.
O Polimoda é uma iniciativa do
Sindicato da Indústria do Vestuário
de Feira de Santana e Região (Sind-
vest Feira), com apoio da Prefeitura
de Feira de Santana, da FIEB, do
SENAI e do Sebrae. O presidente do
Sindvest Feira, Edison Nogueira,
destacou que o polo vai fortalecer
as indústrias do vestuário e aces-
sórios. “Este empreendimento vai
mudar a vida dos empresários e das
empresas da região. Sua instalação
é uma vitória do empreendedoris-
Feira de Santana ganha Polo de Confecçõeslocalizado no centro da cidade, empreendimento reúne cerca de 70 lojas, sendo 55 de fábricas
misas Polo, uniram-se para mon-
tar uma loja no Polimoda. A ideia
é vender camisas polo, básicas e
de proteção UV, no atacado. Para a
venda em varejo também contarão
com linhas de produtos assina-
dos por designers de destaque na
Bahia e no Brasil. “Expectativa é
atrair revendedores de outros mu-
nicípios, atendendo caravanas pa-
ra compras em atacado”, explica
Loyola Neto.
Parceiro dele na iniciativa, Ha-
ri Hartmann vê a oportunidade
de promover produtos diferencia-
dos, como a camisa polo ecológica
100% sustentável. “Como empre-
endimento foi uma sacada fora do
comum. Pode ser a saída para mui-
ta gente que está no sufoco”, disse,
destacando que o Polimoda é bem
localizado, no centro da cidade.
Com mais de 20 anos de expe-
riência no mercado, a empresária
Claudinara de Brito investiu em
uma loja para venda de bermudas
masculinas. “A expectativa é que
traga de volta a esperança de reto-
mar o crescimento e incrementar
as vendas”, disse.
O evento também contou com
a presença do prefeito de Feira de
Santana, José Ronaldo de Carva-
lho, do presidente da Fecomércio,
Carlos Andrade, dos vice-presi-
dentes de FIEB, Carlos Gantois
e Josair Bastos; do secretário de
Ciência, Tecnologia e Inovação
da Bahia, Manoel Mendonça; do
superintendente de Desenvolvi-
mento de Empreendimentos da
SDE, Paulo Sérgio Ferraro; do
arcebispo metropolitano de Fei-
ra de Santana, Zanoni Demetti-
no Castro; do deputado estadual
Carlos Geilson, coordenador da
Frente Parlamentar da Indústria
do Estado da Bahia, entre outras
autoridades. [bi]
mo”, disse, durante a cerimônia de
inauguração. Segundo Nogueira,
o Polimoda é o embrião de outros
polos que o segmento pretende ins-
talar no estado.
O desenvolvimento que o polo
de confecções levará para a região
foi ressaltado também pelo pre-
sidente da FIEB, Ricardo Alban,
lembrando que a instituição tem
investido na região central. Citou
o novo prédio do SENAI, inaugu-
rado em 2015, que ampliou capaci-
dade de atendimento em Feira de
Santana.
Alban destacou que é preciso ter
firmeza e tranquilidade para atra-
vessar os períodos de crise, que são
cíclicos. “A união e o esforço fazem
a diferença e confiança e credibili-
dade se conquistam. Empresários
e trabalhadores devem pensar que
estão do mesmo lado, que é o lado
do desenvolvimento”, destacou.
Os empresários Loyola Neto, da
Loygus, e Hari Hartmann, da Ca-
Bahia Indústria 27
João A
lVAREz
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qualificação
profissional está
entre os temas
de discussão
Ser um fórum de integração e desenvolvimento
econômico e sustentável da cadeia da constru-
ção civil, proporcionando diálogo, informação,
parceria e oportunidade de negócios com entidades
públicas e privadas. Esta é a missão da Câmara Se-
torial da Construção Civil, criada na Federação das
Indústrias da Bahia (FIEB) para representar e defen-
der os interesses do segmento, visando à melhoria da
competitividade, o fortalecimento dos sindicatos e o
desenvolvimento da atividade na Bahia.
Representantes de 12 sindicatos empresariais do
segmento reúnem-se mensalmente na sede da FIEB
para discutir demandas e soluções em comum. “Já
sentimos a importância desta medida porque propi-
ciou uma maior integração entre sindicatos que per-
tencem à mesma cadeia e identificamos que enfren-
tamos problemas parecidos”, conta o presidente do
Sinduscon-BA, Carlos Henrique Passos, ressaltando
que esta integração também proporciona a troca de
experiências e boas práticas.
A defesa de interesses comuns também é desta-
cada pelo presidente do Sinprocim-BA, José Carlos
Telles Soares. “Essa busca de unidade para defesa de
interesses comuns é um dos pontos fortes desta câ-
mara. A consequência será o fortalecimento das enti-
dades e da construção”, afirma.
Relações comerciais, qualificação profissional,
normas regulamentadoras e certificação de produtos
são alguns dos temas comuns que serão discutidos
no âmbito da câmara setorial. O planejamento es-
tratégico da instância representativa engloba ações
como a organização de seminários, parcerias com
universidades para desenvolver projetos ligados à
sustentabilidade e a criação de rodadas de negócios
setoriais. [bi]
Fortalecimento da cadeia da construçãoCâmara Setorial da Construção Civil reúne 12 sindicatos do setor para defesa de interesses comuns
SindicatOS ParticiPanteSsInduscon • Sindicato da Indústria da Construção do Estado da Bahia
sIndIceR • Sindicato das Indústrias de Cerâmica para Construção e Olaria do Estado da Bahia
sIndIBRItA • Sindicato da Indústria de Mineração de Pedra Britada do Estado da Bahia
sInpRocIm • Sindicato da Indústria de Produtos de Cimento no Estado da Bahia
sImAgRAn • Sindicato da Indústria de Mármores, Granitos e Similares do Estado da Bahia
sIndIceso • Sindicato das Indústrias de Cerâmicas Vermelhas e Brancas para Construção e Olarias da Região do Sudoeste e Oeste da Bahia
sIndRAtAR • Sindicato da Indústria de Refrigeração, Aquecimento e Tratamento de Ar do Estado da Bahia
sIndIcAL • Sindicato da Indústria de Mineração de Calcário, Cal e Gesso no Estado da Bahia
QuImBAhIA • Sindicato das Indústrias de Produtos Químicos para Fins Industriais e de Produtos Farmacêuticos do Estado da Bahia
moveBA • Sindicato da Indústria do Mobiliário do Estado da Bahia
sIndIscAm • Sindicato das Indústrias de Serrarias, Carpintarias, Tanoarias e Marcenarias de Salvador, Simões Filho, Lauro de Freitas, Camaçari, Dias D’ávila, S. Antônio, F. Santana e Valença.
sIsteB • Sindicato das Indústrias de Construção de Sistemas de Telecomunicações do Estado da Bahia
28 Bahia Indústria
IndIcAdoRes números da Indústria
qUEDA DE 2,8% MOSTRA EFEITOS DA CRISEmesmo com resultado negativo, a produção industrial da Bahia ainda teve resultado melhor que os de dez outros estados
A produção física da indús-
tria de transformação da
Bahia apresentou queda
de 2,8%, na comparação
dos últimos 12 meses, terminados
em março, com igual período ante-
rior. Em fevereiro, pelo comparati-
vo equivalente, houve decréscimo
de 2,6%. Com esse resultado, a
Bahia mantém-se em 4º lugar no
ranking dos 14 estados que partici-
pam da Pesquisa Industrial Mensal
- Produção Física R, na qual apenas
com maior fabricação de barras,
perfis e vergalhões de cobre e de
ligas de cobre).
ResuLtAdos negAtIvosApresentaram resultados negati-
vos: Equipamentos de Informática
(-43,6%); Veículos automotores
(-12,6%, com a menor produção de
automóveis e painéis para instru-
mentos dos veículos automotores);
Minerais não metálicos (-12,1%,
com queda na fabricação de cimen-
tos “Portland”, massa de concreto
preparada para construção, arga-
massas, ladrilhos, placas e azule-
jos de cerâmica para pavimentação
ou revestimento e misturas betu-
minosas); Alimentos (-4,9%, queda
na produção de farinha de trigo,
carnes de bovinos congeladas e
açúcar cristal); Produtos químicos
(-4,1%); Borracha e plástico (-2,5%,
menor produção de pneus novos de
borracha para ônibus e caminhões,
sacos, sacolas e bolsas de plástico,
filmes de material plástico para
embalagem e reservatórios, caixas
d’água e artefatos semelhantes de
plástico); Couro e Calçados (-2,2%)
e Celulose e papel (-1,6%, queda na
produção de pastas químicas de
madeira).
Na comparação de março de
2016 com igual mês do ano ante-
rior, a produção física da indústria
de transformação baiana apresen-
tou queda de 6,1%. Cinco dos 11
segmentos industriais da Bahia
apresentaram resultados positi-
vos: Equipamentos de Informática
(20,5%); Metalurgia (14,2%, maior
produção de barras, perfis e verga-
lhões de cobre e de ligas de cobre);
Bebidas (11,9%); Couro e Calçados
(3,4%) e Produtos químicos (0,1%).
Apresentaram resultados ne-
gativos: Veículos automotores
(-30,8%, menor fabricação de
Mato Grosso e Espírito Santo apresentaram resultados
positivos (2,8% e 0,2%, respectivamente).
Os demais estados registraram resultados negati-
vos: Amazonas (-19%), São Paulo (-12,8), Pernambuco
(-12,1%), Rio de Janeiro (-11,5%), Rio Grande do Sul
(-10,9%), Minas Gerais (-10,4%), Ceará (-10,4%), Pa-
raná (-8,9%), Santa Catarina (-8,5%), Pará (-5,9%) e
Goiás (-2,3%).
Na Bahia, apenas três dos onze segmentos pes-
quisados registraram crescimento: Refino de petró-
leo e biocombustíveis (2,6%, devido à maior fabri-
cação de óleo diesel, óleos combustíveis e gasolina
automotiva), Bebidas (2,5%) e Metalurgia (0,1%,
Bahia Indústria 29
dustrial este ano (-5,95%) e de modesto crescimento
só em 2017 (+0,74%), de acordo com informações do
Banco Central (relatório Focus).
Alguns indicadores ilustram as dificuldades en-
frentadas pela economia nacional: inflação elevada
(o IPCA acumulou em 12 meses até abril deste ano
alta de 9,28%, contra um teto de meta de inflação de
6,5% para 2016); patamar elevado da taxa de juros,
com a Selic mantida em 14,25%; e crescimento do
desemprego – segundo a PNAD (Pesquisa Nacional
por Amostra de Domicílios Contínua – Estimativa
Trimestral, do IBGE), em março de 2016, a taxa de
desemprego foi de 10,9%. Por outro lado, a deprecia-
ção do Real pode ser um alento para o setor expor-
tador. [bi]
bahia: pim-pf de março 2016
Indústria de Transformação -6,1 5,3 -2,8refino de petróleo e biocombustíveis -4,2 39,5 2,6Produtos químicos 0,1 0,5 -4,1veículos automotores -30,8 -31,8 -12,6alimentos -0,9 -2,5 -4,9celulose e papel -6,5 -2,7 -1,6borracha e plástico -7,8 -8,2 -2,5Metalurgia 14,2 21,4 0,1couro e calçados 3,4 -1,5 -2,2Minerais não metálicos -22,3 -17,4 -12,1equipamentos de informática 20,5 20,7 -43,6bebidas 11,9 8,8 2,5
Extrativa Mineral -25,5 -18,2 -9,9
VARIAção (%)
SETORES MAR16/MAR15 JAN-MAR16/ AbR15-MAR16/ JAN-MAR15 AbR14-MAR15
Fonte IBGe; elaboração Fieb/SdI
JAN
JUL
FEV
MA
R
AB
R
MA
I
JUN
AG
O
SET
OU
T
NO
V
DEZ
Fonte: IBGE; elaboração Fieb/SDI. Nota: Exclusive a indústria extrativa mineral; base = 100 (média 2012)
115
110
105
100
95
90
85
80
75
70
2014
2013
2016
2015
Bahia - Produção Física da indústria de Transformação (2013-2016)
automóveis); Minerais não metálicos (-22,3%, que-
da na fabricação de cimentos “Portland”, massa de
concreto preparada para construção, ladrilhos, pla-
cas e azulejos de cerâmica para pavimentação ou
revestimento e argamassas ou outros aglomerantes
não refratários); Borracha e plástico (-7,8%, redução
da produção de pneus, reservatórios, caixas d’água e
artefatos semelhantes de plástico e filmes de material
plástico para embalagem); Celulose e papel (-6,5%,
queda na produção de pastas químicas de madeira);
Refino de petróleo e biocombustíveis (-4,2%, menor
produção de óleos combustíveis, naftas para petro-
química e parafina) e Alimentos (-0,9%).
O setor industrial enfrenta em todo o país um am-
biente de muita dificuldade, refletindo uma conjun-
tura doméstica de crises econômica e politica que se
retroalimentam, o que acarretou numa retração eco-
nômica grave. Do ponto de vista estadual, o desempe-
nho negativo do ano é reflexo de maus resultados em
alguns segmentos, com influência forte de Veículos
automotores, Minerais não metálicos, Alimentos e
Produtos químicos. O setor Refino de petróleo e bio-
combustíveis (por conta de uma parada para manu-
tenção no início de 2015) apresenta resultado positivo
na análise anualizada.
cResceRá em 2017A análise do primeiro trimestre de 2016 mostra que
as dificuldades observadas em 2015 se mantêm e há
poucos elementos que indiquem a possibilidade de
recuperação da indústria nacional no curto prazo.
A estimativa de mercado é de queda da produção in-
30 Bahia Indústria
painel
Ação do Sindileite destaca importância do consumo de leite para a saúdeQuem passou pela região do Jardim de Alah, na orla de Salvador, no
dia 1º de junho, foi surpreendido com um café da manhã promovido
pelo Sindicado das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do
Leite do Estado da Bahia (Sindileite-BA), em parceria com FIEB,
SEAGRI e ADAB, para comemorar o Dia Mundial do Leite. A data foi
instituída em 2001 pela Organização das Nações Unidas para
Alimentação e Agricultura (FAO/ONU). Além de degustar produtos
derivados do leite, quem visitou o local recebeu orientações sobre a
importância de uma dieta equilibrada para uma vida saudável. A
proposta é divulgar as qualidades nutricionais do leite e os benefícios
para a saúde, proporcionados pelo consumo deste alimento rico em
cálcio e proteína”, destaca o vice-presidente do sindicato, Paulo Cintra.
VAltER PontES/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB
quem
passou pela
Orla, no
Jardim de
Alá, pode
conhecer
melhor a
produção
das
indústrias
baianas
Sessão especial na ALbA destaca importância do charuto baianoA secular cultura do tabaco e do
charuto produzidos no Recôncavo
baiano foi homenageada em
sessão especial, na Assembleia
Legislativa do Estado da Bahia, no
dia 9 de junho. A presidente do
Sindicato das Indústrias de
Tabaco da Bahia (Sinditabaco/
BA), Ana Cláudia Mercês,
destacou que homenagens como a
sessão especial são importantes
para preservar a cultura do tabaco
e do charuto na Bahia.
A sessão especial contou com a
presença do 1º vice-presidente da
FIEB, Carlos Gantois. Cerca de 15
milhões de unidades de charutos
são produzidas na Bahia por ano,
movimentando R$ 90 milhões,
segundo estimativa do sindicato.
Cerca de 30% da produção é
exportada para países da América
do Sul e Europa. Quatro
representantes da cadeia
produtiva foram homenageados
na oportunidade.
Empresários de Jequié conhecem soluções de apoio à inovaçãoCriatividade e inovação foi o tema da palestra que
o superintendente do IEL-BA, evandro Mazo, ministrou em Jequié, no dia 24.05, durante o
Encontro IEL-BA, Sebrae e Empresários, realizado
na sede do Sebrae no município. “O principal
objetivo foi sensibilizar para a importância da
gestão da inovação nos negócios”, explicou Mazo.
O superintendente do IEL falou, ainda, sobre a
atuação do instituto com foco em gestão na
inovação. Representantes do SESI, SENAI e Sebrae
também explicaram aos empresários de que forma
estas instituições podem apoiar as empresas no
esforço para inovar.
mARCElo FRAnCE/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB
Bahia Indústria 31
Inauguração • Acompanhado do diretor de
Tecnologia e Inovação do
SENAI, Leone Andrade, o
governador Rui Costa conhece
equipamento de simulação
computacional em stand do
Sistema FIEB no evento de
inauguração da Av. Orlando
Gomes, em Salvador, no dia 5
de junho. Espaço ofereceu
ainda serviços do SESI.
Entrega
foi feita
na Afase,
no Terreiro
Casa branca
AngElo PontES/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB
FIEb realiza Encontro de Presidentes de Sindicatos Debater a visão de futuro do Sistema FIEB,
contribuindo para o planejamento estratégico da
entidade para o período 2017-2018. Com esse
objetivo, líderes de sindicatos filiados à FIEB
participaram no dia 03.05, do Encontro de
Presidentes de Sindicatos, na sede da Federação. No
encontro, executivos do Sistema FIEB apresentaram
as diretrizes do SESI, SENAI e IEL para os próximos
anos. O presidente da FIEB, Ricardo Alban, ressaltou
a importância da participação dos líderes sindicais.
“A FIEB é uma entidade de representação de classe
e, se a classe não for proativa e propositiva, não
conseguiremos fazer uma representação de acordo
com a real necessidade”, pontuou.
Café com Negócios reúne empresários em ConquistaMais de 30 empresários do segmento de panificação
e biscoitos de Vitória da Conquista e Jequié
participaram do Café com Negócios, promovido pelo
Centro das Indústrias do Estado da Bahia (CIEB), em
parceria com a empresa M. Dias Branco e com o
Sebrae, no dia 19.05. O encontro teve o objetivo de
fomentar networking e gerar oportunidades para as
empresas. O evento marcou o lançamento oficial da
Rede de Parceiros do CIEB na região sudoeste.
O Café com Negócios contou com apresentações da
gerente do Sebrae Vitória da Conquista, Josinete
Viana; do gerente de vendas da Divisão Moinhos da
M. Dias Branco, Mansur Kauark e do consultor do
Sebrae, Carlos Galvão.
Doação de tecidos dá início às ações dos bancos SociaisNo dia 2 de junho, a Associação do Futuro nas Ações
Socioeducativas e Esportivas (Afase) recebeu quase
nove toneladas de aparas de tipos variados de
tecidos, no espaço cultural e cooperativa Vovó
Conceição, do Terreiro Casa Branca, localizado no
Engenho Velho da Federação. A doação iniciou
oficialmente as ações do Banco de Articulação Social
em Vestuário, um dos Bancos de Articulações
Sociais FIEB, uma iniciativa do Conselho de
Responsabilidade Social, eles têm o objetivo de
contribuir para fomentar uma atuação socialmente
responsável do setor produtivo baiano, incentivando
ações com foco no uso de excedentes de produção,
materiais recicláveis e/ou reutilizáveis, assim como
iniciativas de voluntariado e projetos comunitários.
VAltER PontES/CoPERPhoto/SIStEmA FIEB
32 Bahia Indústria
a crise brasileira e a recuperação judicial de empresa
jurídico
Há 11 anos o Brasil dava um passo
importante na modernização da
sua legislação. A Lei nº 11.101/2005
extinguiu a concordata e instituiu
a recuperação judicial de empresa
(RJ). Com a crise, os pedidos de RJ
dispararam no primeiro trimestre
de 2016 em comparação com 2015.
Os dados da Boa Vista SCPC apon-
tam para aumento de 165,7%
A lógica da Lei nº 11.101/2005 é
a preservação da empresa viável e
a retirada do mercado da empresa
inviável, afinal, na falência, per-
dem todos: a empresa se extingue;
o empresário tem seu patrimônio
arrecadado e fica impedido de co-
merciar por 5 anos; os trabalhado-
res perdem os empregos; o Estado
perde os impostos e os credores
não recebem.
Ainda existe pouca cultura no
Judiciário e no mercado brasilei-
ros quando o tema é RJ. Embora
a Lei brasileira seja inspirada no
Chapter 11 da legislação ameri-
cana, os dados no Brasil indicam
que 1% das empresas efetivamen-
te se recuperam, enquanto estu-
dos americanos apontam taxa de
êxito entre 20% e 30% e outros,
como o publicado na Harvard Bu-
siness Review, que analisou 350
casos entre 2002 e 2011, aponta ín-
dice de sucesso de 89%.
Recentes decisões do STJ nos
REsp 1.371.427 e REsp 1.513.260
indicam esforço do Judiciário em
resguardar a empresa como motor
maior da economia do país.
No primeiro caso, o STJ admi-
Norma proíbe gestantes em locais insalubresFoi publicada, em 11/05/2016,
a Lei nº 13.287 que inseriu o
art. 394-A à Consolidação das
Leis do Trabalho - CLT,
aprovada pelo Decreto-Lei nº
5.452 de 01/05/1943, que
passou a garantir à empregada
gestante ou lactante o direito
de ser afastada, enquanto
durar a gestação e a lactação,
de quaisquer atividades,
operações ou locais
insalubres.
A Justiça do Trabalho já vinha
decidindo nesse sentido,
tendo a Lei nº 13.287
consignado o entendimento
daquela Corte.
Alterações na Norma Regulamentadora 12A Portaria MTPS nº 509,
publicada em 02/05/2016,
alterou a NR nº 12, que trata da
segurança no trabalho em
máquinas e equipamentos.
Dentre as alterações
destacam-se: as regras para
manutenção das máquinas; as
informações obrigatórias que
devem constar nos manuais
das máquinas e
equipamentos; o
planejamento dos serviços que
envolvam risco de acidentes
de trabalho em máquinas e
equipamentos.
Foi, ainda, revogado pela
citada Portaria, o item 12.137
da NR 12, que vedava a
operação de máquinas e
equipamentos por menores de
dezoito anos, salvo na
condição de aprendiz.
Maurício Dantas góes e góes é sócio do Lapa Góes e Góes Advogados
tiu, no processo de RJ da Veplan
(administradora do Hotel Sofitel),
que o quadro de credores pudesse,
excepcionalmente, ser retificado
após homologação do plano de re-
cuperação judicial, quando o cre-
dor impugna no processo o valor
indicado do seu crédito, evitando
fraudes e prejuízos. O valor homo-
logado como crédito do BNDES foi
de R$ 34,4 milhões e, posterior-
mente, retificado para R$ 382,7
milhões. A decisão é consentânea
com uma sociedade que cobra dos
governos mais ética e empresas
preocupadas com governança e
compliance.
A segunda decisão do STJ, na
RJ de um supermercado, validou
a decisão do comitê de credores,
atacado como ilegal por aspectos
formais e sem demonstração de
prejuízo. O STJ reconheceu so-
berania das deliberações da as-
sembleia de credores nas esferas
negocial e patrimonial e nos des-
tinos da empresa em recuperação,
reservando para si o controle de
legalidade “sem adentrar a aná-
lise da viabilidade econômica”
do plano de recuperação, matéria
que reconheceu soberania da as-
sembleia geral de credores.
A Lei de Recuperação Judicial
ainda é nova, mas constitui alento
neste momento de crise. Precisa
ser mais divulgada entre os em-
presários, mais estudada entre os
advogados e juízes, já que poucos
profissionais possuem expertise
na área.
Por Maurício dantas góEs E góEs
Bahia Indústria 33
IdeIAs
Por lauro Martins dE azEvEdo
A gestão da mão de obra utiliza-
da pelas empresas no Brasil está
prestes a ser alterada de forma sig-
nificativa. E não estamos falando
de mudanças drásticas na legisla-
ção trabalhista e previdenciária.
Trata-se do aprimoramento na fis-
calização das normas que regem a
contratação, remuneração e tribu-
tação do trabalhador. O Ministério
do Trabalho e Emprego, a Receita
Federal e a Previdência Social te-
rão à sua disposição em um único
ambiente digital todas as informa-
ções necessárias para fiscalizar e
autuar as empresas que não aten-
dem a legislação em vigor.
Esse ambiente digital será ali-
mentado por informações envia-
das por todos os empregadores do
país. É o que se espera que acon-
teça, a partir de setembro, com a
implantação e obrigatoriedade
de envio do chamado e-Social.
Também chamado de e-Fopag ou
folha de pagamento eletrônica, o
e-Social terá a funcionalidade de
concentrar informações não só
sobre a contratação de trabalha-
dores em seus diferentes níveis e
categorias, mas implicará em in-
formar aos órgãos de fiscalização,
de maneira rápida, padronizada
e consolidada, todos os aspectos
inerentes ao contrato de trabalho
de um trabalhador.
O primeiro grupo a entrar na
mira dessa que é uma das ferra-
mentas prioritárias do plano anu-
al de fiscalização do Governo Fe-
deral, é formado por empregado-
res com faturamento superior a R$
78 milhões em 2014. Já em janeiro
de 2017 a obrigatoriedade passa a
valer para todos, ou seja, empre-
gadores de qualquer atividade ou
faixa de faturamento, órgãos pú-
blicos, incluindo registro de traba-
lhadores da agricultura e de micro
e pequenas empresas.
De posse dessas informações,
os auditores fiscais poderão con-
frontar se estas atendem a legisla-
ção ou se o procedimento adotado
é passível de autuação e multa. É
bom lembrar que essa fiscalização
poderá ser estendida aos procedi-
mentos utilizados pelo emprega-
dor nos últimos cinco anos. A rea-
lidade é que a grande maioria dos
empregadores não está preparada
para o cenário que se desenha com
o e-Social, que terá prazos exíguos
para a comunicação de fatos como
admissão, rescisão contratual,
exames médicos e alterações con-
tratuais, dentre outros.
Como ação preventiva, as em-
presas devem implementar um
projeto de conscientização dos
gestores sobre essa obrigação
acessória. A experiência na revi-
são de procedimentos trabalhistas
e previdenciários adotados pelas
empresas apontam para uma pos-
sível enxurrada de autuações e um
aumento na arrecadação, tanto do
Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço (FGTS), quanto da contri-
buição previdenciária incidente
sobre a remuneração paga, devida
ou creditada aos empregados.
A folha de pagamentos das
empresas, onde estão registrados
proventos e descontos e a respecti-
va tributação (INSS, FGTS e IRRF)
A pergunta que o empresário e o gestor não podem deixar de fazer nesse momento: Minha empresa está preparada? Se a resposta for negativa, tenha em mente que o tempo corre contra sua empresa
Lauro Martins de Azevedo é especialista nas Áreas Trabalhista e Previdenciária da Tract Assessoria Empresarial e Tributária
eSocial – Sua empresa está Preparada?
é onde se concentra a maior fonte
de inconsistências já mapeadas
pela fiscalização da Previdência
Social e Receita Federal. Não é a
toa que a Previdência Social tem
a expectativa de aumentar a sua
atual arrecadação em mais R$ 20
bilhões ao ano. Essa arrecadação
adicional em sua totalidade não
pode ser creditada simplesmen-
te ao ato de sonegar, mas em boa
parte resulta de erros nos parâme-
tros de tributação da folha de pa-
gamento os quais precisam urgen-
temente de revisão especializada.
A expectativa é reduzir o pre-
juízo também do FGTS em aproxi-
madamente R$ 1 bilhão. Como se
vê, a contratação de mão de obra
passará a existir em um ambiente
de total e eficaz vigilância. Novos
tempos, nova tecnologia, antigas
leis e normas. Não há exagero em
afirmar que poucas empresas sai-
rão incólumes. A pergunta que o
empresário e o gestor não podem
deixar de fazer: Minha empresa es-
tá preparada? Se a resposta for ne-
gativa, tenha em mente que o tem-
po corre contra sua empresa. [bi]
livros
leitura&entretenimento
Revolução na produtividadeReconhecido como autoridade no campo
da produtividade, David Allen criou o
método GTD – Getting Things Done: um
sistema de gestão que ajuda pessoas e
empresas a colocar ordem no caos. Em A
arte de fazer acontecer o autor discursa
sobre a inserção das novas tecnologias na
gestão do fluxo de trabalho e inclui as
descobertas mais recentes da ciência
cognitiva. Controlar a ansiedade e aceitar
que não é possível fazer tudo são
exemplos de como chegar ao equilíbrio.
Pensamento produtivoPor que como você pensa é muito mais
importante do que o que você pensa? Em
mais rápido e melhor..., Charles Duhigg
explica que as pessoas e empresas mais
produtivas não apenas agem de forma
diferente, mas também veem o mundo de
modo diferente. Para ele, elas sabem que
as escolhas são o segredo da
produtividade. Com base em pesquisas,
ele conta o que separa os ocupados dos
produtivos. Duhigg é o mesmo autor de O
Poder do Hábito.
A arte de fazer acontecer – Estratégias para aumentar a produtividade e reduzir o estresse david allen editora Sextante, 320 p. R$ 44,90
Mais rápido e melhor – Os segredos da produtividade Charles duhigg editora objetiva, 358p. R$ 49,90
34 Bahia Indústria
Ilustrações de henri MatisseQuando teve que se recuperar de uma delicada cirurgia,
período em que ficou em cima de uma cama e na cadeira de
rodas, o desenhista e escultor francês Henri Matisse (1869-
1954) dedicou-se ao desenho e à ilustração, em colagens feitas
com papéis recortados e coloridos com guache. O resultado
desse empenho está sendo exposto na exposição Henri
Matisse – Jazz, uma mostra que reúne 20 pranchas originais,
impressas com a técnica au pochoir, feitas especialmente para
o livro Jazz, publicadas em 1947. Do total de 250 álbuns, dois
estão no Brasil, pertencentes ao exemplar 196, que integra o
acervo dos Museus Castro Maya.
FotoS DIVUlgAção
SESI Cultura na TVUm programa de música que busca divertir e ensinar,
ampliando o repertório cultural do público. Essa é a proposta
do Sala de Som, projeto idealizado pela equipe do SESI
Cultura e que passou a fazer parte da grade da TVE Bahia.
Sempre aos domingos, com reprise às quintas-feiras, os
programas têm 20 minutos de duração e são apresentados
pelo músico Alexandre Leão. Em julho, serão exibidos os
programas com os artistas Mário Ulloa e Jana Vasconcelos
(Violão clássico), nos dias 3 e 7 de julho; Cássio Nobre (viola
machete), nos dias 10 e 14.7; e, encerrando a série, Margareth
Menezes, que vai abordar o afropop, dias 17 e 21.7.
não perca Programa Sala de Som. TVE Bahia. Domingo, às 16h. Reprise àsquintas-feiras, às 23h. Até 21.07
não perca Caixa Cultural Salvador, até 3.07. Rua Carlos Gomes, 57, Centro. Terça a domingo, das 9h às 18h. Gratuito
televisão
exposição
Bahia Indústria 35