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Janeiro 2018 \ Banco Central do Brasil \ Boletim Regional \ 31
Região Centro-Oeste
A atividade econômica no Centro-Oeste arrefeceu no trimestre encerrado em novembro, refletindo o fim da colheita da safra de inverno de milho. Sob o impacto da agricultura, o IBCR-CO recuou 0,9% no período, frente ao crescimento de 1,9% no trimestre finalizado em agosto, segundo dados dessazonalizados. Por outro lado, ressaltam-se os desempenhos positivos da indústria de transformação, do comércio varejista e de boa parte do setor de serviços, indicando que o processo de recuperação da economia alcança conjunto maior de atividades.
O consumo na região evoluiu no trimestre em ritmo semelhante ao observado no país, com destaque para a expansão no Mato Grosso (especialmente no segmento de veículos), alavancado pelos resultados financeiros apurados com a safra agrícola recorde. Por outro lado, houve contração no comércio ampliado apurado em Goiás e no Distrito Federal, com quedas mais relevantes também no segmento de veículos. Os dados dessazonalizados da PMC, do IBGE, indicam aumento de 0,9% do comércio ampliado na Região, no trimestre encerrado em novembro, comparativamente ao trimestre anterior.
O aumento da demanda também se refletiu nos dados do setor de serviços, com expansão de 1,5% no trimestre finalizado em novembro, ante o trimestre anterior, conforme dados dessazonalizados da PMS, do IBGE, com destaque para os resultados do Distrito Federal.
Os indicadores do mercado de trabalho continuam apresentando melhora. Em que pese a eliminação de 17 mil postos de trabalho no trimestre encerrado em novembro (-39,8 mil em 2016), refletindo a característica sazonal do período, principalmente nos segmentos de indústria, agropecuária, e construção, o resultado de janeiro a novembro (criação de 53,2 mil novos postos) é o melhor para o período desde 2014. A evolução trimestral dessazonalizada mostra geração líquida de empregos desde julho, interrompendo os resultados negativos registrados desde dezembro de 2014.
31234567
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Nov2014
Fev2015
Mai Ago Nov Fev2016
Mai Ago Nov Fev2017
Mai Ago Nov
IBC-Br IBCR-CO
Gráfico 3.1 – Índice de Atividade Econômica do Banco Central – Brasil e Centro-OesteDados desazonalizados – Média móvel trimestral2002 = 100
Área linkada
Data41365413954142641456414874151841548415794160941640
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105
Nov2014
Fev2015
Mai Ago Nov Fev2016
Mai Ago Nov Fev2017
Mai Ago Nov
Comércio Serviços
Gráfico 3.2 – Comércio e serviços – Centro-OesteDados desazonalizados – Média móvel trimestral2014 = 100
Tabela 3.1 – Evolução do emprego formal – Centro-Oeste
Novos postos de trabalho (em mil)
Discriminação 2016 2017
Trim2/ Ano3/ Trim2/ Ano3/
Total -39,8 -37,3 -17,0 53,2
Ind. de transformação -13,5 -9,0 -7,5 11,8
Comércio 1,4 -19,6 6,8 6,4
Serviços -9,5 -13,7 -2,3 19,6
Construção civil -9,5 -7,2 -4,6 2,3
Agropecuária -7,8 12,8 -8,1 14,1
Serviços ind. de util. pública -0,3 0,5 -0,4 -0,3
Outros1/ -0,5 -1,0 -0,7 -0,5
Fonte: Ministério do Trabalho
1/ Inclui extrativa mineral, administração pública e outras.
2/ Trimestre encerrado em novembro.
3/ Acumulado no ano até novembro.
32 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Janeiro 2018
O número de ocupados na Região cresceu 4% no terceiro trimestre de 2017, relativamente ao mesmo trimestre de 2016, com expansão de 293 mil trabalhadores ocupados, resultando na redução da taxa de desocupação de 10,0% para 9,7%, segundo a PNAD Contínua, do IBGE. A massa de rendimento real aumentou 5,3% no mesmo período, em cenário de inflação benigna.
O crédito no Centro-Oeste continua evoluindo, com aumento no ritmo de expansão decorrente do desempenho mais favorável nos financiamentos às famílias, enquanto ainda se observa retração no volume de empréstimos às empresas. O saldo total das operações superiores a R$1 mil evoluiu do crescimento interanual de 2,6%, observado em agosto, para 3,0% em novembro. A expansão da carteira de pessoas físicas passou de 6,6% para 7,4%, destacando-se os financiamentos de veículos, em processo de retomada do setor, e o crédito rural. A redução no saldo de empréstimos para o segmento de pessoas jurídicas passou de 3,1% para 3,5% nos períodos assinalados, ressaltando-se as amortizações do setor de energia no âmbito do crédito direcionado.
A inadimplência no crédito às pessoas jurídicas voltou a subir, passando de 3,1%, em agosto, para 3,8% em novembro, refletindo novos atrasos em financiamentos de construtoras. Nas operações com pessoas físicas, a inadimplência retraiu 0,2 p.p. no período, situando-se em 3,0%.
Em relação ao comércio exterior da Região, observou-se no quarto trimestre o melhor resultado do ano, refletindo aumento mais acentuado das exportações, impulsionadas pelas vendas de milho, soja, carne de bovinos e algodão. O saldo comercial da balança comercial totalizou US$ 18,4 bilhões em 2017, aumentando 21,8% em relação a 2016, com exportações crescendo 17,2%, refletindo principalmente os maiores embarques de soja, milho, carne de bovinos, e farelo de soja. O aumento das importações alcançou 8,0% em 2017, ressaltando-se as compras de bens de capital, sobretudo de máquinas e aparelhos para fabricação de pasta de celulose e papel, e de matérias-primas, em especial ureia, adubos e fertilizantes.
No âmbito fiscal observou-se estabilidade no desempenho das contas públicas, com reduções no pagamento de juros sobre a dívida e no resultado primário. O superavit primário do setor público acumulado em doze meses recuou de R$1,5 bilhão,
Tabela 3.2 – Balança comercial – Centro-Oeste
Janeiro-dezembroUS$ milhões
Discriminação Centro-Oeste Brasil
2016 2017 Var. % Var. %
Exportações 22 755 26 670 17,2 17,6
Básicos 18 677 22 262 19,2 27,7
Industrializados 4 078 4 409 8,1 10,0
Importações 7 621 8 233 8,0 9,6
Bens de capital 353 556 57,7 -16,5
Bens Intermediários 3 554 3 950 11,1 14,0
Bens de consumo 2 367 2 424 2,4 -0,2
Combustíveis e lubrificantes 1 345 1 302 -3,2 23,6
Saldo comercial 15 134 18 437 21,8 40,4
Fonte: MDIC/Secex
1/ Inclui operações especiais.
-8
-4
0
4
8
12
16
Ago2015
Nov Fev2016
Mai Ago Nov Fev2017
Mai Ago Nov
PF PJ Total
Gráfico 3.3 – Evolução do saldo das operações de crédito – Centro-Oeste1/
Variação em 12 meses – %
1/ Operações com saldo superior a R$1 mil.
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em dezembro de 2016, para R$428 milhões em novembro de 2017, enquanto o deficit nominal permaneceu estável, em torno de R$1,85 bilhão, com deterioração nos resultados de Goiás e do Distrito Federal, ao mesmo tempo que Mato Grosso do Sul e Mato Grosso registraram melhora – ambos alcançando superavit nominal. A dívida pública da região atingiu R$34,8 bilhões em novembro, recuando 0,7% em relação a dezembro de 2016. Em termos reais, ante igual período do ano anterior, a receita com ICMS aumentou 5,2% enquanto as transferências da União cresceram 18,3% nos doze meses até outubro de 2017.
A produção industrial do Centro-Oeste aumentou 1,7% no trimestre encerrado em novembro, em relação ao trimestre encerrado em agosto, quando havia expandido 3,3%, considerando dados dessazonalizados do agregado de Goiás e Mato Grosso, únicos estados da Região pesquisados pela PIM-PF do IBGE. A indústria de transformação apresentou variação positiva de 1,9% no período, influenciada pelo desempenho dos setores de metalurgia, fabricação de veículos, farmacêutica e de biocombustíveis.
Com a safra de grãos recorde na Região e a disseminação da retomada da atividade econômica, a confiança dos empresários aumentou no quarto trimestre. O Icei do Centro-Oeste, divulgado pela CNI, atingiu 59,1 pontos em dezembro, ante 56,6 pontos em setembro, com evolução positiva tanto no componente de expectativa quanto no de condições atuais.
A produção de grãos no Centro-Oeste, após registrar safra recorde em 2017, quando atingiu 106 milhões de toneladas e expansão de 41,0% no ano, deverá recuar 8,1% em 2018, com quedas mais acentuadas na produção de milho, soja e feijão, de acordo com informações do terceiro prognóstico do IBGE. No segmento pecuário, apesar das oscilações na demanda e nos preços ao longo ano, os abates de bovinos cresceram 5,9% no acumulado do ano até novembro, impulsionados pelas exportações, que aumentaram 21,1% no período. No que se refere aos abates de aves, observou-se recuo de 5,5% e nos de suínos, elevação de 10,4%, segundo o Sistema de Inspeção Federal do Mapa.
A variação do IPCA na Região – agregação dos indicadores de Brasília, Goiânia e Campo Grande – atingiu 2,09% no último trimestre de 2017,
Tabela 3.3 – Dívida líquida e necessidades de
financiamento – Centro-Oeste1/
R$ milhões
UF Dezembro de 2016 Novembro de 2017
Dívida Fluxos 12 meses Dívida2/ Fluxos 12 meses
Primário Nominal3/ Primário Nominal3/
DF 5 948 -335 -77 6 158 449 642
GO 18 246 -884 905 18 054 -37 1 397
MS 7 155 -218 602 6 867 -538 -146
MT 3 673 -19 418 3 695 -302 -44
Total (A) 35 023 -1 457 1 848 34 774 -428 1 850
Brasil4/ (B) 766 579 -1 791 75 866 773 348 -16 248 33 210
(A/B) (%) 4,6 81,3 2,4 4,5 2,6 5,6
1/ Por UF, totalizando gov. estadual, capital e principais municípios. Dados
preliminares.
2/ A dívida líquida no momento t+1 é a dívida no momento t, mais o resultado
nominal e o resultado de outros fluxos.
3/ O resultado nominal é a soma dos juros com o resultado primário.
4/ Refere-se à soma de todas as regiões.
Jan 2013Fev�2013MarAbr Mai JunJulAgo SetOutNovDez
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84
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100
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Nov2014
Fev2015
Mai Ago Nov Fev2016
Mai Ago Nov Fev2017
Mai Ago Nov
Brasil Centro-Oeste
Gráfico 3.4 – Produção industrial – Centro-OesteDados dessazonalizados – Média móvel trimestral2012 = 100
-0,4
-0,2
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez
Faixa sazonal (3,00% - 6,00%) 2016 2017
Gráfico 3.5 – IPCA Centro-Oeste – Padrão sazonalVariação % mensal
Fontes: IBGE e BCB
34 \ Boletim Regional \ Banco Central do Brasil \ Janeiro 2018
comparativamente a 0,57% no terceiro. As maiores variações ocorreram nos segmentos de preços monitorados (energia elétrica residencial e gasolina), e de alimentação no domicílio (tubérculos, raízes e legumes e carnes). Esse comportamento refletiu no índice de difusão que atingiu 51,0% no quarto trimestre (49,4% no trimestre anterior).
Em 2017, o IPCA da Região variou 3,45% (5,83% em 2016). Os preços livres variaram 1,37%, enquanto os monitorados variaram 10,30%. As maiores pressões ocorreram pelos preços de gás de botijão, gasolina, energia elétrica residencial e ônibus urbano. A inflação de serviços desacelerou de 6,58% para 4,56% e a de serviços subjacentes, de 5,92% para 3,85%.
Em que pese a redução da atividade econômica decorrente da entressafra agrícola, há que se destacar a ampliação do processo de recuperação econômica para um número maior de atividades econômicas, com destaque para segmentos industriais que apresentaram quedas acentuadas nos últimos anos, assim como a melhora nos indicadores do mercado de trabalho, principalmente o de população ocupada. Para 2018, espera-se que a contribuição menor da agricultura seja compensada pela recuperação mais acentuada da indústria e dos serviços.
-10
-5
0
5
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Dez2014
Mar2015
Jun Set Dez Mar2016
Jun Set Dez Mar2017
Jun Set Dez
IPCA Alimentação no domicílioServiços Monitorados
Gráfico 3.6 – IPCA Centro-OesteVariação % acumulada em 12 meses