Post on 04-Nov-2020
CENTRO UNIVERSITAacuteRIO UNIVATES
PROGRAMA DE POacuteS-GRADUACcedilAtildeO EM AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO
CONTROLE DO AacuteCARO RAJADO(Tetranychus urticae Koch) NA CULTURA DE
GEacuteRBERAS (Gebera jamesonii Adlam) EM ESTUFA
DISSERTACcedilAtildeO DE MESTRADO
CLOacuteVIS ANTOcircNIO SCHWERTNER
Eng Agrocircnomo
LAJEADO ndash RS BRASIL
09 Janeiro de 2012
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
ii
CONTROLE DO AacuteCARO RAJADO(Tetranychus urticae Koch) NA CULTURA DE
GEacuteRBERAS (Gebera jamesonii Adlam) EM ESTUFA
por
Cloacutevis Antocircnio Schwertner
Eng Agrocircnomo
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento - do Centro Universitaacuterio UNIVATES (RS) como requisito para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de MESTRE EM AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO
Prof Dr Noeli Juarez Ferla Orientador
Prof Dr Claus Haetinger Coorientador
LAJEADO ndash RS BRASIL
2012
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
iii
DEDICO
In memoriam aos meus pais
Aloysio Valentim Schwertner e Annita Ceciacutelia Senger Schwertner
OFERECcedilO
Agrave minha esposa MSc Arq Ameacutelia aos meus filhos ao Dr Eng Ambiental Gilberto ao
Bacharel em Ciecircncia da Computaccedilatildeo Marco Antocircnio e agrave Turismoacuteloga Anita Ceciacutelia
pelo estiacutemulo carinho e compreensatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
iv
AGRADECIMENTOS
Agrave UNIVATES - Centro Universitaacuterio e ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo ndash Mestrado em Ambiente e Desenvolvimento ndash PPGAD pela oportunidade de conclusatildeo do mestrado Obrigado Aos professores do PPGAD pelos ensinamentos transmitidos e amizade Ao orientador Prof Dr Noeli Juarez Ferla pela orientaccedilatildeo compreensatildeo estiacutemulo valiosos ensinamentos e amizade Obrigado Ao coorientador Prof DrClaus Haertinger pelas pertinentes e necessaacuterias correccedilotildees que vieram a enriquecer ainda mais esta dissertaccedilatildeo Obrigado Aos acadecircmicos de biologia e estagiaacuterios do Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES Guilherme Liberato da Silva e Fernanda Majolo Obrigado Agrave Biovale Produtos Agropecuaacuterios Ltda pelo apoio e a aacuterea cedida para a realizaccedilatildeo de meus experimentos Em especial ao Eng Agrocircnomo MSc Anduir Lenhardt proprietaacuterio da empresa Aos funcionaacuterios Andreacutea Heisler e Joseacute Luis Gutterres Obrigado Ao Prof Dr Jorge Erick Parra pela orientaccedilatildeo e apoio Obrigado Agrave Prof Drordf Daniele Saad pela orientaccedilatildeo e apoio Obriigado Agrave Prefeitura Municipal de Mato Leitatildeo ao Prefeito Municipal Carlos Alberto Bohn Obrigado Ao produtor de moranguinhos Sr Roger Stein pela coleta dos aacutecaros Obrigado Agrave Agrifertil Comercial Ltda na pessoa do Diretor Administrativo Ari Gollmann pela compreensatildeo apoio e amizade Obrigado
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
v
RESUMO
No Brasil o cultivo de plantas ornamentais aumentou nas uacuteltimas trecircs deacutecadas tornando-se uma importante atividade econocircmica do agronegoacutecio No mercado nacional o Rio Grande do Sul eacute o segundo maior produtor de flores e plantas cultivadas e o maior consumidor Dentre as espeacutecies mais cultivadas as geacuterberas (Gerbera jamesonii Adlam) nos Vales do Taquari Caiacute e Rio Pardo predominam Quanto agrave ocorrecircncia de aacutecaros o aacutecaro rajado (Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae) na cultura de geacuterberas em estufa prejudica a qualidade e beleza da flor causando danos econocircmicos O uso de agrotoacutexicos para a eliminaccedilatildeo de pragas diversas elimina tambeacutem os inimigos naturais destes e a constante aplicaccedilatildeo destes agrotoacutexicos tornam os insetos fitoacutefagos resistentes Demonstrou-se que os produtos naturais e bioloacutegicos satildeo uma alternativa eficiente para o controle do aacutecaro rajado na cultura de geacuterberas Entre os produtos naturais e bioloacutegicos testados (Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio) e o agrotoacutexico de referecircncia (agrave base de Abamectina) todos estes foram eficientes para o controle do aacutecaro rajado Poreacutem os produtos naturais e bioloacutegicos preservaram em sua maioria os inimigos naturais natildeo agrediram o meio ambiente ao passo que o agrotoacutexico eliminou totalmente os inimigos naturais aleacutem de seu efeito ser persistente e perigoso ao meio ambiente
Palavras-chave Agrotoacutexico Gerbera jamesonii sob cultivo protegido Insumos naturais e bioloacutegicos Tetranychus urticae
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
vi
ABSTRACT
In Brazil the cultivation of ornamental plants has increased over the last three decades becoming an important economic activity in agribusiness In the national market Rio Grande do Sul is the first largest consumer in Brazil and the second in prodution of ornamental plants grown under greenhouse conditions Among the most cultivated species the gerberas (Geacuterbera jamesonii Adlam) predominate in the Vale do Taquari Caiacute and Rio Pardo The occurrence of mites Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage The use of chemicals to eliminate various pests also eliminate the natural enemies and physiologically modify plants making them more favorable to the development of phytophagous mites It was demonstrated that the natural and biological products are an efficient alternative for the control of two spotted spider mite in the cultivation of gerberas Among the natural and biological products samples analyzed (Beauveria bassiana and Metarhizium anisopliae Azadirachtina sulfur and calcium-based lime sulfur) and reference pesticide (Abamectina-based) all these were efficient to control the mite However natural and biological products preserved in its most the natural enemies and do not affect the environment while the pesticide completely eliminated natural enemies as well as their effect is persistent and dangerous to the environment
Keywords Agrochemicals Gerbera jamesonii grown under greenhouse Natural and organic inputs Tetranychus urticae
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
vii
SUMAacuteRIO
RESUMOV
ABSTRACTVI
SUMAacuteRIOVII
LISTA DE FIGURASIX
LISTA DE QUADROS E TABELASXI
SIGLASXII
1 INTRODUCcedilAtildeO13
12 Motivaccedilatildeo 16
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA17
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais17
22 Estufas19
23 Geacuterberas (Gerbera jamesonii22
231 Geacuterberas em vasos23
24 Aacutecaros24
241 Aacutecaro Rajado25
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos28
251 Oacuteleo de Neem ou Nim 29
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos31
253 Caldas Ferti-Protetoras32
26 Agrotoacutexicos34
261 Abamectina35
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
viii
3 OBJETIVOS38
31 Objetivo Geral 38
32 Objetivos Especiacuteficos 38
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 38
41 Materiais38
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico42
42 Meacutetodos42
421 Das dosagens ndash Experimento 0143
422 Das dosagens ndash Experimento 0244
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO49
51 Resultados global49
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa49
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e alternacircncias de
aplicaccedilotildees e contagens54
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens55
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar59
52 Viabilidade Econocircmica dos Produtos61
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento63
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento64
6 CONCLUSOtildeES65
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS66
ANEXOS74
Anexo I75
Anexo II76
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria18
Figura 02 - Participaccedilatildeo dos EstadosRegiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas
Ornamentais18
Figura 03 - Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto percentagem 20
Figura 04 - Croquis de uma estufa do tipo Arco20
Figura 05 - Geacuterberas (Gerbera jamesonii)22
Figura 06 - Aacutecaro rajado25
Figura 07 - Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras26
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado27
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas33
Figura 10 ndash Pulverizador costal de 20 litros oacuteculos e luvas36
Figura 11 ndash Pulverizador sobre rodas com bomba e tanque37
Figura 12 ndash EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual37
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros39
Figura 14 ndash Muda de geacuterbera a ser plantada39
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos40
Figura 16 ndash Vista lateral da estufa tipo arco41
Figura 17 ndash O controle da temperatura e umidade relativa com termohigrocircmetro41
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos43
Figura 19 ndash Liberaccedilatildeo dos aacutecaros44
Figura 20 ndash Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos46
Figura 21 ndash Contagem dos aacutecaros47
Figura 22 ndash Contagem dos aacutecaros47
Figura 23 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas51
Figura 24 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas52
Figura 25 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas52
Figura 26 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias53
Figura 27 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas53
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
x
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas
meacutedias e novas54
Figura 29 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 555
Figura 30 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos56
Figura 31 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 556
Figura 32 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
considerando os tratamentos57
Figura 33 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 558
Figura 34 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
considerando os tratamentos58
Figura 35 - Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos 59
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento60
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a
realizaccedilatildeo do experimento60
Figura 38 - Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos62
Figura 39 - Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento 63
Figura 40 - Plantas testemunha64
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xi
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do
agrotoacutexico50
Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xii
SIGLAS
AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura
ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos
CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na
Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)
CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas
Ornamentais
CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola
EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
para Agricultura e Alimentaccedilatildeo
IAC Instituto Agronocircmico de Campinas
IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE
PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros
predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiii
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas
uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O
Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se
os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e
tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais
caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos
produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil
empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea
de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo
com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas
ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um
crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de
negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por
75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e
Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)
O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e
plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550
floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo
Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o
maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao
ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um
reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS
principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas
ornamentais no RS eacute promissor
O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou
em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu
aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas
na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas
sazonais com maior produtividade e qualidade
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiv
As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos
geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii
Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio
Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada
vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos
organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas
ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados
conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos
Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com
quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax
A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais
especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como
aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas
manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa
danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)
Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e
alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e
manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade
fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a
accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o
aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese
de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros
tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por
em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e
basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as
folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente
(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das
plantas com teia (JEPPSON et al 1975)
Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o
controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do
agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de
intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xv
Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e
botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao
uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas
adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)
Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de
vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL
AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo
persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram
colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande
maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que
enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)
O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos
Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa
Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf
Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o
mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e
Rio Pardo (CERESTVales)
Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam
e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee
de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado
por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de
Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)
e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre
eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em
estufas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvi
12 Motivaccedilatildeo
No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e
Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis
Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo
Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no
decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser
vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU
1987)
No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli
Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros
ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi
procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul
referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma
demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em
niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia
Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para
Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por
produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas
sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo
apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvii
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais
Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim
significa jardim A horticultura estaacute dividida em
fruticultura ndash cultivo de pomares
olericultura ndash cultivo da horta
floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)
Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade
tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15
hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar
corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do
ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando
uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um
faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)
As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares
Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194
mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na
produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15
mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)
No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas
ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores
envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para
folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al
2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xviii
Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria
Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007
Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas
liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da
produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os
estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo
produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)
Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais
Fonte IBRAFLOR 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xix
Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de
Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE
FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo
propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos
setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que
envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que
impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias
profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e
fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)
A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e
comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002
para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de
2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em
180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445
produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810
hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em
18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)
Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e
com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva
juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio
governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e
externo (AFLORI 2009)
22 Estufas
O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto
ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em
cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos
climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de
granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o
cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)
(BUAINAIN et al 2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xx
Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o
cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011
Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e
telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo
em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar
Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como
tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)
Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxi
A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo
com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as
seguintes
as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos
predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do
Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes
frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do
vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada
em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do
Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas
necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode
variar de acordo com a disponibilidade do terreno
a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros
em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia
portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa
ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e
construccedilotildees (SGANZERLA 1995)
O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo
da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo
solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo
para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente
protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre
ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que
diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio
hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a
capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o
manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua
fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da
umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro
ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et
al2006)
Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxii
Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores
e plantas ornamentais
23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii
As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da
categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se
as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado
principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)
As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi
batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug
Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul
O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia
das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo
entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera
hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas
caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo
do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)
A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na
composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e
estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre
as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)
Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiii
A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser
produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma
produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas
com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento
moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo
do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para
iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada
luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida
iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna
igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)
A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo
solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais
componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua
escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de
sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um
desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em
clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)
231 Geacuterberas em vasos
O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito
usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da
temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema
frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado
em parte no cultivo em vasos
Entre as vantagens do sistema estatildeo
aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia
melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser
construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel
ao trabalhador
diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo
e pragas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiv
diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o
que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas
diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de
fertilizantes (SEBRAE 2009)
24 Aacutecaros
Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos
carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais
causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute
semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como
insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas
e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes
pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em
duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)
Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros
apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao
homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo
aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de
decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute
comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos
geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas
ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)
Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas
pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de
lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e
daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais
importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus
desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)
241 Aacutecaro Rajado
Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de
plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxv
de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo
014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das
folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos
agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-
se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase
ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees
laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato
geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae
Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS
O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias
agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20
dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo
para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo
emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A
longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40
dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente
e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior
longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e
ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de
grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvi
alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo
celular (FLECHTMANN 1979)
O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua
alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam
as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas
circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do
ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do
equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)
Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm
acesso 21-09-2009
A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave
queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da
fotossiacutentese (LIESERING 1960)
Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta
para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem
demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das
casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvii
instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN
1979)
No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de
agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos
trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o
ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um
processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos
acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro
rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxviii
Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de
morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho
(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o
controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo
ornamentais e outros (SATO 2006)
Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram
realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro
rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano
econocircmico
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos
A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos
seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a
comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes
no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da
vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na
qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas
de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas
brasileiras (DALZOTO et al 2009)
Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos
agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro
Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do
meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e
documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de
substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as
consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os
agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os
processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos
procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede
puacuteblica (CARSON 2010)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxix
251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina
A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina
(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas
globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave
importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma
e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e
significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia
da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios
ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo
de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por
pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha
(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a
Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim
Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e
persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute
crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de
onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola
veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)
Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o
controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por
pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)
No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -
IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros
O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo
da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio
ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos
insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de
vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)
Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas
pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxx
desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede
temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas
espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A
eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de
oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas
(GARCIA 2001)
O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave
disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos
os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de
pragas (GARCIA 2001)
Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas
Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha
gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora
brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute
bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens
Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus
cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente
broca-dos-frutos
Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito
Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho
(MARTINEZ 2008)
Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos
vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles
Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de
Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em
testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes
resultados
Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada
universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado
teor de capsaicina
Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e
possui propriedades bactericidas e fungicidas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxi
Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do
repertoacuterio de inseticidas vegetais
Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido
como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do
urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra
violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente
ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu
efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades
inseticidas (MARTINEZ 2008)
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos
Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade
consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica
satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com
algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo
da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na
natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o
uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem
medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras
que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos
dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e
Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos
nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)
Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos
tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no
controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros
produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais
podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O
avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao
controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle
do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados
tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxii
2009)
Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um
parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do
inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a
superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou
aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a
oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas
pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria
bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura
(DALZOTO 2009)
As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em
pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em
constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo
Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom
molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo
e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte
Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura
ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO
et al 1999)
253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas
As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas
e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se
de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para
aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que
proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo
enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta
aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a
Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)
Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a
Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada
entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiii
obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos
de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e
densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo
indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais
(PENTEADO 2006)
A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua
constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande
diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os
principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e
estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como
caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade
adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer
seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se
usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre
pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente
abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em
temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda
sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiv
26 Agrotoacutexicos
Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que
se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias
categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que
eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas
cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)
e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas
inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que
dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de
arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a
praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura
convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-
fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua
classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre
outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos
agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas
principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os
venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas
provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda
e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem
rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A
intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a
exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo
suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas
outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a
aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas
taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo
prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de
veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os
afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxv
261 Abamectina
A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e
aacutecaros
CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida
GRUPO QUIacuteMICO Avermectina
TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)
A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente
toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)
O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50
(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero
Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica
capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias
Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de
quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a
toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo
quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001
O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito
toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II
ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de
Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)
GRUPOS
DL50
(mgKg)
Dose letal provaacutevel para o homem
Extremamente
toacutexicos
lt 10
1 pitada - algumas gotas
Altamente toacutexicos
10-50
algumas gotas -1 colher de chaacute
Medianamente toacutexicos
500-5000
1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa
Pouco toacutexicos
05g-50g
2 colheres de sopa- 1 copo
Muito pouco toacutexicos
50g ou 150g
1 copo -
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvi
Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se
assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo
para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe
a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente
negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em
aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras
cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam
animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)
Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de
equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)
Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros
Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de
produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvii
Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner
Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de
EPI (figura 12)
Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com
aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou
superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxviii
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterberas em estufa
32 Objetivos Especiacuteficos
Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterbera em estufa
Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas
concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na
cultura de geacuterbera em estufa
Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos
na cultura de geacuterbera em estufa
Avaliar os aacutecaros predadores
4 MATERIAL E MEacuteTODOS
41 Materiais
Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural
produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de
Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado
para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxix
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura
14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o
plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue
necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee
Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xl
O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento
teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de
fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de
mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade
de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes
plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser
trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer
tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das
embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve
ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)
teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade
O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem
orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma
excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para
os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)
fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita
(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as
mudas de geacuterberas (figura 15)
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xli
Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco
(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS
Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco
Fonte Cloacutevis A Schwertner
O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura
fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A
estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto
Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas
maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)
Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um
termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlii
Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado
em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e
maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura
eacute abastecido por uma pilha (15 V)
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade
de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs
produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A
Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos
naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a
10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou
quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico
seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo
42 Meacutetodos
A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco
compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os
compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura
por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas
laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as
geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos
escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliii
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
421 Das dosagens ndash Experimento 01
Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de
agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do
aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas
pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram
de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos
fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10
Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por
compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)
mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura
19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com
trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75
aacutecaros em toda a bancada
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliv
Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo
reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme
metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para
caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da
empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o
controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite
de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de
controle (PROMIP 2008)
Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo
protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem
demonstrou-se mais eficiente
422 Das dosagens ndash Experimento 02
Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual
foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlv
compartimento
No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em
cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos
foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do
experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos
produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar
o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados
A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram
intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia
abaixo
14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E
14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos
7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees
a = Aplicaccedilatildeo
c = Contagem dos aacutecaros
A = primeira contagem
B = segunda contagem
C = terceira contagem
D = quarta contagem
E = quinta contagem
A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi
respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvi
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)
desta sequencia experimental (figura 20)
Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio
estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento
avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada
vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvii
seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das
folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o
desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal
As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao
compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos
totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)
Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados
Figura 21 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Figura 22 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlviii
Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise
estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de
descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees
para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como
para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas
descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas
utilizadas destaca-se o teste de Tukey
O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)
Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS
Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir
comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas
diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos
Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha
Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)
Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica
Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina
Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlix
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Resultado global
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e
bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa
Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10
paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos
naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os
produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros
predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve
eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores
Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos
nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas
novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento
Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas
no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10
porque esta se demonstrou mais eficiente
Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium
anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das
meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi
a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas
folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores
diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de
discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
l
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico
Dosagens
050 100
Folhas Velhas 040 060
B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120
Folhas Novas 120 140
Folhas Velhas 033 200
Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100
Folhas Novas 100 036
Folhas Velhas 040 080
Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060
Folhas Novas 120 040
Folhas Velhas 020 000
Abamectina Folhas Meacutedias 080 000
Folhas Novas 040 000
Folhas Velhas 060 220
Testemunha Folhas Meacutedias 120 180
Folhas Novas 140 060
Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das
contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento
Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia
das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a
meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos
A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados
e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10
e 05
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
li
Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas
meacutedias e novas
Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos
tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o
nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e
velhas nas dosagens de 05 e 10
Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os
predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme
PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o
enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima
de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees
poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lii
Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas
Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liii
Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos
permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle
de aacutecaros fitoacutefagos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liv
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do
agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos
testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em
sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas
aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas
contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores
denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas
44 a 46)
O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos
e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu
constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o
agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do
experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lv
10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi
aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o
calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos
aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias
Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo
teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o
tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento
Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve
diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada
diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)
Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas
natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvi
experimento (figura 30)
Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os
tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os
tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)
Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila
significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvii
Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens
efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o
aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)
Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira
contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao
tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo
teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram
diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lviii
Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve
diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)
Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lix
No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas
meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base
de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o
agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro
predador (figura 35)
Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar
Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de
desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T
urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios
imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos
de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade
de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a
partir de 15 ordm C
A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no
periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste
periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lx
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento
A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo
do experimento
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxi
Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar
aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell
(1973 in BERTOLO 2007)
52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos
Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle
dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de
relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na
produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do
trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e
consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo
Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os
seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no
quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo
acrescidos no valor final do produto
Produtos
Quant Litro R$
Pulverizador Costal
R$
Oacuteculos Policarbonato
R$
Luvas Borracha
R$
EPI cBotas
R$
Custo Total R$
Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000
Bbassianae
M anisopliae
5300 15500 1800 700 23300
Calda
sulfocalcica
700 15500 1800 700 18700
Abamectina 5900 15500 9200 30600
Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)
No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$
8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos
trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute
necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxii
a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador
manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na
aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)
Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiii
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento
Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram
aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro
rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do
experimento
Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiv
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento
No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente
danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)
Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxv
6 CONCLUSOtildeES
O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de
desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais
saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou
em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo
ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera
jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem
alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos
Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e
bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade
produtividade e rentabilidade econocircmica
O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica
(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na
cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico
Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros
predadores
Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de
geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador
se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos
Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque
multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvi
7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABREU JUNIOR E 1998 Praticas alternativas de controle de pragas e doenccedilas
na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP 115 p
ACOPEMA 2008 Estufas agriacutecolas in wwwacopemacombr acesso 20092009
AFLORI 2009 in httpwwwafloricombrnoticiaphppagina=MTA3 acesso
17092009
AGROBIOLOGICA 2009 in wwwagrobiologicacombr acesso 20-09-2009
AGRONOMIACOMGISMONTI 2009 in agronomiacomgismontiblogspotcom
acesso 20-09-2009
AKI YA 2002 Buacutessula da comercializaccedilatildeo para produtores de ornamentais
Satildeo Paulo Heliza Editora Comeacutercio e Industria Graacutefica 179 p
ANDEF 2001 Manual de Uso Correto de Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual
Associaccedilatildeo Nacional de Defesa Vegetal Andef Campinas Satildeo Paulo
ANVISA 2003
httpwwwcamaragovbrinternetcomissaoindexpermcaprAgrotoxMeirellespdf
acesso em 30-09-2009
Bayer Garden - httpwwwbayergardendkdaplantedoktorn
httpplantedoktordkinsektrigetenghtm acesso 21-09-2009
BALL 2006 Informaccedilotildees culturais geacuterberas em vaso Holambra Satildeo Paulo in
wwwballcombr acesso 2002009
BARRIGOSI Joseacute Alexandre Freitas 2008 EMBRAPA
httpwwwagenciacnptiaembrapabrgestorarrozarvoreCONT000fohgb6co02w
yiv8065610dc2ls9tihtml Acessado em 05-12-2011
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvii
BERTOLO EC 2007 Efeito da temperatura e do hospedeiro na biologia do
aacutecaro rajado Tetranychus urticae Koch (Acari Tetranychidae) Dissertaccedilatildeo
Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia da Faculdade de Agronomia e
Medicina Veterinaacuteria da Universidade de Passo Fundo ndash UPF Passo Fundo
BIOVALE 2009 in wwwbiovalecombr acesso 18082009
BOGORNI PC 2003 Efeito de Extratos Aquosos de Trichilia spp sobre o
desenvolvimento de Spodoptera frugiperda (J E Smith) em milho Tese de
Mestrado Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo - USP
BOLLAND HR GUTERREZ and JFLETCHTMANN CHW World Catalogue of
the Spider Mite Family (AcariTetranychidae) Leiden Boston Koumlln Brill 1998
BORTOLOZZO Adriane Regina MELO George Wellington Bastos de VARGAS
Leandro Produccedilatildeo de Morangos no Sistema Semi-Hidropocircnico Agosto 2006
BUAINAIN AM BATALHA MO (orgs) 2007 Cadeias Produtivas de Flores e
Mel Seacuterie Agronegoacutecios MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento Brasiacutelia IIICA MAPASPA 140 p
CARNEIRO SM de TPG Accedilatildeo do nim sobre fungos fitopatogecircnicos In
MARTINEZ SS O Nim ndash Azadirachta indica natureza usos muacuteltiplos
produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do Paranaacute 2002 p 59ndash64
CARSON Rachel 2010 Primavera silenciosa [traduzido por Claudia SantrsquoAnna
Martins] ndash 1 ed ndash Satildeo Paulo Gaia 327 p
CARVALHO R da S 2006 Biocontrole de moscas-das-frutas histoacuterico
conceito e estrateacutegias Cruz das Almas Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical (Circular Teacutecnica 83)
CERESTVales
httpwwwsaudersgovbrdados1197641782571CEREST20Vales20-
20Santa20Cruz20do20Sulpdf
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxviii
CGAC ndash MAPA 2003
httpwwwagriculturagovbrarq_editorfilecamaras_setoriaisFlores_e_plantas_o
rnamentais30ROApp_Informespdf
CHABOUSSOU F 1987 Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da
Trofobiose) LampPM Editores Porto Alegre
DALZOTO PR HURY KF 2009 Controle bioloacutegico de pragas no Brasil Satildeo
Paulo v 71 n1 p 37-41
DORNELLES Marccedilal Elizandro SCHOSSLER Joseacute Fernando CASALI Andreacute Luis
BRONDANI Leonardo Basso 2009 Inspeccedilatildeo teacutecnica de pulverizadores
agriacutecolas histoacuterico e importacircncia Ciecircnc rural 39(5)1600-1605 ago 2009
ilus tab httpbasesbiremebrcgi-
binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampsrc=googleampbase=LILACSamplang
=pampnextAction=lnkampexprSearch=521212ampindexSearch=ID
Ecocert Brasil 2001 wwwecocertcombr Acesso em 18-09-2009
EMBRAPA 2003
httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
acesso em 30-09-2009
EVANS GO 1992 Principes of acarology Wallingford CAB Intenational 563 p
FERLA NJ MARCHETI MM GONCcedilALVES D 2007 Aacutecaros predadores
(Acari) associados agrave cultura do morango (Fragaria sp Rosaceae) e plantas
proacuteximas no Estado do Rio Grande do Sul Biota Neotropica Vol 7 (number 2)
p 103-110
FERNANDEZ SM 2001 Baacutesico de floricultura ndash manual de treinamento
SENAR Porto Alegre
FLECHTMANN CHW 1979 Aacutecaros de importacircncia agriacutecola Satildeo Paulo Nobel
3ed 189 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxix
FURLAN MR 1997 Aacutecaros Revista Tempo Verde ano XX n 151 abril
GARCIA JLM 2001 Oacuteleo de Nim ndash O Bioprotetor Natural Seacuterie Agricultura
Alternativa Maio 16 p
HERNANDES J L RIBEIRO IJA 2008 Tratamento de inverno Boletim
Teacutecnico Instituto Agronocircmico Campinas IAC SP
IBRAFLOR 2002 Diagnoacutestico da cadeia produtiva de flores e plantas
ornamentais no estado de Alagoas ndash Contrato UFV-Funarte Sebrae ndash AL
IBRAFLOR 2009 in httpwwwaprendendoaexportargovbrfloressetorperfilasp
acesso 15092009
JEPPSON LR KEIFER HH BAKER EW 1975 Mites injurious to economic
plants Berkeley University of California Press 614 p
JORNAL AGROSOFT 2010 Notiacutecia datada de 01-07-2010 Brasil eacute o paiacutes que
mais usa agrotoacutexicos no mundo
KAumlMPF AN DAUDT RS 1999 Diagnoacutestico da floricultura no Rio Grande do
Sul Ciecircncia Rural vol 29 n 3 p 561-563 1999
LAZZARINI GJ 2005 Efeito da umidade sobre a germinaccedilatildeo in vitro de
Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae e atividade contra Triatoma
infestans Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Parasitologia) ndash Instituto de Patologia
Tropical e Sauacutede Puacuteblica Universidade Federal de Goiaacutes Goiacircnia 46 p
LIESERING VR 1960 Beitrag zum Phytopathologischen
Wirkungsmechanismus des Tetranychus urticae Koch Z Pflkrankh 67524-
542
LONDRES Flavia 2011 AGROTOacuteXICOS NO BRASIL um guia para accedilatildeo em
defesa da vida Rio de Janeiro AS ndash PTA ndash Assessoria e Serviccedilos a Projetos em
Agricultura Alternativa 190 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxx
LORENZI H 2001 Plantas ornamentais no Brasil arbustivas herbaacuteceas e
trepadeiras 3 ed Nova Odessa SP Instituto Plantarum 568 p
LUTZEMBERGER Joseacute Manual de Ecologia ndash do Jardim ao Poder LampPM
Editores Porto Alegre 2004 116 p
MACEDO MAA 2003 Taacuteticas de controle de 2 pragas em cultivares de
tomateiro de crescimento determinado Dissertaccedilatildeo UNESP-Jaboticabal
MARTINEZ SS Composiccedilatildeo do nim In Martinez SS O Nim ndash Azadirachta
indica natureza usos muacuteltiplos produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do
Paranaacute 2008
MELLO Itamar Soares de AZEVEDO Joatildeo Luacutecio de 1999 CONTROLE
BIOLOacuteGICO Vol 3 Editora UFV 308 p
MORAES GJ 1986 Controle bioloacutegico de aacutecaros fitoacutefagos Miscelacircnea
SOCOLEN v 8 p 29-63
MORAES GJ FLECHTMANN CHW 1981 Aacutecaros fitoacutefagos do nordeste do
Brasil Pequisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 16 n2 p177-186
MORAES G J e FLECHTMANN CH W 2008 Manual de Acarologia
Acarologia Baacutesica e Aacutecaros de Plantas Cultivadas no Brasil Ribeiratildeo Preto
Holos Editora 308 p il
MUNDODAEDUCACAO 2009 Importacircncia dos fungos in
wwwmundodaeducacaocombr acesso 18092009
NICKEL J L 1960 Temperature and humidity relationships of Tetranychus
desertorum Banks with special reference to distribution Hilgardia Berkeley
v 30 p 41-100
OLIVEIRA AAP 2007 Floricultura caracterizaccedilatildeo e mercado Fortaleza Banco
do Nordeste do Brasil 180p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxi
PADULA DA KAumlMPF AN SLONGO LA (orgs) 2003 Diagnoacutestico da cadeia
produtiva de flores e plantas ornamentais do Rio Grande do Sul in
http2012114147bdsBDSnsf311567070DCEA48C032572170054A774$File
NT000B578Epdf acesso 10082009
PENTEADO SR 2004 Proteccedilatildeo de plantas no sistema orgacircnico Curso de
Agricultura Orgacircnica (apostila 14 liccedilotildees) 1 ed Editor Fraga Penteado Cursos e
Planejamentos Ltda
PENTEADO SR 2006 Defensivos alternativos e naturais Campinas SP 174 p
PLASTISUL 2009 in httpwwwplastisulcombrestufasasp acesso 15092009
PRATES HS 1999 Caldas bordalesa sulfocaacutelcica e viccedilosa produtos
alternativos na citricultura ndash Folheto Informativo da CECORCATI ndash Campinas
PRIMAVESI AM 1998 Praacuteticas de Produccedilatildeo de Plantas em um conceito
Holiacutestico in ABREU HJ (ed) Praacuteticas alternativas de controle de pragas e
doenccedilas na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP EMOPI p 2-9
PRIMAVESI AM 1990 Manejo Ecoloacutegico do Solo Editora Nobel Satildeo Paulo
PRITCHARD AE BAKER EW 1955 A revision of the spider mite family
Tetranychidae San Francisco Pacific Coast Entomological Society v2
PROMIP 2008 in wwwpromipagrbrprodutoaspcID=18pID=18 acesso
21092009
PURI HS 1999 NEEM ndash The divine Tree Azadirachta indica Medicinal and
Aromatic Plants Industrial Profiles Hardwood Academic Publishers 182 p
PURQUERIO LFV TIVELLI SW 2006 Manejo do ambiente em cultivo
protegido Instituto Agronocircmico de Campinas IAC Centro de Horticultura
Campinas SP
QUINTELLA E 2002 Tempo de Mortalidade Meacutedia de Ninfas de Bemisia tabaci
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxii
(Gennadius) tratados com Oacuteleo de Nim Indiano Trabalho apresentado no 19ordm
Congresso Brasileiro de Entomologia Manaus
REVISTA DE AGRONEGOacuteCIOS DA FGV 2007 Ediccedilatildeo Ndeg 09 - Volume 27 in
httpwwwagroanalysiscombrindexphparea=conteudoampmat_id=327ampfrom=me
rcadonegocios acesso 20092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrrevista_junho_07assinaturaphp
acesso 15092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrindexphpreferencia=acura acesso
15092009
ROGGIA S 2007 Aacutecaros tetraniquiacutedeos (prostigmata Tetranychidae)
asssociados agrave soja no rio grande do sul ocorrecircncia identificaccedilao de
espeacutecies e efeito de cultivares e de plantas daninhas Dissertaccedilatildeo UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
SALASAR Caveiro Henrique 1982 Inseticidas e acaricidas ndash toxicologia
receituaacuterio agronocircmico Livroceres Piracicaba SP 424 p
SATO ME 2006 Aacutecaros Predadores Boletim Teacutecnico Instituto Bioloacutegico
Controle Bioloacutegico de Insetos e Aacutecaros Satildeo Paulo n 15 86 p
SATO ME Resistecircncia eacute um seacuterio problema para a agricultura in
httpwwwinfobiboscomArtigo2009_2resitenciaindexhtm acesso 19-09-2009
SCHMUTTERER H amp ASCHER KRS 1984 Natural Pesticides from the Neem
Tree and other Tropical Plantas Procedings of the Second Internacional Neem
Conference Rauischholzhausen Federal Republic of Germany 25-28 May 1983
GTZ Eschborn 587 p
SEBRAE 2009 in
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiii
httpsebraers2interjornalcombrnoticiakmfnoticia=7528145ampcanal=221
acesso 28082009
SGANZERLA E 1987 Nova agricultura a fascinante arte de cultivar com os
plaacutesticos Porto Alegre 5a Ediccedilatildeo Revista e Ampliada Livraria e Editora
Agropecuaacuteria 1995
SILVA C A D da 2002 Biologia e exigecircncias teacutermicas do aacutecaro vermelho
Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 37 n 5 p 573-580
SIMPSON K W CONNELL W A 1973 Mites on soybeans moisture and
temperature relations Environmental Entomology College Park v 2 p 319-323
TAMAI MA LOPES RB ALVES SB 1998 Manejo de pragas na floricultura
USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroacutez
TERNES M Resistecircncia de insetos e plantas daninhas a praguicidas
Florianoacutepolis EMPASC 1985 25 p
TESTE DE TUKEY Disponiacutevel em lthttp
httpwwwportalactioncombrcontent31-teste-de-tukeygt Acesso em 12 nov 2011
UFV - Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG
httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
VIEIRA S Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) Satildeo Paulo Ed Atlas 2006 216 p
WIKIPEDIA 2009in wwwwikipediaorgwikidose_letal acesso 26092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiv
ANEXOS
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxv
ANEXO I
Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias
Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxvi
ANEXO II
Glossaacuterio
Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
ii
CONTROLE DO AacuteCARO RAJADO(Tetranychus urticae Koch) NA CULTURA DE
GEacuteRBERAS (Gebera jamesonii Adlam) EM ESTUFA
por
Cloacutevis Antocircnio Schwertner
Eng Agrocircnomo
Dissertaccedilatildeo apresentada ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento - do Centro Universitaacuterio UNIVATES (RS) como requisito para obtenccedilatildeo do tiacutetulo de MESTRE EM AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO
Prof Dr Noeli Juarez Ferla Orientador
Prof Dr Claus Haetinger Coorientador
LAJEADO ndash RS BRASIL
2012
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
iii
DEDICO
In memoriam aos meus pais
Aloysio Valentim Schwertner e Annita Ceciacutelia Senger Schwertner
OFERECcedilO
Agrave minha esposa MSc Arq Ameacutelia aos meus filhos ao Dr Eng Ambiental Gilberto ao
Bacharel em Ciecircncia da Computaccedilatildeo Marco Antocircnio e agrave Turismoacuteloga Anita Ceciacutelia
pelo estiacutemulo carinho e compreensatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
iv
AGRADECIMENTOS
Agrave UNIVATES - Centro Universitaacuterio e ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo ndash Mestrado em Ambiente e Desenvolvimento ndash PPGAD pela oportunidade de conclusatildeo do mestrado Obrigado Aos professores do PPGAD pelos ensinamentos transmitidos e amizade Ao orientador Prof Dr Noeli Juarez Ferla pela orientaccedilatildeo compreensatildeo estiacutemulo valiosos ensinamentos e amizade Obrigado Ao coorientador Prof DrClaus Haertinger pelas pertinentes e necessaacuterias correccedilotildees que vieram a enriquecer ainda mais esta dissertaccedilatildeo Obrigado Aos acadecircmicos de biologia e estagiaacuterios do Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES Guilherme Liberato da Silva e Fernanda Majolo Obrigado Agrave Biovale Produtos Agropecuaacuterios Ltda pelo apoio e a aacuterea cedida para a realizaccedilatildeo de meus experimentos Em especial ao Eng Agrocircnomo MSc Anduir Lenhardt proprietaacuterio da empresa Aos funcionaacuterios Andreacutea Heisler e Joseacute Luis Gutterres Obrigado Ao Prof Dr Jorge Erick Parra pela orientaccedilatildeo e apoio Obrigado Agrave Prof Drordf Daniele Saad pela orientaccedilatildeo e apoio Obriigado Agrave Prefeitura Municipal de Mato Leitatildeo ao Prefeito Municipal Carlos Alberto Bohn Obrigado Ao produtor de moranguinhos Sr Roger Stein pela coleta dos aacutecaros Obrigado Agrave Agrifertil Comercial Ltda na pessoa do Diretor Administrativo Ari Gollmann pela compreensatildeo apoio e amizade Obrigado
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
v
RESUMO
No Brasil o cultivo de plantas ornamentais aumentou nas uacuteltimas trecircs deacutecadas tornando-se uma importante atividade econocircmica do agronegoacutecio No mercado nacional o Rio Grande do Sul eacute o segundo maior produtor de flores e plantas cultivadas e o maior consumidor Dentre as espeacutecies mais cultivadas as geacuterberas (Gerbera jamesonii Adlam) nos Vales do Taquari Caiacute e Rio Pardo predominam Quanto agrave ocorrecircncia de aacutecaros o aacutecaro rajado (Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae) na cultura de geacuterberas em estufa prejudica a qualidade e beleza da flor causando danos econocircmicos O uso de agrotoacutexicos para a eliminaccedilatildeo de pragas diversas elimina tambeacutem os inimigos naturais destes e a constante aplicaccedilatildeo destes agrotoacutexicos tornam os insetos fitoacutefagos resistentes Demonstrou-se que os produtos naturais e bioloacutegicos satildeo uma alternativa eficiente para o controle do aacutecaro rajado na cultura de geacuterberas Entre os produtos naturais e bioloacutegicos testados (Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio) e o agrotoacutexico de referecircncia (agrave base de Abamectina) todos estes foram eficientes para o controle do aacutecaro rajado Poreacutem os produtos naturais e bioloacutegicos preservaram em sua maioria os inimigos naturais natildeo agrediram o meio ambiente ao passo que o agrotoacutexico eliminou totalmente os inimigos naturais aleacutem de seu efeito ser persistente e perigoso ao meio ambiente
Palavras-chave Agrotoacutexico Gerbera jamesonii sob cultivo protegido Insumos naturais e bioloacutegicos Tetranychus urticae
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
vi
ABSTRACT
In Brazil the cultivation of ornamental plants has increased over the last three decades becoming an important economic activity in agribusiness In the national market Rio Grande do Sul is the first largest consumer in Brazil and the second in prodution of ornamental plants grown under greenhouse conditions Among the most cultivated species the gerberas (Geacuterbera jamesonii Adlam) predominate in the Vale do Taquari Caiacute and Rio Pardo The occurrence of mites Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage The use of chemicals to eliminate various pests also eliminate the natural enemies and physiologically modify plants making them more favorable to the development of phytophagous mites It was demonstrated that the natural and biological products are an efficient alternative for the control of two spotted spider mite in the cultivation of gerberas Among the natural and biological products samples analyzed (Beauveria bassiana and Metarhizium anisopliae Azadirachtina sulfur and calcium-based lime sulfur) and reference pesticide (Abamectina-based) all these were efficient to control the mite However natural and biological products preserved in its most the natural enemies and do not affect the environment while the pesticide completely eliminated natural enemies as well as their effect is persistent and dangerous to the environment
Keywords Agrochemicals Gerbera jamesonii grown under greenhouse Natural and organic inputs Tetranychus urticae
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
vii
SUMAacuteRIO
RESUMOV
ABSTRACTVI
SUMAacuteRIOVII
LISTA DE FIGURASIX
LISTA DE QUADROS E TABELASXI
SIGLASXII
1 INTRODUCcedilAtildeO13
12 Motivaccedilatildeo 16
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA17
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais17
22 Estufas19
23 Geacuterberas (Gerbera jamesonii22
231 Geacuterberas em vasos23
24 Aacutecaros24
241 Aacutecaro Rajado25
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos28
251 Oacuteleo de Neem ou Nim 29
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos31
253 Caldas Ferti-Protetoras32
26 Agrotoacutexicos34
261 Abamectina35
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
viii
3 OBJETIVOS38
31 Objetivo Geral 38
32 Objetivos Especiacuteficos 38
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 38
41 Materiais38
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico42
42 Meacutetodos42
421 Das dosagens ndash Experimento 0143
422 Das dosagens ndash Experimento 0244
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO49
51 Resultados global49
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa49
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e alternacircncias de
aplicaccedilotildees e contagens54
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens55
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar59
52 Viabilidade Econocircmica dos Produtos61
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento63
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento64
6 CONCLUSOtildeES65
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS66
ANEXOS74
Anexo I75
Anexo II76
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria18
Figura 02 - Participaccedilatildeo dos EstadosRegiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas
Ornamentais18
Figura 03 - Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto percentagem 20
Figura 04 - Croquis de uma estufa do tipo Arco20
Figura 05 - Geacuterberas (Gerbera jamesonii)22
Figura 06 - Aacutecaro rajado25
Figura 07 - Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras26
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado27
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas33
Figura 10 ndash Pulverizador costal de 20 litros oacuteculos e luvas36
Figura 11 ndash Pulverizador sobre rodas com bomba e tanque37
Figura 12 ndash EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual37
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros39
Figura 14 ndash Muda de geacuterbera a ser plantada39
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos40
Figura 16 ndash Vista lateral da estufa tipo arco41
Figura 17 ndash O controle da temperatura e umidade relativa com termohigrocircmetro41
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos43
Figura 19 ndash Liberaccedilatildeo dos aacutecaros44
Figura 20 ndash Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos46
Figura 21 ndash Contagem dos aacutecaros47
Figura 22 ndash Contagem dos aacutecaros47
Figura 23 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas51
Figura 24 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas52
Figura 25 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas52
Figura 26 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias53
Figura 27 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas53
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
x
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas
meacutedias e novas54
Figura 29 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 555
Figura 30 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos56
Figura 31 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 556
Figura 32 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
considerando os tratamentos57
Figura 33 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 558
Figura 34 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
considerando os tratamentos58
Figura 35 - Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos 59
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento60
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a
realizaccedilatildeo do experimento60
Figura 38 - Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos62
Figura 39 - Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento 63
Figura 40 - Plantas testemunha64
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xi
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do
agrotoacutexico50
Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xii
SIGLAS
AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura
ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos
CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na
Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)
CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas
Ornamentais
CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola
EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
para Agricultura e Alimentaccedilatildeo
IAC Instituto Agronocircmico de Campinas
IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE
PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros
predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiii
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas
uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O
Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se
os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e
tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais
caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos
produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil
empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea
de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo
com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas
ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um
crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de
negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por
75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e
Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)
O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e
plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550
floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo
Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o
maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao
ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um
reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS
principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas
ornamentais no RS eacute promissor
O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou
em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu
aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas
na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas
sazonais com maior produtividade e qualidade
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiv
As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos
geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii
Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio
Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada
vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos
organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas
ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados
conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos
Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com
quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax
A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais
especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como
aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas
manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa
danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)
Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e
alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e
manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade
fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a
accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o
aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese
de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros
tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por
em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e
basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as
folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente
(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das
plantas com teia (JEPPSON et al 1975)
Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o
controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do
agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de
intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xv
Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e
botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao
uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas
adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)
Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de
vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL
AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo
persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram
colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande
maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que
enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)
O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos
Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa
Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf
Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o
mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e
Rio Pardo (CERESTVales)
Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam
e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee
de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado
por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de
Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)
e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre
eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em
estufas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvi
12 Motivaccedilatildeo
No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e
Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis
Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo
Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no
decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser
vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU
1987)
No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli
Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros
ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi
procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul
referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma
demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em
niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia
Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para
Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por
produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas
sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo
apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvii
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais
Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim
significa jardim A horticultura estaacute dividida em
fruticultura ndash cultivo de pomares
olericultura ndash cultivo da horta
floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)
Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade
tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15
hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar
corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do
ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando
uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um
faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)
As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares
Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194
mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na
produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15
mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)
No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas
ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores
envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para
folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al
2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xviii
Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria
Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007
Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas
liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da
produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os
estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo
produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)
Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais
Fonte IBRAFLOR 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xix
Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de
Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE
FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo
propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos
setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que
envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que
impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias
profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e
fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)
A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e
comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002
para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de
2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em
180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445
produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810
hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em
18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)
Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e
com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva
juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio
governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e
externo (AFLORI 2009)
22 Estufas
O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto
ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em
cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos
climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de
granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o
cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)
(BUAINAIN et al 2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xx
Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o
cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011
Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e
telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo
em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar
Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como
tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)
Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxi
A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo
com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as
seguintes
as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos
predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do
Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes
frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do
vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada
em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do
Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas
necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode
variar de acordo com a disponibilidade do terreno
a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros
em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia
portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa
ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e
construccedilotildees (SGANZERLA 1995)
O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo
da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo
solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo
para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente
protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre
ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que
diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio
hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a
capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o
manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua
fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da
umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro
ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et
al2006)
Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxii
Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores
e plantas ornamentais
23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii
As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da
categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se
as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado
principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)
As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi
batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug
Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul
O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia
das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo
entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera
hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas
caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo
do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)
A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na
composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e
estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre
as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)
Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiii
A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser
produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma
produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas
com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento
moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo
do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para
iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada
luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida
iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna
igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)
A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo
solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais
componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua
escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de
sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um
desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em
clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)
231 Geacuterberas em vasos
O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito
usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da
temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema
frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado
em parte no cultivo em vasos
Entre as vantagens do sistema estatildeo
aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia
melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser
construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel
ao trabalhador
diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo
e pragas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiv
diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o
que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas
diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de
fertilizantes (SEBRAE 2009)
24 Aacutecaros
Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos
carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais
causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute
semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como
insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas
e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes
pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em
duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)
Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros
apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao
homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo
aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de
decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute
comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos
geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas
ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)
Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas
pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de
lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e
daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais
importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus
desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)
241 Aacutecaro Rajado
Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de
plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxv
de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo
014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das
folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos
agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-
se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase
ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees
laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato
geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae
Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS
O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias
agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20
dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo
para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo
emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A
longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40
dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente
e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior
longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e
ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de
grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvi
alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo
celular (FLECHTMANN 1979)
O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua
alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam
as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas
circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do
ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do
equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)
Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm
acesso 21-09-2009
A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave
queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da
fotossiacutentese (LIESERING 1960)
Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta
para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem
demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das
casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvii
instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN
1979)
No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de
agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos
trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o
ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um
processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos
acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro
rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxviii
Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de
morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho
(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o
controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo
ornamentais e outros (SATO 2006)
Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram
realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro
rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano
econocircmico
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos
A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos
seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a
comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes
no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da
vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na
qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas
de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas
brasileiras (DALZOTO et al 2009)
Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos
agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro
Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do
meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e
documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de
substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as
consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os
agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os
processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos
procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede
puacuteblica (CARSON 2010)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxix
251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina
A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina
(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas
globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave
importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma
e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e
significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia
da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios
ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo
de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por
pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha
(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a
Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim
Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e
persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute
crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de
onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola
veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)
Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o
controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por
pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)
No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -
IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros
O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo
da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio
ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos
insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de
vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)
Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas
pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxx
desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede
temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas
espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A
eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de
oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas
(GARCIA 2001)
O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave
disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos
os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de
pragas (GARCIA 2001)
Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas
Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha
gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora
brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute
bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens
Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus
cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente
broca-dos-frutos
Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito
Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho
(MARTINEZ 2008)
Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos
vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles
Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de
Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em
testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes
resultados
Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada
universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado
teor de capsaicina
Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e
possui propriedades bactericidas e fungicidas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxi
Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do
repertoacuterio de inseticidas vegetais
Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido
como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do
urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra
violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente
ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu
efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades
inseticidas (MARTINEZ 2008)
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos
Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade
consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica
satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com
algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo
da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na
natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o
uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem
medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras
que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos
dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e
Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos
nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)
Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos
tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no
controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros
produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais
podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O
avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao
controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle
do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados
tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxii
2009)
Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um
parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do
inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a
superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou
aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a
oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas
pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria
bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura
(DALZOTO 2009)
As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em
pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em
constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo
Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom
molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo
e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte
Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura
ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO
et al 1999)
253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas
As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas
e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se
de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para
aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que
proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo
enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta
aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a
Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)
Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a
Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada
entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiii
obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos
de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e
densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo
indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais
(PENTEADO 2006)
A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua
constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande
diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os
principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e
estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como
caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade
adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer
seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se
usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre
pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente
abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em
temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda
sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiv
26 Agrotoacutexicos
Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que
se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias
categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que
eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas
cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)
e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas
inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que
dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de
arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a
praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura
convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-
fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua
classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre
outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos
agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas
principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os
venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas
provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda
e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem
rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A
intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a
exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo
suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas
outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a
aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas
taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo
prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de
veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os
afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxv
261 Abamectina
A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e
aacutecaros
CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida
GRUPO QUIacuteMICO Avermectina
TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)
A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente
toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)
O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50
(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero
Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica
capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias
Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de
quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a
toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo
quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001
O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito
toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II
ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de
Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)
GRUPOS
DL50
(mgKg)
Dose letal provaacutevel para o homem
Extremamente
toacutexicos
lt 10
1 pitada - algumas gotas
Altamente toacutexicos
10-50
algumas gotas -1 colher de chaacute
Medianamente toacutexicos
500-5000
1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa
Pouco toacutexicos
05g-50g
2 colheres de sopa- 1 copo
Muito pouco toacutexicos
50g ou 150g
1 copo -
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvi
Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se
assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo
para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe
a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente
negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em
aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras
cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam
animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)
Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de
equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)
Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros
Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de
produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvii
Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner
Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de
EPI (figura 12)
Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com
aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou
superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxviii
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterberas em estufa
32 Objetivos Especiacuteficos
Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterbera em estufa
Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas
concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na
cultura de geacuterbera em estufa
Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos
na cultura de geacuterbera em estufa
Avaliar os aacutecaros predadores
4 MATERIAL E MEacuteTODOS
41 Materiais
Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural
produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de
Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado
para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxix
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura
14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o
plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue
necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee
Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xl
O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento
teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de
fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de
mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade
de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes
plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser
trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer
tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das
embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve
ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)
teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade
O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem
orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma
excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para
os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)
fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita
(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as
mudas de geacuterberas (figura 15)
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xli
Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco
(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS
Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco
Fonte Cloacutevis A Schwertner
O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura
fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A
estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto
Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas
maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)
Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um
termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlii
Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado
em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e
maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura
eacute abastecido por uma pilha (15 V)
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade
de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs
produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A
Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos
naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a
10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou
quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico
seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo
42 Meacutetodos
A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco
compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os
compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura
por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas
laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as
geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos
escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliii
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
421 Das dosagens ndash Experimento 01
Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de
agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do
aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas
pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram
de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos
fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10
Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por
compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)
mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura
19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com
trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75
aacutecaros em toda a bancada
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliv
Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo
reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme
metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para
caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da
empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o
controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite
de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de
controle (PROMIP 2008)
Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo
protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem
demonstrou-se mais eficiente
422 Das dosagens ndash Experimento 02
Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual
foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlv
compartimento
No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em
cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos
foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do
experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos
produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar
o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados
A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram
intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia
abaixo
14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E
14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos
7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees
a = Aplicaccedilatildeo
c = Contagem dos aacutecaros
A = primeira contagem
B = segunda contagem
C = terceira contagem
D = quarta contagem
E = quinta contagem
A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi
respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvi
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)
desta sequencia experimental (figura 20)
Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio
estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento
avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada
vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvii
seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das
folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o
desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal
As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao
compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos
totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)
Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados
Figura 21 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Figura 22 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlviii
Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise
estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de
descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees
para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como
para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas
descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas
utilizadas destaca-se o teste de Tukey
O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)
Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS
Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir
comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas
diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos
Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha
Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)
Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica
Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina
Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlix
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Resultado global
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e
bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa
Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10
paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos
naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os
produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros
predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve
eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores
Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos
nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas
novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento
Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas
no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10
porque esta se demonstrou mais eficiente
Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium
anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das
meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi
a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas
folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores
diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de
discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
l
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico
Dosagens
050 100
Folhas Velhas 040 060
B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120
Folhas Novas 120 140
Folhas Velhas 033 200
Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100
Folhas Novas 100 036
Folhas Velhas 040 080
Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060
Folhas Novas 120 040
Folhas Velhas 020 000
Abamectina Folhas Meacutedias 080 000
Folhas Novas 040 000
Folhas Velhas 060 220
Testemunha Folhas Meacutedias 120 180
Folhas Novas 140 060
Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das
contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento
Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia
das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a
meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos
A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados
e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10
e 05
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
li
Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas
meacutedias e novas
Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos
tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o
nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e
velhas nas dosagens de 05 e 10
Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os
predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme
PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o
enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima
de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees
poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lii
Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas
Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liii
Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos
permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle
de aacutecaros fitoacutefagos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liv
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do
agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos
testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em
sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas
aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas
contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores
denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas
44 a 46)
O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos
e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu
constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o
agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do
experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lv
10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi
aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o
calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos
aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias
Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo
teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o
tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento
Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve
diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada
diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)
Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas
natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvi
experimento (figura 30)
Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os
tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os
tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)
Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila
significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvii
Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens
efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o
aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)
Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira
contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao
tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo
teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram
diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lviii
Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve
diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)
Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lix
No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas
meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base
de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o
agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro
predador (figura 35)
Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar
Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de
desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T
urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios
imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos
de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade
de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a
partir de 15 ordm C
A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no
periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste
periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lx
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento
A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo
do experimento
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxi
Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar
aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell
(1973 in BERTOLO 2007)
52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos
Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle
dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de
relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na
produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do
trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e
consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo
Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os
seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no
quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo
acrescidos no valor final do produto
Produtos
Quant Litro R$
Pulverizador Costal
R$
Oacuteculos Policarbonato
R$
Luvas Borracha
R$
EPI cBotas
R$
Custo Total R$
Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000
Bbassianae
M anisopliae
5300 15500 1800 700 23300
Calda
sulfocalcica
700 15500 1800 700 18700
Abamectina 5900 15500 9200 30600
Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)
No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$
8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos
trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute
necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxii
a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador
manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na
aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)
Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiii
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento
Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram
aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro
rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do
experimento
Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiv
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento
No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente
danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)
Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxv
6 CONCLUSOtildeES
O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de
desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais
saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou
em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo
ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera
jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem
alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos
Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e
bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade
produtividade e rentabilidade econocircmica
O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica
(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na
cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico
Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros
predadores
Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de
geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador
se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos
Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque
multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvi
7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABREU JUNIOR E 1998 Praticas alternativas de controle de pragas e doenccedilas
na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP 115 p
ACOPEMA 2008 Estufas agriacutecolas in wwwacopemacombr acesso 20092009
AFLORI 2009 in httpwwwafloricombrnoticiaphppagina=MTA3 acesso
17092009
AGROBIOLOGICA 2009 in wwwagrobiologicacombr acesso 20-09-2009
AGRONOMIACOMGISMONTI 2009 in agronomiacomgismontiblogspotcom
acesso 20-09-2009
AKI YA 2002 Buacutessula da comercializaccedilatildeo para produtores de ornamentais
Satildeo Paulo Heliza Editora Comeacutercio e Industria Graacutefica 179 p
ANDEF 2001 Manual de Uso Correto de Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual
Associaccedilatildeo Nacional de Defesa Vegetal Andef Campinas Satildeo Paulo
ANVISA 2003
httpwwwcamaragovbrinternetcomissaoindexpermcaprAgrotoxMeirellespdf
acesso em 30-09-2009
Bayer Garden - httpwwwbayergardendkdaplantedoktorn
httpplantedoktordkinsektrigetenghtm acesso 21-09-2009
BALL 2006 Informaccedilotildees culturais geacuterberas em vaso Holambra Satildeo Paulo in
wwwballcombr acesso 2002009
BARRIGOSI Joseacute Alexandre Freitas 2008 EMBRAPA
httpwwwagenciacnptiaembrapabrgestorarrozarvoreCONT000fohgb6co02w
yiv8065610dc2ls9tihtml Acessado em 05-12-2011
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvii
BERTOLO EC 2007 Efeito da temperatura e do hospedeiro na biologia do
aacutecaro rajado Tetranychus urticae Koch (Acari Tetranychidae) Dissertaccedilatildeo
Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia da Faculdade de Agronomia e
Medicina Veterinaacuteria da Universidade de Passo Fundo ndash UPF Passo Fundo
BIOVALE 2009 in wwwbiovalecombr acesso 18082009
BOGORNI PC 2003 Efeito de Extratos Aquosos de Trichilia spp sobre o
desenvolvimento de Spodoptera frugiperda (J E Smith) em milho Tese de
Mestrado Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo - USP
BOLLAND HR GUTERREZ and JFLETCHTMANN CHW World Catalogue of
the Spider Mite Family (AcariTetranychidae) Leiden Boston Koumlln Brill 1998
BORTOLOZZO Adriane Regina MELO George Wellington Bastos de VARGAS
Leandro Produccedilatildeo de Morangos no Sistema Semi-Hidropocircnico Agosto 2006
BUAINAIN AM BATALHA MO (orgs) 2007 Cadeias Produtivas de Flores e
Mel Seacuterie Agronegoacutecios MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento Brasiacutelia IIICA MAPASPA 140 p
CARNEIRO SM de TPG Accedilatildeo do nim sobre fungos fitopatogecircnicos In
MARTINEZ SS O Nim ndash Azadirachta indica natureza usos muacuteltiplos
produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do Paranaacute 2002 p 59ndash64
CARSON Rachel 2010 Primavera silenciosa [traduzido por Claudia SantrsquoAnna
Martins] ndash 1 ed ndash Satildeo Paulo Gaia 327 p
CARVALHO R da S 2006 Biocontrole de moscas-das-frutas histoacuterico
conceito e estrateacutegias Cruz das Almas Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical (Circular Teacutecnica 83)
CERESTVales
httpwwwsaudersgovbrdados1197641782571CEREST20Vales20-
20Santa20Cruz20do20Sulpdf
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxviii
CGAC ndash MAPA 2003
httpwwwagriculturagovbrarq_editorfilecamaras_setoriaisFlores_e_plantas_o
rnamentais30ROApp_Informespdf
CHABOUSSOU F 1987 Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da
Trofobiose) LampPM Editores Porto Alegre
DALZOTO PR HURY KF 2009 Controle bioloacutegico de pragas no Brasil Satildeo
Paulo v 71 n1 p 37-41
DORNELLES Marccedilal Elizandro SCHOSSLER Joseacute Fernando CASALI Andreacute Luis
BRONDANI Leonardo Basso 2009 Inspeccedilatildeo teacutecnica de pulverizadores
agriacutecolas histoacuterico e importacircncia Ciecircnc rural 39(5)1600-1605 ago 2009
ilus tab httpbasesbiremebrcgi-
binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampsrc=googleampbase=LILACSamplang
=pampnextAction=lnkampexprSearch=521212ampindexSearch=ID
Ecocert Brasil 2001 wwwecocertcombr Acesso em 18-09-2009
EMBRAPA 2003
httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
acesso em 30-09-2009
EVANS GO 1992 Principes of acarology Wallingford CAB Intenational 563 p
FERLA NJ MARCHETI MM GONCcedilALVES D 2007 Aacutecaros predadores
(Acari) associados agrave cultura do morango (Fragaria sp Rosaceae) e plantas
proacuteximas no Estado do Rio Grande do Sul Biota Neotropica Vol 7 (number 2)
p 103-110
FERNANDEZ SM 2001 Baacutesico de floricultura ndash manual de treinamento
SENAR Porto Alegre
FLECHTMANN CHW 1979 Aacutecaros de importacircncia agriacutecola Satildeo Paulo Nobel
3ed 189 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxix
FURLAN MR 1997 Aacutecaros Revista Tempo Verde ano XX n 151 abril
GARCIA JLM 2001 Oacuteleo de Nim ndash O Bioprotetor Natural Seacuterie Agricultura
Alternativa Maio 16 p
HERNANDES J L RIBEIRO IJA 2008 Tratamento de inverno Boletim
Teacutecnico Instituto Agronocircmico Campinas IAC SP
IBRAFLOR 2002 Diagnoacutestico da cadeia produtiva de flores e plantas
ornamentais no estado de Alagoas ndash Contrato UFV-Funarte Sebrae ndash AL
IBRAFLOR 2009 in httpwwwaprendendoaexportargovbrfloressetorperfilasp
acesso 15092009
JEPPSON LR KEIFER HH BAKER EW 1975 Mites injurious to economic
plants Berkeley University of California Press 614 p
JORNAL AGROSOFT 2010 Notiacutecia datada de 01-07-2010 Brasil eacute o paiacutes que
mais usa agrotoacutexicos no mundo
KAumlMPF AN DAUDT RS 1999 Diagnoacutestico da floricultura no Rio Grande do
Sul Ciecircncia Rural vol 29 n 3 p 561-563 1999
LAZZARINI GJ 2005 Efeito da umidade sobre a germinaccedilatildeo in vitro de
Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae e atividade contra Triatoma
infestans Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Parasitologia) ndash Instituto de Patologia
Tropical e Sauacutede Puacuteblica Universidade Federal de Goiaacutes Goiacircnia 46 p
LIESERING VR 1960 Beitrag zum Phytopathologischen
Wirkungsmechanismus des Tetranychus urticae Koch Z Pflkrankh 67524-
542
LONDRES Flavia 2011 AGROTOacuteXICOS NO BRASIL um guia para accedilatildeo em
defesa da vida Rio de Janeiro AS ndash PTA ndash Assessoria e Serviccedilos a Projetos em
Agricultura Alternativa 190 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxx
LORENZI H 2001 Plantas ornamentais no Brasil arbustivas herbaacuteceas e
trepadeiras 3 ed Nova Odessa SP Instituto Plantarum 568 p
LUTZEMBERGER Joseacute Manual de Ecologia ndash do Jardim ao Poder LampPM
Editores Porto Alegre 2004 116 p
MACEDO MAA 2003 Taacuteticas de controle de 2 pragas em cultivares de
tomateiro de crescimento determinado Dissertaccedilatildeo UNESP-Jaboticabal
MARTINEZ SS Composiccedilatildeo do nim In Martinez SS O Nim ndash Azadirachta
indica natureza usos muacuteltiplos produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do
Paranaacute 2008
MELLO Itamar Soares de AZEVEDO Joatildeo Luacutecio de 1999 CONTROLE
BIOLOacuteGICO Vol 3 Editora UFV 308 p
MORAES GJ 1986 Controle bioloacutegico de aacutecaros fitoacutefagos Miscelacircnea
SOCOLEN v 8 p 29-63
MORAES GJ FLECHTMANN CHW 1981 Aacutecaros fitoacutefagos do nordeste do
Brasil Pequisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 16 n2 p177-186
MORAES G J e FLECHTMANN CH W 2008 Manual de Acarologia
Acarologia Baacutesica e Aacutecaros de Plantas Cultivadas no Brasil Ribeiratildeo Preto
Holos Editora 308 p il
MUNDODAEDUCACAO 2009 Importacircncia dos fungos in
wwwmundodaeducacaocombr acesso 18092009
NICKEL J L 1960 Temperature and humidity relationships of Tetranychus
desertorum Banks with special reference to distribution Hilgardia Berkeley
v 30 p 41-100
OLIVEIRA AAP 2007 Floricultura caracterizaccedilatildeo e mercado Fortaleza Banco
do Nordeste do Brasil 180p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxi
PADULA DA KAumlMPF AN SLONGO LA (orgs) 2003 Diagnoacutestico da cadeia
produtiva de flores e plantas ornamentais do Rio Grande do Sul in
http2012114147bdsBDSnsf311567070DCEA48C032572170054A774$File
NT000B578Epdf acesso 10082009
PENTEADO SR 2004 Proteccedilatildeo de plantas no sistema orgacircnico Curso de
Agricultura Orgacircnica (apostila 14 liccedilotildees) 1 ed Editor Fraga Penteado Cursos e
Planejamentos Ltda
PENTEADO SR 2006 Defensivos alternativos e naturais Campinas SP 174 p
PLASTISUL 2009 in httpwwwplastisulcombrestufasasp acesso 15092009
PRATES HS 1999 Caldas bordalesa sulfocaacutelcica e viccedilosa produtos
alternativos na citricultura ndash Folheto Informativo da CECORCATI ndash Campinas
PRIMAVESI AM 1998 Praacuteticas de Produccedilatildeo de Plantas em um conceito
Holiacutestico in ABREU HJ (ed) Praacuteticas alternativas de controle de pragas e
doenccedilas na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP EMOPI p 2-9
PRIMAVESI AM 1990 Manejo Ecoloacutegico do Solo Editora Nobel Satildeo Paulo
PRITCHARD AE BAKER EW 1955 A revision of the spider mite family
Tetranychidae San Francisco Pacific Coast Entomological Society v2
PROMIP 2008 in wwwpromipagrbrprodutoaspcID=18pID=18 acesso
21092009
PURI HS 1999 NEEM ndash The divine Tree Azadirachta indica Medicinal and
Aromatic Plants Industrial Profiles Hardwood Academic Publishers 182 p
PURQUERIO LFV TIVELLI SW 2006 Manejo do ambiente em cultivo
protegido Instituto Agronocircmico de Campinas IAC Centro de Horticultura
Campinas SP
QUINTELLA E 2002 Tempo de Mortalidade Meacutedia de Ninfas de Bemisia tabaci
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxii
(Gennadius) tratados com Oacuteleo de Nim Indiano Trabalho apresentado no 19ordm
Congresso Brasileiro de Entomologia Manaus
REVISTA DE AGRONEGOacuteCIOS DA FGV 2007 Ediccedilatildeo Ndeg 09 - Volume 27 in
httpwwwagroanalysiscombrindexphparea=conteudoampmat_id=327ampfrom=me
rcadonegocios acesso 20092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrrevista_junho_07assinaturaphp
acesso 15092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrindexphpreferencia=acura acesso
15092009
ROGGIA S 2007 Aacutecaros tetraniquiacutedeos (prostigmata Tetranychidae)
asssociados agrave soja no rio grande do sul ocorrecircncia identificaccedilao de
espeacutecies e efeito de cultivares e de plantas daninhas Dissertaccedilatildeo UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
SALASAR Caveiro Henrique 1982 Inseticidas e acaricidas ndash toxicologia
receituaacuterio agronocircmico Livroceres Piracicaba SP 424 p
SATO ME 2006 Aacutecaros Predadores Boletim Teacutecnico Instituto Bioloacutegico
Controle Bioloacutegico de Insetos e Aacutecaros Satildeo Paulo n 15 86 p
SATO ME Resistecircncia eacute um seacuterio problema para a agricultura in
httpwwwinfobiboscomArtigo2009_2resitenciaindexhtm acesso 19-09-2009
SCHMUTTERER H amp ASCHER KRS 1984 Natural Pesticides from the Neem
Tree and other Tropical Plantas Procedings of the Second Internacional Neem
Conference Rauischholzhausen Federal Republic of Germany 25-28 May 1983
GTZ Eschborn 587 p
SEBRAE 2009 in
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiii
httpsebraers2interjornalcombrnoticiakmfnoticia=7528145ampcanal=221
acesso 28082009
SGANZERLA E 1987 Nova agricultura a fascinante arte de cultivar com os
plaacutesticos Porto Alegre 5a Ediccedilatildeo Revista e Ampliada Livraria e Editora
Agropecuaacuteria 1995
SILVA C A D da 2002 Biologia e exigecircncias teacutermicas do aacutecaro vermelho
Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 37 n 5 p 573-580
SIMPSON K W CONNELL W A 1973 Mites on soybeans moisture and
temperature relations Environmental Entomology College Park v 2 p 319-323
TAMAI MA LOPES RB ALVES SB 1998 Manejo de pragas na floricultura
USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroacutez
TERNES M Resistecircncia de insetos e plantas daninhas a praguicidas
Florianoacutepolis EMPASC 1985 25 p
TESTE DE TUKEY Disponiacutevel em lthttp
httpwwwportalactioncombrcontent31-teste-de-tukeygt Acesso em 12 nov 2011
UFV - Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG
httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
VIEIRA S Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) Satildeo Paulo Ed Atlas 2006 216 p
WIKIPEDIA 2009in wwwwikipediaorgwikidose_letal acesso 26092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiv
ANEXOS
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxv
ANEXO I
Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias
Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxvi
ANEXO II
Glossaacuterio
Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
iii
DEDICO
In memoriam aos meus pais
Aloysio Valentim Schwertner e Annita Ceciacutelia Senger Schwertner
OFERECcedilO
Agrave minha esposa MSc Arq Ameacutelia aos meus filhos ao Dr Eng Ambiental Gilberto ao
Bacharel em Ciecircncia da Computaccedilatildeo Marco Antocircnio e agrave Turismoacuteloga Anita Ceciacutelia
pelo estiacutemulo carinho e compreensatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
iv
AGRADECIMENTOS
Agrave UNIVATES - Centro Universitaacuterio e ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo ndash Mestrado em Ambiente e Desenvolvimento ndash PPGAD pela oportunidade de conclusatildeo do mestrado Obrigado Aos professores do PPGAD pelos ensinamentos transmitidos e amizade Ao orientador Prof Dr Noeli Juarez Ferla pela orientaccedilatildeo compreensatildeo estiacutemulo valiosos ensinamentos e amizade Obrigado Ao coorientador Prof DrClaus Haertinger pelas pertinentes e necessaacuterias correccedilotildees que vieram a enriquecer ainda mais esta dissertaccedilatildeo Obrigado Aos acadecircmicos de biologia e estagiaacuterios do Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES Guilherme Liberato da Silva e Fernanda Majolo Obrigado Agrave Biovale Produtos Agropecuaacuterios Ltda pelo apoio e a aacuterea cedida para a realizaccedilatildeo de meus experimentos Em especial ao Eng Agrocircnomo MSc Anduir Lenhardt proprietaacuterio da empresa Aos funcionaacuterios Andreacutea Heisler e Joseacute Luis Gutterres Obrigado Ao Prof Dr Jorge Erick Parra pela orientaccedilatildeo e apoio Obrigado Agrave Prof Drordf Daniele Saad pela orientaccedilatildeo e apoio Obriigado Agrave Prefeitura Municipal de Mato Leitatildeo ao Prefeito Municipal Carlos Alberto Bohn Obrigado Ao produtor de moranguinhos Sr Roger Stein pela coleta dos aacutecaros Obrigado Agrave Agrifertil Comercial Ltda na pessoa do Diretor Administrativo Ari Gollmann pela compreensatildeo apoio e amizade Obrigado
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
v
RESUMO
No Brasil o cultivo de plantas ornamentais aumentou nas uacuteltimas trecircs deacutecadas tornando-se uma importante atividade econocircmica do agronegoacutecio No mercado nacional o Rio Grande do Sul eacute o segundo maior produtor de flores e plantas cultivadas e o maior consumidor Dentre as espeacutecies mais cultivadas as geacuterberas (Gerbera jamesonii Adlam) nos Vales do Taquari Caiacute e Rio Pardo predominam Quanto agrave ocorrecircncia de aacutecaros o aacutecaro rajado (Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae) na cultura de geacuterberas em estufa prejudica a qualidade e beleza da flor causando danos econocircmicos O uso de agrotoacutexicos para a eliminaccedilatildeo de pragas diversas elimina tambeacutem os inimigos naturais destes e a constante aplicaccedilatildeo destes agrotoacutexicos tornam os insetos fitoacutefagos resistentes Demonstrou-se que os produtos naturais e bioloacutegicos satildeo uma alternativa eficiente para o controle do aacutecaro rajado na cultura de geacuterberas Entre os produtos naturais e bioloacutegicos testados (Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio) e o agrotoacutexico de referecircncia (agrave base de Abamectina) todos estes foram eficientes para o controle do aacutecaro rajado Poreacutem os produtos naturais e bioloacutegicos preservaram em sua maioria os inimigos naturais natildeo agrediram o meio ambiente ao passo que o agrotoacutexico eliminou totalmente os inimigos naturais aleacutem de seu efeito ser persistente e perigoso ao meio ambiente
Palavras-chave Agrotoacutexico Gerbera jamesonii sob cultivo protegido Insumos naturais e bioloacutegicos Tetranychus urticae
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
vi
ABSTRACT
In Brazil the cultivation of ornamental plants has increased over the last three decades becoming an important economic activity in agribusiness In the national market Rio Grande do Sul is the first largest consumer in Brazil and the second in prodution of ornamental plants grown under greenhouse conditions Among the most cultivated species the gerberas (Geacuterbera jamesonii Adlam) predominate in the Vale do Taquari Caiacute and Rio Pardo The occurrence of mites Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage The use of chemicals to eliminate various pests also eliminate the natural enemies and physiologically modify plants making them more favorable to the development of phytophagous mites It was demonstrated that the natural and biological products are an efficient alternative for the control of two spotted spider mite in the cultivation of gerberas Among the natural and biological products samples analyzed (Beauveria bassiana and Metarhizium anisopliae Azadirachtina sulfur and calcium-based lime sulfur) and reference pesticide (Abamectina-based) all these were efficient to control the mite However natural and biological products preserved in its most the natural enemies and do not affect the environment while the pesticide completely eliminated natural enemies as well as their effect is persistent and dangerous to the environment
Keywords Agrochemicals Gerbera jamesonii grown under greenhouse Natural and organic inputs Tetranychus urticae
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
vii
SUMAacuteRIO
RESUMOV
ABSTRACTVI
SUMAacuteRIOVII
LISTA DE FIGURASIX
LISTA DE QUADROS E TABELASXI
SIGLASXII
1 INTRODUCcedilAtildeO13
12 Motivaccedilatildeo 16
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA17
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais17
22 Estufas19
23 Geacuterberas (Gerbera jamesonii22
231 Geacuterberas em vasos23
24 Aacutecaros24
241 Aacutecaro Rajado25
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos28
251 Oacuteleo de Neem ou Nim 29
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos31
253 Caldas Ferti-Protetoras32
26 Agrotoacutexicos34
261 Abamectina35
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
viii
3 OBJETIVOS38
31 Objetivo Geral 38
32 Objetivos Especiacuteficos 38
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 38
41 Materiais38
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico42
42 Meacutetodos42
421 Das dosagens ndash Experimento 0143
422 Das dosagens ndash Experimento 0244
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO49
51 Resultados global49
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa49
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e alternacircncias de
aplicaccedilotildees e contagens54
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens55
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar59
52 Viabilidade Econocircmica dos Produtos61
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento63
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento64
6 CONCLUSOtildeES65
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS66
ANEXOS74
Anexo I75
Anexo II76
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria18
Figura 02 - Participaccedilatildeo dos EstadosRegiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas
Ornamentais18
Figura 03 - Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto percentagem 20
Figura 04 - Croquis de uma estufa do tipo Arco20
Figura 05 - Geacuterberas (Gerbera jamesonii)22
Figura 06 - Aacutecaro rajado25
Figura 07 - Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras26
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado27
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas33
Figura 10 ndash Pulverizador costal de 20 litros oacuteculos e luvas36
Figura 11 ndash Pulverizador sobre rodas com bomba e tanque37
Figura 12 ndash EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual37
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros39
Figura 14 ndash Muda de geacuterbera a ser plantada39
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos40
Figura 16 ndash Vista lateral da estufa tipo arco41
Figura 17 ndash O controle da temperatura e umidade relativa com termohigrocircmetro41
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos43
Figura 19 ndash Liberaccedilatildeo dos aacutecaros44
Figura 20 ndash Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos46
Figura 21 ndash Contagem dos aacutecaros47
Figura 22 ndash Contagem dos aacutecaros47
Figura 23 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas51
Figura 24 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas52
Figura 25 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas52
Figura 26 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias53
Figura 27 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas53
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
x
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas
meacutedias e novas54
Figura 29 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 555
Figura 30 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos56
Figura 31 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 556
Figura 32 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
considerando os tratamentos57
Figura 33 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 558
Figura 34 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
considerando os tratamentos58
Figura 35 - Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos 59
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento60
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a
realizaccedilatildeo do experimento60
Figura 38 - Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos62
Figura 39 - Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento 63
Figura 40 - Plantas testemunha64
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xi
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do
agrotoacutexico50
Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xii
SIGLAS
AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura
ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos
CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na
Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)
CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas
Ornamentais
CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola
EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
para Agricultura e Alimentaccedilatildeo
IAC Instituto Agronocircmico de Campinas
IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE
PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros
predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiii
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas
uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O
Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se
os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e
tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais
caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos
produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil
empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea
de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo
com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas
ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um
crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de
negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por
75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e
Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)
O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e
plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550
floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo
Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o
maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao
ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um
reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS
principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas
ornamentais no RS eacute promissor
O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou
em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu
aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas
na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas
sazonais com maior produtividade e qualidade
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiv
As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos
geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii
Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio
Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada
vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos
organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas
ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados
conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos
Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com
quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax
A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais
especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como
aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas
manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa
danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)
Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e
alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e
manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade
fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a
accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o
aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese
de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros
tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por
em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e
basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as
folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente
(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das
plantas com teia (JEPPSON et al 1975)
Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o
controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do
agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de
intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xv
Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e
botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao
uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas
adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)
Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de
vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL
AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo
persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram
colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande
maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que
enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)
O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos
Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa
Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf
Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o
mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e
Rio Pardo (CERESTVales)
Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam
e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee
de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado
por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de
Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)
e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre
eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em
estufas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvi
12 Motivaccedilatildeo
No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e
Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis
Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo
Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no
decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser
vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU
1987)
No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli
Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros
ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi
procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul
referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma
demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em
niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia
Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para
Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por
produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas
sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo
apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvii
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais
Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim
significa jardim A horticultura estaacute dividida em
fruticultura ndash cultivo de pomares
olericultura ndash cultivo da horta
floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)
Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade
tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15
hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar
corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do
ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando
uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um
faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)
As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares
Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194
mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na
produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15
mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)
No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas
ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores
envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para
folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al
2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xviii
Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria
Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007
Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas
liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da
produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os
estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo
produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)
Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais
Fonte IBRAFLOR 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xix
Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de
Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE
FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo
propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos
setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que
envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que
impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias
profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e
fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)
A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e
comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002
para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de
2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em
180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445
produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810
hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em
18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)
Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e
com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva
juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio
governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e
externo (AFLORI 2009)
22 Estufas
O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto
ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em
cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos
climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de
granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o
cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)
(BUAINAIN et al 2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xx
Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o
cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011
Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e
telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo
em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar
Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como
tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)
Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxi
A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo
com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as
seguintes
as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos
predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do
Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes
frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do
vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada
em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do
Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas
necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode
variar de acordo com a disponibilidade do terreno
a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros
em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia
portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa
ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e
construccedilotildees (SGANZERLA 1995)
O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo
da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo
solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo
para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente
protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre
ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que
diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio
hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a
capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o
manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua
fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da
umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro
ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et
al2006)
Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxii
Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores
e plantas ornamentais
23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii
As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da
categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se
as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado
principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)
As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi
batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug
Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul
O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia
das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo
entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera
hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas
caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo
do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)
A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na
composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e
estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre
as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)
Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiii
A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser
produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma
produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas
com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento
moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo
do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para
iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada
luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida
iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna
igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)
A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo
solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais
componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua
escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de
sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um
desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em
clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)
231 Geacuterberas em vasos
O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito
usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da
temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema
frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado
em parte no cultivo em vasos
Entre as vantagens do sistema estatildeo
aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia
melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser
construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel
ao trabalhador
diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo
e pragas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiv
diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o
que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas
diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de
fertilizantes (SEBRAE 2009)
24 Aacutecaros
Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos
carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais
causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute
semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como
insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas
e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes
pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em
duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)
Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros
apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao
homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo
aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de
decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute
comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos
geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas
ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)
Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas
pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de
lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e
daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais
importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus
desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)
241 Aacutecaro Rajado
Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de
plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxv
de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo
014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das
folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos
agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-
se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase
ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees
laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato
geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae
Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS
O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias
agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20
dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo
para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo
emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A
longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40
dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente
e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior
longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e
ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de
grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvi
alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo
celular (FLECHTMANN 1979)
O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua
alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam
as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas
circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do
ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do
equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)
Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm
acesso 21-09-2009
A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave
queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da
fotossiacutentese (LIESERING 1960)
Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta
para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem
demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das
casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvii
instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN
1979)
No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de
agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos
trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o
ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um
processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos
acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro
rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxviii
Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de
morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho
(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o
controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo
ornamentais e outros (SATO 2006)
Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram
realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro
rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano
econocircmico
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos
A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos
seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a
comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes
no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da
vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na
qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas
de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas
brasileiras (DALZOTO et al 2009)
Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos
agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro
Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do
meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e
documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de
substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as
consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os
agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os
processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos
procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede
puacuteblica (CARSON 2010)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxix
251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina
A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina
(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas
globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave
importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma
e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e
significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia
da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios
ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo
de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por
pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha
(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a
Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim
Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e
persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute
crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de
onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola
veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)
Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o
controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por
pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)
No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -
IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros
O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo
da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio
ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos
insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de
vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)
Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas
pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxx
desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede
temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas
espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A
eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de
oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas
(GARCIA 2001)
O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave
disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos
os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de
pragas (GARCIA 2001)
Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas
Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha
gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora
brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute
bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens
Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus
cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente
broca-dos-frutos
Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito
Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho
(MARTINEZ 2008)
Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos
vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles
Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de
Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em
testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes
resultados
Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada
universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado
teor de capsaicina
Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e
possui propriedades bactericidas e fungicidas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxi
Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do
repertoacuterio de inseticidas vegetais
Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido
como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do
urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra
violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente
ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu
efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades
inseticidas (MARTINEZ 2008)
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos
Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade
consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica
satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com
algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo
da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na
natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o
uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem
medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras
que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos
dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e
Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos
nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)
Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos
tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no
controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros
produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais
podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O
avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao
controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle
do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados
tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxii
2009)
Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um
parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do
inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a
superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou
aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a
oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas
pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria
bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura
(DALZOTO 2009)
As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em
pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em
constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo
Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom
molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo
e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte
Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura
ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO
et al 1999)
253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas
As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas
e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se
de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para
aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que
proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo
enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta
aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a
Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)
Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a
Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada
entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiii
obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos
de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e
densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo
indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais
(PENTEADO 2006)
A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua
constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande
diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os
principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e
estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como
caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade
adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer
seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se
usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre
pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente
abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em
temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda
sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiv
26 Agrotoacutexicos
Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que
se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias
categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que
eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas
cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)
e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas
inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que
dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de
arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a
praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura
convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-
fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua
classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre
outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos
agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas
principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os
venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas
provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda
e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem
rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A
intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a
exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo
suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas
outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a
aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas
taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo
prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de
veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os
afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxv
261 Abamectina
A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e
aacutecaros
CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida
GRUPO QUIacuteMICO Avermectina
TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)
A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente
toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)
O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50
(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero
Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica
capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias
Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de
quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a
toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo
quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001
O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito
toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II
ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de
Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)
GRUPOS
DL50
(mgKg)
Dose letal provaacutevel para o homem
Extremamente
toacutexicos
lt 10
1 pitada - algumas gotas
Altamente toacutexicos
10-50
algumas gotas -1 colher de chaacute
Medianamente toacutexicos
500-5000
1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa
Pouco toacutexicos
05g-50g
2 colheres de sopa- 1 copo
Muito pouco toacutexicos
50g ou 150g
1 copo -
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvi
Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se
assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo
para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe
a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente
negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em
aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras
cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam
animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)
Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de
equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)
Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros
Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de
produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvii
Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner
Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de
EPI (figura 12)
Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com
aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou
superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxviii
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterberas em estufa
32 Objetivos Especiacuteficos
Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterbera em estufa
Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas
concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na
cultura de geacuterbera em estufa
Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos
na cultura de geacuterbera em estufa
Avaliar os aacutecaros predadores
4 MATERIAL E MEacuteTODOS
41 Materiais
Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural
produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de
Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado
para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxix
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura
14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o
plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue
necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee
Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xl
O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento
teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de
fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de
mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade
de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes
plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser
trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer
tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das
embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve
ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)
teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade
O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem
orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma
excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para
os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)
fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita
(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as
mudas de geacuterberas (figura 15)
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xli
Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco
(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS
Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco
Fonte Cloacutevis A Schwertner
O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura
fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A
estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto
Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas
maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)
Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um
termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlii
Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado
em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e
maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura
eacute abastecido por uma pilha (15 V)
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade
de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs
produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A
Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos
naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a
10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou
quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico
seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo
42 Meacutetodos
A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco
compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os
compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura
por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas
laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as
geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos
escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliii
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
421 Das dosagens ndash Experimento 01
Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de
agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do
aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas
pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram
de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos
fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10
Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por
compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)
mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura
19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com
trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75
aacutecaros em toda a bancada
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliv
Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo
reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme
metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para
caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da
empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o
controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite
de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de
controle (PROMIP 2008)
Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo
protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem
demonstrou-se mais eficiente
422 Das dosagens ndash Experimento 02
Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual
foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlv
compartimento
No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em
cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos
foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do
experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos
produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar
o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados
A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram
intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia
abaixo
14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E
14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos
7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees
a = Aplicaccedilatildeo
c = Contagem dos aacutecaros
A = primeira contagem
B = segunda contagem
C = terceira contagem
D = quarta contagem
E = quinta contagem
A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi
respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvi
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)
desta sequencia experimental (figura 20)
Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio
estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento
avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada
vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvii
seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das
folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o
desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal
As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao
compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos
totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)
Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados
Figura 21 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Figura 22 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlviii
Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise
estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de
descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees
para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como
para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas
descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas
utilizadas destaca-se o teste de Tukey
O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)
Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS
Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir
comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas
diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos
Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha
Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)
Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica
Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina
Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlix
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Resultado global
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e
bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa
Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10
paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos
naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os
produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros
predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve
eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores
Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos
nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas
novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento
Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas
no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10
porque esta se demonstrou mais eficiente
Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium
anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das
meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi
a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas
folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores
diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de
discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
l
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico
Dosagens
050 100
Folhas Velhas 040 060
B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120
Folhas Novas 120 140
Folhas Velhas 033 200
Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100
Folhas Novas 100 036
Folhas Velhas 040 080
Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060
Folhas Novas 120 040
Folhas Velhas 020 000
Abamectina Folhas Meacutedias 080 000
Folhas Novas 040 000
Folhas Velhas 060 220
Testemunha Folhas Meacutedias 120 180
Folhas Novas 140 060
Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das
contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento
Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia
das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a
meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos
A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados
e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10
e 05
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
li
Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas
meacutedias e novas
Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos
tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o
nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e
velhas nas dosagens de 05 e 10
Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os
predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme
PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o
enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima
de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees
poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lii
Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas
Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liii
Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos
permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle
de aacutecaros fitoacutefagos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liv
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do
agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos
testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em
sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas
aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas
contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores
denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas
44 a 46)
O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos
e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu
constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o
agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do
experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lv
10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi
aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o
calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos
aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias
Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo
teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o
tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento
Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve
diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada
diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)
Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas
natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvi
experimento (figura 30)
Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os
tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os
tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)
Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila
significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvii
Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens
efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o
aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)
Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira
contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao
tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo
teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram
diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lviii
Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve
diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)
Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lix
No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas
meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base
de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o
agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro
predador (figura 35)
Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar
Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de
desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T
urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios
imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos
de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade
de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a
partir de 15 ordm C
A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no
periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste
periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lx
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento
A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo
do experimento
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxi
Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar
aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell
(1973 in BERTOLO 2007)
52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos
Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle
dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de
relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na
produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do
trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e
consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo
Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os
seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no
quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo
acrescidos no valor final do produto
Produtos
Quant Litro R$
Pulverizador Costal
R$
Oacuteculos Policarbonato
R$
Luvas Borracha
R$
EPI cBotas
R$
Custo Total R$
Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000
Bbassianae
M anisopliae
5300 15500 1800 700 23300
Calda
sulfocalcica
700 15500 1800 700 18700
Abamectina 5900 15500 9200 30600
Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)
No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$
8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos
trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute
necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxii
a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador
manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na
aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)
Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiii
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento
Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram
aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro
rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do
experimento
Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiv
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento
No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente
danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)
Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxv
6 CONCLUSOtildeES
O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de
desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais
saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou
em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo
ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera
jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem
alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos
Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e
bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade
produtividade e rentabilidade econocircmica
O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica
(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na
cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico
Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros
predadores
Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de
geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador
se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos
Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque
multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvi
7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABREU JUNIOR E 1998 Praticas alternativas de controle de pragas e doenccedilas
na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP 115 p
ACOPEMA 2008 Estufas agriacutecolas in wwwacopemacombr acesso 20092009
AFLORI 2009 in httpwwwafloricombrnoticiaphppagina=MTA3 acesso
17092009
AGROBIOLOGICA 2009 in wwwagrobiologicacombr acesso 20-09-2009
AGRONOMIACOMGISMONTI 2009 in agronomiacomgismontiblogspotcom
acesso 20-09-2009
AKI YA 2002 Buacutessula da comercializaccedilatildeo para produtores de ornamentais
Satildeo Paulo Heliza Editora Comeacutercio e Industria Graacutefica 179 p
ANDEF 2001 Manual de Uso Correto de Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual
Associaccedilatildeo Nacional de Defesa Vegetal Andef Campinas Satildeo Paulo
ANVISA 2003
httpwwwcamaragovbrinternetcomissaoindexpermcaprAgrotoxMeirellespdf
acesso em 30-09-2009
Bayer Garden - httpwwwbayergardendkdaplantedoktorn
httpplantedoktordkinsektrigetenghtm acesso 21-09-2009
BALL 2006 Informaccedilotildees culturais geacuterberas em vaso Holambra Satildeo Paulo in
wwwballcombr acesso 2002009
BARRIGOSI Joseacute Alexandre Freitas 2008 EMBRAPA
httpwwwagenciacnptiaembrapabrgestorarrozarvoreCONT000fohgb6co02w
yiv8065610dc2ls9tihtml Acessado em 05-12-2011
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvii
BERTOLO EC 2007 Efeito da temperatura e do hospedeiro na biologia do
aacutecaro rajado Tetranychus urticae Koch (Acari Tetranychidae) Dissertaccedilatildeo
Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia da Faculdade de Agronomia e
Medicina Veterinaacuteria da Universidade de Passo Fundo ndash UPF Passo Fundo
BIOVALE 2009 in wwwbiovalecombr acesso 18082009
BOGORNI PC 2003 Efeito de Extratos Aquosos de Trichilia spp sobre o
desenvolvimento de Spodoptera frugiperda (J E Smith) em milho Tese de
Mestrado Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo - USP
BOLLAND HR GUTERREZ and JFLETCHTMANN CHW World Catalogue of
the Spider Mite Family (AcariTetranychidae) Leiden Boston Koumlln Brill 1998
BORTOLOZZO Adriane Regina MELO George Wellington Bastos de VARGAS
Leandro Produccedilatildeo de Morangos no Sistema Semi-Hidropocircnico Agosto 2006
BUAINAIN AM BATALHA MO (orgs) 2007 Cadeias Produtivas de Flores e
Mel Seacuterie Agronegoacutecios MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento Brasiacutelia IIICA MAPASPA 140 p
CARNEIRO SM de TPG Accedilatildeo do nim sobre fungos fitopatogecircnicos In
MARTINEZ SS O Nim ndash Azadirachta indica natureza usos muacuteltiplos
produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do Paranaacute 2002 p 59ndash64
CARSON Rachel 2010 Primavera silenciosa [traduzido por Claudia SantrsquoAnna
Martins] ndash 1 ed ndash Satildeo Paulo Gaia 327 p
CARVALHO R da S 2006 Biocontrole de moscas-das-frutas histoacuterico
conceito e estrateacutegias Cruz das Almas Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical (Circular Teacutecnica 83)
CERESTVales
httpwwwsaudersgovbrdados1197641782571CEREST20Vales20-
20Santa20Cruz20do20Sulpdf
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxviii
CGAC ndash MAPA 2003
httpwwwagriculturagovbrarq_editorfilecamaras_setoriaisFlores_e_plantas_o
rnamentais30ROApp_Informespdf
CHABOUSSOU F 1987 Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da
Trofobiose) LampPM Editores Porto Alegre
DALZOTO PR HURY KF 2009 Controle bioloacutegico de pragas no Brasil Satildeo
Paulo v 71 n1 p 37-41
DORNELLES Marccedilal Elizandro SCHOSSLER Joseacute Fernando CASALI Andreacute Luis
BRONDANI Leonardo Basso 2009 Inspeccedilatildeo teacutecnica de pulverizadores
agriacutecolas histoacuterico e importacircncia Ciecircnc rural 39(5)1600-1605 ago 2009
ilus tab httpbasesbiremebrcgi-
binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampsrc=googleampbase=LILACSamplang
=pampnextAction=lnkampexprSearch=521212ampindexSearch=ID
Ecocert Brasil 2001 wwwecocertcombr Acesso em 18-09-2009
EMBRAPA 2003
httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
acesso em 30-09-2009
EVANS GO 1992 Principes of acarology Wallingford CAB Intenational 563 p
FERLA NJ MARCHETI MM GONCcedilALVES D 2007 Aacutecaros predadores
(Acari) associados agrave cultura do morango (Fragaria sp Rosaceae) e plantas
proacuteximas no Estado do Rio Grande do Sul Biota Neotropica Vol 7 (number 2)
p 103-110
FERNANDEZ SM 2001 Baacutesico de floricultura ndash manual de treinamento
SENAR Porto Alegre
FLECHTMANN CHW 1979 Aacutecaros de importacircncia agriacutecola Satildeo Paulo Nobel
3ed 189 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxix
FURLAN MR 1997 Aacutecaros Revista Tempo Verde ano XX n 151 abril
GARCIA JLM 2001 Oacuteleo de Nim ndash O Bioprotetor Natural Seacuterie Agricultura
Alternativa Maio 16 p
HERNANDES J L RIBEIRO IJA 2008 Tratamento de inverno Boletim
Teacutecnico Instituto Agronocircmico Campinas IAC SP
IBRAFLOR 2002 Diagnoacutestico da cadeia produtiva de flores e plantas
ornamentais no estado de Alagoas ndash Contrato UFV-Funarte Sebrae ndash AL
IBRAFLOR 2009 in httpwwwaprendendoaexportargovbrfloressetorperfilasp
acesso 15092009
JEPPSON LR KEIFER HH BAKER EW 1975 Mites injurious to economic
plants Berkeley University of California Press 614 p
JORNAL AGROSOFT 2010 Notiacutecia datada de 01-07-2010 Brasil eacute o paiacutes que
mais usa agrotoacutexicos no mundo
KAumlMPF AN DAUDT RS 1999 Diagnoacutestico da floricultura no Rio Grande do
Sul Ciecircncia Rural vol 29 n 3 p 561-563 1999
LAZZARINI GJ 2005 Efeito da umidade sobre a germinaccedilatildeo in vitro de
Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae e atividade contra Triatoma
infestans Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Parasitologia) ndash Instituto de Patologia
Tropical e Sauacutede Puacuteblica Universidade Federal de Goiaacutes Goiacircnia 46 p
LIESERING VR 1960 Beitrag zum Phytopathologischen
Wirkungsmechanismus des Tetranychus urticae Koch Z Pflkrankh 67524-
542
LONDRES Flavia 2011 AGROTOacuteXICOS NO BRASIL um guia para accedilatildeo em
defesa da vida Rio de Janeiro AS ndash PTA ndash Assessoria e Serviccedilos a Projetos em
Agricultura Alternativa 190 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxx
LORENZI H 2001 Plantas ornamentais no Brasil arbustivas herbaacuteceas e
trepadeiras 3 ed Nova Odessa SP Instituto Plantarum 568 p
LUTZEMBERGER Joseacute Manual de Ecologia ndash do Jardim ao Poder LampPM
Editores Porto Alegre 2004 116 p
MACEDO MAA 2003 Taacuteticas de controle de 2 pragas em cultivares de
tomateiro de crescimento determinado Dissertaccedilatildeo UNESP-Jaboticabal
MARTINEZ SS Composiccedilatildeo do nim In Martinez SS O Nim ndash Azadirachta
indica natureza usos muacuteltiplos produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do
Paranaacute 2008
MELLO Itamar Soares de AZEVEDO Joatildeo Luacutecio de 1999 CONTROLE
BIOLOacuteGICO Vol 3 Editora UFV 308 p
MORAES GJ 1986 Controle bioloacutegico de aacutecaros fitoacutefagos Miscelacircnea
SOCOLEN v 8 p 29-63
MORAES GJ FLECHTMANN CHW 1981 Aacutecaros fitoacutefagos do nordeste do
Brasil Pequisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 16 n2 p177-186
MORAES G J e FLECHTMANN CH W 2008 Manual de Acarologia
Acarologia Baacutesica e Aacutecaros de Plantas Cultivadas no Brasil Ribeiratildeo Preto
Holos Editora 308 p il
MUNDODAEDUCACAO 2009 Importacircncia dos fungos in
wwwmundodaeducacaocombr acesso 18092009
NICKEL J L 1960 Temperature and humidity relationships of Tetranychus
desertorum Banks with special reference to distribution Hilgardia Berkeley
v 30 p 41-100
OLIVEIRA AAP 2007 Floricultura caracterizaccedilatildeo e mercado Fortaleza Banco
do Nordeste do Brasil 180p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxi
PADULA DA KAumlMPF AN SLONGO LA (orgs) 2003 Diagnoacutestico da cadeia
produtiva de flores e plantas ornamentais do Rio Grande do Sul in
http2012114147bdsBDSnsf311567070DCEA48C032572170054A774$File
NT000B578Epdf acesso 10082009
PENTEADO SR 2004 Proteccedilatildeo de plantas no sistema orgacircnico Curso de
Agricultura Orgacircnica (apostila 14 liccedilotildees) 1 ed Editor Fraga Penteado Cursos e
Planejamentos Ltda
PENTEADO SR 2006 Defensivos alternativos e naturais Campinas SP 174 p
PLASTISUL 2009 in httpwwwplastisulcombrestufasasp acesso 15092009
PRATES HS 1999 Caldas bordalesa sulfocaacutelcica e viccedilosa produtos
alternativos na citricultura ndash Folheto Informativo da CECORCATI ndash Campinas
PRIMAVESI AM 1998 Praacuteticas de Produccedilatildeo de Plantas em um conceito
Holiacutestico in ABREU HJ (ed) Praacuteticas alternativas de controle de pragas e
doenccedilas na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP EMOPI p 2-9
PRIMAVESI AM 1990 Manejo Ecoloacutegico do Solo Editora Nobel Satildeo Paulo
PRITCHARD AE BAKER EW 1955 A revision of the spider mite family
Tetranychidae San Francisco Pacific Coast Entomological Society v2
PROMIP 2008 in wwwpromipagrbrprodutoaspcID=18pID=18 acesso
21092009
PURI HS 1999 NEEM ndash The divine Tree Azadirachta indica Medicinal and
Aromatic Plants Industrial Profiles Hardwood Academic Publishers 182 p
PURQUERIO LFV TIVELLI SW 2006 Manejo do ambiente em cultivo
protegido Instituto Agronocircmico de Campinas IAC Centro de Horticultura
Campinas SP
QUINTELLA E 2002 Tempo de Mortalidade Meacutedia de Ninfas de Bemisia tabaci
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxii
(Gennadius) tratados com Oacuteleo de Nim Indiano Trabalho apresentado no 19ordm
Congresso Brasileiro de Entomologia Manaus
REVISTA DE AGRONEGOacuteCIOS DA FGV 2007 Ediccedilatildeo Ndeg 09 - Volume 27 in
httpwwwagroanalysiscombrindexphparea=conteudoampmat_id=327ampfrom=me
rcadonegocios acesso 20092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrrevista_junho_07assinaturaphp
acesso 15092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrindexphpreferencia=acura acesso
15092009
ROGGIA S 2007 Aacutecaros tetraniquiacutedeos (prostigmata Tetranychidae)
asssociados agrave soja no rio grande do sul ocorrecircncia identificaccedilao de
espeacutecies e efeito de cultivares e de plantas daninhas Dissertaccedilatildeo UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
SALASAR Caveiro Henrique 1982 Inseticidas e acaricidas ndash toxicologia
receituaacuterio agronocircmico Livroceres Piracicaba SP 424 p
SATO ME 2006 Aacutecaros Predadores Boletim Teacutecnico Instituto Bioloacutegico
Controle Bioloacutegico de Insetos e Aacutecaros Satildeo Paulo n 15 86 p
SATO ME Resistecircncia eacute um seacuterio problema para a agricultura in
httpwwwinfobiboscomArtigo2009_2resitenciaindexhtm acesso 19-09-2009
SCHMUTTERER H amp ASCHER KRS 1984 Natural Pesticides from the Neem
Tree and other Tropical Plantas Procedings of the Second Internacional Neem
Conference Rauischholzhausen Federal Republic of Germany 25-28 May 1983
GTZ Eschborn 587 p
SEBRAE 2009 in
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiii
httpsebraers2interjornalcombrnoticiakmfnoticia=7528145ampcanal=221
acesso 28082009
SGANZERLA E 1987 Nova agricultura a fascinante arte de cultivar com os
plaacutesticos Porto Alegre 5a Ediccedilatildeo Revista e Ampliada Livraria e Editora
Agropecuaacuteria 1995
SILVA C A D da 2002 Biologia e exigecircncias teacutermicas do aacutecaro vermelho
Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 37 n 5 p 573-580
SIMPSON K W CONNELL W A 1973 Mites on soybeans moisture and
temperature relations Environmental Entomology College Park v 2 p 319-323
TAMAI MA LOPES RB ALVES SB 1998 Manejo de pragas na floricultura
USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroacutez
TERNES M Resistecircncia de insetos e plantas daninhas a praguicidas
Florianoacutepolis EMPASC 1985 25 p
TESTE DE TUKEY Disponiacutevel em lthttp
httpwwwportalactioncombrcontent31-teste-de-tukeygt Acesso em 12 nov 2011
UFV - Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG
httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
VIEIRA S Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) Satildeo Paulo Ed Atlas 2006 216 p
WIKIPEDIA 2009in wwwwikipediaorgwikidose_letal acesso 26092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiv
ANEXOS
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxv
ANEXO I
Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias
Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxvi
ANEXO II
Glossaacuterio
Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
iv
AGRADECIMENTOS
Agrave UNIVATES - Centro Universitaacuterio e ao Programa de Poacutes-Graduaccedilatildeo ndash Mestrado em Ambiente e Desenvolvimento ndash PPGAD pela oportunidade de conclusatildeo do mestrado Obrigado Aos professores do PPGAD pelos ensinamentos transmitidos e amizade Ao orientador Prof Dr Noeli Juarez Ferla pela orientaccedilatildeo compreensatildeo estiacutemulo valiosos ensinamentos e amizade Obrigado Ao coorientador Prof DrClaus Haertinger pelas pertinentes e necessaacuterias correccedilotildees que vieram a enriquecer ainda mais esta dissertaccedilatildeo Obrigado Aos acadecircmicos de biologia e estagiaacuterios do Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES Guilherme Liberato da Silva e Fernanda Majolo Obrigado Agrave Biovale Produtos Agropecuaacuterios Ltda pelo apoio e a aacuterea cedida para a realizaccedilatildeo de meus experimentos Em especial ao Eng Agrocircnomo MSc Anduir Lenhardt proprietaacuterio da empresa Aos funcionaacuterios Andreacutea Heisler e Joseacute Luis Gutterres Obrigado Ao Prof Dr Jorge Erick Parra pela orientaccedilatildeo e apoio Obrigado Agrave Prof Drordf Daniele Saad pela orientaccedilatildeo e apoio Obriigado Agrave Prefeitura Municipal de Mato Leitatildeo ao Prefeito Municipal Carlos Alberto Bohn Obrigado Ao produtor de moranguinhos Sr Roger Stein pela coleta dos aacutecaros Obrigado Agrave Agrifertil Comercial Ltda na pessoa do Diretor Administrativo Ari Gollmann pela compreensatildeo apoio e amizade Obrigado
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
v
RESUMO
No Brasil o cultivo de plantas ornamentais aumentou nas uacuteltimas trecircs deacutecadas tornando-se uma importante atividade econocircmica do agronegoacutecio No mercado nacional o Rio Grande do Sul eacute o segundo maior produtor de flores e plantas cultivadas e o maior consumidor Dentre as espeacutecies mais cultivadas as geacuterberas (Gerbera jamesonii Adlam) nos Vales do Taquari Caiacute e Rio Pardo predominam Quanto agrave ocorrecircncia de aacutecaros o aacutecaro rajado (Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae) na cultura de geacuterberas em estufa prejudica a qualidade e beleza da flor causando danos econocircmicos O uso de agrotoacutexicos para a eliminaccedilatildeo de pragas diversas elimina tambeacutem os inimigos naturais destes e a constante aplicaccedilatildeo destes agrotoacutexicos tornam os insetos fitoacutefagos resistentes Demonstrou-se que os produtos naturais e bioloacutegicos satildeo uma alternativa eficiente para o controle do aacutecaro rajado na cultura de geacuterberas Entre os produtos naturais e bioloacutegicos testados (Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio) e o agrotoacutexico de referecircncia (agrave base de Abamectina) todos estes foram eficientes para o controle do aacutecaro rajado Poreacutem os produtos naturais e bioloacutegicos preservaram em sua maioria os inimigos naturais natildeo agrediram o meio ambiente ao passo que o agrotoacutexico eliminou totalmente os inimigos naturais aleacutem de seu efeito ser persistente e perigoso ao meio ambiente
Palavras-chave Agrotoacutexico Gerbera jamesonii sob cultivo protegido Insumos naturais e bioloacutegicos Tetranychus urticae
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
vi
ABSTRACT
In Brazil the cultivation of ornamental plants has increased over the last three decades becoming an important economic activity in agribusiness In the national market Rio Grande do Sul is the first largest consumer in Brazil and the second in prodution of ornamental plants grown under greenhouse conditions Among the most cultivated species the gerberas (Geacuterbera jamesonii Adlam) predominate in the Vale do Taquari Caiacute and Rio Pardo The occurrence of mites Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage The use of chemicals to eliminate various pests also eliminate the natural enemies and physiologically modify plants making them more favorable to the development of phytophagous mites It was demonstrated that the natural and biological products are an efficient alternative for the control of two spotted spider mite in the cultivation of gerberas Among the natural and biological products samples analyzed (Beauveria bassiana and Metarhizium anisopliae Azadirachtina sulfur and calcium-based lime sulfur) and reference pesticide (Abamectina-based) all these were efficient to control the mite However natural and biological products preserved in its most the natural enemies and do not affect the environment while the pesticide completely eliminated natural enemies as well as their effect is persistent and dangerous to the environment
Keywords Agrochemicals Gerbera jamesonii grown under greenhouse Natural and organic inputs Tetranychus urticae
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
vii
SUMAacuteRIO
RESUMOV
ABSTRACTVI
SUMAacuteRIOVII
LISTA DE FIGURASIX
LISTA DE QUADROS E TABELASXI
SIGLASXII
1 INTRODUCcedilAtildeO13
12 Motivaccedilatildeo 16
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA17
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais17
22 Estufas19
23 Geacuterberas (Gerbera jamesonii22
231 Geacuterberas em vasos23
24 Aacutecaros24
241 Aacutecaro Rajado25
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos28
251 Oacuteleo de Neem ou Nim 29
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos31
253 Caldas Ferti-Protetoras32
26 Agrotoacutexicos34
261 Abamectina35
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
viii
3 OBJETIVOS38
31 Objetivo Geral 38
32 Objetivos Especiacuteficos 38
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 38
41 Materiais38
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico42
42 Meacutetodos42
421 Das dosagens ndash Experimento 0143
422 Das dosagens ndash Experimento 0244
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO49
51 Resultados global49
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa49
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e alternacircncias de
aplicaccedilotildees e contagens54
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens55
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar59
52 Viabilidade Econocircmica dos Produtos61
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento63
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento64
6 CONCLUSOtildeES65
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS66
ANEXOS74
Anexo I75
Anexo II76
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria18
Figura 02 - Participaccedilatildeo dos EstadosRegiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas
Ornamentais18
Figura 03 - Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto percentagem 20
Figura 04 - Croquis de uma estufa do tipo Arco20
Figura 05 - Geacuterberas (Gerbera jamesonii)22
Figura 06 - Aacutecaro rajado25
Figura 07 - Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras26
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado27
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas33
Figura 10 ndash Pulverizador costal de 20 litros oacuteculos e luvas36
Figura 11 ndash Pulverizador sobre rodas com bomba e tanque37
Figura 12 ndash EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual37
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros39
Figura 14 ndash Muda de geacuterbera a ser plantada39
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos40
Figura 16 ndash Vista lateral da estufa tipo arco41
Figura 17 ndash O controle da temperatura e umidade relativa com termohigrocircmetro41
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos43
Figura 19 ndash Liberaccedilatildeo dos aacutecaros44
Figura 20 ndash Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos46
Figura 21 ndash Contagem dos aacutecaros47
Figura 22 ndash Contagem dos aacutecaros47
Figura 23 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas51
Figura 24 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas52
Figura 25 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas52
Figura 26 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias53
Figura 27 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas53
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
x
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas
meacutedias e novas54
Figura 29 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 555
Figura 30 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos56
Figura 31 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 556
Figura 32 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
considerando os tratamentos57
Figura 33 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 558
Figura 34 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
considerando os tratamentos58
Figura 35 - Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos 59
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento60
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a
realizaccedilatildeo do experimento60
Figura 38 - Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos62
Figura 39 - Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento 63
Figura 40 - Plantas testemunha64
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xi
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do
agrotoacutexico50
Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xii
SIGLAS
AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura
ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos
CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na
Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)
CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas
Ornamentais
CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola
EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
para Agricultura e Alimentaccedilatildeo
IAC Instituto Agronocircmico de Campinas
IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE
PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros
predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiii
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas
uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O
Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se
os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e
tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais
caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos
produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil
empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea
de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo
com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas
ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um
crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de
negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por
75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e
Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)
O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e
plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550
floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo
Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o
maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao
ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um
reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS
principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas
ornamentais no RS eacute promissor
O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou
em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu
aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas
na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas
sazonais com maior produtividade e qualidade
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiv
As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos
geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii
Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio
Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada
vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos
organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas
ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados
conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos
Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com
quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax
A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais
especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como
aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas
manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa
danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)
Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e
alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e
manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade
fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a
accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o
aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese
de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros
tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por
em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e
basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as
folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente
(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das
plantas com teia (JEPPSON et al 1975)
Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o
controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do
agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de
intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xv
Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e
botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao
uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas
adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)
Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de
vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL
AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo
persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram
colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande
maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que
enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)
O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos
Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa
Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf
Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o
mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e
Rio Pardo (CERESTVales)
Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam
e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee
de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado
por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de
Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)
e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre
eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em
estufas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvi
12 Motivaccedilatildeo
No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e
Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis
Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo
Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no
decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser
vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU
1987)
No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli
Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros
ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi
procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul
referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma
demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em
niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia
Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para
Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por
produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas
sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo
apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvii
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais
Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim
significa jardim A horticultura estaacute dividida em
fruticultura ndash cultivo de pomares
olericultura ndash cultivo da horta
floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)
Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade
tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15
hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar
corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do
ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando
uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um
faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)
As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares
Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194
mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na
produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15
mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)
No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas
ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores
envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para
folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al
2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xviii
Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria
Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007
Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas
liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da
produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os
estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo
produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)
Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais
Fonte IBRAFLOR 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xix
Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de
Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE
FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo
propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos
setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que
envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que
impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias
profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e
fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)
A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e
comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002
para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de
2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em
180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445
produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810
hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em
18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)
Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e
com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva
juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio
governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e
externo (AFLORI 2009)
22 Estufas
O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto
ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em
cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos
climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de
granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o
cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)
(BUAINAIN et al 2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xx
Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o
cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011
Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e
telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo
em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar
Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como
tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)
Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxi
A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo
com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as
seguintes
as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos
predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do
Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes
frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do
vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada
em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do
Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas
necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode
variar de acordo com a disponibilidade do terreno
a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros
em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia
portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa
ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e
construccedilotildees (SGANZERLA 1995)
O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo
da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo
solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo
para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente
protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre
ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que
diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio
hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a
capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o
manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua
fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da
umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro
ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et
al2006)
Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxii
Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores
e plantas ornamentais
23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii
As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da
categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se
as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado
principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)
As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi
batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug
Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul
O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia
das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo
entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera
hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas
caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo
do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)
A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na
composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e
estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre
as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)
Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiii
A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser
produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma
produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas
com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento
moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo
do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para
iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada
luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida
iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna
igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)
A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo
solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais
componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua
escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de
sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um
desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em
clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)
231 Geacuterberas em vasos
O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito
usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da
temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema
frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado
em parte no cultivo em vasos
Entre as vantagens do sistema estatildeo
aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia
melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser
construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel
ao trabalhador
diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo
e pragas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiv
diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o
que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas
diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de
fertilizantes (SEBRAE 2009)
24 Aacutecaros
Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos
carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais
causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute
semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como
insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas
e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes
pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em
duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)
Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros
apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao
homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo
aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de
decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute
comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos
geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas
ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)
Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas
pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de
lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e
daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais
importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus
desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)
241 Aacutecaro Rajado
Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de
plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxv
de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo
014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das
folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos
agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-
se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase
ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees
laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato
geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae
Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS
O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias
agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20
dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo
para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo
emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A
longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40
dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente
e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior
longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e
ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de
grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvi
alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo
celular (FLECHTMANN 1979)
O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua
alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam
as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas
circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do
ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do
equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)
Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm
acesso 21-09-2009
A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave
queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da
fotossiacutentese (LIESERING 1960)
Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta
para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem
demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das
casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvii
instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN
1979)
No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de
agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos
trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o
ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um
processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos
acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro
rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxviii
Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de
morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho
(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o
controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo
ornamentais e outros (SATO 2006)
Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram
realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro
rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano
econocircmico
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos
A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos
seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a
comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes
no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da
vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na
qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas
de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas
brasileiras (DALZOTO et al 2009)
Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos
agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro
Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do
meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e
documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de
substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as
consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os
agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os
processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos
procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede
puacuteblica (CARSON 2010)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxix
251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina
A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina
(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas
globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave
importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma
e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e
significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia
da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios
ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo
de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por
pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha
(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a
Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim
Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e
persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute
crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de
onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola
veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)
Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o
controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por
pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)
No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -
IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros
O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo
da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio
ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos
insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de
vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)
Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas
pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxx
desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede
temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas
espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A
eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de
oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas
(GARCIA 2001)
O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave
disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos
os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de
pragas (GARCIA 2001)
Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas
Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha
gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora
brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute
bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens
Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus
cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente
broca-dos-frutos
Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito
Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho
(MARTINEZ 2008)
Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos
vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles
Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de
Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em
testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes
resultados
Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada
universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado
teor de capsaicina
Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e
possui propriedades bactericidas e fungicidas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxi
Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do
repertoacuterio de inseticidas vegetais
Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido
como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do
urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra
violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente
ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu
efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades
inseticidas (MARTINEZ 2008)
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos
Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade
consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica
satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com
algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo
da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na
natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o
uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem
medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras
que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos
dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e
Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos
nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)
Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos
tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no
controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros
produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais
podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O
avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao
controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle
do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados
tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxii
2009)
Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um
parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do
inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a
superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou
aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a
oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas
pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria
bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura
(DALZOTO 2009)
As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em
pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em
constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo
Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom
molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo
e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte
Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura
ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO
et al 1999)
253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas
As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas
e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se
de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para
aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que
proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo
enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta
aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a
Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)
Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a
Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada
entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiii
obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos
de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e
densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo
indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais
(PENTEADO 2006)
A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua
constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande
diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os
principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e
estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como
caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade
adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer
seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se
usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre
pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente
abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em
temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda
sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiv
26 Agrotoacutexicos
Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que
se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias
categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que
eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas
cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)
e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas
inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que
dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de
arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a
praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura
convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-
fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua
classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre
outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos
agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas
principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os
venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas
provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda
e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem
rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A
intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a
exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo
suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas
outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a
aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas
taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo
prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de
veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os
afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxv
261 Abamectina
A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e
aacutecaros
CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida
GRUPO QUIacuteMICO Avermectina
TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)
A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente
toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)
O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50
(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero
Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica
capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias
Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de
quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a
toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo
quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001
O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito
toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II
ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de
Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)
GRUPOS
DL50
(mgKg)
Dose letal provaacutevel para o homem
Extremamente
toacutexicos
lt 10
1 pitada - algumas gotas
Altamente toacutexicos
10-50
algumas gotas -1 colher de chaacute
Medianamente toacutexicos
500-5000
1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa
Pouco toacutexicos
05g-50g
2 colheres de sopa- 1 copo
Muito pouco toacutexicos
50g ou 150g
1 copo -
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvi
Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se
assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo
para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe
a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente
negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em
aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras
cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam
animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)
Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de
equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)
Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros
Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de
produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvii
Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner
Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de
EPI (figura 12)
Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com
aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou
superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxviii
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterberas em estufa
32 Objetivos Especiacuteficos
Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterbera em estufa
Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas
concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na
cultura de geacuterbera em estufa
Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos
na cultura de geacuterbera em estufa
Avaliar os aacutecaros predadores
4 MATERIAL E MEacuteTODOS
41 Materiais
Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural
produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de
Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado
para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxix
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura
14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o
plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue
necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee
Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xl
O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento
teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de
fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de
mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade
de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes
plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser
trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer
tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das
embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve
ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)
teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade
O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem
orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma
excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para
os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)
fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita
(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as
mudas de geacuterberas (figura 15)
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xli
Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco
(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS
Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco
Fonte Cloacutevis A Schwertner
O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura
fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A
estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto
Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas
maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)
Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um
termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlii
Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado
em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e
maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura
eacute abastecido por uma pilha (15 V)
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade
de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs
produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A
Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos
naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a
10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou
quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico
seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo
42 Meacutetodos
A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco
compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os
compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura
por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas
laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as
geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos
escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliii
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
421 Das dosagens ndash Experimento 01
Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de
agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do
aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas
pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram
de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos
fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10
Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por
compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)
mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura
19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com
trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75
aacutecaros em toda a bancada
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliv
Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo
reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme
metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para
caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da
empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o
controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite
de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de
controle (PROMIP 2008)
Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo
protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem
demonstrou-se mais eficiente
422 Das dosagens ndash Experimento 02
Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual
foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlv
compartimento
No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em
cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos
foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do
experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos
produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar
o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados
A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram
intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia
abaixo
14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E
14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos
7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees
a = Aplicaccedilatildeo
c = Contagem dos aacutecaros
A = primeira contagem
B = segunda contagem
C = terceira contagem
D = quarta contagem
E = quinta contagem
A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi
respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvi
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)
desta sequencia experimental (figura 20)
Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio
estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento
avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada
vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvii
seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das
folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o
desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal
As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao
compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos
totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)
Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados
Figura 21 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Figura 22 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlviii
Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise
estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de
descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees
para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como
para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas
descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas
utilizadas destaca-se o teste de Tukey
O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)
Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS
Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir
comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas
diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos
Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha
Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)
Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica
Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina
Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlix
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Resultado global
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e
bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa
Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10
paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos
naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os
produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros
predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve
eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores
Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos
nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas
novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento
Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas
no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10
porque esta se demonstrou mais eficiente
Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium
anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das
meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi
a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas
folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores
diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de
discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
l
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico
Dosagens
050 100
Folhas Velhas 040 060
B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120
Folhas Novas 120 140
Folhas Velhas 033 200
Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100
Folhas Novas 100 036
Folhas Velhas 040 080
Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060
Folhas Novas 120 040
Folhas Velhas 020 000
Abamectina Folhas Meacutedias 080 000
Folhas Novas 040 000
Folhas Velhas 060 220
Testemunha Folhas Meacutedias 120 180
Folhas Novas 140 060
Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das
contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento
Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia
das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a
meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos
A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados
e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10
e 05
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
li
Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas
meacutedias e novas
Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos
tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o
nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e
velhas nas dosagens de 05 e 10
Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os
predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme
PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o
enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima
de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees
poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lii
Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas
Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liii
Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos
permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle
de aacutecaros fitoacutefagos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liv
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do
agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos
testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em
sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas
aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas
contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores
denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas
44 a 46)
O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos
e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu
constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o
agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do
experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lv
10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi
aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o
calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos
aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias
Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo
teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o
tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento
Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve
diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada
diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)
Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas
natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvi
experimento (figura 30)
Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os
tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os
tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)
Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila
significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvii
Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens
efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o
aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)
Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira
contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao
tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo
teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram
diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lviii
Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve
diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)
Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lix
No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas
meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base
de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o
agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro
predador (figura 35)
Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar
Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de
desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T
urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios
imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos
de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade
de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a
partir de 15 ordm C
A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no
periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste
periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lx
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento
A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo
do experimento
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxi
Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar
aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell
(1973 in BERTOLO 2007)
52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos
Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle
dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de
relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na
produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do
trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e
consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo
Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os
seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no
quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo
acrescidos no valor final do produto
Produtos
Quant Litro R$
Pulverizador Costal
R$
Oacuteculos Policarbonato
R$
Luvas Borracha
R$
EPI cBotas
R$
Custo Total R$
Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000
Bbassianae
M anisopliae
5300 15500 1800 700 23300
Calda
sulfocalcica
700 15500 1800 700 18700
Abamectina 5900 15500 9200 30600
Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)
No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$
8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos
trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute
necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxii
a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador
manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na
aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)
Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiii
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento
Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram
aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro
rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do
experimento
Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiv
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento
No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente
danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)
Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxv
6 CONCLUSOtildeES
O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de
desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais
saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou
em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo
ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera
jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem
alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos
Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e
bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade
produtividade e rentabilidade econocircmica
O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica
(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na
cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico
Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros
predadores
Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de
geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador
se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos
Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque
multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvi
7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABREU JUNIOR E 1998 Praticas alternativas de controle de pragas e doenccedilas
na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP 115 p
ACOPEMA 2008 Estufas agriacutecolas in wwwacopemacombr acesso 20092009
AFLORI 2009 in httpwwwafloricombrnoticiaphppagina=MTA3 acesso
17092009
AGROBIOLOGICA 2009 in wwwagrobiologicacombr acesso 20-09-2009
AGRONOMIACOMGISMONTI 2009 in agronomiacomgismontiblogspotcom
acesso 20-09-2009
AKI YA 2002 Buacutessula da comercializaccedilatildeo para produtores de ornamentais
Satildeo Paulo Heliza Editora Comeacutercio e Industria Graacutefica 179 p
ANDEF 2001 Manual de Uso Correto de Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual
Associaccedilatildeo Nacional de Defesa Vegetal Andef Campinas Satildeo Paulo
ANVISA 2003
httpwwwcamaragovbrinternetcomissaoindexpermcaprAgrotoxMeirellespdf
acesso em 30-09-2009
Bayer Garden - httpwwwbayergardendkdaplantedoktorn
httpplantedoktordkinsektrigetenghtm acesso 21-09-2009
BALL 2006 Informaccedilotildees culturais geacuterberas em vaso Holambra Satildeo Paulo in
wwwballcombr acesso 2002009
BARRIGOSI Joseacute Alexandre Freitas 2008 EMBRAPA
httpwwwagenciacnptiaembrapabrgestorarrozarvoreCONT000fohgb6co02w
yiv8065610dc2ls9tihtml Acessado em 05-12-2011
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvii
BERTOLO EC 2007 Efeito da temperatura e do hospedeiro na biologia do
aacutecaro rajado Tetranychus urticae Koch (Acari Tetranychidae) Dissertaccedilatildeo
Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia da Faculdade de Agronomia e
Medicina Veterinaacuteria da Universidade de Passo Fundo ndash UPF Passo Fundo
BIOVALE 2009 in wwwbiovalecombr acesso 18082009
BOGORNI PC 2003 Efeito de Extratos Aquosos de Trichilia spp sobre o
desenvolvimento de Spodoptera frugiperda (J E Smith) em milho Tese de
Mestrado Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo - USP
BOLLAND HR GUTERREZ and JFLETCHTMANN CHW World Catalogue of
the Spider Mite Family (AcariTetranychidae) Leiden Boston Koumlln Brill 1998
BORTOLOZZO Adriane Regina MELO George Wellington Bastos de VARGAS
Leandro Produccedilatildeo de Morangos no Sistema Semi-Hidropocircnico Agosto 2006
BUAINAIN AM BATALHA MO (orgs) 2007 Cadeias Produtivas de Flores e
Mel Seacuterie Agronegoacutecios MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento Brasiacutelia IIICA MAPASPA 140 p
CARNEIRO SM de TPG Accedilatildeo do nim sobre fungos fitopatogecircnicos In
MARTINEZ SS O Nim ndash Azadirachta indica natureza usos muacuteltiplos
produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do Paranaacute 2002 p 59ndash64
CARSON Rachel 2010 Primavera silenciosa [traduzido por Claudia SantrsquoAnna
Martins] ndash 1 ed ndash Satildeo Paulo Gaia 327 p
CARVALHO R da S 2006 Biocontrole de moscas-das-frutas histoacuterico
conceito e estrateacutegias Cruz das Almas Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical (Circular Teacutecnica 83)
CERESTVales
httpwwwsaudersgovbrdados1197641782571CEREST20Vales20-
20Santa20Cruz20do20Sulpdf
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxviii
CGAC ndash MAPA 2003
httpwwwagriculturagovbrarq_editorfilecamaras_setoriaisFlores_e_plantas_o
rnamentais30ROApp_Informespdf
CHABOUSSOU F 1987 Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da
Trofobiose) LampPM Editores Porto Alegre
DALZOTO PR HURY KF 2009 Controle bioloacutegico de pragas no Brasil Satildeo
Paulo v 71 n1 p 37-41
DORNELLES Marccedilal Elizandro SCHOSSLER Joseacute Fernando CASALI Andreacute Luis
BRONDANI Leonardo Basso 2009 Inspeccedilatildeo teacutecnica de pulverizadores
agriacutecolas histoacuterico e importacircncia Ciecircnc rural 39(5)1600-1605 ago 2009
ilus tab httpbasesbiremebrcgi-
binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampsrc=googleampbase=LILACSamplang
=pampnextAction=lnkampexprSearch=521212ampindexSearch=ID
Ecocert Brasil 2001 wwwecocertcombr Acesso em 18-09-2009
EMBRAPA 2003
httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
acesso em 30-09-2009
EVANS GO 1992 Principes of acarology Wallingford CAB Intenational 563 p
FERLA NJ MARCHETI MM GONCcedilALVES D 2007 Aacutecaros predadores
(Acari) associados agrave cultura do morango (Fragaria sp Rosaceae) e plantas
proacuteximas no Estado do Rio Grande do Sul Biota Neotropica Vol 7 (number 2)
p 103-110
FERNANDEZ SM 2001 Baacutesico de floricultura ndash manual de treinamento
SENAR Porto Alegre
FLECHTMANN CHW 1979 Aacutecaros de importacircncia agriacutecola Satildeo Paulo Nobel
3ed 189 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxix
FURLAN MR 1997 Aacutecaros Revista Tempo Verde ano XX n 151 abril
GARCIA JLM 2001 Oacuteleo de Nim ndash O Bioprotetor Natural Seacuterie Agricultura
Alternativa Maio 16 p
HERNANDES J L RIBEIRO IJA 2008 Tratamento de inverno Boletim
Teacutecnico Instituto Agronocircmico Campinas IAC SP
IBRAFLOR 2002 Diagnoacutestico da cadeia produtiva de flores e plantas
ornamentais no estado de Alagoas ndash Contrato UFV-Funarte Sebrae ndash AL
IBRAFLOR 2009 in httpwwwaprendendoaexportargovbrfloressetorperfilasp
acesso 15092009
JEPPSON LR KEIFER HH BAKER EW 1975 Mites injurious to economic
plants Berkeley University of California Press 614 p
JORNAL AGROSOFT 2010 Notiacutecia datada de 01-07-2010 Brasil eacute o paiacutes que
mais usa agrotoacutexicos no mundo
KAumlMPF AN DAUDT RS 1999 Diagnoacutestico da floricultura no Rio Grande do
Sul Ciecircncia Rural vol 29 n 3 p 561-563 1999
LAZZARINI GJ 2005 Efeito da umidade sobre a germinaccedilatildeo in vitro de
Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae e atividade contra Triatoma
infestans Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Parasitologia) ndash Instituto de Patologia
Tropical e Sauacutede Puacuteblica Universidade Federal de Goiaacutes Goiacircnia 46 p
LIESERING VR 1960 Beitrag zum Phytopathologischen
Wirkungsmechanismus des Tetranychus urticae Koch Z Pflkrankh 67524-
542
LONDRES Flavia 2011 AGROTOacuteXICOS NO BRASIL um guia para accedilatildeo em
defesa da vida Rio de Janeiro AS ndash PTA ndash Assessoria e Serviccedilos a Projetos em
Agricultura Alternativa 190 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxx
LORENZI H 2001 Plantas ornamentais no Brasil arbustivas herbaacuteceas e
trepadeiras 3 ed Nova Odessa SP Instituto Plantarum 568 p
LUTZEMBERGER Joseacute Manual de Ecologia ndash do Jardim ao Poder LampPM
Editores Porto Alegre 2004 116 p
MACEDO MAA 2003 Taacuteticas de controle de 2 pragas em cultivares de
tomateiro de crescimento determinado Dissertaccedilatildeo UNESP-Jaboticabal
MARTINEZ SS Composiccedilatildeo do nim In Martinez SS O Nim ndash Azadirachta
indica natureza usos muacuteltiplos produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do
Paranaacute 2008
MELLO Itamar Soares de AZEVEDO Joatildeo Luacutecio de 1999 CONTROLE
BIOLOacuteGICO Vol 3 Editora UFV 308 p
MORAES GJ 1986 Controle bioloacutegico de aacutecaros fitoacutefagos Miscelacircnea
SOCOLEN v 8 p 29-63
MORAES GJ FLECHTMANN CHW 1981 Aacutecaros fitoacutefagos do nordeste do
Brasil Pequisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 16 n2 p177-186
MORAES G J e FLECHTMANN CH W 2008 Manual de Acarologia
Acarologia Baacutesica e Aacutecaros de Plantas Cultivadas no Brasil Ribeiratildeo Preto
Holos Editora 308 p il
MUNDODAEDUCACAO 2009 Importacircncia dos fungos in
wwwmundodaeducacaocombr acesso 18092009
NICKEL J L 1960 Temperature and humidity relationships of Tetranychus
desertorum Banks with special reference to distribution Hilgardia Berkeley
v 30 p 41-100
OLIVEIRA AAP 2007 Floricultura caracterizaccedilatildeo e mercado Fortaleza Banco
do Nordeste do Brasil 180p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxi
PADULA DA KAumlMPF AN SLONGO LA (orgs) 2003 Diagnoacutestico da cadeia
produtiva de flores e plantas ornamentais do Rio Grande do Sul in
http2012114147bdsBDSnsf311567070DCEA48C032572170054A774$File
NT000B578Epdf acesso 10082009
PENTEADO SR 2004 Proteccedilatildeo de plantas no sistema orgacircnico Curso de
Agricultura Orgacircnica (apostila 14 liccedilotildees) 1 ed Editor Fraga Penteado Cursos e
Planejamentos Ltda
PENTEADO SR 2006 Defensivos alternativos e naturais Campinas SP 174 p
PLASTISUL 2009 in httpwwwplastisulcombrestufasasp acesso 15092009
PRATES HS 1999 Caldas bordalesa sulfocaacutelcica e viccedilosa produtos
alternativos na citricultura ndash Folheto Informativo da CECORCATI ndash Campinas
PRIMAVESI AM 1998 Praacuteticas de Produccedilatildeo de Plantas em um conceito
Holiacutestico in ABREU HJ (ed) Praacuteticas alternativas de controle de pragas e
doenccedilas na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP EMOPI p 2-9
PRIMAVESI AM 1990 Manejo Ecoloacutegico do Solo Editora Nobel Satildeo Paulo
PRITCHARD AE BAKER EW 1955 A revision of the spider mite family
Tetranychidae San Francisco Pacific Coast Entomological Society v2
PROMIP 2008 in wwwpromipagrbrprodutoaspcID=18pID=18 acesso
21092009
PURI HS 1999 NEEM ndash The divine Tree Azadirachta indica Medicinal and
Aromatic Plants Industrial Profiles Hardwood Academic Publishers 182 p
PURQUERIO LFV TIVELLI SW 2006 Manejo do ambiente em cultivo
protegido Instituto Agronocircmico de Campinas IAC Centro de Horticultura
Campinas SP
QUINTELLA E 2002 Tempo de Mortalidade Meacutedia de Ninfas de Bemisia tabaci
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxii
(Gennadius) tratados com Oacuteleo de Nim Indiano Trabalho apresentado no 19ordm
Congresso Brasileiro de Entomologia Manaus
REVISTA DE AGRONEGOacuteCIOS DA FGV 2007 Ediccedilatildeo Ndeg 09 - Volume 27 in
httpwwwagroanalysiscombrindexphparea=conteudoampmat_id=327ampfrom=me
rcadonegocios acesso 20092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrrevista_junho_07assinaturaphp
acesso 15092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrindexphpreferencia=acura acesso
15092009
ROGGIA S 2007 Aacutecaros tetraniquiacutedeos (prostigmata Tetranychidae)
asssociados agrave soja no rio grande do sul ocorrecircncia identificaccedilao de
espeacutecies e efeito de cultivares e de plantas daninhas Dissertaccedilatildeo UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
SALASAR Caveiro Henrique 1982 Inseticidas e acaricidas ndash toxicologia
receituaacuterio agronocircmico Livroceres Piracicaba SP 424 p
SATO ME 2006 Aacutecaros Predadores Boletim Teacutecnico Instituto Bioloacutegico
Controle Bioloacutegico de Insetos e Aacutecaros Satildeo Paulo n 15 86 p
SATO ME Resistecircncia eacute um seacuterio problema para a agricultura in
httpwwwinfobiboscomArtigo2009_2resitenciaindexhtm acesso 19-09-2009
SCHMUTTERER H amp ASCHER KRS 1984 Natural Pesticides from the Neem
Tree and other Tropical Plantas Procedings of the Second Internacional Neem
Conference Rauischholzhausen Federal Republic of Germany 25-28 May 1983
GTZ Eschborn 587 p
SEBRAE 2009 in
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiii
httpsebraers2interjornalcombrnoticiakmfnoticia=7528145ampcanal=221
acesso 28082009
SGANZERLA E 1987 Nova agricultura a fascinante arte de cultivar com os
plaacutesticos Porto Alegre 5a Ediccedilatildeo Revista e Ampliada Livraria e Editora
Agropecuaacuteria 1995
SILVA C A D da 2002 Biologia e exigecircncias teacutermicas do aacutecaro vermelho
Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 37 n 5 p 573-580
SIMPSON K W CONNELL W A 1973 Mites on soybeans moisture and
temperature relations Environmental Entomology College Park v 2 p 319-323
TAMAI MA LOPES RB ALVES SB 1998 Manejo de pragas na floricultura
USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroacutez
TERNES M Resistecircncia de insetos e plantas daninhas a praguicidas
Florianoacutepolis EMPASC 1985 25 p
TESTE DE TUKEY Disponiacutevel em lthttp
httpwwwportalactioncombrcontent31-teste-de-tukeygt Acesso em 12 nov 2011
UFV - Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG
httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
VIEIRA S Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) Satildeo Paulo Ed Atlas 2006 216 p
WIKIPEDIA 2009in wwwwikipediaorgwikidose_letal acesso 26092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiv
ANEXOS
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxv
ANEXO I
Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias
Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxvi
ANEXO II
Glossaacuterio
Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
v
RESUMO
No Brasil o cultivo de plantas ornamentais aumentou nas uacuteltimas trecircs deacutecadas tornando-se uma importante atividade econocircmica do agronegoacutecio No mercado nacional o Rio Grande do Sul eacute o segundo maior produtor de flores e plantas cultivadas e o maior consumidor Dentre as espeacutecies mais cultivadas as geacuterberas (Gerbera jamesonii Adlam) nos Vales do Taquari Caiacute e Rio Pardo predominam Quanto agrave ocorrecircncia de aacutecaros o aacutecaro rajado (Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae) na cultura de geacuterberas em estufa prejudica a qualidade e beleza da flor causando danos econocircmicos O uso de agrotoacutexicos para a eliminaccedilatildeo de pragas diversas elimina tambeacutem os inimigos naturais destes e a constante aplicaccedilatildeo destes agrotoacutexicos tornam os insetos fitoacutefagos resistentes Demonstrou-se que os produtos naturais e bioloacutegicos satildeo uma alternativa eficiente para o controle do aacutecaro rajado na cultura de geacuterberas Entre os produtos naturais e bioloacutegicos testados (Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio) e o agrotoacutexico de referecircncia (agrave base de Abamectina) todos estes foram eficientes para o controle do aacutecaro rajado Poreacutem os produtos naturais e bioloacutegicos preservaram em sua maioria os inimigos naturais natildeo agrediram o meio ambiente ao passo que o agrotoacutexico eliminou totalmente os inimigos naturais aleacutem de seu efeito ser persistente e perigoso ao meio ambiente
Palavras-chave Agrotoacutexico Gerbera jamesonii sob cultivo protegido Insumos naturais e bioloacutegicos Tetranychus urticae
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
vi
ABSTRACT
In Brazil the cultivation of ornamental plants has increased over the last three decades becoming an important economic activity in agribusiness In the national market Rio Grande do Sul is the first largest consumer in Brazil and the second in prodution of ornamental plants grown under greenhouse conditions Among the most cultivated species the gerberas (Geacuterbera jamesonii Adlam) predominate in the Vale do Taquari Caiacute and Rio Pardo The occurrence of mites Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage The use of chemicals to eliminate various pests also eliminate the natural enemies and physiologically modify plants making them more favorable to the development of phytophagous mites It was demonstrated that the natural and biological products are an efficient alternative for the control of two spotted spider mite in the cultivation of gerberas Among the natural and biological products samples analyzed (Beauveria bassiana and Metarhizium anisopliae Azadirachtina sulfur and calcium-based lime sulfur) and reference pesticide (Abamectina-based) all these were efficient to control the mite However natural and biological products preserved in its most the natural enemies and do not affect the environment while the pesticide completely eliminated natural enemies as well as their effect is persistent and dangerous to the environment
Keywords Agrochemicals Gerbera jamesonii grown under greenhouse Natural and organic inputs Tetranychus urticae
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
vii
SUMAacuteRIO
RESUMOV
ABSTRACTVI
SUMAacuteRIOVII
LISTA DE FIGURASIX
LISTA DE QUADROS E TABELASXI
SIGLASXII
1 INTRODUCcedilAtildeO13
12 Motivaccedilatildeo 16
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA17
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais17
22 Estufas19
23 Geacuterberas (Gerbera jamesonii22
231 Geacuterberas em vasos23
24 Aacutecaros24
241 Aacutecaro Rajado25
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos28
251 Oacuteleo de Neem ou Nim 29
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos31
253 Caldas Ferti-Protetoras32
26 Agrotoacutexicos34
261 Abamectina35
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
viii
3 OBJETIVOS38
31 Objetivo Geral 38
32 Objetivos Especiacuteficos 38
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 38
41 Materiais38
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico42
42 Meacutetodos42
421 Das dosagens ndash Experimento 0143
422 Das dosagens ndash Experimento 0244
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO49
51 Resultados global49
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa49
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e alternacircncias de
aplicaccedilotildees e contagens54
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens55
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar59
52 Viabilidade Econocircmica dos Produtos61
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento63
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento64
6 CONCLUSOtildeES65
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS66
ANEXOS74
Anexo I75
Anexo II76
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria18
Figura 02 - Participaccedilatildeo dos EstadosRegiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas
Ornamentais18
Figura 03 - Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto percentagem 20
Figura 04 - Croquis de uma estufa do tipo Arco20
Figura 05 - Geacuterberas (Gerbera jamesonii)22
Figura 06 - Aacutecaro rajado25
Figura 07 - Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras26
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado27
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas33
Figura 10 ndash Pulverizador costal de 20 litros oacuteculos e luvas36
Figura 11 ndash Pulverizador sobre rodas com bomba e tanque37
Figura 12 ndash EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual37
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros39
Figura 14 ndash Muda de geacuterbera a ser plantada39
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos40
Figura 16 ndash Vista lateral da estufa tipo arco41
Figura 17 ndash O controle da temperatura e umidade relativa com termohigrocircmetro41
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos43
Figura 19 ndash Liberaccedilatildeo dos aacutecaros44
Figura 20 ndash Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos46
Figura 21 ndash Contagem dos aacutecaros47
Figura 22 ndash Contagem dos aacutecaros47
Figura 23 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas51
Figura 24 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas52
Figura 25 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas52
Figura 26 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias53
Figura 27 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas53
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
x
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas
meacutedias e novas54
Figura 29 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 555
Figura 30 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos56
Figura 31 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 556
Figura 32 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
considerando os tratamentos57
Figura 33 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 558
Figura 34 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
considerando os tratamentos58
Figura 35 - Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos 59
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento60
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a
realizaccedilatildeo do experimento60
Figura 38 - Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos62
Figura 39 - Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento 63
Figura 40 - Plantas testemunha64
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xi
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do
agrotoacutexico50
Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xii
SIGLAS
AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura
ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos
CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na
Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)
CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas
Ornamentais
CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola
EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
para Agricultura e Alimentaccedilatildeo
IAC Instituto Agronocircmico de Campinas
IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE
PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros
predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiii
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas
uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O
Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se
os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e
tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais
caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos
produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil
empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea
de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo
com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas
ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um
crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de
negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por
75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e
Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)
O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e
plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550
floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo
Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o
maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao
ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um
reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS
principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas
ornamentais no RS eacute promissor
O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou
em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu
aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas
na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas
sazonais com maior produtividade e qualidade
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiv
As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos
geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii
Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio
Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada
vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos
organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas
ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados
conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos
Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com
quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax
A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais
especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como
aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas
manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa
danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)
Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e
alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e
manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade
fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a
accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o
aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese
de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros
tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por
em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e
basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as
folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente
(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das
plantas com teia (JEPPSON et al 1975)
Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o
controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do
agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de
intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xv
Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e
botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao
uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas
adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)
Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de
vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL
AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo
persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram
colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande
maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que
enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)
O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos
Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa
Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf
Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o
mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e
Rio Pardo (CERESTVales)
Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam
e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee
de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado
por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de
Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)
e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre
eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em
estufas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvi
12 Motivaccedilatildeo
No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e
Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis
Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo
Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no
decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser
vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU
1987)
No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli
Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros
ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi
procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul
referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma
demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em
niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia
Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para
Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por
produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas
sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo
apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvii
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais
Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim
significa jardim A horticultura estaacute dividida em
fruticultura ndash cultivo de pomares
olericultura ndash cultivo da horta
floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)
Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade
tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15
hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar
corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do
ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando
uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um
faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)
As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares
Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194
mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na
produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15
mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)
No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas
ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores
envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para
folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al
2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xviii
Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria
Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007
Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas
liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da
produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os
estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo
produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)
Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais
Fonte IBRAFLOR 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xix
Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de
Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE
FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo
propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos
setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que
envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que
impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias
profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e
fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)
A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e
comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002
para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de
2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em
180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445
produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810
hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em
18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)
Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e
com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva
juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio
governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e
externo (AFLORI 2009)
22 Estufas
O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto
ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em
cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos
climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de
granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o
cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)
(BUAINAIN et al 2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xx
Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o
cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011
Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e
telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo
em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar
Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como
tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)
Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxi
A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo
com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as
seguintes
as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos
predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do
Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes
frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do
vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada
em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do
Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas
necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode
variar de acordo com a disponibilidade do terreno
a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros
em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia
portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa
ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e
construccedilotildees (SGANZERLA 1995)
O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo
da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo
solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo
para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente
protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre
ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que
diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio
hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a
capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o
manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua
fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da
umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro
ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et
al2006)
Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxii
Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores
e plantas ornamentais
23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii
As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da
categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se
as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado
principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)
As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi
batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug
Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul
O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia
das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo
entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera
hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas
caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo
do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)
A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na
composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e
estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre
as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)
Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiii
A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser
produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma
produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas
com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento
moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo
do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para
iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada
luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida
iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna
igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)
A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo
solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais
componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua
escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de
sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um
desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em
clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)
231 Geacuterberas em vasos
O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito
usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da
temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema
frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado
em parte no cultivo em vasos
Entre as vantagens do sistema estatildeo
aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia
melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser
construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel
ao trabalhador
diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo
e pragas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiv
diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o
que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas
diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de
fertilizantes (SEBRAE 2009)
24 Aacutecaros
Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos
carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais
causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute
semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como
insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas
e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes
pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em
duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)
Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros
apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao
homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo
aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de
decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute
comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos
geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas
ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)
Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas
pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de
lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e
daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais
importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus
desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)
241 Aacutecaro Rajado
Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de
plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxv
de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo
014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das
folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos
agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-
se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase
ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees
laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato
geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae
Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS
O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias
agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20
dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo
para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo
emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A
longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40
dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente
e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior
longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e
ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de
grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvi
alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo
celular (FLECHTMANN 1979)
O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua
alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam
as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas
circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do
ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do
equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)
Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm
acesso 21-09-2009
A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave
queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da
fotossiacutentese (LIESERING 1960)
Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta
para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem
demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das
casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvii
instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN
1979)
No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de
agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos
trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o
ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um
processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos
acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro
rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxviii
Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de
morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho
(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o
controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo
ornamentais e outros (SATO 2006)
Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram
realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro
rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano
econocircmico
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos
A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos
seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a
comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes
no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da
vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na
qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas
de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas
brasileiras (DALZOTO et al 2009)
Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos
agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro
Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do
meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e
documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de
substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as
consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os
agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os
processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos
procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede
puacuteblica (CARSON 2010)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxix
251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina
A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina
(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas
globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave
importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma
e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e
significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia
da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios
ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo
de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por
pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha
(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a
Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim
Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e
persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute
crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de
onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola
veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)
Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o
controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por
pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)
No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -
IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros
O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo
da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio
ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos
insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de
vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)
Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas
pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxx
desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede
temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas
espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A
eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de
oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas
(GARCIA 2001)
O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave
disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos
os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de
pragas (GARCIA 2001)
Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas
Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha
gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora
brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute
bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens
Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus
cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente
broca-dos-frutos
Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito
Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho
(MARTINEZ 2008)
Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos
vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles
Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de
Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em
testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes
resultados
Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada
universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado
teor de capsaicina
Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e
possui propriedades bactericidas e fungicidas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxi
Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do
repertoacuterio de inseticidas vegetais
Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido
como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do
urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra
violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente
ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu
efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades
inseticidas (MARTINEZ 2008)
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos
Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade
consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica
satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com
algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo
da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na
natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o
uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem
medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras
que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos
dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e
Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos
nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)
Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos
tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no
controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros
produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais
podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O
avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao
controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle
do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados
tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxii
2009)
Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um
parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do
inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a
superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou
aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a
oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas
pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria
bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura
(DALZOTO 2009)
As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em
pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em
constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo
Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom
molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo
e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte
Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura
ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO
et al 1999)
253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas
As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas
e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se
de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para
aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que
proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo
enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta
aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a
Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)
Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a
Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada
entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiii
obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos
de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e
densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo
indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais
(PENTEADO 2006)
A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua
constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande
diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os
principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e
estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como
caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade
adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer
seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se
usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre
pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente
abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em
temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda
sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiv
26 Agrotoacutexicos
Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que
se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias
categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que
eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas
cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)
e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas
inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que
dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de
arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a
praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura
convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-
fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua
classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre
outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos
agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas
principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os
venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas
provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda
e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem
rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A
intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a
exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo
suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas
outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a
aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas
taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo
prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de
veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os
afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxv
261 Abamectina
A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e
aacutecaros
CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida
GRUPO QUIacuteMICO Avermectina
TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)
A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente
toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)
O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50
(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero
Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica
capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias
Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de
quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a
toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo
quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001
O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito
toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II
ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de
Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)
GRUPOS
DL50
(mgKg)
Dose letal provaacutevel para o homem
Extremamente
toacutexicos
lt 10
1 pitada - algumas gotas
Altamente toacutexicos
10-50
algumas gotas -1 colher de chaacute
Medianamente toacutexicos
500-5000
1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa
Pouco toacutexicos
05g-50g
2 colheres de sopa- 1 copo
Muito pouco toacutexicos
50g ou 150g
1 copo -
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvi
Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se
assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo
para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe
a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente
negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em
aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras
cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam
animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)
Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de
equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)
Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros
Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de
produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvii
Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner
Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de
EPI (figura 12)
Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com
aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou
superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxviii
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterberas em estufa
32 Objetivos Especiacuteficos
Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterbera em estufa
Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas
concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na
cultura de geacuterbera em estufa
Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos
na cultura de geacuterbera em estufa
Avaliar os aacutecaros predadores
4 MATERIAL E MEacuteTODOS
41 Materiais
Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural
produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de
Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado
para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxix
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura
14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o
plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue
necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee
Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xl
O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento
teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de
fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de
mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade
de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes
plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser
trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer
tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das
embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve
ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)
teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade
O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem
orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma
excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para
os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)
fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita
(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as
mudas de geacuterberas (figura 15)
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xli
Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco
(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS
Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco
Fonte Cloacutevis A Schwertner
O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura
fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A
estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto
Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas
maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)
Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um
termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlii
Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado
em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e
maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura
eacute abastecido por uma pilha (15 V)
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade
de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs
produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A
Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos
naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a
10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou
quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico
seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo
42 Meacutetodos
A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco
compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os
compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura
por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas
laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as
geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos
escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliii
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
421 Das dosagens ndash Experimento 01
Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de
agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do
aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas
pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram
de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos
fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10
Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por
compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)
mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura
19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com
trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75
aacutecaros em toda a bancada
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliv
Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo
reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme
metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para
caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da
empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o
controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite
de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de
controle (PROMIP 2008)
Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo
protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem
demonstrou-se mais eficiente
422 Das dosagens ndash Experimento 02
Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual
foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlv
compartimento
No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em
cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos
foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do
experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos
produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar
o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados
A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram
intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia
abaixo
14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E
14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos
7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees
a = Aplicaccedilatildeo
c = Contagem dos aacutecaros
A = primeira contagem
B = segunda contagem
C = terceira contagem
D = quarta contagem
E = quinta contagem
A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi
respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvi
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)
desta sequencia experimental (figura 20)
Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio
estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento
avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada
vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvii
seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das
folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o
desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal
As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao
compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos
totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)
Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados
Figura 21 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Figura 22 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlviii
Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise
estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de
descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees
para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como
para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas
descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas
utilizadas destaca-se o teste de Tukey
O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)
Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS
Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir
comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas
diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos
Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha
Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)
Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica
Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina
Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlix
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Resultado global
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e
bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa
Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10
paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos
naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os
produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros
predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve
eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores
Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos
nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas
novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento
Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas
no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10
porque esta se demonstrou mais eficiente
Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium
anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das
meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi
a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas
folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores
diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de
discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
l
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico
Dosagens
050 100
Folhas Velhas 040 060
B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120
Folhas Novas 120 140
Folhas Velhas 033 200
Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100
Folhas Novas 100 036
Folhas Velhas 040 080
Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060
Folhas Novas 120 040
Folhas Velhas 020 000
Abamectina Folhas Meacutedias 080 000
Folhas Novas 040 000
Folhas Velhas 060 220
Testemunha Folhas Meacutedias 120 180
Folhas Novas 140 060
Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das
contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento
Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia
das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a
meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos
A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados
e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10
e 05
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
li
Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas
meacutedias e novas
Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos
tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o
nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e
velhas nas dosagens de 05 e 10
Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os
predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme
PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o
enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima
de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees
poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lii
Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas
Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liii
Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos
permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle
de aacutecaros fitoacutefagos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liv
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do
agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos
testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em
sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas
aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas
contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores
denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas
44 a 46)
O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos
e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu
constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o
agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do
experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lv
10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi
aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o
calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos
aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias
Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo
teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o
tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento
Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve
diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada
diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)
Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas
natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvi
experimento (figura 30)
Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os
tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os
tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)
Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila
significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvii
Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens
efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o
aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)
Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira
contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao
tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo
teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram
diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lviii
Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve
diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)
Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lix
No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas
meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base
de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o
agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro
predador (figura 35)
Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar
Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de
desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T
urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios
imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos
de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade
de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a
partir de 15 ordm C
A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no
periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste
periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lx
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento
A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo
do experimento
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxi
Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar
aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell
(1973 in BERTOLO 2007)
52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos
Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle
dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de
relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na
produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do
trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e
consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo
Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os
seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no
quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo
acrescidos no valor final do produto
Produtos
Quant Litro R$
Pulverizador Costal
R$
Oacuteculos Policarbonato
R$
Luvas Borracha
R$
EPI cBotas
R$
Custo Total R$
Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000
Bbassianae
M anisopliae
5300 15500 1800 700 23300
Calda
sulfocalcica
700 15500 1800 700 18700
Abamectina 5900 15500 9200 30600
Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)
No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$
8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos
trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute
necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxii
a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador
manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na
aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)
Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiii
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento
Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram
aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro
rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do
experimento
Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiv
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento
No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente
danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)
Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxv
6 CONCLUSOtildeES
O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de
desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais
saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou
em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo
ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera
jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem
alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos
Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e
bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade
produtividade e rentabilidade econocircmica
O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica
(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na
cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico
Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros
predadores
Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de
geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador
se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos
Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque
multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvi
7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABREU JUNIOR E 1998 Praticas alternativas de controle de pragas e doenccedilas
na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP 115 p
ACOPEMA 2008 Estufas agriacutecolas in wwwacopemacombr acesso 20092009
AFLORI 2009 in httpwwwafloricombrnoticiaphppagina=MTA3 acesso
17092009
AGROBIOLOGICA 2009 in wwwagrobiologicacombr acesso 20-09-2009
AGRONOMIACOMGISMONTI 2009 in agronomiacomgismontiblogspotcom
acesso 20-09-2009
AKI YA 2002 Buacutessula da comercializaccedilatildeo para produtores de ornamentais
Satildeo Paulo Heliza Editora Comeacutercio e Industria Graacutefica 179 p
ANDEF 2001 Manual de Uso Correto de Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual
Associaccedilatildeo Nacional de Defesa Vegetal Andef Campinas Satildeo Paulo
ANVISA 2003
httpwwwcamaragovbrinternetcomissaoindexpermcaprAgrotoxMeirellespdf
acesso em 30-09-2009
Bayer Garden - httpwwwbayergardendkdaplantedoktorn
httpplantedoktordkinsektrigetenghtm acesso 21-09-2009
BALL 2006 Informaccedilotildees culturais geacuterberas em vaso Holambra Satildeo Paulo in
wwwballcombr acesso 2002009
BARRIGOSI Joseacute Alexandre Freitas 2008 EMBRAPA
httpwwwagenciacnptiaembrapabrgestorarrozarvoreCONT000fohgb6co02w
yiv8065610dc2ls9tihtml Acessado em 05-12-2011
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvii
BERTOLO EC 2007 Efeito da temperatura e do hospedeiro na biologia do
aacutecaro rajado Tetranychus urticae Koch (Acari Tetranychidae) Dissertaccedilatildeo
Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia da Faculdade de Agronomia e
Medicina Veterinaacuteria da Universidade de Passo Fundo ndash UPF Passo Fundo
BIOVALE 2009 in wwwbiovalecombr acesso 18082009
BOGORNI PC 2003 Efeito de Extratos Aquosos de Trichilia spp sobre o
desenvolvimento de Spodoptera frugiperda (J E Smith) em milho Tese de
Mestrado Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo - USP
BOLLAND HR GUTERREZ and JFLETCHTMANN CHW World Catalogue of
the Spider Mite Family (AcariTetranychidae) Leiden Boston Koumlln Brill 1998
BORTOLOZZO Adriane Regina MELO George Wellington Bastos de VARGAS
Leandro Produccedilatildeo de Morangos no Sistema Semi-Hidropocircnico Agosto 2006
BUAINAIN AM BATALHA MO (orgs) 2007 Cadeias Produtivas de Flores e
Mel Seacuterie Agronegoacutecios MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento Brasiacutelia IIICA MAPASPA 140 p
CARNEIRO SM de TPG Accedilatildeo do nim sobre fungos fitopatogecircnicos In
MARTINEZ SS O Nim ndash Azadirachta indica natureza usos muacuteltiplos
produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do Paranaacute 2002 p 59ndash64
CARSON Rachel 2010 Primavera silenciosa [traduzido por Claudia SantrsquoAnna
Martins] ndash 1 ed ndash Satildeo Paulo Gaia 327 p
CARVALHO R da S 2006 Biocontrole de moscas-das-frutas histoacuterico
conceito e estrateacutegias Cruz das Almas Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical (Circular Teacutecnica 83)
CERESTVales
httpwwwsaudersgovbrdados1197641782571CEREST20Vales20-
20Santa20Cruz20do20Sulpdf
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxviii
CGAC ndash MAPA 2003
httpwwwagriculturagovbrarq_editorfilecamaras_setoriaisFlores_e_plantas_o
rnamentais30ROApp_Informespdf
CHABOUSSOU F 1987 Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da
Trofobiose) LampPM Editores Porto Alegre
DALZOTO PR HURY KF 2009 Controle bioloacutegico de pragas no Brasil Satildeo
Paulo v 71 n1 p 37-41
DORNELLES Marccedilal Elizandro SCHOSSLER Joseacute Fernando CASALI Andreacute Luis
BRONDANI Leonardo Basso 2009 Inspeccedilatildeo teacutecnica de pulverizadores
agriacutecolas histoacuterico e importacircncia Ciecircnc rural 39(5)1600-1605 ago 2009
ilus tab httpbasesbiremebrcgi-
binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampsrc=googleampbase=LILACSamplang
=pampnextAction=lnkampexprSearch=521212ampindexSearch=ID
Ecocert Brasil 2001 wwwecocertcombr Acesso em 18-09-2009
EMBRAPA 2003
httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
acesso em 30-09-2009
EVANS GO 1992 Principes of acarology Wallingford CAB Intenational 563 p
FERLA NJ MARCHETI MM GONCcedilALVES D 2007 Aacutecaros predadores
(Acari) associados agrave cultura do morango (Fragaria sp Rosaceae) e plantas
proacuteximas no Estado do Rio Grande do Sul Biota Neotropica Vol 7 (number 2)
p 103-110
FERNANDEZ SM 2001 Baacutesico de floricultura ndash manual de treinamento
SENAR Porto Alegre
FLECHTMANN CHW 1979 Aacutecaros de importacircncia agriacutecola Satildeo Paulo Nobel
3ed 189 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxix
FURLAN MR 1997 Aacutecaros Revista Tempo Verde ano XX n 151 abril
GARCIA JLM 2001 Oacuteleo de Nim ndash O Bioprotetor Natural Seacuterie Agricultura
Alternativa Maio 16 p
HERNANDES J L RIBEIRO IJA 2008 Tratamento de inverno Boletim
Teacutecnico Instituto Agronocircmico Campinas IAC SP
IBRAFLOR 2002 Diagnoacutestico da cadeia produtiva de flores e plantas
ornamentais no estado de Alagoas ndash Contrato UFV-Funarte Sebrae ndash AL
IBRAFLOR 2009 in httpwwwaprendendoaexportargovbrfloressetorperfilasp
acesso 15092009
JEPPSON LR KEIFER HH BAKER EW 1975 Mites injurious to economic
plants Berkeley University of California Press 614 p
JORNAL AGROSOFT 2010 Notiacutecia datada de 01-07-2010 Brasil eacute o paiacutes que
mais usa agrotoacutexicos no mundo
KAumlMPF AN DAUDT RS 1999 Diagnoacutestico da floricultura no Rio Grande do
Sul Ciecircncia Rural vol 29 n 3 p 561-563 1999
LAZZARINI GJ 2005 Efeito da umidade sobre a germinaccedilatildeo in vitro de
Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae e atividade contra Triatoma
infestans Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Parasitologia) ndash Instituto de Patologia
Tropical e Sauacutede Puacuteblica Universidade Federal de Goiaacutes Goiacircnia 46 p
LIESERING VR 1960 Beitrag zum Phytopathologischen
Wirkungsmechanismus des Tetranychus urticae Koch Z Pflkrankh 67524-
542
LONDRES Flavia 2011 AGROTOacuteXICOS NO BRASIL um guia para accedilatildeo em
defesa da vida Rio de Janeiro AS ndash PTA ndash Assessoria e Serviccedilos a Projetos em
Agricultura Alternativa 190 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxx
LORENZI H 2001 Plantas ornamentais no Brasil arbustivas herbaacuteceas e
trepadeiras 3 ed Nova Odessa SP Instituto Plantarum 568 p
LUTZEMBERGER Joseacute Manual de Ecologia ndash do Jardim ao Poder LampPM
Editores Porto Alegre 2004 116 p
MACEDO MAA 2003 Taacuteticas de controle de 2 pragas em cultivares de
tomateiro de crescimento determinado Dissertaccedilatildeo UNESP-Jaboticabal
MARTINEZ SS Composiccedilatildeo do nim In Martinez SS O Nim ndash Azadirachta
indica natureza usos muacuteltiplos produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do
Paranaacute 2008
MELLO Itamar Soares de AZEVEDO Joatildeo Luacutecio de 1999 CONTROLE
BIOLOacuteGICO Vol 3 Editora UFV 308 p
MORAES GJ 1986 Controle bioloacutegico de aacutecaros fitoacutefagos Miscelacircnea
SOCOLEN v 8 p 29-63
MORAES GJ FLECHTMANN CHW 1981 Aacutecaros fitoacutefagos do nordeste do
Brasil Pequisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 16 n2 p177-186
MORAES G J e FLECHTMANN CH W 2008 Manual de Acarologia
Acarologia Baacutesica e Aacutecaros de Plantas Cultivadas no Brasil Ribeiratildeo Preto
Holos Editora 308 p il
MUNDODAEDUCACAO 2009 Importacircncia dos fungos in
wwwmundodaeducacaocombr acesso 18092009
NICKEL J L 1960 Temperature and humidity relationships of Tetranychus
desertorum Banks with special reference to distribution Hilgardia Berkeley
v 30 p 41-100
OLIVEIRA AAP 2007 Floricultura caracterizaccedilatildeo e mercado Fortaleza Banco
do Nordeste do Brasil 180p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxi
PADULA DA KAumlMPF AN SLONGO LA (orgs) 2003 Diagnoacutestico da cadeia
produtiva de flores e plantas ornamentais do Rio Grande do Sul in
http2012114147bdsBDSnsf311567070DCEA48C032572170054A774$File
NT000B578Epdf acesso 10082009
PENTEADO SR 2004 Proteccedilatildeo de plantas no sistema orgacircnico Curso de
Agricultura Orgacircnica (apostila 14 liccedilotildees) 1 ed Editor Fraga Penteado Cursos e
Planejamentos Ltda
PENTEADO SR 2006 Defensivos alternativos e naturais Campinas SP 174 p
PLASTISUL 2009 in httpwwwplastisulcombrestufasasp acesso 15092009
PRATES HS 1999 Caldas bordalesa sulfocaacutelcica e viccedilosa produtos
alternativos na citricultura ndash Folheto Informativo da CECORCATI ndash Campinas
PRIMAVESI AM 1998 Praacuteticas de Produccedilatildeo de Plantas em um conceito
Holiacutestico in ABREU HJ (ed) Praacuteticas alternativas de controle de pragas e
doenccedilas na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP EMOPI p 2-9
PRIMAVESI AM 1990 Manejo Ecoloacutegico do Solo Editora Nobel Satildeo Paulo
PRITCHARD AE BAKER EW 1955 A revision of the spider mite family
Tetranychidae San Francisco Pacific Coast Entomological Society v2
PROMIP 2008 in wwwpromipagrbrprodutoaspcID=18pID=18 acesso
21092009
PURI HS 1999 NEEM ndash The divine Tree Azadirachta indica Medicinal and
Aromatic Plants Industrial Profiles Hardwood Academic Publishers 182 p
PURQUERIO LFV TIVELLI SW 2006 Manejo do ambiente em cultivo
protegido Instituto Agronocircmico de Campinas IAC Centro de Horticultura
Campinas SP
QUINTELLA E 2002 Tempo de Mortalidade Meacutedia de Ninfas de Bemisia tabaci
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxii
(Gennadius) tratados com Oacuteleo de Nim Indiano Trabalho apresentado no 19ordm
Congresso Brasileiro de Entomologia Manaus
REVISTA DE AGRONEGOacuteCIOS DA FGV 2007 Ediccedilatildeo Ndeg 09 - Volume 27 in
httpwwwagroanalysiscombrindexphparea=conteudoampmat_id=327ampfrom=me
rcadonegocios acesso 20092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrrevista_junho_07assinaturaphp
acesso 15092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrindexphpreferencia=acura acesso
15092009
ROGGIA S 2007 Aacutecaros tetraniquiacutedeos (prostigmata Tetranychidae)
asssociados agrave soja no rio grande do sul ocorrecircncia identificaccedilao de
espeacutecies e efeito de cultivares e de plantas daninhas Dissertaccedilatildeo UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
SALASAR Caveiro Henrique 1982 Inseticidas e acaricidas ndash toxicologia
receituaacuterio agronocircmico Livroceres Piracicaba SP 424 p
SATO ME 2006 Aacutecaros Predadores Boletim Teacutecnico Instituto Bioloacutegico
Controle Bioloacutegico de Insetos e Aacutecaros Satildeo Paulo n 15 86 p
SATO ME Resistecircncia eacute um seacuterio problema para a agricultura in
httpwwwinfobiboscomArtigo2009_2resitenciaindexhtm acesso 19-09-2009
SCHMUTTERER H amp ASCHER KRS 1984 Natural Pesticides from the Neem
Tree and other Tropical Plantas Procedings of the Second Internacional Neem
Conference Rauischholzhausen Federal Republic of Germany 25-28 May 1983
GTZ Eschborn 587 p
SEBRAE 2009 in
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiii
httpsebraers2interjornalcombrnoticiakmfnoticia=7528145ampcanal=221
acesso 28082009
SGANZERLA E 1987 Nova agricultura a fascinante arte de cultivar com os
plaacutesticos Porto Alegre 5a Ediccedilatildeo Revista e Ampliada Livraria e Editora
Agropecuaacuteria 1995
SILVA C A D da 2002 Biologia e exigecircncias teacutermicas do aacutecaro vermelho
Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 37 n 5 p 573-580
SIMPSON K W CONNELL W A 1973 Mites on soybeans moisture and
temperature relations Environmental Entomology College Park v 2 p 319-323
TAMAI MA LOPES RB ALVES SB 1998 Manejo de pragas na floricultura
USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroacutez
TERNES M Resistecircncia de insetos e plantas daninhas a praguicidas
Florianoacutepolis EMPASC 1985 25 p
TESTE DE TUKEY Disponiacutevel em lthttp
httpwwwportalactioncombrcontent31-teste-de-tukeygt Acesso em 12 nov 2011
UFV - Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG
httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
VIEIRA S Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) Satildeo Paulo Ed Atlas 2006 216 p
WIKIPEDIA 2009in wwwwikipediaorgwikidose_letal acesso 26092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiv
ANEXOS
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxv
ANEXO I
Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias
Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxvi
ANEXO II
Glossaacuterio
Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
vi
ABSTRACT
In Brazil the cultivation of ornamental plants has increased over the last three decades becoming an important economic activity in agribusiness In the national market Rio Grande do Sul is the first largest consumer in Brazil and the second in prodution of ornamental plants grown under greenhouse conditions Among the most cultivated species the gerberas (Geacuterbera jamesonii Adlam) predominate in the Vale do Taquari Caiacute and Rio Pardo The occurrence of mites Tetranychus urticae Koch 1836 Tetranychidae in the cultivation of gerberas in greenhouse affect the quality and beauty of the flower and cause many economic damage The use of chemicals to eliminate various pests also eliminate the natural enemies and physiologically modify plants making them more favorable to the development of phytophagous mites It was demonstrated that the natural and biological products are an efficient alternative for the control of two spotted spider mite in the cultivation of gerberas Among the natural and biological products samples analyzed (Beauveria bassiana and Metarhizium anisopliae Azadirachtina sulfur and calcium-based lime sulfur) and reference pesticide (Abamectina-based) all these were efficient to control the mite However natural and biological products preserved in its most the natural enemies and do not affect the environment while the pesticide completely eliminated natural enemies as well as their effect is persistent and dangerous to the environment
Keywords Agrochemicals Gerbera jamesonii grown under greenhouse Natural and organic inputs Tetranychus urticae
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
vii
SUMAacuteRIO
RESUMOV
ABSTRACTVI
SUMAacuteRIOVII
LISTA DE FIGURASIX
LISTA DE QUADROS E TABELASXI
SIGLASXII
1 INTRODUCcedilAtildeO13
12 Motivaccedilatildeo 16
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA17
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais17
22 Estufas19
23 Geacuterberas (Gerbera jamesonii22
231 Geacuterberas em vasos23
24 Aacutecaros24
241 Aacutecaro Rajado25
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos28
251 Oacuteleo de Neem ou Nim 29
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos31
253 Caldas Ferti-Protetoras32
26 Agrotoacutexicos34
261 Abamectina35
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
viii
3 OBJETIVOS38
31 Objetivo Geral 38
32 Objetivos Especiacuteficos 38
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 38
41 Materiais38
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico42
42 Meacutetodos42
421 Das dosagens ndash Experimento 0143
422 Das dosagens ndash Experimento 0244
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO49
51 Resultados global49
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa49
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e alternacircncias de
aplicaccedilotildees e contagens54
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens55
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar59
52 Viabilidade Econocircmica dos Produtos61
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento63
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento64
6 CONCLUSOtildeES65
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS66
ANEXOS74
Anexo I75
Anexo II76
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria18
Figura 02 - Participaccedilatildeo dos EstadosRegiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas
Ornamentais18
Figura 03 - Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto percentagem 20
Figura 04 - Croquis de uma estufa do tipo Arco20
Figura 05 - Geacuterberas (Gerbera jamesonii)22
Figura 06 - Aacutecaro rajado25
Figura 07 - Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras26
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado27
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas33
Figura 10 ndash Pulverizador costal de 20 litros oacuteculos e luvas36
Figura 11 ndash Pulverizador sobre rodas com bomba e tanque37
Figura 12 ndash EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual37
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros39
Figura 14 ndash Muda de geacuterbera a ser plantada39
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos40
Figura 16 ndash Vista lateral da estufa tipo arco41
Figura 17 ndash O controle da temperatura e umidade relativa com termohigrocircmetro41
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos43
Figura 19 ndash Liberaccedilatildeo dos aacutecaros44
Figura 20 ndash Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos46
Figura 21 ndash Contagem dos aacutecaros47
Figura 22 ndash Contagem dos aacutecaros47
Figura 23 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas51
Figura 24 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas52
Figura 25 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas52
Figura 26 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias53
Figura 27 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas53
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
x
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas
meacutedias e novas54
Figura 29 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 555
Figura 30 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos56
Figura 31 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 556
Figura 32 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
considerando os tratamentos57
Figura 33 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 558
Figura 34 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
considerando os tratamentos58
Figura 35 - Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos 59
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento60
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a
realizaccedilatildeo do experimento60
Figura 38 - Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos62
Figura 39 - Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento 63
Figura 40 - Plantas testemunha64
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xi
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do
agrotoacutexico50
Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xii
SIGLAS
AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura
ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos
CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na
Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)
CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas
Ornamentais
CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola
EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
para Agricultura e Alimentaccedilatildeo
IAC Instituto Agronocircmico de Campinas
IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE
PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros
predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiii
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas
uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O
Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se
os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e
tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais
caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos
produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil
empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea
de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo
com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas
ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um
crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de
negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por
75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e
Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)
O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e
plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550
floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo
Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o
maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao
ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um
reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS
principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas
ornamentais no RS eacute promissor
O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou
em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu
aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas
na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas
sazonais com maior produtividade e qualidade
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiv
As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos
geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii
Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio
Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada
vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos
organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas
ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados
conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos
Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com
quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax
A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais
especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como
aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas
manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa
danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)
Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e
alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e
manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade
fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a
accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o
aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese
de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros
tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por
em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e
basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as
folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente
(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das
plantas com teia (JEPPSON et al 1975)
Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o
controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do
agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de
intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xv
Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e
botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao
uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas
adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)
Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de
vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL
AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo
persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram
colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande
maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que
enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)
O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos
Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa
Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf
Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o
mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e
Rio Pardo (CERESTVales)
Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam
e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee
de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado
por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de
Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)
e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre
eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em
estufas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvi
12 Motivaccedilatildeo
No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e
Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis
Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo
Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no
decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser
vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU
1987)
No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli
Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros
ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi
procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul
referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma
demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em
niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia
Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para
Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por
produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas
sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo
apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvii
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais
Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim
significa jardim A horticultura estaacute dividida em
fruticultura ndash cultivo de pomares
olericultura ndash cultivo da horta
floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)
Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade
tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15
hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar
corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do
ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando
uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um
faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)
As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares
Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194
mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na
produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15
mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)
No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas
ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores
envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para
folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al
2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xviii
Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria
Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007
Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas
liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da
produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os
estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo
produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)
Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais
Fonte IBRAFLOR 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xix
Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de
Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE
FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo
propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos
setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que
envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que
impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias
profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e
fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)
A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e
comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002
para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de
2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em
180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445
produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810
hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em
18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)
Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e
com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva
juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio
governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e
externo (AFLORI 2009)
22 Estufas
O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto
ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em
cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos
climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de
granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o
cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)
(BUAINAIN et al 2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xx
Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o
cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011
Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e
telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo
em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar
Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como
tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)
Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxi
A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo
com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as
seguintes
as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos
predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do
Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes
frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do
vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada
em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do
Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas
necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode
variar de acordo com a disponibilidade do terreno
a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros
em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia
portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa
ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e
construccedilotildees (SGANZERLA 1995)
O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo
da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo
solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo
para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente
protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre
ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que
diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio
hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a
capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o
manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua
fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da
umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro
ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et
al2006)
Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxii
Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores
e plantas ornamentais
23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii
As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da
categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se
as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado
principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)
As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi
batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug
Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul
O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia
das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo
entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera
hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas
caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo
do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)
A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na
composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e
estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre
as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)
Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiii
A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser
produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma
produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas
com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento
moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo
do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para
iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada
luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida
iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna
igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)
A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo
solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais
componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua
escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de
sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um
desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em
clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)
231 Geacuterberas em vasos
O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito
usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da
temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema
frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado
em parte no cultivo em vasos
Entre as vantagens do sistema estatildeo
aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia
melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser
construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel
ao trabalhador
diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo
e pragas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiv
diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o
que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas
diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de
fertilizantes (SEBRAE 2009)
24 Aacutecaros
Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos
carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais
causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute
semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como
insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas
e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes
pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em
duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)
Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros
apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao
homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo
aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de
decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute
comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos
geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas
ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)
Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas
pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de
lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e
daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais
importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus
desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)
241 Aacutecaro Rajado
Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de
plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxv
de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo
014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das
folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos
agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-
se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase
ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees
laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato
geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae
Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS
O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias
agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20
dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo
para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo
emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A
longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40
dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente
e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior
longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e
ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de
grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvi
alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo
celular (FLECHTMANN 1979)
O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua
alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam
as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas
circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do
ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do
equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)
Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm
acesso 21-09-2009
A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave
queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da
fotossiacutentese (LIESERING 1960)
Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta
para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem
demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das
casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvii
instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN
1979)
No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de
agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos
trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o
ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um
processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos
acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro
rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxviii
Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de
morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho
(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o
controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo
ornamentais e outros (SATO 2006)
Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram
realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro
rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano
econocircmico
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos
A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos
seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a
comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes
no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da
vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na
qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas
de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas
brasileiras (DALZOTO et al 2009)
Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos
agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro
Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do
meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e
documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de
substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as
consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os
agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os
processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos
procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede
puacuteblica (CARSON 2010)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxix
251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina
A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina
(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas
globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave
importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma
e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e
significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia
da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios
ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo
de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por
pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha
(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a
Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim
Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e
persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute
crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de
onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola
veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)
Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o
controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por
pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)
No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -
IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros
O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo
da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio
ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos
insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de
vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)
Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas
pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxx
desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede
temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas
espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A
eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de
oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas
(GARCIA 2001)
O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave
disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos
os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de
pragas (GARCIA 2001)
Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas
Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha
gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora
brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute
bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens
Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus
cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente
broca-dos-frutos
Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito
Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho
(MARTINEZ 2008)
Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos
vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles
Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de
Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em
testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes
resultados
Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada
universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado
teor de capsaicina
Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e
possui propriedades bactericidas e fungicidas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxi
Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do
repertoacuterio de inseticidas vegetais
Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido
como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do
urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra
violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente
ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu
efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades
inseticidas (MARTINEZ 2008)
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos
Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade
consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica
satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com
algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo
da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na
natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o
uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem
medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras
que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos
dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e
Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos
nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)
Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos
tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no
controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros
produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais
podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O
avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao
controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle
do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados
tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxii
2009)
Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um
parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do
inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a
superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou
aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a
oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas
pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria
bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura
(DALZOTO 2009)
As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em
pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em
constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo
Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom
molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo
e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte
Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura
ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO
et al 1999)
253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas
As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas
e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se
de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para
aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que
proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo
enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta
aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a
Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)
Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a
Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada
entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiii
obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos
de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e
densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo
indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais
(PENTEADO 2006)
A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua
constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande
diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os
principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e
estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como
caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade
adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer
seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se
usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre
pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente
abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em
temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda
sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiv
26 Agrotoacutexicos
Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que
se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias
categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que
eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas
cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)
e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas
inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que
dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de
arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a
praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura
convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-
fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua
classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre
outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos
agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas
principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os
venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas
provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda
e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem
rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A
intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a
exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo
suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas
outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a
aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas
taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo
prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de
veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os
afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxv
261 Abamectina
A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e
aacutecaros
CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida
GRUPO QUIacuteMICO Avermectina
TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)
A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente
toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)
O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50
(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero
Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica
capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias
Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de
quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a
toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo
quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001
O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito
toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II
ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de
Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)
GRUPOS
DL50
(mgKg)
Dose letal provaacutevel para o homem
Extremamente
toacutexicos
lt 10
1 pitada - algumas gotas
Altamente toacutexicos
10-50
algumas gotas -1 colher de chaacute
Medianamente toacutexicos
500-5000
1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa
Pouco toacutexicos
05g-50g
2 colheres de sopa- 1 copo
Muito pouco toacutexicos
50g ou 150g
1 copo -
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvi
Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se
assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo
para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe
a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente
negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em
aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras
cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam
animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)
Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de
equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)
Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros
Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de
produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvii
Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner
Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de
EPI (figura 12)
Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com
aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou
superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxviii
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterberas em estufa
32 Objetivos Especiacuteficos
Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterbera em estufa
Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas
concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na
cultura de geacuterbera em estufa
Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos
na cultura de geacuterbera em estufa
Avaliar os aacutecaros predadores
4 MATERIAL E MEacuteTODOS
41 Materiais
Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural
produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de
Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado
para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxix
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura
14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o
plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue
necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee
Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xl
O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento
teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de
fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de
mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade
de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes
plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser
trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer
tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das
embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve
ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)
teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade
O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem
orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma
excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para
os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)
fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita
(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as
mudas de geacuterberas (figura 15)
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xli
Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco
(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS
Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco
Fonte Cloacutevis A Schwertner
O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura
fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A
estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto
Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas
maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)
Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um
termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlii
Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado
em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e
maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura
eacute abastecido por uma pilha (15 V)
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade
de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs
produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A
Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos
naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a
10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou
quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico
seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo
42 Meacutetodos
A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco
compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os
compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura
por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas
laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as
geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos
escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliii
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
421 Das dosagens ndash Experimento 01
Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de
agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do
aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas
pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram
de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos
fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10
Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por
compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)
mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura
19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com
trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75
aacutecaros em toda a bancada
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliv
Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo
reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme
metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para
caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da
empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o
controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite
de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de
controle (PROMIP 2008)
Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo
protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem
demonstrou-se mais eficiente
422 Das dosagens ndash Experimento 02
Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual
foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlv
compartimento
No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em
cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos
foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do
experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos
produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar
o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados
A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram
intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia
abaixo
14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E
14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos
7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees
a = Aplicaccedilatildeo
c = Contagem dos aacutecaros
A = primeira contagem
B = segunda contagem
C = terceira contagem
D = quarta contagem
E = quinta contagem
A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi
respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvi
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)
desta sequencia experimental (figura 20)
Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio
estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento
avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada
vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvii
seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das
folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o
desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal
As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao
compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos
totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)
Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados
Figura 21 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Figura 22 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlviii
Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise
estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de
descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees
para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como
para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas
descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas
utilizadas destaca-se o teste de Tukey
O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)
Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS
Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir
comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas
diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos
Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha
Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)
Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica
Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina
Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlix
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Resultado global
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e
bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa
Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10
paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos
naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os
produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros
predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve
eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores
Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos
nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas
novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento
Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas
no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10
porque esta se demonstrou mais eficiente
Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium
anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das
meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi
a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas
folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores
diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de
discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
l
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico
Dosagens
050 100
Folhas Velhas 040 060
B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120
Folhas Novas 120 140
Folhas Velhas 033 200
Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100
Folhas Novas 100 036
Folhas Velhas 040 080
Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060
Folhas Novas 120 040
Folhas Velhas 020 000
Abamectina Folhas Meacutedias 080 000
Folhas Novas 040 000
Folhas Velhas 060 220
Testemunha Folhas Meacutedias 120 180
Folhas Novas 140 060
Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das
contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento
Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia
das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a
meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos
A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados
e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10
e 05
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
li
Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas
meacutedias e novas
Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos
tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o
nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e
velhas nas dosagens de 05 e 10
Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os
predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme
PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o
enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima
de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees
poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lii
Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas
Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liii
Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos
permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle
de aacutecaros fitoacutefagos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liv
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do
agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos
testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em
sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas
aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas
contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores
denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas
44 a 46)
O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos
e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu
constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o
agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do
experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lv
10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi
aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o
calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos
aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias
Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo
teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o
tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento
Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve
diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada
diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)
Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas
natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvi
experimento (figura 30)
Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os
tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os
tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)
Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila
significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvii
Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens
efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o
aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)
Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira
contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao
tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo
teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram
diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lviii
Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve
diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)
Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lix
No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas
meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base
de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o
agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro
predador (figura 35)
Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar
Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de
desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T
urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios
imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos
de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade
de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a
partir de 15 ordm C
A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no
periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste
periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lx
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento
A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo
do experimento
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxi
Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar
aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell
(1973 in BERTOLO 2007)
52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos
Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle
dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de
relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na
produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do
trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e
consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo
Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os
seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no
quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo
acrescidos no valor final do produto
Produtos
Quant Litro R$
Pulverizador Costal
R$
Oacuteculos Policarbonato
R$
Luvas Borracha
R$
EPI cBotas
R$
Custo Total R$
Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000
Bbassianae
M anisopliae
5300 15500 1800 700 23300
Calda
sulfocalcica
700 15500 1800 700 18700
Abamectina 5900 15500 9200 30600
Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)
No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$
8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos
trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute
necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxii
a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador
manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na
aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)
Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiii
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento
Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram
aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro
rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do
experimento
Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiv
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento
No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente
danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)
Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxv
6 CONCLUSOtildeES
O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de
desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais
saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou
em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo
ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera
jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem
alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos
Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e
bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade
produtividade e rentabilidade econocircmica
O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica
(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na
cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico
Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros
predadores
Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de
geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador
se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos
Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque
multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvi
7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABREU JUNIOR E 1998 Praticas alternativas de controle de pragas e doenccedilas
na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP 115 p
ACOPEMA 2008 Estufas agriacutecolas in wwwacopemacombr acesso 20092009
AFLORI 2009 in httpwwwafloricombrnoticiaphppagina=MTA3 acesso
17092009
AGROBIOLOGICA 2009 in wwwagrobiologicacombr acesso 20-09-2009
AGRONOMIACOMGISMONTI 2009 in agronomiacomgismontiblogspotcom
acesso 20-09-2009
AKI YA 2002 Buacutessula da comercializaccedilatildeo para produtores de ornamentais
Satildeo Paulo Heliza Editora Comeacutercio e Industria Graacutefica 179 p
ANDEF 2001 Manual de Uso Correto de Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual
Associaccedilatildeo Nacional de Defesa Vegetal Andef Campinas Satildeo Paulo
ANVISA 2003
httpwwwcamaragovbrinternetcomissaoindexpermcaprAgrotoxMeirellespdf
acesso em 30-09-2009
Bayer Garden - httpwwwbayergardendkdaplantedoktorn
httpplantedoktordkinsektrigetenghtm acesso 21-09-2009
BALL 2006 Informaccedilotildees culturais geacuterberas em vaso Holambra Satildeo Paulo in
wwwballcombr acesso 2002009
BARRIGOSI Joseacute Alexandre Freitas 2008 EMBRAPA
httpwwwagenciacnptiaembrapabrgestorarrozarvoreCONT000fohgb6co02w
yiv8065610dc2ls9tihtml Acessado em 05-12-2011
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvii
BERTOLO EC 2007 Efeito da temperatura e do hospedeiro na biologia do
aacutecaro rajado Tetranychus urticae Koch (Acari Tetranychidae) Dissertaccedilatildeo
Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia da Faculdade de Agronomia e
Medicina Veterinaacuteria da Universidade de Passo Fundo ndash UPF Passo Fundo
BIOVALE 2009 in wwwbiovalecombr acesso 18082009
BOGORNI PC 2003 Efeito de Extratos Aquosos de Trichilia spp sobre o
desenvolvimento de Spodoptera frugiperda (J E Smith) em milho Tese de
Mestrado Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo - USP
BOLLAND HR GUTERREZ and JFLETCHTMANN CHW World Catalogue of
the Spider Mite Family (AcariTetranychidae) Leiden Boston Koumlln Brill 1998
BORTOLOZZO Adriane Regina MELO George Wellington Bastos de VARGAS
Leandro Produccedilatildeo de Morangos no Sistema Semi-Hidropocircnico Agosto 2006
BUAINAIN AM BATALHA MO (orgs) 2007 Cadeias Produtivas de Flores e
Mel Seacuterie Agronegoacutecios MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento Brasiacutelia IIICA MAPASPA 140 p
CARNEIRO SM de TPG Accedilatildeo do nim sobre fungos fitopatogecircnicos In
MARTINEZ SS O Nim ndash Azadirachta indica natureza usos muacuteltiplos
produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do Paranaacute 2002 p 59ndash64
CARSON Rachel 2010 Primavera silenciosa [traduzido por Claudia SantrsquoAnna
Martins] ndash 1 ed ndash Satildeo Paulo Gaia 327 p
CARVALHO R da S 2006 Biocontrole de moscas-das-frutas histoacuterico
conceito e estrateacutegias Cruz das Almas Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical (Circular Teacutecnica 83)
CERESTVales
httpwwwsaudersgovbrdados1197641782571CEREST20Vales20-
20Santa20Cruz20do20Sulpdf
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxviii
CGAC ndash MAPA 2003
httpwwwagriculturagovbrarq_editorfilecamaras_setoriaisFlores_e_plantas_o
rnamentais30ROApp_Informespdf
CHABOUSSOU F 1987 Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da
Trofobiose) LampPM Editores Porto Alegre
DALZOTO PR HURY KF 2009 Controle bioloacutegico de pragas no Brasil Satildeo
Paulo v 71 n1 p 37-41
DORNELLES Marccedilal Elizandro SCHOSSLER Joseacute Fernando CASALI Andreacute Luis
BRONDANI Leonardo Basso 2009 Inspeccedilatildeo teacutecnica de pulverizadores
agriacutecolas histoacuterico e importacircncia Ciecircnc rural 39(5)1600-1605 ago 2009
ilus tab httpbasesbiremebrcgi-
binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampsrc=googleampbase=LILACSamplang
=pampnextAction=lnkampexprSearch=521212ampindexSearch=ID
Ecocert Brasil 2001 wwwecocertcombr Acesso em 18-09-2009
EMBRAPA 2003
httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
acesso em 30-09-2009
EVANS GO 1992 Principes of acarology Wallingford CAB Intenational 563 p
FERLA NJ MARCHETI MM GONCcedilALVES D 2007 Aacutecaros predadores
(Acari) associados agrave cultura do morango (Fragaria sp Rosaceae) e plantas
proacuteximas no Estado do Rio Grande do Sul Biota Neotropica Vol 7 (number 2)
p 103-110
FERNANDEZ SM 2001 Baacutesico de floricultura ndash manual de treinamento
SENAR Porto Alegre
FLECHTMANN CHW 1979 Aacutecaros de importacircncia agriacutecola Satildeo Paulo Nobel
3ed 189 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxix
FURLAN MR 1997 Aacutecaros Revista Tempo Verde ano XX n 151 abril
GARCIA JLM 2001 Oacuteleo de Nim ndash O Bioprotetor Natural Seacuterie Agricultura
Alternativa Maio 16 p
HERNANDES J L RIBEIRO IJA 2008 Tratamento de inverno Boletim
Teacutecnico Instituto Agronocircmico Campinas IAC SP
IBRAFLOR 2002 Diagnoacutestico da cadeia produtiva de flores e plantas
ornamentais no estado de Alagoas ndash Contrato UFV-Funarte Sebrae ndash AL
IBRAFLOR 2009 in httpwwwaprendendoaexportargovbrfloressetorperfilasp
acesso 15092009
JEPPSON LR KEIFER HH BAKER EW 1975 Mites injurious to economic
plants Berkeley University of California Press 614 p
JORNAL AGROSOFT 2010 Notiacutecia datada de 01-07-2010 Brasil eacute o paiacutes que
mais usa agrotoacutexicos no mundo
KAumlMPF AN DAUDT RS 1999 Diagnoacutestico da floricultura no Rio Grande do
Sul Ciecircncia Rural vol 29 n 3 p 561-563 1999
LAZZARINI GJ 2005 Efeito da umidade sobre a germinaccedilatildeo in vitro de
Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae e atividade contra Triatoma
infestans Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Parasitologia) ndash Instituto de Patologia
Tropical e Sauacutede Puacuteblica Universidade Federal de Goiaacutes Goiacircnia 46 p
LIESERING VR 1960 Beitrag zum Phytopathologischen
Wirkungsmechanismus des Tetranychus urticae Koch Z Pflkrankh 67524-
542
LONDRES Flavia 2011 AGROTOacuteXICOS NO BRASIL um guia para accedilatildeo em
defesa da vida Rio de Janeiro AS ndash PTA ndash Assessoria e Serviccedilos a Projetos em
Agricultura Alternativa 190 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxx
LORENZI H 2001 Plantas ornamentais no Brasil arbustivas herbaacuteceas e
trepadeiras 3 ed Nova Odessa SP Instituto Plantarum 568 p
LUTZEMBERGER Joseacute Manual de Ecologia ndash do Jardim ao Poder LampPM
Editores Porto Alegre 2004 116 p
MACEDO MAA 2003 Taacuteticas de controle de 2 pragas em cultivares de
tomateiro de crescimento determinado Dissertaccedilatildeo UNESP-Jaboticabal
MARTINEZ SS Composiccedilatildeo do nim In Martinez SS O Nim ndash Azadirachta
indica natureza usos muacuteltiplos produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do
Paranaacute 2008
MELLO Itamar Soares de AZEVEDO Joatildeo Luacutecio de 1999 CONTROLE
BIOLOacuteGICO Vol 3 Editora UFV 308 p
MORAES GJ 1986 Controle bioloacutegico de aacutecaros fitoacutefagos Miscelacircnea
SOCOLEN v 8 p 29-63
MORAES GJ FLECHTMANN CHW 1981 Aacutecaros fitoacutefagos do nordeste do
Brasil Pequisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 16 n2 p177-186
MORAES G J e FLECHTMANN CH W 2008 Manual de Acarologia
Acarologia Baacutesica e Aacutecaros de Plantas Cultivadas no Brasil Ribeiratildeo Preto
Holos Editora 308 p il
MUNDODAEDUCACAO 2009 Importacircncia dos fungos in
wwwmundodaeducacaocombr acesso 18092009
NICKEL J L 1960 Temperature and humidity relationships of Tetranychus
desertorum Banks with special reference to distribution Hilgardia Berkeley
v 30 p 41-100
OLIVEIRA AAP 2007 Floricultura caracterizaccedilatildeo e mercado Fortaleza Banco
do Nordeste do Brasil 180p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxi
PADULA DA KAumlMPF AN SLONGO LA (orgs) 2003 Diagnoacutestico da cadeia
produtiva de flores e plantas ornamentais do Rio Grande do Sul in
http2012114147bdsBDSnsf311567070DCEA48C032572170054A774$File
NT000B578Epdf acesso 10082009
PENTEADO SR 2004 Proteccedilatildeo de plantas no sistema orgacircnico Curso de
Agricultura Orgacircnica (apostila 14 liccedilotildees) 1 ed Editor Fraga Penteado Cursos e
Planejamentos Ltda
PENTEADO SR 2006 Defensivos alternativos e naturais Campinas SP 174 p
PLASTISUL 2009 in httpwwwplastisulcombrestufasasp acesso 15092009
PRATES HS 1999 Caldas bordalesa sulfocaacutelcica e viccedilosa produtos
alternativos na citricultura ndash Folheto Informativo da CECORCATI ndash Campinas
PRIMAVESI AM 1998 Praacuteticas de Produccedilatildeo de Plantas em um conceito
Holiacutestico in ABREU HJ (ed) Praacuteticas alternativas de controle de pragas e
doenccedilas na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP EMOPI p 2-9
PRIMAVESI AM 1990 Manejo Ecoloacutegico do Solo Editora Nobel Satildeo Paulo
PRITCHARD AE BAKER EW 1955 A revision of the spider mite family
Tetranychidae San Francisco Pacific Coast Entomological Society v2
PROMIP 2008 in wwwpromipagrbrprodutoaspcID=18pID=18 acesso
21092009
PURI HS 1999 NEEM ndash The divine Tree Azadirachta indica Medicinal and
Aromatic Plants Industrial Profiles Hardwood Academic Publishers 182 p
PURQUERIO LFV TIVELLI SW 2006 Manejo do ambiente em cultivo
protegido Instituto Agronocircmico de Campinas IAC Centro de Horticultura
Campinas SP
QUINTELLA E 2002 Tempo de Mortalidade Meacutedia de Ninfas de Bemisia tabaci
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxii
(Gennadius) tratados com Oacuteleo de Nim Indiano Trabalho apresentado no 19ordm
Congresso Brasileiro de Entomologia Manaus
REVISTA DE AGRONEGOacuteCIOS DA FGV 2007 Ediccedilatildeo Ndeg 09 - Volume 27 in
httpwwwagroanalysiscombrindexphparea=conteudoampmat_id=327ampfrom=me
rcadonegocios acesso 20092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrrevista_junho_07assinaturaphp
acesso 15092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrindexphpreferencia=acura acesso
15092009
ROGGIA S 2007 Aacutecaros tetraniquiacutedeos (prostigmata Tetranychidae)
asssociados agrave soja no rio grande do sul ocorrecircncia identificaccedilao de
espeacutecies e efeito de cultivares e de plantas daninhas Dissertaccedilatildeo UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
SALASAR Caveiro Henrique 1982 Inseticidas e acaricidas ndash toxicologia
receituaacuterio agronocircmico Livroceres Piracicaba SP 424 p
SATO ME 2006 Aacutecaros Predadores Boletim Teacutecnico Instituto Bioloacutegico
Controle Bioloacutegico de Insetos e Aacutecaros Satildeo Paulo n 15 86 p
SATO ME Resistecircncia eacute um seacuterio problema para a agricultura in
httpwwwinfobiboscomArtigo2009_2resitenciaindexhtm acesso 19-09-2009
SCHMUTTERER H amp ASCHER KRS 1984 Natural Pesticides from the Neem
Tree and other Tropical Plantas Procedings of the Second Internacional Neem
Conference Rauischholzhausen Federal Republic of Germany 25-28 May 1983
GTZ Eschborn 587 p
SEBRAE 2009 in
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiii
httpsebraers2interjornalcombrnoticiakmfnoticia=7528145ampcanal=221
acesso 28082009
SGANZERLA E 1987 Nova agricultura a fascinante arte de cultivar com os
plaacutesticos Porto Alegre 5a Ediccedilatildeo Revista e Ampliada Livraria e Editora
Agropecuaacuteria 1995
SILVA C A D da 2002 Biologia e exigecircncias teacutermicas do aacutecaro vermelho
Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 37 n 5 p 573-580
SIMPSON K W CONNELL W A 1973 Mites on soybeans moisture and
temperature relations Environmental Entomology College Park v 2 p 319-323
TAMAI MA LOPES RB ALVES SB 1998 Manejo de pragas na floricultura
USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroacutez
TERNES M Resistecircncia de insetos e plantas daninhas a praguicidas
Florianoacutepolis EMPASC 1985 25 p
TESTE DE TUKEY Disponiacutevel em lthttp
httpwwwportalactioncombrcontent31-teste-de-tukeygt Acesso em 12 nov 2011
UFV - Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG
httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
VIEIRA S Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) Satildeo Paulo Ed Atlas 2006 216 p
WIKIPEDIA 2009in wwwwikipediaorgwikidose_letal acesso 26092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiv
ANEXOS
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxv
ANEXO I
Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias
Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxvi
ANEXO II
Glossaacuterio
Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
vii
SUMAacuteRIO
RESUMOV
ABSTRACTVI
SUMAacuteRIOVII
LISTA DE FIGURASIX
LISTA DE QUADROS E TABELASXI
SIGLASXII
1 INTRODUCcedilAtildeO13
12 Motivaccedilatildeo 16
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA17
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais17
22 Estufas19
23 Geacuterberas (Gerbera jamesonii22
231 Geacuterberas em vasos23
24 Aacutecaros24
241 Aacutecaro Rajado25
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos28
251 Oacuteleo de Neem ou Nim 29
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos31
253 Caldas Ferti-Protetoras32
26 Agrotoacutexicos34
261 Abamectina35
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
viii
3 OBJETIVOS38
31 Objetivo Geral 38
32 Objetivos Especiacuteficos 38
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 38
41 Materiais38
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico42
42 Meacutetodos42
421 Das dosagens ndash Experimento 0143
422 Das dosagens ndash Experimento 0244
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO49
51 Resultados global49
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa49
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e alternacircncias de
aplicaccedilotildees e contagens54
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens55
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar59
52 Viabilidade Econocircmica dos Produtos61
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento63
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento64
6 CONCLUSOtildeES65
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS66
ANEXOS74
Anexo I75
Anexo II76
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria18
Figura 02 - Participaccedilatildeo dos EstadosRegiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas
Ornamentais18
Figura 03 - Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto percentagem 20
Figura 04 - Croquis de uma estufa do tipo Arco20
Figura 05 - Geacuterberas (Gerbera jamesonii)22
Figura 06 - Aacutecaro rajado25
Figura 07 - Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras26
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado27
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas33
Figura 10 ndash Pulverizador costal de 20 litros oacuteculos e luvas36
Figura 11 ndash Pulverizador sobre rodas com bomba e tanque37
Figura 12 ndash EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual37
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros39
Figura 14 ndash Muda de geacuterbera a ser plantada39
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos40
Figura 16 ndash Vista lateral da estufa tipo arco41
Figura 17 ndash O controle da temperatura e umidade relativa com termohigrocircmetro41
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos43
Figura 19 ndash Liberaccedilatildeo dos aacutecaros44
Figura 20 ndash Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos46
Figura 21 ndash Contagem dos aacutecaros47
Figura 22 ndash Contagem dos aacutecaros47
Figura 23 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas51
Figura 24 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas52
Figura 25 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas52
Figura 26 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias53
Figura 27 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas53
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
x
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas
meacutedias e novas54
Figura 29 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 555
Figura 30 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos56
Figura 31 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 556
Figura 32 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
considerando os tratamentos57
Figura 33 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 558
Figura 34 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
considerando os tratamentos58
Figura 35 - Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos 59
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento60
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a
realizaccedilatildeo do experimento60
Figura 38 - Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos62
Figura 39 - Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento 63
Figura 40 - Plantas testemunha64
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xi
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do
agrotoacutexico50
Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xii
SIGLAS
AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura
ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos
CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na
Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)
CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas
Ornamentais
CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola
EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
para Agricultura e Alimentaccedilatildeo
IAC Instituto Agronocircmico de Campinas
IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE
PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros
predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiii
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas
uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O
Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se
os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e
tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais
caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos
produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil
empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea
de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo
com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas
ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um
crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de
negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por
75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e
Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)
O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e
plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550
floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo
Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o
maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao
ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um
reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS
principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas
ornamentais no RS eacute promissor
O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou
em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu
aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas
na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas
sazonais com maior produtividade e qualidade
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiv
As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos
geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii
Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio
Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada
vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos
organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas
ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados
conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos
Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com
quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax
A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais
especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como
aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas
manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa
danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)
Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e
alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e
manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade
fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a
accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o
aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese
de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros
tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por
em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e
basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as
folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente
(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das
plantas com teia (JEPPSON et al 1975)
Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o
controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do
agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de
intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xv
Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e
botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao
uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas
adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)
Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de
vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL
AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo
persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram
colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande
maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que
enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)
O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos
Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa
Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf
Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o
mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e
Rio Pardo (CERESTVales)
Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam
e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee
de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado
por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de
Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)
e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre
eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em
estufas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvi
12 Motivaccedilatildeo
No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e
Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis
Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo
Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no
decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser
vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU
1987)
No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli
Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros
ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi
procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul
referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma
demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em
niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia
Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para
Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por
produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas
sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo
apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvii
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais
Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim
significa jardim A horticultura estaacute dividida em
fruticultura ndash cultivo de pomares
olericultura ndash cultivo da horta
floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)
Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade
tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15
hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar
corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do
ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando
uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um
faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)
As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares
Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194
mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na
produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15
mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)
No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas
ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores
envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para
folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al
2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xviii
Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria
Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007
Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas
liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da
produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os
estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo
produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)
Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais
Fonte IBRAFLOR 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xix
Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de
Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE
FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo
propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos
setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que
envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que
impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias
profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e
fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)
A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e
comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002
para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de
2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em
180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445
produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810
hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em
18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)
Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e
com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva
juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio
governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e
externo (AFLORI 2009)
22 Estufas
O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto
ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em
cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos
climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de
granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o
cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)
(BUAINAIN et al 2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xx
Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o
cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011
Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e
telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo
em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar
Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como
tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)
Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxi
A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo
com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as
seguintes
as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos
predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do
Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes
frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do
vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada
em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do
Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas
necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode
variar de acordo com a disponibilidade do terreno
a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros
em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia
portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa
ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e
construccedilotildees (SGANZERLA 1995)
O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo
da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo
solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo
para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente
protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre
ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que
diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio
hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a
capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o
manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua
fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da
umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro
ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et
al2006)
Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxii
Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores
e plantas ornamentais
23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii
As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da
categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se
as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado
principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)
As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi
batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug
Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul
O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia
das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo
entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera
hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas
caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo
do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)
A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na
composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e
estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre
as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)
Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiii
A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser
produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma
produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas
com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento
moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo
do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para
iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada
luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida
iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna
igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)
A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo
solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais
componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua
escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de
sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um
desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em
clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)
231 Geacuterberas em vasos
O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito
usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da
temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema
frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado
em parte no cultivo em vasos
Entre as vantagens do sistema estatildeo
aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia
melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser
construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel
ao trabalhador
diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo
e pragas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiv
diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o
que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas
diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de
fertilizantes (SEBRAE 2009)
24 Aacutecaros
Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos
carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais
causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute
semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como
insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas
e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes
pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em
duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)
Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros
apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao
homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo
aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de
decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute
comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos
geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas
ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)
Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas
pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de
lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e
daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais
importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus
desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)
241 Aacutecaro Rajado
Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de
plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxv
de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo
014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das
folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos
agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-
se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase
ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees
laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato
geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae
Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS
O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias
agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20
dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo
para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo
emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A
longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40
dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente
e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior
longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e
ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de
grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvi
alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo
celular (FLECHTMANN 1979)
O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua
alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam
as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas
circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do
ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do
equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)
Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm
acesso 21-09-2009
A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave
queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da
fotossiacutentese (LIESERING 1960)
Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta
para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem
demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das
casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvii
instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN
1979)
No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de
agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos
trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o
ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um
processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos
acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro
rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxviii
Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de
morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho
(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o
controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo
ornamentais e outros (SATO 2006)
Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram
realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro
rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano
econocircmico
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos
A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos
seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a
comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes
no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da
vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na
qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas
de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas
brasileiras (DALZOTO et al 2009)
Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos
agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro
Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do
meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e
documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de
substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as
consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os
agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os
processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos
procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede
puacuteblica (CARSON 2010)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxix
251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina
A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina
(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas
globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave
importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma
e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e
significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia
da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios
ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo
de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por
pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha
(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a
Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim
Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e
persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute
crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de
onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola
veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)
Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o
controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por
pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)
No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -
IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros
O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo
da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio
ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos
insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de
vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)
Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas
pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxx
desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede
temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas
espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A
eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de
oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas
(GARCIA 2001)
O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave
disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos
os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de
pragas (GARCIA 2001)
Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas
Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha
gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora
brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute
bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens
Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus
cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente
broca-dos-frutos
Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito
Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho
(MARTINEZ 2008)
Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos
vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles
Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de
Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em
testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes
resultados
Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada
universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado
teor de capsaicina
Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e
possui propriedades bactericidas e fungicidas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxi
Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do
repertoacuterio de inseticidas vegetais
Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido
como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do
urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra
violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente
ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu
efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades
inseticidas (MARTINEZ 2008)
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos
Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade
consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica
satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com
algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo
da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na
natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o
uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem
medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras
que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos
dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e
Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos
nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)
Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos
tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no
controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros
produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais
podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O
avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao
controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle
do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados
tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxii
2009)
Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um
parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do
inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a
superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou
aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a
oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas
pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria
bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura
(DALZOTO 2009)
As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em
pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em
constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo
Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom
molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo
e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte
Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura
ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO
et al 1999)
253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas
As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas
e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se
de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para
aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que
proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo
enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta
aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a
Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)
Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a
Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada
entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiii
obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos
de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e
densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo
indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais
(PENTEADO 2006)
A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua
constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande
diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os
principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e
estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como
caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade
adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer
seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se
usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre
pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente
abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em
temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda
sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiv
26 Agrotoacutexicos
Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que
se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias
categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que
eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas
cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)
e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas
inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que
dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de
arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a
praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura
convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-
fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua
classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre
outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos
agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas
principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os
venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas
provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda
e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem
rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A
intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a
exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo
suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas
outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a
aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas
taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo
prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de
veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os
afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxv
261 Abamectina
A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e
aacutecaros
CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida
GRUPO QUIacuteMICO Avermectina
TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)
A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente
toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)
O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50
(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero
Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica
capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias
Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de
quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a
toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo
quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001
O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito
toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II
ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de
Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)
GRUPOS
DL50
(mgKg)
Dose letal provaacutevel para o homem
Extremamente
toacutexicos
lt 10
1 pitada - algumas gotas
Altamente toacutexicos
10-50
algumas gotas -1 colher de chaacute
Medianamente toacutexicos
500-5000
1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa
Pouco toacutexicos
05g-50g
2 colheres de sopa- 1 copo
Muito pouco toacutexicos
50g ou 150g
1 copo -
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvi
Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se
assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo
para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe
a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente
negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em
aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras
cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam
animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)
Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de
equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)
Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros
Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de
produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvii
Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner
Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de
EPI (figura 12)
Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com
aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou
superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxviii
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterberas em estufa
32 Objetivos Especiacuteficos
Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterbera em estufa
Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas
concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na
cultura de geacuterbera em estufa
Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos
na cultura de geacuterbera em estufa
Avaliar os aacutecaros predadores
4 MATERIAL E MEacuteTODOS
41 Materiais
Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural
produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de
Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado
para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxix
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura
14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o
plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue
necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee
Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xl
O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento
teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de
fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de
mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade
de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes
plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser
trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer
tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das
embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve
ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)
teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade
O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem
orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma
excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para
os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)
fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita
(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as
mudas de geacuterberas (figura 15)
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xli
Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco
(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS
Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco
Fonte Cloacutevis A Schwertner
O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura
fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A
estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto
Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas
maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)
Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um
termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlii
Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado
em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e
maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura
eacute abastecido por uma pilha (15 V)
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade
de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs
produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A
Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos
naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a
10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou
quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico
seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo
42 Meacutetodos
A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco
compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os
compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura
por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas
laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as
geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos
escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliii
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
421 Das dosagens ndash Experimento 01
Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de
agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do
aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas
pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram
de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos
fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10
Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por
compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)
mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura
19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com
trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75
aacutecaros em toda a bancada
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliv
Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo
reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme
metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para
caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da
empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o
controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite
de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de
controle (PROMIP 2008)
Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo
protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem
demonstrou-se mais eficiente
422 Das dosagens ndash Experimento 02
Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual
foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlv
compartimento
No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em
cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos
foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do
experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos
produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar
o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados
A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram
intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia
abaixo
14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E
14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos
7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees
a = Aplicaccedilatildeo
c = Contagem dos aacutecaros
A = primeira contagem
B = segunda contagem
C = terceira contagem
D = quarta contagem
E = quinta contagem
A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi
respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvi
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)
desta sequencia experimental (figura 20)
Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio
estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento
avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada
vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvii
seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das
folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o
desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal
As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao
compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos
totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)
Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados
Figura 21 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Figura 22 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlviii
Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise
estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de
descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees
para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como
para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas
descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas
utilizadas destaca-se o teste de Tukey
O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)
Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS
Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir
comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas
diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos
Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha
Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)
Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica
Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina
Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlix
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Resultado global
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e
bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa
Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10
paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos
naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os
produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros
predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve
eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores
Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos
nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas
novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento
Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas
no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10
porque esta se demonstrou mais eficiente
Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium
anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das
meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi
a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas
folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores
diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de
discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
l
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico
Dosagens
050 100
Folhas Velhas 040 060
B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120
Folhas Novas 120 140
Folhas Velhas 033 200
Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100
Folhas Novas 100 036
Folhas Velhas 040 080
Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060
Folhas Novas 120 040
Folhas Velhas 020 000
Abamectina Folhas Meacutedias 080 000
Folhas Novas 040 000
Folhas Velhas 060 220
Testemunha Folhas Meacutedias 120 180
Folhas Novas 140 060
Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das
contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento
Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia
das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a
meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos
A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados
e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10
e 05
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
li
Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas
meacutedias e novas
Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos
tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o
nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e
velhas nas dosagens de 05 e 10
Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os
predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme
PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o
enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima
de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees
poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lii
Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas
Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liii
Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos
permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle
de aacutecaros fitoacutefagos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liv
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do
agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos
testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em
sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas
aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas
contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores
denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas
44 a 46)
O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos
e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu
constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o
agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do
experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lv
10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi
aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o
calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos
aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias
Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo
teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o
tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento
Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve
diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada
diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)
Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas
natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvi
experimento (figura 30)
Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os
tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os
tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)
Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila
significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvii
Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens
efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o
aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)
Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira
contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao
tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo
teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram
diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lviii
Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve
diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)
Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lix
No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas
meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base
de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o
agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro
predador (figura 35)
Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar
Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de
desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T
urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios
imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos
de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade
de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a
partir de 15 ordm C
A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no
periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste
periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lx
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento
A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo
do experimento
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxi
Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar
aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell
(1973 in BERTOLO 2007)
52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos
Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle
dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de
relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na
produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do
trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e
consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo
Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os
seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no
quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo
acrescidos no valor final do produto
Produtos
Quant Litro R$
Pulverizador Costal
R$
Oacuteculos Policarbonato
R$
Luvas Borracha
R$
EPI cBotas
R$
Custo Total R$
Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000
Bbassianae
M anisopliae
5300 15500 1800 700 23300
Calda
sulfocalcica
700 15500 1800 700 18700
Abamectina 5900 15500 9200 30600
Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)
No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$
8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos
trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute
necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxii
a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador
manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na
aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)
Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiii
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento
Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram
aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro
rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do
experimento
Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiv
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento
No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente
danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)
Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxv
6 CONCLUSOtildeES
O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de
desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais
saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou
em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo
ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera
jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem
alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos
Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e
bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade
produtividade e rentabilidade econocircmica
O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica
(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na
cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico
Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros
predadores
Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de
geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador
se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos
Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque
multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvi
7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABREU JUNIOR E 1998 Praticas alternativas de controle de pragas e doenccedilas
na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP 115 p
ACOPEMA 2008 Estufas agriacutecolas in wwwacopemacombr acesso 20092009
AFLORI 2009 in httpwwwafloricombrnoticiaphppagina=MTA3 acesso
17092009
AGROBIOLOGICA 2009 in wwwagrobiologicacombr acesso 20-09-2009
AGRONOMIACOMGISMONTI 2009 in agronomiacomgismontiblogspotcom
acesso 20-09-2009
AKI YA 2002 Buacutessula da comercializaccedilatildeo para produtores de ornamentais
Satildeo Paulo Heliza Editora Comeacutercio e Industria Graacutefica 179 p
ANDEF 2001 Manual de Uso Correto de Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual
Associaccedilatildeo Nacional de Defesa Vegetal Andef Campinas Satildeo Paulo
ANVISA 2003
httpwwwcamaragovbrinternetcomissaoindexpermcaprAgrotoxMeirellespdf
acesso em 30-09-2009
Bayer Garden - httpwwwbayergardendkdaplantedoktorn
httpplantedoktordkinsektrigetenghtm acesso 21-09-2009
BALL 2006 Informaccedilotildees culturais geacuterberas em vaso Holambra Satildeo Paulo in
wwwballcombr acesso 2002009
BARRIGOSI Joseacute Alexandre Freitas 2008 EMBRAPA
httpwwwagenciacnptiaembrapabrgestorarrozarvoreCONT000fohgb6co02w
yiv8065610dc2ls9tihtml Acessado em 05-12-2011
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvii
BERTOLO EC 2007 Efeito da temperatura e do hospedeiro na biologia do
aacutecaro rajado Tetranychus urticae Koch (Acari Tetranychidae) Dissertaccedilatildeo
Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia da Faculdade de Agronomia e
Medicina Veterinaacuteria da Universidade de Passo Fundo ndash UPF Passo Fundo
BIOVALE 2009 in wwwbiovalecombr acesso 18082009
BOGORNI PC 2003 Efeito de Extratos Aquosos de Trichilia spp sobre o
desenvolvimento de Spodoptera frugiperda (J E Smith) em milho Tese de
Mestrado Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo - USP
BOLLAND HR GUTERREZ and JFLETCHTMANN CHW World Catalogue of
the Spider Mite Family (AcariTetranychidae) Leiden Boston Koumlln Brill 1998
BORTOLOZZO Adriane Regina MELO George Wellington Bastos de VARGAS
Leandro Produccedilatildeo de Morangos no Sistema Semi-Hidropocircnico Agosto 2006
BUAINAIN AM BATALHA MO (orgs) 2007 Cadeias Produtivas de Flores e
Mel Seacuterie Agronegoacutecios MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento Brasiacutelia IIICA MAPASPA 140 p
CARNEIRO SM de TPG Accedilatildeo do nim sobre fungos fitopatogecircnicos In
MARTINEZ SS O Nim ndash Azadirachta indica natureza usos muacuteltiplos
produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do Paranaacute 2002 p 59ndash64
CARSON Rachel 2010 Primavera silenciosa [traduzido por Claudia SantrsquoAnna
Martins] ndash 1 ed ndash Satildeo Paulo Gaia 327 p
CARVALHO R da S 2006 Biocontrole de moscas-das-frutas histoacuterico
conceito e estrateacutegias Cruz das Almas Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical (Circular Teacutecnica 83)
CERESTVales
httpwwwsaudersgovbrdados1197641782571CEREST20Vales20-
20Santa20Cruz20do20Sulpdf
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxviii
CGAC ndash MAPA 2003
httpwwwagriculturagovbrarq_editorfilecamaras_setoriaisFlores_e_plantas_o
rnamentais30ROApp_Informespdf
CHABOUSSOU F 1987 Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da
Trofobiose) LampPM Editores Porto Alegre
DALZOTO PR HURY KF 2009 Controle bioloacutegico de pragas no Brasil Satildeo
Paulo v 71 n1 p 37-41
DORNELLES Marccedilal Elizandro SCHOSSLER Joseacute Fernando CASALI Andreacute Luis
BRONDANI Leonardo Basso 2009 Inspeccedilatildeo teacutecnica de pulverizadores
agriacutecolas histoacuterico e importacircncia Ciecircnc rural 39(5)1600-1605 ago 2009
ilus tab httpbasesbiremebrcgi-
binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampsrc=googleampbase=LILACSamplang
=pampnextAction=lnkampexprSearch=521212ampindexSearch=ID
Ecocert Brasil 2001 wwwecocertcombr Acesso em 18-09-2009
EMBRAPA 2003
httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
acesso em 30-09-2009
EVANS GO 1992 Principes of acarology Wallingford CAB Intenational 563 p
FERLA NJ MARCHETI MM GONCcedilALVES D 2007 Aacutecaros predadores
(Acari) associados agrave cultura do morango (Fragaria sp Rosaceae) e plantas
proacuteximas no Estado do Rio Grande do Sul Biota Neotropica Vol 7 (number 2)
p 103-110
FERNANDEZ SM 2001 Baacutesico de floricultura ndash manual de treinamento
SENAR Porto Alegre
FLECHTMANN CHW 1979 Aacutecaros de importacircncia agriacutecola Satildeo Paulo Nobel
3ed 189 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxix
FURLAN MR 1997 Aacutecaros Revista Tempo Verde ano XX n 151 abril
GARCIA JLM 2001 Oacuteleo de Nim ndash O Bioprotetor Natural Seacuterie Agricultura
Alternativa Maio 16 p
HERNANDES J L RIBEIRO IJA 2008 Tratamento de inverno Boletim
Teacutecnico Instituto Agronocircmico Campinas IAC SP
IBRAFLOR 2002 Diagnoacutestico da cadeia produtiva de flores e plantas
ornamentais no estado de Alagoas ndash Contrato UFV-Funarte Sebrae ndash AL
IBRAFLOR 2009 in httpwwwaprendendoaexportargovbrfloressetorperfilasp
acesso 15092009
JEPPSON LR KEIFER HH BAKER EW 1975 Mites injurious to economic
plants Berkeley University of California Press 614 p
JORNAL AGROSOFT 2010 Notiacutecia datada de 01-07-2010 Brasil eacute o paiacutes que
mais usa agrotoacutexicos no mundo
KAumlMPF AN DAUDT RS 1999 Diagnoacutestico da floricultura no Rio Grande do
Sul Ciecircncia Rural vol 29 n 3 p 561-563 1999
LAZZARINI GJ 2005 Efeito da umidade sobre a germinaccedilatildeo in vitro de
Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae e atividade contra Triatoma
infestans Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Parasitologia) ndash Instituto de Patologia
Tropical e Sauacutede Puacuteblica Universidade Federal de Goiaacutes Goiacircnia 46 p
LIESERING VR 1960 Beitrag zum Phytopathologischen
Wirkungsmechanismus des Tetranychus urticae Koch Z Pflkrankh 67524-
542
LONDRES Flavia 2011 AGROTOacuteXICOS NO BRASIL um guia para accedilatildeo em
defesa da vida Rio de Janeiro AS ndash PTA ndash Assessoria e Serviccedilos a Projetos em
Agricultura Alternativa 190 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxx
LORENZI H 2001 Plantas ornamentais no Brasil arbustivas herbaacuteceas e
trepadeiras 3 ed Nova Odessa SP Instituto Plantarum 568 p
LUTZEMBERGER Joseacute Manual de Ecologia ndash do Jardim ao Poder LampPM
Editores Porto Alegre 2004 116 p
MACEDO MAA 2003 Taacuteticas de controle de 2 pragas em cultivares de
tomateiro de crescimento determinado Dissertaccedilatildeo UNESP-Jaboticabal
MARTINEZ SS Composiccedilatildeo do nim In Martinez SS O Nim ndash Azadirachta
indica natureza usos muacuteltiplos produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do
Paranaacute 2008
MELLO Itamar Soares de AZEVEDO Joatildeo Luacutecio de 1999 CONTROLE
BIOLOacuteGICO Vol 3 Editora UFV 308 p
MORAES GJ 1986 Controle bioloacutegico de aacutecaros fitoacutefagos Miscelacircnea
SOCOLEN v 8 p 29-63
MORAES GJ FLECHTMANN CHW 1981 Aacutecaros fitoacutefagos do nordeste do
Brasil Pequisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 16 n2 p177-186
MORAES G J e FLECHTMANN CH W 2008 Manual de Acarologia
Acarologia Baacutesica e Aacutecaros de Plantas Cultivadas no Brasil Ribeiratildeo Preto
Holos Editora 308 p il
MUNDODAEDUCACAO 2009 Importacircncia dos fungos in
wwwmundodaeducacaocombr acesso 18092009
NICKEL J L 1960 Temperature and humidity relationships of Tetranychus
desertorum Banks with special reference to distribution Hilgardia Berkeley
v 30 p 41-100
OLIVEIRA AAP 2007 Floricultura caracterizaccedilatildeo e mercado Fortaleza Banco
do Nordeste do Brasil 180p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxi
PADULA DA KAumlMPF AN SLONGO LA (orgs) 2003 Diagnoacutestico da cadeia
produtiva de flores e plantas ornamentais do Rio Grande do Sul in
http2012114147bdsBDSnsf311567070DCEA48C032572170054A774$File
NT000B578Epdf acesso 10082009
PENTEADO SR 2004 Proteccedilatildeo de plantas no sistema orgacircnico Curso de
Agricultura Orgacircnica (apostila 14 liccedilotildees) 1 ed Editor Fraga Penteado Cursos e
Planejamentos Ltda
PENTEADO SR 2006 Defensivos alternativos e naturais Campinas SP 174 p
PLASTISUL 2009 in httpwwwplastisulcombrestufasasp acesso 15092009
PRATES HS 1999 Caldas bordalesa sulfocaacutelcica e viccedilosa produtos
alternativos na citricultura ndash Folheto Informativo da CECORCATI ndash Campinas
PRIMAVESI AM 1998 Praacuteticas de Produccedilatildeo de Plantas em um conceito
Holiacutestico in ABREU HJ (ed) Praacuteticas alternativas de controle de pragas e
doenccedilas na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP EMOPI p 2-9
PRIMAVESI AM 1990 Manejo Ecoloacutegico do Solo Editora Nobel Satildeo Paulo
PRITCHARD AE BAKER EW 1955 A revision of the spider mite family
Tetranychidae San Francisco Pacific Coast Entomological Society v2
PROMIP 2008 in wwwpromipagrbrprodutoaspcID=18pID=18 acesso
21092009
PURI HS 1999 NEEM ndash The divine Tree Azadirachta indica Medicinal and
Aromatic Plants Industrial Profiles Hardwood Academic Publishers 182 p
PURQUERIO LFV TIVELLI SW 2006 Manejo do ambiente em cultivo
protegido Instituto Agronocircmico de Campinas IAC Centro de Horticultura
Campinas SP
QUINTELLA E 2002 Tempo de Mortalidade Meacutedia de Ninfas de Bemisia tabaci
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxii
(Gennadius) tratados com Oacuteleo de Nim Indiano Trabalho apresentado no 19ordm
Congresso Brasileiro de Entomologia Manaus
REVISTA DE AGRONEGOacuteCIOS DA FGV 2007 Ediccedilatildeo Ndeg 09 - Volume 27 in
httpwwwagroanalysiscombrindexphparea=conteudoampmat_id=327ampfrom=me
rcadonegocios acesso 20092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrrevista_junho_07assinaturaphp
acesso 15092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrindexphpreferencia=acura acesso
15092009
ROGGIA S 2007 Aacutecaros tetraniquiacutedeos (prostigmata Tetranychidae)
asssociados agrave soja no rio grande do sul ocorrecircncia identificaccedilao de
espeacutecies e efeito de cultivares e de plantas daninhas Dissertaccedilatildeo UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
SALASAR Caveiro Henrique 1982 Inseticidas e acaricidas ndash toxicologia
receituaacuterio agronocircmico Livroceres Piracicaba SP 424 p
SATO ME 2006 Aacutecaros Predadores Boletim Teacutecnico Instituto Bioloacutegico
Controle Bioloacutegico de Insetos e Aacutecaros Satildeo Paulo n 15 86 p
SATO ME Resistecircncia eacute um seacuterio problema para a agricultura in
httpwwwinfobiboscomArtigo2009_2resitenciaindexhtm acesso 19-09-2009
SCHMUTTERER H amp ASCHER KRS 1984 Natural Pesticides from the Neem
Tree and other Tropical Plantas Procedings of the Second Internacional Neem
Conference Rauischholzhausen Federal Republic of Germany 25-28 May 1983
GTZ Eschborn 587 p
SEBRAE 2009 in
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiii
httpsebraers2interjornalcombrnoticiakmfnoticia=7528145ampcanal=221
acesso 28082009
SGANZERLA E 1987 Nova agricultura a fascinante arte de cultivar com os
plaacutesticos Porto Alegre 5a Ediccedilatildeo Revista e Ampliada Livraria e Editora
Agropecuaacuteria 1995
SILVA C A D da 2002 Biologia e exigecircncias teacutermicas do aacutecaro vermelho
Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 37 n 5 p 573-580
SIMPSON K W CONNELL W A 1973 Mites on soybeans moisture and
temperature relations Environmental Entomology College Park v 2 p 319-323
TAMAI MA LOPES RB ALVES SB 1998 Manejo de pragas na floricultura
USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroacutez
TERNES M Resistecircncia de insetos e plantas daninhas a praguicidas
Florianoacutepolis EMPASC 1985 25 p
TESTE DE TUKEY Disponiacutevel em lthttp
httpwwwportalactioncombrcontent31-teste-de-tukeygt Acesso em 12 nov 2011
UFV - Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG
httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
VIEIRA S Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) Satildeo Paulo Ed Atlas 2006 216 p
WIKIPEDIA 2009in wwwwikipediaorgwikidose_letal acesso 26092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiv
ANEXOS
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxv
ANEXO I
Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias
Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxvi
ANEXO II
Glossaacuterio
Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
viii
3 OBJETIVOS38
31 Objetivo Geral 38
32 Objetivos Especiacuteficos 38
4 MATERIAL E MEacuteTODOS 38
41 Materiais38
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico42
42 Meacutetodos42
421 Das dosagens ndash Experimento 0143
422 Das dosagens ndash Experimento 0244
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO49
51 Resultados global49
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa49
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e alternacircncias de
aplicaccedilotildees e contagens54
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens55
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar59
52 Viabilidade Econocircmica dos Produtos61
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento63
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento64
6 CONCLUSOtildeES65
REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS66
ANEXOS74
Anexo I75
Anexo II76
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria18
Figura 02 - Participaccedilatildeo dos EstadosRegiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas
Ornamentais18
Figura 03 - Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto percentagem 20
Figura 04 - Croquis de uma estufa do tipo Arco20
Figura 05 - Geacuterberas (Gerbera jamesonii)22
Figura 06 - Aacutecaro rajado25
Figura 07 - Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras26
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado27
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas33
Figura 10 ndash Pulverizador costal de 20 litros oacuteculos e luvas36
Figura 11 ndash Pulverizador sobre rodas com bomba e tanque37
Figura 12 ndash EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual37
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros39
Figura 14 ndash Muda de geacuterbera a ser plantada39
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos40
Figura 16 ndash Vista lateral da estufa tipo arco41
Figura 17 ndash O controle da temperatura e umidade relativa com termohigrocircmetro41
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos43
Figura 19 ndash Liberaccedilatildeo dos aacutecaros44
Figura 20 ndash Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos46
Figura 21 ndash Contagem dos aacutecaros47
Figura 22 ndash Contagem dos aacutecaros47
Figura 23 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas51
Figura 24 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas52
Figura 25 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas52
Figura 26 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias53
Figura 27 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas53
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
x
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas
meacutedias e novas54
Figura 29 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 555
Figura 30 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos56
Figura 31 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 556
Figura 32 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
considerando os tratamentos57
Figura 33 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 558
Figura 34 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
considerando os tratamentos58
Figura 35 - Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos 59
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento60
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a
realizaccedilatildeo do experimento60
Figura 38 - Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos62
Figura 39 - Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento 63
Figura 40 - Plantas testemunha64
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xi
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do
agrotoacutexico50
Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xii
SIGLAS
AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura
ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos
CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na
Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)
CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas
Ornamentais
CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola
EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
para Agricultura e Alimentaccedilatildeo
IAC Instituto Agronocircmico de Campinas
IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE
PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros
predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiii
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas
uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O
Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se
os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e
tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais
caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos
produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil
empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea
de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo
com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas
ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um
crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de
negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por
75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e
Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)
O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e
plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550
floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo
Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o
maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao
ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um
reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS
principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas
ornamentais no RS eacute promissor
O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou
em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu
aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas
na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas
sazonais com maior produtividade e qualidade
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiv
As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos
geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii
Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio
Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada
vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos
organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas
ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados
conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos
Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com
quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax
A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais
especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como
aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas
manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa
danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)
Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e
alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e
manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade
fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a
accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o
aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese
de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros
tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por
em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e
basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as
folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente
(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das
plantas com teia (JEPPSON et al 1975)
Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o
controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do
agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de
intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xv
Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e
botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao
uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas
adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)
Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de
vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL
AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo
persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram
colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande
maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que
enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)
O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos
Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa
Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf
Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o
mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e
Rio Pardo (CERESTVales)
Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam
e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee
de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado
por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de
Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)
e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre
eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em
estufas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvi
12 Motivaccedilatildeo
No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e
Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis
Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo
Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no
decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser
vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU
1987)
No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli
Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros
ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi
procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul
referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma
demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em
niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia
Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para
Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por
produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas
sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo
apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvii
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais
Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim
significa jardim A horticultura estaacute dividida em
fruticultura ndash cultivo de pomares
olericultura ndash cultivo da horta
floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)
Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade
tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15
hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar
corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do
ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando
uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um
faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)
As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares
Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194
mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na
produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15
mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)
No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas
ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores
envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para
folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al
2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xviii
Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria
Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007
Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas
liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da
produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os
estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo
produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)
Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais
Fonte IBRAFLOR 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xix
Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de
Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE
FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo
propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos
setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que
envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que
impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias
profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e
fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)
A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e
comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002
para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de
2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em
180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445
produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810
hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em
18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)
Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e
com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva
juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio
governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e
externo (AFLORI 2009)
22 Estufas
O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto
ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em
cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos
climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de
granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o
cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)
(BUAINAIN et al 2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xx
Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o
cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011
Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e
telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo
em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar
Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como
tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)
Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxi
A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo
com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as
seguintes
as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos
predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do
Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes
frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do
vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada
em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do
Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas
necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode
variar de acordo com a disponibilidade do terreno
a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros
em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia
portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa
ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e
construccedilotildees (SGANZERLA 1995)
O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo
da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo
solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo
para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente
protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre
ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que
diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio
hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a
capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o
manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua
fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da
umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro
ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et
al2006)
Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxii
Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores
e plantas ornamentais
23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii
As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da
categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se
as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado
principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)
As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi
batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug
Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul
O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia
das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo
entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera
hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas
caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo
do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)
A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na
composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e
estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre
as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)
Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiii
A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser
produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma
produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas
com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento
moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo
do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para
iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada
luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida
iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna
igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)
A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo
solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais
componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua
escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de
sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um
desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em
clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)
231 Geacuterberas em vasos
O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito
usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da
temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema
frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado
em parte no cultivo em vasos
Entre as vantagens do sistema estatildeo
aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia
melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser
construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel
ao trabalhador
diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo
e pragas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiv
diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o
que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas
diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de
fertilizantes (SEBRAE 2009)
24 Aacutecaros
Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos
carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais
causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute
semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como
insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas
e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes
pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em
duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)
Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros
apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao
homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo
aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de
decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute
comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos
geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas
ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)
Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas
pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de
lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e
daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais
importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus
desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)
241 Aacutecaro Rajado
Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de
plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxv
de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo
014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das
folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos
agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-
se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase
ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees
laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato
geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae
Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS
O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias
agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20
dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo
para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo
emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A
longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40
dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente
e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior
longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e
ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de
grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvi
alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo
celular (FLECHTMANN 1979)
O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua
alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam
as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas
circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do
ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do
equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)
Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm
acesso 21-09-2009
A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave
queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da
fotossiacutentese (LIESERING 1960)
Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta
para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem
demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das
casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvii
instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN
1979)
No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de
agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos
trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o
ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um
processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos
acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro
rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxviii
Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de
morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho
(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o
controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo
ornamentais e outros (SATO 2006)
Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram
realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro
rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano
econocircmico
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos
A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos
seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a
comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes
no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da
vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na
qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas
de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas
brasileiras (DALZOTO et al 2009)
Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos
agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro
Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do
meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e
documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de
substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as
consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os
agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os
processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos
procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede
puacuteblica (CARSON 2010)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxix
251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina
A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina
(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas
globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave
importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma
e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e
significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia
da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios
ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo
de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por
pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha
(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a
Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim
Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e
persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute
crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de
onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola
veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)
Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o
controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por
pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)
No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -
IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros
O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo
da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio
ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos
insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de
vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)
Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas
pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxx
desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede
temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas
espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A
eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de
oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas
(GARCIA 2001)
O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave
disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos
os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de
pragas (GARCIA 2001)
Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas
Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha
gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora
brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute
bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens
Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus
cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente
broca-dos-frutos
Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito
Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho
(MARTINEZ 2008)
Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos
vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles
Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de
Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em
testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes
resultados
Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada
universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado
teor de capsaicina
Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e
possui propriedades bactericidas e fungicidas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxi
Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do
repertoacuterio de inseticidas vegetais
Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido
como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do
urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra
violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente
ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu
efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades
inseticidas (MARTINEZ 2008)
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos
Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade
consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica
satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com
algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo
da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na
natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o
uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem
medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras
que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos
dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e
Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos
nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)
Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos
tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no
controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros
produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais
podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O
avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao
controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle
do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados
tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxii
2009)
Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um
parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do
inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a
superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou
aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a
oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas
pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria
bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura
(DALZOTO 2009)
As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em
pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em
constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo
Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom
molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo
e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte
Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura
ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO
et al 1999)
253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas
As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas
e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se
de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para
aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que
proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo
enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta
aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a
Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)
Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a
Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada
entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiii
obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos
de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e
densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo
indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais
(PENTEADO 2006)
A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua
constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande
diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os
principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e
estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como
caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade
adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer
seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se
usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre
pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente
abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em
temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda
sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiv
26 Agrotoacutexicos
Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que
se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias
categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que
eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas
cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)
e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas
inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que
dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de
arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a
praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura
convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-
fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua
classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre
outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos
agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas
principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os
venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas
provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda
e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem
rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A
intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a
exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo
suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas
outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a
aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas
taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo
prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de
veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os
afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxv
261 Abamectina
A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e
aacutecaros
CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida
GRUPO QUIacuteMICO Avermectina
TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)
A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente
toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)
O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50
(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero
Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica
capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias
Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de
quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a
toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo
quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001
O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito
toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II
ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de
Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)
GRUPOS
DL50
(mgKg)
Dose letal provaacutevel para o homem
Extremamente
toacutexicos
lt 10
1 pitada - algumas gotas
Altamente toacutexicos
10-50
algumas gotas -1 colher de chaacute
Medianamente toacutexicos
500-5000
1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa
Pouco toacutexicos
05g-50g
2 colheres de sopa- 1 copo
Muito pouco toacutexicos
50g ou 150g
1 copo -
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvi
Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se
assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo
para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe
a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente
negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em
aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras
cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam
animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)
Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de
equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)
Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros
Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de
produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvii
Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner
Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de
EPI (figura 12)
Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com
aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou
superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxviii
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterberas em estufa
32 Objetivos Especiacuteficos
Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterbera em estufa
Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas
concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na
cultura de geacuterbera em estufa
Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos
na cultura de geacuterbera em estufa
Avaliar os aacutecaros predadores
4 MATERIAL E MEacuteTODOS
41 Materiais
Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural
produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de
Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado
para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxix
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura
14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o
plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue
necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee
Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xl
O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento
teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de
fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de
mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade
de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes
plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser
trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer
tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das
embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve
ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)
teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade
O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem
orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma
excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para
os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)
fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita
(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as
mudas de geacuterberas (figura 15)
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xli
Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco
(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS
Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco
Fonte Cloacutevis A Schwertner
O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura
fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A
estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto
Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas
maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)
Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um
termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlii
Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado
em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e
maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura
eacute abastecido por uma pilha (15 V)
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade
de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs
produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A
Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos
naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a
10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou
quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico
seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo
42 Meacutetodos
A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco
compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os
compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura
por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas
laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as
geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos
escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliii
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
421 Das dosagens ndash Experimento 01
Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de
agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do
aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas
pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram
de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos
fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10
Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por
compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)
mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura
19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com
trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75
aacutecaros em toda a bancada
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliv
Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo
reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme
metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para
caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da
empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o
controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite
de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de
controle (PROMIP 2008)
Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo
protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem
demonstrou-se mais eficiente
422 Das dosagens ndash Experimento 02
Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual
foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlv
compartimento
No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em
cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos
foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do
experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos
produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar
o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados
A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram
intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia
abaixo
14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E
14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos
7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees
a = Aplicaccedilatildeo
c = Contagem dos aacutecaros
A = primeira contagem
B = segunda contagem
C = terceira contagem
D = quarta contagem
E = quinta contagem
A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi
respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvi
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)
desta sequencia experimental (figura 20)
Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio
estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento
avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada
vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvii
seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das
folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o
desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal
As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao
compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos
totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)
Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados
Figura 21 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Figura 22 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlviii
Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise
estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de
descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees
para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como
para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas
descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas
utilizadas destaca-se o teste de Tukey
O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)
Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS
Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir
comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas
diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos
Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha
Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)
Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica
Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina
Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlix
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Resultado global
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e
bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa
Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10
paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos
naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os
produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros
predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve
eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores
Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos
nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas
novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento
Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas
no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10
porque esta se demonstrou mais eficiente
Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium
anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das
meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi
a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas
folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores
diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de
discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
l
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico
Dosagens
050 100
Folhas Velhas 040 060
B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120
Folhas Novas 120 140
Folhas Velhas 033 200
Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100
Folhas Novas 100 036
Folhas Velhas 040 080
Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060
Folhas Novas 120 040
Folhas Velhas 020 000
Abamectina Folhas Meacutedias 080 000
Folhas Novas 040 000
Folhas Velhas 060 220
Testemunha Folhas Meacutedias 120 180
Folhas Novas 140 060
Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das
contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento
Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia
das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a
meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos
A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados
e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10
e 05
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
li
Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas
meacutedias e novas
Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos
tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o
nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e
velhas nas dosagens de 05 e 10
Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os
predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme
PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o
enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima
de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees
poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lii
Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas
Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liii
Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos
permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle
de aacutecaros fitoacutefagos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liv
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do
agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos
testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em
sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas
aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas
contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores
denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas
44 a 46)
O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos
e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu
constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o
agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do
experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lv
10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi
aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o
calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos
aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias
Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo
teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o
tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento
Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve
diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada
diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)
Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas
natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvi
experimento (figura 30)
Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os
tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os
tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)
Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila
significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvii
Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens
efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o
aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)
Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira
contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao
tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo
teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram
diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lviii
Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve
diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)
Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lix
No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas
meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base
de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o
agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro
predador (figura 35)
Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar
Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de
desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T
urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios
imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos
de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade
de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a
partir de 15 ordm C
A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no
periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste
periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lx
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento
A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo
do experimento
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxi
Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar
aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell
(1973 in BERTOLO 2007)
52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos
Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle
dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de
relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na
produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do
trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e
consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo
Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os
seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no
quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo
acrescidos no valor final do produto
Produtos
Quant Litro R$
Pulverizador Costal
R$
Oacuteculos Policarbonato
R$
Luvas Borracha
R$
EPI cBotas
R$
Custo Total R$
Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000
Bbassianae
M anisopliae
5300 15500 1800 700 23300
Calda
sulfocalcica
700 15500 1800 700 18700
Abamectina 5900 15500 9200 30600
Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)
No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$
8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos
trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute
necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxii
a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador
manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na
aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)
Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiii
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento
Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram
aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro
rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do
experimento
Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiv
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento
No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente
danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)
Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxv
6 CONCLUSOtildeES
O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de
desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais
saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou
em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo
ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera
jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem
alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos
Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e
bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade
produtividade e rentabilidade econocircmica
O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica
(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na
cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico
Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros
predadores
Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de
geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador
se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos
Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque
multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvi
7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABREU JUNIOR E 1998 Praticas alternativas de controle de pragas e doenccedilas
na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP 115 p
ACOPEMA 2008 Estufas agriacutecolas in wwwacopemacombr acesso 20092009
AFLORI 2009 in httpwwwafloricombrnoticiaphppagina=MTA3 acesso
17092009
AGROBIOLOGICA 2009 in wwwagrobiologicacombr acesso 20-09-2009
AGRONOMIACOMGISMONTI 2009 in agronomiacomgismontiblogspotcom
acesso 20-09-2009
AKI YA 2002 Buacutessula da comercializaccedilatildeo para produtores de ornamentais
Satildeo Paulo Heliza Editora Comeacutercio e Industria Graacutefica 179 p
ANDEF 2001 Manual de Uso Correto de Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual
Associaccedilatildeo Nacional de Defesa Vegetal Andef Campinas Satildeo Paulo
ANVISA 2003
httpwwwcamaragovbrinternetcomissaoindexpermcaprAgrotoxMeirellespdf
acesso em 30-09-2009
Bayer Garden - httpwwwbayergardendkdaplantedoktorn
httpplantedoktordkinsektrigetenghtm acesso 21-09-2009
BALL 2006 Informaccedilotildees culturais geacuterberas em vaso Holambra Satildeo Paulo in
wwwballcombr acesso 2002009
BARRIGOSI Joseacute Alexandre Freitas 2008 EMBRAPA
httpwwwagenciacnptiaembrapabrgestorarrozarvoreCONT000fohgb6co02w
yiv8065610dc2ls9tihtml Acessado em 05-12-2011
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvii
BERTOLO EC 2007 Efeito da temperatura e do hospedeiro na biologia do
aacutecaro rajado Tetranychus urticae Koch (Acari Tetranychidae) Dissertaccedilatildeo
Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia da Faculdade de Agronomia e
Medicina Veterinaacuteria da Universidade de Passo Fundo ndash UPF Passo Fundo
BIOVALE 2009 in wwwbiovalecombr acesso 18082009
BOGORNI PC 2003 Efeito de Extratos Aquosos de Trichilia spp sobre o
desenvolvimento de Spodoptera frugiperda (J E Smith) em milho Tese de
Mestrado Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo - USP
BOLLAND HR GUTERREZ and JFLETCHTMANN CHW World Catalogue of
the Spider Mite Family (AcariTetranychidae) Leiden Boston Koumlln Brill 1998
BORTOLOZZO Adriane Regina MELO George Wellington Bastos de VARGAS
Leandro Produccedilatildeo de Morangos no Sistema Semi-Hidropocircnico Agosto 2006
BUAINAIN AM BATALHA MO (orgs) 2007 Cadeias Produtivas de Flores e
Mel Seacuterie Agronegoacutecios MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento Brasiacutelia IIICA MAPASPA 140 p
CARNEIRO SM de TPG Accedilatildeo do nim sobre fungos fitopatogecircnicos In
MARTINEZ SS O Nim ndash Azadirachta indica natureza usos muacuteltiplos
produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do Paranaacute 2002 p 59ndash64
CARSON Rachel 2010 Primavera silenciosa [traduzido por Claudia SantrsquoAnna
Martins] ndash 1 ed ndash Satildeo Paulo Gaia 327 p
CARVALHO R da S 2006 Biocontrole de moscas-das-frutas histoacuterico
conceito e estrateacutegias Cruz das Almas Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical (Circular Teacutecnica 83)
CERESTVales
httpwwwsaudersgovbrdados1197641782571CEREST20Vales20-
20Santa20Cruz20do20Sulpdf
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxviii
CGAC ndash MAPA 2003
httpwwwagriculturagovbrarq_editorfilecamaras_setoriaisFlores_e_plantas_o
rnamentais30ROApp_Informespdf
CHABOUSSOU F 1987 Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da
Trofobiose) LampPM Editores Porto Alegre
DALZOTO PR HURY KF 2009 Controle bioloacutegico de pragas no Brasil Satildeo
Paulo v 71 n1 p 37-41
DORNELLES Marccedilal Elizandro SCHOSSLER Joseacute Fernando CASALI Andreacute Luis
BRONDANI Leonardo Basso 2009 Inspeccedilatildeo teacutecnica de pulverizadores
agriacutecolas histoacuterico e importacircncia Ciecircnc rural 39(5)1600-1605 ago 2009
ilus tab httpbasesbiremebrcgi-
binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampsrc=googleampbase=LILACSamplang
=pampnextAction=lnkampexprSearch=521212ampindexSearch=ID
Ecocert Brasil 2001 wwwecocertcombr Acesso em 18-09-2009
EMBRAPA 2003
httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
acesso em 30-09-2009
EVANS GO 1992 Principes of acarology Wallingford CAB Intenational 563 p
FERLA NJ MARCHETI MM GONCcedilALVES D 2007 Aacutecaros predadores
(Acari) associados agrave cultura do morango (Fragaria sp Rosaceae) e plantas
proacuteximas no Estado do Rio Grande do Sul Biota Neotropica Vol 7 (number 2)
p 103-110
FERNANDEZ SM 2001 Baacutesico de floricultura ndash manual de treinamento
SENAR Porto Alegre
FLECHTMANN CHW 1979 Aacutecaros de importacircncia agriacutecola Satildeo Paulo Nobel
3ed 189 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxix
FURLAN MR 1997 Aacutecaros Revista Tempo Verde ano XX n 151 abril
GARCIA JLM 2001 Oacuteleo de Nim ndash O Bioprotetor Natural Seacuterie Agricultura
Alternativa Maio 16 p
HERNANDES J L RIBEIRO IJA 2008 Tratamento de inverno Boletim
Teacutecnico Instituto Agronocircmico Campinas IAC SP
IBRAFLOR 2002 Diagnoacutestico da cadeia produtiva de flores e plantas
ornamentais no estado de Alagoas ndash Contrato UFV-Funarte Sebrae ndash AL
IBRAFLOR 2009 in httpwwwaprendendoaexportargovbrfloressetorperfilasp
acesso 15092009
JEPPSON LR KEIFER HH BAKER EW 1975 Mites injurious to economic
plants Berkeley University of California Press 614 p
JORNAL AGROSOFT 2010 Notiacutecia datada de 01-07-2010 Brasil eacute o paiacutes que
mais usa agrotoacutexicos no mundo
KAumlMPF AN DAUDT RS 1999 Diagnoacutestico da floricultura no Rio Grande do
Sul Ciecircncia Rural vol 29 n 3 p 561-563 1999
LAZZARINI GJ 2005 Efeito da umidade sobre a germinaccedilatildeo in vitro de
Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae e atividade contra Triatoma
infestans Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Parasitologia) ndash Instituto de Patologia
Tropical e Sauacutede Puacuteblica Universidade Federal de Goiaacutes Goiacircnia 46 p
LIESERING VR 1960 Beitrag zum Phytopathologischen
Wirkungsmechanismus des Tetranychus urticae Koch Z Pflkrankh 67524-
542
LONDRES Flavia 2011 AGROTOacuteXICOS NO BRASIL um guia para accedilatildeo em
defesa da vida Rio de Janeiro AS ndash PTA ndash Assessoria e Serviccedilos a Projetos em
Agricultura Alternativa 190 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxx
LORENZI H 2001 Plantas ornamentais no Brasil arbustivas herbaacuteceas e
trepadeiras 3 ed Nova Odessa SP Instituto Plantarum 568 p
LUTZEMBERGER Joseacute Manual de Ecologia ndash do Jardim ao Poder LampPM
Editores Porto Alegre 2004 116 p
MACEDO MAA 2003 Taacuteticas de controle de 2 pragas em cultivares de
tomateiro de crescimento determinado Dissertaccedilatildeo UNESP-Jaboticabal
MARTINEZ SS Composiccedilatildeo do nim In Martinez SS O Nim ndash Azadirachta
indica natureza usos muacuteltiplos produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do
Paranaacute 2008
MELLO Itamar Soares de AZEVEDO Joatildeo Luacutecio de 1999 CONTROLE
BIOLOacuteGICO Vol 3 Editora UFV 308 p
MORAES GJ 1986 Controle bioloacutegico de aacutecaros fitoacutefagos Miscelacircnea
SOCOLEN v 8 p 29-63
MORAES GJ FLECHTMANN CHW 1981 Aacutecaros fitoacutefagos do nordeste do
Brasil Pequisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 16 n2 p177-186
MORAES G J e FLECHTMANN CH W 2008 Manual de Acarologia
Acarologia Baacutesica e Aacutecaros de Plantas Cultivadas no Brasil Ribeiratildeo Preto
Holos Editora 308 p il
MUNDODAEDUCACAO 2009 Importacircncia dos fungos in
wwwmundodaeducacaocombr acesso 18092009
NICKEL J L 1960 Temperature and humidity relationships of Tetranychus
desertorum Banks with special reference to distribution Hilgardia Berkeley
v 30 p 41-100
OLIVEIRA AAP 2007 Floricultura caracterizaccedilatildeo e mercado Fortaleza Banco
do Nordeste do Brasil 180p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxi
PADULA DA KAumlMPF AN SLONGO LA (orgs) 2003 Diagnoacutestico da cadeia
produtiva de flores e plantas ornamentais do Rio Grande do Sul in
http2012114147bdsBDSnsf311567070DCEA48C032572170054A774$File
NT000B578Epdf acesso 10082009
PENTEADO SR 2004 Proteccedilatildeo de plantas no sistema orgacircnico Curso de
Agricultura Orgacircnica (apostila 14 liccedilotildees) 1 ed Editor Fraga Penteado Cursos e
Planejamentos Ltda
PENTEADO SR 2006 Defensivos alternativos e naturais Campinas SP 174 p
PLASTISUL 2009 in httpwwwplastisulcombrestufasasp acesso 15092009
PRATES HS 1999 Caldas bordalesa sulfocaacutelcica e viccedilosa produtos
alternativos na citricultura ndash Folheto Informativo da CECORCATI ndash Campinas
PRIMAVESI AM 1998 Praacuteticas de Produccedilatildeo de Plantas em um conceito
Holiacutestico in ABREU HJ (ed) Praacuteticas alternativas de controle de pragas e
doenccedilas na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP EMOPI p 2-9
PRIMAVESI AM 1990 Manejo Ecoloacutegico do Solo Editora Nobel Satildeo Paulo
PRITCHARD AE BAKER EW 1955 A revision of the spider mite family
Tetranychidae San Francisco Pacific Coast Entomological Society v2
PROMIP 2008 in wwwpromipagrbrprodutoaspcID=18pID=18 acesso
21092009
PURI HS 1999 NEEM ndash The divine Tree Azadirachta indica Medicinal and
Aromatic Plants Industrial Profiles Hardwood Academic Publishers 182 p
PURQUERIO LFV TIVELLI SW 2006 Manejo do ambiente em cultivo
protegido Instituto Agronocircmico de Campinas IAC Centro de Horticultura
Campinas SP
QUINTELLA E 2002 Tempo de Mortalidade Meacutedia de Ninfas de Bemisia tabaci
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxii
(Gennadius) tratados com Oacuteleo de Nim Indiano Trabalho apresentado no 19ordm
Congresso Brasileiro de Entomologia Manaus
REVISTA DE AGRONEGOacuteCIOS DA FGV 2007 Ediccedilatildeo Ndeg 09 - Volume 27 in
httpwwwagroanalysiscombrindexphparea=conteudoampmat_id=327ampfrom=me
rcadonegocios acesso 20092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrrevista_junho_07assinaturaphp
acesso 15092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrindexphpreferencia=acura acesso
15092009
ROGGIA S 2007 Aacutecaros tetraniquiacutedeos (prostigmata Tetranychidae)
asssociados agrave soja no rio grande do sul ocorrecircncia identificaccedilao de
espeacutecies e efeito de cultivares e de plantas daninhas Dissertaccedilatildeo UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
SALASAR Caveiro Henrique 1982 Inseticidas e acaricidas ndash toxicologia
receituaacuterio agronocircmico Livroceres Piracicaba SP 424 p
SATO ME 2006 Aacutecaros Predadores Boletim Teacutecnico Instituto Bioloacutegico
Controle Bioloacutegico de Insetos e Aacutecaros Satildeo Paulo n 15 86 p
SATO ME Resistecircncia eacute um seacuterio problema para a agricultura in
httpwwwinfobiboscomArtigo2009_2resitenciaindexhtm acesso 19-09-2009
SCHMUTTERER H amp ASCHER KRS 1984 Natural Pesticides from the Neem
Tree and other Tropical Plantas Procedings of the Second Internacional Neem
Conference Rauischholzhausen Federal Republic of Germany 25-28 May 1983
GTZ Eschborn 587 p
SEBRAE 2009 in
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiii
httpsebraers2interjornalcombrnoticiakmfnoticia=7528145ampcanal=221
acesso 28082009
SGANZERLA E 1987 Nova agricultura a fascinante arte de cultivar com os
plaacutesticos Porto Alegre 5a Ediccedilatildeo Revista e Ampliada Livraria e Editora
Agropecuaacuteria 1995
SILVA C A D da 2002 Biologia e exigecircncias teacutermicas do aacutecaro vermelho
Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 37 n 5 p 573-580
SIMPSON K W CONNELL W A 1973 Mites on soybeans moisture and
temperature relations Environmental Entomology College Park v 2 p 319-323
TAMAI MA LOPES RB ALVES SB 1998 Manejo de pragas na floricultura
USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroacutez
TERNES M Resistecircncia de insetos e plantas daninhas a praguicidas
Florianoacutepolis EMPASC 1985 25 p
TESTE DE TUKEY Disponiacutevel em lthttp
httpwwwportalactioncombrcontent31-teste-de-tukeygt Acesso em 12 nov 2011
UFV - Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG
httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
VIEIRA S Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) Satildeo Paulo Ed Atlas 2006 216 p
WIKIPEDIA 2009in wwwwikipediaorgwikidose_letal acesso 26092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiv
ANEXOS
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxv
ANEXO I
Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias
Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxvi
ANEXO II
Glossaacuterio
Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
ix
LISTA DE FIGURAS
Figura 01 - Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria18
Figura 02 - Participaccedilatildeo dos EstadosRegiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas
Ornamentais18
Figura 03 - Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto percentagem 20
Figura 04 - Croquis de uma estufa do tipo Arco20
Figura 05 - Geacuterberas (Gerbera jamesonii)22
Figura 06 - Aacutecaro rajado25
Figura 07 - Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras26
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado27
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas33
Figura 10 ndash Pulverizador costal de 20 litros oacuteculos e luvas36
Figura 11 ndash Pulverizador sobre rodas com bomba e tanque37
Figura 12 ndash EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual37
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros39
Figura 14 ndash Muda de geacuterbera a ser plantada39
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos40
Figura 16 ndash Vista lateral da estufa tipo arco41
Figura 17 ndash O controle da temperatura e umidade relativa com termohigrocircmetro41
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos43
Figura 19 ndash Liberaccedilatildeo dos aacutecaros44
Figura 20 ndash Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos46
Figura 21 ndash Contagem dos aacutecaros47
Figura 22 ndash Contagem dos aacutecaros47
Figura 23 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas51
Figura 24 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas52
Figura 25 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas52
Figura 26 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias53
Figura 27 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas53
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
x
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas
meacutedias e novas54
Figura 29 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 555
Figura 30 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos56
Figura 31 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 556
Figura 32 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
considerando os tratamentos57
Figura 33 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 558
Figura 34 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
considerando os tratamentos58
Figura 35 - Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos 59
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento60
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a
realizaccedilatildeo do experimento60
Figura 38 - Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos62
Figura 39 - Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento 63
Figura 40 - Plantas testemunha64
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xi
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do
agrotoacutexico50
Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xii
SIGLAS
AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura
ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos
CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na
Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)
CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas
Ornamentais
CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola
EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
para Agricultura e Alimentaccedilatildeo
IAC Instituto Agronocircmico de Campinas
IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE
PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros
predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiii
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas
uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O
Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se
os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e
tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais
caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos
produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil
empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea
de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo
com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas
ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um
crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de
negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por
75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e
Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)
O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e
plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550
floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo
Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o
maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao
ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um
reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS
principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas
ornamentais no RS eacute promissor
O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou
em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu
aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas
na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas
sazonais com maior produtividade e qualidade
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiv
As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos
geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii
Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio
Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada
vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos
organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas
ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados
conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos
Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com
quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax
A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais
especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como
aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas
manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa
danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)
Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e
alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e
manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade
fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a
accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o
aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese
de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros
tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por
em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e
basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as
folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente
(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das
plantas com teia (JEPPSON et al 1975)
Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o
controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do
agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de
intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xv
Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e
botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao
uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas
adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)
Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de
vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL
AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo
persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram
colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande
maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que
enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)
O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos
Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa
Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf
Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o
mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e
Rio Pardo (CERESTVales)
Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam
e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee
de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado
por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de
Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)
e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre
eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em
estufas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvi
12 Motivaccedilatildeo
No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e
Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis
Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo
Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no
decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser
vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU
1987)
No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli
Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros
ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi
procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul
referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma
demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em
niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia
Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para
Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por
produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas
sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo
apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvii
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais
Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim
significa jardim A horticultura estaacute dividida em
fruticultura ndash cultivo de pomares
olericultura ndash cultivo da horta
floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)
Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade
tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15
hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar
corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do
ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando
uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um
faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)
As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares
Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194
mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na
produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15
mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)
No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas
ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores
envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para
folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al
2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xviii
Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria
Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007
Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas
liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da
produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os
estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo
produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)
Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais
Fonte IBRAFLOR 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xix
Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de
Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE
FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo
propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos
setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que
envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que
impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias
profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e
fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)
A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e
comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002
para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de
2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em
180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445
produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810
hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em
18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)
Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e
com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva
juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio
governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e
externo (AFLORI 2009)
22 Estufas
O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto
ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em
cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos
climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de
granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o
cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)
(BUAINAIN et al 2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xx
Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o
cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011
Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e
telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo
em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar
Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como
tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)
Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxi
A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo
com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as
seguintes
as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos
predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do
Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes
frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do
vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada
em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do
Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas
necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode
variar de acordo com a disponibilidade do terreno
a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros
em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia
portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa
ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e
construccedilotildees (SGANZERLA 1995)
O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo
da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo
solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo
para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente
protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre
ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que
diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio
hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a
capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o
manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua
fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da
umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro
ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et
al2006)
Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxii
Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores
e plantas ornamentais
23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii
As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da
categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se
as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado
principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)
As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi
batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug
Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul
O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia
das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo
entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera
hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas
caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo
do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)
A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na
composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e
estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre
as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)
Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiii
A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser
produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma
produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas
com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento
moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo
do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para
iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada
luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida
iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna
igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)
A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo
solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais
componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua
escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de
sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um
desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em
clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)
231 Geacuterberas em vasos
O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito
usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da
temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema
frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado
em parte no cultivo em vasos
Entre as vantagens do sistema estatildeo
aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia
melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser
construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel
ao trabalhador
diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo
e pragas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiv
diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o
que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas
diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de
fertilizantes (SEBRAE 2009)
24 Aacutecaros
Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos
carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais
causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute
semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como
insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas
e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes
pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em
duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)
Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros
apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao
homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo
aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de
decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute
comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos
geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas
ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)
Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas
pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de
lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e
daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais
importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus
desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)
241 Aacutecaro Rajado
Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de
plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxv
de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo
014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das
folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos
agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-
se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase
ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees
laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato
geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae
Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS
O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias
agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20
dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo
para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo
emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A
longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40
dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente
e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior
longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e
ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de
grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvi
alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo
celular (FLECHTMANN 1979)
O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua
alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam
as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas
circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do
ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do
equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)
Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm
acesso 21-09-2009
A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave
queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da
fotossiacutentese (LIESERING 1960)
Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta
para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem
demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das
casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvii
instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN
1979)
No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de
agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos
trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o
ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um
processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos
acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro
rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxviii
Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de
morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho
(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o
controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo
ornamentais e outros (SATO 2006)
Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram
realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro
rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano
econocircmico
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos
A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos
seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a
comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes
no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da
vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na
qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas
de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas
brasileiras (DALZOTO et al 2009)
Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos
agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro
Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do
meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e
documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de
substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as
consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os
agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os
processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos
procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede
puacuteblica (CARSON 2010)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxix
251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina
A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina
(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas
globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave
importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma
e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e
significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia
da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios
ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo
de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por
pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha
(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a
Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim
Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e
persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute
crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de
onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola
veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)
Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o
controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por
pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)
No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -
IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros
O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo
da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio
ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos
insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de
vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)
Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas
pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxx
desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede
temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas
espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A
eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de
oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas
(GARCIA 2001)
O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave
disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos
os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de
pragas (GARCIA 2001)
Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas
Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha
gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora
brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute
bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens
Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus
cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente
broca-dos-frutos
Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito
Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho
(MARTINEZ 2008)
Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos
vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles
Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de
Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em
testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes
resultados
Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada
universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado
teor de capsaicina
Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e
possui propriedades bactericidas e fungicidas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxi
Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do
repertoacuterio de inseticidas vegetais
Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido
como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do
urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra
violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente
ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu
efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades
inseticidas (MARTINEZ 2008)
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos
Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade
consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica
satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com
algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo
da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na
natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o
uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem
medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras
que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos
dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e
Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos
nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)
Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos
tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no
controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros
produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais
podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O
avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao
controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle
do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados
tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxii
2009)
Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um
parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do
inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a
superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou
aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a
oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas
pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria
bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura
(DALZOTO 2009)
As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em
pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em
constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo
Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom
molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo
e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte
Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura
ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO
et al 1999)
253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas
As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas
e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se
de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para
aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que
proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo
enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta
aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a
Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)
Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a
Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada
entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiii
obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos
de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e
densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo
indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais
(PENTEADO 2006)
A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua
constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande
diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os
principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e
estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como
caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade
adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer
seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se
usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre
pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente
abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em
temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda
sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiv
26 Agrotoacutexicos
Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que
se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias
categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que
eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas
cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)
e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas
inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que
dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de
arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a
praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura
convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-
fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua
classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre
outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos
agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas
principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os
venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas
provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda
e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem
rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A
intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a
exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo
suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas
outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a
aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas
taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo
prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de
veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os
afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxv
261 Abamectina
A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e
aacutecaros
CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida
GRUPO QUIacuteMICO Avermectina
TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)
A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente
toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)
O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50
(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero
Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica
capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias
Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de
quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a
toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo
quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001
O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito
toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II
ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de
Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)
GRUPOS
DL50
(mgKg)
Dose letal provaacutevel para o homem
Extremamente
toacutexicos
lt 10
1 pitada - algumas gotas
Altamente toacutexicos
10-50
algumas gotas -1 colher de chaacute
Medianamente toacutexicos
500-5000
1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa
Pouco toacutexicos
05g-50g
2 colheres de sopa- 1 copo
Muito pouco toacutexicos
50g ou 150g
1 copo -
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvi
Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se
assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo
para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe
a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente
negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em
aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras
cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam
animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)
Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de
equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)
Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros
Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de
produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvii
Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner
Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de
EPI (figura 12)
Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com
aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou
superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxviii
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterberas em estufa
32 Objetivos Especiacuteficos
Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterbera em estufa
Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas
concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na
cultura de geacuterbera em estufa
Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos
na cultura de geacuterbera em estufa
Avaliar os aacutecaros predadores
4 MATERIAL E MEacuteTODOS
41 Materiais
Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural
produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de
Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado
para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxix
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura
14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o
plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue
necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee
Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xl
O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento
teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de
fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de
mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade
de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes
plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser
trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer
tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das
embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve
ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)
teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade
O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem
orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma
excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para
os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)
fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita
(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as
mudas de geacuterberas (figura 15)
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xli
Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco
(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS
Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco
Fonte Cloacutevis A Schwertner
O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura
fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A
estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto
Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas
maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)
Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um
termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlii
Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado
em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e
maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura
eacute abastecido por uma pilha (15 V)
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade
de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs
produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A
Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos
naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a
10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou
quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico
seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo
42 Meacutetodos
A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco
compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os
compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura
por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas
laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as
geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos
escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliii
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
421 Das dosagens ndash Experimento 01
Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de
agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do
aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas
pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram
de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos
fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10
Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por
compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)
mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura
19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com
trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75
aacutecaros em toda a bancada
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliv
Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo
reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme
metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para
caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da
empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o
controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite
de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de
controle (PROMIP 2008)
Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo
protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem
demonstrou-se mais eficiente
422 Das dosagens ndash Experimento 02
Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual
foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlv
compartimento
No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em
cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos
foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do
experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos
produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar
o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados
A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram
intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia
abaixo
14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E
14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos
7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees
a = Aplicaccedilatildeo
c = Contagem dos aacutecaros
A = primeira contagem
B = segunda contagem
C = terceira contagem
D = quarta contagem
E = quinta contagem
A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi
respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvi
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)
desta sequencia experimental (figura 20)
Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio
estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento
avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada
vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvii
seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das
folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o
desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal
As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao
compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos
totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)
Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados
Figura 21 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Figura 22 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlviii
Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise
estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de
descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees
para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como
para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas
descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas
utilizadas destaca-se o teste de Tukey
O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)
Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS
Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir
comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas
diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos
Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha
Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)
Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica
Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina
Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlix
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Resultado global
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e
bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa
Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10
paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos
naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os
produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros
predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve
eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores
Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos
nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas
novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento
Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas
no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10
porque esta se demonstrou mais eficiente
Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium
anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das
meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi
a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas
folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores
diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de
discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
l
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico
Dosagens
050 100
Folhas Velhas 040 060
B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120
Folhas Novas 120 140
Folhas Velhas 033 200
Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100
Folhas Novas 100 036
Folhas Velhas 040 080
Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060
Folhas Novas 120 040
Folhas Velhas 020 000
Abamectina Folhas Meacutedias 080 000
Folhas Novas 040 000
Folhas Velhas 060 220
Testemunha Folhas Meacutedias 120 180
Folhas Novas 140 060
Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das
contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento
Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia
das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a
meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos
A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados
e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10
e 05
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
li
Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas
meacutedias e novas
Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos
tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o
nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e
velhas nas dosagens de 05 e 10
Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os
predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme
PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o
enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima
de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees
poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lii
Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas
Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liii
Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos
permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle
de aacutecaros fitoacutefagos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liv
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do
agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos
testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em
sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas
aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas
contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores
denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas
44 a 46)
O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos
e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu
constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o
agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do
experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lv
10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi
aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o
calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos
aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias
Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo
teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o
tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento
Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve
diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada
diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)
Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas
natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvi
experimento (figura 30)
Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os
tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os
tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)
Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila
significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvii
Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens
efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o
aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)
Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira
contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao
tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo
teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram
diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lviii
Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve
diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)
Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lix
No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas
meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base
de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o
agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro
predador (figura 35)
Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar
Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de
desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T
urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios
imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos
de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade
de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a
partir de 15 ordm C
A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no
periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste
periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lx
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento
A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo
do experimento
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxi
Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar
aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell
(1973 in BERTOLO 2007)
52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos
Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle
dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de
relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na
produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do
trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e
consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo
Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os
seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no
quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo
acrescidos no valor final do produto
Produtos
Quant Litro R$
Pulverizador Costal
R$
Oacuteculos Policarbonato
R$
Luvas Borracha
R$
EPI cBotas
R$
Custo Total R$
Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000
Bbassianae
M anisopliae
5300 15500 1800 700 23300
Calda
sulfocalcica
700 15500 1800 700 18700
Abamectina 5900 15500 9200 30600
Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)
No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$
8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos
trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute
necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxii
a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador
manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na
aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)
Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiii
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento
Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram
aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro
rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do
experimento
Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiv
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento
No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente
danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)
Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxv
6 CONCLUSOtildeES
O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de
desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais
saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou
em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo
ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera
jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem
alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos
Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e
bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade
produtividade e rentabilidade econocircmica
O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica
(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na
cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico
Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros
predadores
Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de
geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador
se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos
Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque
multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvi
7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABREU JUNIOR E 1998 Praticas alternativas de controle de pragas e doenccedilas
na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP 115 p
ACOPEMA 2008 Estufas agriacutecolas in wwwacopemacombr acesso 20092009
AFLORI 2009 in httpwwwafloricombrnoticiaphppagina=MTA3 acesso
17092009
AGROBIOLOGICA 2009 in wwwagrobiologicacombr acesso 20-09-2009
AGRONOMIACOMGISMONTI 2009 in agronomiacomgismontiblogspotcom
acesso 20-09-2009
AKI YA 2002 Buacutessula da comercializaccedilatildeo para produtores de ornamentais
Satildeo Paulo Heliza Editora Comeacutercio e Industria Graacutefica 179 p
ANDEF 2001 Manual de Uso Correto de Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual
Associaccedilatildeo Nacional de Defesa Vegetal Andef Campinas Satildeo Paulo
ANVISA 2003
httpwwwcamaragovbrinternetcomissaoindexpermcaprAgrotoxMeirellespdf
acesso em 30-09-2009
Bayer Garden - httpwwwbayergardendkdaplantedoktorn
httpplantedoktordkinsektrigetenghtm acesso 21-09-2009
BALL 2006 Informaccedilotildees culturais geacuterberas em vaso Holambra Satildeo Paulo in
wwwballcombr acesso 2002009
BARRIGOSI Joseacute Alexandre Freitas 2008 EMBRAPA
httpwwwagenciacnptiaembrapabrgestorarrozarvoreCONT000fohgb6co02w
yiv8065610dc2ls9tihtml Acessado em 05-12-2011
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvii
BERTOLO EC 2007 Efeito da temperatura e do hospedeiro na biologia do
aacutecaro rajado Tetranychus urticae Koch (Acari Tetranychidae) Dissertaccedilatildeo
Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia da Faculdade de Agronomia e
Medicina Veterinaacuteria da Universidade de Passo Fundo ndash UPF Passo Fundo
BIOVALE 2009 in wwwbiovalecombr acesso 18082009
BOGORNI PC 2003 Efeito de Extratos Aquosos de Trichilia spp sobre o
desenvolvimento de Spodoptera frugiperda (J E Smith) em milho Tese de
Mestrado Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo - USP
BOLLAND HR GUTERREZ and JFLETCHTMANN CHW World Catalogue of
the Spider Mite Family (AcariTetranychidae) Leiden Boston Koumlln Brill 1998
BORTOLOZZO Adriane Regina MELO George Wellington Bastos de VARGAS
Leandro Produccedilatildeo de Morangos no Sistema Semi-Hidropocircnico Agosto 2006
BUAINAIN AM BATALHA MO (orgs) 2007 Cadeias Produtivas de Flores e
Mel Seacuterie Agronegoacutecios MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento Brasiacutelia IIICA MAPASPA 140 p
CARNEIRO SM de TPG Accedilatildeo do nim sobre fungos fitopatogecircnicos In
MARTINEZ SS O Nim ndash Azadirachta indica natureza usos muacuteltiplos
produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do Paranaacute 2002 p 59ndash64
CARSON Rachel 2010 Primavera silenciosa [traduzido por Claudia SantrsquoAnna
Martins] ndash 1 ed ndash Satildeo Paulo Gaia 327 p
CARVALHO R da S 2006 Biocontrole de moscas-das-frutas histoacuterico
conceito e estrateacutegias Cruz das Almas Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical (Circular Teacutecnica 83)
CERESTVales
httpwwwsaudersgovbrdados1197641782571CEREST20Vales20-
20Santa20Cruz20do20Sulpdf
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxviii
CGAC ndash MAPA 2003
httpwwwagriculturagovbrarq_editorfilecamaras_setoriaisFlores_e_plantas_o
rnamentais30ROApp_Informespdf
CHABOUSSOU F 1987 Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da
Trofobiose) LampPM Editores Porto Alegre
DALZOTO PR HURY KF 2009 Controle bioloacutegico de pragas no Brasil Satildeo
Paulo v 71 n1 p 37-41
DORNELLES Marccedilal Elizandro SCHOSSLER Joseacute Fernando CASALI Andreacute Luis
BRONDANI Leonardo Basso 2009 Inspeccedilatildeo teacutecnica de pulverizadores
agriacutecolas histoacuterico e importacircncia Ciecircnc rural 39(5)1600-1605 ago 2009
ilus tab httpbasesbiremebrcgi-
binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampsrc=googleampbase=LILACSamplang
=pampnextAction=lnkampexprSearch=521212ampindexSearch=ID
Ecocert Brasil 2001 wwwecocertcombr Acesso em 18-09-2009
EMBRAPA 2003
httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
acesso em 30-09-2009
EVANS GO 1992 Principes of acarology Wallingford CAB Intenational 563 p
FERLA NJ MARCHETI MM GONCcedilALVES D 2007 Aacutecaros predadores
(Acari) associados agrave cultura do morango (Fragaria sp Rosaceae) e plantas
proacuteximas no Estado do Rio Grande do Sul Biota Neotropica Vol 7 (number 2)
p 103-110
FERNANDEZ SM 2001 Baacutesico de floricultura ndash manual de treinamento
SENAR Porto Alegre
FLECHTMANN CHW 1979 Aacutecaros de importacircncia agriacutecola Satildeo Paulo Nobel
3ed 189 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxix
FURLAN MR 1997 Aacutecaros Revista Tempo Verde ano XX n 151 abril
GARCIA JLM 2001 Oacuteleo de Nim ndash O Bioprotetor Natural Seacuterie Agricultura
Alternativa Maio 16 p
HERNANDES J L RIBEIRO IJA 2008 Tratamento de inverno Boletim
Teacutecnico Instituto Agronocircmico Campinas IAC SP
IBRAFLOR 2002 Diagnoacutestico da cadeia produtiva de flores e plantas
ornamentais no estado de Alagoas ndash Contrato UFV-Funarte Sebrae ndash AL
IBRAFLOR 2009 in httpwwwaprendendoaexportargovbrfloressetorperfilasp
acesso 15092009
JEPPSON LR KEIFER HH BAKER EW 1975 Mites injurious to economic
plants Berkeley University of California Press 614 p
JORNAL AGROSOFT 2010 Notiacutecia datada de 01-07-2010 Brasil eacute o paiacutes que
mais usa agrotoacutexicos no mundo
KAumlMPF AN DAUDT RS 1999 Diagnoacutestico da floricultura no Rio Grande do
Sul Ciecircncia Rural vol 29 n 3 p 561-563 1999
LAZZARINI GJ 2005 Efeito da umidade sobre a germinaccedilatildeo in vitro de
Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae e atividade contra Triatoma
infestans Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Parasitologia) ndash Instituto de Patologia
Tropical e Sauacutede Puacuteblica Universidade Federal de Goiaacutes Goiacircnia 46 p
LIESERING VR 1960 Beitrag zum Phytopathologischen
Wirkungsmechanismus des Tetranychus urticae Koch Z Pflkrankh 67524-
542
LONDRES Flavia 2011 AGROTOacuteXICOS NO BRASIL um guia para accedilatildeo em
defesa da vida Rio de Janeiro AS ndash PTA ndash Assessoria e Serviccedilos a Projetos em
Agricultura Alternativa 190 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxx
LORENZI H 2001 Plantas ornamentais no Brasil arbustivas herbaacuteceas e
trepadeiras 3 ed Nova Odessa SP Instituto Plantarum 568 p
LUTZEMBERGER Joseacute Manual de Ecologia ndash do Jardim ao Poder LampPM
Editores Porto Alegre 2004 116 p
MACEDO MAA 2003 Taacuteticas de controle de 2 pragas em cultivares de
tomateiro de crescimento determinado Dissertaccedilatildeo UNESP-Jaboticabal
MARTINEZ SS Composiccedilatildeo do nim In Martinez SS O Nim ndash Azadirachta
indica natureza usos muacuteltiplos produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do
Paranaacute 2008
MELLO Itamar Soares de AZEVEDO Joatildeo Luacutecio de 1999 CONTROLE
BIOLOacuteGICO Vol 3 Editora UFV 308 p
MORAES GJ 1986 Controle bioloacutegico de aacutecaros fitoacutefagos Miscelacircnea
SOCOLEN v 8 p 29-63
MORAES GJ FLECHTMANN CHW 1981 Aacutecaros fitoacutefagos do nordeste do
Brasil Pequisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 16 n2 p177-186
MORAES G J e FLECHTMANN CH W 2008 Manual de Acarologia
Acarologia Baacutesica e Aacutecaros de Plantas Cultivadas no Brasil Ribeiratildeo Preto
Holos Editora 308 p il
MUNDODAEDUCACAO 2009 Importacircncia dos fungos in
wwwmundodaeducacaocombr acesso 18092009
NICKEL J L 1960 Temperature and humidity relationships of Tetranychus
desertorum Banks with special reference to distribution Hilgardia Berkeley
v 30 p 41-100
OLIVEIRA AAP 2007 Floricultura caracterizaccedilatildeo e mercado Fortaleza Banco
do Nordeste do Brasil 180p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxi
PADULA DA KAumlMPF AN SLONGO LA (orgs) 2003 Diagnoacutestico da cadeia
produtiva de flores e plantas ornamentais do Rio Grande do Sul in
http2012114147bdsBDSnsf311567070DCEA48C032572170054A774$File
NT000B578Epdf acesso 10082009
PENTEADO SR 2004 Proteccedilatildeo de plantas no sistema orgacircnico Curso de
Agricultura Orgacircnica (apostila 14 liccedilotildees) 1 ed Editor Fraga Penteado Cursos e
Planejamentos Ltda
PENTEADO SR 2006 Defensivos alternativos e naturais Campinas SP 174 p
PLASTISUL 2009 in httpwwwplastisulcombrestufasasp acesso 15092009
PRATES HS 1999 Caldas bordalesa sulfocaacutelcica e viccedilosa produtos
alternativos na citricultura ndash Folheto Informativo da CECORCATI ndash Campinas
PRIMAVESI AM 1998 Praacuteticas de Produccedilatildeo de Plantas em um conceito
Holiacutestico in ABREU HJ (ed) Praacuteticas alternativas de controle de pragas e
doenccedilas na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP EMOPI p 2-9
PRIMAVESI AM 1990 Manejo Ecoloacutegico do Solo Editora Nobel Satildeo Paulo
PRITCHARD AE BAKER EW 1955 A revision of the spider mite family
Tetranychidae San Francisco Pacific Coast Entomological Society v2
PROMIP 2008 in wwwpromipagrbrprodutoaspcID=18pID=18 acesso
21092009
PURI HS 1999 NEEM ndash The divine Tree Azadirachta indica Medicinal and
Aromatic Plants Industrial Profiles Hardwood Academic Publishers 182 p
PURQUERIO LFV TIVELLI SW 2006 Manejo do ambiente em cultivo
protegido Instituto Agronocircmico de Campinas IAC Centro de Horticultura
Campinas SP
QUINTELLA E 2002 Tempo de Mortalidade Meacutedia de Ninfas de Bemisia tabaci
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxii
(Gennadius) tratados com Oacuteleo de Nim Indiano Trabalho apresentado no 19ordm
Congresso Brasileiro de Entomologia Manaus
REVISTA DE AGRONEGOacuteCIOS DA FGV 2007 Ediccedilatildeo Ndeg 09 - Volume 27 in
httpwwwagroanalysiscombrindexphparea=conteudoampmat_id=327ampfrom=me
rcadonegocios acesso 20092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrrevista_junho_07assinaturaphp
acesso 15092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrindexphpreferencia=acura acesso
15092009
ROGGIA S 2007 Aacutecaros tetraniquiacutedeos (prostigmata Tetranychidae)
asssociados agrave soja no rio grande do sul ocorrecircncia identificaccedilao de
espeacutecies e efeito de cultivares e de plantas daninhas Dissertaccedilatildeo UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
SALASAR Caveiro Henrique 1982 Inseticidas e acaricidas ndash toxicologia
receituaacuterio agronocircmico Livroceres Piracicaba SP 424 p
SATO ME 2006 Aacutecaros Predadores Boletim Teacutecnico Instituto Bioloacutegico
Controle Bioloacutegico de Insetos e Aacutecaros Satildeo Paulo n 15 86 p
SATO ME Resistecircncia eacute um seacuterio problema para a agricultura in
httpwwwinfobiboscomArtigo2009_2resitenciaindexhtm acesso 19-09-2009
SCHMUTTERER H amp ASCHER KRS 1984 Natural Pesticides from the Neem
Tree and other Tropical Plantas Procedings of the Second Internacional Neem
Conference Rauischholzhausen Federal Republic of Germany 25-28 May 1983
GTZ Eschborn 587 p
SEBRAE 2009 in
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiii
httpsebraers2interjornalcombrnoticiakmfnoticia=7528145ampcanal=221
acesso 28082009
SGANZERLA E 1987 Nova agricultura a fascinante arte de cultivar com os
plaacutesticos Porto Alegre 5a Ediccedilatildeo Revista e Ampliada Livraria e Editora
Agropecuaacuteria 1995
SILVA C A D da 2002 Biologia e exigecircncias teacutermicas do aacutecaro vermelho
Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 37 n 5 p 573-580
SIMPSON K W CONNELL W A 1973 Mites on soybeans moisture and
temperature relations Environmental Entomology College Park v 2 p 319-323
TAMAI MA LOPES RB ALVES SB 1998 Manejo de pragas na floricultura
USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroacutez
TERNES M Resistecircncia de insetos e plantas daninhas a praguicidas
Florianoacutepolis EMPASC 1985 25 p
TESTE DE TUKEY Disponiacutevel em lthttp
httpwwwportalactioncombrcontent31-teste-de-tukeygt Acesso em 12 nov 2011
UFV - Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG
httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
VIEIRA S Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) Satildeo Paulo Ed Atlas 2006 216 p
WIKIPEDIA 2009in wwwwikipediaorgwikidose_letal acesso 26092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiv
ANEXOS
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxv
ANEXO I
Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias
Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxvi
ANEXO II
Glossaacuterio
Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
x
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas
meacutedias e novas54
Figura 29 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 555
Figura 30 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos56
Figura 31 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 556
Figura 32 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
considerando os tratamentos57
Figura 33 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo
o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 558
Figura 34 - Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
considerando os tratamentos58
Figura 35 - Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos 59
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento60
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a
realizaccedilatildeo do experimento60
Figura 38 - Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos62
Figura 39 - Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento 63
Figura 40 - Plantas testemunha64
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xi
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do
agrotoacutexico50
Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xii
SIGLAS
AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura
ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos
CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na
Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)
CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas
Ornamentais
CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola
EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
para Agricultura e Alimentaccedilatildeo
IAC Instituto Agronocircmico de Campinas
IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE
PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros
predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiii
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas
uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O
Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se
os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e
tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais
caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos
produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil
empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea
de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo
com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas
ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um
crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de
negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por
75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e
Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)
O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e
plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550
floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo
Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o
maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao
ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um
reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS
principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas
ornamentais no RS eacute promissor
O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou
em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu
aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas
na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas
sazonais com maior produtividade e qualidade
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiv
As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos
geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii
Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio
Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada
vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos
organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas
ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados
conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos
Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com
quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax
A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais
especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como
aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas
manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa
danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)
Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e
alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e
manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade
fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a
accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o
aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese
de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros
tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por
em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e
basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as
folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente
(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das
plantas com teia (JEPPSON et al 1975)
Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o
controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do
agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de
intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xv
Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e
botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao
uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas
adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)
Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de
vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL
AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo
persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram
colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande
maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que
enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)
O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos
Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa
Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf
Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o
mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e
Rio Pardo (CERESTVales)
Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam
e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee
de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado
por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de
Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)
e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre
eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em
estufas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvi
12 Motivaccedilatildeo
No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e
Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis
Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo
Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no
decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser
vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU
1987)
No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli
Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros
ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi
procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul
referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma
demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em
niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia
Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para
Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por
produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas
sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo
apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvii
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais
Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim
significa jardim A horticultura estaacute dividida em
fruticultura ndash cultivo de pomares
olericultura ndash cultivo da horta
floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)
Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade
tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15
hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar
corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do
ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando
uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um
faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)
As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares
Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194
mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na
produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15
mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)
No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas
ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores
envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para
folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al
2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xviii
Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria
Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007
Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas
liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da
produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os
estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo
produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)
Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais
Fonte IBRAFLOR 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xix
Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de
Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE
FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo
propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos
setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que
envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que
impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias
profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e
fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)
A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e
comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002
para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de
2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em
180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445
produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810
hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em
18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)
Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e
com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva
juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio
governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e
externo (AFLORI 2009)
22 Estufas
O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto
ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em
cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos
climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de
granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o
cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)
(BUAINAIN et al 2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xx
Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o
cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011
Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e
telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo
em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar
Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como
tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)
Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxi
A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo
com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as
seguintes
as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos
predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do
Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes
frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do
vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada
em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do
Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas
necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode
variar de acordo com a disponibilidade do terreno
a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros
em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia
portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa
ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e
construccedilotildees (SGANZERLA 1995)
O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo
da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo
solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo
para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente
protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre
ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que
diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio
hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a
capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o
manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua
fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da
umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro
ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et
al2006)
Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxii
Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores
e plantas ornamentais
23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii
As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da
categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se
as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado
principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)
As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi
batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug
Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul
O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia
das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo
entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera
hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas
caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo
do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)
A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na
composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e
estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre
as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)
Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiii
A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser
produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma
produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas
com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento
moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo
do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para
iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada
luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida
iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna
igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)
A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo
solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais
componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua
escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de
sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um
desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em
clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)
231 Geacuterberas em vasos
O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito
usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da
temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema
frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado
em parte no cultivo em vasos
Entre as vantagens do sistema estatildeo
aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia
melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser
construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel
ao trabalhador
diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo
e pragas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiv
diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o
que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas
diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de
fertilizantes (SEBRAE 2009)
24 Aacutecaros
Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos
carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais
causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute
semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como
insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas
e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes
pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em
duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)
Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros
apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao
homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo
aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de
decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute
comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos
geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas
ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)
Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas
pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de
lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e
daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais
importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus
desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)
241 Aacutecaro Rajado
Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de
plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxv
de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo
014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das
folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos
agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-
se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase
ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees
laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato
geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae
Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS
O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias
agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20
dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo
para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo
emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A
longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40
dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente
e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior
longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e
ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de
grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvi
alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo
celular (FLECHTMANN 1979)
O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua
alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam
as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas
circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do
ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do
equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)
Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm
acesso 21-09-2009
A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave
queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da
fotossiacutentese (LIESERING 1960)
Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta
para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem
demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das
casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvii
instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN
1979)
No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de
agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos
trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o
ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um
processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos
acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro
rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxviii
Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de
morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho
(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o
controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo
ornamentais e outros (SATO 2006)
Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram
realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro
rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano
econocircmico
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos
A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos
seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a
comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes
no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da
vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na
qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas
de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas
brasileiras (DALZOTO et al 2009)
Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos
agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro
Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do
meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e
documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de
substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as
consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os
agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os
processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos
procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede
puacuteblica (CARSON 2010)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxix
251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina
A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina
(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas
globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave
importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma
e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e
significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia
da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios
ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo
de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por
pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha
(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a
Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim
Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e
persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute
crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de
onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola
veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)
Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o
controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por
pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)
No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -
IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros
O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo
da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio
ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos
insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de
vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)
Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas
pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxx
desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede
temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas
espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A
eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de
oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas
(GARCIA 2001)
O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave
disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos
os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de
pragas (GARCIA 2001)
Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas
Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha
gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora
brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute
bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens
Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus
cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente
broca-dos-frutos
Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito
Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho
(MARTINEZ 2008)
Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos
vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles
Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de
Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em
testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes
resultados
Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada
universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado
teor de capsaicina
Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e
possui propriedades bactericidas e fungicidas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxi
Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do
repertoacuterio de inseticidas vegetais
Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido
como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do
urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra
violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente
ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu
efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades
inseticidas (MARTINEZ 2008)
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos
Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade
consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica
satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com
algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo
da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na
natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o
uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem
medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras
que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos
dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e
Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos
nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)
Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos
tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no
controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros
produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais
podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O
avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao
controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle
do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados
tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxii
2009)
Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um
parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do
inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a
superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou
aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a
oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas
pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria
bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura
(DALZOTO 2009)
As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em
pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em
constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo
Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom
molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo
e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte
Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura
ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO
et al 1999)
253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas
As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas
e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se
de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para
aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que
proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo
enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta
aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a
Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)
Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a
Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada
entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiii
obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos
de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e
densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo
indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais
(PENTEADO 2006)
A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua
constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande
diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os
principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e
estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como
caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade
adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer
seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se
usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre
pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente
abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em
temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda
sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiv
26 Agrotoacutexicos
Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que
se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias
categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que
eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas
cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)
e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas
inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que
dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de
arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a
praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura
convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-
fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua
classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre
outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos
agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas
principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os
venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas
provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda
e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem
rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A
intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a
exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo
suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas
outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a
aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas
taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo
prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de
veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os
afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxv
261 Abamectina
A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e
aacutecaros
CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida
GRUPO QUIacuteMICO Avermectina
TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)
A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente
toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)
O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50
(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero
Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica
capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias
Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de
quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a
toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo
quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001
O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito
toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II
ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de
Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)
GRUPOS
DL50
(mgKg)
Dose letal provaacutevel para o homem
Extremamente
toacutexicos
lt 10
1 pitada - algumas gotas
Altamente toacutexicos
10-50
algumas gotas -1 colher de chaacute
Medianamente toacutexicos
500-5000
1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa
Pouco toacutexicos
05g-50g
2 colheres de sopa- 1 copo
Muito pouco toacutexicos
50g ou 150g
1 copo -
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvi
Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se
assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo
para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe
a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente
negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em
aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras
cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam
animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)
Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de
equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)
Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros
Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de
produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvii
Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner
Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de
EPI (figura 12)
Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com
aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou
superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxviii
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterberas em estufa
32 Objetivos Especiacuteficos
Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterbera em estufa
Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas
concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na
cultura de geacuterbera em estufa
Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos
na cultura de geacuterbera em estufa
Avaliar os aacutecaros predadores
4 MATERIAL E MEacuteTODOS
41 Materiais
Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural
produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de
Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado
para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxix
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura
14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o
plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue
necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee
Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xl
O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento
teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de
fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de
mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade
de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes
plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser
trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer
tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das
embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve
ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)
teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade
O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem
orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma
excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para
os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)
fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita
(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as
mudas de geacuterberas (figura 15)
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xli
Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco
(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS
Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco
Fonte Cloacutevis A Schwertner
O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura
fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A
estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto
Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas
maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)
Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um
termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlii
Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado
em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e
maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura
eacute abastecido por uma pilha (15 V)
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade
de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs
produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A
Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos
naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a
10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou
quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico
seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo
42 Meacutetodos
A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco
compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os
compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura
por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas
laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as
geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos
escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliii
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
421 Das dosagens ndash Experimento 01
Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de
agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do
aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas
pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram
de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos
fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10
Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por
compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)
mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura
19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com
trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75
aacutecaros em toda a bancada
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliv
Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo
reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme
metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para
caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da
empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o
controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite
de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de
controle (PROMIP 2008)
Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo
protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem
demonstrou-se mais eficiente
422 Das dosagens ndash Experimento 02
Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual
foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlv
compartimento
No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em
cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos
foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do
experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos
produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar
o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados
A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram
intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia
abaixo
14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E
14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos
7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees
a = Aplicaccedilatildeo
c = Contagem dos aacutecaros
A = primeira contagem
B = segunda contagem
C = terceira contagem
D = quarta contagem
E = quinta contagem
A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi
respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvi
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)
desta sequencia experimental (figura 20)
Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio
estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento
avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada
vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvii
seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das
folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o
desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal
As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao
compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos
totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)
Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados
Figura 21 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Figura 22 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlviii
Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise
estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de
descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees
para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como
para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas
descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas
utilizadas destaca-se o teste de Tukey
O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)
Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS
Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir
comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas
diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos
Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha
Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)
Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica
Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina
Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlix
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Resultado global
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e
bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa
Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10
paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos
naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os
produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros
predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve
eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores
Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos
nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas
novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento
Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas
no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10
porque esta se demonstrou mais eficiente
Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium
anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das
meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi
a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas
folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores
diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de
discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
l
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico
Dosagens
050 100
Folhas Velhas 040 060
B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120
Folhas Novas 120 140
Folhas Velhas 033 200
Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100
Folhas Novas 100 036
Folhas Velhas 040 080
Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060
Folhas Novas 120 040
Folhas Velhas 020 000
Abamectina Folhas Meacutedias 080 000
Folhas Novas 040 000
Folhas Velhas 060 220
Testemunha Folhas Meacutedias 120 180
Folhas Novas 140 060
Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das
contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento
Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia
das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a
meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos
A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados
e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10
e 05
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
li
Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas
meacutedias e novas
Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos
tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o
nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e
velhas nas dosagens de 05 e 10
Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os
predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme
PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o
enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima
de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees
poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lii
Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas
Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liii
Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos
permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle
de aacutecaros fitoacutefagos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liv
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do
agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos
testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em
sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas
aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas
contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores
denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas
44 a 46)
O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos
e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu
constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o
agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do
experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lv
10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi
aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o
calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos
aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias
Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo
teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o
tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento
Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve
diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada
diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)
Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas
natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvi
experimento (figura 30)
Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os
tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os
tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)
Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila
significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvii
Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens
efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o
aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)
Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira
contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao
tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo
teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram
diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lviii
Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve
diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)
Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lix
No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas
meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base
de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o
agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro
predador (figura 35)
Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar
Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de
desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T
urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios
imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos
de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade
de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a
partir de 15 ordm C
A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no
periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste
periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lx
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento
A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo
do experimento
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxi
Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar
aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell
(1973 in BERTOLO 2007)
52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos
Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle
dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de
relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na
produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do
trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e
consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo
Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os
seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no
quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo
acrescidos no valor final do produto
Produtos
Quant Litro R$
Pulverizador Costal
R$
Oacuteculos Policarbonato
R$
Luvas Borracha
R$
EPI cBotas
R$
Custo Total R$
Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000
Bbassianae
M anisopliae
5300 15500 1800 700 23300
Calda
sulfocalcica
700 15500 1800 700 18700
Abamectina 5900 15500 9200 30600
Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)
No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$
8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos
trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute
necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxii
a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador
manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na
aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)
Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiii
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento
Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram
aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro
rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do
experimento
Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiv
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento
No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente
danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)
Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxv
6 CONCLUSOtildeES
O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de
desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais
saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou
em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo
ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera
jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem
alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos
Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e
bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade
produtividade e rentabilidade econocircmica
O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica
(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na
cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico
Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros
predadores
Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de
geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador
se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos
Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque
multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvi
7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABREU JUNIOR E 1998 Praticas alternativas de controle de pragas e doenccedilas
na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP 115 p
ACOPEMA 2008 Estufas agriacutecolas in wwwacopemacombr acesso 20092009
AFLORI 2009 in httpwwwafloricombrnoticiaphppagina=MTA3 acesso
17092009
AGROBIOLOGICA 2009 in wwwagrobiologicacombr acesso 20-09-2009
AGRONOMIACOMGISMONTI 2009 in agronomiacomgismontiblogspotcom
acesso 20-09-2009
AKI YA 2002 Buacutessula da comercializaccedilatildeo para produtores de ornamentais
Satildeo Paulo Heliza Editora Comeacutercio e Industria Graacutefica 179 p
ANDEF 2001 Manual de Uso Correto de Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual
Associaccedilatildeo Nacional de Defesa Vegetal Andef Campinas Satildeo Paulo
ANVISA 2003
httpwwwcamaragovbrinternetcomissaoindexpermcaprAgrotoxMeirellespdf
acesso em 30-09-2009
Bayer Garden - httpwwwbayergardendkdaplantedoktorn
httpplantedoktordkinsektrigetenghtm acesso 21-09-2009
BALL 2006 Informaccedilotildees culturais geacuterberas em vaso Holambra Satildeo Paulo in
wwwballcombr acesso 2002009
BARRIGOSI Joseacute Alexandre Freitas 2008 EMBRAPA
httpwwwagenciacnptiaembrapabrgestorarrozarvoreCONT000fohgb6co02w
yiv8065610dc2ls9tihtml Acessado em 05-12-2011
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvii
BERTOLO EC 2007 Efeito da temperatura e do hospedeiro na biologia do
aacutecaro rajado Tetranychus urticae Koch (Acari Tetranychidae) Dissertaccedilatildeo
Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia da Faculdade de Agronomia e
Medicina Veterinaacuteria da Universidade de Passo Fundo ndash UPF Passo Fundo
BIOVALE 2009 in wwwbiovalecombr acesso 18082009
BOGORNI PC 2003 Efeito de Extratos Aquosos de Trichilia spp sobre o
desenvolvimento de Spodoptera frugiperda (J E Smith) em milho Tese de
Mestrado Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo - USP
BOLLAND HR GUTERREZ and JFLETCHTMANN CHW World Catalogue of
the Spider Mite Family (AcariTetranychidae) Leiden Boston Koumlln Brill 1998
BORTOLOZZO Adriane Regina MELO George Wellington Bastos de VARGAS
Leandro Produccedilatildeo de Morangos no Sistema Semi-Hidropocircnico Agosto 2006
BUAINAIN AM BATALHA MO (orgs) 2007 Cadeias Produtivas de Flores e
Mel Seacuterie Agronegoacutecios MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento Brasiacutelia IIICA MAPASPA 140 p
CARNEIRO SM de TPG Accedilatildeo do nim sobre fungos fitopatogecircnicos In
MARTINEZ SS O Nim ndash Azadirachta indica natureza usos muacuteltiplos
produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do Paranaacute 2002 p 59ndash64
CARSON Rachel 2010 Primavera silenciosa [traduzido por Claudia SantrsquoAnna
Martins] ndash 1 ed ndash Satildeo Paulo Gaia 327 p
CARVALHO R da S 2006 Biocontrole de moscas-das-frutas histoacuterico
conceito e estrateacutegias Cruz das Almas Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical (Circular Teacutecnica 83)
CERESTVales
httpwwwsaudersgovbrdados1197641782571CEREST20Vales20-
20Santa20Cruz20do20Sulpdf
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxviii
CGAC ndash MAPA 2003
httpwwwagriculturagovbrarq_editorfilecamaras_setoriaisFlores_e_plantas_o
rnamentais30ROApp_Informespdf
CHABOUSSOU F 1987 Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da
Trofobiose) LampPM Editores Porto Alegre
DALZOTO PR HURY KF 2009 Controle bioloacutegico de pragas no Brasil Satildeo
Paulo v 71 n1 p 37-41
DORNELLES Marccedilal Elizandro SCHOSSLER Joseacute Fernando CASALI Andreacute Luis
BRONDANI Leonardo Basso 2009 Inspeccedilatildeo teacutecnica de pulverizadores
agriacutecolas histoacuterico e importacircncia Ciecircnc rural 39(5)1600-1605 ago 2009
ilus tab httpbasesbiremebrcgi-
binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampsrc=googleampbase=LILACSamplang
=pampnextAction=lnkampexprSearch=521212ampindexSearch=ID
Ecocert Brasil 2001 wwwecocertcombr Acesso em 18-09-2009
EMBRAPA 2003
httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
acesso em 30-09-2009
EVANS GO 1992 Principes of acarology Wallingford CAB Intenational 563 p
FERLA NJ MARCHETI MM GONCcedilALVES D 2007 Aacutecaros predadores
(Acari) associados agrave cultura do morango (Fragaria sp Rosaceae) e plantas
proacuteximas no Estado do Rio Grande do Sul Biota Neotropica Vol 7 (number 2)
p 103-110
FERNANDEZ SM 2001 Baacutesico de floricultura ndash manual de treinamento
SENAR Porto Alegre
FLECHTMANN CHW 1979 Aacutecaros de importacircncia agriacutecola Satildeo Paulo Nobel
3ed 189 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxix
FURLAN MR 1997 Aacutecaros Revista Tempo Verde ano XX n 151 abril
GARCIA JLM 2001 Oacuteleo de Nim ndash O Bioprotetor Natural Seacuterie Agricultura
Alternativa Maio 16 p
HERNANDES J L RIBEIRO IJA 2008 Tratamento de inverno Boletim
Teacutecnico Instituto Agronocircmico Campinas IAC SP
IBRAFLOR 2002 Diagnoacutestico da cadeia produtiva de flores e plantas
ornamentais no estado de Alagoas ndash Contrato UFV-Funarte Sebrae ndash AL
IBRAFLOR 2009 in httpwwwaprendendoaexportargovbrfloressetorperfilasp
acesso 15092009
JEPPSON LR KEIFER HH BAKER EW 1975 Mites injurious to economic
plants Berkeley University of California Press 614 p
JORNAL AGROSOFT 2010 Notiacutecia datada de 01-07-2010 Brasil eacute o paiacutes que
mais usa agrotoacutexicos no mundo
KAumlMPF AN DAUDT RS 1999 Diagnoacutestico da floricultura no Rio Grande do
Sul Ciecircncia Rural vol 29 n 3 p 561-563 1999
LAZZARINI GJ 2005 Efeito da umidade sobre a germinaccedilatildeo in vitro de
Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae e atividade contra Triatoma
infestans Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Parasitologia) ndash Instituto de Patologia
Tropical e Sauacutede Puacuteblica Universidade Federal de Goiaacutes Goiacircnia 46 p
LIESERING VR 1960 Beitrag zum Phytopathologischen
Wirkungsmechanismus des Tetranychus urticae Koch Z Pflkrankh 67524-
542
LONDRES Flavia 2011 AGROTOacuteXICOS NO BRASIL um guia para accedilatildeo em
defesa da vida Rio de Janeiro AS ndash PTA ndash Assessoria e Serviccedilos a Projetos em
Agricultura Alternativa 190 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxx
LORENZI H 2001 Plantas ornamentais no Brasil arbustivas herbaacuteceas e
trepadeiras 3 ed Nova Odessa SP Instituto Plantarum 568 p
LUTZEMBERGER Joseacute Manual de Ecologia ndash do Jardim ao Poder LampPM
Editores Porto Alegre 2004 116 p
MACEDO MAA 2003 Taacuteticas de controle de 2 pragas em cultivares de
tomateiro de crescimento determinado Dissertaccedilatildeo UNESP-Jaboticabal
MARTINEZ SS Composiccedilatildeo do nim In Martinez SS O Nim ndash Azadirachta
indica natureza usos muacuteltiplos produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do
Paranaacute 2008
MELLO Itamar Soares de AZEVEDO Joatildeo Luacutecio de 1999 CONTROLE
BIOLOacuteGICO Vol 3 Editora UFV 308 p
MORAES GJ 1986 Controle bioloacutegico de aacutecaros fitoacutefagos Miscelacircnea
SOCOLEN v 8 p 29-63
MORAES GJ FLECHTMANN CHW 1981 Aacutecaros fitoacutefagos do nordeste do
Brasil Pequisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 16 n2 p177-186
MORAES G J e FLECHTMANN CH W 2008 Manual de Acarologia
Acarologia Baacutesica e Aacutecaros de Plantas Cultivadas no Brasil Ribeiratildeo Preto
Holos Editora 308 p il
MUNDODAEDUCACAO 2009 Importacircncia dos fungos in
wwwmundodaeducacaocombr acesso 18092009
NICKEL J L 1960 Temperature and humidity relationships of Tetranychus
desertorum Banks with special reference to distribution Hilgardia Berkeley
v 30 p 41-100
OLIVEIRA AAP 2007 Floricultura caracterizaccedilatildeo e mercado Fortaleza Banco
do Nordeste do Brasil 180p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxi
PADULA DA KAumlMPF AN SLONGO LA (orgs) 2003 Diagnoacutestico da cadeia
produtiva de flores e plantas ornamentais do Rio Grande do Sul in
http2012114147bdsBDSnsf311567070DCEA48C032572170054A774$File
NT000B578Epdf acesso 10082009
PENTEADO SR 2004 Proteccedilatildeo de plantas no sistema orgacircnico Curso de
Agricultura Orgacircnica (apostila 14 liccedilotildees) 1 ed Editor Fraga Penteado Cursos e
Planejamentos Ltda
PENTEADO SR 2006 Defensivos alternativos e naturais Campinas SP 174 p
PLASTISUL 2009 in httpwwwplastisulcombrestufasasp acesso 15092009
PRATES HS 1999 Caldas bordalesa sulfocaacutelcica e viccedilosa produtos
alternativos na citricultura ndash Folheto Informativo da CECORCATI ndash Campinas
PRIMAVESI AM 1998 Praacuteticas de Produccedilatildeo de Plantas em um conceito
Holiacutestico in ABREU HJ (ed) Praacuteticas alternativas de controle de pragas e
doenccedilas na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP EMOPI p 2-9
PRIMAVESI AM 1990 Manejo Ecoloacutegico do Solo Editora Nobel Satildeo Paulo
PRITCHARD AE BAKER EW 1955 A revision of the spider mite family
Tetranychidae San Francisco Pacific Coast Entomological Society v2
PROMIP 2008 in wwwpromipagrbrprodutoaspcID=18pID=18 acesso
21092009
PURI HS 1999 NEEM ndash The divine Tree Azadirachta indica Medicinal and
Aromatic Plants Industrial Profiles Hardwood Academic Publishers 182 p
PURQUERIO LFV TIVELLI SW 2006 Manejo do ambiente em cultivo
protegido Instituto Agronocircmico de Campinas IAC Centro de Horticultura
Campinas SP
QUINTELLA E 2002 Tempo de Mortalidade Meacutedia de Ninfas de Bemisia tabaci
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxii
(Gennadius) tratados com Oacuteleo de Nim Indiano Trabalho apresentado no 19ordm
Congresso Brasileiro de Entomologia Manaus
REVISTA DE AGRONEGOacuteCIOS DA FGV 2007 Ediccedilatildeo Ndeg 09 - Volume 27 in
httpwwwagroanalysiscombrindexphparea=conteudoampmat_id=327ampfrom=me
rcadonegocios acesso 20092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrrevista_junho_07assinaturaphp
acesso 15092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrindexphpreferencia=acura acesso
15092009
ROGGIA S 2007 Aacutecaros tetraniquiacutedeos (prostigmata Tetranychidae)
asssociados agrave soja no rio grande do sul ocorrecircncia identificaccedilao de
espeacutecies e efeito de cultivares e de plantas daninhas Dissertaccedilatildeo UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
SALASAR Caveiro Henrique 1982 Inseticidas e acaricidas ndash toxicologia
receituaacuterio agronocircmico Livroceres Piracicaba SP 424 p
SATO ME 2006 Aacutecaros Predadores Boletim Teacutecnico Instituto Bioloacutegico
Controle Bioloacutegico de Insetos e Aacutecaros Satildeo Paulo n 15 86 p
SATO ME Resistecircncia eacute um seacuterio problema para a agricultura in
httpwwwinfobiboscomArtigo2009_2resitenciaindexhtm acesso 19-09-2009
SCHMUTTERER H amp ASCHER KRS 1984 Natural Pesticides from the Neem
Tree and other Tropical Plantas Procedings of the Second Internacional Neem
Conference Rauischholzhausen Federal Republic of Germany 25-28 May 1983
GTZ Eschborn 587 p
SEBRAE 2009 in
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiii
httpsebraers2interjornalcombrnoticiakmfnoticia=7528145ampcanal=221
acesso 28082009
SGANZERLA E 1987 Nova agricultura a fascinante arte de cultivar com os
plaacutesticos Porto Alegre 5a Ediccedilatildeo Revista e Ampliada Livraria e Editora
Agropecuaacuteria 1995
SILVA C A D da 2002 Biologia e exigecircncias teacutermicas do aacutecaro vermelho
Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 37 n 5 p 573-580
SIMPSON K W CONNELL W A 1973 Mites on soybeans moisture and
temperature relations Environmental Entomology College Park v 2 p 319-323
TAMAI MA LOPES RB ALVES SB 1998 Manejo de pragas na floricultura
USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroacutez
TERNES M Resistecircncia de insetos e plantas daninhas a praguicidas
Florianoacutepolis EMPASC 1985 25 p
TESTE DE TUKEY Disponiacutevel em lthttp
httpwwwportalactioncombrcontent31-teste-de-tukeygt Acesso em 12 nov 2011
UFV - Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG
httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
VIEIRA S Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) Satildeo Paulo Ed Atlas 2006 216 p
WIKIPEDIA 2009in wwwwikipediaorgwikidose_letal acesso 26092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiv
ANEXOS
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxv
ANEXO I
Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias
Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxvi
ANEXO II
Glossaacuterio
Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xi
LISTA DE QUADROS E TABELAS
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo35
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do
agrotoacutexico50
Quadro 02 - Custo total dos produtos aplicados no experimento61
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xii
SIGLAS
AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura
ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos
CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na
Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)
CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas
Ornamentais
CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola
EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
para Agricultura e Alimentaccedilatildeo
IAC Instituto Agronocircmico de Campinas
IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE
PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros
predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiii
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas
uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O
Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se
os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e
tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais
caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos
produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil
empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea
de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo
com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas
ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um
crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de
negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por
75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e
Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)
O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e
plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550
floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo
Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o
maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao
ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um
reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS
principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas
ornamentais no RS eacute promissor
O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou
em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu
aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas
na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas
sazonais com maior produtividade e qualidade
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiv
As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos
geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii
Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio
Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada
vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos
organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas
ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados
conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos
Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com
quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax
A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais
especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como
aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas
manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa
danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)
Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e
alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e
manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade
fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a
accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o
aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese
de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros
tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por
em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e
basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as
folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente
(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das
plantas com teia (JEPPSON et al 1975)
Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o
controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do
agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de
intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xv
Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e
botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao
uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas
adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)
Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de
vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL
AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo
persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram
colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande
maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que
enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)
O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos
Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa
Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf
Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o
mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e
Rio Pardo (CERESTVales)
Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam
e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee
de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado
por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de
Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)
e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre
eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em
estufas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvi
12 Motivaccedilatildeo
No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e
Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis
Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo
Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no
decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser
vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU
1987)
No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli
Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros
ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi
procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul
referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma
demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em
niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia
Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para
Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por
produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas
sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo
apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvii
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais
Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim
significa jardim A horticultura estaacute dividida em
fruticultura ndash cultivo de pomares
olericultura ndash cultivo da horta
floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)
Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade
tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15
hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar
corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do
ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando
uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um
faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)
As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares
Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194
mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na
produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15
mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)
No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas
ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores
envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para
folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al
2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xviii
Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria
Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007
Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas
liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da
produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os
estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo
produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)
Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais
Fonte IBRAFLOR 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xix
Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de
Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE
FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo
propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos
setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que
envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que
impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias
profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e
fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)
A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e
comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002
para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de
2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em
180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445
produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810
hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em
18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)
Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e
com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva
juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio
governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e
externo (AFLORI 2009)
22 Estufas
O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto
ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em
cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos
climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de
granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o
cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)
(BUAINAIN et al 2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xx
Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o
cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011
Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e
telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo
em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar
Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como
tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)
Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxi
A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo
com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as
seguintes
as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos
predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do
Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes
frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do
vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada
em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do
Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas
necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode
variar de acordo com a disponibilidade do terreno
a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros
em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia
portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa
ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e
construccedilotildees (SGANZERLA 1995)
O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo
da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo
solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo
para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente
protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre
ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que
diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio
hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a
capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o
manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua
fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da
umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro
ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et
al2006)
Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxii
Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores
e plantas ornamentais
23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii
As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da
categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se
as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado
principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)
As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi
batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug
Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul
O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia
das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo
entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera
hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas
caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo
do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)
A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na
composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e
estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre
as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)
Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiii
A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser
produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma
produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas
com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento
moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo
do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para
iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada
luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida
iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna
igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)
A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo
solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais
componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua
escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de
sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um
desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em
clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)
231 Geacuterberas em vasos
O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito
usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da
temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema
frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado
em parte no cultivo em vasos
Entre as vantagens do sistema estatildeo
aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia
melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser
construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel
ao trabalhador
diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo
e pragas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiv
diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o
que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas
diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de
fertilizantes (SEBRAE 2009)
24 Aacutecaros
Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos
carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais
causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute
semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como
insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas
e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes
pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em
duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)
Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros
apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao
homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo
aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de
decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute
comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos
geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas
ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)
Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas
pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de
lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e
daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais
importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus
desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)
241 Aacutecaro Rajado
Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de
plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxv
de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo
014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das
folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos
agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-
se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase
ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees
laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato
geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae
Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS
O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias
agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20
dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo
para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo
emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A
longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40
dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente
e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior
longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e
ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de
grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvi
alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo
celular (FLECHTMANN 1979)
O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua
alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam
as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas
circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do
ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do
equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)
Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm
acesso 21-09-2009
A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave
queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da
fotossiacutentese (LIESERING 1960)
Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta
para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem
demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das
casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvii
instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN
1979)
No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de
agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos
trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o
ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um
processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos
acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro
rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxviii
Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de
morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho
(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o
controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo
ornamentais e outros (SATO 2006)
Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram
realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro
rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano
econocircmico
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos
A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos
seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a
comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes
no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da
vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na
qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas
de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas
brasileiras (DALZOTO et al 2009)
Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos
agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro
Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do
meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e
documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de
substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as
consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os
agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os
processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos
procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede
puacuteblica (CARSON 2010)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxix
251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina
A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina
(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas
globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave
importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma
e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e
significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia
da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios
ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo
de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por
pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha
(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a
Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim
Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e
persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute
crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de
onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola
veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)
Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o
controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por
pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)
No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -
IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros
O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo
da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio
ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos
insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de
vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)
Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas
pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxx
desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede
temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas
espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A
eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de
oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas
(GARCIA 2001)
O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave
disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos
os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de
pragas (GARCIA 2001)
Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas
Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha
gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora
brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute
bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens
Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus
cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente
broca-dos-frutos
Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito
Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho
(MARTINEZ 2008)
Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos
vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles
Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de
Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em
testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes
resultados
Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada
universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado
teor de capsaicina
Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e
possui propriedades bactericidas e fungicidas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxi
Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do
repertoacuterio de inseticidas vegetais
Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido
como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do
urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra
violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente
ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu
efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades
inseticidas (MARTINEZ 2008)
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos
Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade
consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica
satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com
algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo
da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na
natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o
uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem
medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras
que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos
dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e
Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos
nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)
Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos
tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no
controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros
produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais
podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O
avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao
controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle
do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados
tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxii
2009)
Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um
parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do
inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a
superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou
aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a
oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas
pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria
bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura
(DALZOTO 2009)
As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em
pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em
constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo
Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom
molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo
e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte
Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura
ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO
et al 1999)
253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas
As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas
e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se
de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para
aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que
proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo
enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta
aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a
Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)
Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a
Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada
entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiii
obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos
de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e
densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo
indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais
(PENTEADO 2006)
A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua
constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande
diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os
principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e
estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como
caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade
adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer
seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se
usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre
pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente
abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em
temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda
sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiv
26 Agrotoacutexicos
Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que
se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias
categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que
eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas
cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)
e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas
inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que
dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de
arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a
praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura
convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-
fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua
classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre
outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos
agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas
principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os
venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas
provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda
e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem
rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A
intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a
exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo
suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas
outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a
aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas
taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo
prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de
veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os
afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxv
261 Abamectina
A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e
aacutecaros
CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida
GRUPO QUIacuteMICO Avermectina
TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)
A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente
toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)
O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50
(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero
Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica
capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias
Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de
quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a
toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo
quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001
O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito
toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II
ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de
Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)
GRUPOS
DL50
(mgKg)
Dose letal provaacutevel para o homem
Extremamente
toacutexicos
lt 10
1 pitada - algumas gotas
Altamente toacutexicos
10-50
algumas gotas -1 colher de chaacute
Medianamente toacutexicos
500-5000
1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa
Pouco toacutexicos
05g-50g
2 colheres de sopa- 1 copo
Muito pouco toacutexicos
50g ou 150g
1 copo -
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvi
Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se
assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo
para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe
a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente
negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em
aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras
cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam
animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)
Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de
equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)
Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros
Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de
produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvii
Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner
Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de
EPI (figura 12)
Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com
aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou
superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxviii
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterberas em estufa
32 Objetivos Especiacuteficos
Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterbera em estufa
Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas
concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na
cultura de geacuterbera em estufa
Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos
na cultura de geacuterbera em estufa
Avaliar os aacutecaros predadores
4 MATERIAL E MEacuteTODOS
41 Materiais
Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural
produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de
Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado
para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxix
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura
14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o
plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue
necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee
Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xl
O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento
teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de
fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de
mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade
de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes
plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser
trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer
tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das
embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve
ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)
teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade
O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem
orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma
excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para
os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)
fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita
(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as
mudas de geacuterberas (figura 15)
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xli
Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco
(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS
Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco
Fonte Cloacutevis A Schwertner
O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura
fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A
estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto
Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas
maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)
Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um
termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlii
Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado
em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e
maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura
eacute abastecido por uma pilha (15 V)
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade
de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs
produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A
Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos
naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a
10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou
quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico
seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo
42 Meacutetodos
A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco
compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os
compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura
por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas
laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as
geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos
escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliii
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
421 Das dosagens ndash Experimento 01
Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de
agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do
aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas
pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram
de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos
fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10
Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por
compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)
mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura
19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com
trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75
aacutecaros em toda a bancada
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliv
Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo
reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme
metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para
caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da
empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o
controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite
de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de
controle (PROMIP 2008)
Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo
protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem
demonstrou-se mais eficiente
422 Das dosagens ndash Experimento 02
Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual
foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlv
compartimento
No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em
cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos
foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do
experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos
produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar
o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados
A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram
intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia
abaixo
14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E
14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos
7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees
a = Aplicaccedilatildeo
c = Contagem dos aacutecaros
A = primeira contagem
B = segunda contagem
C = terceira contagem
D = quarta contagem
E = quinta contagem
A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi
respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvi
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)
desta sequencia experimental (figura 20)
Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio
estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento
avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada
vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvii
seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das
folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o
desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal
As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao
compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos
totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)
Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados
Figura 21 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Figura 22 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlviii
Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise
estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de
descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees
para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como
para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas
descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas
utilizadas destaca-se o teste de Tukey
O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)
Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS
Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir
comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas
diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos
Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha
Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)
Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica
Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina
Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlix
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Resultado global
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e
bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa
Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10
paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos
naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os
produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros
predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve
eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores
Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos
nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas
novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento
Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas
no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10
porque esta se demonstrou mais eficiente
Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium
anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das
meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi
a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas
folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores
diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de
discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
l
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico
Dosagens
050 100
Folhas Velhas 040 060
B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120
Folhas Novas 120 140
Folhas Velhas 033 200
Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100
Folhas Novas 100 036
Folhas Velhas 040 080
Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060
Folhas Novas 120 040
Folhas Velhas 020 000
Abamectina Folhas Meacutedias 080 000
Folhas Novas 040 000
Folhas Velhas 060 220
Testemunha Folhas Meacutedias 120 180
Folhas Novas 140 060
Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das
contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento
Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia
das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a
meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos
A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados
e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10
e 05
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
li
Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas
meacutedias e novas
Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos
tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o
nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e
velhas nas dosagens de 05 e 10
Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os
predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme
PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o
enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima
de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees
poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lii
Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas
Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liii
Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos
permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle
de aacutecaros fitoacutefagos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liv
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do
agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos
testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em
sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas
aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas
contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores
denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas
44 a 46)
O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos
e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu
constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o
agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do
experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lv
10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi
aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o
calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos
aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias
Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo
teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o
tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento
Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve
diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada
diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)
Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas
natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvi
experimento (figura 30)
Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os
tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os
tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)
Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila
significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvii
Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens
efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o
aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)
Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira
contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao
tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo
teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram
diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lviii
Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve
diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)
Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lix
No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas
meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base
de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o
agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro
predador (figura 35)
Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar
Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de
desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T
urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios
imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos
de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade
de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a
partir de 15 ordm C
A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no
periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste
periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lx
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento
A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo
do experimento
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxi
Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar
aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell
(1973 in BERTOLO 2007)
52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos
Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle
dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de
relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na
produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do
trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e
consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo
Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os
seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no
quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo
acrescidos no valor final do produto
Produtos
Quant Litro R$
Pulverizador Costal
R$
Oacuteculos Policarbonato
R$
Luvas Borracha
R$
EPI cBotas
R$
Custo Total R$
Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000
Bbassianae
M anisopliae
5300 15500 1800 700 23300
Calda
sulfocalcica
700 15500 1800 700 18700
Abamectina 5900 15500 9200 30600
Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)
No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$
8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos
trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute
necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxii
a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador
manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na
aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)
Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiii
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento
Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram
aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro
rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do
experimento
Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiv
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento
No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente
danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)
Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxv
6 CONCLUSOtildeES
O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de
desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais
saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou
em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo
ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera
jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem
alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos
Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e
bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade
produtividade e rentabilidade econocircmica
O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica
(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na
cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico
Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros
predadores
Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de
geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador
se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos
Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque
multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvi
7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABREU JUNIOR E 1998 Praticas alternativas de controle de pragas e doenccedilas
na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP 115 p
ACOPEMA 2008 Estufas agriacutecolas in wwwacopemacombr acesso 20092009
AFLORI 2009 in httpwwwafloricombrnoticiaphppagina=MTA3 acesso
17092009
AGROBIOLOGICA 2009 in wwwagrobiologicacombr acesso 20-09-2009
AGRONOMIACOMGISMONTI 2009 in agronomiacomgismontiblogspotcom
acesso 20-09-2009
AKI YA 2002 Buacutessula da comercializaccedilatildeo para produtores de ornamentais
Satildeo Paulo Heliza Editora Comeacutercio e Industria Graacutefica 179 p
ANDEF 2001 Manual de Uso Correto de Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual
Associaccedilatildeo Nacional de Defesa Vegetal Andef Campinas Satildeo Paulo
ANVISA 2003
httpwwwcamaragovbrinternetcomissaoindexpermcaprAgrotoxMeirellespdf
acesso em 30-09-2009
Bayer Garden - httpwwwbayergardendkdaplantedoktorn
httpplantedoktordkinsektrigetenghtm acesso 21-09-2009
BALL 2006 Informaccedilotildees culturais geacuterberas em vaso Holambra Satildeo Paulo in
wwwballcombr acesso 2002009
BARRIGOSI Joseacute Alexandre Freitas 2008 EMBRAPA
httpwwwagenciacnptiaembrapabrgestorarrozarvoreCONT000fohgb6co02w
yiv8065610dc2ls9tihtml Acessado em 05-12-2011
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvii
BERTOLO EC 2007 Efeito da temperatura e do hospedeiro na biologia do
aacutecaro rajado Tetranychus urticae Koch (Acari Tetranychidae) Dissertaccedilatildeo
Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia da Faculdade de Agronomia e
Medicina Veterinaacuteria da Universidade de Passo Fundo ndash UPF Passo Fundo
BIOVALE 2009 in wwwbiovalecombr acesso 18082009
BOGORNI PC 2003 Efeito de Extratos Aquosos de Trichilia spp sobre o
desenvolvimento de Spodoptera frugiperda (J E Smith) em milho Tese de
Mestrado Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo - USP
BOLLAND HR GUTERREZ and JFLETCHTMANN CHW World Catalogue of
the Spider Mite Family (AcariTetranychidae) Leiden Boston Koumlln Brill 1998
BORTOLOZZO Adriane Regina MELO George Wellington Bastos de VARGAS
Leandro Produccedilatildeo de Morangos no Sistema Semi-Hidropocircnico Agosto 2006
BUAINAIN AM BATALHA MO (orgs) 2007 Cadeias Produtivas de Flores e
Mel Seacuterie Agronegoacutecios MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento Brasiacutelia IIICA MAPASPA 140 p
CARNEIRO SM de TPG Accedilatildeo do nim sobre fungos fitopatogecircnicos In
MARTINEZ SS O Nim ndash Azadirachta indica natureza usos muacuteltiplos
produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do Paranaacute 2002 p 59ndash64
CARSON Rachel 2010 Primavera silenciosa [traduzido por Claudia SantrsquoAnna
Martins] ndash 1 ed ndash Satildeo Paulo Gaia 327 p
CARVALHO R da S 2006 Biocontrole de moscas-das-frutas histoacuterico
conceito e estrateacutegias Cruz das Almas Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical (Circular Teacutecnica 83)
CERESTVales
httpwwwsaudersgovbrdados1197641782571CEREST20Vales20-
20Santa20Cruz20do20Sulpdf
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxviii
CGAC ndash MAPA 2003
httpwwwagriculturagovbrarq_editorfilecamaras_setoriaisFlores_e_plantas_o
rnamentais30ROApp_Informespdf
CHABOUSSOU F 1987 Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da
Trofobiose) LampPM Editores Porto Alegre
DALZOTO PR HURY KF 2009 Controle bioloacutegico de pragas no Brasil Satildeo
Paulo v 71 n1 p 37-41
DORNELLES Marccedilal Elizandro SCHOSSLER Joseacute Fernando CASALI Andreacute Luis
BRONDANI Leonardo Basso 2009 Inspeccedilatildeo teacutecnica de pulverizadores
agriacutecolas histoacuterico e importacircncia Ciecircnc rural 39(5)1600-1605 ago 2009
ilus tab httpbasesbiremebrcgi-
binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampsrc=googleampbase=LILACSamplang
=pampnextAction=lnkampexprSearch=521212ampindexSearch=ID
Ecocert Brasil 2001 wwwecocertcombr Acesso em 18-09-2009
EMBRAPA 2003
httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
acesso em 30-09-2009
EVANS GO 1992 Principes of acarology Wallingford CAB Intenational 563 p
FERLA NJ MARCHETI MM GONCcedilALVES D 2007 Aacutecaros predadores
(Acari) associados agrave cultura do morango (Fragaria sp Rosaceae) e plantas
proacuteximas no Estado do Rio Grande do Sul Biota Neotropica Vol 7 (number 2)
p 103-110
FERNANDEZ SM 2001 Baacutesico de floricultura ndash manual de treinamento
SENAR Porto Alegre
FLECHTMANN CHW 1979 Aacutecaros de importacircncia agriacutecola Satildeo Paulo Nobel
3ed 189 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxix
FURLAN MR 1997 Aacutecaros Revista Tempo Verde ano XX n 151 abril
GARCIA JLM 2001 Oacuteleo de Nim ndash O Bioprotetor Natural Seacuterie Agricultura
Alternativa Maio 16 p
HERNANDES J L RIBEIRO IJA 2008 Tratamento de inverno Boletim
Teacutecnico Instituto Agronocircmico Campinas IAC SP
IBRAFLOR 2002 Diagnoacutestico da cadeia produtiva de flores e plantas
ornamentais no estado de Alagoas ndash Contrato UFV-Funarte Sebrae ndash AL
IBRAFLOR 2009 in httpwwwaprendendoaexportargovbrfloressetorperfilasp
acesso 15092009
JEPPSON LR KEIFER HH BAKER EW 1975 Mites injurious to economic
plants Berkeley University of California Press 614 p
JORNAL AGROSOFT 2010 Notiacutecia datada de 01-07-2010 Brasil eacute o paiacutes que
mais usa agrotoacutexicos no mundo
KAumlMPF AN DAUDT RS 1999 Diagnoacutestico da floricultura no Rio Grande do
Sul Ciecircncia Rural vol 29 n 3 p 561-563 1999
LAZZARINI GJ 2005 Efeito da umidade sobre a germinaccedilatildeo in vitro de
Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae e atividade contra Triatoma
infestans Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Parasitologia) ndash Instituto de Patologia
Tropical e Sauacutede Puacuteblica Universidade Federal de Goiaacutes Goiacircnia 46 p
LIESERING VR 1960 Beitrag zum Phytopathologischen
Wirkungsmechanismus des Tetranychus urticae Koch Z Pflkrankh 67524-
542
LONDRES Flavia 2011 AGROTOacuteXICOS NO BRASIL um guia para accedilatildeo em
defesa da vida Rio de Janeiro AS ndash PTA ndash Assessoria e Serviccedilos a Projetos em
Agricultura Alternativa 190 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxx
LORENZI H 2001 Plantas ornamentais no Brasil arbustivas herbaacuteceas e
trepadeiras 3 ed Nova Odessa SP Instituto Plantarum 568 p
LUTZEMBERGER Joseacute Manual de Ecologia ndash do Jardim ao Poder LampPM
Editores Porto Alegre 2004 116 p
MACEDO MAA 2003 Taacuteticas de controle de 2 pragas em cultivares de
tomateiro de crescimento determinado Dissertaccedilatildeo UNESP-Jaboticabal
MARTINEZ SS Composiccedilatildeo do nim In Martinez SS O Nim ndash Azadirachta
indica natureza usos muacuteltiplos produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do
Paranaacute 2008
MELLO Itamar Soares de AZEVEDO Joatildeo Luacutecio de 1999 CONTROLE
BIOLOacuteGICO Vol 3 Editora UFV 308 p
MORAES GJ 1986 Controle bioloacutegico de aacutecaros fitoacutefagos Miscelacircnea
SOCOLEN v 8 p 29-63
MORAES GJ FLECHTMANN CHW 1981 Aacutecaros fitoacutefagos do nordeste do
Brasil Pequisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 16 n2 p177-186
MORAES G J e FLECHTMANN CH W 2008 Manual de Acarologia
Acarologia Baacutesica e Aacutecaros de Plantas Cultivadas no Brasil Ribeiratildeo Preto
Holos Editora 308 p il
MUNDODAEDUCACAO 2009 Importacircncia dos fungos in
wwwmundodaeducacaocombr acesso 18092009
NICKEL J L 1960 Temperature and humidity relationships of Tetranychus
desertorum Banks with special reference to distribution Hilgardia Berkeley
v 30 p 41-100
OLIVEIRA AAP 2007 Floricultura caracterizaccedilatildeo e mercado Fortaleza Banco
do Nordeste do Brasil 180p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxi
PADULA DA KAumlMPF AN SLONGO LA (orgs) 2003 Diagnoacutestico da cadeia
produtiva de flores e plantas ornamentais do Rio Grande do Sul in
http2012114147bdsBDSnsf311567070DCEA48C032572170054A774$File
NT000B578Epdf acesso 10082009
PENTEADO SR 2004 Proteccedilatildeo de plantas no sistema orgacircnico Curso de
Agricultura Orgacircnica (apostila 14 liccedilotildees) 1 ed Editor Fraga Penteado Cursos e
Planejamentos Ltda
PENTEADO SR 2006 Defensivos alternativos e naturais Campinas SP 174 p
PLASTISUL 2009 in httpwwwplastisulcombrestufasasp acesso 15092009
PRATES HS 1999 Caldas bordalesa sulfocaacutelcica e viccedilosa produtos
alternativos na citricultura ndash Folheto Informativo da CECORCATI ndash Campinas
PRIMAVESI AM 1998 Praacuteticas de Produccedilatildeo de Plantas em um conceito
Holiacutestico in ABREU HJ (ed) Praacuteticas alternativas de controle de pragas e
doenccedilas na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP EMOPI p 2-9
PRIMAVESI AM 1990 Manejo Ecoloacutegico do Solo Editora Nobel Satildeo Paulo
PRITCHARD AE BAKER EW 1955 A revision of the spider mite family
Tetranychidae San Francisco Pacific Coast Entomological Society v2
PROMIP 2008 in wwwpromipagrbrprodutoaspcID=18pID=18 acesso
21092009
PURI HS 1999 NEEM ndash The divine Tree Azadirachta indica Medicinal and
Aromatic Plants Industrial Profiles Hardwood Academic Publishers 182 p
PURQUERIO LFV TIVELLI SW 2006 Manejo do ambiente em cultivo
protegido Instituto Agronocircmico de Campinas IAC Centro de Horticultura
Campinas SP
QUINTELLA E 2002 Tempo de Mortalidade Meacutedia de Ninfas de Bemisia tabaci
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxii
(Gennadius) tratados com Oacuteleo de Nim Indiano Trabalho apresentado no 19ordm
Congresso Brasileiro de Entomologia Manaus
REVISTA DE AGRONEGOacuteCIOS DA FGV 2007 Ediccedilatildeo Ndeg 09 - Volume 27 in
httpwwwagroanalysiscombrindexphparea=conteudoampmat_id=327ampfrom=me
rcadonegocios acesso 20092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrrevista_junho_07assinaturaphp
acesso 15092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrindexphpreferencia=acura acesso
15092009
ROGGIA S 2007 Aacutecaros tetraniquiacutedeos (prostigmata Tetranychidae)
asssociados agrave soja no rio grande do sul ocorrecircncia identificaccedilao de
espeacutecies e efeito de cultivares e de plantas daninhas Dissertaccedilatildeo UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
SALASAR Caveiro Henrique 1982 Inseticidas e acaricidas ndash toxicologia
receituaacuterio agronocircmico Livroceres Piracicaba SP 424 p
SATO ME 2006 Aacutecaros Predadores Boletim Teacutecnico Instituto Bioloacutegico
Controle Bioloacutegico de Insetos e Aacutecaros Satildeo Paulo n 15 86 p
SATO ME Resistecircncia eacute um seacuterio problema para a agricultura in
httpwwwinfobiboscomArtigo2009_2resitenciaindexhtm acesso 19-09-2009
SCHMUTTERER H amp ASCHER KRS 1984 Natural Pesticides from the Neem
Tree and other Tropical Plantas Procedings of the Second Internacional Neem
Conference Rauischholzhausen Federal Republic of Germany 25-28 May 1983
GTZ Eschborn 587 p
SEBRAE 2009 in
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiii
httpsebraers2interjornalcombrnoticiakmfnoticia=7528145ampcanal=221
acesso 28082009
SGANZERLA E 1987 Nova agricultura a fascinante arte de cultivar com os
plaacutesticos Porto Alegre 5a Ediccedilatildeo Revista e Ampliada Livraria e Editora
Agropecuaacuteria 1995
SILVA C A D da 2002 Biologia e exigecircncias teacutermicas do aacutecaro vermelho
Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 37 n 5 p 573-580
SIMPSON K W CONNELL W A 1973 Mites on soybeans moisture and
temperature relations Environmental Entomology College Park v 2 p 319-323
TAMAI MA LOPES RB ALVES SB 1998 Manejo de pragas na floricultura
USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroacutez
TERNES M Resistecircncia de insetos e plantas daninhas a praguicidas
Florianoacutepolis EMPASC 1985 25 p
TESTE DE TUKEY Disponiacutevel em lthttp
httpwwwportalactioncombrcontent31-teste-de-tukeygt Acesso em 12 nov 2011
UFV - Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG
httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
VIEIRA S Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) Satildeo Paulo Ed Atlas 2006 216 p
WIKIPEDIA 2009in wwwwikipediaorgwikidose_letal acesso 26092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiv
ANEXOS
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxv
ANEXO I
Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias
Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxvi
ANEXO II
Glossaacuterio
Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xii
SIGLAS
AFLORI Associaccedilatildeo Riograndense de Floricultura
ANDEF Associaccedilatildeo Nacional de Defensivos
CERESTVales Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na
Regiatildeo dos Vales (Taquari e Rio Pardo)
CGAC - MAPA (Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de Flores e Plantas
Ornamentais
CRS Coordenadorias Regionais de Sauacutede
EMBRAPA Empresa Brasileira de Pesquisa Agriacutecola
EPI Equipamento de Proteccedilatildeo Individual
FAO sigla de Food and Agriculture Organization - Organizaccedilatildeo das Naccedilotildees Unidas
para Agricultura e Alimentaccedilatildeo
IAC Instituto Agronocircmico de Campinas
IBRAFLOR Instituto Brasileiro de Floricultura
MAPA Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e Abastecimento
PROMIP EMPRESA DE MANEJO INTEGRADO E CONTROLE BIOLOacuteGICO DE
PRAGAS (A PROMIP eacute primeira empresa Brasileira que produz aacutecaros
predadores para o controle bioloacutegico de insetos e aacutecaros-praga)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiii
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas
uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O
Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se
os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e
tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais
caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos
produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil
empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea
de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo
com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas
ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um
crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de
negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por
75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e
Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)
O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e
plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550
floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo
Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o
maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao
ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um
reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS
principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas
ornamentais no RS eacute promissor
O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou
em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu
aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas
na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas
sazonais com maior produtividade e qualidade
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiv
As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos
geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii
Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio
Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada
vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos
organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas
ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados
conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos
Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com
quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax
A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais
especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como
aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas
manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa
danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)
Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e
alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e
manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade
fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a
accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o
aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese
de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros
tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por
em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e
basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as
folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente
(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das
plantas com teia (JEPPSON et al 1975)
Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o
controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do
agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de
intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xv
Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e
botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao
uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas
adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)
Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de
vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL
AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo
persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram
colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande
maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que
enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)
O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos
Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa
Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf
Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o
mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e
Rio Pardo (CERESTVales)
Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam
e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee
de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado
por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de
Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)
e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre
eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em
estufas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvi
12 Motivaccedilatildeo
No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e
Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis
Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo
Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no
decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser
vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU
1987)
No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli
Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros
ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi
procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul
referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma
demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em
niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia
Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para
Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por
produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas
sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo
apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvii
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais
Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim
significa jardim A horticultura estaacute dividida em
fruticultura ndash cultivo de pomares
olericultura ndash cultivo da horta
floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)
Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade
tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15
hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar
corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do
ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando
uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um
faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)
As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares
Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194
mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na
produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15
mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)
No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas
ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores
envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para
folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al
2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xviii
Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria
Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007
Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas
liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da
produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os
estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo
produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)
Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais
Fonte IBRAFLOR 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xix
Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de
Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE
FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo
propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos
setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que
envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que
impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias
profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e
fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)
A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e
comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002
para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de
2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em
180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445
produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810
hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em
18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)
Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e
com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva
juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio
governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e
externo (AFLORI 2009)
22 Estufas
O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto
ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em
cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos
climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de
granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o
cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)
(BUAINAIN et al 2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xx
Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o
cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011
Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e
telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo
em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar
Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como
tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)
Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxi
A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo
com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as
seguintes
as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos
predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do
Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes
frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do
vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada
em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do
Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas
necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode
variar de acordo com a disponibilidade do terreno
a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros
em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia
portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa
ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e
construccedilotildees (SGANZERLA 1995)
O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo
da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo
solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo
para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente
protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre
ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que
diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio
hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a
capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o
manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua
fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da
umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro
ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et
al2006)
Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxii
Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores
e plantas ornamentais
23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii
As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da
categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se
as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado
principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)
As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi
batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug
Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul
O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia
das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo
entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera
hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas
caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo
do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)
A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na
composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e
estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre
as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)
Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiii
A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser
produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma
produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas
com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento
moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo
do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para
iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada
luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida
iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna
igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)
A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo
solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais
componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua
escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de
sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um
desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em
clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)
231 Geacuterberas em vasos
O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito
usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da
temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema
frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado
em parte no cultivo em vasos
Entre as vantagens do sistema estatildeo
aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia
melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser
construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel
ao trabalhador
diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo
e pragas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiv
diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o
que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas
diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de
fertilizantes (SEBRAE 2009)
24 Aacutecaros
Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos
carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais
causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute
semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como
insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas
e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes
pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em
duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)
Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros
apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao
homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo
aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de
decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute
comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos
geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas
ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)
Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas
pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de
lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e
daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais
importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus
desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)
241 Aacutecaro Rajado
Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de
plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxv
de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo
014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das
folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos
agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-
se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase
ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees
laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato
geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae
Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS
O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias
agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20
dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo
para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo
emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A
longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40
dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente
e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior
longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e
ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de
grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvi
alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo
celular (FLECHTMANN 1979)
O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua
alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam
as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas
circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do
ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do
equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)
Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm
acesso 21-09-2009
A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave
queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da
fotossiacutentese (LIESERING 1960)
Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta
para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem
demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das
casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvii
instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN
1979)
No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de
agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos
trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o
ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um
processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos
acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro
rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxviii
Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de
morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho
(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o
controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo
ornamentais e outros (SATO 2006)
Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram
realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro
rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano
econocircmico
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos
A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos
seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a
comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes
no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da
vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na
qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas
de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas
brasileiras (DALZOTO et al 2009)
Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos
agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro
Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do
meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e
documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de
substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as
consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os
agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os
processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos
procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede
puacuteblica (CARSON 2010)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxix
251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina
A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina
(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas
globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave
importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma
e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e
significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia
da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios
ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo
de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por
pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha
(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a
Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim
Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e
persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute
crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de
onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola
veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)
Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o
controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por
pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)
No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -
IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros
O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo
da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio
ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos
insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de
vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)
Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas
pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxx
desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede
temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas
espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A
eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de
oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas
(GARCIA 2001)
O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave
disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos
os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de
pragas (GARCIA 2001)
Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas
Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha
gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora
brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute
bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens
Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus
cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente
broca-dos-frutos
Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito
Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho
(MARTINEZ 2008)
Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos
vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles
Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de
Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em
testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes
resultados
Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada
universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado
teor de capsaicina
Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e
possui propriedades bactericidas e fungicidas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxi
Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do
repertoacuterio de inseticidas vegetais
Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido
como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do
urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra
violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente
ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu
efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades
inseticidas (MARTINEZ 2008)
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos
Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade
consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica
satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com
algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo
da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na
natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o
uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem
medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras
que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos
dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e
Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos
nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)
Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos
tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no
controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros
produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais
podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O
avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao
controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle
do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados
tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxii
2009)
Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um
parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do
inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a
superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou
aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a
oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas
pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria
bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura
(DALZOTO 2009)
As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em
pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em
constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo
Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom
molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo
e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte
Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura
ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO
et al 1999)
253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas
As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas
e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se
de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para
aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que
proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo
enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta
aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a
Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)
Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a
Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada
entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiii
obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos
de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e
densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo
indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais
(PENTEADO 2006)
A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua
constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande
diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os
principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e
estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como
caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade
adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer
seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se
usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre
pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente
abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em
temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda
sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiv
26 Agrotoacutexicos
Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que
se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias
categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que
eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas
cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)
e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas
inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que
dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de
arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a
praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura
convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-
fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua
classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre
outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos
agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas
principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os
venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas
provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda
e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem
rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A
intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a
exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo
suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas
outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a
aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas
taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo
prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de
veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os
afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxv
261 Abamectina
A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e
aacutecaros
CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida
GRUPO QUIacuteMICO Avermectina
TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)
A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente
toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)
O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50
(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero
Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica
capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias
Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de
quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a
toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo
quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001
O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito
toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II
ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de
Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)
GRUPOS
DL50
(mgKg)
Dose letal provaacutevel para o homem
Extremamente
toacutexicos
lt 10
1 pitada - algumas gotas
Altamente toacutexicos
10-50
algumas gotas -1 colher de chaacute
Medianamente toacutexicos
500-5000
1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa
Pouco toacutexicos
05g-50g
2 colheres de sopa- 1 copo
Muito pouco toacutexicos
50g ou 150g
1 copo -
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvi
Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se
assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo
para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe
a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente
negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em
aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras
cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam
animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)
Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de
equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)
Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros
Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de
produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvii
Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner
Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de
EPI (figura 12)
Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com
aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou
superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxviii
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterberas em estufa
32 Objetivos Especiacuteficos
Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterbera em estufa
Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas
concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na
cultura de geacuterbera em estufa
Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos
na cultura de geacuterbera em estufa
Avaliar os aacutecaros predadores
4 MATERIAL E MEacuteTODOS
41 Materiais
Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural
produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de
Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado
para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxix
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura
14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o
plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue
necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee
Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xl
O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento
teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de
fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de
mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade
de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes
plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser
trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer
tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das
embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve
ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)
teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade
O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem
orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma
excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para
os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)
fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita
(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as
mudas de geacuterberas (figura 15)
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xli
Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco
(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS
Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco
Fonte Cloacutevis A Schwertner
O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura
fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A
estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto
Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas
maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)
Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um
termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlii
Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado
em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e
maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura
eacute abastecido por uma pilha (15 V)
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade
de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs
produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A
Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos
naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a
10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou
quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico
seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo
42 Meacutetodos
A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco
compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os
compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura
por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas
laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as
geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos
escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliii
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
421 Das dosagens ndash Experimento 01
Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de
agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do
aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas
pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram
de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos
fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10
Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por
compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)
mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura
19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com
trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75
aacutecaros em toda a bancada
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliv
Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo
reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme
metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para
caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da
empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o
controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite
de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de
controle (PROMIP 2008)
Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo
protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem
demonstrou-se mais eficiente
422 Das dosagens ndash Experimento 02
Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual
foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlv
compartimento
No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em
cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos
foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do
experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos
produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar
o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados
A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram
intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia
abaixo
14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E
14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos
7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees
a = Aplicaccedilatildeo
c = Contagem dos aacutecaros
A = primeira contagem
B = segunda contagem
C = terceira contagem
D = quarta contagem
E = quinta contagem
A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi
respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvi
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)
desta sequencia experimental (figura 20)
Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio
estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento
avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada
vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvii
seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das
folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o
desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal
As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao
compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos
totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)
Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados
Figura 21 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Figura 22 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlviii
Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise
estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de
descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees
para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como
para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas
descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas
utilizadas destaca-se o teste de Tukey
O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)
Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS
Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir
comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas
diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos
Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha
Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)
Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica
Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina
Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlix
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Resultado global
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e
bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa
Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10
paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos
naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os
produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros
predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve
eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores
Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos
nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas
novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento
Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas
no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10
porque esta se demonstrou mais eficiente
Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium
anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das
meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi
a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas
folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores
diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de
discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
l
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico
Dosagens
050 100
Folhas Velhas 040 060
B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120
Folhas Novas 120 140
Folhas Velhas 033 200
Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100
Folhas Novas 100 036
Folhas Velhas 040 080
Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060
Folhas Novas 120 040
Folhas Velhas 020 000
Abamectina Folhas Meacutedias 080 000
Folhas Novas 040 000
Folhas Velhas 060 220
Testemunha Folhas Meacutedias 120 180
Folhas Novas 140 060
Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das
contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento
Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia
das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a
meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos
A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados
e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10
e 05
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
li
Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas
meacutedias e novas
Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos
tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o
nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e
velhas nas dosagens de 05 e 10
Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os
predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme
PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o
enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima
de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees
poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lii
Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas
Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liii
Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos
permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle
de aacutecaros fitoacutefagos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liv
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do
agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos
testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em
sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas
aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas
contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores
denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas
44 a 46)
O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos
e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu
constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o
agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do
experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lv
10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi
aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o
calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos
aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias
Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo
teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o
tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento
Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve
diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada
diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)
Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas
natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvi
experimento (figura 30)
Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os
tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os
tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)
Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila
significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvii
Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens
efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o
aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)
Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira
contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao
tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo
teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram
diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lviii
Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve
diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)
Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lix
No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas
meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base
de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o
agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro
predador (figura 35)
Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar
Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de
desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T
urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios
imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos
de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade
de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a
partir de 15 ordm C
A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no
periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste
periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lx
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento
A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo
do experimento
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxi
Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar
aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell
(1973 in BERTOLO 2007)
52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos
Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle
dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de
relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na
produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do
trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e
consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo
Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os
seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no
quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo
acrescidos no valor final do produto
Produtos
Quant Litro R$
Pulverizador Costal
R$
Oacuteculos Policarbonato
R$
Luvas Borracha
R$
EPI cBotas
R$
Custo Total R$
Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000
Bbassianae
M anisopliae
5300 15500 1800 700 23300
Calda
sulfocalcica
700 15500 1800 700 18700
Abamectina 5900 15500 9200 30600
Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)
No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$
8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos
trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute
necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxii
a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador
manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na
aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)
Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiii
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento
Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram
aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro
rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do
experimento
Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiv
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento
No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente
danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)
Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxv
6 CONCLUSOtildeES
O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de
desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais
saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou
em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo
ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera
jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem
alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos
Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e
bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade
produtividade e rentabilidade econocircmica
O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica
(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na
cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico
Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros
predadores
Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de
geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador
se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos
Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque
multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvi
7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABREU JUNIOR E 1998 Praticas alternativas de controle de pragas e doenccedilas
na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP 115 p
ACOPEMA 2008 Estufas agriacutecolas in wwwacopemacombr acesso 20092009
AFLORI 2009 in httpwwwafloricombrnoticiaphppagina=MTA3 acesso
17092009
AGROBIOLOGICA 2009 in wwwagrobiologicacombr acesso 20-09-2009
AGRONOMIACOMGISMONTI 2009 in agronomiacomgismontiblogspotcom
acesso 20-09-2009
AKI YA 2002 Buacutessula da comercializaccedilatildeo para produtores de ornamentais
Satildeo Paulo Heliza Editora Comeacutercio e Industria Graacutefica 179 p
ANDEF 2001 Manual de Uso Correto de Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual
Associaccedilatildeo Nacional de Defesa Vegetal Andef Campinas Satildeo Paulo
ANVISA 2003
httpwwwcamaragovbrinternetcomissaoindexpermcaprAgrotoxMeirellespdf
acesso em 30-09-2009
Bayer Garden - httpwwwbayergardendkdaplantedoktorn
httpplantedoktordkinsektrigetenghtm acesso 21-09-2009
BALL 2006 Informaccedilotildees culturais geacuterberas em vaso Holambra Satildeo Paulo in
wwwballcombr acesso 2002009
BARRIGOSI Joseacute Alexandre Freitas 2008 EMBRAPA
httpwwwagenciacnptiaembrapabrgestorarrozarvoreCONT000fohgb6co02w
yiv8065610dc2ls9tihtml Acessado em 05-12-2011
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvii
BERTOLO EC 2007 Efeito da temperatura e do hospedeiro na biologia do
aacutecaro rajado Tetranychus urticae Koch (Acari Tetranychidae) Dissertaccedilatildeo
Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia da Faculdade de Agronomia e
Medicina Veterinaacuteria da Universidade de Passo Fundo ndash UPF Passo Fundo
BIOVALE 2009 in wwwbiovalecombr acesso 18082009
BOGORNI PC 2003 Efeito de Extratos Aquosos de Trichilia spp sobre o
desenvolvimento de Spodoptera frugiperda (J E Smith) em milho Tese de
Mestrado Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo - USP
BOLLAND HR GUTERREZ and JFLETCHTMANN CHW World Catalogue of
the Spider Mite Family (AcariTetranychidae) Leiden Boston Koumlln Brill 1998
BORTOLOZZO Adriane Regina MELO George Wellington Bastos de VARGAS
Leandro Produccedilatildeo de Morangos no Sistema Semi-Hidropocircnico Agosto 2006
BUAINAIN AM BATALHA MO (orgs) 2007 Cadeias Produtivas de Flores e
Mel Seacuterie Agronegoacutecios MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento Brasiacutelia IIICA MAPASPA 140 p
CARNEIRO SM de TPG Accedilatildeo do nim sobre fungos fitopatogecircnicos In
MARTINEZ SS O Nim ndash Azadirachta indica natureza usos muacuteltiplos
produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do Paranaacute 2002 p 59ndash64
CARSON Rachel 2010 Primavera silenciosa [traduzido por Claudia SantrsquoAnna
Martins] ndash 1 ed ndash Satildeo Paulo Gaia 327 p
CARVALHO R da S 2006 Biocontrole de moscas-das-frutas histoacuterico
conceito e estrateacutegias Cruz das Almas Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical (Circular Teacutecnica 83)
CERESTVales
httpwwwsaudersgovbrdados1197641782571CEREST20Vales20-
20Santa20Cruz20do20Sulpdf
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxviii
CGAC ndash MAPA 2003
httpwwwagriculturagovbrarq_editorfilecamaras_setoriaisFlores_e_plantas_o
rnamentais30ROApp_Informespdf
CHABOUSSOU F 1987 Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da
Trofobiose) LampPM Editores Porto Alegre
DALZOTO PR HURY KF 2009 Controle bioloacutegico de pragas no Brasil Satildeo
Paulo v 71 n1 p 37-41
DORNELLES Marccedilal Elizandro SCHOSSLER Joseacute Fernando CASALI Andreacute Luis
BRONDANI Leonardo Basso 2009 Inspeccedilatildeo teacutecnica de pulverizadores
agriacutecolas histoacuterico e importacircncia Ciecircnc rural 39(5)1600-1605 ago 2009
ilus tab httpbasesbiremebrcgi-
binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampsrc=googleampbase=LILACSamplang
=pampnextAction=lnkampexprSearch=521212ampindexSearch=ID
Ecocert Brasil 2001 wwwecocertcombr Acesso em 18-09-2009
EMBRAPA 2003
httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
acesso em 30-09-2009
EVANS GO 1992 Principes of acarology Wallingford CAB Intenational 563 p
FERLA NJ MARCHETI MM GONCcedilALVES D 2007 Aacutecaros predadores
(Acari) associados agrave cultura do morango (Fragaria sp Rosaceae) e plantas
proacuteximas no Estado do Rio Grande do Sul Biota Neotropica Vol 7 (number 2)
p 103-110
FERNANDEZ SM 2001 Baacutesico de floricultura ndash manual de treinamento
SENAR Porto Alegre
FLECHTMANN CHW 1979 Aacutecaros de importacircncia agriacutecola Satildeo Paulo Nobel
3ed 189 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxix
FURLAN MR 1997 Aacutecaros Revista Tempo Verde ano XX n 151 abril
GARCIA JLM 2001 Oacuteleo de Nim ndash O Bioprotetor Natural Seacuterie Agricultura
Alternativa Maio 16 p
HERNANDES J L RIBEIRO IJA 2008 Tratamento de inverno Boletim
Teacutecnico Instituto Agronocircmico Campinas IAC SP
IBRAFLOR 2002 Diagnoacutestico da cadeia produtiva de flores e plantas
ornamentais no estado de Alagoas ndash Contrato UFV-Funarte Sebrae ndash AL
IBRAFLOR 2009 in httpwwwaprendendoaexportargovbrfloressetorperfilasp
acesso 15092009
JEPPSON LR KEIFER HH BAKER EW 1975 Mites injurious to economic
plants Berkeley University of California Press 614 p
JORNAL AGROSOFT 2010 Notiacutecia datada de 01-07-2010 Brasil eacute o paiacutes que
mais usa agrotoacutexicos no mundo
KAumlMPF AN DAUDT RS 1999 Diagnoacutestico da floricultura no Rio Grande do
Sul Ciecircncia Rural vol 29 n 3 p 561-563 1999
LAZZARINI GJ 2005 Efeito da umidade sobre a germinaccedilatildeo in vitro de
Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae e atividade contra Triatoma
infestans Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Parasitologia) ndash Instituto de Patologia
Tropical e Sauacutede Puacuteblica Universidade Federal de Goiaacutes Goiacircnia 46 p
LIESERING VR 1960 Beitrag zum Phytopathologischen
Wirkungsmechanismus des Tetranychus urticae Koch Z Pflkrankh 67524-
542
LONDRES Flavia 2011 AGROTOacuteXICOS NO BRASIL um guia para accedilatildeo em
defesa da vida Rio de Janeiro AS ndash PTA ndash Assessoria e Serviccedilos a Projetos em
Agricultura Alternativa 190 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxx
LORENZI H 2001 Plantas ornamentais no Brasil arbustivas herbaacuteceas e
trepadeiras 3 ed Nova Odessa SP Instituto Plantarum 568 p
LUTZEMBERGER Joseacute Manual de Ecologia ndash do Jardim ao Poder LampPM
Editores Porto Alegre 2004 116 p
MACEDO MAA 2003 Taacuteticas de controle de 2 pragas em cultivares de
tomateiro de crescimento determinado Dissertaccedilatildeo UNESP-Jaboticabal
MARTINEZ SS Composiccedilatildeo do nim In Martinez SS O Nim ndash Azadirachta
indica natureza usos muacuteltiplos produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do
Paranaacute 2008
MELLO Itamar Soares de AZEVEDO Joatildeo Luacutecio de 1999 CONTROLE
BIOLOacuteGICO Vol 3 Editora UFV 308 p
MORAES GJ 1986 Controle bioloacutegico de aacutecaros fitoacutefagos Miscelacircnea
SOCOLEN v 8 p 29-63
MORAES GJ FLECHTMANN CHW 1981 Aacutecaros fitoacutefagos do nordeste do
Brasil Pequisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 16 n2 p177-186
MORAES G J e FLECHTMANN CH W 2008 Manual de Acarologia
Acarologia Baacutesica e Aacutecaros de Plantas Cultivadas no Brasil Ribeiratildeo Preto
Holos Editora 308 p il
MUNDODAEDUCACAO 2009 Importacircncia dos fungos in
wwwmundodaeducacaocombr acesso 18092009
NICKEL J L 1960 Temperature and humidity relationships of Tetranychus
desertorum Banks with special reference to distribution Hilgardia Berkeley
v 30 p 41-100
OLIVEIRA AAP 2007 Floricultura caracterizaccedilatildeo e mercado Fortaleza Banco
do Nordeste do Brasil 180p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxi
PADULA DA KAumlMPF AN SLONGO LA (orgs) 2003 Diagnoacutestico da cadeia
produtiva de flores e plantas ornamentais do Rio Grande do Sul in
http2012114147bdsBDSnsf311567070DCEA48C032572170054A774$File
NT000B578Epdf acesso 10082009
PENTEADO SR 2004 Proteccedilatildeo de plantas no sistema orgacircnico Curso de
Agricultura Orgacircnica (apostila 14 liccedilotildees) 1 ed Editor Fraga Penteado Cursos e
Planejamentos Ltda
PENTEADO SR 2006 Defensivos alternativos e naturais Campinas SP 174 p
PLASTISUL 2009 in httpwwwplastisulcombrestufasasp acesso 15092009
PRATES HS 1999 Caldas bordalesa sulfocaacutelcica e viccedilosa produtos
alternativos na citricultura ndash Folheto Informativo da CECORCATI ndash Campinas
PRIMAVESI AM 1998 Praacuteticas de Produccedilatildeo de Plantas em um conceito
Holiacutestico in ABREU HJ (ed) Praacuteticas alternativas de controle de pragas e
doenccedilas na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP EMOPI p 2-9
PRIMAVESI AM 1990 Manejo Ecoloacutegico do Solo Editora Nobel Satildeo Paulo
PRITCHARD AE BAKER EW 1955 A revision of the spider mite family
Tetranychidae San Francisco Pacific Coast Entomological Society v2
PROMIP 2008 in wwwpromipagrbrprodutoaspcID=18pID=18 acesso
21092009
PURI HS 1999 NEEM ndash The divine Tree Azadirachta indica Medicinal and
Aromatic Plants Industrial Profiles Hardwood Academic Publishers 182 p
PURQUERIO LFV TIVELLI SW 2006 Manejo do ambiente em cultivo
protegido Instituto Agronocircmico de Campinas IAC Centro de Horticultura
Campinas SP
QUINTELLA E 2002 Tempo de Mortalidade Meacutedia de Ninfas de Bemisia tabaci
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxii
(Gennadius) tratados com Oacuteleo de Nim Indiano Trabalho apresentado no 19ordm
Congresso Brasileiro de Entomologia Manaus
REVISTA DE AGRONEGOacuteCIOS DA FGV 2007 Ediccedilatildeo Ndeg 09 - Volume 27 in
httpwwwagroanalysiscombrindexphparea=conteudoampmat_id=327ampfrom=me
rcadonegocios acesso 20092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrrevista_junho_07assinaturaphp
acesso 15092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrindexphpreferencia=acura acesso
15092009
ROGGIA S 2007 Aacutecaros tetraniquiacutedeos (prostigmata Tetranychidae)
asssociados agrave soja no rio grande do sul ocorrecircncia identificaccedilao de
espeacutecies e efeito de cultivares e de plantas daninhas Dissertaccedilatildeo UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
SALASAR Caveiro Henrique 1982 Inseticidas e acaricidas ndash toxicologia
receituaacuterio agronocircmico Livroceres Piracicaba SP 424 p
SATO ME 2006 Aacutecaros Predadores Boletim Teacutecnico Instituto Bioloacutegico
Controle Bioloacutegico de Insetos e Aacutecaros Satildeo Paulo n 15 86 p
SATO ME Resistecircncia eacute um seacuterio problema para a agricultura in
httpwwwinfobiboscomArtigo2009_2resitenciaindexhtm acesso 19-09-2009
SCHMUTTERER H amp ASCHER KRS 1984 Natural Pesticides from the Neem
Tree and other Tropical Plantas Procedings of the Second Internacional Neem
Conference Rauischholzhausen Federal Republic of Germany 25-28 May 1983
GTZ Eschborn 587 p
SEBRAE 2009 in
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiii
httpsebraers2interjornalcombrnoticiakmfnoticia=7528145ampcanal=221
acesso 28082009
SGANZERLA E 1987 Nova agricultura a fascinante arte de cultivar com os
plaacutesticos Porto Alegre 5a Ediccedilatildeo Revista e Ampliada Livraria e Editora
Agropecuaacuteria 1995
SILVA C A D da 2002 Biologia e exigecircncias teacutermicas do aacutecaro vermelho
Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 37 n 5 p 573-580
SIMPSON K W CONNELL W A 1973 Mites on soybeans moisture and
temperature relations Environmental Entomology College Park v 2 p 319-323
TAMAI MA LOPES RB ALVES SB 1998 Manejo de pragas na floricultura
USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroacutez
TERNES M Resistecircncia de insetos e plantas daninhas a praguicidas
Florianoacutepolis EMPASC 1985 25 p
TESTE DE TUKEY Disponiacutevel em lthttp
httpwwwportalactioncombrcontent31-teste-de-tukeygt Acesso em 12 nov 2011
UFV - Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG
httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
VIEIRA S Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) Satildeo Paulo Ed Atlas 2006 216 p
WIKIPEDIA 2009in wwwwikipediaorgwikidose_letal acesso 26092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiv
ANEXOS
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxv
ANEXO I
Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias
Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxvi
ANEXO II
Glossaacuterio
Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiii
1 INTRODUCcedilAtildeO
No Brasil o cultivo de flores e plantas ornamentais vem crescendo nas
uacuteltimas trecircs deacutecadas sendo uma atividade econocircmica importante no agronegoacutecio O
Brasil possui notoacuterias vantagens para ampliar a produccedilatildeo de flores observando-se
os microclimas privilegiados a disponibilidade de terra aacutegua matildeo de obra e
tecnologias agronocircmicas disponiacuteveis (IBRAFLOR 2011) Uma das principais
caracteriacutesticas desse setor eacute a de constituir-se em atividade tiacutepica de pequenos
produtores Estima-se que esta atividade responde pela geraccedilatildeo de mais de 194 mil
empregos diretos e indiretos com cerca de oito mil produtores cultivando uma aacuterea
de nove mil hectares em 1458 municiacutepios brasileiros (IBRAFLOR 2011) De acordo
com Instituto Brasileiro de Floricultura o faturamento do mercado de flores e plantas
ornamentais em 2011 foi em torno de 44 bilhotildees de reais acontecendo um
crescimento de 10 nos uacuteltimos cinco anos No ano de 2011 o crescimento de
negoacutecios aumentou em torno de 10 sendo o estado de Satildeo Paulo responsaacutevel por
75 da produccedilatildeo Aleacutem disso 75 da comercializaccedilatildeo ocorreu na regiatildeo Sul e
Sudeste e 25 nas demais regiotildees (IBRAFLOR 2011)
O Rio Grande do Sul eacute o segundo estado brasileiro na produccedilatildeo de flores e
plantas ornamentais com participaccedilatildeo de 9 Possui aproximadamente 550
floricultores cadastrados pelo SEBRAE destacando-se os Vales do Caiacute Rio Pardo
Taquari e Serra Gauacutecha Mesmo sendo o segundo em produccedilatildeo de flores o RS eacute o
maior consumidor brasileiro No paiacutes a meacutedia per capita de compras em flores ao
ano eacute de R$ 2000 (Vinte reais) no RS a meacutedia eacute de R$ 4100 (Quarenta e um
reais) Entretanto 70 das flores e plantas ornamentais vecircm de fora do RS
principalmente de Satildeo Paulo (BUAINAIN et al 2007) O mercado de flores e plantas
ornamentais no RS eacute promissor
O cultivo de flores e plantas ornamentais no Brasil eacute realizado a ceacuteu aberto ou
em ambientes protegidos como estufas Cerca de 71 do plantio eacute feito a ceacuteu
aberto 26 em estufas e 3 telado (IBRAFLOR 2002) A plasticultura em estufas
na floricultura possibilita a produccedilatildeo durante o ano inteiro mesmo a de culturas
sazonais com maior produtividade e qualidade
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiv
As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos
geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii
Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio
Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada
vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos
organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas
ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados
conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos
Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com
quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax
A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais
especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como
aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas
manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa
danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)
Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e
alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e
manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade
fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a
accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o
aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese
de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros
tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por
em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e
basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as
folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente
(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das
plantas com teia (JEPPSON et al 1975)
Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o
controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do
agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de
intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xv
Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e
botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao
uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas
adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)
Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de
vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL
AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo
persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram
colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande
maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que
enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)
O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos
Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa
Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf
Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o
mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e
Rio Pardo (CERESTVales)
Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam
e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee
de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado
por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de
Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)
e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre
eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em
estufas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvi
12 Motivaccedilatildeo
No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e
Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis
Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo
Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no
decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser
vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU
1987)
No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli
Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros
ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi
procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul
referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma
demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em
niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia
Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para
Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por
produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas
sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo
apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvii
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais
Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim
significa jardim A horticultura estaacute dividida em
fruticultura ndash cultivo de pomares
olericultura ndash cultivo da horta
floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)
Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade
tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15
hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar
corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do
ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando
uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um
faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)
As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares
Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194
mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na
produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15
mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)
No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas
ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores
envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para
folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al
2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xviii
Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria
Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007
Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas
liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da
produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os
estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo
produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)
Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais
Fonte IBRAFLOR 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xix
Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de
Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE
FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo
propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos
setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que
envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que
impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias
profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e
fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)
A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e
comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002
para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de
2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em
180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445
produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810
hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em
18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)
Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e
com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva
juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio
governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e
externo (AFLORI 2009)
22 Estufas
O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto
ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em
cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos
climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de
granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o
cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)
(BUAINAIN et al 2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xx
Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o
cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011
Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e
telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo
em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar
Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como
tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)
Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxi
A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo
com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as
seguintes
as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos
predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do
Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes
frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do
vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada
em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do
Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas
necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode
variar de acordo com a disponibilidade do terreno
a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros
em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia
portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa
ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e
construccedilotildees (SGANZERLA 1995)
O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo
da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo
solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo
para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente
protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre
ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que
diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio
hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a
capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o
manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua
fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da
umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro
ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et
al2006)
Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxii
Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores
e plantas ornamentais
23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii
As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da
categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se
as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado
principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)
As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi
batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug
Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul
O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia
das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo
entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera
hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas
caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo
do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)
A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na
composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e
estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre
as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)
Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiii
A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser
produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma
produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas
com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento
moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo
do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para
iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada
luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida
iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna
igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)
A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo
solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais
componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua
escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de
sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um
desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em
clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)
231 Geacuterberas em vasos
O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito
usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da
temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema
frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado
em parte no cultivo em vasos
Entre as vantagens do sistema estatildeo
aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia
melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser
construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel
ao trabalhador
diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo
e pragas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiv
diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o
que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas
diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de
fertilizantes (SEBRAE 2009)
24 Aacutecaros
Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos
carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais
causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute
semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como
insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas
e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes
pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em
duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)
Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros
apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao
homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo
aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de
decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute
comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos
geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas
ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)
Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas
pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de
lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e
daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais
importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus
desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)
241 Aacutecaro Rajado
Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de
plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxv
de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo
014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das
folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos
agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-
se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase
ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees
laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato
geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae
Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS
O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias
agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20
dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo
para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo
emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A
longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40
dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente
e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior
longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e
ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de
grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvi
alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo
celular (FLECHTMANN 1979)
O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua
alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam
as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas
circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do
ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do
equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)
Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm
acesso 21-09-2009
A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave
queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da
fotossiacutentese (LIESERING 1960)
Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta
para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem
demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das
casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvii
instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN
1979)
No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de
agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos
trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o
ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um
processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos
acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro
rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxviii
Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de
morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho
(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o
controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo
ornamentais e outros (SATO 2006)
Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram
realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro
rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano
econocircmico
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos
A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos
seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a
comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes
no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da
vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na
qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas
de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas
brasileiras (DALZOTO et al 2009)
Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos
agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro
Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do
meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e
documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de
substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as
consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os
agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os
processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos
procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede
puacuteblica (CARSON 2010)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxix
251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina
A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina
(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas
globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave
importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma
e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e
significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia
da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios
ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo
de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por
pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha
(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a
Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim
Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e
persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute
crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de
onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola
veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)
Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o
controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por
pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)
No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -
IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros
O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo
da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio
ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos
insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de
vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)
Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas
pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxx
desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede
temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas
espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A
eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de
oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas
(GARCIA 2001)
O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave
disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos
os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de
pragas (GARCIA 2001)
Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas
Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha
gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora
brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute
bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens
Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus
cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente
broca-dos-frutos
Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito
Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho
(MARTINEZ 2008)
Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos
vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles
Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de
Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em
testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes
resultados
Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada
universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado
teor de capsaicina
Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e
possui propriedades bactericidas e fungicidas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxi
Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do
repertoacuterio de inseticidas vegetais
Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido
como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do
urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra
violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente
ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu
efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades
inseticidas (MARTINEZ 2008)
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos
Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade
consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica
satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com
algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo
da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na
natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o
uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem
medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras
que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos
dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e
Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos
nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)
Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos
tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no
controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros
produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais
podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O
avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao
controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle
do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados
tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxii
2009)
Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um
parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do
inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a
superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou
aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a
oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas
pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria
bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura
(DALZOTO 2009)
As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em
pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em
constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo
Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom
molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo
e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte
Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura
ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO
et al 1999)
253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas
As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas
e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se
de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para
aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que
proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo
enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta
aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a
Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)
Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a
Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada
entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiii
obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos
de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e
densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo
indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais
(PENTEADO 2006)
A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua
constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande
diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os
principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e
estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como
caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade
adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer
seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se
usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre
pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente
abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em
temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda
sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiv
26 Agrotoacutexicos
Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que
se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias
categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que
eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas
cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)
e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas
inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que
dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de
arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a
praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura
convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-
fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua
classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre
outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos
agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas
principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os
venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas
provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda
e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem
rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A
intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a
exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo
suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas
outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a
aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas
taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo
prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de
veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os
afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxv
261 Abamectina
A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e
aacutecaros
CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida
GRUPO QUIacuteMICO Avermectina
TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)
A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente
toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)
O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50
(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero
Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica
capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias
Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de
quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a
toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo
quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001
O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito
toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II
ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de
Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)
GRUPOS
DL50
(mgKg)
Dose letal provaacutevel para o homem
Extremamente
toacutexicos
lt 10
1 pitada - algumas gotas
Altamente toacutexicos
10-50
algumas gotas -1 colher de chaacute
Medianamente toacutexicos
500-5000
1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa
Pouco toacutexicos
05g-50g
2 colheres de sopa- 1 copo
Muito pouco toacutexicos
50g ou 150g
1 copo -
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvi
Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se
assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo
para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe
a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente
negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em
aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras
cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam
animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)
Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de
equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)
Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros
Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de
produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvii
Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner
Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de
EPI (figura 12)
Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com
aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou
superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxviii
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterberas em estufa
32 Objetivos Especiacuteficos
Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterbera em estufa
Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas
concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na
cultura de geacuterbera em estufa
Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos
na cultura de geacuterbera em estufa
Avaliar os aacutecaros predadores
4 MATERIAL E MEacuteTODOS
41 Materiais
Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural
produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de
Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado
para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxix
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura
14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o
plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue
necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee
Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xl
O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento
teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de
fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de
mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade
de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes
plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser
trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer
tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das
embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve
ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)
teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade
O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem
orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma
excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para
os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)
fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita
(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as
mudas de geacuterberas (figura 15)
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xli
Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco
(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS
Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco
Fonte Cloacutevis A Schwertner
O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura
fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A
estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto
Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas
maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)
Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um
termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlii
Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado
em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e
maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura
eacute abastecido por uma pilha (15 V)
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade
de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs
produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A
Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos
naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a
10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou
quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico
seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo
42 Meacutetodos
A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco
compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os
compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura
por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas
laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as
geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos
escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliii
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
421 Das dosagens ndash Experimento 01
Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de
agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do
aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas
pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram
de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos
fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10
Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por
compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)
mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura
19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com
trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75
aacutecaros em toda a bancada
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliv
Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo
reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme
metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para
caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da
empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o
controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite
de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de
controle (PROMIP 2008)
Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo
protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem
demonstrou-se mais eficiente
422 Das dosagens ndash Experimento 02
Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual
foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlv
compartimento
No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em
cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos
foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do
experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos
produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar
o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados
A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram
intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia
abaixo
14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E
14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos
7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees
a = Aplicaccedilatildeo
c = Contagem dos aacutecaros
A = primeira contagem
B = segunda contagem
C = terceira contagem
D = quarta contagem
E = quinta contagem
A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi
respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvi
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)
desta sequencia experimental (figura 20)
Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio
estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento
avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada
vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvii
seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das
folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o
desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal
As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao
compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos
totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)
Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados
Figura 21 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Figura 22 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlviii
Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise
estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de
descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees
para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como
para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas
descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas
utilizadas destaca-se o teste de Tukey
O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)
Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS
Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir
comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas
diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos
Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha
Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)
Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica
Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina
Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlix
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Resultado global
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e
bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa
Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10
paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos
naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os
produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros
predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve
eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores
Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos
nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas
novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento
Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas
no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10
porque esta se demonstrou mais eficiente
Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium
anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das
meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi
a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas
folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores
diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de
discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
l
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico
Dosagens
050 100
Folhas Velhas 040 060
B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120
Folhas Novas 120 140
Folhas Velhas 033 200
Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100
Folhas Novas 100 036
Folhas Velhas 040 080
Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060
Folhas Novas 120 040
Folhas Velhas 020 000
Abamectina Folhas Meacutedias 080 000
Folhas Novas 040 000
Folhas Velhas 060 220
Testemunha Folhas Meacutedias 120 180
Folhas Novas 140 060
Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das
contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento
Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia
das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a
meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos
A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados
e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10
e 05
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
li
Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas
meacutedias e novas
Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos
tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o
nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e
velhas nas dosagens de 05 e 10
Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os
predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme
PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o
enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima
de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees
poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lii
Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas
Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liii
Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos
permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle
de aacutecaros fitoacutefagos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liv
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do
agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos
testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em
sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas
aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas
contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores
denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas
44 a 46)
O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos
e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu
constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o
agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do
experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lv
10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi
aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o
calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos
aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias
Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo
teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o
tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento
Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve
diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada
diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)
Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas
natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvi
experimento (figura 30)
Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os
tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os
tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)
Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila
significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvii
Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens
efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o
aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)
Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira
contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao
tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo
teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram
diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lviii
Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve
diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)
Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lix
No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas
meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base
de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o
agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro
predador (figura 35)
Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar
Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de
desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T
urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios
imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos
de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade
de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a
partir de 15 ordm C
A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no
periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste
periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lx
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento
A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo
do experimento
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxi
Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar
aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell
(1973 in BERTOLO 2007)
52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos
Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle
dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de
relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na
produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do
trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e
consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo
Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os
seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no
quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo
acrescidos no valor final do produto
Produtos
Quant Litro R$
Pulverizador Costal
R$
Oacuteculos Policarbonato
R$
Luvas Borracha
R$
EPI cBotas
R$
Custo Total R$
Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000
Bbassianae
M anisopliae
5300 15500 1800 700 23300
Calda
sulfocalcica
700 15500 1800 700 18700
Abamectina 5900 15500 9200 30600
Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)
No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$
8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos
trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute
necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxii
a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador
manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na
aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)
Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiii
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento
Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram
aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro
rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do
experimento
Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiv
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento
No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente
danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)
Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxv
6 CONCLUSOtildeES
O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de
desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais
saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou
em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo
ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera
jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem
alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos
Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e
bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade
produtividade e rentabilidade econocircmica
O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica
(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na
cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico
Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros
predadores
Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de
geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador
se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos
Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque
multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvi
7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABREU JUNIOR E 1998 Praticas alternativas de controle de pragas e doenccedilas
na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP 115 p
ACOPEMA 2008 Estufas agriacutecolas in wwwacopemacombr acesso 20092009
AFLORI 2009 in httpwwwafloricombrnoticiaphppagina=MTA3 acesso
17092009
AGROBIOLOGICA 2009 in wwwagrobiologicacombr acesso 20-09-2009
AGRONOMIACOMGISMONTI 2009 in agronomiacomgismontiblogspotcom
acesso 20-09-2009
AKI YA 2002 Buacutessula da comercializaccedilatildeo para produtores de ornamentais
Satildeo Paulo Heliza Editora Comeacutercio e Industria Graacutefica 179 p
ANDEF 2001 Manual de Uso Correto de Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual
Associaccedilatildeo Nacional de Defesa Vegetal Andef Campinas Satildeo Paulo
ANVISA 2003
httpwwwcamaragovbrinternetcomissaoindexpermcaprAgrotoxMeirellespdf
acesso em 30-09-2009
Bayer Garden - httpwwwbayergardendkdaplantedoktorn
httpplantedoktordkinsektrigetenghtm acesso 21-09-2009
BALL 2006 Informaccedilotildees culturais geacuterberas em vaso Holambra Satildeo Paulo in
wwwballcombr acesso 2002009
BARRIGOSI Joseacute Alexandre Freitas 2008 EMBRAPA
httpwwwagenciacnptiaembrapabrgestorarrozarvoreCONT000fohgb6co02w
yiv8065610dc2ls9tihtml Acessado em 05-12-2011
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvii
BERTOLO EC 2007 Efeito da temperatura e do hospedeiro na biologia do
aacutecaro rajado Tetranychus urticae Koch (Acari Tetranychidae) Dissertaccedilatildeo
Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia da Faculdade de Agronomia e
Medicina Veterinaacuteria da Universidade de Passo Fundo ndash UPF Passo Fundo
BIOVALE 2009 in wwwbiovalecombr acesso 18082009
BOGORNI PC 2003 Efeito de Extratos Aquosos de Trichilia spp sobre o
desenvolvimento de Spodoptera frugiperda (J E Smith) em milho Tese de
Mestrado Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo - USP
BOLLAND HR GUTERREZ and JFLETCHTMANN CHW World Catalogue of
the Spider Mite Family (AcariTetranychidae) Leiden Boston Koumlln Brill 1998
BORTOLOZZO Adriane Regina MELO George Wellington Bastos de VARGAS
Leandro Produccedilatildeo de Morangos no Sistema Semi-Hidropocircnico Agosto 2006
BUAINAIN AM BATALHA MO (orgs) 2007 Cadeias Produtivas de Flores e
Mel Seacuterie Agronegoacutecios MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento Brasiacutelia IIICA MAPASPA 140 p
CARNEIRO SM de TPG Accedilatildeo do nim sobre fungos fitopatogecircnicos In
MARTINEZ SS O Nim ndash Azadirachta indica natureza usos muacuteltiplos
produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do Paranaacute 2002 p 59ndash64
CARSON Rachel 2010 Primavera silenciosa [traduzido por Claudia SantrsquoAnna
Martins] ndash 1 ed ndash Satildeo Paulo Gaia 327 p
CARVALHO R da S 2006 Biocontrole de moscas-das-frutas histoacuterico
conceito e estrateacutegias Cruz das Almas Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical (Circular Teacutecnica 83)
CERESTVales
httpwwwsaudersgovbrdados1197641782571CEREST20Vales20-
20Santa20Cruz20do20Sulpdf
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxviii
CGAC ndash MAPA 2003
httpwwwagriculturagovbrarq_editorfilecamaras_setoriaisFlores_e_plantas_o
rnamentais30ROApp_Informespdf
CHABOUSSOU F 1987 Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da
Trofobiose) LampPM Editores Porto Alegre
DALZOTO PR HURY KF 2009 Controle bioloacutegico de pragas no Brasil Satildeo
Paulo v 71 n1 p 37-41
DORNELLES Marccedilal Elizandro SCHOSSLER Joseacute Fernando CASALI Andreacute Luis
BRONDANI Leonardo Basso 2009 Inspeccedilatildeo teacutecnica de pulverizadores
agriacutecolas histoacuterico e importacircncia Ciecircnc rural 39(5)1600-1605 ago 2009
ilus tab httpbasesbiremebrcgi-
binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampsrc=googleampbase=LILACSamplang
=pampnextAction=lnkampexprSearch=521212ampindexSearch=ID
Ecocert Brasil 2001 wwwecocertcombr Acesso em 18-09-2009
EMBRAPA 2003
httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
acesso em 30-09-2009
EVANS GO 1992 Principes of acarology Wallingford CAB Intenational 563 p
FERLA NJ MARCHETI MM GONCcedilALVES D 2007 Aacutecaros predadores
(Acari) associados agrave cultura do morango (Fragaria sp Rosaceae) e plantas
proacuteximas no Estado do Rio Grande do Sul Biota Neotropica Vol 7 (number 2)
p 103-110
FERNANDEZ SM 2001 Baacutesico de floricultura ndash manual de treinamento
SENAR Porto Alegre
FLECHTMANN CHW 1979 Aacutecaros de importacircncia agriacutecola Satildeo Paulo Nobel
3ed 189 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxix
FURLAN MR 1997 Aacutecaros Revista Tempo Verde ano XX n 151 abril
GARCIA JLM 2001 Oacuteleo de Nim ndash O Bioprotetor Natural Seacuterie Agricultura
Alternativa Maio 16 p
HERNANDES J L RIBEIRO IJA 2008 Tratamento de inverno Boletim
Teacutecnico Instituto Agronocircmico Campinas IAC SP
IBRAFLOR 2002 Diagnoacutestico da cadeia produtiva de flores e plantas
ornamentais no estado de Alagoas ndash Contrato UFV-Funarte Sebrae ndash AL
IBRAFLOR 2009 in httpwwwaprendendoaexportargovbrfloressetorperfilasp
acesso 15092009
JEPPSON LR KEIFER HH BAKER EW 1975 Mites injurious to economic
plants Berkeley University of California Press 614 p
JORNAL AGROSOFT 2010 Notiacutecia datada de 01-07-2010 Brasil eacute o paiacutes que
mais usa agrotoacutexicos no mundo
KAumlMPF AN DAUDT RS 1999 Diagnoacutestico da floricultura no Rio Grande do
Sul Ciecircncia Rural vol 29 n 3 p 561-563 1999
LAZZARINI GJ 2005 Efeito da umidade sobre a germinaccedilatildeo in vitro de
Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae e atividade contra Triatoma
infestans Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Parasitologia) ndash Instituto de Patologia
Tropical e Sauacutede Puacuteblica Universidade Federal de Goiaacutes Goiacircnia 46 p
LIESERING VR 1960 Beitrag zum Phytopathologischen
Wirkungsmechanismus des Tetranychus urticae Koch Z Pflkrankh 67524-
542
LONDRES Flavia 2011 AGROTOacuteXICOS NO BRASIL um guia para accedilatildeo em
defesa da vida Rio de Janeiro AS ndash PTA ndash Assessoria e Serviccedilos a Projetos em
Agricultura Alternativa 190 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxx
LORENZI H 2001 Plantas ornamentais no Brasil arbustivas herbaacuteceas e
trepadeiras 3 ed Nova Odessa SP Instituto Plantarum 568 p
LUTZEMBERGER Joseacute Manual de Ecologia ndash do Jardim ao Poder LampPM
Editores Porto Alegre 2004 116 p
MACEDO MAA 2003 Taacuteticas de controle de 2 pragas em cultivares de
tomateiro de crescimento determinado Dissertaccedilatildeo UNESP-Jaboticabal
MARTINEZ SS Composiccedilatildeo do nim In Martinez SS O Nim ndash Azadirachta
indica natureza usos muacuteltiplos produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do
Paranaacute 2008
MELLO Itamar Soares de AZEVEDO Joatildeo Luacutecio de 1999 CONTROLE
BIOLOacuteGICO Vol 3 Editora UFV 308 p
MORAES GJ 1986 Controle bioloacutegico de aacutecaros fitoacutefagos Miscelacircnea
SOCOLEN v 8 p 29-63
MORAES GJ FLECHTMANN CHW 1981 Aacutecaros fitoacutefagos do nordeste do
Brasil Pequisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 16 n2 p177-186
MORAES G J e FLECHTMANN CH W 2008 Manual de Acarologia
Acarologia Baacutesica e Aacutecaros de Plantas Cultivadas no Brasil Ribeiratildeo Preto
Holos Editora 308 p il
MUNDODAEDUCACAO 2009 Importacircncia dos fungos in
wwwmundodaeducacaocombr acesso 18092009
NICKEL J L 1960 Temperature and humidity relationships of Tetranychus
desertorum Banks with special reference to distribution Hilgardia Berkeley
v 30 p 41-100
OLIVEIRA AAP 2007 Floricultura caracterizaccedilatildeo e mercado Fortaleza Banco
do Nordeste do Brasil 180p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxi
PADULA DA KAumlMPF AN SLONGO LA (orgs) 2003 Diagnoacutestico da cadeia
produtiva de flores e plantas ornamentais do Rio Grande do Sul in
http2012114147bdsBDSnsf311567070DCEA48C032572170054A774$File
NT000B578Epdf acesso 10082009
PENTEADO SR 2004 Proteccedilatildeo de plantas no sistema orgacircnico Curso de
Agricultura Orgacircnica (apostila 14 liccedilotildees) 1 ed Editor Fraga Penteado Cursos e
Planejamentos Ltda
PENTEADO SR 2006 Defensivos alternativos e naturais Campinas SP 174 p
PLASTISUL 2009 in httpwwwplastisulcombrestufasasp acesso 15092009
PRATES HS 1999 Caldas bordalesa sulfocaacutelcica e viccedilosa produtos
alternativos na citricultura ndash Folheto Informativo da CECORCATI ndash Campinas
PRIMAVESI AM 1998 Praacuteticas de Produccedilatildeo de Plantas em um conceito
Holiacutestico in ABREU HJ (ed) Praacuteticas alternativas de controle de pragas e
doenccedilas na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP EMOPI p 2-9
PRIMAVESI AM 1990 Manejo Ecoloacutegico do Solo Editora Nobel Satildeo Paulo
PRITCHARD AE BAKER EW 1955 A revision of the spider mite family
Tetranychidae San Francisco Pacific Coast Entomological Society v2
PROMIP 2008 in wwwpromipagrbrprodutoaspcID=18pID=18 acesso
21092009
PURI HS 1999 NEEM ndash The divine Tree Azadirachta indica Medicinal and
Aromatic Plants Industrial Profiles Hardwood Academic Publishers 182 p
PURQUERIO LFV TIVELLI SW 2006 Manejo do ambiente em cultivo
protegido Instituto Agronocircmico de Campinas IAC Centro de Horticultura
Campinas SP
QUINTELLA E 2002 Tempo de Mortalidade Meacutedia de Ninfas de Bemisia tabaci
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxii
(Gennadius) tratados com Oacuteleo de Nim Indiano Trabalho apresentado no 19ordm
Congresso Brasileiro de Entomologia Manaus
REVISTA DE AGRONEGOacuteCIOS DA FGV 2007 Ediccedilatildeo Ndeg 09 - Volume 27 in
httpwwwagroanalysiscombrindexphparea=conteudoampmat_id=327ampfrom=me
rcadonegocios acesso 20092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrrevista_junho_07assinaturaphp
acesso 15092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrindexphpreferencia=acura acesso
15092009
ROGGIA S 2007 Aacutecaros tetraniquiacutedeos (prostigmata Tetranychidae)
asssociados agrave soja no rio grande do sul ocorrecircncia identificaccedilao de
espeacutecies e efeito de cultivares e de plantas daninhas Dissertaccedilatildeo UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
SALASAR Caveiro Henrique 1982 Inseticidas e acaricidas ndash toxicologia
receituaacuterio agronocircmico Livroceres Piracicaba SP 424 p
SATO ME 2006 Aacutecaros Predadores Boletim Teacutecnico Instituto Bioloacutegico
Controle Bioloacutegico de Insetos e Aacutecaros Satildeo Paulo n 15 86 p
SATO ME Resistecircncia eacute um seacuterio problema para a agricultura in
httpwwwinfobiboscomArtigo2009_2resitenciaindexhtm acesso 19-09-2009
SCHMUTTERER H amp ASCHER KRS 1984 Natural Pesticides from the Neem
Tree and other Tropical Plantas Procedings of the Second Internacional Neem
Conference Rauischholzhausen Federal Republic of Germany 25-28 May 1983
GTZ Eschborn 587 p
SEBRAE 2009 in
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiii
httpsebraers2interjornalcombrnoticiakmfnoticia=7528145ampcanal=221
acesso 28082009
SGANZERLA E 1987 Nova agricultura a fascinante arte de cultivar com os
plaacutesticos Porto Alegre 5a Ediccedilatildeo Revista e Ampliada Livraria e Editora
Agropecuaacuteria 1995
SILVA C A D da 2002 Biologia e exigecircncias teacutermicas do aacutecaro vermelho
Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 37 n 5 p 573-580
SIMPSON K W CONNELL W A 1973 Mites on soybeans moisture and
temperature relations Environmental Entomology College Park v 2 p 319-323
TAMAI MA LOPES RB ALVES SB 1998 Manejo de pragas na floricultura
USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroacutez
TERNES M Resistecircncia de insetos e plantas daninhas a praguicidas
Florianoacutepolis EMPASC 1985 25 p
TESTE DE TUKEY Disponiacutevel em lthttp
httpwwwportalactioncombrcontent31-teste-de-tukeygt Acesso em 12 nov 2011
UFV - Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG
httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
VIEIRA S Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) Satildeo Paulo Ed Atlas 2006 216 p
WIKIPEDIA 2009in wwwwikipediaorgwikidose_letal acesso 26092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiv
ANEXOS
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxv
ANEXO I
Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias
Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxvi
ANEXO II
Glossaacuterio
Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xiv
As flores de corte mais cultivadas em estufas no Brasil satildeo as rosas cravos
geacuterberas liacuterios tulipas dentre outras A cultura das geacuterberas (Gerbera jamesonii
Adlam) predomina entre os floricultores da regiatildeo do Vale do Caiacute Taquari e Rio
Pardo A beleza e o colorido dessas flores satildeo apreciados pelos consumidores cada
vez mais exigentes Entretanto nessas geacuterberas escondem-se minuacutesculos
organismos capazes de causarem danos e disseminarem-se para outras plantas
ornamentais e ateacute culturas agriacutecolas Tais inimigos satildeo os artroacutepodes invertebrados
conhecidos como aacutecaros morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos carrapatos
Eacute muito comum o erro ao classificaacute-los como insetos pois satildeo aracniacutedeos com
quatro pares de pernas sem antenas e corpo natildeo dividido em cabeccedila e toacuterax
A principal espeacutecie praga em geacuterberas eacute da famiacutelia Tetranychidae mais
especificamente Tetranychus urticae Koch1836 conhecido pelos agricultores como
aacutecaro rajado causando seacuterios danos econocircmicos Satildeo amarelados e com duas
manchas escuras no dorso Portanto Tetranychus urticae eacute a espeacutecie que causa
danos a um grande nuacutemero de plantas cultivadas no Brasil (BOLLAND et al 1998)
Aleacutem das geacuterberas ocorrem tambeacutem em muitas espeacutecies vegetais colonizando e
alimentando-se do conteuacutedo celular das folhas onde causam deformaccedilotildees e
manchas amarelas na face superior consequentemente reduzindo a capacidade
fotossinteacutetica da planta O rompimento das ceacutelulas a remoccedilatildeo de sua clorofila e a
accedilatildeo da saliva injetada pelos aacutecaros leva a disfunccedilotildees nas folhas atacadas com o
aumento na taxa de transpiraccedilatildeo resultando um deacuteficit hiacutedrico e bloqueio da siacutentese
de amido favoraacuteveis ao desenvolvimento dos aacutecaros O ataque severo de aacutecaros
tetraniquiacutedeos agrave plantas anuais levam agrave reduccedilatildeo de sua produtividade e podem por
em risco a sua sobrevivecircncia Tecircm preferecircncia pelas folhas da regiatildeo mediana e
basal das plantas Quando a populaccedilatildeo eacute muito elevada tambeacutem podem atacar as
folhas mais novas As folhas mais atacadas podem secar e cair prematuramente
(MORAES e FLECHTMANN 2008) Em alta infestaccedilatildeo podem cobrir parte das
plantas com teia (JEPPSON et al 1975)
Para o controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas predomina o
controle quiacutemico atraveacutes da utilizaccedilatildeo dos agrotoacutexicos Com a aplicaccedilatildeo do
agrotoacutexico dentro da estufa os trabalhadores satildeo expostos a seacuterios riscos de
intoxicaccedilatildeo Para amenizar eacute necessaacuterio e obrigatoacuterio o uso de Equipamento de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xv
Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e
botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao
uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas
adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)
Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de
vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL
AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo
persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram
colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande
maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que
enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)
O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos
Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa
Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf
Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o
mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e
Rio Pardo (CERESTVales)
Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam
e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee
de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado
por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de
Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)
e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre
eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em
estufas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvi
12 Motivaccedilatildeo
No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e
Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis
Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo
Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no
decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser
vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU
1987)
No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli
Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros
ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi
procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul
referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma
demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em
niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia
Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para
Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por
produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas
sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo
apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvii
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais
Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim
significa jardim A horticultura estaacute dividida em
fruticultura ndash cultivo de pomares
olericultura ndash cultivo da horta
floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)
Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade
tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15
hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar
corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do
ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando
uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um
faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)
As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares
Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194
mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na
produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15
mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)
No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas
ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores
envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para
folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al
2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xviii
Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria
Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007
Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas
liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da
produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os
estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo
produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)
Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais
Fonte IBRAFLOR 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xix
Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de
Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE
FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo
propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos
setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que
envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que
impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias
profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e
fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)
A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e
comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002
para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de
2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em
180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445
produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810
hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em
18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)
Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e
com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva
juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio
governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e
externo (AFLORI 2009)
22 Estufas
O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto
ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em
cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos
climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de
granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o
cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)
(BUAINAIN et al 2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xx
Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o
cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011
Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e
telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo
em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar
Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como
tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)
Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxi
A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo
com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as
seguintes
as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos
predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do
Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes
frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do
vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada
em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do
Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas
necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode
variar de acordo com a disponibilidade do terreno
a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros
em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia
portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa
ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e
construccedilotildees (SGANZERLA 1995)
O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo
da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo
solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo
para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente
protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre
ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que
diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio
hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a
capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o
manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua
fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da
umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro
ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et
al2006)
Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxii
Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores
e plantas ornamentais
23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii
As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da
categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se
as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado
principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)
As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi
batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug
Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul
O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia
das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo
entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera
hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas
caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo
do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)
A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na
composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e
estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre
as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)
Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiii
A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser
produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma
produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas
com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento
moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo
do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para
iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada
luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida
iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna
igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)
A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo
solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais
componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua
escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de
sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um
desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em
clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)
231 Geacuterberas em vasos
O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito
usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da
temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema
frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado
em parte no cultivo em vasos
Entre as vantagens do sistema estatildeo
aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia
melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser
construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel
ao trabalhador
diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo
e pragas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiv
diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o
que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas
diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de
fertilizantes (SEBRAE 2009)
24 Aacutecaros
Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos
carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais
causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute
semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como
insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas
e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes
pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em
duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)
Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros
apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao
homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo
aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de
decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute
comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos
geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas
ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)
Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas
pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de
lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e
daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais
importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus
desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)
241 Aacutecaro Rajado
Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de
plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxv
de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo
014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das
folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos
agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-
se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase
ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees
laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato
geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae
Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS
O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias
agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20
dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo
para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo
emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A
longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40
dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente
e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior
longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e
ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de
grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvi
alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo
celular (FLECHTMANN 1979)
O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua
alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam
as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas
circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do
ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do
equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)
Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm
acesso 21-09-2009
A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave
queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da
fotossiacutentese (LIESERING 1960)
Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta
para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem
demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das
casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvii
instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN
1979)
No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de
agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos
trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o
ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um
processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos
acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro
rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxviii
Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de
morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho
(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o
controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo
ornamentais e outros (SATO 2006)
Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram
realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro
rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano
econocircmico
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos
A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos
seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a
comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes
no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da
vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na
qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas
de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas
brasileiras (DALZOTO et al 2009)
Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos
agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro
Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do
meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e
documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de
substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as
consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os
agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os
processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos
procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede
puacuteblica (CARSON 2010)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxix
251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina
A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina
(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas
globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave
importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma
e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e
significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia
da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios
ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo
de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por
pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha
(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a
Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim
Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e
persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute
crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de
onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola
veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)
Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o
controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por
pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)
No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -
IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros
O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo
da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio
ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos
insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de
vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)
Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas
pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxx
desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede
temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas
espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A
eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de
oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas
(GARCIA 2001)
O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave
disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos
os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de
pragas (GARCIA 2001)
Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas
Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha
gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora
brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute
bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens
Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus
cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente
broca-dos-frutos
Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito
Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho
(MARTINEZ 2008)
Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos
vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles
Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de
Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em
testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes
resultados
Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada
universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado
teor de capsaicina
Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e
possui propriedades bactericidas e fungicidas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxi
Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do
repertoacuterio de inseticidas vegetais
Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido
como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do
urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra
violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente
ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu
efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades
inseticidas (MARTINEZ 2008)
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos
Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade
consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica
satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com
algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo
da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na
natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o
uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem
medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras
que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos
dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e
Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos
nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)
Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos
tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no
controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros
produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais
podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O
avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao
controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle
do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados
tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxii
2009)
Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um
parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do
inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a
superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou
aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a
oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas
pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria
bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura
(DALZOTO 2009)
As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em
pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em
constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo
Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom
molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo
e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte
Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura
ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO
et al 1999)
253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas
As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas
e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se
de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para
aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que
proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo
enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta
aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a
Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)
Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a
Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada
entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiii
obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos
de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e
densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo
indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais
(PENTEADO 2006)
A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua
constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande
diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os
principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e
estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como
caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade
adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer
seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se
usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre
pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente
abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em
temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda
sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiv
26 Agrotoacutexicos
Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que
se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias
categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que
eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas
cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)
e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas
inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que
dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de
arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a
praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura
convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-
fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua
classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre
outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos
agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas
principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os
venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas
provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda
e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem
rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A
intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a
exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo
suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas
outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a
aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas
taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo
prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de
veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os
afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxv
261 Abamectina
A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e
aacutecaros
CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida
GRUPO QUIacuteMICO Avermectina
TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)
A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente
toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)
O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50
(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero
Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica
capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias
Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de
quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a
toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo
quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001
O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito
toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II
ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de
Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)
GRUPOS
DL50
(mgKg)
Dose letal provaacutevel para o homem
Extremamente
toacutexicos
lt 10
1 pitada - algumas gotas
Altamente toacutexicos
10-50
algumas gotas -1 colher de chaacute
Medianamente toacutexicos
500-5000
1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa
Pouco toacutexicos
05g-50g
2 colheres de sopa- 1 copo
Muito pouco toacutexicos
50g ou 150g
1 copo -
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvi
Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se
assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo
para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe
a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente
negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em
aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras
cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam
animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)
Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de
equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)
Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros
Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de
produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvii
Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner
Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de
EPI (figura 12)
Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com
aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou
superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxviii
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterberas em estufa
32 Objetivos Especiacuteficos
Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterbera em estufa
Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas
concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na
cultura de geacuterbera em estufa
Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos
na cultura de geacuterbera em estufa
Avaliar os aacutecaros predadores
4 MATERIAL E MEacuteTODOS
41 Materiais
Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural
produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de
Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado
para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxix
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura
14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o
plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue
necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee
Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xl
O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento
teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de
fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de
mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade
de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes
plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser
trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer
tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das
embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve
ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)
teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade
O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem
orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma
excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para
os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)
fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita
(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as
mudas de geacuterberas (figura 15)
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xli
Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco
(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS
Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco
Fonte Cloacutevis A Schwertner
O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura
fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A
estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto
Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas
maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)
Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um
termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlii
Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado
em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e
maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura
eacute abastecido por uma pilha (15 V)
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade
de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs
produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A
Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos
naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a
10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou
quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico
seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo
42 Meacutetodos
A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco
compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os
compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura
por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas
laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as
geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos
escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliii
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
421 Das dosagens ndash Experimento 01
Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de
agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do
aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas
pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram
de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos
fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10
Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por
compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)
mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura
19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com
trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75
aacutecaros em toda a bancada
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliv
Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo
reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme
metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para
caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da
empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o
controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite
de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de
controle (PROMIP 2008)
Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo
protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem
demonstrou-se mais eficiente
422 Das dosagens ndash Experimento 02
Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual
foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlv
compartimento
No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em
cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos
foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do
experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos
produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar
o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados
A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram
intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia
abaixo
14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E
14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos
7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees
a = Aplicaccedilatildeo
c = Contagem dos aacutecaros
A = primeira contagem
B = segunda contagem
C = terceira contagem
D = quarta contagem
E = quinta contagem
A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi
respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvi
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)
desta sequencia experimental (figura 20)
Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio
estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento
avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada
vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvii
seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das
folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o
desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal
As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao
compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos
totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)
Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados
Figura 21 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Figura 22 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlviii
Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise
estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de
descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees
para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como
para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas
descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas
utilizadas destaca-se o teste de Tukey
O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)
Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS
Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir
comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas
diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos
Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha
Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)
Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica
Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina
Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlix
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Resultado global
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e
bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa
Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10
paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos
naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os
produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros
predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve
eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores
Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos
nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas
novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento
Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas
no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10
porque esta se demonstrou mais eficiente
Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium
anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das
meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi
a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas
folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores
diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de
discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
l
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico
Dosagens
050 100
Folhas Velhas 040 060
B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120
Folhas Novas 120 140
Folhas Velhas 033 200
Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100
Folhas Novas 100 036
Folhas Velhas 040 080
Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060
Folhas Novas 120 040
Folhas Velhas 020 000
Abamectina Folhas Meacutedias 080 000
Folhas Novas 040 000
Folhas Velhas 060 220
Testemunha Folhas Meacutedias 120 180
Folhas Novas 140 060
Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das
contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento
Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia
das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a
meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos
A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados
e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10
e 05
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
li
Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas
meacutedias e novas
Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos
tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o
nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e
velhas nas dosagens de 05 e 10
Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os
predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme
PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o
enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima
de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees
poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lii
Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas
Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liii
Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos
permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle
de aacutecaros fitoacutefagos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liv
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do
agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos
testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em
sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas
aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas
contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores
denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas
44 a 46)
O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos
e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu
constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o
agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do
experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lv
10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi
aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o
calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos
aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias
Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo
teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o
tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento
Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve
diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada
diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)
Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas
natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvi
experimento (figura 30)
Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os
tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os
tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)
Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila
significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvii
Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens
efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o
aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)
Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira
contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao
tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo
teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram
diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lviii
Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve
diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)
Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lix
No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas
meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base
de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o
agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro
predador (figura 35)
Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar
Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de
desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T
urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios
imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos
de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade
de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a
partir de 15 ordm C
A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no
periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste
periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lx
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento
A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo
do experimento
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxi
Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar
aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell
(1973 in BERTOLO 2007)
52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos
Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle
dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de
relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na
produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do
trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e
consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo
Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os
seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no
quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo
acrescidos no valor final do produto
Produtos
Quant Litro R$
Pulverizador Costal
R$
Oacuteculos Policarbonato
R$
Luvas Borracha
R$
EPI cBotas
R$
Custo Total R$
Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000
Bbassianae
M anisopliae
5300 15500 1800 700 23300
Calda
sulfocalcica
700 15500 1800 700 18700
Abamectina 5900 15500 9200 30600
Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)
No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$
8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos
trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute
necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxii
a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador
manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na
aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)
Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiii
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento
Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram
aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro
rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do
experimento
Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiv
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento
No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente
danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)
Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxv
6 CONCLUSOtildeES
O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de
desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais
saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou
em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo
ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera
jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem
alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos
Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e
bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade
produtividade e rentabilidade econocircmica
O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica
(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na
cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico
Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros
predadores
Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de
geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador
se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos
Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque
multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvi
7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABREU JUNIOR E 1998 Praticas alternativas de controle de pragas e doenccedilas
na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP 115 p
ACOPEMA 2008 Estufas agriacutecolas in wwwacopemacombr acesso 20092009
AFLORI 2009 in httpwwwafloricombrnoticiaphppagina=MTA3 acesso
17092009
AGROBIOLOGICA 2009 in wwwagrobiologicacombr acesso 20-09-2009
AGRONOMIACOMGISMONTI 2009 in agronomiacomgismontiblogspotcom
acesso 20-09-2009
AKI YA 2002 Buacutessula da comercializaccedilatildeo para produtores de ornamentais
Satildeo Paulo Heliza Editora Comeacutercio e Industria Graacutefica 179 p
ANDEF 2001 Manual de Uso Correto de Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual
Associaccedilatildeo Nacional de Defesa Vegetal Andef Campinas Satildeo Paulo
ANVISA 2003
httpwwwcamaragovbrinternetcomissaoindexpermcaprAgrotoxMeirellespdf
acesso em 30-09-2009
Bayer Garden - httpwwwbayergardendkdaplantedoktorn
httpplantedoktordkinsektrigetenghtm acesso 21-09-2009
BALL 2006 Informaccedilotildees culturais geacuterberas em vaso Holambra Satildeo Paulo in
wwwballcombr acesso 2002009
BARRIGOSI Joseacute Alexandre Freitas 2008 EMBRAPA
httpwwwagenciacnptiaembrapabrgestorarrozarvoreCONT000fohgb6co02w
yiv8065610dc2ls9tihtml Acessado em 05-12-2011
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvii
BERTOLO EC 2007 Efeito da temperatura e do hospedeiro na biologia do
aacutecaro rajado Tetranychus urticae Koch (Acari Tetranychidae) Dissertaccedilatildeo
Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia da Faculdade de Agronomia e
Medicina Veterinaacuteria da Universidade de Passo Fundo ndash UPF Passo Fundo
BIOVALE 2009 in wwwbiovalecombr acesso 18082009
BOGORNI PC 2003 Efeito de Extratos Aquosos de Trichilia spp sobre o
desenvolvimento de Spodoptera frugiperda (J E Smith) em milho Tese de
Mestrado Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo - USP
BOLLAND HR GUTERREZ and JFLETCHTMANN CHW World Catalogue of
the Spider Mite Family (AcariTetranychidae) Leiden Boston Koumlln Brill 1998
BORTOLOZZO Adriane Regina MELO George Wellington Bastos de VARGAS
Leandro Produccedilatildeo de Morangos no Sistema Semi-Hidropocircnico Agosto 2006
BUAINAIN AM BATALHA MO (orgs) 2007 Cadeias Produtivas de Flores e
Mel Seacuterie Agronegoacutecios MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento Brasiacutelia IIICA MAPASPA 140 p
CARNEIRO SM de TPG Accedilatildeo do nim sobre fungos fitopatogecircnicos In
MARTINEZ SS O Nim ndash Azadirachta indica natureza usos muacuteltiplos
produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do Paranaacute 2002 p 59ndash64
CARSON Rachel 2010 Primavera silenciosa [traduzido por Claudia SantrsquoAnna
Martins] ndash 1 ed ndash Satildeo Paulo Gaia 327 p
CARVALHO R da S 2006 Biocontrole de moscas-das-frutas histoacuterico
conceito e estrateacutegias Cruz das Almas Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical (Circular Teacutecnica 83)
CERESTVales
httpwwwsaudersgovbrdados1197641782571CEREST20Vales20-
20Santa20Cruz20do20Sulpdf
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxviii
CGAC ndash MAPA 2003
httpwwwagriculturagovbrarq_editorfilecamaras_setoriaisFlores_e_plantas_o
rnamentais30ROApp_Informespdf
CHABOUSSOU F 1987 Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da
Trofobiose) LampPM Editores Porto Alegre
DALZOTO PR HURY KF 2009 Controle bioloacutegico de pragas no Brasil Satildeo
Paulo v 71 n1 p 37-41
DORNELLES Marccedilal Elizandro SCHOSSLER Joseacute Fernando CASALI Andreacute Luis
BRONDANI Leonardo Basso 2009 Inspeccedilatildeo teacutecnica de pulverizadores
agriacutecolas histoacuterico e importacircncia Ciecircnc rural 39(5)1600-1605 ago 2009
ilus tab httpbasesbiremebrcgi-
binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampsrc=googleampbase=LILACSamplang
=pampnextAction=lnkampexprSearch=521212ampindexSearch=ID
Ecocert Brasil 2001 wwwecocertcombr Acesso em 18-09-2009
EMBRAPA 2003
httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
acesso em 30-09-2009
EVANS GO 1992 Principes of acarology Wallingford CAB Intenational 563 p
FERLA NJ MARCHETI MM GONCcedilALVES D 2007 Aacutecaros predadores
(Acari) associados agrave cultura do morango (Fragaria sp Rosaceae) e plantas
proacuteximas no Estado do Rio Grande do Sul Biota Neotropica Vol 7 (number 2)
p 103-110
FERNANDEZ SM 2001 Baacutesico de floricultura ndash manual de treinamento
SENAR Porto Alegre
FLECHTMANN CHW 1979 Aacutecaros de importacircncia agriacutecola Satildeo Paulo Nobel
3ed 189 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxix
FURLAN MR 1997 Aacutecaros Revista Tempo Verde ano XX n 151 abril
GARCIA JLM 2001 Oacuteleo de Nim ndash O Bioprotetor Natural Seacuterie Agricultura
Alternativa Maio 16 p
HERNANDES J L RIBEIRO IJA 2008 Tratamento de inverno Boletim
Teacutecnico Instituto Agronocircmico Campinas IAC SP
IBRAFLOR 2002 Diagnoacutestico da cadeia produtiva de flores e plantas
ornamentais no estado de Alagoas ndash Contrato UFV-Funarte Sebrae ndash AL
IBRAFLOR 2009 in httpwwwaprendendoaexportargovbrfloressetorperfilasp
acesso 15092009
JEPPSON LR KEIFER HH BAKER EW 1975 Mites injurious to economic
plants Berkeley University of California Press 614 p
JORNAL AGROSOFT 2010 Notiacutecia datada de 01-07-2010 Brasil eacute o paiacutes que
mais usa agrotoacutexicos no mundo
KAumlMPF AN DAUDT RS 1999 Diagnoacutestico da floricultura no Rio Grande do
Sul Ciecircncia Rural vol 29 n 3 p 561-563 1999
LAZZARINI GJ 2005 Efeito da umidade sobre a germinaccedilatildeo in vitro de
Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae e atividade contra Triatoma
infestans Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Parasitologia) ndash Instituto de Patologia
Tropical e Sauacutede Puacuteblica Universidade Federal de Goiaacutes Goiacircnia 46 p
LIESERING VR 1960 Beitrag zum Phytopathologischen
Wirkungsmechanismus des Tetranychus urticae Koch Z Pflkrankh 67524-
542
LONDRES Flavia 2011 AGROTOacuteXICOS NO BRASIL um guia para accedilatildeo em
defesa da vida Rio de Janeiro AS ndash PTA ndash Assessoria e Serviccedilos a Projetos em
Agricultura Alternativa 190 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxx
LORENZI H 2001 Plantas ornamentais no Brasil arbustivas herbaacuteceas e
trepadeiras 3 ed Nova Odessa SP Instituto Plantarum 568 p
LUTZEMBERGER Joseacute Manual de Ecologia ndash do Jardim ao Poder LampPM
Editores Porto Alegre 2004 116 p
MACEDO MAA 2003 Taacuteticas de controle de 2 pragas em cultivares de
tomateiro de crescimento determinado Dissertaccedilatildeo UNESP-Jaboticabal
MARTINEZ SS Composiccedilatildeo do nim In Martinez SS O Nim ndash Azadirachta
indica natureza usos muacuteltiplos produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do
Paranaacute 2008
MELLO Itamar Soares de AZEVEDO Joatildeo Luacutecio de 1999 CONTROLE
BIOLOacuteGICO Vol 3 Editora UFV 308 p
MORAES GJ 1986 Controle bioloacutegico de aacutecaros fitoacutefagos Miscelacircnea
SOCOLEN v 8 p 29-63
MORAES GJ FLECHTMANN CHW 1981 Aacutecaros fitoacutefagos do nordeste do
Brasil Pequisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 16 n2 p177-186
MORAES G J e FLECHTMANN CH W 2008 Manual de Acarologia
Acarologia Baacutesica e Aacutecaros de Plantas Cultivadas no Brasil Ribeiratildeo Preto
Holos Editora 308 p il
MUNDODAEDUCACAO 2009 Importacircncia dos fungos in
wwwmundodaeducacaocombr acesso 18092009
NICKEL J L 1960 Temperature and humidity relationships of Tetranychus
desertorum Banks with special reference to distribution Hilgardia Berkeley
v 30 p 41-100
OLIVEIRA AAP 2007 Floricultura caracterizaccedilatildeo e mercado Fortaleza Banco
do Nordeste do Brasil 180p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxi
PADULA DA KAumlMPF AN SLONGO LA (orgs) 2003 Diagnoacutestico da cadeia
produtiva de flores e plantas ornamentais do Rio Grande do Sul in
http2012114147bdsBDSnsf311567070DCEA48C032572170054A774$File
NT000B578Epdf acesso 10082009
PENTEADO SR 2004 Proteccedilatildeo de plantas no sistema orgacircnico Curso de
Agricultura Orgacircnica (apostila 14 liccedilotildees) 1 ed Editor Fraga Penteado Cursos e
Planejamentos Ltda
PENTEADO SR 2006 Defensivos alternativos e naturais Campinas SP 174 p
PLASTISUL 2009 in httpwwwplastisulcombrestufasasp acesso 15092009
PRATES HS 1999 Caldas bordalesa sulfocaacutelcica e viccedilosa produtos
alternativos na citricultura ndash Folheto Informativo da CECORCATI ndash Campinas
PRIMAVESI AM 1998 Praacuteticas de Produccedilatildeo de Plantas em um conceito
Holiacutestico in ABREU HJ (ed) Praacuteticas alternativas de controle de pragas e
doenccedilas na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP EMOPI p 2-9
PRIMAVESI AM 1990 Manejo Ecoloacutegico do Solo Editora Nobel Satildeo Paulo
PRITCHARD AE BAKER EW 1955 A revision of the spider mite family
Tetranychidae San Francisco Pacific Coast Entomological Society v2
PROMIP 2008 in wwwpromipagrbrprodutoaspcID=18pID=18 acesso
21092009
PURI HS 1999 NEEM ndash The divine Tree Azadirachta indica Medicinal and
Aromatic Plants Industrial Profiles Hardwood Academic Publishers 182 p
PURQUERIO LFV TIVELLI SW 2006 Manejo do ambiente em cultivo
protegido Instituto Agronocircmico de Campinas IAC Centro de Horticultura
Campinas SP
QUINTELLA E 2002 Tempo de Mortalidade Meacutedia de Ninfas de Bemisia tabaci
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxii
(Gennadius) tratados com Oacuteleo de Nim Indiano Trabalho apresentado no 19ordm
Congresso Brasileiro de Entomologia Manaus
REVISTA DE AGRONEGOacuteCIOS DA FGV 2007 Ediccedilatildeo Ndeg 09 - Volume 27 in
httpwwwagroanalysiscombrindexphparea=conteudoampmat_id=327ampfrom=me
rcadonegocios acesso 20092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrrevista_junho_07assinaturaphp
acesso 15092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrindexphpreferencia=acura acesso
15092009
ROGGIA S 2007 Aacutecaros tetraniquiacutedeos (prostigmata Tetranychidae)
asssociados agrave soja no rio grande do sul ocorrecircncia identificaccedilao de
espeacutecies e efeito de cultivares e de plantas daninhas Dissertaccedilatildeo UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
SALASAR Caveiro Henrique 1982 Inseticidas e acaricidas ndash toxicologia
receituaacuterio agronocircmico Livroceres Piracicaba SP 424 p
SATO ME 2006 Aacutecaros Predadores Boletim Teacutecnico Instituto Bioloacutegico
Controle Bioloacutegico de Insetos e Aacutecaros Satildeo Paulo n 15 86 p
SATO ME Resistecircncia eacute um seacuterio problema para a agricultura in
httpwwwinfobiboscomArtigo2009_2resitenciaindexhtm acesso 19-09-2009
SCHMUTTERER H amp ASCHER KRS 1984 Natural Pesticides from the Neem
Tree and other Tropical Plantas Procedings of the Second Internacional Neem
Conference Rauischholzhausen Federal Republic of Germany 25-28 May 1983
GTZ Eschborn 587 p
SEBRAE 2009 in
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiii
httpsebraers2interjornalcombrnoticiakmfnoticia=7528145ampcanal=221
acesso 28082009
SGANZERLA E 1987 Nova agricultura a fascinante arte de cultivar com os
plaacutesticos Porto Alegre 5a Ediccedilatildeo Revista e Ampliada Livraria e Editora
Agropecuaacuteria 1995
SILVA C A D da 2002 Biologia e exigecircncias teacutermicas do aacutecaro vermelho
Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 37 n 5 p 573-580
SIMPSON K W CONNELL W A 1973 Mites on soybeans moisture and
temperature relations Environmental Entomology College Park v 2 p 319-323
TAMAI MA LOPES RB ALVES SB 1998 Manejo de pragas na floricultura
USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroacutez
TERNES M Resistecircncia de insetos e plantas daninhas a praguicidas
Florianoacutepolis EMPASC 1985 25 p
TESTE DE TUKEY Disponiacutevel em lthttp
httpwwwportalactioncombrcontent31-teste-de-tukeygt Acesso em 12 nov 2011
UFV - Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG
httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
VIEIRA S Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) Satildeo Paulo Ed Atlas 2006 216 p
WIKIPEDIA 2009in wwwwikipediaorgwikidose_letal acesso 26092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiv
ANEXOS
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxv
ANEXO I
Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias
Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxvi
ANEXO II
Glossaacuterio
Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xv
Proteccedilatildeo Individual - EPI (boneacute maacutescara oacuteculos jaleco e calccedila ou macacatildeo luvas e
botas) Mas um dos problemas eacute o desenvolvimento da resistecircncia das pragas ao
uso dos agrotoacutexicos que eacute um fenocircmeno pelo qual uma populaccedilatildeo de pragas
adquire a capacidade de sobreviver ao tratamento agroquiacutemico (TERNES 1985)
Para algumas pragas agriacutecolas a magnitude da resistecircncia chega a milhares de
vezes No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
trezentos e cinquenta vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
O Brasil eacute um dos maiores consumidores de agrotoacutexicos do mundo (JORNAL
AGROSOFT 2010) ldquoNunca tantos venenos venenos tatildeo fulminantes alguns tatildeo
persistentes outros ou fulminantes ou persistentes ao mesmo tempo foram
colocados em matildeos de tanta gente tatildeo despreparada para lidar com eles A grande
maioria dos agricultores natildeo tinha e continua natildeo tendo noccedilatildeo dos perigos que
enfrenta com os agrotoacutexicosrdquo (LUTZEMBERGER 2004)
O Centro Regional de Referecircncia em Sauacutede do Trabalhador na Regiatildeo dos
Vales Taquari e Rio Pardo - CERESTVales inaugurado em Maio2004 em Santa
Cruz do Sul abrange 68 municiacutepios pertencentes agraves 2ordf 8ordf 13ordf e 16ordf
Coordenadorias Regionais de Sauacutede (CRS) realizou em Novembro2008 o
mapeamento e impactos do uso de agrotoacutexicos na Regiatildeo dos Vales do Taquari e
Rio Pardo (CERESTVales)
Eacute necessaacuterio e pertinente que outros meacutetodos alternativos de controle existam
e sejam aplicados para a reduccedilatildeo de populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos Jaacute se dispotildee
de tecnologias adequadas que demonstram eficiecircncia no controle do aacutecaro rajado
por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
Outros meacutetodos naturais de controle devem ser pesquisados Neste trabalho de
Dissertaccedilatildeo testaram-se insumos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A Bassil e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadiracta indica A Juss)
e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio para avaliar a capacidade dentre
eles qual se faz eficiente e viaacutevel no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em
estufas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvi
12 Motivaccedilatildeo
No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e
Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis
Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo
Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no
decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser
vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU
1987)
No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli
Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros
ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi
procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul
referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma
demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em
niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia
Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para
Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por
produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas
sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo
apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvii
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais
Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim
significa jardim A horticultura estaacute dividida em
fruticultura ndash cultivo de pomares
olericultura ndash cultivo da horta
floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)
Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade
tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15
hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar
corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do
ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando
uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um
faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)
As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares
Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194
mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na
produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15
mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)
No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas
ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores
envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para
folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al
2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xviii
Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria
Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007
Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas
liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da
produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os
estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo
produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)
Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais
Fonte IBRAFLOR 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xix
Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de
Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE
FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo
propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos
setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que
envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que
impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias
profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e
fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)
A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e
comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002
para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de
2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em
180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445
produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810
hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em
18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)
Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e
com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva
juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio
governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e
externo (AFLORI 2009)
22 Estufas
O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto
ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em
cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos
climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de
granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o
cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)
(BUAINAIN et al 2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xx
Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o
cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011
Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e
telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo
em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar
Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como
tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)
Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxi
A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo
com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as
seguintes
as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos
predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do
Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes
frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do
vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada
em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do
Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas
necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode
variar de acordo com a disponibilidade do terreno
a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros
em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia
portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa
ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e
construccedilotildees (SGANZERLA 1995)
O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo
da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo
solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo
para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente
protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre
ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que
diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio
hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a
capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o
manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua
fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da
umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro
ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et
al2006)
Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxii
Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores
e plantas ornamentais
23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii
As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da
categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se
as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado
principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)
As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi
batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug
Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul
O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia
das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo
entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera
hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas
caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo
do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)
A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na
composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e
estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre
as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)
Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiii
A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser
produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma
produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas
com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento
moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo
do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para
iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada
luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida
iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna
igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)
A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo
solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais
componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua
escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de
sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um
desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em
clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)
231 Geacuterberas em vasos
O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito
usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da
temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema
frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado
em parte no cultivo em vasos
Entre as vantagens do sistema estatildeo
aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia
melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser
construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel
ao trabalhador
diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo
e pragas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiv
diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o
que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas
diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de
fertilizantes (SEBRAE 2009)
24 Aacutecaros
Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos
carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais
causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute
semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como
insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas
e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes
pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em
duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)
Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros
apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao
homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo
aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de
decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute
comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos
geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas
ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)
Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas
pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de
lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e
daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais
importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus
desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)
241 Aacutecaro Rajado
Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de
plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxv
de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo
014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das
folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos
agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-
se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase
ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees
laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato
geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae
Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS
O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias
agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20
dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo
para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo
emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A
longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40
dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente
e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior
longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e
ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de
grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvi
alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo
celular (FLECHTMANN 1979)
O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua
alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam
as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas
circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do
ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do
equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)
Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm
acesso 21-09-2009
A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave
queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da
fotossiacutentese (LIESERING 1960)
Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta
para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem
demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das
casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvii
instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN
1979)
No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de
agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos
trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o
ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um
processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos
acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro
rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxviii
Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de
morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho
(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o
controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo
ornamentais e outros (SATO 2006)
Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram
realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro
rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano
econocircmico
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos
A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos
seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a
comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes
no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da
vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na
qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas
de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas
brasileiras (DALZOTO et al 2009)
Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos
agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro
Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do
meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e
documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de
substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as
consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os
agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os
processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos
procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede
puacuteblica (CARSON 2010)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxix
251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina
A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina
(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas
globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave
importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma
e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e
significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia
da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios
ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo
de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por
pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha
(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a
Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim
Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e
persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute
crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de
onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola
veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)
Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o
controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por
pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)
No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -
IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros
O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo
da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio
ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos
insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de
vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)
Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas
pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxx
desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede
temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas
espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A
eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de
oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas
(GARCIA 2001)
O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave
disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos
os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de
pragas (GARCIA 2001)
Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas
Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha
gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora
brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute
bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens
Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus
cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente
broca-dos-frutos
Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito
Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho
(MARTINEZ 2008)
Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos
vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles
Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de
Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em
testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes
resultados
Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada
universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado
teor de capsaicina
Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e
possui propriedades bactericidas e fungicidas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxi
Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do
repertoacuterio de inseticidas vegetais
Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido
como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do
urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra
violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente
ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu
efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades
inseticidas (MARTINEZ 2008)
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos
Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade
consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica
satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com
algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo
da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na
natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o
uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem
medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras
que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos
dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e
Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos
nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)
Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos
tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no
controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros
produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais
podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O
avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao
controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle
do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados
tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxii
2009)
Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um
parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do
inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a
superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou
aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a
oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas
pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria
bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura
(DALZOTO 2009)
As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em
pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em
constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo
Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom
molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo
e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte
Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura
ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO
et al 1999)
253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas
As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas
e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se
de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para
aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que
proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo
enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta
aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a
Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)
Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a
Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada
entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiii
obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos
de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e
densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo
indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais
(PENTEADO 2006)
A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua
constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande
diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os
principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e
estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como
caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade
adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer
seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se
usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre
pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente
abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em
temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda
sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiv
26 Agrotoacutexicos
Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que
se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias
categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que
eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas
cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)
e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas
inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que
dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de
arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a
praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura
convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-
fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua
classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre
outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos
agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas
principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os
venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas
provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda
e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem
rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A
intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a
exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo
suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas
outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a
aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas
taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo
prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de
veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os
afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxv
261 Abamectina
A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e
aacutecaros
CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida
GRUPO QUIacuteMICO Avermectina
TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)
A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente
toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)
O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50
(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero
Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica
capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias
Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de
quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a
toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo
quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001
O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito
toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II
ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de
Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)
GRUPOS
DL50
(mgKg)
Dose letal provaacutevel para o homem
Extremamente
toacutexicos
lt 10
1 pitada - algumas gotas
Altamente toacutexicos
10-50
algumas gotas -1 colher de chaacute
Medianamente toacutexicos
500-5000
1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa
Pouco toacutexicos
05g-50g
2 colheres de sopa- 1 copo
Muito pouco toacutexicos
50g ou 150g
1 copo -
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvi
Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se
assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo
para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe
a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente
negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em
aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras
cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam
animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)
Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de
equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)
Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros
Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de
produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvii
Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner
Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de
EPI (figura 12)
Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com
aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou
superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxviii
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterberas em estufa
32 Objetivos Especiacuteficos
Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterbera em estufa
Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas
concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na
cultura de geacuterbera em estufa
Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos
na cultura de geacuterbera em estufa
Avaliar os aacutecaros predadores
4 MATERIAL E MEacuteTODOS
41 Materiais
Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural
produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de
Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado
para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxix
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura
14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o
plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue
necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee
Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xl
O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento
teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de
fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de
mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade
de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes
plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser
trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer
tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das
embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve
ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)
teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade
O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem
orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma
excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para
os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)
fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita
(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as
mudas de geacuterberas (figura 15)
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xli
Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco
(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS
Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco
Fonte Cloacutevis A Schwertner
O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura
fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A
estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto
Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas
maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)
Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um
termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlii
Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado
em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e
maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura
eacute abastecido por uma pilha (15 V)
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade
de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs
produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A
Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos
naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a
10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou
quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico
seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo
42 Meacutetodos
A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco
compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os
compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura
por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas
laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as
geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos
escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliii
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
421 Das dosagens ndash Experimento 01
Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de
agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do
aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas
pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram
de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos
fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10
Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por
compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)
mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura
19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com
trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75
aacutecaros em toda a bancada
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliv
Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo
reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme
metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para
caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da
empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o
controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite
de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de
controle (PROMIP 2008)
Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo
protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem
demonstrou-se mais eficiente
422 Das dosagens ndash Experimento 02
Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual
foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlv
compartimento
No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em
cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos
foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do
experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos
produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar
o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados
A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram
intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia
abaixo
14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E
14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos
7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees
a = Aplicaccedilatildeo
c = Contagem dos aacutecaros
A = primeira contagem
B = segunda contagem
C = terceira contagem
D = quarta contagem
E = quinta contagem
A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi
respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvi
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)
desta sequencia experimental (figura 20)
Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio
estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento
avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada
vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvii
seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das
folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o
desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal
As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao
compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos
totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)
Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados
Figura 21 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Figura 22 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlviii
Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise
estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de
descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees
para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como
para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas
descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas
utilizadas destaca-se o teste de Tukey
O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)
Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS
Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir
comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas
diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos
Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha
Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)
Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica
Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina
Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlix
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Resultado global
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e
bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa
Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10
paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos
naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os
produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros
predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve
eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores
Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos
nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas
novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento
Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas
no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10
porque esta se demonstrou mais eficiente
Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium
anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das
meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi
a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas
folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores
diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de
discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
l
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico
Dosagens
050 100
Folhas Velhas 040 060
B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120
Folhas Novas 120 140
Folhas Velhas 033 200
Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100
Folhas Novas 100 036
Folhas Velhas 040 080
Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060
Folhas Novas 120 040
Folhas Velhas 020 000
Abamectina Folhas Meacutedias 080 000
Folhas Novas 040 000
Folhas Velhas 060 220
Testemunha Folhas Meacutedias 120 180
Folhas Novas 140 060
Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das
contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento
Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia
das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a
meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos
A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados
e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10
e 05
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
li
Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas
meacutedias e novas
Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos
tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o
nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e
velhas nas dosagens de 05 e 10
Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os
predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme
PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o
enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima
de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees
poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lii
Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas
Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liii
Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos
permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle
de aacutecaros fitoacutefagos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liv
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do
agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos
testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em
sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas
aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas
contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores
denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas
44 a 46)
O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos
e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu
constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o
agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do
experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lv
10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi
aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o
calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos
aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias
Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo
teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o
tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento
Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve
diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada
diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)
Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas
natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvi
experimento (figura 30)
Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os
tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os
tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)
Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila
significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvii
Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens
efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o
aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)
Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira
contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao
tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo
teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram
diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lviii
Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve
diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)
Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lix
No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas
meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base
de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o
agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro
predador (figura 35)
Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar
Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de
desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T
urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios
imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos
de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade
de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a
partir de 15 ordm C
A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no
periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste
periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lx
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento
A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo
do experimento
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxi
Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar
aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell
(1973 in BERTOLO 2007)
52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos
Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle
dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de
relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na
produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do
trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e
consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo
Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os
seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no
quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo
acrescidos no valor final do produto
Produtos
Quant Litro R$
Pulverizador Costal
R$
Oacuteculos Policarbonato
R$
Luvas Borracha
R$
EPI cBotas
R$
Custo Total R$
Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000
Bbassianae
M anisopliae
5300 15500 1800 700 23300
Calda
sulfocalcica
700 15500 1800 700 18700
Abamectina 5900 15500 9200 30600
Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)
No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$
8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos
trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute
necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxii
a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador
manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na
aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)
Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiii
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento
Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram
aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro
rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do
experimento
Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiv
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento
No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente
danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)
Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxv
6 CONCLUSOtildeES
O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de
desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais
saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou
em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo
ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera
jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem
alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos
Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e
bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade
produtividade e rentabilidade econocircmica
O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica
(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na
cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico
Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros
predadores
Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de
geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador
se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos
Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque
multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvi
7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABREU JUNIOR E 1998 Praticas alternativas de controle de pragas e doenccedilas
na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP 115 p
ACOPEMA 2008 Estufas agriacutecolas in wwwacopemacombr acesso 20092009
AFLORI 2009 in httpwwwafloricombrnoticiaphppagina=MTA3 acesso
17092009
AGROBIOLOGICA 2009 in wwwagrobiologicacombr acesso 20-09-2009
AGRONOMIACOMGISMONTI 2009 in agronomiacomgismontiblogspotcom
acesso 20-09-2009
AKI YA 2002 Buacutessula da comercializaccedilatildeo para produtores de ornamentais
Satildeo Paulo Heliza Editora Comeacutercio e Industria Graacutefica 179 p
ANDEF 2001 Manual de Uso Correto de Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual
Associaccedilatildeo Nacional de Defesa Vegetal Andef Campinas Satildeo Paulo
ANVISA 2003
httpwwwcamaragovbrinternetcomissaoindexpermcaprAgrotoxMeirellespdf
acesso em 30-09-2009
Bayer Garden - httpwwwbayergardendkdaplantedoktorn
httpplantedoktordkinsektrigetenghtm acesso 21-09-2009
BALL 2006 Informaccedilotildees culturais geacuterberas em vaso Holambra Satildeo Paulo in
wwwballcombr acesso 2002009
BARRIGOSI Joseacute Alexandre Freitas 2008 EMBRAPA
httpwwwagenciacnptiaembrapabrgestorarrozarvoreCONT000fohgb6co02w
yiv8065610dc2ls9tihtml Acessado em 05-12-2011
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvii
BERTOLO EC 2007 Efeito da temperatura e do hospedeiro na biologia do
aacutecaro rajado Tetranychus urticae Koch (Acari Tetranychidae) Dissertaccedilatildeo
Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia da Faculdade de Agronomia e
Medicina Veterinaacuteria da Universidade de Passo Fundo ndash UPF Passo Fundo
BIOVALE 2009 in wwwbiovalecombr acesso 18082009
BOGORNI PC 2003 Efeito de Extratos Aquosos de Trichilia spp sobre o
desenvolvimento de Spodoptera frugiperda (J E Smith) em milho Tese de
Mestrado Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo - USP
BOLLAND HR GUTERREZ and JFLETCHTMANN CHW World Catalogue of
the Spider Mite Family (AcariTetranychidae) Leiden Boston Koumlln Brill 1998
BORTOLOZZO Adriane Regina MELO George Wellington Bastos de VARGAS
Leandro Produccedilatildeo de Morangos no Sistema Semi-Hidropocircnico Agosto 2006
BUAINAIN AM BATALHA MO (orgs) 2007 Cadeias Produtivas de Flores e
Mel Seacuterie Agronegoacutecios MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento Brasiacutelia IIICA MAPASPA 140 p
CARNEIRO SM de TPG Accedilatildeo do nim sobre fungos fitopatogecircnicos In
MARTINEZ SS O Nim ndash Azadirachta indica natureza usos muacuteltiplos
produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do Paranaacute 2002 p 59ndash64
CARSON Rachel 2010 Primavera silenciosa [traduzido por Claudia SantrsquoAnna
Martins] ndash 1 ed ndash Satildeo Paulo Gaia 327 p
CARVALHO R da S 2006 Biocontrole de moscas-das-frutas histoacuterico
conceito e estrateacutegias Cruz das Almas Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical (Circular Teacutecnica 83)
CERESTVales
httpwwwsaudersgovbrdados1197641782571CEREST20Vales20-
20Santa20Cruz20do20Sulpdf
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxviii
CGAC ndash MAPA 2003
httpwwwagriculturagovbrarq_editorfilecamaras_setoriaisFlores_e_plantas_o
rnamentais30ROApp_Informespdf
CHABOUSSOU F 1987 Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da
Trofobiose) LampPM Editores Porto Alegre
DALZOTO PR HURY KF 2009 Controle bioloacutegico de pragas no Brasil Satildeo
Paulo v 71 n1 p 37-41
DORNELLES Marccedilal Elizandro SCHOSSLER Joseacute Fernando CASALI Andreacute Luis
BRONDANI Leonardo Basso 2009 Inspeccedilatildeo teacutecnica de pulverizadores
agriacutecolas histoacuterico e importacircncia Ciecircnc rural 39(5)1600-1605 ago 2009
ilus tab httpbasesbiremebrcgi-
binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampsrc=googleampbase=LILACSamplang
=pampnextAction=lnkampexprSearch=521212ampindexSearch=ID
Ecocert Brasil 2001 wwwecocertcombr Acesso em 18-09-2009
EMBRAPA 2003
httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
acesso em 30-09-2009
EVANS GO 1992 Principes of acarology Wallingford CAB Intenational 563 p
FERLA NJ MARCHETI MM GONCcedilALVES D 2007 Aacutecaros predadores
(Acari) associados agrave cultura do morango (Fragaria sp Rosaceae) e plantas
proacuteximas no Estado do Rio Grande do Sul Biota Neotropica Vol 7 (number 2)
p 103-110
FERNANDEZ SM 2001 Baacutesico de floricultura ndash manual de treinamento
SENAR Porto Alegre
FLECHTMANN CHW 1979 Aacutecaros de importacircncia agriacutecola Satildeo Paulo Nobel
3ed 189 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxix
FURLAN MR 1997 Aacutecaros Revista Tempo Verde ano XX n 151 abril
GARCIA JLM 2001 Oacuteleo de Nim ndash O Bioprotetor Natural Seacuterie Agricultura
Alternativa Maio 16 p
HERNANDES J L RIBEIRO IJA 2008 Tratamento de inverno Boletim
Teacutecnico Instituto Agronocircmico Campinas IAC SP
IBRAFLOR 2002 Diagnoacutestico da cadeia produtiva de flores e plantas
ornamentais no estado de Alagoas ndash Contrato UFV-Funarte Sebrae ndash AL
IBRAFLOR 2009 in httpwwwaprendendoaexportargovbrfloressetorperfilasp
acesso 15092009
JEPPSON LR KEIFER HH BAKER EW 1975 Mites injurious to economic
plants Berkeley University of California Press 614 p
JORNAL AGROSOFT 2010 Notiacutecia datada de 01-07-2010 Brasil eacute o paiacutes que
mais usa agrotoacutexicos no mundo
KAumlMPF AN DAUDT RS 1999 Diagnoacutestico da floricultura no Rio Grande do
Sul Ciecircncia Rural vol 29 n 3 p 561-563 1999
LAZZARINI GJ 2005 Efeito da umidade sobre a germinaccedilatildeo in vitro de
Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae e atividade contra Triatoma
infestans Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Parasitologia) ndash Instituto de Patologia
Tropical e Sauacutede Puacuteblica Universidade Federal de Goiaacutes Goiacircnia 46 p
LIESERING VR 1960 Beitrag zum Phytopathologischen
Wirkungsmechanismus des Tetranychus urticae Koch Z Pflkrankh 67524-
542
LONDRES Flavia 2011 AGROTOacuteXICOS NO BRASIL um guia para accedilatildeo em
defesa da vida Rio de Janeiro AS ndash PTA ndash Assessoria e Serviccedilos a Projetos em
Agricultura Alternativa 190 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxx
LORENZI H 2001 Plantas ornamentais no Brasil arbustivas herbaacuteceas e
trepadeiras 3 ed Nova Odessa SP Instituto Plantarum 568 p
LUTZEMBERGER Joseacute Manual de Ecologia ndash do Jardim ao Poder LampPM
Editores Porto Alegre 2004 116 p
MACEDO MAA 2003 Taacuteticas de controle de 2 pragas em cultivares de
tomateiro de crescimento determinado Dissertaccedilatildeo UNESP-Jaboticabal
MARTINEZ SS Composiccedilatildeo do nim In Martinez SS O Nim ndash Azadirachta
indica natureza usos muacuteltiplos produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do
Paranaacute 2008
MELLO Itamar Soares de AZEVEDO Joatildeo Luacutecio de 1999 CONTROLE
BIOLOacuteGICO Vol 3 Editora UFV 308 p
MORAES GJ 1986 Controle bioloacutegico de aacutecaros fitoacutefagos Miscelacircnea
SOCOLEN v 8 p 29-63
MORAES GJ FLECHTMANN CHW 1981 Aacutecaros fitoacutefagos do nordeste do
Brasil Pequisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 16 n2 p177-186
MORAES G J e FLECHTMANN CH W 2008 Manual de Acarologia
Acarologia Baacutesica e Aacutecaros de Plantas Cultivadas no Brasil Ribeiratildeo Preto
Holos Editora 308 p il
MUNDODAEDUCACAO 2009 Importacircncia dos fungos in
wwwmundodaeducacaocombr acesso 18092009
NICKEL J L 1960 Temperature and humidity relationships of Tetranychus
desertorum Banks with special reference to distribution Hilgardia Berkeley
v 30 p 41-100
OLIVEIRA AAP 2007 Floricultura caracterizaccedilatildeo e mercado Fortaleza Banco
do Nordeste do Brasil 180p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxi
PADULA DA KAumlMPF AN SLONGO LA (orgs) 2003 Diagnoacutestico da cadeia
produtiva de flores e plantas ornamentais do Rio Grande do Sul in
http2012114147bdsBDSnsf311567070DCEA48C032572170054A774$File
NT000B578Epdf acesso 10082009
PENTEADO SR 2004 Proteccedilatildeo de plantas no sistema orgacircnico Curso de
Agricultura Orgacircnica (apostila 14 liccedilotildees) 1 ed Editor Fraga Penteado Cursos e
Planejamentos Ltda
PENTEADO SR 2006 Defensivos alternativos e naturais Campinas SP 174 p
PLASTISUL 2009 in httpwwwplastisulcombrestufasasp acesso 15092009
PRATES HS 1999 Caldas bordalesa sulfocaacutelcica e viccedilosa produtos
alternativos na citricultura ndash Folheto Informativo da CECORCATI ndash Campinas
PRIMAVESI AM 1998 Praacuteticas de Produccedilatildeo de Plantas em um conceito
Holiacutestico in ABREU HJ (ed) Praacuteticas alternativas de controle de pragas e
doenccedilas na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP EMOPI p 2-9
PRIMAVESI AM 1990 Manejo Ecoloacutegico do Solo Editora Nobel Satildeo Paulo
PRITCHARD AE BAKER EW 1955 A revision of the spider mite family
Tetranychidae San Francisco Pacific Coast Entomological Society v2
PROMIP 2008 in wwwpromipagrbrprodutoaspcID=18pID=18 acesso
21092009
PURI HS 1999 NEEM ndash The divine Tree Azadirachta indica Medicinal and
Aromatic Plants Industrial Profiles Hardwood Academic Publishers 182 p
PURQUERIO LFV TIVELLI SW 2006 Manejo do ambiente em cultivo
protegido Instituto Agronocircmico de Campinas IAC Centro de Horticultura
Campinas SP
QUINTELLA E 2002 Tempo de Mortalidade Meacutedia de Ninfas de Bemisia tabaci
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxii
(Gennadius) tratados com Oacuteleo de Nim Indiano Trabalho apresentado no 19ordm
Congresso Brasileiro de Entomologia Manaus
REVISTA DE AGRONEGOacuteCIOS DA FGV 2007 Ediccedilatildeo Ndeg 09 - Volume 27 in
httpwwwagroanalysiscombrindexphparea=conteudoampmat_id=327ampfrom=me
rcadonegocios acesso 20092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrrevista_junho_07assinaturaphp
acesso 15092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrindexphpreferencia=acura acesso
15092009
ROGGIA S 2007 Aacutecaros tetraniquiacutedeos (prostigmata Tetranychidae)
asssociados agrave soja no rio grande do sul ocorrecircncia identificaccedilao de
espeacutecies e efeito de cultivares e de plantas daninhas Dissertaccedilatildeo UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
SALASAR Caveiro Henrique 1982 Inseticidas e acaricidas ndash toxicologia
receituaacuterio agronocircmico Livroceres Piracicaba SP 424 p
SATO ME 2006 Aacutecaros Predadores Boletim Teacutecnico Instituto Bioloacutegico
Controle Bioloacutegico de Insetos e Aacutecaros Satildeo Paulo n 15 86 p
SATO ME Resistecircncia eacute um seacuterio problema para a agricultura in
httpwwwinfobiboscomArtigo2009_2resitenciaindexhtm acesso 19-09-2009
SCHMUTTERER H amp ASCHER KRS 1984 Natural Pesticides from the Neem
Tree and other Tropical Plantas Procedings of the Second Internacional Neem
Conference Rauischholzhausen Federal Republic of Germany 25-28 May 1983
GTZ Eschborn 587 p
SEBRAE 2009 in
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiii
httpsebraers2interjornalcombrnoticiakmfnoticia=7528145ampcanal=221
acesso 28082009
SGANZERLA E 1987 Nova agricultura a fascinante arte de cultivar com os
plaacutesticos Porto Alegre 5a Ediccedilatildeo Revista e Ampliada Livraria e Editora
Agropecuaacuteria 1995
SILVA C A D da 2002 Biologia e exigecircncias teacutermicas do aacutecaro vermelho
Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 37 n 5 p 573-580
SIMPSON K W CONNELL W A 1973 Mites on soybeans moisture and
temperature relations Environmental Entomology College Park v 2 p 319-323
TAMAI MA LOPES RB ALVES SB 1998 Manejo de pragas na floricultura
USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroacutez
TERNES M Resistecircncia de insetos e plantas daninhas a praguicidas
Florianoacutepolis EMPASC 1985 25 p
TESTE DE TUKEY Disponiacutevel em lthttp
httpwwwportalactioncombrcontent31-teste-de-tukeygt Acesso em 12 nov 2011
UFV - Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG
httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
VIEIRA S Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) Satildeo Paulo Ed Atlas 2006 216 p
WIKIPEDIA 2009in wwwwikipediaorgwikidose_letal acesso 26092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiv
ANEXOS
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxv
ANEXO I
Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias
Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxvi
ANEXO II
Glossaacuterio
Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvi
12 Motivaccedilatildeo
No inicio das atividades de Mestrado junto ao PPG em Ambiente e
Desenvolvimento em marccedilo de 2007 na UNIVATES lendo o livro de Francis
Charboussou (1987) resultou nas bases para a construccedilatildeo do presente estudo
Charboussou consagrou-se de 1960 a 1969 ao estudo de aacutecaros da videira Foi no
decurso dessas pesquisas que foi conceituada a Trofobiose ldquotodo e qualquer ser
vivo soacute sobreviveraacute se houver alimento adequado disponiacutevelrdquo (CHARBOUSSOU
1987)
No decorrer do Curso de Mestrado nas aulas ministradas pelo Prof Dr Noeli
Juarez Ferla que haacute muitos anos se dedica ao estudo e pesquisas sobre aacutecaros
ficou evidente o encontro de interesses Neste periacuteodo o Professor Ferla foi
procurado por produtores de flores em estufa do municiacutepio de Santa Clara do Sul
referente ao problema de ataque de aacutecaros em geacuterberas Surgiu entatildeo uma
demanda a ser atendida e consequentemente uma oportunidade para se testar em
niacutevel de uma Dissertaccedilatildeo aspectos teacutecnicos na aacuterea da Agroecologia
Em razatildeo desses fatos constatados foi apresentado o projeto para
Dissertaccedilatildeo de Mestrado com objetivo de atender demandas reivindicadas por
produtores de flores dos Vales do Taquari para o controle de aacutecaros em geacuterberas
sob cultivo protegido (em estufas) sem o uso de agrotoacutexicos cujos resultados seratildeo
apresentados e discutidos na presente Dissertaccedilatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvii
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais
Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim
significa jardim A horticultura estaacute dividida em
fruticultura ndash cultivo de pomares
olericultura ndash cultivo da horta
floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)
Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade
tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15
hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar
corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do
ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando
uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um
faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)
As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares
Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194
mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na
produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15
mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)
No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas
ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores
envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para
folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al
2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xviii
Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria
Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007
Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas
liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da
produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os
estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo
produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)
Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais
Fonte IBRAFLOR 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xix
Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de
Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE
FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo
propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos
setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que
envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que
impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias
profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e
fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)
A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e
comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002
para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de
2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em
180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445
produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810
hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em
18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)
Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e
com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva
juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio
governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e
externo (AFLORI 2009)
22 Estufas
O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto
ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em
cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos
climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de
granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o
cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)
(BUAINAIN et al 2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xx
Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o
cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011
Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e
telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo
em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar
Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como
tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)
Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxi
A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo
com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as
seguintes
as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos
predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do
Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes
frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do
vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada
em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do
Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas
necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode
variar de acordo com a disponibilidade do terreno
a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros
em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia
portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa
ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e
construccedilotildees (SGANZERLA 1995)
O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo
da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo
solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo
para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente
protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre
ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que
diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio
hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a
capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o
manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua
fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da
umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro
ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et
al2006)
Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxii
Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores
e plantas ornamentais
23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii
As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da
categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se
as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado
principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)
As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi
batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug
Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul
O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia
das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo
entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera
hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas
caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo
do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)
A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na
composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e
estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre
as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)
Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiii
A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser
produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma
produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas
com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento
moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo
do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para
iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada
luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida
iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna
igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)
A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo
solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais
componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua
escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de
sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um
desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em
clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)
231 Geacuterberas em vasos
O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito
usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da
temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema
frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado
em parte no cultivo em vasos
Entre as vantagens do sistema estatildeo
aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia
melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser
construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel
ao trabalhador
diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo
e pragas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiv
diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o
que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas
diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de
fertilizantes (SEBRAE 2009)
24 Aacutecaros
Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos
carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais
causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute
semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como
insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas
e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes
pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em
duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)
Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros
apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao
homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo
aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de
decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute
comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos
geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas
ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)
Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas
pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de
lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e
daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais
importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus
desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)
241 Aacutecaro Rajado
Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de
plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxv
de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo
014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das
folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos
agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-
se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase
ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees
laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato
geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae
Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS
O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias
agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20
dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo
para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo
emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A
longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40
dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente
e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior
longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e
ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de
grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvi
alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo
celular (FLECHTMANN 1979)
O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua
alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam
as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas
circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do
ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do
equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)
Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm
acesso 21-09-2009
A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave
queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da
fotossiacutentese (LIESERING 1960)
Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta
para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem
demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das
casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvii
instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN
1979)
No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de
agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos
trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o
ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um
processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos
acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro
rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxviii
Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de
morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho
(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o
controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo
ornamentais e outros (SATO 2006)
Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram
realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro
rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano
econocircmico
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos
A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos
seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a
comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes
no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da
vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na
qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas
de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas
brasileiras (DALZOTO et al 2009)
Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos
agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro
Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do
meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e
documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de
substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as
consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os
agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os
processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos
procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede
puacuteblica (CARSON 2010)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxix
251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina
A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina
(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas
globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave
importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma
e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e
significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia
da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios
ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo
de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por
pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha
(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a
Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim
Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e
persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute
crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de
onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola
veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)
Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o
controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por
pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)
No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -
IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros
O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo
da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio
ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos
insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de
vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)
Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas
pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxx
desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede
temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas
espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A
eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de
oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas
(GARCIA 2001)
O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave
disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos
os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de
pragas (GARCIA 2001)
Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas
Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha
gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora
brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute
bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens
Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus
cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente
broca-dos-frutos
Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito
Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho
(MARTINEZ 2008)
Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos
vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles
Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de
Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em
testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes
resultados
Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada
universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado
teor de capsaicina
Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e
possui propriedades bactericidas e fungicidas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxi
Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do
repertoacuterio de inseticidas vegetais
Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido
como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do
urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra
violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente
ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu
efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades
inseticidas (MARTINEZ 2008)
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos
Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade
consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica
satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com
algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo
da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na
natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o
uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem
medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras
que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos
dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e
Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos
nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)
Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos
tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no
controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros
produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais
podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O
avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao
controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle
do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados
tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxii
2009)
Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um
parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do
inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a
superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou
aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a
oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas
pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria
bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura
(DALZOTO 2009)
As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em
pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em
constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo
Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom
molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo
e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte
Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura
ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO
et al 1999)
253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas
As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas
e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se
de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para
aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que
proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo
enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta
aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a
Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)
Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a
Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada
entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiii
obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos
de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e
densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo
indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais
(PENTEADO 2006)
A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua
constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande
diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os
principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e
estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como
caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade
adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer
seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se
usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre
pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente
abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em
temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda
sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiv
26 Agrotoacutexicos
Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que
se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias
categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que
eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas
cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)
e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas
inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que
dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de
arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a
praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura
convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-
fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua
classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre
outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos
agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas
principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os
venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas
provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda
e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem
rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A
intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a
exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo
suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas
outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a
aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas
taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo
prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de
veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os
afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxv
261 Abamectina
A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e
aacutecaros
CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida
GRUPO QUIacuteMICO Avermectina
TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)
A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente
toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)
O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50
(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero
Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica
capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias
Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de
quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a
toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo
quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001
O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito
toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II
ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de
Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)
GRUPOS
DL50
(mgKg)
Dose letal provaacutevel para o homem
Extremamente
toacutexicos
lt 10
1 pitada - algumas gotas
Altamente toacutexicos
10-50
algumas gotas -1 colher de chaacute
Medianamente toacutexicos
500-5000
1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa
Pouco toacutexicos
05g-50g
2 colheres de sopa- 1 copo
Muito pouco toacutexicos
50g ou 150g
1 copo -
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvi
Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se
assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo
para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe
a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente
negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em
aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras
cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam
animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)
Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de
equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)
Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros
Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de
produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvii
Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner
Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de
EPI (figura 12)
Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com
aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou
superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxviii
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterberas em estufa
32 Objetivos Especiacuteficos
Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterbera em estufa
Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas
concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na
cultura de geacuterbera em estufa
Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos
na cultura de geacuterbera em estufa
Avaliar os aacutecaros predadores
4 MATERIAL E MEacuteTODOS
41 Materiais
Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural
produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de
Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado
para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxix
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura
14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o
plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue
necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee
Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xl
O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento
teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de
fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de
mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade
de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes
plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser
trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer
tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das
embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve
ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)
teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade
O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem
orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma
excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para
os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)
fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita
(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as
mudas de geacuterberas (figura 15)
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xli
Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco
(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS
Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco
Fonte Cloacutevis A Schwertner
O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura
fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A
estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto
Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas
maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)
Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um
termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlii
Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado
em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e
maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura
eacute abastecido por uma pilha (15 V)
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade
de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs
produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A
Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos
naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a
10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou
quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico
seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo
42 Meacutetodos
A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco
compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os
compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura
por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas
laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as
geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos
escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliii
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
421 Das dosagens ndash Experimento 01
Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de
agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do
aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas
pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram
de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos
fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10
Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por
compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)
mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura
19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com
trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75
aacutecaros em toda a bancada
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliv
Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo
reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme
metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para
caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da
empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o
controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite
de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de
controle (PROMIP 2008)
Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo
protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem
demonstrou-se mais eficiente
422 Das dosagens ndash Experimento 02
Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual
foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlv
compartimento
No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em
cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos
foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do
experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos
produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar
o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados
A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram
intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia
abaixo
14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E
14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos
7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees
a = Aplicaccedilatildeo
c = Contagem dos aacutecaros
A = primeira contagem
B = segunda contagem
C = terceira contagem
D = quarta contagem
E = quinta contagem
A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi
respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvi
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)
desta sequencia experimental (figura 20)
Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio
estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento
avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada
vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvii
seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das
folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o
desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal
As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao
compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos
totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)
Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados
Figura 21 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Figura 22 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlviii
Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise
estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de
descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees
para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como
para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas
descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas
utilizadas destaca-se o teste de Tukey
O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)
Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS
Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir
comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas
diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos
Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha
Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)
Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica
Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina
Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlix
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Resultado global
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e
bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa
Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10
paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos
naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os
produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros
predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve
eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores
Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos
nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas
novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento
Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas
no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10
porque esta se demonstrou mais eficiente
Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium
anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das
meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi
a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas
folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores
diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de
discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
l
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico
Dosagens
050 100
Folhas Velhas 040 060
B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120
Folhas Novas 120 140
Folhas Velhas 033 200
Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100
Folhas Novas 100 036
Folhas Velhas 040 080
Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060
Folhas Novas 120 040
Folhas Velhas 020 000
Abamectina Folhas Meacutedias 080 000
Folhas Novas 040 000
Folhas Velhas 060 220
Testemunha Folhas Meacutedias 120 180
Folhas Novas 140 060
Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das
contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento
Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia
das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a
meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos
A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados
e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10
e 05
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
li
Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas
meacutedias e novas
Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos
tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o
nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e
velhas nas dosagens de 05 e 10
Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os
predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme
PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o
enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima
de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees
poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lii
Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas
Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liii
Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos
permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle
de aacutecaros fitoacutefagos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liv
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do
agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos
testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em
sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas
aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas
contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores
denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas
44 a 46)
O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos
e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu
constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o
agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do
experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lv
10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi
aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o
calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos
aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias
Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo
teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o
tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento
Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve
diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada
diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)
Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas
natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvi
experimento (figura 30)
Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os
tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os
tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)
Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila
significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvii
Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens
efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o
aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)
Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira
contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao
tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo
teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram
diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lviii
Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve
diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)
Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lix
No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas
meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base
de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o
agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro
predador (figura 35)
Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar
Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de
desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T
urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios
imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos
de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade
de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a
partir de 15 ordm C
A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no
periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste
periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lx
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento
A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo
do experimento
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxi
Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar
aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell
(1973 in BERTOLO 2007)
52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos
Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle
dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de
relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na
produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do
trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e
consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo
Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os
seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no
quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo
acrescidos no valor final do produto
Produtos
Quant Litro R$
Pulverizador Costal
R$
Oacuteculos Policarbonato
R$
Luvas Borracha
R$
EPI cBotas
R$
Custo Total R$
Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000
Bbassianae
M anisopliae
5300 15500 1800 700 23300
Calda
sulfocalcica
700 15500 1800 700 18700
Abamectina 5900 15500 9200 30600
Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)
No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$
8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos
trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute
necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxii
a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador
manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na
aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)
Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiii
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento
Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram
aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro
rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do
experimento
Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiv
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento
No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente
danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)
Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxv
6 CONCLUSOtildeES
O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de
desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais
saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou
em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo
ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera
jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem
alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos
Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e
bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade
produtividade e rentabilidade econocircmica
O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica
(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na
cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico
Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros
predadores
Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de
geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador
se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos
Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque
multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvi
7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABREU JUNIOR E 1998 Praticas alternativas de controle de pragas e doenccedilas
na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP 115 p
ACOPEMA 2008 Estufas agriacutecolas in wwwacopemacombr acesso 20092009
AFLORI 2009 in httpwwwafloricombrnoticiaphppagina=MTA3 acesso
17092009
AGROBIOLOGICA 2009 in wwwagrobiologicacombr acesso 20-09-2009
AGRONOMIACOMGISMONTI 2009 in agronomiacomgismontiblogspotcom
acesso 20-09-2009
AKI YA 2002 Buacutessula da comercializaccedilatildeo para produtores de ornamentais
Satildeo Paulo Heliza Editora Comeacutercio e Industria Graacutefica 179 p
ANDEF 2001 Manual de Uso Correto de Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual
Associaccedilatildeo Nacional de Defesa Vegetal Andef Campinas Satildeo Paulo
ANVISA 2003
httpwwwcamaragovbrinternetcomissaoindexpermcaprAgrotoxMeirellespdf
acesso em 30-09-2009
Bayer Garden - httpwwwbayergardendkdaplantedoktorn
httpplantedoktordkinsektrigetenghtm acesso 21-09-2009
BALL 2006 Informaccedilotildees culturais geacuterberas em vaso Holambra Satildeo Paulo in
wwwballcombr acesso 2002009
BARRIGOSI Joseacute Alexandre Freitas 2008 EMBRAPA
httpwwwagenciacnptiaembrapabrgestorarrozarvoreCONT000fohgb6co02w
yiv8065610dc2ls9tihtml Acessado em 05-12-2011
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvii
BERTOLO EC 2007 Efeito da temperatura e do hospedeiro na biologia do
aacutecaro rajado Tetranychus urticae Koch (Acari Tetranychidae) Dissertaccedilatildeo
Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia da Faculdade de Agronomia e
Medicina Veterinaacuteria da Universidade de Passo Fundo ndash UPF Passo Fundo
BIOVALE 2009 in wwwbiovalecombr acesso 18082009
BOGORNI PC 2003 Efeito de Extratos Aquosos de Trichilia spp sobre o
desenvolvimento de Spodoptera frugiperda (J E Smith) em milho Tese de
Mestrado Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo - USP
BOLLAND HR GUTERREZ and JFLETCHTMANN CHW World Catalogue of
the Spider Mite Family (AcariTetranychidae) Leiden Boston Koumlln Brill 1998
BORTOLOZZO Adriane Regina MELO George Wellington Bastos de VARGAS
Leandro Produccedilatildeo de Morangos no Sistema Semi-Hidropocircnico Agosto 2006
BUAINAIN AM BATALHA MO (orgs) 2007 Cadeias Produtivas de Flores e
Mel Seacuterie Agronegoacutecios MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento Brasiacutelia IIICA MAPASPA 140 p
CARNEIRO SM de TPG Accedilatildeo do nim sobre fungos fitopatogecircnicos In
MARTINEZ SS O Nim ndash Azadirachta indica natureza usos muacuteltiplos
produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do Paranaacute 2002 p 59ndash64
CARSON Rachel 2010 Primavera silenciosa [traduzido por Claudia SantrsquoAnna
Martins] ndash 1 ed ndash Satildeo Paulo Gaia 327 p
CARVALHO R da S 2006 Biocontrole de moscas-das-frutas histoacuterico
conceito e estrateacutegias Cruz das Almas Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical (Circular Teacutecnica 83)
CERESTVales
httpwwwsaudersgovbrdados1197641782571CEREST20Vales20-
20Santa20Cruz20do20Sulpdf
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxviii
CGAC ndash MAPA 2003
httpwwwagriculturagovbrarq_editorfilecamaras_setoriaisFlores_e_plantas_o
rnamentais30ROApp_Informespdf
CHABOUSSOU F 1987 Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da
Trofobiose) LampPM Editores Porto Alegre
DALZOTO PR HURY KF 2009 Controle bioloacutegico de pragas no Brasil Satildeo
Paulo v 71 n1 p 37-41
DORNELLES Marccedilal Elizandro SCHOSSLER Joseacute Fernando CASALI Andreacute Luis
BRONDANI Leonardo Basso 2009 Inspeccedilatildeo teacutecnica de pulverizadores
agriacutecolas histoacuterico e importacircncia Ciecircnc rural 39(5)1600-1605 ago 2009
ilus tab httpbasesbiremebrcgi-
binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampsrc=googleampbase=LILACSamplang
=pampnextAction=lnkampexprSearch=521212ampindexSearch=ID
Ecocert Brasil 2001 wwwecocertcombr Acesso em 18-09-2009
EMBRAPA 2003
httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
acesso em 30-09-2009
EVANS GO 1992 Principes of acarology Wallingford CAB Intenational 563 p
FERLA NJ MARCHETI MM GONCcedilALVES D 2007 Aacutecaros predadores
(Acari) associados agrave cultura do morango (Fragaria sp Rosaceae) e plantas
proacuteximas no Estado do Rio Grande do Sul Biota Neotropica Vol 7 (number 2)
p 103-110
FERNANDEZ SM 2001 Baacutesico de floricultura ndash manual de treinamento
SENAR Porto Alegre
FLECHTMANN CHW 1979 Aacutecaros de importacircncia agriacutecola Satildeo Paulo Nobel
3ed 189 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxix
FURLAN MR 1997 Aacutecaros Revista Tempo Verde ano XX n 151 abril
GARCIA JLM 2001 Oacuteleo de Nim ndash O Bioprotetor Natural Seacuterie Agricultura
Alternativa Maio 16 p
HERNANDES J L RIBEIRO IJA 2008 Tratamento de inverno Boletim
Teacutecnico Instituto Agronocircmico Campinas IAC SP
IBRAFLOR 2002 Diagnoacutestico da cadeia produtiva de flores e plantas
ornamentais no estado de Alagoas ndash Contrato UFV-Funarte Sebrae ndash AL
IBRAFLOR 2009 in httpwwwaprendendoaexportargovbrfloressetorperfilasp
acesso 15092009
JEPPSON LR KEIFER HH BAKER EW 1975 Mites injurious to economic
plants Berkeley University of California Press 614 p
JORNAL AGROSOFT 2010 Notiacutecia datada de 01-07-2010 Brasil eacute o paiacutes que
mais usa agrotoacutexicos no mundo
KAumlMPF AN DAUDT RS 1999 Diagnoacutestico da floricultura no Rio Grande do
Sul Ciecircncia Rural vol 29 n 3 p 561-563 1999
LAZZARINI GJ 2005 Efeito da umidade sobre a germinaccedilatildeo in vitro de
Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae e atividade contra Triatoma
infestans Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Parasitologia) ndash Instituto de Patologia
Tropical e Sauacutede Puacuteblica Universidade Federal de Goiaacutes Goiacircnia 46 p
LIESERING VR 1960 Beitrag zum Phytopathologischen
Wirkungsmechanismus des Tetranychus urticae Koch Z Pflkrankh 67524-
542
LONDRES Flavia 2011 AGROTOacuteXICOS NO BRASIL um guia para accedilatildeo em
defesa da vida Rio de Janeiro AS ndash PTA ndash Assessoria e Serviccedilos a Projetos em
Agricultura Alternativa 190 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxx
LORENZI H 2001 Plantas ornamentais no Brasil arbustivas herbaacuteceas e
trepadeiras 3 ed Nova Odessa SP Instituto Plantarum 568 p
LUTZEMBERGER Joseacute Manual de Ecologia ndash do Jardim ao Poder LampPM
Editores Porto Alegre 2004 116 p
MACEDO MAA 2003 Taacuteticas de controle de 2 pragas em cultivares de
tomateiro de crescimento determinado Dissertaccedilatildeo UNESP-Jaboticabal
MARTINEZ SS Composiccedilatildeo do nim In Martinez SS O Nim ndash Azadirachta
indica natureza usos muacuteltiplos produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do
Paranaacute 2008
MELLO Itamar Soares de AZEVEDO Joatildeo Luacutecio de 1999 CONTROLE
BIOLOacuteGICO Vol 3 Editora UFV 308 p
MORAES GJ 1986 Controle bioloacutegico de aacutecaros fitoacutefagos Miscelacircnea
SOCOLEN v 8 p 29-63
MORAES GJ FLECHTMANN CHW 1981 Aacutecaros fitoacutefagos do nordeste do
Brasil Pequisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 16 n2 p177-186
MORAES G J e FLECHTMANN CH W 2008 Manual de Acarologia
Acarologia Baacutesica e Aacutecaros de Plantas Cultivadas no Brasil Ribeiratildeo Preto
Holos Editora 308 p il
MUNDODAEDUCACAO 2009 Importacircncia dos fungos in
wwwmundodaeducacaocombr acesso 18092009
NICKEL J L 1960 Temperature and humidity relationships of Tetranychus
desertorum Banks with special reference to distribution Hilgardia Berkeley
v 30 p 41-100
OLIVEIRA AAP 2007 Floricultura caracterizaccedilatildeo e mercado Fortaleza Banco
do Nordeste do Brasil 180p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxi
PADULA DA KAumlMPF AN SLONGO LA (orgs) 2003 Diagnoacutestico da cadeia
produtiva de flores e plantas ornamentais do Rio Grande do Sul in
http2012114147bdsBDSnsf311567070DCEA48C032572170054A774$File
NT000B578Epdf acesso 10082009
PENTEADO SR 2004 Proteccedilatildeo de plantas no sistema orgacircnico Curso de
Agricultura Orgacircnica (apostila 14 liccedilotildees) 1 ed Editor Fraga Penteado Cursos e
Planejamentos Ltda
PENTEADO SR 2006 Defensivos alternativos e naturais Campinas SP 174 p
PLASTISUL 2009 in httpwwwplastisulcombrestufasasp acesso 15092009
PRATES HS 1999 Caldas bordalesa sulfocaacutelcica e viccedilosa produtos
alternativos na citricultura ndash Folheto Informativo da CECORCATI ndash Campinas
PRIMAVESI AM 1998 Praacuteticas de Produccedilatildeo de Plantas em um conceito
Holiacutestico in ABREU HJ (ed) Praacuteticas alternativas de controle de pragas e
doenccedilas na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP EMOPI p 2-9
PRIMAVESI AM 1990 Manejo Ecoloacutegico do Solo Editora Nobel Satildeo Paulo
PRITCHARD AE BAKER EW 1955 A revision of the spider mite family
Tetranychidae San Francisco Pacific Coast Entomological Society v2
PROMIP 2008 in wwwpromipagrbrprodutoaspcID=18pID=18 acesso
21092009
PURI HS 1999 NEEM ndash The divine Tree Azadirachta indica Medicinal and
Aromatic Plants Industrial Profiles Hardwood Academic Publishers 182 p
PURQUERIO LFV TIVELLI SW 2006 Manejo do ambiente em cultivo
protegido Instituto Agronocircmico de Campinas IAC Centro de Horticultura
Campinas SP
QUINTELLA E 2002 Tempo de Mortalidade Meacutedia de Ninfas de Bemisia tabaci
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxii
(Gennadius) tratados com Oacuteleo de Nim Indiano Trabalho apresentado no 19ordm
Congresso Brasileiro de Entomologia Manaus
REVISTA DE AGRONEGOacuteCIOS DA FGV 2007 Ediccedilatildeo Ndeg 09 - Volume 27 in
httpwwwagroanalysiscombrindexphparea=conteudoampmat_id=327ampfrom=me
rcadonegocios acesso 20092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrrevista_junho_07assinaturaphp
acesso 15092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrindexphpreferencia=acura acesso
15092009
ROGGIA S 2007 Aacutecaros tetraniquiacutedeos (prostigmata Tetranychidae)
asssociados agrave soja no rio grande do sul ocorrecircncia identificaccedilao de
espeacutecies e efeito de cultivares e de plantas daninhas Dissertaccedilatildeo UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
SALASAR Caveiro Henrique 1982 Inseticidas e acaricidas ndash toxicologia
receituaacuterio agronocircmico Livroceres Piracicaba SP 424 p
SATO ME 2006 Aacutecaros Predadores Boletim Teacutecnico Instituto Bioloacutegico
Controle Bioloacutegico de Insetos e Aacutecaros Satildeo Paulo n 15 86 p
SATO ME Resistecircncia eacute um seacuterio problema para a agricultura in
httpwwwinfobiboscomArtigo2009_2resitenciaindexhtm acesso 19-09-2009
SCHMUTTERER H amp ASCHER KRS 1984 Natural Pesticides from the Neem
Tree and other Tropical Plantas Procedings of the Second Internacional Neem
Conference Rauischholzhausen Federal Republic of Germany 25-28 May 1983
GTZ Eschborn 587 p
SEBRAE 2009 in
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiii
httpsebraers2interjornalcombrnoticiakmfnoticia=7528145ampcanal=221
acesso 28082009
SGANZERLA E 1987 Nova agricultura a fascinante arte de cultivar com os
plaacutesticos Porto Alegre 5a Ediccedilatildeo Revista e Ampliada Livraria e Editora
Agropecuaacuteria 1995
SILVA C A D da 2002 Biologia e exigecircncias teacutermicas do aacutecaro vermelho
Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 37 n 5 p 573-580
SIMPSON K W CONNELL W A 1973 Mites on soybeans moisture and
temperature relations Environmental Entomology College Park v 2 p 319-323
TAMAI MA LOPES RB ALVES SB 1998 Manejo de pragas na floricultura
USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroacutez
TERNES M Resistecircncia de insetos e plantas daninhas a praguicidas
Florianoacutepolis EMPASC 1985 25 p
TESTE DE TUKEY Disponiacutevel em lthttp
httpwwwportalactioncombrcontent31-teste-de-tukeygt Acesso em 12 nov 2011
UFV - Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG
httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
VIEIRA S Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) Satildeo Paulo Ed Atlas 2006 216 p
WIKIPEDIA 2009in wwwwikipediaorgwikidose_letal acesso 26092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiv
ANEXOS
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxv
ANEXO I
Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias
Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxvi
ANEXO II
Glossaacuterio
Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xvii
2 REVISAtildeO BIBLIOGRAacuteFICA
21 Floricultura de flores e de plantas ornamentais
Horticultura eacute a parte da agricultura dedicada ao cultivo do horto que em latim
significa jardim A horticultura estaacute dividida em
fruticultura ndash cultivo de pomares
olericultura ndash cultivo da horta
floricultura ndash cultivo de flores e plantas ornamentais (FERNANDEZ 2001)
Uma das principais caracteriacutesticas da floricultura eacute constituir-se em atividade
tiacutepica de pequenos produtores rurais cuja meacutedia nacional de aacuterea cultivada eacute de 15
hectares e 35 empregos diretos por hectare sendo que a matildeo de obra familiar
corresponde a 187 e a matildeo de obra contratada 813 Os dados estatiacutesticos do
ano de 2011 mostram que a atividade envolvia mais de oito mil produtores cultivando
uma aacuterea no Brasil de cerca de nove mil hectares em 1458 municiacutepios com um
faturamento de 44 bilhotildees de reais (IBRAFLOR 2011)
As exportaccedilotildees no ano de 20102011 chegaram a 424 milhotildees de doacutelares
Em termos globais estima-se que a atividade responda pela geraccedilatildeo de mais de 194
mil empregos diretos e indiretos dos quais 96 mil (495) estatildeo localizados na
produccedilatildeo seis mil (31) na distribuiccedilatildeo 77 mil (397) no comeacutercio varejista e 15
mil (77) em outras funccedilotildees de apoio logiacutestico (IBRAFLOR 2011)
No Brasil a distribuiccedilatildeo (figura 01) da aacuterea cultivada com flores e plantas
ornamentais eacute de 504 para mudas de plantas ornamentais 132 para flores
envasadas 288 para flores de corte 31 para folhagens em vasos 26 para
folhagens de corte e 19 para outros produtos da floricultura (BUAINAIN et al
2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xviii
Figura 01 ndash Distribuiccedilatildeo percentual da aacuterea cultivada por categoria
Fonte Relatoacuterio do IBRAFLOR conforme BUAINAIN 2007
Entre os diferentes tipos de flores as mais vendidas no Brasil satildeo rosas
liacuterios tulipas geacuterberas e tropicais (BUAINAIN et al 2007) Poreacutem o carro-chefe da
produccedilatildeo nacional satildeo as ornamentais Os maiores produtores de flores satildeo os
estados de Satildeo Paulo com 75 sendo o municiacutepio de Holambra o principal poacutelo
produtor o RS com 9 e Santa Catarina com 5 (IBRAFLOR 2002) (figura 02)
Figura 02 ndash Participaccedilatildeo dos Estados Regiotildees na produccedilatildeo de Flores e Plantas Ornamentais
Fonte IBRAFLOR 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xix
Em dezembro de 2003 foi instalada a Cacircmara Setorial da Cadeia Produtiva de
Flores e Plantas Ornamentais vinculado ao Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento ndash CGAC - MAPA (CAMARA SETORIAL DA CADEIA PRODUTIVA DE
FLORES E PLANTAS ORNAMENTAIS 2003 apud SEBRAE 2009) tem por objetivo
propor apoiar unir e acompanhar accedilotildees para o desenvolvimento das atividades dos
setores a ela associada A Cacircmara realizou um diagnoacutestico sobre aspectos que
envolvem a cadeia produtiva de plantas e flores ornamentais e os fatores que
impedem o crescimento do setor tais como questotildees fitossanitaacuterias
profissionalizaccedilatildeo padronizaccedilatildeo de produtos tributaccedilatildeo registro de cultivares e
fomento agraves exportaccedilotildees (CGAC-MAPA 2003 e SEBRAE 2009)
A perspectiva no Brasil e no Rio Grande do Sul referente agrave produccedilatildeo e
comercializaccedilatildeo de flores e plantas ornamentais eacute otimista Estimou-se em 2002
para o RS uma aacuterea cultivada de 609 hectares (AKI 2002) Dados cadastrais de
2004 (SEBRAE 2009) apontam um crescimento para 1000 hectares distribuiacutedos em
180 municiacutepios gauacutechos e aproximadamente 800 produtores Em 2010 havia 1445
produtores distribuiacutedos em 123 municiacutepios perfazendo uma aacuterea total de 810
hectares Segundo publicaccedilatildeo do Jornal Correio do Povo de Porto Alegre em
18062005 o Estado do RS possuiacutea 60 hectares em estufas (OLIVEIRA 2007)
Plantas e flores ornamentais produzidas nas pequenas propriedades rurais e
com um consumo garantido no Estado necessitam que a cadeia produtiva
juntamente com a Associaccedilatildeo Riograndense de Flores (AFLORI) e com o apoio
governamental estruture-se qualitativamente para participar do mercado interno e
externo (AFLORI 2009)
22 Estufas
O cultivo de flores e plantas ornamentais eacute geralmente realizado a ceacuteu aberto
ou em ambientes protegidos estufas Em funccedilatildeo do anseio dos agricultores em
cultivar o ano todo flores e plantas ornamentais principalmente em periacuteodos
climaacuteticos natildeo favoraacuteveis (como a ocorrecircncia ocasional de geadas chuvas de
granizo e outras intempeacuteries) a soluccedilatildeo foi produzi-las em estufas No Brasil o
cultivo em estufas estaacute em torno de 26 do total das aacutereas cultivadas (figura 03)
(BUAINAIN et al 2007)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xx
Figura 03 ndash Brasil aacuterea cultivada por categoria de produto (percentagem) onde o
cultivo em estufas e telado perfaz um total de 29 Fonte IBRAFLOR 2011
Existem diversos tipos de modelos de estufas como em arco capela tuacutenel e
telado A estufa modelo arco (figura 04) tem seu desenho semelhante a um galpatildeo
em forma de arco o teto abaulado obteacutem um excelente aproveitamento da luz solar
Toda a estrutura de formato semicircular permite faacutecil fixaccedilatildeo do plaacutestico como
tambeacutem a sua troca raacutepida (SGANZERLA 1995)
Figura 04 ndash Croquis de uma estufa do tipo Arco Fonte wwwacopemacombr acesso em 20092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxi
A localizaccedilatildeo e as dimensotildees baacutesicas das estufas devem variar de acordo
com as particularidades climaacuteticas de cada regiatildeo As recomendaccedilotildees satildeo as
seguintes
as estufas devem sempre ser construiacutedas no sentido dos ventos
predominantes em seu comprimento Se o vento forte vier sempre do
Sul por exemplo a estufa deve ser construiacuteda com uma das partes
frontais voltada para o Norte Esta medida visa diminuir o impacto do
vento quando forte para que a estrutura natildeo seja prejudicada
em regiotildees com umidade relativa do ar alta como na regiatildeo Sul do
Brasil a largura natildeo deve exceder a 1000 metros pois as plantas
necessitam de um bom arejamento O comprimento da estufa pode
variar de acordo com a disponibilidade do terreno
a altura miacutenima da estufa natildeo deve ser inferior a 200 metros
em regiotildees uacutemidas a ventilaccedilatildeo das plantas assume vital importacircncia
portanto deve se dar preferecircncia aos locais que possibilitem boa
ventilaccedilatildeo evitando as baixadas ou as proximidades de bosques e
construccedilotildees (SGANZERLA 1995)
O controle do ambiente eacute feito pelo manejo das janelas e cortinas A elevaccedilatildeo
da temperatura ambiente quando desejada eacute obtida pelo efeito estufa A radiaccedilatildeo
solar consegue passar pela cobertura plaacutestica eacute absorvida pelo solo contribuindo
para elevar a sua temperatura A umidade relativa do ar no interior de um ambiente
protegido eacute determinada diretamente pela temperatura numa relaccedilatildeo inversa entre
ambas A umidade pode variar num periacuteodo de 24 horas de 30 a 100 sendo que
diminui durante o dia e aumenta durante a noite e estaacute vinculada ao equiliacutebrio
hiacutedrico das plantas onde um deacuteficit pode alterar a evapotranspiraccedilatildeo alterando a
capacidade do sistema radicular de absorver a aacutegua e o nutriente Dessa forma o
manejo da umidade do ar tambeacutem vai depender da cultura visando-se atender sua
fisiologia de crescimento e desenvolvimento (BERTOLO 2007) Para o manejo da
umidade dentro do ambiente protegido eacute necessaacuteria a instalaccedilatildeo de um higrocircmetro
ou um termo-higrocircmetro cujas leituras deveratildeo ser registradas (PURQUERIO et
al2006)
Cabe destacar e sugerir que se propusessem estudos em niacutevel de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxii
Dissertaccedilatildeo referente aos tipos de estufa temperatura e umidade no cultivo de flores
e plantas ornamentais
23 Geacuterberas - Geacuterbera jamesonii
As flores de corte cultivadas e produzidas no Brasil representam 29 da
categoria de plantas e flores ornamentais Entre essas flores de corte destacam-se
as geacuterberas (figuras 05) muito cultivadas nas regiotildees produtoras do nosso Estado
principalmente no Vale do Rio Pardo e Taquari (BUAINAIN et al 2007)
As geacuterberas Gerbera jamesonii satildeo originaacuterias da Aacutefrica do Sul Esta flor foi
batizada com o nome de geacuterbera em homenagem ao naturalista alematildeo Traug
Gerber que a descobriu na proviacutencia do Transval na Aacutefrica do Sul
O gecircnero Geacuterbera inclui cerca de 30 espeacutecies de plantas herbaacuteceas da famiacutelia
das Compostas Os cultivares mais frequentes satildeo os resultantes da hibridizaccedilatildeo
entre a Gerbera jamesonii e a Gerbera viridifolia O hiacutebrido eacute conhecido por Gerbera
hybrida e dele existem alguns milhares de cultivares com grande variabilidade nas
caracteriacutesticas florais com diferentes tamanhos e forma da flor e com cores que vatildeo
do branco ao amarelo laranja vermelho rosa e puacuterpura (LORENZI2001)
A geacuterbera eacute conhecida no Brasil como flor de corte usada principalmente na
composiccedilatildeo de arranjos florais Os paisagistas tambeacutem conhecem suas virtudes e
estatildeo aplicando a versatilidade desta planta para dar colorido aos jardins Estaacute entre
as cinco flores de corte mais vendidas no Brasil e no mundo (SEBRAE 2009)
Figura 05 ndash Geacuterberas (Geacuterbera jamesonii) Foto Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiii
A geacuterbera eacute uma cultura extremamente popular e versaacutetil podendo ser
produzida em vasos em jardineiras e ateacute mesmo como forraccedilatildeo Para uma
produccedilatildeo bem sucedida eacute necessaacuterio utilizar-se de estufas bem ventiladas cobertas
com filme plaacutestico transparente ou difuso e ainda um sistema de sombreamento
moacutevel Normalmente utiliza-se sombrite de 40 a 50 de luminosidade dependendo
do clima da regiatildeo A intensidade luminosa ideal estaacute entre 50 mil a 60 mil Lux Para
iniciar o processo de formaccedilatildeo de bototildees as plantas devem receber elevada
luminosidade atingindo diretamente a coroa das mesmas Plantas bem estabelecida
iratildeo produzir bototildees florais em temperaturas diurnas de 22ordmC a 28 ordmC e noturna
igual ou superior a 17 ordmC (BALL 2006 PLASTISUL 2009)
A geacuterbera pode ser cultivada em canteiro com solo vasos plaacutesticos contendo
solo eou substrato e em sistema hidropocircnico O substrato eacute um dos principais
componentes quando se pensa em um sistema de produccedilatildeo fora do solo Na sua
escolha deve ser levado em conta caracteriacutesticas como clima da regiatildeo tipo de
sistema de irrigaccedilatildeo tamanho do vaso entre outras para que a planta tenha um
desenvolvimento apropriado A propagaccedilatildeo eacute por mudas Desenvolve-se melhor em
clima seco podendo ser cultivada a sol pleno ou sob estufas (LORENZI 2001)
231 Geacuterberas em vasos
O cultivo de geacuterberas em vasos em estufas eacute um sistema de produccedilatildeo muito
usado pelos floricultores A geacuterbera eacute uma espeacutecie que sofre grande influecircncia da
temperatura do solo e eacute bastante suscetiacutevel a fungos de solo e pragas problema
frequente do sistema de cultivo tradicional em canteiros que pode ser contornado
em parte no cultivo em vasos
Entre as vantagens do sistema estatildeo
aumento da produtividade e do tamanho da inflorescecircncia
melhoria das condiccedilotildees de trabalho pois a bancada pode ser
construiacuteda levando em consideraccedilatildeo uma altura que seja confortaacutevel
ao trabalhador
diminuiccedilatildeo da perda de plantas por contaminaccedilatildeo com fungos de solo
e pragas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxiv
diminuiccedilatildeo da quantidade de aacutegua utilizada uma vez que soacute se usa o
que a planta necessita natildeo ocorrendo perdas
diminuiccedilatildeo da contaminaccedilatildeo do lenccedilol freaacutetico por lixiviaccedilatildeo de
fertilizantes (SEBRAE 2009)
24 Aacutecaros
Os aacutecaros satildeo seres vivos morfologicamente proacuteximos das aranhas e dos
carrapatos Infestam e devastam folhas parasitam a pele do homem e animais
causando alergias Possuem haacutebitos alimentares diversos A aparecircncia dos aacutecaros eacute
semelhante agrave de minuacutesculos carrapatos sendo muito comum classificaacute-los como
insetos pois satildeo aracniacutedeos isto eacute possuem quatro pares de pernas sem antenas
e o corpo natildeo eacute dividido em cabeccedila e toacuterax (FURLAN 1997) Satildeo artroacutepodes
pertencentes agrave classe Arachnida e a subclasse Acari Esta subclasse eacute dividida em
duas super ordens Anactinotrichida e Actinotrichida (EVANS 1992)
Encontrados em praticamente todos os ambientes terrestres as aacutecaros
apresentam importacircncia tanto pelos danos que algumas espeacutecies causam ao
homem animais e plantas como pelos aspectos positivos como por exemplo
aacutecaros predadores de pragas agriacutecolas e aacutecaros que auxiliam no processo de
decomposiccedilatildeo de materiais orgacircnicos (ROGGIA 2007) O ataque dos aacutecaros eacute
comum nas flores e plantas ornamentais Em espeacutecies como rosas cravos
geacuterberas dentre outras frequentemente aparecem nas folhas das mesmas
ocasionando danos econocircmicos (TAMAI et al 1998)
Um nuacutemero significativo de espeacutecies de aacutecaros praga de culturas agriacutecolas
pertence agrave famiacutelia Tetranychidae ordem Prostigmata Estes atacam plantas de
lavouras frutiacuteferas oleriacutecolas ornamentais espeacutecies vegetais natildeo cultivadas e
daninhas (MORAES1986) Os Tetranychidae compreendem as espeacutecies mais
importantes Tetranychus urticae eacute o mais comum seguido de Tetranychus
desertorum Banks 1900 e o Tetranychus ludeni Zacher 1913 (FERLA et al 2007)
241 Aacutecaro Rajado
Tetranychus urticae (figura 06) foi descrito em 1836 na Alemanha a partir de
plantas de urtiga (PRITCHARD amp BAKER 1955) Seu ciclo de vida passa pela fase
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxv
de ovo larva protoninfa deutoninfa e adulta Os ovos satildeo esfeacutericos medindo
014mm de diacircmetro e satildeo depositados preferencialmente na face inferior das
folhas Receacutem postos satildeo claros quase transparentes tornando-se opacos e viacutetreos
agrave medida que a incubaccedilatildeo progride Pouco antes do nascimento das larvas tornam-
se amarelo com duas manchas oculares vermelho-escuras do embriatildeo Na fase
ativa tecircm cor geral verde-amarelada com um par de manchas escuras nas regiotildees
laterais do corpo Eacute pequeno com no maacuteximo 05 mm de comprimento e formato
geral ovoacuteide (MORAES 1986 FERLA et al 2007)
aacutecaro ovo Figura 06 - Aacutecaro rajado Tetranychus urticae
Foto Laboratoacuterio de Artroacutepodes Univates Lajeado RS
O ciclo de vida varia em torno de quatro dias agrave temperatura de 23 ordmC e 18 dias
agrave de 13 ordmC O desenvolvimento do ovo a adulto para o aacutecaro rajado leva de 5 a 20
dias para os machos e de 5 a 50 dias para as fecircmeas O periacuteodo de preacute-oviposiccedilatildeo
para as fecircmeas eacute de 1 a 7 dias pondo cada fecircmea em meacutedia 40 ovos De cada ovo
emerge uma larva que mudaraacute de pele de acordo com as condiccedilotildees ambientais A
longevidade das fecircmeas estaacute ao redor de 10 a 30 dias e a dos machos de 15 a 40
dias As grandes infestaccedilotildees pelos tetranichiacutedeos satildeo favorecidas por tempo quente
e seco As fecircmeas em oviposiccedilatildeo potildeem um nuacutemero maior de ovos e tecircm maior
longevidade quando se encontram em atmosfera de baixa umidade relativa e
ingerem maior quantidade de alimento Assim se explica o desenvolvimento de
grande populaccedilatildeo desses aacutecaros em casas de vegetaccedilatildeo Os aacutecaros para se
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvi
alimentar introduzem os seus estiletes no tecido vegetal e removem o conteuacutedo
celular (FLECHTMANN 1979)
O aacutecaro rajado perfura de 18 a 22 ceacutelulas por minuto durante a sua
alimentaccedilatildeo e inocula substacircncia de secreccedilatildeo no tecido vegetal Com isso danificam
as ceacutelulas adjacentes em um ciacuterculo resultando na formaccedilatildeo de pequenas manchas
circulares cloroacuteticas associadas agrave presenccedila de teias que satildeo indicativos tiacutepicos do
ataque de aacutecaros Nas folhas atacadas pode-se demonstrar um grande distuacuterbio do
equiliacutebrio hiacutedrico (figura 07)
Figura 07 ndash Infestaccedilatildeo de aacutecaros rajados T urticae nas roseiras Fonte Bayer Garden - httpplantedoktordkinsektrigetenghtm
acesso 21-09-2009
A transpiraccedilatildeo acelerada resulta num deacuteficit hiacutedrico conduzindo agrave seca e agrave
queda prematura das folhas Da accedilatildeo dos aacutecaros tambeacutem resulta a inibiccedilatildeo da
fotossiacutentese (LIESERING 1960)
Haacute poucas evidecircncias de que o aacutecaro rajado possa passar de uma planta
para outra se movimentando pela superfiacutecie do solo No entanto a experiecircncia tem
demonstrado a necessidade de barreiras para evitar que plantas no interior das
casas de vegetaccedilatildeo sejam infestadas a partir de aacutecaros que se locomovem sobre as
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxvii
instalaccedilotildees provenientes de plantas infestadas na proximidade (FLECHTMANN
1979)
No Brasil o controle do aacutecaro rajado eacute feito com o uso de vaacuterios tipos de
agrotoacutexicos Esses produtos agroquiacutemicos trazem seacuterias consequecircncias aos
trabalhadores rurais com riscos de intoxicaccedilatildeo por exposiccedilatildeo podendo contaminar o
ar o solo e a aacutegua Com o uso constante destes agrotoacutexicos desencadeia um
processo de resistecircncia dos aacutecaros exigindo o aumento das dosagens dos
acaricidas No caso do aacutecaro rajado observou-se resistecircncia de aproximadamente
350 vezes para o acaricida Abamectina (SATO 2009)
Atualmente muitos estudos satildeo dedicados ao controle bioloacutegico do aacutecaro
rajado (figura 08) por meio da accedilatildeo de aacutecaros predadores (MORAES 1986)
Figura 08 ndash Aacutecaro predador predando aacutecaro rajado Fonte PROMIP 2008
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxviii
Os aacutecaros predadores da famiacutelia Phytoseiidae observados na cultura de
morango no RS satildeo importantes no controle dos aacutecaros fitoacutefagos no moranguinho
(FERLA 2007) O aacutecaro predador Neoseiulus californicus McGregor promove o
controle de aacutecaros tetraniquiacutedeos em plantas de morango maccedilatilde citros feijatildeo
ornamentais e outros (SATO 2006)
Poreacutem quanto aos produtos naturais e bioloacutegicos poucos estudos foram
realizados com o objetivo de comprovar a eficiecircncia destes no controle do aacutecaro
rajado bem como manter as populaccedilotildees de aacutecaros fitoacutefagos abaixo do niacutevel de dano
econocircmico
25 Produtos Naturais e Bioloacutegicos
A partir da preocupaccedilatildeo e dos cuidados acerca dos riscos dos agrotoacutexicos aos
seres humanos e ao ambiente e com a necessidade de reduzir o uso destes a
comunidade cientiacutefica vem procurando obter produtos naturais e bioloacutegicos eficientes
no controle de pragas Estes produtos satildeo importantes para quem luta na defesa da
vida e por um modelo de desenvolvimento alternativo para o campo O avanccedilo na
qualidade e melhoria dos bioinseticidas pelas bio-faacutebricas podem levar a programas
de controle bioloacutegico mais efetivo como alternativo ao controle quiacutemico nas culturas
brasileiras (DALZOTO et al 2009)
Ao teacutermino da Segunda Guerra Mundial a agricultura foi invadida pelos
agroquiacutemicos conhecida como ldquoRevoluccedilatildeo Verderdquo Rachel Carson em seu livro
Primavera Silenciosa (1962) dava iniacutecio a uma verdadeira revoluccedilatildeo em defesa do
meio ambiente Escrito durante quatro anos e meio com centenas de fontes e
documentos cientiacuteficos desencadeou uma investigaccedilatildeo sobre os efeitos de
substacircncias toacutexicas lanccediladas no meio ambiente antes de saberem-se as
consequecircncias de seu uso em longo prazo Carson descreveu como os
agroquiacutemicos agrave base de hidrocarbonetos clorados e foacutesforos orgacircnicos alteravam os
processos celulares das plantas animais e por implicaccedilatildeo dos seres humanos
procedimentos que resultaram em altos custos sociais ambientais e de sauacutede
puacuteblica (CARSON 2010)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxix
251 Oacuteleo de Neem ou Nim - Azadiractina
A aacutervore Neem ou Nim Azadirachta indica jaacute foi chamada de aacutervore divina
(PURI 1999) aacutervore curadora milagrosa aacutervore para solucionar os problemas
globais A FAO a chamou de ldquouma das maiores daacutedivas para a humanidaderdquo dada agrave
importacircncia dessa espeacutecie vegetal (GARCIA 2001) Essa planta originaacuteria de Burma
e Iacutendia jaacute era utilizada 1500 anos aC o seu nome Neem vem do Sacircnscrito e
significa ldquocuradorrdquo ou ldquoaliviador de doenccedilasrdquo Na iacutendia eacute conhecida como a ldquofarmaacutecia
da aldeiardquo devido ao grande nuacutemero de foacutermulas que satildeo feitas com seus princiacutepios
ativos e posteriormente comprovadas pela pesquisa cientiacutefica (PURI 1999) O Oacuteleo
de Nim a cerca de 40 anos comeccedilou a ser estudado de forma cientiacutefica por
pesquisadores de paiacuteses como os Estados Unidos Canadaacute e Alemanha
(SCHMUTTERER et al 1984) Este produto cujo principal ingrediente ativo eacute a
Azadiractina eacute obtido a partir da prensagem a frio das sementes da planta de Nim
Esses compostos apresentam toxicidade extremamente baixa aos vertebrados e
persistecircncia bastante curta no ambiente O plantio da planta de Neem estaacute
crescendo rapidamente no Brasil com o objetivo de exploraccedilatildeo dos frutos e folhas de
onde se retira a mateacuteria-prima para produtos naturais aplicados na aacuterea agriacutecola
veterinaacuteria para uso medicinal e na induacutestria de cosmeacuteticos (MARTINEZ 2002)
Aleacutem dos diversos usos citados o Nim tem apresentado potencial para o
controle de patoacutegenos de plantas e tem sido estudado para essa finalidade por
pesquisadores de alguns paiacuteses (CARNEIRO 2002)
No Brasil o Nim vem sendo estudado pela Empresa Brasileira de Pesquisa
Agropecuaacuteria - EMBRAPA (QUINTELLA 2002) Instituto Agronocircmico de Campinas -
IAC Faculdade de Agronomia de Jaboticabal (MACEDO 2003) Escola Superior de
Agricultura ldquoLuiz Queirozrdquo (BOGORNI 2003) entre outros
O Nim exerce o seu efeito controlador nas pragas por meio do oacuteleo extraiacutedo
da semente da planta sendo a Azadiractina responsaacutevel por 90 do seu princiacutepio
ativo O Neem natildeo eacute toacutexico aos animais de sangue quente bem como a diversos
insetos e animais beneacuteficos como por exemplo as abelhas minhocas aleacutem de
vaacuterios inimigos naturais (GARCIA 2001)
Ateacute o momento jaacute foram descritos na literatura cientiacutefica inuacutemeras formas
pelas quais os componentes do Oacuteleo de Nim atuam no controle dos insetos que vatildeo
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxx
desde a simples repelecircncia efeito deterrente (reteacutem retarda ou impede
temporariamente o seu desenvolvimento) ateacute a completa esterilizaccedilatildeo de algumas
espeacutecies de insetos podendo ainda interferir na metamorfose de alguns insetos A
eficiecircncia do Nim sobre mais de 400 espeacutecies de insetos pertencentes a mais de
oito classes e dezenas de famiacutelias foi demonstrada por pesquisas cientiacuteficas
(GARCIA 2001)
O Nim eacute seguramente uma das opccedilotildees no controle ecoloacutegico de insetos agrave
disposiccedilatildeo dos agricultores Atualmente aumenta a adesatildeo de agricultores em todos
os paiacuteses do mundo que estatildeo aderindo a meacutetodos natildeo toacutexicos de controle de
pragas (GARCIA 2001)
Eacute tambeacutem recomendado contra os seguintes insetos e pragas
Pragas de hortaliccedilas e grandes culturas ndash lagarta pulgatildeo vaquinha
gafanhoto besouro percevejo trips mosca branca mosca minadora
brasileirinho traccedila das cruciacuteferas broca do tomateiro aacutecaro broca do cafeacute
bicho mineiro bicudo do algodoeiro cigarrinha da cana e pastagens
Pragas das Frutiacuteferas ndash mosca-das-frutas trips minadora dos citrus
cochonilha aacutecaro cigarrinha mariposa oriental gorgulho vespa-da-semente
broca-dos-frutos
Pragas Urbanas ndash barata mosca mosquito
Parasitas de Criaccedilatildeo ndash carrapato mosca-do-chifre berne pulga e piolho
(MARTINEZ 2008)
Algumas foacutermulas comerciais de Oacuteleo de Neem incluem tambeacutem outros extratos
vegetais possibilitando o efeito sineacutergico no controle ecoloacutegico de insetos Satildeo eles
Oacuteleo de Karanja (Pongamia glabra L1753) contendo 20000 ppm de
Karanjinina Produto natildeo toacutexico ao homem e bastante utilizado na Iacutendia Em
testes de campo em associaccedilatildeo com o Nim apresentou excelentes
resultados
Oacuteleo de Pimenta Malagueta (Capsicum frutescens LH Baylei 1949) Usada
universalmente no controle de insetos como repelente devido ao seu elevado
teor de capsaicina
Oacuteleo de Alho (Allium sativum Linnaeus) Conhecido repelente de insetos e
possui propriedades bactericidas e fungicidas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxi
Extrato de Artemisia (Artemisia absynthium Linnaeus) essa planta faz parte do
repertoacuterio de inseticidas vegetais
Extrato de Annato (Bixa orellana Linnaeus) O annato tambeacutem conhecido
como urucum que eacute um poderoso agente anti-oxidante Os pigmentos do
urucum servem como filtros solares na proteccedilatildeo contra a radiaccedilatildeo ultra
violeta responsaacutevel pela destruiccedilatildeo da azadirachtina principal ingrediente
ativo do Nim Essa caracteriacutestica faz com que a azidarachtina tenha o seu
efeito mais prolongado O extrato de annato possui tambeacutem propriedades
inseticidas (MARTINEZ 2008)
252 Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae ndash Fungos
Os fungos satildeo organismos heterotroacuteficos que se utilizam de uma variedade
consideraacutevel de fontes orgacircnicas para a sua nutriccedilatildeo Em razatildeo dessa caracteriacutestica
satildeo grandes responsaacuteveis pela decomposiccedilatildeo da mateacuteria orgacircnica juntamente com
algumas bacteacuterias reciclando elementos quiacutemicos que seratildeo uacuteteis na manutenccedilatildeo
da vida de outros organismos Aleacutem disso podem executar outros papeacuteis na
natureza e ter uma participaccedilatildeo especial na nossa alimentaccedilatildeo Um exemplo eacute o
uso de aproximadamente 600 tipos de fungos para fins nutricionais e tambeacutem
medicinais Na culinaacuteria tecircm-se os champignons e algumas espeacutecies de leveduras
que satildeo imprescindiacuteveis na preparaccedilatildeo da cerveja vinho uiacutesque patildeo queijos
dentre outros produtos Na Agricultura espeacutecies como Beauveria bassiana e
Metarhizium anisopliae satildeo utilizadas no controle bioloacutegico de diversos organismos
nocivos agraves plantaccedilotildees (DALZOTO 2009)
Alguns fungos devido agrave sua elevada capacidade fitopatogecircnica para insetos
tecircm sido empregados como inseticidas bioloacutegicos constituindo excelente opccedilatildeo no
controle alternativo de insetos nocivos No Brasil satildeo produzidos inseticidas e outros
produtos agrave base do fungo Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae os quais
podem ser utilizados em controle bioloacutegico de pragas em diferentes culturas O
avanccedilo da qualidade e melhoria destes bioinseticidas eacute mais uma alternativa ao
controle quiacutemico nas culturas brasileiras Estes fungos satildeo indicados para o controle
do aacutecaro rajado cigarrinha mosca branca pulgatildeo trips e lagarta recomendados
tambeacutem para o controle de pragas em flores e plantas ornamentais (DALZOTO
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxii
2009)
Estes fungos tecircm um ciclo bioloacutegico que permite sua caracterizaccedilatildeo como um
parasita facultativo Seus coniacutedeos podem penetrar em qualquer parte da cutiacutecula do
inseto (LAZZARINI 2005) Esporos do fungo germinam ao entrar em contato com a
superfiacutecie do hospedeiro Em seguida colonizam internamente o corpo do inseto ou
aacutecaro levando-o agrave morte A colonizaccedilatildeo e morte do hospedeiro ocorrem entre trecircs a
oito dias Apoacutes esse periacuteodo aparece sobre o cadaacutever um ovo branco Diversas
pesquisas brasileiras comprovam a atividade da linhagem do fungo Beauveria
bassiana e Metarhizium anisopliae sobre algumas importantes pragas na agricultura
(DALZOTO 2009)
As aplicaccedilotildees dos fungos B bassiana e M anisopliae podem ser feitas em
pulverizaccedilotildees com pulverizador costal ou acoplado ao trator A calda deve estar em
constante agitaccedilatildeo para manter a suspensatildeo homogecircnea do ingrediente ativo
Possui accedilatildeo de contato(local) e a aplicaccedilatildeo deve ser dirigida agrave praga com bom
molhamento das plantas Recomenda-se preparar a calda pouco antes da aplicaccedilatildeo
e pulverizar sempre ao final do dia ou em dias nublados evitando horas de sol forte
Eacute importante que a umidade relativa do ar esteja acima de 60 e a temperatura
ambiente entre 20ordmC e 27 ordmC Esse produto eacute incompatiacutevel com agrotoacutexicos (MELLO
et al 1999)
253 Caldas Ferti-Protetoras ndash caldas sulfocaacutelcicas
As caldas Ferti-Protetoras satildeo caldas que melhoram a resistecircncia das plantas
e auxiliam no controle de pragas e doenccedilas Caldas Ferti-Protetoras constituem-se
de macro eou micronutrientes diluiacutedos em aacutegua em proporccedilotildees equilibradas para
aplicaccedilatildeo foliar A recomendaccedilatildeo do emprego baseia-se em teores que
proporcionam proteccedilatildeo e resistecircncia para as plantas provocando ativaccedilatildeo
enzimaacutetica e metaboacutelica Favorecem os mecanismos de defesa da planta
aumentam a resistecircncia dos tecidos e promovem proteosiacutentese de acordo com a
Teoria da Trofobiose (PENTEADO 2006)
Entre os bioprotetores destacam-se a Calda Bordalesa Calda Viccedilosa e a
Calda Sulfocaacutelcica A Calda Sulfocaacutelcica eacute o resultado de uma reaccedilatildeo balanceada
entre o caacutelcio e o enxofre quando dissolvida em aacutegua e submetida agrave fervura A calda
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiii
obtida no preparo eacute um liacutequido de coloraccedilatildeo marrom escura constituiacutedo de sulfuretos
de caacutelcio e outras substacircncias complexas com pH alcalino em torno de 10 a 11 e
densidade 29 a 32 ordmBeaumeacute Tem accedilatildeo acaricida inseticida e fungicida sendo
indicado para tratamento de frutiacuteferas cafeacute hortaliccedilas e plantas ornamentais
(PENTEADO 2006)
A Calda Sulfocaacutecica eacute reconhecidamente um fertiprotetor pois na sua
constituiccedilatildeo mineral aleacutem de 20 de enxofre o 8 de caacutelcio apresenta grande
diversidade de micronutrientes provenientes da rocha calcaacuteria calcinada Dentre os
principais micronutrientes a calda apresenta zinco cobre manganecircs baacuterio ferro e
estrocircncio (PRATES 1999) A Calda Sulfocaacutelcica de qualidade tem como
caracteriacutesticas desejaacuteveis a formaccedilatildeo de polissulfetos de caacutelcio (na quantidade
adequada) e a padronizaccedilatildeo em graus Beaumeacute sem o que poderaacute comprometer
seu desempenho agronocircmico (PENTEADO 2006) Durante a sua aplicaccedilatildeo pode-se
usar pulverizador costal de 20 litros com proteccedilatildeo de oacuteculos e luvas pois o enxofre
pode irritar os olhos e a pele (Vide figura 09)
Figura 09 ndash Pulverizador costal 20 litros oacuteculos e luvas Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
A aplicaccedilatildeo da calda sulfocaacutelcica deve ser aplicada em temperatura ambiente
abaixo de 25 a 28 ordmC sempre ao final do dia evitando-se horas de sol forte Em
temperaturas muito elevadas eacute recomendaacutevel suspender a aplicaccedilatildeo de calda
sulfocaacutelcica (ABREU JUNIOR 1998)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxiv
26 Agrotoacutexicos
Os agrotoacutexicos satildeo usados para matar insetos fungos plantas e animais que
se alimentam das plantaccedilotildees e causam danos econocircmicos Enquadra-se em vaacuterias
categorias gerbicidas que destroem microorganismos patogecircnicos fungicidas que
eliminam fungos herbicidas que matam plantas invasoras raticidas formicidas
cupinicidas e outros Quanto ao mecanismo de accedilatildeo ocorre por meio local (contato)
e sistecircmico quanto agrave origem inorgacircnico e organo-sinteacuteticos Os pesticidas
inorgacircnicos foram muito utilizados no passado hoje natildeo representam mais do que
dez por cento do total de pesticidas em uso Satildeo eles os produtos agrave base de
arsecircnico e fluacuteor e os compostos minerais que agem por contato (local) matando a
praga por asfixia Os agrotoacutexicos organo-sinteacuteticos muito usados na agricultura
convencional satildeo classificados em clorados (DDT ndash proibidos no Brasil) cloro-
fosforados fosforados carbamatos piretroacuteides entre outros Quanto agrave sua
classificaccedilatildeo podem ser enquadrados em ovicidas larvicidas acaricidas entre
outros (PENTEADO 2004) Um dos maiores perigos representado pelos
agrotoacutexicos diz respeito aos efeitos que eles podem provocar agrave sauacutede das pessoas
principalmente daquelas que no campo ficam expostas ao contato direto com os
venenos Satildeo inuacutemeros os relatos de pessoas que desenvolveram seacuterias doenccedilas
provocadas pelos agrotoacutexicos que podem provocar dois tipos de intoxicaccedilatildeo aguda
e crocircnica Os principais sintomas nas intoxicaccedilotildees agudas que surgem
rapidamente satildeo dor de cabeccedila dor de estocircmago sonolecircncia entre outros A
intoxicaccedilatildeo crocircnica que aparece aos poucos podendo surgir meses ou anos apoacutes a
exposiccedilatildeo podendo levar a paralisias dermatoses fetos com maacute formaccedilatildeo
suiciacutedios tumores (dentre eles o cacircncer) Muitas deixam sequelas graves Muitas
outras satildeo fatais Haacute casos em que o uso intensivo de veneno agriacutecola atingiu a
aacutegua que abastece as pessoas de toda uma regiatildeo Ateacute mesmo alimentos com altas
taxas de resiacuteduos de agrotoacutexicos podem ser capazes de produzir efeitos de longo
prazo nos consumidores que muitas vezes nunca sequer viram uma embalagem de
veneno E esses consumidores muito dificilmente saberatildeo que as doenccedilas que os
afligem foram provocadas pelos agrotoacutexicos (LONDRES 2011)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxv
261 Abamectina
A Abamectina eacute uma composiccedilatildeo quiacutemica usado para o controle de insetos e
aacutecaros
CLASSE AcaricidaInseticidaNematicida
GRUPO QUIacuteMICO Avermectina
TIPO DE FORMULACcedilAtildeO concentrado emulsionaacutevel (EC)
A Abamectina estaacute incluiacuteda na Classificaccedilatildeo Toxicologica III ndash Medianamente
toacutexica (cor azul) (ANDEF 2001)
O Quadro 01 relaciona as Classes Toxicoloacutegicas com a Dose Letal DL 50
(ANDEF 2001) Dose Letal de uma substacircncia eacute a medida do seu poder mortiacutefero
Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica
capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias
Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de
quilo (kg) de massa corporal do animal testado (BARRIGOSI 2008) No caso a
toxidade oral aguda (DL 50) da Abamectina eacute de 292 - 306 mgkg Portanto pelo
quadro 01 a Abamectina estaacute entre os medianamente toacutexicos (vide Anexo I)
Quadro 01 - Relaciona as classes toxicoloacutegicas com a ldquoDose Letal DL 50rdquo Fonte ANDEF 2001
O efeito ambiental da Abamectina eacute persistente ao meio ambiente e muito
toacutexico para microcrustaacuteceos e peixes Classificaccedilatildeo do Potencial de Periculosidade II
ndash Muito Perigoso ao Meio Ambiente (vide Anexo I - Ficha de Informaccedilatildeo de
Seguranccedila de Produtos Quiacutemicos (FISPQ) em acordo com a NBR- 14725)
GRUPOS
DL50
(mgKg)
Dose letal provaacutevel para o homem
Extremamente
toacutexicos
lt 10
1 pitada - algumas gotas
Altamente toacutexicos
10-50
algumas gotas -1 colher de chaacute
Medianamente toacutexicos
500-5000
1 colher de chaacute - 2 colheres de sopa
Pouco toacutexicos
05g-50g
2 colheres de sopa- 1 copo
Muito pouco toacutexicos
50g ou 150g
1 copo -
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvi
Eacute necessaacuterio tomar bastante cuidado na observacircncia da carecircncia evitando-se
assim que os produtos aplicados apresentem resiacuteduos com riscos de intoxicaccedilatildeo
para o homem (SALASAR 1982) Onde um agrotoacutexico esteja sendo utilizado existe
a possibilidade de ocorrer contaminaccedilatildeo ambiental seja ela por acidente
negligecircncia e falta de conhecimento Todos os cuidados devem ser tomados em
aacutereas de risco como poccedilos nascentes accediludes coacuterregos riachos e rios terras
cultivadas onde as culturas agrave jusante possam ser contaminadas e onde existam
animais ou fauna selvagem (PENTEADO 2004)
Nas aplicaccedilotildees de agrotoacutexicos em estufa satildeo usados diversos tipos de
equipamentos como pulverizador costal com capacidade de ateacute 20 litros (figura 10)
Figura10 - Pulverizador costal de 20 litros
Fonte httpwwwpragascombrguaranypcaphp
Tambeacutem eacute usado pulverizadores com tanque com maior capacidade de
produto sobre rodas com moto-bomba (figura 11)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxvii
Figura 11 - Pulverizador com bomba e tanque sobre rodas Fonte Cloacutevis A Schwertner
Na aplicaccedilatildeo dos produtos com estes pulverizadores eacute obrigatoacuterio o uso de
EPI (figura 12)
Figura12 ndash EPI ndash Equipamento de proteccedilatildeo individual Fonte httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
Esses equipamentos satildeo usados para aplicar os agrotoacutexicos misturados com
aacutegua e pulverizados uniformemente em forma de gotiacuteculas com diacircmetro igual ou
superior a 150 micras sobre uma determinada superfiacutecie (SALASAR 1982)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxviii
3 OBJETIVOS
31 Objetivo Geral
Avaliar a capacidade de insumos naturais e bioloacutegicos no controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterberas em estufa
32 Objetivos Especiacuteficos
Pesquisar e testar insumos naturais e bioloacutegicos para o controle do aacutecaro
rajado na cultura de geacuterbera em estufa
Inferir sobre a eficiecircncia da aplicaccedilatildeo de insumos naturais e bioloacutegicos nas
concentraccedilotildees sugeridas pelos fabricantes para o controle de aacutecaro rajado na
cultura de geacuterbera em estufa
Analisar a capacidade dos insumos naturais e bioloacutegicos em reduzir os danos
na cultura de geacuterbera em estufa
Avaliar os aacutecaros predadores
4 MATERIAL E MEacuteTODOS
41 Materiais
Os aacutecaros fitoacutefagos foram coletados (figura 13) numa propriedade rural
produtora de moranguinhos em estufa na localidade de Satildeo Bento no municiacutepio de
Lajeado Foram levados ao Laboratoacuterio de Artroacutepodes da UNIVATES em Lajeado
para a sua multiplicaccedilatildeo e identificados como Tetranychus urticae aacutecaro rajado
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xxxix
Figura 13 ndash Coleta de aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
As mudas de Geacuterberas foram adquiridas de floricultura do Vale do Caiacute (figura
14) Satildeo mudas hiacutebridas do gecircnero Gerbera Os produtores de flores preferem o
plantio por meio de mudas pois a produccedilatildeo por semente natildeo segue
necessariamente o mesmo padratildeo de beleza da planta-matildee
Figura 14 - Muda de geacuterbera a ser plantada
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xl
O substrato utilizado nos vasos para o plantio das geacuterberas deste experimento
teve as seguintes caracteriacutesticas natildeo deve conter solo devido agrave presenccedila de
fitopatoacutegenos e sementes de plantas daninhas O substrato ideal para produccedilatildeo de
mudas eacute aquele que apresenta uniformidade em sua composiccedilatildeo boa capacidade
de absorccedilatildeo e retenccedilatildeo de aacutegua e de fornecimento dos nutrientes necessaacuterios aacutes
plantas boa aeraccedilatildeo e drenagem aliado a isso deve apresentar facilidade a ser
trabalhado (peneirado misturado colocado nos recipientes ou bandejas) a qualquer
tempo e formar torrotildees que natildeo se desintegrem durante o transporte e retirada das
embalagens que envolvem a muda Portanto um substrato de boa qualidade deve
ter as seguintes caracteriacutesticas fiacutesico-quiacutemicas pH condutividade eleacutetrica (CE)
teores de macro e micronutrientes aeraccedilatildeo e retenccedilatildeo de umidade
O substrato pode ser formado na sua composiccedilatildeo de mateacuteria prima de origem
orgacircnica mineral e sinteacutetica oferecendo as melhores condiccedilotildees para que haja uma
excelente germinaccedilatildeo Os materiais orgacircnicos mais usados como componentes para
os substratos satildeo turfa casca de aacutervores picada (a casca de pinus eacute a mais usada)
fibra-de-coco carvatildeo vegetal e os materiais de origem mineral a vermiculita e perlita
(BORTOLOZZO 2006) Nos vasos foi colocado o substrato e foram plantadas as
mudas de geacuterberas (figura 15)
Figura 15 ndash Substrato colocado nos vasos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xli
Os experimentos foram conduzidos sob cultivo protegido em estufa tipo arco
(figura 16) localizado em Linha 17 de Junho no municiacutepio de Venacircncio Aires ndash RS
Figura 16ndash Vista lateral da estufa tipo arco
Fonte Cloacutevis A Schwertner
O material da cobertura da estufa eacute de plaacutestico de 150 miacutecron de espessura
fornecido em rolos de 100 metros de comprimento por seis metros de largura A
estrutura da estufa eacute de madeira roliccedila de eucalipto
Na estufa foi instalado um termo-higrocircmetro para registrar temperaturas
maacuteximas e miacutenimas e umidade relativa do ar (figura 17)
Figura 17 - O controle da temperatura e umidade relativa foi realizada com a utilizaccedilatildeo de um
termohigrocircmetro Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlii
Esse aparelho foi escolhido devido agrave sua praticidade podendo ser utilizado
em locais fechados e abertos Guarda em uma memoacuteria as temperaturas miacutenima e
maacutexima e a umidade relativa do ar Tem comprimento de 130mm e 70mm de largura
eacute abastecido por uma pilha (15 V)
411 Insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
Atraveacutes de uma pesquisa de mercado tendo como principal fator a facilidade
de aquisiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico definiu-se testar trecircs
produtos naturais e bioloacutegicos agrave base de fungos (Beauveria bassiana A BassiI) e
Metarhizium anisopliae I I Mechnikov) extratos vegetais (Azadirachta indica A
Juss) e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e um agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Conforme recomendaccedilotildees dos fabricantes desses trecircs insumos
naturais as dosagens a serem aplicadas satildeo de 05 ateacute 10 ou seja 500 ml a
10 litro do produto para cada 100 litros de aacutegua com pulverizaccedilotildees semanais ou
quinzenais para o controle de insetos e aacutecaros (PENTEADO 2006) E o agrotoacutexico
seguiu a mesma dosagem e os mesmos prazos de aplicaccedilatildeo
42 Meacutetodos
A partir da escolha e definiccedilatildeo dos insumos naturais e bioloacutegicos e o
agrotoacutexico a serem utilizados no experimento montou-se uma bancada com cinco
compartimentos para a execuccedilatildeo dos experimentos no interior da estufa Os
compartimentos foram construiacutedos com estrutura de madeira de 100m de largura
por 150m de comprimento separados por uma cortina plaacutestica transparente nas
laterais fundo e frente (figura 18) Cada compartimento isolado iraacute abrigar as
geacuterberas que seratildeo testadas com trecircs tipos de insumos naturais e bioloacutegicos
escolhidos o agrotoacutexico e a testemunha
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliii
Figura 18 ndash Bancada com cinco compartimentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
421 Das dosagens ndash Experimento 01
Foi executado um experimento preliminar para testar o poder de
agressividade dos insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico no controle do
aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa Seguiram-se as dosagens recomendadas
pelos fabricantes que para os trecircs produtos naturais e bioloacutegicos escolhidos foram
de 05 e 10 Utilizou-se o agrotoacutexico agrave base de Abamectina com referecircncia dos
fabricantes tambeacutem na dosagem de 05 e 10
Para este experimento 01 foram utilizados trecircs potes de geacuterbera por
compartimento onde se testou cada produto e sua dosagem (05 e 10)
mantendo-se sempre a testemunha Foram liberados cinco aacutecaros rajados (figura
19) por pote de geacuterbera em cada compartimento ou seja nos compartimentos com
trecircs potes de geacuterberas em flor foram liberados 15 aacutecaros perfazendo um total de 75
aacutecaros em toda a bancada
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xliv
Figura 19 - Liberaccedilatildeo dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar o ciclo
reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
A contagem dos aacutecaros em cada compartimento ocorreu conforme
metodologia descrita mais agrave frente O nuacutemero de cinco aacutecaros rajados para
caracterizar infestaccedilatildeo que necessite controle foi baseado em recomendaccedilotildees da
empresa PROMIP de Piracicaba Satildeo Paulo produtora de inimigos naturais para o
controle bioloacutegico do aacutecaro rajado em diferentes tipos de cultivo que sugere o limite
de no maacuteximo cinco aacutecaros rajado para que o agricultor inicie os procedimentos de
controle (PROMIP 2008)
Para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajados em geacuterberas no cultivo
protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a de 1 porque esta dosagem
demonstrou-se mais eficiente
422 Das dosagens ndash Experimento 02
Apoacutes escolha da dosagem em 1 foi conduzido outro experimento no qual
foram utilizados cinco potes com geacuterberas em desenvolvimento e floraccedilatildeo por
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlv
compartimento
No experimento foram liberados cinco aacutecaros rajados por pote de geacuterbera em
cada compartimento Portanto com cinco potes em cada um dos compartimentos
foram liberados 25 aacutecaros totalizando 125 aacutecaros nos cinco compartimentos do
experimento Foi respeitado o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees dos
produtos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico Este eacute o periacuteodo ideal para completar
o ciclo reprodutivo do aacutecaro rajado de ovo ateacute a fase adulta (MORAES 2008)
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e o agrotoacutexico
em sequencia contiacutenua de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados
A cada duas aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram
intercaladas contagens de aacutecaros (5 contagens A B C D E) conforme sequencia
abaixo
14 a 7ca A 7a 7ca B 7a 7ca C 7a 7ca D 7a 7c E
14 dias = periacuteodo respeitado para iniacutecio das aplicaccedilotildees dos insumos
7 dias = intervalo entre as aplicaccedilotildees
a = Aplicaccedilatildeo
c = Contagem dos aacutecaros
A = primeira contagem
B = segunda contagem
C = terceira contagem
D = quarta contagem
E = quinta contagem
A sequencia acima apresenta que apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados foi
respeitado o periacuteodo de 14 dias para a primeira aplicaccedilatildeo dos insumos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a primeira contagem (A) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a segunda contagem (B) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvi
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a terceira contagem (C) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se a quarta contagem (D) e apoacutes a aplicaccedilatildeo dos
insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico
Espera-se sete dias e faz-se uma aplicaccedilatildeo dos insumos naturaisbioloacutegicos e
o agrotoacutexico
E finalmente esperam-se mais sete dias e faz-se a quinta contagem (E)
desta sequencia experimental (figura 20)
Figura 20 - Compartimentos separados com cinco potes cada um para os tratamentos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
A contagem dos aacutecaros foi feita com o auxiacutelio de um microscoacutepio
estereoscoacutepico procedendo-se da seguinte maneira para cada compartimento
avaliado foi retirada uma folha nova uma folha meacutedia e uma folha velha de cada
vaso perfazendo trecircs folhas por vaso num total de 15 folhas por compartimento ou
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlvii
seja cinco folhas novas cinco folhas meacutedias e cinco folhas velhas A retirada das
folhas novas meacutedias e velhas das plantas de geacuterberas em vaso natildeo afetou o
desenvolvimento da planta pois as mesmas apresentaram um crescimento normal
As folhas utilizadas na contagem dos aacutecaros eram devolvidas novamente ao
compartimento de origem O nuacutemero de folhas retiradas dos cinco compartimentos
totalizava 75 folhas (figura 21 e 22)
Os aacutecaros predadores tambeacutem foram avaliados
Figura 21 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
Figura 22 - Contagem dos aacutecaros
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlviii
Os dados obtidos foram submetidos agrave anaacutelise numeacuterica quantitativa e anaacutelise
estatiacutestica (teste Tukey) A anaacutelise estatiacutestica eacute aplicada com a finalidade de
descrever os dados observados extraindo-se um grande nuacutemero de informaccedilotildees
para obter uma melhor compreensatildeo das situaccedilotildees que representam bem como
para a validaccedilatildeo dos mesmos Isto eacute feito mediante a determinaccedilatildeo de medidas
descritivas e pelo emprego de testes estatiacutesticos Dentre as teacutecnicas analiacuteticas
utilizadas destaca-se o teste de Tukey
O teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados O teste baseia-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS)
Aplicando o teste de Tukey agraves meacutedias dos tratamentos calcula-se o valor de DMS
Com os valores das meacutedias calculam-se os contrastes de meacutedias A seguir
comparam-se o valor calculado pelo teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
No presente trabalho empregando-se o teste de Tukey natildeo foram observadas
diferenccedilas significativas entre os resultados obtidos
Foram utilizados quatro insumos a seguir e a testemunha
Ingrediente ativo Beauveria bassiana e Matarhizium anisopliae (fungos)
Mistura do enxofre ventilado com cal virgem calda sulfocalcica
Emulsionado extrato vegetal ndash ingrediente ativo Azadirachtina
Acaricida ndash grupo quiacutemico Abamectina
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
xlix
5 RESULTADOS E DISCUSSAtildeO
51 Resultado global
511 Experimento para escolha da dosagem dos insumos naturais e
bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufa
Os resultados do experimento 01 (escolha da dosagem de 05 ou 10
paacutegina 43) demonstraram a agressividade do agrotoacutexico e dos insumos
naturaisbioloacutegicos no controle do aacutecaro rajado e predadores sendo que os
produtos naturaisbioloacutegicos preservaram os inimigos naturais os aacutecaros
predadores A dosagem recomendada pelo fabricante da Abamectina a 10 teve
eficiecircncia plena no combate do aacutecaro rajado eliminando tambeacutem os predadores
Poreacutem na dosagem de 05 o aacutecaro rajado natildeo foi completamente eliminado
Apoacutes a liberaccedilatildeo dos aacutecaros rajados nos cinco compartimentos foi respeitado
o periacuteodo de 14 dias para iniciar as aplicaccedilotildees (pulverizaccedilotildees) dos produtos
naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico a 05 e 10 Quando da aplicaccedilatildeo dos produtos
nas dosagens supracitadas foi feita a contagem dos aacutecaros rajados nas folhas
novas meacutedia e velhas de cada vaso em nuacutemero de trecircs por compartimento
Portanto para testar a eficiecircncia do controle de aacutecaros rajado em geacuterberas
no cultivo protegido das duas dosagens testadas foi escolhida a dosagem de 10
porque esta se demonstrou mais eficiente
Nos produtos naturaisbioloacutegicos (Beauveria bassiana e Matarhizium
anisopliae Azadirachtina e calda sulfocaacutelcica) conforme a Tabela 01 a soma das
meacutedias (das folhas velhas meacutedias e novas) a 05 e 10 a dosagem de 10 foi
a mais eficiente no controle do aacutecaro mesmo que individualmente em algumas
folhas (velhas ou novas) contadas apresentaram na dosagem de 05 valores
diferentes Estas diferenccedilas apresentadas nesta Tabela abrem um leque de
discussotildees que poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
l
Tabela 01 - Teste das meacutedias do poder de agressividade dos defensivos naturaisbioloacutegicos e do agrotoacutexico
Dosagens
050 100
Folhas Velhas 040 060
B bassiana e M anisopliae Folhas Meacutedias 140 120
Folhas Novas 120 140
Folhas Velhas 033 200
Calda sulfocaacutelcica Folhas Meacutedias 100 100
Folhas Novas 100 036
Folhas Velhas 040 080
Azadiractina Folhas Meacutedias 120 060
Folhas Novas 120 040
Folhas Velhas 020 000
Abamectina Folhas Meacutedias 080 000
Folhas Novas 040 000
Folhas Velhas 060 220
Testemunha Folhas Meacutedias 120 180
Folhas Novas 140 060
Cada um destes valores da Tabela 01 corresponde agrave meacutedia do somatoacuterio das
contagens do nuacutemero total de folhas (velhas meacutedias e novas) por compartimento
Por exemplo a Calda sulfocaacutelcica na dosagem de 10 resultou na contagem meacutedia
das folhas novas de 036 que corresponde a 324 aacutecaros (porque satildeo 9 folhas e a
meacutedia foi de 036) Este caacutelculo foi aplicado para todos os casos
A seguir o graacutefico da figura 23 apresenta o nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados
e predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas nas dosagens de 10
e 05
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
li
Figura 23ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados e predadores encontrados em folhas velhas
meacutedias e novas
Foi observada a presenccedila do aacutecaro predador Neoseiulus californicus nos
tratamentos com insumos naturais e bioloacutegicos (figura 24) O graacutefico apresenta o
nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados nas folhas novas meacutedias e
velhas nas dosagens de 05 e 10
Notou-se que o tratamento com o insumo - Calda sulfocaacutelcica a 10 os
predadores sobreviveram em maior nuacutemero que na dosagem de 05 Conforme
PENTEADO (2006) em seu livro ldquoDefensivos alternativos e naturaisrdquo explica que o
enxofre que eacute um dos ingredientes da Calda sulfocaacutelcica a uma temperatura acima
de 25ordmC pode tornar-se ineficiente no controle de insetos e aacutecaros Tais discussotildees
poderatildeo ser motivo de outras Dissertaccedilotildees
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lii
Figura 24 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas meacutedias e
novas
Fig 25ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liii
Figura 26 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias
Figura 27 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas
Observou-se que os produtos naturaisbioloacutegicos se mostraram mais seletivos
permitindo a sobrevivecircncia de um maior nuacutemero de aacutecaros predadores e o controle
de aacutecaros fitoacutefagos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
liv
512 Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de 10 e
alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Com a dosagem definida a 1 dos produtos naturais e bioloacutegicos e do
agrotoacutexico iniciou-se outro experimento para verificar a eficiecircncia dos tratamentos
testados com aplicaccedilotildees sequenciais no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas
Efetuaram-se nove aplicaccedilotildees de insumos naturais e bioloacutegicos e do agrotoacutexico em
sequencias contiacutenuas de sete dias de intervalo entre as aplicaccedilotildees na intenccedilatildeo de
otimizar o sistema e quebrar o ciclo reprodutivo dos aacutecaros rajados A cada duas
aplicaccedilotildees de insumos naturaisbioloacutegicos e o agrotoacutexico foram intercaladas
contagens de aacutecaros Resultaram cinco contagens de aacutecaros rajados e predadores
denominadas A B C D e E conforme a sequencia abaixo (explicada nas paacuteginas
44 a 46)
O experimento com a aplicaccedilatildeo sequencial dos insumos naturais e bioloacutegicos
e do agrotoacutexico no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas em estufas permitiu
constatar que todos os tratamentos testados Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae (fungos) Azadiractina e calda sulfocaacutelcica agrave base de enxofre e caacutelcio e o
agrotoacutexico de referecircncia agrave base de Abamectina foram eficientes ateacute o final do
experimento mantendo as plantas sadias (figura 28)
Figura 28 - Somatoacuterio do nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados presentes nas folhas velhas meacutedias e novas
513 Teste Tukey - Controle do aacutecaro rajado em geacuterberas com a dosagem de
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lv
10 e alternacircncias de aplicaccedilotildees e contagens
Como teste de Tukey permite testar qualquer contraste entre as meacutedias dos
tratamentos aplicados baseando-se na Diferenccedila Miacutenima Significativa (DMS) foi
aplicado agraves meacutedias dos tratamentos nos intervalos denominados de A B C D e E o
calculo do valor de DMS Com os valores das meacutedias significativas dos tratamentos
aplicados nos intervalos A B C D e E calculam-se os contrastes de meacutedias
Portanto os resultados foram obtidos a partir da comparaccedilatildeo do valor calculado pelo
teste (DMS) com os contrastes entre as meacutedias
- Quando o contraste for maior do que DMS entatildeo as meacutedias diferem
significativamente entre si
- Quando o contraste for menor ou igual a DMS entatildeo as meacutedias natildeo diferem
significativamente entre si
Em relaccedilatildeo agraves folhas velhas observou-se que na segunda contagem (B) o
tratamento Calda sulfocaacutelcica teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao tratamento
Azadirachtina no controle do aacutecaro rajado sendo mais eficiente Poreacutem natildeo teve
diferenccedila significativa com os tratamentos B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Mesmo assim em avaliaccedilotildees seguintes (C D e E) natildeo foi verificada
diferenccedila significativa entre os tratamentos (figura 29)
Figura 29ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajado para folhas velhas nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes mostram diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de aacutecaros predadores Neoseiulus californicus nas folhas velhas
natildeo foi observado diferenccedilas significativas entre os tratamentos no decorrer do
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvi
experimento (figura 30)
Figura 30 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas velhas
considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas meacutedias natildeo teve diferenccedila significativa entre os
tratamentos durante as coletas A B C D e E no experimento sendo todos os
tratamentos eficientes para o controle do aacutecaro rajado (figura 31)
Figura 31 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas meacutedias nas contagens feitas em
geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
Os predadores encontrados em folhas meacutedias natildeo apresentaram diferenccedila
significativa entre os tratamentos Poreacutem verificou-se que o tratamento com
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lvii
Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores N californicus nas contagens
efetuadas O agrotoacutexico apresentou este fator negativo pois aleacutem de eliminar o
aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro predador (figura 32)
Figura 32 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas meacutedias considerando os tratamentos
Em relaccedilatildeo agraves folhas novas para o aacutecaro rajado foi verificado que na terceira
contagem (C) o tratamento Azadirachtina teve diferenccedila significativa em relaccedilatildeo ao
tratamento Calda sulfocaacutelcica sendo mais eficiente Poreacutem o referido tratamento natildeo
teve diferenccedila significativa com a aplicaccedilatildeo do B bassianae e M anisopliae e
Abamectina Nas contagens seguintes (D e E) os tratamentos natildeo tiveram
diferenccedilas sendo todos eficientes no controle do aacutecaro rajado (figura 33)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lviii
Figura 33 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros rajados para folhas novas nas contagens feitas em geacuterberas em estufa Letras diferentes significam diferenccedilas estatiacutesticas segundo o teste Tukey ao niacutevel de significacircncia de 5
A presenccedila de predadores em folhas novas verificou-se que natildeo teve
diferenccedila significativa entre os tratamentos testados (figura 34)
Figura 34 ndash Nuacutemero meacutedio de aacutecaros predadores encontrados em folhas novas considerando os tratamentos
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lix
No total de aacutecaros predadores encontrados nas contagens das folhas velhas
meacutedias e novas verificou-se que o tratamento com aplicaccedilatildeo do agrotoacutexico agrave base
de Abamectina natildeo apresentou aacutecaros predadores Esse foi o fator negativo para o
agrotoacutexico pois aleacutem de eliminar o aacutecaro rajado eliminou totalmente o aacutecaro
predador (figura 35)
Figura 35 ndash Total de aacutecaros predadores encontrados nas folhas velhas meacutedias e novas
considerando os tratamentos
514 Temperatura e Umidade Relativa do Ar
Conforme BERTOLO (2007) a temperatura influi na duraccedilatildeo das fases de
desenvolvimento na longevidade de fecircmeas e no periacuteodo de oviposiccedilatildeo de T
urticae Quanto maior a temperatura ateacute 30 ordmC maior a sobrevivecircncia dos estaacutegios
imaturos natildeo acasalados de T urticae A temperatura altera a duraccedilatildeo dos periacuteodos
de preacuteoviposiccedilatildeo oviposiccedilatildeo poacutes-oviposiccedilatildeo de fecircmeas acasaladas e a longevidade
de machos e fecircmeas acasalados reduzindo-as com o aumento da temperatura a
partir de 15 ordm C
A temperatura maacutexima durante os experimentos variou entre 18ordmC e 31ordmC no
periacuteodo entre fevereiro e junho de 2009 A miacutenima variou entre 11ordmC e 21ordmC neste
periacuteodo e meacutedia 15ordmC e 25ordmC (figura 36)
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lx
Figura 36 ndash Dados climaacuteticos de temperatura (ordmC) observados durante a realizaccedilatildeo do
experimento
A umidade relativa do ar foi em meacutedia 60 plusmn 95 (figura 37)
Figura 37 ndash Dados climaacuteticos de umidade relativa do ar () observados durante a realizaccedilatildeo
do experimento
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxi
Em condiccedilotildees elevadas de temperatura e baixa umidade relativa do ar
aumenta o nuacutemero de T urticae (NICKEL 1960 SILVA 2002) e rdquoSimpson amp Connell
(1973 in BERTOLO 2007)
52 Viabilidade Econocircmica e Ambiental dos Produtos
Com a aplicaccedilatildeo dos insumos bioloacutegicos e naturais a 1 houve um controle
dos aacutecaros rajados e a preservaccedilatildeo dos aacutecaros predadores Estes dados satildeo de
relevante importacircncia para mostrar a viabilidade de tecnologias sustentaacuteveis na
produccedilatildeo de flores em estufas Economicamente viaacuteveis beneficia a sauacutede do
trabalhador rural melhorando a qualidade da produccedilatildeo de geacuterberas em estufas e
consequentemente agregando valor na comercializaccedilatildeo
Para as aplicaccedilotildees dos produtos no controle do aacutecaro rajado em geacuterberas os
seguintes equipamentos e insumos e seus respectivos preccedilos satildeo apresentados no
quadro 02 de forma a quantificar o custo destes insumos e equipamentos que seratildeo
acrescidos no valor final do produto
Produtos
Quant Litro R$
Pulverizador Costal
R$
Oacuteculos Policarbonato
R$
Luvas Borracha
R$
EPI cBotas
R$
Custo Total R$
Azadirachtina 5000 15500 1800 700 23000
Bbassianae
M anisopliae
5300 15500 1800 700 23300
Calda
sulfocalcica
700 15500 1800 700 18700
Abamectina 5900 15500 9200 30600
Quadro 02 ndash Custo total dos produtos aplicados e material utilizado no experimento (preccedilos consultados em dezembro2011)
No quadro 02 o agrotoacutexico Abamectina apresentou um custo maior de R$
8934 (oitenta e nove reais e trinta e quatro centavos) comparado com a meacutedia dos
trecircs produtos naturais e bioloacutegicos usados no experimento Aleacutem do custo final eacute
necessaacuterio considerar as consequecircncias do uso do agrotoacutexico agrave base de
Abamectina Pois agride o meio ambiente (solo aacutegua animais e plantas) e prejudica
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxii
a sauacutede humana No experimento foi utilizado pelo pesquisador um pulverizador
manual com capacidade de meio litro permitindo melhor manejo e praticidade na
aplicaccedilatildeo dos produtos sobre as geacuterberas em vasos (figura 38)
Figura 38ndash Aplicaccedilatildeo de produtos naturais e bioacutelogos
Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiii
521 Aspecto das geacuterberas no final do experimento
Na figura 39 observa-se o desenvolvimento das geacuterberas onde foram
aplicados os produtos naturais bioloacutegicos e o agrotoacutexico no controle do aacutecaro
rajado Observam-se as geacuterberas em pleno desenvolvimento e floraccedilatildeo no final do
experimento
Figura 39 ndash Aspecto geral das geacuterberas no final do experimento Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxiv
522 Aspecto das geacuterberas testemunha no final do experimento
No final do experimento a testemunha sem nenhum tratamento foi totalmente
danificada pelo aacutecaro rajado (figura 40)
Figura 40 ndash Plantas testemunha Fonte Cloacutevis A Schwertner
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxv
6 CONCLUSOtildeES
O Seacuteculo XXI o seacuteculo da sustentabilidade luta por um modelo de
desenvolvimento alternativo para o meio rural e por um sistema produtivo mais
saudaacutevel A agricultura tecnoloacutegica ainda paga o ocircnus de um processo que resultou
em altos custos sociais ambientais e de sauacutede puacuteblica Nessa Dissertaccedilatildeo
ldquoControle do Aacutecaro Rajado (Tetranychus urticae) na Cultura de Geacuterberas (Gebera
jamesonii Adlam) em Estufardquo os resultados obtidos apresentam que existem
alternativas viaacuteveis e eficientes com o uso de produtos naturais e bioloacutegicos
Com as aplicaccedilotildees sequenciais jaacute descritas dos produtos naturais e
bioloacutegicos o desenvolvimento das geacuterberas apresentou flores de qualidade
produtividade e rentabilidade econocircmica
O produto bioloacutegico agrave base de fungos Beauveria bassiana e Metarhizium
anisopliae e a Azadiractina (oacuteleo extraiacutedo da aacutervore de Neem) e a Calda sulfocaacutelcica
(agrave base de enxofre e cal) mostraram-se eficientes no controle do aacutecaro rajado na
cultura de geacuterberas em estufa e beneficiaram os aacutecaros predadores O agrotoacutexico
Abamectina eliminou os aacutecaros fitoacutefagos poreacutem natildeo foi seletivo aos aacutecaros
predadores
Considerando-se que o uso dos produtos naturais e bioloacutegicos na cultura de
geacuterberas em estufa reduz o uso de agrotoacutexico natildeo afetando a sauacutede do trabalhador
se tornam economicamente viaacuteveis e ecologicamente corretos
Essa Dissertaccedilatildeo aleacutem de contribuir na aacuterea da Agroecologia abre um leque
multidisciplinar dentro das linhas de pesquisas do Mestrado do Programa de Poacutes-
Graduaccedilatildeo em Ambiente e Desenvolvimento da UNIVATES
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvi
7 REFEREcircNCIAS BIBLIOGRAacuteFICAS
ABREU JUNIOR E 1998 Praticas alternativas de controle de pragas e doenccedilas
na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP 115 p
ACOPEMA 2008 Estufas agriacutecolas in wwwacopemacombr acesso 20092009
AFLORI 2009 in httpwwwafloricombrnoticiaphppagina=MTA3 acesso
17092009
AGROBIOLOGICA 2009 in wwwagrobiologicacombr acesso 20-09-2009
AGRONOMIACOMGISMONTI 2009 in agronomiacomgismontiblogspotcom
acesso 20-09-2009
AKI YA 2002 Buacutessula da comercializaccedilatildeo para produtores de ornamentais
Satildeo Paulo Heliza Editora Comeacutercio e Industria Graacutefica 179 p
ANDEF 2001 Manual de Uso Correto de Equipamentos de Proteccedilatildeo Individual
Associaccedilatildeo Nacional de Defesa Vegetal Andef Campinas Satildeo Paulo
ANVISA 2003
httpwwwcamaragovbrinternetcomissaoindexpermcaprAgrotoxMeirellespdf
acesso em 30-09-2009
Bayer Garden - httpwwwbayergardendkdaplantedoktorn
httpplantedoktordkinsektrigetenghtm acesso 21-09-2009
BALL 2006 Informaccedilotildees culturais geacuterberas em vaso Holambra Satildeo Paulo in
wwwballcombr acesso 2002009
BARRIGOSI Joseacute Alexandre Freitas 2008 EMBRAPA
httpwwwagenciacnptiaembrapabrgestorarrozarvoreCONT000fohgb6co02w
yiv8065610dc2ls9tihtml Acessado em 05-12-2011
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxvii
BERTOLO EC 2007 Efeito da temperatura e do hospedeiro na biologia do
aacutecaro rajado Tetranychus urticae Koch (Acari Tetranychidae) Dissertaccedilatildeo
Programa de Poacutes-graduaccedilatildeo em Agronomia da Faculdade de Agronomia e
Medicina Veterinaacuteria da Universidade de Passo Fundo ndash UPF Passo Fundo
BIOVALE 2009 in wwwbiovalecombr acesso 18082009
BOGORNI PC 2003 Efeito de Extratos Aquosos de Trichilia spp sobre o
desenvolvimento de Spodoptera frugiperda (J E Smith) em milho Tese de
Mestrado Escola Superior de Agricultura ldquoLuiz de Queirozrdquo - USP
BOLLAND HR GUTERREZ and JFLETCHTMANN CHW World Catalogue of
the Spider Mite Family (AcariTetranychidae) Leiden Boston Koumlln Brill 1998
BORTOLOZZO Adriane Regina MELO George Wellington Bastos de VARGAS
Leandro Produccedilatildeo de Morangos no Sistema Semi-Hidropocircnico Agosto 2006
BUAINAIN AM BATALHA MO (orgs) 2007 Cadeias Produtivas de Flores e
Mel Seacuterie Agronegoacutecios MAPA ndash Ministeacuterio da Agricultura Pecuaacuteria e
Abastecimento Brasiacutelia IIICA MAPASPA 140 p
CARNEIRO SM de TPG Accedilatildeo do nim sobre fungos fitopatogecircnicos In
MARTINEZ SS O Nim ndash Azadirachta indica natureza usos muacuteltiplos
produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do Paranaacute 2002 p 59ndash64
CARSON Rachel 2010 Primavera silenciosa [traduzido por Claudia SantrsquoAnna
Martins] ndash 1 ed ndash Satildeo Paulo Gaia 327 p
CARVALHO R da S 2006 Biocontrole de moscas-das-frutas histoacuterico
conceito e estrateacutegias Cruz das Almas Embrapa Mandioca e Fruticultura
Tropical (Circular Teacutecnica 83)
CERESTVales
httpwwwsaudersgovbrdados1197641782571CEREST20Vales20-
20Santa20Cruz20do20Sulpdf
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxviii
CGAC ndash MAPA 2003
httpwwwagriculturagovbrarq_editorfilecamaras_setoriaisFlores_e_plantas_o
rnamentais30ROApp_Informespdf
CHABOUSSOU F 1987 Plantas doentes pelo uso de agrotoacutexicos (A Teoria da
Trofobiose) LampPM Editores Porto Alegre
DALZOTO PR HURY KF 2009 Controle bioloacutegico de pragas no Brasil Satildeo
Paulo v 71 n1 p 37-41
DORNELLES Marccedilal Elizandro SCHOSSLER Joseacute Fernando CASALI Andreacute Luis
BRONDANI Leonardo Basso 2009 Inspeccedilatildeo teacutecnica de pulverizadores
agriacutecolas histoacuterico e importacircncia Ciecircnc rural 39(5)1600-1605 ago 2009
ilus tab httpbasesbiremebrcgi-
binwxislindexeiahonlineIsisScript=iahiahxisampsrc=googleampbase=LILACSamplang
=pampnextAction=lnkampexprSearch=521212ampindexSearch=ID
Ecocert Brasil 2001 wwwecocertcombr Acesso em 18-09-2009
EMBRAPA 2003
httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
acesso em 30-09-2009
EVANS GO 1992 Principes of acarology Wallingford CAB Intenational 563 p
FERLA NJ MARCHETI MM GONCcedilALVES D 2007 Aacutecaros predadores
(Acari) associados agrave cultura do morango (Fragaria sp Rosaceae) e plantas
proacuteximas no Estado do Rio Grande do Sul Biota Neotropica Vol 7 (number 2)
p 103-110
FERNANDEZ SM 2001 Baacutesico de floricultura ndash manual de treinamento
SENAR Porto Alegre
FLECHTMANN CHW 1979 Aacutecaros de importacircncia agriacutecola Satildeo Paulo Nobel
3ed 189 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxix
FURLAN MR 1997 Aacutecaros Revista Tempo Verde ano XX n 151 abril
GARCIA JLM 2001 Oacuteleo de Nim ndash O Bioprotetor Natural Seacuterie Agricultura
Alternativa Maio 16 p
HERNANDES J L RIBEIRO IJA 2008 Tratamento de inverno Boletim
Teacutecnico Instituto Agronocircmico Campinas IAC SP
IBRAFLOR 2002 Diagnoacutestico da cadeia produtiva de flores e plantas
ornamentais no estado de Alagoas ndash Contrato UFV-Funarte Sebrae ndash AL
IBRAFLOR 2009 in httpwwwaprendendoaexportargovbrfloressetorperfilasp
acesso 15092009
JEPPSON LR KEIFER HH BAKER EW 1975 Mites injurious to economic
plants Berkeley University of California Press 614 p
JORNAL AGROSOFT 2010 Notiacutecia datada de 01-07-2010 Brasil eacute o paiacutes que
mais usa agrotoacutexicos no mundo
KAumlMPF AN DAUDT RS 1999 Diagnoacutestico da floricultura no Rio Grande do
Sul Ciecircncia Rural vol 29 n 3 p 561-563 1999
LAZZARINI GJ 2005 Efeito da umidade sobre a germinaccedilatildeo in vitro de
Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae e atividade contra Triatoma
infestans Dissertaccedilatildeo (Mestrado em Parasitologia) ndash Instituto de Patologia
Tropical e Sauacutede Puacuteblica Universidade Federal de Goiaacutes Goiacircnia 46 p
LIESERING VR 1960 Beitrag zum Phytopathologischen
Wirkungsmechanismus des Tetranychus urticae Koch Z Pflkrankh 67524-
542
LONDRES Flavia 2011 AGROTOacuteXICOS NO BRASIL um guia para accedilatildeo em
defesa da vida Rio de Janeiro AS ndash PTA ndash Assessoria e Serviccedilos a Projetos em
Agricultura Alternativa 190 p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxx
LORENZI H 2001 Plantas ornamentais no Brasil arbustivas herbaacuteceas e
trepadeiras 3 ed Nova Odessa SP Instituto Plantarum 568 p
LUTZEMBERGER Joseacute Manual de Ecologia ndash do Jardim ao Poder LampPM
Editores Porto Alegre 2004 116 p
MACEDO MAA 2003 Taacuteticas de controle de 2 pragas em cultivares de
tomateiro de crescimento determinado Dissertaccedilatildeo UNESP-Jaboticabal
MARTINEZ SS Composiccedilatildeo do nim In Martinez SS O Nim ndash Azadirachta
indica natureza usos muacuteltiplos produccedilatildeo Londrina Instituto Agronocircmico do
Paranaacute 2008
MELLO Itamar Soares de AZEVEDO Joatildeo Luacutecio de 1999 CONTROLE
BIOLOacuteGICO Vol 3 Editora UFV 308 p
MORAES GJ 1986 Controle bioloacutegico de aacutecaros fitoacutefagos Miscelacircnea
SOCOLEN v 8 p 29-63
MORAES GJ FLECHTMANN CHW 1981 Aacutecaros fitoacutefagos do nordeste do
Brasil Pequisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 16 n2 p177-186
MORAES G J e FLECHTMANN CH W 2008 Manual de Acarologia
Acarologia Baacutesica e Aacutecaros de Plantas Cultivadas no Brasil Ribeiratildeo Preto
Holos Editora 308 p il
MUNDODAEDUCACAO 2009 Importacircncia dos fungos in
wwwmundodaeducacaocombr acesso 18092009
NICKEL J L 1960 Temperature and humidity relationships of Tetranychus
desertorum Banks with special reference to distribution Hilgardia Berkeley
v 30 p 41-100
OLIVEIRA AAP 2007 Floricultura caracterizaccedilatildeo e mercado Fortaleza Banco
do Nordeste do Brasil 180p
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxi
PADULA DA KAumlMPF AN SLONGO LA (orgs) 2003 Diagnoacutestico da cadeia
produtiva de flores e plantas ornamentais do Rio Grande do Sul in
http2012114147bdsBDSnsf311567070DCEA48C032572170054A774$File
NT000B578Epdf acesso 10082009
PENTEADO SR 2004 Proteccedilatildeo de plantas no sistema orgacircnico Curso de
Agricultura Orgacircnica (apostila 14 liccedilotildees) 1 ed Editor Fraga Penteado Cursos e
Planejamentos Ltda
PENTEADO SR 2006 Defensivos alternativos e naturais Campinas SP 174 p
PLASTISUL 2009 in httpwwwplastisulcombrestufasasp acesso 15092009
PRATES HS 1999 Caldas bordalesa sulfocaacutelcica e viccedilosa produtos
alternativos na citricultura ndash Folheto Informativo da CECORCATI ndash Campinas
PRIMAVESI AM 1998 Praacuteticas de Produccedilatildeo de Plantas em um conceito
Holiacutestico in ABREU HJ (ed) Praacuteticas alternativas de controle de pragas e
doenccedilas na agricultura coletacircnea de receitas Campinas SP EMOPI p 2-9
PRIMAVESI AM 1990 Manejo Ecoloacutegico do Solo Editora Nobel Satildeo Paulo
PRITCHARD AE BAKER EW 1955 A revision of the spider mite family
Tetranychidae San Francisco Pacific Coast Entomological Society v2
PROMIP 2008 in wwwpromipagrbrprodutoaspcID=18pID=18 acesso
21092009
PURI HS 1999 NEEM ndash The divine Tree Azadirachta indica Medicinal and
Aromatic Plants Industrial Profiles Hardwood Academic Publishers 182 p
PURQUERIO LFV TIVELLI SW 2006 Manejo do ambiente em cultivo
protegido Instituto Agronocircmico de Campinas IAC Centro de Horticultura
Campinas SP
QUINTELLA E 2002 Tempo de Mortalidade Meacutedia de Ninfas de Bemisia tabaci
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxii
(Gennadius) tratados com Oacuteleo de Nim Indiano Trabalho apresentado no 19ordm
Congresso Brasileiro de Entomologia Manaus
REVISTA DE AGRONEGOacuteCIOS DA FGV 2007 Ediccedilatildeo Ndeg 09 - Volume 27 in
httpwwwagroanalysiscombrindexphparea=conteudoampmat_id=327ampfrom=me
rcadonegocios acesso 20092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrrevista_junho_07assinaturaphp
acesso 15092009
REVISTACAMPOENEGOCIOS 2007 in
httpwwwrevistacampoenegocioscombrindexphpreferencia=acura acesso
15092009
ROGGIA S 2007 Aacutecaros tetraniquiacutedeos (prostigmata Tetranychidae)
asssociados agrave soja no rio grande do sul ocorrecircncia identificaccedilao de
espeacutecies e efeito de cultivares e de plantas daninhas Dissertaccedilatildeo UFSM
Universidade Federal de Santa Maria
SALASAR Caveiro Henrique 1982 Inseticidas e acaricidas ndash toxicologia
receituaacuterio agronocircmico Livroceres Piracicaba SP 424 p
SATO ME 2006 Aacutecaros Predadores Boletim Teacutecnico Instituto Bioloacutegico
Controle Bioloacutegico de Insetos e Aacutecaros Satildeo Paulo n 15 86 p
SATO ME Resistecircncia eacute um seacuterio problema para a agricultura in
httpwwwinfobiboscomArtigo2009_2resitenciaindexhtm acesso 19-09-2009
SCHMUTTERER H amp ASCHER KRS 1984 Natural Pesticides from the Neem
Tree and other Tropical Plantas Procedings of the Second Internacional Neem
Conference Rauischholzhausen Federal Republic of Germany 25-28 May 1983
GTZ Eschborn 587 p
SEBRAE 2009 in
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiii
httpsebraers2interjornalcombrnoticiakmfnoticia=7528145ampcanal=221
acesso 28082009
SGANZERLA E 1987 Nova agricultura a fascinante arte de cultivar com os
plaacutesticos Porto Alegre 5a Ediccedilatildeo Revista e Ampliada Livraria e Editora
Agropecuaacuteria 1995
SILVA C A D da 2002 Biologia e exigecircncias teacutermicas do aacutecaro vermelho
Pesquisa Agropecuaacuteria Brasileira Brasiacutelia v 37 n 5 p 573-580
SIMPSON K W CONNELL W A 1973 Mites on soybeans moisture and
temperature relations Environmental Entomology College Park v 2 p 319-323
TAMAI MA LOPES RB ALVES SB 1998 Manejo de pragas na floricultura
USP Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroacutez
TERNES M Resistecircncia de insetos e plantas daninhas a praguicidas
Florianoacutepolis EMPASC 1985 25 p
TESTE DE TUKEY Disponiacutevel em lthttp
httpwwwportalactioncombrcontent31-teste-de-tukeygt Acesso em 12 nov 2011
UFV - Universidade Federal de Viccedilosa ndash MG
httpwwwicaufmgbrinsetarioimagesaulasPragas_de_roseirapdf
VIEIRA S Anaacutelise de Variacircncia (ANOVA) Satildeo Paulo Ed Atlas 2006 216 p
WIKIPEDIA 2009in wwwwikipediaorgwikidose_letal acesso 26092009
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxiv
ANEXOS
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxv
ANEXO I
Tabela de Agrotoacutexicos (Abamectin - Vertimec reg ) com respectivas carecircncias
Fonte httpwwwcnpuvembrapabrpublicasprodProducaoIntegradaMacatabpragahtm
BD
U ndash
Bib
liote
ca D
igita
l da
UN
IVAT
ES
(htt
pw
ww
uni
vate
sbr
bdu)
lxxvi
ANEXO II
Glossaacuterio
Cloroacuteticas ndash eacute a condiccedilatildeo de uma planta em que as suas folhas natildeo produzem suficiente clorofila As folhas apresentam uma coloraccedilatildeo diferente da normal verde paacutelido ou amarelado Deutoninfa ndash Para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A deutoninfa apresenta o corpo e as pernas bem desenvolvidos Dose Letal ndash eacute uma medida do seu poder mortiacutefero Define-se Dose Letal (DL 50) como a concentraccedilatildeo de uma substacircncia quiacutemica capaz de matar 50 da populaccedilatildeo de animais testados num intervalo de 14 dias Essa dose mede-se em miligramas (mg) de substacircncia por cada quilograma (kg) de quilo (kg) de massa corporal do animal testado Estiletes ndash ranhuras das patas dos aacutecaros responsaacuteveis pela escarificaccedilatildeo dos tecidos vegetais de modo a facilitar o processo de alimentaccedilatildeo Fitoacutefagos ndash satildeo pragas que se alimentam de plantas Fitotoacutexica ndash produtos que satildeo toacutexicos para plantas Patoacutegenos ndash que provoca doenccedilas ou pragas Proteosiacutentese ndash eacute a siacutentese das proteiacutenas Protoninfa ndash para atingir o estaacutegio adulto os aacutecaros atravessam trecircs outros estaacutegios iniciando-se com a larva (com 3 pares de pernas apenas) e passando depois por protoninfa e deutoninfa A protoninfa apresenta o quarto par de pernas Trofobiose ndash Trofo ndash quer dizer alimento biose ndash quer dizer existecircncia de vida Portanto Trofobiose quer dizer que todo e qualquer ser vivo soacute sobrevive se houver alimento adequado disponiacutevel Vermiculita e Perlita ndash Vermiculita eacute um mineral submetido a altas temperaturas (cerca de 800ordmC) forma uma finiacutessima lamiacutenula utilizada na agricultura em mistura de substrato Perlita eacute um mineral de origem vulcacircnica inerte usado em mistura de substrato