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PROGRAMA VIVA MULHER EMCURITIBA
Controle do Câncer de Mama eColo de Útero
2002
1
ÍNDICE Introdução......................................................................................................2 Seção I A Organização do Programa de Controle de Câncer de Mama e Colo do Útero-Programa Viva Mulher.......................................................................4
1 Controle de Câncer de Colo de Útero................................................5 1.1 Compete à Unidade de Saúde Básica (US).........................................5
1.2 Compete à Referência Secundária ......................................................6
1.3 Compete à Referência Terciária ..........................................................6
1.4 Fluxograma de Atenção para Controle do Câncer de Colo do Útero..7
1.4.1 Ações na Unidade de Saúde...............................................................7
1.4.2 Ações nas Unidades de Atenção Secundária e Terciária...................8
2 Controle do Câncer de Mama..............................................................9 2.1 Compete à Unidade de Saúde Básica (US)...........................................9
2.2 Compete à Referência Distrital para Patologia Mamária......................10
2.3 Compete à Referência Secundária ......................................................11
2.4 Compete à Referência Terciária ..........................................................11
2.5 Compete à Referência Hospitalar para Patologia Mamária Benigna...12
2.6 Compete ao Serviço de Mamografia e Ecografia Mamária...................12
2.7 Fluxograma de Atenção para o Controle do Câncer de Mama.............13
2.7.1 Ações na Unidade de Saúde.............................................................13
2.7.2 Ações nas Unidades de Atenção Secundária e Terciária.................14
Seção II
Protocolo Técnico......................................................................................15
1. Orientações de Promoção à Saúde e Prevenção de Câncer de Mama e
Colo de Útero........................................................................................16
2. Coleta do Exame Papanicolaou............................................................17
3. Auto-Exame das Mamas.......................................................................20
4. Exame Clínico das Mamas....................................................................21
Bibliografia Consultada.............................................................................23
Abreviaturas...............................................................................................23
2
INTRODUÇÃO
Em 1997 a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, implantou no
município o Programa Viva Mulher, participando como uma das cinco capitais
piloto eleitas pelo Ministério da Saúde.
Este programa teve por diretriz a implementação de ações de controle do
câncer de colo uterino, visando a diminuição da mortalidade por este tipo de
câncer.
O amplo processo de captação de mulheres, a ampliação de recursos
humanos capacitados para a coleta de citopatológico do colo uterino, a criação
de uma unidade de atenção secundária para realização de cirurgia ambulatorial
nos casos iniciais e a organização do fluxo de atenção em todos os níveis,
definindo um sistema integrado de atenção à esta patologia garantiram o
sucesso do programa, como demonstra a evolução da taxa de mortalidade por
câncer de colo uterino em Curitiba. A taxa de mortalidade por câncer de colo de
útero que em 1998 foi de 12,9 óbitos por 100 mil mulheres decresceu
significativamente, chegando em 2001 a 6,7 óbitos por 100 mil mulheres,
praticamente a metade da taxa alcançada em 1998.
Mortalidade por Câncer de Colo Uterino*, Curitiba, 1997 a 2001. Ano No de Óbitos Taxa/ 100.000 mulheres
1996 77 10,0
1997 91 11,2
1998 104 12,9
1999 80 9,7
2000 66 8,0
2001** 56 6,7 Fonte: SMS/CE-SIM
• incluídos CID C53 - neoplasia maligna do colo do útero e CID C55 – neoplasia maligna do útero, porção não especificada
** 2001-dados preliminares
Os ótimos resultados alcançados através das ações de controle do
câncer de colo de útero e por outro lado, a observação de que o câncer de
mama vem se constituindo na primeira causa de óbito por câncer na população
feminina de Curitiba, inclusive com tendência de crescimento, apontaram a
necessidade de implementar as ações de detecção e tratamento precoce do
câncer de mama no município.
3
Taxas de Mortalidade por Câncer de Colo de Útero e de Mama, na população feminina, Curitiba, 1996 a 2001
Fonte: SMS/CE-SIM - incluídos nos óbitos por câncer de colo do útero o CID C53 - neoplasia maligna do colo do útero e o CID C55 – neoplasia maligna do útero, porção não especificada - 2001-dados preliminares
A existência de recursos terapêuticos que, quando utilizados nas fases
iniciais da doença, garantem um melhor prognóstico para a mulher com câncer
de mama, propiciando intervenções menos agressivas e maior qualidade de
sobrevida, reforçam a necessidade de implantar, no município, um Programa de
Controle ao Câncer de Mama.
A maior complexidade no atendimento à patologia mamária, torna a
organização de uma rede de atenção, um desafio, necessitando do
envolvimento de profissionais dos diversos níveis de atenção bem como de
maciço investimento na retaguarda de exames complementares e
procedimentos terapêuticos.
Este protocolo apresenta a organização da atenção ao câncer de mama e
colo de útero no município, reforçando a continuidade das ações de diagnóstico
e tratamento precoce para o câncer de colo uterino e organizando um sistema
integrado de atenção à patologia mamária, orientando assim a
operacionalização do Programa Viva Mulher 2002: O Controle do Câncer de
Mama e Colo Uterino em Curitiba.
Luciano Ducci
Secretário da Saúde
4
6
8
10
12
14
16
18
1996 1997 1998 1999 2000 2001
coef
/ 100
.000
mul
here
s
colo do úteromama
4
A Organização do Programa
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1.CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO
1.1 . Compete à Unidade de Saúde Básica (US)
• Recrutar as mulheres da sua área de abrangência para a realização do
citopatológico de colo uterino, em todas as oportunidades de contato com a
população feminina da área de abrangência:
− em todo comparecimento da mulher à US, seja para consulta própria ou
acompanhando familiares;
− durante visitas domiciliares, em especial no trabalho dos Agentes
Comunitários de Saúde;
− em reuniões com a comunidade: grupos de mulheres, Conselho Local de
Saúde, entre outros;
− estimulando o trabalho de voluntários na comunidade na captação de
vizinhas, amigas e parentes.
• Sensibilizar as mulheres sobre a importância do diagnóstico e tratamento
precoce e orientar medidas de promoção à saúde e prevenção do câncer
de colo uterino ;
• Coletar material para o exame citológico das mulheres de acordo com a
técnica preconizada ;
• Preencher requisição específica de exame citológico do colo uterino e enviar
o material coletado para o Laboratório Municipal;
• Repetir a coleta em mulheres com amostras inadequadas para o exame o
mais breve possível ;
• Repetir a coleta em pacientes com laudo citológico de ASCUS (Atipias de
Significado Indeterminado em Células Escamosas), AGUS (Atipias de
Significado Indeterminado em Células Glandulares), Papilomavírus Humano
(HPV) e/ou Neoplasia Intraepitelial Cervical grau I (NIC I) em seis meses;
• Encaminhar as mulheres com laudo citológico de NIC I persistente, NIC II,
NIC III e Carcinoma Invasivo para o atendimento secundário (US Mulher);
• Entregar às mulheres os laudos negativos, com as recomendações
necessárias, orientando o retorno para coleta de exames a cada 3 anos se a
mesma apresentar 2 exames negativos com intervalo de 1 ano;
• Monitorar as mulheres com exames alterados, realizando busca de faltosas
através de visitas domiciliares;
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• Enviar a coordenação municipal do Programa Viva Mulher a relação das
mulheres faltosas, que abandonaram o tratamento e que foram a óbito,
sempre que solicitado.
1.2 Compete à Referência Secundária (Unidade de Saúde da Mulher)
• Atender as mulheres encaminhadas pela Unidade Básicas de Saúde,
preenchendo a ficha de referência/contra-referência;
• Realizar colposcopia nas mulheres com NIC I persistente, NIC II, NIC III;
• Realizar biópsia excisional (CAF - Cirurgia de Alta Freqüência) e biópsia
diagnóstica conforme indicação;
• Realizar colposcopia nas mulheres com laudo histopatológico de NIC ou com
margens comprometidas;
• Realizar coleta de material para exame citopatológico e colposcopia de
controle;
• Enviar material de exame citológico e histopatológico para o Laboratório
Municipal;
• Encaminhar à Referência Terciária, via Central de Marcação de Consultas
Especializadas (CMCE), as mulheres com necessidade de tratamento
cirúrgico ou radioterápico;
• Enviar à Coordenação Municipal do Programa Viva Mulher a relação das
mulheres faltosas e das que abandonaram o tratamento e informações
quanto ao seguimento das mulheres atendidas, sempre que solicitado.
1.3 Compete a Referência Terciária
• Atender as mulheres encaminhadas pela Referência Secundária (US
Mulher), preenchendo a ficha de referência/contra-referência;
• Realizar tratamento cirúrgico e/ou radioterápico das mulheres com câncer de
colo uterino;
• Acompanhar a mulher em todos os aspectos que envolvem a doença até o
término do seguimento e referência para a U.S Básica;
• Enviar à Coordenação Municipal do Programa Viva Mulher a relação das
mulheres faltosas, das que abandonaram o tratamento, informações quanto
ao seguimento e das que foram a óbito, sempre que solicitado.
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1.4 FLUXOGRAMA DE ATENÇÃO PARA CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO
1.4.1 - Ações na Unidade de Saúde
coleta do citopatológico
distribuição dos exames para laboratórios conveniados
Exame alterado Exame negativo
- ASCUS - AGUS - HPV - NIC I
Referência Secundária (U.S. Mulher)
Retorno periódico para coleta de
exame, a cada 3 anos, se 2 exames anuais negativos
Realizar nova citologia 6 meses após a primeira
Persiste alterado
Negativo
- NIC II - NIC III - Carcinoma Invasivo - Adenocarcinoma
Exame Insatisfatório
Repetir citologia de imediato
Exame Negativo
Exame Alterado
Retorno periódico para coleta de
exame, a cada 3 anos, se 2 exames anuais negativos
Repetir citologia em 1 ano e após 2 anos negativos repetir a cada 3 anos
Unidade de Saúde
Laboratório Municipal
Unidade de Saúde Unidade de Saúde
Unidade de Saúde
Unidade de Saúde
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1.4.2 - Ações nas Unidades de Atenção Secundária e Terciária
Unidade de Saúde
Referência Secundária (U.S. Mulher)
Colposcopia
Negativa Insatisfatória
(JEC não visualizada)
Positiva
Citologia em 3 meses
Citologia em 6 meses
Exérese da lesão pinça biópsia
ou CAF
Histopatologia
- Até NICIII com margens livres
- Até NIC III com margens livres ou
- Sem possibilidade de avaliação das margens
- Colposcopia insatisfatória
- Até NIC III com margens comprometidas
- Ou sem possibilidade de avaliação
- Carcinoma escamoso invasor
- Adenocarcinoma invasivo
- Outras neoplasias malignas
Citologia em 6 meses
Citologia em 3 meses
Colposcopia em 3 meses
Referência Terciária
Tratamento
Resolução do caso
Negativa Positiva
Refazer CAF
Unidade de Saúde
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2. CONTROLE DO CÂNCER DE MAMA
2.1 Compete à Unidade de Saúde Básica (US)
• Orientar as mulheres da área de abrangência para a realização do auto-
exame das mamas, ensinando a técnica do auto-exame das mamas,
aproveitando todos os momentos de educação em saúde na US:
− sala de espera;
− reuniões da odontologia, dos programas, e outras realizadas com a
comunidade.
• Recrutar as mulheres da sua área de abrangência para a realização do
exame clínico das mamas, em todas as oportunidades de contato com a
população feminina da área de abrangência:
− em todo comparecimento da mulher à US, seja para consulta própria ou
acompanhando familiares;
− durante visitas domiciliares, em especial no trabalho dos Agentes
Comunitários de Saúde;
− em reuniões com a comunidade: grupos de mulheres, Conselho Local de
Saúde, entre outros;
− estimulando o trabalho de voluntários na comunidade na captação de
vizinhas, amigas e parentes.
• Orientar as mulheres recrutadas sobre a importância do diagnóstico e
tratamento precoces com auto-exame das mamas mensal e exame clínico
das mamas anual e orientar medidas de promoção à saúde e prevenção do
câncer de mama;
• Realizar exame clínico das mamas;
• Solicitar mamografia para mulheres com exame clínico das mamas alterado
e mulheres de grupo de risco( mulheres com história familiar de câncer de
mama em ascendentes ou parentes diretos e mulheres com história pessoal
pregressa de hiperplasia atípica, neoplasia lobular in situ ou câncer de mama
prévio) , preenchendo requisição própria.
• Agendar mamografias via Central de Marcação de Consultas Especializadas
(CMCE). Orientar as mulheres que já realizaram exames anteriormente
(ecografia e mamografia) para que levem tais exames pois isto permite a
avaliação da evolução por parte dos serviços que realizarão o exame;
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• Nos casos de secreção papilar, coletar e fazer lâmina para citologia,
enviando para o Laboratório Municipal, acompanhado de ficha específica;
• Encaminhar para atendimento na Referência Distrital:
− casos de dúvida no exame clínico;
− mulheres com alteração na mamografia (nos casos com laudos
comprovados e sugestivos de malignidade encaminhar diretamente para
o nível terciário);
− situações em que o laudo da mamografia não é compatível com a
avaliação clínica;
• Enviar à Coordenação Municipal do Programa Viva Mulher a relação das
mulheres faltosas, que abandonaram o tratamento e que foram a óbito,
sempre que solicitado. Obs:
1) Nos casos de pacientes que irão iniciar ou que estão em uso de terapia de reposição
hormonal(TRH), está indicada mamografia para controle
2) A ecografia mamária só poderá ser solicitada pela Referência Distrital, Referência
Secundária e Referência Terciária.
2.2 Compete à Referência Distrital para Patologia Mamária
• Atender as mulheres encaminhadas das U.S Básicas, preenchendo ficha de
referência / contra-referência;
• Realizar punção com agulha fina (PAAF) nos casos indicados, preenchendo
ficha específica, planilha de exames solicitados no dia e encaminhar ao
Laboratório Municipal;
• Solicitar ecografia mamária para diagnóstico complementar, via Central de
Marcação de Consultas Especializadas (CMCE), conforme necessidade;
• Acompanhar casos de doenças benignas;
• Encaminhar para Referência Secundária, via Central de marcação de
Consultas Especializadas(CMCE), casos onde houver dúvida no diagnóstico
e casos onde for necessária biópsia para definição diagnóstica;
• Encaminhar para Referência Terciária, via Central de Marcação de Consultas
Especializadas (CMCE), com ficha de referência / contra-referência, os casos
diagnosticados como câncer de mama;
• Encaminhar para Referência em Patologia Mamária Benigna, via Central de
Marcação de Consultas Especializadas (CMCE), com ficha de referência/
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contra-referência, os casos de doença mamária benigna com indicação de
tratamento cirúrgico;
• Dar suporte, via telefone, aos profissionais das US Básicas;
• Enviar à Coordenação Municipal do Programa Viva Mulher a relação das
mulheres faltosas, abandono do tratamento e situação de seguimento dos
casos, sempre que solicitado.
2.3 Compete à Referência Secundária
• Atender as mulheres encaminhadas das Referências Distritais e US Básicas,
preenchendo ficha de referência/contra-referência;
• Realizar punção e biópsia para os casos necessários, preenchendo ficha
específica;
• Solicitar ecografia mamária para diagnóstico complementar e conduta,
quando necessário; via Central de Marcação de Consultas Especializadas
(CMCE), preenchendo requisição específica;
• Acompanhar casos de doenças benignas;
• Encaminhar para Referência Terciária, via Central de Marcação de Consultas
Especializadas (CMCE), com ficha de referência/contra-referência, os casos
diagnosticados como câncer de mama;
• Encaminhar para Referência Hospitalar em Patologia Mamária Benigna, via
Central de Marcação de Consultas Especializadas (CMCE), com ficha de
referência/ contra-referência, os casos de doença mamária benigna com
indicação de tratamento cirúrgico;
• Dar suporte, via telefone, aos profissionais das Referências Distritais e US
Básicas;
• Enviar à Coordenação Municipal do Programa Viva Mulher a relação das
mulheres faltosas, abandono do tratamento e situação de seguimento dos
casos, sempre que solicitado.
2.4 Compete a Referência Terciária
• Atender as mulheres encaminhadas pelas US Básicas, Referência Distrital e
Referência Secundária, preenchendo a ficha de referência/contra-referência;
• Realizar tratamento integral das mulheres com câncer de mama;
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• Acompanhar a mulher em todos os aspectos que envolvem a doença até o
término do seguimento e referência para a U.S Básica;
• Enviar à Coordenação Municipal do Programa Viva Mulher a relação das
mulheres faltosas, das que abandonaram o tratamento e das que foram a
óbito, e da situação de seguimento dos casos sempre que solicitado.
• Dar suporte, via telefone, aos profissionais das Referências Distritais e US
Básicas;
2.5 Compete à Referência Hospitalar para Patologia Mamária Benigna
• Atender as mulheres encaminhadas pelas US Básicas, Referência Distrital e
Referência Secundária, preenchendo a ficha de referência/contra-referência;
• Realizar tratamento cirúrgico dos casos encaminhados, conforme indicação;
• Acompanhar a mulher em todos os aspectos que envolvem a doença até o
término do seguimento e referência para a U.S Básica;
• Enviar à Coordenação Municipal do Programa Viva Mulher a relação das
mulheres faltosas, das que abandonaram o tratamento e das que foram a
óbito, e da situação de seguimento dos casos sempre que solicitado.
2.6 Compete ao Serviço de Mamografia e Ecografia Mamária
• Atender as mulheres encaminhadas para exame, via Central de marcação de
Consultas Especializadas (CMCE);
• Preencher os campos destinados ao serviço na ficha própria de requisição
de exames;
• Enviar à Coordenação Municipal do Programa Viva Mulher, mensalmente as
fichas de mamografias e/ou ecografias realizadas, separando-as em
alteradas ou não;
• Enviar à Coordenação Municipal do Programa Viva Mulher, mensalmente,
lista de pacientes com exame alterado e que não foram buscar o laudo num
prazo de dois meses após a realização do exame, indicando nome,
endereço, data de realização do exame e nome do serviço de saúde que
solicitou o exame.
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2.7. FLUXOGRAMA DE ATENÇÃO PARA O CONTROLE DO CÂNCER DE MAMA
2.7.1 - Ações na Unidade de Saúde
Auto-exame dasmamas alterado
Consulta por outra sintomatologia ou consulta de rotina
Exame clínico das mamas
Sem alteração
Mamografia
Alterada ou resultado não elucida
achado clínico
Sem alteraçãoOrientação para o
auto-exame das
mamas mensal e
exame clínico das
mamas anual
Referência Distrital
Referência Terciária
Mulher com história de câncer
de mama na família ou doença
prévia
Alterado
Unidade de Saúde
Positiva ou sugestiva de
câncer de mama
Exame Clínico
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2.7.2 - Ações nas Unidades de Atenção Secundária e Terciária
Doença benigna das mamas
Estadiamento
Tratamento
Referência Distrital
Avaliação clínica PAAF
Ecografia Mamária
Diagnóstico não elucidado
Referência Terciária
Referência Secundária
Avaliação clínica Biópsia
Ecografia Mamária
Câncer de mama
Sem alteração
Doença benigna das mamas
Sem alteração
Acompanha-mento clínico na Referência
Distrital ou Municipal
Tratamento cirúrgico
Unidade de Saúde
Referência Hospitalar para
patologia benigna
Resolução do caso
Resolução do caso
Unidade de Saúde
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Protocolo Técnico
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1. Orientações de Promoção à Saúde e Prevenção de Câncer de Mama e Colo do Útero Ter uma alimentação equilibrada, ingerindo frutas, verduras legumes,
grãos e cereais integrais.Evitar alimentos gordurosos, salgados,
enlatados, embutidos e bebidas alcoólicas;
Realizar atividades físicas regularmente: caminhar, correr, praticar
esportes;
Manter higiene íntima tomando banhos diários;
Usar preservativos nas relações sexuais, prevenindo doenças
sexualmente transmissíveis;
Não fumar.
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2. Coleta do Exame Papanicolaou ORIENTAÇÃO PRÉVIA À PACIENTE Não estar menstruada;
Abstinência sexual de 24 h antes da coleta;
Nas 48 h que antecedem o exame não usar cremes, óvulos ou duchas
vaginais.
ANTES DA COLETA
Usando lápis identificar a lâmina na borda fosca com:
- iniciais do nome da cliente (todas as iniciais);
- número da Unidade de Saúde.
EXPOSIÇÃO DO COLO
Expor o colo completamente verificando a presença de lesões.
COLETA DA ECTOCÉRVICE Para a coleta na ectocérvice, girar a espátula de Ayre 360º na parte externa
do colo, com a parte mais alongada voltada para o orifício.
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ESFREGAÇO COM ESPÁTULA DE AYRE Iniciar o esfregaço próximo à borda fosca, no sentido vertical e de cima para
baixo.
COLETA ENDOCERVICAL
Com a escovinha colhe-se material do canal endocervical girando-a
delicadamente 360º no sentido horário.
ESFREGAÇO COM ESCOVA ENDOCERVICAL
Fazer o esfregaço no sentido horizontal , rolar a escova endocervical
da metade da lâmina para a direita
Não sobrepor o esfregaço com o anterior
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FIXAÇÃO - “SPRAY”
Fixar imediatamente com o fixador “spray” , com distância de
aproximadamente 20 cm da lâmina;
Deixar secar a lâmina com o esfregaço para cima.
Importante: Não aproximar muito o tubo de “spray” da lâmina pois, a força do jato pode
prejudicar o esfregaço.
Outras Orientações: Nas pacientes histerectomizadas, fazer o esfregaço no fundo de saco vaginal
com o lado arredondado da espátula de Ayre;
Nas gestantes a coleta endocervical não é contra-indicada, porém, há maior
risco de sangramento. No colo de útero das grávidas ocorre uma eversão
fisiológica, portanto, a coleta ectocervical somente com espátula de Ayre, na
maioria das vezes fornece um esfregaço satisfatório.
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3. Auto-Exame das Mamas
Orientar a mulher para examinar suas mamas uma vez por mês, de
preferência 7 a 10 dias depois da menstruação. Se a mulher não menstrua
mais,ela deve escolher um dia no mês e fazer o auto-exame (por exemplo no dia
de seu aniversário) por todos os meses seguintes. O que procurar? Mudança de tamanho e posição das mamas;
Alteração da forma, com saliências ou afundamento da pele;
Alteração da posição, feridas ou manchas ao redor do mamilo;
Caroços nas mamas ou axilas;
Secreção pelos mamilos.
Técnica do Auto-Exame
1. Ficar em pé, diante do espelho, com os braços ao longo do corpo, e observar
qualquer alteração;
2. Repetir o mesmo procedimento com os braços levantados e mantidos atrás da cabeça;
3. Girar lentamente para a esquerda e para a direita e realizar a mesma
observação;
4. Com o braço esquerdo posicionado ao lado do corpo, palpar a mama e axila
esquerda com os dedos da mão direita. Para a mama e axila direita, inverter
a posição e palpar da mesma forma;
5. Deitar de costas, colocar a mão esquerda sobre a cabeça e com os dedos da
mão direita, palpar a mama esquerda. Inverter a posição e palpar da mesma
forma a mama direita. O importante é que toda a mama seja palpada;
6. Pressionar o bico da mama entre os dedos polegar e indicador e observar se
há perda de sangue, ou líquido.
Importante:
• A repetição sistemática do auto-exame levará ao conhecimento das próprias mamas facilitando, assim, a percepção de alterações; • Orientar a mulher que se ela achar alguma alteração não deve se assustar. Deve procurar um serviço de saúde para fazer um exame mais detalhado e receber orientações adequadas pois, a maioria das alterações detectadas no auto-exame não é câncer.
21
4. Exame Clínico das Mamas
O exame clínico da mama, como qualquer parte do exame físico, pode
ser usado para triagem (detecção de câncer de mama em mulheres
assintomáticas) ou para diagnóstico, para avaliar queixas relativas às mamas,
basicamente para descartar o câncer. Queixas de nódulo mamário ou derrame
papilar devem orientar um exame clínico criterioso.
As variáveis importantes na palpação correta da mama são a posição da
paciente, os limites da mama, a movimentação e pressão dos dedos, a duração
do exame e o padrão de exame.
Posição da Paciente: O exame clínico da mama deve ser feito em duas
posições: sentada e em decúbito dorsal. O decúbito dorsal permite o
achatamento do tecido mamário contra o tórax da paciente, facilitando a
avaliação. A importância das manobras para nivelar a mama depende do
tamanho da mama; estas manobras são particularmente úteis em mulheres com
mamas grandes. Para achatar a parte lateral da mama, faça com que a paciente
gire o quadril contralateral, com os ombros em posição supina e colocando a
mão ipsilateral na testa. Para achatar a parte mediana da mama, a mulher deve
estar deitada de costas, reta, e mover o cotovelo até o nível do ombro.
Limites da Mama: O tecido mamário se estende lateralmente em direção à axila
e perpendicularmente em direção à clavícula. Para certificar-se de que todo o
tecido mamário seja examinado, é melhor cobrir uma área retangular partindo do
limite superior da clavícula, passando pela linha média do esterno, contornando
lateralmente a linha média da axila até fechar no apoio inferior do sutiã.
Dedos: Os três dedos médios são mantidos unidos, com a articulação
metacarpofalangiana levemente fletida. Os bulbos das falanges digitais (não as
pontas) dos dedos são a superfície examinadora. Cada área é palpada fazendo-
se círculos pequenos como se ao redor de uma moeda. Em cada ponto são
feitos três círculos usando três pressões diferentes – leve, média e profunda –
para assegurar a palpação de todos os níveis teciduais (Figuras 1 e 2).
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Duração: Um exame cuidadoso de uma mama de tamanho médio (sutiã
tamanho M) deve levar pelo menos três minutos (seis minutos para ambas as
mamas).
PADRÃO DO EXAME:
Com a mulher sentada Realizar a inspeção das mamas, observando anormalidades do mamilo,
ondulações e retração ou enrugamento da pele. Palpar as mamas com a mão direita, apoiando-a, embaixo, com a mão
esquerda.
Palpar a axila esquerda da paciente com a mão direita. Comprimir o
tecido axilar contra o gradil costal na busca de linfonodos aumentados.
Palpar a axila direita com a mão esquerda, da mesma forma.
Com a mulher em decúbito dorsal A palpação começa pela axila e estende-se em linha reta até o apoio
inferior do sutiã. Os dedos então movem-se em linha média, e a
palpação continua para cima no tórax em linha reta até a clavícula. Desta
maneira, a mama inteira é examinada, de cima para baixo, entre a
clavícula e a linha inferior de apoio do sutiã (Figura 3). Para examinar
todo o tecido mamário, as faixas devem ser sobrepostas. Descobriu-se
que este padrão em linha vertical (técnica de “cortador de grama”) é
mais minucioso e completo do que a técnica de círculos concêntricos ou
um padrão radial.
A palpação da área do mamilo é feita da mesma maneira que no restante
da mama.
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Abreviaturas ASCUS – Atipias de Significado Indeterminado em Células Escamosas
AGUS – Atipias de Significado Indeterminado em Células Glandulares
HPV - Papiloma Vírus Humano
NIC – Neoplasia Intraepitelial Cervical
CAF – Cirurgia de Alta Freqüência
CMCE – Central de Marcação de Consultas Especializadas
PAAF – Punção Aspirativa por Agulha Fina
JEC – Junção Escamocolunar
US – Unidade de Saúde Básica
TRH – Terapia de Reposição Hormonal
Bibliografia Consultada
1 Viva Mulher – Programa Nacional de Controle do Câncer do colo uterino –
Manual de implantação do Programa, INCA. 1997.
2 Esta Paciente Tem Câncer de Mama? O Exame Clínico de Triagem da
Mama: Deve Ser Feito? Como? Mary B. Barton, Russell Harris, Suzanne W.
Fletcher. Revista JAMA Brasil Janeiro / Fevereiro, 2000, vol4, nº 1.
3 Falando de câncer de mama. CONPREV/INCA/MS- Rio de Janeiro 2000.
4 Mastologia: formação do especialista. Josélio Martins Franco. São Paulo;
Editora Atheneu, 1997.
Equipe de Elaboração da Secretaria Municipal da Saúde Elaine Aparecida Bernardi Campos Karin Regina Luhm Kênia Maria Brero Del Pino Roberto Rosenstein Júnior Revisão do Texto de Mastologia Dr. José Clemente Linhares Sociedade Brasileira de Mastologia - Regional do Paraná Texto e Fotos da Técnica de Coleta do Exame Papanicolaou Cedidos gentilmente pela Drª Rose Fischer
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PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA
Prefeito CASSIO TANIGUCHI
Secretário
LUCIANO DUCCI
Superintendente MICHELE CAPUTO NETO
Secretaria Municipal da Saúde
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AGRADECIMENTOS
Agradecemos a todos os servidores da Prefeitura Municipal de Curitiba
que participaram da elaboração deste protocolo, trabalhando com eficiência e
dedicação para sua concretização.
Especial agradecimento à Sociedade de Brasileira de Mastologia – Seção
do Paraná e à Dra Rose Fischer pela sua prestimosa colaboração.
26