Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

27
PROGRAMA VIVA MULHER EM CURITIBA Controle do Câncer de Mama e Colo de Útero 2002

description

Publicação da Secretaria Municipal de Saude de Curitiba - Programa Viva Mulher

Transcript of Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

Page 1: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

PROGRAMA VIVA MULHER EMCURITIBA

Controle do Câncer de Mama eColo de Útero

2002

Page 2: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

1

ÍNDICE Introdução......................................................................................................2 Seção I A Organização do Programa de Controle de Câncer de Mama e Colo do Útero-Programa Viva Mulher.......................................................................4

1 Controle de Câncer de Colo de Útero................................................5 1.1 Compete à Unidade de Saúde Básica (US).........................................5

1.2 Compete à Referência Secundária ......................................................6

1.3 Compete à Referência Terciária ..........................................................6

1.4 Fluxograma de Atenção para Controle do Câncer de Colo do Útero..7

1.4.1 Ações na Unidade de Saúde...............................................................7

1.4.2 Ações nas Unidades de Atenção Secundária e Terciária...................8

2 Controle do Câncer de Mama..............................................................9 2.1 Compete à Unidade de Saúde Básica (US)...........................................9

2.2 Compete à Referência Distrital para Patologia Mamária......................10

2.3 Compete à Referência Secundária ......................................................11

2.4 Compete à Referência Terciária ..........................................................11

2.5 Compete à Referência Hospitalar para Patologia Mamária Benigna...12

2.6 Compete ao Serviço de Mamografia e Ecografia Mamária...................12

2.7 Fluxograma de Atenção para o Controle do Câncer de Mama.............13

2.7.1 Ações na Unidade de Saúde.............................................................13

2.7.2 Ações nas Unidades de Atenção Secundária e Terciária.................14

Seção II

Protocolo Técnico......................................................................................15

1. Orientações de Promoção à Saúde e Prevenção de Câncer de Mama e

Colo de Útero........................................................................................16

2. Coleta do Exame Papanicolaou............................................................17

3. Auto-Exame das Mamas.......................................................................20

4. Exame Clínico das Mamas....................................................................21

Bibliografia Consultada.............................................................................23

Abreviaturas...............................................................................................23

Page 3: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

2

INTRODUÇÃO

Em 1997 a Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, implantou no

município o Programa Viva Mulher, participando como uma das cinco capitais

piloto eleitas pelo Ministério da Saúde.

Este programa teve por diretriz a implementação de ações de controle do

câncer de colo uterino, visando a diminuição da mortalidade por este tipo de

câncer.

O amplo processo de captação de mulheres, a ampliação de recursos

humanos capacitados para a coleta de citopatológico do colo uterino, a criação

de uma unidade de atenção secundária para realização de cirurgia ambulatorial

nos casos iniciais e a organização do fluxo de atenção em todos os níveis,

definindo um sistema integrado de atenção à esta patologia garantiram o

sucesso do programa, como demonstra a evolução da taxa de mortalidade por

câncer de colo uterino em Curitiba. A taxa de mortalidade por câncer de colo de

útero que em 1998 foi de 12,9 óbitos por 100 mil mulheres decresceu

significativamente, chegando em 2001 a 6,7 óbitos por 100 mil mulheres,

praticamente a metade da taxa alcançada em 1998.

Mortalidade por Câncer de Colo Uterino*, Curitiba, 1997 a 2001. Ano No de Óbitos Taxa/ 100.000 mulheres

1996 77 10,0

1997 91 11,2

1998 104 12,9

1999 80 9,7

2000 66 8,0

2001** 56 6,7 Fonte: SMS/CE-SIM

• incluídos CID C53 - neoplasia maligna do colo do útero e CID C55 – neoplasia maligna do útero, porção não especificada

** 2001-dados preliminares

Os ótimos resultados alcançados através das ações de controle do

câncer de colo de útero e por outro lado, a observação de que o câncer de

mama vem se constituindo na primeira causa de óbito por câncer na população

feminina de Curitiba, inclusive com tendência de crescimento, apontaram a

necessidade de implementar as ações de detecção e tratamento precoce do

câncer de mama no município.

Page 4: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

3

Taxas de Mortalidade por Câncer de Colo de Útero e de Mama, na população feminina, Curitiba, 1996 a 2001

Fonte: SMS/CE-SIM - incluídos nos óbitos por câncer de colo do útero o CID C53 - neoplasia maligna do colo do útero e o CID C55 – neoplasia maligna do útero, porção não especificada - 2001-dados preliminares

A existência de recursos terapêuticos que, quando utilizados nas fases

iniciais da doença, garantem um melhor prognóstico para a mulher com câncer

de mama, propiciando intervenções menos agressivas e maior qualidade de

sobrevida, reforçam a necessidade de implantar, no município, um Programa de

Controle ao Câncer de Mama.

A maior complexidade no atendimento à patologia mamária, torna a

organização de uma rede de atenção, um desafio, necessitando do

envolvimento de profissionais dos diversos níveis de atenção bem como de

maciço investimento na retaguarda de exames complementares e

procedimentos terapêuticos.

Este protocolo apresenta a organização da atenção ao câncer de mama e

colo de útero no município, reforçando a continuidade das ações de diagnóstico

e tratamento precoce para o câncer de colo uterino e organizando um sistema

integrado de atenção à patologia mamária, orientando assim a

operacionalização do Programa Viva Mulher 2002: O Controle do Câncer de

Mama e Colo Uterino em Curitiba.

Luciano Ducci

Secretário da Saúde

4

6

8

10

12

14

16

18

1996 1997 1998 1999 2000 2001

coef

/ 100

.000

mul

here

s

colo do úteromama

Page 5: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

4

A Organização do Programa

Page 6: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

5

1.CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO

1.1 . Compete à Unidade de Saúde Básica (US)

• Recrutar as mulheres da sua área de abrangência para a realização do

citopatológico de colo uterino, em todas as oportunidades de contato com a

população feminina da área de abrangência:

− em todo comparecimento da mulher à US, seja para consulta própria ou

acompanhando familiares;

− durante visitas domiciliares, em especial no trabalho dos Agentes

Comunitários de Saúde;

− em reuniões com a comunidade: grupos de mulheres, Conselho Local de

Saúde, entre outros;

− estimulando o trabalho de voluntários na comunidade na captação de

vizinhas, amigas e parentes.

• Sensibilizar as mulheres sobre a importância do diagnóstico e tratamento

precoce e orientar medidas de promoção à saúde e prevenção do câncer

de colo uterino ;

• Coletar material para o exame citológico das mulheres de acordo com a

técnica preconizada ;

• Preencher requisição específica de exame citológico do colo uterino e enviar

o material coletado para o Laboratório Municipal;

• Repetir a coleta em mulheres com amostras inadequadas para o exame o

mais breve possível ;

• Repetir a coleta em pacientes com laudo citológico de ASCUS (Atipias de

Significado Indeterminado em Células Escamosas), AGUS (Atipias de

Significado Indeterminado em Células Glandulares), Papilomavírus Humano

(HPV) e/ou Neoplasia Intraepitelial Cervical grau I (NIC I) em seis meses;

• Encaminhar as mulheres com laudo citológico de NIC I persistente, NIC II,

NIC III e Carcinoma Invasivo para o atendimento secundário (US Mulher);

• Entregar às mulheres os laudos negativos, com as recomendações

necessárias, orientando o retorno para coleta de exames a cada 3 anos se a

mesma apresentar 2 exames negativos com intervalo de 1 ano;

• Monitorar as mulheres com exames alterados, realizando busca de faltosas

através de visitas domiciliares;

Page 7: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

6

• Enviar a coordenação municipal do Programa Viva Mulher a relação das

mulheres faltosas, que abandonaram o tratamento e que foram a óbito,

sempre que solicitado.

1.2 Compete à Referência Secundária (Unidade de Saúde da Mulher)

• Atender as mulheres encaminhadas pela Unidade Básicas de Saúde,

preenchendo a ficha de referência/contra-referência;

• Realizar colposcopia nas mulheres com NIC I persistente, NIC II, NIC III;

• Realizar biópsia excisional (CAF - Cirurgia de Alta Freqüência) e biópsia

diagnóstica conforme indicação;

• Realizar colposcopia nas mulheres com laudo histopatológico de NIC ou com

margens comprometidas;

• Realizar coleta de material para exame citopatológico e colposcopia de

controle;

• Enviar material de exame citológico e histopatológico para o Laboratório

Municipal;

• Encaminhar à Referência Terciária, via Central de Marcação de Consultas

Especializadas (CMCE), as mulheres com necessidade de tratamento

cirúrgico ou radioterápico;

• Enviar à Coordenação Municipal do Programa Viva Mulher a relação das

mulheres faltosas e das que abandonaram o tratamento e informações

quanto ao seguimento das mulheres atendidas, sempre que solicitado.

1.3 Compete a Referência Terciária

• Atender as mulheres encaminhadas pela Referência Secundária (US

Mulher), preenchendo a ficha de referência/contra-referência;

• Realizar tratamento cirúrgico e/ou radioterápico das mulheres com câncer de

colo uterino;

• Acompanhar a mulher em todos os aspectos que envolvem a doença até o

término do seguimento e referência para a U.S Básica;

• Enviar à Coordenação Municipal do Programa Viva Mulher a relação das

mulheres faltosas, das que abandonaram o tratamento, informações quanto

ao seguimento e das que foram a óbito, sempre que solicitado.

Page 8: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

7

1.4 FLUXOGRAMA DE ATENÇÃO PARA CONTROLE DO CÂNCER DE COLO DO ÚTERO

1.4.1 - Ações na Unidade de Saúde

coleta do citopatológico

distribuição dos exames para laboratórios conveniados

Exame alterado Exame negativo

- ASCUS - AGUS - HPV - NIC I

Referência Secundária (U.S. Mulher)

Retorno periódico para coleta de

exame, a cada 3 anos, se 2 exames anuais negativos

Realizar nova citologia 6 meses após a primeira

Persiste alterado

Negativo

- NIC II - NIC III - Carcinoma Invasivo - Adenocarcinoma

Exame Insatisfatório

Repetir citologia de imediato

Exame Negativo

Exame Alterado

Retorno periódico para coleta de

exame, a cada 3 anos, se 2 exames anuais negativos

Repetir citologia em 1 ano e após 2 anos negativos repetir a cada 3 anos

Unidade de Saúde

Laboratório Municipal

Unidade de Saúde Unidade de Saúde

Unidade de Saúde

Unidade de Saúde

Page 9: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

8

1.4.2 - Ações nas Unidades de Atenção Secundária e Terciária

Unidade de Saúde

Referência Secundária (U.S. Mulher)

Colposcopia

Negativa Insatisfatória

(JEC não visualizada)

Positiva

Citologia em 3 meses

Citologia em 6 meses

Exérese da lesão pinça biópsia

ou CAF

Histopatologia

- Até NICIII com margens livres

- Até NIC III com margens livres ou

- Sem possibilidade de avaliação das margens

- Colposcopia insatisfatória

- Até NIC III com margens comprometidas

- Ou sem possibilidade de avaliação

- Carcinoma escamoso invasor

- Adenocarcinoma invasivo

- Outras neoplasias malignas

Citologia em 6 meses

Citologia em 3 meses

Colposcopia em 3 meses

Referência Terciária

Tratamento

Resolução do caso

Negativa Positiva

Refazer CAF

Unidade de Saúde

Page 10: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

9

2. CONTROLE DO CÂNCER DE MAMA

2.1 Compete à Unidade de Saúde Básica (US)

• Orientar as mulheres da área de abrangência para a realização do auto-

exame das mamas, ensinando a técnica do auto-exame das mamas,

aproveitando todos os momentos de educação em saúde na US:

− sala de espera;

− reuniões da odontologia, dos programas, e outras realizadas com a

comunidade.

• Recrutar as mulheres da sua área de abrangência para a realização do

exame clínico das mamas, em todas as oportunidades de contato com a

população feminina da área de abrangência:

− em todo comparecimento da mulher à US, seja para consulta própria ou

acompanhando familiares;

− durante visitas domiciliares, em especial no trabalho dos Agentes

Comunitários de Saúde;

− em reuniões com a comunidade: grupos de mulheres, Conselho Local de

Saúde, entre outros;

− estimulando o trabalho de voluntários na comunidade na captação de

vizinhas, amigas e parentes.

• Orientar as mulheres recrutadas sobre a importância do diagnóstico e

tratamento precoces com auto-exame das mamas mensal e exame clínico

das mamas anual e orientar medidas de promoção à saúde e prevenção do

câncer de mama;

• Realizar exame clínico das mamas;

• Solicitar mamografia para mulheres com exame clínico das mamas alterado

e mulheres de grupo de risco( mulheres com história familiar de câncer de

mama em ascendentes ou parentes diretos e mulheres com história pessoal

pregressa de hiperplasia atípica, neoplasia lobular in situ ou câncer de mama

prévio) , preenchendo requisição própria.

• Agendar mamografias via Central de Marcação de Consultas Especializadas

(CMCE). Orientar as mulheres que já realizaram exames anteriormente

(ecografia e mamografia) para que levem tais exames pois isto permite a

avaliação da evolução por parte dos serviços que realizarão o exame;

Page 11: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

10

• Nos casos de secreção papilar, coletar e fazer lâmina para citologia,

enviando para o Laboratório Municipal, acompanhado de ficha específica;

• Encaminhar para atendimento na Referência Distrital:

− casos de dúvida no exame clínico;

− mulheres com alteração na mamografia (nos casos com laudos

comprovados e sugestivos de malignidade encaminhar diretamente para

o nível terciário);

− situações em que o laudo da mamografia não é compatível com a

avaliação clínica;

• Enviar à Coordenação Municipal do Programa Viva Mulher a relação das

mulheres faltosas, que abandonaram o tratamento e que foram a óbito,

sempre que solicitado. Obs:

1) Nos casos de pacientes que irão iniciar ou que estão em uso de terapia de reposição

hormonal(TRH), está indicada mamografia para controle

2) A ecografia mamária só poderá ser solicitada pela Referência Distrital, Referência

Secundária e Referência Terciária.

2.2 Compete à Referência Distrital para Patologia Mamária

• Atender as mulheres encaminhadas das U.S Básicas, preenchendo ficha de

referência / contra-referência;

• Realizar punção com agulha fina (PAAF) nos casos indicados, preenchendo

ficha específica, planilha de exames solicitados no dia e encaminhar ao

Laboratório Municipal;

• Solicitar ecografia mamária para diagnóstico complementar, via Central de

Marcação de Consultas Especializadas (CMCE), conforme necessidade;

• Acompanhar casos de doenças benignas;

• Encaminhar para Referência Secundária, via Central de marcação de

Consultas Especializadas(CMCE), casos onde houver dúvida no diagnóstico

e casos onde for necessária biópsia para definição diagnóstica;

• Encaminhar para Referência Terciária, via Central de Marcação de Consultas

Especializadas (CMCE), com ficha de referência / contra-referência, os casos

diagnosticados como câncer de mama;

• Encaminhar para Referência em Patologia Mamária Benigna, via Central de

Marcação de Consultas Especializadas (CMCE), com ficha de referência/

Page 12: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

11

contra-referência, os casos de doença mamária benigna com indicação de

tratamento cirúrgico;

• Dar suporte, via telefone, aos profissionais das US Básicas;

• Enviar à Coordenação Municipal do Programa Viva Mulher a relação das

mulheres faltosas, abandono do tratamento e situação de seguimento dos

casos, sempre que solicitado.

2.3 Compete à Referência Secundária

• Atender as mulheres encaminhadas das Referências Distritais e US Básicas,

preenchendo ficha de referência/contra-referência;

• Realizar punção e biópsia para os casos necessários, preenchendo ficha

específica;

• Solicitar ecografia mamária para diagnóstico complementar e conduta,

quando necessário; via Central de Marcação de Consultas Especializadas

(CMCE), preenchendo requisição específica;

• Acompanhar casos de doenças benignas;

• Encaminhar para Referência Terciária, via Central de Marcação de Consultas

Especializadas (CMCE), com ficha de referência/contra-referência, os casos

diagnosticados como câncer de mama;

• Encaminhar para Referência Hospitalar em Patologia Mamária Benigna, via

Central de Marcação de Consultas Especializadas (CMCE), com ficha de

referência/ contra-referência, os casos de doença mamária benigna com

indicação de tratamento cirúrgico;

• Dar suporte, via telefone, aos profissionais das Referências Distritais e US

Básicas;

• Enviar à Coordenação Municipal do Programa Viva Mulher a relação das

mulheres faltosas, abandono do tratamento e situação de seguimento dos

casos, sempre que solicitado.

2.4 Compete a Referência Terciária

• Atender as mulheres encaminhadas pelas US Básicas, Referência Distrital e

Referência Secundária, preenchendo a ficha de referência/contra-referência;

• Realizar tratamento integral das mulheres com câncer de mama;

Page 13: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

12

• Acompanhar a mulher em todos os aspectos que envolvem a doença até o

término do seguimento e referência para a U.S Básica;

• Enviar à Coordenação Municipal do Programa Viva Mulher a relação das

mulheres faltosas, das que abandonaram o tratamento e das que foram a

óbito, e da situação de seguimento dos casos sempre que solicitado.

• Dar suporte, via telefone, aos profissionais das Referências Distritais e US

Básicas;

2.5 Compete à Referência Hospitalar para Patologia Mamária Benigna

• Atender as mulheres encaminhadas pelas US Básicas, Referência Distrital e

Referência Secundária, preenchendo a ficha de referência/contra-referência;

• Realizar tratamento cirúrgico dos casos encaminhados, conforme indicação;

• Acompanhar a mulher em todos os aspectos que envolvem a doença até o

término do seguimento e referência para a U.S Básica;

• Enviar à Coordenação Municipal do Programa Viva Mulher a relação das

mulheres faltosas, das que abandonaram o tratamento e das que foram a

óbito, e da situação de seguimento dos casos sempre que solicitado.

2.6 Compete ao Serviço de Mamografia e Ecografia Mamária

• Atender as mulheres encaminhadas para exame, via Central de marcação de

Consultas Especializadas (CMCE);

• Preencher os campos destinados ao serviço na ficha própria de requisição

de exames;

• Enviar à Coordenação Municipal do Programa Viva Mulher, mensalmente as

fichas de mamografias e/ou ecografias realizadas, separando-as em

alteradas ou não;

• Enviar à Coordenação Municipal do Programa Viva Mulher, mensalmente,

lista de pacientes com exame alterado e que não foram buscar o laudo num

prazo de dois meses após a realização do exame, indicando nome,

endereço, data de realização do exame e nome do serviço de saúde que

solicitou o exame.

Page 14: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

13

2.7. FLUXOGRAMA DE ATENÇÃO PARA O CONTROLE DO CÂNCER DE MAMA

2.7.1 - Ações na Unidade de Saúde

Auto-exame dasmamas alterado

Consulta por outra sintomatologia ou consulta de rotina

Exame clínico das mamas

Sem alteração

Mamografia

Alterada ou resultado não elucida

achado clínico

Sem alteraçãoOrientação para o

auto-exame das

mamas mensal e

exame clínico das

mamas anual

Referência Distrital

Referência Terciária

Mulher com história de câncer

de mama na família ou doença

prévia

Alterado

Unidade de Saúde

Positiva ou sugestiva de

câncer de mama

Exame Clínico

Page 15: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

14

2.7.2 - Ações nas Unidades de Atenção Secundária e Terciária

Doença benigna das mamas

Estadiamento

Tratamento

Referência Distrital

Avaliação clínica PAAF

Ecografia Mamária

Diagnóstico não elucidado

Referência Terciária

Referência Secundária

Avaliação clínica Biópsia

Ecografia Mamária

Câncer de mama

Sem alteração

Doença benigna das mamas

Sem alteração

Acompanha-mento clínico na Referência

Distrital ou Municipal

Tratamento cirúrgico

Unidade de Saúde

Referência Hospitalar para

patologia benigna

Resolução do caso

Resolução do caso

Unidade de Saúde

Page 16: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

15

Protocolo Técnico

Page 17: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

16

1. Orientações de Promoção à Saúde e Prevenção de Câncer de Mama e Colo do Útero Ter uma alimentação equilibrada, ingerindo frutas, verduras legumes,

grãos e cereais integrais.Evitar alimentos gordurosos, salgados,

enlatados, embutidos e bebidas alcoólicas;

Realizar atividades físicas regularmente: caminhar, correr, praticar

esportes;

Manter higiene íntima tomando banhos diários;

Usar preservativos nas relações sexuais, prevenindo doenças

sexualmente transmissíveis;

Não fumar.

Page 18: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

17

2. Coleta do Exame Papanicolaou ORIENTAÇÃO PRÉVIA À PACIENTE Não estar menstruada;

Abstinência sexual de 24 h antes da coleta;

Nas 48 h que antecedem o exame não usar cremes, óvulos ou duchas

vaginais.

ANTES DA COLETA

Usando lápis identificar a lâmina na borda fosca com:

- iniciais do nome da cliente (todas as iniciais);

- número da Unidade de Saúde.

EXPOSIÇÃO DO COLO

Expor o colo completamente verificando a presença de lesões.

COLETA DA ECTOCÉRVICE Para a coleta na ectocérvice, girar a espátula de Ayre 360º na parte externa

do colo, com a parte mais alongada voltada para o orifício.

Page 19: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

18

ESFREGAÇO COM ESPÁTULA DE AYRE Iniciar o esfregaço próximo à borda fosca, no sentido vertical e de cima para

baixo.

COLETA ENDOCERVICAL

Com a escovinha colhe-se material do canal endocervical girando-a

delicadamente 360º no sentido horário.

ESFREGAÇO COM ESCOVA ENDOCERVICAL

Fazer o esfregaço no sentido horizontal , rolar a escova endocervical

da metade da lâmina para a direita

Não sobrepor o esfregaço com o anterior

Page 20: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

19

FIXAÇÃO - “SPRAY”

Fixar imediatamente com o fixador “spray” , com distância de

aproximadamente 20 cm da lâmina;

Deixar secar a lâmina com o esfregaço para cima.

Importante: Não aproximar muito o tubo de “spray” da lâmina pois, a força do jato pode

prejudicar o esfregaço.

Outras Orientações: Nas pacientes histerectomizadas, fazer o esfregaço no fundo de saco vaginal

com o lado arredondado da espátula de Ayre;

Nas gestantes a coleta endocervical não é contra-indicada, porém, há maior

risco de sangramento. No colo de útero das grávidas ocorre uma eversão

fisiológica, portanto, a coleta ectocervical somente com espátula de Ayre, na

maioria das vezes fornece um esfregaço satisfatório.

Page 21: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

20

3. Auto-Exame das Mamas

Orientar a mulher para examinar suas mamas uma vez por mês, de

preferência 7 a 10 dias depois da menstruação. Se a mulher não menstrua

mais,ela deve escolher um dia no mês e fazer o auto-exame (por exemplo no dia

de seu aniversário) por todos os meses seguintes. O que procurar? Mudança de tamanho e posição das mamas;

Alteração da forma, com saliências ou afundamento da pele;

Alteração da posição, feridas ou manchas ao redor do mamilo;

Caroços nas mamas ou axilas;

Secreção pelos mamilos.

Técnica do Auto-Exame

1. Ficar em pé, diante do espelho, com os braços ao longo do corpo, e observar

qualquer alteração;

2. Repetir o mesmo procedimento com os braços levantados e mantidos atrás da cabeça;

3. Girar lentamente para a esquerda e para a direita e realizar a mesma

observação;

4. Com o braço esquerdo posicionado ao lado do corpo, palpar a mama e axila

esquerda com os dedos da mão direita. Para a mama e axila direita, inverter

a posição e palpar da mesma forma;

5. Deitar de costas, colocar a mão esquerda sobre a cabeça e com os dedos da

mão direita, palpar a mama esquerda. Inverter a posição e palpar da mesma

forma a mama direita. O importante é que toda a mama seja palpada;

6. Pressionar o bico da mama entre os dedos polegar e indicador e observar se

há perda de sangue, ou líquido.

Importante:

• A repetição sistemática do auto-exame levará ao conhecimento das próprias mamas facilitando, assim, a percepção de alterações; • Orientar a mulher que se ela achar alguma alteração não deve se assustar. Deve procurar um serviço de saúde para fazer um exame mais detalhado e receber orientações adequadas pois, a maioria das alterações detectadas no auto-exame não é câncer.

Page 22: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

21

4. Exame Clínico das Mamas

O exame clínico da mama, como qualquer parte do exame físico, pode

ser usado para triagem (detecção de câncer de mama em mulheres

assintomáticas) ou para diagnóstico, para avaliar queixas relativas às mamas,

basicamente para descartar o câncer. Queixas de nódulo mamário ou derrame

papilar devem orientar um exame clínico criterioso.

As variáveis importantes na palpação correta da mama são a posição da

paciente, os limites da mama, a movimentação e pressão dos dedos, a duração

do exame e o padrão de exame.

Posição da Paciente: O exame clínico da mama deve ser feito em duas

posições: sentada e em decúbito dorsal. O decúbito dorsal permite o

achatamento do tecido mamário contra o tórax da paciente, facilitando a

avaliação. A importância das manobras para nivelar a mama depende do

tamanho da mama; estas manobras são particularmente úteis em mulheres com

mamas grandes. Para achatar a parte lateral da mama, faça com que a paciente

gire o quadril contralateral, com os ombros em posição supina e colocando a

mão ipsilateral na testa. Para achatar a parte mediana da mama, a mulher deve

estar deitada de costas, reta, e mover o cotovelo até o nível do ombro.

Limites da Mama: O tecido mamário se estende lateralmente em direção à axila

e perpendicularmente em direção à clavícula. Para certificar-se de que todo o

tecido mamário seja examinado, é melhor cobrir uma área retangular partindo do

limite superior da clavícula, passando pela linha média do esterno, contornando

lateralmente a linha média da axila até fechar no apoio inferior do sutiã.

Dedos: Os três dedos médios são mantidos unidos, com a articulação

metacarpofalangiana levemente fletida. Os bulbos das falanges digitais (não as

pontas) dos dedos são a superfície examinadora. Cada área é palpada fazendo-

se círculos pequenos como se ao redor de uma moeda. Em cada ponto são

feitos três círculos usando três pressões diferentes – leve, média e profunda –

para assegurar a palpação de todos os níveis teciduais (Figuras 1 e 2).

Page 23: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

22

Duração: Um exame cuidadoso de uma mama de tamanho médio (sutiã

tamanho M) deve levar pelo menos três minutos (seis minutos para ambas as

mamas).

PADRÃO DO EXAME:

Com a mulher sentada Realizar a inspeção das mamas, observando anormalidades do mamilo,

ondulações e retração ou enrugamento da pele. Palpar as mamas com a mão direita, apoiando-a, embaixo, com a mão

esquerda.

Palpar a axila esquerda da paciente com a mão direita. Comprimir o

tecido axilar contra o gradil costal na busca de linfonodos aumentados.

Palpar a axila direita com a mão esquerda, da mesma forma.

Com a mulher em decúbito dorsal A palpação começa pela axila e estende-se em linha reta até o apoio

inferior do sutiã. Os dedos então movem-se em linha média, e a

palpação continua para cima no tórax em linha reta até a clavícula. Desta

maneira, a mama inteira é examinada, de cima para baixo, entre a

clavícula e a linha inferior de apoio do sutiã (Figura 3). Para examinar

todo o tecido mamário, as faixas devem ser sobrepostas. Descobriu-se

que este padrão em linha vertical (técnica de “cortador de grama”) é

mais minucioso e completo do que a técnica de círculos concêntricos ou

um padrão radial.

A palpação da área do mamilo é feita da mesma maneira que no restante

da mama.

Page 24: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

23

Abreviaturas ASCUS – Atipias de Significado Indeterminado em Células Escamosas

AGUS – Atipias de Significado Indeterminado em Células Glandulares

HPV - Papiloma Vírus Humano

NIC – Neoplasia Intraepitelial Cervical

CAF – Cirurgia de Alta Freqüência

CMCE – Central de Marcação de Consultas Especializadas

PAAF – Punção Aspirativa por Agulha Fina

JEC – Junção Escamocolunar

US – Unidade de Saúde Básica

TRH – Terapia de Reposição Hormonal

Bibliografia Consultada

1 Viva Mulher – Programa Nacional de Controle do Câncer do colo uterino –

Manual de implantação do Programa, INCA. 1997.

2 Esta Paciente Tem Câncer de Mama? O Exame Clínico de Triagem da

Mama: Deve Ser Feito? Como? Mary B. Barton, Russell Harris, Suzanne W.

Fletcher. Revista JAMA Brasil Janeiro / Fevereiro, 2000, vol4, nº 1.

3 Falando de câncer de mama. CONPREV/INCA/MS- Rio de Janeiro 2000.

4 Mastologia: formação do especialista. Josélio Martins Franco. São Paulo;

Editora Atheneu, 1997.

Equipe de Elaboração da Secretaria Municipal da Saúde Elaine Aparecida Bernardi Campos Karin Regina Luhm Kênia Maria Brero Del Pino Roberto Rosenstein Júnior Revisão do Texto de Mastologia Dr. José Clemente Linhares Sociedade Brasileira de Mastologia - Regional do Paraná Texto e Fotos da Técnica de Coleta do Exame Papanicolaou Cedidos gentilmente pela Drª Rose Fischer

Page 25: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

24

PREFEITURA MUNICIPAL DE CURITIBA

Prefeito CASSIO TANIGUCHI

Secretário

LUCIANO DUCCI

Superintendente MICHELE CAPUTO NETO

Secretaria Municipal da Saúde

Page 26: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

25

AGRADECIMENTOS

Agradecemos a todos os servidores da Prefeitura Municipal de Curitiba

que participaram da elaboração deste protocolo, trabalhando com eficiência e

dedicação para sua concretização.

Especial agradecimento à Sociedade de Brasileira de Mastologia – Seção

do Paraná e à Dra Rose Fischer pela sua prestimosa colaboração.

Page 27: Controle do Cancer de Mama e do Colo do Utero

26