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RREIO
BANCÁRIOBANCÁRIOBANCÁRIO
www.bancarios-es.org.brwww.bancarios-es.org.br
INFORMATIVO DO
SINDICATO DOS
BANCÁRIOS DO ES
FILIADO À CUT
Nº 858
04/09/2009
A 21/09/2009
Campanha Salarial:banqueiros negam tudo
Fotos: Sérgio Cardoso
Baile dos Bancários agitaClube Ítalo Brasileiro
Os banqueiros começaram mal asnegociações da Campanha Salarial. Emtrês rodadas, nenhuma proposta econô-mica e recusa de todas as reivindicaçõesdos bancários, desde as que tratam dedireitos da categoria até as que buscammelhorar o atendimento à população. Aintransigência dificulta o diálogo e leva osbancários para mais uma greve.
No lançamento da Campanha noEspírito Santo, realizado no dia 28 deagosto, os capixabas levaram para asruas do Centro de Vitória (foto) o slogan“Banqueiros e governos: tirem suasmáscaras. Negociação pra valer!”.
Páginas 2, 4 e 5
O Dia do Bancário, 28 de agosto,foi comemorado num baile no ClubeÍtalo Brasileiro. A festa, organizadapelo Sindicato, também marcou olançamento da Campanha Salarial 2009no Espírito Santo. O baile teve como tema“Noite dos Mascarados”.
Página 7
Vitória dos funcionários do Banestes: TRT decide pelareintegração dos demitidos na Campanha 2007
Página 3
Interdito proibitório fere o direito
de greve dos trabalhadores
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Artigo
Aos leitores
BANCÁRIO
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Coordenador Geral:Carlos Pereira de AraújoDiretor de Imprensa: Idelmar CasagrandeEditoras: Sueli de Freitas - MTb 537/92 eKarina Moura - MTb 2375-ES/08Editoração: Jorge Luiz - MTb 041/96Impressão: Gráfica ItaE.mail: secretariageral@bancarios-es.org.brTiragem: 9.000 exemplaresDistribuição gratuita
Informativo do Sindicato dosBancários do Espírito SantoRua Wilson Freitas, 93, Centro,Vitória/ES - 29016-340Tel: (27) 3331-9999Colatina (3722-2647), Cachoeiro(3522-7975) e Linhares (3264-1329)
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12 milhões de
mortos invisíveis
Bancários a caminho da greveOs banqueiros começaram mal as
negociações da Campanha Salarial. Emtrês rodadas, nenhuma proposta econômi-ca e recusa de todas as reivindicações apre-sentadas pelos bancários, desde as que tra-tam de direitos da categoria até as que bus-cam melhorar o atendimento à população.
A intransigência prevalece maisuma vez na mesa de negociações, difi-cultando o diálogo e levando os ban-
cários para mais uma greve. Infeliz-mente, essa é a única liguagem que osbanqueiros entendem.
A pauta de reivindicações dos ban-cários foi construída com o pé no chão,levando em conta o cenário atual do sis-tema financeiro. O setor bancário é o quegoza de mais confortabilidade no Brasil,mesmo num cenário de crise financeirainternacional. Apoiados pela política eco-nômica do Governo Lula, os bancos acu-mulam lucros exorbitantes.
Além dos itens econômicos, que
Enquanto a gripe suína não sai
do noticiário, as doenças negligenciadas
seguem matando sem causar alarde.
Geralmente suas vítimas estão nas
classes sociais mais baixas. Só no Brasil,
doenças já erradicadas em boa parte do
mundo como malária, tuberculose,
hanseníase, dengue e leshmaniose
infectaram mais de 650 mil pessoas em
2005, segundo dados oficiais. Dentre
essas, milhares morreram em decorrên-
cia das enfermidades.
Enquanto a badalada gripe suína
matou algumas centenas de pessoas,
doenças como essas matam mais de 12
milhões todos os anos. Os números são
alarmantes, a diferença no tratamento
da imprensa é escandalosa.
O estardalhaço feito em cima da
nova gripe tem suas serventias. Não
deixa tempo para falar sobre o genocídio
promovido pelo USA no Iraque e
Afeganistão. E ajuda os noticiários a
omitirem a raiz do problema: a poluição
causada pela empresa ianque Smithfield
Foods em terras mexicanas.
De acordo com um alerta
divulgado por médicos e cientistas de
vários países, incluindo o Brasil, há uma
negligência dos governos em relação às
doenças que atingem preferencialmente
as camadas mais pobres : "Embora estas
doenças afetem centenas de milhões de
pessoas, faltam vacinas, diagnósticos e
medicamentos, que sejam seguros,
adaptados às condições de vida das
pessoas afetadas, efetivos, e cujos preços
sejam acessíveis, para combatê-las".
O Fórum Global de Saúde
apontou o "Hiato 10/90", que se refere a
um conjunto de doenças que atingem
apenas 10% da humanidade, mas que
recebem 90% dos investimentos para
pesquisas científicas. Esta omissão
termina por favorecer os interesses de
grandes monopólios farmacêuticos , que
seguem fabricando apenas determina-
dos tipos de remédios.
Por Marcelo Salles,do Jornal Fazendo Média
podem facilmente ser negociados pelosbancos, a pauta da categoria inclui cláu-sulas de cunho social, para melhorar oatendimento aos clientes. A insensibilida-de dos banqueiros, no entanto, é evidente.Alegam que tempo de espera na fila eampliação do horário de atendimentonão são temas para serem discutidos comos bancários. Mas, na verdade, essa pau-ta social, que inclui também a reduçãodas taxas de juros e tarifas, não é de inte-resse dos bancos.
No mundo capitalista, o que inte-ressa é a acumulação do lucro, o que égarantido com a exploração dos traba-lhadores e dos usuários dos sistema finan-ceiro. Derrubar essa política é uma tarefacotidiana, que passa pelas lutas específi-cas e organização popular. Esse é o gran-de desafio da classe trabalhadora.
A Campanha Salarial 2009 é umaoportunidade para os bancários amplia-resm esse debate com a sociedade.
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O
GREVE DOS VIGILANTES I
Após 18 dias de greve,
os vigilantes da Grande
Vitória decidiram
retornar ao trabalho no
dia 3 de setembro.
GREVE DOS VIGILANTES II
Durante a greve, o
Sindicato denunciou à
Polícia Federal os bancos
que, numa afronta à lei,
atenderam ao público.
Banestes
Vitória: TRT decide porreintegração dos demitidos
Sérgio Cardoso
GREVE DOS VIGILANTES III
De acordo com a Lei
7.102, as agências só
podem funcionar com a
presença de vigilantes
patrimoniais.
s bancários do Banestes tiveramuma importante vitória no último dia27: o Tribunal Regional do Trabalho
(2ª Turma do TRT) decidiu pela reintegraçãode sete bancários demitidos na CampanhaSalarial 2007. O Banestes demitiu os traba-lhadores após o movimento grevista daque-le ano. O Sindicato dos Bancários/ES entroucom ação na Justiça questionando a retalia-ção. A decisão do TRT representa uma
vitória contra a pressão patronal para
impedir o direito de greve e de reivin-
dicação dos trabalhadores.Na audiência, após a sustentação
oral da advogada Alba Valéria Alves Fra-ga, a 2ª Turma do TRT julgou, por maioria,procedente o recurso ordinário interpostopelos bancários demitidos do Banestes,acolhendo a tese da existência de práticaanti-sindical e atos discriminatórios. O Sin-dicato entrou com recurso no TRT contes-tando a sentença de primeira instância fa-vorável ao Banestes. Agora só cabe recur-so por parte do banco em Brasília. O acór-dão do TRT ainda não foi publicado.
Dos sete bancários que estão no pro-cesso, seis trabalhavam no Centro de Proces-samento de Dados. As demissões ocorreramapós uma manifestação, ocorrida em outu-bro de 2007, que retardou a abertura do CPDe do edifício Palas Center. Os funcionários doCPD estavam entre os mais mobilizados na-quela campanha para assegurar, entre ou-tras reivindicações, o cumprimento do aditi-vo da Convenção Coletiva no que tange àgratificação de 25% para os novos funcioná-rios – o que foi conquistado posteriormente.A reintegração dos demitidos é uma das rei-vindicações da Campanha Salarial 2009.
PRIMEIRA AUDIÊNCIA DO PROCESSO DE REINTEGRAÇÃO, EM DEZEMBRO DE 2007
As bancárias grávidas devem serafastadas preventivamente do trabalhopara evitar contrair a Gripe Influenza AH1N1(gripe suína). A orientação é da Fe-deração Brasileira de Bancos (Febraban).Segundo o superintendente de Relaçõesdo Trabalho da Febraban, Magnus Apos-tólico, o afastamento para evitar a gripesuína não terá impacto na licença-ma-ternidade, nem prejuízo para remunera-ção e benefícios da empregada gestante.Também não é considerado afastamen-to por doença. As declarações foram fei-tas durante reunião de negociação daCampanha Salarial 2009.
Além do afastamento das grá-vidas, as orientações aos bancos inclu-
Gripe suína: bancárias grávidas devem serafastadas preventivamente do trabalho
em o uso de álcool em gel a 70% parahigienização das mãos, cuidados nalimpeza das unidades e divulgação deinformações sobre prevenção.
No início de agosto, o Sindicatoenviou ofício para os departamentos derecursos humanos dos bancos e aos ges-tores das agências no Espírio Santo soli-citando a adoção de medidas de preven-ção à nova gripe. “Outras doenças ma-tam mais no mundo todo, mas a gripesuína está no início de sua evolução enão sabemos para onde vai caminhar. Éfundamental a prevenção de qualquerdoença, tanto para os bancários quantopara os clientes”, disse a diretora de Saú-de do Sindicato, Bernadeth Martins.
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Bancos negamreivindicações
m três rodadas de negociação daCampanha Salarial 2009, a Fena-ban rejeitou todas as reivindicações
apresentadas pelo Comando Nacional dosBancários relativas a emprego, criação deplanos de cargos, carreira e salários e auxí-lio-educação. Os banqueiros também nãoapresentaram proposta de índice de reajustenem valores para tíquete-refeição, auxílio-creche/babá e cesta-alimentação.
Os bancos se negaram até mesmo agarantir a reposição da inflação dos últimos12 meses sobre os salários. Disseram quesó pretendem formular uma proposta eco-nômica após a quarta rodada, marcada parao dia 9 de setembro, quando entram em de-bate as reivindicações sobre saúde, condiçõesde trabalho e cláusulas sociais.
Sobre a PLR, os banqueiros ape-nas sinalizaram com a disposição deformatar um novo modelo de participa-ção nos lucros e resultados, sem deta-lhar qual seria essa proposta.
MENOS EMPREGO I
Os bancos fecharam
2.224 postos de trabalho
no primeiro semestre de
2009 no país, segundo
dados da Contraf/Dieese.
MENOS EMPREGO II
Em contrapartida, o
sistema financeiro foi o
que teve maior lucro no
primeiro semestre deste
ano no Brasil.
Tempo na fila debanco tem limite!
Queremos acontratação demais bancários!
Sérgio Cardoso
EA Fenaban se recusou a dar garanti-
as de preservação dos postos de trabalho,não aceitando discutir a contratação de maistrabalhadores nem mecanismos para garan-tir o cumprimento da jornada de 6 horas.
A representação patronal se negou areconhecer a Convenção 158 da Organiza-ção Internacional do Trabalho (OIT), que pro-íbe demissões imotivadas, dizendo que essaé uma convenção “anacrônica”. Outra re-cusa foi a discussão sobre o limite de perma-nência máxima de 15 minutos nas filas, oque obrigaria os bancos a contratarem maisbancários para melhorar o atendimento àpopulação. Os banqueiros disseram, ainda,que não discutem com os bancários a ampli-ação do horário de atendimento.
“É um total descaso com a categoria.Temos que intensificar a mobilização e cons-truir a greve, única linguagem que os ban-queiros entendem”, afirmou o representantedo Espírito Santo no Comando Nacional dosBancários, Idelmar Casagrande.
NO LANÇAMENTO DA CAMPANHA NO ESPÍRITO SANTO, OS BANCÁRIOS
COLARAM CARTAZES NAS AGÊNCIAS PEDINDO NEGOCIAÇÕES PRA VALER
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Capixabas lançamCampanha Salarial
om bastante irreverência, os bancá-rios capixabas lançaram a Campa-nha Salarial 2009 em 28 de agosto,
Dia do Bancário, numa caminhada peloCentro de Vitória. Um gigante com pernasde pau levando um saco bem cheio de di-nheiro representou os banqueiros. Ao seulado, um homem baixo, com um saquinhodo tamanho do salário dos bancários e acarteira vazia.
Acompanhados com carro de som,cartazes e atores circenses, os trabalhado-res distribuíram panfletos e conversaramcom a população. Apesar da crise, lembra-ram os bancários, o setor financeiro conti-nua sendo o mais lucrativo do país, o quesignifica que os banqueiros podem atenderàs reivindicações da categoria e melhorar oatendimento à população. A caminhadapartiu do Banestes Palas Center e seguiu pe-las avenidas Jerônimo Monteiro e PrincesaIsabel, com paradas em frente às agências.
Na Praça 8, em frente à agência Cen-tral do Banestes, os bancários encontraram-se com os vigilantes, que estavam em greve,e fizeram um breve ato. “É preciso que ostrabalhadores estejam juntos para enfren-
C
Nas ruas
BANESTES I
No dia 28, ao final da
caminhada em Vitória,
os bancários entregaram
a pauta de reivindicações
específicas ao Banestes.
BANESTES II
Roberto Penedo estava
em reunião e a pauta foi
protocolada na Secretaria
Executiva. 46,31% é o
índice de reajuste.
Fotos: Sérgio Cardoso
tar os banqueiros. Seja o banqueiro Lula,responsável pelos bancos públicos federais,seja Hartung, responsável pelo Banestes e oBandes, ou os banqueiros privados. Todosse juntam para imprimir condições de tra-balho degradantes, com grandes filas e in-
CONTRASTE: O TAMANHO DO LUCRO DOS BANCOS E O SALÁRIO DOS BANCÁRIOS
BANDES
Também no dia 28, o
Sindicato entregou a
pauta dos bancários do
Bandes. O reajuste
reivindicado é de 31,51%.
segurança nas agências, com altas taxas dejuros e tarifas. Exigimos que os bancários,os vigilantes, os clientes e usuários de ban-cos sejam tratados com mais respeito”, dis-se o coordenador geral do Sindicato, CarlosPereira de Araújo (Carlão).
O slogan da Campanha 2009 no Es-pírito Santo é “Banqueiros e governos: tiremsuas máscaras. Negociação pra valer!”. Omote faz referência às propagandas dos ban-cos sobre um suposto compromisso com asustentabilidade do planeta e com a respon-sabilidade social. Os bancários denunciamque não há responsabilidade no pagamentodos salários, sempre baixos; não há respon-sabilidade com a segurança de clientes e tra-balhadores e não há responsabilidade na co-brança de altas taxas de juros e tarifas.
PANFLETAGEM NO
BANESTES, ONDE
TAMBÉM FOI FEITA
A ENTREGA DA
MINUTA
ESPECÍFICA
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“É necessário um outromodelo econômico”
Moacir Lopes – da Federação Nacional dos Sindicatos
de Trabalhadores em Saúde, Trabalho, Previdência e
Assistência Social – afirma ao CB que o acordo feito
entre o Governo Lula, a CUT e a Força Sindical sobre
aposentadoria não contempla as necessidades dos
trabalhadores. Ele defende a aprovação de projetos
que já tramitam na Câmara Federal.
“É necessário um outromodelo econômico”
“ Não podemos permitir que o
governo aprove uma lei para
prejudicar e penalizar ainda
mais os trabalhadores ”
Acordo mantém arrochosalarial e fator previdenciário
Sérg
io C
ard
oso
Moacir Lopes
Diálogo
Quais são as novas regras pro-postas pelo governo que serão envia-das ao Congresso Nacional?
A proposta apresentada em acordoespúrio com a CUT e Força Sindical não re-conhece a existência de perdas salariais epropõe reajustar os salários dos benefíciosentre 2010 e 2011 considerando a inflaçãopelo INPC mais 50% do valor do PIB, con-forme o crescimento da economia dopaís. Portanto, não prevê a reposição dasperdas, que, segundo a COBAP (Con-federação Brasileira dos Aposenta-dos), ultrapassa os 70% consideran-do apenas os últimos seis anos do Go-verno Lula. Prevê reajuste de 3,64%mais 2,55%, que é a previsão de cres-cimento do PIB. Ou seja, uma pro-posta muito aquém da que vem sen-do reivindicada pelo movimento sindical.
Quais são as propostas apresen-tadas pelo movimento?
Há propostas em tramitação na Câ-mara dos Deputados. Defendemos um rea-juste de 16,67% retroativo a 2006. O projetoque trata disso (PL 18/2006) já passou noSenado por unanimidade, inclusive. Propo-mos o mesmo índice de reajuste do saláriomínimo a todos os aposentados e pensio-nistas (PL 01/2007); reivindicamos a atuali-zação do benefício de acordo com o núme-ro de salários mínimos da época da conces-são do benefício (PL 4434/2008) e apresen-tamos a proposta que prevê o fim do fatorprevidenciário (PL 3299/2008). O movimen-to defende também uma auditoria nas con-tas para verificar qual é o orçamento realda Previdência Social hoje no país, porque
há arrecadações sobre loterias, Confins, lu-cros de bancos, por exemplo, que, emborasejam para Seguridade Social, nunca foramaplicados na Previdência. Somente o valorarrecadado sobre a folha de pagamento,contribuições das empresas e individuais sãoaplicadas na Previdência hoje. Por isso faltadinheiro para mantê-la. O governo vai reti-rando as fontes de financiamento, utilizan-do os recursos para fazer outras coisas edepois diz que não tem dinheiro. Queremos
manter a Previdência Social como um direi-to: pública, universal, gratuita para todos ostrabalhadores e garantida pelo Estado.
A mudança do fator previdenci-ário para 85/95 contempla a reivindi-cação do movimento?
Não. Defendemos que todos ostrabalhadores se aposentem consideran-do o tempo de serviço (homens com 35anos e mulher com 30) e não o tempo decontribuição e de idade . Era assim até1997, quando FHC mudou. Essa é a defe-sa histórica do movimento sindical, masagora a CUT e a Força Sindical se rende-ram ao governo e aceitaram a existênciade um fator previdenciário, propondoque as mulheres se aposentem com asoma de 85 anos, entre tempo de contri-buição e idade, e os homens com 95. So-
mos contrários porque é inconstitucional eatende somente aos interesses dos fundosprivados de pensão. Intersindical, CTB, Con-lutas e outras organizações sindicais sãocontra esse ataque. Vamos construir nasruas mais uma luta coletiva pra derrubaressa proposta. Não podemos permitir queo governo aprove leis para prejudicar e pe-nalizar os trabalhadores, que devem ficaratentos, porque essas mudanças vêm nosentido de privatizar a Previdência Social.
Qual a diferença entre con-siderar o tempo de serviço e o tem-po de contribuição?
Antes, para você se aposentar,eram considerados os 35 anos de servi-ço, ou seja, era considerado todos osanos em que a pessoa trabalhou. Mes-mo que ela não tivesse contribuído du-
rante todos os 35 anos, ao completar o tem-po de serviço, comprovando que no perío-do em que não contribuiu ela estava traba-lhando, conseguia se aposentar. Isso mu-dou em 97, quando criaram o fator previ-denciário. Só se aposenta o trabalhador quetiver contribuído integralmente durante to-dos os meses em que trabalhou.
E a inconstitucionalidade do usoda idade no fator previdenciário?
Não é previsto na Constituição que aaposentadoria seja por idade. Porém, a re-forma da Previdência que instituiu o fatorprevidenciário foi uma criação maquiavéli-ca da equipe do FHC para conseguirem im-por indiretamente o parâmetro da idadecomo requisito para aposentadoria. Na prá-tica o fator impõe um limite de idade para otrabalhador se aposentar.
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PerfilJoão Luiz
Nogueira Queiroz
Baile marca Dia do
Bancário em Vitória
o
João Luiz Nogueira
Queiroz, 39 anos, é
bancário do Banco do
Brasil (Av. Rio Branco)
e, nas horas vagas,
pega ondas.s capixabas comemoraram o Diado Bancário num baile no Clube Íta-lo Brasileiro no dia 28. A festa, or-
ganizada pelo Sindicato, também marcouo lançamento da Campanha Salarial 2009no Espírito Santo. A comemoração foi atéa madrugada seguinte, com muito agitona pista de dança, ao som de Paulo Wo-ops e Banda.
O baile teve como tema “Noite dosMascarados”. Algumas pessoas compare-ceram a caráter, com máscaras bastanteproduzidas; outras preferiram adereçosmais discretos. Além de dar um toque derequinte à festa, o uso de máscaras foi umareferência à Campanha 2009.
“O músico tem que
sofrer, sorrir e chorar
com o seu povo.”
Maurício de Oliveira
(violonista capixaba que
faleceu no dia 01.09.2009)
Como você conheceu o surfe?Quando era criança havia expe-
rimentado, mas não vingou. Há uns seteanos meu filho se interessou pelo espor-te. Comprei a prancha e o levei para sur-far. Na praia, encontrei um amigo doBB que me incentivou a também prati-car o esporte. Meu filho abandonou aprancha pouco depois, mas eu não con-segui parar.
O que essa prática esportivatrouxe de bom para você?
Logo no começo fiquei completa-mente tomado pelo esporte. Acordava às4h30 para surfar antes de ir para o tra-balho. Minha rotina se transformou, omar me ofereceu uma alegria que aindanão havia experimentado. Foi o remédiopara segurar a rotina estressante do ban-co. Hoje surfo nos finais de semana.
Você trabalha no BB há quantotempo?
Desde os quinze anos. Entrei comomenor estagiário e hoje sou gerente da agên-cia. Transitei por vários cargos e trabalheiem muitas agências, inclusive no interior.
SORTUDO
O ganhador da TV LCD
sorteada pelo Sindicato no
Baile dos Bancários foi o
convidado Murillo Guzzo
(à dir.), de João Neiva.
O slogan da Campanha no Estadoé: “Banqueiros e governos, tirem suasmáscaras. Negociação pra valer”. Duran-te o baile, o coordenador geral do Sindi-cato, Carlos Pereira de Araújo (Carlão),convocou a categoria para uma amplamobilização na Campanha.
A diretora do Sindicato LucimarBarbosa foi homenageada com um bu-quê de flores pelos dois mandatos à fren-te da pasta da Cultura, sempre produzin-do eventos - como o Baile dos Bancários -com muito carinho e dedicação. Na pró-xima gestão, que terá início no final desetembro, Lucimar vai assumir a pasta deRelações Sindicais.
AO SOM DE PAULO WOOPS E BANDA, O BAILE FOI ATÉ A MADRUGADA DO DIA 29
USANDO MÁSCARAS OU NÃO, OS BANCÁRIOS E CONVIDADOS ERAM SÓ ALEGRIA
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Fotos: Sérgio Cardoso
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BANCÁRIOBANCÁRIO
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Interdito proibitóriofere o direito de greve
uso do interdito proibitório pelasempresas contra as mobilizaçõesdos trabalhadores foi considera-
do uma afronta ao direito constitucionalde greve pelos presentes ao seminário "In-terdito Proibitório x Direito de Greve", re-alizado pela Contraf-CUT no dia 24 deagosto, em São Paulo.
Ao final do evento, os representan-tes sindicais dos bancários afirmaram quevão formalizar denúncia sobre o uso abu-sivo dos interditos proibitórios por partedos bancos e da Justiça junto à Organiza-ção Internacional do Trabalho (OIT).
O presidente da OAB Nacional, Ce-zar Brito, disse que o abuso do interditoproibitório por parte dos bancos e da Jus-tiça deve-se à visão patrimonialista queainda impera nas classes dominantesbrasileiras e, por extensão, no Judiciário."A OAB está muito preocupada com astentativas de criminalização dos movi-mentos sociais no Brasil e com a visãopolicialesca e conservadora que ganhacada vez mais força, inclusive no Primei-ro Mundo", disse Brito.
Omar Afif, da Procuradoria Geraldo Trabalho, ressaltou que o interdito sópode ser usado se houver ameaça à pos-se. "No caso do direito de greve não háreceio de perda da posse. É o principalmecanismo do trabalhador de enfrenta-mento da força empresarial. Exercício jus-to e legítimo. Não há intenção de ocupa-ção perpétua do estabelecimento". E dissemais: "Interdito é prática anti-sindical por-que atenta contra a prática fundamentaldos sindicatos."
Fórum organiza III ENJUNES
Sérgio Cardoso
POLUIÇÃO - A noite estava linda,mas a vista do horizonte ficou preju-dicada. A foto acima foi feita da va-randa do Clube Ítalo Brasileiro, naIlha do Boi, em Vitória, durante o Bai-le dos Bancários, em 28 de agosto.Revela a poluição que vitima os ca-
Para discutir os problemas cotidi-anos enfrentados por jovens negros noBrasil, como a violência e o racismo, oFórum Estadual de Juventude Negra (FE-JUNES) realizará no dia 12 de setembromais uma etapa regional do III ENJUNES(Encontro da Juventude Negra). O encon-tro da região metropolitana será em Cari-acica, na Escola Jocarly Gomes Salles, AltoLage, a partir das 9 horas.
O evento pretende reunir jovens es-tudantes, capoeiristas, ativistas do movi-mento Hip Hop e demais organizaçõessociais. Na programação estão previstasapresentações culturais, palestras e de-
bates. Além disso, acontecerá a exibiçãodo vídeo "Mais um", produzido pelo FE-JUNES em parceria com o Centro de Co-municação e Cultura Popular Olho daRua, que retrata a realidade da juventu-de negra capixaba e que foi premiadorecentemente, como melhor documentá-rio, no Festival Visões Periféricas, ocorri-do no Rio de Janeiro. Além do lançamen-to da Cartilha "Racismo: tô fora", tam-bém produzida pelo Fórum.
A etapa estadual do ENJUNES, quepretende reunir os jovens que participa-ram das regionais, acontecerá nos dias 25,26 e 27 de setembro de 2009, em Vitória.
Os bancários vão
denunciar a prática
anti-sindical dos
bancos à OIT
pixabas, devido à emissão de polu-entes industriais que comprometema qualidade do ar da Grande Vitória.Enquanto isso, as empresas ArcelorMittal Tubarão e Vale continuam fa-zendo propagandas do compromis-so com o meio ambiente.
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