Crise no paraguai

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breve análise sobre o possível golpe branco contra Fernando Lugo e os possíveis interesses pode de trás desses acontecimentos.

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Prof: Vítor Moraes Ribeiro

Manuel Zelaya ex-presidente de Honduras é deposto em 2009;

Fernando Lugo em 2012 também é deposto, os dois “legalmente”, mas para muitos devido a base parlamentar forte de direita que é contra as medidas de esquerda tomadas por esses presidentes.

Por razões distintas, nem Manuel Zelaya nem Fernando Lugo quiseram ou puderam criar as condições para uma ampla mobilização popular em defesa de seus mandatos e da ordem constitucional quando os golpistas começaram a tecer seus planos. O primeiro porque havia feito um rara passagem da oligarquia para o campo progressista, perdendo velhos amigos sem ganhar a confiança plena dos novos aliados. O segundo porque, eleito por uma coalização à esquerda, foi frustrando seus seguidores com concessões infindáveis, no afã de apaziguar as forças conservadoras. Perdeu antigos apoios e, de quebra, acabou derrubado por quem tentou cativar (Fonte: Carta Maior, junho de 2012)

Partidos tradicionais que jamais se conformaram com a chegada à presidência de um bispo ligado aos movimentos sociais. A conspiração contra Lugo estava no Palácio, através do Vice-Presidente que agora, “surpreso”, assume o governo, amparado nas lideranças parlamentares que certamente o “ajudarão” a governar dentro da democracia.

Zelaya na embaixada brasileira, jamais voltou ao poder.

Centro das conspirações da crise no Paraguai estão grupos de latifundiários e banqueiros, associados a empresas de comunicação, que rejeitam qualquer reforma voltada para a democratização da terra ou o controle dos mecanismos rentistas.

O golpe de Estado de 2002, contra Chávez, só foi possível quando a operação midiática dividiu as forças armadas e a base parlamentar governista, tirandou-lhe maioria na Assembléia Nacional. O boliviano Evo Morales, mesmo sem ter sido vitima de um golpe aberto, também viveu agruras parecidas. (Fonte Carta Maior, junho de 2012)

O Brasil vive cenário bastante semelhante. O ápice desse conflito ocorreu em 2005, quando as forças conservadoras estiveram a poucos passos de apostarem no impedimento do presidente Lula. Faltou-lhes coragem e sobraram-lhes dúvidas sobre como reagiriam as ruas. (Fonte Carta Maior, junho de 2012)

Diferentemente de Honduras, o Brasil tem forte influência no Paraguai;

MERCOSUL;

UNASUL;

ITAIPU;

Brasiguaios.

A tentativa de golpe contra o Presidente Chavez, a deposição de Lugo pelas “vias legais”, a rápida absorção do golpe “branco” em Honduras, a utilização do território colombiano para a instalação de bases militares estrangeiras têm algum nexo de causalidade ?

Pela queda de Lugo, agradecem os que apostam num autoritarismo “constitucionalizado” na A.L., de caráter antipopular e pró-ALCA. Agradecem os torturadores que não terão seus crimes revelados, agradecem os que querem resolver as questões dos movimentos sociais pela repressão. Agradece, também, a guerrilha paraguaia, que agora terá chance de sair do isolamento a que tinha se submetido, ao desenvolver a luta armada contra um governo legítimo, consagrado pelas urnas. Tarso Genro – Governador do Rio Grande do Sul.

Um parceiro dentro do MERCOSUL.

Enfraquecimento do MERCOSUL e implicações a adesão venezuelana no bloco;

Expansão do agronegócio no Chaco paraguaio, vazio demográfico.

“Monsanto à Cargill, da Bunge à Basf — é a famosa “segurança jurídica”. Ou seja, elas querem a garantia de que seus investimentos não correm risco. É óbvio que Fernando Lugo, a esquerda e os sem terra do Paraguai oferecem risco a essa associação entre o agronegócio e o capital internacional, num momento em que ela se aprofunda.”

(Fonte: viomundo.com.br acesso 25/06/2012)

Mariscal Estigarribia, no Chaco : um aeroporto que

cairia como uma luva como base dos Estados Unidos. Seria como ponto de apoio e reabastecimento para o deslocamento das forças especiais, o que faz parte da nova estratégia do Pentágono. O renascimento da Quarta Frota, responsável pelo Atlântico Sul, veio no mesmo pacote estratégico.

É o neocolonialismo, agora faminto pelo controle

direto ou indireto das riquezas do século 21: petróleo, terras, água doce, biodiversidade.

Um Paraguai alinhado a Washington, portanto, traz

grandes vantagens potenciais a interesses políticos, econômicos, diplomáticos e militares estadunidenses.