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Curso PSICOMOTRICIDADE
Disciplina
CRIATIVIDADE
Curso PSICOMOTRICIDADE Disciplina
CRIATIVIDADE
Dina Lúcia Chaves ROCHA
www.avm.edu.br
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bre
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Olá, me chamo DINA LÚCIA CHAVES ROCHA, foi com grande
satisfação que preparei este material sobre Criatividade, para
você. Antes de iniciarmos os nossos estudos sobre este tema que
é tão rico, gostaria de relatar a minha trajetória, falar um pouco
das minhas experiências e qual a minha relação com a
Psicomotricidade e a Criatividade.
Em 1994, me graduei em Psicologia no Centro Universitário Celso
Lisboa. Durante a graduação fiz formação em Orientação
Vocacional.
Em 2000 concluí uma Pós-Graduação em Psicomotricidade, nesta
instituição.
Em 2001 Iniciei o Mestrado em Ciências Pedagógicas, no ISEP –
Instituto Superior de Estudos Pedagógicos. Paralelamente ao
Mestrado, fui convidada para atuar como professora no antigo
AVM, atualmente IAVM – Instituto a Vez do Mestre.
Terminei o Mestrado em dezembro de 2003, desenvolvendo uma
pesquisa na área de Educação e Psicomotricidade. Minha tese teve
como tema: “A Importância das Atividades Psicomotoras Escolares
na Educação Infantil”.
Em 2004 iniciei uma formação em Arteterapia, na clínica Pomar,
com Ângela Philippini. Comecei a pesquisar sobre a criatividade e
suas implicações na vida do ser humano.
Atualmente, continuo atuando como Psicóloga Clínica (consultório
particular) e como Professora em alguns cursos de Pós-Graduação
do IAVM – Presencial, como:
Arteterapia, Psicomotricidade, Psicopedagogia, Educação Inclusiva,
Docência do Ensino Superior, Docência do Ensino Fundamental e
Médio, Administração Escolar, Supervisão e Orientação
Educacional, entre outros.
Espero que este material didático possa contribuir com a sua
formação e na sua prática como Psicomotricista e/ou Educadora.
Su
mário
07 Apresentação
09 Aula 1
O que é criatividade?
41 Aula 2
A pessoa criativa
67 Aula 3
Processo do pensamento criativo
83 Aula 4
O ambiente criativo
99 Aula 5
Educação emocional e a personalidade criativa
117 Aula 6
Atividades práticas I
137 Aula 7
Atividades práticas II
157 AV1
Estudo dirigido da disciplina
160 AV2
Trabalho acadêmico de aprofundamento
162 Referências bibliográficas
Criatividade
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É com enorme prazer que bordaremos neste caderno um conceito
que vem se destacando em todas as áreas: na educação, na
empresa, na vida...
A Criatividade está inerente em todos os seres humanos e o seu
exercício trás realização pessoal, bem estar, saúde mental,
flexibilidade, liberdade de pensamento e imaginação, possibilidade
de ver a vida e as coisas de uma forma diferente. A Criatividade
por si só, já é curativa.
Entre os principais fatores que contribuem para o processo
criativo, está a relação do indivíduo com sua motivação afetiva
direcionada para a experiência. Entender este processo e a
importância da motivação interna e externa irá facilitar a sua
atuação na construção da escola criativa.
Neste caderno poderemos entender qual a importância da
criatividade, como trabalhar a criatividade, como se dá o processo
criativo, a importância da criatividade no ambiente escolar, entre
outros.
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Este caderno de estudos tem como objetivos:
Apresentar o termo CRIATIVIDADE, sua origem, seu significado
e algumas definições.
Discutir sobre a pessoa criativa e as características da
personalidade criativa.
Analisar o processo criativo e suas diferentes fases.
Demonstrar a importância e a influência que o ambiente
criativo tem sobre o indivíduo, os estímulos, a motivação.
Relatar alguns direcionamentos ligados a educação.
Favorecer a você a oportunidade de exercitar a sua criatividade
ao vivenciar as técnicas criativas sugeridas, nas duas últimas
aulas. Depois de vivenciar, aplique em seus alunos e/ou
clientes.
O que é criatividade?
Dina Lúcia Chaves Rocha
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Nesta aula iniciaremos um contato com este tema que é tão
importante e foco de nossos estudos: A Criatividade.
Muitas são as pesquisas em todas as áreas que tem interesse em
desvendar sua origem, de que forma se estruturou e como é
abordada e definida.
Cada pesquisador e teórico explica a relação do homem com o seu
potencial criativo de acordo com as suas abordagens teóricas.
Cada abordagem teórica tenta dar uma explicação para o homem
ser criativo. Todas têm em comum uma verdade que permeia o
entendimento sobre este tema que é tão polemico.
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Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja
capaz de:
Informar a sobre a origem e significado da palavra criatividade;
Identificar o período em que o homem iniciou as suas
manifestações criativas e analisar de que forma têm se
desenvolvido os estudos que envolvem este tema;
Conhecer os conceitos e definições de criatividade e seus
devidos autores;
Conhecer as diferentes abordagens e teorias sobre a
criatividade e ser capaz de associá-las as suas definições.
Aula 1 | O que é criatividade? 10
Origem da Palavra Criatividade
A palavra “CRIATIVIDADE” tem sua origem
etimológica na palavra “CRIAR”, derivada do Latim.
Considerações Históricas Sobre a
Criatividade – Linha do Tempo
Podemos observar a manifestação da
criatividade do homem, tendo sua origem, na época da
pré-história, período anterior ao aparecimento da
escrita. Os desenhos nas paredes das cavernas, era a
forma encontrada, pelo homem pré-histórico, para
comunicar, expressar, representar a sua realidade.
O homem a partir das suas necessidades se viu
motivado a criar, inventar, dar respostas e soluções
criativas. Tinha o objetivo de facilitar as suas atividades
diárias de caça de animais, pesca, coleta de frutos e
raízes, que garantiam a sua sobrevivência.
Os arqueólogos nos ajudam a ter provas desta
época, onde o homem iniciou suas invenções. As
escavações descobrem machados, lanças, esculturas,
vasos e potes de barro, já nas cavernas descobriram as
pinturas e muitas outras formas de “Arte Rupestre”.
A criação de artefatos, a descoberta do fogo, a
invenção da roda, do barco demonstraram a capacidade
inventiva do ser humano, já na pré-história. Hoje em
CRIATIVIDADE
Tem sua origem na palavra
“CRIAR”
Derivada do Latim
“CRIARE”
Importante
Sousa (in Sousa, 2005) afirma que as palavras criar e criatividade, também, são ligadas etimologicamente ao termo grego “GREER” que significa fazer, produzir, criar.
::CRIAR:
É fazer e ser.
Quer saber mais?
Arte Rupestre Pintura encontrada nas cavernas. Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/arte_rupestre
Origem da palavra criatividade 10 Considerações históricas sobre a criatividade – Linha do tempo 10 Linha do tempo 12 Conceitos e definições de criatividade 17 Abordagens e teorias sobre criatividade 20
Aula 1 | O que é criatividade? 11
dia o homem continua criando, mas as suas
necessidades e motivações são outras.
Agora, vamos dar um salto na História...
Avançando no tempo... Iremos para uma época onde já
existe a escrita... Livros... A comunicação se
estabeleceu de várias formas. O homem já é capaz de
questionar e pesquisar sobre a criatividade, a
criação, seu processo, seu produto.
É apontado pela literatura que os
questionamentos sobre a criatividade tiveram início na
Grécia Antiga.
Com o objetivo de fornecer, a você leitor, um
panorama histórico sobre a época que iniciou os
questionamentos, época em que se desenvolveram os
estudos sobre a criatividade, construímos uma linha
do tempo.
Os autores muitas das vezes fornecem poucos
dados históricos, sendo assim reunimos ‘vários’ autores
para ir construindo a Linha do Tempo da
Criatividade¹ e poder perceber a sua evolução, as
interferências sofridas, as implicações de outras teorias,
e principalmente identificar os pesquisadores e suas
contribuições. Vale lembrar que algumas datas são
marcadas pela publicação de algumas pesquisas ou
estudos.
Para construir esta linha do tempo contamos
com as pesquisas de alguns autores como: Sternberg e
Lubart (1999 e 2003), Lubart (2003), Albert e Runco
(1999), Kneller (1978), Chiesa (2004), Sens (2006),
Wechsler (1993 e 2002), entre outros.
Para navegar
Uma ótima dica é o site: www.historiadaarte.com.br Leia mais sobre a história da arte e seus desdobramentos.
Dica da professora
Mais detalhes destas publicações na Bibliografia.
Importante
¹A Linha do Tempo da Criatividade apresentada posteriormente foi criada pela autora
deste caderno, as datas e acontecimentos históricos foram obtidos em pesquisas bibliográficas.
Aula 1 | O que é criatividade? 12
Linha do Tempo
Grécia Antiga – A literatura aponta, esta
época, como marco na origem dos estudos
sobre criatividade. Neste período a
criatividade era associada ao misticismo,
inspiração divina, dádiva de Deus¹.
Império Romano – Durante o
fortalecimento da igreja católica na
sociedade, os questionamentos filosóficos e
os estudos para compreensão da criatividade
foram abafados, deixados de lado.
Século XVII – (Período Renascentista)
Criatividade volta a ser discutida e tornar-se,
mais uma vez, objeto de estudos e
discussões.
Século XVIII – Kant em sua “Crítica do
Juízo” associou criatividade à genialidade.
Este período foi marcado pelos debates
filosóficos sobre os “Gênios Criativos”, nesta época o
assunto se fortaleceu.
Século XIX – Marca o ínício dos estudos
empíricos sobre a criatividade.
Os pensadores reforçam os estudos sobre os
gênios criativos, e questionam: Quem é criativo? O
que é criatividade? Quais as características das
pessoas criativas?
Francis Galton – Foi um dos teóricos que,
nesta época, desenvolveu estudos sobre os “Gênios
Criativos”.
Século XX – Os estudos sobre a criatividade
são aprofundados por diversos autores e
diferentes correntes teóricas.
GRÉCIA ANTIGA
Aula 1 | O que é criatividade? 13
Estudos de Alfred Binet mostravam que nesta
época a criatividade encontrava-se associada ao
conceito de inteligência.
Freud definia criatividade como resultado de
uma tensão entre realidade consciente e pulsões
inconscientes.
1923 – Osório César fez uso da arte com
intuito terapêutico.
1926 – Wallas Deu início aos estudos sobre
processo criativo e suas fases (preparação,
incubação, iluminação e verificação).
1946 – Nise da Silveira também fez uso da
arte com intuito terapêutico e marcou sua
época com os trabalhos que desenvolveu.
1950 – Guilford relaciona criatividade com
as capacidades intelectuais, posteriormente
com pensamento divergente.
1953 – Osborn desenvolveu técnica
“BRAINSTORM” (Tempestade de Idéias), para
estimular a criatividade.
1960 à 1965 – Neste período Osborn,
Parnes, Gordon e outros trabalhavam com
estudos direcionados à estimular a
criatividade. Aprofundavam seus
conhecimentos das técnicas: “Brainstorming e
Creative Problem Solving”.
1961 – Gordon desenvolveu “Técnica
Sinética” para estimular a criatividade.
1962- Mednick disse em sua publicação
“The associative basics ofthe creative
process”, que criar é fazer conexões. Mais
detalhes sobre esta publicação na bibliografia.
1963 – Nesta época, Gelzels e Jackson
estudaram a distinção entre criatividade e
inteligência.
Aula 1 | O que é criatividade? 14
1965 - Wallach & Kogan desenvolveram,
também, um estudo sobre criatividade e
inteligência.
Torrance apresentou seus estudos sobre os
processos do pensamento criativo.
1966 – Torrance criou o “Teste de
Criatividade Verbal e Figurativo”.
1968 – A. Maslow fez uma escala das
características encontradas em pessoas
criativas, da personalidade criativa.
1970 – Edward De Bono Desenvolveu
estudos sobre o pensamento lateral.
1971 – Eberle criou a técnica “SCAMCEA”,
que favorece o desenvolvimento da
criatividade.
1974 – Adams estuda os bloqueios e as
falsas crenças que dificultam a expressão da
criatividade.
1976 – A. Maslow em sua publicação fala
sobre a importância da Arte-educação e
criatividade;
1977 – Parnes, Noller & Bione
desenvolveram a técnica criativa de
“Resolução de Problemas”.
1978 – D. Mackinnon assim como Maslow
em 1968, fez uma escala das características
encontradas em pessoas criativas. Pesquisou,
também, sobre as especificidades dos
hemisférios cerebrais no pensamento criativo.
Depois outros autores contribuíram com o
desenvolvimento desse assunto em suas
publicações.
1980 à 1990 – É desenvolvido pesquisas
sobre traços de personalidade, estilos
cognitivos, motivação.
Aula 1 | O que é criatividade? 15
Amabile estuda o papel da motivação intrínseca
na criatividade.
1980 - Torrance & Ball criaram um sistema
de avaliação da criatividade com figuras.
1981 – Wechsler verificou a importância da
analogia para a criatividade verbal.
1982 – N. Rogers desenvolveu um trabalho
chamado “Conexão Criativa” (Relação com
o universo).
1983 – Von Oech, também, desenvolveu
estudos sobre bloqueios e as falcas crenças
que dificultam a expressão da criatividade.
1984 – Torrance, Taggart & Taggart
criaram um instrumento para medir os estilos
de pensar a fim de verificar a predominância
do hemisfério direito, esquerdo ou integrado.
1985 - Shallcross dá exemplos de barreiras
perceptuais.
1986 – Adams publica trabalho sobre seus
estudos iniciados em 1974.
Wechsler & Guerreiro a partir das pesquisas
de Bruch (1981) identificaram as características da
mulher criativa brasileira.
1987 – Kirton criou instrumento de
avaliação dos estilos adaptador e inovador -
“Teste de Kirton sobre Avaliação e Inovação”
= (KIrton Adaptation – Innovation Inventory).
Estudou a relação existente entre estilo
inovador e hemisfério direito.
Ostrower em sua obra declara que a
criatividade envolve toda a sensibilidade do ser
humano, sendo assim, o processo criativo articula com
a sensibilidade.
Você sabia?
A Conexão Criativa foi desenvolvida por Natalie Rogers, a partir do trabalho de
seu pai, o humanista, Carl Rogers. Ela é baseada no processo de permitir que uma forma de expressão artística influencie diretamente outra. Por exemplo, quando escutamos uma música e dançamos, esse envolvimento influencia em seguida, a cor e o traço do desenho que fizermos. (Rogers, 1982)
Aula 1 | O que é criatividade? 16
Dunn & Dunn desenvolveram estudos sobre
estilos preferenciais de aprender. Desenvolveram,
também, uma lista sobre idéias errôneas entre
educadores.
1989 – Miller detalhou a relação entre estilo
inovador e criatividade.
1993 - Jones pesquisa sobre barreiras
culturais e bloqueios emocionais.
Alencar faz distinção entre os termos inovação
e criatividade.
1990 e 1998 – Nesse período foi estudada a
relação da criatividade com traços de
personalidade. Estilos cognitivos. Motivação e
criatividade.
Amabile Pesquisou sobre a motivação
intrínseca. Influência do meio cultural na criatividade,
no cognitivo, nas representações mentais.
1995 – Ciornai concebeu saúde ligada à
criatividade.
1996 – Csikszentmihalyi estudou como a
criatividade ocorre nos indivíduos e que tipo
de influência recebem para criar. Concluiu
com suas pesquisas que criatividade está na
interação entre os pensamentos e o contexto
sociocultural.
1998 – Alencar fala da necessidade de se
estudar criatividade nas organizações.
1999 – Sternberg lança o livro “Handbook
of Creativity” onde reúne artigos sobre a
história, métodos de pesquisa, a origem, o
indivíduo e o meio ambiente, cultura e
criatividade.
Aula 1 | O que é criatividade? 17
2001 – Becker relatou que o conceito de
criatividade pode adotar diferentes
conotações, dependendo da perspectiva em
que é estudado.
2003 – Lubart publicou estudos sobre a
compreensão das influências culturais, sociais
e tecnológicas na criatividade.
2004 – Colossi se propõe a identificar
aspectos considerados facilitadores ou
restritivos à criatividade.
2005 – Egan publicou trabalho sobre os
fatores que influenciam a criatividade
individual no ambiente de trabalho.
Conceitos e definições de criatividade
O que é Criatividade?
Como os teóricos conceituam e definem a
Criatividade, o ato de criar, o pensamento criativo?
O que eles pensam sobre a Criatividade?
Aqui teremos a oportunidade de ler algumas
definições e conceitos sobre a criatividade.
Abordaremos o entendimento de alguns autores sobre
este tema, tão rico e importante.
Iniciaremos com definições encontradas em
alguns dicionários:
Os registros encontrados mostraram como a
criatividade era vista.
Muitos foram os pesquisadores que se interessaram
pelo assunto e desenvolveram trabalhos
maravilhosos.
Limitamos-nos aos registros encontrados pela
pesquisadora.
Dê continuidade a esta pesquisa, colha mais dados
sobre os estudos, as pesquisas, as publicações feitas
sobre criatividade, principalmente as mais recentes.
::CRIAR:
É expressão simbólica dos seus sentimentos, das suas sensações, em fim, de tudo o que constitui o seu universo interior.
Aula 1 | O que é criatividade? 18
Em Sens (2006) encontramos definições de
criatividade de outras culturas, veja como a criatividade
é definida no grego, no alemão, entre outras culturas.
Rhodes Mel (1961, p.307) nos mostrou que as
definições de criatividade pertencem a quatro
categorias ou perspectivas: do criador, dos processos
mentais, das influências ambientais e culturais e do
produto.
Do ponto de vista da pessoa que cria (do
Criador) - isto é, em termos de fisiologia e
temperamento, inclusive atitudes pessoais,
hábitos e valores. As definições têm como
foco o Criador.
Qualidade ou característica de quem ou do que é
criativo. Inventividade, inteligência e talento, natos
ou adquirido, para criar, inventar, inovar, quer no
campo artístico, quer no científico, esportivo, etc.
(Dicionário Houaiss)
Qualidade de criativo, capacidade criadora.
(Dicionário Aurélio)
Modo de dar vida, dar existência, tirar do nada,
conceber, inventar, produzir, fazer algo que ainda
não existe (Dicionário Petit Robert).
Tirar do nada, fazer, mudar, transformar, ajudar a
crescer, educar, gerar, inventar, produzir, cultivar,
instituir, fundar (Dicionário Escolar Silveira Bueno).
Qualidade ou estado de ser criativo, capacidade de criar (Dicionário Michaelis).
Em HEBREU, também
aparecem dois sentidos.
Um ‘positivo’, relacionado a
inventar, imaginar, e outro
‘negativo’, relacionado a mentir.
No GREGO ANTIGO,
criatividade significa
fazer, criar, produzir, compor.
Em ALEMÂO, a criatividade
consiste em invenção,
inspiração.
CRIATIVIDADE
No ÁRABE, a criatividade
está relacionada à
originalidade, inovação,
mas também à heresia.
Aula 1 | O que é criatividade? 19
Fliegler (1961) dá uma definição que está de
acordo com esta categoria:
Todos os indivíduos são criadores por
diversas maneiras e em diversos
graus. A natureza da criatividade
permanece a mesma quer se produza
um novo jogo ou uma sinfonia (...). A
criatividade situa-se na região que em
cada indivíduo depende da área de
expressão e capacidade dele.
(p.14)
Por meio dos processos mentais –
motivação, percepção, aprendizado,
pensamento e comunicação – que o ato de
criar modifica. As definições têm como foco o
processo do pensamento criativo.
O pensamento criador é, pois a
ativação de conexões mentais, e
continua até que surja a combinação
certa ou até que o pensador desista.
Daí decorre que quanto mais
associações adquiriu uma pessoa, mais
idéias terá ela a sua disposição, e mais
criativa será.
(Kneller, 1978, p.39)
Por influências ambientais e culturais –
As definições focalizam as influências que a
criatividade (pessoas criativas ou produtos
criativos) tem sob o meio e sua cultura.
A criação requer técnica, que pode ser
bruta ou refinada conforme a natureza
do meio.
(Kneller, 1978, p.66)
Em função de seus produtos – Neste caso
a criatividade é entendida em função de seus
produtos. Que seriam os resultados obtidos:
teorias, invenções, pinturas, esculturas,
poemas, prosas, rimas, versos, músicas. As
definições têm como foco o resultado de
todos os processos criativos, o produto.
::CRIAR:
É expressar, registrar sua marca pessoal, seu estilo, seu modo de ver e estar no mundo.
Importante
Acreditamos que a influência aconteça de duas formas: -Influências que as
pessoas criativas podem exercer sob o meio, até mesmo através de seu produto; -Influências que o meio pode exercer sob a pessoa criativa e seu produto criativo.
Aula 1 | O que é criatividade? 20
Criamos quando descobrimos e
exprimimos uma idéia, um artefato ou
uma forma de comportamento que
seja nova para nós.
(Kneller, 1978, pp. 15 e 16)
As citações, definições podem pertencer a uma
das categorias citadas por Rhodes Mel e ainda estar de
acordo com uma das abordagens teóricas apresentadas
a seguir.
Abordagens e teorias sobre criatividade
ABORDAGENS FILOSÓFICAS
Numa visão antiga do velho mundo, é defendida
a idéia de que a criatividade é um presente de Deus,
dom divino, uma inspiração divina, uma prenda divina,
tudo o que não podia ser explicado e esclarecido pelos
seres humanos, atribuía-se aos Deuses.
O processo criativo é um caminho
espiritual. E essa aventura fala de nós,
de nosso ser mais profundo, do criador
que existe em cada um de nós, da
originalidade, que não significa o que
todos nós sabemos, mas que é plena e
originalmente nós.
(Nachmanovitch, 1993, p. 24)
Uma outra tendência encontrada, ainda na
abordagem filosófica, associa a criatividade a alguma
forma de loucura, já que o indivíduo ao criar demonstra
ruptura com maneiras tradicionais de agir (com o
convencional), destoa das regras e do comportamento
pré-estabelecido e esperado pelo grupo social em que
vive. Esses artistas eram muitas vezes trancafiados e
isolados da sociedade por serem considerados seres
esquisitos e anormais. As pessoas muito criativas
eram tratadas como anormais, como se pudessem de
alguma forma contaminar as outras pessoas, como se
pudesse fazer mal aos outros. Na verdade a sociedade
Para pensar
“O criador é divinamente inspirado.” (Hallman, 1964, pp. 15 – 17)
Quer saber mais?
ESQUISITO - De acordo com Michaelis (2000) - Extravagante, incomodado, estranho (p.251). ESQUISITO - De acordo com Bueno (2004)- Raro, incomum, extravagante, excêntrico (p.243).
Aula 1 | O que é criatividade? 21
não sabia como lidar com as pessoas ditas “diferentes”,
“criativas”.
Numa visão filosófica moderna o artista passa a
ser visto como um gênio (passa a ser admirado) e a
criatividade como forma saudável e altamente
desenvolvida de intuição. O criador apesar de não ser
mais visto como anormal ou doente, ainda é visto como
um tipo de pessoa diferente e rara.
Visão de alguns filósofos, em relação a
criatividade:
ARISTÓTELES – Contrariava a concepção da
Grécia Antiga. Dizia que a criatividade vinha
do próprio homem, das suas associações
mentais;
PLATÃO – Via a criatividade como forma de
loucura;
SÓCRATES – Afirmava que a criatividade era
uma inspiração divina;
DESCARTES – Definia a criatividade como
forma de intuição, vinda da alma;
KANT – Explicava a criatividade como um
processo natural que obedecia a leis
imprevisíveis.
ABORDAGENS BIOLÓGICAS
A criatividade é vista como força criadora
inerente a vida, já que a mesma está em constante
renovação e criação. A vida está continuamente
gerando novidades, na busca de um equilíbrio e
harmonia se auto-regula e se auto-organiza.
Quer saber mais?
ANORMAL - Segundo Michaelis (2000) - Que faz exceção à regra comum, anômalo, irregular, diz-se da pessoa cujo desenvolvimento físico, ou intelectual, ou social é defeituoso, pessoa que não é normal (p.41). ANORMAL - Segundo Bueno (2004) - Sem norma, contrário às regras, anômalo, irregular, anormalidade (p.41).
KANT
DESCARTES
SÓCRATES
PLATÃO
ARISTÓTELES
Aula 1 | O que é criatividade? 22
A vida, é criativa porque se organiza e
regula a si mesma e porque está
continuamente originando novidades.
(Sinnott in Kneller, 1978, p.36)
Numa Segunda visão, a criatividade sendo
percebida como algo fora do controle pessoal, tendo a
hereditariedade como explicação para a transmissão
interna dos códigos genéticos capazes de determinar a
criatividade em um determinado ser humano, não
deixando a possibilidade de ser educável ou estimulada
pelo ambiente.
Algumas pessoas tentam justificar a sua
provável falta de capacidade criadora com frases do
tipo:
- Eu não nasci para criar;
- É uma pena, mas não puxei aos meus pais que
são criativos.
Ou na tentativa de achar uma explicação para a
sua criatividade, dizem:
- Puxei à minha mãe, pois filha de peixe,
peixinho é.
Hoje em dia fica fácil questionar tais afirmativas,
já que, sabemos que a criatividade assim como todas
as habilidades podem ser desenvolvidas e estimuladas
pelo meio. Todos nós possuímos um potencial criativo
nato, basta desenvolvê-lo. O meio tem um papel
importantíssimo, quando nos estimula ao
desenvolvimento.
A criatividade é decorrente de reorganizações,
de novas estruturações e possibilidades de algo já
existente.
Aula 1 | O que é criatividade? 23
ABORDAGENS PSICOLÓGICAS
Dentro das abordagens psicológicas temos as
teorias: Associativas, Comportamental, Gestaltista,
Psicanalista, Neopsicanalista, Desenvolvimentais,
Humanistas.
ASSOCIATIVA - Que segundo Hilgard (1966)
faz um paralelo entre as sensações e as idéias. Corpo e
mente se inter-relacionam e a repetição é o princípio
fundamental de toda associação.
O pensamento consiste em associar idéias,
derivadas da experiência. Ao adquirir conhecimentos,
informações, podemos fazer associações entre eles.
Ante um problema, o pensador apela
para combinações de idéias, umas
após outras, até chegar a um arranjo
que resolva a situação. Essa
combinação é a nova idéia. O
pensamento criador é pois a ativação
de conexões mentais, e continua até
que surja a combinação certa ou até
que o pensador desista. Daí decorre
que quanto mais associações adquiriu
uma pessoa, mais idéias terá ela a sua
disposição, e mais criativa será.
(Kneller, 1978, p. 39)
COMPORTAMENTAL - Liderando a teoria
comportamental tivemos Skinner, que explicava o
comportamento humano como sendo uma relação
basicamente de estímulo-resposta. Se formos
estimulados a ser criativos, responderemos com
comportamentos criativos.
GESTALTISTA - O ato criativo é visto como a
procura de uma resposta para o fechamento de uma
gestalt, de uma forma incompleta ou deficiente.
O indivíduo criativo perceberia a situação
problema, como um todo, e tentaria achar a resposta
::CRIAR:
É um despertar para as emoções e concretizá-las.
Aula 1 | O que é criatividade? 24
adequada para fechar esta gestalt e restaurar a
harmonia do todo.
Forma incompleta
Falta
Situação sem resposta ou produto criativo
Resposta
Produto criativo advindo de um impulso inato.
Forma completa
Busca da restauração e harmonia.
A resposta, produto e/ou solução para o
fechamento da gestalt (forma completa) surge como
um clique ou insight.
A literatura sobre a criatividade está
cheia de histórias sobre experiências
de rupturas, de insight. São momentos
que ocorrem quando nos libertamos de
algum impedimento ou medo e bum! Al
Gestalt
Gestalt
Gestalt
Gestalt
Gestalt
Gestalt Quer
saber mais?
IMPULSO - Ato de impelir, impulsão, ímpeto, movimento comunicado a um corpo, força que determina esse movimento, estímulo. INATO - Que nasceu com o indivíduo, congênito, inerente. (Dicionário Michaelis, 2000, p.326)
Aula 1 | O que é criatividade? 25
guma coisa imprevisível salta de
dentro do ser e sentimos a clareza, o
poder e a liberdade.
(Nachmanovitch, 1993, p. 22)
Wertheimer (1959), diz que é necessário um
pensamento produtivo para se ter um pensamento
criativo. E neste caso a experiência é crucial no
preenchimento da gestalt.
O pensamento produtivo se origina de
combinações de experiências passadas, as combinações
levariam ao pensamento criativo, enquanto que, o
pensamento reprodutivo seria a lembrança por si só.
PSICANALISTAS - Referiam-se ao processo
criativo como uma força emergente do inconsciente
para a consciência.
Vêem a criatividade como um meio de reduzir
tensão, de aliviar certos impulsos.
Esta força inconsciente, não sendo vivenciada de
forma positiva, pode reverter em neuroses.
Para Freud (in Kneller, 1978) o processo
criativo se utilizaria e se alimentaria da energia
deslocada através da sublimação dos instintos sexuais
primitivos. A criatividade teria sua fonte no
inconsciente.
Para Jung (in Woodman, 1981) o processo
criativo se daria pela ativação do inconsciente coletivo
ou pessoal. Os processos criativos não dependeriam
somente do inconsciente, mas também da energia física
que possibilitava o resgate dos pensamentos
inconscientes para a consciência.
NEOPSICANALISTAS - A criatividade não teria
como fonte o inconsciente e sim o pré-consciente, pois
SIGMUND FREUD
CARL JUNG
Aula 1 | O que é criatividade? 26
é neste que existe maior facilidade e flexibilidade para
trabalhar com idéias.
DESENVOLVIMENTAIS - A criatividade não
diminuiria com a idade, mas sim, seria integrada com a
inteligência.
Numa outra visão, a criatividade dependeria de
amar e ser amado, ou seja, a criatividade surgiria da
inspiração de ser amado.
HUMANISTAS - A criatividade é vista como um
caminho para a auto-realização, de levar o indivíduo ao
desafio e a descoberta. Caminho que favorece a
comunicação com o mundo e permanecer aberto a
este.
Na visão de Carl Rogers (1977) é necessária a
existência de certas condições internas para que o
potencial criativo desabroche.
Segundo Rogers a pessoa criativa possui como
características: Tolerância às ambigüidades; Ausência
de rigidez nos comportamentos e pensamentos;
Confiança em seus sentimentos e percepções; Procura
da auto-realização, desfrutando o momento presente e
adaptando-se ao meio; Busca de organização
continuada da personalidade.
A criação do novo não é conquista do
intelecto, mas do instinto de prazer
agindo por uma necessidade interior. A
mente criativa brinca com os objetos
que ama.
(Jung in Nachmanovitch, 1993, p.49)
A criatividade é comparada com saúde mental,
ou como meio para tal, a auto-realização seria
conseguida através de um indivíduo criativo.
CARL ROGERS
Para pensar
“Todos temos o
direito de criar, o direito a realização e a satisfação pessoal.” (Nachmanovitch, 1993, p.22)
Aula 1 | O que é criatividade? 27
CRIATIVIDADE
INDIVÍDUO CRIATIVO
AUTO-REALIZAÇÃO
SAÚDE MENTAL
ABORDAGENS PSICOEDUCACIONAIS
TEORIA COGNITIVISTA - O cognitivista
Guilford (1967) propôs o estudo da mente humana, de
forma tridimensional. Ele compõe o mecanismo do
pensamento da seguinte forma: Operações, Conteúdo e
Produto.
Operações - Que são desenvolvidas ao se
pensar;
Conteúdo - O que se pensa;
Produto - É o resultado do processo.
Segundo Guilford (op. cit) ao pensar podemos
desenvolver várias operações mentais (cognição,
memória, produção convergente, produção divergente,
avaliação) em cima de um conteúdo (figural,
simbólico, semântico, comportamental), que nos dá
como resposta um produto (unidade, classes, relação,
sistemas, transformações, inspirações). Ao fazer
diferentes combinações entre os itens classificados da
operação, com os do conteúdo e dos produtos,
iremos obter 120 combinações diferentes.
:: CRIAR:
É interagir com o mundo.
Aula 1 | O que é criatividade? 28
Para Guilford (1967) a criatividade estaria nas
combinações que tivessem em sua formula a operação
mental do tipo produção divergentes (que é a
formulação de alternativas variadas a partir da
informação dada, procura de diferentes soluções para o
problema).
Ex.
A criatividade está na operação do tipo
produção divergente, podendo ter qualquer
conteúdo ou produto nas suas combinações.
TEORIA EDUCACIONAL - Paul Torrance (1965)
um dos maiores estudiosos da educação na área de
criatividade. Ele definiu a criatividade como processo
de:
Tornar-se sensível a falhas, deficiências na
informação ou desarmonias (ter
conhecimentos básicos sobre o problema);
Identificar as dificuldades ou elementos
faltantes (identificar várias facetas e priorizar
a essência deste problema);
Formular hipóteses sobre as deficiências
encontradas (pensamento divergente -
abre inúmeras possibilidades, idéias soltas e
flexíveis, sem julgamentos ou críticas);
Testar e re-testar essas hipóteses e
comunicar os resultados (pensamento
convergente - analítico, crítico, procura a
melhor solução ou resposta para a questão à
resolver ).
Produção Divergente
Importante
A criatividade não é exclusividade nem privilégio de alguns, ela pode e deve ser estimulada e
desenvolvida em todos! Você não acha esta uma dica importante para o educador?
::CRIAR:
É descoberta. Ampliação da consciência de mim mesma, do outro, do mundo.
Aula 1 | O que é criatividade? 29
Nas colocações, anteriores, de Torrance (1965)
encontramos a combinação do pensamento
convergente e pensamento divergente.
Para ele a comunicação de resultados é
importantíssimo e crucial no processo criativo, pois
através dela o indivíduo criativo poderá avaliar o
impacto de sua criação nas pessoas.
Torrance (op cit) fez um estudo sobre a
criatividade na escola e concluiu que a criatividade é
punida em sala de aula, pois os professores preferem
crianças obedientes e passivas ao invés de crianças
curiosas e questionadoras. A escola premia e reforça o
raciocínio lógico e convergente.
Torrance propõe a aprendizagem através da
criatividade, trabalhando com o interesse do indivíduo e
sua motivação interna, que tem efeito duradouro.
ABORDAGENS PSICOFISIOLÓGICAS
A psicofisiologia tem contribuído para os estudos
e as pesquisas sobre os hemisférios cerebrais e a
criatividade. Um dos objetivos é localizar a origem do
pensamento criativo nos hemisférios cerebrais, para tal,
se fez necessário estudar as especificidades de cada
lado do cérebro.
Tucker & Williamson (1984), McCallum & Glynn
(1979), Wechsler (2002), Katz (1978), Torrance
(1982), Torrance & Mourad (1979), são alguns dos
estudiosos e pesquisadores que contribuíram com seus
estudos, sobre a especificidade dos hemisférios
cerebrais no pensamento criativo.
Veja algumas conclusões das pesquisas feitas
sobre o funcionamento do hemisfério cerebral
esquerdo:
Dica da professora
Na bibliografia você encontra detalhes sobre as obras destes pesquisadores.
Para navegar
Pesquise mais sobre o Pensamento Lateral em: www.giselakassoy.com.br
Aula 1 | O que é criatividade? 30
O hemisfério esquerdo processa
melhor as informações de maneira
seqüencial, lógica, linear, detalhista,
organizada e analítica. A aprendizagem
que se realiza nesse hemisfério refere-
se às expressões verbais, leitura,
escrita, matemática, computação ou
aritmética.
(Mc Callum & Glynn in Wechler, 2002,
p. 43)
Também é específico, do funcionamento, do
hemisfério esquerdo:
(...) recordação de fatos ou situações
passadas com o uso de material
verbal, como frases e siglas verbais
onde a facilidade para recordar nomes,
datas e outros tipos de material verbal
são auxiliares desse processo.
Verificação, descrição verbal dos
acontecimentos, delineamento de
linhas conclusivas de pensamento,
estabelecimento de seqüências e
outras estratégias do mesmo tipo
completam as estratégias de elaborar
e processar a informação desse
hemisfério.
(Wechsler, 2002, p. 43)
Quanto ao funcionamento do hemisfério direito,
Wechsler (2002), faz as seguintes observações:
O funcionamento do hemisfério direito,
por outro lado, ficou sendo
caracterizado pelo processamento da
informação de maneira global,
emocional, não linear, ou sem lógica.
O hemisfério direito é então
responsável pelos seguintes
comportamentos: apreensão das idéias
globais e principais dos problemas,
lidar intuitivamente com fatos e
situações de modo simultâneo,
apreender através da experiência e do
contato direto com o material, elaborar
pensamentos através de imagens ou
sonhar acordado, responder
positivamente a apelos emocionais,
usar analogias e metáforas, sumarizar
o material estudado, lembrar
facilmente de rostos, interpretar
linguagem corporal, usar de humor, im
Dica da professora
Já conhecemos as especificidades do hemisfério cerebral esquerdo, agora vamos conhecer as especificidades do hemisfério cerebral direito. Você vai se surpreender quando perceber a dimensão
da atuação dos dois hemisférios e a importância deles para o pensamento criativo.
CÉREBRO HUMANO
Aula 1 | O que é criatividade? 31
provisar, desenhar as próprias idéias,
sintetizar imagens e outros
processamentos da mesma natureza.
(pp.43, 44)
Os resultados de várias pesquisas confirmaram
que há o envolvimento dos dois hemisférios cerebrais
no pensamento criativo, no trabalho com a criatividade.
O hemisfério direito é o lado da emoção,
intuição, fluência e flexibilidade, humor, improviso, não
tem lógica, elabora pensamentos através de imagens,
se arrisca para colocar em prática suas idéias, etc.
O hemisfério esquerdo deve suceder a essa
etapa analisando, modificando, avaliando as soluções
encontradas e organizando-as para a produção final.
O hemisfério cerebral esquerdo e o
hemisfério cerebral direito se completam se inter-
relacionam. O funcionamento dos dois hemisférios deve
acontecer de forma equilibrada, pois a predominância
de um dos dois poderá prejudicar a produção criativa.
A criatividade sempre envolve uma
certa dose de disciplina, autocontrole e
sacrifício. Planejamento e
espontaneidade se tornam uma coisa
só. Razão e intuição passam a ser
duas faces da mesma verdade.
(Nachmanovitch, 1993, p.169)
Na maioria de nossas escolas é valorizado o
raciocínio lógico, racional, a transmissão de conteúdos
ordenados e massificantes, que faz parte do raciocínio
do tipo do hemisfério esquerdo.
Deveríamos proporcionar aos nossos alunos a
possibilidade de compreender a realidade de modo
intuitivo, através de fantasias e brincadeiras sensoriais
que facilitam o acesso ao raciocínio do tipo hemisfério
direito.
Importante
Promova para os seus alunos ou clientes atividades que exercite os dois hemisférios cerebrais, já que o ato criativo depende da relação estabelecida entre eles.
Dica da professora
È impressionante como eles se completam e se inter-relacionam favorecendo o pensamento criativo e a criação de um produto criativo.
Aula 1 | O que é criatividade? 32
ABORDAGENS SOCIOLÓGICAS
O sociólogo tem estudado o ambiente facilitador
ao desenvolvimento da produção criativa.
A abordagem sociológica associa o produto
criativo ao meio social em que o indivíduo pertence. A
sociedade estabelece o que é criativo e sua utilidade.
Muitos foram os testes criados com o objetivo de
investigar a origem do pensamento criativo, a
predominância cerebral, qual o estilo de pensamento
da pessoa criativa. A seguir, apresentamos um
pequeno exemplo de um instrumento de avaliação:
Torrance, Taggart & Taggart (1984) criaram um
instrumento para medir estilos de pensar e a
predominância cerebral, intitulado “Human
Information Processing Survey”, veja alguns itens
deste instrumento de avaliação:
1a) Gosta de ler romances (estilo hemisfério direito).
1b) Gosta de ler reportagens (estilo hemisfério
esquerdo).
1c) Não tem preferência entre romance e
reportagens (estilo hemisfério integrado).
2a) É bom para lembrar de nomes (estilo hemisfério
esquerdo).
2b) É bom para lembrar de rostos (estilo hemisfério
direito).
2c) É igualmente bom para lembrar de rostos e
nomes (estilo hemisfério integrado).
3a) Gosta de organizar coisas seqüencialmente
(estilo hemisfério esquerdo).
3b) Gosta de mostrar relações entre coisas (estilo
hemisfério direito).
3c) Não tem preferências entre organizar de
maneira seqüencial ou relacional (estilo hemisfério
integrado).
4a) Prefere aprender através de demonstrações
(estilo hemisfério direito).
4b) Prefere aprender através de instrução verbal
(estilo hemisfério esquerdo).
4c) Não tem preferência definida por nenhuma das
modalidades acima (estilo hemisfério integrado).
Com esses exemplos podemos facilmente perceber a
atuação dos hemisférios cerebrais de acordo com as
classificações dadas anteriormente.
Aula 1 | O que é criatividade? 33
Um produto criado e/ou ideia, pode ser útil e
criativo para uma determinada sociedade e para outra
não. A sociedade tenta definir as formas de se canalizar
e definir a criatividade, de acordo com suas
necessidades, costumes, valores.
Faz-se necessário lembrar que os grupos sociais
sofrem modificações e influências, ao longo do tempo,
em seus valores, necessidade, ideais, costumes. A
época é um dos fatores que poderá determinar um
produto criativo ou não.
Temos produtos que foram criados em outras
épocas, quando criados não foram julgados pela
sociedade como criativo, útil, inovador, etc. Mas hoje
em dia podem estar sendo vistos como Obras de Arte.
Amabile (1983) diz que o ambiente social pode
ter diversos efeitos como: estimulador, recompensador,
repressor ou punidor. Esta autora também define como
fatores determinantes na criatividade a motivação
intrínseca e a motivação extrínseca.
MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA - Sua energia,
estímulo e vontade de criar derivam de fatores
internos. Há o desejo da auto-realização através do ato
criativo. É movida pelo desejo, pela paixão e pelo
prazer em realizar algo.
Lowen (1984) define o processo criativo da
seguinte forma: “(...) do princípio ao fim todo o
processo criativo é motivado pela busca do prazer”
(p.26).
MOTIVAÇÃO EXTRÍNSECA - Sua vontade de
criar deriva do desejo de obter sucesso ou de ser
reconhecida pelo meio em que vive (grupo familiar,
amigos, colegas de trabalho, etc.). Sua energia
Importante
“Em uma sociedade que não se importe com a arte, o artista automaticamente passa a se esforçar menos. A pior coisa que pode acontecer para qualquer linguagem é que ela fique isolada e a pessoa não tenha com quem interagir. É imperativo que possamos dialogar com alguém para que a linguagem e a expressão se desenvolvam.” (Olafur Eliasson in Holm, 2007, p.13)
:: CRIAR:
É projetar a verdade interior.
Aula 1 | O que é criatividade? 34
criadora é estimulada por influência externa. Há o
desejo de ser notado, admirado por sua criatividade ou
produto criativo.
ABORDAGENS PSICODÉLICAS
Procura-se enfatizar a expansão da consciência,
com o objetivo de abrir novas fontes de inspiração e
criação.
Os processos de relaxamento e meditação são
tidos como formas eficazes para um afrouxamento das
barreiras perceptivas.
A surpresa criativa quase sempre
ocorre quando as pressões se
dissolvem num momento de
relaxamento ou rendição.
(Nachmanovitch, 1993, p.140)
Questiona-se o uso de drogas, para a expansão
da consciência, já que causa dependência física e
psicológica, causando um descontrole do sujeito sobre
seu processo criativo.
ABORDAGEM INSTRUMENTAL
Criatividade como propósito, analisada segundo
os seus objetivos e finalidades. Nessa teoria, a
criatividade è entendida através de seu produto.
Sternberg & Lubart (1991) fazendo analogias
com o mercado financeiro cria a "teoria da criatividade
como investimento", dessa forma, de acordo com a
teoria do investimento, o indivíduo criativo é aquele
que compra baixo e vende alto.
Várias são as abordagens teóricas que tentam
dentro do seu entendimento explicar o que é
criatividade e como ela se dá. As contribuições são
Aula 1 | O que é criatividade? 35
muitas e todas têm a sua verdade, já que, criatividade
é um conceito dinâmico e mutável, varia em função do
campo de conhecimento, da formação acadêmica do
teórico/pesquisador, do momento, da época, do
ambiente, da sociedade, da cultura, e principalmente
do indivíduo.
THE LITTLE BOY - (Helen E. Bucklay)
Era uma vez um menino que ia à escola. Ele era
bastante pequeno, e ela era uma grande Escola. Mas
quando o menino descobriu que podia ir à sua sala
sozinho, caminhando através da porta da rua, ele
ficou feliz. E a escola não mais parecia tão grande
quanto antes. Uma manhã, quando o garotinho
estava na escola, a professora disse: “Hoje nós
iremos fazer um desenho”. Que bom! pensou o
menino. Ele gostava de fazer desenhos. Ele podia
fazê-lo de todos os tipos: leões, tigres, galinhas e
vacas, trens e barcos. E ele pegou uma caixinha de
lápis e começou a desenhar. Mas a professora disse:
“Ainda não é hora de começar”. E ela esperou até
que todos estivessem prontos. “Agora, disse a
professora, nós iremos desenhar flores”. Que bom!
pensou o menino. Ele gostava de desenhar flores. E
ele começou a desenhar bonitas flores com seus
lápis rosa, laranja e azul. Mas a professora disse:
“esperem, vou mostrar como fazer”. E A FLOR ERA
VERMELHA, COM O CAULE VERDE. Assim disse a
professora: “Agora vocês podem começar”. O
menino olhou a flor da professora, então olhou para
a sua flor. Ele gostava mais de sua flor, mas não
podia dizer isso. Ele virou o papel e desenhou uma
flor IGUAL a da professora. ERA VERMELHA COM O
CAULE VERDE. Num outro dia, quando o menino
estava em aula ao ar livre, a professora disse: “Hoje
iremos fazer alguma coisa com o barro”. Que bom!
pensou o menininho. Ele gostava de barro. Ele podia
fazer todos os tipos de coisas com o barro. :
elefantes, e camundongos, carros e caminhões. E
ele começou a amassar o barro. Mas a professora
disse: “Esperem não é hora de começar”. E ela
esperou até todos estarem prontos. “Agora, disse a
professora, nós iremos fazer um prato”. Que bom!
pensou o menino. Ele gostava de fazer pratos. E
começou a fazer pratos de todas as formas e
tamanhos. Mas a professora disse: “Esperem, vou
mostrar como fazer”. E ela começou a mostrar a
todos como fazer um prato fundo. “Assim”, disse a
professora. O menino olhou o prato da professora.
Aula 1 | O que é criatividade? 36
EXERCÍCIO 1
Correlacione as abordagens teóricas com as afirmativas
sobre a criatividade:
1- Abordagens Filosóficas
2- Abordagens Psicológicas: Gestaltista
3- Abordagem Sociológica
Então olhou para o próprio prato. Ele gostava mais
do seu próprio prato, do que do da professora. Mas
ele não podia dizer isso. Ele amassou o seu barro
numa grande bola novamente. Ele fez um prato
igual ao da professora. Era um prato fundo. E mais
cedo o menino aprenderia, a olhar, e a fazer coisas
exatamente como as da professora. E muito mais
cedo ele não fazia coisas por si próprio.
Então aconteceu que o menino e sua família
mudaram-se para outra casa em outra cidade. E o
menino tinha que ir a outra escola. Esta escola era
ainda maior do que a outra. Não havia porta da rua
para sua sala. Ele tinha que subir grandes degraus,
até sua sala.
E, no primeiro dia ele estava lá. A professora disse:
_ “Hoje nós vamos fazer um desenho.”
_ Que bom! pensou o menininho. E ele esperou que
a professora dissesse o que fazer.
Mas, a professora não disse nada. Ela apenas
andava pela sala. Quando veio até o menininho,
disse:
_ “Hoje nós vamos fazer um desenho.”
_ Que bom! pensou o menininho. E ele esperou que
a professora dissesse o que fazer.
Mas, a professora não disse nada. Ela apenas
andava pela sala. Quando veio até o menininho e
disse:
_ “Você não quer desenhar?”
_ “Sim, disse o menininho, o que nós vamos fazer?”
_ “Eu não sei até que você o faça”, disse a
professora.
_ “Como eu posso fazê-lo?”, perguntou o menino.
_ “Da maneira que você gostar”, disse a professora.
_ “E de que cor?”, perguntou o menininho.
_ “Se todo mundo fizer o mesmo desenho, e usar a
mesma cor, como eu posso saber quem fez o quê, e
qual o desenho de cada um?”
_ “Eu não sei”, disse o menininho.
E ELE COMEÇOU A FAZER UMA FLOR VERMELHA,
COM O CAULE VERDE.
Aula 1 | O que é criatividade? 37
4- Abordagens Psicoeducacionais: Cognitivista
5- Abordagens Psicológicas: Psicanalistas
6- Abordagens Psicológicas: Humanistas
7- Abordagens Biológicas
8- Abordagens Psicológicas: Comportamental
9- Abordagem Instrumental
10- Abordagens Psicodélicas
(aaa) A criatividade está nas combinações que tem em
sua fórmula operação mental do tipo produção
divergente.
(aaa) Se formos estimulados a ser criativos,
responderemos de forma criativa.
(aaa) Processo criativo = meio de reduzir tensões,
aliviar certos impulsos.
(aaa) A sociedade estabelece o que é criativo e sua
utilidade.
(aaa) A vida é criativa, se auto-regula, se auto-
organiza.
(aaa) Ato criativo = procura de uma resposta para
fechar uma gestalt.
( ) Criatividade é um dom Divino.
(aaa) Criatividade é o caminho para a auto-realização.
(aaa) Expansão da consciência abre fontes de
inspiração e criação.
(aaa) A criatividade é entendida em função de seu
produto.
EXERCÍCIO 2
Preencha as lacunas abaixo usando (A) para as
funções do hemisfério esquerdo e (B) para as
funções do hemisfério direito:
(aaa) Recordações de fatos ou situações passadas.
(aaa) Uso de analogias e metáforas.
(aaa) Analisa, avalia, modifica, organiza.
Aula 1 | O que é criatividade? 38
(aaa) Processa melhor as informações de maneira
seqüencial, lógica, linear, detalhista, organizada e
analítica.
(aaa) Apreende através da experiência e do contato
direto com o material.
(aaa) Processamento da informação de maneira global,
emocional, não linear, sem lógica.
(aaa) Emoção, intuição, fluência, flexibilidade, humor.
EXERCÍCIO 3
A criatividade é vista e sentida de várias formas. Como
você definiria a criatividade? Por quê?
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
EXERCÍCIO 4
Em sua opinião, quais as abordagens teóricas que
explicam e justificam, de forma mais adequada, a
criatividade do homem? Justifique a sua escolha:
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
Aula 1 | O que é criatividade? 39
RESUMO
Vimos até agora:
A palavra “CRIATIVIDADE” tem sua origem
etimológica na palavra “CRIAR”, derivada do
Latim;
A manifestação da criatividade do homem
tem sua origem, na época da pré-história,
período anterior ao aparecimento da escrita;
Os questionamentos sobre a criatividade
iniciaram no período da Grécia antiga;
Muitos são os teóricos e várias são as formas
de conceituar e definir a criatividade;
As definições de criatividade pertencem a
quatro categorias: do ponto de vista da
pessoa que cria, por meio dos processos
mentais, por influências ambientais e
culturais, em função de seus produtos;
Existem diferentes abordagens e teorias que
explicam a criatividade, são elas: Abordagens
filosóficas, biológicas, psicológicas,
psicoeducacionais, psicofisiológicas,
sociológicas, psicodélicas, instrumental;
No processo criativo temos a atuação dos
hemisférios cerebrais esquerdo e direito. Eles
têm atuações diferentes e se inter-
relacionam;
Existe dois tipos de motivação que são
determinantes na criatividade: motivação
intrínseca e motivação extrínseca.
A Pessoa Criativa
Dina Lúcia Chaves Rocha
AU
LA
2
Ap
res
en
taç
ão
Nesta aula iremos perceber a interferência que a criatividade tem
sob o indivíduo. Conhecer as características que constituem uma
personalidade criativa irá facilitar a identificação de um indivíduo
criativo e qual atitude devemos incentivar e estimular para que a
pessoa possa acessar a sua criatividade. Vale ressaltar que todos
nós somos criativos, uns mais, outros menos. Mas, a criatividade
é uma habilidade que pode ser estimulada e desenvolvida em sua
plenitude.
Ao estimular e trabalhar com a criatividade poderá perceber seus
benefícios para a formação do autoconceito, da auto-estima e
saúde mental.
A pessoa criativa deve desenvolver a sua capacidade de expressão
e comunicação através da arte ou técnicas criativas, favorecendo
assim, a sua auto realização.
Ob
jeti
vo
s
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja
capaz de:
Identificar e descrever sobre as características da
personalidade criativa;
Entender de que forma algumas técnicas podem acessar e
aumentar a criatividade do indivíduo. Saber como aplicá-las;
Reconhecer de que forma o trabalho criativo vai favorecer a
construção de uma adequada auto-estima e saúde mental;
Desvendar a relação existente entre arte, lúdico e criatividade.
Aula 2 | A pessoa criativa 42
Introdução
Podemos encontrar pessoas criativas em todas
as partes, já que todos nós somos criativos. A
criatividade é um potencial existente em todos os
indivíduos. Cada pessoa tem uma forma de criar, de
vivenciar o processo criativo, de acordo com as suas
necessidades, motivações, interesses.
Todos os seres humanos são criativos, uns mais
outros menos. A criatividade, enquanto habilidade pode
ser desenvolvida, estimulada, trabalhada.
A pessoa criativa é aquela que constantemente
se renova, se recria. Ao superar obstáculos e barreiras
rapidamente reformula, re-significa, abandonando
antigos conceitos e buscando novas possibilidades
O indivíduo que busca a criatividade em si “deve
estar pronto para abandonar o convencional e escolher
novos caminhos.” (Thomas Holl –
http://www.overmundo.com.br/overblog/trabalhando-
com-a-criatividade)
Pessoas criativas têm níveis de
consciência e atenção maior que as
demais. Isto dá a elas uma
sensibilidade elevada, além de estarem
sempre dispostas a enxergar novas
possibilidades e buscar relações entre
as coisas.
(Filho, 2005)
Muitos são os autores que listam características
das pessoas criativas, veja se você se identifica com
alguma destas: Curiosidade, intuição, humor,
originalidade, imaginação, flexibilidade, percepção,
inteligência, questionador, comportamento
investigativo, busca respostas detalhadas, persistência
diante de obstáculos, determinação para explorar
soluções alternativas, facilidade em gerar idéias,
Para pensar
A pessoa que usa a sua criatividade tem mais sucesso na vida, é mais feliz, tem uma vida mais engraçada e feliz. (Neto, 2004)
Quer saber mais?
Algumas destas características foram retiradas do artigo “Entendendo a Criatividade: o comportamento de pessoas criativas.” [http://www.espacoacademico.com.br/053/53silvafilho.htm] Mais detalhes na bibliografia.
Introdução 42 Características da personalidade criativa 43 Como acessar e aumentar a criatividade? 51 Estilos cognitivos – Estilo inovador e estilo adaptador 54 Os sete pilares da criatividade 55 Criatividade e auto-estima 56 Criatividade e saúde mental 59 Criatividade, arte e ludicidade 61
Aula 2 | A pessoa criativa 43
buscam soluções inovadoras, são ousados na busca de
soluções, facilidade em abstrair e conceituar novas
idéias, são independentes em suas atitudes,
desenvoltura e desembaraço na execução de
atividades, tolerância a situações de ambigüidade e
desordem, mobilidade de raciocínio.
Características da personalidade criativa
FLUÊNCIA E FLEXIBILIDADE DE IDÉIAS
Entende-se por fluência a capacidade de gerar
grande número de idéias ou soluções, sem preocupação
com os resultados, sem colocar barreiras. As idéias
fluem.
Osborn (1953) desenvolveu uma metodologia
que favorece a fluência do pensamento. Este método é
chamado BRAISTORM = “Tempestade de Idéias”. O
objetivo desta técnica é fazer com que se exprima as
idéias a medida que elas ocorram. Este método deixa
fluir as idéias sem autocensura.
Osborn (op cit.) acredita que quanto mais idéias
concebermos, maiores serão as possibilidades de
termos soluções inovadoras para as nossas questões,
pois para ele quantidade conduz à qualidade.
Já a flexibilidade possibilita a mudança de
perspectiva, ou seja, mudança na classe ou nas
categorias. Capacidade de mudar ou interpretar algo de
forma diferente. Os conceitos rígidos restringem a
liberdade de criar.
Podemos distinguir a fluência da flexibilidade
dando o seguinte exemplo:
Questão: De que forma podemos trabalhar as
técnicas criativas em sala de aula?
Importante
Pode-se classificá-la segundo o lugar de origem e a forma como se manifesta. Um exemplo de classificação por lugar de origem é a seguinte: Criatividade
individual: é a forma criativa expressa por um indivíduo
Criatividade coletiva ou de
grupo: é a forma criativa expressa por uma organização, equipe ou grupo. Ela surge geralmente da interação de um grupo com o seu exterior ou de interações dentro do próprio grupo.
http://pt.wikipedia.org/wiki/Criatividade#Processo_criativo
Aula 2 | A pessoa criativa 44
Resposta com fluência: Podemos oferecer
materiais para pintura com guache, pintura com
aquarela, tinta acrílica, hidrocor, pintura a dedo
(Grande número de idéias, porém, dadas no mesmo
sentido – pintura).
Resposta com fluência e flexibilidade:
Trabalhar a espontaneidade através do desenho com
carvão, giz de cera, pastel, pintura de madeiras,
pintura com diversas tintas, modelagem com argila,
massinha de modelar, música, dança, teatro de
bonecos, fantoches, dedoches, escrita criativa, poemas,
poesias, rimas, versos, recorte e colagem, tecelagem
(Grande número de idéias, como também, observamos
mudanças nas técnicas, classes, categorias).
A diversidade e a flexibilidade surgem
do intercâmbio entre um máximo de
variáveis que servem ao nosso
propósito.
(Nachmanovitch, 1993, p.110)
Diversas estratégias foram elaboradas para
desenvolver a fluência e a flexibilidade no pensamento
criativo.
SCANCEA = Estratégia criada por Eberle (1971)
com o objetivo de favorecer o olhar do indivíduo sob
diferentes aspectos, exercitando a fluência e
flexibilidade de idéias no pensamento criativo.
S= substituir – Que outro material?
Outro local? Outro processo?
C= combinar – Juntar idéias? Juntar
propósitos? Juntar aparências?
A= adaptar – O que mais em lugar
disso? O que e aumentar isso lembra?
O que mais adicionar? Tornar maior?
Mais freqüente? Multiplicar? Exagerar?
M= modificar – Outra cor? Outro som?
Outra forma? Outro sabor?
C= colocar para – Que outras pessoas
podem usar isso? outros usos Em que
lugares posso fazer uso disto?
Para navegar
Neste site você pode pesquisar sobre: Brainstorming na educação [http://pt.wikipedia.org/wiki/Brainstorming#Brainstorming_na_educa.C3.A7.C3.A3o]
Aula 2 | A pessoa criativa 45
E= eliminar – Diminuir? Subtrair?
Condensar? Dividir?
A= Mudar de padrões? Outra
aparência? Outra seqüência? Outra
fórmula?
(Wechsler, 2002, p.75)
Brainstorm e Scancea são as duas técnicas mais
conhecidas entre as pessoas que trabalham e
pesquisam sobre a criatividade.
IDÉIAS ORIGINAIS E INOVADORAS
A pessoa criativa tem como característica
formular idéias originais e incomuns, inusitadas,
diferentes e raras para uma determinada situação.
A originalidade pode ser entendida
como: novidade, quebra de padrões
habituais de pensar, capacidade para
produzir idéias raras ou incomuns, uso
de situações ou conceitos de modo não
– costumeiro, habilidade para
estabelecer conexões distantes e
indiretas ou resposta infreqüente
dentro de um determinado grupo de
pessoas.
(Torrance in Wechsler, 2002, p.76)
SENSIBILIDADE INTERNA E EXTERNA
A sensibilidade interna nos permite entrar em
contato com nossos sentimentos e desconforto interno.
Já a sensibilidade externa, nos possibilita a descoberta
de falhas na informação dada ou adquirida.
Ser sensível aos movimentos externos e internos
é primordial para o início do processo criativo, onde
percebemos a necessidade de uma resposta, solução,
criação.
Torrance (1979) enfatiza a importância da
emoção. Fala também, da importância de estarmos
apaixonados por um projeto.
Importante
Todo ser humano possui criatividade em diferentes habilidades. Acredita-se que a habilidade criativa das pessoas estejam de certa forma ligadas a seus talentos.
Para navegar
No site: www.pensediferente.com.br, você poderá pesquisar
mais sobre criatividade.
Para pensar
“(...) o elemento que de fato cozinha o refogado criativo é a paixão.” (Goleman, Kaufman
e Ray, 1992, p.26)
Aula 2 | A pessoa criativa 46
A paixão “é como o fogo sob a panela”, explica
Amabile. “Ele realmente aquece tudo, mistura os
sabores e faz o tempero penetrar nos ingredientes
básicos a fim de produzir algo que tenha um sabor
maravilhoso.” (Amabile in Goleman, Kaufman e Ray,
1992, p.27)
Ainda em Torrance (op.cit) encontramos
comentários sobre a importância das técnicas de
relaxamento para entrar em contato consigo mesmo e
sua influência sobre a produção criativa. O relaxamento
favorece o fluxo criativo.
FANTASIA E IMAGINAÇÃO
Um dos principais “combustíveis para a
criatividade” é, sem dúvida, a imaginação. Muitos são
os autores que reforçam esta idéia e enfatizam, em
seus trabalhos de pesquisa, a importância de trabalhar
a imaginação da criança a fim de favorecer a sua
criatividade.
A fantasia, desde a mais tenra
infância, pode ser observada como
uma oportunidade para a resolução de
problemas. Situações como a
necessidade de ter amigos, ocasiões
de medo ou a identificação com os
papéis masculino e feminino são
basicamente trabalhadas através de
jogos imaginários, histórias e
dramatizações.
(Klinger in Wechsler, 2002, p.82)
Podemos trabalhar a imaginação e a fantasia das
crianças, desde cedo, através dos contos de fadas, das
histórias, dos desenhos infantis, das cantigas, das
cirandas, das lendas folclóricas, na criação de
personagens, nas representações, na criação de
máscaras, fantoches, dedóches, etc.
Aula 2 | A pessoa criativa 47
ABERTURA AS NOVAS EXPERIÊNCIAS,
INDEPENDÊNCIA DE JULGAMENTOS E
INCONFORMISMO
Ao permanecermos flexíveis e abertos a novas
possibilidades, novas experiências, vivenciamos
facilmente momentos de criatividade.
As características do inconformismo e
independência de julgamento fazem com que o
indivíduo acredite nas suas idéias, independente do que
o outro pensa ou acredita. O indivíduo criativo não se
conforma com as ‘verdades inquestionáveis’ e
‘absolutas’, tem dificuldade em obedecer aos ‘padrões
habituais de pensar’. Sendo assim, segundo Rogers
(1977) o indivíduo criativo busca um “lugar interno de
avaliação”.
O conformismo acarreta falta de
confiança em si próprio e enfraquece o
poder criativo da pessoa ao lhe retirar
a fé nos pensamentos e poder de
imaginação. O conformismo inibe a
habilidade de sentir e pensar sobre a
realidade e a falta de contato com o
real arruína totalmente o pensamento
criativo.
(Crutchfield, 1963, p.120)
USO DE ANALOGIAS OU COMBINAÇÕES
INCOMUNS
O pensamento criativo é possível a partir da
combinação, aproximação, da junção, conexão,
correlação, combinação, justaposição.
Muitas inovações são resultado da
justaposição de elementos ou idéias
que comumente não aparecem juntos,
ou da descoberta de um padrão oculto
de conexões entre as coisas. Analogias
e comparações ajudam a inserir as
coisas num contexto novo ou a
contemplá-las de um ponto de vista in-
Importante
A inflexibilidade e a rigidez dificultam o processo criativo do ser humano.
Importante
ANALOGIAS= Semelhança de propriedades, funções, etc., sem igualdade completa. (p.36) METÁFORAS= Uso de uma palavra em sentido diferente do próprio e que se fundamenta numa relação de semelhança subentendida entre o sentido próprio e o figurado: Esta cantora é um rouxinol (a analogia está na beleza do canto). (p.402) (Dicionário Michaelis, 2004)
Aula 2 | A pessoa criativa 48
teiramente original.
(Goleman, Kaufman e Ray, 1992,
p.30)
A mente humana é capaz de brincar com as
idéias, com os conceitos, com as formas, cores e obter
sobreposições improváveis invertendo as coisas na
mente e imaginando possibilidades diversas.
Gordon (1961) sistematiza através da “Técnica
Sinética” a importância de buscar conexões para o
processo do pensamento criativo.
Técnica Sinética = Á partir de diferentes tipos
de analogias, fazemos o que é familiar parecer estranho
e o que é estranho, parecer familiar.
As pessoas criativas apresentam uma
‘mobilidade’ de raciocínio incrível. Elas
conseguem, facilmente, perceber e
encontrar novas abordagens e
perspectivas onde idéias e soluções
podem ser empregadas. Também, elas
têm a tendência de trabalhar com
idéias contrárias e não relacionadas
durante o processo criativo. Além
disso, elas fazem uso de analogias e
metáforas quando em busca de uma
solução ou quando tentam contestar
alguma suposição.
(Filho, 2005)
IDÉIAS ENRIQUECIDAS E ELABORADAS
As idéias que surgem do “insight”, muitas das
vezes, são confusas e incompletas. A elaboração e o
enriquecimento transformam a idéia em produto.
O enriquecimento seria o embelezamento
necessário para tornar a idéia ou produto atraente.
Valorizar o produto (resultado) do pensamento criativo.
A elaboração viria completar esse processo vendendo
o produto ou procurando a sua aceitação.
Aula 2 | A pessoa criativa 49
Segundo Wechsler (2002) a elaboração:
É uma característica criativa
importante a ser desenvolvida, pois,
muitas vezes, o indivíduo tem um
grande número de idéias diferentes,
mas as expressa de maneira rude ou
sem trabalhar as suas formas finais,
podendo perder a possibilidade de
conseguir a sua aceitação.
(p.91)
PREFERÊNCIA POR SITUAÇÕES DE RISCO,
MOTIVAÇÃO E CURIOSIDADE
A pessoa criativa se sente motivada pelos
desafios, muitas das vezes, corre riscos para investigar,
pesquisar sobre algo e até para colocar as suas idéias
em prática.
A curiosidade motiva os questionamentos, as
buscas a criação de possibilidades e respostas para as
questões.
A motivação e a curiosidade são
componentes essenciais da coragem
de se arriscar. Nesse sentido, o
indivíduo está tão curioso e motivado
para saber que não se importa com os
riscos que possa correr na procura da
verificação de suas idéias.
(Torrance apud wechsler, 2002, p.96)
Confiar em si e ter fé nas suas idéias faz com
que não tenha medo de se arriscar. O medo de
decepcionar, de errar, de fracassar, faz com que
algumas pessoas desistam e abandonem seus projetos.
A coragem é primordial para a auto-realização criativa.
HUMOR, IMPULSIVIDADE E ESPONTANEIDADE
Brincar com as idéias fazendo combinações,
comparações e associações incomuns e engraçadas faz
parte da espontaneidade e impulsividade,
Aula 2 | A pessoa criativa 50
características necessárias ao momento de criação.
Impulsividade e espontaneidade levam ao
inesperado, ao elemento surpresa, que é essencial para
as situações de humor.
CONFIANÇA EM SI MESMO E SENTIDO DE
DESTINO CRIATIVO
O indivíduo que tem um autoconceito positivo
se sente seguro, acredita mais em si, nos seus valores
e nas suas ideias. Não tem medo de se arriscar. Sabe
aonde quer chegar o que pretende realizar, criar.
Acreditar nas suas ideias e ter a devida noção do que
fazer e como, é resultado do sentido de destino
criativo.
Uma pessoa segura sabe onde quer e precisa
chegar.
Maslow (1968) & Mackinnon (1978), também
fizeram uma escala das características encontradas
em pessoas criativas:
habilidade para expressar emoções;
habilidade para realizar suas fantasias, inspirações;
habilidade de corer riscos/coragem;
não conformistas/ individualistas;
dificuldade a submeterem-se a regras rígidas,
horários;
receptivas a pensamentos que a sociedade
considerada anormais ou excêntricos;
automotivados;
persistentes/qualidade indestrutível;
habilidade para abordar um problema por uma
variedade de pontos de vista;
gostam de fazer as coisas de maneira diferentes;
curiosos;
aventureiros;
envolvidos apaixonadamente em seu projeto;
senso de destino criativo – acreditam que têm de
fazer alguma coisa;
inovadores; um sentido de missão;
impulsivos;
habilidade de acessar regiões mais profundas do
inconsciente;
habilidade de sentir imensamente;
Aula 2 | A pessoa criativa 51
Como acessar e aumentar a criatividade?
Daniel Brown (s/d, pp. 14 à 18), em seu livro
“Série Fundamentos da Arteterapia”, aponta: Sete
caminhos para acessar e aumentar a criatividade.
1º Zele por Você
O autor diz que para ser criativo é preciso
sentir-se relaxado e livre. A meditação é muito útil para
isto, assim como fazer pausas para descansar da
agitação incessante do dia a dia. Sempre que possível,
reserve um tempinho para você, sem exigências nem
interrupções, assim vai poder escolher se quer ouvir
música ou curtir o silêncio, a forma como iluminar o
ambiente, luz elétrica ou de velas.
tentam usar o tempo produtivamente – valorizam
cada momento;
geralmente otimistas e abertos a novas idéias;
criar novos modelos;
ingênuos;
capacidade para gerar um grande numero de
idéias a partir de um dado problema ou situação;
habilidade para ir além da essência de algo, vendo
além de todas as abstrações intelectuais;
habilidade de ultrapassar fronteiras do pensamento
tradicional para alargar e quebrar fronteiras;
perceptivas às necessidades do futuro, habilidade
par pensar globalmente;
abertos a novas experiências;
idealistas em vez de práticos;
amplitude de interesses;
não aceitam comportamento sexual estereotipado;
usam o humor como meio de expressar idéias;
habilidade de pensar simbolicamente e expressar o
self interior;
habilidade de expandir estimulação sensorial:
visual, tátil, olfativa, sinestésica, gustativa e
auditiva;
habilidade de apreciar a solidão;
habilidade de pensar metaforicamente. (D. Mackinnon & A. Maslow apud Bello, 2003, p.222)
Aula 2 | A pessoa criativa 52
2º Quebre Padrões Pré-Estabelecidos
Faça algo diferente: diga “oi” a um estranho;
volte para casa por um caminho diferente; assista ao
filme que normalmente não assistiria. Se você não tem
o hábito de ouvir música, vá a um concerto; se você
costuma ouvir músicas clássicas, vá a um show de
rock. Visite uma galeria de arte; compre um livro sobre
arquitetura; experimente uma comida diferente.
Expanda os limites do que você faz. Quebrar a rotina
pode ser ótimo.
3º Aproveite os Relacionamentos Criativos
Freud descreveu a criatividade como sendo uma
energia sexual sublimada e canalizada para a
criatividade. Algumas pessoas acreditam que são mais
criativas quando não estão se relacionando
sexualmente, como se toda a energia sexual estivesse
alimentando a criatividade.
Gayle Delaney, autora do livro “Sexual Dreams:
Why We Have Them And What They Mean (Sonhos
sexuais, por que os temos e o que significam), diz:
Não se trata de uma questão de
desperdício de energia sexual, mas sim
de um problema interpessoal, que
drena tanto tempo quanto energia em
geral. Dependendo de sua natureza e
qualidade, um relacionamento pode
ser um exemplo de esforço criativo ou
uma fonte de energia criativa.
4º Use Seus Sonhos
Observe seus pensamentos e sentimentos em
relação aos seus sonhos. Pense a respeito:
Dos personagens – são gatunos misteriosos,
cavalos, seu ex relacionamento, ou seu
chefe?;
Dica da professora
No final desta aula tem um texto de Clarisse Lispector, que enfatiza a mudança de hábitos pré-estabelecidos, leia e reflita.
Aula 2 | A pessoa criativa 53
Do cenário;
Dos objetos presentes no sonho – identifique-
os e faça associações livres com qualquer
coisa que lhe venha à mente quando você
pensa em cada um deles;
Das ações no sonho – quem fez o quê?
Quando?
5º Desperte Seus Sentidos
Não importa onde você esteja ou o que esteja
fazendo, sempre está acontecendo alguma coisa ao seu
redor e dentro de você. Use seus sentidos para
responder ao seu ambiente: procure padrões nas
formas e cores ao seu redor, e nos ritmos dos sons que
você escuta.
6º Experimente Todas as Formas de Arte
É importante explorar todas as formas de arte e
experimentar as diferentes maneiras de ver as coisas.
Se você praticar diferentes formas de arte, ficará
mais apto em cada uma delas.
Permita que a criatividade permeie todas as
áreas de sua vida.
Como Robert Henri (in Brown, s/d, pp. 17 e 18)
disse em seu livro The Art Spirit (O Espírito da Arte):
“Quando o espírito artístico está vivo dentro de alguém,
qualquer que seja seu tipo de trabalho, ele se torna
mais criativo, curador, realizador e expressivo.”
7º Cuidado com as Críticas
Muitas pessoas começam a pintar ainda
crianças. Elas jogam cores e formas em um pedaço de
papel, fazem bagunça e ninguém liga. Podem até ser
:: Objeto Criativo:
É espelho da auto-expressão.
Aula 2 | A pessoa criativa 54
elogiadas. É muito divertido! Então elas crescem e a
liberdade desaparece. As críticas chegam e mostram
como devem ficar envergonhadas consigo mesmas e
com o seu trabalho.
Ganhe coragem! Não deixe seu crítico interior
dominá-lo.
Estilos cognitivos – Estilo inovador e
Estilo adaptador
Após conhecer os estilos cognitivos apontados
pelo pesquisador Kirton (1987) em seu livro: “Adaptors
and Innovator Cognitive Style and Personality”,
poderemos conhecer melhor a dinâmica individual de
nossos alunos. Guzzo (1987) concluiu em suas
pesquisas que a maioria dos professores desconhecem
os estilos de aprender de seus alunos.
A conceituação de estilos de aprender
vem modificar a noção de dificuldades
de aprendizagem. Ao invés de vermos
a patologia, procuramos entender mais
a saúde, ou seja, quais são os estilos
ou maneiras preferenciais de aprender
dos estudantes e como entendê-los
nas salas de aula.
(wechsler, 2002, p.160)
Kirton (1987) ao pesquisar sobre estilos
cognitivos e criatividade, concluiu que existem dois
estilos, o estilo adaptador e o estilo inovador. Através
do instrumento avaliativo que criou chegou a algumas
características destes dois estilos, são elas:
Para refletir
Já conseguiu identificar qual o seu estilo? E do seu aluno? Qual o estilo do seu cliente?
Aula 2 | A pessoa criativa 55
ESTILO ADAPTADOR ESTILO INOVADOR
O indivíduo é mais detalhista, procura
aperfeiçoar os produtos já existentes.
Gosta de precisão, eficiência,
prudência, disciplina.
Preocupa-se mais em resolver
problemas do que encontrar novos.
É lógico, seguro, dependente.
Raramente quebra as regras e
somente o faz quando tem apoio
grupal.
O indivíduo tem pensamento mais
global, idéias originais, diferentes, mas
apresenta alguma dificuldade em
elaborá-las e executá-las.
É indisciplinado, gosta de arriscar-se,
inconformista.
Gosta de descobrir problemas e novas
maneiras de solucioná-los.
É pouco prático, ilógico.
Tem pouco respeito por hábitos e
padrões. (Kirton in Wechsler, 2002, pp.154, 155)
Os sete pilares da criatividade
Kohl e Gainer (2002, p.10) fazem as seguintes
citações, sobre o que chamam de pilares da
criatividade, no livro Fazendo Arte com as Coisas da
Terra:
1º Pilar: Autoconfiança - Respeite as ideias e
os esforços da criança. Deixe que ela sinta o gosto de
ter realizado algo, proporcionando-lhe tempo e espaço
para usar sua criatividade. Ela precisa de movimentos
livres, para trabalhar suas ideias e soltar a imaginação.
A mente que se abre para uma nova
idéia, jamais volta ao tamanho natural.
(Albert Einstein)
2º Pilar: Permitir Demonstrações de
Individualidade - Diga à criança que não está errado
ela querer dançar em um compasso diferente. É bom
que tente romper com a trivialidade, com o lugar-
comum.
3º Pilar: Explorar e Pensar - Estimule a
criança a pensar em todos os aspectos e possibilidades
do projeto, mas, antes, deixe que ela o explore e
experimente, sem receber críticas. Depois testar, à
vontade – com materiais e ideias – o projeto que ela
tem em mente: ele e seu plano de ação irão ajustar-se.
Quer saber mais?
“PILAR – Estrutura vertical que sustenta uma construção; coluna.” (Bueno,
2004)
Aula 2 | A pessoa criativa 56
4º Pilar: Participar - Pôr a criança em contato
com novas experiências e atividades, eventos culturais
ou jogos, estimula sua imaginação e originalidade.
Providencie materiais para a criança explorar, sem que
haja um objetivo determinado.
5º Pilar: Respeitar - A criança deve ser
estimulada a respeitar suas próprias ideias e as ideias
das pessoas que a cercam, para que outras propostas
possam surgir. Ficar vigiando uma criança, provocar
competição, ou restringir escolhas pode provocar-lhe
inibição.
6º Pilar: Dar Liberdade à Imaginação -
Deixe a criança dar asas à imaginação, sem receios de
críticas ou controle. As pessoas criticadas, quando
soltam à imaginação, bloqueiam a criatividade. Trate a
imaginação como algo positivo e divertido.
7º Pilar: Pensar e Inovar - Encoraje a criança
a encontrar novos caminhos. A inovar, experimentar e
explorar... e até errar! Aprender com erros, em plena
atividade, é a melhor experiência que uma criança pode
ter. A cada dia, novas descobertas irão surgir!
Criatividade e auto-estima
Através da prática criativa temos a oportunidade
de trabalhar a auto-estima dos nossos alunos. A cada
produção a criança vai se sentindo capaz e feliz por
realizar algo, vai se sentindo valorizada,
autoconfiante.
A auto-estima é a aceitação que o indivíduo
tem de si mesmo. As críticas positivas e os elogios
possibilitam a construção de um autoconceito e uma
auto-estima positiva. O indivíduo que tem uma
auto-estima inadequada se sente inútil, insuficiente,
incapaz, culpado, inferior, inadequado, é extremamente
Importante
A criatividade deve ser vista como um processo a ser cultivado, que conduz ao autoconhecimento e a liberdade interior.
Quer saber mais?
Branden (1997) “vê a auto-estima como a saúde da mente e uma necessidade humana fundamental, pois o ser humano sem auto-estima não pode realizar o seu potencial (...).” (in Golinelli & Santos, 2002, p. 46)
Aula 2 | A pessoa criativa 57
passivo, não se aceita, não acredita e não confia em si,
não se valoriza, não se ama.
AUTO-CONCEITO POSITIVO
AUTO-ESTIMA
ADEQUADA/POSITIVA
AUTOCONFIANÇA
(CONFIANÇA EM SI MESMO)
Auto-realização “A presença no ser humano de
uma necessidade de crescer numa direção que pode
ser sumarizada em geral como auto-realização, quer
dizer, ele tem dentro de si uma pressão para
caminhar em direção à unidade da personalidade,
em direção à expressividade espontânea, em
direção à completa identidade e individualidade, em
direção à criatividade, à bondade e muito mais. Isto
é, o ser humano é constituído de uma tal maneira
que se encaminha para ser mais e mais completo e
isso significa uma pressão para se orientar no
caminho daquilo que as pessoas chamam de bons
valores, serenidade, benevolência, coragem,
honestidade, amor, altruísmo e bondade.” (Maslow,
1968, p. 155)
Auto-estima é a vivência de sermos apropriados à
vida e às exigências que ela coloca. Mais
especificamente, auto-estima é...
1. A confiança em nossa capacidade de pensar e
enfrentar os desafios básicos da vida.
2. A confiança em nosso direito de ser feliz, a
sensação de que temos valor, de que somos
merecedores, de temos o direito de expressar
nossas necessidades e desejos de desfrutar os
resultados de nossos esforços (Branden in Golinelli &
Santos, 2002, pp. 48 e 49)
“Autoconceito diz respeito à imagem subjetiva que
cada pessoa tem de si mesma e que passa a vida
tentando manter e melhorar. Ele é formado pelas
crenças e atitudes que as pessoas têm a respeito de
si próprio, sendo altamente influenciado pela sua
percepção do que os outros pensam dela. Constitui
um determinante importante da pessoa que somos;
determina ainda o que pensamos a respeito de nós
mesmos, o que fazemos e o que acreditamos que
podemos fazer e alcançar.” (Alencar apud Virgolim,
Fleith & Pereira, 2003, p. 22)
Aula 2 | A pessoa criativa 58
Valorize cada produção de seu aluno, cada
movimento, cada pensamento, cada realização, por
mais simples que seja. Não temos como objetivo
criações de “obras de arte”, mas sim de transformar o
trabalho com a criatividade, em um canal de auto-
realização e auto-expressão.
Os conceitos de criatividade e o de
uma pessoa saudável e auto-realizada,
ou de uma pessoa totalmente
desenvolvida, parecem estar se
tornando, cada vez mais e mais,
próximos um do outro e podem
mesmo acabar por ser uma só coisa.
(Maslow in Yau, 1991, p.54)
Johnson (1991) nos chama a atenção para
quatro elementos básicos que favorecem a auto-
estima: O pertencer (sentimento de ser amado, ser
respeitado, fazer parte - inclusão); O ser único
(sentimento de ser especial e gostar de ser diferente -
unicidade); O poder (segurança em resolver
problemas, em assumir responsabilidades – atitude);
Ter modelos (pessoas que sirvam de modelos nos
seus objetivos e atitudes perante a vida – referências).
Os Seis Pilares da Auto-Estima
Branden (1997) em seus estudos determina a
sustentação da auto-estima por seis pilares, são
eles:
Primeiro Pilar - A prática de viver
conscientemente = Ter consciência das nossas
necessidades, dos nossos objetivos, assumi-los e
prioriza-los.
“(...) viver conscientemente significa querer estar
ciente de tudo o que diz respeito a nossas ações,
nossos propósitos, valores e objetivos – ao máximo
de nossa capacidade, qualquer que seja ela – e
comportar-nos de acordo com aquilo que vemos
conhecemos.” (Branden, 1995, p.98)
Segundo Pilar - A auto-aceitação = Ter
consciência dos nossos pontos negativos, não só os
positivos. Não posso mudar e melhorar o que
desconheço.
Terceiro Pilar - A prática da auto-
responsabilidade = Ter a responsabilidade de
resolver nossos próprios problemas, não criar a expectativa de ser salvo por alguém.
Aula 2 | A pessoa criativa 59
Criatividade e saúde mental
Através de alguns autores poderemos perceber
os benefícios obtidos com a prática criativa. Já que a
criatividade, por si só, já é curativa.
Uma das mais recentes aplicações da
arte é o seu uso terapêutico. Como foi
possível observar, através das páginas
anteriores, a arte tem uma relação
muito bem definida com a
personalidade do seu criador. Essas
influências da arte sobre o indivíduo
têm aplicações terapêuticas.
Compreende-se facilmente a utilização
da arte como saída emocional. Assim
como nos sentimos melhor depois de
havermos falado com alguém, a
respeito dos nossos problemas, as
pessoas se sentem melhor, quando
podem libertar-se de suas tensões, por
meio da expressão artística. Para
entender e interpretar as fases do
processo terapêutico, é necessário
estudar o significado psicológico e
terapêutico das artes.
(Lowenfeld, 1954, p.222)
O trabalho criativo faz com que o indivíduo ao
criar entre em contato com sentimentos, sensações,
conteúdos internos, muitas das vezes desconhecidos. O
trabalho com a criatividade favorece o fluxo de
informações, imagens, sentimentos, sensações do
inconsciente para o consciente, o mesmo acontece do
consciente para o inconsciente. Este fluxo é saudável,
Quarto Pilar - A prática da auto-afirmação =
Sustenta a auto-estima como é a manifestação da
mesma.
Quinto Pilar - Atitude de viver
intencionalmente = Corresponde à auto-
responsabilidade. Caracteriza ter controle da própria
vida, tomar atitudes quando e se necessário.
Sexto Pilar - A prática da integridade pessoal =
Traduz a integração das idéias, das convicções, das
crenças e do comportamento. A quebra da
integridade fere a auto-estima, só a prática da integridade poderá curá-la.
Quer saber mais?
Transmutar – transmudar. Transmudar – Fazer passar a outro, tornar diferente, alterar, mudar. Transmutação – Ação ou efeito de transmutar. Transformar - Dar nova forma, tornar diferente do que era, metamorfosear, transfigurar. Transcender- Ser superior, exceder, ultrapassar,elevar-se. (Bueno, 2004)
Aula 2 | A pessoa criativa 60
já que possibilita a troca de imagens, sentimentos,
sensações, informações desagradáveis, dolorosas,
negativas, por positivas.
Quando criamos colocamos um pouco de nós, do
nosso universo interior no que fazemos, na nossa
criação, dessa forma, temos a oportunidade de entrar
em contato com o nosso universo interior e conhecê-lo
um pouco mais. Só assim poderemos entender, mudar,
transformar, significar, re-significar, transmutar,
transcender, se e quando necessário.
Caminhar criativamente é ter a
possibilidade de concretizar, de dar
forma às sensações, aos sentimentos
ou às imagens que estão inconscientes
ou reprimidas. E, ao ganhar
concretude, podem transmutar,
transformar, ou transcender.
(Chieza, 2004, p. 40)
Achterberg em seus estudos constatou que:
“(...) quando uma pessoa está imersa em um processo
criativo, produz o mesmo tipo de onda cerebral que se
produz nos processos de cura.” (apud Chieza, 2004, p.
44)
Ciornai (2000) diz que o novo traz vida. Em seu
livro enfatiza a importância da atividade criativa, que
pode ser muito curativa, pois aponta novos caminhos e
explora aspectos positivos de qualquer pessoa.
Nise da Silveira (Psiquiatra) em seus trabalhos,
com doentes mentais, fez uso da arte com fins
terapêuticos.
Nise estudava as relações entre a arte e loucura. Ela
acreditava que pela arte, pessoas privadas da
consciência conseguiriam se comunicar e se
expressar, o que lhes ia na alma. Trabalhou no
Hospício da Praia Vermelha e no Centro Psiquiátrico
Pedro II, nesses hospitáis montou oficinas de
criação artística e em vez de dar eletrochoques,
remédios e coloca-los em camisas-de-força, ela pôs seus clientes para pintar, fazer teatro, modelar.
Aula 2 | A pessoa criativa 61
Criatividade, arte e ludicidade
A arte é um meio de comunicação, não verbal,
que possibilita a expressão dos sentimentos, do
conhecimento, dos conteúdos internos.
Ao lidar com a arte, vamos despertando, pouco
a pouco, a nossa imaginação, percepção, cognição,
criatividade, e a sensibilidade de se expressar
livremente através das linhas, das cores, das formas,
da música, da dança, poesia, da pintura, entre outras
técnicas. Dessa forma se torna altamente lúdico o
trabalho com a arte.
Ao comparar as atividades lúdicas das crianças e
as atividades artísticas encontraremos mais igualdades
do que diferenças:
Ambas constituem atividades
desinteressadas, sem qualquer fim utilitário,
que não seja o da ação em si;
Ambas proporcionam prazer as quem as
pratica;
Ambas brotam espontaneamente, emergindo
do mais profundo do ser psíquico, como
pulsões com imperiosa necessidade de ser
satisfeitas;
Ambas produzem envolvimento afetivo-
emocional, delícia, paixão, êxtase, estados de
exaltação;
Fundou o Museu da Imagens do Inconsciente para
abrigar as obras de seus clientes. Atualmente este
Museu conta com mais de 350 mil obras de arte.
Nise da Silveira faleceu no dia 31 de outubro de
1999, aos 94 anos. Seu trabalho se tornou
referência no mundo inteiro.
Quer saber mais sobre esta mulher brilhante e seu
trabalho? Visite o site: www.ccs.saude.gov.br
Dica da professora
Quando falamos em ARTE, estamos nos referindo às produções. Sejam elas “simples técnicas” aplicadas em uma sala de aula, atelier, consultório, ou as obras de arte encontradas em museus, exposições.
Aula 2 | A pessoa criativa 62
Ambas requerem imaginação, invenção,
criatividade, estando estreitamente ligadas ao
novo, à inovação, ao original ao inédito, ao
fora do vulgar;
Ambas se dirigem para algo espiritual, para
algo que é belo, que é bom, que é o bem, que
satisfaz plenamente.
A Bela Perspectiva da Mudança
(Clarice Lispector)
Mude, mas comece devagar porque a direção é mais
importante que a velocidade;
Sente-se em outra cadeira, no outro lado da mesa,
mais tarde,mude de mesa;
Quando sair, procure andar pelo outro lado da rua,
depois, mude de caminho, ande por outras ruas,
calmamente, observando com atenção, os lugares
por onde você passa;
Tome outro ônibus, mude por uns tempos o estilo
das roupas, dê os seus sapatos velhos, procure
andar descalço alguns dias;
Tire uma tarde inteira para passear livremente na
praia ou no parque e ouvir o canto dos passarinhos;
Veja o mundo de outras perspectivas, abra e feche
as gavetas e portas com a mão esquerda;
Durma no outro lado da cama... depois procure
dormir em outras camas;
Assista a outros programas de TV, compre outros
jornais... leia outros livros, viva outros romances;
Não faça do habito, um estilo de vida, ame a
novidade, durma mais tarde, durma mais cedo;
Aprenda uma palavra nova por dia, numa outra
língua, corrija a postura;
Coma um pouco menos, escolha comidas diferentes,
novos temperos, novas cores, novas delicias;
Tente o novo todo dia, o novo lado, o novo método,
o novo sabor, o novo jeito, o novo prazer, o novo
amor, a nova vida;
Tente, busque novos amigos, tente novos amores,
faca novas relações;
Almoce em outros locais, vá a outros restaurantes,
tome outro tipo de bebida, compre pão em outra
padaria, almoce mais cedo, jante mais tarde ou
vice-versa;
Escolha outro mercado... outra marca de sabonete,
outro creme dental... tome banho em novos
horários;
Use caneta de outras cores, vá passear em outros
lugares, ame muito, cada vez mais, de modos diferentes;
Aula 2 | Nome da aula 63
EXERCÍCIO 1
Use (V) para as frases verdadeiras e (F) para as frases
falsas:
(aba) Uma das mais recentes aplicações da arte é o seu
uso terapêutico.
(aba) Ao estimular e trabalhar com a criatividade
poderá perceber seus benefícios para a formação do
auto-conceito, da auto-estima e saúde mental.
(aba) A arte não possibilita a comunicação e a
expressão dos sentimentos, conhecimentos e conteúdos
internos.
(aba) Estilo cognitivo inovador - O indivíduo é mais
detalhista, procura aperfeiçoar os produtos já
existentes.
(aba) Elementos básicos que favorecem a auto-estima:
o pertencer, o ser único, o poder, ter modelos.
Troque de bolsa, de carteira, de malas, troque de
carro, compre novos óculos, escreva outras poesias;
Jogue os velhos relógios, quebre delicadamente
esses horrorosos despertadores;
Abra conta em outro banco, vá a outros cinemas,
outros cabeleireiros, outros teatros, visite novos
museus;
Mude, lembre-se de que a vida é uma só e pense
seriamente em arrumar um outro emprego, uma
nova ocupação, um trabalho mais "light", mais
prazeroso, mais digno, mais humano;
Se você não encontrar razões para ser livre,
invente-as, seja criativo;
E aproveite para fazer uma viagem despretensiosa,
longa, se possível, sem destino;
Experimente coisas novas, troque novamente, mude
de novo, experimente outra vez;
Você certamente conhecerá coisas melhores e coisas
piores do que as já conhecidas, mas isso não é o
que importa, o mais importante é a mudança, o
movimento, o dinamismo, a energia;
Só o que está morto não muda!
Repito por pura alegria de viver, a salvação é pelo risco, sem o qual a vida não vale a pena!
Aula 2 | Nome da aula 64
EXERCÍCIO 2
São características da Personalidade Criativa:
( A ) Auto crítico, rigidez.
( B ) Bloqueio dos sentimentos, das emoções.
( C ) Fluência, flexibilidade, humor, imaginação.
( D ) Não rompe com a trivialidade, com o lugar
comum.
( E ) Mal humor, não quebra padrões pré-
estabelecidos.
EXERCÍCIO 3
Crie e descreva uma atividade onde seja utilizada a
técnica do “Brainstorm”:
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
EXERCÍCIO 4
Dentro das 15 características da personalidade criativa,
apontadas por WECHSLER, enumere as que você
identifica em sua personalidade. Justifique a sua
identificação com tais características:
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
Aula 2 | Nome da aula 65
RESUMO
Vimos até agora:
Todo ser humano é criativo, uns mais, outros
menos;
São características da personalidade criativa:
Fluência e flexibilidade de ideias; ideias
originais e inovadoras; sensibilidade interna e
externa; fantasia e imaginação; abertura as
novas experiências, independência de
julgamentos e inconformismo; uso de
analogias ou combinações incomuns; Ideias
enriquecidas e elaboradas; Preferência por
situações de risco, motivação e curiosidade;
humor, impulsividade e espontaneidade;
confiança em si mesmo e sentido de destino
criativo;
BRAINSTORM = “Tempestade de Ideias”,
metodologia que favorece a fluência do
pensamento;
SCANCEA = Estratégia criada com o objetivo
de favorecer o olhar do indivíduo sob
diferentes aspectos, exercitando a fluência e
flexibilidade de ideias no pensamento criativo;
Técnica Sinética = à partir de diferentes tipos
de analogias, fazemos o que é familiar
parecer estranho e o que é estranho, parecer
familiar;
Caminhos para acessar e aumentar a
criatividade: Zele por você; quebre padrões
pré-estabelecidos; aproveite os
relacionamentos criativos; use seus sonhos; des
Aula 2 | Nome da aula 66
perte seus sentidos; experimente todas as
formas de arte; cuidado com as críticas;
São estilos cognitivos: estilo inovador e estilo
adaptador;
Formam os sete pilares da criatividade:
Autoconfiança; permitir demonstrações de
individualidade; explorar e pensar;
participação; respeito; dar liberdade à
imaginação; pensar e inovar;
Auto-conceito positivo leva a uma auto
estima adequada, a uma autoconfiança;
Formam os seis pilares da auto-estima: A
prática de viver conscientemente; a auto-
aceitação; a prática da auto-
responsabilidade; a prática da auto-
afirmação; atitude de viver intencionalmente;
a prática da integridade pessoal;
O trabalho com a criatividade favorece a
saúde mental;
Ao comparar as atividades lúdicas das
crianças e as atividades artísticas
encontramos mais igualdades do que
diferenças.
Processo do
pensamento criativo
Dina Lúcia Chaves Rocha
AU
LA
3
Ap
res
en
taç
ão
Nesta aula tentaremos entender de que forma se dá o
pensamento criativo, suas fases ou etapas. Autores falam da
importância do pensamento criativo ser estruturado de forma que
favoreça tal processo, que tem como objetivo um produto ou
resultado criativo.
Quando estamos criando passamos por um processo e cada um
poderá vivenciá-lo de forma diferenciada. Cada pessoa tem um
ritmo e um tempo diferente, a forma como se relaciona com as
situações, com seus sentimentos, com suas dificuldades, com as
barreiras é que fará a diferença na busca de um resultado.
Somente entendendo o processo do pensamento criativo, suas
fases e etapas, como se dá, é que poderemos tentar favorecer o
processo de nossos alunos e/ou clientes.
Ob
jeti
vo
s
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja
capaz de:
Identificar e descrever as diferentes fases ou etapas do
processo criativo, descritas pelos autores;
Perceber a importância e a diferença dos pensamentos
convergente e divergente para o processo do pensamento
criativo;
Entender de que forma a criatividade pode ser bloqueada e
identificar características das barreiras culturais, emocionais e
perceptuais;
Identificar quais as características de um produto considerado
criativo.
Aula 3 | Processo do pensamento criativo 68
Introdução
O processo do pensamento criativo tem sido
estudado por diversos autores, na tentativa de
entender as relações que estabelecemos com cada fase
ou processo. Já que, condições favoráveis ao momento
de inspiração variam, de acordo com cada indivíduo.
Nachmanovitch (1993) complementa este
pensamento e diz: “(...) as personalidades são
diferentes e o processo criativo de uma pessoa não é
igual ao de outra.” (p. 22)
A hora do dia, posição corporal,
temperatura e iluminação ambiental,
presença ou não de pessoas, animais
ou objetos, mobiliário ao redor,
barulho ou silêncio necessidade ou não
de alimentação, movimentação etc.,
variam de acordo com os estilos
preferenciais de pensar de cada
pessoa.
(Wechsler, Torres & Polônia in
Wechsler, 2002, p. 52)
Fases do processo criativo
Cada fase ou etapa do processo criativo é
vivenciada de forma extremamente pessoal. O processo
criativo depende do estado emocional, de seus
interesses, da sua motivação, do seu envolvimento, do
empenho e da dedicação dispensada pelo criador. Cada
indivíduo poderá apresentar tempo diferenciado ao
vivenciar as fases/etapas.
Vamos abordar as fases descritas pelos
seguintes autores, em seus estudos: Kneller, Torrance
e Osborn.
Iniciaremos com Kneller (1978), que aponta
cinco fases para sequênciar o processo criativo, são
eles:
Quer saber mais?
“O processo criativo não pode se desenvolver numa situação fechada. Quando se cria, é preciso fugir da necessidade de ser bem sucedido o tempo todo. Temos que retornar à criação como um elemento integrado, uma convivência comum, sem esperar resultados”. (Holm, 2007, p.18)
Importante
As condições ambientais, sociais e culturais, também, têm um papel relevante no processo criativo. As influências sofridas, pelo indivíduo, vão atuar diretamente na forma que o indivíduo vai vivenciar este processo e suas fases.
Introdução 68 Fases do processo criativo 68 Pensamentos convergentes e divergentes 72 Como a criatividade pode ser bloqueada? 74 O produto criativo 78
Aula 3 | Processo do pensamento criativo 69
Apreensão
Nesta fase, há a percepção ou sensação do
problema a ser resolvido.
Preparação
Investiga-se, de diferentes maneiras, sobre o
problema em questão.
Ler, anotar, discutir, indagar, explorar, faz com
que o indivíduo vá se informando e se familiarizando
com as ideias existentes, com o que já foi feito ou
investigado sobre a questão a ser solucionada. Logo
depois, deve-se colocar de lado o material investigado
e abrir espaço para que suas ideias surjam e se
desenvolvam.
Incubação
Trabalha-se com hipóteses a nível inconsciente,
após investigar, ler e obter informações sobre a
questão a ser resolvida. Neste momento as informações
obtidas na fase anterior, podem ser cruzadas.
A mente funciona como uma incubadora. O
período de incubação varia de indivíduo para indivíduo
e é tida como, a etapa ou fase, mais importante.
Iluminação
A idéia iluminadora surge. Vem
espontaneamente, após a incubação. É o “clímax” do
processo criativo, o momento do “Aha!”, “Já sei!”,
“Heureca!”.
A mente se ilumina e vem a descoberta, a
resposta, o “insight” e tudo se encaixa, passa a fazer
sentido.
Quer saber mais?
Wallas (1926) também desenvolveu estudos sobre o processo
criativo e estabeleceu quatro fases, que no seu entendimento, constituem tal processo: Preparação; Incubação; Iluminação; Verificação.
ILUMINAÇÃO
“INTEGRAÇÃO”
Importante
Para Murphy (1947) a iluminação leva a integração.
Aula 3 | Processo do pensamento criativo 70
Verificação
Esta fase conclui o processo criativo, sendo
assim, o indivíduo dá forma à solução encontrada.
Neste momento é verificado pelo criador se suas ideias
são executáveis, se são válidas. Este processo pode
durar anos, meses, semanas, dias, horas, não há regra,
até que o indivíduo consiga executá-la e dar a forma
final desejada.
O criador verifica qual o impacto que seu
produto causa no meio em que vive, na sociedade, e
recebe a sua avaliação.
Já para Torrance o processo do pensamento
criativo se dá da seguinte forma:
(...) tornar-se sensível a falhas ou
deficiências na informação; identificar
as dificuldades ou os elementos
faltantes; formular hipóteses a
respeito das deficiências encontradas;
testar e retestar essas hipóteses; e,
por último, comunicar os resultados
encontrados.
(Torrance in wechsler, 2002, p. 53)
Em Osborn (1953) encontramos como maneira
sistematizada de exercitar o processo criativo, três
fases a serem percorridas, na obtenção de um produto
ou solução criativa:
Procura de Fatos
Nesta fase é definido o problema, destacam-se
aspectos relevantes e, depois se procura adquirir
informações.
Procura de Ideias
Já nesta fase o indivíduo procura produzir
inúmeras ideias, combinando, modificando,
transformando.
Dica da professora
Saiba mais sobre as fases do processo criativo, segundo Torrance, lendo: “Rewarding Creative Behavior”. Mais informações sobre esta publicação, você encontra na bibliografia.
Quer saber mais?
“Nada pode deter o criativo. Se a vida está cheia de alegria, a alegria alimenta o processo criativo. Se a vida está cheia de dor, a dor alimenta o processo criativo.” (Nachmanovitch, 1993, p.175)
Aula 3 | Processo do pensamento criativo 71
Procura de Soluções
Nesta fase final, as ideias obtidas na fase
anterior serão avaliadas e verificadas, sob diferentes
aspectos.
Neto (2004) e Von Frange (1971) não falam em
Processo Criativo, falam em Processo de
Resolução de Problemas.
Neto (op. cit.) determina as fases do processo
de resolução de problemas da seguinte forma:
1ª Fase: Aquecimento - Caracteriza-se por
uma busca, em que você estuda o problema e tenta
diversas soluções, geralmente racionais.
2ª Fase: Inspiração – Usando os métodos
para facilitar o pensamento criativo, ou mesmo por
acaso, você encontra uma idéia brilhante, que foge dos
padrões anteriores que vinha usando, e que não o
levavam à solução.
3ª Fase: Aperfeiçoamento da Idéia – Com
processos racionais e criativos, você aperfeiçoa a sua
solução.
Na bibliografia pesquisada para a produção
deste caderno encontramos várias formas de classificar
as fases ou etapas que compõem o processo criativo.
Os autores nomeiam de forma diferenciada, mas
possuem basicamente o mesmo conteúdo.
Para pensar
Qual a ligação da criatividade e solução de problemas?
Alguns profissionais da Psicologia vêem criatividade como um tipo especial de solução de problemas. Já os Psicanalistas rejeitam esta opinião. “É óbvio a qualquer pessoa que há certas soluções de problema que são criativas. Mas é injustificado pressuposto ver em toda criatividade um caso de solução de problema”. (kneller, 1978, p.24)
Aula 3 | Processo do pensamento criativo 72
Autores Fases Classificação dada pelos Autores
Osborn 3 1. Procura de Fatos; 2. Procura de Ideias; 3. Procura de
Soluções.
Von Frange
Fases de
solução de
problemas
3
1. Investigação da direção a ser seguida; 2. Definição
dos limites e prazos para avaliar soluções; 3. Criação de
métodos para solucionar problemas.
Neto
Fases de
solução de
problemas
3
1. Aquecimento; 2. Inspiração; 3. Aperfeiçoamento da
idéia.
Simon 3 1. Inteligência; 2. Projeto; 3. Escolha.
Helmhotz 3 1. A saturação; 2. Incubação; 3. Iluminação.
Poincaré 3 1. Fase reflexiva e de cálculo; 2. Fase inconsciente de
amadurecimento; 3. Fase final de verificação de ideias.
Wallas 4 1. Preparação; 2. Incubação; 3. Iluminação;
4.Verificação.
Kneller
5
1. Apreensão; 2. Preparação; 3. Incubação; 4.
Iluminação; 5. Verificação.
Parnes
5
1. Procura de dados; 2.Procura de estabelecimento do
problema; 3. Procura de ideias; 4. Procura de solução;
5. Procura de Aceitação.
Torrance
5
1. Percepção das falhas ou deficiências na informação;
2. Identificação das dificuldades ou elementos faltantes;
3. Formulação de hipóteses; 4. Testar e retestar
hipóteses; 5.Comunicação dos resultados.
Morgan
5
1. Definição do problema; 2. Coleta de informações;
3.Pesquisa de ideias; 4.Incubação; 5. Avaliação.
Brightman e
Van Gudy
5
1. Pesquisar; 2. Avaliar; 3. Gerar; 4.Projeto; 5. Escolha.
Mirshawka
6
1. Questionamento; 2. Coleta de Dados; 3. Incubação;
4. Iluminação; 5. Verificação; 6. Comunicação.
Leontiev e
Smirnou
3
Na Arte 1. Preparação; 2. Criação da obra;
3. Elaboração.
3
Na Criação
Científica
1. Preparação; 2. Fase da própria
criação; 3.Solução do problema.
Pensamentos convergentes e divergentes
Pesquisas apontam para a importância dos
pensamentos convergentes e divergentes, para o
processo criativo. Mostram também a ligação direta
com o ato criativo.
Pensamentos convergentes = Pensamento
criador = Raciocínio convergente.
Pensamento divergente = Pensamento não
criador = Raciocínio divergente.
Aula 3 | Processo do pensamento criativo 73
Um tipo tende para reter o conhecido,
aprender o predeterminado e
conservar o que é. O segundo tende
para rever o conhecido, explorar o
indeterminado e construir o que possa
ser. A pessoa para a qual seja primário
o primeiro tipo ou processo, tende
para o usual e esperado. A que tenha
como primário o segundo modo tende
para o novo e especulativo. O primeiro
prefere a certeza, o segundo o risco.
(Getzels & Jackson, 1962, pp. 13 e 14)
Neste quadro temos um breve panorama sobre
autores e suas colocações sobre os tipos de
pensamentos e raciocínios. Nele podemos perceber a
ligação direta que estes pesquisadores fazem com
alguns tipos de pensamento ou raciocínio e o ato de
criar.
WECHSLER
(2002)
Pensamento
Divergente
Produz inúmeras soluções apropriadas e
reconhece-as como possibilidades.
Pensamento
Convergente
Busca ou produz uma única resposta, idéia ou
solução correta. Foca somente em uma
alternativa, possibilidade.
KNELLER
(1978)
Pensamento
Criador
È inovador, exploratório, aventuroso.
Impaciente ante a convenção, é atraído pelo
desconhecido e indeterminado. O risco e a
incerteza estimulam-no.
Pensamento
não Criador
È cauteloso, metódico, conservador. Absorve o
novo no já conhecido e prefere dilatar as
categorias existentes a inventar novas.
FILHO
(2005)
Raciocínio
Divergente
Faz parte da natureza humana. Os indivíduos
criativos utilizam-se de ‘gatilhos’ ou ideias
simples para desenvolver ideias mais
complexas. Durante o processo criativo, eles
fazem uso de componentes da criatividade que
auxiliam o momento criativo.
Raciocínio
Convergente
É um modo de pensar no qual o indivíduo
procura a solução correta para um problema.
Neste modo de pensar, o indivíduo faz uso do
raciocínio lógico e avaliativo a fim de identificar
o real escopo do problema e reduzir o universo
de soluções adequadas ao problema. Isto
implica em tentar encontrar critérios que
delimitem quais soluções são apropriadas ao
problema que se tem em mãos.
Aula 3 | Processo do pensamento criativo 74
Como a criatividade pode ser bloqueada?
Durante o processo de desenvolvimento da
criatividade ou na prática criativa, podem ser
encontradas algumas barreiras, atitudes desfavoráveis
que acabam bloqueando a criatividade em
desenvolvimento.
A criação espontânea nasce de nosso
ser mais profundo e é imaculadamente
e originalmente nós. O que temos que
expressar já existe em nós, é nós, de
forma que trabalhar a criatividade não
é uma questão de fazer surgir o
material, mas de bloquear os
obstáculos que impedem seu fluxo
natural.
(Nachmanovitch, 1993, p.21)
Podemos chamar de barreiras, bloqueios,
obstáculos, dificuldades, todos são fatores que
dificultam o processo do pensamento criativo. Veja
alguns desses fatores: rigidez, conformismo, apatia,
falta de imaginação, Medo de errar, impaciência,
perfeccionismo, preconceito, falta de humor, falta de
compromisso, preguiça mental, falta de apoio, medo de
mudanças, medo do novo, falta de percepção, falta de
intuição, vaidade, insegurança, intolerância, controle
excessivo, competição, pressão psicológica, falta de
tempo, excesso de recompensas, excesso de
vigilância, excesso de avaliações, excesso de regras,
padronização, adestramento ao invés de
desenvolvimento, falta de reconhecimento, entre
outros.
Há quem diga que a fórmula da criação é se
livrar de obstáculos.
Wechsler (2002) em seus estudos fala sobre as
barreiras culturais, perceptuais e emocionais. Os
pesquisadores classificaram as barreiras de acordo com
a sua origem.
Para navegar
Neste endereço virtual você poderá pesquisar. http://books.google.com/books?id=qLZ3nMUPsyYC&dq=%22Treffinger%22+%22Creative+Problem+Solving:+An+Introduction%22&lr=&hl=pt-BR&source=gbs_summary_s&cad=0
Aula 3 | Processo do pensamento criativo 75
BARREIRAS CULTURAIS
A sociedade muitas das vezes é a primeira a
bloquear o pensamento ou comportamento criativo. O
ambiente tem um papel fundamental tanto para
emergência da criatividade, como para a repressão.
Isaksen & Treffinger (1985) elaboraram uma
lista de frases ou comentários capazes de matar ideias
criativas em casa e no trabalho, são elas:
Esta idéia é ridícula;
Nós nunca tentamos isso antes;
Vai custar muito caro;
Este problema não é nosso;
É uma mudança muito radical;
Nós não temos tempo;
Somos muito poucos para fazer isso;
Não é prático para a nossa situação;
Os outros membros do grupo não vão gostar;
Vamos voltar à realidade;
Do jeito antigo sempre deu certo;
Isso é coisa para pensar no futuro;
Não estamos prontos para isso;
Não está no nosso orçamento;
A direção não vai achar uma boa idéia;
Se não der certo vamos parecer ridículos;
Deixe esse assunto para outro dia;
Vamos fazer uma comissão para estudar isso;
Já funcionou para alguém conhecido?;
Não é adequado para a nossa cidade.
Neto (2004) enumera 8 barreiras à criatividade
criadas pela nossa educação:
1. Buscar sempre a resposta correta.
2. Manter tudo dentro da lógica.
3. Seguir normas e regras.
4. Não complicar as coisas – ser
prático.
Dica da professora
A lista criada por Isaksen & Treffinger, cabe também, para o ambiente escolar.
Dica da professora
Não permita que essas barreiras atrapalhem a sua relação com o processo criativo.
Aula 3 | Processo do pensamento criativo 76
5. Evitar ambiguidades.
6. Evitar o erro.
7. Ser sério – Brincar, seria falta de
seriedade.
8. Não ser bobo.
(p. 89)
BARREIRAS PERCEPTUAIS
Assim como todas as outras barreiras, as
barreiras perceptuais criam uma dificuldade, uma
limitação. A percepção está diretamente ligada aos
órgãos dos sentidos (visão, audição, tato, paladar,
olfato) uma barreira, um obstáculo ou um bloqueio,
neste caso, me impediria de perceber além do óbvio.
Você pode olhar e não ver;
Você pode escutar e não ouvir;
Você pode tocar e não sentir...
As barreiras Perceptuais que mais trazem
bloqueios à criatividade são:
Não perceber ou não ser sensível a problemas;
Buscar soluções rápidas ou imediatas;
Pensamento inflexível;
Não conseguir ver os problemas sob um
enfoque diferente;
Julga e critica constantemente.
Shallcross (1985) nos dá um exemplo de
barreira perceptual, através de um exercício, veja:
Na figura abaixo, responda: Quantos quadrados
existem neste quadrado?
Dica da professora
Material retirado do livro: Criatividade: Descobrindo e Encorajando.
Mais detalhes na Bibliografia.
Aula 3 | Processo do pensamento criativo 77
Qual a sua resposta? Dezesseis? Se você
estivesse em uma sala de aula tradicional, teria a
melhor nota. Entretanto, você pode, pelo menos, ver
30 quadrados, se considerar os quadrados 2 por 2, 3
por 3 e assim por diante.
BARREIRAS EMOCIONAIS
Impossibilitam a exploração e a manipulação de
ideias.
As barreiras emocionais vão se constituindo
através da história de vida do indivíduo. A forma como
interagimos com o mundo, a sociedade, a família pode
ser facilitador na construção dessas barreiras.
Jones (1993) em suas pesquisas identificou as
seguintes barreiras emocionais, capazes de dificultar as
manifestações criativas:
Medo do fracasso – Não se arriscar, tentar
menos para não sofrer ou ter vergonha;
Medo de brincar – Estilo sério e lógico de
resolver problemas. Medo por parecer bobo
por estar fazendo algo diferente;
Miopia de recursos – Não conseguir
enxergar os seus próprios aspectos positivos
ou pontos fortes, persistir em um
comportamento que não tem mais função,
não questionar as próprias atitudes;
Evitação da frustração – Desistir muito
rápido frente aos obstáculos, evitar a dor ou
desconforto que estão sempre associados à
mudanças e situações novas;
Imaginação empobrecida – Desvalorizar
ou ignorar a vida inteira o poder das imagens.
Preferência por coisas ou situações objetivas;
:: CRIAR:
Articula com a sensibilidade.
Aula 3 | Processo do pensamento criativo 78
Medo do desconhecido – Medo de situações
ambíguas, onde não há probabilidade certa de
ter sucesso, necessidade de saber o futuro
antes de ir em frente;
Necessidade de equilíbrio – Dificuldade de
tolerar desordem, confusão, deseja simetria.
Detesta complexidade;
Medo de exercer influência – Receio de ser
muito agressivo ou de influenciar outras
pessoas, medo de falar o que acredita.
Dificuldade de ser ouvido. Pavor em ser líder;
Medo de perder o controle - Necessidade
de encontrar soluções rápidas para
problemas, dificuldade de deixar tempo para
a incubação, deixar que as coisas aconteçam
naturalmente. Descrença na sua capacidade e
na da humanidade.
O produto criativo
Para ser considerado criativo e único o produto
deve satisfazer vários critérios. Mackinnon (1978) em
seus estudos estabeleceu cinco critérios, que julgava
necessário para se avaliar o produto criativo:
Originalidade – Os produtos mais criativos são
aqueles que são originais entre toda a civilização ou
história da humanidade. Produtos originais são
produtos incomuns.
Segundo Mackinnon (1978) o fato de ser original
não garante que seja considerado criativo.
Adaptação à realidade – Ter uma utilidade ou
função.
Mackinnon (1978) relata a importância do
produto servir para resolver uma questão ou alcançar
um objetivo.
Quer saber mais?
O PRODUTO CRIATIVO É todo resultado, ou tudo que resulta, de uma atividade criativa.
Importante
Solução Elegante e Transformação de Princípios Antigos, são opcionais, nem sempre precisam aparecer. Mas quando isso acontece, os produtos poderão ser considerados muito mais criativos.
Aula 3 | Processo do pensamento criativo 79
Elaborado – O produto deve ser elaborado,
desenvolvido e comunicado para os outros.
Solução elegante – A solução deve ser
simples, porém estética.
Transformação de Princípios antigos
(opcional) – Requer que o produto, de uma certa
forma, transcenda, transforme ou revolucione princípios
antigos.
“A VOLTA DE UM PROFESSOR DO SÉCULO XVI
AO BRASIL”.
(Ficção – autor desconhecido)
Em pleno século XXI, o Sr. Teixeira, um grande
professor brasileiro do século XVI, voltou ao Brasil e,
chegando à sua cidade, ficou abismado com que viu:
as casas eram altíssimas e cheias de janelas; as
ruas eram pretas e passavam umas sobre as outras,
com uma infinidade de máquinas andando em
velocidade; o povo falava muitas palavras que o
professor Teixeira não conhecia (poluição, telefone,
avião, rádio, barato, cinema, televisão...); as roupas
deixaram o professor Teixeira ruborizado. Tudo
havia mudado. Muito surpreso e preocupado, o
professor visita a cidade inteira e, cada vez,
compreendia menos o que estava acontecendo.
Resolveu então visitar uma igreja, mas, que susto
levou!!! O padre rezava missa, não mais em latim,
mas em português e de costas para o altar; o órgão
estava parado e um grupo de cabeludos tocava, nas
guitarras, uma música estranha, ao invés de canto
gregoriano. O desespero do professor aumentava.
Resolveu ainda, visitar algumas famílias. Mas... O
que significava aquilo? Depois do jantar todos se
reuniam, durante muitas horas para ADORAR um
aparelho que mostrava imagens e emitia sons. O
professor Teixeira ficou impressionado com tanta
capacidade de concentração e de adoração!!!
Ninguém falava uma palavra diante do aparelho.
Tudo havia mudado completamente e o professor
Teixeira desanimava cada vez mais, até que
resolveu visitar uma escola. Foi uma idéia
sensacional!!! Porque quando lá chegou, sentiu o
que procurava: uma escola onde tudo continuava da
mesma forma como ele havia deixado: as carteiras,
uma atrás da outra; o professor falando, falando,
falando... E os alunos escutando, escutando, escutando...
Aula 3 | Processo do pensamento criativo 80
EXERCÍCIO 1
Faça a correspondência da primeira fileira com a
segunda:
( A ) Barreiras Culturais.
( B ) Barreiras Perceptuais.
( C ) Barreiras Emocionais.
(aaa) Falta de tempo e de dinheiro.
(aaa) Não perceber ou não ser sensível a problemas.
(aaa) Seguir normas e regras, manter tudo dentro da
lógica.
(aaa) Evitação da frustração.
(aaa) Receio de ser agressivo ou de influenciar outras
pessoas, medo de falar o que acredita.
(aaa) Não conseguir ver os problemas sob um enfoque
diferente.
EXERCÍCIO 2
Correlacione, os cinco critérios descritos por Macknonn
(1978) para identificar o produto criativo:
( 1 ) Originalidade.
( 2 ) Adaptação à realidade.
( 3 ) Elaborado.
( 4 ) Solução elegante.
( 5 ) Transformação de princípios antigos.
(oba) O produto tem uma finalidade ou função.
(oba) O produto deve transcender, transformar ou
revolucionar princípios antigos.
(oba) O produto deve ser elaborado, desenvolvido e
comunicado.
(oba) Solução simples.
(oba) Produtos incomuns.
Aula 3 | Processo do pensamento criativo 81
EXERCÍCIO 3
O que Jones (1993) fala sobre as seguintes barreiras
emocionais?
Medo do fracasso -___________________________
Medo de brincar -____________________________
Imaginação empobrecida -_____________________
Medo do desconhecido -_______________________
Medo de perder o controle -____________________
EXERCÍCIO 4
Analise e comente cada fase do processo criativo
apontado por Kneller(1978):
Apreensão-_________________________________
Preparação-________________________________
Incubação-_________________________________
Iluminação-________________________________
Verificação-_________________________________
RESUMO
Vimos até agora:
O processo do pensamento criativo tem sido
estudado por diversos autores na tentativa de
entender as relações que estabelecemos com
cada fase ou processo. Cada autor denomina
essas fases de forma diferente;
O processo criativo para KNELLER possui
cinco fases: apreensão; preparação;
incubação; iluminação; verificação;
Aula 3 | Processo do pensamento criativo 82
Para TORRANCE o processo do pensamento
criativo se dá da seguinte forma: tornar-se
sensível a falhas ou deficiências na
informação; identificar as dificuldades ou os
elementos faltantes; formular hipóteses a
respeito das deficiências encontradas; testar
e re-testar essas hipóteses; e, por último,
comunicar os resultados encontrados;
OSBORN fala em: procura de fatos; procura
de ideias; procura de soluções;
Muitas das vezes a criatividade está associada
a resolução de problemas, desta forma NETO
cita três fases deste processo: aquecimento;
inspiração; aperfeiçoamento da idéia;
O pensamento pode ser classificado como
sendo convergentes e divergentes;
Muitos são os bloqueios à criatividade, entre
eles podemos citar as barreiras culturais,
perceptuais e emocionais;
Para ser considerado criativo e único o
produto criativo deve satisfazer a cinco
critérios, segundo MACKINNON, são eles:
originalidade; adaptação à realidade;
elaborado; solução elegante; transformação
de princípios antigos.
O ambiente criativo
Dina Lúcia Chaves Rocha
AU
LA
4
Ap
res
en
taç
ão
Sofremos interferências diretas do ambiente em que vivemos, se
este ambientes nos oferecer a oportunidade de estimularmos,
desenvolvermos, trabalharmos a nossa criatividade, o nosso
potencial criativo será bem maior.
O ser humano inicialmente faz parte do grupo familiar onde nosso
potencial criativo deve ser despertado. É na infância que
começamos a construir um autoconceito e estruturar a nossa
auto-estima.
Já o segundo grupo do qual a criança faz parte, o escolar, deve
continuar a explorar e trabalhar a criatividade.
Uma atuação criativa, por parte do professor tem um papel
fundamental na construção de uma escola criativa. Deve-se
abandonar ideias errôneas que acabam assassinado a criatividade
Ob
jeti
vo
s
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja
capaz de:
Definir qual a importância do lar, e da escola para o
desenvolvimento do potencial criativo;
Saber como tornar uma escola criativa, livrando-a dos
assassinos da criatividade;
Perceber que ideias antigas e errôneas não estão de acordo
com as atitudes de um professor criativo;
Relatar a importância da prática, de vivenciar técnicas criativas
e expressivas.
Aula 4 | O ambiente criativo 84
O ser humano permeia vários ambientes,
pertence a vários grupos (familiar, escolar, trabalho,
entre outros). Favorecer a imaginação, a construção, a
liberdade de pensamento e de expressão, é de
fundamental importância para que estes ambientes
sejam férteis para desenvolver a criatividade.
O Lar
Um ambiente familiar saudável é muito
importante para o desenvolvimento da arte infantil,
para o desenvolvimento do seu potencial criativo.
O potencial criativo é despertado ainda na
infância. Podendo ser influenciado, diretamente, pela
família, pela escola ou mesmo pela observação
individual. Todos esses elementos são importantíssimos
na formação do autoconceito e da auto-estima da
criança.
A partir dos primeiros contatos com a família, a
criança começa a se perceber, o que os pais e
familiares dizem ou pensam sobre ela irá formar os
seus primeiros conceitos sobre si mesma. Tais
conceitos, somente serão acrescidos de outros, a partir
do momento que a criança estabelecer novas relações.
A maioria das crianças se expressa livremente,
de forma original, não interferir nesse processo natural
e rico, é favorecer o seu desenvolvimento e a sua
criatividade.
Participar das atividades criadoras dos filhos é
ter a oportunidade de conhecê-los cada vez mais.
Nesses momentos criativos as crianças (e os adultos)
revelam facetas de suas personalidades.
Importante
O AMBIENTE CRIATIVO Deve oferecer suporte para que a criatividade floresça.
Para navegar
Pesquise em: www.4.inep.gov.br e leia algumas monografias sobre
Orientação pela Criatividade. É simplesmente Espetacular!
O lar 84 A escola 86
Aula 4 | O ambiente criativo 85
As manifestações artísticas, iniciadas
nos primeiros anos de vida, podem
significar para nossos filhos a diferença
que existe entre indivíduos adaptados
e felizes e outros que, apesar de toda
a capacidade, continuam, às vezes,
desequilibrados e encontram
dificuldades em suas relações com o
próprio ambiente.
(Lowenfeld, 1954, p.19)
ALGUMAS COISAS QUE OS PAIS DEVEM E
NÃO DEVEM FAZER1:
1 Lowenfeld (1954, pp. 75 e 76)
Os Pais Devem Fazer
Considerar a expressão artística da criança como um
registro de sua personalidade em formação.
Compreender que, enquanto trabalha, a criança está
adquirindo experiências importantes para seu
desenvolvimento.
Sensibilizar a criança em suas relações com o
ambiente.
Apreciar o esforço da criança, quando esta consegue
transmitir sua própria experiência.
Compreender que as proporções “erradas”
exprimem, freqüentemente, uma experiência.
Aprender que as percepções da criança, a respeito
de sua arte, são diferentes das dos adultos.
Apreciar os trabalhos artísticos da criança de acordo
com seus próprios méritos.
Colocar à disposição da criança um local apropriado,
onde possa trabalhar.
Ensinar a criança a respeitar as manifestações de
arte dos outros.
Encorajar o espírito de competição, que nasce da
própria necessidade de a criança expressar-se por si
mesma.
Na colaboração com as crianças em tarefas
criadoras, estimular a tolerância e o respeito para
com o trabalho alheio.
Matricular a criança num curso de arte infantil.
Pendurar os trabalhos dos filhos nas paredes,
somente quando todas as crianças puderem
participar, e não apenas um só trabalho.
Deixar que a criança desenvolva sua própria técnica, mediante a experimentação.
Aula 4 | O ambiente criativo 86
A Escola
O sistema educacional estimula, muita das
vezes, o pensamento que converge, que analisa
logicamente, que é objetivo, em detrimento da
imaginação criativa, intuitiva e subjetiva, própria do
pensamento que diverge.
As crianças ficam presas ao mesmo modo de
expressão. Nenhuma diferença individual é tolerada.
(...) os cadernos de figuras para colorir
transformam a criança num ser cujo
pensamento é dirigido (não lhe deixam
liberdade para criar o que deseja); a
criança torne-se inflexível, porque tem
que seguir o modelo que lhe foi dado;
este não lhe proporciona alívio
emocional, pois não lhe dá
oportunidade de expressar sua própria
experiência, com a qual daria vazão às
suas emoções; não favorece sequer a
destreza e a disciplina, uma vez que o
Os Pais não Devem Fazer
“Corrigir” ou “ajudar” a criança em seu trabalho,
procurando impor-lhe uma personalidade de adulto.
Considerar que o “produto final” do esforço infantil
tenha alguma importância.
Entregar à criança cadernos de figuras para colorir
ou modelos de desenhos que a tornariam insensível
ao ambiente.
Demonstrar apreço por tudo o que a criança faça
indiscriminadamente.
Corrigir as desproporções dos trabalhos.
Esperar que as manifestações artísticas da criança
sejam sempre agradáveis aos olhos dos adultos.
Preferir o trabalho de uma criança ao de outra.
Limitar a atividade infantil, deixando de dar à
criança um local apropriado para trabalhar.
Fazer comparações entre os resultados dos
trabalhos das crianças.
Apoiar concursos ou competições que utilizam
prêmios, recompensas, como estímulo.
Impor os padrões de adultos, quando trabalham
com as crianças.
Conservar a criança em casa, “chegadinha” a eles.
Pendurar unicamente o “melhor” trabalho de um
filho. Mostrar à criança “como se pinta”.
Importante
CRIATIVIDADE É entendida como uma técnica que proporciona um diferencial.
Aula 4 | O ambiente criativo 87
desejo e o impulso da criança para
aperfeiçoar-se nascem do seu próprio
anseio de expressar-se; finalmente,
esse modelo condiciona a criança aos
conceitos dos adultos, os quais ela é
incapaz de produzir por si só e que,
portanto, frustram as suas próprias
ambições criativas.
(Lowenfeld, 1954, p.26)
Quando a criança repete ou trabalha em cima de
modelos, formas ou comportamentos pré-estabelecidos
ela não comunica, não se expressa adequadamente,
não há espaço para que ela se coloque. Quando
praticada com autenticidade e liberdade, a expressão é
capaz de revelar o ser.
A ESCOLA CRIATIVA
A escola criativa deve proporcionar um clima
confiável e facilitador do desenvolvimento de potenciais
criativos, que determinará uma autoconsciência do
processo vivenciado, do produto e potenciais próprios
do aluno. A escola criativa ensina a criança a brincar
com seus pensamentos e as suas próprias ideias.
Para desenvolver a criatividade de nossos alunos
devemos dotar o aluno da capacidade de criar,
transformar, produzir, gerar novos conhecimentos,
novos produtos. Na escola criativa a ênfase sai da
reprodução para a produção de conhecimentos, não
tem como objetivo a simples memorização, mas sim o
uso da imaginação, do entendimento e compreensão de
fatos e situações.
Para que o indivíduo expresse a sua criatividade,
é necessário que ele possua o motivo, os meios e a
oportunidade (Talbot, 1993).
:: CRIAR:
É ser livre para ter idéias, é crescer interiormente, é abrir-se para a vida.
Aula 4 | O ambiente criativo 88
COMO TORNAR A ESCOLA CRIATIVA
Se tiveres como objetivo estimular o
desenvolvimento da criatividade na escola, na sala de
aula, aí vai algumas dicas:
Crie um projeto para tornar as suas aulas
mais criativas, lúdicas, que
consequentemente, promova a criatividade de
seus alunos. É primordial que você esteja
apaixonada pela idéia;
Fuja do óbvio, da mesmice, inove, quebre
barreiras, gere ideias fluidamente, sem
julgar;
Observe e promova a observação da
realidade e os acontecimentos sob outros
ângulos;
Promova o aprendizado com eventuais erros;
Incentive e dê suporte às ideias originais e
inovadoras de seus alunos;
Respeite as individualidades, aceite e concilie
os opostos;
Estimule ações ousadas, de desafio, trabalhe
a imaginação;
Promova a colaboração, o companheirismo,
troca de afeto;
Permita o acesso às diferentes informações,
incentive a busca de várias possibilidades
para uma mesma questão, trabalhe com as
diferentes visões, perspectivas, não
estabeleça verdades absolutas;
Crie condições favoráveis ao desenvolvimento
de uma relação de equilíbrio entre o
pensamento convergente ou lógico e o
pensamento divergente ou intuitivo, eles se
complemental e são a base do pensamento
criativo;
Dica da professora
Estimule a criatividade sem podar, sem fazer críticas negativas, valorizando e estimulando, respeitando até onde o grupo pode chegar.
Aula 4 | O ambiente criativo 89
Valorize os alunos questionadores,
independentes, com espírito de busca,
curiosos, intuitívos, que querem sempre ir
àlem. Esses comportamentos caracterizam
um indivíduo criativo;
Pergunte diretamente aos seus alunos: O que
eles necessitam para desempenhar melhor as
suas atividades? O que eles pensam sobre a
criatividade? Como imaginam um ambiente
criativo? Depois, estruture a sua forma de
atuar, busque a sua verdade e a dos seus
alunos, trabalhe de acordo com o seu grupo e
as necessidades deles.
IDEIAS ERRÔNEAS ENTRE EDUCADORES
Com o objetivo de facilitar a atuação do
professor em sala de aula, Dunn & Dunn (1987)
apresentaram uma lista de ideias errôneas entre
educadores. Estes autores desenvolveram pesquisas
com o objetivo de investigar o estilo cognitivo e os
estilos preferenciais de aprender.
Manifesto para crianças:
Não tenha medo de se apaixonar por alguma coisa
e sair intensivamente à sua procura.
Conheça, compreenda, orgulhe, pratique,
desenvolva, use, explore e desfrute de seus
maiores potenciais.
Aprenda a se livrar da expectativa dos outros para
poder seguir o seu próprio caminho. Fuja dos
papéis que outros querem lhe impor.
Liberte-se para poder jogar o seu próprio jogo.
Procure por mentores ou professores que possam
ajudá-lo.
Não gaste suas energias tentando ser ajustado,
certinho.
Faça o que você ama e pode fazer bem.
Seja independente tendo amigos.
Solte-se totalmente para o infinito do seu potencial
criativo.
(Torrance, 1983, p.78)
Aula 4 | O ambiente criativo 90
Ao analizar esta lista podemos perceber que
ideias antigas e errôneas não respeitam a
individualidade, trata dos alunos como se fossem iguais
e respondessem aos estímulos externos da mesma
forma. Devemos ter em mente que cada ser humano é
único, o que é bom para um, pode ser péssimo para o
outro.
A aprendizagem é mais rápida quando existe
silêncio absoluto no ambiente.
Estudantes aprendem melhor sentados à
mesa ou carteira.
Salas bastante iluminadas são ideais para a
aprendizagem.
A hora ideal para ensinar tópicos difíceis é
pela manhã, bem cedo.
Alunos que ficam se movendo na sala não
conseguem aprender.
Ensinar grupos de alunos é mais eficaz.
A temperatura ideal da sala de aula é entre
24 e 26 graus centígrados.
O ensino de cada tópico deve ser partido em
pequenos blocos para cada aluno.
Beber, comer ou mastigar na sala de aula
atrapalham a aprendizagem.
O tempo ideal para cada aula é de 45 a 50
minutos.
Os alunos que não conseguem se lembrar
bem do que lhes foi falado são menos
inteligentes.
Tarefas escritas devem ser pedidas como
dever de casa para reforçar o ensino da sala
de aula.
Qualquer material novo deve ser lido antes
pelo professor.
É bom para o aluno quando seus pais podem
corrigir o seu dever de casa (Dunn & Dunn in
Wechsler, 2002).
Dica da professora
Essas regras (idéias errôneas) seriam válidas com você? Será que funcionariam com todos os seus alunos?
Para pensar
Será que você está
precisando rever seus conceitos? Pense nisso!
Aula 4 | O ambiente criativo 91
Para se perceber, perceber cada aluno, sua
dinâmica, seu rítmo, seu tempo, suas limitações, só é
possível à partir do momento em que queremos
estabelecer contato com o que somos, e com, o que o
outro é.
Torrance & Myers (1970) enfatizaram a
importancia da relação estabelecida entre professor e
aluno como elemento primordial para o ensino criativo.
Falam que o professor pode e deve criar um ambiente
favorável à criatividade.
O desenvolvimento da criatividade na
educação passa necessáriamente pelo
nível de criatividade dos profissionais
que nela atuam. Conhecer as barreiras
que enfrentam constitui uma condição
necessária para superá-las.
(Alencar e Marínez, 1998, p.31)
CARACTERÍSTICAS DO PROFESSOR CRIATIVO
Torrance & Myers (op cit) como resultado de
suas pesquisas apresentaram uma lista com as
características do professor criativo.
Reconhece as possibilidades do potencial
escondido do aluno;
É capaz de inibir o seu lado censor, a fim de
permitir a ocorrência de respostas criativas;
É capaz de encorajar seu aluno a seguir em
frente e ter sucesso na área de seu interesse
e da maneira que lhe for possível;
Tem flexibilidade no currículo, permitindo que
seja diferente para atender às diferenças
individuais;
É capaz de concretizar as ideias criativas dos
alunos;
Oferece ao seu aluno um ambiente não-
punitivo, com redução de pressões;
Dica de filme
Dicas de filmes onde professores criativos e corajosos tentaram abordagens não-convencionais no processo de educar. » Ao mestre com carinho (Sidney Poitier); » A voz do coração (Gerard Jugnot); » A escola da vida (Ryan Reynolds); » O triunfo (Mathew Perry); » Mentes Perigosas (Michelle Pfeiffer); » Vem dançar (Antonio Banderas).
Aula 4 | O ambiente criativo 92
Declara a beleza existente nas diferenças
individuais dos alunos;
Demonstra entusiasmo pela idéia dos alunos;
Apoia os alunos quando estão contra as
pressões que objetivam o conformismo;
Coloca um aluno pouco produtivo em contato
ou colaboração com outro aluno mais
produtivo;
Faz uso da habilidade de fantasia para manter
contato com a realidade;
Aproveita os interesses individuais e o
entusiasmo próprio de cada aluno;
Tem tolerância à complexibilidade e à
desordem, pelo menos por algum período;
Usa as avaliações ou provas de maneira
estimulante e provocativa.
Os professores criativos possibilitam o
aparecimento de atitudes e pensamentos criativos na
sala de aula. Lembre-se que você é exemplo!
ASSASSINOS DA CRIATIVIDADE
Drª Amabile (in Goleman, Kaufman & Ray, 1992,
p.53 e 54) identificou em suas pesquisas, a vigilância,
avaliação, recompensas, competição, controle
excessivo, restrição de escolhas e a pressão como
sendo capazes de assassinar a criatividade.
Vigilância: rondar as crianças, fazendo-as
sentir que estão sendo constantemente observadas
enquanto trabalham. Sob observação constante, a
criança não mais assume riscos e o impulso criativo se
retrai.
Avaliação: consiste em fazer as crianças se
preocuparem com o julgamento alheio de seu trabalho.
Elas devem, primariamente, ficar satisfeitas com suas
Dica da professora
Você se considera um professor criativo? Veja se faz parte da sua atuação como professor as características apresentadas por Torrance & Myers. Lembre-se você é
responsável por um ambiente favorável ao desenvolvimento da criatividade de seus alunos em sala de aula.
Para navegar
Mais uma dica da internet. Está disponível on-line um Laboratório de Criatividade com técnicas, artigos, atividades, livros, além de uma linguagem visual dinâmica e agradável. Acesse: www.poli.usp.br/criatividade Boa Navegação!
Aula 4 | O ambiente criativo 93
realizações em vez de se inquietarem com avaliações,
notas ou opiniões de colegas.
Recompensas: uso excessivo de prêmios, como
medalhas, dinheiro ou brinquedos. Em excesso, as
recompensas privam a criança da própria atividade
criativa.
Competição: consiste em colocar as crianças na
contigência desesperada de vencer ou perder, quando
apenas uma galgará o topo. Deve-se consentir que a
criança progrida segundo o seu próprio ritmo. (Existem,
é claro, competições saudáveis que fortalecem o
espírito de grupo ou equipe).
Controle excessivo: dizer às crianças,
minuciosamente, o que devem fazer. Pais e professores
frequentemente confundem esse tipo de
microgerenciamento com seu dever de instruir. Isso
leva a criança a sentir que toda originalidade é um erro,
toda exploração uma perda de tempo.
Restrição de escolhas: dizer às crianças quais
atividades devem empreender em vez de deixar que se
encaminhem para onde as levam a curiosidade e a
paixão. O melhor é permitir que escolham o que lhes
interessa e apoiar essa inclinação.
Pressão: alimentar esperanças grandiosas
quanto ao desempenho da criança.
A IMPORTÂNCIA DE VIVENCIAR TÉCNICAS
Descobrir e explorar os diferentes materiais,
vivenciar as inúmeras possibilidades de técnicas, torna
o profissional mais capaz de lidar com os improvisos e
as diferentes dinâmicas pessoais.
Importante
Uma competição desleal ou sem sentido pode prejudicar a auto-estima de um aluno.
Importante
Para criar, é preciso ter técnica e libertar-se da técnica. Para isso, precisamos praticar até que a técnica se torne inconsciente. Parte da alquimia gerada pela prática é uma espécie de livre trânsito entre consciente e inconsciente. (Stephen Nachmanovitch, 1993)
Aula 4 | O ambiente criativo 94
Quando experimentamos os materiais
aprendemos como eles se comportam quando utilizados
sozinhos ou quando misturados ou associados a outros
materiais.
(...) sem o aprendizado das técnicas
de uma atividade, até o mais
promissor dos talentos se embota, já
com o treinamento apropriado, mesmo
um talento mediano pode tornar-se a
base da criatividade.
(Goleman, Kaufman & Ray, 1992,
p.25)
É importante para o profissional vivenciar e
testar as técnicas que pretende aplicar em seus alunos,
ou clientes. Esta pratica pode apontar possíveis
dificuldades e possibilitar os ajustes necessários.
Trabalhar os nossos sentimentos, as nossas
dificuldades, a nossa criatividade e as nossas
habilidades, é de suma importância para que sejamos
capazes de perceber e entender o movimento dos
indivíduos ao vivenciarem as técnicas criativas.
Verdadeiro Educador (Autor Desconhecido)
O professor apenas instrui, o educador simplesmente
educa;
O professor indica á direção, o educador acompanha
fia jornada;
O professor expõe o conteúdo exigido, o educador
explora além do desconhecido;
O professor se restringe ao plano de aula, o
educador prioriza as necessidades do aluno,
independente do planejamento;
O professor ignora o aluno enquanto indivíduo, o
educador valoriza a contribuição pessoal do
educando;
O professor corrige, o educador avalia;
O professor unicamente desempenha obrigações, o
educador ultrapassa o cumprimento dos deveres;
O professor se sente insignificante diante dos
problemas educacionais, o educador transforma-se
constantemente, na senda ilimitada do saber;
O professor limita-se em sua emoção, o educador
amplia as fronteiras de seu próprio sentimento;
O professor investe no aspecto cognitivo, o
educador harmoniza as potencialidades do ser;
Aula 4 | O ambiente criativo 95
EXERCÍCIO 1
Correlacione colocando (A) para as afirmativas que os
pais devem fazer e (B) para as que os pais não
devem fazer:
(oba) Fazer comparações entre os resultados dos
trabalhos das crianças.
(oba) Sensibilizar a criança em suas relações com o
ambiente.
(oba) Mostrar a criança como se pinta.
(oba) Colocar à disposição da criança um local
apropriado, onde possa trabalhar.
(oba) Matricular a criança num curso de arte infantil.
EXERCÍCIO 2
Coloque (V) para as afirmativas verdadeiras e (F)
para as falsas:
(oba) O desenvolvimento da criatividade na educação
não passa pelo nível de criatividade dos profissionais
que nela atuam.
(oba) O potencial criativo é despertado ainda na
infância.
(oba) Vigilância, avaliação, recompensas, competição,
pressão, estimulam a criatividade.
(oba) A escola criativa é inovadora, quebra barreiras,
incentiva a busca de várias possibilidades para uma
mesma questão, valoriza os alunos questionadores,
respeita e aceita as individualidades, trabalha a
imaginação criativa.
O professor envolve-se parcialmente, o educador
ama incondicionalmente;
O professor torna-se uma pequena lembrança, o
educador é um modelo a ser seguido.
Aula 4 | O ambiente criativo 96
(oba) Para que o indivíduo expresse a sua criatividade,
é necessário que ele possua o motivo, os meios e a
oportunidade.
EXERCÍCIO 3
Qual a importância de vivenciarmos as técnicas
expressivas criativas?
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
EXERCÍCIO 4
São características do professor criativo, segundo
TORRANCE & MYERS, cite no mínimo três relatadas
pelos autores:
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
RESUMO
Vimos até agora:
O ambiente familiar é importantíssimo para
desenvolver o potencial criativo da criança,
seu auto conceito, sua auto-estima;
Aula 4 | O ambiente criativo 97
Algumas atitudes dos pais não são adequadas
para desenvolver na criança a sua arte. Vimos
uma lista de atitudes que os pais devem ter e
uma outra que os pais devem evitar, se
desejam criar um clima propício para o
desenvolvimento da criatividade, no lar;
A escola é o segundo grupo que a criança faz
parte e este deve dar continuidade ao
trabalho de estimulação, desenvolvimento e
aprimoramento do potencial criativo;
A escola tradicional é diferente da escola
criativa. Para tornar a escola criativa
devemos repensar nossos conceitos e
atitudes. A autora deste caderno dá algumas
dicas;
Muitas são as ideias errôneas entre os
professores, que em nada colaboram para o
trabalho criativo. O professor deve
desenvolver a sua criatividade, ter atitudes,
pensamentos, ideias criativas, se deseja
tornar a escola criativa;
Algumas atitudes desenvolvidas na escola, na
sala de aula, ajudam a assassinar a
criatividade, como: vigilância, avaliação,
recompensas, competição, controle excessivo,
restrição de escolhas, pressão;
Praticar, vivenciar as técnicas expressivas,
ajuda a trabalhar nossos sentimentos, nossos
valores, nossos conteúdos internos e nos
torna mais seguros na hora de aplicá-las.
Pratique!
Educação emocional e a Personalidade
criativa
Dina Lúcia Chaves Rocha
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res
en
taç
ão
Nesta aula teremos alguns direcionamentos citados por Susan
Bello em seu livro “Pintando sua Alma: Método de
desenvolvimento da personalidade criativa”. Nele, Susan Bello,
fala da importância de expandir o potencial emocional e criativo
das pessoas para que possa deixar suas marcas, sua contribuição
criativa; ajudar as pessoas a serem mais espontâneas e
autênticas; fortalecer a identidade das pessoas e a expressão
emocional criativa.
Questiona o sistema educacional e a formação dos professores,
que a seu ver, deveriam ter interesse em expandir o
autoconhecimento e o potencial criativo. Favorecer um
aprendizado simbólico, intuitivo, e emocional; livre de críticas
destrutivas, julgamentos e da não aceitação.
Ob
jeti
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s
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja
capaz de:
Perceber a importância dos direcionamentos sugeridos para a
educação criativa e emocional;
Conhecer e relatar sobre os direcionamentos apresentados;
Entrar em contato com a técnica da pintura espontânea, seus
objetivos, seu processo.
Aula 5 | Educação emocional e a Personalidade criativa 100
Alguns dos direcionamentos propostos
por Susan Bello para a educação
Incentive a cooperação e a autoconfiança -
Permitimos que a auto confiança se manifeste quando
valorizamos e aceitamos a natureza intrínseca de cada
pessoa, em vez de valorizá-la pelas tarefas que pode
executar. Valorizamos também seu esforço e
perseverança e não apenas o resultado final de sua
produção. As crianças precisam de encorajamento. Elas
precisam ser tocadas com afeição e compaixão.
Apóie e incentive mais as pessoas e critique-as
menos. Reforce, em lugar de enfatizar erros. Preste
atenção ao número de respostas certas, em vez de
concentrar-se no número de respostas erradas. Elogie o
que é especial de cada um. Os estudantes podem
internalizar esse comportamento e tomá-lo como um
modelo para tratarem-se uns aos outros. A crítica não
dá bons resultados, mesmo quando tem a melhor das
Biografia da Autora
Susan Bello nasceu no Brooklyn, Nova Iorque.
Recebeu o Ph.D pelo Union Institute, Cincinatti, Ohio.
É uma terapeuta expressiva, cujo trabalho está na
linha de frente desse movimento em expansão.
Ela passou os últimos 30 anos vivendo na índia,
Indonésia, Cingapura e no Brasil, estudando a
consciência humana e pesquisando abordagens
interculturais para desenvolver a personalidade
criativa. A Drª. Bello continua dando cursos de
Pintura Espontânea no Brasil e nos Estados Unidos.
Seus quadros já foram expostos em várias
exposições internacionais.
Atualmente, ela reside em Nova Iorque e vem ao
Brasil para apresentar Workshops e cursos de
formação em Pintura Espontânea.
Se desejar saber mais sobre a autora e seus
trabalhos, pesquise:
http://www.spontaneouspainting.com/indexp.html
Quer saber mais?
Tendo em vista a importância dos direcionamentos sugeridos por Susan Bello (2003, pp.41 à 66) para o desenvolvimento da inteligência emocional, e da personalidade criativa na educação, colocamos alguns parágrafos na integra para que
você tenha a oportunidade de dialogar diretamente com a autora Susan Bello e suas idéias. Saiba mais lendo o livro: Pintando sua Alma.
Alguns dos direcionamentos propostos por Susan Bello para a educação 100
Aula 5 | Educação emocional e a Personalidade criativa 101
intenções.
Acompanhe cada um no seu próprio
ritmo. Em lugar de tentar alterar seu
comportamento, demonstre-lhes que
você entende e aceita sua maneira de
ver o mundo e tente falar-lhes em sua
própria linguagem, antes de se
apressar em tentar muda-los.
(D. Gordon apud Bello, 2003, p.42)
Incentive os estudantes a verbalizarem
seus sentimentos positivos/Canalizarem
sentimentos agressivos em expressões criativas
(ex.: pintura, escrita criativa), em vez de agir
agressivamente - O educador tenta passar um
conceito positivo dos sentimentos e considera cada
sentimento como uma mensagem importante a ser
avaliada e estudada. Os estudantes são encorajados a
colocar seus pensamentos e sentimentos em
palavras, em vez de agir de acordo com eles.
Raiva, ansiedade, vergonha, culpa e medo são
emoções notoriamente negativas que as pessoas
escondem. Os sentimentos são sentimentos, nada
mais. Embora alguns possam parecer melhores que
outros, nenhum deve ser eliminado. É também
importante respeitar os limites daqueles
estudantes/pessoas que não querem expressar seus
sentimentos. Muitos tiveram que sacrificar seus
sentimentos verdadeiros para sobreviver numa família
psicologicamente doente e vão se livrar de suas defesas
gradualmente, no seu ritmo próprio.
A expressão honesta dos sentimentos, mesmo a
raiva ou o limite, cria a intimidade.
A maioria de nós não entra em contato
profundo com as pessoas.
Simplesmente olhamos um ao outro
superficialmente (...). Precisamos
expandir a percepção de quem
somos... e sentir a intensidade de cada
momento.
(R.Toro apud Bello, 2003, p.44)
ADÃO E EVA (junho, 1990, Óleo e acrílico
sobre tela)
Quer saber mais?
Esta é uma das telas de Susan Bello, entre no endereço virtual e veja outras telas. http://www.spontaneouspainting.com/ptnpgobj0.htm
Aula 5 | Educação emocional e a Personalidade criativa 102
É muito comum ficarmos reticentes ou
embaraçados por expressar a alguém nosso afeto ou
dizer a uma pessoa que gostamos de algo nela. Não é
triste isso? Nosso medo de rejeição e ridículo nos
impede de viver nossa vida integralmente e a tona
desassociada de nossos sentimentos autênticos.
Incentive o amor-próprio - Perceba-se como
tendo valor intrínseco e tenha compaixão por suas
falhas.
Se começarmos valorizando o indivíduo e
ensinando-lhe a valorizar a si próprio em primeiro
lugar, estamos reconhecendo e ensinando amor-
próprio.
Temos sido condicionados a procurar nossas
necessidades fora de nós mesmos, inclusive o amor.
Quem preencherá o vazio de alguém que nunca teve a
oportunidade de aprender como amar e perdoar a si
mesmo? Primeiro, necessitamos ser nosso próprio
amante interior. (V. Harms apud Bello, 2003, p.45)
Como posso amar maduramente e dar meu amor à
outra pessoa, se não desenvolvi esse amor primeiro
dentro de mim? Não posso dar o que não tenho ou não
vi.
Incentive as pessoas a serem diferentes.
Ensine-as como aceitar a crítica e o ridículo, que
sempre acontece quando se é diferente - Incentive
o comportamento não-conformista e a abertura a novas
e inusitadas experiências. Certas técnicas e exercícios
de comunicação como, por exemplo, ensinar as pessoas
a acreditarem em si mesmas e a não definir sua
identidade nos termos das expectativas e críticas dos
outros, precisam ser discutidas e praticadas na sala de
aula. A expressão da visão individual, frequentemente,
encontra desaprovação, porque é inovadora. As
Dica da professora
Faça anotações para não esquecer detalhes importantes!
:: CRIAR:
Favorece o entendimento, o relacionamento e a significação.
Aula 5 | Educação emocional e a Personalidade criativa 103
pessoas se sentem desconfortáveis, quando suas zonas
de conforto são ameaçadas pela mudança. A parte
nossa que necessita aceitação acha muito difícil receber
crítica e desaprovação de outros. A personalidade
criativa se sentirá confiante em provocar transformação
e defender suas ideias singulares e geralmente
visionárias.
Pessoas criativas têm ideias inovadoras e
originais. Essas ideias podem não ser óbvias para a
maior parte das pessoas e podem ser encaradas com
crítica e resistência no início. Proporcione uma
atmosfera criativa e motivadora, onde todas as ideias e
emoções possam ser livremente expressas sem
julgamento (a começar da autocrítica) ou medo de ser
ridicularizado por ser diferente. Nossas diferenças têm
de ser valorizadas.
Crie na sala de aula uma atmosfera de
aceitação, que admite as diferenças individuais e
encoraje as potencialidades a aparecerem e revelarem-
se espontaneamente.
Trabalhe com o medo da rejeição e do ridículo
das pessoas em parecerem tolas aos olhos dos outros.
Incentive as pessoas a encarar seus erros
como parte do processo de aprendizagem – No
processo do crescimento pessoal, receber um “Não” ou
uma resposta incorreta é tão válido quanto receber um
“Sim”. O “Não” indica outras possibilidades. Mantenha
uma atitude de abertura e investigação às perguntas.
Não criamos espaço para mudanças quando exigimos
resposta certa.
Matamos o ímpeto criativo e o substituímos pelo
sentimento de terror por ganhar nota baixa.
Enfatizamos a necessidade de acertar a todo custo,
Quer saber mais?
“A convivência durante os momentos de criação é o mais importante quando se trabalha com arte e bebês; não existe o fazer certo ou errado.” (Holm, 2007, p.31)
Aula 5 | Educação emocional e a Personalidade criativa 104
porque boas notas são mais importantes que a
habilidade de criar, explorar, arriscar, errar, aprender,
e tentar novamente. A personalidade criativa pode ter
medo de arriscar, porém tem a coragem de perseverar.
Coragem significa caminhar com o medo e com a
perseverança para realizar seus objetivos.
Esteja aberto a novas ideias.
Harmonize possibilidades complementares
- Incentive o modelo de pensar “alem de” em vez de
“ou isso/ou aquilo”.
Como posso criar um espaço em minha vida
para fazer tanto X como Y? Crie uma solução que não
existia antes, integrando informações contraditórias
com um sentido novo. Faça uma abordagem mais
global.
Estamos educando gente que pode memorizar
informação, mas não sabe como pensar originalmente e
criar alguma coisa nova. As pessoas precisam ser
educadas para aprender como pensar. Precisamos
ensinar às crianças a pensar globalmente, vendo
interconexões e sistemas completos, em vez de
compartimentação. É também necessário educar as
crianças a terem em vista os efeitos de longo alcance
de suas próprias ideias e decisões. Quando
encorajamos respostas variadas e diferentes maneiras
de ver as coisas, estamos dando oportunidade para que
esse novo modelo de aprender e pensar possa
florescer.
Pense em termos de unir duas ou mais
possibilidades para criar uma terceira. Pode não ser
minha idéia ou sua idéia, mas uma solução ou
sugestão, harmonizando várias ideias e possibilidades.
O NOVO CAMINHO (agosto, 1988, acrílico sobre
tela)
Aula 5 | Educação emocional e a Personalidade criativa 105
Aprenda que o caos é uma fase natural do
processo criativo e confie em seu processo - O
caos é uma reorganização das ideias para alcançar um
nível superior de complexidade e consciência.
(Prigigone apud Bello, 2003, p.53) Temos medo ou
somos impedidos de viver a vida completamente. O
medo nos setencia a permanecer em nossa zona de
segurança e a não nos aventurar fora dela.
Experimente o sentimento de existir na fronteira
incômoda do crescimento e dê boas–vindas às
mudanças. Na educação simbólica, a morte e a
destruição significam novos começos.
Isso cria um estado de ansiedade, porque as
pessoas não foram ensinadas a confiar ou acreditar que
um nível mais profundo de percepção está guiando
suas ações. Aprenda como abandonar o processo de
consciência racional para que outros estados de
consciência fiquem liberados.
Temos de estar preparados para enfrentar o
desconhecido e o caos, aprender a confiar no processo
criativo e aceitar viver em situações ambíguas,
observando-as com equilíbrio.
Espalhe citações interessantes na sala de
aula para estimular pensamentos profundos e
discussão - “Você é seu próprio amigo e seu próprio
inimigo.” (Bhagavad Gita in Bello, 2003, p.54) Discuta
em grupo o que isso significa. Abra um espaço para
comunicação pessoal na sala de aula.
Ajude os estudantes a escreverem suas próprias
afirmaçãoe positivas e mensagens inspiradoras e
coloque-as pela sala.
Acostume-se a enfrentar as dificuldades e
as alegrias da vida com equilíbrio e desapego - A
Quer saber mais?
Bello (2003, p.54) sugere outras frases capazes de estimular o pensamento profundo e a discussão em grupo: “Confio em minhas habilidades intuitivas.”
“Tudo que acontece em minha vida é para melhor. Mesmo o desafio que aparece me ajuda a crescer. Cada tempestade fortalece minhas raízes.” “Meu compromisso na vida é ser autêntico comigo mesmo.”
Aula 5 | Educação emocional e a Personalidade criativa 106
vida nunca ficará, de repente, sem problemas. Cada dia
sempre traz suas alegrias e frustrações. Como podemos
nos exercitar a ver tanto as coisas boas quanto as más
num estado mais equilibrado de consciência? Muitos
estímulos externos influenciam nossos sentidos a cada
momento, mas permanecemos observadores calmos,
trilhando o caminho do meio.
O melhor exercício que conheço para disciplinar
a mente e mantê-la centrada é a Meditação. A prática
da meditação nos ensina como observar nossos
pensamentos e não reagir aos pensamentos limitadores
e aos indesejáveis dramas internos que direcionamos e
produzimos.
Desenvolvendo a consciência observadora, não
ficamos à mercê de qualquer encanto compulsivo ou de
estímulos externos. Praticamos concentrando-nos em
um ponto, o que é muito difícil, porque a mente está
acostumada a responder a variados estímulos que
aparecem e desaparecem por todos os lados. Usamos a
respiração como nosso foco de concentração.
Concentramo-nos na inspiração e na expiração.
Compreenda os sentimentos induzidos
pelos outros - Sentimentos induzidos são sentimentos
ou reações que os alunos estimulam no professor,
através de seus comportamentos verbais e não-verbais.
As pessoas frequentemente projetarão seus
sentimentos e necessidades no líder do grupo.
Nosso objetivo não é condenar ou punir alguém,
mas entender. Que sentimentos estão sendo induzidos
em mim, e por que essa pessoa está agindo dessa
maneira?
Temos algumas abordagens para trabalhar com
sentimentos induzidos em nós. Uma é desenvolver
Aula 5 | Educação emocional e a Personalidade criativa 107
nosso observador atento. Uma outra prática é:
identifica-los; entender de onde vem; entender o que
significam.
Dissolvemos a negatividade recontextualizando-
a, em vez de atacá-la.
Relaxe a voz interior da mente crítica - A
autocrítica é um dos maiores bloqueios aos esforços
criativos. Por meio da observação, e não da reação,
diminuímos a intensidade do poder da autocrítica sobre
nós.
Todos nós temos uma autocrítica. Muitas
pessoas podem sentir-se aliviadas em saber que elas
não são as únicas que têm uma autocrítica. Abrindo um
espaço para compartilhar, num nível emocional,
entendemos que a autocrítica existe em cada um de
nós.
Talvez seu crítico seja tão exigente, porque não
recebeu amor e carinho suficiente. Aprenda a amar
tudo o que você gera. Receba as mensagens de seu
crítico interno com pensamentos amorosos e observe o
efeito que isso tem em dissolver o poder cáustico de
suas palavras críticas. Fazendo isso, uma pessoa pode
testemunhar a crítica e não reagir a ela.
O educador pode ajudar seus estudantes,
fazendo com que expressem seus sentimentos e
ajudando-os a observar quais são os pensamentos
limitadores.
Nachmanovitch (1993) diz que existem dois
tipos de críticas: a construtiva e a obstrutiva.
A crítica construtiva ocorre
paralelamente no tempo da criação, na
forma de um feedback contínuo, uma es
Aula 5 | Educação emocional e a Personalidade criativa 108
pécie de trilho paralelo consciente que
facilita a criação. A crítica obstrutiva
atua perpendicularmente à linha de
ação, interpondo-se antes (bloqueio)
ou depois (rejeição ou indiferença) da
criação. A habilidade de um pessoa
criativa está em ser capaz de perceber
a diferença entre os dois tipos de
crítica e cultivar a crítica construtiva.
(p. 124)
Conheça e respeite seus limites. Faça-os
serem compreendidos - Necessitamos praticar como
estabelecer limites internos e limites externos.
Estabelecer limites internos significa dizer não aos
pensamentos que queremos transformar. Chamo-os de
pensamentos limitadores. Podemos começar a
estabelecer nossos limites interiores dizendo não a
esses velhos e destrutivos padrões, que nos mantêm
infelizes numa prisão feita por nós mesmos. Não
queremos atacar-nos a nós mesmos ou identificar-nos
com esses pensamentos limitadores.
Nossos limites são estabelecidos em nossas
primeiras reações a necessidades de sobrevivência.
Eles são definidos como resultado do tratamento que
recebemos das primeiras pessoas que tomaram conta
de nós e do ambiente.
Incentive os alunos a colocarem em palavras
suas necessidades emocionais e físico-materiais, sem
brigar ou jogar a culpa no outro. Conseguir que as
pessoas conversem sobre seus sentimentos significa
criar um espaço seguro, onde elas não serão julgadas
por estarem certas ou erradas. Quando entendemos
enfaticamente por que as pessoas fazem certas coisas e
não as julgamos por isso, estamos agindo com paixão.
Encontre alternativas para o estilo não-
tradicional de ensino - É importante que o educador
trabalhe em comunidade, com colegas de mentalidade
parecida e receba apoio. É uma tarefa formidável
Aula 5 | Educação emocional e a Personalidade criativa 109
confrontar esses vastos mecanismos antigos que
resistem a mudanças. A educação é somente uma parte
de um processo maior de instituições culturais em
declínio, necessitando renovação. As pessoas
interessadas em moldar novas maneiras de
pensamento, diferentes do modelo tradicional,
precisam olhar o modo como pensamos e promover
diferentes maneiras de pensar – intuitiva, imaginativa,
emocional, corporal, artística – incorporando-as de
forma integrada às lições acadêmicas. Lembre-se que o
desenvolvimento da personalidade criativa dos
estudantes é nosso desafio atual.
Encoraje as características da personalidade
criativa;
Brainstorm com seus colegas: como posso
desenvolver as características da
personalidade criativa em minha sala de aula?
De que maneiras posso trazer a educação
emocional para minha sala de aula?
É hora de olhar para a maneira como ensinamos
as crianças a pensar. De muitas maneiras, reduzimos a
aprendizagem a fazer trabalhos escritos, memorização
e a pensar em abstrações que nos distanciam de
experiências palpáveis e reais. Este tipo de
aprendizagem confina as crianças a aprender na sala de
aula e a estarem presos a outros procedimentos
“normais” que estão profundamente enraizados e
mantêm o modelo patriarcal. Precisamos preparar-nos
para o Século XXI.
Confie na voz de sua intuição – Reconheça o
fato de que sua intuição existe. Reconheça que ela é
uma forma válida de conhecimento, que necessita ser
explorada e cultivada. Torne-se mais sensível para
reconhecer quando a intuição está ocorrendo.
Quer saber mais?
A técnica “Brainstorming” = Tempestade de idéias foi criada por A. Osborn (1953)
Aula 5 | Educação emocional e a Personalidade criativa 110
O aprendizado criativo estimula respostas
variadas. Pratique a técnica de Brainstorming - De
quantas maneiras você pode se imaginar fazendo...?
Comece fazendo brainstorming com uma lista de todas
as possibilidades que aparecem como resposta. Nosso
objetivo é conseguir uma nova perspectiva, algo que
não tinha sido considerado nem visto antes.
Não censure as ideias que surjam do fluxo da
consciência, pois, assim, você obstruirá a corrente.
Nesse estágio de brainstorming, não avaliamos, apenas
registramos toda e qualquer idéia relacionada com o
assunto.
Ensine o conceito de que todas as formas
de vida estão inter-relacionadas
Julgamo-nos independentes e superiores a
outras formas de vida. Vivemos num sistema
antropocêntrico, em vez de um sistema ecologicamente
orientado. Antes de sermos educados para uma nova
ordem econômica, talvez tenhamos de ser educados
sobre o que realmente significa ser um ser humano.
Podemos começar procurando entender o
conceito de interesse próprio versus interesse no bem-
estar da vida. O que é viver num pais saudável?
Alguns exemplos de tópicos de brainstorming
seriam:
Descobrir novas opções para trabalhar num
modelo não-autoritário;
Mostrar meu trabalho criativamente;
Expressar meu afeto por alguém;
Ensinar e integrar aprendizagem emocional e
cognitiva ao meu conteúdo escolar;
Criar uma solução para um problema ou situação
X;
Desenhe um objeto a partir de seis pontos de vista
diferentes – imagine olhar para ele de cima, de
baixo, dos lados, à distância, de perto, com luz e sombra, etc.
Aula 5 | Educação emocional e a Personalidade criativa 111
Nós salvamos aquilo que amamos. Como
tratamos aquilo que amamos?
Existe um conceito filosófico que diz que há uma
energia unindo todos os seres vivos, apesar da
aparente diversidade. Amor universal promove um
sentimento de afeição, respeito e solidariedade com a
força vital da criação.
Persiga sua paixão.
“Siga aqueles interesses que instilam satisfação,
dedicação, paixão e prazer em você”. (J. Campbell in
Bello, 2003, p. 65) Quando você persegue esse
caminho, você se conecta com seu coração, sua
essência divina e seu propósito único de vida. Quando
você seguir sua voz interior e alimentá-la, ela lhe dirá o
que é preciso fazer em sua vida.
Seguindo a voz do coração, alinhamo-nos com o
processo criativo, a pulsação do coração do universo.
Quando as pessoas sentem como se estivessem
encontrado seu caminho na vida, que estão fazendo
aquilo para que foram designadas, então pode-se dizer
que encontraram seu objetivo existencial.
Dica da professora
Parabéns, você está chegando ao final de mais uma aula. Consulte o material das aulas novamente sempre que precisar reciclar seus conhecimentos.
Susan Bello (2002), em seu livro, fala da criação da
técnica “Pintura Espontânea” e sua importância para
o desenvolvimento do potencial criativo.
Inicialmente esta técnica se aplicava a arteterapia,
mas atualmente se desenvolve em oficinas criativas.
O que é Pintura Espontânea? Qual o objetivo
desta técnica criada por Susan Bello?
A Pintura Espontânea é um trabalho pioneiro no
campo da Terapia Expressiva, introduzido no Brasil
pela sua criadora, a arte-terapeuta e PhD Susan
Bello. É um processo de auto-transformação e uma
abordagem em arteterapia, que desenvolve a
personalidade criativa e alinha a pessoa com a essência, sua verdadeira identidade.
Aula 5 | Educação emocional e a Personalidade criativa 112
Vivencie suas emoções
Diminua a distância entre o dedo e a lua
Penetre no arco-íris, no espectro da luz
Dialogue com seu inconsciente
Abra um outro canal pra língua sem palavras
Mostre o que existe por debaixo dos panos
Monte a sua tela
Risque, arrisque corajosamente
Renasça, semeie e replante
Explore seu potencial criativo
Dance seu corpo-mente-espírito
Contacte o seu sonho
Nutra sua criança interior
Siga a intuição
Medite
Entregue a si mesmo
Esclareça os limites
Seja seu Van Gogh
Pinte espontaneamente.
(Oscar Caiado)
FONTE:
http://www.spontaneouspainting.com/pproposta.html
O processo da Pintura Espontânea objetiva:
Estimular a inteligência criativa, pelo engajamento
em várias atividades como a pintura, escrita
criativa, visualizações, formas de expressão
corporal, meditação e outras vias de estimulação
do pensamento criativo;
A familiarização de vários estados de consciência,
inteligências naturais e sistemas de linguagem
além daqueles da percepção racional e intelectual,
como por exemplo: cinestésica, emocional,
intrapessoal, interpessoal, musical, lingüística,
lógica, espacial (espaço-temporal) e espiritual;
Promover oportunidades aos participantes, de
transmitir para a tela as emoções que vivenciam
em um nível inconsciente, despertando a auto-
consciência;
Encorajar as pessoas no desenvolvimento de um
"locus" interno de controle, de forma que tenham a
auto-confiança para explorar o que atrai sua voz
intuitiva, e maior compreensão de suas vocações e
de seus propósitos de vida;
Facilitar o desenvolvimento criativo e espiritual do
Ser Total.
Quando a consciência não está dominada pela razão,
podemos desenvolver nossos potenciais e múltiplas
inteligências através da expressão criativa, tais
como inteligência corporal, emocional, intuitiva,
criativa, espiritual e simbólica.
(http://www.spontaneouspainting.com/ptnpgobj0.htm) 10/10/08 02:52h
Aula 5 | Educação emocional e a Personalidade criativa 113
EXERCÍCIO 1
O que é “Pintura Espontânea”, segundo Susan Bello?
( A ) É um mapa e uma abordagem em arteterapia,
que desenvolve a personalidade criativa e alinha a
pessoa com a essência, sua verdadeira
identidade.
( B ) É um processo que bloqueia o desenvolvimento
da personalidade criativa e alinha a pessoa com a
essência, sua verdadeira identidade.
( C ) É um processo que desenvolve a personalidade
criativa e desalinha a pessoa com a sua essência.
( D ) É um processo inibidor da personalidade criativa e
desalinha a pessoa com a essência, sua
verdadeira identidade.
( E ) É um processo de auto-transformação e uma
abordagem em arteterapia, que desenvolve a
personalidade criativa e alinha a pessoa com a
essência, sua verdadeira identidade.
EXERCÍCIO 2
Coloque (V) para as frases verdadeiras e (F) para as
frases falsas. São objetivos da técnica “Pintura
Espontânea”:
(oba) Estimular a inteligência criativa, pelo
engajamento em várias atividades como a pintura,
escrita criativa, visualizações, formas de expressão
corporal, meditação e outras vias de estimulação do
pensamento criativo;
(oba) A familiarização de vários estados de consciência,
inteligências naturais e sistemas de linguagem além
daqueles da percepção racional e intelectual, como por
exemplo: cinestésica, emocional, intrapessoal, interpes-
Aula 5 | Educação emocional e a Personalidade criativa 114
soal, musical, linguística, lógica, espacial (espaço-
temporal) e espiritual;
(oba) Promover oportunidades aos participantes, de
transmitir para a tela as emoções que vivenciam em
um nível inconsciente, despertando a auto-consciência;
(oba) Encorajar as pessoas no desenvolvimento de um
"lócus" interno de controle, de forma que tenham a
auto-confiança para explorar o que atrai sua voz
intuitiva, e maior compreensão de suas vocações e de
seus propósitos de vida;
(oba) Facilitar o desenvolvimento criativo e espiritual
do Ser Total.
EXERCÍCIO 3
O que Susan Bello fala sobre:
Relaxar a voz interior da mente crítica.
Encontrar alternativas para o estilo não-tradicional de
ensino.
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
EXERCÍCIO 4
Qual direcionamento você achou mais importante?
Justifique a sua escolha:
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
Aula 5 | Educação emocional e a Personalidade criativa 115
RESUMO
Vimos até agora:
Ao trabalhar com as técnicas expressivas
estamos favorecendo uma educação criativa e
consequentemente trabalhando o lado
emocional, educando emocionalmente.
Os direcionamentos sugeridos por Susan
Bello, favorecem o exercício das
características que compõem a personalidade
criativa.
A pintura espontânea é uma técnica que tem
como objetivo:
Estimular a inteligência criativa, pelo
engajamento em várias atividades como a
pintura, escrita criativa, visualizações,
formas de expressão corporal, meditação e
outras vias de estimulação do pensamento
criativo;
A familiarização de vários estados de
consciência, inteligências naturais e
sistemas de linguagem além daqueles da
percepção racional e intelectual, como por
exemplo: cinestésica, emocional,
intrapessoal, interpessoal, musical,
linguística, lógica, espacial (espaço-
temporal) e espiritual;
Promover oportunidades aos participantes,
de transmitir para a tela as emoções que
vivenciam em um nível inconsciente,
despertando a auto-consciência;
Encorajar as pessoas no desenvolvimento de
um "locus" interno de controle, de forma
que tenham a auto-confiança para explorar o
Aula 5 | Educação emocional e a Personalidade criativa 116
que atrai sua voz intuitiva, e maior
compreensão de suas vocações e de seus
propósitos de vida;
Facilitar o desenvolvimento criativo e
espiritual do Ser Total.
Atividades Práticas I
Dina Lúcia Chaves Rocha
AU
LA
6
Ap
res
en
taç
ão
Nesta parte do caderno sugerimos atividades práticas, vivências,
técnicas expressivas que possibilitarão exercitar a sua criatividade
e quando aplicadas exercitar a criatividade de seus alunos.
Em primeiro lugar se familiarize com as técnicas, vivencie cada
uma delas, trabalhe com seus sentimentos, suas sensações, com
a sua imaginação criativa, com o seu pensamento criativo,
produza criativamente. Assim estará pronta para ter mais êxito ao
aplicar estas técnicas em seus alunos.
Nesta aula teremos a oportunidade de entrar em contato com a
prática e abrir espaço para a teoria aprendida.
Fizemos uma pesquisa sobre os materiais mais utilizados em
escolas (aulas de artes, aulas de arte-educação, aulas criativas),
consultórios, instituições, entre outros. Para realizar as técnicas
sugeridas, usaremos muitos materiais desta lista.
Sugerimos algumas formas de aplicar o relaxamento. Muitos são
os autores que afirmam a eficácia de um relaxamento antes de
uma atividade expressiva para abrir a mente e deixar as ideias
fluírem.
Enquanto profissionais e educadores, devemos criar um clima
propício e acolhedor. Neles os materiais utilizados funcionam
como possibilitadores da comunicação e da expressão.
Devemos favorecer, criar meios e dar condições!
Ob
jeti
vo
s
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja
capaz de:
Identificar os materiais mais utilizados, perceber as suas
diferenças e a importância de cada um na construção de uma
atividade.
Vivenciar as técnicas sugeridas e criar um conceito sobre elas,
baseado na teoria vista anteriormente.
Criar atividades, à partir das sugestões vivenciadas.
Aula 6 | Atividades práticas I 118
Lista de materiais mais utilizados
Papéis / Folhas
Papel ofício, papel A4 (várias cores), papel A3,
papel crepom, papel vegetal, papel glacê, papel seda,
papel metalizado, papel celofane, papel pedra, papel
craft, papel alumínio, folhas de lixa, papel vegetal,
cartolina, papelão, papel 40 k, papel pardo, mistura
para papel marche, papel camurça, folha de acetato.
Material Seco
Lápis de cor, lápis grafite (B/HB/H), giz de cera,
pastéis à óleo, pastéis à seco, canetas hidrográficas,
lápis de carvão, bastão de grafite.
Tintas
Aquarela, guache, tinta acrílica, tinta para
pintura a dedo, cola colorida, anilina, nanquim, betume,
tinta vitral, tinta de tecido, tinta plástica, tinta PVA,
pigmentos em pó e líquido (tipo xadrez) de várias
cores.
Materiais Tridimensionais
Argila, massa de modelar, plastilina, massa de
biscuit, sucata.
Para Colagem
Revistas, jornais, tecidos, TNT, EVA, purpurina,
gliter, lantejoulas, contas, miçangas, canutilhos, fitas,
barbante, lã, linha, fotos, todos os tipos de papéis
mencionados anteriormente.
Dica da professora
Os papéis são, muitas das vezes, utilizados como base para os trabalhos expressivos. Se for utilizar por cima do papel um material líquido, pastoso, úmido, tenha o cuidado de utilizar um papel capaz de suportar, que não desmanche com facilidade.
Lista de materiais mais utilizados 118 Atividades práticas 119
Aula 6 | Atividades práticas I 119
Materiais Complementares
Pincéis, brochuras, espátulas, tesouras, estilete,
cola, goma, durex, fita dupla face, borracha, atadura
gessada, rendas, flores e folhas secas, canudo, areia
(várias cores), conchas, pedrinhas de aquário,
Atividades Práticas
As atividades expressivas são aquelas
que melhor permitem a espontânea
expressão das emoções, que dão mais
larga oportunidade para os afetos
tomarem forma e se manifestarem,
seja na linguagem dos movimentos,
dos sons, das formas e das cores.
(Nise da Silveira, 1994, p.13)
Para reunir essas atividades/técnicas nos
utilizamos de vários autores, como: Virgolim, Fleith &
Pereira (2003), Liebmann (2000), Reis (2004), Kohl &
Solga (2001), Kohl & Gainer (2002) e muitas atividades
vivenciadas, criadas e transformadas pela autora deste
caderno.
ATIVIDADES COM RELAXAMENTO
Estas atividades com relaxamento servem para
iniciar qualquer trabalho criativo, elas além de relaxar
mobilizam sentimentos e favorecem o fluxo do
pensamento criativo.
Relaxamento simples
Sempre que for trabalhar com visualização e
exercícios de imaginação, comece com esta técnica de
relaxamento:
Sentado ou deitado, procure uma posição
confortável para o seu corpo.
Quer saber mais?
“Atividades criativas ampliam as possibilidades de desenvolvimento tanto da criança quanto do adulto.” (Holm, 2007, p.95)
Importante
Os relaxamentos mais simples trabalham apenas com a respiração. O individuo é convidado a se conscientizar da sua respiração para melhor controlá-la.
Aula 6 | Atividades práticas I 120
Feche os seus olhos e passeie pelo seu corpo
com sua mente. Observe cada parte do seu
corpo com muita atenção.
Tente identificar se há alguma parte do seu
corpo que esteja incomodada, tensa ou
dolorida. Se houver, preste atenção nessa
parte e converse mentalmente com ela,
pedindo-lhe que relaxe que se solte
completamente. Sinta que seu corpo lhe
obedece mansamente e que a tensão começa
a sumir. Você sente o corpo cada vez mais
pesado, como se fosse afundar no chão.
Quando sentir que seu corpo se aquietou,
esqueça-o.
Observe agora sua respiração. Como ela se
apresenta? Lenta ou apressada? Com que
parte do seu corpo você respira? Em que local
você percebe sua respiração? Ponha sua mão
direita no local do seu corpo onde você
respira. Fique assim por uns instantes.
Agora, ponha sua mão direita na sua barriga,
um pouquinho abaixo do umbigo. Traga sua
respiração para este local. Sina o ar
empurrando sua barriga para cima quando
você inspira e para baixo quando expira.
Respire 10 vezes pela barriga, imaginando
cada número à medida que inspira e expira:
um, dois, três, quatro... Quando completar a
contagem, esqueça sua respiração que
permanece na barriga.
Com o corpo e a respiração bem calminhos e
suaves, fique quieto por um tempinho. Se
surgirem pensamentos na sua mente, deixe
que eles entrem e saiam. Apenas observe.
Aos pouquinhos, quando der vontade, comece
a mexer com seu corpo suavemente, abrindo
os olhos e levantando-se. Tudo isso bem
devagar, em silêncio e com muita calma.
Dica da professora
O ambiente deve ser arejado, limpo, amplo, sem barulhos externos ou cheiros fortes. Lembre-se muitos estímulos poderão funcionar como empecilho para o relaxamento, estude o ambiente antes de começar e veja se tem algo que poderá comprometer o seu trabalho. Se preferir a luz (claridade) pode ser reduzida. Você poderá, ainda, optar pelo uso de uma música calma e suave para conduzir o relaxamento.
Importante
Cada pessoa tem um movimento diferente da outra. Cada membro do grupo é singular e único. Uns relaxam mais, se entregam mais...
outros menos. Uns levam mais tempo para relaxar... outros menos tempo. Uns voltam mais rápido do relaxamento... outros levam mais tempo. Uns se sentem mais criativos após o relaxamento... outros nem tanto! Aprenda a aceitar os diferentes movimentos e fique atento (a) a todos eles!
Aula 6 | Atividades práticas I 121
Relaxamento e passeio pelo arco-íris
Feche os olhos, respire profundamente e relaxe
o corpo.
Vamos embarcar em um arco-íris e fazer uma
linda viagem pelo mundo das cores. Procure estar
atento às sensações que surgirem e a todas as imagens
que se formarem na sua mente, enquanto viajamos
pelo mundo das cores.
Imagine que de repente, você ganhe um lindo
par de asas, assim como os anjos. De posse dessas
asas, você pode voar bem alto, para o meio das
nuvens. Você está voando agora. Está se sentindo
leve... feliz... tranquilo... Bem na sua frente aparece
um arco-íris. Ele é tão bonito e suas cores tão vibrantes
que você não resiste e... mergulha nele, bem na cor
vermelha. Agora tudo em volta de você é puro
vermelho, forte, grandioso. Observe bem esse espaço
vermelho onde você está agora. O que você sente? A
cor vermelha lembra... Como é estar no vermelho?
Continue andando por esse mundo vermelho... Preste
atenção, pois o vermelho está se transformando... Você
está mudando de faixa no arco-íris. Agora tudo está
ficando... laranja. Observe bem a cor laranja. Que
sensações essa cor lhe transmite? Qual o sentimento de
estar no laranja? Pense em alguns objetos ou coisas
que tenham essa cor. Olhe para as suas mãos. Você
tem um pincel na mão neste momento. O que você
pintaria de laranja? O laranja é engraçado e divertido.
Brinque na faixa laranja do arco-íris... Ao seu lado, eis
que surge uma lata de tinta, aberta. Você pega o pincel
e mergulha na lata... Quando o retira, vê que ele está
molhado de tinta amarela. Tudo agora é amarelo. Você
mudou novamente de faixa no arco-íris. Observe o
amarelo. Veja como é forte essa cor. Como você se
sente em um mundo amarelo? Quais são seus
pensamentos? Qual é a coisa mais amarela que você
Importante
Mantenha a sua voz suave e firme durante todo o relaxamento. Qualquer mudança no tom da sua voz será percebida pelas pessoas que estão sendo relaxadas. Calcular o tempo necessário para a atividade vai te deixar mais seguro(a) para desempenhar o seu papel. Perceber que o tempo está acabando pode fazer com que você acelere a leitura e as pessoas tenham uma percepção desagradável e entendam este momento como angustiante e não agradável e
relaxante. A forma como as atividades são propostas e oferecidas, nos garante se ela vai ser bem sucedida.
Importante
Muitos são os
autores que acreditam que o relaxamento favorece o fluxo criativo.
Aula 6 | Atividades práticas I 122
conhece? Quais os sentimentos que são amarelos? Que
animais deveriam ser amarelos? Mais uma vez tudo
começa a mudar de cor. Olhe bem à sua volta e veja a
nova cor que chega. É o... verde. Quais são os
sentimentos verdes? E o gosto do verde, qual é? Como
você se sente em um espaço totalmente verde? A cor
verde acalma, traz silêncio. Nesse momento a calma
toma conta do local onde você está. Bem devagar, você
percebe que está. Bem devagar, você percebe que está
mudando de faixa no arco-íris, novamente. O verde vai
embora e dá espaço para o... azul. Que delícia... Que
tranquilidade... Agora você entende por que as pessoas
falam “está tudo azul”! Que emoções você sente nesse
mundo azul? Que pessoas você acha que deveriam
morar em um mundo azul? Que objeto, coisa, elemento
ou ser, que são azuis, você mais gosta de olhar? O azul
começa a se transformar. Nova cor está chegando. Sua
viagem pelo arco-íris continua. O mundo começa a
ficar... roxo. O roxo é a cor que surge quando
misturamos o azul com o vermelho. É uma cor forte,
vibrante, com cara de... Se você fosse desenhar um
rosto para a cor roxa, como ele seria? Quais são os
seus sentimentos na faixa roxa do arco-íris? Quais
seriam seus pensamentos? O roxo começa a se
modificar. Você vai conhecer agora a última faixa do
arco-íris. É como se gotinhas brancas começassem a
cair na faixa roxa e ela se transformasse em... lilás. O
lilás é tão clarinho, que às vezes se confunde com o
branco. Você está nessa faixa lilás. O que você sente?
Que pensamentos chegam à sua mente? Qual a
emoção nesse momento? Qual é a cara do lilás? Quem
é lilás? Que objetos a cor lilás lhe faz lembrar?
Agora sua viagem pelo arco-íris chegou ao fim.
Escorregue nele, como se fosse um enorme
escorregador colorido, e chegue na Terra. Ponha os pés
no chão e observe à sua frente. Há um objeto no final
do arco-íris. Ele é seu. Pegue-o e vá embora.
Importante
Sempre que utilizar um relaxamento que conduz a algum lugar fique atento (a) ao tempo que você tem. Você deve conduzir calmamente na ida e na volta. Sempre que levar alguém a algum lugar... traga de volta!
Aula 6 | Atividades práticas I 123
Lentamente, volte ao local onde está, abrindo os
olhos e mexendo o corpo, bem devagar e em silêncio.
Procure se lembrar de todas as sensações que
você teve em seu arco-íris e, sem palavras, faça um
desenho do que mais gostou em sua experiência e o
que encontrou no final do arco-íris. Depois compartilhe
essa experiência com alguém.
Abaixo, seguem sugestões de outras tarefas que
podem ser realizadas após o exercício do arco-íris. Você
também pode inventar alguns exercícios a partir de
suas próprias ideias.
SUGESTÕES
Pegue uma folha de papel em branco e pinte.
Pinte todas as cores que você visitou no arco-
íris. Pinte do jeito que quiser, usando as
formas que quiser.
Tente fotografar um arco-íris.
Faça uma pesquisa científica sobre o arco-íris.
Descubra que fenômenos da natureza
promovem esse espetáculo tão bonito.
Com as três cores primárias (azul, amarelo e
vermelho), realize experiências misturando
cores e observando o resultado. Experimente,
brinque, invente cores diferentes.
Aula 6 | Atividades práticas I 124
Procure na natureza as cores do arco-íris.
Registre esses dados com fotos ou com os
próprios objetos/elementos que você
encontrar.
MINHAS ANOTAÇÕES
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
RELAXAMENTO E VISUALIZAÇÃO COM MÚSICA
Use os seguintes recursos para este exercício:
Um aparelho de som, fitas ou CDs com
diferentes estilos de música, como: música
popular, clássica, sertaneja, músicas suaves,
alegres, tristes, etc.
Use também papel, lápis de cor, giz de cera,
canetas coloridas, tinta, o que quiser para
pintar e desenhar.
Passo 1: Escolha três músicas com estilos bem
diferentes, como por exemplo: uma música suave,
outra agressiva e outra em ritmo alegre.
Passo 2: Procure uma posição confortável e
faça um relaxamento (como o sugerido no relaxamento
simples).
Passo 3: Após o exercício de relaxamento, ouça
a primeira música selecionada. Se preferir, coloque a
música duas vezes para tocar; procure escutar com
muita atenção a melodia, tente “viajar”, “entrar”,
“perceber” o sentido da canção, o que ela representa
para você.
Aula 6 | Atividades práticas I 125
Passo 4: Ao término das duas apresentações da
primeira música, em silêncio, desenhe a música que
escutou. Procure colocar no desenho toda a emoção
que a música despertou em você.
Passo 5: O mesmo procedimento deverá ser
realizado com as outras duas músicas escolhidas. Ao
final, coloque seus desenhos na parede e comente suas
experiência com alguém ou escreva as sensações que
elas lhe causaram.
1ª Música
2ª Música
3ª Música
Aula 6 | Atividades práticas I 126
A lojinha mágica
Procure uma posição bem confortável e se
prepare para mais uma viagem ao mundo da fantasia...
Deixe seu corpo ficar bem leve... leve... tão leve que
você se sente como uma pena... E você vai subindo
pelo céu até chegar a uma nuvem... Deite-se na
nuvem... Sinta que ela o envolve completamente, e
uma sensação de segurança e liberdade toma conta de
você... A nuvem o leva para uma viagem muito
agradável pelo céu... Você, deitado, consegue ver bem
a paisagem lá em baixo... os rios... os campos... o
verde das plantações... o mar... Você sente uma brisa
gostosa, o calorzinho do sol... e continua seu passeio...
Mas aos poucos a paisagem vai mudando... e você
começa a ver sinais de queimadas lá em baixo... A
paisagem torna-se sombria, escura, triste... E você
percebe que a vida, toda a vida do mundo, acabou.
Apenas você restou, lá em cima, observando tudo...
Você sabe que alguma coisa precisa ser feita... De
repente, você enxerga lá em baixo as luzes de uma
cidadezinha... Luzes que lhe chamam a atenção, como
se alguma coisa muito diferente pudesse estar
acontecendo naquela cidadezinha... A nuvem começa a
abaixar e você dá um sinal mental a ela para ir até o
chão... Você desce da nuvem e começa a andar,
olhando tudo ao seu redor. Como é essa cidade? O que
você observa? Você continua a andar... segue por uma
ruazinha... até que uma luz saindo de uma casa chama
sua atenção... Você se aproxima e percebe que é uma
lojinha... Na frente há uma vitrine... Chegue perto,
passe a mão na vitrine para enxergar melhor o que
está lá dentro... De repente, a porta se abre com um
barulhinho... e sai lá de dentro um velhinho muito
simpático... Ele olha para você com um sorriso nos
lábios, e se aproxima... Ele está dando boas-vindas, e
diz: “Que bom que você chegou! Eu estava justamente
esperando por você! Venha, entre, vou lhe mostrar
Aula 6 | Atividades práticas I 127
minha loja...” E você entra na lojinha, muito curioso(a)
sobre o que está lá dentro... E o velhinho continua a
falar: “Você viu que o mundo acabou, não é mesmo?
Toda a vida foi exterminada do planeta Terra, e você foi
a única pessoa que sobrou... Mas nem tudo está
perdido... Na verdade, eu venho de um outro planeta, e
fui designado para uma missão muito importante:
ajudá-lo a salvar a Terra. Você é a única pessoa que
pode fazê-lo. Para isso, você vai escolher um objeto
aqui na minha lojinha... Esse objeto que você escolher
vai ajudá-lo a trazer a vida de volta ao seu planeta ...
Vá, olhe tudo e faça sua escolha...”. Você então começa
a olhar em volta, e percebe que a loja tem dezenas de
prateleiras, cheias dos mais diferentes objetos... Você
anda pela loja, e observa que ali existem todos os
objetos que sua imaginação é capaz de pensar...
objetos do presente, do passado, e mesmo do futuro...
Caixinhas de sentimentos... Passe um tempo olhando
cada coisa, suas formas e cores, sua textura, sabor...
Olhe tudo com cuidado e faça sua escolha... Qual
desses objetos poderá ajudá-lo em sua missão?
Quando você sentir que está diante do objeto certo,
pegue-o, e leve-o até o velhinho. Mostre a ele o objeto,
e diga-lhe que esta é a sua escolha... O velhinho olha
para você, e com um sorriso, diz: “Você fez a escolha
certa! Eu sabia que poderia contar com você! Mas para
levar esse objeto, você deve deixar alguma coisa em
troca, desde que não seja dinheiro.” Então você pensa:
o que poderá dar ao velhinho em troca do objeto que
vai lhe ajudar a salvar o mundo? Pense no que você
poderia dar a ele e faça a troca... O velhinho fica muito
contente e vocês se despedem um do outro... Você sai
da loja, carregando seu objeto... e faz o mesmo
caminho de volta... Chega até a nuvem, que estava lhe
esperando... Sobe na nuvem... Ela carrega você de
volta aos mesmos locais por onde havia passado...
Sinta que o objeto que você traz consigo começa a
fazer efeito... A vida lentamente volta ao que era
Aula 6 | Atividades práticas I 128
antes... Você pede então à nuvem que sobrevoe sua
cidade... Você vê sua casa... Vê as pessoas das quais
você gosta... Sente que finalmente a paz volta a
reinar... A nuvem então sobrevoa esse local e você
pede a ela que desça até onde você se encontra
agora... Sinta que você volta ao seu corpo... Sinta cada
músculo do seu corpo, mexa as mãos, os pés... Quando
sentir que é seu momento, abra os olhos bem
devagar... Não converse.
Pegue lápis de cor ou canetinhas hidrocor e
faça um desenho do objeto que você trouxe
para salvar o mundo.
Compartilhe sua viagem e seus sentimentos
com outras pessoas.
ATIVIDADES DIVERSAS
Sentenças incompletas
Complete as seguintes sentenças sobre você e
seus sentimentos:
A coisa que eu mais gosto que as pessoas
notem em mim é ______________________.
Eu gostaria que meus alunos _____________
____________________________________.
Eu gosto de __________________________.
Aula 6 | Atividades práticas I 129
Eu gostaria de estar ________________
____________________________________.
Eu sei que posso ______________________
____________________________________.
Eu não posso _________________________.
Eu me imagino fazendo _________________
____________________________________.
Eu admiro uma pessoa _________________
____________________________________.
Acho muito engraçado __________________
____________________________________.
Usos diferentes
Pense e escreve o maior número de usos
possíveis:
Uma Revista
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
Fio de Telefone
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
Porta Copos
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
Bolinhas de isopor
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
Aula 6 | Atividades práticas I 130
Semelhanças e diferenças
Liste o maior número possível de semelhanças e
diferenças que pode haver entre:
Lobo Mau e Papai Noel
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
O Fantástico e a Novela das Oito
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
A Moto e o Helicóptero
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
O Bandido e o Padre
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
O Médico e o Professor
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
Fazendo analogias
Fazer analogia significa comparar duas coisas
que são diferentes, buscando o que poderiam ter em
comum.
Solte a sua imaginação e complete as sentenças
abaixo, usando analogias:
Dica da professora
Crie outras combinações incomuns e monte atividades como esta para seus alunos.
Aula 6 | Atividades práticas I 131
O martelo é como um caracol,
____________________________________________
____________________________________________
O gato é como uma pipa,
____________________________________________
____________________________________________
O coração é como chocolate,
____________________________________________
____________________________________________
A amizade é como um biscoito,
____________________________________________
____________________________________________
O telefone é como uma vela,
____________________________________________
____________________________________________
Códigos interessantes
Você que é muito curioso, resolveu dar uma
espiada nos livros da estante de um arqueólogo. E você
encontra um misterioso livro, todo escrito em códigos.
Que interessante! O que poderia estar escrito ali? Que
segredos misteriosos você está a ponto de descobrir?
Algumas das frases do livro estão escritas
abaixo. Use a cabecinha e tente decifrá-las! Mas
atenção! Cada frase foi escrita com um tipo de código.
Você será capaz de descobri-los?
Então vamos lá! A cada código descoberto,
escreva na linha abaixo sua tradução e qual é a regra
para se descobrir o código. Esta é uma tarefa para um
verdadeiro Sherlock Holmes!
1º) A scriança sadora mtoma rsorvet ed emorang oco
mchocolat e.
TRADUÇÃO:__________________________________
___________________________________________.
Para refletir
A curiosidade impulsiona e motiva as buscas por soluções e descobertas.
Aula 6 | Atividades práticas I 132
REGRA:______________________________________
____________________________________________.
2º) uE airatsog ed rahlabart mu aid an anames e
rasnacsed sies.
TRADUÇÃO: __________________________________
____________________________________________.
REGRA: _____________________________________
____________________________________________.
3º) Tqnhq qm cqchqrrqnhq qqq qdqrq cqrrqr q rqlqr nq
grqmq.
TRADUÇÃO: __________________________________
____________________________________________.
REGRA:______________________________________
____________________________________________.
Imagine-se...
Se você ganhasse duas araras, três macacos,
uma vaca, duas galinhas e um porquinho da
índia, o que faria?
____________________________________________
____________________________________________
Uma fada irá realizar um desejo seu. O que
vai pedir?
____________________________________________
____________________________________________
Foi criada uma máquina do tempo e você será
tele-transportado(a) para o ano de 2550. Que
tipo de pessoa será você? Onde estará
vivendo? Como será a sua família?
____________________________________________
____________________________________________
Aula 6 | Atividades práticas I 133
Se você pudesse ser um artista por um dia,
quem seria? O que faria?
____________________________________________
____________________________________________
Você está participando de um concurso de
criatividade, terá que criar uma roupa com
sucatas. Que tipo de roupa faria? Qual o
material?
____________________________________________
____________________________________________
Desenhando
Complete os rabiscos abaixo formando figuras.
Escreva o nome de cada figura que você formar.
1) 2)
Aula 6 | Atividades práticas I 134
EXERCÍCIO 1
Qual a importância do Relaxamento?
( A ) Agitar os participantes da atividade.
( B ) Momento ideal para dormir e se desligar do que
está sendo proposto.
( C ) Além de relaxar, mobilizam sentimentos e
favorecem o fluxo do pensamento criativo.
( D ) Neutralizar os pensamentos e os sentimentos.
( E ) Bloquear sentimentos e o fluxo criativo.
5) 6)
3) 4)
Aula 6 | Atividades práticas I 135
EXERCÍCIO 2
Qual a importância de fazer analogias ou combinações
incomuns para exercitar a criatividade?
( A ) Analogias e comparações ajudam a inserir as
coisas num contexto novo ou a contemplá-las de
um ponto de vista inteiramente original.
( B ) Analogias e comparações impedem de inserir as
coisas num contexto novo ou a contemplá-las de
um ponto de vista inteiramente original.
( C ) Analogias e comparações ajudam a inserir as
coisas num contexto novo ou a contemplá-las de
um ponto de vista nada original.
( D ) Analogias e comparações ajudam a inserir as
coisas num contexto antiquado ou a contemplá-
las de um ponto de vista único.
( E ) Analogias e comparações dificultam e atrapalham
o trabalho criativo.
EXERCÍCIO 3
Crie uma técnica que utilize o uso de analogias:
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
Aula 6 | Atividades práticas I 136
EXERCÍCIO 4
Crie uma técnica que utilize, no mínimo, 5
componentes da lista de materiais sugeridos:
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
RESUMO
Vimos até agora:
Existem materiais capazes de favorecer o
exercício da criatividade;
É importância de vivenciar as atividades,
exercícios que trabalham a criatividade;
O relaxamento é uma técnica muito utilizada
e valorizada no trabalho criativo;
Como a teoria baseia a construção das
atividades, nada é por acaso, as técnicas
aplicadas tem sempre um objetivo.
Atividades Práticas II
Dina Lúcia Chaves Rocha
AU
LA
7
Ap
res
en
taç
ão
Nesta aula sugerimos atividades práticas, vivências, técnicas
expressivas que possibilitarão exercitar outras formas de trabalhar
a expressão criativa, como: técnicas com pinturas e desenhos,
recorte e colagem, modelagem, esculturas.
Pesquisamos receitas que poderão ser produzidas pelo profissional
e até mesmo pelos alunos e/ou clientes. Em algumas regiões o
acesso a alguns materiais é difícil, sendo assim, produza você
mesmo!
Lembre! Enquanto profissionais e educadores, devemos criar um
clima propício e acolhedor. Neles os materiais utilizados funcionam
como possibilitadores da comunicação e da expressão.
Devemos favorecer, criar meios e dar condições!
Ob
jeti
vo
s
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja
capaz de:
Produzir alguns dos materiais utilizados, perceber as suas
diferenças e a importância de cada um na construção de uma
atividade.
Vivenciar as técnicas sugeridas e criar um conceito sobre elas,
baseado na teoria vista anteriormente.
Criar atividades, à partir das sugestões vivenciadas.
Aula 7 | Atividades práticas II 138
Algumas receitas: Produza você mesmo,
alguns materiais.
TINTAS
Para desenvolver técnicas com tintas, utilize os
papéis mais grossos.
Tinta para Pintura a Dedo Comestível:
Desmanche 2 colheres (sopa) de maisena em
125 ml (1/2 copo) de água e junte 1/2 litro (2copos) de
água fervente;
Mexa sem parar até obter a consistência de
mingau (3 minutos), desligue o fogo e deixe esfriar um
pouco;
Divida a pasta em 5 recipientes plásticos, em
cada um misture um pacotinho de 6 gramas de refresco
em pó (cada sabor, uma cor diferente);
Use a tinta ainda morna sobre o papel.
Tinta para Pintura a Dedo:
Desmanche 1 xícara de polvilho ou farinha de
trigo em 1 e 1/2 xícara de água fria;
Junte 2 xícaras de água fervente, mexa
rapidamente para não embolar;
Leve ao fogo e continue mexendo até ficar como
um mingau;
Deixe esfriar um pouco e junte 1/2 xícara de
sabão em pó, 1 colher de sobremesa de vinagre ou
suco de limão;
Algumas receitas: Produza você mesmo, alguns materiais 138 Atividades práticas 144 Técnicas com esculturas 151
Aula 7 | Atividades práticas II 139
Coloque guache até atingir a cor desejada.
Tinta para Pintura a Dedo (textura):
Desmanche 1 xícara de farinha de trigo em 2
xícaras de água fria;
Leve ao fogo até que engrosse e forme um
mingau consistente (sempre mexendo para não
embolar);
Quando o mingau estiver morno misture tinta
guache até atingir a tonalidade desejada. Dependendo
da quantidade de guache colocada a tinta poderá ficar
menos consistente. Caso deseje uma tinta consistente
coloque mais farinha de trigo ou menos água.
Tinta com Papel Crepom:
Coloque em uma vasilha o papel crepom picado
na cor desejada, 1 copo de álcool, 1/4 de copo de água,
tampe a vasilha;
Deixe de molho por 12 horas, depois coe e
esprema o papel crepom;
Armazene o líquido em um recipiente fechado.
Tinta Prateada ou Dourada:
Coloque em um recipiente de vidro 70 gramas
de goma líquida dissolvida em um pouco de água;
Acrescente 10 gramas de purpurina prateada ou
dourada, e um copo de álcool 90°;
Tampe o recipiente de vidro, agite e guarde.
Dica da professora
Se desejar uma tinta mais brilhosa, mais suave, utilize maisena no lugar da farinha de trigo. A tinta com farinha de trigo fica fosca.
Importante
Esta tinta tem uma consistência diferente das demais, por isso ela é ideal para produzir texturas nas folhas de papel.
Importante
Proteja suas mãos, utilize luvas para espremer o papel crepom.
Dica da professora
A purpurina em pó pode ser encontrada nas seguintes cores: dourado, prata e bronze. Aproveite e produza!
Aula 7 | Atividades práticas II 140
Tinta Guache:
Em um recipiente (impermeável) coloque 1
xícara de pó xadrez;
Acrescente 1 xícara de água;
1/2 xícara de goma arábica;
1 colher de café de óleo de cozinha;
Misture bem e cozinhe em banho-maria,
mexendo sempre. Quando for usar, dissolva a
quantidade desejada em um pouco de água até que
atinja a consistência ideal.
Tinta Creme:
Misture primeiro os ingredientes secos, 2 xícaras
de farinha de trigo, 1 xícara de açúcar, 1 xícara de
amido de milho;
Adicione água fria e forme uma pasta, logo em
seguida acrescente água quente e mexa até engrossar;
Acrescente anilina da cor desejada.
Tinta Acrílica:
Misture cola plástica (ou resina sintética -
aglutinante) e pigmento, até atingir a tonalidade
desejada.
GIZ – LÁPIS
Giz de Cera:
Derreta 250 gramas de parafina, misture pó
xadrez (na cor desejada) e um pouco de solvente até
obter uma massa;
Dica da professora
A tinta acrílica, brilhante, fácil de preparar e usar, é a porta de entrada ideal para o universo das tintas. Quando for trabalhar com tintas, inicie por essa!
Aula 7 | Atividades práticas II 141
Coloque essa massa em um cilindro feito de
papel e espere endurecer;
Assim que endurecer, rasgue o cilindro, se
necessário, para desinformar.
Lápis Pastel
Em um copo de massa corrida misture pó xadrez
até chegar a uma consistência que permita enrolar
lápis;
Molde todos os lápis e os deixe secar na sombra.
Giz Pastel Seco
Em cada litro de água coloque 200g de gel
fixador para cabelo, bata no liquidificador;
Em um prato coloque pó xadrez ou anilina em
pó, aos poucos vá acrescentando a mistura de gel com
água até dar o ponto para enrolar;
Modele os gizes e os enrole em jornal, deixe-os
secar bem.
MASSAS
Massa de Farinha
Em uma vasilha misture 2 xícaras de sal a 4
xícaras de farinha de trigo, deixe reservado;
Em outra vasilha misture os ingredientes
líquidos: 1 xícara de água, depois, 1 xícara de óleo de
cozinha, e aproximadamente, 1 xícara de anilina
comestível;
Dica da professora
Não produza cilindros de papel muito fino, para evitar que o lápis produzido quebre facilmente.
Dica da professora
Misture duas ou mais cores de pó xadrez para atingir tonalidades diferentes; Faça lápis com 2 cores ou mais, o resultado na hora da utilização é surpreendente.
Aula 7 | Atividades práticas II 142
Adicione lentamente o líquido à mistura de
farinha e açúcar e amasse bem;
Para conservá-la, basta colocar em um saco
plástico, sem ar e guarde na geladeira;
Esta massa, depois de ser modelada, endurece e
pode ser pintada.
Massa de Modelar
Misture 2 xícaras de farinha de trigo à 1/2 xícara
de sal, acrescente aos poucos, menos que, uma xícara
de água;
Amasse bem e divida a massa em pedaços (um
para cada cor). Para colorir você pode utilizar pó de
refresco, anilina comestível, guache;
Conserve a massa na geladeira.
Massa de Sabonete
Rale 1 sabonete (branco, de 90 gramas) no lado
mais fino do ralador, junte 4 colheres de sopa de água,
deixe amolecer por algum tempo;
Quando estiver derretido acrescente 4 colheres
(de sopa) de cola branca, 4 colheres (de sopa) de
fécula de batata;
Amasse tudo, muito bem, se for necessário
acrescente mais fécula de batata até atingir uma massa
homogênea;
Depois de modelar, deixe secar. Depois de seco,
pinte com guache, tinta para tecido ou plasticor.
Dica da professora
Esta massa pode virar tinta, basta acrescentar água até que ela vire um
creme.
Aula 7 | Atividades práticas II 143
Massa de Miolo de Pão
Amasse o miolo de alguns pães com um pouco
de água até obter uma massa homogênea;
Aos poucos coloque guache, para colorir;
Para que a massa tenha mais plasticidade, junte
pequenas quantidades de cola branca;
Pingue também um pouco de vinagre ou
detergente, para conservar.
Massa de Jornal e Cola (Papel Maché)
Pique uma quantidade de papel (os papéis mais
adequados são: jornal, papel toalha – não são
adequados papéis plastificados), deixe de molho na
água por 24 horas;
Bata este papel no liquidificador, com bastante
água;
Depois coe e esprema para retirar o excesso de
água;
Coloque em uma bacia a polpa de papel,
adicione farinha de trigo, e cola branca aos poucos e
forme uma massa homogênea;
Para finalizar coloque uma colher de
desinfetante ou vinagre ou formol, para aumentar a
durabilidade da massa.
Aula 7 | Atividades práticas II 144
Atividades práticas
TÉCNICAS COM PINTURA E/OU DESENHO
Desenho e pintura livre
Materiais:
Qualquer papel;
Giz de cera;
Tintas;
Canetas hidrocor;
Lápis.
Processo:
Desenhe e pinte livremente, deixe a inspiração
fluir... Deixe-se envolver pelas cores e formas que aos
poucos vão surgindo.
Durante anos, venho pesquisando e juntando
receitas, textos, atividades, dinâmicas que possam
auxiliar e promover um trabalho criativo.
Na tentativa de minimizar custos e oportunizar a
utilização de diversos materiais por pessoas que
moram em regiões que não tem acesso,
disponibilizo algumas destas receitas caseiras para
você.
Aproveite e mãos à obra!
Caso tenha algumas receitas, textos, atividades
criativas e queira colaborar com a minha pesquisa,
peço que envie para o seguinte e-mail:
dinalucia.iavm.ucam@gmail.com
Você poderá ainda fazer parte da seguinte
comunidade no Orkut:
IAVM - Profissionais Criativos
Esta comunidade está sendo criada para os nossos
alunos do IAVM, nela você poderá acrescentar e
copiar receitas, textos, atividades, dinâmicas, etc.
Participe e faça deste espaço virtual um local de
troca e crescimento.
Importante
Para os trabalhos com tintas, colas e outros materiais líquidos, lembre-se:
Forre a mesa com jornal;
Tenha sempre copos plásticos com água para lavar os pincéis;
Deixe disponíveis pedaços de pano para qualquer necessidade de secar algo.
Aula 7 | Atividades práticas II 145
Desenho feito com jornal
Materiais:
Papel;
Jornal;
Tinta guache;
Pincéis;
Tesoura; Giz de cera;
Cola branca;
Processo:
1º Pinte no papel, um fundo de cena.
2º Deixe de lado para secar.
3º Desenhe no jornal e recorte.
4º Após o fundo de cena ter secado, cole nele o
desenho recortado. Use giz de cera para acrescentar
detalhes, se desejar.
Variações:
1ª No lugar do jornal, pode ser usado outro tipo
de papel (papel glacê, papel camurça, etc.).
2ª Podemos substituir o jornal por revista.
3ª O fundo de cena pode ser feito com giz de
cera, assim não precisa secar a folha antes de colar o
jornal recortado.
Pintura feita com areia
Materiais:
Areia de praia seca (em copos de papel ou
recipientes pequenos); Cola branca;
Papel ou papelão;
Jornal;
Lápis;
Giz de cera.
Processo:
1º Utilize um lápis para desenhar ou pintar
levemente no papel.
Aula 7 | Atividades práticas II 146
2º Aplique a cola ao longo das linhas a lápis.
3º Salpique a areia, levemente, sobre a cola
úmida.
4º Incline o papel e deixe o excesso de areia cair
sobre uma folha de jornal aberta.
5º Deixe secar.
6º Utilize giz de cera, para acrescentar outros
detalhes ou para colorir a pintura feita com areia (a
areia depois de seca pode ser pintada com o giz de cera
ou tinta guache, acrílica, plástica).
Variações:
1ª Tente fazer um desenho espontâneo, sem
usar o lápis. Esprema rapidamente um pouco de cola
por sobre o papel ou utilizando um pincel, dê umas
pinceladas de cola e veja o que você pode criar!
2ª No lugar da areia, use purpurina colorida.
3ª A areia utilizada pode ser as coloridas.
Pintura feita em pedra
Materiais:
Pedras pequenas e lisas;
Tinta guache, ou acrílica ou plástica;
Pincéis.
Processo:
1º Lave e seque as pedras.
2º Observe o formato das pedras e veja o que
elas te sugerem, desenhe e pinte (ex. joaninha, um
rosto).
3º Deixe secar.
4º As pedras pintadas podem ser usadas para
decorar e/ou como peso para papéis. Se a pedra for
grande, pode ser utilizada como peso de porta.
Variações:
1ª Cole as pedras em uma lasca de madeira ou
pedaço de papelão. Decore ou pinte, fazendo uma
composição.
Aula 7 | Atividades práticas II 147
2ª Pinte as pedras com giz de cera. Coloque no
forno, em temperatura baixa, até o giz de cera derreter
(a criança nesta técnica precisa da ajuda de um
adulto).
3ª Coloque as pedras no jardim como enfeite.
TÉCNICAS COM RECORTE E COLAGEM
Colagem de imagens e/ ou palavras
Materiais:
Papel para a base das colagens. Pode ser: folhas
A3, A4, ofício, cartolina, papel cartão, papel pardo,
etc.;
Revistas, jornais, gibis, para recortar;
Cola;
Tesoura.
Processo:
1º Escolha um tema a ser trabalhado.
2º Comece a garimpar imagens e/ou palavras
associadas ao tema.
3º Retire os excessos das imagens.
4º Organize e comece a colar, respeitando o
formato das imagens, vá preenchendo os espaços entre
uma imagem e outra, a folha deve ficar coberta com as
imagens. Uma imagem deve completar a outra, evite a
sobreposição.
Variações:
1ª Podemos preparar a folha antes da colagem
das imagens. Pinte-a com guache, ou tinta acrílica, ou
tinta plástica (no caso de utilizar tinta o papel para a
base deve ser grosso). Passe o giz de cera deitado,
para dar cor. Desta forma, o espaço entre uma imagem
e outra pode ficar vazio.
2ª As imagens e/ou palavras pode ser rasgadas
com os dedos. Não utilizar a tesoura.
Aula 7 | Atividades práticas II 148
3ª Colagem de papéis. Papéis de vários tipos e
cores, decorados, reciclados, com texturas e
espessuras diferentes.
Colagem de grãos e/ou sementes
Materiais:
Papel para a base das colagens. Pode ser:
cartolina, papel cartão, prato de papelão, neste caso, a
base tem que ser grossa para sustentar;
Cola;
Tesoura.
Processo:
1º Escolha grãos e/ou sementes coloridas, de
formatos e tamanhos diferentes;
2º Recorte a base a ser preenchida, passe
bastante cola e comece a colar as sementes e/os grãos.
Vá formando desenhos ou trabalhando com o abstrato,
não importa. Somente tenha a preocupação de criar
uma harmonia entre os materiais utilizados.
3º Depois de finalizar as colagens espere secar
bem e com um pincel dê uma demão de cola branca
sobre o trabalho. Este processo vai dar um brilho todo
especial, além de proteger a sua obra.
Variações:
1ª Podemos fazer quadros;
2ª Mandalas;
3ª Velas;
Colagem feita com fios
Materiais:
Pedaços de fios de lã, linha, barbante, corda,
palha da costa, sisal, ráfia;
Goma líquida de amido;
Papelão;
Dica da professora
Antes de utilizar os grãos e/ou sementes dê uma aquecida para evitar que dê bichinhos. Pegue um tabuleiro e espalhe os grãos e as sementes, tome cuidado para não misturá-los. Ligue o forno no máximo e deixe ficar bem quente e coloque o tabuleiro dentro e desligue o forno. O tabuleiro vai permanecer dentro do forno até que ele esfrie. Este processo é o suficiente para evitar bichinhos característicos de grãos e sementes.
Aula 7 | Atividades práticas II 149
Bandeja ou tigela;
Tesoura.
Processo:
1º Corte os fios em pedaços de 30 cm
aproximadamente (ou em tamanhos variados).
2º Embeba-os em uma bandeja cheia de goma
líquida.
3º Retire um fio engomado da bandeja e
posicione-o no papelão, formando uma composição.
4º Repita a operação com os outros fios de cores
e tamanhos diferentes.
5º Deixe secar por uma noite.
6º Com um pincel, passe uma camada de cola
branca sobre o trabalho. A cola branca dá um brilho e
ajuda na conservação do material.
Variações:
1ª A colagem com fios pode ser feita em pratos
de papelão, sobras de papel de parede, cartazes velhos
ou papel de presente.
2ª Acrescente outros itens à colagem com fios,
como contas, botões, etc.
3ª Esta técnica pode ser utilizada para fazer
texturas em paredes, em caixas de madeira, caixas de
sapato. Neste caso, não utilize goma, mergulhe os fios
na cola branca Cascorez Extra.
Observação:
A cola branca indicada para que os trabalhos
fiquem resistentes é a cola branca, Cascorez Extra, de
rótulo azul.
TÉCNICAS COM MODELAGEM
Sugerimos que as atividades de modelagem
sejam desenvolvidas com massinha de modelar, argila,
entre outras massas sugeridas neste caderno.
Para navegar
Mais informações sobre esta cola no site: www.albaadesivos.c
om.br
Aula 7 | Atividades práticas II 150
Modelagem com cera de abelha
Materiais:
Cera de abelha para modelar.
Processo:
1º Amoleça a cera (cerca de ¼ da pedra de
cera) segurando-a entre as duas mãos, até que fique
maleável (com o calor das mãos).
2º Comece a modelar a cera. Puxe, enrole ou
achate. Use a imaginação!
3º Quando a cera esfriar, ela endurecerá e
manterá a forma recebida.
4º Para usar novamente a cera, amoleça-a e crie
algo novo.
Variações:
1ª Faça pétalas finas de cera, para criar flores
delicadas e translúcidas.
2ª Modele uma pessoa, um boneco ou um
animal.
3ª Com um rolo de massa, faça uma folha de
cera. Depois pegue um pavio de vela e coloque no
comprimento da folha e vá enrolando. Você pode fazer
velas de diferentes tamanhos e grossuras. O pavio tem
que estar por dentro de toda a vela, assim ela
queimará até o final. Se preferir, pegue uma vela fina
(pronta) e envolva-a com a cera, para decorar.
Observação:
Modelar cera de abelha é maravilhoso, porque
ela é um presente natural sem qualquer composição
artificial. Encontra-se disponível em pedras, por quilo,
em apiários e lojas de produtos naturais. Peça, também
ao seu ortodontista, um pouco de cera dental.
Atenção!
Cera derrete. Não deixe a cera de abelha
exposta ao sol, no carro, ou perto de uma fonte de
calor.
Aula 7 | Atividades práticas II 151
Técnicas com esculturas
Esculturas feitas com sabonete ou sabão
(entalhes)
Materiais:
Sabonete ou sabão;
Faca sem corte (No caso de crianças, utilizar as
de plástico);
Palitos com tamanhos e grossuras diferentes;
Descascador de batata.
Processo:
1º Use o descascador de batata para retirar o
excesso das pontas do sabonete, entalhar e formar, no
sabonete, uma figura qualquer.
2º Use uma faca para cortar fora as áreas
maiores.
3º Exponha sua escultura de sabonete, ou use
na banheira ou pia.
Variações:
1ª Tente desenhar uma cena na superfície do
sabonete, com um prego ou palito de dente.
2ª Umedeça várias figuras de sabonete e uma-
as, formando uma escultura única.
3ª Umedeça as sobras do entalhe e aperte-as,
formando bolas de sabonete.
Escultura feita com jornal (ou com
sucatas)
Materiais:
Jornal;
Fita crepe;
Tintas guache ou acrílica ou plástica;
Pincéis.
Aula 7 | Atividades práticas II 152
Processo:
1º Enrole ou amasse o jornal em qualquer
formato e envolva-o com a fita crepe.
2º Junte diferentes formas, com fita crepe, para
formar uma escultura interessante.
3º Acrescente cor, usando tintas, se desejar.
4º Deixe secar.
Variações:
1ª Experimente fazer um polvo, um cão, um
dragão, uma cobra ou uma outra criatura fantástica.
2ª Acrescente itens decorativos, tais como
purpurina, gliter, miçangas, lã, palha, botões, etc.
3ª Esculturas com materiais diversos e sucata.
No lugar do jornal, pode ser utilizados tubos de toalha
de papel, de papel higiênico ou embrulhos, caixas de
pasta de dentes, caixas e embalagens de sabonetes,
caixas de remédio, de sapato, copos de papel, de
plástico, (sucatas), fitas, lã, linhas, contas, miçangas,
lantejoulas, papéis, tecidos, TNT, EVA, canudos de
macarrão, grãos, palitos de churrasco, de dente, de
sorvete (materiais diversos).
4ª Podemos utilizar para fazer esculturas,
objetos encontrados na natureza, como: conchinhas,
folhas, flores, galhos de árvore, pinhas, sementes,
grãos, areia e terra com cores diferentes, pedras.
Atenção!
Quando for re-utilizar algumas embalagens,
recipientes, lave-os adequadamente, se necessário com
água quente. Quando for utilizar sucata com seus
alunos, faça a limpeza das peças antes. Se for pedir
que os alunos levem sucata para a escola, mande uma
circular informando a importância de se manipular
materiais limpos.
Aula 7 | Atividades práticas II 153
EXERCÍCIO 1
Correlacione às técnicas expressivas aos materiais.
Atenção! Colocamos dois materiais para cada técnica:
( A ) Modelagem
( B ) Recorte e colagem
( C ) Pintura
( D ) Desenho
(oba) Lápis grafite;
(oba) Argila;
(oba) Guache;
(oba) Massinha de modelar;
(oba) Jornais;
(oba) Lápis de carvão;
(oba) Revistas;
(oba) Aquarela.
EXERCÍCIO 2
Pesquise e/ou crie uma receita diferente das sugeridas
neste caderno:
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
Aula 7 | Atividades práticas II 154
EXERCÍCIO 3
Pesquise e/ou crie uma atividade que envolva desenho,
recorte e colagem:
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
EXERCÍCIO 4
Terminamos o caderno de criatividade, fale sobre as
suas vivências. Dê seu parecer sobre as atividades
vivenciadas na aula 6 e 7:
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
____________________________________________
RESUMO
Vimos até agora:
Existem materiais que podemos produzir;
A importância de vivenciar as atividades
antes de aplicá-las;
Existem outras formas de trabalhar a
expressão criativa, como: técnicas com
pinturas e desenhos, recorte e colagem,
modelagem, esculturas, entre outras;
Aula 7 | Atividades práticas II 155
Como a teoria baseia a construção das
atividades, nada é por acaso, as técnicas
aplicadas tem sempre um objetivo.
GABARITO DAS QUESTÕES OBJETIVAS: AULA 1 – 1 (4;8;5;3;7;2;1;6;10;9.); 2 (A;B;A;A;B;B;B.). AULA 2 – 1 (V;V;F;F;V.); 2C. AULA 3 – 1 (A;B;A;C;C;B.); 2 (2;5;3;4;1.). AULA 4 – 1 (B;A;B;A;A.); 2 (F;V;F;V;V.). AULA 5 – 1E; 2 (V;V;V;V;V.). AULA 6 – 1C; 2A. AULA 7 – 1 (4;1;3;1;2;4;2;3.)
AV1 – Estudo Dirigido da Disciplina
CURSO: Psicomotricidade
DISCIPLINA: Criatividade
ALUNO(A): MATRÍCULA:
NÚCLEO REGIONAL: DATA: _____/_____/___________
QUESTÃO 1: Dentro das 15 características da personalidade criativa, apontadas por
WECHSLER, enumere as 05 que você considera mais relevante na composição do
perfil do educador. Justifique suas escolhas:
Indicação da página do módulo onde este assunto é apresentado:
Indicar referências de pesquisa complementar (livros: bibliografia e sites:
endereço eletrônico) – OPCIONAL:
Resposta (com as suas palavras):
QUESTÃO 2: O que Jones (1993) fala sobre as seguintes barreiras emocionais?
Medo do fracasso -
Medo de brincar -
Imaginação empobrecida -
Medo do desconhecido -
Medo de perder o controle -
Indicação da página do módulo onde este assunto é apresentado:
Indicar referências de pesquisa complementar (livros: bibliografia e sites:
endereço eletrônico) – OPCIONAL:
Resposta (com as suas palavras):
QUESTÃO 3: São características do professor criativo, segundo TORRANCE &
MYERS, cite no mínimo três relatadas pelos autores:
Indicação da página do módulo onde este assunto é apresentado:
Indicar referências de pesquisa complementar (livros: bibliografia e sites:
endereço eletrônico) – OPCIONAL:
Resposta (com as suas palavras):
QUESTÃO 4: Crie uma atividade prática que utilize, no mínimo, 5 componentes da
lista de materiais sugeridos na aula 6, indicando: Atividade; Objetivo; Recursos.
Indicação da página do módulo onde este assunto é apresentado:
Indicar referências de pesquisa complementar (livros: bibliografia e sites:
endereço eletrônico) – OPCIONAL:
Resposta (com as suas palavras):
ATENÇÃO:
Na realização das avaliações (AV1 e AV2), procure desenvolver uma
argumentação com suas próprias palavras.
Observe que é importante você realizar uma pesquisa aprofundada para atender
aos objetivos propostos consultando diferentes autores. No entanto, é
fundamental diferenciar o que é texto próprio de textos que possuem
outras autorias, inserindo corretamente as referências bibliográficas
(citações), quando este for o caso.
Vale lembrar que essa regra serve inclusive para os nossos módulos, utilizados
com freqüência para as respostas das avaliações.
Em caso de dúvidas, consulte o material sobre como realizar as citações diretas
e indiretas ou entre em contato com o tutor de sua disciplina.
AS AVALIAÇÕES QUE DESCONSIDERAREM ESTE PROCEDIMENTO ESTARÃO
SEVERAMENTE COMPROMETIDAS.
AV2 – Trabalho Acadêmico de Aprofundamento
CURSO: Psicomotricidade
DISCIPLINA: Criatividade
ALUNO(A): MATRÍCULA:
NÚCLEO REGIONAL: DATA: _____/_____/___________
ATIVIDADE SUGERIDA: Contando uma história
OBJETIVO: Tendo como objetivo geral entender como ocorre o processo criador, a
imaginação criadora e capacidade criadora (temas de aulas dessa disciplina),
selecione uma história, reescreva-a em uma nova versão e indique a forma como
deve ser contada.
INSTRUÇÕES:
Uma vez selecionada a história:
a) Analise-a e reescreva em uma nova versão. Use a imaginação. Acredite. Você
consegue!
b) Indique a forma ideal para que a história seja contada, possibilitando a
exploração das emoções e imaginação (com imagens, mudança de voz, mímicas,
fantasias...)
c) Descreva as sensações despertadas durante a atividade e o que deseja despertar
no ouvinte.
ALGUMAS DICAS:
Você precisará nos entregar a história original junto de sua nova versão.
Evite preocupações, deixe a imaginação fluir.
Você poderá mudar o nome dos personagens ou não. Mas a história deverá
tomar outro rumo, tendo(ou não) outro final.
Para melhorar sua percepção, utilize um gravador primeiro para depois
transcrever o que contou, assim é mais fácil pra você movimentar sua
imaginação.
CONTANDO UMA HISTÓRIA
- Recursos / Procedimentos para contar a estória
- Sensações despertadas
- Sensações que almeja despertar
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