Design de interação e Design da experiência considerações sobre um campo de atuação

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Apresenta as diferentes denominações utilizadas para definir profissionais que desenvolvem projetos de mídia interativa, com o intuito de fornecer material para discussão sobre esse campo de atuação, naturalmente fluido e em constante evolução. Descreve as principais alterações que ocorreram ao longo do tempo no perfil dos profissionais envolvidos com projetos de mídia interativa, partindo do design de interface e culminando com o surgimento do design da experiência. Menciona as principais características que ora distinguem ora aproximam o design da experiência de outras especialidades dentro do campo do design. Discute as possibilidades de atuação dos designers, tendo em vista a evolução dos sistemas computacionais que caminham para a pervasividade. Apresenta um panorama das principais características que têm sido associadas ao design de mídia interativa ao longo das últimas décadas, dando ênfase especial ao design da experiência. Conclui que a importância do design da experiência tende a crescer no futuro próximo com a intensificação da pervasividade e ubiqüidade computacionais.

Transcript of Design de interação e Design da experiência considerações sobre um campo de atuação

Design de interaçãoDesign da experiênciaconsiderações sobre um campo de atuação

Mauro PinheiroUniversidade Federal do Espírito Santomauropr@pobox.com

O que fazemos?

O que fazemos?

O que fazemos?

O que fazemos?

O que fazemos?

O que fazemos?• organizamos, estruturamos, classificamos,

tratamos informações• projetamos o comportamento de sistemas

de informação

O que fazemos?• organizamos, estruturamos, classificamos,

tratamos informações• projetamos o comportamento de sistemas

de informação

• facilitar o armazenamento, a recuperação, a localização de informações

• reduzir o esforço cognitivo necessário para usar sistemas de informação

para...

O que fazemos?

projetamos software (?)

O que fazemos?

projetamos software (?)para ambiente web, para celulares, para quiosques, para caixas eletrônicos etc.

O que fazemos?

projetamos softwarepara ambiente web, para celulares, para quiosques, para caixas eletrônicos etc.

O que podemos fazer?

O que podemos fazer?

projetarexperiências

Gerar valores e impressões dignos de lembrança(Ana Baeta Neves)

De onde viemos?

Mainframes Sistemas e interfaces projetadas por profissionais de ciência da computação Usuário se adequa ao sistemaComputadores como

ferramenta de trabalho1

De onde viemos?

Década de 80 » surgimento da GUI (Graphical User Interface)

Designers atuando na camada de apresentação de sistemas computacionais (principalmente profissionais de comunicação visual)Bill Moggridge: “Design de interação”Ampliação do campo de trabalhoProjeto centrado no usuário

2

MainframesComputadores como ferramenta de trabalho

1De onde viemos?

Sistemas e interfaces projetadas por profissionais de ciência da computação Usuário se adequa ao sistema

Mac OS desktop (1984)Xerox Star (1981) Windows 3.11 (1993)

Década de 80 » surgimento da GUI (Graphical User Interface)

Designers atuando na camada de apresentação de sistemas computacionais (profissionais principalmente de comunicação visual)

Mainframes

Década de 90 » popularização dos PCs, internet, WWWintensificação do uso de computadores pessoaisComputadores como meio de comunicaçãoemail, instant messenger, IRCComputadores como meio de expressão pessoalBlogs, Youtube, Facebook, Twitter etc.

Computadores como ferramenta de trabalho

Aumento da complexidade do projeto de mídia interativaEspecialização, divisão de tarefas

Arquitetura de informação, design de interfaces, usabilidade etc.

12

3

Múltiplas competências envolvidas no projeto de mídia interativa

De onde viemos?

Bill Moggridge: “Design de interação”Ampliação do campo de trabalhoProjeto centrado no usuário

Sistemas e interfaces projetadas por profissionais de ciência da computação Usuário se adequa ao sistema

Múltiplas competências envolvidas no projeto de mídia interativa

Baseado em George Olsen

Estamos aqui...

Design da experiência

...mas podemos ir além

Baseado em George Olsen

Estamos aqui...

Características percebidas no desenvolvimento das tecnologias computacionais

• Miniaturização dos componentes• Digitalização das informações• Múltiplos suportes para a mesma informação

• Convergência de mídias• Aprimoramento das tecnologias de transmissão de dados

• Portabilidade / mobilidade

Pra complicar um pouco mais...

Características percebidas no desenvolvimento das tecnologias computacionais

• Miniaturização dos componentes• Digitalização das informações• Múltiplos suportes para a mesma informação

• Convergência de mídias• Aprimoramento das tecnologias de transmissão de dados

• Portabilidade / mobilidade

ubiqüidade computacionalpervasividade computacional

Pra complicar um pouco mais...

Ubiqüidade computacionalPervasividade computacional

ubíquoOnipresente, que está ao mesmo tempo em toda a parte. pervasivoNeologismo de termo em inglês “pervasive”, que deriva do latim pervādo, pervādere: ir além; penetrar;percorrer, permear.

Ubiqüidade ou pervasividade computacional é o resultado do avanço acelerado da tecnologia computacional, uma tendência a dotar qualquer produto feito pelo homem com hardware e software.A pervasividade computacional vai além do domínio dos computadores pessoais: a idéia é que praticamente qualquer coisa, de carros a roupas, de xícaras de café a casas e ambientes, e até mesmo o corpo humano, possam ser dotados de chips que permitam conectá-los a outros dispositivos em rede.

Apertem os cintos, o computador sumiu!

Hug Shirt (cutecircuit.com)

Aprendemos há algum tempo que mídias interativas não se referem a telas. Elas estão em toda parte: nos nossos bolsos, nos nossos pulsos, nas paredes de uma exibição, fundidas em outros dispositivos. A experiência que temos com essas mídias mudou também. Design de interação inclui websites e serviços de todo tipo, televisão, ambientes virtuais, instalações, jogos, CD e DVD, tecnologia educacional, ubiqüidade computacional, sensores inteligentes e tecnologia móvel, arte interativa e performances digitais (Lansdown Center for ElectronicArts, 2007, tradução nossa)

Os limites entre hardware e software, dispositivo e interação, 2-d, 3-d, 4-d estão consideravelmente menos precisos, e ficarão ainda mais imprecisos [...] Embora ainda venham a ser necessárias interfaces para computadores, reconhecemos o surgimento de dispositivos computacionais menores, móveis, e novos contextos de interação. Ubiqüidade computacional, mobilidade e estilos de vida cambiantes, design de serviços, são novos tópicos a serem explorados. (Carnegie Mellon School of Design, 2007, tradução nossa)

o desafio: experiência fluida

MAYA DesignCarnegie Library of Pittsburgh

projetar experiênciasNÃO significa

(apenas)projetar software

Exposição Grande Sertão: Veredas

Exposição Grande Sertão: Veredas (Guimarães Rosa) – Projeto de Bia Lessa

Exposição Grande Sertão: Veredas (Guimarães Rosa) – Projeto de Bia Lessa

Exposição Grande Sertão: Veredas (Guimarães Rosa) – Projeto de Bia Lessa

Exposição Grande Sertão: Veredas (Guimarães Rosa) – Projeto de Bia Lessa

Exposição Grande Sertão: Veredas (Guimarães Rosa) – Projeto de Bia Lessa

• Suas origens remontam ao design de interfaces gráficas, com o surgimento dos sistemas computacionais dotados de GUI.

• A disseminação da computação favoreceu o amadurecimento de uma disciplina focada no design de mídias interativas, dentro da qual existem atualmente diversas especialidades relativas a diferentes etapas do projeto de sistemas computacionais;

• No design da experiência leva-se em conta não só as características dos “objetos” criados, mas as características dos usuários, o contexto de uso dos sistemas, as ações e reações possíveis, valorizando a experiência de uso e a interação ao longo do tempo;

• O foco torna-se mais abrangente, cada vez mais preocupado com um “pacote de serviços”, e não apenas com o produto;

Sobre o design de experiência:

• Embora o mercado ainda limite a atuação dos profissionais em projetos para web e projetos de software, já se percebe que o design da experiência não se restringe necessariamente ao meio digital;

• O design da experiência pode conjugar diversas especialidades dodesign (design de interiores, design gráfico, design de produto etc.);

• A comunicação parece ser o objetivo maior no design da experiência. Em função da pervasividade computacional, entende-se que o processo de comunicação pode ocorrer em ambientes com usuários simultâneos, apresentando respostas variadas a estímulos diversos

Sobre o design de experiência:

Obrigado!☺

Mauro Pinheiromauropr@pobox.com