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ECO - 720 Fundamentos de Finanças Internacionais
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ECO 720 – Fundamentos de ECO 720 – Fundamentos de Finanças InternacionaisFinanças Internacionais
Aula 5. A ordem monetária e Aula 5. A ordem monetária e financeira de Bretton Woodsfinanceira de Bretton Woods
Prof. André M. Biancareli
16/04/2010
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Objetivos principaisObjetivos principais
Entender as origens de um determinado “arranjo” monetário e financeiro
– Já vimos que se trata de: baixa mobilidade, câmbio fixo e política monetária autônoma
A sua institucionalidade e as suas regras O seu real funcionamento A evolução: afirmação, auge e declínio Objetivo de fundo: contrastar com o período
da globalização, atual
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Origens: por que Bretton Woods?Origens: por que Bretton Woods?
BW é uma cidadezinha no estado de New Hampshire, nordeste dos EUA
Em 1944, realiza-se uma conferência internacional que tinha como objetivo reorganizar o mundo (em termos econômicos) após o fim da II G M
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Origens...Origens...
O que se discutia? O que se queria organizar?
Pano de fundo era a experiência traumática do período entre-Guerras
– Não só a guerra e o Nazi-fascismo em si Em termos econômicos, dois “fantasmas”
1. Recessão, depressão, desemprego em massa2. Desvalorizações competitivas
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Origens...Origens...
1. Consenso de que ajustes externos deveriam preservar o crescimento
– Experiência traumática de tentativas de volta ao padrão-ouro pós I Guerra
– Falência da ortodoxia convencional, surgimento da macroeconomia, keynesianismo etc.
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Origens...Origens...
2. Busca de competitividade por meio das desvalorizações nacionais gerava o pior dos mundos
– Forte instabilidade cambial– Tentativa de “empurrar a miséria para o
vizinho” (beggar thy neighbour) deixava todos pobres
– Aumento do protecionismo
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Duas grandes propostasDuas grandes propostas Nas reuniões
preparatórias, embate entre duas propostas:
– O Plano Keynes (Inglaterra)
– O Plano White (EUA) Interesses imediatos e
posições de poder distintos
– Mas também fortes diferenças de fundo
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O Plano KeynesO Plano Keynes
Muito mais ambicioso, propunha a criação de dois elementos inovadores
– A International Clearing Union, uma caixa de compensação e um grande livro caixa pelo qual passariam todas as trocas internacionais
– O bancor, uma moeda exclusivamente internacional e meramente contábil, para liquidar as transações externas
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O Plano KeynesO Plano Keynes
O funcionamento do esquema garantiria a liquidez necessária para o comércio internacional
Transações automaticamente compensadas, registro contábil
Ao final de um período, apura-se os saldos de cada país em bancor
– Se negativo (Xs<Ms), necessidade de ajuste– Mas, se muito positivo (Xs>Ms), também punição,
também necessidade de ajuste!
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O Plano KeynesO Plano Keynes
Keynes preocupado com uma “regra” injusta e contracionista vigente: o ajuste assimétrico
Ao forçar o superávitário a crescer mais, diminuiria os desequilíbrios, de maneira expansionista!
Além disso, a moeda internacional não seria a moeda própria de nenhum país
– Trocas internacionais não dependeriam da política do emissor dessa moeda
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O vitorioso Plano WhiteO vitorioso Plano White
Bem mais modesto– Previa a criação de um fundo de
estabilização para evitar as desvalorizações em caso de problemas no BP
– Mantinha o atrelamento das moedas ao ouro– Como 2/3 das reservas de ouro estavam nos
EUA dólar como moeda reserva Além disso, previa (como o Keynes)
controles de capital e câmbio fixo
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O vitorioso Plano WhiteO vitorioso Plano White
Vitória de White refletia ascensão americana e decadência inglesa
EUA interessados em impor uma ordem regulada e estável, mas que atendesse às suas vantagens ao fim da guerra
– Enorme competitividade industrial
– Moeda reserva Propostas de Keynes parecem utópicas, mas
apontam para as questões fundamentais...
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A institucionalidade de BWA institucionalidade de BW
FMI criado para ser o fundo de estabilização
– Países contribuindo de acordo com seu peso no comércio internacional, voto ponderado
Criação também do Banco Mundial, para financiar a reconstrução
Proposta de criação da OIC (ITO) para o comércio, mas não avança (...Gatt)
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A institucionalidade de BWA institucionalidade de BW
Regras– Câmbio fixo mas ajustável diante de
“desequilíbrios fundamentais”– Paridade US$ 35/onça ouro– Adoção da conversibilidade em conta
corrente em cinco anos– Uso de controles de capital diante de fugas– Poder só retórico para o ajuste dos
superavitários (cláusula da moeda escassa)
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Os pilares de Bretton WoodsOs pilares de Bretton Woods
Eichengreen (1996) aponta três pilares do período
– Câmbio fixo e conversibilidade em ouro– FMI com algumas funções de coordenação– Uso disseminado dos controles de capital
Na prática, porém...
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O confronto com a realidadeO confronto com a realidade
No imediato após-guerra, desejos dos americanos contrastam com a realidade
Queriam exportar para o mundo (Europa) e essa precisava desesperadamente de ajuda e importações
Mas... como importar se não se têm os dólares? Essa é a fase da escassez de dólares:
– Dinamismo do comércio internacional depende de déficits no emissor da moeda reserva, mas esse é superavitário...
– FMI não tem os recursos suficientes
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O confronto com a realidadeO confronto com a realidade
Solução só vai se encaminhar com duas providências estranhas às regras de BW:
– Desvalorizações na Europa em 1949 (2/3 do comércio global, em média 30%)
– Plano Marshall 1948: forte conteúdo geopolítico encaminhando a reconstrução
Encaminhada a escassez de dólares, BW se afirma e mostra seus resultados
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Um exemplo dos resultadosUm exemplo dos resultados
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Depois da escassez...Depois da escassez...
Plano Marshall, desvalorizações, UEP, abertura do mercado americano, forte política industrial no Japão e Europa...
Resto do mundo desenvolvido rapidamente recupera a competitividade
Passam a exportar para os EUA (dólares saindo de lá agora)
Isso pelo lado comercial...
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Pelo lado financeiroPelo lado financeiro
Fluxos de IDE americano na Europa Empréstimos de longo prazo dos bancos
americanos Somados aos déficits comerciais... Vai se construindo a situação inversa, ao
longo dos anos 1960: a abundância de dólares fora dos EUA
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Um fator agravante...Um fator agravante...
EUA, na tentativa de conter a perda de US$, impõem uma série de medidas:
– Restrições (no início voluntárias) para saída de IDE
– Equalização de juros e controles de capital Funcionam como combustível para o
desenvolvimento do Euromercado de dólares
– Outros fatores também determinantes
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Um fator agravante...Um fator agravante...
O Euromercado agrava o problema da abundância de dólares
Circuito financeiro internacional em US$, fora do controle e da supervisão das autoridades americanas
– Países da AL vão ser envolvidos, na década de 1970, nesse movimento...
Mas, afinal de contas, qual o problema da abundância de US$?
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Dois problemas relacionadosDois problemas relacionados
1. EUA, como emissores da moeda reserva, tinham uma vantagem em relação aos demais:
– Podem ter déficit no BP sem se preocupar com o ajuste
Outros países aceitam acumular ativos em US$ ao invés de ouro, são equivalentes
– É até bom para o dinamismo do comércio global
– Mas é um “privilégio exorbitante” (França), os outros têm que se adaptar
– Esse é o “problema do ajustamento”
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Dois problemas relacionadosDois problemas relacionados
2. Mas, excesso de dólares fora dos EUA, significa também...
– Mais direitos sobre o ouro americano
– Aos poucos, vai desaparecendo qualquer relação entre a quantidade de ouro em Fort Knox e os dólares em circulação
Déficits, saídas de capital e euromercado
– Vai gerando desconfiança na conversibilidade dólar-ouro
– Esse é o “problema da confiança”
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Dois problemas relacionadosDois problemas relacionados
Problema do ajustamento mais o problema da confiança configuram o chamado “Dilema de Triffin”:
País emissor da moeda reserva precisa ter déficits (saída de US$) para as trocas internacionais funcionarem bem (a liquidez é em US$), mas isso até o ponto em que surja a desconfiança no real valor do dólar em ouro...
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A crise de Bretton WoodsA crise de Bretton Woods
Anos 1960 são marcados por um longo processo de administração dessa crise de confiança na conversibilidade dólar-ouro
Vários instrumentos, reuniões e medidas criados para manter a conversibilidade
1968: conversibilidade decretada só oficial (entre BCs)
1971: “fechamento da golden window” 1973: adoção do câmbio flutuante Um dos três pilares de BW estava derrubado!
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A crise de Bretton WoodsA crise de Bretton Woods
O segundo (controles de capital) foram sendo erodidos ao longo do tempo (inclusive pelo Euromercado) e nos anos 1970 já não existem no mundo desenvolvido
– Configura-se a passagem da baixa para a alta mobilidade internacional do capital
O terceiro (coordenação e supervisão do FMI) nunca funcionou na prática
– Pelo menos para as economias centrais– Ele vai achar seu papel nas crises de dívida depois
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Pós-Bretton WoodsPós-Bretton Woods Período de crise e instabilidades nos anos 1970
– Aumento da inflação (choques do petróleo e política econômica negligente nos EUA)
– Queda no crescimento e aumento do desemprego– Instabilidade de taxas reais de juros e de câmbio– Desconfianças e forte desvalorização do US$
Até que, em 1979, ocorre uma guinada na política monetária americana que vai mudar tudo, re-estabelecendo a hegemonia do US$ e dos EUA, e abrindo caminho para o período da “globalização”
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Crescimento do PIB, mundo e principais Crescimento do PIB, mundo e principais países desenvolvidos, em % a. a.países desenvolvidos, em % a. a.
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World Germany Japan United States
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Inflação nos Estados Unidos Inflação nos Estados Unidos (variação anual do IPC, %)(variação anual do IPC, %)
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Taxa de desemprego EUATaxa de desemprego EUA(% da força de trabalho)(% da força de trabalho)
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Taxa de Câmbio do dólarTaxa de Câmbio do dólar(efetiva real, 1970 Q1 =100)(efetiva real, 1970 Q1 =100)
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Além do movimento desce-sobe do Além do movimento desce-sobe do dólar...dólar...
Nítido aumento da volatilidade
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Preço do petróleoPreço do petróleo
http://en.wikipedia.org/wiki/Image:Oil_price_chronology-june2007.gif
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Preços do petróleoPreços do petróleo
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Curtas Longas