Post on 17-Apr-2015
ENRIQUECIMENTO CURRICULAR
O QUE É ENRIQUECIMENTO ESCOLAR?
Exposição do aluno com altas habilidades/superdotação a vários tópicos, áreas de interesse e campos de estudo para aplicação de conhecimentos e conteúdos avançados, treinamento de habilidades e no uso de metodologias para o crescimento nas áreas de interesse.
(RENZULLI & REIS, 1985, 1997)
QUEM FAZ O ENRIQUECIMENTO ESCOLAR:
• escolas públicas de ensino regular em interface com os núcleos de atividades para altas habilidades / superdotação e com as instituições de ensino superior e institutos voltados ao desenvolvimento e promoção da pesquisa, das artes e dos esportes.
• CEDET (Centro para o Desenvolvimento do Potencial e Talento) em parceria com o Programa Decolar – Prefeitura de São José dos Campos
ONDE É FEITO O ENRIQUECIMENTO ESCOLAR?
Art. 5º da Resolução CNE/CEB Nº 04/2009:• realizado, prioritariamente, na sala de recursos da própria escola ou em outra escola de ensino regular, no turno inverso da escolarização, • não sendo substitutivo às classes comuns, • em centro de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas, conveniadas com a Secretaria de Educação ou órgão equivalente dos Estados, Distrito Federal ou dos Municípios.
COMO FAZER?
Prover o “Algo mais”
Oferecer espaço para que o aluno possa comunicar, demonstrar ou ensinar o que aprendeu/pesquisou
Materiais para consulta devem estar disponíveis no espaço escolar (sala de aula, biblioteca, laboratório, etc.)
COMO FAZER?
Estruturas escolares
• O currículo regular - é diferenciado através de processos como a compactação curricular e procedimentos manuais de modificação de conteúdo. remoção cirúrgica do material repetitivo de livros didáticos , introdução de maior profundidade em material curricular regular.
• Grupos de Enriquecimento - grupos de estudantes que partilham interesses comuns e que se reúnem durante períodos de tempo especialmente designados para trabalhar com um adulto que compartilha seus interesses e que tem algum grau de conhecimento avançado e experiência na área.
COMO FAZER?
Técnicas de Modificação do Currículo:
1)ajustar os níveis de aprendizagem necessária para que todos os alunos sejam desafiados;
2) aumentar o número de experiências em profundidade de aprendizagem;
3) introduzir vários tipos de enriquecimento em experiências curriculares regulares.
ENRIQUECIMENTO ESCOLAR:
O Planejamento das atividades de enriquecimento deve ocorrer em conjunto com o aluno!
Definir:
1.Objetivos
2.Metas
É necessária a sondagem dos interesses individuais da criança.
É necessária a sondagem dos interesses individuais da criança.
FAZER O ENRIQUECIMENTO CURRICULAR ATRAVÉS DE:
• ATIVIDADES NA SALA DE AULA;
• PARCERIAS COM RECURSOS DA COMUNIDADE
(ISMART, PROJETO DECOLAR, UNIVERSIDADE);
• ESTÍMULO À PARTICIPAÇÃO EM OLIMPÍADAS E
CONCURSOS (Estadual, Federal);
• PROGRAMAS E PROJETOS DA SEE:
– Escola da Família, Cultura é Currículo– Acessa Escola, Sala de Leitura
COMO FAZER O ENRIQUECIMENTO CURRICULAR?Joseph Renzulli
• Tipo I Atividades Exploratórias Gerais
• Tipo II Habilidade para a execução de tarefas – são utilizados métodos, materiais e técnicas
instrucionais que contribuem no desenvolvimento:
COMO FAZER O ENRIQUECIMENTO CURRICULAR?TIPO II
• de níveis superiores de processos de pensamento (analisar, sintetizar e avaliar);
• de habilidades criativas e críticas, nas habilidades de pesquisa(por exemplo, como conduzir uma entrevista, analisar dados e elaborar um relatório);
• de busca de referências bibliográficas e processos relacionados ao desenvolvimento pessoal e social (habilidades de liderança, comunicação e desenvolvimento de um autoconceito positivo).
TIPO III - Individual e Pequenos Grupos Investigação de Problemas Reais
São atividades em que estudantes se tornam investigadores de problemas reais, usando metodologias apropriadas para resolver o problema; •Proporcionam aos estudantes oportunidades de aprofundamento em uma área de interesse e desenvolvimento de produtos autênticos; •Os estudantes se tornam produtores de conhecimento ao invés de meros consumidores da informação existente; •Próprio para os alunos do Grupo de Talentos
TIPO III - Individual e Pequenos Grupos Investigação de Problemas Reais
Exemplos de produtos do Enriquecimento do Tipo III:
• Elaboração de um jogo de guerra simulada, um livro, uma home page na internet, uma escultura, uma propaganda etc.
• Os estudantes trabalham com recursos de nível avançado, incluindo mentores da escola e da comunidade e são encorajados a usar metodologias usadas pelos profissionais da área (Renzulli & Starko, 1986).
• Os produtos gerados devem ser apresentados a uma audiência (bibliotecas, jornais da escola ou da comunidade, associações, feira de ciências, exposição, etc.).
DUPLA EXCEPCIONALIDADE
James J. Gallagher
Dupla excepcionalidade ou duas vezes excepcional é o termo usado para descrever uma criança que não é só excepcionalmente capaz, mas tem outras dificuldades de aprendizagem (leve ou graves) ou deficiência que pode tornar difícil a identificação de sua alta capacidade intelectual.
James Web, PhD., 2011
As Altas Habilidades/Superdotação podem coexistir com outros diagnósticos: TDAH, Asperger ou dificuldades de aprendizagem (Dislexia, Dislalia, Discalculia, Disortografia, Disgrafia) além disso, crianças com altas habilidades / superdotação podem ser erroneamente diagnosticas por causa de comportamentos que são típicos de outras condições humanas
TIPOS DE DUPLA EXCEPCIONALDADE:
• Altas Habilidades/Superdotação com Deficiência Física
• Altas Habilidades/Superdotação com Deficiências Sensoriais
• Altas Habilidades/Superdotação com Transtorno de Asperger
• AS/SD com Transtornos Emocionais e/ou Comportamental
• Altas Habilidades/Superdotação com TDAH
• Altas Habilidades/Superdotação com Dificuldades de
Aprendizagem (Dislexia, Discalculia, Disgrafia, etc.)
Procedimentos de identificação
• São complexos e devem considerar a avaliação de ambas as condições humanas: as altas habilidade/ superdotação e a área de evidente dificuldade
• Vários especialistas na área da educação dos superdotados têm feito anotações sobre a identificação da DUPLA EXCEPCIONALIDADE. (BRODY & MILLS, 1997; JOHNSON, KARNES, & CARR, 1997; MCCOACH, KEHLE, BRAY, & SIEGLE, 2004; NIELSEN, 2002; SILVERMAN, 1989)
Procedimentos de identificação
• Utilize múltiplas fontes de dados: testes de inteligência e desempenho, relatórios de professores, testes, entrevistas, criatividade dos alunos, auto avaliação, portfólio, referência de pares e familiares sobre o desempenho do aluno fora da escola
• Compare o desempenho esperado em testes padronizados, bem como avaliações psicopedagógicas com o desempenho real do aluno na sala de aula diariamente, bem como outras avaliações importantes
• Use tanto avaliações formais (testes padronizados, avaliação pedagógica) como informais (trabalhos de classe, de casa, ou de interesse espontâneo)
Procedimentos de identificação
• A identificação raramente é buscada por alunos cujos dons e deficiências mascaram um do outro. Para isso é preciso estar muito atento na procura de indicadores sutis de excepcionalidade nos alunos.
• Utilize os processos de avaliação culturalmente sensíveis para evitar que as diferenças linguísticas e culturais criem mecanismos de exclusão no processo de identificação.
CARACTERÍSTICAS DE SUPERDOTAÇÃO COM DUPLA EXCEPCIONALIDADE:
• Excelente memória de longo prazo; • Extenso vocabulário e compreensão da
leitura; • Excelente raciocínio matemático; • Avançadas habilidades verbais nas
discussões; • Facilidade com computadores; • Compreende conceitos abstratos; • Executa melhor o trabalho desafiador; • Interesse excessivo ou conhecimento
sobre um tópico particular; • Conhecimentos gerais superiores; • Senso de humor aguçado;
FORTES INDICADORES COGNITIVOS/AFETIVOS Elizabeth Nielsen, 1994
• Criam situações em proveito próprio, muitas vezes como um método de enfrentamento.
• Extremamente criativo na abordagem de tarefas e como técnica para compensar a deficiência.
• Imaginação fora do comum. • Bem-humorado, muitas vezes com
maneira bizarras. • Possui idéias avançadas e expressam
opiniões sem inibição. • Possuem um vocabulário superior.
FORTES INDICADORES COGNITIVOS/AFETIVOS Elizabeth Nielsen, 1994
• Possuem níveis de energia muito altos. • Ampla gama de interesses que não são
relacionados a temas escolares ou de aprendizagem.
• Talento específico ou área de interesse relacionada a conhecimento e memória excepcional.
• Interessado numa grande imagem do que em pequenos detalhes.
• Curiosidade extrema e críticos. • Níveis elevados de resolução de problemas
e habilidades de raciocínio. • Fortes insights.
INDICADORES DE PROBLEMAS COGNITIVOS / AFETIVOS
• Apresenta discrepância entre as habilidades verbais e as de desempenho;
• Apresentam habilidades acadêmicas deficientes ou extremamente desiguais;
• Apresentam falta de iniciativa acadêmica, parecendo academicamente desmotivados, evitando tarefas escolares e, frequentemente, falhando nas tarefas;
• Se frustram muito na escola; • Apresentam problemas de processamento
auditivo e/ou visual que podem levá-los ao trabalho e a respostas lentas, parecendo pensar devagar.
INDICADORES DE PROBLEMAS COGNITIVOS / AFETIVOS
• Têm problemas com a memória de curto e/ou longo prazo;
• Têm dificuldades psicomotoras evidenciadas pela inabilidade manual, caligrafia de baixa qualidade ou problemas para completar tarefas com lápis e papel;
• Falta de capacidade organizacional e de hábitos de estudo; muitas vezes parecem ser extremamente confusos;
• São incapazes de pensar de forma linear, apresentando dificuldades para seguir orientações;
• Sentem-se facilmente frustrados; desistem rapidamente de tarefas; têm medo de correr risco, de estar errado ou de cometer erros
INDICADORES DE PROBLEMAS COGNITIVOS / AFETIVOS
• Têm dificuldade para explicar ou expressar idéias, voltar a um ponto e/ou expressar sentimentos;
• Culpa os outros por seus problemas, acreditando que seus sucessos são apenas devido à sorte;
• São desatentos; incapazes de manter a atenção por longos períodos de tempo;
• São incapazes de controlar os impulsos; • Possuem habilidades sociais pobres;
demonstram comportamentos antissociais; • São altamente sensíveis às críticas.
TRANSTORNOS QUE COEXISTEM COM AS ALTAS HABILIDADES/SUPERDOTAÇÃO
DSM IV (Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais)
TRANSTORNOS QUE COEXISTEM COM AS AH/SD - DSM IV
Transtorno Opositivo Desafiador:
• A intensidade, sensibilidade e idealismo de crianças com AH/SD também pode gerar uma percepção de padrão de comportamento persistente.
• Lutas com os pais e professores são comuns, particularmente quando essas crianças recebem críticas, por algumas das características que tornam eles dotados (por exemplo, "Por que você está tão sensível, sempre me questionando, fazendo as coisas de maneira diferente", etc.)
TRANSTORNOS QUE COEXISTEM COM AS AH/SD - DSM IV
Bipolaridade e outros Transtornos do Humor:
• As crianças com AH/SD podem reagir com mudanças extremas de humor em face de eventos, como um divórcio amargo, e alguns receberam o diagnóstico de Transtorno Bipolar.
• Na adolescência, ou às vezes mais cedo, as crianças com AH/SD muitas vezes experimentam períodos de depressão relacionados com a decepção com o seu idealismo, e seus sentimentos de solidão e alienação culminam em uma depressão existencial
TRANSTORNOS QUE COEXISTEM COM AS AH/SD - DSM IV
Transtorno Obsessivo-Compulsivo:– Mesmo como pré escolares, crianças com AH/SD organizam
as pessoas e as coisas em estruturas complexas, e são vistas como perfeccionista e "mandona."
– Elas continuam a procurar intensamente consistência nas "regras da vida."
– Sua intelectualidade, senso de urgência, o perfeccionismo, o idealismo, e intolerância para com os erros podem ser mal interpretadas como sinais de Transtorno Obsessivo-Compulsivo.
– No entanto, as AH/SD pode estar associado duplamente ao Transtorno Obsessivo-Compulsivo da Personalidade conforme muitos critérios do DSM-IV.
TRANSTORNOS QUE COEXISTEM COM AS AH/SD - DSM IV
Transtorno de Asperger: – Algumas crianças com AH/SD se estiverem educacionalmente
fora de lugar, ficam muito distantes, preocupados com funcionamento mecânico, dinossauros, mapas, que às vezes, são peculiares.
– Eles podem ser erroneamente diagnosticados como tendo Transtorno de Asperger.
– No entanto, os seus "sintomas" rapidamente diminuem ou desaparecem quando estão com os pares intelectuais que compartilham seus interesses apaixonados.
– Prontamente se envolvem em interações com os outros com reciprocidade e de compartilhamento de padrões que não são vistos em crianças com Transtorno de Asperger
Diferenças comportamentais entre Altas Habilidades/Superdotação e Transtorno de Asperger
Altas Habilidades/Superdotação Transtorno de Asperger
Isolado socialmente Inábil socialmenteIndependente dos pares de
idade Inábil com os pares de idade
Vocabulário avançado e sofisticado
Hiperlexia ( leitura precoce)
Cognição complexa Cognição simples Compreensão avançada Memorização avançada
Fonte: Gallagher & Gallagher, 2002
Diferenças comportamentais entre Superdotação e Superdotação com Asperger
Características Diferenciais
SUPERDOTADO COMUM SUPERDOTADO COM ASPERGER
Padrões de Discurso
Pode ter padrão linguístico de criança mais velha
Pedante, discurso sem interrupção
Respostas para Rotinas
Pode resistir passivamente, mas frequentemente aceita-se
Muito baixa tolerância para a mudança, agitação e agressão
Distúrbio de Atenção
Se existir, geralmente o estímulo é externo
O estímulo é interno
Humor Envolve-se num grupo social alegre
Pode fazer o jogo, mas não entende o humor que é exigido numa roda de amigos
Inabilidade Motora
Não é característica da maioria das crianças superdotadas
50-90% das crianças com Asperger manifestam
Insight Geralmente bom Usualmente ausente
Estereotipia Não é característica Pode estar presente
Mitos comuns sobre DislexiaMITO VERDADE
Dislexia é rara 23% da população apresenta Dislexia
Dislexia não trará sucesso a vida
a grande maioria de disléxicos são inventores ou têm feito algo importante para a humanidade.
Disléxicos também podem ser incapazes de aprender
só se tornam incapazes de aprender por causa do ensino ineficaz.
É difícil diagnosticar É fácil uma vez que nós sabemos o que estamos procurando
Dificuldades de leitura desaparecem com a idade
Não, se for Dislexia
manifestação de fraqueza moral ou preguiça
ocorre apesar do esforço em superá-la
Mitos comuns sobre DislexiaMITO VERDADE
causada pelo descuido dos pais
encontrada em crianças mais protegidos ou mimadas
Repetir o ano escolar pode remover a Dislexia
pode aumentar a resistência aos estudos por afetar a autoestima
Dislexia se limita a troca de letras e números
apenas 10% dos Disléxicos trocam letras
Não diagnosticada até o terceiro ano
Diagnosticada no Jardim de Infância
psicólogo pode avaliar um indivíduo com Dislexia
se tiver recebido formação para avaliar indivíduos com Dislexia.
Extraído de: BRAZEAU-WARD, Louise, «I'm confused, is it dyslexia or is it learning dissability?», Canadian Dyslexia Centre, 2003
São necessárias metodologias de
ensino diferenciadas para
pessoas com TDAH, Asperger ou
Dislexia, e, também, quando
estas apresentam altas
habilidades/superdotação