entre pontos e linhas-intervenção urbana em santo amaro

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intervenção urbana em santo amarotgi.ii 2011 carolina passos de oliveira santos

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UNIVERSIDADE DE SÃO PAULOINSTITUTO DE ARQUITETURA E URBANISMOTRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO II

o presente trabalho se revela em constante construção, através das inquietações, leituras, análises e croquis aqui levantados, como um processo de estudo e compreensão do terri-tório e suas arquiteturas.

“entre estabilidade de fixos e dinâmica de fluxos, faz-se a cidade”lucrécia d’aléssio ferrara

ÍNDICE

escala conceitual . 12

escala territorial . 16

escala edifício . 36

referências . 75

APRESENTAÇÃO

Na proposta de intervenção procura-se investigar como intervir na

cidade contemporânea,de como perceber as conexões e inter-

conexões presentes no território, e de acordo com Solà-Morales,

de como tensioná-las em suas múltiplas justaposições, “son estas

yuxtaposiciones las que deben facilitarse, constituirse, hacerse

visibles a través de estructuras arquitectónicas”.

Nesse sentido o trabalho revela-se com caráter de experimen-

tação dessa arquitetura como recipiente técnico capaz de

favorecer a multiplicação de eventos e atividades sociais do

espaço urbano, buscando explorar em seu desenvolvimento as

várias escalas na qual seu processo projetual implica, assim,

perpassa pela compreensão e estudo de referências projetuais,

em que as principais questões e relações são colocadas através

de análise, leitura, interpretação e confrontação destas no espaço

urbano de santo amaro, na região metropolitana de são paulo, e

de como o projeto se infere como uma intervenção que explode os

próprios limites do edifício e suas relações urbanas.

O desenvolvimento do projeto perpassa por uma série de questões que são também colocadas por outros projetos, portanto, a análise desses é fundamental para o entendi-mento do tema e as abordagens projetuais em relação a este.

No projeto do hospital em Veneza, figura superior à esquerda, Le Corbusier propõe o edifício como extensão da cidade, assim parte da morfologia desta, no caso “il campiello” (praças venezianas) como estratégia de projeto. Com isso, o projeto se desenvolve através da relação do campiello com a calle e os canais, no qual se configura como elemento articulador das edificações do projeto, tal qual se relaciona dentro da cidade de Veneza.A partir dessas premissas, podemos aproximá-lo de Golden Lane dos Smithsons, no canto inferior esquerdo, na qual também traz um elemento de investigação da cidade como estratégia de projeto, no caso, as “streets in the air”, desse modo, traz a rua como percurso, através da qual se percebe a dinâmica e sociabilidade da cidade para dentro do projeto.No caso de Torrecillas, no projeto da Muralla Nazar, em Albacin na Espanha, à direita, o próprio percurso pode ser o elemento questionador, já que o arquiteto contrapõe a própria condição da muralha como limite, e traz para dentro desta a sua contradição e sua relação de trânsito/passagem com o sujeito.

No projeto do subterrâneo de Haya, canto inferior esquerdo, Koolhaas propõe o edifício como elemento de infraestrutura urbana, onde interpenetram-se dife-rentes programas (superposição programática) em diversos níveis que recuperam a relação da super-fície, da rua e seus eventos. A partir dessas considerações podemos aproximar esse projeto ao Centro Cultural São Paulo, acima, nos quais, ambos recuperam o percurso como estratégia projetual, a fim de tensionar a questão de trânsito, pertencente à condição de nós do sistema de transporte, e ao mesmo tempo, contrapondo-se como espaços de permanência, através da sobreposição de outras atividades sejam estas culturais ou não. Os dois projetos recuperam o edifício como intervenção urbana, nas quais as relações propostas explodem o limite edificado, como uma extensão em níveis do terri-tório.

13

15

Tschumi no projeto para o Parc de La Villette

também explora de forma direta, assim como no

Centro Cultural São Paulo, as relações espaciais

e dinâmicas de uso do qual o projeto participa e

se desenvolve no tecido urbano, desse modo,

explora-se a continuidade e ruptura do espaço

urbano através das “folies”, entendidas como

aparatos propulsores de eventos, experiência

do espaço, a questão de experimentação e

investigação de programa de construir o espaço

urbano é latente nesse projeto em Paris.

Outros projetos como a estação intermodal de

Coimbra do escritório MMBB, também busca

explorar através do sistema de infraestrutura de

transporte a dinâmica de uso e ocupação da

área, que a partir da convergência de mobili-

dades potencialize a criação de outros sistemas,

estes abertos à construção de conexões

programadas e/ou não-programadas que

integre o transeunte à cidade e suas estruturas.

O objeto de intervenção estabelece como estra-

tégia projetual explorar a constituição de uma

infraestrutura urbana legível, que traga a possi-

bilidade de novos desdobramentos urbanos

para esta estrutura, e ao mesmo tempo, que

privilegie a busca da continuidade e dinâmica

do espaço celebrativo e democrático na cidade.

Portanto, retomando Tschumi, propõe-se uma

intervenção de caráter de experimentação, veri-

ficação e pro-posição como extensão do próprio

território.

O distrito de Santo Amaro teve seu desenvolvimento a partir do embrião

da vila de mesmo nome, por volta do século XVI, com ocupação inicial

pelos jesuítas próxima à aldeiamentos indígenas. O nome do distrito é

devido à imagem do santo doado à capela Nossa Senhora da Assunção

de Ibirapuera, ponto central da antiga vila, e que hoje é a igreja matriz de

Santo Amaro situada no largo treze de maio. Já por volta do século XIX

Santo Amaro se consolida e se expande territorialmente e culturalmente

impulsionado pela imigração européia na região com forte caráter

agrícula de produção e comercialização para a região e para a cidade de

São Paulo. Esse fator foi essencial para o contínuo desenvolvimento da

região e também de sua postura como município independente até

meados de 1930, quanto foi anexado à cidade de São Paulo, como impor-

tante bairro.

O crescimento e desenvolvimento do bairro como elo de ligação da

própria região metropolitana da cidade com a região sul, acentuou a

própria dinâmica de uso e ocupação do solo, evidenciando-se como

palco de contrastes sócio-econômicos fortemente marcado na região.

Tais aspectos foram condicionantes para o próprio desenvolvimento da

estruturação viária no território (Meyer, 2004). Esse conjunto de fatores

conformou o território em um centro de convergência de pessoas e mobi-

lidades, revelando-se um nó de infraestrutura urbana, no que tange a

estruturação viária.

Nesse sentido, pode-se reconhecer ao lado da matriz no largo treze um

pólo de estruturas e atividades, na qual podemos estabelecer uma

estreita relação com o sistema de transporte urbano, como ponto chave

o próprio terminal de ônibus urbano de santo amaro e a rede metroviária,

ambos dialogando na escala urbana e local. Fica assim, evidente a estra-

tégia de leitura nesse recorte de Santo Amaro, e as possibilidades que

estas estruturas podem trazer não só como recipiente técnico de mobili-

dade, mas de novos desdobramentos urbanos capazes de questionar sua

própria condição na ocupação e uso do território.

viário ferrovia metrô corredor ônibus área estudo

santo amaro

socorro

vila mariana

campo limpo

jabaquara

butantã

pinheiros

m’boi mirimcidade ademar

ipiranga

17

sistema viário principal linha esmeralda-cptm linha 5-metrô corredor ônibus terminal de ônibus urbano santo amaro

19

O TREZE DO LARGODO LARGO QUE É TREZETREZE!AZAR OU SORTE?VIDA OU MORTE?TREZE!APENAS UM NÚMERO?VINTE MENOS SETECINCO MAIS OITOSUPERSTIÇÃOILUSÃOO QUE HÁ?A QUEM COMPETE EXPLICAR?TANTA GENTE...GENTE!EM UM SÓ LUGARTANTA COISA PRA VENDERE COMPRARNOVO NORDESTE DE CASAS DO NORTENORDESTINOS EM BUSCA DE TRABALHOSONHOS E SORTEPLANTAS, RAÍZES DE MANDACARU(ATÉ PENSEI ESTÁ EM CARUARU)SORTE DE QUEM?AZAR DE QUEM?AQUELE É TREZE!A PLACA INDICA:AQUI É TREZEE LARGOÉ FACIL DE SE PERDEROU SE ENCONTRAR.VIA LARGO TREZETERMINAL BANDEIRA VIA LARGO TREZE

TERMINAL VARGINHA VIA LARGO TREZEJD ÂNGELACAPELINHAE OUTRAS LINHASDOS SONHOSTRABALHOSFILHOSFEIRASFESTASBILHTE ÚNICO AFINAL!VIA LARGO TREZEDE TERMINAL A TERMINAL.SANTO AMAROAMARO!OLHA O LARGO!AMARO!O LARGO AMARO!O LARGOAMAROS, AMARGOS, ANDAM PELAS RUASE SÃO TANTOSBRANCOSPRETOSMARIASJOAQUINSSEVERINOSE OUTROS TANTOSDE TODOS OS CANTOSCABROBOSCABACEIRASJEQUIÉFREI MIGUELINHOSURUBIMVIA LARGOTODOS OS DIAS A CIDADE É ATRAVESSADA.

O TREZE DO LARGO(carlos galdino)

21

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1

2

3

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5

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7

SISTEMA DE INFRAESTRUTURA URBANA

diagrama das principais estruturas de trans-

porte, os quais demonstram a relevância da

área como pólo de mobilidades e pessoas.

1.viário

2.linha férrea-cptm

3.canal do rio pinheiros

4.linha metrô

PONTOS NODAIS

são focos estratégicos tanto na escala do

observador quanto na urbana como conexões

ou concentrações de alguma característica.

5.largo treze de maio

6.terminal de ônibus urbano santo amaro e

estação metrô largo treze

7.estação cptm linha esmeralda e estação

santo amaro do metrô

23

linha esmeralda cptm linha 5-metrô vias estruturais vias coletoras eixos locais

EIXO VIÁRIO PRINCIPAL

Propõe-se uma série de leituras no recorte da área do largo treze

atravessando o terminal de ônibus urbano/estação-metrô até o

canal do rio pinheiros, nas estações de integração cptm-metrô.

Pode-se notar através do mapa que a av.padre josé maria se

coloca como articuladora entre as vias coletoras e outras de

caráter local, assim, identifica-se pela própria estrutura viária

principal, essa avenida como principal eixo de conexão dos

pontos nodais, já evidenciados no mapa da página anterior, a

qual se coloca como estrutura primária para a própria interven-

ção, de sua saída do largo treze, de frente à matriz como um

braço das avenidas adolfo pinheiro e santo amaro, até a av.das

nações ao lado do canal do rio pinheiros.

av.das nações unidas

av.mario lopes leão

r.amador bueno

av.padre josé maria

r.eng.francisco pitta brito

al.s

anto

am

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av.

adol

fo p

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r.prof.clemente pinho

r.basil

io luz

r.gen.roberto alves filho

r.barã

o d

o rio

bra

nco

r.cerqueira césar

25

linha esmeralda cptm linha 5-metrô vias estruturais vias coletoras eixos locais fluxo peatonal

FLUXOS

Nessa leitura busca-se relacionar o eixo primário (av.padre josé

maria) da intervenção ao fluxo peatonal, ou seja, à escala do

pedestre. Assim, através do transeunte pode-se reconhecer a

dinâmica e vitalidade desse lugar, de como esse se apropria do

espaço, das suas relações e uso na cidade, seja nas ruas, nas

áreas livres, comerciais e/ou serviços.

Fica evidente a centralidade do largo treze e suas mediações

como pontos de atração, como um nó de mobilidade e acessibili-

dade à cidade junto às atividades comerciais e de serviços, que

acentuam o caráter desse lugar não só de trânsito/passagem,

mas de permanência, de suas tensões, conflitos e contradições

sociais. Por isso, tal leitura promove a soma de uma outra

camada ao entendimento desses fluxos, sejam estes estruturais

ou subjetivos, os quais constroem a própria experiência metro-

politana, de suas dimensões, seus edifícios e espaços públicos.

av.das nações unidas

av.mario lopes leão

r.amador bueno

av.padre josé maria

r.eng.francisco pitta brito

al.s

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adol

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r.prof.clemente pinho

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r.gen.roberto alves filho

r.barã

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o rio

bra

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r.cerqueira césar

27

linha esmeralda cptm linha 5-metrô vias estruturais vias coletoras eixos locais fluxo peatonal pontos de atração

PONTOS DE ATRAÇÃO

A partir dessas considerações, podemos repensar os pontos das

estações do terminal/metrô identificados no mapa, como pontos

de atração devido à questão de mobilidade urbana.

Dessa forma, propõe-se a plataforma não mais como o principal

programa, mas sim, de como esta se articula junto às circu-

lações de grande fluxo, de como estas estruturas integram-se ao

território.

Por tudo isso, podemos pensar a arquitetura como episódio, com

foco para as narrativas, tanto como seqüência ou linguagem,

segundo Tschumi “uma sucessão de eventos, como frames”

capazes de modificar esse lugar de passagem através da

experiência subjetiva ao atravessá-lo.

1 estação largo treze-metrô

2 terminal de ônibus urbano

3 estação santo amaro-metrô

4 estação santo amaro-cptm

av.das nações unidas

av.mario lopes leão

r.amador bueno

av.padre josé maria

r.eng.francisco pitta brito

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r.prof.clemente pinho

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r.cerqueira césar

29

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3

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linha esmeralda cptm linha 5-metrô vias estruturais vias coletoras eixos locais fluxo peatonal pontos de atração

SOBREPOSIÇÕES

Percebe-se pela sobreposição das leituras as várias dinâmicas

de uso nesse lugar. Tem-se significativos edifícios com ativi-

dades culturais como o sesc santo amaro, é também um reco-

nhecido pólo de ensino pela presença de duas universidades

(uninove e unisa) e outras instituições, além de outros equipa-

mentos de abrangência regional como o poupa tempo. Todos

esses edifícios possuem um uso massivo, porte e perenidade

frente à própria infraestrutura urbana, no caso, ao transporte

público, este funciona como espinha dorsal dessa permeabili-

dade no território.

Diante disso, é interessante pensar em como essa estrutura se

integra a todas essas atividades que permeiam esse espaço, de

como esta poderia se mostrar numa relação propositiva com

esses equipamentos existentes, trazendo assim diversas possi-

bilidades de experimentação nesse entorno de tráfego ace-

lerado, de passagem mas ao mesmo tempo de permanência.

equipamento educação

equipamento lazer/cultura

equipamento saúde

área livre

av.das nações unidas

av.mario lopes leão

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r.cerqueira césar

clube da cidade

“joerg bruder”

sesc

santo amaro

uninove

senaipoupa

tempo

emei

unisa

emei

largo treze

de maio

praça floriano

peixoto

biblioteca

municipalpraça

francisco

glicério

31

relações paisagem relações atividades

av.das nações unidas

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r.cerqueira césar

linha esmeralda

cptm

linha 5-metrô vias estruturais vias coletoras eixos locais eixo longitudinal estruturas

primárias

APROXIMAÇÕES

Diante dessas questões levantadas como aproxi-

mações referentes às próprias intenções projetuais,

tem-se a av.padre josé maria como uma estrutura

urbana capaz de tensionar em seu eixo relações

espaciais desde o largo treze (1), da integração do

território com as conexões referentes ao sistema de

mobilidade, terminal de ônibus (3) e estações de

metro (2), acompanhando esse lugar de passagem

até as outras conexões da cptm e metrô (4) ao lado

do canal do rio pinheiros.

Assim, a intervenção assume esse eixo longitudinal

como um redesenho da própria paisagem de forma

concreta e subjetiva, da articulação das estruturas

como o terminal de ônibus urbano (3) e da estação

de metrô (2) com os equipamentos e atividades

existentes direta ou indiretamente, procurando

expandi-las para espaços que explorem a experiên-

cia desse lugar como passagem mas ao mesmo

tempo de permanência.

1

4

32

33

relações paisagem relações atividades curvas de nível eixo intervenção vínculoseixo longitudinal estruturas primárias

A intervenção toma como base a forte declividade existente na área, propõe-se então a topografia como plataforma para a construção de vínculos, a partir do eixo longitudinal reconhecido de uma estrutura urbana legível que abrange o terminal de ônibus e a estação de metrô.

Portanto, o projeto procura interpretar essa estrutura da cidade em suas várias escalas, se colocando como elemento de investigação em uma trama que articula através de combinações, sobre-posições ou mesmo rupturas o percurso e seus eventos conforme a conectividade e complementa-ridade possível entre atividades e modos de trans-porte.

“o percurso diariamente apressado poderá ser celebrado por outros caminhos além do consumo” (bucci, a.)

750

740

730

35

A partir de alguns estudos de conexões e

implantação, procura-se interpretar o que

seria essa superposição programática, não

só de atividades, como do terminal de

ônibus e do metrô, mas principalmente de

sua relação com a superfície, de suas

transposições e permanências com experi-

mentações projetuais que construa o

espaço urbano, de espaços se formando

pelo cruzamento de fluxos e encontros das

atividades, como sequencias e ritmos de

maneira a explicitar o próprio programa,

gerando situações/eventos.

Propõe-se mediações tanto entre ativi-

dades culturais, desenvolvidas dentro de

um edifício, no caso o SESC santo amaro, e

de uma área livre, de um espaço público,

assim, que mediações ou mesmo que situ-

ações poderiam ser interessantes para a

experiência desse lugar.

0 50 100

PLANTA DE SITUAÇÃO

construções demolidas

37

PLANTA DE IMPLANTAÇÃO

O projeto apresenta-se primariamente em 3 níveis na

superfície que vão se entrelaçando conforme o encontro

das atividades propostas e do cruzamento de fluxos nos

patamares. Estes vão construindo os espaços de trans-

posição e de permanência dentro do projeto e das medi-

ações do largo treze para si. Através desses níveis longitu-

dinais inserem-se praças intermediárias, que se integram

transversalmente ao entorno, procurando-se o desdobra-

mento de outras formas de uso desse espaço público.

Assim, propõe-se o edifício como receptor e propulsor

dessas diversas conexões, que não se fecha em si, mas

que explode em suas diversas combinações e níveis o

próprio programa de mobilidade (terminal de ônibus e

estação de metrô) com atividades ligadas à arte desde

projeções e núcleos de mídias, perpassando por espaços

de exposição e de experimentações teatrais. Com isso,

através do eixo da av.padre josé maria constrói e tensiona

relações entre as várias escalas da intervenção, da urbana

ao edifício, e de como este articula seus eventos.

PP

C

P

P

C

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0 50 100 39

RUA

P

P

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s

s

1

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1.sala disponível

2.sala de operadores

3.depósito material limpeza

4.sala de lixo

5678

5.sala disponível

6.sala de operadores

7.sanitário

8.depósito material limpeza

APROXIMAÇÃO PLANTA PLATAFORMA METRÔ | NIVEL +729

escala 1:500

PLANTA PLATAFORMA METRÔ NIVEL +729

Ao longo da cota 729, nível subterrâneo do projeto, estabelecem-se as plata-

formas da estação largo treze, com um conjunto de duas entradas/saídas e

suas respectivas áreas de serviço e manutenção. A estação composta de

plataformas laterais conecta a área do largo treze à linha 5-lilás do metrô e ao

restante do sistema metroviário da cidade de são paulo. E junto com o terminal

de ônibus urbano de santo amaro, promove a integração deste como ponto

focal na estruturação espacial e funcional da cidade, organizando o funciona-

mento urbano na macroescala. Essa estação possui uma demanda diária por

volta de 13 mil pessoas, que usam e transitam nesse espaço. A partir desse

primeiro nível da intervenção busca-se explorar as conexões e continuidades

dessa com o território, construindo a relação entre a escala do edifício e a

urbana na qual o trabalho tensiona.

O projeto oferece uma integração com equipamentos complementares, como

um bolsão de estacionamento público, na cota 731 e bicicletários na super-

fície, de forma a oferecer outras possibilidades dentro desse caráter de

passagem/permanência no qual a intervenção se insere.

729

41

PP

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P

P

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s

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2

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5

6

7

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1213

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15

16

17 18 19 20

Nesse recorte da primeira entrada da estação sentido

largo treze ao terminal de ônibus, nota-se a estrutura

do percurso, que se configura parte em projeção no

desenho como continuidade da cota da rua humboldt

na 737,5 e adentra-se para os níveis subterrâneos na

735,75 com as bilheterias e sanitários, a área admin-

istrativa e operacional da estação, e descendo após a

linha de bloqueio para a área paga que acessa as

plataformas de embarque do metrô.

1.área paga-acesso plataformas metrô

2.linha de bloqueio

3.bilheteria

4.achados e perdidos

5.sanitário masculino

6.sanitário feminino

7.sala baterias

8.9.10.11.trafo auxiliar

12.sala de media tensão

13.sala painéis controle

14.sanitário masculino

15.sanitário feminino

16.escritório

17.refeitório

18.sala de reunião

19.escritório

20.sala de baixa tensão

APROXIMAÇÃO PLANTA MEZANINO METRÔ | NIVEL +734 | +735,75

escala 1:500

PLANTA MEZANINO METRÔ NIVEL +734 | +735,75

734

735,75

43

PP

P

P

P

0 50 100

APROXIMAÇÃO PLANTA VIÁRIO-TERMINAL ÔNIBUS NIVEL +734

escala 1:1500

PLANTA VIÁRIO-TERMINAL ÔNIBUS NIVEL +734

Acentuou-se o desnível ao longo da av.padre josé maria, estabelecendo na cota 734 o patamar tanto para o termi-

nal de ônibus urbano quanto para a outra entrada da estação largo treze do metrô. A partir desse primeiro nível da

superfície estruturaram-se as relações entre as partes do edifício e seus elementos com os componentes funcion-

ais da própria estação e terminal, configurando o percurso desse conjunto entre seus níveis, se dá a experimen-

tação de novos processos de leitura desse espaço urbano.

Com isso, toma-se o percurso desse espaço como o elemento que tensionará a própria intervenção, propõe-se a

criação de espaços flexíveis, mistura de usos e atividades em meio a esse grande fluxo de pessoas.

45

734,30

734,30

734,30

734,30

734,30

1

1.bilheteria

2.primeiro-socorros

3.achados e perdidos

4.bicicletário

5.linha de bloqueio

6.área paga-acesso

plataformas metrô

APROXIMAÇÃO PLANTA TERMINAL DE ÔNIBUS

escala 1:250

734,30

734,30

APROXIMAÇÃO PLANTA ESTAÇÃO LARGO TREZE

escala 1:350

2

3

4

5 6 7 8

1

2 3

4

5

6

1.sala gerador energia

elétrica

2.sanitário/vestiário

3.refeitório

4.depósito lixo

5.administração

6.empresas operadoras

7.quadros elétricos

8.sala limpeza

9.bilheterias9

APROXIMAÇÃO PLANTA VIÁRIO-TERMINAL

ÔNIBUS NIVEL +734

escala 1:500

47

O projeto do terminal de ônibus urbano de

santo amaro perpassa não só pelas questões

inerentes ao conceito projetual, mas também à

técnica operacional desse equipamento

urbano. É um terminal de médio porte, portanto,

mantém-se essa característica mesmo com a

prevista expansão da linha 5 do metrô, e da

possibilidade de diminuição de algumas linhas

para esse. Como terminal aberto, seu acesso é

livre sem pagamento prévio de tarifa na bilhe-

teria, na qual suas plataformas são dispostas

paralelamente, com uso de ambos os lados

para embarque e desembarque. Ao lado direito,

na parte superior, pode-se observar as áreas de

apoio operacional deste, e na parte inferior a

área de serviço e apoio para o funcionamento

da segunda entrada da estação largo treze.

PP

RUA

P

P

s

0 50 100

s

APROXIMAÇÃO PLANTA PRAÇAS-TRANSPOSIÇÕES

NIVEL +740 | +741 | 743,60

escala 1:1200

PLANTA PRAÇAS-TRANSPOSIÇÕES NIVEL +740 | +741 | +743,60

O espaço público permeia toda a extensão do edifício, estabelecendo

entre seus cruzamentos e encontros múltiplas conexões com o

tecido urbano. É através deste que se passeia, caminha, corre... que

se transpõem pelo projeto, mas ao mesmo tempo, é o que propor-

ciona situações, de descanso, de lazer, de conhecimento, são as

permanências que pontuam esse trânsito de pedestres e de veículos.

Portanto, é pela própria superposição ou mesmo seqüência de even-

tos, que se articula o percurso e seus níveis, é o “entre” esses pontos

e linhas de fluxos que se constrói a intervenção.

49

743,60

741

740

1

1.bicicletário

2.experimentações midiá-

ticas (núcleos)

3.arquibancada

4.experimentações midiá-

ticas (projeções)

2 3

4

APROXIMAÇÃO PLANTA PRAÇA-TRANSPOSIÇÃO

NIVEL +740 | +741 | 743,60

escala 1:500

Nesse ponto pode-se observar o percurso como

elemento visível do lugar, mas principalmente de

como esse entrelaça o entorno ao edifício ao

despertar as várias formas de apreensão e uso do

espaço construído. Propõe-se através de suas

várias escalas e programa experimentações

midiáticas, sejam estas fechadas em núcleos ou

em projeções ao ar livre na própria estrutura do

edifício. Assim como as “folies”, esse encontro de

atividades potencializa a criação de situações

abertas à construção de conexões por parte do

sujeito, seja este só de passagem ou a lazer.

51

741

1.experimentações midiá-

ticas (núcleos)

2.espaço de exposições

1

APROXIMAÇÃO PLANTA PRAÇA-TRANSPOSIÇÃO

NIVEL +740 | +741

escala 1:500

740

2

“evento” – acontecimento ou espaço de acon-

tecimento, onde tensiona-se, investiga-se,

constrói-se as relações espaciais com as dinâmi-

cas de uso, a experiência do espaço.

acontece

incidência

questionamento

desvio

tschumi, b.

53

PP

P

P

0 50 100

APROXIMAÇÃO PLANTA COBERTURA-PASSEIO

NIVEL +747 | +748

escala 1:1300

PLANTA COBERTURA-PASSEIO NIVEL +747 | +748

O nível da cobertura é caracterizado como uma continuidade da

estrutura de percurso, transbordando os limites do edifício ao

território. . Traz junto à intervenção o redesenho dessa pais-

agem urbana, construindo ligações subjetivas e concretas em

relação ao largo treze e ao canal do rio pinheiros e a respectiva

estação de integração cptm-metrô de santo amaro.

55

CORTE LONGITUDINAL EDIFÍCIO

e diagrama da sobreposição programática

0 50 100

PERCURSO PASSAGEM TRANSPOSIÇÃOFLUXO

LINHA PONTOS

PROJEÇÕESBELVEDEREEXPOSIÇÕES

MÍDIASEXPERIMENTAÇÕESTEATRAIS

TERMINAL ÔNIBUS URBANOPLATAFORMAS ESTAÇÃO

LARGO TREZE

ENTRADAEMBARQUEAV.PADRE JOSÉ MARIADESVIO CONTINUIDADE

TERRITÓRIO MATRIZ

METRÔCONEXÃO

59

APROXIMAÇÃO CORTE LONGITUDINALescala 1:300

748

743,60

734,30

729

CORTE TRANSVERSAL 1 EDIFÍCIO

e diagrama da sobreposição programática

0 10 25

FLUXO

LINHA

PROJEÇÕES

BELVEDERE

MÍDIAS

TERMINAL ÔNIBUS URBANOESTAÇÃO

DESVIO

PERCURSO

METRÔ

CONEXÃO

ENTORNOTRANSPOSIÇÃOEXPERIMENTAÇÃO

PASSEIO PERMANÊNCIA

ESPAÇO PÚBLICO

63

APROXIMAÇÃO CORTE TRANSVERSAL 1

escala 1:200

748

741

734,30

CORTE TRANSVERSAL 2 EDIFÍCIO

e diagrama da sobreposição programática

0 10 25

FLUXOTERMINAL ÔNIBUS URBANO

DESVIOPERCURSO

ENTORNOTRANSPOSIÇÃOPASSEIO

ESPAÇO PÚBLICONÚCLEOSEXPOSIÇÃO

CAMINHACONVERSADESCANSA

67

APROXIMAÇÃO CORTE TRANSVERSAL 2

escala 1:200

747

740

734

CORTE TRANSVERSAL 3 EDIFÍCIO

e diagrama da sobreposição programática

0 10 25

71

METRÔ

CONEXÃO ESPAÇO PÚBLICO PERMANÊNCIA

EXPERIMENTAÇÕES

TEATRAISEVENTO FLUXO

TERMINAL DE ÔNIBUS URBANO

PASSEIOPERCURSO

TRANSPOSIÇÃODESVIOENTORNO

APROXIMAÇÃO CORTE TRANSVERSAL 3

escala 1:200

747

740

734,30

73

Por tudo isso, um dos pontos mais interessantes do desenvolvimento deste

trabalho é o processo de investigação em que o projeto se insere, pelas suas

várias escalas, de uma intervenção em que o edifício não somente articula,

mas incorpora questões e relações urbanas. Assim, é um trabalho que não se

encerra em si mesmo, mas que impulsiona ainda mais essa investigação a

cerca das relações entre arquitetura e cidade.

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