Ervas marinhas: Ecologia e produção primária marinhas Ecologia e... · elevada produtividade,...

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Ervas marinhas: Ecologia e produção primária

Centro de Ciências do Mar do Algarve

João Silva

As ervas marinhas são angiospérmicas (plantas com flor), que se encontram distribuídas por todos os oceanos, em águas costeiras, lagoas, rias ou estuários, até ~70 metros de profundidade.

O que são ervas marinhas?

ERVAS MARINHAS

SEAGRASSES

Ao contrário das algas, as ervas marinhas têm caule, folhas, flores e frutos

Como se reproduzem?

Crescimento vegetativo Reprodução sexual

As ervas marinhas são constituídas por módulos (folhas, rizoma e raízes), que se repetem durante o crescimento vegetativo.

Este tipo de crescimento é o mecanismo principal utilizado na ocupação do espaço.

Estas plantas podem também reproduzir-se sexualmente, através da produção de flores e sementes.

A reprodução sexual é um mecanismo importante na manutenção da diversidade genética.

Fixação em areia ou vasa

As pradarias de ervas marinhas são caracterizadas por uma elevada produtividade, sendo um dos mais produtivos sistemas da biosfera

Estabilizam os sedimentos, diminuindo a sua ressuspensão

Promovem o aumento da biodiversidade, proporcionando habitats para outras espécies vegetais e animais (abrigo, alimentação, reprodução)

Melhoram a qualidade da água, promovendo a sedimentação de matéria em suspensão e a absorvendo os nutrientes da água e dos sedimentos

Diminuem a erosão costeira, ao dissiparem a energia das ondas e das correntes

Qual a sua função ecológica?

Contribuição para a construção dunar: Matéria orgânica e nutrientes

Folhas das ervas marinhas em decomposição são também alimento para a pequena fauna dunar

Produção primária elevada

Zostera noltii 4600-6300 g DW m-2 y-1

Os ecossistemas dominados por ervas marinhas são dos mais produtivos do mundo, prestando serviços ambientais valorizados em USD 19,000 ha-1ano-1

Costanza et al. 1997

Consequências da destruição da Consequências da destruição da vegetação dos sistemas estuarinos e vegetação dos sistemas estuarinos e lagunares costeiroslagunares costeiros

- Aumento da turbidez e do sedimento na águaAumento da turbidez e do sedimento na água

- Aumento dos poluentes na água e sedimentoAumento dos poluentes na água e sedimento

- Aumento da ocorrência de “blooms” de algasAumento da ocorrência de “blooms” de algas

- Diminuição da biodiversidade Diminuição da biodiversidade

- Diminuição dos recursos pesqueirosDiminuição dos recursos pesqueiros

Ervas marinhas na Ria Formosa

• Zostera noltii• Cymodocea nodosa• Zostera marina

Ervas marinhas da zona intertidalZostera noltii (sebarrinha)

• Plantas intertidais – Disponibilidade luminosa é condicionada pela evolução natural da luz ao longo do dia e também pelas marés.

• Períodos alternados de submersão e exposição ao ar, diferentes todos os dias devido aos horários e amplitudes das marés.

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Evolução local da temperatura ao longo do ano

Sep 07

Diferentes conceitos e abordagens experimentais

• A actividade fotossintética é determinada ao nível da planta, enquanto organismo.

• O metabolismo é medido para o conjunto da comunidade, incluindo plankton, bactérias e organismos bentónicos.

Fotossíntese e metabolismo

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Actividade fotossintética individual

Metabolismo (fluxos de CO2) em plantas emersas e submersas

Desgaseificação – CO2 e O2 são removidos da água e transferidos para um circuito de ar paralelo, ligado a um IRGA (analisador de gases por infra-vermelhos)

Evolução diurna do metabolismo da comunidade

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B

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Maré morta

Maré viva

UW

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NCP Integrado

20.9 mmol C m-2 d-1

NCP Integrado

21.6 mmol C m-2d-1

Taxas de respiração em plantas submersas e expostas ao ar

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Average daytime NCP Average night respiration

3.75 mmol C m-2d-1

3.75 mmol C m-2d-1 = 16.425 g C m-2-y-1 = 164.25 Kg C ha-1y-1

Balanço anual de carbono para a comunidade de Zostera noltii na Ria Formosa

Z. nolltii NCP (Ria Formosa) = 213 T C ano-1

Obrigado!

http://wsa.seagrassonline.org/