Post on 01-Jan-2016
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Stella E. 0. Tagnin
O H ^ M
jeito que a gente diz
Expressões convencionais e idiomáticas Inglês e português
SSAL DITORA
© 2005 Stella E. O- Tagnin
Coordenação editorial Paulo Nascimento Verano
Capa, projeto gráfico e editoração
Herafdo Galan e Patrícia Tagnin
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)
Tagnin, Stella Ester Ortweiler
*'* O jeito que a gente diz
Stella E. O. Tagnin. -
Bibliografia.
ISBN 8-5-89533-28-X
• expressões convencionais e
— São Paulo :Disal, 2005.
idiomáticas /
1. Inglês - Expressões idiomáticas 2. Inglês — Palavras e locuções 3.
Português - Expressões idiomáticas 4. Português - Palavras e locuções I. Título.
idiomáticas.
05-3083
II. Título: Expressões convencionais e
CDD-418
índices para catálogo sistemático:
1. Expressões convencionais e idiomáticas:
Linguística de Corpus 418
D I S A L EDITORA
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Bantím, Canato e GuazzelU Editora Ltda.
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Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida, arquivada nem transmitida de nenhuma forma ou meio sem permissão expressa da Editora.
Para meu marido e meus filhos, que sempre participaram de minhas escrituras.
Abreviaturas utilizadas neste livro
Adj = Adjetivo PhrV = Phrasa! Verb SV = Sintagma Verbal O = Oração pfep = Preposição - V = Verbo
Obj - Objeto S = Substantivo Vlinrl = Verbo no infinitivo Part = Partícula SN = Sintagma Nominal V [-ingj = Verbo no gerúndio
Sumário
Apresentação 9
Agradecimentos : 10
1. Introdução 11
2. O jeito que a gente diz 12
3. A convencionalidade e a idiomatícidade _ _ 15
4. Os níveis da convencionalidade 17 0 nível sintético 17
Combinabilidade 17 Ordem 18 Gramaticalidade 18
0 nível semântico 19 O nível pragmático 19
5. A Linguística de Corpus 21 Os corpora 22 Observação dos dados 28
6. As coligações 30 Coligações de regência 31
Verbos 31 Substantivos 32 Adjetivos 32 Advérbios 33
Phrasal verbs (verbos frasais) 33 Coligações prepositivas 36
7. As colocações 37 Colocações adjetivas 38 Colocações nominais 39 Colocações verbais 42 Colocações adverbiais 45 Expressões especificadoras de unidade 47 Coletivos : 48
8. Os binómios - 50
9. Estruturas agramaticais consagradas 57 Estruturas sinteticamente imprevisíveis -. 57 Estruturas sintaticamente petrificadas 58 Bloqueio sintético imprevisível 59
10. As expressões convencionais 61
11. As expressões idiomáticas 62 A forma linguística 62 A imagem 64 Símiles 66 Expressões metafóricas e idiomáticas 67
12. Os marcadores conversacionais 70 Marcadores conversacionais de estruturação semântica 71 Marcadores" conversacionais de sinalização do contexto social 72 Marcadores conversacionais de sinalização da disposição de entendimento 73 Marcadores conversacionais de sinalização de controle da comunicação 74
13. As fórmulas situacionais 75 A importância das fórmulas situacionais 76 Fórmulas situacionais sintéticas 77
Fórmulas de polidez 77 Fórmulas de distanciamento ; 78
Fórmulas fixas 79 Frases feitas 79 Citações 79 Provérbios 80
Fórmulas de rotina 82 Saudações 83 Agradecimentos 84 Desculpas 84 Votos 84 Situações à mesa 85
14. Conclusão 87
15. Apêndice 88 Algumas fórmulas situacionais inglês-português . 88 Algumas fórmulas situacionais português-inglês 95
16. Vocabulário crítico 102
17. Bibliografia comentada 105 Corpora online para o português 116 Corpora online para o inglês 116 Emulador de concordanciador 117
Apresentação
Depois de quinze anos, este livrinho1 merecia uma atualização, pois as pesquisas avançaram muito na área da convencionalidade, principalmente em função do desenvolvimento da Linguística de Corpus. Por essa razão, esta edição inclui um capítulo exclusivamente dedicado à descrição dessa abordagem e dos recursos de que se vale - os corpora eletrônicos - para suas investigações. Como essa abordagem privilegia a observação de ocorrências naturais, não inventadas, a grande maioria dos exemplos que ilustram as categorias convencionais apresentadas foi substituída por ocorrências autênticas extraídas de corpora.
Além do capítulo sobre Linguística de Corpus e dos exemplos autênticos, foi acrescentada uma categoria — a das colocações adverbiais — que não constava da edição anterior.
É preciso salientar também que, ao longo desses anos, consagrou-se a denominação collocation - colocação - para o que havíamos chamado de coligação* enquanto o uso dessa última ficou restrito à designação de fenómenos de co-ocorrência gramatical. Assim, a terminologia usada anteriormente foi adaptada à atual.
A Bibliografia também foi atualizada, em especial para incluir os principais teóricos da Linguística de Corpus e os mais relevantes dicionários para aprendizes de inglês, cujos verbetes são baseados em pesquisas com corpus. Foram ainda acrescentadas outras obras que acreditamos possam ser de interesse para o leitor que quiser se aprofundar no estudo da convencionalidade.
Espero que esta pequena obra venha despertar nos aprendizes e estudiosos das línguas inglesa e portuguesa o interesse pela parte convencional, pré-fabricada da língua, tão essencial para que nosso desempenho linguístico venha a ser mais fluente, mais natural, mais autêntico, enfim, mais "do jeito que a gente diz".
1 A versão anterior deste livro intimkva-se Expressões Idiomáticas e Convencionais e foi publicada
pela editora Ática era 1989-
9
Agradecimentos
Gostaria de agradecer a rodos os colegas e alunos que me incentivaram, ao longo desses anos, a reedirar este livrinho.
Sou especialmenre grata aos integranres do grupo de esrudos do Projeto COMET, cujas valiosas sugestões, correções e revisões certamente enriqueceram e apr imoraram a obra. Quaisquer erros que porventura ainda tenham escapado são de minha total responsabilidade.
10
Introdução
É bem possível que, quando o leitor decidiu estudar inglês, alguém lhe renha diro:
— Mas, e as expressões idiomáticas? São tão difíceis! — ou algo semelhante.
E por que seriam "difíceis"? Provavelmente porque têm de ser aprendidas individualmente, isto é, uma a uma, pois não há regra que as gere. Enrreranto, não são apenas as assim chamadas expressões idiomáticas que têm de ser aprendidas desse modo. Há toda uma gama de unidades linguísticas convencionais que o aprendiz de uma língua estrangeira desconheceria, mesmo que conhecesse toda a gramática e soubesse todo o dicionário de cor.
Além do mais, essas unidades ocorrem em todas as línguas, inclusive, é óbvio, no porruguês.
Assim, o objetivo deste livro é apresentar os tipos de unidades convencionais que ocorrem em inglês e em porruguês com farta, embora não exaustiva, exemplificação.
Para algumas categorias o leitor encontrará listas extensas em li-vros-texto ou dicionários especializados, especialmente na língua inglesa, como é o caso dos phrasal verbs. Outras categorias ainda não foram adequadamente pesquisadas, havendo pouco ou quase nenhum material publicado a respeito. Para facilirar o acesso do leitor à bibliografia existente, faremos referência, no decorrer da exposição, às fontes que poderá consultar para obter listagens das categorias abordadas ou maiores informações a respeito.
Cumpre ressaltar, no entanto, que na maior parte das vezes a bibliografia indicada será para a língua inglesa, já que muito pouco se tem feito na área da convencionalidade no âmbito do português.
n
£ O jeito que a gente diz
Quando fui aos Estados Unidos pela primeira vez, em 1961, já estava estudando inglês há seis anos, tendo sempre sido das melhores alunas. Acreditava — santa ingenuidade! — ter um bom domínio da língua inglesa. Entretanto, num de meus primeiros encontros, expressei-me de forma a fazer com que meu interlocutor me olhasse corrío se eu houvesse cometido um erro gramatical gravíssimo. Perguntei-lhe:
— Não está certo o que eu disse?
— Está — respondeu ele —, só que não é desse jeito que a gente diz. Desde então tenho me empenhado em descobrir e aprender no que
consiste esse "jeito que a gente diz", para não me caracterizar naquilo que o linguista americano Charles J. Fillmore (1979) denomina de "falante ingénuo".
Em primeiro lugar, vejamos quais as peculiaridades desse "falante ingénuo", segundo Fillmore:
a) ele desconhece os lexemas idiomáticos de uma língua. Embora, com certeza, conheça as palavras prison1 ejaile o sufixo -er, formador de substantivos agentivos, esse conhecimento não será suficiente para fazer a distinção entreprisoner, "pessoa mantida numa prisão", ejailer, "pessoa que cuida de uma prisão". Exatamente o mesmo ocorre em português: prisão e cárcere são praticamente sinónimos, mas, ao receberem o sufixo -eiró, formando prisioneiro e carcereiro, seus significados passam a ser totalmente distintos: o prisioneiro é o que está preso, enquanto o carcereiro é o que cuida da prisão;
b) ele não conhece as frases idiomáticas da língua. Se lhe disserem
Yourgoose is cooked "Você está numa encrenca", fará uma interpre-
2 Os exemplos em inglês são do próprio autor, enquanto os em português foram acrescentados por mím para melhor compreensão do leicor.
12
tacão literal e certamente ficará perplexo, a menos que realmente esteja preparando um ganso na cozinha. Para o português podemos citar, por exemplo, Você está empalpos de aranha., com significado similar à expressão inglesa;
c) ele não conhece combinações lexicais que não estejam necessariamente baseadas em relações de significado. Se ouvir a locução blithering idiot, acreditará que blithering, como adjetivo, também pode ocorrer corn outros substantivos. Não saberá que esse adjetivo só co-ocorre com idiot oxifool; assim como coroca, em português, ocorre quase exclusivamente com velha;
d) não tem a capacidade de julgar a adequação de expressões fixas a certos tipos de situações. Assim, não saberá quando convém usar as expressões This hurts me more than it hurts you ou Knock on
wood em inglês, e, em português, Está servido? ou Vai tirar o pai
da forca?;
e) não conhece as imagens metafóricas de uma língua. Não entenderá por que PU stand behindyou significa "apoiarei você" ou Es
tou nas nuvens significa que a pessoa está muito feliz; f) não entende atos de comunicação indireta, nem será capaz de ler
nas entrelinhas. Fará, corno de costume, uma interpretação literal, mesmo que alguém lhe diga You have a very lovely left eye ("Você tem um lindo olho esquerdo"). Da mesma forma, em português, não entenderia que quando alguém, numa sala abafada, diz Está
calor aqui!, essa pessoa está, na realidade, pedindo que se abra a porta ou a janela para permitir certa ventilação;
g) desconhece as convenções das estruturas de diversos textos. Por exemplo, na cultura japonesa é imperativo que o primeiro parágrafo de qualquer carta faça referência à estação corrente do ano. Nas cartas comerciais em inglês é usual terminar-se com Yours truly,
enquanto em português usamos Atenciosamente.
Assim, na minha tarefa de pesquisar esse "jeito que a gente diz", descobri uma série de coisas:
n
a) que, como era de se esperar, fazem parte desse "jeito que a gente diz" as conhecidas e temidas expressões idiomáticas;
b) que os linguistas, entretanto, divergem quanto ao que chamar de expressões idiomáticas;
c) que existem outras unidades linguísticas menores que também são idiomáticas, embora não sejam o que é comumente entendido por expressões idiomáticas;
d) que há unidades linguísticas que fazem parte desse "jeito que a gente diz", mas que não são idiomáticas;
e) que todas essas unidades são aprendidas como um todo, isto é, em bloco.
Quando nos referimos ao "jeito que a gente diz" estamos, na verdade, faiando de convenção, ou seja, daquilo que é aceito de comum acordo. As convenções linguísticas são os "jeitos" aceitos pela comunidade que fala determinada língua. Assim, podemos chamar de con-vencionalidade o aspecto que caracteriza a forma peculiar de expressão numa dada língua ou comunidade linguística.
Falta ainda esclarecer o que entendemos por idiomático. E o que veremos no próximo capítulo.
14
A convencionalidade e a idiomaticidade
Como vimos, a convencionalidade abrange tudo o que é convencional e por esse termo entendemos aquilo "que é de uso ou de praxe; consolidado pelo uso ou pela prática" ou "que obedece a padrões aceitos; não original, comum" (Houaiss).
Vamos exemplificar. E costume em nossa sociedade cumprimentar alguém por ocasião do Natal, seja dando-lhe um presente, en-viando-lhe um cartão ou simplesmente dizendo Feliz Natal. Esse costume é chamado de convenção social: "qualquer dos usos ou costumes sociais estabelecidos, ger. de tácita aceitação pelos indivíduos de uma comunidade, que incluem regras de boa educação, de boa conduta etc." (Houaiss). Como esse, existem muitos outros, como desculpar-se por pisar no pé de alguém, agradecer um favor recebido, ou até elogiar um presente mesmo que não se tenha gostado dele. Talvez até pudéssemos dizer que são as coisas que fazemos "por educação" e que, se não as fizermos, estaremos incorrendo na ruptura de uma convenção social, ou num ato de "falta de boas maneiras".
Pois bem, a mesma noção de convenção pode se aplicar à língua, tanto no nível social, isto é, deve-se saber quando dizer algo, quanto no nível linguístico, ou seja, saber como dizê-lo. Voltando ao exemplo do Natal, deve-se saber que é preciso dizer algo nessa ocasião e deve-se também saber como expressá-lo.
Assim, há expressões que são convencionais por estarem intimamente ligadas a um fato social e há outras em que o que é convencional é sua forma. Por exemplo, Feliz Natal é uma expressão convencional social, pois está ligada à comemoração do Natal, enquanto mundos e fundos é uma expressão convencional devido a sua forma, isto é, convencionou-se combinar os dois vocábulos mundos e fundos — e não universos e profundidades, por exemplo — unidos pela conjunção e. E convencionou-se também ser essa a ordem em que devem aparecer, jamais fundos e mundos. Outro exemplo que não
15
admite alteração de ordem é doce ilusão, pois ilusão doce perderia o tom irónico da expressão anterior.
No momento em que a convenção passa para o nível do significado, entramos no campo da idiomaticidade. Dizemos que uma expressão é idiomática apenas quando seu significado não é transparente, isto é, quando o significado da expressão toda não corresponde à somatória do significado de cada um de seus elementos. Assim, bateras botas
não significa "dar pancadas com calçado que envolve o pé e parte da perna"/'mas quer dizer "morrer".
É preciso que essa noção fique muito clara porque, em português, idiomático é usualmente empregado com o sentido de "referente a ou próprio de um idioma". Para expressar esse sentido usaremos verná
culo ou então natural, reservando idiomático para significar "não transparente" ou "opaco".
Dai, pode-se concluir que toda expressão idiomática é também convencional, mas nem toda expressão convencional é idiomática. Voltando a nossos exemplos, FelizNatalé convencional, porém não idiomática, pois seu sentido é transparente. Já mundos e fundos (Elepode
prometer mundos e fundos e não cumprir que nada vai acontecer a ele.)
ê convencional e idiomática, porque não se pode depreender seu significado a partir da soma dos significados individuais de seus elementos. O mesmo ocorre com bater as botas.
Até o momento restringimo-nos a exemplos do português para que essas noções ficassem bastante claras. A partir do capítulo seguinte, em que discutiremos os níveis em que pode ocorrer a con-vencionalidade, serão apresentados exemplos tanto em inglês quanto em português.
16
M
H I
Os níveis da convencionalidade
A convencionalidade pode ocorrer em diversos níveis da língua. O primeiro deles, do qual n^o trataremos neste livro, refere-se à relação arbitrária que existe entre uma palavra e seu significado. Não há motivo aparente para que uma cadeira seja chamada de cadeira, ou um adulto do sexo masculino de homem. E verdade que há palavras motivadas, isto é, palavras cuja relação com seu significado seja transparente. E o caso das palavras onomatopaicas como miau, que imita a voz do gato, ou sussurro, que pretende reproduzir o ruído que se faz ao sussurrar. Observa-se, porém, que mesmo essas cada língua convenciona a seu modo: enquanto em português o galo faz cocoricó, em inglês ele "faz" cock-a-doodle-doo, embora, com certeza, o som que ele emite seja o mesmo em qualquer lugar do mundo.
Além desse nível básico existem outros, mas trataremos aqui apenas daqueles que dizem respeito às expressões convencionais e idiomáticas3. Assim, não consideraremos os níveis fonológico e morfológico para nos concentrarmos nos níveis sintático, semântico e pragmático.
0 nível sintático
O nível sintático compreende a combinabilidade dos elementos, sua ordem e sua gramaticalidade. Vamos discutir cada um desses itens em separado.
Combinabilidade Chamamos de combinabilidade a faculdade que os elementos lin
guísticos têm de se combinar. Existem palavras que se associam de
forma tão natural que a única explicação possível é de que essa asso-
3 Natringer & De Carriço (1992) denominam essas expressões de lexicalphrases.
ciação tenha sido consagrada pelo uso, isto é, de que ela seja convencional. E o caso do inglês blithering idiot, em que o adjetivo blithering,
"absolute, contemptible", co-ocorre principalmente com idiot ou jòoL
No português temos o substantivo coroca, que co-ocorre preferencialmente com velha: velha coroca.
Existem outras combinações consagradas em que a co-ocorrência não é tão rigorosa, ou seja, os elementos ocorrem também em outras associações. E o caso de TVset, fill a prescription ou magic wand no inglês e aparelho de TV, aviar uma receita ou varinha mágica no português. Dizemos que são combinações consagradas porque não admitem substituição por vocábulos de significado semelhante. Não podemos dizer TV instrumenta supply a prescription, ou magic rod, nem instrumento de TV, atender uma receita ou galho mágico.
Ordem A ordem em que os elementos ocorrem também pode ser resulta
do de convenção. Por exemplo, dizemos bed and breakfast e cama e mesa sempre nesta ordem. No capítulo sobre os binómios, trataremos desse item em detalhe.
Gramatícalidade Existem expressões na língua que desafiam quaisquer explicações
gramaticais, mas cujo uso é consagrado, sendo perfeitamente aceitas por falantes de todos os níveis sócio-culturais. A expressão by and large é um exemplo típico, pois combina uma preposição com um adjetivo, quando se sabe que em estruturas de coordenação com andos dois membros devem pertencer à mesma classe gramatical. Em português podemos mencionar de vez em quando.
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0 nível semântico
Neste nível observa-se a convencionalidade na relação não motivada entre uma expressão e seu significado. Como se explicaria que kick the bucket e bater as botas significam "morrer"?
Além do significado de uma expressão linguística, também o significado de uma imagem pode ser convencionado. São as metáforas que permeiam a linguagem (LakofT & Johnson, 2002). Na cultura ocidental, por exemplo, tudo que é "para cima" é considerado bom, enquanto o que for "para baixo" é mau. Isso se nota, em inglês, em Thumbs up, This movie is top class, He is in low spirits today, Tmfeeling
down. A mesma imagem transparece no português em Ele está num
alto astral, Ela vive na fossa, Caiu de cama, "Cabeça erguida, rapaz",
Toca a levantar os ânimos.
0 nível pragmático
Este nível abrange o uso da língua em situações de interaçao entre falantes. Aqui temos dois outros aspectos passíveis de convenção, aspectos esses já mencionados no capítulo anterior: a situação que exige um certo comportamento social e a expressão a ser empregada nessa ocasião.
Sempre que se recebe algo de alguém a situação exige que o receptor agradeça o que foi recebido. Assim, agradecer é o comportamento exigido pela situação. Esse comportamento pode se realizar verbalmente, mediante o uso de uma expressão linguística como Thankyou,
Thankyou so much, Obrigado, Muitíssimo obrigado e outras similares. Pode ocorrer também que o comportamento social não seja expresso de forma verbal. Em velórios ou enterros, por exemplo, podemos expressar nossos sentimentos apenas com um aperto de mão e um sorriso de solidariedade, sem dizer coisa alguma.
Podemos agora resumir os níveis de convencionalidade no seguinte esquema:
mmaB^mmmmn
Convencionalidade
Pragmático
Semântico
Sintético
Situação
Expressão Verbal
Significado da forma
Significado da imagem
Gramaticalidade
Ordem
Combinabilidade
Como em cada nível ocorrem tipos diversos de unidades linguísticas, passaremos a identificá-los nos próximos capítulos. Mas antes disso, apresentaremos uma metodologia que muito tem contribuído para o avanço dos estudos lexicais nos últimos quarenta anos.
20
A Linguística de Corpus
O leitor pode imaginar como é laborioso estudar o fenómeno da convencionalidade se dependermos de nossa atenção para observar a recorrência de certas combinações. O que geralmente ocorre é que, ao notarmos uma combinação "que já vimos antes", não nos lembramos de onde a vimos e, provavelmente, não somos capazes de localizá-la novamente se quisermos, por exemplo, compilar uma lista de expressões consagradas. Assim, anotamos apenas essa segunda ocorrência e "torcemos" para encontrar outra para confirmar que, de fato, se trata de uma expressão consagrada.
Pois bem, com o advento do computador, tornou-se possível construir grandes bancos de textos e consultá-los com ferramentas computacionais apropriadas para detectar essas co-ocorrêncías e recorrências. A disciplina que possibilita essa investigação denomina-se Linguística de Corpus.
A Linguística de Corpus (LC)4 oferece uma metodologia que veio facilitar muito a identificação das unidades convencionais da língua. Enquanto, no passado, se dependia de "notar" sua recorrência no dia-a-dia até nos conscientizarmos de que se tratava de uma unidade fixa, hoje essa conscientização é facilitada pela observação simultânea de uma grande quantidade de dados a partir de um corpus eletrônico.
Para a LC, um corpus é uma coletânea de textos, necessariamente em formato eletrônico, compilados e organizados segundo critérios ditados pelo objetivo de pesquisa a que se destina. O formato eletrônico permite que esses textos sejam investigados e analisados automaticamente, com o uso de ferramentas computacionais específicas.
A ferramenta que melhor permite observar as estruturas convencionais recorrentes da língua produz resultados na forma de concordâncias, em que cada linha apresenta a palavra ou expressão que está sendo investigada - a palavra de busca - inserida em seu contexto na-
4 H á excelentes livros introdutórios à Linguística de Corpus. Entre eles, podemos destacar Berber
Sardinha (2004) em português, e Kennedy (1998), McEnery 8c Wilson (2001) eTognini-Bonelli
(2001) era inglês.
tural de ocorrência. Esse formato é denominado KWIC, ou seja, Key Word ín Context (palavra-chave em contexto) e traz, em geral, a palavra de busca centralizada. Eis uma concordância para a palavra atenção-,
1 mente vem recebendo atenção da sociedade e da c
2 e tem recebido mais atenção nos últimos anos, d
3 - tem recebido muita atenção nos últimos anos, d
4 k os tem merecido uma atenção bem maior, por part
5 odução para focar a atenção do leitor no proble
6 leitor a focar sua atenção nos aspectos mais i
7 e ir distanciando a atenção do leitor dos resul
8 ecentemente, grande atenção também tem sido dad
9 etem recebido mais atenção nas pesquisas recen
10 bjetivo de atrair a atenção do maior número de
11 ência são o foco de atenção no discurso e, logo
12 focalizaremos nossa atenção nos métodos totalme
13 . Focalizamos nossa atenção em quatro medidas:
Fig. 1 : Concordância para atenção a partir de textos de periódicos do corpus Lácio-Ref no portal Licio-Web
O leitor há de notar que o contexto apresentado, na concordância acima, é truncado. Isso se deve ao tamanho do contexto pelo qual o pesquisador optou, ou seja, 20 caracteres de cada lado da palavra de busca. Mas, no caso específico do concordanciador desse portal, esse contexto pode ser aumentado até 60 caracteres.
Os corpora
O portal Lácio-Web pode ser acessado pelo site www.nilc. icmc.usp.br/lacioweb. O portal contém um corpus de aproximadamente 10 milhões de palavras nas seguintes áreas de conhecimento: Ciências Agrárias, Ciências Humanas, Ciências Biológicas, Ciências Sociais Aplicadas, Ciências da Saúde, Ciências Exatas e da Terra, Generalidades,
22
Religião & Pensamento. Além do concordanciador, o Lácio-Web oferece outras ferramen
tas, tais como um contador de frequência e vários etiquetadores. O detalhamento dessas ferramentas foge ao escopo deste livro, mas o leitor interessado encontrará todas as explicações necessárias no próprio site, bastando para isso cadastrar-se.
Para a língua inglesa5 há mais recursos disponíveis online. O BNC (British National Corpus: www.sara.natcorp.ac.ul/lookup.html) contém 100 milhões de palavras e foi compilado entre 1991 e 1994, com 90% de textos jornalísticos, académicos, técnicos e de ficção e 10% de textos orais. Na versão online disponibiliza apenas 50 linhas de concordância no formato abaixo, em que as siglas remetem à fonte da citação:
AK4134 No one paid any attenfion.
C921595 íf this works correctly, ali is well and attention may be given to buílding the receiver.
CB8 1277 Why bringthings to people's attention unless they've noticed?'; she asks.
EV3 1089 However, these improvements have drawn attention to a number of shortcomings which
also require attention,
GOP 2210 She thanked him, then turned her attention to the phone, punching in digits.
GTF1216 Only as the party faded did he turn his attention from politics to bis estates.
GW1 922 Lord Cross paid some attention to matters of policy raised by the case.
H8S 695 It suddeníy seemed very important to divert his attention.
K54 6096 Emergency cases will receive professional attention immediately.
Fig. 2: Concordância parcial6 para attention gerada pelo BNC online
Ao clícar sobre a sígla, o programa disponibiliza a referência com
pleta da citação, por exemplo:
AK4 [Daily Telegraph, electronic edition of 19920412], Londom The Daiiy Telegraph PLC, 1992, Arts
material, pp. 1431 s-units, 29124 words.
5 Para corpora em outras línguas, consulre o site htxp://devoted. to/corpora, organizado e gerenciado
por David Lee, um dos pesquisadores envolvidos na construção do BNC. 6 Por razões de espaço, optamos por apresentar aqui e nos demais exemplos uma seleção das linhas
de concordância originalmente geradas pelos programas.
Outro corpus é parcialmente disponibilizado pela editora Collins Cobuild (hnp://www.collins.co.uk/Corpus/CorpusSearch.aspx). Tra-ta-se de uma parte (56 milhões de palavras) do seu Bank of English, um corpus que já conta com aproximadamente 500 milhões de palavras. Exibe apenas 40 linhas de concordância no formato abaixo:
for symbolic actions designed to draw attention to the issue and stimulate discussion. The
Once the backíog of cases of VSD was cleared, attention was focused on more compiex
thefê is an outstanding levei of personal attention giving the overall feel of being a very
ON THE WALL t/h] Whether you want to draw attention to some delicate china or your best
deal with correspondence that needed urgent attention. While other candidates tried to beat the
in infrastructure and light industry. [p] attention is also being paid to 'non-traditional'
alburn on the streets War Function') and press attention mounting cautiously, this musician (who
number of drivers who pay little due care and attention to cycíists on the road. I fail to remember
ahead for politicai reasons without adequate attention being given to the legal strengtb of the
describes as an attemptto deflect attention from Croatia's current problems, President
they ranged themseíves in front of him to attention, in the miiitary way which he had taught
But, as always, a disproportionate amount of attention was paid to his beloved cavalry.17 The
[p] AH this doesn't mean you need pay no attention to your appearance! For health as well as
the famíly. It was this that received some attention in The Politics of Child Abuse. Similarly,
him for a Friday in October, when the world's attention was focused in anguish on a small mining
or binge-eating may not give the family the attention and care that it needs. Aiso, children can
Fig. 3: Concordância parcial gerada para attention pelo Corpus Concordance Sampler da Collins
Esse corpus também informa as palavras que co-ocorrem com maior frequência com a palavra de busca, isto é, informa seus coloca-dos, fornecendo, inclusive dados estatísticos:
24
Coiíocate
focused
turned
the
focus
Corpus Freq
9040
2313407
2659
Joint Freq
112 124 2414
113
Significa nce
to
pay paid
his paying
draw
much
1104731
11477
6473
184325
2566
2986
41484
2749
336 208
431 144 138
187
35.128496
• 17.816145
14.053642
13.469607
11.824405
11.538609
11.183659
10.509446
10.468883
10.467220
10.424738
Fig. 4: Quadro parcial dos colocados de attention produzido pelo Corpus Concordance Sampler da Collins
No quadro acima a primeira coluna Coiíocate) elenca os colocados da palavra de busca, nesse caso, attention. A segunda CorpusFreq) fornece o número de ocorrências dessas palavras no corpus todo, enquanto a terceira Joint Freq) fornece o numero de instâncias em que as duas palavras co-ocorrem dentro de um certo horizonte, isto é, num espaço de tantas palavras à direita e tantas à esquerda. A última coluna Significance) fornece um valor estatístico que permite comprovar - ou não - o fato de a palavra de fato constituir um colocado da palavra de busca. No caso acima, qualquer valor acima de 3 é considerado significativo, de modo que todas as palavras listadas são colocados de attention.
Esse corpus permite buscas complexas, inclusive por categoria gramatical, a partir de uma combinação de elementos detalhada na Query Syntax no próprio site.
Outra fonte de referência é o WebCorp (http://www.webcorp.
org.uk), que utiliza a própria Web como corpus, de modo que fornece
linhas de concordância em qualquer língua em que haja material na Web:
http://www.add-adhd.org/ADHD_attention~deficit.html
Document Dated: 2004/08/17 22:35:24 (server header)
PlainText Word List 3161 tokens, 994 types
received a tremendous amount of attention from parents, prafessionals, and policymakers
may be abie to pay attention to a task but lose
described as having a short attention span and as being distractibíe
Distractibility refers to the short attention span and the ease with
"~~ something on which to pay attention). we select (pick something that
select (pick something that needs attention atthat moment) and we
moment) and we sustam (pay attention for as long as is
avoid things that remove our attention from where it needs to
and we shift (move our attention to something else when needed
a part of that person's attention process is disrupted. Children with
or ai! parts of the attention process. Some children may have
watch and see where the attention process breaks down for a
often faíls to give dose attention to details or makes careless
often has difficulty sustaíning attention in tasks or play activities
Fig. 5: Concordância parcial para attention gerada pelo WebCorp
http://gbanone.sites.uol.CQm.br/voce/dda_adulto.htm
Document Dated: 2003/11/10 21:17:15 (server header)
Plain Text Word List 3777 tokens, 1516 types
primeira descrição desse distúrbio de atenção, no início do Século XX
dividido em 3 áreas: a atenção, o controle dos impulsos e
hiperatividade, más o déficit da atenção costuma ser a manifestação mais
Para entendermos as alterações na atenção temos de reverá questão
puro descuido, não presta muita atenção nos detalhes, negligencia nos deveres
em atividades que exijam uma atenção prolongada, tal como nas tarefas
Mostra dificuldade em manter a atenção com a fala das outras
etc; Qualquer estímulo desvia sua atenção do que está fazendo, evita
enquanto que o déficit de atenção, a impulsividade e a desorganização
seguintes sintomas: 4.1 - déficit de atenção. 4.2 - hiperatividade, 4.3 - labiíídade emocional
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para rotinas diárias. Sustentação da atenção: dificuldades para manter a atenção
atenção: dificuldades para manter a atenção nas tarefas, distração ou "sonhos
deve ser sempre investigada com atenção, tendo-se em mente que, embora
manter, inibir e desviar a atenção. Portanto, seria tarefa dos lobos
JM. Transtorno de déficit de atenção. Tratamento farmacológico e rendimento escolar
Fíg. 6: Concordância parcial para atenção gerada pelo WebCorp
Um programa similar é o KwiCFinder, que, no entanto, apresenta duas diferenças básicas em relação ao WebCorp: 1) acessa a Web apenas por meio do Altavista, enquanto o WebCorp oferece a opção de diversos buscadores, e 2) deve ser baixado para a máquina do usuário (http://miniappolis.com/KWiCFinder/KWiCFinderHome.html),
enquanto o WebCorp funciona online. Existe também a possibilidade de cada pesquisador construir um
corpus de acordo com seu objetivo de pesquisa. Nesse caso, deverá lançar mão de programas comerciais específicos para sua análise. O mais utilizado é o WordSmithTools, que oferece uma opção demo da versão 3.0 disponível no site http://www.lexically.net/wordsmith/, de onde pode ser baixada gratuitamente.
Um tipo de corpus que permite identificar problemas de aprendizagem é o chamado Corpus de Aprendizes, constituído de redações não corrigidas de alunos em diversos estágios de aprendizado. Comparações entre este e um corpus de falantes nativos permite identificar os aspectos em que o aprendiz não "soa" como falante nativo, ou seja, os aspectos convencionais que ainda não domina. Sylviane Granger (1998), da Universidade de Louvain, é Coordenadora do ICLE (International Corpus of Learner English), que reúne pequenos corpora de 200.000 palavras de aprendizes de várias nacionalidades aprendendo inglês como língua estrangeira. A construção do corpus dos aprendizes brasileiros, denominado Br-Icle, está sendo coordenada porTony Berber Sardinha, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo e Stella E. O . Tagnin, da Universidade de São Paulo.
Como a Linguística de Corpus está em franca expansão, o número de corpora e de ferramentas aumenta a cada dia, mas o leitor
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poderá obter informações atualizadas no já citado site h t t p / / devoted. to/corpora.
Observação dos dados
Se fizermos uma leitura vertical das linhas de concordância, isto é, se observarmos, por exemplo, as palavras que ocorrem à direita ou à esquerda da palavra de busca, verificaremos alguns padrões. Vejamos um exemplo com sal:
Ingredientes: 4 colheres de sopa de saj 1 colher de sopa de pimenta companhia das ervas. Modo
mal térmico de refinamento como o sai comum. Contém 84 elementos traço, dentre eles o iodo
ai concentrado para ser diluído com saj comum nas proporções recomendadas. COMPONENTES
virada para baixo sob a camada do sa j . Cubra-a com o restante do sal, apertando para
o de seu Evangelho:" Vocês são o saj da terra que a torna suportável. Se perderem seu sabor
bem aumenta. 2. Sal de Cozinha 0 saj de cozinha é o sal marinho, só que nele é
sus disse que Nós tínhamos de ser sal e luz do mundo. "Portanto, se a escuridão e decomposição
nta é: Onde está a igreja? Porque o saj e luz de Jesus Cristo não estão impregnando e
s ervas. Modo de Fazer: Misturar o saj e a pimenta, voltar
ferença para essas pessoas, sendo sal e luz na vida delas. Vaie lembrar a observação que
nde profissional, tem de ser como o saj e como a luz. E antes que você pergunte, vamos
a com no máximo l,800Kg 1 Kg de sal grosso Modo de fazer: Este prato deverá ter seu início
assadeira pequena com metade do saj grosso. Coloque a picanha com a gordura virada para ba
I importância para o ser humano. 0 saj marinho não passa pelo processo normal térmico de
nção do bócio. 0 iodo existente no SJ Í marinho é biologicamente melhor assimilado e distribuído
uído no organismo. A utilização do sal marinho traz maiores benefícios à saúde, é importante para
pys. 3. Tratamento de Doenças 0 sjii marinho, como já dito, protege os peixes contra doenças. Fig. 7: Concordância parcial para s i í gerada pelo WebCorp
A concordância — abreviada para efeitos de exemplificação — permite identificar os seguintes padrões recorrentes; sal comum, sale luz, salgivsso e sal marinho.
Uma vez estabelecidos esses padrões, podemos, com nova busca, verificar se, por acaso, as unidades detectadas fazem parte de uma
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unidade ainda maior. Na realidade é o que se verifica, principalmente, com sal e luz do mundo-.
vimos crianças e jovens prontos para serem sal e luz desta terra. Creio que através deste
dos no Espírito Santo e prontos para serem sal e luz desta terra! Foi lindo poder ouvir, tocar,
para adorar, proclamando, servindo, sendo sal e luz do mundo, i) Adorar é amar a Deus, é temê-
r natureza missionária e comunitária de ser sal e luz do mundo. Aqueles pastores, aos quais me
ermos a vontade de Deus e decidirmos ser saí e luz do mundo. 0 sal provoca sede e a luz
Sabemos que Deus quer que o crente seja sai e luz do mundo e que o evangelho sempre
: - Para que Deus nos ilumine para sermos sai e luz do mundo. Rezemos ao Senhor. - Para que
ê para servirem os seus irmãos. Quero ser sale luz do mundo. Precisa de mim? Levarei a sua luz
ocê irei até aos confins da terra. Quero ser sal e luz do mundo Senhor, eu sei que é difícil segui-
ida baseada no seguimento de Cristo e ser sal e luz do mundo. Ficou em todos desde a hora da
bertamente o pecado deles (Jo 7.7; Ef 5.11 sale luz do mundo para eles (Mt 5.13,14), deve amá-
nviai, ó Maria, vossas graças para que seja sal e luz dos povos. Por Cristo, nosso Senhor. Amém
Fig. 8: Concordância parcial para sai e luz gerada peio WebCorp
Nota-se, assim, que uma pesquisa baseada em corpus pode também direcionar novas pesquisas.
Uma palavra de alerta, porém: um corpus só pode fornecer o que ele tem. Assim, seria inútil, por exemplo, buscar ocorrências para DVD no BNC, uma vez que esse corpus, como dissemos, foi fechado em 1994, bem antes da invenção dessa tecnologia.
As linhas de concordância também são úteis para revelar o que diferencia palavras quase sinonimas, como, por exemplo, big/large,
small/little, calvo/careca, belo/bonito, tópicos de grande relevância para o ensino de línguas.
Para os objetivos deste livro, no entanto, nos restringiremos a observar padrões recorrentes como os que discutiremos nos capítulos seguintes.
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As coligações
Voltando à convencionalidade, o primeiro nível a ser abordado será o sintático e dentro dele identificaremos primeiramente as unidades linguísticas convencionais que se caracterizam pela combinabilidade de seus elementos. Essas unidades são, em geral, formadas por uma base e um colocado. A base é a palavra que conhecemos, a que carrega mais conteúdo semântico, a que determina a ocorrência da outra, pois há urna hierarquia entre os elementos. O colocado é a palavra que não conhecemos ou que não nos ocorre; é aquela que é determinada pela base e que precisamos aprender em conjunto com ela. Por exemplo, em cabelo grisalho, cabelo é a base e grisalho, o colocado. Outro exemplo é o equivalente em inglês do nosso Feliz Natal, que é Merry Christmas, na maioria dos países de fala inglesa, e não Happy Christmas. Isso é evidenciado no filme Trocando as Bolas [Changing Places), em que um estrangeiro entra num compartimento de trem nos Estados Unidos e deseja Happy Christmas, ao que o personagem interpretado por Eddie Murphy responde, Merry Christmas, in this country we say Merry Christmas.
Devemos esclarecer que, em geral, não há regra sintática ou explicação semântica que justifique a co-ocorrência desses dois (ou mais) elementos.
Essas unidades são denominadas coligações ou colocações, conforme se refiram a uma combinação gramatical ou a uma combinação lexical, respectivamente. Convém esclarecer, no entanto, que ainda há divergências, na literatura especializada, sobre a diferença entre coligação e colocação. Neste livro, adoraremos as seguintes definições:
coligação: combinação consagrada de elementos linguísticos em
que o colocado é uma palavra gramatical, por exemplo, em inglês, look
at, mad about, em português, obedecer a, cumpridor de;
colocação: combinação lexical consagrada de duas ou mais palavras de conteúdo: por exemplo, dizemos red cabbage em inglês, mas
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repolho roxo em português; rocking chair em inglês, mas cadeira de
balanço em português e não cadeira balançante.
Neste capítulo discutiremos apenas as coligações. Vejamos agora os diferentes tipos dessa associação de palavras.
Coligações de regência
Este grupo engloba todos os tipos de regência, ou seja, verbos, substantivos, adjetivos e advérbios necessariamente seguidos de preposição. Sabe o leitor que o uso de preposições é uma das grandes dificuldades no aprendizado de qualquer língua, seja materna ou estrangeira, por não haver, na maioria dos casos, explicação plausível para o fato de ocorrer determinada preposição em vez de outra. Quantas vezes não se vê o professor quase obrigado a dizer "E assim porque é, e pronto!". Dessa forma, essas combinações devem ser aprendidas, uma por uma, pelo usuário da língua, pois não há regras que possam prever seu uso. Talvez por esses itens fazerem parte do estudo da gramática normativa, já existem diversos livros-texto que oferecem listagens referentes a esse grupo como, por exemplo, Luft (1999 a, 1999b), Bruton (1971), Heaton (1969) eFernandes (1958a, 1958b). Eis aqui alguns exemplos nas duas línguas:
Verbos
congratulate on cumprimentar por
Letme congratulate you on your performance.
Deixe-me cumprimentá-lo peio seu desempenho.
dependon confiarem
You can depend on me.
Pode confiar em mim.
devote to dedicar-se a
The probiem facing surgeons is that they don't have the time to devote to research.
0 problema que os cirurgiões enfrentam é que não têm tempo para se dedicar à pesquisa.
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longfor ansiar por
/ long for a family more than anythíng in the worid.
Anseio por uma família mais do que tudo no mundo.
resultfrom resultar de
The accident resulted from the dríver's carelessness.
0 acidente resultou do descuido do motorista,
.Substantivos
*- aptitude for aptidão para
He has always shown an aptitude for mathematícs.
Ele sempre demonstrou aptidão para a matemática.
expertin especialista em
You dont have to be an expert in Accountancy or computeis.
Você não precisa ser especialista em contabilidade ou computadores.
obedience to obediência a
Theyhadto vow obedience to theirleader.
Eles tiveram de prometer obediência a seu líder.
remorse for remorso por
Helen felino remorse for her ill-bebavior.
Helena não sentiu remorso por seu mau comportamento.
reporton relatório sobre
The manager wrote a long report on the company 's activities.
0 gerente escreveu um longo relatório sobre as atividades da companhia
Âdjetivos
crazy about louco por
Chíldren are usually crazy about ice-cream.
As crianças geralmente são loucas por sorvete.
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dressed in vestido de
She was dressed in white.
Ela estava vestida de branco.
goodat bom em
John is very good at English.
João é muito bom em inglês.
hardon severo com
My father was always very hard on his children.
Meu pai sempre foi muito severo com os filhos.
Nota-se que algumas dessas coligações são transparentes (devote
to, aptitude for), enquanto outras são idiomáticas (crazy about).
Advérbios Este é um grupo menor em que se incluem os advérbios que re
gem determinadas preposições, como:
because of por causa de
insteadof em vez de
together with junto com
Note-se que apenas junto com é uma coligação adverbial em português, pois as outras ocorrências são coligações prepositivas. Entretanto, os dois tipos são conhecidos sob uma única denominação na gramática da língua portuguesa: locuções prepositivas.
Phrasalverbs Merbosfrasais)
Esta classe, que não existe em português, é a dos chamados phrasal
verbs ou two-word verbs em inglês, formados por um verbo seguido de uma partícula adverbial. Tanto livros didáticos quanto dicionários especializados, por vezes, ainda confundem preposição com partícula
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adverbial nesse tipo de coligação, elencando verbos preposicionados '""mo se fossempbrasal verbs. Vamos tentar esclarecer esse po.
As preposições são elementos de ligação e, no caso de verbt sicionados,
ou confiar em:
como se fossem phrasal verbs. Vamos tentar esclarecer esse ponto.
As preposições são elementos de ligação e, no caso de verbos preposicionados, ligam o verbo a um objeto, como no caso de dependon
You can depend ou me. Você pode confiar em mim.
V Prep Obj V Prep Obj
J á no caso dos phrasal verbs, o verbo e a partícula formam uma única unidade linguística, podendo ou não ter um objeto, objeto este que pode vir precedido de preposição, conforme a regência do phrasalverb:
He finally gave in. Ele finalmente se rendeu.
PhrV
He gave away his old clothes. Ele deu suas roupas velhas. PhrV Obj
He gave in to her arguments. Ele se rendeu aos argumentos dela. PhrV Prep Obj
Alguns phrasal verbs são separáveis, isto é, o objeto pode ocorrer entre o verbo e a partícula adverbial, principalmente se for um pronome-nome:
He gave his clothes away. He gave them away
V Obj Part V Obj Part
He gave the book back. He gave it back.
V Obj Part V Obj Part
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Outros não admitem interpolação do objeto entre o verbo e a partícula:
Thisgives offa nice smell. Isso exala um cheiro bom.
He won'tfind out the truth. Ele não vai descobrir a verdade.
Mas não
This gives a nice smell off.
He won'tfind the truth out.
Há também phrasal verbs em que a interpolação é praticamente obrigatória a fim de evitar ambiguidade:
l'm determjned to see the job through, no matter how long it takes.
Estou determinada a levar a tarefa a cabo, não importa quanto demore.
/ did not want to lie, as I was sure he woutd see through that and in future mistrust me.
Eu não queria mentir, pois tinha certeza de que ele perceberia e, no futuro, não confiaria mais em
mim.
Os bons dicionários sobre o assunto indicam a estrutura em que ocorre o phrasal verb (Cowie & Mackin, 1975).
Quanto à parte prática, o leitor não terá maiores dificuldades, pois quase todos os livros-texto dão especial atenção a exercícios sobre essas unidades.
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Coligações preposiíivas
Este grupo inclui ocorrências de dois tipos:
Como exemplos do primeiro tipo — Prep + SN — podemos citar:
at random
at your discretion
by appointment
i: in common
in hand
ao acaso
a seu critério
com hora marcada
em comum
em mãos
Dentro do segundo tipo — Prep + SN + Prep — temos:
atacostof
by the grace of
forthesakeof
in accordance with
in exchange for
ao custo de
por graça de
para o bem de
de acordo com
em troca de
Essas formas são convencionais quanto à preposição que precede e/ou segue o sintagma nominal, mas não quanto ao significado, que é transparente.
Em resumo:
Coligações de regência
Verbos
Substantivos
Âdjetivos
Advérbios
Phrasal verbs
Coligações preposiíivas
Prep + S
Prep 4- S + Prep
íookat
expertin
good at
because of
lookup
at random
in accordance with
olhar para
especialista em
bom em
por causa de
consultar
-
ao acaso
de acordo com
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Âs colocações
O leitor há de se lembrar que mencionamos que certas palavras parecem combinar-se de forma natural, não havendo, via de regra, explicação para o fato. Em certos casos as palavras se associam por terem uma ligação na vida real: cão e gato. Entretanto, por que não ocorre cachorro e gato? Simplesmente porque o uso consagrou cao e não cachorro nessa colocação. Aliás, quando ocorre cachorro, a ordem e invertida, produzindo gato e cachorro. Em inglês há duas expressões, push the button e press the button, que representam a mesma ação: apertar um botão. N o entanto, a primeira é mais comumente usada nos Estados Unidos, ao passo que a segunda é mais usual na Gra-
Bretanha. O termo collocation foi introduzido pelo linguista britânico J. K.
Firrh para designar casos de co-ocorrência léxico-sintática, ou seja, palavras que usualmente "andam juntas". Há casos em que essa co-ocorrência é extremamente restrita, ou seja, tem alto grau de fixidez. No inglês, por exemplo, a palavra shríft praticamente só ocorre com o adjetivo short, na combinação shortshrift, "tratamento frio, r u d e ; bolt, como advérbio, sobrevive apenas na expressão bolt upright, teso ; breakneck ocorre preferencialmenre em breakneck speed, velocidade
vertiginosa". Os dicionários em língua inglesa, por vezes, identificam esse tipo
de expressão com os dizeres in thephr(ase), only in, esp(ecially) m, esp.
in thephr., often usedin thephr. Às vezes, porém, só saberemos que
uma combinação é uma colocação quando, ao procurarmos certa
palavra em diversos dicionários, descobrirmos que todos eles, ou pelo
menos a grande maioria, apresenta a mesma combinação. E o que
ocotre ao procurarmos lucre e encontrarmosfilthy lucre, "lucro sujo ,
ou então foregone, que é geralmente apresentado como foregone
conclusion, "conclusão inevitável", ou mesmo extenuatmg, que sem
pre aparece no exemplo extenuatingcircumstances, "circunstâncias ate-
nuantes".
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Em alguns casos pode ocorrer mais de uma opção, mas sempre dentro do mesmo campo semântico: impending, "iminente", pode ocorrer com doom/disasterlhorror!evil, todas de valor altamente negativo. Nesse caso, dizemos que impending tem prosódia semântica negativa, isto é, ocorre com palavras de carga negativa. Fenómeno similar acontece com untimely, "prematuro", que co-ocorre com deathlend/demise.
Em português, temos o caso de coroca que, como já dissemos, ocorre preferencialmente com velha; e de varrido (como intensifica-dqr), que ocorre com louco ou doido, dando louco/doido varrido. Outros exemplos com alto grau de restrição incluem óbvio ululante, fato consumado, velho gaga, gato pingado', débil mental e papo furado.
Passemos agora à apresentação das várias categorias de colocações.
Colocações adjetivas
Neste grupo, que reúne estruturas do tipo Adj + S, tanto o adjeti-vo quanto o substantivo podem ser convencionados. Um exemplo já apresentado é Merry Christmas, em que o elemento convencionado é o adjetivo merry, pois, comurnente, não se diz Happy Christmas1, embora se diga Happy New Year. Já em português, o adjerivo feliz ocorre tanto com Natalquanto cora Ano Novo: Feliz Natale Feliz Ano Novo.
Podemos também mencionar o caso de silent movie em oposição a cinema mudo, em que as duas línguas optaram por adjetivos distintos para caracterizar o mesmo tipo de obra cinematográfica. Caso semelhante ocorre com açúcar mascavo e broiun sugar.
Por outro lado, há instâncias em que o elemento convencionado é o próprio substantivo. Para dizer interesse comum, o inglês usa a expressão common ground (em vez de interest); para ataque epiléptico emprega epilepticfit (em vez de attack).
Uma pesquisa no GoogleDuel (www.googleduej.com) revelou 1.150.000 ocorrências para Merry Christmas em oposição a apenas 244.000 para Happy Christmas.
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O "falante ingénuo" não teria conhecimento de nenhuma dessas colocações, como também não saberia que uma pessoa que tem um talento especial para jardinagem é chamada à&green thumb em inglês e dedo verde em português".
Vejamos mais algumas colocações adjetivas que diferem entre as duas línguas:
dose friend
dose relative
foreign policy
formal dinner
hard luck
maín course
outside chance
public television
spare parts
upright piano
amigo íntimo/chegado
parente próximo
política externa
jantar a rigor
má sorte/azar
prato principal
hipótese remota
televisão educativa
partes sobressalentes
piano de armário
Em todo caso, cabe ao aprendiz de línguas aprender suas colocações, pois, se escolher a palavra "que não se diz", embora seu interlocutor não tenha dificuldade de entendê-lo, estará certamente denunciando sua condição de "falante ingénuo".
Colocações nominais
Neste grupo incluem-se as colocações que são formadas por dois substantivos, dos quais pelo menos um, o colocado, é convencionado; por vezes os dois o são. Em outras palavras, um "falante ingénuo" poderia não conhecer nenhum dos dois elementos; talvez nem soubesse que existe uma forma fixa para expressar determinado significado. Caso deparasse com claim check, por exemplo, não saberia que se trata de um comprovante necessário para retirar algo como o carro no estacionamento ou o sobretudo na chapelaria. Eis aqui alguns outros exemplos:
.™
firingsquad pelotão de fuzilamento
friction tape fita isolante
gear wheei roda de engrenagem
torture device instrumento de tortura
villagegreen praça pública
A linguagem técnica vale-se muito deste tipo de colocação para denominar peças, ferramentas, máquinas ou processos. Os exemplos
v abaixo foram coletados de manuais de antigas máquinas impressoras:
actuatingrod haste de acionamento
bearingbush bucha de mancai
carrier rolfer rolo-guia
dampingro/ler cilindro moihador
geartrain árvore de transmissão
inkknife lâmina do tinteiro
rolfer lock trava do cilindro
spiralfoider dobradeira em espirai
toothpiích passo do dente
O vocabulário da culinária, mais acessível ao leitor comum, traz as mesmas estruturas:
anise seed semente de erva-doce
bakingpowder fermento em pó
bakingsoda bicabornato de sódio
bayleaf . folha de louro
btackpepper pímenta-do-reino
cardamom pod baga de cardamomo
celerysalt sai de aipo
celery seeds sementes de aipo
cinnamon stick pau de canela
coarse salt sal grosso
ground cumin cominho em pó
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star anise anis-estrelado
stick cinnamon canela em pau
O leitor terá observado que à colocação inglesa formada por S + S corresponde, em geral, uma estrutura S + Prep + S em português:
computer science ciência da computação
credit card cartão de crédito
confectioner's sugar açúcar de confeiteiro
poisou cup cálice de veneno
Há casos, entretanto, em que o correspondente português é uma forma composta:
key question questão-chave
skinflint pão-duro
seashore beira-mar
textbook livro-texto
stem ceil célula-tronco
Por outro lado, existem colocações que já em inglês assumem a forma S + Prep + (Art) S:
children ofdarkness filhos das trevas
curvature of the spine curvatura da espinha
justice ofthepeace juiz de paz
stack of dominoes pilha de dominós
tree ofknowledge árvore do conhecimento
Podemos observar que, na realidade, as estruturas das colocações nominais são idênticas em inglês e em português. A única diferença reside no fato de, no caso da estrutura S + S, a ordem dos elementos em português ser inversa à do inglês:
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key^estion seashore
questão chave beira-mar
E óbvio que com isso não queremos dizer que haja sempre urna equivalência de estruturas entre as- duas línguas, pois, como já vimos, à estrutura inglesa S + S corresponde, na maioria das vezes, uma S -f ,Prep + S em português, com inversão dos constituintes:
computer science poison cup
ciência da computação cálice de veneno
Colocações verbais
Existem substantivos que co-ocorrem naturalmente com determinados verbos, mas que podem diferir de uma língua para outra. Assim, embora em inglês usemos o verbo make tanto com date, arrangements, impression, joke e trouble, em português o equivalente de cada uma dessas combinações traz um verbo distinto:
make a date marcar um encontro
make arrangements tomar providências
make an impression causar uma impressão
make a joke fazer uma piada
make troubie criar problemas
Da mesma forma, combina-se osk (ou make) com question, "fazer uma pergunta", comrnit com atrocity, "cometer uma atrocidade", run com temperature, "ter febre". Em português temos: prestar atenção, dirimir dúvidas, praticar uma ação, criar problemas e tantos outros.
Aqui estão mais algumas colocações verbais em inglês, cujos equivalentes em português também o são:
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bringsuit
give birth to
pay a compliment
pay tribute
perform an action
tahe care
take an injection
take pride
abrir processo
dar à luz
fazer um elogio
render tributo
praticar uma ação
tomar cuidado
tomar uma injeção
ter orgulho
Em algumas colocações verbais, os verbos podem vir seguidos de preposição, dando a estrutura V + Prep + N , como é o caso de:
come into force
come into contact
get back into circulation
keep in Une
keep in shape
keep in touch
put to vote
putatease
put in jeopardy
take into consideration
entrar em vigor
entrar em contato
voltar à circulação
ficar na fila
manter-se em forma
ficar em contato
pôr em votação
deixar à vontade
pôr em perigo
levar em consideração
As colocações verbais ainda incluem verbos seguidos de adjetivos. Nesse caso temos exemplos em português aos quais não corresponde a mesma estrutura em inglês:
cair sentado
dar certo
estar apertado (de dinheiro)
fazer feio
ficar ofendido
suar frio
to be taken aback
to work out
to feel the pinch
to cut a sorry/poor figure
take offense
to be in a cold sweat
Para o inglês temos, dentre outras, as seguintes ocorrências:
do good fazer bem
getbusy ocupar-se
getrich ficar rico
getcold ficar frio/esfriar
gettough ' engrossar/falar mais duro
go right dar certo
v_ go wrong dar errado
*- go sour azedar
go steady namorar firme
As colocações verbais, de acordo com nossa experiência, são fonte de grande dificuldade para qualquer aprendiz de língua, até mesmo de língua materna. Essa dificuldade torna-se ainda maior porque há poucas obras que tratam do assunto. Em 1982 existia apenas a de Seidl & McMordie, única, à época, que abordava o assunto especificamente. Em 1986, no entanto, foi lançado o The BBI Combinatory Dictionary —A Guide to Word Combinaúons^ re-editado em 1993 com o título The BBI Dictionary ofEnglish Word Combinations. Foi o primeiro dicionário dedicado exclusivamente às unidades convencionais do inglês. Foi seguido pelo LTP Dictionary of Selected Collocations em 1997. Mais recentemente, foi publicado o Oxford Collocations Dictionary for Students ofEnglish (2002), inteiramente baseado em corpus. Hoje, na realidade, as editoras dos grandes dicionários da língua inglesa para aprendizes já se empenham em eien-car as colocações em seus verbetes, de modo que os dicionários ingleses mais recentes, como o Macmillan English Dictionary for Advanced Learners (2002), o Cambridge International Dictionary of English (1995), o Oxford Advanced Learners Dictionary (2002) e o Collins Cobuild English Dictionary for Advanced Learners (2003), suprem essa informação. Infelizmente, porém, ainda não há nada nesse sentido para a língua portuguesa.
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Colocações adverbiais
As colocações adverbiais dividem-se em dois grupos, aquelas em que o advérbio modifica o adjetivo, como em
lavishly illustrated fartamente ilustrado
hermeticalfy sealed hermeticamente fechado
deeply offended profundamente ofendido
e aquelas em que o advérbio modifica o verbo:
thankprofusely agradecer imensamente
cry loudly chorar copiosamente
love blindly amar cegamente
take seriously levar a sério
Em muitos casos, o advérbio co-ocorre com diversos verbos de um mesmo campo semântico. Por exemplo, cegamente co-ocorre com verbos que denotam confiança:
Acreditam cegamente no que a televisão diz.
Como, então, confiar cegamente num instrumento de uma rigidez matemática...
Ora, somente obedece cegamente quem tem uma fé sem limites.
...nenhuma organização hoje quer um funcionário que segue ordens cegamente.
Já regiamente co-ocorre com verbos relacionados a questões de dinheiro:
... regiamente recompensada pelo sórdido papel que, em geral, ela desempenha.
Não estou ali para agradar, sou regiamente pago para vender.
Tanto esforço é regiamente remunerado.
Um aspecto que deve ser levado em consideração nas colocações adverbiais é a posição do advérbio. Uma busca na Web evidencia que,
nos exemplos acima, o advérbio ocorre preferencialmente antes do verbo. O mesmo se dá em inglês:
/ firmly befieve in parents' rights to educate their children as they see fit bui this seems extreme. Acredito piamente no direito dos pais de educarem seus filhos como acharem melhor, mas isso parece ir longe demais.
... many people blindfy follow and bfindly beííeve what they hear.
... muitas pessoas seguem e acreditam cegamente naquilo que ouvem.
Sales of anti-depressives in Spain rise dramatically.
A venda de antidepressivos na Espanha sobe assustadoramente.
He flatiy refused to discuss anything re/ated to Monday's killing...
Ele recusou-se terminantemente a discutir qualquer coisa relacionada à matança de segunda-feira...
Nem sempre, no entanto, uma colocação é traduzida da mesma forma em vários contextos. No exemplo abaixo, caberia uma tradução mais coloquial:
She askedme to dance and I flatiy refused.
Ela me convidou para dançar mas eu recusei de cara.
Há colocações que ocorrem, de preferência, em determinadas formas. E o caso de estupidamente gelada, que ocorre com frequência significativamente maior na forma feminina, por fazer parte de uma colocação maior: cerveja estupidamente gelada. Uma colocação semelhante, chopp estupidamente gelado', tem uma frequência de ocorrência dez vezes menor.
Embora ice cold seja uma tradução possível para estupidamente gelada^ o âmbito em que essa colocação adjetiva ocorre é muito mais
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abrangente do que em português, pois pode co-ocorrer com qualquer tipo de bebida: been tea, soda, drink, tvateretc, enquanto a colocação em português ocorre primariamente com cerveja, como já dissemos.
Da mesma forma, mentir descaradamente raramente ocorre na primeira pessoa — quem gosta de fazer esse tipo de confissão!
Assim como todas as áreas da convencionalidade, também as colocações adverbiais fornecem rico material de pesquisa. Para o leitor que desejar se aprofundar no assunto, recomendamos a leitura de Moraes (2005).
Expressões especificadoras de unidade
Ern inglês, os substantivos que designam objetos incontáveis têm apenas uma forma, não sendo possível fazer-se uma distinção entre o singular e o plural. Assim, para se indicar a "unidade" desses substantivos empregam-se expressões de valor partitívo, que podem ser gerais do tipo apiece ofe. a bit of, ou específicas, isto é, construções que se combinam naturalmente com os substantivos. Como exemplos de expressões especificadoras de unidade que ocorrem com substantivos concretos temos:
a bar of chocolate uma barra de chocolate
a barofsoap uma pedra de sabão
a bíock ofice um bioco de gelo
a burst of applause uma salva de palmas
a sheet ofpaper uma folha de papel
a slice ofcake uma fatia/um pedaço de bolo
aslice/loafofbread uma fatia de pão/um pão
a stick ofchalk um pedaço de giz
a stríp ofland uma faixa de terra
Os seguintes ocorrem com substantivos abstratos:
a piece/word ofadvice
a piece/an item of information
a piece/an item ofnews
a fit ofiaughter
um conselho
uma informação
uma notícia
um ataque/acesso de riso
No português, como o leitor pode notar, a maioria dos substantivos abstratos se basta, podendo ser usados isoladamente.
i-Não encontramos referência a esse tópico em nenhuma gramática da língua portuguesa.
Coleíivos
São palavras convencionalmente usadas para se referir a um grupo de coisas. E fato conhecido que até falantes de primeira língua têm de aprendê-los um a um. Eis alguns que se referem a animais:
a bmod of chicks
a colony of ants
aflightofbirds
agaggleofgeese
aherdofcattie
a Htter of puppies
a pack of fiounds
a swarm ofbees
ashoaioffish
uma ninhada de pintinhos
uma colónia de formigas
um bando de pássaros
um bando de gansos
um rebanho de bois
uma ninhada de cachorrinhos
uma matilha de cães
um enxame de abelhas
um cardume de peixes
Outros incluem:
anarmyofsoidiers
a bunch offíowers
a bunch ofgrapes
um exército de soldados
um ramo/buquê/ramalhete de flores
um cacho de uvas
48
a bunch ofkeys
a chain of mountains
a crew ofsailors
a crowd ofpeople
afiightofstairs
agangofthieves
a group ofpeople
a heap ofstones
apackofcards
a pile ofbooks
a series ofevents
um molho de chaves
uma cadeia de montanhas
uma tripulação de marinheiros
uma multidão de pessoas
um lance de escadas
um bando de ladrões
um grupo de pessoas
um monte de pedras
um maço de cartas
uma pilha de livros
uma série de acontecimentos
Para esse tópico o leitor pode reportar-se à obra de Cândido de Oliveira (s/d), que apresenta os colerivos de forma bastante fácil de consultar.
Abaixo apresentamos um quadro-resumo dos tipos de colocações tratados neste capítulo:
Colocações adjetivas brown sugar
Colocações nominais villagegreen
Colocações verbais
Colocações adverbiais
Adv -f Adj
V + Adv
pay attention
come into force
getrich
lavishly illustrated
love biindly
Expressões especificadoras de unidade
__ slice ofbread
Coletivos shoal of fish
açúcar mascavo
praça pública
prestar atenção
entrar em vigor
ficar rico
fartamente ilustrado
amar cegamente
fatia de pão
cardume de peixes
Os binómios
Ainda no nível sintático, outro aspecto que pode ser convencionado é o da ordem de ocorrência dos elementos. Esse fenómeno aplicasse principalmente aos binómios, que podem ser considerados um tipo especial de colocação.
Um binómio é geralmente formado por duas palavras pertencentes à mesma categoria gramatical e ligadas por uma conjunção ou preposição:profitandlossllucros eperdas, bit by bitlpouco apouco. Pode também, por vezes, ser precedido de preposição: from headto toei da
cabeça aos pês.
Podemos caracterizar os binómios de acordo com dois aspectos sintáticos e um semântico. O primeiro aspecto sintático refere-se à combinabilídade, ou seja, é necessário que a combinação de seus elementos tenha sido convencionada, que esses elementos usualmente "andem juntos". Por exemplo, existe o binómio profit and loss em vez de "gains and losses" ou, em português, lucros eperdas em vez de "ganhos e prejuízos". Não queremos, com isso, dizer que o segundo par não pode ocorrer. Pode sim", mas, se ocorrer, será uma formação nova. Caso seja aceita e passe a ser usada por todos, tornar-se-á uma combinação consagrada à força de repetição.
Há ainda os binómios formados por elementos idênticos em que, obviamente, não se pode falar de ordem fixa. Nesses casos, é a combinabilídade dos elementos que é consagrada. A combinação on and
on, por exemplo, foi convencionada com o significado de "continuamente". Da mesma forma, over andover "repetidamente", outandout
"completamente", e again andagain "continuamente"'são binómios. Entretanto in and in, for and for, across and across e against and against
não são pares consagrados.
Quando a ordem é o fator que foi convencionado, a expressão torna-se irreversível. Malkiel (1959) deu o nome de binómios irrever
síveis a essas ocorrências:
50
roo/77 and board cama e mesa
in and out para dentro e para fora
up and down para cima e para baixo
come andgo ire vir
cats anddogs cães e gatos
Além desses, há alguns poucos binómios reversíveis, ou seja, aqueles
em que a ordem não é fixa:
night and day/day and night dia e noite/noite e dia
sugar and cream/cream and sugar açúcar e creme
(não consagrado em português)
No geral, o que ocorre com binómios que permitem inversão da ordem é que a nova formação deixa de ser uma convenção. Por exemplo, Adão eEva refere-se ao casal bíblico, )ú.Eva eAdão pode designar qualquer casal cujos membros tenham esses nomes. Outro exemplo seria ham andeggs, "ovos com presunto", um prato comumente servido no café da manhã nos Estados Unidos, ao passo que eggs and ham
passa a se referir aos ingredientes individualmente, como ocorreriam numa receita culinária.
Há um caso em que a inversão em si é também um binómio: saltand
pepper designa o conjunto de saleiro e pimenteiro, txiGpaxú.0 pepper and
salt é o nome dado a um tipo de tecido de fios claros e escuros entrelaçados, produzindo um efeito de pontinhos escuros sobre fundo claro.
Um caso interessante, em português, ocorre com os vocábulos arroz
t feijão, que assumem, por vezes, sentidos diversos de acordo com a ordem em que ocorrem e o fato de se combinarem com a conjunção e ou com a preposição com. Assim, arroz e feijão é a combinação mais frequente8 e refere-se ao prato básico da culinária brasileira,
Os exemplos para esse caso foram rodos pesquisados no Google. O número de ocorrências apresentadas foi o seguinte: arroz efeijão—23.600, feijão e arroz- 665, arroz com feijão -12.300 e feijão com arroz — 14.500.
A famosa combinação arroz e feijão, consumida diariamente por milhões de brasileiros,
pode ser a solução para a prevenção de um tipo de câncer.
enquanto feijão e arroz, a combinação menos frequente, quando o contexto é a listagem de ingredient ocorre mais
:es
Baião-de-dois (prato de feijão e arroz cozidos juntos...)
ou de produtos: X:
Basagram 600. Herbicida seletivo pds-emergente recomendado para as culturas de soja, milho, feijão e arroz.
Arroz com feijão também se refere ao prato,
Sanduíche ou arroz com feijão? Qual é o paladar preferido dos brasileiros que habitam a terra do Tio Sam?
mas feijão com. arroz, além de se referir ao prato
Se você aprecia estes alimentos, saiba que a tradicional combinação "feijão com arroz"
do dia-a-dia é mais nutritiva e balanceada do que se imagina.
é também empregado no sentido de "fácil" ou "básico":
Seguimos uma administração feijão-com-arroz e analisamos muito bem todas as possibilidades antes de investir...
Ferramentas - Se você já fez todo o feíjão-com-arroz, está na hora de conhecer outras ferramentas mais avançadas.
Alguns linguistas, entre eles Malkiel (1959) e Makkai (1972), fizeram estudos aprofundados sobre os binómios, tentando inclusive justificar a ordem de ocorrência dos elementos. Algumas das jusrifi-
52
cativas são as seguintes:
a) prioridade cronológica do primeiro elemento (em primeiro lugar o que ocorre primeiro): hitandrun ("causar um acidente e fugir"), pegue e pague;
b) prioridades inerentes à estrutura da sociedade (quem é mais valo
rizado vem em primeiro lugar): boys andgirls/meninos e meninas,
father and son/pai e filho, mother and daughter/mãe e filha. Tanto é verdade que, em nossa sociedade, o sexo masculino tem prioridade que, quando o Presidente Sarney se dirigiu ao povo brasileiro com o binómio brasileiras e brasileiros, invertendo a ordem consagrada, causou estranheza a todos. Aliás, a ruptura do convencional é um recurso estilístico para, dentre outras coisas, causar impacto;
c) prioridade do vocábulo mais curto (em primeiro lugar a palavra mais curta): bedand breakfast, ladies andgentlemen, radio and television; aos trancos e barrancos, capa e espada, cão e gato, gato e cachorro. O leitor poderá notar que, às vezes, esses critérios são contraditó
rios. Assim, de acordo com o critério b, ladies and gentlemen deveria ter sua ordem invertida. Claro está que sempre se há de encontrar exemplos para contrariar algum critério — no exemplo acima parece prevalecer a polidez e o critério c —, rnas eles valem por nos dar um mínimo de orientação no assunto.
No nível semântico, os binómios podem se caracterizar por serem idiomáticos ou não-idiomáticos.
Binómios não-idiomáticos são, por exemplo:
arts and crafts artes e ofícios/artesanato
deafand dumb surdo e mudo/surdo-mudo
husband and wife marido e mulher
Mom and Dad papai e mamãe
rice and beans arroz e feijão
Dentre os binómios idiomáticos podemos citar:
bagandbaggage mala e cuia
black and blue r0xo, cheio de hematomas
byfits andstarts aos trancos e barrancos
cutanddríed planejado com antecedência
headsortails cara ou coroa
bemandhaw falar com hesitação
time andagain frequentemente
Levando em consideração esses três aspectos, podemos classificar os binómios da seguinte forma:
Binómios
1. Binómios de elementos idênticos
a) Nao-idiomdticos
onandon, againandagain,foreverandever, bitby bit,facetofacel cara a cara.
b) Idiomáticos
ali in allíem resumo"; by and by "após algum tempo"; through and
through "de todo o coração",pouco apouco, "gradualmente", ponto aponto, "viagem aérea com pontos certos de partida e chegada, sem possibilidade de inclusão de outros", pé ante pé, "devagar, com cuidado", de par em par, "bem aberta (porta ou janela)3'.
2. Binómios de elementos diferentes
a) Não-idiomdticos
assets and liabilitiesllucros e perdas, dead or alive/vivo ou morto,
facts and'figures/'fatos e números; action and reaction!ação e reação.
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b) Idiomáticos
- irreversíveis
back andforthràz um lado para o outro", by and large/ÍCcm geral", hem andhawl^fúai com hesitação", might and main/u£ovç^\ alhos e bugalhos, de cor e salteado, de fio a pavio, mundos e fundos.
— reversíveis (com perda da convencionalidade)
aches andpainsl"(cheio) de dores", bedand breakjàstrpemoite com
café da manha", Adam and Eve/Adão e Eva, cloak and daggerl'capa e
espada, skin and bones/pele e osso.
Dentro dessa categoria podemos ainda mencionar um pequeno
grupo de trinômios:
bacon, eggs andcoffee
Politicai discussion was as much a part of the daily fare as bacon, eggs and coffee at breakfast
A discussão política fazia parte da alimentação diária tanto quanto bacon, ovos e café no café da
manhã.
men, women and children
Ato matter what your skills, interests, orresources, there are waysyou can make a difference for
some ofthe men, women, and children who are homeless.
Independentemente das suas habilidades, interesses ou recursos, há formas de você fazer uma
diferença para homens, mulheres e crianças desabrigados.
red, white and blue [as cores da bandeira americana]
Putred, white, and blue color intoyour foods for the 4th ofJuly. America's Independence...
Coloque as cores vermelho, branco e azul nos seus pratos para o 4 de julho, dia da independência da
América...
hook, Une andsinker "anzol, linha e chumbada")
H t o m e to Hook Une and Sinker Restaurant, a seafood restaurant slightly offthe beaten path...
Bem-vindo ao Restaurante Hook Une and Sinker, um restaurante de peixe e frutos do mar, num
lugar um pouco mais retirado...
ffsomebody accepts or believes something hook, Une, and sinker, they accept it completely.
Se alguém aceita ou acrediía em alguma coisa hook, Jíne, and sinker, aceita-a completamente.
The trouble is the little boy swalíowed the whoie thing, hook, Une and sinker.
0 problema é que o garotinho acreditou piamente na coisa toda.
lock, stock and barrei ("gatilho, coronha e cano")
As a global supplier of gun supplies and ammo, Lock Stock & Barrei has a long history
xofworhing with high-quaiity suppliers to deliver high-quality products.
Como fornecedor global de armas e munições, Lock Stock & Barrei tem longa tradição em trabalhar
com fornecedores de alta qualidade para garantir produtos de alta qualidade.
As Eddy's dad, he can cancel the debt by handing over his bar-, lock, stock and barrei to his olá adversary, Harry, but chooses not to.
Como pai de Eddy, ele pode cancelar a dívida transferindo o bar, "de porteira fechada", ao seu velho adversário, Harry, mas opta por não fazê-lo.
cama, mesa e banho
Artigos de cama, mesa e banho desenvolvidos especialmente para hotéis, motéis, restaurantes, hospitais e similares.
casa, comida e roupa lavada
Casal mostra que o amor vai muito além de casa, comida e roupa lavada.
O livro de Seidl & McMordie (1982) relaciona, no capítulo 4, alguns binómios formados de adjetivos e outros formados de substantivos. De resto, apenas alguns livros de exercícios específicos para idioms, "Estruturas convencionais e/ou idiomáticas", abordam o assunto: Seidl (1982) na parte 5 e Feare (1980) na parte III, seções 12, 14 e 16.
56
Estruturas agramaticais consagradas
Ainda dentro do nível sintático, há um outro aspecto passível de convencionalização, a gramaticalidade.
Quando a gramaticalidade é convencionada, formas consideradas agramaticais são perfeitamente aceitas na língua. Em outras palavras, nem tudo que dizemos é perfeitamente gramatical, embora seja de uso consagrado. O exemplo clássico na língua inglesa é by and large, uma locução formada por uma preposição e um adjetivo ligados por uma conjunção coordenativa. Ora, sabe-se que conjunções coordenativas devem ligar elementos da mesma categoria gramatical. Outro exemplo seria It tuas not me, em que deveria ocorrer o pronome sujeito/depois do verbo to be. Para o português podemos citar de vez em quando e tanto faz, duas estruturas consagradas pelo uso, mas que não podem ser analisadas gramaticalmente, a não ser como um todo. Vejamos os tipos de estruturas que se qualificam como convencionais, porém, agramaticais.
Estruturas sinfaticamente imprevisíveis
Estas estruturas são absolutamente imprevisíveis, quer por não haver regras na gramática que expliquem sua formação, quer por violarem certas regras. Entretanto, são estruturas tacitamente aceitas na língua. Eis alguns exemplos:
1. by and large: não há na língua inglesa uma regra que preveja a coordenação de constituintes de categorias gramaticais não idênticas (preposição + adjetivo);
2. How come?: a forma interrogativa gramaticalmente correta seria Hoio does it come? No entanto, a forma corrente é How come?, o que indicaria a existência de uma regra que permite suprimir o sintagma nominal (it) e o verbo auxiliar (does). Não existe, porém, tal regra;
3. letalone: O verbo let pede um complemento animado seguido de uma oração, como em Let us go home, por exemplo: Let us
• 'r+aniniadoí-' S° home [O]. No entanto, em How can tnothing do
anything at ali, let alone create an entire universe? não ocorre nenhum dos dois, além de também não existir sujeito;
4. Long time no see: não é gramatical pois no, que é um pronome adjetivo, está modificando see, um verbo. Na gramática inglesa, pronomes adjetivos modificam substantivos, não verbos;
5. How doyou like them applesh essa expressão tem origem no día-leto negro dos Estados Unidos e é agramatical pelos parâmetros da língua-padrão por ocorrer o pronome objetivo them em vez do adjetivo demonstrativo those. Entretanto, a expressão é usada como frase feita até por falantes cultos.
Em português teríamos exemplos como Não tem de quê. Quem
fala? Tremia que nem vara verde. No que ele chegou...
Estruturas sintaticamente petrificadas
São estruturas que, nalgum momento de sua evolução, petrifica-
ram-se numa forrna que não corresponde à forma usual atual.
1. attorney-general, president elect, heir apparent: são combinações de substantivo e adjetivo que se consagraram na ordem inversa à usual em inglês, em que o adjetivo costuma preceder o substantivo, por exemplo, redapple/maçã vermelha oupretiy girllmenina bonita. Note-se que, em português, essa ordem não é tão rígida, pois dizemos maça
vermelha, embora também possamos dizer vermelha maçã, talvez num contexto mais literário ou poético. Assim, se a combinação obedecesse às regras da gramática normativa, teríamos general attorney, elect(ed)
president, apparent heir, da mesma forma que temos beautiful dressl
vestido bonito, intelligent student/ahino inteligente, difficult topic/tópi-
co difícil; 2. the sooner the better, the more the merrier. as regras gramaticais
do inglês prevêem que um artigo pode preceder um substantivo,
58
modificado ou não por um adjetivo the coitntry, theforeign country)
ou um adjetivo na forma superlativa the biggest, the best). Não prevê, no entanto, sua ocorrência com um adjetivo na forma comparativa.
Bloqueio sintático imprevisível
Este grupo engloba estruturas gramaticais, mas que são sujeitas a certas restrições sintáticas. Vejamos alguns exemplos:
1. certos elementos ou expressões da língua inglesa ocorrem apenas em orações negativas,
interrogativas e condicionais:
a) ever ("at any time")
\'ve never (= not + ever) been to New York.
Nunca fui para Nova Iorque.
Have you ever been to New York?
Você já esteve em Nova Iorque?
Ifyou evergo to New York, send me a postcard.
Se você algum dia for a Nova Iorque, mande-me um postal.
Mas não / was everin New York.
b)atall
I don't remember at ali havíng said that.
Não me lembro absolutamente de ter dito isso.
Do you remember at ali how many men were there?
Você tem alguma lembrança de quantos homens estavam lá?
Walk with a friend ifat ali possible.
Ande com um amigo, se houver possibilidade.
Mas não / remember you atall.
54
2. Alguns verbos co-ocorrem obrigatoriamente com can:
a) afford
Can you afford staying at the Hilton?
Você pode se dar ao luxo de ficar no Hilton?
What vehicle can I afford?
Que tipo de veículo tenho condições de comprar?
Financial Mistakes You Can't Afford To Make.
Erros financeiros que você não pode se dar ao luxo de cometer.
Determine beforehand how much you can afford so you wili know what kind of a car to
search for.
Determine de antemão quanto você pode gastar de modo que você saiba que tipo de carro
procurar.
Mas não Sure l afford it.
b) bear ( = to tolerate)
/ can 't bear his absence.
Não suporto a ausência dele.
It's more than I can bear.
É mais do que consigo aguentar.
How can you bear the pain?
Como é que você suporta a dor?
Was não Yes,l bear it
Assim, essas estruturas envolvem peculiaridades sintáticas que seriam desconhecidas para o aprendiz de inglês, a não ser que as tivesse aprendido individualmente.
GO
As expressões convencionais
Além das unidades linguísticas até agora examinadas, existem construções um pouco mais longas, denominadas unidades estendidas de significado (extended units ofmeamng^To^mm-Boiíelli2001),masque ainda não fazem parte das "famosas" expressões idiomáticas propriamente ditas, simplesmente por seu significado ser transparente. A essas chamaremos de expressões convencionais. Eis alguns exemplos:
an account of long standing uma conta antiga
be open to argument estar aberto para discussão
beoffduty estar de folga
foryour own good para seu próprio bem
good deed for the day a boa ação do dia/de hoje
fit for human consumption próprio para consumo (humano)
O leitor com certeza não teve dificuldade de entender essas expressões — mesmo sem ler os equivalentes em português — , mas acredito que, se tivesse de produzi-las, talvez não soubesse que é exatamente assim "que se diz". Em outras palavras, talvez chegasse a estruturas similares, mas não à estrutura consagrada. Por exemplo, poderia querer usar o adjetivo adequate em vez àtfit em fit for human consumption,
ou então action em vez de deed em good deed for the day.
Por esse motivo, essas expressões também devem ser aprendidas uma a uma, embora sejam de mais fácil assimilação devido a seu significado literal.
Os dicionários9 e livros-texto que arrolam expressões idiomáticas muitas vezes não fazem diferença entre expressões convencionais e expressões idiomáticas, por não entenderem idiomático no sentido de "significado não-transparente".
O dicionário de Cowie, Mackin 8c McCaig, vol. 2 (1983) traz, além das expressões idiomáticas propriamente dirás, também expressões convencionais.
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Âs expressões idiomáticas
Entramos agora no nível semântico da convendonalidade, ou seja, no nível do significado. A maioria dos linguistas, ao definir um idiom — que chamaremos, por enquanto, de estrutura idiomática —, recorre ao seu significado não-composicional, ou seja, ao fato de o significado da expressão toda não ser previsível a partir do significado de suas partes. Isso, na realidade, quer dizer que o significado foi convencionado. Mesmo que a expressão tenha sido originalmente uma expressão metafórica, essa imagem perdeu-se no presente, de modo que ela passou a ser decodificada como um todo. O exemplo clássico da língua inglesa para ilustrar esse aspecto é kick the bucket, que não significa "chutar o balde" mas "morrer". Exemplo similar existe no português: bater as botas, cujo significado composicional jamais levaria a seu significado real, "morrer". Já chutar o pau da barraca tem um sentido recuperável a partir da imagem metafórica que transmite: ao chutar o pau da barraca, ela desmonta. Assim, a expressão significa "por tudo a perder".
Cumpre ressaltar, no entanto, que a idiomaticidade de uma expressão pode ser apenas parcial, como em white lie/mentira branca, em que apenas o adjetivo é idiomático. Assim, podemos dizer que a idiomaticidade é um aspecto que pode existir em maior ou menor escala numa expressão, ou seja, uma expressão não é necessariamente idiomática ou não-idiomática, podendo apresentar maior ou menor grau de idiomaticidade.
Vejamos agora, dentro do nível semântico, quais os aspectos que podem ser convencionados.
A fornia linguística
Dizemos que a forma linguística foi convencionada quando uma expressão passou a ter um significado distinto do significado de seus constituintes. Eis alguns exemplos do inglês:
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pay the piper arcar com as consequências
We are no longergoing to get away with extracting from this earth ali the oil, lumber etc. for
livingpursuits ofself-grandeurand "me first... the hell with everyone e/se" approaches to
IMng. For us, it is time to pay the "piper".
Não vamos mais nos safar e extrair dessa terra todo o petróleo, madeira etc. para vivermos
em grandeza e pensarmos em "primeiro eu... o resto que se dane". Para nós, é hora de
arcarmos com as consequências.
hotandheavy intenso, forte
Okay, the conventions are over, and the campaigning starts to get hotandheavy,
OK, as convenções acabaram e as campanhas eleitorais começam a se intensificar.
getby sobreviver, se virar
Women, struggling to get by, need money to repair their cars.
Mulheres, tentando sobreviver, precisam de dinheiro para consertar seus carros.
in the soup em maus lençóis
Arsenal in the soup after loss.
0 time do Arsenal está em maus lençóis depois da derrota.
by and large em geral, usualmente
Bui by and large, a capitalist society does not honor its intellectuals.
Mas, em geral, a sociedade capitalista não honra os seus intelectuais.
No português temos, por exemplo:
pagar o pato sofrer as consequências
curto e grosso rude, grosseiro
no papo fácil de ser superado'
bater papo conversar
pé-de-meia economias
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O leitor há de observar que os exemplos arrolados têm estruturas sintáticas diversas. Embora nem todos tenham formas sintáticas convencionais, todos são semanticamente convencionados, já que seus significados não resultam da somatória dos significados de suas partes. Em outras palavras, são todos idiomáticos.
Foram citados exemplos com estruturas sintáticas distintas para salientar que urna expressão pode ser uma convenção em um nível sem, necessariamente, sê-lo em outro. Pay thepiper não ê uma convenção sintática pois é construída dentro das regras gramaticais da língua inglesa: verbo + objeto. E, no entanto, uma convenção semântica. O mesmo ocorre com pagar o pato. Já outras estruturas como deafand dumb e surdo e mudo são convenções sintáticas quanto à combinabilidade e ordem de seus elementos, embora não sejam convenções semânticas.
Resta-nòs encontrar uma denominação para essas formas. Por falta de um termo melhor, aproveitaremos um já existente, fazendo, no entanto, uma restrição quanto a sua abrangência. O termo é expressão idiomática e, para nossos objetivos, englobará apenas expressões semanticamente convencionadas, isto é, expressões cujo significado não pode ser depreendido a partir do significado de suas partes.
A imagem
A mesma imagem pode ter significados diferentes em culturas diferentes. Segundo LakofF & Johnson (1979/2002), na cultura ocidental, por exemplo, "para cima", como imagem, isto é, como uma metáfora e não como unidade lexical, foi consagrada com o significado de "bom", enquanto "para baixo" significa "ruim". Quantas vezes o leitor não terá feito um gesto com a mão, apontando o polegar para cima, para transmitir a ideia de "ótimo, excelente", ou então, apontando o polegar para baixo, para comunicar que algo está "ruim, pés-simo". Essa mesma imagem pode transparecer em unidades lexicais:
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up andaround recuperado de uma doença
These routine things are simple, but force you to be up and around. ffyou stay in bed, no
good will come.
Essas coisas rotineiras são simples, mas forçam você a se levantar e se mexer. Se você
ficar na cama, não vai dar em nada.
ups and downs altos e baixos
How to survive the ups and downs of2005.
Como sobreviver aos aítos e baixos de 2005.
down on one's luck sofrer de falta de sorte
Now things are looking up, !'m no longer so down on my luck.
Agora as coisas estão melhorando; não estou mais com tanto azar.
raise one's spirits levantar o ânimo de alguém
In the most decisive moment, when Lefteris is ready to drop out, his teacher
finds a way to encourage him and raise his spirits.
No momento mais decisivo, quando Lefteris está prestes a largar a escola, o professor
encontra uma forma de encorajá-lo e levantar seu ânimo.
Em português temos expressões semelhantes:
altos e baixos
levantar o ânimo
levantar-se dos mortos
no auge da fama
no fundo do poço
cair de cama
estar na fossa
Pode ocorrer, no entanto, que uma imagem tenha significados distintos mesmo em duas culturas ocidentais. E o caso do gesto feito com o encontro do polegar corn o indicador. Para os falantes de língua inglesa significa "OK, está tudo bem", enquanto em português é
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um gesto obsceno. É fácil imaginar os mal-entendidos que o desconhecimento dessa diferença pode causar.
Um conceito metafórico bastante conhecido é Time is moneylTempo é dinheiro, de modo que empregamos, em relação a tempo, os mesmos conceitos e, consequentemente, o mesmo léxico que usamos com referência a dinheiro:
You're wastingyour time.
I've investedalotoftime in her.
* This gadget wilí sa ve you hours.
I've spentalotoftime on this.
Você está perdendo tempo.
Investi muito tempo nela.
isto vai lhe economizar muito tempo.
Gastei muito tempo nisso.
Podemos, assim, concluir que uma imagem convencionada tanto cobre metáforas consagradas do tipo Tempo édinheiro, quanto noções consagradas como up/pora cima = "bom", down/para baixo = "ruim".
Símiles
Os símiles, estruturas do tipo dumb as a doornail, em inglês, e ágil como um cabrito, em português, também representam imagens consagradas por cada língua. Em muitos casos, há correspondência entre as línguas:
beautifui as an angel
clever/smart/cunning as a fox
white as snow
as black as night
as slow as a dead snail
as drunk as a skunk
as obstinate as a mule
bonito como um anjo/querubim/deus
esperto como uma raposa
branco como a neve
negro como a noite
devagar como uma lesma
bêbado como um gambá
teimoso como uma mula
Em outros casos, as duas línguas empregam referentes distintos para um mesmo conceito:
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strong as a lion
sour as a green appte
fatas an elephant/a cow
eat like a horse
hungry as a horse
wofk like a horse
wet as a fish
as dumb as a sack ofhammers
as white as a sheet
as slow as molasses in January
easy as pie
forte como um touro
azedo como limão
gordo como um porco/uma baleia
comer como um ieão/lobo
faminto como um cão
trabalhar como um burro
molhado como um passarinho
burro como uma porta
branco como cera
devagar como uma tartaruga
fácil como tirar doce de uma criança
Expressões metafóricas e idiomáticas
Como vimos, a idiomatícidade é uma questão de grau. Assim, podemos talvez analisar as expressões idiomáticas numa escala de idiomatícidade, colocando, na parte mais baixa dessa escala, as expressões menos idiomáticas e, na parte mais alta, as totalmente idiomáticas. Por menos idiomáticas entendemos, quer as expressões em que apenas um ou alguns de seus elementos são idiomáticos, quer as expressões metafóricas cuja imagem seja de fácil decodificação. Por totalmente idiomáticas entendemos as expressões em que nenhum de seus constituintes contribui para o significado total da expressão.
Tentaremos exemplificar essa escala com as seguintes expressões em inglês:
Graus de idiomatícidade to hold one's head up
to speak one's mind
to bark up the wrong tree
to have the bali at one 's feet
to keep one 's head above water
to pour oil on troubled waters
to beat about the bush
andar de cabeça erguida
dizer o que pensa
estar no caminho errado
ter/estar com a faca e o queijo na mão
sobreviver financeiramente
pôr água na fervura
falar com rodeios
to burn the candle atboth ends trabalhar demasiado
to chew the fat bater papo
to put oneself out se virar do avesso para fazer algo
O leitor poderá notar que a primeira expressão, to holdonês head
up é de fácil entendimento, havendo no português uma bastante semelhante, também baseada na' imagem de "up is good". Como a mesma imagem é consagrada em ambas as línguas, a expressão prati
c a m e n t e não apresenta problemas de decodificação.
*Em to speak ones mina, apenas mind tem sentido figurado. O equivalente em português não é idiomático.
As três expressões seguintes - to have the bali at, onêsfeet, to keep
onesheadabove water e topour oilon troubledwaters- são expressões metafóricas que o leitor poderá compreender desde que conheça a imagem aludida. Assim, se estiver familiarizado com o futebol, saberá que "ter a bola a seus pés" é o mesmo que ter o controle da situação. Da mesma forma, saberá que conseguir "manter a cabeça fora da água" tem conotação positiva, pois o contrário significaria "sucumbir". Se o leitor souber que, colocando-se óleo sobre águas turbulentas essas se amansam, compreenderá que a expressão topour oilon troubled waters
significa "acalmar os ânimos" e que, em português, há uma expressão calcada em imagem semelhante: pôr agua na fervura.
A expressão to bark up the wrongtree é baseada na imagem do cão ao pé duma árvore, ladrando para algo em cima daquela árvore, A
" imagem também é conhecida do leitor brasileiro. Além disso, o adje-tivo wrong dá a indicação de que o cão está perseguindo o alvo errado. Por dedução chega-se ao significado da expressão: "estar no caminho errado, estar se dirigindo à pessoa errada".
O grupo seguinte já é de mais difícil entendimento, pois a alusão não fica muito clara. Pode estar baseada numa imagem cristalizada, isto é, a expressão pode ter sido originalmente metafórica, mas é hoje entendida como um todo; o leitor/ouvinte não é capaz de entendê-la apenas reportando-se à imagem, pois não sabe a que imagem se refere. Não se sabe exatamente por que to beat about the bush significa
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"falar com rodeios" ou to burn the candle at both ends quer dizer "trabalhar demasiado". Depois de aprender seu significado, o leitor até poderá encontrar alguma relação entre a imagem e o sentido da expressão, mas jamais teria chegado a ela sozinho.
O último grupo inclui as expressões totalmente idiomáticas. Diferem do grupo anterior pois, mesmo depois de aprender seu sentido, o leitor não encontrará relação alguma entre ele e a imagem aludida. Por que to chew the fat significa "bater papo"? E dentre os inúmeros significados possíveis para to put oneselfout, por que foi convencionado exatamente o de "virar-se do avesso, dar o máximo de si"?
Vemos então que, quando a expressão deixa transparecer a relação entre seu significado e a imagem aludida, temos as expressões metafóricas. Quando, entretanto, não se pode mais recuperar essa relação, teremos as expressões idiomáticas propriamente ditas, de sentido totalmente arbitrário.
Há diversos dicionários de expressões idiomáticas em inglês, aos quais o leitor poderá recorrer, mas para o português a oferta é bem mais modesta. Há, entre poucos outros, a obra em três volumes de Cid Franco (s/d) e um dicionário bastante conciso, porém atualiza-do, de Márcio Pugliesi (1981). Se o leitor se interessar por uma abordagem menos convencional do assunto, não deverá deixar de folhear a obra de Fernando Sabino (1984). Para encontrar equivalentes nas duas línguas, há já diversas obras bilíngues, dentre elas: Serpa (1982), Morgan (s/d), Camargo & Steinberg (1989, 1990), Brezolin, Allegro & Campos (2002), Costa (2002), Schambil & Schambil (2002) e Steinberg (2004).
Os marcadores conversacionais
Passamos agora ao nível pragmático da convendonalidade, ou seja, ao nível de uso da língua em interações sociais.
Conforme já mencionamos, há situações que exigem determinado comportamento e, muitas vezes, esse- deve ser verbal, ou seja, é necessário que se diga alguma coisa. Nesses casos diríamos que as expressões são obrigatórias, pois, se não forem empregadas, caracterizarão uma quebra do comportamento social convencional. Trocando em miúdos, o falante estaria incorrendo num ato de "falta de educação". Quando cruzamos com um colega de serviço no corredor, devemos, de alguma forma, cumprimentá-lo, seja de maneira relativamente formal, dizendo Como vm
de modo mais familiar, com um simples Oi ou Tudo bem?, ou mesm apenas com um sorriso. Se não tomarmos conhecimento da presença d colega, este certamente reprovará nosso comportamento.
No entanto, há ocasiões em que se proferem expressões que, apes; de estarem intimamente relacionadas à situação, seriam perfeitameni dispensáveis. E o caso dos comentários cristalizados, dentre os quais ti mos as assim chamadas frases feitas: Se ouvirmos alguém dizer Falam
do diabo..., saberemos imediatamente que essa pessoa dizia algo sobi alguém ausente e que esse alguém acaba de aparecer.
Há também um grupo de expressões que sinalizam certas estratégií empregadas na conversação, isto é, são expressões que indicam ao ouvini a intenção do falante quanto a sua participação na conversação. Eric Kellí (1979) chamou-as degambits, tomando o termo emprestado do jogo d xadrez, em que representa a abertura da partida, mas, em português, cor sagrou-se o termo marcadores conversacionais (Marcuschi 2001). Nest capítulo apresentamos algumas das funções que Keller descreve.
70
Marcadores conversacionais de estruturação semântica
Nessa função os marcadores sinalizam que o falante deseja que o enunciado que se segue seja interpretado de uma certa maneira, por exemplo, como uma opinião, uma restrição, uma digressão, uma sugestão etc. Eis alguns exemplos nas duas línguas:
Opinião
Myguess is...
Ihonestly feeí...
Tomymind...
The way I look at it...
I have reason to believe...
Restrição
Yes, but consider...
Yes,butdon'tforget...
Thafs fine but...
Buttheprobiemís...
Digressão
This reminds me...
SpeakingoL.
Before i forget...
Sugestão
Why don'tyou do it this way.
ltsre'swhatyoucando...
Acho que talvez...
Sinceramente, acho...
A meu ver...
Do meu ponto de vista...
Tenho razões para acreditar..
Sim, mas veja...
Sim, mas não esqueça.
Tudo bem, mas...
Mas o problema é...
isso me lembra...
Por falar em...
Antes que eu esqueça...
Por que você não faz o seguinte.
0 que você pode fazer é...
Marcadores conversacionais de sinalização do contexto social
Os marcadores desse tipo sinalizam a intenção do falante quanto à tomada de turno e seu status social numa conversação. Por status
social devemos entender a liderança exercida. Assim, quando um professor diz Está correio ou Não ê bem isso, deixa implícito que é ele quem controla a situação. O mesmo ocorre quando alguém diz Va
mos fazer o seguinte ou Mantenha-me informado.
Vejamos agora alguns marcadores que sinalizam a vontade do falante quanto a tomar ou não o turno numa conversa:
Desejo de tomar o turno
May I interrupt you for a moment?
Can you spare a minute?
Pd like to say something.
I have something to say on that too.
Posso interromper um instante?
Pode me dar um minuto?
Gostaria de dizer algo.
Também tenho algo a dizer sobre isso.
Desejo de manter o turno
Waitasecond.
Weil, iefs see now...
What I'wouldsayis...
Espere aí.
Bem, vamos ver.,
0 que eu diria é..
Desejo de deixar o turno
Thafs ali I have to say.
Thafs about it
Isso é tudo o que tenho a dizer.
É mais ou menos isso.
Passagem do turno
What do you think ofthat?
Ând whataboutyou?
What have you got to say on that?
Então, o que você acha disso?
Qual a sua opinião?
0 que você tem a dizer sobre isso?
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Marcadores conversacionais de sinalização da disposição de entendimento
Os marcadores que exercem essa função indicam a prontidão do falante para receber, fornecer ou partilhar informações, opiniões ou emoções.
Disposição para receber
Pd like to hear ali about it.
Pd like to know some more about it
Gostaria de saber tudo a respeito.
Gostaria de saber mais sobre isso.
Disposição para não receber
Pm not really interested in that.
I have no use for that
Pm not concemed with that.
Why don't you just leave me aione?
Não tenho o mínimo interesse nisso.
Isso não me adianta nada.
Não tenho nada a ver com isso.
Vê se me deixa em paz.
Disposição para fornecer
Pve got something to tellyou.
Weli here 's what I think about that.
Tenho algo a lhe dizer.
Bem, isto é o que penso a respeito.
Disposição para não fornecer
/ don't want to get ínto that.
Thafs really none ofyour business.
Não quero falar sobre isso.
Isso não é da sua conta.
Disposição para partilhar
/ knew that
No doubt about that
Yousaidit
Thafs what I was going to say.
I know what you mean.
Eu sabia.
Não resta dúvida.
Sem dúvida/Falou e disse/ É isso aí.
Era o que eu ia dizer. .
Entendo o que você quer dizer.
Disposição para não partilhar
I didn't know that.
Thafs news to me.
ldon't think soatail.
Não sabia disso.
Isso é novidade para mim.
Não concordo de jeito aigum.
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Marcadores conversacionais de sinalização de controle da comunicação
Por meio desses sinais, o falante assegura que o ouvinte está dis
posto a receber a mensagem.
0 falante se assegura da disposição do ouvinte
Are you following me?
Can you hear me?
Is that clear?
Right?
0 falante incentiva o ouvinte
Okay.
Sure.
Andso?
Não entendimento do falante
Sorry?/Pardon?
Wouldyou mindrepeating?
Sorry, l didn't get that iast part.
Esclarecimento de mal-entendido
Thafs not what 1 said.
What 1 really said is...
What l've been tellingyou ali along is...
Está me acompanhando?
Está me ouvindo?
Está claro?
Certo?
Claro.
Óbvio.
Eaí?
Como?
Poderia repetir, por favor?
Desculpe, não entendi a última parte
Não foi isso que eu disse.
0 que eu disse mesmo foi...
0 que estou dizendo o tempo todo é..
Como Keller baseou seu estudo num levantamento de 500 marcadores em inglês, a lista que ora apresentamos certamente poderia se estender. Entretanto, como dissemos de início, não é objetivo deste livro esgotar os assuntos abordados, senão introduzir o leitor no mundo da convendonalidade na língua.
74
1 %
As fórmulas situacionais
No presente capítulo trataremos das expressões fixas usadas em determinadas ocasiões, quer sejam obrigatórias ou opcionais. Essas expressões abrangem desde formulas de polidez e de distanciamento, até provérbios, passando por frases feitas, citações e fórmulas de rotina. Chamaremos a essas expressões, genericamente, de fórmulas situa
cionais.
Podemos dizer que há três tipos básicos de fórmulas situacionais. O primeiro tipo consiste em fórmulas situacionais sintáticas, ou
seja, fórmulas em que uma parte da estrutura é fixa e outra - a de conteúdo —, variável. Seriam as expressões do tipo Wouldyou mind...?/
Você se importaria de... ?
O segundo tipo engloba diversos géneros de fórmulas fixas proferidas a título de comentário dentro de determinada situação. Se ouvirmos uma dessas frases isoladamente, isto é, fora de contexto, somos capazes de recriar a situação em que se insere. Assim, se ouvirmos Actyour age! teremos a certeza de que uma pessoa está recriminando outra por estar se comportando de modo infantil, não condizente com sua idade. Além dessas, há situações que exigem um comportamento altamente ritualízado por parte dos participantes. Suponhamos que Alberto vá apresentar Márcia a Tenório. No decorrer desse ritual, ocorrem expressões praticamente fixas:
Alberto-. Márcia, este é (meu amigo) Tenório.
Márcia-. Muito prazer.
Tenório-. 0 prazer é (todo) meu.
As expressões admitem pequenas variações, de acordo com o ní
vel de formalidade da situação ou de intimidade entre os participan
tes. De qualquer forma, a situação é ritualizada e exige o enunciado
de fórmulas fixas adequadas. Se entendermos ritual como rotina, no sentido de "sequência de
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atos ou procedimentos consagrados pelo uso", podemos denominar essas expressões de fórmulas de rotina, segundo a terminologia de Coulmas (1979). Assim, cada situação ritualizada terá seu conjunto próprio de fórmulas.
 importância das fórmulas situacionais
Antes de passarmos a analisar cada um desses tipos individualmente, é^conveniente ressaltar a importância dessas fórmulas no convívio social.
Se observarmos nossa fala nas conversas que mantemos diariamente, notaremos que grande parte dela segue caminhos já trilhados. Observaremos também que, em muitas situações, nossas conversas carecem de conteúdo, desenvolvendo-se de acordo com padrões pré-moldados de pensamento e de expressão verbal. Isso, na realidade, faz nossa comunicação fluir com mais facilidade e eficiência (Pawley & Syder, 1983), pois evita que a todo momento tenhamos de ser criativos — o que seria absolutamente impossível. Isso vale igualmente para o ouvinte, pois ele também não teria condição de estar constantemente decodificando seu interlocutor. O leitor sabe muito bem o quanto é difícil prestar atenção numa aula ou palestra em que tudo é novo e essencial. Na conversa diária, grande parte do que é dito é entendido até mesmo antes de ser completado. As vezes até já respondemos antes do estímulo. Isso ocorre com frequência em casamentos, quando a noiva já agradece antes mesmo de verbalizarmos nossos votos.
E bastante útil termos à mão um estoque de expressões pré-fabri-cadas às quais podemos recorrer continuamente. Esse tipo de expressão, no entanto, costuma ser chamado, pejorativamente, de "cliché", sendo-nos sempre recomendado evitá-lo. Mas é preciso nos conscien-tizarmos de seu papel na comunicação social para evitar essa atitude preconceituosa em relação a todo tipo de expressão fixa e consagrada pelo uso.
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Sabemos muito bem quanto embaraço nos causa uma situação em
que "não sabemos o que dizer". Pois bem, são as fórmulas situacio
nais que vêm em nosso socorro nesses momentos. Daí sua importân
cia no aprendizado de qualquer língua - até da materna. O leitor, sem
dúvida, há de se lembrar de inúmeras ocasiões em que sua mãe lhe
disse:
— Como é que se diz, filhinho?
e ele, obedientemente, dava a resposta esperada:
— Obrigado, titia.
Eram suas primeiras aulas de fórmulas situacionais.
Passemos agora a examinar cada um dos tipos em separado. Vejamos primeiramente as fórmulas situacionais sintáticas.
Fórmulas situacionais sintáticas
Essas podem expressar polidez ou distanciamento.
Fórmulas de polidez
São estruturas que indicam polidez e nas quais, geralmente, a par
te inicial é fixa e o restante é completado de acordo com a situação:
May/Can I V[inf]? Posso V[/nf]?
Maylsmoke? Posso fumar?
Could/Might I Vfinfí? Será que eu poderia V[inf3?
Could l íaík to you? Será que eu poderia falar com você?
Wouldyou mind Ví-ing]? Voei se incomodaria de V[inu?
Wouldyou mind not smoking? Você se incomodaria de não fumar?
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Fórmulas de distanciamento São fórmulas empregadas quando o falante não deseja ser muito
direto:
It seems to...
It seems to be raining.
It seems that...
It seems thatyou won'tpass.
Parece que...
Parece que está chovendo.
Parece que...
Parece que você não vai passar.
Por não serem diretas, podemos também incluir nesse grupo propostas ou sugestões feitas sob a forma de perguntas:
HowaboutJ
How about a drínk?
Shail we Vlinf]...?
Shall we go home now?
Wouldyou care/like to VBnfí...?
Wouldyou care to go to the theater?
WhydontJ
Why don 't we go out for dinner?
Que tal...?
Que tal um aperitivo?
Vamos VDnfJ...?
Vamos para casa agora?
Você gostaria de V[inf]...?
Você gostaria de ír ao teatro?
Por que não...?
Por que não saímos para jantar?
Outro tipo ainda a ser incluído aqui são as expressões que visam amenizar o impacto de uma afirmação muito categórica. Esse objetivo é alcançado negando-se o contrário do que se quer dizer. Assim, em vez de dizer rudemente Detesto isso, podemos dizer Não gosto disso, ou então:
l'm not toa crazy about...
i'm not too crazy about lobster.
Não sou fouco por...
Não sou louco por lagosta.
Por outro lado, para não parecermos demasiado entusiastas, podemos
suavizar nossa aprovação com expressões do tipo:
It wasn't too bad.
Ho complaints from thís quarter.
Não foi tão ruim assim.
Nenhuma reclamação da minha parte.
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Fórmulas fixas
Essa classe engloba expressões fixas ditas a título de comentário em
determinadas situações. Podem ser frases feitas, citações ou provér
bios.
Frases feitas Essas frases feitas diferem das fórmulas situacionais propriamente ditas por não serem de expressão obrigatória, ou seja, o fato de serem omitidas.não caracteriza uma ruptura dos padrões comportamentais convencionais. Em outras palavras, deixar de dizê-las não é sinal de falta de educação. No entanto, empregá-las no momento adequado revela alto domínio da língua. Eis alguns exemplos:
Actyourage!
Betterlucknexttime.
Cat got your tongue?
Don'tjump to conclusions.
Haste fun.
Have you lostyour mind?
It's not what you think.
Speak of the devil...
Tellit to the Marines.
You're telling me?
Não seja infantil!
Mais sorte na próxima.
0 gato comeu sua língua?
Não tire conclusões apressadas.
Bom dívertimento./Divirta-se.
Você perdeu o juízo?
Não é o que você está pensando.
Falando do diabo...
Vá contar pra outro.
É pra mim que você vem contar?
Citações E comum o uso de citações durante uma conversa. Entretanto, se o seu conhecimento não for compartilhado, perde-se o efeito. E preciso que ambos os interlocutores reconheçam a expressão como uma citação. Uma das mais conhecidas é, sem. dúvida,
To be or not to be, thafs the question!
(Shakespeare)
Ser ou não ser, eis a questão!
Outras de uso consagrado são:
Veni, vidi, viti. Vim, vi, venci.
(Júlio César)
Alea jacta est A sorte está lançada.
(Júlio César ao atravessar o Rubicão)
Ali is not lost. Nem tudo está perdido.
(John Milton, no poema "Paraíso perdido")
v Let my people go. Deixe meu povo partir.
^ÍExodus 7:16)
Podemos também mencionar a famosa frase de D . Pedro I, que, obviamente, não tem correspondente em inglês:
Como é para o bem de todos e a felicidade geral da nação, estou pronto.
Diga ao povo que fico.
Provérbios Os provérbios S2L0 as formulas mais fixas, admitindo pouca ou
quase nenhuma modificação, seja sintática ou lexical. Caracterizam-se por geralmente transmitir um ensinamento moral.
O leitor pode recorrer à obra de Steinberg (2002) para consultar a tradução ou explicação de provérbios ingleses. Eís aqui alguns, apresentados naquela obra, que são iguais nas duas línguas:
After a storm comes a calm. Depois da tempestade vem a bonança.
All's fish that comes to the net Tudo que cai na rede é peixe.
Al! thatglitters is notgold. Nem tudo que reluz é ouro,
Every man has his príce. Todo homem tem seu prego.
Líke father, like son. Tal pai, tal filho.
Alguns expressam o mesmo sentido nas duas línguas, porém suas formas são apenas semelhantes:
Ali cats are grey in the dark. A noite, todos os gatos são pardos.
Do not kick against the pricks. Não dê murro em ponta de faca.
Dog does not eat dog. Lobo não come lobo.
God helps those who help themselves. Ajuda-te e os céus te ajudarão.
So many countries, so many customs. Cada terra com seu uso, cada roca com seu fuso.
Muitos deles apresentam o mesrno significado sob formas diferen
tes nas duas línguas:
The apples on the other side of the wall are the sweetest10
A galinha do vizinho é mais gorda.
Ali work and no play makes Jack a dufl boy.
Nem só de pão vive o homem.
A burntchild dreads the fire.
Gato escaldado tem medo de água fria.
Doing nothing is doing ill.
A ociosidade é a mãe de todos os vícios.
If wishes were horses beggars would nde.
Se vontade fosse jeito, pobreza tinha fim.
Outros provérbios ingleses não têm correspondentes em português:
Many would be cowards if they had courage enough.
"Muitos seriam covardes se tivessem coragem."
The noblest vengeance is to forgive.
"A vingança mais nobre é perdoar."
Na Web foram encontradas 688 ocorrências para essa forma, enquanto para Thegmss is ahvays greener on lhe otherside ofthefence, sua versão americana, foram registradas 5.000 ocorrências.
Nothing turns sourer than milk.
"Nada fica mais azedo do que o leite."
A thing ofbeaufy is a joy for ever.
"Uma coisa bonita é uma alegria perene."
You cannotmake bricks without straw.
"Não se pode fazer tijolos sem palha."
E óbvio que há também provérbios em português sem correspondentes na língua inglesa:
A avareza é madrasta de si mesma.
A corda arrebenta sempre do lado mais fraco.
Água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.
A ocasião faz o ladrão.
Dois bicudos não se beijam.
Quem tem boca vai a Roma.
Quem furta pouco é ladrão, quem furta muito é barão.
Quem sai na chuva é para se molhar.
Se conselho tivesse valia, ninguém dava, vendia.
Se conselho fosse mandioca, ninguém morria de fome.
Tanto vai o cântaro à fonte, que um dia vem quebrado.
O leitor também encontrará grande variedade de exemplos na obra
de Magalhães Jr. (1974).
Fórmulas de rotina
Essas são as fórmulas situacionais propriamente ditas. São também
fórmulas fixas, mas diferem das anteriores por serem obrigatórias em
determinadas situações, tanto assim que, se não forem proferidas,
implicam a ruptura das convenções sociais, ou seja, aquele que dei
xou de dizê-las é tachado de mal-educado.
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Estão intimamente vinculadas aos diversos atos de fala, havendo já estudos nas áreas de saudações, agradecimentos, elogios, reclamações, desculpas, votos (de aniversário, de boas festas, de pronto restabelecimento etc). Vejamos alguns exemplos:
Saudações Hi!
Mello!
Good moming.
Good aftemoon.
Goodevening.
Goodnight
Good day.
Have a nice day.
Goodbye.
See you later.
Oi!
Olá!
Bom dia,
Boa tarde.
Boa noite.
Boa noite.
Até logo.
Tenha um bom dia.
Até logo.
Até mais tarde.
As formulas que sugerimos como correspondentes em português não devem ser tomadas sempre como equivalentes pragmáticos, pois nem sempre podem ser empregadas nas mesmas situações. A fórmula See you later em inglês, por exemplo, não deve jamais ser interpretada literalmente, pois não passa de mera fórmula de despedida. Pode ser que as pessoas só vão se encontrar meses mais tarde. Em português, porém, se dizemos Até mais tarde é porque sabemos que, de fato, vamos encontrar a pessoa mais tarde.
Have a nice day é uma fórmula de despedida de uso bastante coloquial, enquanto Tenha um bom dia é empregada apenas em situações mais formais.
Devemos notar também que às fórmulas Good eveningç. Goodnight
corresponde apenas uma fórmula em português: Boa noite.
H á também fórmulas que podem não ter equivalente na outra cultura, como é o caso das nossas Bom serviço ou Bom trabalho^ ditas como despedida a alguém que vai trabalhar, ou ainda Bom apetite. No
inglês emprega-se a fórmula francesa Bon appétit ou, eventualmente em restaurantes, Enjoy your meai, proferida pelo garção, depois de servir os pratos.
Eis mais algumas categorias de formulas de rotina:
Agradecimentos Thankyou.
Thank you very much.
"-- Thanks. Thafs very kindof you.
Obrigado.
Muito obrigado.
Obrigado. É muito gentil da sua parte.
No português podemos intensificar ainda mais nossos agradecimentos dizendo Muitíssimo obrigado.
Desculpas Sony.
I'm sorry.
I'm really sorry.
Excuse me.
t'm so sorry. i dídn'tmean to.
Desculpe.
Sinto muito.
Sinto muitíssimo.
Desculpe-me./Com licença.
Sinto muito, foi sem querer.
Lembramos ao leitor mais uma vez que as traduções sugeridas não devem ser tomadas como equivalentes pragmáticos. A situação é que irá determinar o emprego da fórmula adequada.
Votos Happy bírthday.
Happy anniversary.
Congratufations.
Happy Easter.
Happy New Year.
Merry Christmas.
Getwellsoon.
Allthebest
Many happy retums ofthe day.
Feliz aniversário./Muitas felicidades./Parabéns.
Parabéns. Muitas felicidades.
Parabéns.
Feliz Páscoa.
Feliz Ano Novo.
Feliz Natal.
Estimo as melhoras./Sare logo.
Tudo de bom.
Que esta data se repita por muitos anos.
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A primeira coisa que podemos observar é que no inglês há três expressões diferentes para o nosso Parabéns: Happy birthday, Happy
anniversary e Congratulations. Happy Anniversary é empregada, principalmente, em aniversários de casamento. Como não temos fórmula específica para essa data, usamos uma de caráter mais geral. Congratulations é uma fórmula empregada quando se deseja dar os parabéns a alguém por ter alcançado algo significativo: um diploma, um aumento de salário, a publicação de um livro. Novamente, temos apenas Parabéns para ser usada nessas ocasiões em português.
Situações à mesa Outro campo que merece estudo é o das situações à mesa. E nes
se, parece-nos que existem situações que, nos Estados Unidos e no Brasil, diferem quanto à exigência de uma fórmula.
Bon appétit. Bom apetite
Bottoms up! Vira, vira!
Cheers! Saúde!
Dinner is served. 0 jantar está servido./O jantar está na mesa.
Have some more. Pegue mais.
Help yourself. Sirva-se.
It's on me. É por minha conta.
Como já dissemos, há fórmulas que existem apenas numa das duas línguas porque na outra a situação não exige nenhum comportamento verbal pré-fabricado, isto é, não é costume dizer algo. E o caso da expressão Está servido?, que não tem correspondente em inglês.
Aliás, trata-se de fórmula que causa muito constrangimento a estrangeiros no Brasil, pois, a não ser que tenham aprendido seu emprego, nunca sabem se devem entendê-la ao pé da letra, e aceitar o que está sendo oferecido, ou tomá-la apenas como sinal de polidez e enrao agradecer e não aceitar. Se aceitarem, certamente causarão constrangimento à pessoa que ofereceu o alimento, uma vez que a resposta esperada é Não obrigado/a, bom apetite.
Infelizmente não podemos nos estender aqui na análise de cada uma das situações possíveis, pois isso já mereceria um volume próprio. Conforme já mencionamos, há diversos estudos em andamento sobre o assunto, mas parece-nos que, no português, a área continua praticamente inexplorada.
Esta pequena amostragem já demonstra o quanto é essencial o perfeito domínio das fórmulas situacionais para que possamos funcionar adequadamente no convívio social da cultura em que nos inseri-m o s o u pretendemos nos inserir.
86
Conclusão
Esperamos que este livro tenha servido para conscientizar o leitor dos diversos aspectos convencionais a que deve estar atento para não passar por um "falante ingénuo". Uma vez consciente deles, nada lhe será mais fácil do que percebê-los, tanto na fala, quanto na escrita, quer na língua materna, quer na língua estrangeira.
O leitor notará também que, à medida que for incorporando as unidades linguísticas convencionais que aprender, sua comunicação se dará com maior fluidez e eficiência.
Apêndice
Algumas fórmulas situacionais inglês-português
Inglês
Actyourage!
Afteryou.
Allset?
Allthebest
Aloneatlast!
And how!
Andthafsthat!
And the Oscar goes to...
Andthe winner is...
Anybody call?
Anybody nome?
Anymessage?
Aprílfool!
Are you crazy?
Are you listening?
AreyouOK/alIright?
Are you out ofyour mind?
As I was saying...
As you say.
Attaboy!
Better late than never
BigdeaH.
Blessyou!
Bottoms up!
Breakaleg!
Caim down!
Canihelpyou?
Catch you later.
Português
Não seja infantil/criança!
Tenha a bondade (de passar).
Tudo pronto?
Tudo de bom.
Enfim, sós!
E como!
E ponto final!
E o Oscar vai para...
E o vencedor é...
Alguém ligou?
Ó de casa!
Algum recado?
Primeiro de abril!
Você está louco?
Você está ouvindo?
Você está bem?
Você está louco?
Como eu ia dizendo...
Como você quiser/Você é quem manda
Muito bem!/Bravo!
Antes tarde do que nunca.
Grande coisa!
Saúde! [ao espirrar]
Vira, vira, vira... [ao beber]
Merda! [antes de uma apresentação]
Acalme-seí/Sossegue!
Em que posso servi-lo?
Até mais.
Cat got your tongue?
Cheers!
Cheer up!
Come on, now!
Corning!
Congratulations!
Count me in.
Countmeout.
Cross my heart!
Cutitout!
Dam it!
Didn'tltei!you?
Dinner is served.
Don't i know it?
Don'tjump to conclusions!
Don't mention it.
Don't you dare!
Do you wantto leave a message?
Easy does it!
Encore!
Enjoy yourselí
Excuse me.
Forgetit!
ForHeaven's sake!
Gettost!
Getwellsoon.
Glad to meet you.
Goforit!
Good aãernoon!
Good-bye!
Good evening! [na chegada]
Good for you!
Good iuck!
Goodmorning!
0 gato comeu sua língua?
Saúde! [ao brindar]
Ânimo!
Espera aí!/Tenha paciência!
Já estou indo!
Parabéns! [por algo conseguido]
Conte comigo
Não conte comigo.
Juro por Deus!
Pare com isso!
Droga!
Eu não disse?
0 jantar está servido./O jantar está na mesa.
Você acha que eu não sei?
Não tire conclusões apressadas!
Não há de quê.
Não se atreva!
Quer deixar recado?
Calma!
Bis!
Divirta-se.
Com licença./Desculpe.
Esqueça!/Deixa pra lãi/Nem pensar.
Pelo amor de Deus!
Suma daqui!
Estimo as me[horas./Sare logo.
Prazer em conhecê-lo.
Vá em frente!
Boa tarde!
Até logo!
Boa noite!
Sorte sua!/Que bom!
Boa sorte!
Bom dia!
Goodnightim despedida]
Good riddance!
Good to see you!
Go tell it to the Marines!
Guess whatí
Hands off!
Hands up!
Happy anníversary! [aniversário de casamento]
Happy birthday!
Happy New Year!
Have a good time!
Have a nice day!
Have a safe trip.
Have fun!
Have ityour (own) way!
Have you heard (the latest)?
Heads or taifs?
Heaven forbid!
Heaven knows!
Hélio!
Heíp!
Help yourself.
Here'sto...
Hereyou are!
Hold on, please!
Holdyour horses!
Howareyou?
How come?
Howdareyou?
How do you do?
How have you been?
How many times have I toldyou?
How much is it?
Hurry up!
Boa noite.
Já vai tarde!
Prazer em vê-io!
Vá contar pra outro!
Adivinhe!
Tire as mãos daí!
Mãos ao alto! •
Parabéns!
Feliz aniversário!
Feliz Ano Novo!
Divirta-se!/Bom divertimento
Até logo!
Boa viagem.
Bom divertimento!/Divirta-se
Faça como quiser!
Sabe da última?
Par ou ímpar?
Deus me livre!
Só Deus sabe!
Alô!
Socorro!
Sirva-se.
Um brinde a...
Aqui está!
Aguarde na linha (por favor).
Calma aí!
Como vai?
Por quê?/Como assim?
Como você ousa?
Muito prazer.
Como tem estado?
Quantas vezes já lhe disse?
Quanto é?/Quanto custa?
Ande logo!
90
I beg your pardon?
I couWt care less!
Ididn'tmean to hurtyou.
1'dioveto.
I hope l'm not disturbing.
I hope so!
17/ be forever in your debt
17/ be right back
rilgetit
III get (you)...
I' II see if he's in.
I love you.
i mean it!
I miss you!
i'm sorry to hear that.
I'm tellingyou...
I see!
It never rains but it pours.
It's not whatyou think!
It's on me!
Ifsuptoyou.
It takes one to know onel
t've got other plans.
Just a minute.
Just a sec(ond).
Keep the change.
Keep yourfingers crossed.
Knock on wood!
Ladies first.
Lefs have a big hand for...
Let that be a iesson to you!
Likewise!
Listen to this!
Look who's here!
Como? Poderia repetir (por favor)?
Nem ligo!/Pouco me importa!
Não quis magoá-lo/ofendê-lo.
Eu adoraria.
Espero não estar incomodando.
Assim espero!
Sou-lhe imensamente grato.
Volto já.
Eu atendo (a porta, o telefone).
Vou chamar...
Vou ver se ele está.
Te amo.
Estou falando sério!
Estou com saudades de você!
Sinto muito.
Estou lhe dizendo...
Entendo!/Sei!
Desgraça pouca é bobagem.
Não é o que você está pensando!
É por minha conta!
Fica a seu critério./lsso é com você./Você é quem sabe.
Olha o roto falando do esfarrapado!
Já tenho compromisso.
Um momentinho.
Um instante/minutinho só.
Fique com o troco.
Torça (por mim).
lsola!/Vira essa boca pra lá!
As damas primeiro.
Uma salva de palmas para...
Que isso lhe sirva de lição!
Igualmente./Da mesma forma.
Ouça essa!
Olhe quem está aqui!
91
Look who's talking!
Make yourself at home.
May I come in?
May I have your aitention, please?
May the best man win!
Meeting is adjourned.
Merry Christmas!
Mindyour own business!
Mum's the word!
Mypleasure.
Mypleasure!
My sympathy
Neversaydie.
Nice meetingyou!
Nice shot!
Nice talking to you,
Nice to meet you.
No comment!
No kidding!
Nothing doing!
No way!
Now what?
Number, please.
Present company excepted.
Same here.
Sametoyou.
Says who?
Scram!
Seeyoulater.
See you tomorrow.
Serves you right!
Shameonyou!
Shutup!
Sleep tight.
Olha quem está faiando!
Fique à vontade,
Posso entrar?
Atenção, por favor!
Que vença o melhor!
A reunião está encerrada
Feliz Natal!
Meta-se com a sua vidai/Cuide da sua vida.
Bico calado!
Ímaginai/O prazer é (todo) meu!
Que é isso!/Não por isso./De nada./Não há de que.
Meus pêsames./Meus sentimentos.
Não desista!
Prazer em conhecê-lo!
Bela/bonita jogada!
Foi bom faiar com você.
Prazer em conhecê-lo.
Sem comentário!
Não brincai/Verdade?
Nada feito!
De jeito nenhum/algum!
E agora?
Qual o número (por favor)? [telefonista]
Com a exceção dos presentes.
igualmente.
igualmente.
Quem disse?
Sumal/Desapareça!
Tchau./Até mais.
Até amanhã.
Bem-feito!
Que vergonha!/Que coisa feia!
Cale a boca!
Durma bem.
92
Sorry.
Sorry, wrong number.
So what?
Speaking
Speak ofthe devi! (andhe appears).
Stop that!
Sweet dreams.
Takeiteasy!
Take it from me!
Take your time.
Thankyou.
Thanks.
Thanks a lot.
Thafs ali!
JhaVs very nice ofyou.
The check, please.
The floor is yours.
The Une is busy
This way, please.
Time's up.
To make a longstory short...
Two is company, three is a crowd.
Walt a minute!
Waitandsee.
Wanna bet?
Watchout!
Watch your step.
Whatapity!
What are you doing here?
What a shame!
Whatastory!
What can I do for you?
What do you mean?
What do you take me for?
Desculpe.
Desculpe, (foi) engano.
Edaí?
Está falando [ao telefoneL/É ele./É ela.
Falando do diabo (aparece o rabo).
Pare com isso!
Bons sonhos.
Vá com calma!
Vá por mim!
Não tenha pressa.
Obrigado.
Obrigado.
Muito obrigado.
É só isso!
É muita gentileza sua.
A conta, por favor.
A palavra é sua.
A linha está ocupada.
Por aqui, por favor.
Tempo esgotado.
Para encurtar a história...
Um é pouco, dois é bom, três é demais.
Espera aí!
Espere (só) pra ver.
Quer apostar?
Cuidado!
Cuidado com o degrau/Toma cuidado.
Que pena!
0 que você está fazendo aqui?
Que pena!
Que história! [estranhamento]
Em que posso serví-io/ajudá-lo?
0 que você quer dizer (com isso)?
0 que você pensa que eu sou?
Whatfor?
Whatmore is/was there to say?
Whatnext?
Whatseems to be the tmuble/problem?
Whafs new?
Whafs the news?
Whafs the occasion?
Where's the fíre?
Wtta.doyou take me for?
Who dofou thinkyou're talkingto?
Who 's speaking (please) ?
Will you marry me?
Youbet!
You can't miss ít!
You can't miss it!
You don't say!
You're better offthat way!
Yoú're my guest.
You're telling me?
You're telling me?
You're welcome.
You saíd it!
Youshouldtalk!
Your tough luck!
Youtell(th)'eml
Pra quê?
O que mais há para (se) dizer?
Qual é a próxima?
Qual é o problema?
O que íiá de novo?
Quais as novas/novidades?
A que se deve (isso)?
Vai tirar o pai da forca?
Pensa que eu sou bobo?
Com quem você pensa que está falando?
Quem está falando?/Quem fala?
Quer casar comigo?
Podes crer!
Não tem erro!
Você não pode perder [um evento],
Não diga!
Melhor pra você!
Você é meu convidado.
É pra mim que você vai contar?
É pra mim que você vem falar/dizer isso?
De nada.
Você disse tudoí/Faiou e disse!
Vê lá quem fala!
Azar seu!
Dá-!he!/É isso aí!
94
Algumas fórmulas si
Português
Acalme-se!/Sossegue!
A conta, por favor.
Adivinhe!
Aguarde na linha por favor).
Alguém íigou?
Algum recado?
A linha está ocupada.
Alô!
Ande logo!
Ânimo!
Antes tarde do que nunca.
A palavra é sua.
A que se deve (isso)?
Aqui está!
A reunião está encerrada.
As damas primeiro.
Assim espero!
Até amanhã.
Até logo.
Até logo.
Até mais.
Atenção, por favor!
Azar seu!
Bela/bonita jogada!
Bem-feito!
Bico calado!
Bis!
Boa noite.
Boa noite.
Boa sorte!
Boa tarde.
ais português-inglês
Inglês
Caim down!
The check, please!
Guess whatl
Hold on, please!
Anybody call?
Any message?
The Une is busy.
Hélio!
Hurry up!
Cheer up!
Better late than never.
The floor is yours.
Whafs the occasion?
Here you are!
Meetingis adjourned.
Ladies first.
I hope so!
See you tomorrow.
Good-bye.
Have a nice day!
Catch you later.
May I have your attention, please?
Your tough luck!
Nice shot!
Serves you ríght!
Mum's the word!
Encore!
Good evening. [na chegada] .
Good night. [na despedida]
Good luck!
Good afternoon
Soa viagem.
Bom dia.
Bom divertimento!
Bons sonhos.
Caie a boca!
Calma!
Calma aí!
Cara ou coroa?
Coma exceçáo dos presentes.
Com liceYiça.
Como eu ia dizendo...
Como? Poderia repetir (por favor)?
Como tem estado?
Como vai?
Como você ousa?
Como você quiser.
Com quem você pensa que está falando?
Conte comigo.
Cuidado!
Cuidado com o degrau.
Cuide da sua vida.
Dã-lhe!/É isso aí!
De jeito nenhum/algum!
De nada.
Desapareça!
Desculpe.
Desculpe, engano.
Desgraça pouca é bobagem
Deus me livrei
Divirta-se.
Divirta-se.
Droga!
Durma bem.
E agora?
Have a safe trip.
Goodmorning.
Have fun!
Sweet dreams.
Shutup!
Easy does it!
Holdyour fiorses!
Headsortails?
Present company excepted.
Excuse me.
As I was saying...
I beg your pardon ?/Sorry?
How have you been?
Howareyou?
Howdareyou?
Asyousay.
Who do you thinkyou're talkíngto?
Countmein.
Watch out!
Watch your step.
Mindyourown busíness.
Youtefl(th)'em!
No way!
You're welcome.
Scram!
Excuse me./Sorry.
Sorry, wrongnumber.
It never rains but it pours.
Heaven forbid!
Enjoy yourself./Have fun!
Have a good time!
Darnit!
Sieep tight
Now what?
96
E como!
Edaí?
Em que posso servi-lo?
Em que posso servi-lo/ajudá-lo?
É muita gentileza sua.
Enfim, sós!
Entendo!
E o Oscar vai para...
E o vencedora...
E ponto final!
É por minha conta!
É pra mim que você vai contar?
É pra mim que você vai falar/dizer isso?
E só isso!
Espera aí!
Espera aí!
Espere (só) pra ver.
Espero não estar incomodando.
Esqueça!/Deixa pra íá!
Está falando.
Estimo as melhoras.
Estou com saudades de você!
Estou falando sério!
Estou lhe dizendo...
Eu adoraria.
Eu atendo (a porta, o telefone).
Faça como quiser.
Falando do diabo (aparece o rabo).
Feliz aniversário!
Feliz Ano Novo!
Feliz Natal!
Fica a seu critério./lsso é com você.
Fique à vontade.
Fique com o troco.
And how!
So what?
Canlhelpyou?
What can I do for you?
Thafs very nice ofyou.
Alone at last!
I see!
And the Oscar goes to...
And the winner is...
And thafs thati
lt's on me!
You're teiling me?
You're telling me?
Thafs ali!
Come on, now!
Wait a minute!
Waitandsee.
I hope l'm not disturbing.
Forget it!
Speaking.
Get well soon.
Imissyou!
I mean it!
I'm tellingyou...
1'dioveto.
1'ilgetit
Have ityour(own) way!
Speak ofthe devi! (and he appears).
Happy birthday!
Happy New Year!
Merry Christmas!
Ifsupíoyou!
Make yourself at nome.
Keep the change.
q7
Foi bom falar com você.
Grande coisa!
Igualmente.
lmagina!/0 prazer é todo meu!
Isola!
já estou indo!
Já sabe da última?
Já tenho compromisso.
Já vartãrde!
Juro por Deus!
Mãos ao alto!
Melhor pra você!
Merda! [antes de uma apresentação]
Meta-se com a sua vida!
Meus pêsames.
Muito bem!/Bravo!
Muito obrigado.
Muito prazer.
Nada feito!
Não brinca!
Não conte comigo.
Não demoro nada.
Não desista!
Não diga!
Não é o que você está pensando!
Não há de quê.
Não quis magoá-lo.
Não se atreva!
Não seja infantil/criança!
Não te disse?
Não tem erro!
Não tenha pressa.
Não tire conclusões apressadas!
Nem iigol/Pouco me importa!
Nice talking to you.
Bigdeal!
Same to you./Same here.
My pleasure
Hnock on wood!
Corning!
Have you heard (the iatest)?
I've got other plans.
Good riddance!
Cross my heart!
Hands up!
You're better offthat way!
Break a leg!
Mindyour own business.
My sympatby
Attaboy!
Thanks a lot
Howdoyoudo?
Nothing doing!
No kidding!
Countmeout
I won't be a second.
Neversaydie.
Youdon'tsay!
It's not whatyou think!
Don't mention it/My pleasure
ldidn'tmean to hurtyou.
Don'tyou darei
Actyourage!
Didn'tltelíyou?
You carít miss it!
Take your time
Don'tjump to conclusions!
I couldn't care less!
Obrigado.
Ó de casa!
0 gato comeu sua língua?
0 jantar está servido. /O jantar está na mesa.
Olha o roto faiando do esfarrapado!
Olha quem está falando!
Olhe quem está aqui!
0 que há de novo?
0 que mais há para se dizer?
O que você está fazendo aqui?
O que você pensa que eu sou?
0 que você quer dizer (com isso)?
Ouça essa!
Parabéns! [por algo conseguido]
Parabéns [aniversário de casamento]
Para encurtar a história...
Pare com isso!
Pelo amor de Deus!
Podes crer!
Por aqui, por favor.
Por quê?/Como assim?
Posso entrar?
Pra quê?
Prazer em conhecê-la.
Prazer em conhecê-lo!
Prazer em vê-lo.
Primeiro de abril!
Quais as novidades?
Qual é a próxima?
Qual é o problema?
Qual o número (por favor)?
Quantas vezes já lhe disse?
Quanto é?/Quanto custa?
Que é isso! [resposta a um agradecimento]
Thanks.iThank you.
Anybody home?
Catgot your tongue?
Dinner is served.
It takes one to know one.
Look who's talking!
Look who's here!
Whafs new?
What more is there to say?
What are you doing here?
What do you take me for?
What do you mean?
Listen to this!
Congratuíations!
Happy anniversary!
To make a long story short...
CutitoutUStopthat!
For Heaven's sake!
You bet!
This way, please.
How come?
May l come in?
What for?
Glad to meetyou.
Nice meetingyou!
Good to see you.
April fool!
Whafs íhe news?
Whatnext?
What seems to be the troubie/problem?
Number, please. [telephone operator]
How many times have I toldyou?
How much is it?
My pleasure!
Que história!
Que isso íhe sirva de lição!
Quem disse?
Quem está falando?
Que pena!
Que pena!
Quer apostar?
Quer casar comigo?
Quer deixar recado? k-
Que vença o melhor!
Que vergonha!
Saúde! [ao brindar]
Saúde! [ao espirrar] Sei!
Sem comentário!
Sinto muito.
Sirva-se.
Socorro!
Só Deus sabe!
Sorte sua!/Que bom!
Sou lhe imensamente grato.
Suma daqui!
Tchau.
Te amo,
Tempo esgotado.
Tenha a bondade (de passar).
Tire as mãos daí!
Torça por mim).
Tudo de bom.
Tudo pronto?
Uma salva de palmas para...
Um brinde a...
Um é pouco, dois é bom, três é demais.
Um instante/minutinho.
What a storyl
Letthatbe a lesson to you!
Says who?
Who's speaking (please)?
What a pityl
What a shame!
Wanna bet?
Wffl you marry me?
Do you want to leave a message?
May the best man win!
Shame on you!
Cheers!
Blessyou!
I see!
No comment!
rmsorrytohearthat.
Help yourself.
Help!
Heaven hnows!
Goodforyou!
Ill be forever in your debt
Getlost!
Seeyoulater.
Hoveyou.
Time's up.
Afteryou.
Hands off!
Keep your fingers crossed.
Ali the best.
Allset?
Lefs have a big hand for...
Here'sto...
Two is company, three is a crowd.
Just a sec(ond).
100
Um momentinho.
Vá com calma!
Vá contar pra outro!
Vá em frente!
Vai tirar o pai da forca?
Vá por mim!
Vê lá quem fala!
Verdade?
Vira, vira, vira... [ao beber]
Você acha que eu não sei?
Você disse tudo!
Você é meu convidado.
Você é quem sabe.
Você está bem?
Você está louco?
Você está ouvindo?
Volto já.
Vou chamar...
Vou ver se ele está.
Just a minute.
Take it easyí
Gotellit to the Marines!
Goforit!
Where's the fire?
Take it from me!
You should talk!
No kidding!
Bottoms up!
Don't I know it?
Yousaidit!
You're my guest.
Ifsuptoyou.
Are you OK/all right?
Are you crazy?/Are you out ofyour mind?
Are you listening?
I'll be right back.
I'll get (you)...
/'// see if he's in.
mi
Vocabulário crítico
ARBITRÁRIO: diz-se daquilo que não tem motivo de ser.
BINÓMIO: estrutura formada por dois elementos da mesma categoria gramatical, ligados por conjunção ou preposição. Pode também vír precedido de preposição — bread and butterlpao e manteiga, from head to toe/da cabeça aos pés.
COLETIVO: substantivo que indica urna coleção - shoal offish/cardu-melde peixes.
COLIGAÇÃO DE REGÊNCIA: estrutura composta por um vocábulo (substantivo, adjetivo, verbo ou advérbio) e a preposição por ele regida — expert in/especialista em, goodatfbom em-, look at/olhar para., because oflpor causa de.
COLIGAÇÃO PREPOSITIVA: tem a estrutura Prep + S + (Prep)11. - at random/ao acaso, in accordance with/de acordo com.
COLIGAÇÃO: combinação consagrada de elementos linguísticos em que o colocado é uma palavra gramatical, por exemplo, em inglês, look at, mad about, em português, obedecer a, cumpridor de
COLOCAÇÃO ADJETIVA: tem a estrutura Adj + S, em inglês - brown sugar e S + Adj, em geral, em português — açúcar mascavo.
COLOCAÇÃO NOMINAL: tem a estrutura S + S em inglês — computer science — e, em geral, S + Prep + S em português — ciência da computação.
COLOCAÇÃO RESTRITA: uma colocação com altíssimo grau de co-ocor-
rência, isto é, um dos elementos praticamente sempre ocorre com
o outro — blithering idiothelha coroca.
COLOCAÇÃO VERBAL: tem a estrutura V + (Part) + (Prep) + N - pay attention/prestar atenção, come into force/entrar em vigor, pick up a
babit/pegar uma mania.
COLOCAÇÃO: combinação lexical consagrada de duas ou mais palavras de conteúdo, por exemplo, repolho roxo, mundos efundos, aviar uma receita.
1! Os parênteses Indicam elementos não obrigatórios.
102
COMBINABILIDADE: a faculdade que os elementos têm de se combinar.
COMPOSICIONAL: diz-se do significado de uma expressão quando esse resulta da somatória do significado individual de seus constituintes — bread and butter/pão e manteiga. O mesmo que transparente.
CONVENÇÃO: tudo aquilo que é aceito de comum acordo. CONVENCIONALIDADE: O aspecto que caracteriza a forma peculiar de
expressão numa dada língua. ESTRUTURA ESPECIFICADORA DE UNIDADE: estrutura empregada para in
dicar uma unidade de substantivo incontável em inglês — a slice of
bread, a bar of chocolate.
EXPRESSÃO CONVENCIONAL: expressão que não é uma colocação ou bi
nómio e cujo significado é composicional.
EXPRESSÃO IDIOMÁTICA: uma expressão cujo sentido global não resulta da somatória do sentido de seus elementos constituintes.
FALANTE INGÉNUO: aquele que só é capaz de fazer uma leitura composicional das unidades linguísticas. Aquele que entende tudo literalmente.
FÓRMULA DE ROTINA: fórmula situacional obrigatória — Thank you.í
Obrigado.
FÓRMULA SITUACIONAL: expressão fixa empregada em determinada situação de interação social. Pode ser opcional ou obrigatória. Ver fórmula de rotina.
FRASE FEITA: fórmula fixa, porém não obrigatória, empregada em determinada situação —Areyou crazy?/Você está louco?
IDIOM: termo inglês que designa, usualmente, uma expressão idiomá
tica, mas que, para alguns autores, pode também referir-se à forma convencional de uma expressão.
IDIOMATICIDADE: aspecto não-composicional das unidades linguísticas. IDIOMÁTICO: aquilo cujo sentido não é transparente, isto é, que não
pode ser compreendido somando-se os sentidos individuais dos elementos que o compõem.
MARCADOR CONVERSACIONAL: fórmula empregada para estruturar a conversação — As I wassaying... /Como eu ia dizendo...
1(13
MOTIVADO: diz-se daquilo que tem motivo de ser. Um vocábulo motivado é aquele em que a relação entre sua forma e seu significado é transparente, como ocorre nas palavras onomatopaicas.
NÃO-COMPOSICIONAL: o mesmo que idiomático.
NATURAL: aquilo que é próprio do modo de dizer da língua; o mesmo que vernáculo.
OPACO: diz-se daquilo que não é transparente. Uma locução de significado opaco é aquela cujo sentido não pode ser entendido com-posicionalmente - kick the bucketlbater as botas. O mesmo que idiomático.
TRANSPARENTE: diz-se daquilo que é perfeitamente claro de ser entendido. Uma expressão de significado transparente é aquela cujo sentido pode ser entendido composicionalmente.
VERNÁCULO: aquilo que é próprio do modo de dizer da língua; o mesmo que natural.
104
Bibliografia comentada
BENSON, MORTON; BENSON, EVELYN & ILSON,. ROBERT. 1986. The
BBI Combinatory Dictionary — A Guide to Word Combinations.
Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins. . 1993. The BBI Dictionary of Word Combinations.
Amsterdam/Philadelphia: John Benjamins. Primeiro dicionário de colocações e coligações, porém não baseado em corpus. A primeira edição saiu em 1986, a segunda, com o nome um pouco alterado, em 1993. As entradas são organizadas pelos substantivos, adjetivos e verbos. Para os substantivos são listados os adjetivos com que co-ocorrem; para os verbos, os advérbios com que ocorrem, para todos as estruturas (coligações) em que ocorrem. Também fornece algumas expressões idiomáticas ou convencionais em que o verbete ocorre.
BERBER SARDINHA, TONY. 2004. Linguística de Corpus. São Paulo: Manole.
Este é o primeiro livro brasileiro sobre a LC Seu autor, professor da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, foi praticamente o introdutor da LC no Brasil. A obra cobre um amplo espectro da LC, desde seu histórico e conceitos básicos, construção e exploração de corpora, aplicação da L.C. ao ensino de línguas e à tradução até pesquisas mais complexas como as que envolvem a Análise Multidimensional. E escrito em linguagem bastante clara, com explicações detalhadas e farta exemplificação.
BREZOLIN, ADAURI; ALLEGRO, ALZIRA LEITE VIEIRA & CAMPOS,
ROSALIND MOBAID. 2002. 2a ed. Pequeno Dicionário de Expres
sões Idiomáticas e Coloquialismos: Português-Inglês. São Paulo: Fiúza Editores.
Os autores, professores de Tradução da Unibero, listam ao redor de 1000 expressões de uso corrente com seus equivalentes pragmáticos na díreção português-inglês para responder a per-
guntas do tipo "Como se diz isso em inglês?". Apresentam, porém, um índice remissivo em inglês de modo a responder também a "Como se traduz isso para o português?". As expressões cobrem todo tipo de combinações consagradas, das colocações às formulas situacionais.
BRUTON, J. G. 1971. Exercises on English Prepositions and Adverbs. London: Nelson.
Divide-se em três partes: a primeira apresenta exercícios sobre preposições e advérbios simples; a segunda, sobre expressões que o autor chama de idiomáticas e que começam com preposição at liberty, at a loss, atpeace); e a terceira, sobre expressões que terminam com preposição ou advérbio. Essa última é dividida em três seções: 1. exercícios que enfocam a preposição ou advérbio em combinação com substantivos, adjetivos, verbos ou outras categorias; 2. exercícios de revisão geral; 3. lista de substantivos, verbos e adjetivos que ocorrem nas expressões apresentadas.
CASCUDO, LUÍS DA CÂMARA. 2004. Locuções Tradicionais no Brasil. São Paulo: Globo.
Livro que reúne mais de 500 locuções com explicações quanto a suas origens e usos. As expressões não têm uma ordem lógica de apresentação: um sumário, no início do livro, lista-as por ordem de ocorrência, enquanto um índice remissivo lista-as em ordem alfabética.
CAMARGO, SIDNEY & STEINBERG, MARTHA. 1989. Dicionário de Ex
pressões Idiomáticas Metafóricas Português-Inglês. São Paulo: E.P.U.
. 1990. Dictionary ofMethaphoric Idioms EngUsh-Portuguese.
São Paulo: E.PU. Obras complementares, cada uma numa direção do par inglês-português, que elencam, dentre as expressões idiomáticas, as que são metafóricas, ou seja, aquelas baseadas numa imagem. Fornecem exemplo na língua de partida, o equivalente, metafórico ou parafraseado, na língua de chegada, também seguido de exemplo.
106
CAMBRIDGEINTERNATIONAL DICTIONARYOFENGLISH. 1995. Cambridge: Cambridge University Press.
Dicionário compilado especialmente para o aprendiz da língua inglesa, baseado num corpus de 100 milhões de palavras em inglês britânico e americano. Também tomou por base um corpus de redações de aprendizes para identificar suas dificuldades como, por exemplo, os "falsos amigos". Inclui colocações em seus verbetes e tem um tratamento especial para as expressões idiomáticas: um aphrase index", que lista as expressões por todas as suas palavras, remetendo o consulente à página, coluna e linha onde a expressão é detalhada.
COLLINS COBUILD ENGLISH DICTIONARY FOR ADVANCED LEARNERS. 2003. 4a1 edition. London: Harper Collins Publishers.
Além das características usuais dos dicionários para aprendizes, esta edição apresenta "milhares de estruturas gramaticais fixas". Inclui também um suplemento intitulado Access to English, com centenas de frases úteis para serem usadas em trabalhos académicos, apresentações, relatórios e pedidos de emprego. Como se nota, dá grande ênfase às estruturas convencionais da língua. Todos os exemplos são baseados no Bank of English, um corpus em constante atualização que conta hoje com cerca de 500 milhões de palavras. O C D que acompanha o dicionário traz um corpus de 5 milhões de palavras que o usuário pode consultar.
COSTA, LUZIA CAMINHA MACHADO DA. 2002. Vocabulário Português-
Inglês, Inglês-Português: Gíria, Expressões, Provérbios. S/l: s/e. Material coletado ao longo de 50 anos de atividade como tradutora. As expressões, sempre idiomáticas, são apresentadas por uma palavra-chave, com várias possibilidades de tradução, mas não há exemplos.
COULMAS, FLORIAN. 1979. "On the Sociolinguistic Relevance of
Routine Formulae". Journal ofPragmatics.
Artigo seminal para o estudo das fórmulas de rotina. COWIE, A. P & MACKIN, R. 1975. Oxford Dictionary of Current
Idiomatic English; Verbs with Prepositions and Particles. London:
Oxford University Press. v. 1. Incluí verbos preposicionados e phrasal verbs em suas formas simples laugh at, laugh away) ou em combinação com substantivos laugh in si?sface, laugh onês headoff), com indicação das estruturas de ocorrência e rica exemplificação. No corpo do dicionário os verbetes aparecem em ordem alfabética pelo verbo (go into abeyance), rnas ao final da obra há uma listagem pela palavra-chave da expressão com indicação do verbete em que
^ocorre: abeyance —go into .
COWIE, A. E; MACKIN, R. & MCCAIG, I. R. 1983. Oxford Dictionary ofCurrent Idiomatic English: Phrase, Clame and Sentence Idioms. Oxford: Oxford University Press. v. 2.
Inclui todo tipo de estruturas convencionais e/ou idiomáticas não abrangidas pela obra de 1975, inclusive frases feitas e fórmulas situacionais, com ampla exemplificação. Apresenta, também, ao final, uma listagem alfabética das palavras-chave seguidas das expressões em que ocorrem (power — the corridors of
;plunge — take the ). Isso facilita a consulta caso o consulente não se recorde da expressão toda.
FEARE, RONALD E. 1980. Practice with Idioms. New York: Oxford University Press.
Exercícios indutivos sobre diversas unidades linguísticas idiomáticas do inglês americano.
FERNANDES, FRANCISCO. 1958a. Dicionário de Regimes de Substantivos e Adjetivos. Porto Alegre: Globo.
Como o nome já indica, trata-se de dicionário de regência nominal. Inclui exemplos, a maioria literários.
. 1958b. Dicionário de Verbos e Regimes. Porto Alegre: Globo.
Dicionário de regência verbal, com exemplos, a maioria literários.
FERREIRA, AURÉLIO BUARQUE DE HOLANDA. 1999. Novo Aurélio Sécu
lo XXI— o Dicionário da Língua Portuguesa. 3a ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira.
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. 2004. Novo Dicionário Aurélio da Língua Portuguesa. 3 a ed. Rio de Janeiro: Positivo, (acompanha CD-ROM)
Ambos dicionários básicos para a língua portuguesa. FILLMORE, CHARLES J. 1979. "Innocence: a Second Idealization for
Linguistics". Berkeley Linguistic Society, 5: 63-76. Artigo que define o "falante ingénuo" como aquele que desconhece a convencionalidade de uma língua. O autor postula que quanto maior o domínio da convencionalidade, maior a fluência do falante, daí a importância desse aspecto no aprendizado de línguas.
FRANCO, CÍD. s/d. Dicionário de Expressões Populares Brasileiras. São
Paulo: Editoras Unidas. Obra em três volumes, arrolando todo tipo de expressão popular, inclusive vocábulos de sentido figurado: abacaxi "coisa difícil, embaraçosa, intrincada, complicada, contraproducente".
GRANGER, S. (ed.) 1998. Learner English on Computer. London: Longman.
Livro que reúne diversos artigos dedicados à construção e análise de corpora de aprendizes, ao relato de alguns estudos de caso e ao uso de corpora para aprimorar materiais pedagógicos, como dicionários, softwares para o ensino de línguas e livros-texto.
HEATON, J. B. 1969- Prepositions and Adverbial Particles. London: Longman.
Apresenta as preposições simples, as locuções prepositivas (ín
contrastwith, byaccident), as diversas categorias gramaticais seguidas de preposição (verbo: abandon to; substantivo: abuse of;
adjetivo: adjacentto etc.) e os phrasal verbs.,
HÍLL, JIMMIE & LEWIS, MICHAEL. (eds.) 1997. LTP Dictionary of
Selected Collocations. Hove: Language Teaching Publications. Dicionário que é uma combinação e atualização de dois dicionários publicados independentemente na Polónia, o Selected
English Collocations, de 1982, e o English AdverbialCollocations;
de 1991, ambos de autoria de Christian Douglas Kozlowska e
Halina Dzierzanowska. É constituído de três partes: a primeira, TheNoun Section, elenca substantivos e os adjetivos, verbos e preposições com os quais co-ocorrem; a segunda, TheAdverb
Section, lista adjetivos e verbos, informando os advérbios com que se combinam; a terceira resurne-se a uma lista de duas páginas daquilo que os autores denominam sentence adverfo, ou seja, advérbios ou locuções adverbiais que ocorrem no início de um período, como By contrasta In short, Lastly, etc.
KELLER, ERIC. 1979. "Gambits. Conversational Strategy Signals". In: CoULMAS, R (ed.) Conversational Routine. The Hague, Mouton.
A partir de uma análise psicolingiiística o autor identifica estratégias verbais usadas na estruturação do discurso.
KENNEDY, GRAEME D . 1998. An Introduction to Corpus Linguistics.
London: Longman.
O livro é especialmente dirigido a professores de inglês como língua estrangeira. Apresenta uma visão histórica do surgimento de corpora e de pesquisas baseadas neles. Traz também informações sobre diversas ferramentas computacionais disponíveis na área, bem como uma apreciação crítica de algumas pesquisas baseadas em corpora.
LAKOFF, GEORGE & JOHNSON, MARK. 1979. Metaphors We Live By.
Chicago: The University of Chicago Press. . 2002. Metáforas da Vida Cotidiana. Campinas/São Paulo:
Mercado de Letras/Educ. [Trad.: Grupo de Estudos da Indeterminação e da Metáfora (GEIM) sob coordenação de Mara Sophia Zanotto e pela tradutora Vera Maluf]
Estudo das metáforas que regem a vida e que transparecem na língua. Por exemplo, a metáfora Discussão éguerra reflete-se em: "Seus argumentos são indefensáveis", "A crítica dele acertou no
alvo"; "Destruío argumento dele". LUFT, CELSO. 1999a. Dicionário Prático de Regência Nominal. São
Paulo: Ática.
. 1999b. Dicionário Prático de Regência Verbal São Paulo: Ática.
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MACMILLAN ENGLISH DICTIONARY FOR ADVANCED LEARNERS. 2002. Oxford: Macmillan Education.
Dicionário baseado em corpus a partir do qual foram seleciona-das 7.500 palavras consideradas básicas para o aprendiz da língua inglesa. Essas vêm identificadas em vermelho e trazem estrelas de acordo com sua frequência. Também inclui colocações, expressões e exemplos.
MAGALHÃES JR., R. 1974. Dicionário de Provérbios, Locuções e Ditos
Curiosos. Rio de Janeiro: Ed. Documentário. Obra especialmente interessante pelas explicações etimológicas e culturais para cada verbete, bem como pelas referências a expressões similares em outras línguas. Edição esgotada, sem previsão de reimpressão.
MAKKAI, ADAM. 1972. Idiom Structure in English. The Hague, Mouton.
Análise das estruturas convencionais da língua inglesa a partir da gramática estrarificacional.
MALKIEL, Y. 1959. "Studies in Irreversible Binomiais". Língua, 6:113-60.
Estudo exaustivo de todos os aspectos dos binómios, apresentando aproximadamente 500 exemplos em diversas línguas.
MARCUSCHI, LUIZ ANTÓNIO. 2001. 5a ed. Análise da Conversação. São Paulo: Ática.
Obra que descreve o que fazemos quando conversamos, como tomamos a palavra numa conversa e qual a importância dos fatores linguísticos e não linguísticos na interaçao verbal. No capítulo 7 apresenta os marcadores conversacionais; divide-os em sinais do falante e sinais do ouvinte, descrevendo-os conforme suas funções sintáticas e conversacionais.
MCENERY, TONY & WILSON, ANDREW. 2001. 2nd ed. Corpus Linguis
tics. Edinburgh: Edinburgh University Press.
Este foi o primeiro livro sobre a LC, publicado em 1996. Seus autores são da Universidade de Lancaster, na Inglaterra, um dos maiores centros de pesquisa nessa área. O livro apresenta uma
visão histórica da LC, seguida de capítulos sobre corpora, seus tipos e peculiaridades, a relevância dos dados quantitativos obtidos a partir de corpora, os diversos usos de corpora nos estudos linguísticos e assim como a interface de corpora e linguística computacional. O penúltimo capítulo exemplifica o desenvolvimento de uma pesquisa baseada em corpora e o último discute possibilidades futuras de aplicação da LC. Os autores construíram um site que complementa os quatro primeiros
v capítulos do livro: (http://bowlandfiles.lancs.ac.uk/monkey/ ihe/linguistics/contents.htm).
MORAES, HELMARA FEBELIANA REAL DE. 2005- O tradutor pode estar
redondamente enganado: um estudo contrastivo de colocações adver
biais (inglês-português) sob o enfoque da Linguística de Corpus. Dissertação de mestrado. FFLCH/USP.
A autora faz um estudo bastante detalhado de 48 colocações adverbiais (22 em inglês e 26 em português), selecionadas dentre quase 400 colocações coletadas manual e eletrônicamente. São analisados os aspectos morfológicos, semânticos, pragmáticos e, em especial, tradutórios.
MORGAN, JOSEPH R. s/d. Expressões Idiomáticas — Englisk-Portuguese.
Catanduva: Gráfica Santa Cecília. Glossário com mais de 3.100 expressões, incluindo número bastante considerável dos diversos tipos de fórmulas situacion a i s : ^ bargain is a bargain/Trato ê trato; Actyour age/Não seja
infantil; Aliset?/Tudo pronto?
NATTINGERJ . , & D E C A R R I C O , J . 1992. LexicalPhrases andLanguage
Teaching. New York: Oxford University Press. Um dos livros mais abrangentes para o estudo da convenciona-lidade, com ênfase especial para o ensino de línguas estrangeiras.
OLIVEIRA, CÂNDIDO DE. s/d. Revisão Gramatical. \T ed. São Paulo: Biblos. 129-46.
Apresenta os coletivos em três listas distintas: a primeira dá o coletívo seguido da coleçao que indica: banda (de músicos); a segunda relaciona os coletivos de quantidades certas: triénio (três
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anos) e a terceira, a mais relevante para nossos objetivos, dá o nome da coisa desejada para se chegar ao coletivo: coqueiros 179
(o número remete ao item das listas anteriores que menciona o coletivo, no caso coqueiral).
OXFORD ADVANCED LFARNER'S DICTIONARY. 2002. Oxford: Oxford University Press.
Dicionário de apresentação bastante didática, cobrindo as variantes britânica e americana do inglês, inclusive nas modalidades escrita e falada. É baseado no B N C e inclui expressões, phrasalverbs, sinónimos e antónimos, com exemplos autênticos.
OXFORD COLLOCATIONS DICTIONARY. 2002. Oxford: Oxford University Press.
Primeiro dicionário de colocações inteiramente baseado em corpus. Apresenta 150.000 colocações de substantivos, verbos e adjetivos, com mais de 50.000 exemplos delas em contexto. Inclui páginas que listam colocações relacionadas a tópicos específicos, como negócios, roupas, frutas, doenças, e tc , assim corno páginas de estudo com exercícios focalizando o uso dos verbetes e das colocações de diversas áreas, como, por exemplo, desastres naturais, justiça criminal, educação e outros.
PAWLEY, A., & SYDER, F.H. 1983. Two puzzles for linguistic theory: Nativelike selection and nativelike fluency. In: Richards, J.C. & Schmidt, R.W. (eds.). Language and Communication (pp. 191-226). New York: Longman.
Provavelmente um dos primeiros artigos a salientar a importância do conhecimento da convencionalidade para adquirir fluência numa língua estrangeira. Sua ênfase e exemplificação estão nas fórmulas situacionais.
PUGLIESI, MÁRCIO. 1981. Dicionário de Expressões Idiomáticas. São
Paulo: Parma. Nas suas 310 páginas relaciona, as "principais construções vocabulares encontradíças em nosso país", mesmo que nem sempre idiomáticas, de acordo com nossa definição. Os verbetes são seguidos de explicação sucinta, porém clara, dispensando exemplos.
SABINO, FERNANDO. 1984. Lugares Comuns. 3 a ed. Rio de Janeiro: Record.
Na primeira parte, define o lugar-comum e seu papel na comunicação. A segunda é uma tradução do Dicionário de Ideias Feitas
de Gustave Fíaubert. Na última, apresenta o "Esboço de um Dicionário Brasileiro de Lugares-comuns e de Ideias Convencionais". Trata-se mais de uma obra de"leitura do que de consulta, pois o lugar-comum não salta de imediato aos olhos: "Gaba
rito — Sempre do mais alto". Entenda-se "alto gabarito". "Galo
— Ouvi-lo cantar e não saber onde". Entenda-se "Ouvir o galo cantar e não saber onde". Não há explicação sobre o significado dos lugares-comuns.
SCHAMBIL, MARIA HELENA & SCHAMBIL, PETER. 2002. Dicionário de
Expressões Idiomáticas da Língua Inglesa. Rio de Janeiro: Difel. Dicionário que apresenta as expressões sob uma palavra-chave. Assim, em kiss lista kiss and make up, kiss and tell, the kiss ofdeath
e the kiss oflife. Fornece equivalentes, traduções ou explicações, conforme o caso, exemplos, assim como também informações quanto à origem de algumas expressões. Um índice associativo lista as expressões por grupos, por exemplo, animais, cores, comidas e bebidas, partes do corpo humano etc.
SEIDL, JENNIFER. 1982. Idioms in Practice. Oxford: Oxford University Press.
Livro de exercícios baseado na obra da autora em co-autoria com W. McMordie (1982). Observe-se apenas que a autora emprega idioms no sentido de convencional (não de idiomático^ ou seja, os exercícios abrangem os mais diversos tipos de estruturas convencionais, quer de sentido transparente ou não).
SEIDL, JENNIFER & M C M O R D I E , W. 1982. English Idioms and How to
Use Them. London: Oxford University Press. E a única obra que trata das colocações verbais. No capítulo 5 dedica-lhes duas seções: na seção A, "Verb + noun collocations", parte dos verbos e relaciona os substantivos que com eles podem se combinar; na seção B, a nosso ver uma apresentação mais
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lógica para um aprendiz, elenca os substantivos (que, na realidade, são os que ocorrem ao aprendiz) e os verbos com os quais podem ocorrer.
SERPA, OSWALDO. 1982. Dicionário de Expressões Idiomáticas; Inglês-
PortuguêsIPortuguês-Inglês. Rio de Janeiro: Fename. Obra que procura relacionar, sempre que possível, os equivalentes nas duas línguas dos vários tipos de expressões convencionais, abrangendo desde coligações refer to a dictionarylconsul
tar um dicionário) e binómios bit by bit/pouco apouco) até alguns provérbios Deus ajuda a quem cedo madruga/The early bird
catches the worm) e fórmulas situacionais The devil tuithyoull
Vápro diabo!).
STEINBERG, MARTHA. 2004. Idioms [séncEasy Way]. São Paulo: Disal. Obra que relaciona 634 expressões idiomáticas, na direção in-glês-português, com exemplos nas duas línguas. Não é baseada em corpus.
. 1985. 1001 Provérbios em Contraste. São Paulo: Ática. Apresenta um levantamento de 1.001 provérbios da língua inglesa com equivalentes em português, quando os há, ou então sugestões de traduções que captem o mesmo significado do original.
TOGNINI-BONELLI, ELENA. 2001. Corpus Linguistics atWork. Amster-dam: John Benjamins.
Trata-se de um livro bastante didático, adequado para iniciantes na Linguística de Corpus, com ampla exemplificação de pesquisas, principalmente nas áreas de ensino de línguas e linguística contrastiva. Propõe uma distinção entre uma abordagem "baseada era corpus" e uma "direcionada pelo corpus", discutindo as posições teóricas envolvidas em cada uma. Propõe também uma "unidade estendida de significado" determinada a partir de uma abordagem direcionada pelo corpus, que pode revelar padrões linguísticos totalmente novos.
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Corpora online para o português
LÁCIO-WEB: www.nilc.icmc.usp/br/lacioweb Portal que inclui o Lácio-Ref, um corpus de referência com de 10 milhões de palavras. Produz linhas de concordância e lista de palavras por ordem de frequência. Permite que o usuário construa seu próprio subcorpus a partir do material disponível. Disponibiliza também uru corpus paralelo português-in-glês (Par-C) cora textos bilíngues da Revista Pesquisa da FA-
* PESP, um corpus etiquetado (Mac-Morpho), assim como eti-quetadores para o pesquisador etiquetar seu próprio corpus.
COMPARA: www.linguateca.pt/COMPARA
Corpus bidirecional inglês-português, composto de textos literários em três variantes do inglês (americano, britânico e sul-africano) e quatro do português (brasileiro, europeu, angolano e moçambicano). Permite selecionar as variantes desejadas, a direção de busca, as obras e outras variáveis. Tem uma sintaxe de busca bastante elaborada e produz concordâncias bilíngues.
Corpora online para o inglês
BNC: www.sara.natcorp.ac.ul/lookup.html
Corpus que disponibiliza uma parte de seus 100 milhões de palavras online. Produz apenas 50 linhas de concordância, mas informa o total de ocorrências da expressão sendo investigada.
COBUILD: www.collins.co.uk/Corpus/CorpusSearch.aspx Corpus (Bank of English) que já conta com cerca de 500 milhões de palavras. Na versão online disponibiliza 46 milhões de palavras. Produz 40 linhas de concordância e listas de colocados. E um corpus etiquetado de modo que permite pesquisa por categoria gramatical.
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Emulador de concordanciador
WEBCORP: www.webcorp.org.uk Usa toda a Web como corpus de modo que as buscas podem ser feitas em qualquer língua. Oferece pesquisa simples e avançada, com diversas opções para a produção dos resultados. As linhas de concordância levam ao texto original completo. Também produz tabela de colocados.
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