Festival 2014 - Organizações Pequenas: o Essencial para Crescer

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Palestra apresentada por René Steuer no Festival ABCR 2014, em Guarapari, Espírito Santo.

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ENTIDADES PEQUENAS – O ESSENCIAL PARA CRESCER

René Steuer

O Terceiro Setor, no mundo inteiro tem principalmente ONGs pequenas. Embora não existam estatísticas publicadas na Inglaterra a U.K.Civil Society em seu Almanac 2014 apresenta os seguintes dados. No total há 162.226 organizações catalogadas que assim s distribuem:

Números por tamanho % da captação

 

Micro : 82.391 0.6

Pequenas: 52.815 4.7

Medias: 21.257 16.7

Maiores:4.270 30.1

Principais: 533 47.9

As Micro e Pequenas representam 83.9% da totalidade mas, apenas captam 5.3%. Já as Maiores e Principais são 3% das Ongs mas captam 78%.

No Brasil a pesquisa da Fasfil (Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos) informa que das 290.692 entidades, 210.692 ou seja 72.55 não tem nenhuma pessoa assalariada. Se adicionássemos as que tem um ou dois chegaríamos a 83.3% do total.

Se olharmos as que tem de 100 para mais funcionários assalariados totalizaríamos 4.972 ou seja 1.7%.

Estivemos pessoalmente com inúmeras entidades em todos países da America Latina. Podemos afirmar que a situação é a mesma. A maioria das Ongs é pequena e, conseguem apenas uma parcela diminuta do total captado.

Vimos também que a quase totalidade das entidades foram criadas em função a uma causa (por vezes pessoal) e, com muito carinho e dedicação por parte do (da) fundadora. Esta reuniu na seu redor um grupo de amigas com muito boas intenções, porém como muitos dizem “O caminho do inferno está todo pavimentado de boas intenções”

O que falta?

Como fazer crescer estas entidades?

A resposta pode ser sintetizada em uma

palavra: PROFISSIONALISMO.

Como desenvolver este Profissionalismo?

Cuidando com qualidade de fatores que elevarão o nível da Ong que será mais profissional e competente, tornando-se melhor, mais respeitada e exitosa em sua geografia de atuação . Vamos à estes fatores!

1 - Missão: É a “razão de ser” da entidade deve comunicar para quê a entidade existe. Que lograria caso exitosa. A Missão serve de referência/teste para que se julguem eventuais projetos os quais somente deverão ser efetivados se estiverem de acordo com a Missão. A Missão deve ser curta e objetiva. Seu linguajar fácil de entender. Se o leitor tiver que ir ao dicionário, algo está errado.

2 - Gestão: Definitivamente a maior debilidade das organizações do Terceiro Setor. É importante que haja um organograma das funções, estabelecendo deveres e responsabilidades para cada cargo. Deve estar bem claro que função faz o quê. Se houver um Conselho de Administração (que recomendamos) deverá estar bem definida a interface do Conselho com a Diretoria.

3 - Motivação da Instituição: É imprescindível para o sucesso de projetos e o crescimento da Instituição, que se tenha o apoio concreto da Direção e das pessoas influentes, da Instituição. É importante que as pessoas se sintam motivadas para atingir os objetivos, que se sintam co-responsáveis pelos resultados. A consultoria estará pronta para lograr este objetivo através dialogo, esclarecimento de dúvidas, palestra.

4 - Planejamento/Objetivos: É o cérebro das atividades. Determina ações. Recomenda-se o exercício do SWOT. Um bom planejamento deve ter “Indicadores de Êxito”, preferencialmente quantitativos. O indicador de Êxito determinará se cumpriu-se bem com o objetivo. O Planejamento deverá priorizar os objetivos e estabelecer quando os diversos itens deverão ser feitos.

5 - Orçamento: O orçamento é um “retrato” do planejamento. Deverá considerar todos os itens de gastos e entradas no momento em que ocorrerem. Deverá ser projetado mensalmente e revisado mensal ou trimestralmente. Deveremos definir um critério para analisar as diferenças entre o orçado e o real. O orçamento será base para estabelecer metas de Captação de Recursos.

6 - “Caso”: Este é o documento básico que apresenta a instituição. Comunica sua Missão, apresenta seus maiores logros, define seus principais objetivos atuais e o resultado que se conseguirá com a boa execução dos mesmo. Estabelece necessidades financeiras, e nomeia os dirigentes responsáveis. O “caso” também serve para treinamento e comunicação interna.

7 - Definição das prioridades de Captação: É necessário hierarquizar por urgência definindo seus responsáveis. Importante detalhar por ordem prioritária cada item específico, seu valor e a data em que se faz necessário. Devemos pensar ”grande” para não retornar com novas solicitações para o mesmo fim, mais adiante. Não esquecer de incluir os custos de manutenção (overhead) da organização.

• 8 - Identificação de potenciais doadores: Aqui devemos considerar pessoas físicas e jurídicas, tanto do setor publico como privado. Pensar em captar no exterior. Importante ter um Banco de Dados com anotações sobre possíveis alvos. Analisar potenciais parceiros em função de sua proximidade da Missão e da entidade.

• 9 - Captação de Recursos: Deve-se definir claramente quem participará do processo. Quem será principalmente um “abridor de portas”. O planejamento incluirá níveis de doações esperadas. A primeira fase da Captação deverá ser “silenciosa”. Só quando esta (que inclue as maiores doações) estiver completada é que deveremos ir a publico, quando poderemos anunciar que já obtivemos “ X% da meta”.