Post on 27-Nov-2018
FIBROMIALGIA MARCUS DE LUCA MACIEL
REUMATOLOGISTA – HRSJ / CL ÍNICA L IS / CENTRO CATARINENSE DE IMUNOTERAPIA
MARCUSREUMATO@GMAIL .COM
CONFLITOS DE INTERESSE NENHUM
INTRODUÇÃO Síndrome clínica caracterizada por dor crônica generalizada e sensibilidade dolorosa à palpação muscular. Frequentemente associadas a fadiga, distúrbios do sono e distúrbios cognitivos.
Custo anual nos EUA chega a US$10.000 por paciente
Impacto em qualidade de vida e funcionalidade supera o de doenças como Artrite Reumatoide, Osteoartrite, DPOC, Diabetes Mellitus Tipo I
Embora esteja na área da reumatologia, TODO ESPECIALISTA vai encontrar o mesmo paciente com alguma síndrome de sensibilidade central, mas com o nome dado em sua especialidade
Fundamental entender o conceito de amplificação dolorosa/sensorial
Smith HS. Pain Physician 2011
DOR CRÔNICA E FIBROMIALGIA Dor crônica e fadiga são comuns, especialmente nas mulheres
Dor regional- 20 a 25%
Dor difusa- 5 a 15%
Fibromialgia ( critérios da ACR) -3 a 5% das mulheres e 0,5- 1,6% dos homens
Fadiga crônica- 20%
10 a 20% dos atendimentos na reumatologia
Clauw D. Ther Clin Risk Manag 2008
HISTÓRICO 1904 – Growers – “Fibrositis” – Inflamação de tecido fibroso sobre os músculos
Smith HS. Pain Physician 2011
HISTÓRICO
Ann Rheum Dis. 1947; 6(4): 195–203
Ann Rheum Dis. 1947; 6(4): 195–203
História Sir William Gowers, 1904 – “fibrositis” – inflamação tecido fibroso sobre os músculos
“Reumatismo psicogênico”
Smythe e Moldofsky, 1970s – fibrosite com distúrbio do sono
Hudson e colaboradores – Tendência familiar – “affective spectrum disorder”
Yunus – associação síndromes funcionais (SII, cefaleia) e fibromialgia
ENTENDIMENTO HOJE Complexa interação de fatores orgânicos, emocionais e socioculturais
Fatores genéticos (maior prevalência nos filhos e outros familiares)
Fatores ambientais: infecção, trauma físico ou emocional, doenças autoimunes, stress, infecçoes virais, dor periférica
Mecanismo de amplificação dolorosa/sensitiva
Overlap com outras condições de centralização/dor crônica
Arnold LM. Arthritis 2004; Buskila D. Arthritis Res. Ther. 2009
FISIOPATOLOGIA Níveis séricos de serotonina reduzidos (1)
Níveis liquóricos dos metabólitos da serotonina e noradrenalina reduzidos (2)
Níveis de subst. P elevados no líquor (3)
Alterações do fluxo sanguíneo regional cerebral ( áreas corticais frontais dorsolaterais, tálamo, núcleo caudado, ponte inferior (4)
Maior nível de glutamato no LCR e ínsula (SPECT) (4)
1-Wolfe F. J. Rheumatol. 1997;
2-Russel IJ. Arthritis 1992;
3-Russel IJ. Arthritis 1994;
4-Gur A. Clin. Exp. Rheumatol. 2002
5-Sarchiellli et al. Curr Pain Headache Rep. 2007
Smith HS. Pain Physician 2011
FISIOPATOLOGIA Neuroimagem Aumento atividade em regiões sensoriais (córtex somatossensorial primário, secundário, insula
posterior, tálamo)
Se depressão associada, aumento em áreas afetivas da dor (amidala, insula anterior)
Relação direta entre percepção dolorosa e alteração em neuroimagem
Demonstração de alteração na dinâmica de neurotransmissores em SNC
Smith HS. Pain Physician 2011
Smith HS. Pain Physician 2011
TEORIA DO GANHO/VOLUME Estímulo não doloroso (controle) provoca dor em pacientes com fibromialgia, comprovado em exame de imagem
Efeito que se repete para outros estímulos sensoriais (visual, auditivo)
Amplificação dolorosa/sensitiva
QUADRO CLÍNICO Dor difusa
Fadiga
Sono não restaurador
Sensações parestésicas não dermatômica
Edema articular ou não, subjetivo
Alodínia e hiperalgesia
Hiperestesia cutânea
Intolerância aos exercícios
Lawson K. Neuropsychiatr Dis Treat. 2008
OUTROS SINTOMAS COMUNS Cefaléia
Tonturas
Zumbido
Dor torácica atípica
Palpitação
Dor abdominal
Falta de memória
Depressão (30 a 50%)
Raynaud símile
Lawson K. Neuropsychiatr Dis Treat. 2008, Chong YY. Ann Acad Med Singapore 2009
Sintomas de fibromialgia se correlacionam com intensidade da dor relatada pelos pacientes
Wolfe F. J Rheumatol. 2006
RELAÇÃO NÚMERO SINTOMAS E DIAGNÓSTICO
Wolfe F. National Data Bank of Rheumatic diseases 2006
CONDIÇÕES ASSOCIADAS Cefaléia crônica
Disfunção ATM
Sind. Intestino irritável
Dor pélvica crônica
Fadiga Crônica
Síndrome uretral
Sensibil. Química múltipla
Síndrome das pernas inquietas
Cistite intersticial
*Transtornos psiquiátricos – 30%
Smith HS. Pain Physician 2011
OVERLAP
Smith HS. Pain Physician 2011
DIAGNÓSTICO Sem testes específicos
Diagnóstico de exclusão?
Uso criterioso de exames complementares
Abordagem global e integrada do paciente
Quem faz diagnóstico é o Médico, e não os critérios
Wolfe F, et al. Arthritis Rheum.1990;33(2):160‐72
Wolfe F, et al. Arthritis Care Res.2010;62(5):600-10
ACR 1990
Dor difusa > 3 meses
Dor > 11 de 18 pontos dolorosos
ACR 2010
Índice de dor generalizada (IDG) e escala de gravidade de sintomas (EGS)
Sintomas > 3 meses
IDG > 7 e EGS > 5
IDG 3-6 e EGS > 9
FIBROMIALGIA: CRITÉRIOS
DIAGNÓSTICO DE EXCLUSÃO?
Mialgia difusa
Não é fibromialgia
Fibromialgia associada
Fibromialgia isolada
O QUE AJUDA NA PRÁTICA Dor difusa é fundamental. Avaliar bem o padrão da dor Dor palpação de músculos, dor ao insuflar esfigmo
Perguntar sempre: fadiga, alterações cognitivas e distúrbios do sono
Lembrar de síndromes associadas Cefaléia, DTM, lombalgia, cistite intersticial, dor pélvica, endometriose, fadiga crônica,
Exame físico normal
História familiar é importante
Pouca resposta a AINEs e Opióides
Intolerância a medicamentos – “alergia”
Falha de procedimentos invasivos
Fazer um bom diferencial
Afastam o diagnóstico: Início agudo e exuberante Dor restrita a articulações Alterações exame físico (fora dor a palpação) Alterações laboratoriais
DIFERENCIAL – MIALGIA DIFUSA Neurológicas:
Esclerose múltipla
Dor neuropática
Psiquiátricas:
Depressão maior
Medicamentos:
Estatinas
Inibidores da aromatase (e.g., anastrozol)
Endócrinológicas:
Hipo- e hipertireoidismo
Hiperparatireoidismo
Insuficiência adrenal primária
Deficiência de vitamina D
Kelley and Firestein’s Textbook of Rheumatology, 2017
DIFERENCIAL – MIALGIA DIFUSA Inflamatória:
Polimialgia reumática
Espondiloartrites
Artrite reumatoide
Lúpus eritematoso sistêmico
Síndrome de Sjögren
Dermatomiosite e polimiosite
Vasculites sistêmicas
Kelley and Firestein’s Textbook of Rheumatology, 2017
Quando pensar em fibromialgia isolada? Dor difusa crônica
Fadiga
Distúrbios do sono
Alterações cognitivas
Síndromes de sensibilidade central: síndrome da fadiga crônica, síndrome do intestino irritável, enxaqueca, disfunções temporomandibulares
Ausência de achados objetivos e específicos para outras condições
Yunus MB. Semin Arthritis Rheum.2007;36:339-56
Quando pensar em fibromialgia isolada? Dor difusa crônica
Fadiga
Distúrbios do sono
Alterações cognitivas
Síndromes de sensibilidade central: síndrome da fadiga crônica, síndrome do intestino irritável, enxaqueca, disfunções temporomandibulares
Presença de achados objetivos e específicos para outras condições
Yunus MB. Semin Arthritis Rheum.2007;36:339-56
Quando pensar que não é fibromialgia? Ausência de dor difusa crônica, fadiga, distúrbios do sono, alterações cognitivas e síndromes de sensibilidade central
Presença de achados objetivos e específicos para outras condições
Yunus MB. Semin Arthritis Rheum.2007;36:339-56
LABORATÓRIO - O QUE PODE AJUDAR Hemograma
VHS e Proteína C reativa
Glicose
Creatinina
Transaminases
Análise de urina
TSH
Cálcio e fosfatase alcalina
25-OH-Vitamina D
CK e Aldolase
Sorologias virais (Hep B, C, HIV, VDRL)
FAN e Fator reumatoide – quando algo possa sugerir
DEVEMOS DAR O DIAGNÓSTICO? Sim
Tranquiliza o paciente
Diminui visitas a serviço de saúde
ENCAMINHAR OU NÃO? SEMPRE tratar na atenção primária
Encaminhar quando: Dúvida diagnóstica
Refratários
Sintomas psiquiátricos importantes
MANEJO
Adaptado de Loeser JD. Bonica’s Management of Pain. 2001.
TRATAMENTO Farmacológico Tricíclicos Inibidores receptação serotonina/norepinefrina Gabapentinóides Inibidores seletivos recaptação serotonina Outros
Não farmacológico Educação Atividade física Terapia cognitivo-comportamental Outros
Idealmente combinar modalidades
Pode-se aguardar algum benefício farmacológico antes de iniciar atividade física, para melhorar adesão
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Tricíclicos Amitriptilina 10-70mg
Ciclobenzaprina 5-20mg
EA: boca seca, ganho peso, constipação, sedação
Melhora dor, sono, sintomas urinários e intestinais
Tomar várias horas antes de dormir
Inibidores recaptação serotonina-norepinefrina Duloxetina 30-120mg
Milnacipran 100-200mg
EA: náusea, palpitação, cefaleia, fadiga, taquicardia, hipertensão
Avisar sobre náusea transitória, ingerir com alimentos, aumento gradual dose
Milnacipran mais noradrenergico, melhor para fadiga, memoria e causa mais hipertensão
Lesley M. Arnold.Prim Care Companion J Clin Psychiatry 2009
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO Gabapentinoides Gabapentina 800-2400mg/dia doses divididas Pregabalina até 600mg/dia doses divididas EA: sedação, ganho peso, tontura Priorizar doses maiores noturnas aumenta tolerância
Inibidores seletivos receptação serotonina Fluoxetina, sertralina, paroxetina EA: Nausea, disfunção sexual, ganho peso, distúrbio sono Mais antigos e menos seletivos tem melhores efeitos, principalmente em doses altas Mais novos (citalopram, escitalopram, desvenlafaxina) menos efetivos
Opioides Tramadol 50-600mg a cada 6h, único com alguma evidencia (fraca) EA: sedação, adição, tolerância, hiperalgesia induzida por opioide
Okifuji A, Gao J, Bokat C, Hare BD. Management of fibromyalgia syndrome in 2016. Pain Manag. 2016 May;6(4):383-400.
TRATAMENTO
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO 1. Identifique e aborde os geradores periféricos da dor para minimizar a
sensilização central;
2. Programe exercícios de baixa intensidade;
3. Reconheça a importância do sono não restaurador e da higiene do sono;
4. Aborde a obesidade e o descondicionamento;
5. Avalie o déficit de equilibrio e minimize os riscos de quedas;
6. Conserve a energia das atividades do dia a dia para os exercícios;
7. Enfatize a necessidade de adesão e a busca de resultados em médio e longo prazo;
8. Promova o auto-cuidado.
Jones KD, Lipton G. Exercise interventions in fibromyalgia: Clinical applications from the evidence. Rheum Dis Clin N Am. 2009;35(2):373-391.
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO Educação: consulta, grupos, livros, internet mostrar fisiopatologia, não se trata apenas de “psicogênico” Associada a outras abordagens aumenta eficácia
Terapia comportamental Evidencai que “catastrophizing” aumenta dor, piora função, etc. Trocar “minha dor é terrível e não posso fazer nada” por “Por pior que a dor possa ser, há coisas que posso fazer para torna-
la ao menos um pouco melhor” Várias técnicas: Ativação (fazer se movimentar novamente)
Exercício gradual
“Activity pacing” (não “overdoing” quando paciente se sente bem e se manter ativo quando se sente mal)
Reduzir comportamentos dolorosos (não “reinforcing” comportamotos associados a ganho secundário)
Higiene do sono
Tecnicas de relaxamento para reduzir estresse (respiração, imaginação, relaxamento muscular progressivo)
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO Exercícios – pontos importantes: São efetivos e FUNDAMENTAIS no tratamento
Há muita desistência, aumentando na medida em que aumenta intensidade
Maior evidência para treino de força
Flexibilidade também tem benefício
Cuidados: Começar com baixa intensidade. “Start slow, go slow”
Evitar postura que perpetua dor
Evitar agravar dor periférica (p.e. OA joelho e caminhar)
Para fibro, evitar repetições, alternar membros, ter descansos e mudar padrões de movimento
TRATAMENTO NÃO FARMACOLÓGICO Outros Tai Chi
Hidroginástica
Técnicas relaxamento
Biofeedback
EULAR REVISED RECOMMENDATIONS FOR THE
MANAGEMENT OF FIBROMYALGIA - 2016.
Annals of the Rheumatic Diseases -Macfarlane GJ, Kronisch C, Dean LE, et al.
G J Macfarlane et al. Ann Rheum Dis 2017;76:318-328
Nivel Evid. GRADE FORÇA
RECOMENDAÇÃO
Exercício Aeróbico/
fortalecimento Ia A FORTE
TCC Ia A FRACA
Combinada: educação +
exercicio + psicoterapia Ia A FRACA
Acupuntura/hidroterapia Ia A FRACA
Terapias meditação/exercicio
(yoga, tai chi, mindfulness) Ia A FRACA
G J Macfarlane et al. Ann Rheum Dis 2017;76:318-328
Nivel Evid. GRADE FORÇA RECOM.
Amitriptylina (baixa dose) Ia A FRACA
Duloxetina ou milnaciprano Ia A FRACA
Tramadol Ib A FRACA
Pregabalina Ia A FRACA
Ciclobenzaprina Ia A FRACA
G J Macfarlane et al. Ann Rheum Dis 2017;76:318-328
Classe terapêutica Dor Sono Depressão Fadiga
TCA + + - +
IRSS +/- +/- + +/-
Inibidores NR/SR + - + +
Sedativos - + - -
Cetamina +/- - + -
Naltrexona + - - -
tramadol + - - -
Neuromoduladores (pregabalina/gabapentina) + + - +
QUAL A MELHOR ESCOLHA ?
Classe terapêutica Dor Sono Depressão Fadiga
Atividade física + + + +
Terapia Cognitiva + + + +
QUAL A MELHOR ESCOLHA ?
De 1668 pacientes de 7 centros , 25,3% dos pacientes recebem compensação por incapacidade sendo 14,85% do governo federal americano (Social Security Disability).
Os reumatologistas que participaram desse estudo referiram dificuldade em encontrar diferenças clínicas entre os pacientes que continuaram a trabalhar e aqueles que pediam compensação;
A percepção pessoal do pacientes é o que determinava a condição de incapacitado para o trabalho ou não estar incapacitado.
Pacientes com FM e com AR foram observados em uma situação de trabalho simulado.
Os pacientes com AR conseguiram executar apenas 59% do trabalho realizado por controles normais.
Da mesma forma os pacientes com FM executaram apenas 62% do trabalho executado pelos controles.
Os dados obtidos na observação do desempenho se correlacionaram com o HAQ.
PERCEPÇÃO DE PACIENTES COM FM SOBRE O TRABALHO – QUALITATIVO – GRUPOS FOCAIS Estudo qualitativo com 27 pacientes com FM totalmente empregadas. Categorias obtidas: 1 - DEMANDAS FÍSICAS DO TRABALHO: a carga de trabalho físico provoca dor, fadiga e exaustão; destacam piora com trabalho de alta precisão como também questões ambientais, tais como, baixa temperatura e ruídos altos; 2 – DEMANDAS PSICO-SOCIAIS DO TRABALHO: pressão relacionadas a prazos, falta de habilidade para controlar o trabalho levam à insegurança e estresse. Falta de apoio de supervisores e colegas aumentam o estresse quando não atendem as expectativas; 3 – DEMANDAS DA ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO: trabalhar por 5 dias consecutivos é considerado estressante; os participantes que reduziram o tempo de trabalho diário não resolveu esse problema; os participantes que trabalham em um regime de “day off” (com carga horária maior nos dias de trabalho) se saíram melhor;
Métodos: 287 mulheres com FM foram entrevistadas por telefone no tempo 0 e anualmente por 4 anos. Os dados foram coletados sobre dor, fadiga, depressão (CES-D) e capacidade funcional (M-HAQ), características demográficas e status de emprego.
No início do acompanhamento (baseline), as mulheres que estavam empregadas referiram melhor estado de saúde e mantiverem essa condição durante todo o período de observação.
O estado de saúde evoluiu independente da condição ocupacional; Estar empregado não foi benéfico nem maléfico para a saúde das mulheres;
MENSAGEM PRA CASA Fibromialgia é uma doença com base fisiopatológica fundamentada e parcialmente esclarecida
Fibromialgia não é depressão, embora haja associação
Faz parte de um espectro de doenças que se caracterizam por uma amplificação dolorosa/sensitiva
Os principais sintomas preditores do diagnóstico são dores difusas, fadiga e distúrbio do sono
Outro ponto fundamental é a ausência de alterações ao exame físico e laboratoriais
Por se tratarem de doenças de um mesmo espectro, o mesmo tratamento de uma das síndromes de sensibilidade central pode ser aplicado para as demais com resultados semelhantes
Obrigado!