Post on 05-Dec-2014
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ESCOLA SECUNDÁRIA DE BOCAGE
Ficha Formativa de FILOSOFIA
I
«A filosofia poderá ser perspectivada como uma reflexão radical sobre a realidade, sobre o homem e sobre o mundo.
Como reflexão radical a filosofia situa-se no plano de uma racionalidade interpretativa e explicativa. Esta racionalidade interpretativa e explicativa implica que as posições assumidas não se alicercem em crenças ou meras opiniões mas se enraízem numa fundamentação que [...] lhes confira uma justificação consistente.
Por consequência, no âmbito da filosofia não terão sentido atitudes dogmáticas, visto que a dogmatização [...] envolverá necessariamente a ausência de uma fundamentação aberta.»
Sousa, M. C. H. de, As Ilusões da Razão, Porto, Brasília Editora, pp. 17-18
1. Qual a especificidade da Filosofia presente no texto? Justifica a tua resposta.
2. No quadro abaixo, identifica as afirmações verdadeiras e falsas, assinalando respectivamente V ou F
Afirmações V F JustificaçãoA Filosofia procura a raiz ou o fundamento de todas as coisas.É próprio da filosofia procurar compreender o real na sua totalidade e unidadeA filosofia é acima de tudo o reino da subjectividade e da arbitrariedade, onde se admitem, sem critério ou crítica, todas as ideiasA filosofia é um modo crítico de reflectir sobre as nossas convicções e ultrapassar as limitações do senso comum.A filosofia é a análise lógica da linguagem e a clarificação do significado das palavras e dos conceitos.Cada aprendiz de filósofo tem pela frente uma árdua tarefa, dado que tem que partir do zero na sua actividade reflexiva.A actividade filosófica é inseparável da liberdade da razão face a todas as coerções e a todos os constrangimentos exteriores, sejam eles a religião, a política, as ideologias, a autoridade ou a tradição.A filosofia é sempre uma reflexão pessoal dirigida a todos os homens
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II
1. Lê atentamente o texto de J.L. Aranguren onde se faz uma breve análise da noção de felicidade, pondo-se em confronto duas visões distintas e acabando o próprio autor por propor também ele uma tese.
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Antigamente a felicidade era entendida como um ideal só alcançável pelos filósofos contemplativos (Aristóteles), pelos que sobre-humanamente renunciavam a tudo (estóicos), pelos que, perante o carácter enganador do prazer, acabavam por fazer o mesmo (epicuristas) e por todos os que a reservavam para os “eleitos” e, para cúmulo, não neste mundo mas noutro (Escolástica). Agora as coisas mudaram. A actual trivialização da palavra “feliz” (“faz-me feliz” diz qualquer um após a consecução da coisa mais acessível) corresponde à democratização, á aproximação, à vulgarização das expectativas da felicidade. A felicidade parece estar aí, no voltar do ano, quando, enfim, podemos adquirir o carrito, a casa própria ou o aumento do salário; a felicidade parece assim ter-se colocado já ao alcance de
todas as fortunas (?) espirituais, desde que cresçam os aumentos materiais. Claro está que depressa as coisas se mostram mais complicadas porque, quando já se alcançou aquilo em que, ilusoriamente, púnhamos a felicidade, esta vai para mais longe; agora já não basta o carrito, porque faz falta um automóvel sumptuoso, a nossa vivenda precisa de ser uma luxuosa vila e a felicidade parece não ser já uma questão só de dinheiro, mas também de status: se pudéssemos chegar a ser directores da empresa onde trabalhamos, se pudéssemos chegar a ser ministros! (Este último exemplo não é bom: qualquer um pode chegar a ser ministro, como mostra a experiência.) A agridoce verdade é que, à medida que nos aproximamos da felicidade, ela se afasta mais e mais.”
J.L. Aranguren, Propostas Morales.
2 . Após a leitura, proponho que identifiques as teses e a estrutura argumentativa do texto
Tema:_______________________________________________________________________
Problema:___________________________________________________________________
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Respostas ao problema:
a) Tese antiga________________________________________________________________
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b) Visão actual______________________________________________________________
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c) Tese do autor______________________________________________________________
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Argumentos a favor da tese:
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III
1. Assinala como correcta (C) ou errada (E) as afirmações, abaixo indicadas, que completam a afirmação:
A acção Humana é….
Afirmações C EUma forma de conduta autónoma, consciente e voluntária
O que individualiza cada homem, definindo-o pela maneira como a exercita e a dirige. O homem faz-se e constrói-se na acção.Um acto inconsciente ou uma resposta instintiva a certos estímulos.
A acção que é específica dos seres humanos e que só estes são capazes de realizar
A acção que realizamos conscientemente, dando-nos conta de que a fazermosUm qualquer acto praticado por ser um humano
Um acto realizado após decisão deliberada
IV
Todos os termos da rede (conceptual) convergem aqui: acção, intenção, motivação e, por fim, agente (…), Importa (…) compreender a palavra agente em função de toda a rede.
P.Ricouer, O Discurso da Acção, edições 70
1.Quais os termos da rede conceptual da acção humana presentes
no texto? Explicita-os.
2.Distingue fazer, agir e acontecimento.
3.Constipar-se e manter-se quieto e sem respirar enquanto
se tira uma radiografia são
acções? Porquê?
4. “ Uma acção não é um acontecimento como um tremor de terra ou a queda de uma folha
morta». Concordas com a afirmação? Fundamenta a tua resposta.
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V
Estamos perante um enigma filosófico característico. Por um lado, um conjunto de argumentos muito poderosos força-nos à conclusão de que a nossa vontade livre não existe no Universo. Por outro lado, uma série de argumentos poderosos baseados em factos da nossa própria experiência inclina-nos para a conclusão de que deve haver alguma liberdade da vontade, porque aí todos a experimentamos em todo o tempo.
J. Searl, Mente, cérebro e Ciência
2- O determinismo radical e o determinismo moderado são duas das teorias querespondem ao problema do livre-arbítrio. Em que é que se distinguem?
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